Prévia do material em texto
SOI V OSTEOPOROSE 1. Revisar o metabolismo ósseo 2. Sobre a osteoporose compreender: fatores de risco, etiologia e �siopatologia, diagnóstico e tratamento 3. Entender as causas das fraturas e como in�uenciam a vida do paciente -> Revisar o metabolismo ósseo Metabolismo ósseo O metabolismo ósseo é mediado por três tipos principais de células: ● Osteoblastos: Células responsáveis pela formação do osso. Eles sintetizam a matriz óssea (principalmente colágeno tipo I) e promovem a mineralização. ● Osteócitos: Células osteoblásticas maduras que �cam embutidas na matriz óssea. Elas desempenham um papel crucial na comunicação celular e na regulação do turnover ósseo, respondendo a estímulos mecânicos e metabólicos. ● Osteoclastos: Células multinucleadas derivadas da linhagem monocítica que são responsáveis pela reabsorção óssea. Eles degradam a matriz óssea e liberam minerais, como cálcio e fósforo, na corrente sanguínea. Proteínas importantes: ● Ligante do RANK (RANKL) – o pré-osteoclasto possui um receptor chamado RANK (do inglês, receptor activator of nuclear ator kappa-B) e é a ligação do RANKL com o RANK que estimula o osteoclasto a diferenciar-se e a começar o processo de reabsorção óssea. ● Osteoprotegerina (OPG) - quando a OPG se liga ao RANKL, esse não consegue mais se ligar ao RANK e ativar o pré-osteoclasto. Portanto, “a osteoprotegerina protege o osso”. Ciclo de Remodelação Óssea O ciclo de remodelação óssea é um processo contínuo que envolve as seguintes fases: ● Ativação: Osteoclastos são recrutados para a superfície óssea em resposta a sinais bioquímicos, como o fator de necrose tumoral (TNF) e o RANKL (ligante do receptor ativador do fator nuclear kappa-B). Reabsorção: Os osteoclastos se aderem à matriz óssea e iniciam a degradação da mesma, liberando ácidos e enzimas proteolíticas. Inversão: Após a reabsorção, há um período de quiescência onde a superfície óssea é preparada para a formação. Formação: Osteoblastos são recrutados para a área reabsorvida, onde sintetizam nova matriz óssea e promovem a mineralização. Regulação Hormonal Diversos hormônios e fatores de crescimento regulam o metabolismo ósseo: ● Paratormônio (PTH): Aumenta a atividade dos osteoclastos, promovendo a reabsorção óssea e elevando os níveis de cálcio no sangue. ● Calcitonina: Inibe a atividade dos osteoclastos, reduzindo a reabsorção óssea e ajudando a diminuir os níveis de cálcio no sangue. ● Vitamina D: Essencial para a absorção intestinal de cálcio e fósforo, além de estimular a formação óssea. ● Hormônios sexuais (estrogênio e testosterona): Têm um efeito protetor sobre o osso, inibindo a atividade osteoclástica e promovendo a formação osteoblástica. Resumo O osso é um tecido dinâmico e ativo. Grandes quantidades de matriz de osso e milhares de osteócitos são continuamente removidos e substituídos dentro do esqueleto, e a arquitetura em pequena escala dos ossos muda constantemente. Metade de 1 grama de cálcio pode entrar ou sair do esqueleto adulto a cada dia. No esqueleto adulto, o osso é depositado e removido principalmente na superfície endóstea. Juntos, esses dois processos constituem a remodelação óssea. O osso esponjoso no esqueleto, recoberto com endósteo, é totalmente substituído a cada três ou quatro anos. A remodelação no osso compacto ocorre no endósteo que reveste os canais centrais dos ósteons. Esse processo ocorre de forma mais lenta do que no osso esponjoso; o osso compacto é completamente substituído a cada dez anos. A remodelação óssea é coordenada por populações de osteoblastos e osteoclastos adjacentes. Em adultos jovens saudáveis, a massa total de osso no corpo permanece constante, uma indicação de que as taxas de depósito e de reabsorção estão essencialmente iguais; entretanto, o processo de remodelação não é uniforme. Alguns ossos (ou partes do osso) são fortemente remodelados; outros não são. Por exemplo, a região distal do fêmur é totalmente substituída a cada 5 -6 meses, enquanto a diá�se do fêmur muda muito mais lentamente. A reabsorção óssea é realizada pelos osteoclastos. Cada uma dessas células gigantes tem muitos núcleos. Os osteoclastos espalham -se ao longo das superfícies ósseas, essencialmente “cavando buracos”, à medida que degradam o tecido ósseo. A parte de sua membrana plasmática que toca a superfície do osso é bastante pregueada e ondulada. Essa membrana expandida forma um selo apertado contra o osso e segrega ácido clorídrico concentrado, que dissolve a parte mineral da matriz. Os íons de cálcio (Ca2+) liberados e os íons de fosfato (PO4 3—) entram nos �uidos teciduais e na corrente sanguínea. Enzimas lisossomáticas também são liberadas através dessa membrana ondulada e digerem a parte orgânica da matriz do osso. Finalmente, os osteoclastos aparentemente absorvem o colágeno e os osteócitos mortos através de fagocitose. A deposição óssea é realizada por osteoblastos. Essas células depositam osteoide orgânico nas superfícies ósseas, e os sais de cálcio cristalizam-se dentro desse osteoide. Esse processo de calci�cação leva cerca de uma semana. Como a�rmado anteriormente, os osteoblastos transformam-se em osteócitos quando estão rodeados por matriz óssea. Os osteoblastos formadores de osso derivam de células mesenquimais. Em adultos, os osteoblastos originam-se a partir de células tronco do mesênquima localizado no periósteo, no endósteo e no tecido conjuntivo próximo da medula óssea. Os osteoclastos também se originam na medula óssea, a partir de células sanguíneas imaturas chamadas células tronco hematopoiéticas, e podem estar relacionados a macrófagos. Muitas dessas células tronco fundem -se para formar cada osteoclasto, o que explica sua estrutura multinucleada. Os ossos do esqueleto são continuamente remodelados por duas razões. Em primeiro lugar, a remodelação óssea ajuda a manter concentração constante de Ca2+ e PO4 3— nos �uidos corporais. Os níveis de Ca2+ são rigidamente controlados porque ele é crítico na contração muscular. Quando a concentração de Ca2+ nos �uidos corporais começa a diminuir, o paratormônio é liberado pela glândulas paratireoides, no pescoço. Esse hormônio da paratireoide estimula os osteoclastos a reabsorver o osso, um processo que libera mais Ca2+ para o sangue. Em segundo lugar, o osso é remodelado em resposta ao estresse mecânico que ele experimenta. Desse modo, tanto os ósteons do osso compacto como as trabéculas de osso esponjoso são constantemente substituídos por novos ósteons e trabéculas, que são mais precisamente alinhados em função dessa compressão e tensões de tração recém -experimentadas. Além disso, o osso cresce mais espesso em resposta às forças experimentadas durante o exercício e ganhos de peso. Por outro lado, na ausência de estresse mecânico, o tecido ósseo é perdido, razão pela qual os ossos de pessoas acamadas se atro�am. A perda de massa óssea em condições de gravidade quase zero é o principal obstáculo para longas missões no espaço. Para retardar a perda óssea, os astronautas realizam exercícios isométricos durante as missões espaciais. O pico de massa óssea é atingido entre 20 e 30 anos de idade, ou seja, nessa faixa etária os ossos chegam ao seu máximo de qualidade em termos de composição. A partir desse ponto, os ossos trabeculares (como os da coluna vertebral) entram em processo de perda de massa óssea. Os ossos longos ou corticais (como o fêmur) têm esse processo acelerado por volta dos 50 anos de idade, coincidindo com a menopausa no sexo feminino. Como você pode visualizar na �gura 04, os homens perdem massa óssea a uma taxa constante e gradual; já as Mulheres experimentam esse processo de forma acelerada durante a transição menopausal (devido à deprivação estrogênica), para depois estabilizar a perda óssea. -> Osteoporose De�nição A Organização Mundial da Saúde (OMS) de�ne osteoporose como uma doença osteometabólica progressiva caracterizada por baixa densidade mineral óssea (DMO) e deterioração da microestrutura do tecido ósseo. Ambas alterações resultam em fragilidade óssea e, consequentemente,aumento da suscetibilidade à ocorrência de fraturas. Fatores de Risco ● Idade Avançada: O envelhecimento está associado a uma diminuição na formação óssea e a um aumento na reabsorção óssea, resultando em perda de massa óssea. A partir dos 30 anos, a DMO começa a declinar gradualmente. ● Sexo: As mulheres têm um risco maior de desenvolver osteoporose, especialmente após a menopausa, devido à queda nos níveis de estrogênio, que desempenha um papel protetor na saúde óssea. Amenorreia é fator de risco. ● Menarca Tardia ● Puberdade tardia nos meninos ● Menopausa precoce ● Artrite reumatoide ● Hipogonadismo não tratado em homens e mulheres (ooforectomia ou orquidectomia bilateral, anorexia nervosa, ● quimioterapia para câncer de mama, hipopituitarismo e terapias antiandrogênicas para homens com câncer de próstata) ● Sarcopenia ● História Familiar: A predisposição genética pode in�uenciar a densidade óssea. Indivíduos com histórico familiar de osteoporose ou fraturas osteoporóticas têm maior risco. ● Etnia/raça branca: Estudos demonstram que indivíduos de etnias caucasiana e asiática apresentam maior risco de osteoporose em comparação com outras etnias. ● Baixa ingestão de Cálcio: O cálcio é essencial para a formação e manutenção do osso. A ingestão inadequada durante a infância e adolescência pode resultar em menor pico de massa óssea. ● De�ciência de Vitamina D: A vitamina D é crucial para a absorção intestinal de cálcio. Níveis insu�cientes podem levar a hipocalcemia e comprometimento da saúde óssea. ● Sedentarismo: A falta de atividade física, especialmente exercícios de resistência e impacto, contribui para a perda de massa óssea. O exercício estimula a formação óssea e melhora a força muscular, reduzindo o risco de quedas. ● Tabagismo: O fumo está associado à redução da DMO e ao aumento do risco de fraturas. Os mecanismos incluem efeitos adversos sobre a formação óssea e a circulação sanguínea. ● Consumo Excessivo de Álcool: O consumo crônico de álcool pode interferir na formação óssea e na absorção de nutrientes essenciais, além de aumentar o risco de quedas. ● Doenças Endócrinas: Hipertireoidismo, hiperparatireoidismo e diabetes me�itus tipo 1 estão associados à perda óssea. ● Doenças Gastrointestinais: Condições como doença celíaca, síndrome do intestino curto e gastrite atró�ca podem afetar a absorção de nutrientes essenciais para a saúde óssea. ● Artrite Reumatoide: A in�amação crônica e o uso prolongado de corticosteroides para controle da doença aumentam o risco de osteoporose. ● Uso de Glicocorticoides Ex. F.R: História familiar. Raça branca. Escoliose. Osteogênese imperfeita. Menopausa precoce. Etiologia A osteoporose pode ser classi�cada de 3 modos: ● Primária – é a forma mais prevalente e decorre das alterações hormonais características do período da pós-menopausa. ● Senil – decorrente do envelhecimento �siológico. ● Secundária – decorrente de alguma doença, condição ou medicação que in�uencie negativamente o processo de formação e/ou reabsorção ósseas. Drogas: ● Glicocorticóides ● Anticonvulsivantes (ácido valproico, fenobarbital, fenitoína) ● Lítio ● Diuréticos de alça. ● Anticoagulantes (heparina, varfarina). ● Antidepressivos (inibidores seletivos da recaptação ● serotonina). ● Agonistas do GnRH* (gosserrelina, buserelina). ● Antirretrovirais (tenofovir). ● Inibidores da aromatase (anastrozol, letrozol). ● Inibidores da lipase (orlistate). ● Inibidores da bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol). ● Progesterona. ● Quimioterápicos (metotrexato). ● Imunossupressores (ciclosporina e tacrolimo). ● Tiazolidinedionas (pioglitazona, rosiglitazona). ● Inibidores da tirosina-quinase (imatinibe). ● Doses supra�siológicas de levotiroxina. Desordens endócrinas: ● Hipercortisolismo (síndrome de Cushing). ● Hipocortisolismo (insu�ciência adrenal). ● Hiperparatireoidismo. ● Hipertireoidismo. ● Hiperprolactinemia. ● Menopausa precoce. ● Hipogonadismo. ● Diabetes me�itus. ● Acromegalia. ● De�ciência do hormônio do crescimento Desordens gastrointestinais e nutricionais: ● Insu�ciência hepática. ● Doença celíaca. ● Doença colestática crônica. ● Gastrectomia. ● Doença in�amatória intestinal. ● Bypass jejunoileal. ● Síndromes de má absorção. ● Insu�ciência pancreática. ● Nutrição parenteral prolongada. ● Cirrose biliar primária. ● Etilismo. ● Anorexia nervosa. ● De�ciência de cálcio ou vitamina D. Desordens hematológicas: ● Hemo�lia. ● Leucemia. ● Linfoma. ● Mastocitose. ● Mieloma múltiplo. ● Gamopatia monoclonal de signi�cado incerto. ● Anemia hemolítica. ● Hemoglobinopatias (anemia falciforme, talassemia). ● Amiloidose. ● Hemocromatose. ● Doença de Gaucher. Desordens reumatológicas e do tecido conjuntivo: ● Artrite reumatoide ● Lúpus eritematoso sistêmico ● Espondilite anquilosante ● Osteogênese imperfeita. ● Síndrome de Marfan. ● Síndrome de Ehlers-Danlos. Doenças renais: ● Hipercalciúria idiopática. ● Insu�ciência renal. ● Acidose tubular renal. Desordens genéticas: ● Hipofosfatasia. ● Homocistinúria clássica (de�ciência de cistationina beta-sintase). -> Diuréticos tiazídicos podem aumentar a Densidade mineral óssea e os de alça podem reduzir Fisiopatologia O processo de remodelação é um constante equilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea. No entanto, na osteoporose não é assim. ➔ A osteoporose é uma doença metabólica do tecido ósseo, caracterizada por perda gradual de massa óssea, que enfraquece os ossos por deterioração da sua microarquitetura tecidual, tornando-os mais frágeis e suscetíveis a fraturas. ➔ A de�nição de osteoporose está relacionada à alteração dos valores da densitometria óssea, resultantes da perda de massa. Assim, há os seguintes termos: osteopenia, quando a perda é de 1 a 2,5 desvios-padrão identi�cados pelo exame, e osteoporose, quando a perda é maior do que 2,5 desvios-padrão. ➔ A condição pode ser considerada grave quando, além do critério referido, existir fratura. As doenças osteometabólicas englobam um grande número de condições clínicas. As situações mais frequentes no consultório do ortopedista em que ocorre osteopenia são a osteoporose e a osteomalacia. ➔ A primeira é a diminuição absoluta da massa óssea, aumentando o risco de fratura. A osteomalacia é o acúmulo de tecido osteoide não mineralizado no osso trabecular resultante de limitação da deposição do mineral no tecido. A osteoporose pode ser idiopática, situação em que a condição clínica é denominada osteoporose primária. Também pode ocorrer como doença secundária a uma série de condições clínicas, como anormalidades endócrinas e neoplasias. ➔ A osteoporose primária é subdividida em osteoporose pós-menopausa (tipo I) e osteoporose senil, relacionada à idade do indivíduo (tipo II). ➔ A osteoporose secundária pode ocorrer nas seguintes condições clínicas: Hiperparatireoidismo, Diabetes melito, Ingestão de corticosteroides. Menopausa cirúrgica, Tumores da medula óssea, Mieloma múltiplo. A causa principal da osteoporose é o envelhecimento. ● Mecanismos ósseos intrínsecos – Mecanismos ósseos intrínsecos, incluindo disfunção mitocondrial, estresse oxidativo, declínio da autofagia, danos ao DNA, senescência de osteoprogenitores e osteócitos, fenótipo secretor associado à senescência (SASP) e peroxidação lipídica, podem ser os principais culpados. ● Mecanismos extrínsecos ósseos – Mecanismos extrínsecos ósseos, ou seja, mudanças relacionadas à idade em outros órgãos e tecidos, como os ovários e o sistema imunológico inato, são contributivos. Os efeitos do envelhecimento são independentes da de�ciência de estrogênio e mecanicamente distintos. A extensão em que esses dois mecanismos contribuem para a fragilidade óssea em humanos ainda precisa ser determinada. Imagens histológicas bidimensionais de osso cortical e esponjoso de biópsias de osso ilíaco tiradas de um indivíduo sem (painel esquerdo) e com (painel direito) osteoporose. Observe que no painel direito, os córtices são mais �nos e mais porosos e as trabéculas são menos numerosas, mais �nas, desconectadase mais afastadas. Diagnóstico -> As manifestações clínicas mais importantes na osteoporose são as fraturas por fragilidade óssea. Acometendo mais a coluna, quadril, punho, úmero, costela e pelve. O diagnóstico é realizado principalmente pela densitometria óssea. O exame padronizado para a avaliação da DMO e diagnóstico da osteoporose é a absorciometria de dupla emissão de raios-x (DXA), mais conhecida como densitometria óssea. ● A DXA mede o conteúdo mineral ósseo (em gramas) e a área óssea (em centímetros quadrados), para então calcular a DMO. Os locais avaliados são: a coluna (de L1 a L4), o fêmur total e o colo do fêmur. ● Em algumas situações excepcionais o terço distal do rádio poderá ser avaliado, por exemplo, quando o paciente tiver um peso acima do suportado pelo aparelho ou quando houver suspeita de hiperparatireoidismo. ● O osso trabecular (vértebras) é mais sensível ao estrogênio e aos glicocorticoides. Já o osso cortical (fêmur e rádio) é mais sensível à ação do PTH. Por essa razão, na suspeita de hiperparatireoidismo, solicita-se a avaliação do rádio distal na DXA. ● Para cada sítio analisado, será dado: • DMO em g/cm2 • T-score (variabilidade entre a DMO do paciente e a DMO média de indivíduos jovens que já alcançaram o pico de massa óssea); • Z-score (variabilidade entre a DMO do paciente e a DMO média de uma população pareada, ou seja, uma população com a mesma idade, etnia e sexo do paciente). Agora sim, podemos falar sobre os pontos de corte adotados pela OMS na interpretação da DXA: (Válido para mulheres pós-menopausa e homens >50 anos) ● Normal: ≥ - 1.0 ● Baixa massa óssea (osteopenia): -1.0 a -2.5 ● Osteoporose: ≤ -2.5 ● Osteoporose grave: ≤ -2.5 + fratura por fragilidade Se for avaliar adolescentes utilizando o z-score, já os adultos jovens devem ter o z-score e o t-score com valores semelhantes. Critérios de diagnóstico da osteoporose ● Mulheres na pós menopausa e Homens > 50 anos: Fratura por fragilidade OU T-score ≤-2,5 em qualquer sítio ● Mulheres na pré-menopausa e Homens 70 anos→ 1200 mg de cálcio/dia. Idealmente, a cota diária deve ser alcançada pela alimentação, mas, quando isso não for possível, devemos prescrever a suplementação de cálcio. Para saber quando a suplementação é necessária, precisamos seguir dois passos: 1. Determinar o consumo diário recomendado para a faixa etária do paciente; 2. Realizar o interrogatório alimentar (focado nos alimentos ricos em cálcio) para percebermos se a suplementação é necessária ou não. Suplementação da vitamina D Nos pacientes com osteoporose, a diretriz brasileira recomenda que os níveis séricos de 25(OH)D sejam mantidos acima de 30 ng/mL e que a ingestão diária desse micronutriente seja de 1000 a 2000 UI. Esquemas de reposição de vitamina D ● Principais fraturas ósseas e suas consequências A osteoporose é uma doença insidiosa que pode evoluir durante muitos anos sem qualquer sintoma. É assintomática, a não ser que ocorra fratura. Como referido, as fraturas mais comuns são por compressão vertebral, fratura do punho e da região do quadril/fêmur proximal e fraturas dos arcos costais, da pelve e do úmero. Evidentemente, a manifestação clínica de fratura do corpo vertebral, por compressão, é dor na região dorso lombar, que piora com o e com a movimentação do paciente, melhorando com o repouso. As demais fraturas apresentam o quadro clínico de emergência característico de cada uma delas. As fraturas vertebrais podem ser assintomáticas, sobretudo em relação à dor, havendo como queixa a diminuição da altura do paciente e a presença de deformidade vertebral – cifose. Restrição de mobilidade, incapacidade funcional, isolamento social e insegurança são consequências comuns das fraturas, que podem culminar em outros eventos prejudiciais à saúde e à qualidade de vida dos idosos. A fratura no idoso também tem como consequência a alta taxa de hospitalização e internação de longa permanência, além do aumento da mortalidade. Os pacientes que precisam ser internados em decorrência de uma fratura estão sujeitos a infecções hospitalares, principalmente devido à di�culdade de administrar antibióticos no tecido ósseo e à necessidade de repetidas intervenções, como a retirada da prótese. A incidência é ainda maior em idosos que já apresentam outros focos de infecção em locais como pele, dentes e trato respiratório e urinário.