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Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre 1. Como deve ser feito o aleitamento materno? ALEITAMENTOMATERNO . → Diz-se que uma criança está em AM quando ela recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independente de estar recebendo ou não outros alimentos. Classificação: OMS, MS e SBP recomendam AM por 2 anos ou mais, sendo de forma exclusiva até os 6 meses Como o leite é produzido? . As mulheres adultas possuem de 15 a 25 lobos mamários (glândulas tubuloalveolares), constituídos, cada um, por 20 a 40 lóbulos → 10 a 100 alvéolos Envolvendo os alvéolos, encontram-se as células mioepiteliais e, entre os lobos mamários, os tecidos adiposo, conjuntivo, linfático, nervoso e vascular Gravidez: → diferentes hormônios preparam a mama para a lactação; → lactogênio placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica (HCG) → o lactogênio placentário impede que durante a gravidez a mama secrete leite. Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre Fase I: influência de hormônios Fase II: também pela ação hormonal; ocorre mesmo sem sucção até o 3º ou 4º dia; Fase III: controle autócrino depende primordialmente da sucção do bebe e do esvaziamento da mama. → Grande parte do leite de uma mamada é produzido enquanto a criança mama, sob o estímulo da prolactina, que é liberada graças à inibição da liberação de dopamina, que é um fator inibidor da prolactina. A liberação de prolactina e ocitocina é regulada pelos reflexos da produção e ejeção do leite, respectivamente, ativados pela estimulação dos mamilos, sobretudo pela sucção da criança. A liberação da ocitocina também ocorre em resposta a estímulos condicionados, como visão, olfato e audição (ouvir o choro da criança), e a fatores de ordem emocional, como motivação, autoconfiança e tranquilidade Composição e aspecto do leite materno . → homogêneo quanto à sua composição; Apenas as mulheres com desnutrição grade podem ter o seu leite afetado quantitativo e qualitativamente Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre Colostro: secreção láctea que contém mais proteínas e menos lipídios que do leite maduro. é rico em imunoglobulinas, em especial IgA. Leite maduro: 10º dia pós parto. Composição: maior teor lipídico e de lactose; menor quantidade de proteínas. O leite anterior (solução) é ralo e doce, ocorrendo predomínio de proteína do soro e lactose. No meio da mamada (suspensão) é maior a quantidade de caseína. O leite posterior (emulsão) tem grande concentração de gordura, necessária para saciar o lactente. Leite de mães de RN pré-termo: tem mais calorias, mais proteínas, mais lipídeos; → O principal carboidrato do leite materno é a lactose, a principal proteína é a lactoalbumina. → A água contribui com quase 90% da composição do leite materno, o que garante o suprimento das necessidades hídricas de uma criança em AME, mesmo em climas quentes e áridos A concentração de gordura no leite (e consequentemente o teor energético) aumenta no decorrer de uma mamada → o leite do final da mamada (leite posterior) é mais rico em energia e sacia melhor a criança; daí a importância de a criança esvaziar bem a mama. O leite materno contém baixas concentrações de vitamina K, vitamina D e ferro recomendações do departamento de nutrologia da SBP: Vitamina K Nascimento Vitamina D até os 18 meses Ferro até os 2 anos a partir da introdução da alimentação complementar → No início da mamada, o teor de água e a presença de constituintes hidrossolúveis confere ao leite coloração de água de coco; no meio da mamada, com o aumento da concentração de caseína, o leite tende a ter uma coloração branca opaca; e, no final da mamada, em virtude da concentração dos pigmentos lipossolúveis, o leite é mais amarelado. A IgA secretória é a principal imunoglobulina, que atua contra microrganismos → leucócitos, que matam microrganismos; lisozima e lactoferrina, que atuam sobre bactérias, vírus e fungos; → oligossacarídeos (mais de 130 compostos), que previnem ligação da bactéria na superfície mucosa e protegem contra enterotoxinas no intestino, ligando-se à bactéria; → fator bífido, que favorece o crescimento do Lactobacillus bifidus na criança, uma bactéria saprófita que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, como Shigella, Salmonella e Escherichia coli. Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre Dinâmica da transferência do leite da mama para a criança . A técnica de amamentação, em especial o posicionamento da dupla mãe-bebê e a pega/sucção do bebê, são importantes para a retirada efetiva do leite pela criança e proteção dos mamilos. → o bebê com pega inadequada é capaz de obter o leite anterior, mas tem dificuldade de retirar o leite posterior, mais nutritivo e rico em gorduras → Quando o bebê faz a pega correta, o mamilo fica posicionado na parte posterior do palato, protegido de fricção e compressão, prevenindo traumas mamilares. A OMS destaca quatro pontos-chave para posicionamento e quatro para pega, que caracterizam uma boa técnica: Não há recomendações de amamentar . HIV, HTLV1 E HTLV2 (vírus da leucemia humana); Uso de medicamento incompatíveis com a amamentação (antineoplásicos e radiofármacos); crianças portadores de galactosemia; , doença de xarope de bordo e fenilcetonúria. Interrupção temporária de amamentação: . → infecções herpéticas, varicela ( a: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou até dois dias após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquirem a forma de crosta); doença de chagas na fase aguda ou quando houver sangramento mamilar evidente; Abcesso mamário até que ele tenha sido drenado e antibioticoterapia iniciada; consumo de drogas de abuso. Não há contraindicações: . Tuberculose (com máscara, sem receber BCG e usa Isoniazida por 3 m), Hanseníase, Hepatite B, Hepatite C, consumo de cigarros, consumo de álcool. Orientações . → A sucção precoce da mama reduz o risco de hemorragia pós-parto, ao liberar ocitocina, e de icterícia no recém-nascido, por aumentar a motilidade gastrointestinal. Frequência das mamadas: Habitualmente, o recém-nascido mama com frequência, sem regularidade quanto a horários. É comum um bebê em AME sob livre demanda mamar de 8 a 12 vezes ao dia. Tempo de mamada: SBP: Independentemente do tempo necessário, é importante que a criança esvazie a mama, pois o leite do final da mamada – leite posterior – contém mais calorias e sacia a criança. → Água, chás e, sobretudo, outros leites devem ser evitados, pois há evidências de que o seu uso está associado com desmame precoce e aumento da morbimortalidade infantil Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre → O uso de chupeta tem sido desaconselhado por diversas razões, entre as quais a possibilidade de interferir com o AM. Crianças que usam chupetas, em geral, são amamentadas menos frequentemente, o que pode prejudicar a produção de leite. Além de interferir com o AM, o uso de chupeta afeta negativamente a formação do palato. A importância do pediatra . → técnicas de extração do leite, sua conservação e meios de oferecer o leite extraído para a criança em um copinho, xícara ou colher. Leite cru (não pasteurizado) pode ser conservado em geladeira por 12 horas, e no freezer ou congelador, por 15 dias Licença maternidade: à empregada gestante é assegurada licença de 120 dias consecutivos, sem prejuízo do emprego e da remuneração, podendo ter início no primeiro dia do 9º mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica (Constituição Federal – art. 7º, inc. XVIII). garantia do emprego: é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da mulher trabalhadora durante o período de gestação e lactação, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto creche: todo estabelecimento que empregue mais de 30 mulheres com mais de 16 anos de idade deverá ter local apropriadoem que seja permitido às empregadas guardar, sob vigilância e assistência, os seus filhos no período de amamentação. 2. Quais as consequências da falta do aleitamento materno e os benefícios do aleitamento? → Além de alimentar a criança, o aleitamento materno (AM) protege mãe e criança contra algumas doenças e promove o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança e o bem-estar físico e psíquico da díade mãe e filho Consequências de não ter Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses: →maior chance de adoecer por infecção intestinal e hospitalização por doença respiratória; → Os alimentos interferem na absorção de nutrientes existentes na AM como o ferro e o zinco. → reduz a eficácia da lactação na prevenção de novas gestações. Superioridade da amamentação: → redução da mortalidade infantil; em 13% → a amamentação na primeira hora de vida tem sido associada à redução da mortalidade neonatal. → redução da incidência e gravidade da diarreia → redução da morbidade por infecções respiratórias: infecções respiratórias e otite média → IgA → reduz o risco de asma e sibilos recorrentes; → Redução de alergias: crianças amamentadas exclusivamente pelo menos até os 3 meses tem menos risco de dermatite atópica quando comparada a AM por menos tempo A exposição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros dias parece aumentar o risco de alergia ao leite de vaca → redução de doenças crônicas Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre → melhor nutrição: o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido quando comparado a outros leites. → melhor desenvolvimento cognitivo e inteligência → melhor desenvolvimento da cavidade bucal: a retirada da amamentação pode determinar ruptura do desenvolvimento motor-oral harmônico, prejudicando o alinhamento adequado dos dentes e as funções de mastigação, deglutição, respiração e fala. → proteção contra doenças na mulher que amamenta: contra câncer de mama e de ovários e o desenvolvimento de diabetes tipo 2; → economia: implicações financeiras; → promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho → o leite humano contém uma série de substâncias bioativas necessários para a maturação do TGI, tais como: hormônios (prolactina, ocitocina, ACTH, GH, TSH, tiroxina, insulina e cortisol), fatores de crescimento (TGF-α e TGF-β, EGF, IGF), neuropeptídios, anti-inflamatórios e imunomoduladores. Essas substâncias participam do estímulo à produção de dissacaridases da borda em escova (absorção de carboidratos), hiperplasia das criptas para aumentar a superfície absortiva, maturação da motilidade intestinal através do sistema nervoso entérico, estímulo à produção de IgA dentre tantos outros. 3. Como funciona a consulta de puericultura? PUERICULTURA . É o pilar, a pedra angular da pediatria, responsável pela promoção da saúde, pelo bom crescimento e desenvolvimento das crianças. É um importante acompanhamento médico realizado por pediatra, a puericultura é a ciência que visa proteger o paciente contra algum agravo que possa interferir em seu desenvolvimento físico e mental. → acompanhamento de crescimento, desenvolvimento neuro-motor- cognitivo – psicológico de bebês, crianças e adolescentes e apoio às famílias SBP: A primeira consulta ocorre no terceiro trimestre da gestação, com a finalidade de cuidados desde já à saúde materna e consequentemente ao bebê. → A importância desta consulta inicial está na orientação de melhores hábitos, assim como nos cuidados ao recém-nascido nos primeiros dias de vida. A primeira consulta acontece entre 7 e 10 dias de vida Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre Pontos básicos a serem abordados em uma consulta de puericultura: ● Ganho de peso ● Ganho de altura ● Alimentação e suplementações vitamínicas de rotina ● Desenvolvimento: motor, cognitivo e emocional (incluindo relações interpessoais e desempenho escolar) ● Imunizações ● Funcionamento gastrointestinal e gênito urinário ● Qualidade de sono ● Atividade física x tempo de telas ● Contato com a natureza ● Prevenção de acidentes 4. Quais os aspectos abordados na consulta de puericultura que são importantes no processo de desenvolvimento da criança? → Na anamnese o pediatra deve procurar identificar se os pais são maturadores lento ou avançado. → durante a puericultura deve ser procurado os fatores de risco em mães e famílias, pois podem aumentar a chance de menor duração do AM. As consultas de puericultura têm por objetivo: Promover a saúde ● Prevenir doenças com vacinação de rotina e educação ● Detectar e tratar doenças precocemente ● Orientar os pais a aprimorar o desenvolvimento intelectual e emocional da criança 5. O que é deficiência nutricional, a classificação e suas consequências (no contexto infantil)? Desnutrição energético-proteica . O estado de deficiência ou excesso tanto de macronutrientes quanto de micronutrientes causa desequilíbrio entre o suprimento de energia, de nutrientes e a demanda do organismo, alterando a garantia na manutenção, no crescimento e nas funções metabólicas. Classificação . ● Primária → quando não há nenhuma outra doença associada (relacionada à insegurança alimentar); ● Secundária → há doença relacionada, geralmente por baixa ou inadequação ingestão alimentar; por alteração na absorção ou por necessidades nutricionais aumentadas e/ou perdas aumentadas de nutrientes associadas DEP associada a cardiopatias congênitas, doença celíaca ou síndrome da imunodeficiência adquirida. Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre → o tempo e a gravidade contribuem para a definição e classificação da desnutrição. Conforme o tempo: → Identificam-se indivíduos emagrecidos (wasted) e/ou com parada de crescimento (stunted), conforme o tempo de curso Conforme à gravidade: → há as formas moderada e grave. Esta última baseia-se em critérios clínicos e laboratoriais e é dividida em: marasmo, kwashiorkor e kwashiorkor-marasmático. Quadro clínico . → delicia equilíbrio homeostático, limítrofe ao colapso endócrino metabólico. A escassez de nutrientes na DEP moderada e grave favorece a hipoclimenia, lipólise, glicólise, glicogenólise e neoglicogênese, secundárias às alterações dos eixos na insulina, com diminuição da produção e aumenta da resistência periférica pela ação de hormônios contrarreguladores.; → redução no metabolismo com alterações na via tireoidiana de aproveitamento do iodo e conversão hormonal, a fim de reduzir o gasto de O2 e conservar energia. → sodio elevado e hiponatremia, hipopotassemia, hipercalcemia e maior tendência de edema intracelular. → alterações nos processos de mielinização do SNC, nas atividades mitóticas dendriticas, produção de neurotransmissores e no amadurecimento da retina. → insuficiência pancreática, crescimento bacteriano, atrofia de vilosidades intestinais, redução de absorção. Marasmo . deficiência primaria de carboidrato e gordura que leva ao consumo exacerbado de proteínas responsável pelas características típicas da doença (desnutrição geral, perda de massa muscular). Quadro clínico: → acomete crianças menores de 1 meses; → emagrecimento acentuado; → baixa atividade; → irritabilidade, atrofia muscular e cutânea; → desaparecimento da bola de Bichar ( último deposito de gordura a ser consumido, localizado na região malar), o que favorece o aspecto envelhecido - fáscieis senil ou simiesca); → costelas visíveis e adegas hipertróficas. → abdome pode ser globoso; → raramente hepatomegalia. Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre o Marasmo causa principalmente uma perda ponderal de músculo e gordura que causa alterações graves no processo de crescimento; Kwashiorkor . → forma grave de desnutrição a Organização Mundial da Saúde (OMS) define desnutrição grave como CBde edema nos pés bilateral em crianças com kwashiorkor Causa: dieta de qualidade nutricional pobre, incluindo deficiência de zinco, fósforo e magnésio. Consequência: ● perda do apetite; ● comprometimento do crescimento; ● resposta desfavorável a infecções, modificando a resposta da criança diante do estresse ambiental. Quadro clínico: → acomete crianças acima de dois anos; → alterações de pele (lesões hipercrômicas, hipocrômicas ou descamativas); → acometimento do cabelo (textura, coloração, facilidade de soltar do couro cabeludo) → hepatomegalia (esteatose) → ascite → face de lua; → edema de MMI ou anasarca: geralmente bilateral simétrico, começa nos pés e progride para os pés e as mãos baixas; → apatia; Kwashiorkor-marasmático . é uma junção das duas, é caracterizado pelos sinais e sintomas clássicos do Marasmo, contudo, com a presença de edemas pelo corpo. Essa forma mista é marcada pela desnutrição não só de carboidratos e gordura mas também das proteínas, sendo considerada uma desnutrição proteico-calórica(DPC). Diagnóstico . é necessário considerar aspectos geográficos heterogêneos no brasil; ● fome por escassez de recursos econômicos: prevalecem as formas graves tipo marasmo; ● riqueza de recursos naturais (Norte e amazônia), mas com desconhecimento da oferta adequada de alimentos: Kwashiorkor ● Deficiência de micronutrientes: fome oculta Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre Avaliação Nutricional . Os parâmetros antropométricos usualmente utilizados para avaliar a condição nutricional de crianças são o peso e a estatura (altura ou comprimento). Os perímetros cefálico, torácico, braquial e abdominal também podem ser utilizados. Os valores desses dados antropométricos deverão ser sempre analisados em função da idade e do sexo da criança, que são os principais determinantes de sua evoluçã • Classificação de Gomez→ comparação do peso do paciente em relação ao peso ideal para aquela idade (P/I). Essa classificação é preconizada para crianças menores de 2 anos. OBS: na presença de edema, independente do índice P/I, a criança será considerada como desnutrida de 3º grau. • Classificação de Waterlow → leva em consideração dois parâmetros: comparação do peso com a estatura (P/E), e a relação da estatura com a idade (E/I). Essa classificação é preconizada para crianças entre 2 a 10 anos de idade. ● Eutrofia: E/I superior a 95 % e P/E superior a 90 % do p50; ● Desnutrido atual ou agudo (wasting): E/I superior a 95 % e P/E inferior a 90 % do p50; ● Desnutrido crônico (wasting and stunting): E/I inferior a 95 % e P/E inferior a 90 % do p50; ● Desnutrido pregresso (stunting): E/I inferior a 95 % e P/E superior a 90 % do p50. • Ministério da Saúde→ comparação entre Peso x Idade, Peso x Estatura, Estatura x Idade e IMC x Idade, utilizando-se de gráficos com percentis e escore Z. 6. Quais os principais déficits alimentares na primeira infância? Primeira infância: MS → A primeira infância, de zero a 6 anos, é um período muito importante para o desenvolvimento mental e emocional e de socialização da criança. Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre Suplementação vitamínica e mineral . Ferro . → A administração de ferro profilático deve ocorrer para todos os lactentes a partir da interrupção do aleitamento materno exclusivo até os 24 meses de idade. → Estima-se que metade da população de crianças menores de 4 anos, nos países em desenvolvimento, sofra de anemia ferropriva (BRASIL, 2007) → Na América Latina, a anemia afeta 55% das crianças de 6 a 18 meses e 30% das pré-escolares. Estudos apontam que, em vários locais do Brasil, aproximadamente a metade dos pré-escolares é anêmica, com a prevalência chegando a 67,6% nas idades entre 6 e 24 meses. Os elevados requerimentos fisiológicos de ferro na primeira infância tornam a criança especialmente vulnerável à anemia por deficiência de ferro durante os dois primeiros anos de vida. → Plano Nacional de Suplementação de Ferro tem estratégias recomendam a suplementação a todas as crianças de 6 a 18 meses (ou, se não estiverem em período de aleitamento materno exclusivo, a partir dos 4 meses) e mais cedo para as crianças de baixo peso ao nascer e pré-termo (abaixo de 37 semanas) (BRASIL, 2005) . → Na atualização se estabelece a recomendação diária de 1 a 2mg de ferro elementar/kg de peso para o público de crianças de 6 a 24 meses. Vitamina A . O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A (BRASIL, 2004), busca reduzir e controlar a deficiência nutricional de vitamina A em crianças de 6 a 59 meses de idade e mulheres no período pós-parto imediato (antes da alta hospitalar) residentes em regiões consideradas de risco. → Região Nordeste, ao norte do Estado de Minas Gerais, ao Vale do Jequitinhonha e ao Vale do Mucuri, além de municípios que compõem a Amazônia Lega Nas Américas, há 8,2 milhões de crianças acometidas por deficiência de vitamina A (DVA), merecendo destaque neste contexto o Brasil, onde é estimado que se concentre cerca de 30% dos casos de xeroftalmia do continente. Tal deficiência é a principal causa de cegueira evitável no mundo, estando também associada a 23% das mortes por diarreias em crianças ● Segundo o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, a conduta de administração via oral da megadose de vitamina A é a seguinte: ● para crianças de 6 meses a 11 meses de idade: 1 megadose de vitamina A na concentração de 100.000 UI; Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre ● para crianças de 12 a 59 meses de idade: 1 megadose de vitamina A na concentração de 200.000 UI a cada 6 meses; ● para puérperas: 1 megadose de vitamina A na concentração de 200.000 UI, no período pósparto imediato, ainda na maternidade (BRASIL, 2004). Vitamina K . Vitamina K1 sbp: o RN deve receber na dose 0,5 a 1 mg por via intramuscular ou 1 a 2 mg por via oral, como forma de prevenir sangramentos resultantes da carência dos fatores de coagulação; ● Bebês com idade gestacional acima de 32 semanas e com mais de 1.000g: 1mg IM ou EV. ● Bebês com menos de 32 semanas e com mais de 1.000g: 0,5mg IM. ● Bebês com menos de 1.000g, independentemente da idade gestacional: 0,3mg IM. → Se houver recusa dos pais quanto à administração injetável, deve ser garantido o fornecimento da vitamina K oral (2mg ao nascer), seguido de 1mg/semana durante os 3 primeiros meses. Vitamina D . SBP: 400 UI/dia dos 12 aos 24 meses, inclusive para crianças em aleitamento materno exclusivo. MS: 400 UI/ dia a partir dos primeiros dias de vida até a adolescência → O raquitismo atribuído à baixa ingestão de alimentos ricos em vitamina D e à restrição à exposição solar é uma condição prevenível, mas que continua ocorrendo, mesmo em países desenvolvidos suplementação de Zinco . → não há uma recomendação universal quanto à suplementação de zinco para a população brasileira. Deve-se enfatizar o consumo de alimentos ricos em zinco, como carnes, vísceras (em especial, o fígado) e gema de ovo (GIUGLIANI et al., apud DUNCAN, 2004) [D]. Suplementação de fluor: O acréscimo de flúor à água de abastecimento público constitui uma das melhores formas de acesso da população a esse elemento. Desse modo, a suplementação de flúor não se justifica em localidades onde há fluoretação da água para abastecimento. Prevenção da anemia . • A partir dos 4 meses de idade, ocorre a depleção do estoque de ferro, e a alimentação passa a ter papel fundamental na prevenção da anemia. • O ferro na forma heme, presente nas carnes, é mais facilmente absorvido. • O ferro que não está na forma heme, presente nos vegetais, precisa estar na forma ferrosa e depende do estado nutricional e dos outros alimentos para ser absorvido. • Fatores que favorecem a absorção de ferro→ ácido ascórbico (sucos cítricos) e ácidos orgânicos (presentes na casca do feijão, nos cereais crus e nos farelos). • Fatores que prejudicam a absorção de ferro→ cálcio (presenteno leite e derivados), polifenóis (presente nos chás e cafeína). • Recomendações → a carne deve sempre fazer parte da composição das papas; deve-se oferecer um pedaço pequeno de fígado de boi uma vez por semana; dietas vegetarianas não suplementadas Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre não são recomendadas para crianças menores de 2 anos; deve-se oferecer uma fruta com vitamina C in natura, amassada, após as refeições (laranja, limão, caju, acerola, goiaba). 7. Qual a fisiologia do desenvolvimento neuropsicomotor e quais os marcos de desenvolvimento da criança (até os 5 anos)? DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA . → Profissionais devem estar habilitados a abordar o desenvolvimento por meio do conhecimento da sequência natural de evolução e dos fatores de risco que possam comprometê-las. → A carga genética é um fator determinante, mas o desenvolvimento depende de fatores ambientais, como uma variação de estímulos e experiências para favorecer todo o seu potencial. → depende da integridade de vários órgãos e sistemas que concorrem para condicionar, principalmente o sistema nervoso que participa de toda a ordenação funcional que o indivíduo irá experimentar; → Em relação às aquisições motoras, inicialmente, o movimento dos membros consiste em basicamente contrações descontroladas. Conforme ocorre a mielinização do tronco cerebral (se completa no 3º mês), ocorre a aquisição de movimentos mais coordenados e complexos nas estruturas e domínios influenciados pelas regiões encefálicas mielinizadas. Desenvolvimento motor deve ocorrer no sentido crânio caudal e próximo distal → a primeira musculatura a ser controlada é a ocular; Amadurecimento do sistema nervoso: O tecido nervoso cresce e amadurece nos primeiros anos de vida; → é mais vulnerável aos agravos de natureza e às adversidades podem causar prejuízo relacionados ao processo de desenvolvimento. → melhor responde a estímulos no primeiro ano. Estudo do desenvolvimento e os domínios: sensorial, motor ( habilidades motoras grosseiras e habilidades motoras finas), da linguagem social, adaptativo, emocional e cognitivo. eixo integrador: a subjetividade, função de dimensão psíquica que se particulariza e possibilita a singularidade de cada um dos seres humanos. Avaliação . → processo contínuo de acompanhamento das atividades relativas ao potencial de cada criança; → detecção precoce de desvios ou atrasos. → As avaliações do desenvolvimento infantil devem sempre levar em consideração as informações e opiniões dos pais e da escola sobre a criança Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre A verificação pode ocorrer de forma sistematizada por meio de alguns testes e/ou escalas elaboradas para tal finalidade: teste de Gesell, teste de triagem Denver II, a escala do desenvolvimento infantil de Bayley, o Albert Infant Motor Scale. No Brasil, a Caderneta de Saúde da Criança é utilizada para registro e sistematização da vigilância do desenvolvimento infantil até os 3 anos de idade → deve ocorrer em todas as visitas de puericultura de forma individualizada e compartilhada com a família. Fatores de risco para distúrbios do desenvolvimento: ausência de pré-natal, dificuldades no nascimento, baixo peso ao nascer, prematuridade, intercorrências neonatais, uso de drogas ou álcool, infecções e depressão durante a gestação. → A partir dos 2 anos de idade o contexto cultural em que a criança se insere passa a ter uma influência maior e, consequentemente, uma variação maior entre os marcos Anotações sobre a evolução do BB . aquisições motoras: reconhece-se no recém--nascido um padrão motor muito imaturo, com a presença do reflexo tônico cervical assimétrico, que lhe confere uma postura assimétrica, com predomínio do tônus flexor nos membros e intensa hipotonia da musculatura paravertebral. → os reflexos são controlados por partes primitivas do cérebro→ reflexos involuntários Evolução: o tônus flexor vai sendo substituído pelo padrão extensor. 2º semestre: não há mais predomínio de tônus flexor/extensor e a criança passa primeiramente a rolar e quando dissociado o movimento entre cintura e pelve, consegue mudar de deitada para sentada. → o apoio progressivo na musculatura dos braços permite o apoio nos antebraços e as primeiras tentativas de engatinhar. Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre Desenvolvimento motor fino: Rn → mãos fechadas a maior parte do tempo 3º mês → redução do tônus flexor → mãos abertas e agarra objetos, mas ainda não os soltam. 5º e 6º mês → apreender um objeto voluntariamente e iniciam o movimento de pinça; • Em relação à visão, o RN é capaz de focalizar objetos a poucos centímetros de distância e tem preferência por rostos humanos. • Em relação à audição, o bebê já consegue escutar desde o 5º mês de gestação. Inclusive, ao nascer, já existe familiaridade com vozes materna e familiares. • No tocante à linguagem, entre o 2º e 3º mês começa a emissão de arrulhos, e, por volta do 6º mês, sons bilabiais e balbucios. Com 1 ano de idade, surgem as primeiras palavras, e aos 18 meses (1 ano e 6 meses), surge as primeiras frases simples → O recém-nascido começa com um padrão motor muito imaturo, com reflexo tônico cervical assimétrico, conferindo-lhe uma postura assimétrica; e predomínio do tônus flexor e hipotonia intensa da musculatura paravertebral. É por essa razão que RN tendem a estar “encolhidinhos”. Esses reflexos tendem a desaparecer. • Posteriormente, o tônus flexor visto no recém-nascido vai sendo substituído pelo padrão extensor, de forma gradual. Esse amadurecimento se dá de maneira craniocaudal. Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre 8. Como as condições socioeconômicas influenciam no crescimento e desenvolvimento da criança? → Coley et al. (2013), em estudo conduzido em três cidades americanas e com amostra de 2.437 indivíduos de dois a vinte um anos, verificaram que a pobreza do ambiente domiciliar foi o fator mais forte e consistentemente associado ao desenvolvimento das crianças e adolescentes, incluindo pior funcionamento emocional e comportamental e menores habilidades cognitivas. A baixa qualidade do ambiente domiciliar aumenta a ansiedade materna e o estresse parental, e diminui a regularidade de manutenção das rotinas familiares, tendo impacto negativo sobre o desenvolvimento infanto-juvenil. → Vários estudos abordam os fatores socioeconômicos e demográficos familiares como determinantes da qualidade da estimulação domiciliar, destacando renda familiar, escolaridade e ocupação parental, composição familiar e condição de moradia → Famílias que vivem em condições de maior pobreza estão mais expostas a riscos acumulados em virtude de problemas de ordem ambiental, social e política; situações de violência, abuso sexual, depressão materna e uso de drogas pelos pais. SEGURANÇA DOMÉSTICA . → O maior número de eventos traumáticos com crianças pequenas, até o fim da idade escolar, acontece no seu próprio domicílio. Dados: No Brasil, segundo o Datasus em 2014, cerca de 6º de todas as hospitalizações de até 9 anos foram causas externas, e as quedas são responsáveis por 39% desses casos, um número 4x maior que o das internações por traumatismo de transito e por choque elétrico. → A prevenção de lesões que ocorrem no lar, segundo os especialistas, apoia-se na orientação e na conscientização dos pais para que promovam mudanças no seu comportamento, no sentido de uma supervisão mais efetiva e da eliminação de riscos dentro de casa: apoio da comunidade, vantagens económicas no acesso a produtos seguros e melhoria socioeconomico cultural como um todo. → os profissionais de saúde devem distinguir as noções de riscos de acidentes em seu contexto, de modo a orientar, pois ações preventivas incluem uma combinação do conhecimento dos riscos, supervisão ativa, ensino de regras de segurança às crianças, adaptações na casa e aprendizado. → como instalaçãode protetores de tomadas elétricas e portões em escadas, armazenamento seguro de medicamentos, produtos de limpeza e objetos cortantes, acesso fácil ao número de telefone do centro de controle de intoxicações, redução da temperatura da água nas torneiras e instalação de alarmes de incêndios → precisa haver conscientização pelo profissional de saúde de como prevenir asfixia, afogamentos, quedas, queimaduras, choques elétricos. Crescimento . é definido pelo aumento linear contínuo, mas não constante, das estruturas que compõem e resulta da interação de fatores extrínsecos ou ambientais (nutricionais, condições geofísicas, vínculo mãe-filho) e intrínsecos ou orgânicos ( genéticos e neuroendócrinos). é avaliado quantitativamente. Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre Desenvolvimento . → refere-se ao ganho de funções sejam elas as habilidades neuropsicomotoras adquiridas nos primeiros anos de vida, sejam as funções reprodutivas adquiridas durante a puberdade. Por exemplo: o desenvolvimento da conduta motora durante o primeiro ano de vida, a qual transforma o neonato provido apenas de respostas motoras reflexas, em um lactente que se senta, engatinha, adquire postura ortostática e por conseguinte deambula sem apoio. O desenvolvimento é, portanto, um parâmetro avaliado qualitativamente. 9. Como funciona o processo de notificação no SISVAN e para que serve? SISVAN . Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN A avaliação contínua do perfil alimentar e nutricional da população e seus fatores determinantes → A Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) nos serviços de saúde da Atenção Básica inclui a avaliação antropométrica (medidas corporais) e do consumo alimentar, segundo orientações constantes no Sisvan Web. → têm potencial de produzir um conjunto de indicadores de saúde e nutrição que deverão orientar a gestão na formulação de políticas públicas e as ações locais de atenção nutricional. revelam a situação alimentar e nutricional da população atendida e permitem a orientação de ações, políticas e estratégias para a atenção integral à saúde. → Para orientar a avaliação do estado nutricional em cada fase ou evento do curso da vida na Atenção Primária, o Ministério da Saúde disponibiliza a publicação Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN e norma técnica com Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde. → Quanto aos marcadores de consumo alimentar que indicam a qualidade da alimentação, o Sisvan apresenta um formulário dividido em três blocos: Crianças menores de 6 meses; Crianças de 6 a 23 meses; Crianças com dois anos ou mais, adolescentes, adultos, gestantes e idosos. Qualificar o entendimento de práticas alimentares na infância e a prevalência do Aleitamento materno. 10. Como funciona o método de Capurro e New Ballard? MÉTODO CAPURRO . é um método que estima a idade gestacional do recém nascido por meio da investigação de parâmetros somáticos e neurológicos. → Em crianças deprimidas, doentes ou de difícil acesso, o método limita-se à avaliação das variáveis somáticas A idade gestacional (IG) é o tempo transcorrido desde a concepção até o momento do nascimento → O melhor método para estimar a IG é a DUM. → aplicado em RN de 29 semanas ou mais. ● Método de capurro somático: 5 características; analisa apenas características somáticas/físicas Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre como textura da pele, forma da orelha, glândula mamária e mamilos. Cálculo: A+B+C+D+G+204= idade gestacional em dias → dividir por 7 para transformar em semanas ● Método capurro somático e neurológico: 4 parâmetros somáticos e 2 neurológicos. Cálculo: A+B+C+D+E+F + 200= idade gestacional em dias (DP +/- 8,4 dias) → divide por 7 para obter IG em semanas. Forma da orelhinha Observar (sem tocar) a encurvação do pavilhão da orelha. “O bordo superior do pavilhão ocular forma uma cobertura pelos lados?” → avaliar o encurvamento de um lado ou do outro. Tamanho da Glândula Mamária Pince suavemente o tecido celular subcutâneo adjacente para que seja possível avaliar se o que se mede é ou não o tecido mamário. → utilize uma fita métrica. → É possível palpar o tecido mamário? → seu diâmetro é que 10mm. Formação do mamilo Observe ambos os mamilos e com uma fita métrica meça se o diâmetro é apenas visível, 7,5mm com aréola pontilhada e sem elevação de bordo, > 7,5mm com aréola pontilhada e bordos elevados. Textura da Pele Palpe e examine a pele e os antebraços, mãos, pernas e pés e veja se no dorso das mãos e pés existem zonas de descamação ou rachaduras. Dependendo da profundidade das rachaduras ou da presença de descamação, pontue em 0, 5, 10, ou 20. Pregas Palmares Observe a planta de ambos os pés e logo hiperestenda ambas de maneira que se mantenha tensa a pele da planta. A diferença entre pregas e sulcos plantares é que os primeiros tendem a desaparecer quando se estende a pele, os sulcos continuam marcados claramente. Dependendo da quantidade de sulcos e pregas, pontua-se 0, 5, 10, 15 ou 20 Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre MÉTODO NEW BALLARD . → É o melhor método para avaliar RN pré-termo (até 20 semanas). → pode chegar a pontuações negativas; → Pode ser realizado até 96 horas de vida. ● Avalia 6 parâmetros neurológicos: postura, janela quadrada (ângulo de flexão do punho), retração do braço, ângulo poplíteo, sinal do xale e calcanhar à orelha. ● Avalia 6 parâmetros somáticos: pele, lanugo, superfície plantar, glândula mamária, olhos/orelhas, genital (masculino e feminino). Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre 11. Quais os mecanismos do crescimento normal e como quantificá-los? CRESCIMENTO DA CRIANÇA . → Antigamente, a proposta de avaliar o crescimento da criança buscava a detecção antecipada da desnutrição. Agora é um alerta para suspeitar de outros agravos que poderiam estar afetando o crescimento. – É o processo de aumento da massa corporal; macroscopicamente, é expressão da hiperplasia e hipertrofia celulares. É quantitativo, logo tem que ser avaliado de forma quantitativa: o seu estudo inclui a avaliação de peso e altura da criança ao longo do tempo Visa 3 aspectos: ● detectar precocemente o que está afetando o crescimento; ● identificar as variações da normalidade, evitando intervenções prejudiciais. ● identificar problemas que não podem ser curados, mas possam ser minimizados; Curva de crescimento →Centers for Disease Control and Prevent conhecido como CDC 2000; → OMS ● Até 2 anos ● 2 a 3 anos ● 3 aos 5 anos; Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre ● 5 aos 20 anos. → comprimento/altura → IMC → Peso até os 10 anos CRESCIMENTO PÓS NATAL . Nasce: Menino→ 50cm Menina→ 49 cm Pico da velocidade de crescimento→ 2º trimestre Pico da velocidade peso→ último trimestre Canalização: fenômeno em que durante os dois primeiros ano de vida, a curva de crescimento pode mudar de canal mudando de percentis ex: lactentes que se encontram em percentis mais baixos da curva, mas que tem um potencial genético para serem mais altos, fazem uma recuperação logo a partir das primeiras semanas de vida em direção a percentis mais altos; 3 fases do crescimento pós-natal . ● Fase de crescimento rápido, mas também de desaceleração rápida que vai dos 2,5 até os 3 anos; Primeiro ano: 25 cm → 15 cm no primeiro semestre e 10 no segundo Segundo ano: 10 a 12 cm ● Fase de crescimento mais estável com uma desaceleração lenta que vai até o início da puberdade; Terceiro ano: 5 e 7 cm por ano ● Fase puberal com estirão caracterizado por um crescimento rápido até atingir o pico, com uma desaceleração posterior até a altura adulta. Menina: 8,5 cm/ano Meninos: 9,5 cm/ano → crescem mais 2 anos Maturação esquelética . Diferenças no ritmo de crescimento podem ser agrupadosem 3 grupos genéricos: maturadores rápidos, médios e lentos. → as diferenças de maturação refletem nos estirões puberais: os rápidos e médios apresentam picos mais altos; os lentos apresentam picos mais baixos e mais tarde; Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre Avaliação da maturação: radiografia da mão e do punho esquerdo → Tanto a avaliação com o atlas de Greulich-Pyle como o método de Tanner (TW2) foram elaborados com radiografias desse lado. ● Greulich-Pyle → compara a radiografia com os modelos apresentados no atlas e avalia com qual idade se parece. ● TW2 → atribui pontos para os diferentes estágios de desenvolvimento dos ossos do punho e da mão. Ao final, procede-se a soma dos pontos e uma tabela informa a idade provável; → a idade óssea em relação a idade cronológica apresenta uma variação de +/- 2 anos. A maioria das doenças atrasa a idade óssea Hipertireoidismo, obesidade e hormônios sexuais adiantam → o fechamento completo das epífises indica que a pessoa parou de crescer ex: meninos da mesma idade e da mesma altura, mas um com idade atrasada e outro com idade adianta, pode-se inferir que o menino com a idade atrasada tenha maior probabilidade de atingir a idade adulta com maior altura. Problemas de estatura: baixa estatura familiar e maturadores lentos (constitucional) PUBERDADE . → Utiliza-se a escala de Tanner pelas mamas, pelos pubianos e genitais dos meninos. Mamas: Estágio 1: pré-adolescente, apenas elevação do mamilo Estágio 2: estágio do botão mamário, elevação da mama e do mamilo, com um pequeno monte. O diâmetro da aréola apresenta-e um pouco maior que no estágio 1 Estágio 3: tanto a mama quanto a aréola estão maiores e mais elevadas que no estágio 2, mas sem distinção. Estágio 4: A aréola e a papila formam um contorno secundário, destacando-se do resto da mama. 5. Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre Estágio 5: estágio maduro, apenas o mamilo se projetando, com a aréola seguindo o contorno da mama. Genitais: Estágio 1: pré-adolescente, testículos, escroto e pênis de tamanho e forma infantis. Estágio 2: escroto apresenta-se levemente aumentado, com pele mais escura e mudança de textura. Pênis sem aumento ou pouco aumentado. Estágio 3: pênis apresenta aumento, principalmente em comprimento. Escroto maior que no estágio anterior. Estágio 4: pênis aumentado em comprimento e largura, e desenvolvimento da glande. Escroto maior que no estágio 3; pele do escroto mais escura e enrugada que nos estágios anteriores. Estágio 5: genitália adulta em tamanho e forma Pelos púbicos Estágio 1: pré-adolescente, sem pelos púbicos. Estágio 2: pelos finos, longos, lisos ou curvos, esparsos, mas com maior concentração próximo à base do pênis ou ao longo dos lábios. Estágio 3: mais escuros, espessos e curvos, os pelos espalham-se pelo púbis. Estágio 4: pelos do tipo adulto, mas em menor quantidade. Não atingem as coxas. Estágio 5: pelos do tipo adulto em quantidade e tipo → O tamanho dos testículos pode ser avaliado pelo orquidômetro de Prader, um conjunto de bolas de forma elíptica, que vão de 1 cm3 até 25 cm . Até 3 cm considera-se que o menino ainda tem características infantis. → A puberdade começa com o aumento do testículo e isso se inicia com 4 cm. O estirão puberal tem início quando o volume testicular atinge 8 cm. → A puberdade da menina começa com o aumento da velocidade de crescimento e a menarca ocorre quando a velocidade já ultrapassou o pico; Fatores que influenciam e controlam o crescimento . ● Influência genética; ● Nutrição Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre ● Doenças ● Condições sociais; ● Fatores extrínsecos (alimentação, estimulo e atividade) ● Fatores intrínsecos (genética, sistema neuroendocrino) ● Hormônios: GH, insulin like growth factor I (IGFI), hormônio tireoidiano e os hormônios sexuais. Tanner: PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFETAM O CRESCIMENTO . Variações de normalidade Baixa estatura familiar e maturador lento Deficiências de crescimento por alterações esqueléticas anomalias cromossômicas (Turner, down), mutações genéticas como displasias ósseas (p.e. acondroplasia e hipocondroplasia) e síndrome de etiologia desconhecida Deficiências secundárias, de início pré natal ou pós natal Pré natal: tamanho da mãe, nível socioeconômico baixo, má nutrição, hipertensão, drogadição, consumo de álcool, hábito de fumar e infecções como sífilis, toxoplasmose e etc. Pós natal: alterações metabólicas, hipotireoidismo, deficiência do hormônio do crescimento, uso prolongado de corticosteróides, desnutrição e outras. Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre Referências: ■ Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 4a edição, Barueri, SP: Manole, 2017. ■ https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_aidpi_neonatal_3ed_2012.pdf ■ https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/cuidados-com-a-saude/consulta- de-puericultura/ ■ https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-crianca ■ https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/25167/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O% 20Rebeca%20de%20Oliveira%20Silva.pdf ■ https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/vigilancia-alimentar-e-nutricional/vigilan cia-alimentar-e-nutricional https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_aidpi_neonatal_3ed_2012.pdf https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/cuidados-com-a-saude/consulta-de-puericultura/ https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/cuidados-com-a-saude/consulta-de-puericultura/ https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-crianca https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/25167/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Rebeca%20de%20Oliveira%20Silva.pdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/25167/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Rebeca%20de%20Oliveira%20Silva.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/vigilancia-alimentar-e-nutricional/vigilancia-alimentar-e-nutricional https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/vigilancia-alimentar-e-nutricional/vigilancia-alimentar-e-nutricional