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Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
1. Como deve ser feito o aleitamento materno?
ALEITAMENTOMATERNO .
→ Diz-se que uma criança está em AM quando ela recebe leite materno (direto da mama ou
ordenhado) independente de estar recebendo ou não outros alimentos.
Classificação:
OMS, MS e SBP recomendam AM por 2 anos ou mais, sendo de forma exclusiva até os 6 meses
Como o leite é produzido? .
As mulheres adultas possuem de 15 a 25 lobos mamários (glândulas tubuloalveolares),
constituídos, cada um, por 20 a 40 lóbulos → 10 a 100 alvéolos
Envolvendo os alvéolos, encontram-se as células mioepiteliais e, entre os lobos mamários, os
tecidos adiposo, conjuntivo, linfático, nervoso e vascular
Gravidez:
→ diferentes hormônios preparam a mama para a lactação;
→ lactogênio placentário, prolactina e gonadotrofina
coriônica (HCG)
→ o lactogênio placentário impede que durante a gravidez a
mama secrete leite.
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
Fase I: influência de hormônios
Fase II: também pela ação hormonal; ocorre mesmo
sem sucção até o 3º ou 4º dia;
Fase III: controle autócrino depende
primordialmente da sucção do bebe e do
esvaziamento da mama.
→ Grande parte do leite de uma mamada é produzido enquanto a criança mama, sob o estímulo da
prolactina, que é liberada graças à inibição da liberação de dopamina, que é um fator inibidor da
prolactina. A liberação de prolactina e ocitocina é regulada pelos reflexos da produção e ejeção do
leite, respectivamente, ativados pela estimulação dos mamilos, sobretudo pela sucção da criança. A
liberação da ocitocina também ocorre em resposta a estímulos condicionados, como visão, olfato e
audição (ouvir o choro da criança), e a fatores de ordem emocional, como motivação, autoconfiança
e tranquilidade
Composição e aspecto do leite materno .
→ homogêneo quanto à sua composição;
Apenas as mulheres com desnutrição grade podem ter o seu leite afetado quantitativo e
qualitativamente
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
Colostro: secreção láctea que contém mais proteínas e menos lipídios que do leite maduro. é rico
em imunoglobulinas, em especial IgA.
Leite maduro: 10º dia pós parto. Composição: maior teor
lipídico e de lactose; menor quantidade de proteínas. O leite
anterior (solução) é ralo e doce, ocorrendo predomínio de
proteína do soro e lactose. No meio da mamada (suspensão) é
maior a quantidade de caseína. O leite posterior (emulsão) tem
grande concentração de gordura, necessária para saciar o
lactente.
Leite de mães de RN pré-termo: tem mais calorias, mais
proteínas, mais lipídeos;
→ O principal carboidrato do leite materno é a lactose, a principal proteína é a lactoalbumina.
→ A água contribui com quase 90% da composição do leite materno, o que garante o suprimento
das necessidades hídricas de uma criança em AME, mesmo em climas quentes e áridos
A concentração de gordura no leite (e consequentemente o teor energético) aumenta no
decorrer de uma mamada
→ o leite do final da mamada (leite posterior) é mais rico em energia e sacia melhor a criança; daí a
importância de a criança esvaziar bem a mama.
O leite materno contém baixas concentrações de vitamina K, vitamina D e ferro
recomendações do departamento de nutrologia da SBP:
Vitamina K Nascimento
Vitamina D até os 18 meses
Ferro até os 2 anos a partir da
introdução da alimentação
complementar
→ No início da mamada, o teor de água e a presença de constituintes hidrossolúveis confere ao leite
coloração de água de coco; no meio da mamada, com o aumento da concentração de caseína, o leite
tende a ter uma coloração branca opaca; e, no final da mamada, em virtude da concentração dos
pigmentos lipossolúveis, o leite é mais amarelado.
A IgA secretória é a principal imunoglobulina, que atua contra microrganismos
→ leucócitos, que matam microrganismos; lisozima e lactoferrina, que atuam sobre bactérias, vírus
e fungos;
→ oligossacarídeos (mais de 130 compostos), que previnem ligação da bactéria na superfície
mucosa e protegem contra enterotoxinas no intestino, ligando-se à bactéria;
→ fator bífido, que favorece o crescimento do Lactobacillus bifidus na criança, uma bactéria
saprófita que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, como
Shigella, Salmonella e Escherichia coli.
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
Dinâmica da transferência do leite da mama para a criança .
A técnica de amamentação, em especial o posicionamento da dupla mãe-bebê e a pega/sucção do
bebê, são importantes para a retirada efetiva do leite pela criança e proteção dos mamilos.
→ o bebê com pega inadequada é capaz de obter o leite anterior, mas tem dificuldade de retirar o
leite posterior, mais nutritivo e rico em gorduras
→ Quando o bebê faz a pega correta, o mamilo fica posicionado na parte posterior do palato,
protegido de fricção e compressão, prevenindo traumas mamilares.
A OMS destaca quatro pontos-chave para
posicionamento e quatro para pega, que
caracterizam uma boa técnica:
Não há recomendações de amamentar .
HIV, HTLV1 E HTLV2 (vírus da leucemia humana);
Uso de medicamento incompatíveis com a
amamentação (antineoplásicos e radiofármacos);
crianças portadores de galactosemia; , doença de
xarope de bordo e fenilcetonúria.
Interrupção temporária de amamentação: .
→ infecções herpéticas, varicela ( a: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto
ou até dois dias após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquirem a forma
de crosta); doença de chagas na fase aguda ou quando houver sangramento mamilar evidente;
Abcesso mamário até que ele tenha sido drenado e antibioticoterapia iniciada; consumo de drogas
de abuso.
Não há contraindicações: .
Tuberculose (com máscara, sem receber BCG e usa Isoniazida por 3 m), Hanseníase, Hepatite B,
Hepatite C, consumo de cigarros, consumo de álcool.
Orientações .
→ A sucção precoce da mama reduz o risco de hemorragia pós-parto, ao liberar ocitocina, e de
icterícia no recém-nascido, por aumentar a motilidade gastrointestinal.
Frequência das mamadas: Habitualmente, o recém-nascido mama com frequência, sem
regularidade quanto a horários. É comum um bebê em AME sob livre demanda mamar de 8 a 12
vezes ao dia.
Tempo de mamada: SBP: Independentemente do tempo necessário, é importante que a criança
esvazie a mama, pois o leite do final da mamada – leite posterior – contém mais calorias e sacia a
criança.
→ Água, chás e, sobretudo, outros leites devem ser evitados, pois há evidências de que o seu uso
está associado com desmame precoce e aumento da morbimortalidade infantil
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
→ O uso de chupeta tem sido desaconselhado por diversas razões, entre as quais a possibilidade de
interferir com o AM. Crianças que usam chupetas, em geral, são amamentadas menos
frequentemente, o que pode prejudicar a produção de leite. Além de interferir com o AM, o uso de
chupeta afeta negativamente a formação do palato.
A importância do pediatra .
→ técnicas de extração do leite, sua conservação e meios de oferecer o leite extraído para a criança
em um copinho, xícara ou colher.
Leite cru (não pasteurizado) pode ser conservado em geladeira por 12 horas, e no freezer ou
congelador, por 15 dias
Licença maternidade: à empregada gestante é assegurada licença de 120 dias consecutivos, sem
prejuízo do emprego e da remuneração, podendo ter início no primeiro dia do 9º mês de gestação,
salvo antecipação por prescrição médica (Constituição Federal – art. 7º, inc. XVIII).
garantia do emprego: é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da mulher trabalhadora
durante o período de gestação e lactação, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto
creche: todo estabelecimento que empregue mais de 30 mulheres com mais de 16 anos de idade
deverá ter local apropriadoem que seja permitido às empregadas guardar, sob vigilância e
assistência, os seus filhos no período de amamentação.
2. Quais as consequências da falta do aleitamento materno e os benefícios do aleitamento?
→ Além de alimentar a criança, o aleitamento materno (AM) protege mãe e criança contra algumas
doenças e promove o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança e o bem-estar físico e
psíquico da díade mãe e filho
Consequências de não ter Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses:
→maior chance de adoecer por infecção intestinal e hospitalização por doença respiratória;
→ Os alimentos interferem na absorção de nutrientes existentes na AM como o ferro e o zinco.
→ reduz a eficácia da lactação na prevenção de novas gestações.
Superioridade da amamentação:
→ redução da mortalidade infantil; em 13% → a amamentação na primeira hora de vida tem sido
associada à redução da mortalidade neonatal.
→ redução da incidência e gravidade da diarreia
→ redução da morbidade por infecções respiratórias: infecções respiratórias e otite média → IgA
→ reduz o risco de asma e sibilos recorrentes;
→ Redução de alergias: crianças amamentadas exclusivamente pelo menos até os 3 meses tem
menos risco de dermatite atópica quando comparada a AM por menos tempo
A exposição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros dias parece aumentar o risco de
alergia ao leite de vaca
→ redução de doenças crônicas
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
→ melhor nutrição: o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o
desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido quando comparado a
outros leites.
→ melhor desenvolvimento cognitivo e inteligência
→ melhor desenvolvimento da cavidade bucal: a retirada da amamentação pode determinar ruptura
do desenvolvimento motor-oral harmônico, prejudicando o alinhamento adequado dos dentes e as
funções de mastigação, deglutição, respiração e fala.
→ proteção contra doenças na mulher que amamenta: contra câncer de mama e de ovários e o
desenvolvimento de diabetes tipo 2;
→ economia: implicações financeiras;
→ promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho
→ o leite humano contém uma série de substâncias bioativas necessários para a maturação do TGI,
tais como: hormônios (prolactina, ocitocina, ACTH, GH, TSH, tiroxina, insulina e cortisol), fatores
de crescimento (TGF-α e TGF-β, EGF, IGF), neuropeptídios, anti-inflamatórios e
imunomoduladores. Essas substâncias participam do estímulo à produção de dissacaridases da
borda em escova (absorção de carboidratos), hiperplasia das criptas para aumentar a superfície
absortiva, maturação da motilidade intestinal através do sistema nervoso entérico, estímulo à
produção de IgA dentre tantos outros.
3. Como funciona a consulta de puericultura?
PUERICULTURA .
É o pilar, a pedra angular da pediatria, responsável pela promoção da saúde, pelo bom crescimento e
desenvolvimento das crianças.
É um importante acompanhamento médico realizado por pediatra, a puericultura é a ciência que
visa proteger o paciente contra algum agravo que possa interferir em seu desenvolvimento físico e
mental.
→ acompanhamento de crescimento, desenvolvimento neuro-motor- cognitivo – psicológico de
bebês, crianças e adolescentes e apoio às famílias
SBP: A primeira consulta ocorre no terceiro trimestre da gestação, com a finalidade de cuidados
desde já à saúde materna e consequentemente ao bebê.
→ A importância desta consulta inicial está na orientação de melhores hábitos, assim como nos
cuidados ao recém-nascido nos primeiros dias de vida.
A primeira consulta acontece entre 7 e 10 dias de vida
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
Pontos básicos a serem abordados em uma consulta de puericultura:
● Ganho de peso
● Ganho de altura
● Alimentação e suplementações vitamínicas de rotina
● Desenvolvimento: motor, cognitivo e emocional (incluindo relações interpessoais e
desempenho escolar)
● Imunizações
● Funcionamento gastrointestinal e gênito urinário
● Qualidade de sono
● Atividade física x tempo de telas
● Contato com a natureza
● Prevenção de acidentes
4. Quais os aspectos abordados na consulta de puericultura que são importantes no processo de
desenvolvimento da criança?
→ Na anamnese o pediatra deve procurar identificar se os pais são maturadores lento ou avançado.
→ durante a puericultura deve ser procurado os fatores de risco
em mães e famílias, pois podem aumentar a chance de menor
duração do AM.
As consultas de puericultura têm por objetivo:
Promover a saúde
● Prevenir doenças com vacinação de rotina e educação
● Detectar e tratar doenças precocemente
● Orientar os pais a aprimorar o desenvolvimento
intelectual e emocional da criança
5. O que é deficiência nutricional, a classificação e suas consequências (no contexto infantil)?
Desnutrição energético-proteica .
O estado de deficiência ou excesso tanto de macronutrientes quanto de micronutrientes causa
desequilíbrio entre o suprimento de energia, de nutrientes e a demanda do organismo, alterando a
garantia na manutenção, no crescimento e nas funções metabólicas.
Classificação .
● Primária → quando não há nenhuma outra doença associada (relacionada à insegurança
alimentar);
● Secundária → há doença relacionada, geralmente por baixa ou inadequação ingestão
alimentar; por alteração na absorção ou por necessidades nutricionais aumentadas e/ou
perdas aumentadas de nutrientes associadas DEP associada a cardiopatias congênitas,
doença celíaca ou síndrome da imunodeficiência adquirida.
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
→ o tempo e a gravidade contribuem para a definição e classificação da desnutrição.
Conforme o tempo:
→ Identificam-se indivíduos
emagrecidos (wasted) e/ou com parada
de crescimento (stunted), conforme o
tempo de curso
Conforme à gravidade:
→ há as formas moderada e grave. Esta última baseia-se em critérios clínicos e
laboratoriais e é dividida em: marasmo, kwashiorkor e
kwashiorkor-marasmático.
Quadro clínico .
→ delicia equilíbrio homeostático, limítrofe ao colapso endócrino metabólico.
A escassez de nutrientes na DEP moderada e grave favorece a hipoclimenia, lipólise, glicólise,
glicogenólise e neoglicogênese, secundárias às alterações dos eixos na insulina, com diminuição da
produção e aumenta da resistência periférica pela ação de hormônios contrarreguladores.;
→ redução no metabolismo com alterações na via tireoidiana de aproveitamento do iodo e
conversão hormonal, a fim de reduzir o gasto de O2 e conservar energia.
→ sodio elevado e hiponatremia, hipopotassemia, hipercalcemia e maior tendência de edema
intracelular.
→ alterações nos processos de mielinização do SNC, nas atividades mitóticas dendriticas, produção
de neurotransmissores e no amadurecimento da retina.
→ insuficiência pancreática, crescimento bacteriano, atrofia de vilosidades intestinais, redução de
absorção.
Marasmo .
deficiência primaria de carboidrato e gordura que leva ao consumo exacerbado de proteínas
responsável pelas características típicas da doença (desnutrição geral, perda de massa muscular).
Quadro clínico:
→ acomete crianças menores de 1 meses;
→ emagrecimento acentuado;
→ baixa atividade;
→ irritabilidade, atrofia muscular e cutânea;
→ desaparecimento da bola de Bichar ( último deposito de gordura a ser consumido,
localizado na região malar), o que favorece o aspecto envelhecido -
fáscieis senil ou simiesca);
→ costelas visíveis e adegas hipertróficas.
→ abdome pode ser globoso;
→ raramente hepatomegalia.
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
o Marasmo causa principalmente uma perda ponderal de músculo e gordura que causa alterações
graves no processo de crescimento;
Kwashiorkor .
→ forma grave de desnutrição
a Organização Mundial da Saúde (OMS) define desnutrição grave como CBde edema nos pés bilateral em
crianças com kwashiorkor
Causa: dieta de qualidade nutricional pobre, incluindo deficiência de zinco, fósforo e magnésio.
Consequência:
● perda do apetite;
● comprometimento do crescimento;
● resposta desfavorável a infecções, modificando a resposta da criança diante do estresse
ambiental.
Quadro clínico:
→ acomete crianças acima de dois anos;
→ alterações de pele (lesões hipercrômicas, hipocrômicas ou
descamativas);
→ acometimento do cabelo (textura, coloração, facilidade de soltar do
couro cabeludo)
→ hepatomegalia (esteatose)
→ ascite
→ face de lua;
→ edema de MMI ou anasarca: geralmente bilateral simétrico, começa nos pés e progride para os
pés e as mãos baixas;
→ apatia;
Kwashiorkor-marasmático .
é uma junção das duas, é caracterizado pelos sinais e sintomas clássicos do Marasmo, contudo,
com a presença de edemas pelo corpo. Essa forma mista é marcada pela desnutrição não só de
carboidratos e gordura mas também das proteínas, sendo considerada uma desnutrição
proteico-calórica(DPC).
Diagnóstico .
é necessário considerar aspectos geográficos heterogêneos no brasil;
● fome por escassez de recursos econômicos: prevalecem as formas graves tipo marasmo;
● riqueza de recursos naturais (Norte e amazônia), mas com desconhecimento da oferta
adequada de alimentos: Kwashiorkor
● Deficiência de micronutrientes: fome oculta
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
Avaliação Nutricional .
Os parâmetros antropométricos usualmente utilizados para avaliar a condição nutricional de
crianças são o peso e a estatura (altura ou comprimento). Os perímetros cefálico, torácico,
braquial e abdominal também podem ser utilizados. Os valores desses dados antropométricos
deverão ser sempre analisados em função da idade e do sexo da criança, que são os principais
determinantes de sua evoluçã
• Classificação de Gomez→ comparação do peso do paciente em relação ao peso ideal para aquela
idade (P/I). Essa classificação é preconizada para crianças menores de 2 anos. OBS: na presença de
edema, independente do índice P/I, a criança será considerada como desnutrida de 3º grau.
• Classificação de Waterlow → leva em consideração dois parâmetros: comparação do peso com a
estatura (P/E), e a relação da estatura com a idade (E/I). Essa classificação é preconizada para
crianças entre 2 a 10 anos de idade.
● Eutrofia: E/I superior a 95 % e P/E superior a 90 % do p50;
● Desnutrido atual ou agudo (wasting): E/I superior a 95 % e P/E inferior a 90 % do p50;
● Desnutrido crônico (wasting and stunting): E/I inferior a 95 % e P/E inferior a 90 % do
p50;
● Desnutrido pregresso (stunting): E/I inferior a 95 % e P/E superior a 90 % do p50.
• Ministério da Saúde→ comparação entre Peso x Idade, Peso x Estatura, Estatura x Idade e IMC
x Idade, utilizando-se de gráficos com percentis e escore Z.
6. Quais os principais déficits alimentares na primeira infância?
Primeira infância: MS → A primeira infância, de zero a 6 anos, é um período muito importante
para o desenvolvimento mental e emocional e de socialização da criança.
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
Suplementação vitamínica e mineral .
Ferro .
→ A administração de ferro profilático deve ocorrer para todos os lactentes a partir da interrupção
do aleitamento materno exclusivo até os 24 meses de idade.
→ Estima-se que metade da população de crianças menores de 4 anos, nos países em
desenvolvimento, sofra de anemia ferropriva (BRASIL, 2007)
→ Na América Latina, a anemia afeta 55% das crianças de 6 a 18 meses e 30% das pré-escolares.
Estudos apontam que, em vários locais do Brasil, aproximadamente a metade dos pré-escolares é
anêmica, com a prevalência chegando a 67,6% nas idades entre 6 e 24 meses.
Os elevados requerimentos fisiológicos de ferro na primeira infância tornam a criança
especialmente vulnerável à anemia por deficiência de ferro durante os dois primeiros anos de
vida.
→ Plano Nacional de Suplementação de Ferro tem
estratégias recomendam a suplementação a todas as
crianças de 6 a 18 meses (ou, se não estiverem em
período de aleitamento materno exclusivo, a partir
dos 4 meses) e mais cedo para as crianças de baixo
peso ao nascer e pré-termo (abaixo de 37 semanas)
(BRASIL, 2005)
. → Na atualização se estabelece a recomendação
diária de 1 a 2mg de ferro elementar/kg de peso
para o público de crianças de 6 a 24 meses.
Vitamina A .
O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A
(BRASIL, 2004), busca reduzir e controlar a deficiência nutricional de vitamina A em crianças de 6
a 59 meses de idade e mulheres no período pós-parto imediato (antes da alta hospitalar) residentes
em regiões consideradas de risco.
→ Região Nordeste, ao norte do Estado de Minas Gerais, ao Vale do Jequitinhonha e ao Vale do
Mucuri, além de municípios que compõem a Amazônia Lega
Nas Américas, há 8,2 milhões de crianças acometidas por deficiência de vitamina A (DVA),
merecendo destaque neste contexto o Brasil, onde é estimado que se concentre cerca de 30% dos
casos de xeroftalmia do continente. Tal deficiência é a principal causa de cegueira evitável no
mundo, estando também associada a 23% das mortes por diarreias em crianças
● Segundo o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, a conduta de
administração via oral da megadose de vitamina A é a seguinte:
● para crianças de 6 meses a 11 meses de idade: 1 megadose de vitamina A na concentração
de 100.000 UI;
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
● para crianças de 12 a 59 meses de idade: 1 megadose de vitamina A na concentração de
200.000 UI a cada 6 meses;
● para puérperas: 1 megadose de vitamina A na concentração de 200.000 UI, no período
pósparto imediato, ainda na maternidade (BRASIL, 2004).
Vitamina K .
Vitamina K1 sbp: o RN deve receber na dose 0,5 a 1 mg por via intramuscular ou 1 a 2 mg por via
oral, como forma de prevenir sangramentos resultantes da carência dos fatores de coagulação;
● Bebês com idade gestacional acima de 32 semanas e com mais de 1.000g: 1mg IM ou EV.
● Bebês com menos de 32 semanas e com mais de 1.000g: 0,5mg IM.
● Bebês com menos de 1.000g, independentemente da idade gestacional: 0,3mg IM.
→ Se houver recusa dos pais quanto à administração injetável, deve ser garantido o fornecimento da
vitamina K oral (2mg ao nascer), seguido de 1mg/semana durante os 3 primeiros meses.
Vitamina D .
SBP: 400 UI/dia dos 12 aos 24 meses, inclusive para crianças em aleitamento materno exclusivo.
MS: 400 UI/ dia a partir dos primeiros dias de vida até a adolescência
→ O raquitismo atribuído à baixa ingestão de alimentos ricos em vitamina D e à restrição à
exposição solar é uma condição prevenível, mas que continua ocorrendo, mesmo em países
desenvolvidos
suplementação de Zinco .
→ não há uma recomendação universal quanto à suplementação de zinco para a população
brasileira. Deve-se enfatizar o consumo de alimentos ricos em zinco, como carnes, vísceras (em
especial, o fígado) e gema de ovo (GIUGLIANI et al., apud DUNCAN, 2004) [D].
Suplementação de fluor: O acréscimo de flúor à água de abastecimento público constitui uma das
melhores formas de acesso da população a esse elemento. Desse modo, a suplementação de flúor
não se justifica em localidades onde há fluoretação da água para abastecimento.
Prevenção da anemia .
• A partir dos 4 meses de idade, ocorre a depleção do estoque de ferro, e a alimentação passa a ter
papel fundamental na prevenção da anemia.
• O ferro na forma heme, presente nas carnes, é mais facilmente absorvido.
• O ferro que não está na forma heme, presente nos vegetais, precisa estar na forma ferrosa e
depende do estado nutricional e dos outros alimentos para ser absorvido. • Fatores que favorecem a
absorção de ferro→ ácido ascórbico (sucos cítricos) e ácidos orgânicos (presentes na casca do
feijão, nos cereais crus e nos farelos).
• Fatores que prejudicam a absorção de ferro→ cálcio (presenteno leite e derivados), polifenóis
(presente nos chás e cafeína).
• Recomendações → a carne deve sempre fazer parte da composição das papas; deve-se oferecer
um pedaço pequeno de fígado de boi uma vez por semana; dietas vegetarianas não suplementadas
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
não são recomendadas para crianças menores de 2 anos; deve-se oferecer uma fruta com vitamina C
in natura, amassada, após as refeições (laranja, limão, caju, acerola, goiaba).
7. Qual a fisiologia do desenvolvimento neuropsicomotor e quais os marcos de
desenvolvimento da criança (até os 5 anos)?
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA .
→ Profissionais devem estar habilitados a abordar o desenvolvimento por meio do conhecimento da
sequência natural de evolução e dos fatores de risco que possam comprometê-las.
→ A carga genética é um fator determinante, mas o desenvolvimento depende de fatores
ambientais, como uma variação de estímulos e experiências para favorecer todo o seu potencial.
→ depende da integridade de vários órgãos e sistemas que concorrem para condicionar,
principalmente o sistema nervoso que participa de toda a ordenação funcional que o indivíduo irá
experimentar;
→ Em relação às aquisições motoras, inicialmente, o movimento dos membros consiste em
basicamente contrações descontroladas. Conforme ocorre a mielinização do tronco cerebral (se
completa no 3º mês), ocorre a aquisição de movimentos mais coordenados e complexos nas
estruturas e domínios influenciados pelas regiões encefálicas mielinizadas.
Desenvolvimento motor deve ocorrer no sentido crânio caudal e próximo distal
→ a primeira musculatura a ser controlada é a ocular;
Amadurecimento do sistema nervoso:
O tecido nervoso cresce e amadurece nos primeiros anos de vida;
→ é mais vulnerável aos agravos de natureza e às adversidades podem causar prejuízo relacionados
ao processo de desenvolvimento.
→ melhor responde a estímulos no primeiro ano.
Estudo do desenvolvimento e os domínios: sensorial, motor ( habilidades motoras grosseiras e
habilidades motoras finas), da linguagem social, adaptativo, emocional e cognitivo.
eixo integrador: a subjetividade, função de dimensão psíquica que se particulariza e possibilita a
singularidade de cada um dos seres humanos.
Avaliação .
→ processo contínuo de acompanhamento das atividades relativas ao potencial de cada criança;
→ detecção precoce de desvios ou atrasos.
→ As avaliações do desenvolvimento infantil devem sempre levar em consideração as informações
e opiniões dos pais e da escola sobre a criança
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
A verificação pode ocorrer de forma sistematizada por meio de alguns testes e/ou escalas elaboradas
para tal finalidade: teste de Gesell, teste de triagem Denver II, a escala do desenvolvimento infantil
de Bayley, o Albert Infant Motor Scale.
No Brasil, a Caderneta de Saúde da Criança é
utilizada para registro e sistematização da
vigilância do desenvolvimento infantil até os 3
anos de idade
→ deve ocorrer em todas as visitas de puericultura
de forma individualizada e compartilhada com a
família.
Fatores de risco para distúrbios do
desenvolvimento: ausência de pré-natal,
dificuldades no nascimento, baixo peso ao nascer,
prematuridade, intercorrências neonatais, uso de
drogas ou álcool, infecções e depressão durante a
gestação.
→ A partir dos 2 anos de idade o contexto cultural
em que a criança se insere passa a ter uma
influência maior e, consequentemente, uma
variação maior entre os marcos
Anotações sobre a evolução do BB .
aquisições motoras: reconhece-se no
recém--nascido um padrão motor muito imaturo,
com a presença do reflexo tônico cervical
assimétrico, que lhe confere uma postura
assimétrica, com predomínio do tônus flexor nos
membros e intensa hipotonia da musculatura
paravertebral.
→ os reflexos são controlados por partes primitivas
do cérebro→ reflexos involuntários
Evolução: o tônus flexor vai sendo substituído pelo
padrão extensor.
2º semestre: não há mais predomínio de tônus
flexor/extensor e a criança passa primeiramente a
rolar e quando dissociado o movimento entre
cintura e pelve, consegue mudar de deitada para
sentada.
→ o apoio progressivo na musculatura dos braços
permite o apoio nos antebraços e as primeiras
tentativas de engatinhar.
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
Desenvolvimento motor fino: Rn →
mãos fechadas a maior parte do tempo
3º mês → redução do tônus flexor →
mãos abertas e agarra objetos, mas
ainda não os soltam.
5º e 6º mês → apreender um objeto
voluntariamente e iniciam o
movimento de pinça;
• Em relação à visão, o RN é capaz de
focalizar objetos a poucos centímetros de
distância e tem preferência por rostos
humanos.
• Em relação à audição, o bebê já consegue
escutar desde o 5º mês de gestação.
Inclusive, ao nascer, já existe familiaridade
com vozes materna e familiares.
• No tocante à linguagem, entre o 2º e 3º
mês começa a emissão de arrulhos, e, por
volta do 6º mês, sons bilabiais e balbucios. Com 1 ano de idade, surgem as primeiras palavras, e aos
18 meses (1 ano e 6 meses), surge as primeiras frases simples
→ O recém-nascido começa com um padrão motor muito imaturo, com reflexo tônico cervical
assimétrico, conferindo-lhe uma postura assimétrica; e predomínio do tônus flexor e hipotonia
intensa da musculatura paravertebral. É por essa razão que RN tendem a estar “encolhidinhos”.
Esses reflexos tendem a desaparecer. • Posteriormente, o tônus flexor visto no recém-nascido vai
sendo substituído pelo padrão extensor, de forma gradual. Esse amadurecimento se dá de maneira
craniocaudal.
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
8. Como as condições socioeconômicas influenciam no crescimento e desenvolvimento da
criança?
→ Coley et al. (2013), em estudo conduzido em três cidades americanas e com amostra de 2.437
indivíduos de dois a vinte um anos, verificaram que a pobreza do ambiente domiciliar foi o fator
mais forte e consistentemente associado ao desenvolvimento das crianças e adolescentes, incluindo
pior funcionamento emocional e comportamental e menores habilidades cognitivas.
A baixa qualidade do ambiente domiciliar aumenta a ansiedade materna e o estresse parental,
e diminui a regularidade de manutenção das rotinas familiares, tendo impacto negativo sobre
o desenvolvimento infanto-juvenil.
→ Vários estudos abordam os fatores socioeconômicos e demográficos familiares como
determinantes da qualidade da estimulação domiciliar, destacando renda familiar, escolaridade e
ocupação parental, composição familiar e condição de moradia
→ Famílias que vivem em condições de maior pobreza estão mais expostas a riscos acumulados em
virtude de problemas de ordem ambiental, social e política; situações de violência, abuso sexual,
depressão materna e uso de drogas pelos pais.
SEGURANÇA DOMÉSTICA .
→ O maior número de eventos traumáticos com crianças pequenas, até o fim da idade escolar,
acontece no seu próprio domicílio.
Dados: No Brasil, segundo o Datasus em 2014, cerca de 6º de todas as hospitalizações de até 9 anos
foram causas externas, e as quedas são responsáveis por 39% desses casos, um número 4x maior
que o das internações por traumatismo de transito e por choque elétrico.
→ A prevenção de lesões que ocorrem no lar, segundo os especialistas, apoia-se na orientação e na
conscientização dos pais para que promovam mudanças no seu comportamento, no sentido de uma
supervisão mais efetiva e da eliminação de riscos dentro de casa: apoio da comunidade, vantagens
económicas no acesso a produtos seguros e melhoria socioeconomico cultural como um todo.
→ os profissionais de saúde devem distinguir as noções de riscos de acidentes em seu contexto, de
modo a orientar, pois ações preventivas incluem uma combinação do conhecimento dos riscos,
supervisão ativa, ensino de regras de segurança às crianças, adaptações na casa e aprendizado.
→ como instalaçãode protetores de tomadas elétricas e portões em escadas, armazenamento seguro
de medicamentos, produtos de limpeza e objetos cortantes, acesso fácil ao número de telefone do
centro de controle de intoxicações, redução da temperatura da água nas torneiras e instalação de
alarmes de incêndios
→ precisa haver conscientização pelo profissional de saúde de como prevenir asfixia, afogamentos,
quedas, queimaduras, choques elétricos.
Crescimento .
é definido pelo aumento linear contínuo, mas não constante, das estruturas que compõem e resulta
da interação de fatores extrínsecos ou ambientais (nutricionais, condições geofísicas, vínculo
mãe-filho) e intrínsecos ou orgânicos ( genéticos e neuroendócrinos). é avaliado quantitativamente.
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
Desenvolvimento .
→ refere-se ao ganho de funções sejam elas as habilidades neuropsicomotoras adquiridas nos
primeiros anos de vida, sejam as funções reprodutivas adquiridas durante a puberdade. Por
exemplo: o desenvolvimento da conduta motora durante o primeiro ano de vida, a qual transforma o
neonato provido apenas de respostas motoras reflexas, em um lactente que se senta, engatinha,
adquire postura ortostática e por conseguinte deambula sem apoio. O desenvolvimento é, portanto,
um parâmetro avaliado qualitativamente.
9. Como funciona o processo de notificação no SISVAN e para que serve?
SISVAN .
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN
A avaliação contínua do perfil alimentar e nutricional da população e seus fatores
determinantes
→ A Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) nos serviços de saúde da Atenção Básica inclui a
avaliação antropométrica (medidas corporais) e do consumo alimentar, segundo orientações
constantes no Sisvan Web.
→ têm potencial de produzir um conjunto de indicadores de saúde e nutrição que deverão orientar a
gestão na formulação de políticas públicas e as ações locais de atenção nutricional.
revelam a situação alimentar e nutricional da população atendida e permitem a orientação de
ações, políticas e estratégias para a atenção integral à saúde.
→ Para orientar a avaliação do estado nutricional em cada fase ou evento do curso da vida na
Atenção Primária, o Ministério da Saúde disponibiliza a publicação Protocolos do Sistema de
Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN e norma técnica com Orientações para a coleta e
análise de dados antropométricos em serviços de saúde.
→ Quanto aos marcadores de consumo alimentar que indicam a qualidade da alimentação, o Sisvan
apresenta um formulário dividido em três blocos: Crianças menores de 6 meses; Crianças de 6 a 23
meses; Crianças com dois anos ou mais, adolescentes, adultos, gestantes e idosos.
Qualificar o entendimento de práticas alimentares na infância e a prevalência do Aleitamento
materno.
10. Como funciona o método de Capurro e New Ballard?
MÉTODO CAPURRO .
é um método que estima a idade gestacional do recém nascido por meio da investigação de
parâmetros somáticos e neurológicos.
→ Em crianças deprimidas, doentes ou de difícil acesso, o método limita-se à avaliação das
variáveis somáticas
A idade gestacional (IG) é o tempo transcorrido desde a concepção até o momento do
nascimento → O melhor método para estimar a IG é a DUM.
→ aplicado em RN de 29 semanas ou mais.
● Método de capurro somático: 5 características;
analisa apenas características somáticas/físicas
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
como textura da pele, forma da orelha, glândula mamária e mamilos.
Cálculo: A+B+C+D+G+204= idade gestacional em dias → dividir por 7 para transformar em
semanas
● Método capurro somático e neurológico: 4 parâmetros somáticos e 2 neurológicos.
Cálculo: A+B+C+D+E+F + 200= idade gestacional em dias (DP +/- 8,4 dias) → divide por 7 para
obter IG em semanas.
Forma da orelhinha Observar (sem tocar) a encurvação do pavilhão da orelha. “O bordo superior do
pavilhão ocular forma uma cobertura pelos lados?”
→ avaliar o encurvamento de um lado ou do outro.
Tamanho da Glândula
Mamária
Pince suavemente o tecido celular subcutâneo adjacente para que seja possível avaliar se
o que se mede é ou não o tecido mamário.
→ utilize uma fita métrica.
→ É possível palpar o tecido mamário?
→ seu diâmetro é que 10mm.
Formação do mamilo Observe ambos os mamilos e com uma fita métrica meça se o diâmetro é apenas visível,
 7,5mm com aréola pontilhada e sem elevação de bordo, > 7,5mm com
aréola pontilhada e bordos elevados.
Textura da Pele Palpe e examine a pele e os antebraços, mãos, pernas e pés e veja se no dorso das mãos
e pés existem zonas de descamação ou rachaduras. Dependendo da profundidade das
rachaduras ou da presença de descamação, pontue em 0, 5, 10, ou 20.
Pregas Palmares Observe a planta de ambos os pés e logo hiperestenda ambas de maneira que se
mantenha tensa a pele da planta. A diferença entre pregas e sulcos plantares é que os
primeiros tendem a desaparecer quando se estende a pele, os sulcos continuam
marcados claramente. Dependendo da quantidade de sulcos e pregas, pontua-se 0, 5, 10,
15 ou 20
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
MÉTODO NEW BALLARD .
→ É o melhor método para avaliar RN pré-termo (até 20 semanas).
→ pode chegar a pontuações negativas;
→ Pode ser realizado até 96 horas de vida.
● Avalia 6 parâmetros neurológicos: postura, janela quadrada (ângulo de flexão do punho),
retração do braço, ângulo poplíteo, sinal do xale e calcanhar à orelha.
● Avalia 6 parâmetros somáticos: pele, lanugo, superfície plantar, glândula mamária,
olhos/orelhas, genital (masculino e feminino).
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
11. Quais os mecanismos do crescimento normal e como quantificá-los?
CRESCIMENTO DA CRIANÇA .
→ Antigamente, a proposta de avaliar o crescimento da criança buscava a detecção antecipada da
desnutrição. Agora é um alerta para suspeitar de outros agravos que poderiam estar afetando o
crescimento.
– É o processo de aumento da massa corporal; macroscopicamente, é expressão da hiperplasia e
hipertrofia celulares. É quantitativo, logo tem que ser avaliado de forma quantitativa: o seu estudo
inclui a avaliação de peso e altura da criança ao longo do tempo
Visa 3 aspectos:
● detectar precocemente o que está afetando o crescimento;
● identificar as variações da normalidade, evitando intervenções prejudiciais.
● identificar problemas que não podem ser curados, mas possam ser minimizados;
Curva de crescimento
→Centers for Disease Control and Prevent conhecido como CDC 2000;
→ OMS
● Até 2 anos
● 2 a 3 anos
● 3 aos 5 anos;
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
● 5 aos 20 anos.
→ comprimento/altura → IMC → Peso até os 10 anos
CRESCIMENTO PÓS NATAL .
Nasce: Menino→ 50cm Menina→ 49 cm
Pico da velocidade de crescimento→ 2º trimestre
Pico da velocidade peso→ último trimestre
Canalização: fenômeno em que durante os dois primeiros ano de vida, a curva de crescimento pode
mudar de canal mudando de percentis
ex: lactentes que se encontram em percentis mais baixos da curva, mas que tem um potencial
genético para serem mais altos, fazem uma recuperação logo a partir das primeiras semanas de vida
em direção a percentis mais altos;
3 fases do crescimento pós-natal .
● Fase de crescimento rápido, mas também de desaceleração rápida que vai dos 2,5 até
os 3 anos;
Primeiro ano: 25 cm → 15 cm no primeiro semestre e 10 no segundo
Segundo ano: 10 a 12 cm
● Fase de crescimento mais estável com uma desaceleração lenta que vai até o início da
puberdade;
Terceiro ano: 5 e 7 cm por ano
● Fase puberal com estirão caracterizado por um crescimento rápido até atingir o pico,
com uma desaceleração posterior até a altura adulta.
Menina: 8,5 cm/ano
Meninos: 9,5 cm/ano → crescem mais 2
anos
Maturação esquelética .
Diferenças no ritmo de crescimento
podem ser agrupadosem 3 grupos
genéricos: maturadores rápidos, médios e lentos.
→ as diferenças de maturação refletem nos estirões puberais: os rápidos e médios apresentam picos
mais altos; os lentos apresentam picos mais baixos e mais tarde;
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
Avaliação da maturação: radiografia da mão e do punho esquerdo
→ Tanto a avaliação com o atlas de Greulich-Pyle como o método de Tanner (TW2) foram
elaborados com radiografias desse lado.
● Greulich-Pyle → compara a radiografia com os modelos apresentados no atlas e avalia com
qual idade se parece.
● TW2 → atribui pontos para os diferentes estágios de desenvolvimento dos ossos do punho e
da mão. Ao final, procede-se a soma dos pontos e uma tabela informa a idade provável;
→ a idade óssea em relação a idade cronológica apresenta uma variação de +/- 2 anos.
A maioria das doenças atrasa a idade óssea
Hipertireoidismo, obesidade e hormônios sexuais adiantam
→ o fechamento completo das epífises indica que a pessoa parou de
crescer
ex: meninos da mesma idade e da mesma altura, mas um com idade
atrasada e outro com idade adianta, pode-se inferir que o menino
com a idade atrasada tenha maior probabilidade de atingir a idade
adulta com maior altura.
Problemas de estatura: baixa estatura familiar e maturadores lentos (constitucional)
PUBERDADE .
→ Utiliza-se a escala de Tanner pelas
mamas, pelos pubianos e genitais dos
meninos.
Mamas:
Estágio 1: pré-adolescente, apenas
elevação do mamilo
Estágio 2: estágio do botão mamário,
elevação da mama e do mamilo, com
um pequeno monte. O diâmetro da
aréola apresenta-e um pouco maior que
no estágio 1
Estágio 3: tanto a mama quanto a
aréola estão maiores e mais elevadas
que no estágio 2, mas sem distinção.
Estágio 4: A aréola e a papila formam
um contorno secundário, destacando-se
do resto da mama. 5.
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
Estágio 5: estágio maduro, apenas o mamilo se projetando, com a aréola seguindo o contorno da
mama.
Genitais:
Estágio 1: pré-adolescente, testículos,
escroto e pênis de tamanho e forma infantis.
Estágio 2: escroto apresenta-se levemente
aumentado, com pele mais escura e mudança
de textura. Pênis sem aumento ou pouco
aumentado.
Estágio 3: pênis apresenta aumento,
principalmente em comprimento. Escroto
maior que no estágio anterior.
Estágio 4: pênis aumentado em comprimento
e largura, e desenvolvimento da glande.
Escroto maior que no estágio 3; pele do
escroto mais escura e enrugada que nos
estágios anteriores.
Estágio 5: genitália adulta em tamanho e
forma
Pelos púbicos
Estágio 1: pré-adolescente, sem pelos
púbicos.
Estágio 2: pelos finos, longos, lisos ou curvos, esparsos, mas com maior concentração próximo à
base do pênis ou ao longo dos lábios.
Estágio 3: mais escuros, espessos e curvos, os pelos espalham-se pelo púbis.
Estágio 4: pelos do tipo adulto, mas em menor quantidade. Não atingem as coxas.
Estágio 5: pelos do tipo adulto em quantidade e tipo
→ O tamanho dos testículos pode ser avaliado pelo orquidômetro de Prader, um conjunto de bolas
de forma elíptica, que vão de 1 cm3 até 25 cm .
Até 3 cm considera-se que o menino ainda tem características infantis.
→ A puberdade começa com o aumento do testículo e isso se inicia com 4 cm. O estirão puberal
tem início quando o volume testicular atinge 8 cm.
→ A puberdade da menina começa com o aumento da velocidade de crescimento e a menarca
ocorre quando a velocidade já ultrapassou o pico;
Fatores que influenciam e controlam o crescimento .
● Influência genética;
● Nutrição
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
● Doenças
● Condições sociais;
● Fatores extrínsecos (alimentação, estimulo e atividade)
● Fatores intrínsecos (genética, sistema neuroendocrino)
● Hormônios: GH, insulin like growth factor I (IGFI), hormônio tireoidiano e os hormônios
sexuais.
Tanner:
PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFETAM O CRESCIMENTO .
Variações de normalidade Baixa estatura familiar e maturador lento
Deficiências de crescimento por alterações
esqueléticas
anomalias cromossômicas (Turner, down),
mutações genéticas como displasias ósseas
(p.e. acondroplasia e hipocondroplasia) e
síndrome de etiologia desconhecida
Deficiências secundárias, de início pré natal ou
pós natal
Pré natal: tamanho da mãe, nível
socioeconômico baixo, má nutrição,
hipertensão, drogadição, consumo de álcool,
hábito de fumar e infecções como sífilis,
toxoplasmose e etc.
Pós natal: alterações metabólicas,
hipotireoidismo, deficiência do hormônio do
crescimento, uso prolongado de
corticosteróides, desnutrição e outras.
Aleitamento materno, puericultura, desenvolvimento, crescimento, capurro- 3º semestre
Referências:
■ Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 4a edição, Barueri, SP: Manole,
2017.
■ https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_aidpi_neonatal_3ed_2012.pdf
■ https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/cuidados-com-a-saude/consulta-
de-puericultura/
■ https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-crianca
■ https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/25167/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%
20Rebeca%20de%20Oliveira%20Silva.pdf
■ https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/vigilancia-alimentar-e-nutricional/vigilan
cia-alimentar-e-nutricional
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_aidpi_neonatal_3ed_2012.pdf
https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/cuidados-com-a-saude/consulta-de-puericultura/
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https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/vigilancia-alimentar-e-nutricional/vigilancia-alimentar-e-nutricional
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/vigilancia-alimentar-e-nutricional/vigilancia-alimentar-e-nutricional

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