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1 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO: 
QUESTÕES E DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM EAD 
 
Gianine Maria de Souza Pierro1; Márcia Cristina Alves dos Santos2; Rosalva Drummond3 
 
Grupo 2.1. Docência na Educação a Distância: Formação e saberes 
 
RESUMO: 
Neste trabalho temos como foco o debate quanto à formação docente na modalidade 
do ensino a distancia, as questões e os desafios que provocam. Trazemos para 
reflexão a experiência das práticas que acontecem no curso de Licenciatura em 
Pedagogia semi-presencial da Unirio, vinculado ao consórcio Cederj no estado do Rio 
de Janeiro, especificamente no Estágio Supervisionado 1 em Educação Infantil. Nosso 
objetivo é compreender o estágio supervisionado como um campo de construção de 
conhecimento e portanto as dimensões teórico metodológicas que esta escolha 
considera e também investigar as possibilidades que a formação docente assume 
quando é pensada nesta perspectiva. Acreditamos contribuir para o campo da 
formação de professores, especificamente nas práticas de estágio supervisionado, na 
medida em que cenários, saberes, conceitos e metodologias de formação estão em 
cena considerando a relevância da universidade como lócus de formação articulado 
aos espaços dos pólos, das escolas e creches. Outra dimensão significativa deste 
trabalho destaca a produção de conhecimentos que o estágio supervisionado pode 
trazer para a formação de professores. 
Palavras-chave: formação de professores em modalidade EaD; estágio 
supervisionado como campo de conhecimento; estágio supervisionado e práticas de 
intervenção reflexão; saberes profissionais. 
 
ABSTRACT: 
SUPERVISED: ISSUES AND CHALLENGES IN TEACHER EDUCATION IN EAD 
In this paper we focus the discussion on teacher education in distance learning mode, 
the issues and challenges that cause. We bring to reflect the experience of the 
practices that occur in the course of Pedagogy semi-presence of Unirio, Cederj 
consortium linked to the state of Rio de Janeiro, specifically Supervised 1 in 
kindergarten. Our goal is to understand the supervised internship as a field of 
knowledge building and therefore the theoretical dimensions that this methodological 
choice and considers also investigate the possibility that teacher training takes when 
it is designed with this in mind. We believe contribute to the field of teacher 
education, specifically in the practice of supervised, in that scenario, knowledge, 
concepts and methodologies of training are on the scene considering the importance 
of the university as a place of training spaces articulated to the poles, schools and 
 
1 Professora Adjunta da UERJ / Coordenadora de Estágio Supervisionado 1 Educação Infantil do curso de 
Licenciatura em Pedagogia Unirio – gianine@oi.com.br 
2 Mestranda em Educação UFF / Tutora de Estágio Supervisionado 1 Educação Infantil do curso de 
Licenciatura em Pedagogia Unirio 
3
 Mestranda em Educação UERJ / Tutora de Estágio Supervisionado 1 Educação Infantil do curso de 
Licenciatura em Pedagogia Unirio 
 
 
 
 
2 
nurseries. Another significant dimension of this work highlights the production of 
knowledge that supervised training can bring to teacher education. 
Keywords: teacher training in EaD mode; supervised internship as a field of 
knowledge; supervised reflection and intervention practices; professional knowledge 
 
 
1. Introdução 
O campo da formação de professores, na modalidade ensino a distancia (EAD), 
vem ganhando atualmente espaço e tem sido procurado por uma significativa parcela do 
público que almeja o diploma de ensino superior. Os motivos pelos quais esta procura 
vem crescendo podem ser discutidos tanto no âmbito das políticas de ensino superior 
como também pelas questões sócio-educacionais que especificamente, os cursos a 
distancia, podem acenar. Corroborando com este debate, nossa proposta aqui é refletir e 
contribuir para esta temática que reconhecemos como um espaço em expansão na 
educação brasileira, notadamente para a formação de professores, nos desafios que se 
apresentam. 
Em nossa discussão a visão sobre EaD e formação docente, com a qual 
pretendemos dialogar neste trabalho, está pautada em alicerces que a teoria da 
complexidade, desenvolvida por Edgar Morin, oferece. Dentre os desafios que este autor 
aponta para o enfrentamento da educação no século XXI, não só referentes aos saberes 
científicos, culturais como os da própria formação docente, buscamos também, nas bases 
da teoria da complexidade, compreender as possibilidades da EaD como processo 
dinâmico para o qual precisamos desenvolver estratégias na relação ensino – 
aprendizagem que propiciem a análise, a problematização e a reflexão no campo desta 
formação. 
Para nós que viemos trilhando caminho nas práticas de estágio supervisionado se 
pretendemos qualificar os cursos de licenciatura nesta modalidade de ensino devemos 
reconhecer a expansão que a EAD vem alcançando e conseqüentemente as demandas de 
cuidado e atenção próprios com vistas a qualificar os cursos de licenciatura nesta 
modalidade de ensino. 
As reflexões neste trabalho têm como palco o curso de Licenciatura em Pedagogia 
semi-presencial da Unirio, direcionando para as propostas que viemos realizando nos 
últimos anos, nas atividades de Estágio Supervisionado 1 em Educação Infantil. Em nossas 
discussões a partir dos planejamentos, registros e ações da coordenação; da tutoria 
presencial e a distancia de estágio; das atividades nos pólos e das atividades e relatórios 
dos alunos, destacamos a questão da comunicação e da aprendizagem/formação como 
dimensões onde se faz necessário propor e definir ferramentas, instrumentos e os meios 
a serem utilizados na construção do fazer docente, considerando que eles possuem 
características próprias. 
Outra dimensão evidenciada neste estudo, como uma vertente frente à formação 
docente, está desenhada na articulação universidade-escola, lócus ímpar para a formação 
de professores, uma vez que a aprendizagem individual que os alunos vão construindo ao 
 
 
 
 
3 
longo do curso precisa ser vivenciada em escolas em práticas de estágio e realimentada 
nas práticas coletivas e de troca de aprendizagens que acontecem nos pólos. 
Desta forma a primeira idéia que o ensino a distancia possa pressupor de um 
modelo de estudo individualizado, no caso da formação de professores nos parece uma 
visão superficial e inadequada, uma vez que solicita ação direta com um fazer educativo 
que precisa ser vivido em espaços coletivos – seja na escola/creche seja no encontro 
presencial no pólo. Assim licenciandos, curso (EAD) e realidade escolar criam uma 
triangulação dinâmica diante da qual surgem desafios e necessidades de estratégias da 
relação ensino - aprendizagem para os quais nós, formadores de professores, não 
podemos evitar em conhecer, compreender e aprofundar. 
 
 
2. Estagio Supervisionado no curso de Licenciatura em Pedagogia da Unirio: 
contextualizando nosso curso 
 
 O curso de Licenciatura em Pedagogia da Unirio (PLI/Unirio) tem sua origem em 
2003 inicialmente no formato e estrutura do curso Paief /Uniro - Curso de Pedagogia 
voltado especificamente para a formação de professores para os anos iniciais do Ensino 
Fundamental, integrado ao Consórcio Cederj. Este consórcio do qual participam seis 
universidades públicas sediadas no Estado do Rio de Janeiro foi elaborado em 1999, 
através do documento gerado por uma comissão formada por dois membros de cada 
universidade juntamente com a SECT – Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia. Esse 
documento foi assinado pelo governador do Estado do Rio de Janeiro e pelos reitores das 
universidades consorciadas no dia 26 de janeiro de 2000, firmando as bases para o 
Consórcio CEDERJ. 
Atendendo às diretrizes para a formação de professores do MEC (Resolução 
CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006) o curso de Pedagogia passou por uma revisão 
curricular e apresentaagora a estrutura diante da qual nos debruçamos - curso de 
Licenciatura em Pedagogia da Unirio. 
Em seu modelo curricular o estágio supervisionado é um componente do currículo 
com 300 horas programadas para acontecer em cinco semestres letivos, a partir do 4° 
período do curso, distribuídas nas ênfases: Educação Infantil, Educação de Jovens e 
Adultos, Ensino Médio (Modalidade Normal), Ensino Fundamental e Educação em 
contextos não escolares. 
No desenho curricular do curso de Pedagogia (PLI /Unirio) não há uma relação de 
hierarquia ou pré-requisitos ente os períodos de estágio mas eles estão articulados às 
disciplinas de fundamentação teórica, elas sim consideradas pré-requisitos para a 
realização de cada ênfase do estágio. Desta forma, os pré-requisitos não são entre as 
ênfases do estágio, mas sim às disciplinas exigidas para cursar cada ênfase. 
O Estágio Supervisionado 1 em Educação Infantil, indicado no 4º período do 
currículo, acompanhando o desenho da grade curricular, é o primeiro estágio a ser 
realizado pelos licenciandos. De acordo com o edital do vestibular o estágio é realizado 
exclusivamente nas creches e escolas publicas em todo o estado do Rio de Janeiro. 
 
 
 
 
4 
Ao iniciar o semestre cada aluno é orientado a estabelecer contato com a escola 
onde pretende estagiar. Para tanto deve formalizar suas atividades como estagiário 
apresentando a Carta de Apresentação e o Termo de Compromisso de Estágio, 
instrumentos inseridos na Plataforma Cederj e também impresso nos pólos. 
Esta licenciatura atende um total de 18 pólos localizados nas diferentes regiões do 
estado, recebendo alunos dessas cidades e também de municípios e outras cidades do 
entrono. Os pólos estão sediados nas cidades de: Bom Jesus de Itabapoana; Barra do 
Piraí; Cantagalo; Itaperuna; Itaocara; Macaé; Miguel Pereira; Natividade; Niterói; Piraí; Rio 
Bonito; Rio das Flores; Saquarema; São Fidélis; São Francisco de Itabapoana; Santa Maria 
Madalena; Três Rios e Volta Redonda. Portanto a abrangência e diversidade de 
população, escolas e creches, políticas e demandas educativas e interesses formativos é 
bem variada. 
A presença da tutoria e dos mecanismos de comunicação oferecidos pela 
plataforma vêm de encontro à dinâmica desta proposta de estágio. Num trabalho par e 
passo, compartilhando conceitos quanto à docência e ao estágio, nosso grupo é 
composto por 18 tutores presenciais, atuando diretamente no pólo e 4 tutores a distancia 
com carga horária total de 60 horas destinadas às atividades e orientações que 
acontecem na coordenação central na Unirio. 
 
 
3. Em campo: o estágio 
 
Como princípio no curso PLI /Unirio buscamos superar a dicotomia identificada 
nos cursos de formação de professores onde o estágio se reporta às atividades práticas 
distinguindo-se das disciplinas, responsável pela base teórica, compartilhamos com 
Pimenta e Lima, a visão de “estágio como atitude investigativa, que envolve a reflexão e a 
intervenção na vida da escola, dos professores, dos alunos e da sociedade.” (2004 p. 34). 
Considerar o estágio como um campo de conhecimento significa, de acordo com 
pensamento de Pimenta e Lima (2004) é atribuir-lhe um estatuto epistemológico que 
supere sua tradicional redução à atividade prática instrumental. Para fundamentar essa 
concepção, vemos que o estágio, componente curricular no qual se produz a interação 
entre o curso de formação e o campo social, pode constituir também uma atividade de 
pesquisa/formação. 
Focalizamos como objetivo deste estágio o campo de conhecimento que se produz 
na interação entre cursos de formação e o campo social no qual se desenvolvem as 
práticas educativas e ainda, significar os processos formativos dos licenciandos a partir 
das ações e dos saberes necessários à docência contextualizados e problematizados no 
segmento da Educação Infantil. 
Assim, conhecer a realidade da escola e do sistema de Educação Infantil em seus 
aspectos sociais, culturais e educacionais; produzir e aprofundar conhecimentos teórico-
práticos quanto à docência na participação e reflexão da realidade escolar; construir 
estratégias de intervenção nesta realidade visando à aprendizagem do fazer docente; e 
participar das atividades presenciais nos pólos como práticas de troca de experiência e 
 
 
 
 
5 
produções dos estagiários, são objetivos específicos para os quais voltamos nossa ações 
de formação. 
Acreditamos enfrentar/dialogar com a questão que se coloca de como 
dimensionar o estágio nesta perspectiva. Procuramos diferentes estratégias a fim 
desenhar proposta que indique esta escolha metodológica. Como ponto central está a 
dimensão autoral que o estágio pode oferecer aos licenciandos nas práticas das ações 
docentes no estágio. 
Na apresentação no Guia de Estágio, elaborado para este curso e revisto a cada 
semestre, destacamos: 
“Sendo o estágio um componente do currículo, assume características próprias 
de realização e por isso demanda compromisso e tarefas específicos. O 
momento desta prática oportuniza você (licenciando) a refletir sobre as suas 
próprias ações docentes, revisando e aprofundando os saberes adquiridos 
tanto neste curso como ao longo de sua vida. Por isso, o estágio é sempre o 
desenvolvimento de um trabalho de investigação e reflexão crítica, realizado 
no contato cotidiano com a realidade escolar e com as diversas pessoas, o que 
torna a prática do estágio uma experiência viva, dinâmica, específica e 
participante da proposta educacional.” (PIERRO, 2012) 
 
Entendendo que a formação docente não é um processo pontual, mas que se dá 
ao longo de toda a vida de cada professor na construção dos saberes profissionais, 
referencias de fundamentos nos pensamento de Freire (1996), Nóvoa (2002) e Schön 
(1992), entre outros autores da atualidade que refletiram e refletem sobre esta formação 
Com a intenção de significar os processos formativos a partir das ações e dos 
saberes necessários à docência contextualizados e problematizados no segmento da 
Educação Infantil, o estágio supervisionado aqui proposto deve possibilitar um 
envolvimento experiencial e interativo dos licenciandos com a instituição escolar, criando 
condições de aprendizagem que podem propiciar a aquisição de saberes profissional. 
 No decorrer do semestre as atividades se voltam para três perspectivas: (a) 
atividades específicas dos estagiários de preparação e reflexão para elaboração de relato 
e relatório, leituras e pesquisa de textos; (b) atividades presenciais no pólo; e (c) 
atividades na escola englobando aquelas voltadas para realização de planejamentos de 
projetos de atividades, observação de alunos, participação em atividades de gestão 
escolar. 
 No inicio do estágio é proposto ao aluno que elabore um Plano de estágio que 
parta do diagnóstico feito da escola e se entrelace com as expectativas de formação deste 
licenciando. Neste planejamento deverá apresentar pesquisas, levantamentos, 
planejamento de atividades e de projetos, brincadeiras, participação em eventos e 
comemorações, reuniões de acompanhamento ou de avaliação e ainda disponibilizar 
carga horária para observações, conversas, elaboração de quadros diagnósticos, , leituras, 
produções de materiais para atividades na creche ou escola, elaboração de relatos e 
relatórios e participação nas atividades presenciais no pólo. Trata-se de um plano que 
atenda as diferentes possibilidades de realização do estágio e que considere tatno as 
atividade práticas quanto àquelas de elaboração e reflexão sobre a prática. 
 
 
 
 
6 
Nas orientações recebidas pelos alunos através da Plataforma Cederj, na 
participação nas tutorias presenciais e no contato com a tutoria a distancia, este 
planejamento é apresentado como: “essencial para a realização do estágio uma vez que o 
estagiário deve apresentar/construir sua proposta de estágio articulando o cenário 
educacional e os três eixos indicados no Estágio Supervisionado 1 com às formas de 
atividades e respectiva avaliaçãoque acontecerão no semestre.” (PIERRO, 2012) 
No decorrer do semestre com a aproximação da escola e a realização das ações 
propostas os licenciandos vão articulando teoria e prática nas atividades que realizam e 
na produção de registros e reflexões de forma explorar dimensões da formação docente 
apropriando-se de experiências e aprendizagens 
 
 
4. Questões e desafios 
 
Diante do cenário que desenhamos para o estágio como se dá para os licenciandos 
esta formação? O que de apropriação de saberes os licenciandos reconhecem? Em que 
direção apontam suas práticas e ações nas escolas e creches no estado do Rio de Janeiro? 
Quais contribuições, para o campo de formação docente em EAD, podemos aportar? 
O campo de prática da ação docente – a escola, não difere em forma e conteúdo 
daquelas propostas no sistema presencial de ensino. Todo aluno deverá realizar estágio 
nas instituições escolares articulando o conceito de aprendizagem/formação. Envolver-se 
no processo de aprendizagem é condição básica que motiva esta construção. A integração 
do aluno nesse processo se dá no momento em que os saberes docentes se tornam 
significativos para ele. É necessário que perceba por que está realizando cada atividade e 
o significado do estágio a fim de apropria-se deste fazer. 
 De acordo com Lima, 
“A atenta observação pode abrir um leque de outras questões sobre o 
cotidiano escolar, no qual os estagiários aprendem a profissão docente e 
encontram elementos de sua identidade na interação e intervenção que lhes 
confiram reconhecimento de sua presença naquele espaço; realizando as 
articulações pedagógicas possíveis que os tornam sempre estagiários de novas 
experiências e que os façam refletir sobre a escola enquanto espaço do 
fenômeno educativo. (2009, p.47) 
 
Nos registrados de alunos em relatos e relatórios de estágio, percebemos a 
aproximação da práxis educativa na dimensão apresentada por Nóvoa (2002): a pessoa 
do professor e sua experiência; a profissão e seus saberes e a escola e seus projetos. 
Selecionamos de nosso acervo das produções de relatórios finais dos licenciandos esses 
depoimentos: 
Este estágio contribuiu de forma efetiva para minha formação docente. Eu fiz o 
curso Normal a nível médio e o curso Normal Superior, todos os dois tinham 
carga horária enormes de estágio, mas era só observar, ajudar a professora da 
turma e dar aulas. Agora não. Fomos muito bem orientados durante todo o 
estágio e não fomos lá para copiar a professora da turma, fomos para colocar 
 
 
 
 
7 
em prática o que aprendemos nas disciplinas. (Auto-avaliação / aluno pólo 
Itaperuna / junho de 2010) 
 
Através da vivência do estágio pude perceber, digo recordar, meus primeiros 
anos na escola. Pude também aprender com as observações e estudos como 
estão se comportando as novas gerações e quais são as novas concepções 
pedagógicas. As reflexões sobre as mudanças na forma de se educar, muito me 
ajudaram e irão nortear a minha prática porque foram muito enriquecedoras.( 
Auto-avaliação / aluno pólo Itaperuna / junho de 2010) 
 
O reconhecimento de que a formação docente não se dá somente por acumulação 
de cursos, de conhecimento ou de técnicas, mas também através de um trabalho de 
reflexão crítica sobre práticas e de (re)construção permanente de uma identidade 
pessoal, segundo Nóvoa (1992) agrega estatuto ao saber da experiência e justifica o 
investimento na pessoa do professor em formação. 
A parceria universidade/escola, como campo de estágio, se afirma como lócus de 
compreensão do que está sendo vivenciado e aprendido, fruto do relacionamento entre 
os novos saberes e conhecimentos anteriores. O desafio colocado nesta parceria para a 
modalidade ensino a distancia passa a ser um dos cenários com os quais, nós, formadores 
de professores, atuamos e aprendemos também imprimindo um aspecto marcante e 
outras lógicas que compõe o universo da EaD mas que certamente contribuem para a 
formação docente. 
O licenciando constrói relações e aprendizagens no espaço escolar para as quais 
nós, tutores e coordenadores, precisamos estar disponíveis a conhecer. O processo 
comunicativo entre aluno/tutoria/coordenação certamente depende de trocas textuais e 
em algumas circunstâncias utilizam as ferramentas online. Desta forma a impessoalidade 
desta relação indicada por Neves e Fidalgo (2011) pode ser minorada quando se 
estabelece mecanismos de parceria e acompanhamento através do o ambiente virtual. 
A investigação metodológica no enfrentamento das técnicas e propostas das 
tecnologias de informação e comunicação (Tics) na formação de professores e 
especificamente no caso do Estágio supervisionado 1 em Educação Infantil, podem 
acontecer de maneira a buscar alternativas para a formação de professores, e neste 
sentido, estarem contextualizadas nas metodologias que o campo de estágio como 
conhecimento do fazer docente pode oferecer. 
O estudo individualizado e as práticas coletivas de estágio não se colocam em 
contraposição mas precisam ser vividos na escola, nas atividades presenciais e também 
nos espaços individualizados aqueles em que o licenciando - professor em formação, 
reflete, planeja, repensa as aprendizagens. 
A atenção dispensada à autonomia/autoria é crucial, quando se trata da Educação 
a distância, exigindo desacomodar-se dos ritos e práticas rotineiras através do exercício 
da observação e da análise crítica do próprio cotidiano, co-participar e intervir na práxis 
pedagógica, bem como na organização do espaço escolar, tendo como base o referencial 
teórico apreendido e construído no decorrer do curso. 
Concepções quanto ao ensino, aprendizagem e avaliação estão em pauta no 
momento do estágio. Muito embora alguns paradigmas mais amplos sobre educação 
 
 
 
 
8 
sejam mantidos, para a interação entre alunos/tutores e coordenadores que vivem o 
processo de formação em EaD, é importante a clareza quanto às estratégias para a 
construção de aprendizagens docentes e de avaliação. Neste aspecto é fundamental as 
ferramentas disponíveis no ambiente virtual, como também a autonomia e capacidade de 
autorregulação e autoavaliação presentes na estrutura proposta para o estágio. 
Embora não seja objeto deste trabalho o estudo de gênero, temos observado que 
com o avançar dos períodos letivos uma quantidade maior de alunos do gênero 
masculino tem se inscrito em Estágio supervisionado 1 em educação infantil. Seja por 
conta do interesse em cursar Licenciatura em Pedagogia na modalidade semi presencial, 
o fato é que no segundo semestre de 2011, dos 260 alunos inscritos, 25 eram homens, o 
que correspondeu a quase 10% dos alunos inscritos naquele período. Acreditamos que, 
mais adiante poderemos aprofundar a investigação quanto às possíveis contribuições e 
desafios que este fato pode agregar ao curso e às políticas de formação docente. 
 
 
5. Comentários Finais 
 
Ao nos debruçar sobre as ações que realizamos no curso de Licenciatura em 
Pedagogia semi-presencial da Unirio, na proposta do Estágio Supervisionado 1 em 
Educação Infantil, vamos reconhecendo a organicidade que Morin (2004) identifica na 
educação do século XXI. 
Não se trata mais de um único modelo para formação docente, mas de reconhecer 
conteúdo em diferentes formas de expressão e possibilidades acadêmicas e de 
qualificação profissional. Assim não colocamos de maneira antagônica a formação de 
professores em sistemas presencial e a distancia. Ao contrário reconhecemos 
especificidades nos seus processos, propriedades em seus saberes e articulações nas 
contribuições que podem trazer para o universo da educação. 
Como Lima (2009), nossas reflexões a partir das produções e aprendizagens dos 
licenciandos apresentam dois princípios marcantes: o trabalho do professor é princípio 
educativo e está fundamentado na práxis, pontos de partida e chegada no caminhar da 
educação. 
O estágio supervisionado no curso de pedagogia se desenha como um espaço 
interativo de revisão do fazer pedagógico, de visão interdisciplinare de enriquecimento 
profissional. Essas características possibilitam, no âmbito da formação docente, somar 
consciência política e social necessária à compreensão e inclusão no mundo do trabalho. 
Acreditamos contribuir para o campo da formação de professores, 
especificamente nas práticas de estágio supervisionado, na medida em que cenários, 
saberes, conceitos e metodologias de formação estão em cena considerando a relevância 
da universidade como lócus de formação articulado aos espaços dos pólos, das escolas e 
creches. 
Investir nas dimensões da identidade e memória docente, nas ações pedagógicas, 
no trabalho docente e nas práticas institucionais, na escola, sua organização e seu 
movimento situados em contextos sociais, históricos e culturais, são escolhas que vem 
 
 
 
 
9 
confirmando a produção de conhecimentos que o estágio supervisionado pode trazer 
para a formação de professores. 
 
 
6. Referências 
 
BRASIL. MEC/CNE. Parecer CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006. Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Curso de Pedagogia. 
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf 
FREIRE P. Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários á prática educativa. São Paulo. 
Paz e Terra. 6ª edição. 1996. 
 
HORA, D; PIERRO, G; FERNANDES, J.N. Estágios 1 a 5 – Unirio. Rio de Janeiro. Fundação 
Cecierj. 2010. 
LIMA, M. S. O estágio nos cursos de licenciatura e a metáfora da árvore. 2009. 
http://pesquiseduca.unisantos.br/wp-pdf/v1n1/publicado_v1n1a004.pdf 
MORIN, E. Ciência com Consciência. Rio de Janeiro. Bertrand do Brasil. 2001. 
_________. A religação dos saberes: desafio do século XXI. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil. 
2002._________. A cabeça bem feita: pensar a reforma ↔ reformar o pensamento. Trad. 
Eloá Jacobina. Rio de Janeiro. Bertrand do Brasil. 9ª edição. 2004. 
NEVES, I.S.V.; FIDALGO, F.S.R. Tutor em educação a distância. Presença Pedagógica, Belo 
Horizonte, n. 98, mar.abr.2011, p. 62-68. 
NÓVOA A. Formação de professores e trabalho pedagógico. Lisboa: EDUCA, 2002. 
PIERRO, G.M.S. Guia de Estágio Supervisionado 1 em Educação Infantil. Plataforma 
Cederj. 2012 
http://www.cederj.edu.br/ 
PIMENTA, S.G; LIMA, M.S. Estágio e Docência. São Paulo, Cortez, 2004. 
SCHÖN, D. Formar professores como profissionais reflexivos. In NÓVOA A.(org.), Os 
professores e a sua formação. Lisboa: D. Quixote e IIE. 1992.

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