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Respostas do
réu na prática
Prof. Yves Lima
Descrição
Você vai entender o que significa a resposta do réu na prática, isto é, a
manifestação do réu após a citação. O réu poderá adotar algumas
posturas, como: oferecer contestação; oferecer reconvenção; e não
fazer nada, o que ocasionará a decretação da sua revelia.
Propósito
A importância do conteúdo tem um nítido caráter de proteção do réu de
eventuais excessos ou equívocos nos pedidos elaborados pelo autor, de
modo que a compreensão da resposta do réu (ou sua ausência) permite
o exercício da ampla defesa e do contraditório pelo réu.
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Objetivos
Módulo 1
Contestação
Identificar as matérias de contestação e o seu papel como forma de
defesa contra a pretensão do autor.
Módulo 2
Reconvenção
Analisar o exercício do direito de ação do réu dentro do processo por
meio da reconvenção.
Módulo 3
Revelia
Analisar as consequências da ausência de contestação do réu no
processo e os seus efeitos.
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Introdução
A citação é meio que integra o réu na relação jurídica processual,
sendo por meio dela que o réu passa a ter ciência da pretensão
do direito do autor. Com a citação, o réu é chamado ao processo
para que, querendo, apresente sua resposta no prazo legal. A
compreensão do que pode ser alegado pelo réu possibilita o
exercício do contraditório e da ampla defesa, admitindo, ainda, a
pretensão do réu em exercer o direito de ação dentro do mesmo
processo originariamente exercido pelo autor.
Em nosso estudo, serão abordados os conceitos de contestação
e reconvenção como respostas típicas do réu. Note que o
CPC/2015 eliminou as exceções e os incidentes de defesa, tendo
em vista que a incompetência relativa passou a ser matéria de
contestação, por exemplo.
Por fim, você entenderá o conceito jurídico da ausência de
contestação do réu no processo, conhecida como revelia, bem
como os seus efeitos no desenvolvimento regular do processo.

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1 - Contestação
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as matérias de
contestação e o seu papel como forma de defesa contra a pretensão do
autor.
O que é a contestação?
Assista ao vídeo para entender o que é a contestação e o seu
cabimento, e conferir o prazo para a sua oferta no processo.
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Notas introdutórias sobre a contestação
O réu é integrado à relação jurídica processual por meio da citação, de
modo que passa a ter a plena ciência da demanda ajuizada pelo autor
contra ele. Após a ciência do processo instaurado pelo autor, o réu
poderá insurgir contra o pedido inicial formulado.
A citação do réu é requisito de sua validade, ressalvada as hipóteses de
indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido
(art. 239, CPC). É possível que o réu compareça de forma espontânea,
suprindo a falta ou nulidade da citação (art. 239, §1º, CPC).
Ao ser citado, o réu poderá adotar três caminhos:
• Contestar o pedido (arts. 355 a 342 do CPC).
• Oferecer reconvenção (art. 343 do CPC).
• Permanecer inerte, acarretando a decretação da sua revelia (arts.
344 a 346 do CPC).
A contestação é a peça de defesa por excelência, sendo oferecida
contra a própria propositura da ação. Assim como a petição inicial, a
contestação subordina-se a uma forma, em regra, é escrita, salvo nos
procedimentos concentrados, podendo ser oferecida oralmente, como
ocorre no rito da Lei nº 9.099/95.
Na contestação, o réu deverá alegar toda matéria de defesa, discorrendo
sobre as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor,
além de especificar as provas que pretende produzir (art. 336, CPC).
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além de especificar as provas que pretende produzir (art. 336, CPC).
Prazo
Nos termos do art. 335 do CPC, o prazo para o réu contestar é de 15
dias. A grande problemática surge, no entanto, para definir o termo
inicial da contagem de prazo. Vamos entender melhor!
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação,
por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo
termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de
mediação, ou da última sessão de
conciliação, quando qualquer parte não
comparecer ou, comparecendo, não houver
autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento
da audiência de conciliação ou de mediação
apresentado pelo réu, quando ocorrer a
hipótese do art. 334, § 4º, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o
modo como foi feita a citação, nos demais
casos.
(Lei nº 13.105/2015)
O CPC adota três caminho diversos. Nos termos do inciso I do art. 335
do CPC, o termo inicial será da audiência de conciliação ou de
mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte
não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição.
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Por outro lado, o termo inicial do prazo será contado da data do
protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de
mediação apresentado pelo réu, quando a audiência não ocorrer em
razão do desinteresse das partes na composição consensual, nos
termos do art. 335, inciso II do CPC.
Não havendo audiência de conciliação ou mediação e não existindo
qualquer protocolo de cancelamento de audiência, a contagem do prazo
será nos termos do art. 231 do CPC, isto é, a depender de como foi feita
a citação, tal como preconiza o inciso III do CPC.
Caso a contestação seja apresentada fora do prazo legal, não se deve
realizar o seu desentranhamento se:
 Contiver defesas que podem ser suscitadas mesmo
após o prazo de contestação (art. 342, CPC).
 For demonstrado que os fatos indicados pelo autor
são irrazoáveis para elidir a presunção da
veracidade decorrente da revelia (art. 345, inciso IV,
CPC).
 Divergir das conclusões jurídicas pleiteadas pelo
autor, sobre as quais não ocorrerão os efeitos da
revelia.
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Atenção: A legislação especial pode estabelecer prazos diferenciados
para a contestação, como ocorre no art. 7º, inciso IV da Lei n.
4.717/1965, em que o prazo para contestar é de 20 dias.
Matérias alegadas na
contestação
Assista ao vídeo e confira quais matérias podem ser alegadas na
contestação, sejam as prévias ao mérito sejam as defesas de mérito.
Matérias que podem ser alegadas antes da
discussão de mérito
As defesas processuais, também chamadas de defesas indiretas, por
não terem como objeto a essência do litígio, estão previstas no art. 337
do CPC, sendo tratadas na prática como defesas preliminares.
As defesas preliminares devem ser alegadas pelo réu antes de discutir o
mérito (art. 337, CPC). O art. 337 do CPC indica 13 hipóteses. Confira!
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I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte,defeito de
representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse
processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação
que a lei exige como preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de
gratuidade de justiça.
(Lei nº 13.105/2015)
Sob a ótica da defesa, as questões acima trazidas pelo art. 337 do CPC
inviabilizam a ação e o processo que antecedem o mérito, por isso a lei
as denomina como questões preliminares, cuja discussões gravitam
acerca dos aspectos meramente formais. Excetuadas a convenção de
arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício as
matérias enumeradas no art. 337.
O CPC de 2015 inovou em relação às antigas exceções,
que caíram de sua independência de peça e passaram
a figurar nas questões preliminares da contestação. Tal
fato ocorre em decorrência da razoável duração do
processo (art. 5º, LXXVIII, CF), abarcada pelo
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processo (art. 5º, LXXVIII, CF), abarcada pelo
CPC/2015 nos seus arts. 1º e 4º, a fim de eliminar o
formalismo desnecessário que era feito no CPC/1973.
Simplificou-se, portanto, o procedimento para a defesa.
As defesas processuais, por meio de questões preliminares, são
divididas de acordo com a consequência do seu acolhimento. Elas
podem ser:
Nesse caso, o acolhimento não põe fim ao processo, mas tão somente
alarga seu tempo de duração.
Nesse caso, quando acolhidas, o processo é extinto sem resolução de
mérito.
No CPC de 2015, contudo, esse raciocínio não pode ser adotado com
absoluto rigor, tendo em vista que o art. 282, §2º do CPC preceitua que,
quando o juiz puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveita a
decretação de nulidade, o juiz não a pronunciará.
Vejamos alguns exemplos de defesas dilatórias!
• Inexistência ou nulidade de citação (art. 337, I, CPC).
• Incompetência do juízo (art. 337, II, CPC).
• Conexão/continência (art. 337, VIII, CPC).
Agora, vejamos os exemplos de defesas peremptórias!
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• Inépcia da petição inicial (art. 337, IV, CPC).
• Perempção (art. 337, V, CPC).
• Litispendência (art. 337, VI, CPC).
• Coisa julgada (art. 337, VII, CPC).
• Convenção de arbitragem (art. 337, X, CPC).
• Carência de ação por falta de interesse de agir e ilegitimidade (art.
337, XI, CPC).
Caso não haja a alegação da existência de convenção de arbitragem,
haverá a aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral (art.
337, §6º).
Se o réu alegar não ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo
prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 dias, a alteração da
petição inicial para substituição do réu, possibilitando uma diminuição
dos honorários advocatícios do procurador do réu excluído, que serão
fixados entre 3% e 5% do valor da causa (art. 338, CPC).
Em caso de ilegitimidade, há a obrigação do réu em indicar o sujeito
passivo sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com os
prejuízos pela falta de indicação (art. 339, CPC).
Defesa de mérito
Ao contrário das questões preliminares, as defesas de mérito dizem
respeito ao próprio direito material reivindicado ou violado pelo autor.
Nesse sentido, na defesa de mérito, o réu pretende sustentar que o
direito material alegado pelo autor não é adequado ao caso concreto ou
que ele simplesmente não existe. Desse modo, impugna-se a pretensão
material do direito do autor. Essa impugnação, caso acolhida, acarretará
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material do direito do autor. Essa impugnação, caso acolhida, acarretará
a improcedência do pedido do autor e, por consequência, a extinção do
processo com resolução de mérito, nos termos indicados no art. 487 do
CPC.
A defesa do mérito pode ser direta ou indireta. Vamos entender as
diferenças entre elas!
O réu enfrenta
frontalmente os fatos e
os fundamentos
jurídicos expostos pelo
autor na petição inicial,
com a finalidade de
expurgar todas as
alegações do autor, ou
seja, quando os fatos
não ocorreram ou
quando o quadro fático
não se adéqua ao caso
concreto.
O réu não enfrenta o
quadro fático trazido
pelo autor, mas
colaciona fato novo
capaz de impedir,
modificar ou extinguir o
direito do autor,
ampliando, por
conseguinte, o objeto
da cognição. O juiz,
portanto, após uma
defesa de mérito
indireta, passará a
analisar o contexto
fático de forma mais
ampla.
Entende-se por fatos impeditivos aqueles que são anteriores ou
simultâneos ao fato constitutivo do direito, impedindo que gere seus
regulares efeitos. Por fatos extintivos, entende-se que são aqueles que
colocam fim a direito, sendo posteriores ao surgimento da pretensão do
autor, por exemplo, a prescrição. Já os fatos modificativos são aqueles
que geram uma modificação subjetiva ou objetiva na demanda. Na
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modificação subjetiva, pode ocorrer a cessão de crédito com a mudança
do credor, ao passo que, na modificação objetiva, pode ocorrer o
parcelamento do crédito – hipótese em que o crédito não poderá ser
exigido em sua totalidade.
Depois da contestação, o réu só poderá suscitar novas alegações
quando forem:
• Supervenientes ao fato ocorrido.
• Cognoscíveis de ofício pelo juiz.
• Por expressa disposição legal.
Nesse sentido, a contestação tem o efeito de impedir que o autor
desista da ação sem o seu consentimento (art. 485, §4º do CPC), além
de que a extinção do processo por abandono da causa pelo autor
dependerá de requerimento do réu.
É importante pontuar que a ordem da contestação não traduz,
necessariamente, uma preferência do legislador no exame das questões
processuais em relação ao mérito da causa. Caso assim fosse, haveria
uma preferência na extinção do processo sem resolução do mérito (art.
485, CPC) no lugar da extinção com resolução de mérito (art. 487, CPC),
contrariando o que preceitua o princípio da primazia do mérito
estampado no art. 6º do CPC.
Ônus da impugnação
especí�ca
Assista ao vídeo e aprenda o que é o ônus da impugnação especificada,
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os deveres inerentes e as consequências de seu descumprimento.
Conceituação e características
O pedido do autor gera para o réu o ônus de impugnar
especificadamente os fatos narrados. Nesse sentido, a defesa, por meio
da contestação, deve rebater todos os fatos expostos pelo autor, sob
pena de se presumirem verdadeiros os fatos não impugnados, tal como
preconiza o art. 341 do CPC.
No entanto, o art. 341 prevê três exceções. Vamos conhecê-las!
Quando não for admissível, a seu respeito, a confissão.
Quando a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a
lei considerar da substância do ato.
Se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu
conjunto.
Observe que a exceção “c)” exige que o magistrado exerça uma
cognição muito maior, porquanto deverá analisar o processo como um
tudo para excetuar o ônus de impugnação específica do réu.
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tudo para excetuar o ônus de impugnação específica do réu.
O ônus da impugnação específica dos fatos não se aplica ao defensor
público, ao advogado dativo e ao curador especial (parágrafo único do
art. 341 do CPC). Apesar de não ser expresso, há uma ideia de que
esses personagens podem se valer de uma negativa geral dos fatos
narrados pelo autor.
O parágrafo único do art. 341 do CPC tem duas diferenças com o
correspondentedo Código de 1973, pois exclui o Ministério Público e
inclui o defensor público no rol de sujeitos que têm a prerrogativa da
negativa geral. De todo modo, a participação do Ministério público no
polo passivo é situação excepcional, de modo que, quando atuar como
curador especial, terá a prerrogativa de negativa geral.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
A famosa Jornalista Luciana anunciou, em seu programa, que estava
com depressão. João, inimigo número 1 de Luciana, começou a fazer
piadas sobre a doença, além de divulgar nas redes sociais todo o seu
tratamento, em tom jocoso. Irritada e triste, Luciana procura um
advogado e ajuíza uma ação indenizatória em face de João,
demonstrando que as ofensas de João são irrazoáveis e abalaram ainda
mais seu estado psicológico. Na petição inicial, Luciana deixa claro seu
pedido para que não tenha audiência de conciliação. A juíza, ao receber
a petição inicial, não marca a audiência de conciliação e cita João para
apresentar sua resposta. João foi citado no dia 14/04/2023 e o aviso de
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apresentar sua resposta. João foi citado no dia 14/04/2023 e o aviso de
recebimento foi juntado aos autos no dia útil seguinte (15/04/2023).
Desesperado com a citação, João procura você para advogar para ele, e
faz duas perguntas:
a) Qual o instrumento processual cabível para responder a demanda
indenizatória de Luciana?
b) Qual o prazo para apresentar tal petição?
Digite sua resposta aqui
Exibir solução
a) Conforme art. 335 do CPC, O réu poderá oferecer
contestação, por petição, para impugnar as alegações do
autor. A contestação é a peça de defesa por excelência. O
réu que contesta pugna pelo desacolhimento do pedido da
inicial.
b) O prazo é de 15 dias úteis a contar da juntada do aviso de
recebimento (AR), nos termos do art. 335 c/c art. 231,
inciso I, ambos do CPC.
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2 - Reconvenção
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar o exercício do direito de
ação do réu dentro do processo por meio da reconvenção.
O que é a reconvenção?
Assista ao vídeo e confira uma introdução sobre o que é a reconvenção,
seu papel dentro do processo e quais os seus requisitos.
Notas introdutórias sobre a reconvenção
A reconvenção é um direito de ação do réu dentro do mesmo processo
que foi instaurado pelo autor. Ela não se confunde com a contestação,
pois haverá uma ampliação objetiva ulterior do processo, uma vez que
passará a contar com duas ações: a proposta pelo autor e a proposta
pelo réu. Não há uma pluralidade de processos, pois o processo será o
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pelo réu. Não há uma pluralidade de processos, pois o processo será o
mesmo, mas haverá uma ação de natureza reconvencional.
Por outro lado, a reconvenção exige que o réu preencha alguns
requisitos que torne possível sua propositura, já que não é qualquer
pretensão do réu que pode ser objeto de reconvenção, devendo haver
uma conexão entre o que está sendo discutido.
Imagine que o autor discute um contrato “A”. Ao propor a reconvenção, o
réu deverá fundamentar seu pedido com base no contrato “A”, cuja
discussão foi trazida pelo autor. Há, portanto, a necessidade de uma
similitude entre o que foi proposto pelo autor e o que foi proposto pelo
réu.
Segundo Fux (2019), a reconvenção existe com base no princípio da
economia processual, com a finalidade de que o processo seja capaz de
resolver uma maior quantidade de problemas com a menor atividade
possível. Isso porque a reconvenção faz “exsurgir no processo uma
cumulação objetiva de pedidos, de caráter contrastante, viabilizando ao
juiz, numa só sentença, julgar a ação e a reconvenção” (Fux, 2019, p.
267).
Além disso, para conferir maior economia processual e efetividade, é
necessário que sejam preenchidos alguns requisitos.
Procedimento da
reconvenção
Assista ao vídeo e confira as características e fases procedimentais da
reconvenção, bem como uma discussão se ela é uma faculdade ou ônus
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do réu.
Características e fases procedimentais
A reconvenção poderá ser proposta conexa com a ação principal ou
com fundamento da defesa. Ao propor a reconvenção, o réu assume
uma posição ativa no processo, da mesma forma que o autor também
pleiteia a proteção de um direito material. O réu se tornará autor (autor/
reconvinte) e o autor se tornará réu (réu/reconvindo).
Por ter natureza de nova ação, haverá a necessidade de recolhimento de
custas iniciais. Uma vez proposta, mesmo que o autor desista da ação
principal, com ou sem resolução do mérito, a reconvenção não será
prejudicada (art. 343, §2º, CPC).
Nesse sentido, a reconvenção pode ser formulada na própria
contestação, a teor do que dispõe o art. 343 do CPC. No Código de
1973, o tratamento era diverso, pois a reconvenção era apresentada por
petição autônoma e simultânea à contestação. A reconvenção só será
admitida se o juízo da causa originária for competente para dela
conhecer.
O termo conexão existente no art. 343 do CPC não é
empregado da mesma forma que em outras passagens
no CPC, como no art. 55. Isso porque a reconvenção
como pressuposto da própria reconvenção deve ser
compreendida a partir da exigência de algum traço de
similitude entre a reconvenção e a ação originária que
justifique a pretensão do réu em propor reconvenção.
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justifique a pretensão do réu em propor reconvenção.
Em outro giro, por ter uma natureza jurídica de ação, haverá a
necessidade de pressupostos processuais específicos, como os
indicados por Daniel Assumpção Amorim Neves. Confira!
(a) litispendência: para que exista
reconvenção é indispensável que exista a
demanda originária;
(b) identidade procedimental: considerando-
se que a ação originária e a ação
reconvencional seguirão juntas, sendo
inclusive decididas por uma mesma
sentença, o procedimento de ambas deve ser
o mesmo;
(c) competência: o juízo da ação originária é
absolutamente competente para a ação
reconvencional, de forma que, sendo a
competência absoluta dessa ação diferente
da ação originária, será proibido o ingresso
de ação reconvencional, devendo a parte
ingressar com a ação autônoma perante o
juízo absolutamente competente;
(d) conexão com a ação originária ou com os
fundamentos de defesa.
(Neves, 2017a)
O juiz, ao receber a reconvenção, poderá indeferir a petição inicial (arts.
330 e 356), sendo cabível agravo de instrumento dessa decisão (art.
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330 e 356), sendo cabível agravo de instrumento dessa decisão (art.
356, §5º do CPC).
A reconvenção, em regra, é uma demanda do réu em face do autor. Isso
não afasta, por outro lado, que o réu-reconvinte faça litisconsórcio com
terceiro para ajuizar demanda reconvencional em face do autor-
reconvindo (art. 343, §4º, CPC). Como exemplo, é o caso de o autor
ajuizar ação em face de apenas um dos codevedores solidários e, o réu,
em litisconsórcio com seu codevedor, reconvir para requerer a
invalidação do contrato em discussão.
Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser
titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser
proposta em face do autor, que nessa hipótese também ocorrerá na
qualidade de substituto processual (art. 343, §5º do CPC).
Proposta a reconvenção, deve ser intimado o autorpara apresentar sua
resposta, no prazo de 15 dias. Poderá, ainda, oferecer reconvenção para
a reconvenção, apresentando ambas na mesma peça processual.
Faculdade do réu
A reconvenção é uma faculdade do réu. Da mesma forma, o réu poderá,
ao invés de contestar, opor apenas a reconvenção. Não há qualquer
vedação legal na oposição de reconvenção desacompanhada de
contestação.
Se o réu não propuser a reconvenção, poderá ajuizar uma ação
autônoma que poderia ser manejada no prazo da reconvenção, que é o
mesmo da contestação.
Para Neves (2017a), não há qualquer situação de desvantagem para o
réu que deixa de reconvir. Observe!
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21 of 36 04/08/2024, 19:03
Não é possível vislumbrar qualquer situação
de desvantagem processual ao réu que deixa
de reconvir, situação diametralmente oposta
àquele que deixa de contestar, que será
considerado revel. Nesse sentido, afirma-se
corretamente que a contestação constitui um
ônus do réu, enquanto a reconvenção
constitui tão somente uma faculdade. A
própria natureza de ação dessa espécie de
resposta fundamenta sua natureza de mera
faculdade processual, não se podendo
admitir que o réu perca o seu direito de ação
por uma simples omissão processual. O
prazo para a reconvenção, portanto, é
meramente preclusivo, significando que o réu
não mais poderá reconvir após o seu
transcurso, mas a via autônoma continuará a
existir para o exercício de seu direito de ação.
(Neves, 2017a, p. 684)
Caso o réu não proponha a reconvenção, a propositura de ação
autônoma pode gerar um resultado similar, isto é, não há qualquer
prejuízo direto com a ausência de reconvenção. Com efeito, havendo a
propositura de ação autônoma, havendo conexão, as demandas serão
reunidas perante juízo prevento que ficará responsável pelo julgamento
conjunto dos processos (art. 58, CPC).
Falta pouco para atingir seus objetivos.
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22 of 36 04/08/2024, 19:03
Vamos praticar alguns conceitos?
João e Guilherme, advogados conceituados na cidade de João Pessoa,
discutem sobre alguns aspectos processuais em um caso comum do
escritório em que dividem a sociedade. João fala a Guilherme que vai
defender o cliente por meio de contestação, pois era incabível a
propositura de reconvenção caso ele optasse por fazer a contestação.
Guilherme retruca o sócio e diz que a reconvenção pode ser proposta
independentemente da contestação. Sobre o caso narrado, discorra
sobre a opinião de João e Guilherme.
Digite sua resposta aqui
Exibir solução
Conforme §6º do art. 336 do CPC, o réu pode propor
reconvenção independentemente de oferecer contestação.
Além disso, o art. 343 do CPC admite, inclusive, que a
reconvenção seja trazida na própria peça de contestação.
Nesse sentido, resta claro que João está equivocado e que
Guilherme respondeu de forma correta. Vale dizer que a
resposta por meio de contestação não impede a
propositura de reconvenção.
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23 of 36 04/08/2024, 19:03
3 - Revelia
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as consequências da
ausência de contestação do réu no processo e os seus efeitos.
A revelia e os seus efeitos
Assista ao vídeo e aprenda o que é a revelia e quais são seus efeitos,
tanto materiais – presunção relativa de veracidade das alegações de
fato autorais – como processuais.
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24 of 36 04/08/2024, 19:03
Notas introdutórias sobre a revelia
O réu pode, caso queira, não se manifestar acerca da pretensão
deduzida pelo autor no processo ou simplesmente perder o prazo para
apresentar sua resposta. Nesses casos, como não há defesa, o réu será
considerado revel e, por consequência, serão presumidas como
verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor, vide art. 344:
“Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão
verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor”.
Apesar do art. 344 do CPC confundir o conceito de revelia com os seus
efeitos, trata-se de elementos independentes. A revelia é a ausência de
contestação. Se o réu apresentar a contestação, mas de forma
intempestiva, será revel, porque apesar da contestação existir, não foi
oposta no prazo legal, atraindo para o caso concreto os efeitos da
revelia. Vale dizer que a revelia não é um efeito jurídico, ela está no
plano dos fatos, sendo um ato-fato jurídico.
Efeitos
Caso não exista contestação do réu ou sendo oposta fora do prazo
legal, haverá revelia. Quatro são os efeitos dessa conduta do réu,
confira!
 Fatos alegados pelo autor são reputados como
verdadeiros (efeito material).
 Desnecessidade de intimação do réu revel.
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Em razão da ausência de resposta do réu, é comum considerar
presumidamente verdadeiros os fatos narrados pelo autor. Por outro
lado, o juiz não estará vinculado aos argumentos do autor simplesmente
porque o réu não apresentou sua defesa, ao revés, essa presunção é
relativa, podendo ser afastada no caso concreto. A revelia, portanto, não
implica vitória do autor, uma vez que sua existência não significa o
reconhecimento da procedência do pedido pelo réu.
Deve-se, portanto, tomar cuidado com o efeito material da revelia, visto
que sua presunção está condicionada à expressa advertência de sua
possibilidade no momento da citação do réu. Com a finalidade de
reduzir o uso indiscriminado da revelia, é possível notar que o art. 345
do CPC estabelece que, em certas situações, não se operará a
presunção de veracidade. Confira!
Art. 345. A revelia não produz o efeito
 Preclusão em desfavor do réu do poder de alegar
algumas matérias de defesa (efeito processual,
ressalvadas aquelas previstas no art. 342 do CPC).
 Julgamento antecipado do mérito, caso ocorra o
efeito material da revelia.
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Art. 345. A revelia não produz o efeito
mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles
contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada
de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo
autor forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos.
(Lei Nº 13.105/2015)
Sobre a presunção relativa quanto aos efeitos da revelia, veja, a seguir, o
que Alexandre Câmara preceitua.
O efeito material é a presunção da veracidade
das alegações de fato formuladas pelo autor
(art. 344). Dito de outro modo, caso o réu não
conteste, o juiz deverá presumir que tudo
aquilo que o autor tenha alegado na petição
inicial a respeito dos fatos da causa é
verdadeiro. Essa presunção é relativa, iuris
tantum, o que implica dizer que ela admite
prova em contrário. E é exatamente por isso
que ao réu revel é autorizada a produção de
contraprovas, ou seja, de provas que
busquem afastar a presunção de veracidade
das alegações de fatos formuladas pelo
autor, desde que ingresse no processo a
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autor, desde que ingresse no processo a
tempo de produzi-las (art. 349). E isto porque,
nos termos do art. 346, parágrafo único, o
revel pode intervir no processo em qualquer
fase, recebendo-o no estado em que se
encontre (o que impede, então, de praticar
atos que já estejam cobertos pela preclusão).
(Câmara, 2017)
O art. 346 do CPC aduz que os prazos contra o réu revelque não tenha
patrono fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
Nesse sentido, não haveria necessidade de intimação do réu revel,
bastando a publicação do ato decisório no diário oficial. Contudo, em
determinadas hipóteses de intimação pessoal, deverá ser observada a
intimação pessoal do réu revel, por exemplo, o depoimento pessoal e a
exibição de documentos.
Caso o réu revel tenha advogado constituído nos autos, o patrono
deverá ser intimado de todos os atos processuais.
Ainda nos efeitos da revelia, é importante registrar que o art. 355, inciso
II do CPC, permite o julgamento antecipado do mérito se o réu for revel e
não houver requerimento de prova. Por outro lado, se o juiz considerar
presumidamente verdadeiros os fatos alegados pelo autor, não haveria,
em tese, a necessidade de produção de provas, mesmo que requeridas
pelo réu revel.
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Audiência.
Além disso, mesmo o réu sendo revel, não é permitido ao autor aditar ou
alterar o pedido ou a causa de pedir, salvo caso promova nova citação
do réu, nos termos do art. 329, inciso II do CPC.
Ingresso do réu revel no
processo
Assista ao vídeo e confira as consequências do ingresso do réu revel no
curso do processo, bem como as do não ingresso, esclarecendo quando
isso pode ensejar o ajuizamento da querela nullitatis.
Participação do revel no processo
Antigamente, havia um entendimento que a ausência de manifestação
do réu seria uma ofensa ao Poder Judiciário. Em realidade, a não
atuação do réu se traduziria em pouco caso com o processo. Com
efeito, a doutrina entende que o réu não deve ser punido por seu estado
de revelia, ao revés, a ausência de manifestação do réu é uma escolha.
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Em linhas gerais, após a citação, é possível que o réu:
• Apareça e apresente sua resposta.
• Apareça e não apresente resposta.
• Não apareça.
Caso o réu apareça e não apresente defesa ou apresente fora do prazo,
nada impede que produza prova (art. 349 do CPC e enunciado nº 231 do
STF).
A participação do réu revel no procedimento probatório não deve ser
vista com tanta simplicidade como se poderia entender pela mera
leitura do art. 346 do CPC, tal como preconiza Daniel Assumpção
Amorim Neves. Confira!
No campo probatório, entretanto, a aparente
simplicidade da regra prevista no art. 346,
parágrafo único, do CPC pode esconder
algumas complicações. Naturalmente a regra
continua a ser aplicada, mas é imprescindível
para fixar o seu exato alcance a percepção de
que a prova surge no processo mediante um
procedimento probatório, sendo a
participação do réu revel condicionada no
momento desse procedimento probatório
quando ingressa no processo. A súmula 231
do Supremo Tribunal Federal permite a
produção de prova pelo réu revel, mas há
limitações que dependem no momento do
ingresso no processo. Na tentativa de
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ingresso no processo. Na tentativa de
solucionar os dilemas surgidos quanto à
participação do réu revel na instrução
probatória, o CPC prevê em seu art. 349 que
ao réu revel será lícita a prova produção de
provas, contrapostas às alegações do autor,
desde que se faça representar nos autos a
tempo de praticar os atos processuais
indispensáveis a essa produção. A regra está
posta, mas cabe à doutrina esmiuçá-la.
(Neves, 2017a)
Nesse sentido, o réu revel pode ingressar no processo e participar a
qualquer momento, recebendo o processo no exato estado em que ele
se encontra. Obviamente, deve o réu respeitar todas as preclusões
operadas no processo, de modo que sua participação ocorra no
momento de sua intervenção, tal como consta expressamente no art.
346, parágrafo único, do CPC.
Querela nullitatis
Caso o réu seja revel e tenha sido proferida sentença em seu desfavor,
sem que tenha havido citação válida (art. 525, §1º, I e art. 535, I, ambos
do CPC), ele poderá ajuizar uma ação autônoma chamada de querela
nullitatis, cuja o objeto é a impugnação da sentença nula.
Essa ação autônoma é mais um instrumento de proteção do réu revel,
pois, se for constatado algum vício na sentença que tenha prejudicado o
réu, o ato judicial deverá ser declarado nulo, especialmente em se
tratando de ausência ou nulidade da citação, com a finalidade de
preservar o exercício da ampla defesa e do contraditório do réu.
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31 of 36 04/08/2024, 19:03
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Sandoval, em sua caminhada habitual pela manhã, no Rio Grande do Sul,
foi atingido no peito por uma faca do apartamento 1726, do Condomínio
Vista Alegre. Com o impacto, Sandoval teve um corte profundo e perdeu
muito sangue, momento em que foi socorrido por pessoas que
passavam no local do acidente. Julia e João Paulo levaram Sandoval
para o hospital mais próximo, onde ficou internado por 20 dias.
Durante a internação, Sandoval ficou abalado psicologicamente, pois é
raro imaginar que um indivíduo, durante uma caminhada matinal,
pudesse ser ferido com uma faca jogada por um morador de outro
apartamento – no caso, morador do apartamento 1726, do Condomínio
Vista Alegre. Sandoval alega que ficar tanto tempo no hospital foi algo
que ele jamais imaginava que fosse acontecer e que tal conduta deve
ser reparada.
Sandoval é advogado renomado e ganha em média R$ 2.000,00 por dia
trabalhado, mesmo aos finais de semana. Durante o período internado,
ele deixou de receber R$ 40.000,00.
Após receber alta, Sandoval resolveu ajuizar uma ação indenizatória em
face do condomínio, sustentando que todos os danos da sua internação
foram causados pela faca oriunda do apartamento 1726, além dos
danos morais decorrentes. Desse modo, nos pedidos, Sandoval
requereu a condenação do condomínio em R$ 40.000,00 a título de
danos materiais e R$ 20.000,00 a título de danos morais.
Citado, o Condomínio Vista Alegre, representado pelo síndico, procura
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32 of 36 04/08/2024, 19:03
Citado, o Condomínio Vista Alegre, representado pelo síndico, procura
você para atuar com o caso em juízo. Já que advogará para o
condomínio, elabore a peça processual cabível para a defesa dos
interesses do seu cliente.
Digite sua resposta aqui
Exibir solução
A peça processual cabível é uma contestação (art. 335,
CPC) à ação indenizatória proposta por Sandoval. O
condomínio deverá alegar sua ilegitimidade passiva (art.
337, CPC) em relação ao ferimento da faca ocasionado pelo
apartamento 1726, isto é, como há a identificação do
condômino, o proprietário da unidade autônoma é
responsável pela prática do ato danoso, nos termos do art.
938 do Código Civil. Deverá, ainda, alegar que o condomínio
não tem obrigação de arcar com nenhuma indenização,
pois é responsabilidade do proprietário do apartamento
1726. Registre-se que a ilegitimidade passiva deverá ser
alegada antes de adentrar o mérito, nos termos do art. 337
do CPC. O condomínio deverá, ainda, impugnar todos os
fatos que foram alegados equivocadamente, utilizando o
art. 341 do CPC. Por fim, deve requerer a improcedência do
pedido autoral e extinção do processo sem resolução do
mérito, com base no art. 485, inciso VI do CPC e requerer o
arbitramento de honorários advocatícios em seu favor.
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33 of 36 04/08/2024, 19:03
Considerações �nais
Este conteúdo enumerou e esclareceu as respostas do réu na prática,
desde a apresentação da contestação e a propositurade reconvenção
até aos efeitos da sua não apresentação. A obrigatoriedade de ouvir o
réu torna-se imprescindível para o cânone constitucional do
contraditório.
Nesse sentido, o direito de defesa do réu tem origem no próprio
contraditório e no devido processo legal. A não apresentação de defesa,
por sua vez, pode ser uma opção do próprio réu, mas não escapará da
decretação da revelia, que não confunde o seu conceito com seus
efeitos, como se pretendeu diferenciar no decorrer do estudo. Isso
porque a revelia é apenas a ausência de contestação, ao passo que seus
efeitos são aplicados de forma relativa, podendo ser afastados pelo juiz
no caso concreto.
Não houve pretensão de exaurimento do conteúdo, mas de demonstrar
os principais pontos para compreensão da apresentação formal da
resposta do réu, cujo conteúdo é bastante variado, admitindo-se a
defesa direta e indireta, bem como a divisão entre a contestação e a
reconvenção.
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34 of 36 04/08/2024, 19:03
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Para saber mais sobre as respostas do réu, consulte Processo Civil, de
Daniel Mitidiero, publicado pela Thomson Reuters Brasil em 2021. Vale a
leitura!
Referências
CABRAL, A. do P.; CRAMER, R. (Coords). Comentários ao Novo Código
de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2015.
CÂMARA, A. F. O Novo Processo Civil Brasileiro. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2017.
DIDIER JR., F. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao direito
processual civil, parte geral e processo de conhecimento. 20. ed.
Salvador: Juspodivm, 2018.
FUX, L. Teoria Geral do Processo Civil. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2019.
MEDINA, J. M. G. Código de Processo Civil Comentado. 6. ed. rev., atual.
e ampliada. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020.
NEVES, D. A. A. Manual de Direito Processual Civil. 8. ed. Salvador:
Juspodivm, 2017a.
NEVES, D. A. A. Novo Código de Processo Civil Comentado. 2. ed.
Salvador: Juspodivm, 2017b.
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