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DSS Doenças transmissíveis, não transmissíveis e agravos - Saúde Coletiva - Doenças transmissíveis Resgate histórico Vigilância de pessoas, com base em medidas de isolamento ou quarentena, aplicadas individualmente, e não de forma coletiva. As ações de vigilância epidemiológica passaram a ser operacionalizadas num contexto de profunda reorganização do sistema de saúde brasileiro, caracterizada pela descentralização de responsabilidades e integralidade da prestação de serviços CARACTERÍSTICAS Doenças de rápida disseminação Curto curso Apresentam uma fonte de infecção que precisa ser identificada e controlada Relação causal por um número pequeno de razões Viabilidade de identificação do caso novo O grupo de expostos pode ser identificado e isolado Exigem rápida ação dos serviços de saúde IDENTIFICACÃO DO CASO Vigilância de eventos-sentinela A vigilância sentinela é uma forma eficiente de coletar dados de alta qualidade e oportunos, de forma sistemática e rotineira, de representantes da população que estejam sob vigilância, para que as informações coletadas possam ser aplicadas à população ou entre subpopulações com maior risco de desenvolver quadro grave da doença Notificação dos casos Preenchida pelas unidades assistenciais para cada paciente quando da suspeita da ocorrência de problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional, estadual ou municipal encaminhado aos serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância epidemiológica das Secretarias Municipais, que devem repassar semanalmente os arquivos para as Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e MS TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA Envelhecimento populacional - inversão da pirâmide TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA Declínio das doenças infecciosas e crescimento das doenças e causas externas TRANSICÃO NUTRICIONAL A urbanização e a globalização resultaram em mudanças na alimentação e redução de atividade física O QUE MUDA NA VE DAS DCNT? Vigilância e monitoramento de fatores de risco. Utiliza diversas fontes de dados: inquéritos domiciliares, escolares, telefônicos, outros. VIGITEL: A Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico monitora continuamente a frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para Doenças Crônicas não Transmissíveis. Aborda doenças e agravos de curso longo e mais onerosos para a população e sistemas de saúde Notificação dos casos ficha de notificação individual contem os atributos comuns a todos os agravos, tais como, dados gerais sobre o agravo e unidade notificadora dados do paciente (nome, idade, sexo, escolaridade, etc.), dados de residência do paciente, deve ser utilizada para registro de notificação negativa, notificação individual por agravo, notificação de surto Investigação epidemiológica: Toda notificação gera uma investigação para a confirmação ou descarte do caso. Todo caso notificado precisa ser concluído! RESUMINDO O QUE MUDA NA VE DAS DCNT? A vigilância de DCNT se diferencia em relação à vigilância de doenças transmissíveis pelos métodos e objetivos. A segunda precisa identificar cada caso, individualmente, para a adoção de medidas de controle apropriadas. Por isso, é centrada na notificação compulsória e imediata dos casos suspeitos, seguida de investigação visando interromper a cadeia de transmissão. A primeira não foca nos casos individualizados, e sim utiliza cadeias multicausais de determinação, e as medidas de prevenção e promoção à saúde são de abrangência populacional. A vigilância de DCNT no Brasil implementou esses conceitos e foi criado um sistema potente de monitoramento das doenças e FR, por meio dos dados secundários oriundos dos sistemas de informações e dos inquéritos, além de ações de proteção da saúde populacional, como a regulamentação de ambientes livres do tabaco. BANCO DE DADOS DO BRASIL Indicadores de saúde Medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das condições de saúde. A aplicação de indicadores no campo da Saúde Pública vai muito além da análise da condição de saúde de determinada população, mas também são ferramentas indispensáveis aos gestores para a condução do Sistema Único de Saúde (SUS). O uso de indicadores em Saúde Pública tem como objetivo embasar a tomada de decisão em saúde, auxiliando em processos como: avaliação, monitoramento, prestação de contas, mensuração de disparidades, gestão de sistemas e melhoria da qualidade assistencial (OPAS, 2018). A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer. Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) – e-SUS (Novo Sistema da Atenção Básica, desde 2013), Sistema de Informação sobre Acidentes de Trabalho (SISCAT), Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI). IntegraSUS (Transparência da saúde no Ceará) Indicadores de saúde - Saúde Coletiva - SIM: Sistema de Informação sobre Mortalidade; SINASC: Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos; SINAN: Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação; SAI/SUS: Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde; SIH/SUS: Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde. Outros: Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN); REGISTRO DE DADOS: LIMITAÇÕES Independentemente de que tipo de dado usar para avaliar o estado de saúde de uma população é importante, portanto, conhecer as limitações inerentes ao próprio tipo de dado. Além disso, é imprescindível levar-se em conta a qualidade dos dados (local - acesso - qualidade de notificação - registro) e a cobertura (cemitérios clandestinos, Nascidos Vivos) do sistema de informação, tanto em nível nacional, como local, para evitar conclusões equivocadas. Instrumentos de mensuração para identificação dos principais problemas de saúde pública, elaboração de políticas públicas e avaliação da efetividade das ações de prevenção e assistência. Valores absolutos: eventos localizados no tempo e espaço. Não possibilitam comparações. Úteis para se estimar leitos necessários para determinada enfermidade, previsão de medicamentos. Valores relativos: numeradores de frações com denominadores fidedignos. Ao invés de frequências absolutas, usa-se coeficientes ou índices. Indicadores de saúde Como se constroem? Por meio de razões (frequências relativas), em forma de proporções ou coeficientes, índices ou taxas. As proporções representam a “fatia da pizza” do total de casos ou mortes, indicando a importância desses casos ou mortes no conjunto total. Os coeficientes (ou taxas) representam o “risco” de determinado evento ocorrer na população (que pode ser a população do país, estado, município, população de nascidos vivos, de mulheres, etc. DADO → INDICADOR → COMPARAÇÃO Após os cuidados a serem observados quanto à qualidade e cobertura dos dados de saúde, é preciso transformar esses dados em INDICADORES que possam servir para comparar o observado em determinado local com o observado em outros locais ou com o observado em diferentes tempos. Os indicadores são necessários para: analisar a situação atual de saúde; fazer comparações; avaliar mudanças ao longo do tempo. Principais indicadores de mortalidade: COEFICIENTE GERAL DE MORTALIDADE (CMG): representa o risco de óbito na comunidade. Indicadores ⇨ Indicadores sociais e econômicos: taxa de crescimento da população, produto nacional bruto (PNB) ou produto interno bruto (PIB), distribuição de recursos e gastos com saúde, condições de trabalho, índice de analfabetismo de adultos, condições de habitação;⇨ Indicadores demográficos: Por meio desses indicadores, é possível observar a dinâmica de uma população: se ela cresceu ou não, quantas pessoas nasceram e quantas morreram no período em estudo, quantas deixaram o lugar, expectativa devida, etc. ⇨Indicadores de mortalidade Conjunto dos indivíduos que morrem em um dado intervalo de tempo e em um dado espaço. Coeficientes de mortalidade: Mortalidade geral Mortalidade Infantil Mortalidade por causas Coeficiente de letalidade Índices de mortalidade: Índice de Swaroop & Uemura Índice de Mortalidade Infantil Proporciona ⇨ Indicadores de morbidade Conjunto dos indivíduos que adquirem doenças em um dado intervalo de tempo e lugar. Incidência Prevalência Morbidade INCIDÊNCIA: representa o risco de ocorrência (casos novos) de uma doença na população. PREVALÊNCIA: representa o número de casos presentes (novos + antigos) em uma determinada comunidade num período de tempo especificado. O coeficiente de prevalência é igual ao resultado do coeficiente de incidência multiplicado pela duração média da doença. COMO AS TAXAS DE PREVALÊNCIA SE ALTERAM? MORTALIDADE Razão: pode ser calculado, como todos os demais coeficientes, também através de regra de três simples (se numa população de 70.000 habitantes tenho 420 óbitos, em 1000 habitantes terei “x”, sendo 1000 o parâmetro que permitirá comparar com outros locais ou outros tempos) Este coeficiente, no entanto, não é muito utilizado para comparar o nível de saúde de diferentes populações, pois não leva em consideração a estrutura etária dessas populações (se a população é predominantemente jovem ou idosa). Coeficientes específicos e mortalidade proporcional mortalidade por sexo; mortalidade por idade; mortalidade por causas; mortalidade por local. Mortalidade por sexo: estuda o perfil de mortalidade EX: o padrão de mortalidade masculina e feminina em um determinado lugar e tempo. Mortalidade por idade: mais utilizada, principalmente por duas razões: a probabilidade de morrer está relacionada a idade, independente do sexo; 1. estas informações estão habitualmente disponíveis para a análise, pois são facilmente coletadas, com alto grau de precisão 2. Mede o risco de morte para crianças menores de um ano em uma área e tempo; Avalia o estado de saúde de uma comunidade Indicador das desigualdades regionais COEFICIENTE DE LETALIDADE COEFICIENTE OU TAXA DE MORTALIDADE (TMI) CAUSAS EXTERNAS (homicídios, suicídios, acidentes – categoria de mortes não- naturais); CAUSAS PERINATAIS (afecções originadas no período perinatal – prematuridade, a hipóxia intra- uterina, asfixia ao nascer e o traumatismo ocorrido durante o nascimento); DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS: estimativa do risco da população morrer por doenças infecciosas e parasitárias (tuberculose, tétano, diarreia infecciosa, aids, etc.), DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓ- RIO: proporção de óbitos por doenças do aparelho circulatório em relação ao total de óbitos no mesmo período e local. Poder que uma doença tem de provocar a morte das pessoas que adoecem por esta doença. Expresso em % Avalia a gravidade de uma doença: quanto maior o número de indivíduos, acometidos por uma doença, que vão a óbito, mais grave ela é considerada. ÍNDICE DE SWAROOP & UEMURA OU RAZÃO DE MORTALIDADE PROPORCIONAL Indicador do nível de vida Quanto maior, melhores são as condições sociais, econômicas e de saúde Classificação: 1º Grupo: ≥ 75% (países desenvolvidos) 2º Grupo: 50-74% (países com certo desenvolvimento) 3º Grupo: 25-49% (países em estágio atrasado de desenv.) 4º Grupo:o de mortes e o de aglomerados de casos de doenças, especialmente as doenças transmissíveis. Desde 150 A.C, o império romano realizava censos periódicos (contagem) das populações e implantava registro obrigatório de nascimentos e de mortes Em 1968, a 21ª Assembleia Mundial da Saúde desenvolveu o termo “vigilância epidemiológica”, contemplando as doenças e os agravos de interesse para a saúde pública e não somente as doenças transmissíveis. No Brasil, no mesmo período, foi criado o Centro de Investigações Epidemiológicas (CIE), pela Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública (FSESP), que consolidou medidas básicas de BREVE HISTÓRICO da VE Endemia: refere-se a uma doença que é constantemente presente em uma área geográfica ou população específica. Surto: um aumento repentino e inesperado de casos de uma doença em uma área geográfica ou população específica. Epidemia: quando a ocorrência de uma doença ultrapassa o que é considerado normal ou esperado em uma determinada área geográfica, população ou período de tempo. Pandemia: uma epidemia que se espalha por uma ampla área geográfica, muitas vezes afetando múltiplas regiões ou até mesmo países em diferentes continentes. CONCEITOS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA A operacionalização da vigilância epidemiológica acontece no território, fundamentalmente, por meio de: Notificação compulsória de doenças e agravos (portaria GM/MS Nº 420, de 2 de março de 2022); 1. Investigação epidemiológica; 2. Ações vinculadas a Programas específicos; 3. Registro e monitoramento de doenças crônicas não transmissíveis. 4. Com o propósito de produzir informações e, consequentemente, fluxo informação-decisão-ação, a notificação de doenças e de agravos é a principal fonte de dados para as ações de vigilância epidemiológica. A inclusão de doença ou de agravo, na lista de notificação compulsória, atende a determinados critérios: magnitude – alta frequência de ocorrência (elevada incidência, prevalência e mortalidade) impactando na expectativa de vida. potencial para disseminação – relacionado à transmissibilidade (grande número de indivíduos suscetíveis). transcendência – consequências imediatas ou tardias para o indivíduo, para a sociedade e para a economia. vulnerabilidade – relacionada à disponibilidade de métodos efetivos para a prevenção da transmissão e seu controle. NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS E AGRAVOS No Brasil, no mesmo período, foi criado o Centro de Investigações Epidemiológicas (CIE), pela Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública (FSESP), que consolidou medidas básicas de notificação semanal de doenças como ação sob a responsabilidade das secretarias estaduais de saúde. No século XIX, no Brasil as principais medidas relacionadas à vigilância foram: a contagem de população, principalmente de escravos, com finalidades comerciais e, a descrição das doenças infecciosas utilizada para análise das condições de vida e de saúde das populações. O início do século XX foi marcado por cenário insalubre e crítico de epidemias. Campanhas voltadas para o combate de epidemias como a febre amarela, varíola, peste no RJ por Oswaldo Cruz e, em SP, combate a malária por Carlos Chagas. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: OPERACIONALIZAÇÃO Covid-19 31 de dezembro de 2019: OMS recebe a notificação sobre casos de pneumonia sem causa clara em Wuhan, na China. 10 de janeiro de 2020: OMS publica guia de orientações para países detectarem, testarem e gerenciarem potenciais casos da doença. 11 de janeiro de 2020: China informa sua primeira morte pela doença. 12 de janeiro de 2020: OMS compartilha o sequenciamento genético do novo coronavírus. 13 de janeiro de 2020: primeiro caso de Covid-19 — ainda sem esse nome — fora da China é detectado, na Tailândia. 30 de janeiro de 2020: OMS declara emergência global de saúde. 7 de fevereiro de 2020: morre o médico chinês Li Wenliang, que ficou conhecido por tentar alertar sobre o grande perigo da Covid nos primeiros dias da crise. Ele próprio foi infectado. 11 de fevereiro de 2020: doença causada pelo novo coronavírus é batizada como Covid-19, para designar algo como “doença do coronavírus 2019”. 23 de fevereiro de 2020: Europa vive sua primeira grande onda de infecções, na Itália. 26 de fevereiro de 2020: Brasil confirma seu primeiro caso, em São Paulo. Foi o primeiro caso conhecido na América Latina. 8 de março de 2020: primeiro caso é confirmado em Minas Gerais, em Divinópolis. 12 de março de 2020: primeira morte por Covid é registrada no Brasil, em São Paulo. 16 de março de 2020: primeiro caso é registrado em BH. 18 de março de 2020: Prefeitura de BH (PBH) decreta fechamento de atividades não essenciais. 30 de março de 2020: primeira morte é confirmada em Minas Gerais, em Nova Lima. 4 de agosto de 2020: PBH anuncia reabertura gradual das atividades. Bares são reabertos no dia 20 de agosto. 23 de agosto de 2020: EUA aprovam o uso da vacina da Pfizer, primeiro imunizante aprovado no país. 28 de setembro de 2020: total de mortes no mundo chega a 1 milhão. 8 de dezembro de 2020: primeira pessoa é vacinada no mundo, no Reino Unido, com o imunizante da Pfizer. 12 de janeiro de 2021: Fiocruz anuncia o sequenciamento da variante Gamma, que circulava em Manaus. 17 de janeiro de 2021: Brasil vacina primeira pessoa contra a Covid-19, com a vacina Coronavac em parceria com o Instituto Butantan. 18 de janeiro de 2021: primeira pessoa é vacinada em Minas Gerais, também com a Coronavac. 30 de março de 2020: primeira morte é confirmada em Minas Gerais, em Nova Lima. 25 de maio de 2020: OMS suspende uso e testes com a cloroquina. 4 de agosto de 2020: PBH anuncia reabertura gradual das atividades. Bares são reabertos no dia 20 de agosto. 23 de agosto de 2020: EUA aprovam o uso da vacina da Pfizer, primeiro imunizante aprovado no país. 28 de setembro de 2020: total de mortes no mundo chega a 1 milhão. 8 de dezembro de 2020: primeira pessoa é vacinada no mundo, no Reino Unido, com o imunizante da Pfizer. 12 de janeiro de 2021: Fiocruz anuncia o sequenciamento da variante Gamma, que circulava em Manaus. 17 de janeiro de 2021: Brasil vacina primeira pessoa contra a Covid-19, com a vacina Coronavac em parceria com o Instituto Butantan. 18 de janeiro de 2021: primeira pessoa é vacinada em Minas Gerais, também com a Coronavac. Etapas da investigação epidemiológicas - Saúde Coletiva - Qual objetivo de uma investigação epidemiológica Os dados da investigação epidemiológica são registrados em formulário padronizado para cada doença ou agravo: Ficha Individual de Investigação. Essa ficha é utilizada para o registro de circunstâncias em que ocorreu o caso, desde o início dos sintomas ou data de ocorrência do agravo até as condutas clínicas adotadas pelas unidades e pelos serviços de atenção secundária; medidas adotadas de proteção individual e coletiva; e informações sobre casos relacionados, comunicantes e contatos do caso investigado. Qual objetivo de uma investigação epidemiológica Densidade tecnológica não se relaciona de maneira direta com a complexidade do serviço! Exemplo: a atenção primária se utiliza de equipamentos de baixadensidade tecnológica (glicosímetro), porém com procedimentos de alta complexidade (orientação de paciente diabético em situação de extrema vulnerabilidade social). Redes de Atenção - Saúde Coletiva - Sistemas fragmentados de atenção à saúdE Refere-se à sofisticação da tecnologia empregada nos serviços eequipamentos utilizados. Quanto maior a densidade tecnológica, mais sofisticada e mais atual ela é (tecnologia de ponta), e está diretamente relacionada a um alto custo unitário. Por outro lado, quanto menor a densidade tecnológica, menos sofisticada é a tecnologia (tecnologia simples), e apresenta um baixo custo unitário. Organizam-se através de um conjunto de pontos de atenção à saúde,isolados uns dos outros, e que,por consequência, são incapazes de prestar uma atenção contínua à população. Visão de uma estrutura hierárquica, definida por níveis de “complexidades” crescentes, e com relações de ordem e graus de importância entre os diferentes níveis, o que caracteriza uma hierarquia. Densidade Tecnológica Rede fragmentada Organizado por componentes isolados Organizado por níveis hierárquicos Orientado para atenção às condições agudas Voltado para indivíduos O sujeito é o paciente Reativo Ênfase nas ações curativas Cuidado profissional Gestão da oferta Financiamento por procedimentos Redes de Atenção à Saúde Organizado por um contínuo de atenção Organizado por uma rede poliárquica Orientado para atenção a doenças crônicas e agudas Voltado para uma população O sujeito é agente de saúde Proativo Atenção integral Cuidado multiprofissional Gestão de base populacional Financiamento por captação ou por desfecho de condição de saúde Apresentam missão e objetivos comuns Operam de forma cooperativa e interdependente São estabelecidas sem hierarquia entre os diferentes componentes Implicam um contínuo de atenção nos niveis primários, secundário e terciário Intervenções promocionais, preventivas, curativas, cuidadoras, reabilitadoras e paliativas São contextuais no que se refere ao campo social, científico e político Intercambiar constantemente seus recursos Focam-se no ciclo completo de atenção a uma condição de saúde Elementos constitutivos: população, estrutura operacional, modelo de atenção. Redes de Atenção à Saúde (RAS) O conhecimento da população de uma RAS envolve um processo complexo, estruturado em vários momentos, sob a responsabilidade fundamental da atenção primária: processo de territorialização; o cadastramento das famílias; a classificação das famílias por riscos sociosanitários; a vinculação das famílias à unidade de atenção primária à saúde/equipe da Estratégia Saúde da Família; a identificação de subpopulações com fatores de riscos; a identificação das subpopulações com condições de saúde estabelecidas por graus de riscos; a identificação de subpopulações com condições de saúde muito complexas. População ⇨ O centro de comunicação das RAS é o nó intercambiador no qual se coordenam os fluxos e contrafluxos do sistema de atenção à saúde e é constituído pela atenção primária à saúde (APS). ⇨ Os pontos de atenção secundários e terciários são os nós das redes onde se ofertam determinados serviços especializados, gerados através de uma função de produção singular. exemplo: pronto secundário - UPA ponto terciário - hospital centro coordenador - unidade básica de saúde, atenção domiciliar ⇨ Os sistemas logísticos são soluções tecnológicas, fortemente ancoradas nas tecnologias de informação, que garantem uma organização racional dos fluxos e contrafluxos de informações, produtos e pessoas nas RAS, permitindo um sistema eficaz de referência e contrarreferência das pessoas e trocas eficientes de produtos e informações, ao longo dos pontos de atenção à saúde e dos sistemas de apoio, nas RAS. A estrutura operacional das RAS compõe-se de cinco componentes: o centro de comunicação: a atenção primária à saúde (APS); os pontos de atenção secundários e terciários; os sistemas de apoio; os sistemas logísticos; o sistema de governança da RAS. Estrutura operacional ⇨ Os sistemas de apoio são os lugares institucionais das redes onde se prestam serviços comuns a todos os pontos de atenção à saúde, nos campos do apoio diagnóstico e terapêutico, da assistência farmacêutica e dos sistemas de informação em saúde. ⇨ A governança é o arranjo organizativo que permite a gestão de todos os componentes das RAS, de forma a gerar um excedente cooperativo entre os atores sociais em situação, aumentar a interdependência entre eles e obter resultados sanitários e econômicos para a população adscrita. Os modelos de atenção à saúde são sistemas lógicos que organizam o funcionamento das RAS, articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias. ⇨ Redes temáticas: Rede de Atenção às Urgências e Emergências Rede Cegonha Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas Rede de Cuidado à Pessoa com deficiência Modelo de atenção à saúde - REDE CEGONHA - - REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS - - REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - - REDE DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS - - REDE DE CUIDADO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA- As RAS: Melhoram os resultados sanitários nas condições crônicas; Diminuem as referências a especialistas e a hospitais; Aumentam a eficiência dos sistemas de atenção à saúde; Produzem serviços mais custo/efetivos; Aumentam a satisfação das pessoas usuárias. Princípios e diretrizes da atenção básica PNAB Política nacional de atenção básica Portaria Nº 648 de 28 de março de 2006; A PNAB é resultado da experiência acumulada por um conjunto de atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). Define a organização em Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da população e destaca a importância e funções da Atenção Básica. Tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica; Contudo reconhece outras estratégias de organização da Atenção Básica nos territórios, que devem seguir os princípios e diretrizes da Atenção Básica e do SUS PRINCÍPIOS DIRETRIZES Universalidade Equidade Integralidade DIRETRIZES Regionalização e Hierarquização Territorialização e Adstrição Cuidado Centrado na Pessoa PRIMEIRA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: A FAMÍLIA .⇨ Porque a família? A família é eleita como mote central de políticas públicas a partir da Reforma Sanitária, porque, ao compreender e intervir na família, os determinantes sociais, políticos e econômicos, como os aspectos laborais, de território e biológicos, emergem como características importantes que influenciam no processo saúde e doença, evitando a redução dos indivíduos em partes anatômicas e na exclusão do seu contexto social; Sob essa premissa, em 1994, o Programa Saúde da Família (PSF) acaba sendo constituído como método de estruturação e fortalecimento dos ideais preconizados pelo novo modelo de atenção à saúde, possibilitando ações de promoção à saúde do indivíduo, da família e da comunidade, de forma integral e contínua, atendendo os usuários na unidade de saúde local, no domicílio e nos espaços existentes disponíveis nos territórios. tipos de equipe EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) Composta no mínimo por médico, enfermeiro, auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). EQUIPE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA - EAP Deverão ser compostas minimamente por médicos e enfermeiros. EQUIPE DE SAÚDE BUCAL ( ESB) Modalidade que pode compor as equipes que atuam na atenção básica, constituída por um cirurgião- dentista e um técnico em saúde bucal e/ou auxiliar de saúde bucal. EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (EMULTI) São equipes compostas por profissionais de saúde de diferentes áreas de conhecimento que atuam de maneira complementar e integrada às demais equipes da Atenção Primária à Saúde - APS, com atuação corresponsável pela população e pelo território, em articulação intersetorial e com a Rede de Atenção à Saúde - RAS. EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA PARA POPULAÇÕES ESPECÍFICAS Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR); Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF); Consultório na Rua (eCR); Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP). SUS níveis de atenção a saúde ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Organizadode forma descentralizada, por meio de diferentes níveis de atenção à saúde Os serviços que fazem parte deles são agrupados de acordo com a complexidade das medidas necessárias para acolher a população São três os níveis de atenção à saúde pública no Brasil: primário, secundário e terciário ↳ PRINCÍPIO DA HIERARQUIZAÇÃO Os atendimentos estão direcionados para áreas como pediatria, cardiologia, neurologia, ortopedia, psiquiatria, ginecologia e outras especialidades Compõem a atenção secundária à saúde: Policlínicas, Hospitais de média complexidade, ambulatórios de hospitais, centros de especialidades, unidades de pronto atendimento, centros de atendimento de exames e procedimentos (ex: ultrasson, raio-x, eletrocardiograma…) Pilar do sistema de saúde e contato preferencial dos usuários. Principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção do SUS. Orientada pelos princípios da universalidade, da integralidade da atenção e da equidade (princípios doutrinários do SUS). Constituída pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), responsáveis por acompanhar a população que reside na sua área adscrita, sob o cuidado de equipes de saúde. Ações voltadas à redução do risco de doenças e à proteção e promoção da saúde -> mudanças de comportamento -> complexidade Realização de consultas de rotina, vacinação, cuidados relacionados ao pré-natal e atendimento odontológico, realização de exames como exame de sangue e de urina - baixa densidade tecnológica Garantia de uma atenção integral à saúde, considerando o paciente inserido em sua família e comunidade, valorizando-o como um ser único Os profissionais atuam não apenas nas unidades de saúde, mas também em espaços públicos da comunidade, e realizam visitas domiciliares. ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE Composta pelos serviços especializados, com densidade tecnológica intermediária; de apoio diagnóstico e terapêutico; e atendimento de urgência e emergência ATENÇÃO TERCIÁRIA À SAÚDE Fornece atendimento de alta complexidade, sendo formado por hospitais de grande porte, com leitos de UTI e centros cirúrgicos grandes e complexos Envolve procedimentos que demandam tecnologia de ponta e custos maiores, como os oncológicos, transplantes e partos de alto risco -> elevada densidade tecnológica Realiza procedimentos ambulatoriais como: quimioterapia, radioterapia, hemoterapia, ressonância magnética e medicina nuclear Atenção primária - Resolvem 80% dos problemas de saúde! Atenção secundária - Resolvem cerca de 15% dos problemas de saúde Atenção terciária - Resolvem 5% restantes dos problemas de saúde processo de trabalho na atenção básica Definição do território e Territorialização: A gestão deve definir o território de responsabilidade de cada equipe, e esta deve conhecer o território de atuação para programar suas ações de acordo com o perfil e as necessidades da comunidade, considerando diferentes elementos para a cartografia. Responsabilização Sanitária: Papel que as equipes devem assumir em seu território de referência (adstrição), considerando questões sanitárias, ambientais, epidemiológicas, culturais e socioeconômicas, contribuindo por meio de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde da população com residência fixa, os itinerantes ou mesmo trabalhadores da área adstrita. Porta de Entrada Preferencial: A responsabilização é fundamental para a efetivação da AB como contato e porta de entrada preferencial da rede de atenção, primeiro atendimento às urgências/emergências, acolhimento, organização do escopo de ações e do processo de trabalho de acordo com demandas e necessidades da população, através de estratégias diversas. Adscrição de usuários: conhecimento e desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre a equipe e a população do seu território de atuação, de forma a facilitar a adesão do usuário ao cuidado compartilhado com a equipe. Acesso Universal, Acolhimento, Resolutividade, Trabalho Multiprofissional, Promoção de Ações Integrais, Visitas Domiciliares, Desenvolvimento de Ações de Prevenção e Promoção da Saúde, Desenvolvimento de Ações Educativas etc. Princípios organizativos Princípios Organizativos, Controle Social e Financiamento do SUS Lei 8.142/90 Descentralização Conhecidos como Diretrizes. Orientam o funcionamento do sistema, de modo a contemplar seus princípios doutrinários. Visa democratizar os serviços e as decisões na área da saúde, bem como assegurar o controle social pelo SUS. É entendida como uma redistribuição das responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os três níveis de governo - municipal, estadual, federal - a partir da ideia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto. Ênfase na municipalização das ações de saúde: a realidade local é a determinante principal para o estabelecimento de políticas de saúde. Regionalização: Refere-se à forma de organização do sistema de saúde com base territorial e populacional definidas; Visa uma adequada distribuição de serviços para a promoção da equidade de acesso, otimização de recursos e racionalidade de gastos. Hierarquização: O sistema de saúde deve organizar-se por níveis de atenção de complexidade tecnológica (densidade) crescente, com fluxos assistenciais estabelecidos entre os serviços. Isto implica na capacidade dos serviços em oferecer a uma determinada população todas as modalidades de assistência, bem como o acesso a todo tipo de tecnologia disponível, garantindo a integralidade e possibilitando um ótimo grau de resolubilidade. Participação da Comunidade É a garantia constitucional de que a população, através de suas entidades representativas, irá tomar parte do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local “Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. " (BRASIL, 1990) A Lei 8.142 foi criada diante da recuperação de alguns vetos que a Lei 8.080 sofreu, especialmente no que se refere ao controle social e financiamento. Leis Orgânicas da Saúde Participação e Controle Socia O SUS conta, em cada esfera do governo (municipal, estadual e federal), sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas de participação e controle social: Conselhos de Saúde: Órgão colegiado de representação paritária composta por usuários (50%), profissionais de saúde (25%), gestores e prestadores de serviço (25%); Caráter permanente e deliberativo; Atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde nas 3 esferas de governo, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo poder executivo, em cada esfera do governo. → Também participam do controle social do SUS: Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass); Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems). Estes conselhos terão representação no Conselho Nacional de Saúde. Conferências de Saúde: São fóruns que devem acontecer a cada 4 anos; Participação de vários segmentos sociais, com representação paritária entre usuários e demais segmentos (trabalhadores, gestores e prestadores de serviços); Objetivo de avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes. É importante salientar que, embora não estejam institucionalizadas na Lei 8.142/90, existem outros espaços em que se pode exercer a participação social na saúde. Exemplos: Associação de moradores de um bairro, fóruns de trabalhadores, conselhos locais ou conselhos gestores, movimentos populares - quando os participantes discutem problemas que interferem na saúde e organizam mobilizações,em busca do direito à saúde; Ouvidoria - quando se utiliza a ouvidoria do SUS ou de um serviço de saúde; Pressão popular sobre o Congresso, e até a judicialização da saúde. ⇨ Repasse de recursos: Os recursos do FNS são transferidos para os fundos de saúde dos estados e dos municípios na seguinte ordem: pelo menos 70% aos municípios e ao Distrito Federal (DF), sendo o restante repassado aos FES. O repasse é feito diretamente do FNS para os FES e para os FMS, ou de forma complementar, dos FES para os FMS. Essa modalidade de transferência é chamada de repasse fundo a fundo Para receberem o repasse dos recursos, os estados, os municípios e o Distrito Federal devem contar com: : fundo de Saúde; conselho de Saúde, com composição paritária; plano de saúde; relatórios de gestão que permitam o controle financeiro; contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS). ⇨ Orçamento da saúde: O planejamento orçamentário deve obedecer o disposto: planos plurianuais de saúde; nas leis de diretrizes orçamentárias (LDO); nas leis orçamentárias anuais (LOA); e nos planos de aplicação dos recursos dos fundos de saúde. Após elaborado, o planejamento orçamentário deve ser: submetido ao Conselho de Saúde da esfera correspondente (municipal, estadual ou nacional) para apreciação; e é homologado pelo chefe do Executivo da esfera correspondente (prefeito, governador ou presidente) Financiamento Recursos financeiros do SUS: O financiamento do SUS é oriundo de recursos financeiros do Orçamento da Seguridade Social, além de recursos da União, dos Estados, dos Municípios e de outras fontes. São depositados em uma conta especial (os fundos de saúde) em cada esfera de atuação e devem ser movimentados sob controle e fiscalização dos conselhos de saúde. Em cada esfera de governo existe um Fundo de Saúde, que é o gestor financeiro dos recursos: Esfera federal - Ministério da Saúde administra os recursos através do Fundo Nacional de Saúde (FNS); Esfera estadual - Fundos Estaduais de Saúde (FES) gerenciam os recursos através das Secretarias Estaduais de Saúde; Esfera municipal - Fundos Municipais de Saúde (FMS) são os gestores financeiros através das Secretarias Municipais de Saúde O que é o SUS? Bases conceituais, marcos legais e princípios doutrinários do SUS “O SUS é o conjunto de ações e serviços públicos de saúde, compondo uma rede regionalizada e hierarquizada, organizada a partir das diretrizes da descentralização, integralidade e participação da comunidade." "É portanto, uma forma de organizar as ações e os serviços de saúde no Brasil, de acordo com princípios, diretrizes e dispositivos estabelecidos pela Constituição da República e pelas leis subsequentes.” (PAIM, 2009, p.51) A iniciativa privada poderá participar do SUS, em caráter complementar, quando a disponibilidade de seus serviços for insuficiente para garantir o acesso e a integralidade da assistência aos cidadãos. DIREÇÃO DO SUS: A direção do SUS deve ser única, de acordo com o inciso I do artigo 198 da Constituição Federal, sendo exercida, em cada esfera de governo, pelos seguintes órgãos: I- no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; II- no âmbito dos estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; III- no âmbito dos municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. ⇨ Conjunto de ações e serviços do SUS: Atividades dirigidas às pessoas, individual ou coletivamente, voltadas para a promoção da saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de agravos e doenças; Serviços prestados no âmbito ambulatorial, hospitalar e nas unidades de apoio diagnóstico e terapêutico geridos pelos governos, bem como em outros espaços, especialmente no domiciliar; Ações de distintas complexidades e custos, que variam desde aplicação de vacinação e consultas médicas nas clínicas básicas (médica, pediátrica e ginecologia-obstetrícia) até cirurgias cardiovasculares e transplantes; Intervenções ambientais no seu sentido mais amplo, incluindo as condições sanitárias nos ambientes onde se vive e trabalha, na produção e circulação de bens e serviços, o controle de vetores e hospedeiros e operação de saneamento ambiental; Instituições públicas voltadas para o controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, Leis Orgânicas da Saúde ⇬ Em 1990, deu-se início à regulamentação do SUS com a publicação das Lei 8.080/90 “Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. " (BRASIL, 1990) Com base nessa lei, a saúde é entendida como um direito fundamental do ser humano. CABE AO ESTADO: Prover as condições indispensáveis ao pleno exercício, por meio de: políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos, além do estabelecimento de condições que assegurem o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para promoção, proteção e recuperação. CONSTITUI O SUS: O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público; medicamentos, sangue e hemoderivados e equipamentos para a saúde. OBJETIVOS DO SUS: I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do dever do Estado conforme disposto na lei; III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. CAMPOS DE ATUAÇÃO DO SUS: Execução de ações de vigilância sanitária; de vigilância epidemiológica; de saúde do trabalhador; de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica Participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico Ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde Vigilância nutricional e orientação alimentar Colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho Formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção Controle e fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde Fiscalização e inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano Participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos Incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico Formulação e execução da política de sangue e seus derivados ⇬ Foi estabelecido pela lei 8.080/90 Expressam as ideias filosóficas que permeiam a criação e implementação do SUS. Princípios doutrinários e do SUS Universalidade É a garantia constitucional de acesso de toda a população aos serviços de saúde, em todos os níveis de assistência, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie, ou seja, sem qualquer barreira de acessibilidade - legal, econômica, física ou cultural. Em um espaço de tempo historicamente pequeno, a rede de saúde, que atendia apenas os trabalhadores do mercado formal, passou a ter que atender toda a população. Universalização excludente – o SUS passou a incorporar as populações que não tinham o acesso aos serviços de saúde e os trabalhadores com maior poder de negociação conseguiam planos de saúde em acordos coletivos. Integralidade Conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema.Para que haja integralidade da assistência à saúde é necessária a articulação entre a promoção, prevenção e recuperação no cuidado prestado a cada cidadão, além de ações intersetoriais para o alcance da melhora dos níveis de saúde individual e coletiva. É o reconhecimento na prática dos serviços de que: cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade; as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde formam também um todo indivisível e não podem ser compartimentalizadas; as unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus de complexidade, formam também um todo indivisível configurando um sistema capaz de prestar assistência integral. É assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que cada caso requeira, more o cidadão onde morar, sem privilégios e sem barreiras. Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades até o limite do que o sistema puder oferecer para todos. Admite a possibilidade de atender desigualmente os que são desiguais, priorizando os que mais necessitam para poder alcançar a igualdade. Justifica a prioridade da atenção à saúde para as pessoas que enfrentam maiores ricos de adoecer e de morrer por conta da má distribuição de renda, bens e serviços Equidade Histórico Percurso histórico da construção da política de saúde no Brasil Brasil Colônia /Império (1500-1889) Medicina da época das caravelas: Influência da medicina greco-romana clássica. O campo da religião e magia se entrelaçavam. As reverberações na colônia. Variadas epidemias e agentes exógenos. A medicina in loco: raízes indígenas e africanas. A influência do Brasil em Portugal. ⇨ A "responsabilidade" do cuidado: Curandeiros; Jesuítas; Casas de Misericórdias; Hospitais Militares. Transferência da família real para o Brasil no ínicio século XIX. 1828, as responsabilidades da saúde pública foram atribuídas aos municípios. Centralização do governo central. Projeto de medicina social: à higiene pública e medicalização do espaço urbano. Intervenção médica sanitária voltada para o projeto de higienizar e disciplinar a cidade e seus habitantes. Dirigida para o aumento da produção, para a defesa da terra e a saúde da população. São desenvolvidas ações reguladoras e criação das primeiras escolas de medicina. Epidemias de febre amarela e peste bubônica, dentre outras. Problemas na economia agroexportadora. Campanhas sanitárias: Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Emílio Ribas, Belisário Penna e Barros Barreto. Ações episódicas e voltadas para doenças específicas. "Polícia sanitária". Segunda década do século XX: industrialização. Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP). Inicio da previdência social no Brasil: CAPs Lei Eloy Chaves. Decreto n°4.682, de 24 de janeiro de 1923. Obrigou cada companhia ferroviária do país a criar uma caixa de aposentadorias e pensões (CAP), departamento incumbido de recolher a contribuição do patrão e a dos funcionários e pagar o benefício aos aposentados e pensionistas. República Velha (1889-1930) Proclamação da República em 15 de novembro de 1889. Intervenções de cunho liberal Ações de saúde passou a ser responsabilidade dos estados. Ações desreguladas de organização sanitária. “Era Vargas” (1930–1945) Medidas para manter a força de trabalho em condições de produção Transformação dos CAPs em Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs): divisão por categorias profissionais Criação do Ministério da Educação e Saúde (1930): coordenar as ações de saúde pública (modelo campanhista) Reforço da separação entre ações de caráter coletivo das ações curativas e individuais População de maior poder aquisitivo: serviços médicos privados Trabalhadores em geral vinculados à Previdência: IAPs Demais: práticas de cura da medicina popular, Casas de Misericórdia Histórico Percurso histórico da construção da política de saúde no Brasil Brasil Colônia /Império (1500-1889) 389 anos da colônia e império pouco se fez pela saúde 1808 - chegada da família real > aglomeração de imigrantes e escravos que chegavam nos navios traziam novas doenças ao brasil, ocorrendo variadas epidemias e grande aumento de agentes exógenos. O acesso aos tratamentos variava de acordo com as classes sociais: pobres/escravos: viviam em condições muito precárias e com quase nenhum acesso a tratamentos. nobres/colonos brancos: tinham acesso aos médicos e remédios da época e, assim, eram maiores as chances de enfrentar as doenças e a morte. Para a maior parte da população a opção eram as santas casas de misericórdia implantadas pelos religiosos, mas os hospitais viviam na pobreza e os tratamentos eram a base de caridade. Assim, maioria das pessoas recorria aos curandeiros e similares. Organização Sanitária era centralizada, ou seja, não conseguia conter epidemias e não tinha uma visão preventiva, apenas curativa. As medidas tomadas foram pouco eficazes e o império terminou com o agravamento das condições de saúde. Dessa forma, o brasil era visto como um país doente, onde viver era um risco. Proclamação da República em 15 de novembro de 1889. Ações de saúde passaram a ser responsabilidade dos estados. Ações desreguladas de organização sanitária. ⇨ ANOS 1900 - 1920 Marcado por reformas urbanas e sanitárias Brasil seguia refém dos problemas sanitários e das epidemias. E o crescimento do país dependia de uma população saudável e com capacidade produtiva! Assim, sanitaristas comandaram esse período realizando campanhas de saúde. ex: osvaldo cruz obrigatoriedade da vacinação da variola - revolta da vacina Pessoas pobres continuaram em moradias precárias e as doenças continuaram fazendo vitimas. ⇨ CRIAÇÃO DAS CAPS (anos 20) caixas de aposentadoria e pensão criadas pelos trabalhadores para garantir proteção na velhice e doença ⇨ CAPS VIRAM IAPS Institutos de Aposentadorias e Pensões Getúlio Vargas expande as caps para outras categorias profissionais República Velha (1889-1930) Após o fim da escravidão, o brasil passou a depender da mão de obra dos imigrantes para o trabalho nas lavouras de café e nas fábricas → Mas a má fama de um país insalubre afugentava novos operários! “Era Vargas” (1930–1945) Criação do Ministério da Educação e Saúde (1930): coordenar as ações de saúde pública (modelo campanhista). Reformulação do sistema ⇨ CONSTITUIÇÃO DE 34 Proporcionou aos trabalhadores novos direitos, como assistência médica e licença gestante. ⇨ 1943 - CLT Consolidação das leis do trabalho. Além dos beneficios a saúde, criou o salario mínimo e outras garantias. Período Desenvolvimentista (1945 -1963) Criação do Ministério da Saúde (1953) Crescimento da medicina privada: modelo médico-assistencial privatista Ampliação de convênios e contratos da Previdência com hospitais particulares PERÍODO JK - 1956 a 1961 Foco na construção de Brasília e na industrialização do País ⇨ As mudanças econômicas e políticas a partir dos anos 80 Esgotamento do modelo médico-assistencial privatista; Crise do Estado expressa: interno, fiscal, relações econômicas e sociais, dívida externa e realinhamento dos blocos geopolíticos; O processo de transição politico; Novo projeto sanitário brasileiro. Movimento internacional de atenção primária. Ditadura (1964–1985) Governos militares focaram os investimentos nos processos da ditadura e mais uma vez a saúde foi prejudicada. Doenças como dengue, meningite e malaria se intensificaram. Concentração de renda. 1966 - nasceu o INPS Unificação de todos os órgãos previdenciários ⇨ 1966 -Instituto Nacional da Previdência Social (INPS): O privilegiamento da prática médica curativa, individual, assistencialista e especializada, em detrimento da saúde pública; A criação, por meio da intervenção estatal, de um complexo médico-industrial; O desenvolvimento de um padrão de organizaçãoda prática médica orientada para a lucratividade do setor saúde propiciando a capitalização da medicina e o privilegiamento do produtor privado destes serviços. ⇨ As consequências dessa política INPS: Baixa capacidade de controle sobre os prestadores de serviço contratados ou conveniados; Dificuldade em um planejamento racional, já que os credenciamentos não obedeciam a critérios técnicos, mas sim a exigências políticas; Custos do sistema (lógica curativa); Fraude em compras de materiais . No auge do “milagre econômico brasileiro” as verbas para a saúde representavam apenas 1% do orçamento geral da união. E piora nos serviços públicos deu força para o crescimento dos grupos privados e os brasileiros entraram na roda vida dos planos de saúde. Saúde sinônimo de mercadoria. Reforma Sanitária Brasileira Início na Década de 1970. Mudanças e transformações necessárias na área da saúde. Grupos de médicos e outros profissionais preocupados com a saúde pública desenvolveram teses e integraram discussões políticas. Participação popular. 1979 - I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde ⇨ Princípios: Direito Universal a Saúde; Papel regulador do Estado; Descentralização do poder; Regionalização; Hierarquização do sistema; Dimensão multifatorial da saúde; Controle democrático e participação popular; Sistemaunificado. VIII Conferência Nacional de Saúde Em março de 1986, ocorreu o evento político- sanitário mais importante da década, a VIII Conferência Nacional de Saúde, para o qual confluiu todo o movimento encetado desde o início dos anos 70.