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UNIDADE 1: REAÇÕES DE HIDROCARBONETOS INSATURADOS Prof. Edilberto Rocha Silveira Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Departamento de Química Orgânica e Inorgânica QUÍMICA ORGÂNICA TEÓRICA II – CE 0870 REAÇÕES DE ADIÇÃO PARTE III: REAÇÕES DE ADIÇÃO C C + E C C E + Nu C C E Nu C C + E C C E + EY C C E Y C O + Nu C O Nu + H C OH Nu (Adição Eletrofílica) (Adição Radicalar) (Adição Nucleofílica) I) II) III) 1. REAÇÕES DE ADIÇÃO ELETROFÍLICA EM HIDROCARBONETOS INSATURADOS: Alcenos e alcinos Adição eletrofílica à ligação π Eliminação (E1 ou E2) Reações de Alcenos Reações de Alcenos Reações de Adição Eletrofílica • A ligação π é rica em elétrons, podendo compartilhar um par de elétrons para um eletrófilo (ácido de Lewis); • Alcenos e alcinos comportam-se como nucleófilos (bases de Lewis) Reações de Adição Eletrofílica • A ligação π é rica em elétrons, podendo compartilhar um par de elétrons para um eletrófilo (ácido de Lewis); • Alcenos e alcinos comportam-se como nucleófilos (bases de Lewis) Reações de Adição Eletrofílica • Alcenos e alcinos comportam-se como bases ou como nucleófilos: Reações de Adição Eletrofílica • Alcenos e alcinos comportam-se como bases ou como nucleófilos: Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidro-halogenação (adição de HX): Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidro-halogenação (adição de HX): 1. O alceno é protonado, formando um carbocátion intermediário e um íon brometo 2. O Íon brometo funciona como um nucleófilo e ataca o carbocátion intermediário 1 2 Reações de Adição Eletrofílica Diagrama de Energia • Reação exergônica (ΔG°mercúrio (II), Hg(AcO)2, seguido de redução com boro-hidreto de sódio (NaBH4) Reações de Adição Eletrofílica Reação de Oximercuração 1. Dissociação do acetato de mercúrio em cátion (eletrofílico): 2. Este cátion sofre ataque nucleofílico dos elétrons π. O carbocátion tradicional não é formado, já que o mercúrio possui elétrons livres capazes de interagir com a carga positiva vizinha, formando uma ponte (íon mercurínio): Reações de Adição Eletrofílica Reação de Oximercuração • O carbono mais substituído possui uma carga parcial positiva (δ+) em vez de uma completa carga positiva: • Desta forma, o intermediário não sofrerá rearranjo de imediato, mas estará sujeito a um ataque nucleofílico anti (tipo Markovnikov): Reações de Adição Eletrofílica Reação de Oximercuração • Após o ataque nucleofílico, o mercúrio pode ser removido através do processo chamado desmercurização, que ocorre via mecanismo radicalar com o uso de boro- hidreto de sódio (NaBH4): Reações de Adição Eletrofílica Reação de Oximercuração Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidroboração/Oxidação • Hidratação de alcenos: reação tipo anti-Markovnikov. • -OH adiciona-se ao carbono menos substituído (mais hidrogenado). • Utiliza-se como reagente o borano (BH3), seguido de oxidação com peróxido de hidrogênio (H2O2). Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidroboração/Oxidação • Estrutura eletrônica do borano é similar a um carbocátion, sem a carga positiva. • O boro possui octeto incompleto (6 e-), sendo bastante reativo e capaz de formar dímeros ao reagir com outra molécula de borano, formando o diborano (B2H6). • Os átomo de hidrogênio no diborano formam ligações bastante particulares, chamadas “ligações dois elétrons-três centros” Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidroboração/Oxidação Considerações do mecanismo reacional Regioseletividade da hidroboração • O primeiro passo dessa reação é a adição do BH2 ao carbono mais hidrogenado, sendo posteriormente substituído pelo grupo -OH. •Esse preferência pode ser explicada através de : (a) considerações eletrônicas (b) considerações estéricas Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidroboração/Oxidação Considerações do mecanismo reacional Regioseletividade da hidroboração (a) considerações eletrônicas: no primeiro passo do mecanismo proposto, o ataque dos elétrons π desencadeia uma movimentação “simultânea” de um hidreto. À medida que os elétrons atacam o orbital p vazio, um dos carbonos vinílicos adquire carga parcial positiva (δ+). Haverá uma preferência para que a carga positiva seja formada no carbono mais substituído, assim o BH2 se adicionará ao carbono menos substituído. Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidroboração/Oxidação Considerações do mecanismo reacional Regioseletividade da hidroboração (b) considerações estéricas: no primeiro passo do mecanismo proposto, ambos BH2 e H estão sendo adicionados à dupla ligação simultaneamente. Como o BH2 é maior que o H, o estado de transição será menos “comprimido” e possuirá menor energia se o BH2 for posicionado em uma posição menos impedida estericamente. Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidroboração/Oxidação Considerações do mecanismo reacional Estereoespecificidade da hidroboração • O mecanismo de adição concertada do BH2 e do H requer que ambos os grupos adicionem-se à mesma face da dupla ligação, numa adição do tipo syn. • É importante observar se haverá a formação de centros estereogênicos, já que a adição pode ocorrer dos dois lados na mesma proporção, gerando um par de enantiômeros. Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidroboração/Oxidação Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidroboração/Oxidação Mecanismo reacional: Hidroboração O primeiro passo é repetido para cada ligação B-H trialquilborano Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidroboração/Oxidação Oxidação O íon hidróxido funciona como uma base e desprotona o peróxido de hidrogênio, formando um hidroperóxido O hidroperóxido funciona como um nucleófilo e ataca o trialquilborano Um grupo alquila migra, causando a explusão de um íon hidroxido Os primeiros três passos se repetem, convertendo o trialquilborano em um trialcoxiborano O íon hidróxido funciona como um nucleófilo e ataca o trialcoxiborano Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidroboração/Oxidação Oxidação O íon hidróxido funciona como um nucleófilo e ataca o trialcoxiborano Um grupo alcóxido é expulso, removendo a carga negativa do boro O íon alcóxido é protonado Reações de Adição Eletrofílica Reação de Hidroboração/Oxidação Reações de Adição Eletrofílica Redução de alcenos – Hidrogenação catalítica • Alcenos reagem com H2 na presença de um catalisador metálico (Pt, Pd ou Ni), produzindo seus equivalentes saturados. • Catalisadores heterogêneos mais utilizados: paládio (Pd/C) ou platina (PtO2). • A adição ocorre pela mesma face da dupla ligação(adição syn) REAÇÃO ESTEREOESPECÍFICA Exemplo de reação estereoseletiva Reações de Adição Eletrofílica Redução de alcenos – Hidrogenação catalítica • O hidrogênio molecular interage com a superfície do metal, quebrando a ligação H-H, deixando átomos de H adsorvidos à superfície. • O alceno coordena com a superfície do metal, permitindo a interação entre a ligação π e os átomos de hidrogênio (adição syn). Reações de Adição Eletrofílica Redução de alcenos – Hidrogenação catalítica • A estereoquímica da reação deve ser observada, já que esta dependerá dos centros de quiralidade formados. A adição syn gera somente o produto meso Reações de Adição Eletrofílica Redução de alcenos – Hidrogenação catalítica • A estereoquímica da reação deve ser observada, já que esta dependerá dos centros de quiralidade formados. A adição syn gera uma mistura racêmica (par de enantiômeros) Reações de Adição Eletrofílica Redução de alcenos – Hidrogenação catalítica • Calores de Hidrogenação: Hidrogenação com di-imida H2NNH2 H2O2 HN=NH DN=ND CO2HHO2C H H DD H H HO2C CO2H (meso) A “driving force” da reação é a liberação de N2 Adição syn C C CO2H HN=NH CH2CH2CO2H Reações de Adição Eletrofílica Oxidação de alcenos – Epoxidação e Hidroxilação • Quando tratados com perácidos, alcenos são oxidados a époxidos. • Um epóxido, é um éter cíclico de três membros (anel oxirano). • Geralmente utiliza-se ácido m-cloroperbenzóico (MCPBA) como oxidante. Reações de Adição Eletrofílica Oxidação de alcenos – Epoxidação e Hidroxilação • O átomo de oxigênio é transferido pelo perácido à dupla ligação através de um mecanismo syn. Ligações C-O formadas pelo mesmo lado da ligação π. • O mecanismo é concertado (simultâneo) não ocorrendo a formação de intermediários. • O oxigênio transferido é aquele mais distante da carbonila. Reações de Adição Eletrofílica Oxidação de alcenos – Di-hidroxilação anti • Os epóxidos sofrem abertura de anel através de catálise ácida com água (hidrólise), dando origem a um diálcool (diol), chamado glicol. • Desta forma, a epoxidação/hidrólise é chamada hidroxilação. Oxidação de alcenos – Epoxidação e Hidroxilação • O mecanismo inicia com a protonação do epóxido, deixando-o mais reativo, seguido pela adição nucleofílica de uma molécula de H2O. • A estereoquímica da reação se assemelha à halogenação, resultando em uma hidroxilação do tipo anti. Reações de Adição Eletrofílica Reações de Adição Eletrofílica Oxidação de alcenos – Di-hidroxilação syn • Quando alcenos são tratados com tetróxido de ósmio (OsO4), há a formação do éster osmato cíclico: • O OsO4 adiciona-se à dupla ligação por um mesmo lado (adição syn) através de um mecanismo concertado. Reações de Adição Eletrofílica Oxidação de alcenos – Di-hidroxilação syn • O éster osmato é estável e pode ser isolado, e tratado em seguida com água e Na2SO4 (sulfito de sódio) ou NaHSO4 (bissulfito de sódio),produzindo um diol: • Devido à alta toxicidade do Os, outros métodos são empregados na di- hidroxilação de alcenos utilizando OsO4. cis Reações de Adição Eletrofílica Oxidação de alcenos – Di-hidroxilação syn • Quantidades catalíticas de OsO4 com um co-oxidante como N-óxido de n- metilmorfolina (NMO) ou hidroperóxido de terc-butila: cis Reações de Adição Eletrofílica Oxidação de alcenos – Di-hidroxilação syn • Um mecanismo similar é observado na reação de alcenos com permanganato de potássio (KMnO4) a frio em condições alcalinas: cis Oxidação de alcenos – Clivagem oxidativa (ozonólise) • Alguns reagentes podem realizar a clivagem completa da dupla ligação, entre eles, o mais comum é o ozônio. • O ozônio (O3) é produzido através do bombardeamento de um fluxo de oxigênio por radiação ultravioleta. Reações de Adição Eletrofílica Oxidação de alcenos – Clivagem oxidativa (ozonólise) • O ozônio irá reagir primeiramente com o alceno, formando um ozonídeo primário (molozonídeo) que em seguida rearranja, produzindo um ozonídeo mais estável: Reações de Adição Eletrofílica Oxidação de alcenos – Clivagem oxidativa (ozonólise) • Na presença de um agente redutor brando (DMS ou Zn/H2O), o ozonídeo é então convertido nos produtos: Reações de Adição Eletrofílica Oxidação de alcenos – Clivagem oxidativa (ozonólise) Reações de Adição Eletrofílica Oxidação de alcenos – Clivagem oxidativa (ozonólise) Reações de Adição Eletrofílica Reações de Adição Eletrofílica Redução de alcinos – Hidrogenação catalítica • Alcinos sofrem reação de hidrogenação catalítica similar aos alcenos. • A redução de alcinos utilizando Pt, Pd e Ni como catalisadores dificulta o isolamento do produto parcialmente hidrogenado (alceno): Reações de Adição Eletrofílica Redução de alcinos – Semi-hidrogenação • Para se obter alcenos a partir de alcinos, são utilizados catalisadores “envenenados”. O mais comum é o catalisador de Lindlar: • O processo é de superfície, similar à hidrogenação catalítica, assim obtêm-se assim o alceno com configuração cis: 1.4 HIDROGENAÇÃO DE ALCINOS (“catalisador envenenado”) 1.4.1 REDUÇÃO COM CATALISADOR DE LINDLAR: ESTEREOESPECÍFICA A QUINOLINA DESATIVA O CATALISADOR, TORNANDO O SEU PODER REDUTOR MAIS FRACO Reações de Adição Eletrofílica Redução de alcinos – Hidrogenação catalítica Reações de Adição Eletrofílica Redução de alcinos – Hidrogenação catalítica Reações de Adição Eletrofílica Redução de alcinos – Metais dissolvidos • Alcinos podem ser reduzidos a alcenos com configuração trans, através de reduções com metais dissolvidos. • O metal empregado é sódio (Na) dissolvido em amônia. Essa reação em conduzida em baixas temperaturas (Slide 34: Reações de Adição Eletrofílica Slide 35: Reações de Adição Eletrofílica Slide 36: Reações de Adição Eletrofílica Slide 37: Reações de Adição Eletrofílica Slide 38: Reações de Adição Eletrofílica Slide 39: Reações de Adição Eletrofílica Slide 40: Reações de Adição Eletrofílica Slide 41: Reações de Adição Eletrofílica Slide 42: Reações de Adição Eletrofílica Slide 43: Reações de Adição Eletrofílica Slide 44: Reações de Adição Eletrofílica Slide 45: Reações de Adição Eletrofílica Slide 46: Reações de Adição Eletrofílica Slide 47: Reações de Adição Eletrofílica Slide 48: Reações de Adição Eletrofílica Slide 49: Reações de Adição Eletrofílica Slide 50: Reações de Adição Eletrofílica Slide 51: Reações de Adição Eletrofílica Slide 52: Reações de Adição Eletrofílica Slide 53: Reações de Adição Eletrofílica Slide 54: Reações de Adição Eletrofílica Slide 55: Reações de Adição Eletrofílica Slide 56: Reações de Adição Eletrofílica Slide 57: Reações de Adição Eletrofílica Slide 58: Reações de Adição Eletrofílica Slide 59: Reações de Adição Eletrofílica Slide 60: Reações de Adição Eletrofílica Slide 61: Reações de Adição Eletrofílica Slide 62: Reações de Adição Eletrofílica Slide 63: Reações de Adição Eletrofílica Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68: Reações de Adição Eletrofílica Slide 69: Reações de Adição Eletrofílica Slide 70: Reações de Adição Eletrofílica Slide 71: Reações de Adição Eletrofílica Slide 72 Slide 73: Reações de Adição Eletrofílica Slide 74: Reações de Adição Eletrofílica Slide 75: Reações de Adição Eletrofílica Slide 76: Reações de Adição Eletrofílica Slide 77: Reações de Adição Eletrofílica Slide 78: Reações de Adição Eletrofílica Slide 79: Reações de Adição Eletrofílica Slide 80: Reações de Adição Eletrofílica Slide 81: Reações de Adição Eletrofílica Slide 82: Reações de Adição Eletrofílica Slide 83: Reações de Adição Eletrofílica Slide 84: Reações de Adição Eletrofílica Slide 85: Reações de Adição Eletrofílica Slide 86: Reações de Adição Eletrofílica Slide 87: Reações de Adição Eletrofílica Slide 88 Slide 89: Reações de Adição Eletrofílica Slide 90: Reações de Adição Eletrofílica Slide 91: Reações de Adição Eletrofílica Slide 92: Reações de Adição Eletrofílica Slide 93: Reações de Adição Eletrofílica Slide 94: Reações de Adição Eletrofílica Slide 95: Reações de Adição Eletrofílica Slide 96: Reações de Adição Eletrofílica Slide 97: Reações de Adição Eletrofílica Slide 98: Reações de Adição Eletrofílica Slide 99: Reações de Adição Eletrofílica Slide 100: Reações de Adição Eletrofílica Slide 101: Reações de Adição Eletrofílica Slide 102: Reações de Adição Eletrofílica Slide 103: Reações de Adição Eletrofílica Slide 104: Reações de Adição Eletrofílica Slide 105