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Módulo: Aspectos Relevantes do Crime e da Pena 4 Aula 04 – Monitoração Eletrônica A Lei nº 12.258/10 instituiu o monitoramento eletrônico no âmbito da execução penal (por ela denominado monitoração), alterando, desta forma, os dispositivos 122 e 124 e incluindo os artigos 146-B a 146-D. A referida alteração constituiu um considerável avanço porquanto indispensável o enfrentamento da questão no âmbito executivo. O Projeto que deu origem à Lei 12.258/10 tinha contornos mais amplos e buscava permitir o monitoramento eletrônico também em relação aos executados submetidos a regime aberto; penas restritivas de direito; livramento condicional e suspensão condicio- nal da pena, mas, em razão dos vetos sofridos, vez que tal possibilidade iria ao encontro da sistemática de cumprimento de pena prevista no ordenamento jurídico brasileiro e, com isso, a necessária individualização, proporcionalidade e suficiência da execução penal, a lei que dele resultou passou a permitir o monitoramento apenas em relação àqueles bene- ficiados com saídas temporárias no regime aberto (arts. 122 a 125 c/c o art. 146-B, todos da LEP) e aos que se encontrarem em prisão domiciliar (arts. 117 c/c art. 146-B, IV, ambos da LEP). A utilização do monitoramento eletrônico não pode ser considerada uma obriga- ção a ser, sempre, considerada pelo magistrado, para todos os casos viáveis. A situação concreta do sentenciado, a espécie do benefício pleiteado, o grau de confiabilidade do be- neficiário e a estrutura de fiscalização da Vara de Execuções Criminais podem ser fatores determinantes para indicação de um monitoramento ou não. Nos termos do art. 146-B da Lei de Execução Penal, autoridade competente para definir a fiscalização por meio de monitoramento eletrônico é somente a judiciária, ou seja, somente o Juiz ou o Tribunal. Desta foram, a autoridade administrativa (diretor do esta- belecimento prisional, secretário de segurança pública, secretário de justiça, secretário de administração penitenciária, por exemplo) não pode imiscuir-se nesse tema. Observe-se que, nos termos do art. 146-C, caput, da Lei de Execução Penal, o con- denado será submetido à uma audiência de advertência será instruído acerca dos cui- dados que deverá adotar com o equipamento eletrônico e de seus deveres, com vistas a garantir a eficácia da medida. Tudo será submetido a termo e assinado pelo Juiz, pelo re- presentante do Ministério Público, a quem compete a fiscalização em todos os termos (art. 67 da LEP), pelo executado e seu defensor, que deverão estar presentes no ato judicial. O monitoramento será acompanhado de visitas e orientações periódicas que serão realizadas e passadas por profissionais ligados ao Juízo da Vara das Execuções Criminais, sempre visando a efetividade da medida. Referidas visitas terão por escopo constatar as condições pessoais que se encontra o executado durante o monitoramento, efetivando as 5 Aspectos Relevantes do Crime e da Pena orientações que entender pertinentes, de tudo fazendo minucioso relatório que será enca- minhado ao juízo incumbido do processo de execução respectivo, para preenchimento e eventuais providências. Ressalte-se que no parágrafo único do art. 146-C da Lei de Execução Penal dispõe que a violação comprovada dos deveres nele previstos poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: 1º) a regressão do regime; 2º) a revogação da autorização de saída temporária; 3º ) a revogação da prisão domiciliar; 4º) advertência, por escrito, em audiência onde o juiz colherá suas explicações, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas anteriormente mencionadas. No art. 146 – D da LEP, há duas hipóteses de revogação do benefício, uma positi- va e outra negativa. Sob o aspecto positivo o monitoramento se torna desnecessário ou inadequado, demonstrando ter o sentenciado assumido um comportamento tão diligente e responsável que a vigilância indireta se torna inútil. Sob o aspecto negativo, revoga-se o benefício o benefício se forem violados os deveres do sentenciado durante a sua utili- zação. Neste caso, a retirada do aparelho normalmente implica em medidas mais radicais como, por exemplo, regressão de regime ou proibição de saídas temporárias. Importante ainda trazer à baila o decreto nº 7.627, de 24 de novembro de 2011, que regulamenta a monitoração eletrônica de pessoas prevista no Código de Processo Penal e na Lei de Execução Penal. Segundo o referido decreto, considera-se monitoração eletrônica a vigilância tele- mática posicional à distância de pessoas presas sob medida cautelar ou condenadas por sentença transitada em julgado, executada por meios técnicos que permitam indicar a sua localização (art. 2º), sendo que a pessoa monitorada deverá receber documento no qual constem, de forma clara e expressa, seus direitos e os deveres a que estará sujeita, o perí- odo de vigilância e os procedimentos a serem observados durante a monitoração (art. 3º). Ainda segundo o decreto (art.4º), compete aos órgãos de gestão penitenciária a administração, execução e controle da monitoração eletrônica, devendo: a) Verificar o cumprimento dos deveres legais e das condições especificadas na decisão judicial que autorizar a monitoração eletrônica; b) Encaminhar relatório circunstanciado sobre a pessoa monitorada ao juiz com- petente na periodicidade estabelecida ou, a qualquer momento, quando por este determi- nado ou quando as circunstâncias assim o exigirem; c) Adequar e manter programas e equipes multiprofissionais de acompanhamento e apoio à pessoa monitorada condenada; d) Orientar a pessoa monitorada no cumprimento de suas obrigações e auxiliá-la na reintegração social, se for o caso; e e) Comunicar, imediatamente, ao juiz competente sobre fato que possa dar causa Tema 07 - Aula 04 6 à revogação da medida ou modificação de suas condições. De mais a mais, o equipamento de monitoração eletrônica deverá ser utilizado de modo a respeitar a integridade física, moral e social da pessoa monitorada (art. 5º). O sistema de monitoramento será estruturado de modo a preservar o sigilo dos dados e das informações da pessoa monitorada (art. 6º), sendo certo que o acesso aos dados e infor- mações da pessoa monitorada ficará restrito aos servidores expressamente autorizados que tenham necessidade de conhecê-los em virtude de suas atribuições (art. 7º). 1 - O crescente número da população carcerária e o super encarceramento impulsionaram a implementação do monitoramento eletrônico no Brasil. A pesquisa contextualiza suas hipóteses de aplicação no cenário nacional e as analisa nas decisões dos tribunais e nos acordos de colaboração pre- miada. Sob uma perspectiva crítica, investiga o processo de criminalização e os mecanismos de seleção dos indivíduos que deixam de ingressar no cárcere em virtude do monitoramento por tornozeleiras eletrônicas, con- siderando as decisões dos Tribunais de Justiça das unidades federativas e do Superior Tribunal de Justiça, bem como do Supremo Tribunal Federal nas decisões homologatórias de acordo de colaboração. Prevalece a apli- cação do monitoramento eletrônico na execução da pena e a tendência de endurecimento do controle penal, em detrimento da previsão desencarce- radora do instituto como medida cautelar diversa da prisão. A tendência cede quando se trata de monitoramento obtido como benefício nos acor- dos de colaboração premiada firmados com agentes da criminalidade eco- nômica e na política. 2 - Este trabalho analisa os elementos técnicos, políticos, epistemológicos e subjetivos que constituem os dispositivos de monitoramento eletrônico de presos e presas no Brasil. São investigados os efeitos da utilização de tornozeleiras eletrônicas em regime semiaberto, prisão domiciliar ou me- didas cautelares diversas da prisão, conectados às atuais transformações operadas pelo poder de punir. O trabalho se desenvolve a partir de três eixos investigativos:1) a análise do processo de implementação da política de monitoração eletrônica de pessoas no país, tendo por escopo a compreen- são de seu desenvolvimento e formas de aplicação, confrontados aos anun- ciados propósitos de desencarceramento; 2) a investigação dos discursos e racionalidades que fundamentam a medida, articulados à emergência e consolidação de uma nova economia da pena e 3) os efeitos das práti- cas de monitoramento eletrônico sobre a vida e sobre o corpo de pessoas monitoradas, conectados aos processos de subjetivação desencadeados por novas tecnologias de controle penal. Esses três eixos constituem as linhas de condução da investigação e da análise, estabelecendo, ao longo da tese, uma série de entrecruzamentos e pontos de contato entre eles. O material de pesquisa básico consiste em entrevistas e registros produzidos em pesquisa de campo, além de documentos legislativos e dados quan- titativos relacionados à aplicação do monitoramento eletrônico no Brasil. As entrevistas e o trabalho de campo foram realizadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Ceará, passando por unidades prisio- Leitura Complementar PARA LEITURA DO TEXTO NA ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI: https://repositorio.unb.br/handle/10482/36771 7 Aspectos Relevantes do Crime e da Pena nais de regime semiaberto, centrais de monitoramento eletrônico, tribunais estaduais de justiça, centrais de penas e medidas alternativas e espaços urbanos diversos. Com base nos dados produzidos, o trabalho apresenta uma análise dos movimentos de densificação e dilatação do sistema penal brasileiro, impulsionados pelo monitoramento eletrônico; a transversaliza- ção de práticas discursivas heterogêneas punitivas, econômicas e huma- nitárias na constituição do dispositivo de monitoramento; e a produção de novas formas de subjetivação e dessubjetivação mediadas pelas interfaces estabelecidas entre o corpo penalizado que circula e a máquina que conduz essa circulação. LEP Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida de segu- rança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução. Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de: I - condenado maior de 70 (setenta) anos; II - condenado acometido de doença grave; III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada gestante. Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguin- tes casos: I - visita à família; II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução; III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. §1º A ausência de vigi- lância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo con- denado, quando assim determinar o juiz da execução. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019); §2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, po- dendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano. §1º Ao conceder a saída tem- Legislação https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-16122019-185040/en.php Tema 07 - Aula 04 8 porária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições, entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado: I - forne- cimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do benefício; II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. §2º Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades dis- centes. §3º Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrô- nica quando: I - (VETADO); II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto; III - (VETADO); IV - determinar a prisão domiciliar; V - (VETADO); Parágrafo único. (VETADO). Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres: I - receber visitas do servidor res- ponsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas orien- tações; II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça; III - (VETADO); Pa- rágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: I - a regressão do regime; II - a revogação da autorização de saída temporária; III - (VETADO); IV - (VETADO); V - (VETADO); VI - a revogação da prisão domiciliar; VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas previs- tas nos incisos de I a VI deste parágrafo. Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que es- tiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave. 1 - RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIOS QUALIFICADOS TEN- TADO E CONSUMADO. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ARMADA. PRISÃO PREVENTIVA SUBS- TITUÍDA POR MEDIDAS CAUTELARES MAIS BRANDAS. SUPERVENIÊNCIA DE MONITORA- ÇÃO ELETRÔNICA. ADEQUAÇÃO E NECESSIDADE. MEDIDA DEVIDAMENTE JUSTIFICADA. Jurisprudência http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Msg/VEP-310-10.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Msg/VEP-310-10.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Msg/VEP-310-10.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Msg/VEP-310-10.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Msg/VEP-310-10.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Msg/VEP-310-10.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Msg/VEP-310-10.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Msg/VEP-310-10.htm 9 Aspectos Relevantes do Crime e da Pena POSSIBILIDADE. COAÇÃO ILEGAL NÃO CONFIGURADA. RECURSO DESPROVIDO. 1. O art. 282 do Código de Processo Penal prevê a possibilidade de o juiz, de ofício ou a requeri- mento das partes, decretar medidas cautelares, observando, para tanto, a sua necessidade e adequação e podendo, ainda, revogá-la ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevirem razões que a justifiquem. 2. No caso, o Juízo singular trouxe fundamentos idôneos à imposição de monitoramento eletrônico (art. 319, inciso IX, do Código de Processo Penal), que não se mostra despropor- cional à gravidade dos delitos supostamente praticados pelo recorrente, mas, ao contrário, constituem eficiente meio de fiscalização das demais medidas cautelares concomitante- mente impostas. 3. Recurso ordinário em habeas corpus desprovido. (STJ - RHC 118095 / MG RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS - 2019/0282527-0). 2 - PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO. CORRUPÇÃO DE MENORES. MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO. EXCESSO DE PRAZO. MONITORAMENTO ELETRÔNICO. OCORRÊNCIA. 1. Ainda que menos gravosa em relação à prisão preventiva, a monitoração eletrônica importa em gravame à liberdade, e por isso, exige proporcionalidade em sua aplicação e duração.2. No caso em tela, o paciente teve a prisão preventiva decretada em 25/10/2016, posteriormente substituída por cautelares diversas em 23/6/2017, que perduram até a presente data. 3. Ainda que já pronunciado o agente - pendente julgamento de recurso em sentido estrito contra a pro- núncia -, e não transparecendo desídia do aparato estatal, mostra-se desarrazoada a ma- nutenção do monitoramento eletrônico por mais de 2 anos, somado ao quase um ano de custódia preventiva, perfazendo-se um total de mais de 3 anos de restrições à liberdade, período esse em que o paciente cumpriu satisfatoriamente todas as 7 cautelares impos- tas. 4. Ordem concedida para revogar o monitoramento eletrônico, mantidas as demais cautelares. (STJ - HC 507074 / MT - HABEAS CORPUS - 2019/0120566-3). BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Bra- sília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília, DF. Disponível em: . Acesso em: 19/05/2020. BRASIL. Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941. Código de Processo Tema 07 - Aula 04 10 Penal. Brasília, DF. Disponível em: . Acesso em: 19/05/2020. BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Bra- sília, DF. Disponível em: . Acesso em: 19/05/2020. BRASIL. Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Aperfeiçoa a legislação penal e processual penal. Brasília, DF. Disponível em: . Acesso em: 19/05/2020. CAMPELLO, Ricardo Urziquas. Faces e interfaces de um dispositivo tecnopenal: o monitoramento eletrônico de presos e presas no Brasil. Disponível em: . Acesso em: 17/07/2020. FIGUEIREDO, Silvania Aparecida França. Monitoração eletrônica no Brasil: para que e para quem? Disponível em: . Acesso em: 17/07/2020. NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. 17. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016 – págs. 51-61. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal. 17. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016 – págs. 51-61. SAVAZZONI, Simone de Alcantara. Visita intima: direito ou regalia?. São Paulo: Atlas, 2015. 19. Ed., págs. 128 a 130.