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17/05/2024 1 Profa. Ana Karla Lima Freire Cabral FCF/UFAM – FCF/UNESP MICOSES PROFUNDAS OU SISTÊMICAS Faculdade de Ciências Farmacêuticas Micologia - Integral Fungos virulentos oportunistas MICOSES SISTÊMICAS Regra de Transmissão: Inalação de esporos 17/05/2024 2 MICOSES SISTÊMICAS Histoplasma capsulatum var. capsulatum Histoplasma capsulatum var. duboisii Histoplasmose Coccidioidomicose Coccidioides immitis Coccidioides posadasii Causadas por fungos dimórficos Com caráter OPORTUNISTA MICOSES SISTÊMICAS Paracoccidioidomicose Paracoccidioides brasiliensis Paracoccidioides lutzii Blastomicose Norte-americana Blastomyces dermatitidis Blastomyces gilchristii Causadas por fungos dimórficos Hígido (Imunocompetente) Sem caráter oportunista 17/05/2024 3 MICOSES SISTÊMICAS Criptococose Cryptococcus neoformans Cryptococcus gattii Tem caráter oportunista Causador de infecção primária (não é oportunístico) CRIPTOCOCOSE 17/05/2024 4 CRIPTOCOCOSE DEFINIÇÃO Micose Sistêmica endêmica causada por LEVEDURAS CAPSULADAS. AGENTES ETIOLÓGICOS Subdivisão: Basidiomycotina Gêneros: Cryptococcus neoformans Cryptococcus gattii MICOSES SISTÊMICAS O FUNGO FORMAS SEXUADAS: Filobasidiella neoformans Filobasidiella bacillispora FORMAS ASSEXUADAS Cryptococcus neoformans Cryptococcus gattii 17/05/2024 5 REPRODUÇÃO SEXUADA – MATING TYPES9 Reprodução Sexuada: Hifas Verdadeiras Basídios e basidiósporos; Rodrigues , Alviano e Travassos, 1999 Ciclo Sexuado (Filobasidiella neoformans) Adaptado de Idnurm et al., 2005. Filobasidiella spp.: Fase Filamentosa Fusão entre dois mating types: MATa e MATα; Não são considerados fungos dimórficos verdadeiros. Nuclear fusion Sporulation Meiosis Dikaryon Cell fusion Germination Dispersal Basidiospores Hifa dicariótica Fusão celular Leveduras haplóides a α Germinação Dispersão Basidiosporos Esporulação Meiose Fusão Nuclear 10 Infecção por Cryptococcus spp. Fonte: www.bmolchem.wis.edu Ciclo de Infecção da Criptocococose Esporos Disseminação SNC Inalação/Pulmões Instalação nos Alvéolos 17/05/2024 6 11 Cryptococcus neoformans Mapa da Distribuição de Cryptococcus neoformans Aves como Habitat EPIDEMIOLOGIA CRIPTOCOCOSE 12 Árvores e Ocos Mapa da Distribuição de Cryptococcus gattii Cryptococcus gattii EPIDEMIOLOGIA CRIPTOCOCOSE 17/05/2024 7 13 Figura 10. Surto de Cryptococcus gattii em Vancouver Island (BC) - Canadá VANCOUVER ISLAND EPIDEMIOLOGIA Locais onde foram coletadas algumas das amostras de fezes de pombo que resultaram em isolamento de levedura fenoloxidase positiva. Andrade, 2003 I SOLADOS DA REGIÃO DE ARARAQUARA – SP: CRYPTOCOCCUS NEOFORMANS A B 14 locais região central Araraquara- 50 coletas -Montenegro & Paula (2000): 35% de positividade de amostras de fezes de pombos na cidade de São Paulo (C.neoformans) -Andrade, G. (2003) 14 locais região central Araraquara- 50 coletas- 42% de positividade 17/05/2024 8 15 AGENTES PATOGÊNICOS Espécie Grupo Molecular C. neoformans VNI, VNII, VNIII e VNIV, VNB C. gattii VGI, VGIIa, VGIIb, VGIIc, VGIIIa, VGIIIb, VGIIIc e VGIV Tabela 1. Relação entre Espécies e Genótipos do Gênero Cryptococcus FATORES DE VIRULÊNCIA: • Cápsula Polissacarídica (CAP59): Alto PM Glucuronoxilomana (GXM), Galactoxilomanana e manoproteínas - Potente antígeno, - Determina os sorotipos (A, B, C, D e AD) (Aglutinação Indireta); - Promove uma barreira física ao redor do fungo. • Lacase (Fenoloxidase) : LAC1 Melanina; • Urease: URA5 Ureia Amônia CRIPTOCOCOSE MLST (Multilocus Sequence Typing): CAP59, GPD1, LAC1, PLB1, SOD1, URA5 e a região IGS1 17/05/2024 9 CRIPTOCOCOSE Fonte: Acervo Pessoal 18 FORMAS CLÍNICAS Neurocriptococose CutâneaPulmonar Sintomática: CRIPTOCOCOSE 17/05/2024 10 FORMAS CLÍNICAS Lesões Tegumentares: Lesões ulcerosas; pústulo-crostosas; verrucosas; tumorais. CRIPTOCOCOSE 17/05/2024 11 17/05/2024 12 Lesões Viscerais: Forma pulmonar: quadro gripal; derrame pleural; abscesso e forma tumoral. Forma meningoencefálica: meningoencefalite, com febre, cefaleia, rigidez na nuca (??????), confusão mental, alteração da consciências, sem controle de membros, amaurose. FORMAS CLÍNICAS CRIPTOCOCOSE 17/05/2024 13 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Coleta amostras •LCR, escarro, lavado brônquico, pus de lesões cutâneo-mucosas, urina, macerados de tecidos, secreção prostática, sangue, punção de medula óssea IDENTIFICAÇÃO •Exame direto: tinta da china (presença de leveduras capsuladas); •Cultura: Ágar sabouraud + cloranfenicol •Enzima fenoloxidase (ágar Niger); •Prova da urease (uréia de christensen; •Meio CGB (canavanina, glicina azul de bromotimol); •Sorologia: Detecção de antígeno capsular no LCR, soro ou urina por imunocromatografia - CRAg TRATAMENTO • Anfotericina B; • Azóis ISOLAMENTO Cultivo em ágar Niger(sementes de Guizotia abyssinic) – evidenciando a produção de melanina por Cryptococcus sp., diferenciando das outras leveduras (brancas) 17/05/2024 14 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL MICOLÓGICO Exame direto: Tinta da China: por contraste evidencia a cápsula polissacarídica. CRIPTOCOCOSE Cultivo: Ágar Sabouraud com Cloranfenicol, Ágar Níger. O fungo desenvolve bem a 37ºC em média de 36 horas. Não desenvolve em Ágar Mycosel. Cryptococcus spp. 17/05/2024 15 Identificação: - Características macroscópicas: colônia brilhante, viscosa, úmida, creme (nova), textura mucóide (envelhecida). - Características microscópicas: células esféricas ou globosas em brotamento único ou duplo, envolvido por cápsula mucoprotéica. CRIPTOCOCOSE ÁGAR NÍGER Cultivo 17/05/2024 16 CRIPTOCOCOSE Ágar Sabouraud: Colônias Brancas e cremosas Ágar Níger: Colônias escuras, com produção de melanina pela atividade da Fenoloxidase (Lacase). Cryptococcus Candida P R O V A D E U R E A S E 17/05/2024 17 ÁGAR CGB (L-CANAVANINA GLICINA-AZUL DE BROMOTIMOL) IDENTIFICAÇÃO DE CRYPTOCOCCUS SPP. CONCLUSIVO CultivoExame Direto LCR* Urina* Escarro* Provas Bioquímicas ● Níger + Cl(1ª. Escolha) ● ASD + Cl Laudo: Presença de leveduras capsuladas compatíveis com Cryptococcus spp. ● Urease ● CGB *Todas as amostras precisam obrigatoriamente de centrifugação 17/05/2024 18 TRATAMENTO Anfotericina B (0,7-1 mg/kg/dia IV). A duração do tratamento deve se estender até que duas culturas consecutivas do líquor (com intervalo de um mês entre elas) sejam negativas para fungo. Anfotericina B lipossomal (3 – 4 mg/kg/dia); Fluconazol (400-800 mg/dia – 8 semanas) para os casos em que não haja condições de uso de anfotericina B; Itraconazol (200-400 mg/dia, 6-12 semanas) nos casos de criptococose exclusivamente pulmonar, devendo ser mantido nos pacientes com Aids (100 mg/dia). CRIPTOCOCOSE