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Eng. Arilson Bastos Instrumentação Eletrônica Analógica e Digital Para Telecomunicações 3ª Edição – Atualizada e Revisada Rio de Janeiro – RJ 2013 Instrumentação Eletrônica Analógica e Digital Para Telecomunicações Autor: Eng. Arilson Bastos Capa: André Luiz Santos Editoração Eletrônica: Evandro C. F. Lanzillota Revisão Técnica: Eng. José Octávio Guimarães (UGF, UERJ) Designer Gráfico: Monica Loisse ISBN 85-902135-2-8 Copyright 2013 by Arilson Bastos Esta publicação tem seu conteúdo protegido pelas convenções internacionais e a legislação brasileira de direitos autorais. Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. Este livro foi registrado na Fundação Biblioteca Nacional . MARCAS REGISTRADAS Várias marcas registradas são citadas no decorrer deste livro. Mais do que simplesmente listar esses nomes e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda de imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando tais nomes apenas para fins editoriais e declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos os quais foram levantados em pesquisas de laboratório e literaturas já editadas e expostas ao comércio livre editorial, exclusivamente para fins didáticos, em benefício exclusivo do detentor da marca registrada, sem intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização e direitos autorais. AGRADECIMENTOS Meus sinceros agradecimentos aos meus amigos, também docentes, que contribuíram de uma forma ou de outra, como revisões técnicas, pesquisas bibliográficas, normas, editoração, sugestões, etc. Eng. Prof. Dr. Gilson Alves de Alencar (UFF, UGF); Eng. Prof. MsC. José Octávio Guimarães (UERJ, UGF); Analista Sist. Addson Bastos; Bibliotecária Sandra Soren (CTEx); Eng. Evandro C. F. Lanzillota; Dr. Joon H. Park (Diretor da Minipa Indústria e Comércio Ltda). OUTRAS OBRAS DO AUTOR O autor esceveu 21 livros na área Eletro-Eletrônica que poderão ser adquiridos através do site :www.litec.com.br; dentre eles podemos citar: Eletrônica Básica e Eletricidade Aplicada Manutenção de Notebooks Manutenção de Televisão LCD e Led Manutenção de Fontes Chaveadas Osciloscópio Técnicas de Utilização Televisão Digital Manutenção de Mini-System Manutenção de DVD e Blu-Ray Video Games Manutenção Manutenção de Monitores LCD ii Instrumentação Eletrônica PREFÁCIO da Terceira Edição O estudo dos processos de medição está diretamente relacionado, ao curso de Medidas Elétricas. O estudo dos equipamentos que realizam essas medidas está relacionado ao Curso de Instrumentação Elétrica ou Eletrônica. A importância conjuntural das medidas elétricas e eletrônica está se tornando cada vez maior com a tecnologia em pleno desenvolvimento. Os circuitos elétricos e eletrônicos cada vez mais sofisticados, e a complexidade dos projetos faz com que haja maior dependência da precisão e exatidão dos equipamentos de medição. Tendo em vista o exposto, um aluno que estuda eletricidade ou eletrônica tem necessidade premente de buscar a informação detalhada, concisa e precisa sobre o assunto. A educação técnica no Brasil necessita introduzir tópicos com desenvolvimentos de última geração para a sua atualização; porém, nunca poderá se abster da disciplina Medidas Elétricas, que entendemos ser de fundamental importância para o estudo básico a que se propõe uma Universidade ou um curso técnico. Não podemos deixar de enfatizar a disciplina Instrumentação Eletrônica, visto que a mesma se completa com a de Medidas Elétricas, pois sabemos todos que, neste avanço tecnológico, os equipamentos de medida usam as tecnologias Analógica e Digital. Esse é o objetivo deste compêndio. O conhecimento de tais assuntos é importante, tanto pela necessidade de se aproximar de um valor verdadeiro de uma medida, como também em se poder discriminar, selecionar, e entender os parâmetros técnicos, seja em características dos equipamentos de medidas, eletrônicos ou não, apresentados em catálogos fornecidos normalmente pelos fabricantes, em futuras aquisições para uma empresa ou para fins particulares. Dessa forma, apresentamos, no escopo deste livro, assuntos relevantes para a obtenção deste objetivo, que é o detalhamento de equipamentos de medida, como também o funcionamento básico, projetos teóricos e práticos de instrumentação eletrônica. A seleção de material didático para um livro texto é extremamente difícil visto que o mesmo se propõe a atender a um público da Área Tecnológica como a dos cursos de Engenharia Eletrotécnica, Eletrônica e de Telecomunicações. Neste contexto, deve-se incluir também os cursos Técnicos e de Tecnólogos. Para fazer da nossa proposta uma verdade, selecionamos os assuntos cuidadosamente, sem utilizarmos daquelas expressões matemáticas de grande complexidade que assustam os alunos. A característica deste livro, é a sua teoria básica, fundamental, moderna, podendo-se até afirmar que este compêndio é o estudo essencial que o ensino da área tecnológica precisa na atualidade. Em alguns capítulos exercícios foram desenvolvidos para oferecer uma melhor compreensão e uma fixação maior do assunto estudado. Eng. Arilson Bastos iii No primeiro e segundo capítulos, dissertamos sobre a teoria dos erros e Normas Técnicas, respectivamente, que na realidade é uma pequena revisão visto que, para serviços de laboratório de precisão, um estudo mais profundo e específico deverá ser realizado em bibliografias especializadas. Nos capítulos 3 à 10, dissertamos sobre os instrumentos analógicos, que ainda são bastante utilizados no Brasil, como também o estudo do decibel. A partir do capítulo 11 veremos então o estudo da Instrumentação Digital, que inicia com uma pequena revisão sobre Eletrônica Digital, abordando portas lógicas, conversores A/D e conversores D/A enfatizando os seus diagramas de blocos, modos de funcionamento, características principais de equipamentos de medidas utilizados em telecomunicações. Com a autorização da MINIPA Instrumentos Eletrônicos, foram divulgados catálogos contendo fotos, diagramas, por ela gentilmente fornecidos, podendo desta forma, complementar os assuntos ministrados. Acreditamos que com este material, podemos estar atendendo não só estudantes, como também aos profissionais da área que carecem de literatura técnica especializada nacional, que tenha uma base teórica simplificada e objetiva, totalmente direcionada as necessidades atuais. Enfatizamos os assuntos da atualidade como: Medidor de fibras ópticas (OTDR), medidor de ondas estacionárias (R.O.E.), analisador de espectro, osciloscópio digital e etc. Nesta terceira edição, apresentamos mais alguns assuntos que achamos relevantes, tais como: O estudo do PT100 (sensor de temperatura) e como realizar medidas de aterramento, resistividade (Megger),resistência de isolamento (Megômetro),medidores de energia etc. Esta obra é mais uma tentativa de atingir esses objetivos, procurando orientar e apresentar informações atualizadas. O AUTOR. DIREITOS AUTORAIS Todos os direitos sobre esta obra estão reservados para o autor do livro. Texto registrado na Biblioteca Nacional. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, transmitida ou gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização por escrito do autor. iv Instrumentação Eletrônica INFORMAÇÕES • As fotos ilustrativas e as especificações estão sujeitas a alterações sem aviso prévio. • Os instrumentos e as fotos são dos direitos reservados à MINIPA Indústria e Comércio Ltda. • Os softwares mencionados neste livro são de direitos respectivos de cada empresa. O ENSINO É DESTINADO A QUEM SE PERMITE APRENDER. DEDICATÓRIA Este livro é dedicado ao meu pequeno notável VICTOR HUGO, meu neto, pela força espiritual expontânea a partir do seu nascimento.num eixo sobre o qual gira, quando a corrente a atravessa. Este galvanômetro é a base de todos os instrumentos de medição de corrente contínua usados na prática. Além da grande sensibilidade, este galvanômetro também permite obter oscilogramas fotográficos de correntes alternadas ou compostas. A fim de se reduzir o tamanho do entreferro e reforçar o campo magnético entre os pólos do ímã, colocou-se um cilindro de ferro doce de menor tamanho que a bobina, montada de maneira a não tocar os pólos do ímã ou o núcleo central, e cada ponta ligada a um dos extremos do eixo de apoio, ou aos fios de sustentação que por sua vez, ligam aos bornes do aparelho. O eixo é constituído por duas pontas isoladas uma da outra. Quando na bobina circula uma determinada corrente, cria-se nela um campo magnético com pólos Norte e Sul (Fig. 3.4) e na presença do campo magnético do ímã, a bobina movimenta-se de acordo com a repulsão entre pólos do mesmo nome e atração entre pólos de nomes contrários. Conforme o sentido da corrente na bobina, ela se desloca num outro sentido, a partir da sua posição de equilíbrio. A amplitude desse movimento será proporcional a intensidade do campo magnético da bobina e, portanto, proporcional a corrente que a atravessa. Reportemo-nos ao galvanômetro D'Arsonval da Fig. 3.3. Ao passar uma corrente elétrica pela bobina, esta desloca-se num ou noutro sentido, segundo a polaridade da corrente, e o ponteiro indicará o valor dessa corrente na escala do instrumento. 22 Capítulo 3 - Instrumentos de Medida Analógicos Fig. 3.3 Fig. 3.4 Os modernos instrumentos de quadro móvel foram inicialmente apresentados por Weston (Fig. 3.5), depois de melhorar consideravelmente o modelo de D'Arsonval. Na Fig. 3.5 vemos o ímã, as massas polares (A) e o núcleo central (B) usados em todos os aparelhos indicadores (microamperímetros) de quadro móvel. As peças polares e o cilindro central têm a finalidade de reduzir a relutância do circuito magnético. Essas características, associadas a ímãs muito potentes, permitem a construção de aparelhos de elevada sensibilidade. Fig. 3.5 A Fig. 3.6 nos mostra a bobina móvel completa. É formada por um quadro de duralumínio, sobre o qual está enrolado o fio da bobina. As duas molas em espiral, fixadas a pontos opostos do quadro e aos extremos do eixo, têm sentidos contrários e dupla finalidade: exercem o mesmo esforço sobre a bobina, em qualquer posição que se encontre do seu movimento, e estabiliza o circuito da bobina com o circuito exterior submetido à medição. Nos extremos do pequeno quadro, que correspondem ao eixo da bobina móvel, fixam-se os dois pontos de apoio de todo o conjunto móvel. O ponteiro é feito de uma fina tira de duralumínio. Pequenos contrapesos compensam o peso do ponteiro e permitem que em repouso indique sempre o zero da escala, para qualquer posição que se dê ao equipamento de medida. Chamamos a atenção do leitor, que este medidor somente é sensível à níveis DC. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 23 Fig. 3.6 OBS.: Os diversos tipos de instrumentos de medida serão abordados em capítulos subseqüentes. O tipo D’Arsonval é o mais importante de todos. 3.5 - Parâmetros Básicos Os Instrumentos Analógicos Seguem os Seguintes Parâmetros: x Faixa: Representa todos os níveis de amplitude do sinal de entrada do medidor. (RANGE) x Resolução: É a menor subdivisão na variável que a Escala comporta (analógica). x Sensibilidade: É a função de transferência do Medidor; é a relação entre o estímulo de excitação de entrada e a sua resposta na saída. x Linearidade: É a verificação estatística de um equipamento no plano X e Y, que relaciona o valor medido e o valor padrão. Fig. 3.7 x Exatidão: É a diferença absoluta entre o valor verdadeiro (padrão), e o valor real (medido). x Precisão: É a capacidade de se obter as mesmas escalas, os mesmos parâmetros dado pelo fabricante. x Relação Sinal/Ruído: É a relação entre a potência de um sinal qualquer presente na saída de um instrumento, e da potência do sinal de ruído com o sinal ausente. x Tensão de Isolamento: É a maior tensão que pode estar presente em um instrumento, sem que haja ruptura do mesmo. x Resposta de Freqüência: É a faixa do espectro de freqüência, cujo medidor pode responder sem distorção de amplitude. Na Fig. 3.8, podemos ver o gráfico de resposta de freqüência do sinal de ruído. OBS.: Quanto maior a freqüência maior será a distorção. 24 Capítulo 3 - Instrumentos de Medida Analógicos Fig. 3.8 x Calibre: É o valor máximo que um instrumento é capaz de medir. Exemplo: Escala de 0 a 300 Volts CA, o seu calibre é 300 V. x Sensibilidade de Corrente (Amperímetro): É a razão entre a deflexão (d) causada pela corrente (I) e esta corrente. A mm I dS P � x Sensibilidade de Tensão (Voltímetro): É a razão entre a deflexão (d) causada pela tensão (V) e esta tensão. mV mm V dS � x Eficiência de um Instrumento: É a relação entre seu calibre e a sua perda própria. �É aplicado no galvanômetro na função de amperímetro � W A �É aplicado no voltímetro � V : �No multímetro é dado pela expressão o mI 1S onde mI é a corrente máxima de deflexão, do galvanômetro. x Classe dos Instrumentos: É o limite de erro percentual de construção dado pelo fabricante, que afeta a extensão do arco da escala. Apresenta-se em algarismos. Exemplo: Classe 1, Classe 2, etc. 3.6 - Efeito de Carga dos Instrumentos As leituras de corrente e tensão são alteradas pela introdução do medidor no circuito. Um amperímetro é ligado em série no circuito cuja corrente se deseja medir. Ao estabelecer este circuito, temos em série duas resistências, que são: resistência da carga do circuito e a resistência interna do amperímetro, em série com a carga do circuito (Fig. 3.9). Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 25 Fig. 3.9 Sendo Ri a resistência interna do medidor e Rc a de carga, para se encontrar a percentagem de redução na leitura, teremos a seguinte expressão: 100Re% u � RiRc Ri dução A resistência interna do medidor de corrente (amperímetro) é sempre de muito baixo valor ôhmico, comparada com a da carga do circuito. Normalmente, quanto menor é o alcance do medidor de corrente, mais elevada é a sua resistência interna, e ao medir pequenas correntes em circuitos de baixo valor ôhmico. 3.7 - Sensibilidade em Ohms por Volt (:/V) Segundo as características internas de qualquer instrumento indicador, a corrente máxima de deflexão varia de uns para outros. Os que necessitam de menos corrente para a deflexão total, são os mais sensíveis. Um multímetro quando utilizado como voltímetro, apresenta uma determinada sensibilidade em ohms por volt, que se pode obter facilmente, conhecendo-se o valor da tensão de deflexão máxima (Ed) e a resistência interna (Ri). Teremos pois: Sensibilidade (S) em : / V Ri Ed Como exemplo temos: Se um miliamperímetro com 200 : de resistência interna apresenta uma deflexão máxima, com a tensão de 50 mV, terá de sensibilidade: V/000.4 05,0 200S : Pela presente expressão, vemos que a sensibilidade em ohms por volt depende apenas da corrente correspondente a deflexão máxima e não da resistência interna. Porém, a tensão que proporciona a deflexão máxima está relacionada com o valor da resistência interna. Estas condições aplicam-se tanto ao medidor como aos sistemas multiplicadores a que está associado. Num voltímetro com escalas múltiplas, a sensibilidade é igual para todas as escalas, seja qual for o valor do multiplicador. Como exemplo: 26 Capítulo 3 - Instrumentos de Medida Analógicos V/000.1 KV1 M1 : : ; V/000.1 V100 K100 : : Podemos também determinar a sensibilidade em ohms/volt pela expressão seguinte: mI 1VS : Como exemplo temos: Num miliamperímetro comescala de 0 a 1 mA, a sensibilidade em :/V é: V000.1 001,0 1S : Esta expressão mostra que a sensibilidade em ohms por volt é o inverso da corrente correspondente a deflexão máxima de um instrumento; daqui se verifica que, quanto menor for o valor dessa corrente, mais elevada será a sensibilidade em ohms por volt do instrumento. 3.8 - Resistência Interna de um Voltímetro Um voltímetro, fazendo uso de um galvanômetro de 0-1 mA, para medir 10 V, apresenta a resistência total de 10.000 :. O mesmo voltímetro, na escala de 200 V, terá 200.000 :, etc. : u �� 000.101010 001,0 10 3R A V I V R Nos voltímetros comerciais, podemos aplicar multiplicadores externos para aumentar a faixa de tensões do medidor. O cálculo do medidor é baseado no acréscimo de tensão que se deseje conferir à escala, com a corrente máxima do miliamperímetro. Supondo-se que a tensão máxima medida por um voltímetro seja 500 V, e que ele possa medir tensões até 2.000 V. O microamperímetro, de 500 PA (0,5 mA no fim da escala), a resistência multiplicadora extra a ligar em série com o terminal de 500 V, que eleva para 2 KV a escala do voltímetro, terá o valor de: 2.000-500 = 1.500 V, e então, 1.500/0,0005 = 3 M:. Se o microamperímetro fosse de 50 PA, a resistência adicional deveria ser de 30 M:. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 27 3.9 - Suspensão do Conjugado Motor O conjugado motor, ou melhor dizendo, o conjugado eletromagnético é suspenso junto aos mancais, de diversas formas: ° ° ¯ ° ° ® ).BandTaut(FitatensaPor)4 ;Magnética)3 );PivotdeoInstrument(EixoPor)2 ;FioPor)1 SuspensãodeTipos Na atualidade, os medidores analógicos são suspensos por Taut Band, pois é um método de baixo custo e atende tecnicamente. Nas Fig. 3.10 a e b , podemos ver dois tipos. Fig. 3.10a - Suspensão por Eixo Fig. 3.10b - Suspensão por Fitatensa 3.10 - Símbolos Encontrados nos Instrumentos Analógicos Nos painéis dos instrumentos, existem símbolos que identificam as suas características. Por exemplo: Tensão máxima = 500 V Instrumento na posição Vertical Instrumento na posição horizontal Instrumento de bobina móvel Instrumento de ferro móvel Apresentamos abaixo a tabela completa dos símbolos encontrados nos medidores analógicos. Eixo 28 Capítulo 3 - Instrumentos de Medida Analógicos 3.11 - Símbolos Encontrados nos Mostradores dos Instrumentos Elétricos de Medição Atenção ! Antes de utilizar o instrumento leia as instruções fornecidas pelo fabricante em documento separado. Instrumento de bobina móvel com retificador. Instrumento de bobina móvel com termotransdutor. Instrumento de bobina cruzada com retificador. Utilização do instrumento mostrador na posição vertical. Tensão de ensaio: 500 V na freqüência industrial. Instrumento de bobina móvel. Instrumento de bobina cruzada (quocientímetro de ímã fixo). Termotransdutor sem isolação (par termoelétrico). Atenção! Alta tensão no instrumento ! Instrumento eletrodinâmico com núcleo de ferro. Instrumento eletrostático. Tensão de ensaio acima de 500 V na freqüência industrial (no caso, 2 KV). Utilização do instrumento: mostrador na posição inclinada (neste exemplo, inclinação 45q). Instrumento de ferro móvel. Instrumento bimetálico. Utilização do instrumento mostrador na posição horizontal. Instrumento não sujeito a ensaio de tensão na freqüência industrial. Instrumento eletrodinâmico sem ferro. Instrumento de indução. Proteção eletrostática ou blindagem eletrostática. Instrumento com dois sistemas de medição (para circuitos de 3 fios desequilibrados). Instrumento eletrodinâmico de relação (tipo quocientímetro). Termotransdutor isolado (par termoelétrico isolado). Proteção magnética ou blindagem magnética. Instrumento de lâminas vibráteis. Instrumento com 3 sistemas ou medição para 4 fios desequilibrados. Instrumento eletrodinâmico de relação com núcleo de ferro (tipo quocientímetro). Instrumento com um sistema de medição (para circuitos de 3 fios equilibrados). Instrumento de ímã móvel. 4 AMPERÍMETRO DC 4.1 - Introdução Dissemos no capítulo anterior que a corrente dava origem a um campo magnético ao percorrer a bobina móvel; e o movimento desta, em relação à posição de repouso, dependia da intensidade da corrente que a atravessava; para uma mesma resistência do circuito, aumentava ou diminuia a intensidade da corrente ao variar a f.e.m. aplicada, e assim, para a tensão de 1 V, teremos um desvio determinado; para 2 V o desvio será maior, e assim sucessivamente. O que nos indica o instrumento? Logicamente, o desvio correspondente a uma determinada intensidade de corrente, que atravessa a bobina móvel; e neste caso indica-nos os ampéres. Este medidor é denominado amperímetro. O ampère foi adotado como unidade de intensidade da corrente e aceito universalmente, depois de lhe ser dada determinada grandeza. O ampère representa a corrente que atravessa uma resistência de 1 :, submetida a tensão de 1 V. Esta unidade serviu de padrão para graduar os aparelhos designados amperímetros. Para que se possa medir corrente em ampères, o amperímetro é ligado em série com o circuito, como vemos na Fig. 4.1. Neste circuito, a carga é representada por R1. O amperímetro deverá ter mínima resistência ôhmica, para que não altere as características do circuito onde está interligado. Fig. 4.1 Vamos supor que o amperímetro tenha uma escala de zero a 1 mA (Fig. 4.2), e a sua resistência interna (Ri) é de 50 : (entende-se por resistência interna o valor ôhmico da bobina móvel); se a escala total do instrumento, de zero a 1 mA, é dividida em dez partes iguais, cada divisão corresponde a 100 PA (0,1 mA). Se cada uma destas divisões é por sua vez subdividida em cinco partes iguais, a cada traço corresponde 20 PA; isto é, a escala tem uma divisão de cinqüenta partes iguais e cada uma delas indica a corrente de 20 PA (0,02 mA). 30 Capítulo 4 - Amperímetro DC Fig. 4.2 Se a resistência R1 (Fig. 4.3) tiver o valor de 19.950 ohms, submetendo-se a uma tensão de 10 V, a intensidade da corrente no circuito será: mA5,0A0005,0 1995050 10 1RRi E R EI � � Vemos que o instrumento acusa um desvio de 25 divisões da escala, a partir da posição de repouso. Supondo que o milíamperímetro acusa um desvio de 5 divisões da escala, ou seja, que pelo circuito passa uma intensidade de corrente de 0,1 mA (100 PA), quando alimentado pela tensão de 10 V, qual será o valor da resistência de carga R1? Fig. 4.3 : 000.100 0001,0 10 I ERt Rt é a resistência total do circuito = R1 + Ri A resistência interna do instrumento (Ri), está em série com R1, então: R1 = Rt - Ri = 100.000 - 50 = 99.950 : Nestas condições (Fig. 4.3) o miliamperímetro desempenha as funções de voltímetro, de 10 V ao fim da escala. Para que possamos medir correntes superiores à máxima admitida pelo miliamperímetro, consideramos o caso de duas resistências em paralelo, cuja resistência equivalente depende da queda de tensão provocada pelo conjunto. A escala de correntes de um miliamperímetro pode ser ampliada, fazendo uso de resistências em paralelo, designadas por (shunts), de maneira a que só uma fração da corrente total do circuito passe pelo medidor. Se a corrente que atravessa o Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 31 miliamperímetro conserva uma proporcionalidade conhecida para a corrente total do circuito, a escala do medidor pode ser calibrada de modo a indicar a corrente total. Na Fig. 4.4, o milíamperímetro está ligado em paralelo com RSH. Se a resistência interna do miliamperímetro é de 30 : e RSH também de 30 :, qualquer queseja a intensidade da corrente no circuito, por Ri e por RSH circulam correntes do mesmo valor e o miliamperímetro indica metade da corrente total, devendo por isso multiplicar-se por 2, para nos dar o valor da corrente que nesse momento é medida. Se a resistência RSH tiver o valor de 3,3 :, para acharmos o valor da corrente total no circuito, multiplicamos por 10 o valor indicado no miliamperímetro. Para o alcance do medidor se estender a 1 A, máximo de escala, e se a escala tiver 100 divisões, a cada divisão corresponderá 0,01 A (10 mA). Fig. 4.4 Neste medidor é utilizado resistor derivador, também chamado de resistor shunt, com propriedades especiais. O resistor RSHUNT é fabricado com uma liga especial chamada de manganina/constantan, que tem o objetivo de compensar a variação ôhmica, tendo em vista ao efeito Joule (Variação de temperatura). O resistor derivador, como também os parâmetros do circuito, podem ser calculados da seguinte forma: Fig. 4.5 SH m SH I IRi R u � �mSHmAB IIRIRiV � u A maioria dos medidores têm uma sensibilidade superior à necessária, ou seja, para menor corrente que a mínima a medir. Um Rshunt em paralelo com a bobina móvel contribui para aumentar a corrente até um valor conveniente ao circuito. Para o cálculo dos Rshunts que se destinam a ampliar a margem de correntes a medir, temos: i I N IN Ri RSH � � 32 Capítulo 4 - Amperímetro DC em que Rsh= Resistência (shunt), Ri = Resistência da bobina móvel. N = Fator de multiplicação da escala do medidor. I = Intensidade da corrente no fim da escala. i = Corrente máxima de deflexão Exemplo: Pretendendo medir-se uma corrente até 1 A, com um microamperímetro de 0 a 100 PA, cuja bobina móvel tenha 50 : de resistência, deverá usar-se um Rshunt de: Sendo Ri, de 50 : e 000.10 A0001,0 A1N : � 005,0 1000.10 50Rs Denomina-se por RSHUNT, toda a resistência ligada em paralelo com o miliamperímetro, a fim de ampliar a sua margem de medição. Os Rshunts devem ser de grande precisão e estabilidade. Para a escolha dos fatores multiplicativos, uma escala única pode servir de base a todas as medições, bastando para isso que se multiplique o quantitativo da leitura por um número resultante do valor do Rshunt utilizado. 4.2 - Circuitos Práticos de Amperímetros São utilizados na prática dois tipos de circuitos: a) RShunt Separado; b) RShunt em Anel, Ayrton ou Universal. Um exemplo de um medidor tipo Shunt Separado, podemos ver na Fig. 4.6. Um exemplo de um medidor tipo Universal, podemos ver na Fig. 4.7. Fig. 4.6 - RShunt Separado Fig. 4.7 - Universal, Ayrton ou Anel É bom lembrar que os tipos Universal, Ayrton e Anel têm circuitos semelhantes, vistos em diferentes bibliografias técnicas. Na Fig. 4.8 temos um circuito com quatro margens de medições; de 0 a 1 mA, 0 a 10 mA, 0 a 100 mA e 0 a 1 A. Este circuito é idêntico aos dos aparelhos de laboratório mais usuais, se bem que no exemplo presente fazemos uso do Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 33 miliamperímetro anteriormente citado, de 0 a l mA. Colocando o comutador na posição de 1 mA, o instrumento ficará intercalado no circuito e a corrente máxima a medir será de 1 mA, cujas frações serão da proporção dada na escala. Fig. 4.8 Passando o comutador para a posição de 10 mA, a resistência R1 ficará intercalada no circuito, ligada em paralelo com o miliamperímetro, e poderão medir-se correntes de 0 a 10 mA (10 mA é o fim da escala), e cada uma das 100 divisões correspondentes a 0,1 mA, ou seja, 100PA. A queda de tensão (E) entre os extremos do miliamperímetro, sendo de 1 mA a corrente máxima por ele admitida, e de 30 : a resistência interna do mesmo, será de: VAB = E � E = Ri x Im = 30 x 0,001 = 0,03 V O valor da resistência R1, ligada em paralelo com o miliamperímetro, para que este possa medir intensidades máximas de 10 mA, vamos calcular a seguir. Como o máxima corrente do miliamperímetro não deve passar de 1 mA quando a corrente total no circuito é de 10 mA, então passa por R1 os restantes 9 mA. Sendo 0,03 V a queda de tensão no circuito formado pelo instrumento e por R1, teremos: : 3,3 009,0 03,0 1 1 I E R Colocando o comutador na posição de 100 mA (fim da escala), para que se possa medir correntes de 0 a 100 mA, por R2 passam 99 mA, e esta resistência terá um valor de 0,303: Passando o comutador para a escala de 0 a 1 A, pelo (shunt) R3 passam 999 mA, ou seja 0,999 A, o qual terá o valor de 0,03003: : 303,0 099,0 03,0 2 2 I E R : 03003,0 999,0 03,0 3 3 I E R B 34 Capítulo 4 - Amperímetro DC 4.3 - Circuito Universal, Ayrton ou Série Usam-se mais os (shunts) universais para multiplicadores de escalas de corrente do que os Separados, como vemos na Fig. 4.9, cujo o fator multiplicativo da escala de corrente é resultante da relação Rt/Re, e é independente da resistência do medidor. Rt = Resistência equivalente total do circuito Re = Resistência correspondente a escala Fig. 4.9 Sendo Rt/Re igual a 1, 30, 100, 300 ou 1.000, nas várias posições do comutador, a escala de corrente será multiplicada pelo fator correspondente à posição da chave. Este sistema permite o uso de um miliamperímetro com um qualquer valor de Ri. Impõe-se portanto, que a resistência total (Rt) tenha um determinado valor e posicionado o comutador em 3 mA o medidor atinja a deflexão total. Esta condição pode obter-se por intermédio de uma resistência adicional, ligada em paralelo com o divisor e ajustada para a deflexão total do medidor. Com o movimento do comutador não se modifica a relação. Podemos calcular os resistores derivadores (shunts) de diversas formas. (Lei das malhas, Lei de Kirchoff, Norton, etc.) Exemplo. Determinar os Resistores shunt da Figura 4.9 com o alcance das escalas diferentes, conforme mostrado abaixo.Dados: R interna = 30: : Imax = 10mA Escalas: 0-100mA 0-50mA 0-15mA 5 VOLTÍMETRO DC 5.1 - Introdução Se o voltímetro for do tipo galvanômetro de D’Arsonval, então este instrumento tal como seu nome indica, utiliza-se para medir tensões. A sua construção interna e princípio de funcionamento, é igual ao amperímetro, com bobina móvel Na Fig. 5.1 vemos um miliamperímetro ligado em série com uma resistência. Se nos seus extremos aplicarmos uma força eletromotriz, o circuito será atravessado por uma intensidade de corrente, acusada pelo miliamperímetro, a qual dependerá da resistência do circuito e da f.e.m. aplicada, Fig. 5.1 voltímetro D C básico Se entre os pontos A e B aplicarmos uma tensão com o dobro do valor da anterior, pelo circuito passará também uma corrente com o dobro do valor, registrada pelo miliamperímetro. Deste modo, nos dois casos lemos no miliamperímetro dois valores distintos, que correspondem a intensidade da corrente que atravessa o circuito. Assim, para que um miliamperímetro, que é um galvanômetro possa medir tensões superiores aquelas que estão determinadas pelas suas características, temos que ligá-lo em série com uma resistência (multiplicadora) para que esta absorva a diferença entre a tensão aplicada e a que se manifesta nos extremos do medidor. Se numa sucessão de ensaios marcamos na escala do miliamperímetro o valor da f.e.m. aplicada ao circuito, este instrumento serve-nos de voltímetro. Considerando o miliamperímetro de 0 a 1 mA (com 1 mA, a deflexão do ponteiro é total) que tem 10 : de resistência interna, (Ri) para poder medir tensões de 10 V, a resistência R1 terá o valor de: : 000.10 001,0 10Rt R1 = Rt - Ri = 10.000 - 10 = 9.990 : 36 Capítulo 5 - Voltímetro DC Se aos terminais A e B do circuito (Fig. 5.1) aplicarmos 5 V, obteremos a leitura I = .mA5,00005,0 000.10 5 Ri1R E � A corrente de 0,5 mA corresponde aomeio da escala, ou seja: 5 V. Cada divisão indica 1 V e cada subdivisão corresponde a 0,1 V ou 100 mV. Seguindo este raciocínio, podemos medir tensões mais elevadas, por exemplo, até 100, 500, 1.000 ou mais volts. 5.2 - Sistema de Resistências Multiplicadoras Individuais Fig. 5.2 - Circuito de um Voltímetro DC com Três Escalas. Podemos ver na Fig. 5.2 um circuito de um voltímetro DC com três escalas. Para que o galvanômetro indique 10 V no fim da escala, é necessário que com essa tensão, passe 1 mA de corrente pelo medidor. Independente da tensão aplicada ao sistema, a tensão nos terminais do medidor (miliamperímetro) nunca deve exceder o produto da corrente máxima pela resistência da bobina, que no exemplo anterior é de 0,01 V. Para medir tensões até 100 V (Fig. 5.2), tem que se ligar em série com o mesmo galvanômetro, uma resistência (R2), com o valor de: : � � 990.99 001,0 01,0100 It EEt2R A tensão de 0,01 V é a queda de tensão através do galvanômetro quando é máxima a deflexão ao ser percorrido pela corrente de 1 mA; ao ligar-se o circuito a uma f.e.m. de 100 V, a corrente máxima será de 1 mA e a queda de tensão em R2, terá um valor que será a diferença entre 100 e 0,01 V, ou seja, de 99,99 V. Tendo a escala 10 divisões, a cada divisão corresponde a tensão de 10 V. Se o valor da resistência calculada se somar a do galvanômetro, teremos 100.000 : e se dividir-mos 100 V por 100.000 :, obteremos a intensidade da corrente 1 mA que é a constante presente no circuito. Poderiamos calcular o valor da resistência adicional, dividindo a tensão máxima da escala do voltímetro pela intensidade da corrente que atravessa o galvanômetro, para a máxima deflexão. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 37 Deste modo, para 100 V, sendo a corrente de 1 mA, a resistência total do circuito, segundo a lei de Ohm, será de: : 000.100 001,0 100Rt Uma vez que é de 10 : a Resistência Interna do instrumento, a resistência adicional R2, terá o valor de: R2 = 100.000 - 10 = 99.990 : A resistência redutora de tensão R3, terá o valor de: : � 990.999 10001,0 000.13R Daí teremos: R1 = 9.990 : R2 = 99.990 : R3 = 999.990 : 5.3 - Sistema Série Universal Na Fig. 5.4, vemos um sistema série universal, usado em quase todos os voltímetros, pela vantagem que apresenta de uma menor dissipação degradativa sobre cada resistência. O valor das resistências do divisor será de: Fig. 5.4 R1 (escala de 1 V) = � 001,0 02,01 980 : R2 (escala de 10 V) = � 001,0 110 9.000 : 38 Capítulo 5 - Voltímetro DC R3 (escala de 100 V) = � 001,0 10100 90.000 : R4 (escala de 1.000 V) = � 001,0 100000.1 900.000 : Podemos projetar voltímetros, utilizando-se do parâmetro sensibilidade, pela fórmula geral: � � RiSVRx �u Sendo que V = Volts da escala, e S = Sensibilidade em V: Exemplo : Calcular o resistor R3 da figura 5.2 sabendo-se que a sensibilidade do galvanômetro é de 10K Ohms / Volt. Substituindo os valores na equação acima , temos : Rx = ( 1000V x .10000 Ohms ) – 10 Ohms = 9999990 Ohms 6 VOLTÍMETRO AC 6.1 - Medições de Corrente Alternada com Instrumento de Bobina Móvel Nos multímetros, usam-se instrumentos de bobina móvel que, para a medição de CA necessitam de um retificador. Pode-se fazer uso de um retificador simples, de meia onda, como vemos na Fig. 6.1. O retificador impede a passagem da corrente durante o semiciclo negativo; mas ele apresenta uma queda de tensão e corrente inversa, e isso redunda numa leitura menor. Assim, para compensar esta diferença de valores e se utilizar a mesma escala de CC, tem que haver alterações nos componentes, nas resistências multiplicadoras, etc. Quase sempre a escala não é a mesma, mas é paralela com graduação mais descasada no extremo inferior da escala, devido a que quanto menor é a corrente através do retificador, mais elevada será a resistência direta do mesmo. Para evitar o efeito da tensão inversa, a qual destruiria o diodo D1, usa-se o circuito da Fig. 6.2, onde o diodo D2 bloqueia o circuito durante o semiciclo negativo. Os multímetros trazem de fábrica os dois diodos associados em um bloco, com três ou quatro terminais (Fig. 6.3) que corresponde ao esquema da Fig. 6.4. Fig. 6.1 Fig. 6.2 � Quando queima o bloco retificador de um multímetro, quase sempre um do diodos fica menos afetado, e pelo sentido ou predomínio da condução deste, podemos identificar as pontas de ambos (anodos e catodos), através de um multímetro na escala de ohms. Também é usado os retificadores em ponte, nos quais o valor médio da corrente que passa no medidor, é de 0,9 do valor eficaz da CA, apresentando por isso maior sensibilidade. Outros componentes com quatro terminais são constituídos por dois diodos independentes. � 40 Capítulo 6 - Voltímetro AC � Fig. 6.3 � � Fig. 6.4 6.2 - Escala Linear A compressão dos valores no extremo inferior da escala de CA, pode suprimir- se parcialmente, empregando uma resistência (R2) em paralelo com o medidor. Quando se fazem medições de muito baixo valor, a referida resistência dá origem a uma corrente suficientemente elevada através do retificador, que o mantém numa região relativamente linear da sua característica. Este procedimento reduz a sensibilidade do aparelho, visto que para a mesma deflexão se necessita de corrente mais elevada (Fig. 6.5). A melhoria na calibração (precisão) é preferida em prejuízo da sensibilidade, visto que a maioria dos aparelhos comerciais usam a derivação quando medem CA e daí surgem as diferenças de sensibilidade em CA e CC num mesmo multímetro. Fig. 6.5 6.3 - Voltímetro de Tensão Alternada O medidor D’Arsonval é sensível à corrente contínua, e possue boa precisão. Para um sinal variável alternado e periódico, ele indica o valor médio da forma de onda. Em uma tensão alternada, o valor médio dos dois semícíclos é nulo. Consequentemente, quando um sinal alternado é aplicado a um medidor deste tipo, o ponteiro vibra em torno do zero ou fica parado, dependendo da freqüência deste sinal. A solução para medir CA, com um medidor D'Arsonval, é introduzir um elemento que produza um valor médio diferente de zero (Fig. 6.6). Fig. 6.6 Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 41 Normalmente emprega-se como operador de forma de onda um diodo de germânio pois tem a sua barreira de potencial em torno de 0,2 V (Menor queda de tensão). 6.4 - Características de um Diodo Semicondutor O diodo semicondutor possue a sua barreira de potencial dependente do seu cristal. Existem cristais de silício e germânio. Ver gráfico da Fig. 6.7. Fig. 6.7 - Curva Característica de um Diodo de Germânio Fig. 6.8 Na Fig. 6.8 podemos ver que com pequenas correntes, a resistência do diodo no sentido da condução é maior que com grandes correntes. Em decorrência disto, o fator de escala torna-se maior para correntes de baixo valor, e provoca menores deflexões angulares. Obtem-se uma escala linear com medidor D’Arsonval com retificador, empregando-se uma alta resistência em série, para diluir a variação do resistência do diodo oom a corrente. Por esse motivo também é conveniente deslocar o ponto de trabalho do diodo com uma corrente maior, que tornará a resistência do diodo mais baixa, e a resistência série proporcionalmente maior que a resistência do diodo. Na Fig. 6.9 e Fig. 6.10 podemos ver um retificador de ½ onda, muito usado nos multímetros atuais e sua forma de onda. Os circuitos retificadores básicos são: 42 Capítulo 6 - Voltímetro AC Retificador de Meia Onda: Fig. 6.9 Fig. 6.10 ICC = Valor Médio de Corrente Contínua. ICC = A soma de todos os valores da função dividida pelo período da forma de onda. Soma = Integral Período = 2π Então temos: [ ] [ ] π ππ π π π π π π π π MÁX CC MÁXMÁX CC MÁX MÁX CC MÁX CC I I II IwtI dwtwtsenI I dwtdwtwtsenI I = × ⇒ +−× = −×⇒= + = ∫ ∫∫ 2 2 2 0coscos cos 2 2 0 0 0 0 2 0 Ief = Valor Eficaz da forma de onda. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 43 ∫ ∫ ∫ ××= ×××= ×= π π π π 0 22 2 0 22 0 2 2 1 2 1 )( 1 dwtwtsenII dwtwtsenII dttf T I MÁXef MÁXef T ef Sabemos que: ( ) wtsenwt2cos1 2 1 2=−× Substituindo wtsen 2 temos: ( ) [ ] 2 0 4 1 2cos 4 1 2cos1 4 1 2 00 2 0 2 MÁX ef MÁXef MÁXef MÁXef I I II dwtwtdwtII dwtwtII = −××= ×−××= ×−×= ∫∫ ∫ π π π π ππ π ( ) ( )2 2 1 MÁX ef MÁX CC I I I I = = π Substituindo 2 em 1 temos: 44 Capítulo 6 - Voltímetro AC efCC efCC efCC ef ef CC efMÁX V636,0V R V 636,0 R V I636,0I I636,0 I2 I I2I ×=⇒×=⇒×= ×⇒ π ×= ×= efCC V636,0V ×= Retificador de Onda Completa: Fig. 6.11 Fig. 6.12 [ ] π⇒ π × = −×× π = × π = π π ∫ é agoraperíodo O :Nota I2 I wtcosI 1 I dwtwtsenI 1 I MÁX CC 0MÁXCC 0 MÁXCC Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 45 ( ) [ ] 2 0 2 2cos1 2 1 2 0 2 2 0 2 MÁX ef MÁX ef MÁX ef MÁXef I I I I dwtwt I I dwtwtsenII = −×= −×= ××= ∫ ∫ π π π π π π ( )1 2 π MÁX CC I I × = ( )22 2 efMÁX MÁX ef II I I ×=⇒= Substituindo 2 em 1 temos: efCC efCC efCC ef CC V9,0V R V 9,0 R V I9,0I I22 I =⇒×= ×= π ××= efCC VV 9,0= 6.5 - Circuito Comercial Empregado em Voltímetros AC O circuito básico do voltímetro AC, apresenta a configuração conforme a Fig. 6.13. Fig. 6.13 46 Capítulo 6 - Voltímetro AC RL = Resistência de carga adicional para deslocar o ponto de trabalho do retificador para um trecho linear da curva característica. D2 = Diodo auxíliar para impedir a tensão de pico inversa no diodo D1, e que produziria uma pequena corrente inversa, afetando o valor médio real, ou avariando o diodo D1. Este diodo também permite que a corrente circule nos dois sentidos, o que é necessário para a medida de corrente alternada. RS = Resistor limitador de corrente. D1 = Diodo retificador de germânio. O voltímetro AC mede tensão eficaz da senoide, com o fator de forma definido. Para se medir uma outra forma de onda periódica não sendo senoidal, teremos que corrigir a leitura. Fator de Forma: É a relação entre o valor eficaz e o valor médio de uma forma de onda. ( )CompletaOnda11,1 V 2 V 2 2 .F.F MAX MAX ≅ π × × = ( )OndaMeia22,2 V V 2 2 .F.F MAX MAX ≅ π × = Para se medir uma tensão de forma de onda não senoidal aplicamos um fator de correção na indicação do instrumento. 6.6 - Circuito de Proteção do Galvanômetro O circuito que protege o galvanômetro é interligado conforme a Fig. 6.14. Fig. 6.14 OBS.: Para melhorar linearidade RL sempre igual a RM. O capacitor é utilizado para o amortecimento da deflexão do ponteiro. Os diodos de silício não permitem que a tensão no medidor ultrapasse certo valor, protegendo o medidor (Fig. 6.14). Ex.: Diodos de silício ⇒ BA 100 Tensão limite de 0,75 V Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 47 mV100VV75,0V MM ≅sempre que necessitamos medir tensões ou correntes AC em ambientes industriais, utilizaremos o multímetro True RMS. A seguir apresentamos dois exemplos para melhor fixação: 1) Projetar um voltímetro AC a partir de um galvanômetro D´Arsonval na configuração de meia onda com os seguintes dados: Ver Fig. 6.23 Im = 1mA, RL = 100 Ω , Rm = 100 Ω D1 = D2 = 400 Ω (sentido direto) Escalas: 0-10 V Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 51 0-100 V a) Determinar os valores dos resistores R1 e R2. b) Determinar a sua sensibilidade (Eficiência) nas duas escalas. c) Fig. 6.23 Solução: Escala 0 ∼∼∼∼ 10 VCA )escaladeFundomA1(mA2III II 22,2OndaMeia V5,4 22,2 V10 V RLm1D mRL EFICAZ CC ⇒=+= = = == V225 V10 250.2 V R S 800.11R504001R250.2 RL//Rm1RD1RR 250.2 mA2 5,4 I V R EFICAZ TOTAL T T CC T Ω⇒ Ω ⇒= Ω=⇒++= ++= Ω=⇒= Escala 0 ∼∼∼∼ 100 VCA V225 V100 500.22 V R S 050.222R504002R500.22 RL//Rm1RD2RR K5,22 mA2 45 I V R )escaladeFundomA1(mA2III II 22,2OndaMeia V45 22,2 V100 V EFICAZ TOTAL T T CC T RLm1D mRL EFICAZ CC Ω⇒ Ω ⇒= Ω=⇒++= ++= Ω=⇒= ⇒=+= = = == A ∼∼∼∼ 52 Capítulo 6 - Voltímetro AC OBS.: Podemos ver que em qualquer escala, a sensibilidade do instrumento é a mesma. 2) Sabendo-se que um voltímetro AC responde a valores médios; para que sua indicação seja em valores eficazes, teremos que corrigir através de um coeficiente, K = 1,11. Se uma onda triangular da Fig. 6.24 é aplicada a um voltímetro AC, determinar o fator de forma e o erro da indicação do voltímetro. Fig. 6.24 dte T 1 E T 0 2 EFICAZ ∫= ∫= T 0MÉDIO edt T 1 E (Da equação da reta ⇒ e = 50 t) 350 3 27 3 1 50 33 1 50 3 1 5050 3 1 3 0 3 3 0 23 0 22 ⇒××⇒××= ×××⇒×= ∫∫ t E dttdttE EFICAZ EFICAZ 75 2 9 3 50 2 t 50 3 1 E dtt50 3 1 E 3 0 2 MÉDIO 3 0MÉDIO ⇒×⇒××= = ∫ 155,1 75 350 V V FormadeFator MÉDIO EFICAZ ⇒⇒= K triangular = 1,155 K Senoide = 1,11 Então: 961,0 155,1 11,1 K K TRIANGULAR SENOIDE == %9,3%100 1 1961,0 % −⇒×− ⇒ε VAC (TRUE QUE É O VALOR REAL TEÓRICO) VDC Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 53 OBS.: Se o técnico utilizar um multímetro digital (DVM) do tipo Rms-Convencional,para medir a forma de onda triangular da figura 6.24, o valor da tensão Rms será totalmente errada.Se substituir o DVM por um do tipo Rms True a leitura será: Vmedio x F.F da onda triangular. Então,no exemplo anterior temos: Vrms True = 75V x 1,155 = 86,625V.(valor de tensão correta). 6.11 - Analisador de Redes Elétricas Atualmente encontramos no mercado analisadores de energia elétrica que tem como função analisar e registrar a forma de onda da senoide em um sistema com carga. Pode-se analisar : Tensão , corrente, potência, fator de potência harmônicas e ruídos. O ruido elétrico gera harmônicos de diversas Formas: Tipos de Ruídos (Branco e Rosa): O ruído branco abrange todas as frequências altas e o ruído Rosa abrange as frequências baixas. Spike: É um surto de tensão com picos instantâneos ultra rápidos. Causas: Chaveamento de componentes estáticos como: SCR, TRIAC, IGBT, etc. que controlam cargas industriais motores e solenoides. Efeitos: Estes picos geram a queima de placas eletrônicas. Solução: Utilização de VDR, também chamado de varistor ou TVS (transient voltage supressors), filtros RC chamados de Snubber e TRAFO isolador. Abaixo apresentamos algumas formas de onda AC com diversas irregularidades causadas por fenômenos interferentes. Fig. 6.25 - Senoide com “Spikes” Fig. 6.26 - Duas técnicas para eliminação de ruídos Fig. 6.27 - Sobretensão Fig. 6.28 - Subtensão Ruido Branco – Combinação de N frequências (Alta frequência) Ruido Rosa – O Espectro cai 3db / oitava. (Baixa frequência) 54 Capítulo 6 - Voltímetro AC Distorção da Senoide: A causa principal é o excesso de cargas indutivas no circuito. Fig. 6.29 - Deformação Fig. 6.30 - Harmônica Distorções Harmônicas A solução para distorções harmônicas é a utilização de Banco de Capacitores na Fonte e Filtros especiais nas freqüências de corte. Fig. 6.31 – Banco de Capacitores Interferências Eletromagnéticas (EMI) Fig. 6.32 - Flicker Fig. 6.33 - Blackout Fig. 6.34 - Freqüência Analisador de Energia: È o equipamento mais utilizado hoje pelos eletrotécnicos. Função: Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 55 1- Analisa a Rede monofásica e trifásica (fator de potência, etc).. 2- Analisa as Harmônicas da rede elétrica 3- Grava Eventos (Picos) Fig. 6.35 O eixo horizontal do instrumento representa o número da harmônica. Embora no exemplo esse número vá até 13ª harmônica, normalmente encontramos instrumentos que podem medir até 50ª. O eixo vertical representa a porcentagem da potência da harmônica em relação a freqüência fundamental. Fig. 6.36 6.12 - Transformador de Corrente e Potencial. São Transformadores que estão interligados nos barramentos industriais e têm a finalidade de reduzir a corrente e tensão respectivamente para fins de medição, de acordo com a sua relação de transformação (relação de espinas entre o primario e o secundário). OBS.: Todo painel elétrico industrial que possui medidores, possui pelo menos 3 transformadores no seu interior. A seguir apresentamos o diagrama de um trafo de corrente (TC) com uma tabela de relação de trransformação;abaixo desta vemos um diagrama prático de instalação de um TC e um TP em um painel elétrico com rede trifásica. 56 Capítulo 6 - Voltímetro AC Fig.6.37 – Transformador de Corrente Corrente Primária Nominal (A) Relação Nominal Corrente Primária Nominal (A) Relação Nominal 5 1:1 100 20:1 10 2:1 125 25:1 15 3:1 150 30:1 20 4:1 200 40:1 25 5:1 250 50:1 Fig. 6.38 - Circuito elétrico apresentando os TC e TP 7 OHMÍMETRO 7.1 - Introdução O ohmímetro é um instrumento que permite medir a resistência elétrica de um elemento ou de um circuito, indicando o valor da referida resistência numa escala calibrada em ohms. É também usado no teste de continuidade, no valor de resistências suspeitas ou de fugas de circuitos ou de componentes defeituosos. Um método primário para se medir uma resistência, é o método do voltímetro e amperímetro. (Dois tipos de montagens). a) Montagem a Montante: A ligação do voltímetro é feita antes do amperímetro. (Erro por excesso). b) Montagem a Jusante: A ligação é oposta. (Erro por defeito). O operador deverá analisar o circuito, antes de conectar os instrumentos para que haja o mínimo de erro possível. Basicamente, o ohmímetro é constituído por um medidor sensível de corrente, uma fonte de tensão contínua e uma resistência limitadora de corrente. Como instrumento indicador usa normalmente um microamperímetro de bobina móvel. Muitos ohmímetros têm várias escalas, que vão de frações de ohms até muitos megohms, e por isso fazem uso de resistências limitadoras, de valores bastantes baixos e valores elevadíssimos, respectivamentes. As escalas podem ser selecionadas por um comutador ou por terminais, ou ainda, por sistema misto. A graduação do quadrante em ohms, pode ser comum a mais de um alcance em escala de ohms. Na Fig. 7.1 vemos um circuito formado por uma pilha, um miliamperímetro e uma resistência, ligados em série. O circuito é atravessado por uma intensidade de corrente determinada, registrada pelo miliamperímetro; conhecendo-se o valor da f.e.m. da pilha, pela lei de Ohm é fácil calcular-se o valor da resistência intercalada no circuito. Esta experiência somente é usada pelos estudantes, nos trabalhos práticos de laboratório. Para resultados mais exatos na medição de resistências por este método, de- se levar em conta a resistência interna do miliamperímetro, quando as resistências a medir são de valores baixos, comparados com a resistência interna deste. 58 Capítulo 7 - Ohmímetro Fig. 7.1 Existem dois tipos básicos de ohmímetros: O Tipo Série e oTipo Paralelo 7.2 - Ohmímetro do Tipo Série O ohmímetro consiste de um medidor, baterias e resistências de valores conhecidos, que são ligados de tal sorte que por comparação permitem medir o resistor desconhecido. Ver Fig. 7.2. Analisemos primeiramente o ohmímetro série, que indica sempre de zero a infinito. Para o projeto do mesmo deve ser utilizada a indicação de centro de escala. A indicação de zero ohms (à direita da escala) ocorre com resistência RX = 0. A indicação de centro de escala ocorre quando temos a corrente no medidor igual 2 Im , isto é: Req = RC, onde RC é a resistência do circuito do medidor correspondente ao centro de escala e Req = Resistência equivalente. ° ¯ ° ® ¯ ® .multímetrodoescalasasrelaçãoeminversaéescalaAmDesvantage deestabilidaMelhor bateriadadedurabilidaMaior Vantagem SérieTipo Ver Fig. 7.3. Fig. 7.2 Fig. 7.3 - Podemos ver a sua escala ôhmica inversa. No circuito tipo série, podemos citar: Ri = Resistência interna do galvanômetro. Rb = Resistência interna da bateria. RAdj = Potenciômetro, que é uma resistência variável que tem como função, o ajuste de zero ohm, ou seja, é o reostato de calibração do ohmímetro. RX = Resistor que o operador está medindo. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 59 7.3 - Ohmímetro do Tipo Derivação (Paralelo) Embora esteja mais difundido o uso do ohmímetro do tipo série, para a medição de resistências de muito baixo valor, porém o melhor tipo é o de derivação, cujo diagrama vemos na Fig. 7.4. Fig. 7.4 Fig. 7.5 A resistência desconhecida Rx, é ligada em paralelo com o medidor; passando parte da corrente do ohmímetro através dessa resistência, reduz a corrente no galvanômetro, e daí, a deflexão diminui proporcionalmente. Deste modo, a corrente que passa pelo medidor depende da relação entre o valor da resistência interna deste e de Rx. Antes da medição de uma resistência, ajusta-se o ohmímetro para a deflexão máxima na escala, por meio de RAdj, sem que se toquem as pontas de prova. Agora, ao ligarem-se as pontas de prova a uma resistência de valor desconhecido, ficando esta em paralelo com o medidor, o ponteiro indica um valor menor, que corresponde ao da resistência sob medição. Vemos, portanto, que a escala deste tipo de ohmímetro é direta, porém muito pouco usado comercialmente. Por este motivo, não faremos maiores comentários neste livro. 7.4 - Parâmetros do Ohmímetro Para que o projeto do ohmímetro série, seja compatível com a escala inversa é necessário utilizar a equação da escala. Equação da Escala � D RR R I I xeq eq m x � A especificação de um ohmímetro é feita pelo valor indicado no centro da escala, RC que corresponde a resistência equivalente do ohmímetro vista pelos terminais da medição. Req = Resistência equivalente do circuito = RC. Ix = Corrente que circula na resistência a ser medida. Im = Corrente de deflexão do medidor. D = Deflexão do galvanômetro. Daí podemos afirmar: 60 Capítulo 7 - Ohmímetro Quando: )escaladametadenaDeflexão( 2 1 I I RR m x eqx � )(10 escaladafundonoDeflexão I I R m x x � )(0 escaladaínicionoDeflexão I I R m x x �f Se optarmos por um medidor simples como a da Fig. 7.2, para medirmos valores elevados de Rx, teremos Rt elevado no circuito, e, para manter a corrente compatível com a necessidade de deflexão do medidor, teríamos que fatalmente aumentar a fonte CC do circuito. Isto complicaria o projeto, o qual deve obedecer características de economia, portabilidade, etc. Na Fig. 7.7, podemos ver o diagrama de um ohmímetro básico comercial. Analisando o circuito, observamos as cinco escalas, cujo a escala de maior valor ôhmico, necessita de uma fonte de tensão maior, visto que, para haver a deflexão do medidor, há a necessidade de se aumentar a corrente do circuito. Na escala R x 10 K a tensão total é dada pela soma das baterias Vb1 + Vb2, que possibilitará medir resistências acima de 10 M:. Fig. 7.7 - Ohmímetro (Diagrama Básico Comercial) Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 61 7.5 - Projeto de um Ohmímetro Série Para o estudante compreender facilmente o funcionamento e projeto de um ohmímetro, há a necessidade de se realizar um circuito simples, didático, como exemplificamos na Fig. 7.8. Fig. 7.8 1) Projetar um ohmímetro tipo série utilizando o diagrama didático da Fig. 7.8. Dados: Im = 50 PA Rm = 2 K: Rb = 0 : Vb = 3,0 Volts Fator de escala = R x 1, R x 10 e R x 100 Indicação do centro de escala = RC = 2 K: Solução: Fazendo Rx = 0 temos Im = 50 PA (Série) mA5,1 K2 3 R V I eq b 1 � : � m21 III � mAIIII m 45,11050105,1 63 212 �u�u �� �� :��� : u uuu � u � � � 4,19330)9,68//2(2 9,68 1045,1 1021050 1 3 36 22 2 2 KKR I RI I VR R mm 62 Capítulo 7 - Ohmímetro * Escala R x 100 : não tem resistência, neste caso é circuito aberto no comutador. * Escala R x 10 : tem resistência, é o R3. Como a escala é compatível com a resistência de centro de escala, temos: ^ EmpíricaFórmula 'RCRC 'RCRCR 3 � u (Prática) Como as escalas são décadas, então podemos afirmar que: RC’ � Relação 10:1 e RC = 2 K: então RC = 10:1 então RC’ = 200 : :� � u 22,222 200K2 200K2R 3 :� 22,22 10 R R 3 4 Aferição de um Ohmímetro Após o projeto realizado, agora há a necesidade de se fazer a aferição do instrumento.Para isto termos que calcular as correntes correspondentes para cada ponto do arco da escala e registrar os valores em Ohms.Abaixo segue um exemplo. 2) Graduar a escala de um ohmímetro série utilizando um galvanômetro de D’Arsonval do exercício anterior para 3 pontos do arco da escala. Por opção escolheremos três valores de resistência: R1 = 500 :, R2 = 2 K:, R3. = 8 K:, registrados na escala de miliamperes. Utilizaremos a equação da escala: Equação de Escala: m x I I RXRC RCD � Podemos lembrar que a escala de miliampéres é linear e a de ohms não é; temos como dados do exercício anterior: A1050I 6 m �u RC = 2 K: � Registro no centro da escala de miliampéres Substituindo na equação fica: Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 63 � � 6 x 6 x 33 3 1025I K2 1050 I 102102 102D � � u :� u � u�u u � � A40I 500 1050 I 500102 102D x 6 x 3 3 P :� u � �u u � � � A10I K8 1050 I K8102 102D x 6 x 3 3 P :� u � �u u � Então, marcamos, registramos os valores no arco da escala conforme aparece na figura 7.9. Fig. 7.9 8 INSTRUMENTOS ANALÓGICOS CONVENCIONAIS 8.1 - Instrumentos Eletrodinâmicos Neste capítulo iremos apresentar os tipos de instrumentos analógicos convencionais, específicos para funções independentes em medidas elétricas. Tratamos de instrumentos de bobina móvel, que pelas suas características, só podem ser utilizadas na medição de intensidades ou de tensões contínuas. Vejamos as diferenças básicas entre instrumentos de CC e de CA. Se um amperímetro de CC como os já descritos, for ligado num circuito de CA, uma vez que esta muda de sentido 60 vezes por segundo, imprime à bobina móvel impulsos em um e em outro sentido, a partir da posição de repouso, 60 vezes por segundo. A inércia de todo o conjunto móvel, ponteiro e bobina, impede que se movam em tão curto espaço de tempo e mantêm a média desses impulsos em um e em outro sentido, não passando da posição de repouso. Este fato deve-se a que os pólos do ímã mantêm sempre a mesma polaridade, variando só os pólos magnéticos da bobina móvel, fato este que impede a medição direta de CA com instrumentos de bobina móvel. Conseguindo-se variar os pólos do campo magnético permanente, de acordo com as variações da corrente na bobina, haveriamações magnéticas de atração e repulsão, sempre no mesmo sentido, e isto permitiria medir CA. Se ao circuito esquematizado na Fig. 8.1 for aplicada uma corrente com o mesmo sentido nas três bobinas, elas terão um campo magnético com a mesma polaridade relativa. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 65 Fig. 8.1 O instrumento de medição apresentado denomina-se por dinamômetro, uma vez que se trata de um circuito eletrodinâmico, onde os campos magnéticos variável e fixo são produzidos pela corrente elétrica. Este tipo de aparelho é muito usado como wattímetro e cosefímetro. 8.2 - Wattímetros Estes aparelhos possibilitam a medição do número de watts ou a energia absorvida por um circuito. São do tipo eletrodinâmico. Para medir energia, os enrolamentos estão isolados entre si; um deles trabalha como bobina de tensão e o outro como bobina de corrente. A bobina de corrente atua como excitadora, está fixa e em série com o circuito (amperimétrico); a bobina móvel, de tensão, está ligada em série com uma resistência, e por sua vez em paralelo com o circuito, como se fosse um voltímetro. A bobina móvel tem excitação constante, enquanto que pela fixa passa a corrente do circuito exterior, e da combinação dos esforços entre a excitação das bobinas, fixa e móvel, resulta o desvio do ponteiro do instrumento sobre o quadrante calibrado em watts. Em resumo, podemos afirmar que os instrumentos eletrodinâmicos é composto de uma bobina fixa dividida em duas partes e uma bobina móvel onde está afixado o ponteiro. O funcionamento interno é similar ao de bobina móvel, e pode ser usado em medições AC e DC. Na Fig. 8.2 podemos ver o seu diagrama elétrico básico: Wattímetro Analógico Fig. 8.2A - Vista geral, com indicação das bobinas de tensão e de corrente Fig. 8.2B - Símbolo e conexão a uma carga 66 Capítulo 8 - Instrumentos Analógicos Convencionais • Wattímetro: Mede potência ativa ⇒ Watts; • Cosefímetro: Mede o fator de potência de uma instalação ⇒ Coseno φ; • Medidor de KVA: Mede a potência aparente; • Medidor de KVAR: Mede a potência reativa. 8.3 - Medidor de Quilowatt-Hora Talvez o mais popular de todos os medidores elétricos, é o medidor de KWh (quilowatt-hora), também conhecido simplesmente como “relógio”. Todas as residências, lojas e indústrias, enfim, todos os consumidores de energia elétrica, ou seja, os que compram esta energia, são obrigados a instalar esse medidor. Em suma, a energia que vem da companhia deve passar pelo medidor antes de ser consumida. Mensalmente, um funcionário da companhia concessionária faz a leitura do que foi consumido e, subtraindo esse total da leitura do mês anterior, obtém-se o total de quilowatts a ser pago pelo que foi gasto. Estes medidores são para correntes alternadas residenciais e industriais: • Monofásicas (fase e neutro) - até 4 KW • Bifásicas (2 fases e neutro) - entre 4 e 8,8 KW • Trifásicas (3 fases e neutro) - acima de 8,8 KW Basicamente, estes instrumentos medem a potência (KW) consumida durante o tempo (h); por isso são chamados de “integradores”, pois medem a potência em watts, que é o resultado dos volts pelos ampères (W = E x I). O medidor de energia possuí duas bobinas de corrente e uma de tensão, funcionando de modo semelhante a um motor de indução. Os campos elétricos e magnéticos gerados por estas bobinas fazem girar um disco de alumínio dentado acoplado a um eixo, que, por sua vez, movimenta as engrenagens dos quatro relógios mercadores Fig. 8.3. Fig. 8.3 - Aspecto Externo do Medidor de Quilowatt-Hora Leitura: A leitura é feita sempre da direita para a esquerda, levando em conta sempre o último número por onde passou o ponteiro. Como são quatro mostradores, obteremos um número de 4 algarismos: • 1° ponteiro: Marca as unidades e gira no sentido horário; Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 67 • 2° ponteiro: Marca as dezenas e gira no sentido anti-horário; • 3° ponteiro: Marca as centenas e gira no sentido horário; • 4° ponteiro: Marca os milhares e gira no sentido anti-horário. Fig. 8.4 - Direção dos Ponteiros Indicadores No exemplo da Fig. 8.4, vemos que o medidor acusa um consumo de 283 KW. Supondo que a sua leitura no mês anterior foi de 114 kW, devemos subtrair o menor do maior para saber o consumo real do mês. Teremos, então, 169 KW consumidos entre uma leitura e outra. Supondo ainda que cada quilowatt esteja sendo vendido pela concessionária ao preço de R$ 0,44, podemos calcular o valor total a ser pago multiplicando o total de quilowatts consumidos (169) por R$ 0,44: 283 (Mês atual) − 114 (Mês anterior) 169 (KW consumidos) x 0,44 (Preço por KW) = R$ 74,36 R$ 74,36 (Total a ser pago) O funcionamento de um medidor de quilowatt-hora, a grosso modo, pode ser comparado a um instrumento de ferro móvel, tal como o galvanômetro, sendo que, neste caso, sem a mola antagonista, permitindo que o disco gire livremente em seu eixo quando impulsionado por campos eletromagnéticos defasados. Esta rotação, mais propriamente, se compara ao rotor ou induzido de um motor de indução, representado aqui pelo disco dentado Fig. 8.5. Fig. 8.5 - Esquema Simplificado das Bobinas Defasadas que Proporcionam a Rotação do Disco Os campos eletromagnéticos que impulsionam o disco são formados por duas bobinas (uma de tensão e outra de corrente). O defasamento de 90° entre elas e outros ajustes são feitos na própria fábrica e, depois de aferidos, lacrados pela 68 Capítulo 8 - Instrumentos Analógicos Convencionais concessionária. O eixo desse induzido é dotado de uma “rosca sem-fim”, que movimenta as engrenagens de cada mostrador, constituindo assim o mecanismo registrador. O tipo de medidor que descrevemos e próprio para correntes alternadas em sistema monofásico. Existem também outros tipos de medidores como, por exemplo, para sistemas trifásicos com carga equilibrada, onde basta somente um medidor monofásico para avaliar o consumo, visto que o valor registrado é multiplicado por três. Nos sistemas trifásicos com neutro (4 condutores), a medição é feita como se fossem três medidores monofásicos independentes, ou seja, um para cada fase. Na atualidade podemos encontrar medidores de quilowatt-hora com painel digital, o qual não descreveremos neste livro. 8.4 - Instrumentos de Ferro Móvel Para a medição de corrente ou tensão alternada, pode se utilizar um medidor de CC de bobina móvel, com retificador se a freqüência da corrente for muito baixa, uma vez que a bobina móvel pode acompanhar essas variações no valor e sentido da corrente. Se a freqüência for mais elevada, acima de 60 Hz, o sistema de bobina móvel não deve ser utilizado, pelas razões já apontadas, sem que se faça uso de um meio de adaptação adequado. Para medidores de CA industrial, onde não é exigida grande sensibilidade, são indicados os instrumentos de ferro móvel, que vamos passar a descrever. São conhecidos do leitor os fenômenos que se passam numa bobina alimentada por CC e da qual se aproxima uma barra de ferro macio. Esta é puxada para o interior da bobina. Se invertermos as ligações da bobina, o efeito repete-se, uma vez que a barra de ferro doce adquire polaridade oposta à da bobina, seja qual for o sentido da corrente. Se a bobina for ligada a um circuito de CA, observa-se a mesma atração, visto que os campos magnéticos criados para ambos os semiciclos, exercem a atração do núcleo. Se duas lâminas de ferro doce, paralelas uma à outra, forem colocadas dentro de uma bobina, alimentada por uma corrente contínua ou alternada, qualquer que seja o sentido da corrente nas espiras ou a polaridade do campo magnético, ambos os extremos paralelos das lâminas adquirem a mesma polaridade; recordando que pólos do mesmo nome se repelem, estas afastam-se uma da outra (Fig. 8.6), quase proporcionalmente à intensidade do campo magnético. Fig. 8.6 Instrumentação Eletrônica - Eng. ArilsonBastos 69 Na Fig. 8.7 vemos duas barras de ferro macio dentro duma bobina, estando uma das barras fixa e a outra móvel, adaptada a um eixo sobre o qual gira, juntamente com um ponteiro que indica num quadrante o seu deslocamento. Fig. 8.7 Fig. 8.8 O instrumento de ferro móvel pode ser de lâminas paralelas ou concêntricas, Fig. 8.7 e Fig. 8.8. Indicam valores de CC ou de CA na mesma escala, não sendo sensíveis à forma de onda. OBS.: Onde se emprega o princípio da repulsão de duas peças de ferro magnetizadas, a força da repulsão varia com o quadrado da corrente na bobina, e não diretamente com a corrente, e daí resulta o quadrante não ter uma graduação linear, como vemos na Fig. 8.9. Os voltímetros têm um enrolamento de muitas espiras de fio bastante fino para que, de acordo com a tensão adequada de funcionamento, a corrente seja mínima para proporcionar a deflexão total. Os amperímetros têm uma bobina de poucas espiras de fio grosso, para que a queda de tensão seja mínima, e suporte com larga margem de sobrecarga, a corrente total a medir. Fig. 8.9 A bobina do medidor de ferro móvel, apresenta uma certa resistência ôhmica à CC, e reatância indutiva (XL) à CA. O seu efeito nas leituras é desprezível nas freqüências industriais. Os instrumentos de ferro móvel são muito simples e de baixo preço. As medições efetuadas não são muito exatas mas, quando calibrados com cuidado, podem atingir 0,5% de erro nas leituras. São de baixa sensibilidade e usam-se na medição de tensões ou de correntes, segundo sejam voltímetros ou amperímetros, em todos os circuitos de CC e CA, de média e grande potência. Há também os instrumentos de ímã móvel, de características idênticas às de ferro móvel, mas que só funcionam com CC. Os medidores de ferro móvel são utilizados em painéis elétricos industriais. 70 Capítulo 8 - Instrumentos Analógicos Convencionais Para compreendermos melhor os instrumentos de bobina móvel e o de ferro móvel, observamos a Tabela 8.1. Tabela 8.1 A. C. (Ferro Móvel) D. C. (Bobina Móvel) POLARIDADE Não tem polaridade, nem para AC nem para DC. É necessário obedecer polaridade. BOBINA Fixa Pode ter fio grosso e também bastante espiras. Móvel Fio fino, muitas espiras, mais que na de AC. ESCALA Quadrática Acumula divisões no início da escala, provocando baixa precisão; por isso se abandona os primeiros termos. Linear Devido a linearidade, a precisão é a mesma em qualquer ponto da escala. SENSIBILIDADE Não são feitos para medidas de precisão. Caso a precisão seja requerida, deve-se fazer uma adaptação no de bobina móvel. Muito mais sensíveis. CUSTO Bem menor. Muito maior. 8.5 - Instrumentos Térmicos Um outro tipo de instrumento de medição, utiliza o efeito da dilatação de um condutor metálico, ao aquecer pela passagem da corrente. O aquecimento do fio é proporcional ao quadrado da intensidade da corrente. O condutor tem um dos extremos fixado a um tambor de pequenas dimensões. Uma parte da corrente transforma-se em calor, o comprimento do fio aumenta, e daí, o ponteiro fixado ao eixo e tambor, desloca-se sobre o quadrante. Este aparelho, denominado por amperímetro térmico, não é muito preciso, porque as leituras sofrem pequenas diferenças que dependem da temperatura ambiente. Emprega-se em circuitos de correntes industriais, assim como na medição de correntes de alta freqüência, onde os outros tipos de instrumentos não podem ser usados. Na Fig. 8.10 vemos um amperímetro de RF, no qual a temperatura ambiente não tem influência; funciona com a corrente produzida num termo-par ou par termoelétrico. Um termo-par ou par termoelétrico é formado por dois metais de características distintas, unidos por um dos extremos, A e B. Ver Fig. 8.11. Normalmente são usados os metais alumel/chromel. Se essa união é aquecida, entre as pontas livres observa-se a presença de uma f.e.m. de pequeno valor. Este fenômeno é denominado por efeito termoelétrico, onde se obtém energia elétrica por efeito do calor, isto é, onde se processa a transformação de energia térmica em elétrica, também chamada de transdutor. OBS: No capítulo 15 apresentamos com mais detalhes o estudo dos termo- pares, com os gráficos correspondentes e suas aplicações na indústria. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 71 Fig. 8.10 Fig. 8.11 Num termo-par obtém-se corrente continua que pode alimentar um instrumento sensível de bobina móvel. No instrumento da Fig. 8.10 a excitação do termo-par consiste no aquecimento provocado num ponto do circuito, pela passagem de uma corrente elétrica, seja ela CC ou CA, de BF ou de RF de elevado valor. Os termo-pares podem associar-se em série, e assim, permitem aumentar a sensibilidade dos instrumentos indicadores. Um termo-par dentro de um forno, ligado a um instrumento de medida graduado em graus centígrados e montado à distância, num painel de controle, permite avaliar a todo o momento a temperatura dentro desse forno. É utilizado em usinas siderúrgicas e transmissores de rádio e TV para a medição de potência de RF da antena. 8.6 - Amperímetros Alicate Na medição de corrente, o instrumento medidor deve ter a menor resistência ôhmica possível, visto que nos seus bornes se produz uma queda de tensão que altera o valor da intensidade a medir. Este efeito tem conseqüências inconvenientes nos circuitos de tensões baixas, pelos quais passem correntes de elevada intensidade. Na prática, é freqüente se abrir o circuito para intercalar o amperímetro. Porém, em certos casos pode optar-se pela inclusão de uma resistência em série com o circuito (Fig. 8.12), e medindo a queda de tensão, pela Lei de Ohm obteremos o valor da corrente que o percorre. Não é possível em todas as situações, inserirmos um resistor ou abrir o circuito elétrico em carga, para então se fazer a medida. Daí, surgiu a necessidade de se obter outro método, é o do medidor de indução. Fig. 8.12 Fig. 8.13 Vemos assim, que a característica mais importante de um instrumento de medida é o seu consumo próprio, visto que, como já observamos, tem influência em todos os valores que intervêm na medição. Porém, na medição de tensões e correntes industriais, pode desprezar-se o seu consumo. Nos medidores portáteis não é prática ou cômoda a medição direta, sendo mais adequado o sistema através de um transformador, como vemos esquematizado na Fig. 8.13. Estes transformadores de medida são fabricados em modelos 72 Capítulo 8 - Instrumentos Analógicos Convencionais incorporados nas montagens, e permanentemente intercalados nos circuitos, em modelos portáteis. A corrente cria um campo magnético à volta de um condutor, podendo empregar-se o próprio condutor como enrolamento primário, se o transformador for colocado ao redor do mesmo. Assim, sob este princípio, usam-se amperímetros alicates (Fig. 8.15), cujas pinças envolvem o condutor, fechando o circuito magnético. Nestes modelos, de várias escalas, a gama de medições é obtida pela variação da relação de espiras do transformador. Podemos afirmar que o amperímetro alicate, é um medidor de indução, é um amperímetro que não necessita conexão física ao circuito para medir corrente. Basicamente consiste de um transformador, um galvanômetro e uma ponte retificadora (Medidor de AC). Podemos ver o seu diagrama elétrico básico na Fig. 8.14. O seu diagrama completo na Fig. 8.16. Fig. 8.14 Fig. 8.15 Fig. 8.16 - Multímetro Analógico, com a Função Amperímetro Alicate Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 73 8.7 - Instrumento de Medição Universal (Multímetro) O multímetro é considerado um instrumento de medição universal. Na prática, torna-se necessário o emprego do ohmímetro, miliamperímetro e do voltímetro, para CC e CA, isto é, de quatro instrumentos. O engenheiro necessita freqüentemente de efetuar medições tanto em corrente contínua comoem corrente alternada e ainda, talvez a mais importante, de medir continuidades e o valor ôhmico de resistências, de elementos indutivos, etc. Foi atendido com a criação do multímetro, constituído por um miliamperímetro de precisão, comum a todas as medições. Com a finalidade de completarmos o estudo, apresentamos o esquema geral de um multímetro (Fig. 8.17), igual ou semelhante a muitos outros em uso diário, que nos ajuda melhor interpretar o conjunto e combinações para as suas múltiplas aplicações. Não nos alongamos com apresentações de outros modelos de mais sensibilidade, porquanto o princípio de funcionamento é o mesmo para todos eles. Na Fig. 8.17 podemos ver um diagrama comercial de um multímetro de boa qualidade, com excelentes características, e com as suas escalas, distribuídas e selecionáveis por chaves manuais. Fig. 8.17- Multímetro analógico 74 Capítulo 8 - Instrumentos Analógicos Convencionais Considerações Técnicas Analisando o diagrama da Fig. 8.17, temos: • Objetivando a proteção do galvanômetro, foram incluídos dois diodos e uma chave em paralelo com o galvanômetro. • Os diodos, em configuração anti-paralelo, protegem o galvanômetro contra picos de tensão AC e inversão de polaridade (D1 e D2). • A chave S1, atua quando o multímetro é desligado, pois a posição ON corta o galvanômetro e impede a criação de um campo magnético residual. • A chave S2, seleciona o multímetro para: Voltímetro DC, Amperímetro DC, Voltímetro AC ou Ohmímetro, seleciona uma das escalas do multímetro. • A chave S3, seleciona a polaridade + ou − para a deflexão. • As duas pilhas funcionam na posição de resistência ôhmica. • O diodo D3 funciona como retificador na posição volts AC. • O diodo D4 funciona como proteção do diodo D3 da tensão de pico inversa. 8.8 - Medidas com o Multímetro Fig. 8.18 - Mostrador de um multímetro Tensão: O multímetro deverá ser ligado em paralelo com o circuito a ser medido e a leitura deverá ser feita nas escalas abaixo da escala de ohms. Ver Fig. 8.19. Fig. 8.19 - Medindo Voltagem Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 75 Corrente DC: O multímetro deverá ser ligado em série com o circuito a ser medido e a leitura deverá ser feita nas mesmas escalas do voltímetro DC. Ver Fig. 8.20. Fig. 8.20 - Medindo Corrente Resistência Ôhmica: O multímetro deverá ser ligado em paralelo com o componente a ser medido, mas sempre com o circuito desligado. A leitura deverá ser feita na escala superior que vai de 0 Ω a ∞ Ω. Ver Fig. 8.21. Fig. 8.21 - Medindo Resistência Multímetro Eletrônico: A diferença fundamental entre o multímetro convencional e o eletrônico é que o primeiro utiliza apenas componentes passivos, em quanto que o segundo utiliza componentes ativos, que podem ser transistores ou circuitos integrados, que têem como função a amplificação dos sinais. A maior vantagem do multímetro eletrônico é que a sua impedância de entrada é muito alta, em torno de 10 MΩ e podemos ter leituras de tensões na ordem de milivolts. A característica de um multímetro eletrônico, é que pode ser construído com um circuito em configuração ponte, utilizando dois ou mais amplificadores tipo FET, ou apenas um circuito integrado, (Amplificador operacional para instrumentação), na configuração diferencial, minimizando os ajustes. Na Fig. 8.22 apresentamos um multímetro eletrônico utilizando um amplificador operacional para instrumentação que atua como comparador e retificador de precisão. 76 Capítulo 8 - Instrumentos Analógicos Convencionais Fig. 8.22 –Multímetro analógico Eletrônico 8.9 – Conversor Tensão/Corrente Imagine que você precisa medir e controlar a temperatura de uma caldeira, só que devido ao calor excessivo, você deve colocar o mínimo de componentes eletrônicos próximos ao ponto de medida (a caldeira). Você conseguiu projetar um sistema composto do sensor de temperatura, da eletrônica de condicionamento que recebe o sinal do sensor e o transforma em níveis de tensão/corrente compatíveis com o seu sistema de controle. Como você sabia que a temperatura do processo era elevada e que alguns poucos componentes poderiam suportá-la resolveu isolar fisicamente o sensor / condiconamento da parte de controle, separando-os por uma Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 77 longa distância de tal forma que o controle fosse realizado em um local mais confortável (por exemplo em uma sala com ar condicionado onde você poderia controlar a temperatura por um computador, chamado de supervisório). Restou no entanto a dúvida, se você deveria levar o sinal através dos fios (linhas) que ligam o bloco caldeira / sensor / condicionamento ao bloco de controle por meio de valores de tensão, ou por meio de valores de corrente. Qual dos dois tipos você escolheria? Solução Como a parte eletrônica de controle(supervisório) encontra-se distante do ponto de medida / condicionamento (às vezes centenas de metros), se empregarmos um sinal de tensão, este pode ser degradado pela reistência Rf (impedância) dos longos fios que ligam o sensor / condicionamento à parte de controle (figura 8.23-A). Por outro lado, se empregarmos um sinal de corrente, ele pode ser transmitido pelo comprimento dos fios sem sofrer degradação (figura 8.23-B). Figura 8.23 – Ligações do termo-par até o supervisório em uma indústria. a) Sensoriamento de temperatura por tensão onde V a temp. significa que V é proporcional à temperatura; b) Sensoriamento de temperatura por corrente onde I a Temp. significa que I é proporcional à temperatura. Por este exemplo pecebemos que é importante também sabermos manipular correntes e não só tensões! Normalmente escolhe-se correntes entre 10mA e 20mA. 9 PONTES DE IMPEDÂNCIAS 9.1 - Introdução Os componentes passivos em CA, geralmente consistem de combinações variadas de resistências. Um elemento perfeito de resistência ou reatância ideal, praticamente não existe. Independente da configuração física, cada impedância pode ser expressa, para uma determinada freqüência, como uma combinação série ou paralelo de uma resistência e de uma reatância, conforme a Fig. 9.1 e Fig. 9.2. PARALELO (Alto D ou Q) SÉRIE (Baixo Q ou D) Fig. 9.1 Fig. 9.2 9.2 - Parâmetros D e Q Uma característica importante de um indutor ou de um capacitor, e freqüentemente de um resistor, é a relação entre a resistência e a reatância. Esta relação é chamada de fator de Dissipação D, sendo recíproca do fator de mérito Q. Estes termos podem ser definidos de ângulo de fase θ e de ângulo de perdas δ. O fator de dissipação é diretamente proporcional à energia dissipada, e o fator de mérito à energia armazenada por ciclo; o fator de potência (cos φ ou sen δ), difere do fator de dissipação em menos de 1% quando suas magnitudes são inferiores a 0,1. Podemos dizer ainda, que sendo Q igual ou superior a 10 ou D igual ou inferior a 0,1, a diferença entre as reatâncias série e paralela é inferior a 1%. O fator de dissipação D, que varia diretamente com a perda de energia é usado para capacitores; e o fator de mérito Q para indutores. O valor típico para capacitores de poliéster é de aproximadamente D = 0,0002 e para o cristal de quartzo na ressonância, Q = 105. A ponte de Wheatstone, indica a solução natural para a medida dos componentes passivos em CC. Alimentando a ponte com uma tensão alternada e utilizando um detector de nulo que responde a tensões alternadas, a ponte pode ser representada da forma indicada a seguir: Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 79 O detector de nulo pode ser um fone, um galvanômetro de CA em baixas freqüências, um osciloscópio, ou um amplificador de CA, com indicador conveniente. A condição de nulo é satisfeita quando a tensão nos extremos do detector de nulo é zero em magnitude e fase. A seguir apresentamos algumas pontes e suasEng. Arilson Bastos v ÍNDICE PREFÁCIO .............................................................................................................. ii INTRODUÇÃO ........................................................................................................ x CAPÍTULO 1: FUNDAMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS 1.1 - Introdução ....................................................................................................... 1 1.2 - A Natureza dos Erros ...................................................................................... 1 1.3 - Definições ........................................................................................................ 3 1.4 - Redução dos Erros de Primeira Ordem .......................................................... 4 1.5 - Algarismos Significativos ................................................................................. 5 1.6 - Classe dos Instrumentos de Medida ............................................................... 6 1.7 - A Estatística nos Trabalhos Experimentais ..................................................... 7 CAPÍTULO 2: NORMAS TÉCNICAS 2.1 - Introdução ....................................................................................................... 12 2.2 - Normalização .................................................................................................. 12 2.3 - Certificação ..................................................................................................... 14 2.4 - ABNT como Organismo de Certificação .......................................................... 14 2.5 - As Normas Básicas ......................................................................................... 14 2.6 - Algumas Normas ISO Complementares ......................................................... 15 2.7 - A Nova Estrutura das Normas da Família ISO 9000 ....................................... 15 2.8 - Banco de Normas Técnicas Nacionais e Estrangeiras ................................... 15 2.9 - Calibração ....................................................................................................... 16 2.10 – Resumo ........................................................................................................ 17 2.11 – Resumo da NR-10 ........................................................................................ 18 CAPÍTULO 3: INSTRUMENTOS DE MEDIDA ANALÓGICOS 3.1 - Introdução ....................................................................................................... 20 3.2 - Características Principais ................................................................................ 20 3.3 - Instrumentos de Medida .................................................................................. 20 3.4 - Medidor de Bobina Móvel ................................................................................ 21 3.5 - Parâmetros Básicos ........................................................................................ 23 3.6 - Efeito de Carga dos Instrumentos ................................................................... 24 3.7 - Sensibilidade em Ohms por Volt (Ω/V) ............................................................ 25 3.8 - Resistência Interna de um Voltímetro ............................................................. 26 3.9 - Suspensão do Conjugado Motor ..................................................................... 27 3.10 - Símbolos Encontrados nos Instrumentos Analógicos ................................... 27 3.11 - Símbolos Encontrados nos Mostradores dos Instrumentos Elétricos de Medição .................................................................................................... 28 vi Instrumentação Eletrônica CAPÍTULO 4: AMPERÍMETRO DC 4.1 - Introdução ...................................................................................................... 29 4.2 - Circuitos Práticos de Amperímetros ............................................................... 32 4.3 - Circuito Universal, Ayrton ou Série ............................................................... 34 CAPÍTULO 5: VOLTÍMETRO DC 5.1 - Introdução ....................................................................................................... 35 5.2 - Sistema de Resistências Multiplicadoras Individuais ...................................... 36 5.3 - Sistema Série Universal .................................................................................. 37 CAPÍTULO 6: VOLTÍMETRO AC 6.1 - Medições de Corrente Alternada com Instrumento de Bobina Móvel ............. 39 6.2 - Escala Linear .................................................................................................. 40 6.3 - Voltímetro de Tensão Alternada ..................................................................... 40 6.4 - Características de um Diodo Semicondutor ................................................... 41 6.5 - Circuito Comercial Empregado em Voltímetros AC ........................................ 45 6.6 - Circuito de Proteção do Galvanômetro ........................................................... 46 6.7 - Voltímetro para Medida de Tensão Pico a Pico .............................................. 47 6.8 - Medidor True RMS .......................................................................................... 47 6.9 - Valor Eficaz Verdadeiro, Valor RMS ............................................................... 47 6.10 - Análise de uma Onda Senoidal não Pura RMS ............................................ 49 6.11 - Analisador de Redes Eletricas ..................................................................... 53 6.12 - Transformador de Corrente e Potencial ....................................................... 55 CAPÍTULO 7: OHMÍMETRO 7.1 - Introdução ....................................................................................................... 57 7.2 - Ohmímetro do Tipo Série ................................................................................ 58 7.3 - Ohmímetro do Tipo Derivação (Paralelo) ........................................................ 59 7.4 - Parâmetros do Ohmímetro .............................................................................. 59 7.5 - Projeto de um Ohmímetro Série ..................................................................... 61 CAPÍTULO 8: INSTRUMENTOS ANALÓGICOS CONVENCIONAIS 8.1 - Instrumentos Eletrodinâmicos ......................................................................... 64 8.2 - Wattímetros ..................................................................................................... 65 8.3 - Medidor de Quilowatt-Hora ............................................................................. 66 8.4 - Instrumentos de Ferro Móvel ........................................................................... 68 8.5 - Instrumentos Térmicos ................................................................................... 70 8.6 - Amperímetros Alicate ...................................................................................... 70 Eng. Arilson Bastos vii 8.7 - Instrumento de Medição Universal (Multímetro) ............................................. 73 8.8 - Medidas com o Multímetro .............................................................................. 74 8.9 - Conversor Tensão/Corrente ........................................................................... 76 CAPÍTULO 9: PONTES DE IMPEDÂNCIAS 9.1 - Introdução ....................................................................................................... 78 9.2 - Parâmetros D e Q ........................................................................................... 78 9.3 - Pontes de Impedâncias .................................................................................. 79 9.4 - Pontes Alimentadas com Tensão Contínua ....................................................finalidades. 9.3 - Pontes de Impedâncias As pontes são circuitos com a configuração básica indicada conforme a Fig. 9.3 onde F é uma fonte de energia elétrica, D um dispositivo detector de tensão ou corrente, e Z1 , Z2 , Z3 e Z4 são as impedâncias totais de cada braço. As pontes são usadas para medições precisas de componentes elétricos. As medições são conseguidas quando obtida a relação .ZZZZ 32X1 ×=× Nessa condição a diferença de potencial entre os pontos B, C é nula não havendo portanto circulação de corrente (daí a necessidade do elemento detector D). Fig. 9.3 Para a medição são conhecidos os valores de três das impedâncias, por exemplo Z1, Z2 e Z3. O último braço, XZ tem a sua impedância determinada em função das outras três. Dependendo das características de Z1, Z2, Z3 é possível a medição de resistências (inclusive valores muito pequenos), indutâncias, capacitâncias, admitâncias, condutâncias e freqüências. 9.4 - Pontes Alimentadas com Tensão Contínua Ponte de Wheatstone: A forma mais simples de todas é a da ponte de Wheatstone que é usada para a medição de resistências. Ela formada por quatro resistores, um gerador de tensão (usualmente são baterias) e um dispositivo detector de zero (corrente ou tensão). O detector, geralmente um galvanômetro, fica entre os nós B e C. Ver Fig. 9.4. Fig. 9.4 80 Capítulo 9 - Pontes de Impedâncias A ponte está em equilíbrio quando 2211 RIRI ×=× não havendo portanto corrente circulando no detector pois CABA VV = e portanto 0VV CABA =− . Nessa condição podemos dizer que: 32X1 X2 2 31 1 X2 X2 31 312211 RRRR RR R RR R RR V IIe RR V IIRIRI ×=×⇒ + = + ⇒ + == + ==⇒×=× Que permite que o resistor desconhecido possa ser calculado por: 1 32 X R RR R ×= Ponte de Kelvin: (Objetivo medir valores de resistência na ordem de 510− Ω): Na Fig. 9.5 a EFR representa a resistência do cabo de ligação EF de 3R com XR . Se o galvanômetro for ligado ao ponto E a resistência EFR é adicionada ao valor da resistência XR e o valor medido será superior ao verdadeiro valor de XR . Se for ligado ao ponto F a resistência EFR é adicionada ao valor da resistência 3R e o valor medido será inferior ao de XR pois 3R terá um valor maior que o seu valor nominal. Fig. 9.5 Ligando-se o galvanômetro em um ponto D onde 2 1 DF ED R R R R = Podemos deduzir as três fórmulas básicas: 1 2 3X R R RR = ED DF 3X R R RR = Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 81 9.5 - Pontes Alimentadas com Tensão Alternada Quando alimentamos um circuito similar ao da ponte de Wheatstone com tensão alternada podemos fazer medições de impedâncias, parâmetros reativos e freqüências. O circuito é idêntico porém temos mais opções para o dispositivo detector de equilíbrio. Aqui devemos substituir o galvanômetro, que não pode ser usado em circuitos alimentados com tensões alternadas, por detectores de corrente ou tensão alternada (osciloscópios por exemplo) ou até mesmo fones de ouvido e é óbvio que a freqüência deverá estar dentro do espectro audível. No caso de fones de ouvido o elemento detector é o ser humano, considerado bastante sensível e portanto capaz de garantir bastante precisão na medida. A expressão de equilíbrio será 32X1 1 32 X ZZZZ Z ZZ Z ×=×⇒ ×= Como estamos tratando de números complexos (dois campos numéricos independentes na mesma expressão matemática), na situação de equilíbrio a segunda igualdade deverá satisfazer duas condições simultaneamente: 32X1 ZZZZ ∗=∗ Igualdade dos produtos dos módulos das impedâncias em braços opostos. ( ) ( )32X1 θ+θ=θ+θ Igualdade das somas dos ângulos das impedâncias em braços opostos. Impossibilidade de equilíbrio nas pontes alimentadas com tensão alternada. As pontes alimentadas com tensão alternada podem eventualmente não alcançar um equilíbrio pela impossibilidade de satisfazerem as duas igualdades acima simultaneamente. Ponte de Maxwell: A ponte de Maxwell mede uma indutância em função de uma capacitância e possui um circuito conforme a Fig. 9.6, onde 321X ZZYZ ××= e 1Y é a admitância do braço 1. Substituindo na equação os valores indicados na figura obtemos: 321 1 XX RRjwC R 1 jwLR ××+=+ Separando as partes reais e imaginárias obtemos: 132X 1 32 X CRRLe R RR R ××=×= Onde o valor de C é em Farads. 82 Capítulo 9 - Pontes de Impedâncias A medição de bobinas com Q maior que 10 é feita com uma ligeira modificação dessa ponte, que passa a se chamar ponte de Hay. A ponte de Maxwell é mais indicada para medição das características de bobinas com Q situado entre 1 e 10. Isto é fácil de ser verificado pela segunda condição de equilíbrio. Como a soma dos ângulos dos braços resistivos, 32 ReR , é igual a zero, a soma dos ângulos dos outros dois braços, X1 ZeY também deve ser zero. Bobinas com alto Q possuem ângulo próximo a 90° o que levaria a valores de 1R elevados ou impraticáveis. 1R não pode ser eliminada pois auxilia na obtenção do equilíbrio da ponte. Fig. 9.6 Ponte de Hay: Esta ponte também tem o objetivo de medir indutâncias mais não iremos estuda-la. Ponte de Schering: É utilizada para a medição de capacitâncias e também para medidas relacionadas com as propriedades isolantes de alguns materiais, com baixas perdas, onde o ângulo fase observado seja próximo de 90°, isto é, o fator de dissipação D de um circuito série RC. Ver Fig. 9.7. A condição de equilíbrio é dada por 1321X YeZZYZ ××= é a admitância do braço 1. Substituindo na equação os valores indicados na Fig. 9.7 obtemos: −××+=− 3 21 1X X wC j RjwC R 1 wC 1 R Desenvolvendo a equação e separando as partes reais e imaginárias obtemos: 2 1 3X 3 12 X R R CCe C CR R ×=×= Onde o valor de C é em Farads. Observe que o equilíbrio é alcançado pelos ajustes de 21 ReC . O fator de dissipação de um circuito série RC é definido como a cotangente do ângulo fase, então 111 CRwD ××= . Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 83 Fig. 9.7 Ponte de Wien: É utilizada basicamente para a medição de freqüências. Ver Fig. 9.8. A condição de equilíbrio é dada por: −×= − × − 1 14 3 1 3 2 wC j RR jwCR 1 R . Desenvolvendo a equação e separando as partes reais e imaginárias obtemos: ( ) ( ) 31 4 413 1 3 3 1 4 2 RwC R RRwCIIe C C R R R R I =+= Estas são as duas equações de equilíbrio da ponte. Porém podemos tornar o seu funcionamento mais interessante observando-se o descrito a seguir. Da equação (II) podemos obter uma expressão em função de “f ” pois f2w π= ( ) ( ) 31313131 2 CCRR2 1 fIII CCRR 1 f2 ×××π =⇒ ××× =π Fazendo-se RRR 31 == e CCC 31 == as expressões (1) e (III) transformam-se em RC2 1 fe2 R R 4 2 π == Estas são as duas equações de equilíbrio da ponte, pois na prática estas pontes são de fato construídas com essa condição, isto é, 3131 CCeRR == além de 31 ReR serem resistências variáveis acopladas a um único eixo, para que possam sofrer variações idênticas simultaneamente. 84 Capítulo 9 - Pontes de Impedâncias Fig. 9.8 9.6 - Pontes Universais de Medidas Utilizadas em Telecomunicações Nos dias de hoje, podemos acompanhar o avanço tecnológico com a chegada dos cabos ópticos, transmissão de dados, etc. Porém persistirão por muitos anos, as linhas de transmissão através do fio telefônico, o qual sabemos que sofre de defeitos como maus contactos, linhas abertas, curto circuito, diafonia, fugas etc. Por esse motivo, é imprescindível treinarmos os cabistas para os trabalhos em campo ou laboratório com equipamentos específicos. O condutor mais conhecido pelos técnicos cabista é o par telefônico; e um dos parâmetros mais inportantes no estudo das redes telefônicas, é exatamente a resistência do fio. A resistência de enlace de um par telefônico é especificado em ohms/Km, de acordo com o diâmetro da secção reta dos condutores do par. Por exemplo, os condutores de cabos telefônicos com secções retas de diâmetrospadronizados, têm suas resistências especificadas conforme a Tabela 9.1. Tabela 9.1 Diâmetro do Fio (mm) Resistência de Enlace a 25°°°° C (ΩΩΩΩ/Km) 0,4 273 0,5 171 0,65 108 0,9 54 O lance é o circuito físico dentro do enlace. O enlace é o comprimento físico ou visual entre dois pontos. Como exemplo típico, podemos formalizar um problema, com a sua solução vinculada diretamente a tabela. Exemplo: Determinar a resistência de enlace de uma linha telefônica constituída de dois lances dos quais se tem as seguintes informações: Lance Condutor (mm) Comprimento (Km) 1 0,65 2 2 0,5 1,5 Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 85 Solução: Analisando a Tabela 9.1, podemos escrever: a) Resistência de enlace do 1° lance. Ω=Ω× 216 Km 108 Km2 b) Resistência de enlace do 2° lance. Ω=Ω× 5,256 Km 171 Km5,1 A resistência total do enlace é a associação série das resistências de cada lance; portanto: Ω=⇒Ω+Ω= 5,472R5,256216R TT 9.7 - Ponte de Wheatstone A ponte de Wheatstone é um equipamento formado por circuitos resistivos conforme a Fig. 9.9, muito utilizado para se medir resistências elétricas com precisão. Fig. 9.9 Sendo XR uma resistência a ser medida e 2R e 3R duas resistências conhecidas. O valor de 1R é ajustado de maneira que o medidor não registre passagem de corrente, neste caso 0IM = Ampére, o que indica que as tensões dos pontos A e B são iguais. Nestas condições, a ponte é dita estar em completo equilíbrio, daí surge a fórmula geral. 2 31 X R RR R ×= 86 Capítulo 9 - Pontes de Impedâncias Como um exemplo verificamos a seguir um exercício. Deteminar o valor da resistência desconhecida no diagrama abaixo, sabendo-se que o galvanômetro não acusa nenhuma deflexão. Fig. 9.10 4 1 3 2 R R R R = Ω=∴Ω×Ω=Ω× 7R21824R XX 9.8 - Sistemas de Aterramento Industrial Existem vários sistemas de circuitos de aterramento normatizados pela NR-10 utilizados na industria; cada qual projetado com a sua necessidade de acordo com o objetivo de interesse da proteção. Vejamos: Fig. 9.10 - Sistema TN-S (condutores neutro e terra separados em todo o sistema com um terra só) Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 87 • Fig. 9.11 - Sistema TN-C-S (neutro e terra combinados em único condutor em uma parte do sistem com 2 terras separados) Fig. 9.12 - Sistema TN-C (neutro e terra combinados em único condutor em todo o sistema com 1 terra só) 88 Capítulo 9 - Pontes de Impedâncias Fig. 9.13 - Sistema TT (neutro aterrado independente do terra da massa. Existem 2 terras separados) Fig. 9.14 - Sistema IT (neutro não aterrado diretamente .exixte uma impedância entre o neutro e o terra. O terra da massa está aterrado) LEGENDA: Em inúmeras literaturas encontramos algumas notações que confundem o técnico, que significam :N=Condutor Neutro ; L= Condutor linha ;PEN= Condutor de proteção e neutro ; PE = Condutor de proteção ; T = condutor de terra ; TN = Condutor de terra e neutro Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 89 9.9 - Megômetro O megômetro, é um instrumento portátil, e é usado para testes de isolamento de cabos, medidas de resistências de valor elevado até aproximadamente 100.000 Megohms, ou mais, que na prática são encontrados nas medidas de resistências entre condutores de cabos múltiplos, entre enrolamentos e do enrolamento para terra em transformadores e em motores. A Fig. 9.15 mostra o diagrama esquemático do megômetro. Fig. 9.15 OBS.: Veja maiores detalhes no item 9.20 O megômetro é constituído de um medidor de imã fixo e uma bobina móvel cruzada, cuja fonte de energia pode ser um gerador ou uma fonte CA retificada. As duas bobinas são montadas sobre o mesmo núcleo ao qual está solidário o ponteiro, e seus conjugados são antagônicos, devido a posição em que são colocadas. 9.10 - Medição de Resistência de Isolamento à Terra Procedimento para Teste: Antes de se começar a fazer qualquer medida, é necessário desligar todas as tensões do equipamento ou instalações a serem testadas. Para o caso de instalações muito grandes, estas são divididas em seções no quadro de distribuição. Medida de Resistência de Isolamento da Instalação com Relação à Terra: Os procedimentos do parágrafo 9.20 mostram como se mede a resistência de isolamento da instalação com relação à terra, ligando-se o potencial positivo à linha sob teste, e o potencial negativo à terra. Todos os pontos de consumo (lâmpadas, motores, etc.), devem permanecer ligados, a fim de estabelecer a conexão entre as duas linhas de suprimento. Se for desejado o isolamento entre as linhas devemos desconectar todos os pontos de consumo. 90 Capítulo 9 - Pontes de Impedâncias 9.11 - Medidor de Resistência de Terra (Terrômetro - Megger) Existem dois tipos de equipamentos para medidas de terra: Instrumento analógico, que utiliza os métodos Universal ou Wenner (zero central) e o digital. Este instrumento, também é chamado de MEGGER pelos técnicos. Antes de apresentá-los vamos sedimentar alguns conceitos importantes. 9.12 - Aterramento É o processo de aterrar partes metálicas neutras de uma instalação, equipamentos, ou o cabo de descida de um sistema de pára-raios. Sua finalidade é fornecer uma referência fixa de potencial entre as partes “vivas” e neutras de um sistema e também permitir o escoamento para terra de correntes de defeito, protegendo a integridade física do operador, e são utilizados eletrodos como: Eletrodo de Terra: É a haste de material condutor cravado na terra, usado para manter no potencial de terra partes metálicas ligadas a ele e dissipar pela terra correntes que a ele se dirijam. Deverá apresentar uma resistência de contato pequena, não superior a 5 Ω. Essa resistência deverá ser medida anualmente. Malhas de Aterramento: Quando não se consegue obter, usando um único eletrodo, uma resistência de contato de no máximo 5 Ω usa-se malhas de aterramento. Estas consistem num conjunto de hastes de material condutor enterrados verticalmente e unidos por cabos de cobre nu, formando uma malha. O cabo ou cordoalha de ligação deverá ter a mesma bitola do condutor de terra, conforme é visto na Fig. 9.16. Fig. 9.16 Lr4 R ρ+ρ= Onde: R = Resistência de contato da malha; ρ = Resistividade do solo em Ω x m; Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 91 L = Comprimento em metro, de todos os cabos que compõem a malha, inclusive elétrodos enterrados; r = Raio do círculo equivalente da malha. Ex.: ;250 4 r ;m2501025 2 2 =π×=× logo π = 000.1 r 9.13 - Processo de Medição de Resistência de Terra Na realidade, quando medimos a resistência de terra, medimos ao mesmo tempo: a resistência do solo, a resistência do eletrodo e conexão com o cabo de descida, e a resistência de contato entre o eletrodo e o solo. Os métodos de medição da resistência de aterramento podem ser classificados em três grupos: Triangulação ou Método dos Três Pontos: Dois pontos auxiliares de teste e mais o eletrodo que se deseja medir são dispostos em um arranjo triangular. A resistência série de cada par de pontos aterrados no triângulo é determinada medindo-se a tensão aplicada aos eletrodos e a corrente que circula pelo solo entre os eletrodos. A resistência pode ser medida pelo método Voltímetro - Amperímetro aplicando-se a lei de Ohm ou por meio de uma ponte adequada. Método da Relação ou Razão: A resistência série de terra sob teste e um eletrodo de teste é medida por meio de uma ponte potenciométrica. São processos patenteados e deve-se acompanhar as instruções dos fabricantes quanto a metodologia de medição e utilização dos eletrodos. São métodos que costumam ser mais satisfatório que o método da triangulação acima pois permitem variações entre a resistência do eletrodo de teste e os eletrodos a ser examinado maior que 300:1. A melhor exatidão é conseguida fazendo-se medidas à maior distância possível da malha de aterramentoexistente Método da Queda de Potencial (Ver Fig. 9.17): Um eletrodo de prova fixo é colocado na posição C com uma ponta de prova P deslocando-se para diversas posições alinhadas entre G e C. Uma tensão é aplicada entre G e C fazendo-se leituras simultâneas de V e A para cada posição de P e traçando-se um gráfico de R conforme Fig. 9.18. O valor da resistência mostrada na parte plana da curva da Fig. 9.18 ou no ponto de inflexão é tomada como a resistência de terra. Este método pode gerar erros consideráveis se existirem correntes de dispersão no solo (por exemplo entre a malha de terra e uma torre logo além do eletrodo C). A metodologia mais utilizada é fazendo- se leituras com deslocamentos do eletrodo de teste em intervalos de 10 % da distância entre G e C. 92 Capítulo 9 - Pontes de Impedâncias Fig. 9.17 - Montagem de Campo para Medição da Resistência de Terra pelo Método da Queda de Potencial. Fig. 9.18 - Exemplo de uma Curva da Resistência de Terra para uma Subestação 9.14 - Eletrodos de Aterramento Abaixo listamos alguns materiais que poderão ser usados como eletrodo. Tubo de ferro galvanizado de 3 m de comprimento de ¾”; 1) Cantoneira de ferro galvanizado de 3 m de comprimento; 2) Haste tipo copperweld, varão de aço recoberto com cobre de 3 m de comprimento (mais usual) e ¾” de bitola. OBS.: A profundidade deverá ser maior que 70 cm da superfície. Fazer um aterramento é ligar um componente de um sistema elétrico a um ponto de referência de zero volt; para isso é necessário especificar os tipos. Tipos de Aterramento: Serviço (terra elétrico) e Segurança (terra eletrônico) Serviço: Aterramento do ponto neutro dos transformadores (Light) ou outras concessionárias. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 93 Segurança: Aterramento das carcaças dos motores, medidores, equipamentos, etc. OBS.: Em um quadro de distribuição de energia, teremos 2 aterramentos: Serviço (neutro) e Segurança (eletrônico) Valores típicos de aterramento: • Excelente ≤ 5 Ω = terra eletrônico (*) OBS.: Segundo a norma NBR 5410-2004 a resistência de Terra não deverá ser superior a 10 Ω. • Ω≥ Ω= Ω= 30Condenável 30a15Razoável 15 a 5 Bom ServiçodeTerra (*) Instalações de computadores Nas Fig. 9.19 e Fig. 9.20 apresentamos os diagramas de ligações elétricas dos instrumentos analógico e digital, para medição de terra. 9.15 - Processo Analógico Fig. 9.19 - Modo de Ligação O método do voltímetro e amperímetro determina o valor da resistência no ponto X pois: I V R X X = . Como o aperfeiçoamento, surgiram os tipos como Universal e Zero Central, que advem do circuito básico da Fig. 9.19, cujos procedimentos são semelhantes. 94 Capítulo 9 - Pontes de Impedâncias 9.16 - Processo Digital Utilizar a maior escala para iniciar a medida Fig. 9.20 - Modo de Ligação Com relação a Fig. 9.20, temos: EC = Estaca de corrente; ET = Estaca de tensão; P = Ponto que se quer medir; D1 ≅ 30 m; D2 = 0,6 D1 ≅ 18 m. Nas verificações de aterramento de subestação, há necessidade de se analisar as tensões de passo e de toque. TENSÃO DE PASSO É a diferença de potencial entre os 2 pontos de uma passada (1 m) que pode se manifestar na superfície do terreno. TENSÃO DE TOQUE É a diferença de potencial entre os 2 pontos (pé e mão) ≅ 1 m, que pode se manifestar entre uma parte metálica aterrada e um ponto da superfície do terreno. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 95 POTENCIÔMETRO É um equipamento que mede a força eletromotriz de um gerador (pilha) com maior precisão e exatidão (tensão baixa). É um instrumento de extrema precisão e corresponde a uma ponte de Wheatstone DC, que utiliza como referência uma pilha padrão de laboratório. (Acumulador de Cádmio) com solução de CdSO4 ⇒ 1,0183 V, Imax = 0,1 mA, precisão = 0,01%, é utilizado quando se deseja medir uma bateria de precisão e não afeta a sua carga; como exemplo, a bateria de um marcador de passo coronariano. 9.17 - Medida de Resistividade Para medir a resistividade do solo, também é necessário utilizar o megger. É o mesmo equipamento que faz a medida da resistência de terra. Os procedimentos é que são diferenciados. Para se medir aterramento utiliza-se 3 hastes. Para medir resistividade, utiliza-se 4 hastes e aplica-se a fórmula completa de Frank Wenner ou a simplificada de Palmer (utilizando-se do valor de R registrado no instrumento). Fórmula completa de Frank Wenner: Sendo: RK ×=ρ 2222 44 2 4 2 1 4 ba a ba a a K + − + + ×= π Onde: ρ = resistividade calculada do solo, em ohms x Metro. R = resistência medida pelo instrumento, em ohms a = distância de separação entre as hastes, em metros b = profundidade das hastes, em metros. Fórmula Simplificada de Palmer: 96 Capítulo 9 - Pontes de Impedâncias Quando a profundidade “b” é pequena na frente da distância “a”, Palmer concluiu que a resistividade do solo pode ser calculada pela fórmula abaixo, válida na prática a partir de valores a e b ; tais que 20 a b ≤ . Veja a Fig. 9.21 Fórmula de Palmer: Ra...2 πρ = Fig. 9.21 - Medição de Resistividade 9.18 - Alicate Terrômetro Fig. 9.22 - Alicate Terrômetro (Só funciona para medidas de aterramento com mais de 2 pontos) Descrição: Equipamento utilizado para medição da resistência de aterramento em sistemas multiaterrados (que possui mais de dois eletrodos, pontos de terra) e corrente de fuga. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 97 Funcionamento Básico: O seu funcionamento é similar a uma amperímetro alicate (medidor de indução). Aplicação deste método: • Sistemas multiaterrados. O circuito não precisa ser interrompido. • Indicação de continuidade do circuito sob teste. • Medição de corrente de fuga para a terra de um equipamento ligado a um eletrodo (ou sistema de aterramento). Cuidados necessários: • Verificar se realmente se trata de um sistema multiaterrado. • Estimar o número de eletrodos interligados • Em SEs energizadas, a aplicação do alicate terrômetro para medição de continuidade ou corrente de fuga torna-se inadequada. OBS.: Este equipamento somente mede resistência de terra. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Fig. A Fig. B Fig. C Fig. D Fig. 9.23 98 Capítulo 9 - Pontes de Impedâncias A Fig. 9.23A mostra uma rede elétrica com 4 transformadores aterrados separadamente. A Fig. 9.23B apresenta o ponto de teste e as resistências de terra equivalentes. A Fig. 9.23C mostra o ponto de teste e apenas uma resistência total equivalente. A Fig. 9.23D mostra o circuito equivalente com as suas equações. 9.19 - Como Medir com Megômetros Os Megômetros são aparelhos destinados a medir altas resistências, daí serem usados para teste de isolamento de redes, de motores, geradores, etc. Fig. 9.24 - Megôhmetro Digital O Megômetro não é indicado para se medir mau contato de emendas de fios, chaves ou fusíveis, pois neste caso a resistência do circuito é muito pequena e o instrumento não teria precisão. O Megômetro é um gerador de corrente contínua acionado por manivela,(os mais antigos) tendo uma escala e dois bornes de ligação. Em aparelhos modernos a tensão do gerador é acionada por um botão e mantida constante, qualquer que seja a rotação da manivela. Na figura abaixo vemos a indicação de um Megômetro de 500 volts, permitindo leituras de até 50 megohms. Este instrumento será indicado quando a instalação ou o equipamento a medir for de baixa tensão. Quando a instalação ou equipamento trabalhar em alta tensão, usam-se Megômetros de até 5000 volts com escala de 10000 Megohms. Fig. 9.25 - Megôhmetro analógico e sua escala de Megohms Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 99 Pode-se medir a resistência do isolamento entre condutores ou entre condutores e eletroduto. Para isso, abre-se os terminais do circuito em uma das extremidades, e na outra extremidade ligam-se osbornes do megômetro, inicialmente entre os condutores e depois entre cada condutor e a massa (eletroduto). Deste modo, constata-se qual a resistência de isolamento. Pequenos Aparelhos Cabos Fig. 9.26 - Testando o isolamento com Megôhmetro De acordo com a NBR 5410, a resistência de isolamento mínimo é a seguinte: • Para fios de 1,5 e 2,5 mm2 – 1MΩ • Para fios de maior seção é baseada na corrente do circuito, conforme tabela abaixo: Tabela – Corrente do circuito X Resistência de isolamento CORRENTE DO CIRCUITO RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO De 25 a 50 A 250.000 Ω De 51 a 100 A 100.000 Ω De 101 a 200 A 50.000 Ω De 201 a 400 A 25.000 Ω De 401 a 800 A 12.000 Ω Acima de 800 A 5.000 Ω Vamos supor, por exemplo, que num circuito de 1,5 mm, aplicando o megômetro entre cada condutor e massa, achamos uma leitura de 0,2 megohms; isso significa problemas de isolamento no circuito que devem ser sanados antes da ligação definitiva. Pode-se medir também a resistência de isolamento entre os enrolamentos de um motor e a massa. Uma boa isolação é de 1.000 ohms para cada volt de tensão a ser aplicada no circuito. 10 ESTUDO DO DECIBEL 10.1 - O Decibel (dB) É uma medida cujo surgimento deveu-se a necessidade do homem quantificar os valores correspondentes a níveis de ruído. Nas telecomunicações em geral, as saídas de seus amplificadores destinam- se a serem detectadas pelo ouvido humano. Foi observado por Weber-Frechner que a resposta do ouvido humano é logarítmica. Daí então a necessidade de um sistema de medidas sonoras fundamentadas em logarítmos de relação de potência. No estudo das linhas telefônicas, existem relações exponenciais de perda de potência, onde este sistema seria de enorme vantagem pois os ganhos e atenuações passariam a ser simplesmente somadas ou subtraídas. Devido a essas vantagens, a indústria telefônica em homenagem a Alexander Graham Bell, resolveu popularizar uma unidade logarítmica que foi denominada de Bell. 1 2 10 P P logBN Onde: N B = Número de Bells P2 e P1 = Potências que se desejam comparar. Na prática foi constatada que a unidade Bell era muito grande, passando-se então a trabalhar com o sub-múltiplo do Bell, o decibel. Onde, 1 dB = 0,1 B 1 2 10dB P P log10N Dependendo da relação entre P2 e P1, o número de decibéis pode ser positivo ou negativo. Se, P2 > P1 � Número de decibéis positivo Se, P2(RSR). Por exemplo, seja num mesmo ponto A de um sistema: S = 1 mW e R = pW Teremos para a relação sinal/ruído: 10 log10 1mW = 10 log10 109 pW = 10 X 9 = 90 dB 1pW 1pW Razões: Um valor de ganho, de atenuação, de nível de sinal etc., é sempre uma medida comparativa em relação a algum padrão. Esse padrão pode ser um watt, um volt, o limiar da audição etc.. Vejamos a seguir os principais padrões usados no Áudio: dBW – Corresponde ao valor de uma potência, dividida por um watt. Exemplo: Quanto são 400W em dBW? Resposta: 10 X log400 = 10 X 2,6 = 26dB. O dbW é usado para expressar potências de amplificadores, e é muito útil em cálculos de Eletroacústica. dBm – Corresponde ao valor de uma potência, dividida por um miliwatt. Por exemplo, 100mW podem ser expressos como 20dBm. Geralmente, o dBm é utilizado para expressar potências sobre uma carga de 600 ohms (isto vem dos primórdios da telefonia). Fazendo as contas, 1mW sobre 600 ohms correspondem à voltagem de 0,775V. Isto leva a confusões, pois 0,775 V só correspondem a 0dBm se a carga for de 600 ohms. Voltagem e Decibéis: Como todos sabem, a potência é proporcional ao quadrado da voltagem. Assim, um aumento de tensão produzirá o quadrado desse aumento em potência. Por exemplo, o triplo da tensão produz 9 vezes mais potência. Ao se comparar voltagens, deve-se A PONTO MEDIDA SISTEMA Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 105 levar em conta o quadrado das razões para as potências e, portanto, o dobro do número de decibéis. Por exemplo, 10 vezes mais voltagem produzem 100 vezes mais potência e, assim, 10 vezes mais voltagem correspondem a 20dB. dBu – Hoje, a grande maioria dos níveis de entrada e saída de equipamento é especificada em dBu. O dBu se originou do dBm, correspondendo também a 0,775V mais independente da carga. Assim, por exemplo, 1,23V correspondem a + dBu, seja em 250:, 600:, 10k:, ou qualquer outra carga. dBV – Parecido com o dBu, porém com referência em 1V. Como 1V corresponde a + 2,2dBu, basta somar este valor ao dBV para convertê-lo no mais popular dBu. Por exemplo, 2V correspondem a + 6dBVm ou a + 8,2dBu. dB SPL – O limiar da audição humana corresponde à pressão sonora de 20µN/m2. Este valor é usado como referência para o Nível de Pressão Sonora (SPL). A gama de pressões admissíveis para o ouvido humano é enorme, variando de 0 a 120 dB SPL. Como pressão tem a mesma natureza que a tensão elétrica, variações de pressão produzem decibéis em dobro também. Portanto, a máxima pressão tolerável pelo ouvido é um milhão de vezes a mínima perceptível – ou 120dB maior. dBA – Como a resposta de freqüência do ouvido não é nada plana, faz sentido que, para sons de baixa intensidade, uma escala ponderada baseada na curva da audição seja mais significativa que uma escala baseada puramente na pressão sonora. Isto é, um som com freqüência de 1kHz a 30dB SPL é perfeitamente audível, enquanto um som de 30 Hz é totalmente inaudível. A leitura em dBA corresponde à leitura em dB, afetada pela curva de resposta do ouvido a 40 dB SPL. Alem da curva, existem outras, menos usuais, para finalidades diferentes. Esta unidade, abreviada por dBm, é utilizada para se indicar a relação entre duas potências P1 e P2, quando se estabelece, como referência, P2 = 1mW. Desta forma, desde que fixamos a referência em 1mW, o dBm é uma medida absoluta de potência, diferente do dB que é uma unidade de medida relativa. Caso a referência seja fixada em 1W, ao invés de 1 mW, temos a unidade conhecida por dBW. Dada uma certa potência P, em mW, podemos determinar o seu valor, em dBm, fazendo diretamente P (em dB) = 10 log P já que a referência P2 = 1 mW. Deve-se, entretanto, observar que implicitamente estamos referenciando esta potência a 1 mW que tem o valor de 0 dBm. Veja o gráfico abaixo. Operação com dBm Soma ou subtração de dBm com dB Dada uma certa potência absoluta, expressa em dBm, a soma (ou subtração) de um valor em dB significa, em escala linear, a multiplicação (ou divisão) da potência pelo fator correspondente. O resultado é uma nova potência absoluta, devendo, portanto, ser expresso em dBm. XdBm XdB acima de 1mW 1mW=0dBm (referência) dB 106 Capítulo 10 - Estudo do Decibel Exemplo: Dada uma potência igual a 20 dBm, qual o valor em dBm e em mW do dobro desta potência? Solução: a) Valor em dBM Como dobrar a potência significa somar 3 dB, temos: Observe que o resultado da soma de dBm com dB é expresso em dBm. b) Valor em mW 20dBm = 10log P 1mW P = Antilog 2 = 100 mW Exemplo – Expressar esse ganho de tal forma que saibamos quantas vezes tal antena concentra mais energia que o dipolo de meia onda, padrão, em iguais condições que a antena, em estudo. Solução: dBd = 10 LOG X 5 = 10 LOG X dividindo por 10 0,5 = LOg X X = 3,16 vezes Observação: dBd significa que a comparação do ganho da antena foi efetuado em relação ao dipolo de meia onda. Exemplo Expressar esse ganho de tal forma que saibamos quantas vezes tal antena concentra mais energia que a fonte isotrópica, tormada como padrão. dBi = 10 LOG X 5 = 10 LOG X 0,5 = LOG X dividindo por 10 X = 3,16 vezes Atenção: Antilog = 10 0,5 Observação: dBi significa que a comparação do ganho da antena foi feita em relação à fonte isotrópica. Por fonte isotrópica, vamos entender aquele radiador que radia uniformemente, em todas as direções. Essa fonte é ideal, não existindo na prática. Relação entre dBi e dBd dBi = dBd + 2,15 dB 11 INSTRUMENTAÇÃO DIGITAL 11.1 - Revisão de Eletrônica Digital Como sabemos, a eletrônica analógica é estudada nos cursos Técnicos e Engenharia, como uma das disciplinas do curso profissional, ou seja: O aluno irá discutir e projetar circuitos eletrônicos analógicos no 3q ano de engenharia ou 2q ano do curso técnico. Quando falamos de Eletrônica Digital, podemos observar que a maioria das universidades e cursos técnicos já estão apresentando esta disciplina nos primeiros períodos do curso. Por esta razão, apresentamos no início do Capítulo que fala sobre Instrumentação Digital um resumo, teórico sobre Eletrônica Digital e Amplificadores Operacionais. O Bit: Iniciaremos nosso estudo sobre eletrônica digital identificando a menor porção de informação. Ela é o bit. A palavra bit é derivada das palavras binary digit (dígito binário). Um dígito binário é um dígito em um sistema de numeração que tem dois como base. Um dígito neste sistema de numeração pode ter somente dois estados, que geralmente são representados por 1 e 0. Você ouvirá, freqüentemente, expressões como: “O bit foi ligado”. O significado desta expressão é que o bit em questão terá valor de 1. O oposto também é verdadeiro, isto é, quando um bit tiver sido desligado ele terá o valor de 0. Um bit, portanto, pode representar um dos dois estados possíveis. Em eletrônica estes estados podem ser obtidos através de um capacitor (carregado ou descarregado), de um transistor (cortado ou saturado) ou de uma chave (aberta ou fechada). Pela combinação de séries de bits é possível representar um grande número de estados. Por exemplo, se houver dois bits, é possível representar quatro estados diferentes: 00, 01, 10 e 11. Com três bits podemos representar oito estados. E, como mostrado na Tabela 11.1, com quatro bits podemos definir 16 estados. Tabela 11.1 Bit Número Bit Número 0000 0 1000 8 0001 1 1001 9 0010 2 1010 10 0011 3 1011 11 0100 4 1100 12 0101 5 1101 13 108 Capítulo 11 - Instrumentação Digital 0110 6 1110 14 0111 7 1111 15 Sistemas de Numeração: O estudo de um sistema de numeração, tal como o binário ou ohexadecimal, será mais fácil se revermos alguns dos fundamentos do sistema decimal, que usamos diariamente. Um número é, basicamente, um conjunto de símbolos. O sistema decimal usa os símbolos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Cada um desses 10 símbolos tem um determinado valor, um maior que aquele do símbolo anterior a ele, na progressão crescente. O nome comumente usado com esses símbolos é dígito. Quando vários dígitos forem combinados em um número, o seu valor depende não somente do valor do dígito, mas também das posições relativas de cada dígito. Este princípio de posição numérica é chamado de notação posicional. Em um sistema que usa notação posicional, a posição de dígito da extrema direita é a de menor valor (ou mais baixa ordem) e é chamado de dígito menos significante. O dígito da extrema esquerda é o de maior valor e é chamado de dígito mais significante. O valor de cada posição de dígito aumenta da direita para a esquerda (menos significante para mais significante). De quanto ele aumenta depende da base, ou raiz, do sistema de numeração que está sendo usado. O sistema decimal tem a base 10, uma vez que ele tem dez símbolos diferentes, e portanto, cada posição de dígito é aumentada de uma potência de dez. Por exemplo, o valor do número 5432 é, imediatamente, compreensível para nós. Entretanto, a notação 5432, na realidade, significa 5 milhares, mais 4 centenas, mais 3 dezenas, mais 2 unidades. O método comum usado para exprimir números na notação posicional é através de uma série de termos. 5 4 3 2 m número 3105u 2104u 1103u 0102u m série termo p 2104u Como mostrado acima, um termo consiste de três partes: dígito, base e expoente. Note que o valor da posição do número é indicado pelo expoente no termo. Sistema Binário: O sistema binário de numeração, ou de base 2, usa somente dois símbolos ou dígitos. Esses dígitos, 0 ou 1, especificam respectivamente, nenhuma unidade e uma unidade. O valor posicional, ou de lugar, dos dígitos binários à esquerda do dígito menos significante, aumenta em uma potência de dois para cada posição. A contagem em binário envolve a designação correta das posições de bit (lembre-se de que bit = dígito binário), para fazer com que os valores de posição sejam somados para representar o valor decimal desejado. A Tabela 11.2 mostra os números decimais de 0 a 15 e seus equivalentes em binário. Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 109 Tabela 11.2 Binário Decimal Binário Decimal Valor de posição o 8421 0000 0 1000 8 0001 1 1001 9 0010 2 1010 10 0011 3 1011 11 0100 4 1100 12 0101 5 1101 13 0110 6 1110 14 0111 7 1111 15 Portanto, conhecendo-se os valores de posição dos bits, pode-se decodificar o valor decimal do número binário, simplesmente somando os valores de posição dos bits que estão posicionados em 1. Todas as operações matemáticas continuam válidas e com as mesmas regras utilizadas normalmente, devendo-se observar que, por exemplo, o processo de “vai um” da adição ocorrerá toda vez que o total for superior a 1. Apesar de facilmente manipulado através de circuitos digitais, os números binários geram mais uma dificuldade ao serem manipulados por seres humanos: a necessidade de um número grande de bits para representar valores altos. Por exemplo, para representar o valor de 1 milhão são necessário 7 dígitos em decimal (1.000.000) enquanto que em binário são necessários 20 dígitos! Para contornar este problema, em alguns casos, são utilizados números no sistema hexadecimal, ou seja, na base 16. Sistema Hexadecimal: No sistema hexadecimal são necessários 16 símbolos para representar os dígitos, para isto são aproveitados os 10 símbolos do sistema decimal (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9) acrescidos de outros 6 símbolos, que foram escolhidos como as primeiras letras do alfabeto, representando o seguinte: 16A 1010 16C 1012 16E 1014 16B 1011 16D 1013 16F 1015 Com este sistema de numeração cada conjunto de 4 bits do sistema binário pode ser representado por um dígito, como vemos na Tabela 11.3: Tabela 11.3 Binário Decimal Binário Decimal Valor de posição o 8421 0000 0 1000 8 0001 1 1001 9 0010 2 1010 A 0011 3 1011 B 0100 4 1100 C 0101 5 1101 D 0110 6 1110 E 0111 7 1111 F 110 Capítulo 11 - Instrumentação Digital Com isto, o número 1.000.000 em decimal pode ser escrito com 20 bits em binário ou com 5 dígitos em hexadecimal (os 20 bits agrupados em 5 grupos de 4 bits). Resumo de Portas Lógicas: Tabela 11.4 Gate Não Inversor Inversor Tabela Verdade Tabela Verdade E S E S 0 0 0 1 1 1 1 0 Tabela 11.5 Gate "OU" (OR) de 2 Entradas Gate "E" (AND) de 2 Entradas Tabela Verdade Tabela Verdade E1 E2 S E1 E2 S 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 Tabela 11.6 Gate "NOU" (NOR) de 2 Entradas Gate "NE" (NAND) de 2 Entradas Tabela Verdade Tabela Verdade E1 E2 S E1 E2 S 0 0 1 0 0 1 1 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 1 1 0 1 1 0 11.2 - Revisão de Amplificadores Operacionais O Amplificador Operacional é um amplificador diferencial que possui impedância de entrada muito alta e ganho (A) muito elevado. Fig. 11.2 Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 111 Para exemplificar, no circuito acima, as correntes nas portas � e + são baixas devido a alta impedância e o valor de OUTV pode ser expresso por: )VV(AV 12OUT � Observe que a diferença de sinais é sempre realizada da porta + para a porta �, independente da polaridade dos sinais. O valor de A será considerado, em condições ideais, como infinito, obrigando a diferença 12 VV � a possuir valores próximos de zero. Na prática consegue-se ganhos de 100.000 a 1.000.000. Contador: Utilizaremos circuitos contadores como uma seqüência de flip-flops realizando função de relógio, ou seja, alimentados através de um oscilador (clock). Podemos imaginar um contador como uma seqüência de n flip-flops em cascata onde o primeiro é alimentado por um clock, sendo “gatilhado” pela transição “alto para baixo” do oscilador, e a saída de um flip-flop alimentando a entrada do outro, conforme Fig. 11.03. Com esta construção obtemos um contador de n2 unidades, contando de 0 a 12n � . Fig. 11.3 Conversor D/A com Circuito Somador (Com Amplificador Operacional): Fig. 11.4 A entrada do Amplificador Operacional é um terra virtual, portanto não há retorno de corrente para uma das linhas se a mesma estiver baixa (com 0 V). Neste circuito a relação entre R e OR pode ser qualquer. As limitações dele ficam em função das características do Amplificador Operacional tais como: a) Resposta em Freqüência: A curva de resposta em freqüência dos operacionais é muito característica. Para verificar como isto influencia o conversor D/A, vamos ver o circuito amplificador. 112 Capítulo 11 - Instrumentação Digital Fig. 11.5 Sendo A o ganho em malha aberta, temos: INOUT AVV � Fazendo o circuito com realimentação, temos: Fig. 11.6 IRVV R VV I RR VV I V R R V V ARRR AR V 1IN IN1 O OUT1 1 O OUT 1 O O OUT u� � � � � u� u �� � ROR O OUTIN 0R IN1 R IImas; R )VV( I; R )VV( I � � Então: O OUTININ1 R )VV( R )VV( � � Mas pela equação de malha aberta: A V V OUT IN � Então: O OUT OUTOUT 1 R )V A V ( R ) A V V( � � � � � �� � O OUTOUTOUT1 AR )AVV( AR )VAV( O OUTOUTOUT1 R )AVV( R )VAV( �� � )RARR(VAVRARVRVVRAVR OOUT1OOUTOUTOUTO1O ��� ��� � R VR V 1O OUT u � � )RRAR( AVR V O 1O OUT �� � Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 113 Se RA >> R VR VRR 1O OUTO � �� Fig. 11.7 - Curva de Resposta do Amplificador Operacional 741 b) Slew Rate: Ocorre devido a saída capacitiva do Amplificador Operacional. É medido em volts por microssegundo. Para o 741é de 0,7V/Ps, ou seja, no 741 a tensão de saída pode variar no máximo 0,7 V em 1 microssegundo. Portanto se a variação máxima for de 0,7 V podemos ter 610 conversões/s. Se a variação for de 7 V, só podemos ter 100.000 conversões/s (taxa máxima teórica, pois é necessário que o operacional atinja a tensão desejada bem antes do término do período de conversão). 11.3 - Instrumentação Analógica e Digital Sinal Analógico x Sinal Digital: Fig. 11.8 - Sinal Analógico O sinal analógico varia continuamente no tempo, não apresentando transições abruptas. É o tipo de sinal normalmente encontrado na natureza. Matematicamente poderia ser definido como um sinal que apresenta derivada definida em todos os pontos. 114 Capítulo 11 - Instrumentação Digital Fig. 11.9 - Sinal Digital O sinal digital apresenta variações instantâneas em tempos bem definidos, caracterizando saltos de valores no seu gráfico representativo. O sinal digital apresenta vantagens e desvantagens com relação ao sinal analógico como vemos a seguir. a) Vantagens do sinal digital em relação ao sinal analógico: x Pode ser regenerado (através de mecanismo de correção de erro); x Pode sofrer processamento (através de microprocessador); x Pode ser compactado; x Facilidade de armazenamento (CD, DAT, Disco magnético); x Pode ser criptografado. b) Desvantagens do sinal digital em relação ao sinal analógico: x Geralmente ocupa mais banda que o sinal analógico (análise através de Transformada de Fourier); x Normalmente requer um conversor D/A na outra ponta do sistema; c) Diferença entre um sinal amostrado e um sinal digitalizado (codificado) Fig. 11.10 - Amostras Fig. 11.11 No processo de digitalização existem fases bem distintas. Na primeira é realizada uma amostragem do sinal, obtendo-se o valor dele em um determinado instante (valor da amostra). Este valor é retido para que possa ser convertido em um valor digital, ao qual corresponde um valor discreto que mais se aproxime do valor amostrado. Ou seja, quando se digitaliza um sinal, está se fazendo uma quantização através de níveis pré-definidos aos quais se correspondem os valores digitais. Para se garantir que o sinal digital é uma boa representação do sinal analógico original, deve-se ter um bom número de amostras ao longo do tempo e uma boa quantidade de níveis, ou seja, reduzir o tamanho dos retículos (quadrados) apresentados na Fig. 11.10 e Fig. 11.11. Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 115 Os instrumentos digitais possuem as seguintes vantagens: x Eliminam o erro de paralaxe; x Fornecem automaticamente diversas outras informações através do processamento digital do sinal (por exemplo: freqüência, fase, amplitude máxima, etc.). 11.4 - Princípios de Conversão Analógica / Digital a) Teoria de Amostragem: A freqüência de amostragem deve ser, pelo menos, 2 vezes maior do que a máxima freqüência do sinal a ser amostrado (Teorema de Nyquist). Caso isto não seja verdadeiro as amostras não serão uma representação adequada do sinal amostrado. Os valores utilizados na prática dependem do tipo de aplicação e da qualidade desejada. b) Codificação de Dados: Existem diversas formas de codificar dados digitais, sendo a mais comum a codificação binária normal. É feita uma correspondência direta entre o valor da grandeza que está sendo quantizada (normalmente tensão) com um número binário gerado através do sistema de numeração binário posicional. Tabela 11.7 Sinal (mV) Número Binário Sinal (mV) Número Binário 0 000 4 100 1 001 5 101 2 010 6 110 3 011 7 111 Esta codificação foi realizada em 8 níveis (de 0 a 7) usando portanto 3 bits ( 32 = 8). Nesta implementação o nível máximo do sinal é 7 mV e os passos entre cada nível são de 1 mV. Em uma codificação de 8 bits existirão 256 níveis. A quantidade de bits (ou níveis) necessários na codificação de um sinal depende das características do sinal e da qualidade final desejada. Ex: Telefonia Digital Telefonia analógica: sinal com banda de 4 KHz. Freqüência de amostragem: 8 KHz (duas vezes maior que a freqüência máxima do sinal analógico). Número de bits/amostra: 8 (ou 256 níveis) (obtido empiricamente como adequado para representar o sinal de telefonia). Se são feitas 8.000 amostras por segundo e cada amostra possui 8 bits, serão gerados 64.000 bit por segundo; portanto um canal de voz, digital, deve ser de 64 Kbps. Se imaginarmos uma seqüência de bits sendo transmitida, veremos que para cada dois bits temos um período da onda quadrada e portanto a freqüência básica deste sinal deve ser igual a taxa de bits dividida por 2. Hz000.32 2 000.64f 2 bitsdeTaxaf TXTX � 116 Capítulo 11 - Instrumentação Digital Considerando a análise de Fourier de uma onda quadrada, que nos mostra que todos os harmônicos ímpares estão presentes (senx, sen3x, sen5x, sen7x, etc.), para transmitir este sinal, o meio deve suportar sinais com as seguintes freqüências: Tabela 11.8 Utilizando A freqüência é 1 harmônico 32 KHz 2 harmônico 96 KHz 3 harmônico 160 KHz Ex: TV Digital TV Analógica: banda de 4 MHz. Freqüência de amostragem: 8 MHz. Número de bits/amostra: 24 (ou 16 milhões de níveis) (8 bits para cada primária RGB). Se são feitas 8.000.000 de amostras por segundo e cada amostra possui 24 bits, serão gerados 192 milhões de bits por segundo. Para transmitir este sinal, o meio dever suportar sinais com as seguintes freqüências: Tabela 11.9 Utilizando A freqüência é 1 harmônico 96 KHz 2 harmônico 288 KHz 3 harmônico 480 KHz 11.5 - Conversor A/D Características: Este equipamento tem a função de transformar os valores analógicos em informações digitais. São circuitos cíclicos, ou seja, ao final de um ciclo de conversão retomam ao estado inicial para recomeçar o processo. Deve trabalhar com velocidades de conversão (número de conversões por segundo) de acordo com a freqüência de amostragem desejada. Em geral trabalha transformando o valor de tensão analógica obtida em uma amostra em um valor digital (seqüência de bits). Como características gerais temos: x Os conversores normalmente trabalham com tensão contínua na entrada. x Apresentam faixa limitada de tensão de entrada a ser convertida (fundo de escala de 200 mV, 1 V, 2 V, 5 V ou 10 V). x Utilizam um oscilador como clock (servindo de base de tempo). Técnicas de Conversão: Existem dois tipos principais de conversão A/D: x Técnicas da integração x Técnicas da não integração Técnicas da Integração: x Também chamado de técnica de carga. Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 117 x Fazem a conversão medindo o tempo necessário para carregar ou descarregar um capacitor até uma tensão de referência, daí o nome de técnica de carga. x Pouco sensível a ruídos, pois o capacitor utilizado funciona como filtro. a) Conversor A/D com Rampa Simples: Fig. 11.12 - Diagrama do Circuito EV é a tensão a ser convertida. REFV é uma tensão de referência (obtida de uma fonte). Como Funciona este Conversor: O Circuito de Controle-Contador conta continuamente a saída do oscilador, iniciando em zero e incrementando de 1 a cada ciclo. Quando o contador “estoura” (overflow) a chave S é fechada (chave eletrônica), descarregando o capacitor C. Quando a chave S está aberta, C é carregado pela fonte de corrente 1 REF R V , pois a entrada do operacional é um terra virtual (é utilizado o trecho linear da carga). A tensão do capacitor é aplicada ao comparador, junto com EV (tensão a ser convertida). A saída do comparador ( SV ) permanece alta até que CV ultrapasse EV , quando então, SV passa para nível baixo (até ocorrer o reset). SV é aplicada ao controle (porta com buffer). Quando há uma transição de SV de alto para baixo, a porta “lê” o valor do contador, que poder ser aplicado a um display. Como ocontador conta os pulsos de clock, que possui um ritmo constante, e CV cresce num ritmo constante (carga realizada linearmente), os dois são diretamente proporcionais. 118 Capítulo 11 - Instrumentação Digital Como a porta obtém o valor de CV quando este se iguala a EV , o valor armazenado será diretamente proporcional a EV , ou seja, obteve-se uma seqüência de bits que possuem um valor diretamente proporcional ao valor da tensão analógica. Quando o contador “estoura” (overflow) a chave S é fechada (chave eletrônica), descarregando o capacitor C, reiniciando o ciclo. Fig. 11.13 - Gráfico das Tensões Considerações sobre o Método da Rampa Simples: Se for utilizado um mostrador de 3 ½ dígitos, serão necessários 2.000 pulsos de clock para cada leitura (no mínimo), pois esse display pode mostrar valor é de 0 até 1.999. O tempo necessário para conversão será determinado pelo clock e pelo tamanho do contador. Para um clock de 1 MHz, 2.000 pulsos equivalem a 2 ms e resultam em 500 conversões por segundo. Entretanto, há outros fatores que afetam o número de conversões por segundo. O tempo RC do integrador é de grande importância e deve ser utilizado de forma que a rampa de carga seja linear. As características dos Amplificadores Operacionais também afetam a velocidade (resposta em freqüência e “slew rate”). A maior limitação deste método é que a estabilidade do clock, da tensão de referência, de 1R e de C, deve ser muito boa, pois uma variação em qualquer desses parâmetros afeta diretamente a precisão, já que CR tV V 1 REF C u u . Observando a Fig. 11.14 vemos como uma alteração na reta de CV altera o valor medido. Fig. 11.14 - Exemplo da Influência de RC no Valor da Conversão Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 119 Para manter a estabilidade e linearidade dentro de um limite de 1%, os conversores comerciais deste tipo acabam reduzindo a taxa de conversão para um ritmo de 1 a 100 Conversões por segundo. b) Conversor A/D com Rampa Dupla: Fig. 11.15 - Diagrama do Circuito EV� é a tensão a ser convertida. O sinal negativo, no caso, indica somente que esta tensão deve possuir valor abaixo de zero. Poderia ser construído um conversor similar utilizando REFE VeV � . Como Funciona este Conversor: x Contador conta continuamente a saída do oscilador, iniciando em zero e incrementando de 1 a cada ciclo. x Inicialmente consideraremos a chave S na posição de REFV e 1R . x O Capacitor é carregado com tensão V7,0VC � (tensão do diodo polarizado diretamente). x A saída do comparador ( SV ) permanece baixa. x No “overflow” o circuito de controle vira a chave “S” para EV� (tensão a ser medida, que dever ser menor que 0 V). x “C” começa a se carregar proporcionalmente à tensão EV . x Quando CV ultrapassa 0 V, SV vai para alto. x No “overflow” seguinte do contador, a chave S volta para REFV . x “C” começa a se descarregar em um ritmo constante. x Quando CV atinge 0 V, SV vai para baixo. A transição alto/baixo ativa a porta que “lê” o contador. x CV atinge V7,0� e o ciclo de conversão reinicia. 120 Capítulo 11 - Instrumentação Digital Fig. 11.16 - Gráfico das Tensões Limitações do Método da Rampa Dupla: x Baixa velocidade de conversão Vantagem em Relação à Rampa Simples: x Menos sensível a variações em 1R , em C e no oscilador. x Caso um desses componentes varie, alterará o ritmo de carga, mas alterará a descarga na mesma proporção, reduzindo o efeito. Esta compensação só não será verdadeira se ocorrer uma alteração no valor de um destes componentes entre o tempo de carga e o de descarga. Este tipo de conversor é utilizado comercialmente em aplicações do tipo multímetro digital, termômetro digital, e outras que necessitem de ótima estabilidade térmica, ótima linearidade, e boa resolução (contador com grande número de bits) e não exijam grandes velocidades de conversão, pois são obtidas taxas de 1 a 100 conversões por segundo. Técnicas de Não-integração: x São rápidas (realizam várias conversões/s). x São sensíveis a ruídos a) Conversor de Rampa Linear: Fig. 11.17 - Diagrama do Circuito Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 121 EV é a tensão a ser convertida. Rampa é um sinal tipo onda triangular conforme apresentado no gráfico de tensões. Como Funciona este Conversor: x Rampa inicia com valor Máx. Pos. (maior que EV ), estando, portanto, as saídas dos comparadores baixas. x As saídas das duas portas “E” estarão baixas. x A saída da porta “OU” estará baixa. x A tensão da rampa reduz linearmente, atingindo EV . x Neste instante a saída do comparador 1 passa para alto. x A saída da porta “E” 1 passa para alto e a da porta “OU” também, abrindo a porta que permite a passagem do clock para o contador. x Quando a tensão da rampa atinge 0 V a saída do comparador 2 passa para alto. x A porta “E” 1 volta fica em nível baixo, levando a porta “OU” para nível baixo, interrompendo o contador, que deverá ser lido neste instante. OBS: Outra possibilidade de funcionamento ocorre se EV for negativo. Desta forma o sistema vai funcionar com a rampa ascendente. Se identificarmos qual a porta que controla o contador (abre e fecha), estaremos identificando automaticamente a polaridade de EV . Fig. 11.18 - Gráfico das Tensões Limitações: x Suscetibilidade a ruído. x A freqüência de conversão depende da freqüência da rampa. x A linearidade do conversor depende da linearidade da rampa. x A estabilidade do conversor depende de uma relação constante entre a rampa e o oscilador. Para isto deve-se fazer um controlado pelo outro (circuito de CAF). x A resolução depende da relação entre oscilador e rampa. Por exemplo: a) Se MHz10fOSC e ,KHz10fRAMPA teremos: 122 Capítulo 11 - Instrumentação Digital x 20.000 conversões/s )2f( RAMPA u x Resolução de 3 dígitos ,000.1 f f RAMPA OSC ¸̧ ¹ · ¨̈ © § ou seja, durante um período da rampa só existirão 1.000 ciclos do oscilador e portanto o contador conta no máximo até 999. b) Se MHz10fOSC e ,KHz1fRAMPA teremos: x 2.000 conversões/s )2f( RAMPA u x Resolução de 4 dígitos ¸̧ ¹ · ¨̈ © § 000.10 f f RAMPA OSC . b) Conversor de Aproximação Sucessiva: Fig. 11.19 - Diagrama do Circuito No diagrama está sendo representado um conversor de 4 bits (16 níveis), entretanto com este método pode-se obter facilmente conversores de 8 ou 16 bits. Como Funciona este Conversor: x Se SV é alto o registrador não mantém a linha alta, se for baixo, mantém. x No 1q clock a linha 8 é levantada. x O conversor D/A gera tensão proporcional a 8 na saída ( AV ). x O comparador compara AV com EV . Se AV é menor que EV , a saída do comparador ( SV ) fica em baixo. x Se SV está em baixo, o registrador mantém a linha 8 em alto. x No clock seguinte o registrador levanta a linha seguinte (4). x O conversor D/A gera tensão proporcional a 12 (8 + 4) na saída. x O comparador compara AV com EV . Se AV é maior que EV , a saída do comparador ( SV ) vai para alto. Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 123 x Com SV em alto, o registrador não mantém a linha em alto. x No clock seguinte o registrador abaixa a linha 4 e levanta a 2. x O processo se repete até a última linha (último bit). Considerações sobre o Método da Aproximação Sucessiva: x É suscetível a ruídos. x A resolução depende do número de bits (número de linhas do registrador de retenção). Para 4 bits podemos converter tensões de 1,5 V em passos de 0,1 V (24 = 16). Para 10 bits podemos converter tensões de 1,023 V em passos de 0,001 V (210 = 1024). x A velocidade de conversão depende basicamente do número de bits (um pulso de clock para cada bit) e do clock. Por exemplo: um conversor de 10 bits com clock de100 KHz poderá realizar 10.000 conversões/s. Este valor é teórico, pois a velocidade do conversor D/A e do comparador também influem. Comercialmente um ritmo de 40.000 conversões/s é obtido, com resolução de 0,4% (8 bits) ou 0,002% (16 bits). c) “Flash Converter” - Conversor de Ciclo: Fig. 11.20 Como Funciona este Conversor: x A tensão de referência REFV é aplicada a uma malha resistiva (divisor de tensão). x A saída da malha resistiva são n2 tensões correspondentes á divisão de REFV em passos iguais a n REF 2 V . x Estas tensões entram em n2 comparadores, sendo comparadas a EV (tensão a ser convertida). 124 Capítulo 11 - Instrumentação Digital x Um número X de comparadores ficaram com nível alto e o restante com nível baixo ¸ ¹ · ¨ © § u !! u� n REF En REF 2 Vx V 2 V)1x( . x As saídas dos comparadores entram em um conversor de n2 para n. x Será necessário somente um pulso de clock para o conversor realizar a conversão. Na sua saída estará o dado digital. Características: x Um dos métodos mais rápidos de conversão A/D. x A resolução depende do número de bits. x A velocidade de conversão depende basicamente da velocidade dos comparadores e a precisão da malha resistiva. Comercialmente um ritmo de 500 milhões de conversões/s é obtido, com precisão de 0,4% (8 bits). x Normalmente são integrados de alta densidade (com vários transistores/ 3cm ). x Para obter precisão, a malha é construída como associação de R ou associação de R e 2R. x Por necessitar de n2 comparadores, normalmente não são construídos para mais do que 8 bits. 11.6 - Conversor D/A Realizam a função inversa dos conversores A/D. Um dado digital de n bits colocado em sua entrada gerará uma tensão analógica na saída proporcional ao valor binário. Iremos estudar inicialmente conversores de 4 bits devido á facilidade de descrição; entretanto os exemplos apresentados podem ser transformados para conversores de ordens maiores. Fig. 11.21 Circuito Básico - Conversor D/A com Malha Resistiva: Fig. 11.22 Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 125 As tensões DCBA VeV,V,V podem assumir valores alto ou baixo, de acordo com a lógica utilizada no circuito digital (vamos supor 5 V ou 0 V). Supondo AV alto e os demais baixos, e usando o divisor de tensão: 'RR 'R55 'RR 'RV 'RR 'RV AS � u � u � Supondo BV alto e os demais baixos, teremos: 'RR2 'R5V 'RR2 'RV BS � u � Analogamente para DC VeV , obtemos, respectivamente: 'RR8 'R5Ve 'RR4 'R5V SS � � Para que estes valores sejam proporcionais a 8, 4, 2 e 1, temos que fazer R >> R'. Por exemplo, se : : 100'Re250.6R,V5VCC : mV7,78 100250.6 1005Vs A � u mV7,39 100250.62 1005Vs B �u u mV9,19 100250.64 1005Vs C �u u mV98,9 100250.68 1005Vs D �u u Para todos bits altos: V1456,0100 433.3 5Ve333.3 15 000.50 15 R8R SEQ u : que são apro- ximadamente proporcionais a 8, 4, 2, 1 e 15. Conversor D/A com Rede R-2R com Amplificador Operacional: O amplificador operacional é utilizado com 2 finalidades: 126 Capítulo 11 - Instrumentação Digital a) Oferecer uma tensão de saída com fator de proporcionalidade qualquer, independente da tensão fixada para nível 1. b) Isolar o acoplamento da rede. Fig. 11.23 1 0 0 1 0 01 0 0 V R2 R V R2 V R V R2 V0 R 0V u� ? � ? � � Conversor de um Número de mais de um Algarismo: Podemos ter um número decimal de mais de um algarismo, representado no código BCD 8421. Fig. 11.24 A tensão Analógica: 'D 0 'C 0 'B 0 'A 0 D 0 C 0 B 0 A 0 S V R80 R V R40 R V R20 R V R10 R V R8 R V R4 R V R2 R V R1 R V �������� » ¼ º « ¬ ª ¸ ¹ · ¨ © § ����¸ ¹ · ¨ © § ���� 'D'C'B'A DC B A0 S V 80 1V 40 1V 20 1V 10 1 8 V 4 V V 2 1 1 V R R V Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 127 11.7 - Sample and Hold Conceitos: Sample-hold é um dispositivo que realiza a amostragem de um sinal de entrada e depois retém o valor amostrado. Estas funções são chaveadas por um sinal de controle. Os sample-hold são utilizados com dispositivos que não toleram sinais com variações no tempo em sua entrada, como conversores A/D. Os sample-hold se caracterizam por duas fases distintas: O tempo de amostragem e o tempo de retenção, conforme a Fig. 11.25. Fig. 11.25 Circuito Básico de Sample/Hold: Fig. 11.26 Funcionamento do S/H: Considerando o circuito descarregado e a chave S fechada, quando aplicamos a tensão SV , gera-se uma corrente fluindo pelos resistores R, esta corrente tende a criar uma diferença de tensão no capacitor (C) e portanto o carregar. Com o capacitor carregado podemos considerar que o circuito se comporta como um amplificador com ganho unitário ¸ ¹ · ¨ © § R R , passando toda variação de SV para a saída.. Entretanto, quando a chave S se abre, a tensão do capacitor (que é a tensão de saída, já que C está ligado a um terra virtual) não pode mudar, visto que o capacitor só terá sua tensão alterada se lhe for aplicada uma corrente, o que não ocorre pois a porta diferencial do Amplificador Operacional fornece e drena uma corrente baixíssima. Portanto, enquanto a chave S permanecer aberta a tensão de saída (que é a do capacitor) permanece constante. 128 Capítulo 11 - Instrumentação Digital 11.8 - Diagrama de Blocos de um Medidor Digital (DVM) (Digital Voltmeter) Fig. 11.27 - Diagrama de Blocos de um Medidor Digital (DVM) -(Digital Voltmeter) a) Aquisição de Dados: Adapta o sinal de entrada a um formato adequado: Atenua ou amplifica DC, retifica AC, converte correntes em níveis de tensão ou gera uma fonte de corrente. b) Conversor A/D: Recebe nível DC e converte o sinal de clock para o contador, em sinais digitais. c) Display: Visualiza a resposta do medidor. Características de um Voltímetro Digital (DVM): a) Ampla faixa de medição, com seleção automática de escala e indicação de sobrecarga. b) Exatidão absoluta %005,0r� . c) Resolução: 1 unidade em 610 partes V1P� na escala de 1V. d) Impedância de entrada � maior que 10 M: Classificação dos DVM: a) Voltímetro tipo rampa simples � integração b) Voltímetro tipo rampa dupla � integração c) Voltímetro tipo aproximação sucessivas d) Voltímetro tipo inclinação dual A seguir apresentaremos um resumo das técnicas de conversões A/D, já descritas anteriormente. Classificação � Técnicas de Conversões A/D Técnicas � Integração e não integração a) Conversão A/D Rampa Simples: Atua com contagem do tempo de carga do capacitor. b) Conversão A/D Rampa Dupla: Atua com contagem do tempo de carga e descarga do capacitor. c) Conversão A/D Aproximações Sucessivas (Estimativa): Utiliza a técnica de Regressão Binária. Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 129 d) Conversão A/D de Inclinação Dual: O contador binário é substituído pelo contador de década. Especificações dos Medidores Digitais: Muitas das especificações atribuídas aos medidores analógicos são válidas para os digitais, porém algumas são exclusivas. a) que pode ser medido sem sobrecarga. Faixa de Trabalho: O fundo de escala de um medidor digital é o valor máximo Exemplo: A faixa máxima de um voltímetro de 3 dígitos � 999 V Um medidor típico digital tem indicação de sobrecarga de 100 % que significa uma medição de 0 V até 1.999 V. A sobrecarga é indicada pelo dígito adicional chamado meio dígito, portanto, um medidor de 3 dígitos com 100 % de sobrecarga é chamado de 3 ½ dígitos. b) Resolução Digital: É a capacidade de um medidor mostrar a diferença entre valores. Dado em % � # 0,1 %. c) Sensibilidade: É a menor variação de tensão que o medidor pode responder. Ex.: Medidor de 3 dígitos com uma faixa de 100 mV é: 0,001 x 100 mV = 0,1 mV. d) Precisão:É a indicação do erro máximo entre a tensão padrão e a do medidor. Ex.: r 0,2 %, r 1 dígito. e) Fatores de Erro: x Erro quantitativo x Erro de modo comum x Erro de modo normal f) Erro Quantitativo: O medidor somente pode medir partes de tensão ou corrente. Ex.: Medidor de 3 ½ dígitos � uma medida de 65,3 V pode estar entre 65,30 V ou 65,39 V. g) Erro de Modo Normal: Causado por ruídos comuns, linha, ruído branco etc. h) Erro de Modo Comum: É aquele presente nos terminais do medidor. Fator de Rejeição de modo comum é dado pela fórmula: A VV log20RMC ES A = Ganho do amplificador SV = Tensão indicada pelo medidor EV = Tensão de entrada no medidor OBS.: O valor típico é maior que 60 dB. 130 Capítulo 11 - Instrumentação Digital 11.9 - Multímetro Digital O multímetro se divide em três blocos básicos: voltímetro, ohmímetro e amperímetro. Voltímetro Digital: É baseado em um conversor A/D. Um conversor A/D de rampa simples, com tensão de entrada de 0 a 2 V com display de 3 ½ dígitos (contador até 2.000), apresenta tensões de 0.000 V até 1.999 V. Portanto, será um voltímetro com fundo de escala de 2 V e resolução de 1 mV. Utilizando um divisor de tensão na entrada do conversor, podemos alterar o valor de fundo de escala do voltímetro. Exemplo 1: Com o mesmo conversor do exemplo anterior, podemos fazer o seguinte circuito: Fig. 11.28 Se �u 21 R9R Por divisão de tensão temos: EIN IN IN 2 2 IN 22 2 IN 21 2 E V10Vou 10 V V R10 R V RR9 R V RR R V u u � u � Como EV pode variar de 0 a 2 V, então INV pode variar de 0 a 20 V e o valor do display corresponderá de 0,00 V até 19,99 V, ou seja, fundo de escala de 20 V com resolução de 10 mV. � contagens000.2 V20 Resolução = 10 mV. Entretanto o conversor A/D drena uma corrente não adequada para um bom funcionamento do voltímetro, pois ele não deve afetar o circuito que está sendo medido. Exemplo 2: � 99 mV79 9.5 - Pontes Alimentadas com Tensão Alternada ................................................... 81 9.6 - Pontes Universais de Medidas Utilizadas em Telecomunicações .................. 84 9.7 - Ponte de Wheatstone ..................................................................................... 85 9.8 – Sistemas de aterramento industrial............................................................... 86 9.9 - Medidor de Baixa Isolação .............................................................................. 87 9.10 - Método de Localização Direta e Método de Fixação do Defeito ................... 88 9.11 - Medição de Resistência de Isolamento à Terra ............................................ 89 9.12 - Medidor de Resistência de Terra (Terrômetro - Megger) .............................. 89 9.13 - Aterramento .................................................................................................. 90 9.14 - Processo de Medição de Resistência de Terra ............................................ 91 9.15 - Eletrodos de Aterramento ............................................................................. 82 9.16 - Processo Analógico ...................................................................................... 93 9.17 - Processo Digital ........................................................................................... 93 9.18 - Medida de Resistividade .............................................................................. 95 9.19 - Alicate Terrômetro ........................................................................................ 96 9.20 - Como Medir com Megômetro .................................................................... 98 CAPÍTULO 10: ESTUDO DO DECIBEL 10.1 - O Decibel (dB) ............................................................................................... 100 CAPÍTULO 11: INSTRUMENTAÇÃO DIGITAL 11.1 - Revisão de Eletrônica Digital ........................................................................ 107 11.2 - Revisão de Amplificadores Operacionais ..................................................... 110 11.3 - Instrumentação Analógica e Digital .............................................................. 113 11.4 - Princípios de Conversão Analógica / Digital ................................................. 115 11.5 - Conversor A/D .............................................................................................. 116 11.6 - Conversor D/A .............................................................................................. 124 11.7 - Sample and Hold .......................................................................................... 127 11.8 - Diagrama de Blocos de um Medidor Digital (DVM) (Digital Voltmeter) ...................................................................................................... 128 11.9 - Multímetro Digital .......................................................................................... 130 11.10 - Geração de Sinais ...................................................................................... 136 11.11 - Circuito PLL ................................................................................................ 139 viii Instrumentação Eletrônica CAPÍTULO 12: OSCILOSCÓPIOS 12.1 - Introdução ..................................................................................................... 141 12.2 - Osciloscópio Analógico ................................................................................. 142 12.3 - Tubo de Raios Catódicos .............................................................................. 143 12.4 - Tipos de Osciloscópios Analógicos ............................................................... 146 12.5 - Funcionamento Básico do Osciloscópio Duplo Traço ................................... 146 12.6 - Formas de Ondas .......................................................................................... 149 12.7 - Amplitude ...................................................................................................... 149 12.8 - Freqüência .................................................................................................... 150 12.9 - Operação de um Osciloscópio Analógico ...................................................... 152 12.10 - Entrada e Conexões do Osciloscópio ......................................................... 154 12.11 - Controle da Fonte de Alimentação .............................................................. 154 12.12 - Controles de Ajuste do Traço ou Ponto na Tela .......................................... 154 12.13 - Controles e Entrada de Atuação Vertical .................................................... 155 12.14 - Controles de Atuação Horizontal ................................................................. 155 12.15 - Controles e Entrada de Sincronismo ........................................................... 155 12.16 - Pontas de Prova .......................................................................................... 156 12.17 - Compensando a Ponta ................................................................................ 157 12.18 - Medidas de Tensão .................................................................................... 158 12.19 - Medidas de Freqüência ............................................................................... 159 12.20 - Visualizações das Telas e seus Respectivos Controles ............................. 160 CAPÍTULO 13: OSCILOSCÓPIO DIGITAL 13.1 - Introdução ................................................................................................ 164 13.2 - Funcionamento do Osciloscópio Digital ................................................... 164 13.3 - Métodos de Amostragem ......................................................................... 166 13.4 - Amostragem em Tempo Real com Interpolação ....................................... 166 13.5 - Amostragem em Tempo Equivalente ........................................................ 167 13.6 - Características mais Importantes dos Osciloscópios Digitais ................... 167 CAPÍTULO 14: ANÁLISE DE SINAIS 14.1 - Analisador de Espectro ................................................................................. 169 14.2 - Princípios Básicos de Operação ................................................................... 170 14.3 - Funções dos Controles do Painel ................................................................. 171 14.4 - Principais Características .............................................................................. 171 14.5 - Analisador F.F.T. (Fast Fourier Transform) ................................................... 173 14.6 - Analisador Superheterodino (Conversor) ……………………..................…… 173 14.7 - Aplicações do Analisador Espectral ............................................................. 173 14.8 - Medição da Razão de Ondas Estacionárias ................................................. 174 14.9 - Razão de Voltagem da Onda Estacionária (VSWR) ..................................... 174 14.10 - Razão de Onda Estacionária ...................................................................... 175 14.11 - Impedância Característica (Z0) ................................................................... 176 14.12 - Rendimento de um Sistema em Função da R.O.E. .................................... 176 14.13 - Medidor R.O. E. .......................................................................................... 177 Eng. Arilson Bastos ix 14.14 - Medidor de Onda Estacionária e Wattímetro de RF Bird Thruline............. 178 14.15 - Medidor de Intensidade de Campo ............................................................. 179 CAPÍTULO 15: TRANSDUTORES E SENSORES 15.1 - Introdução .....................................................................................................É um gerador que gera sinais senoidal, quadrada e triangular. O seu diagrama de blocos pode ser visto na Fig. 11.38. Diagrama de Blocos de um Gerador de Funções: Fig. 11.38 - Elementos Básicos de um Gerador de Funções Gerador de Varredura: É um gerador que mede a resposta de freqüência de um circuito elétrico acoplado a um osciloscópio. Na prática é utilizado para traçar curvas de transferências dos amplificadores sintonizados, FI, etc. Ver Fig. 11.39. Fig. 11.39 A Fig. 11.40 apresenta como devem ser realizadas as ligações para a análise de um amplificador, utilizando o gerador de varredura. 138 Capítulo 11 - Instrumentação Digital Fig. 11.40 Frequencímetro: É um conversor tensão x freqüência, que nada mais é do que um contador. Basicamente existem dois tipos de frequencímetros, cujo funcionamento se difere apenas no processo de como a onda a ser medida será manipulada pelo circuito. No primeiro tipo, o sinal a ser medido é levado a circuitos divisores de freqüência cuja finalidade é entregar as etapas posteriores um sinal com freqüência menor, porém com um valor múltiplo do sinal original. Em geral esses divisores são formados por etapas em cascata de divisores por 10. Assim, temos uma freqüência de saída com um valor mais baixo que o sinal de entrada, mas com as mesmas características em relação ao valor original. Este tipo de método é o mais fácil de ser implementado, e é aconselhável se as etapas posteriores do circuito não tem a capacidade de operar na freqüência do sinal original. Além de ocorrer menos problemas quanto a implementação da placa de circuito impresso. O segundo tipo de frequencímetro utilizado no mercado é aquele em que o sinal de entrada (sinal a ser medido) não sofre alteração em seu valor de freqüência, porém a faixa de cobertura de freqüências é dada pela alteração do valor do período de medição do oscilador interno. Como já foi dito, freqüência é o número de ciclos de uma onda qualquer em um período de um segundo. Se a base de tempo de medição for alterada para valores múltiplos deste, será amostrado no display a freqüência correspondente. Fig. 11.41 - Diagrama de Blocos Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 139 Algumas medidas demoram a ser lidas, pois dependem da contagem do contador. Os frequencímetros modernos possuem um filtro passa baixa de 100 KHz (� 3 dB) adequado para medir baixas freqüências. Realiza medidas de freqüência com alta precisão com o uso interno de oscilador à cristal e na sua entrada é introduzido um circuito Schmitt, que tem como função quadrar a onda periódica que está sendo medida. Ver Fig. 11.41. Fig. 11.42 - Frequencímetro 1) Terminal de entrada. Conector tipo BNC; 2) Indicador do sinal de gate quando a chave do tempo de gate está acionada em 10 s, 1 s ou 0,1 s; 3) Indicador de sobre-faixa (Overflow); 4) Indicadores da ordem de grandeza das medições, Hz ou MHz, selecionadas pela chave Gate Time (Sec); 5) Suporte de apoio e de transporte do instrumento; 6) Chave liga/desliga (On/Off); 7) Chave seletora do tempo de gate: 10 s, 1 s e 0,1 s; 8) Faixas de freqüência que podem ser selecionadas de acordo com a freqüência do sinal de entrada; 9) Filtro passa-baixa para medições de baixa freqüência; 10) Chave seletora da sensibilidade da entrada. Apertada seleciona 1/1. solta seleciona 1/10. 11.11 Circuito PLL A sigla PLL, vem de Phase Locked loop, significa Elo ( realimentação) de Fase Travada. Um circuito PLL é composto por diversos blocos, sendo o diagrama mostrado na figura abaixo, com uma de suas versões mais utilizadas em televisão. Fig. 11.43 140 Capítulo 11 - Instrumentação Digital O diagrama em blocos de um PLL básico, é apresentado na figura 11.43 com aplicação em um circuito de sincronismo de televisão. Nem todos os PLLs são construídos exatamente de acordo com o diagrama de blocos mostrado na Figura, sendo possíveis as seguintes modificações: a) A supressão do divisor por N. Neste caso, N será igual à unidade. b) A inclusão de um estágio amplificador entre a saída do filtro passa- baixa e a entrada de controle do VCO. Esse amplificador é necessário quando a tensão produzida pelo comparador de fase não é suficiente para controlar diretamente a entrada VCO. Um PLL pode ser totalmente incluído em um circuito integrado monolítico, como, por exemplo, o CD4046, o CMOS ou o NE656, bipolar. A Finalidade do PLL Um PLL possui duas finalidades básicas: 1) Para sinais de entrada de frequência variável: fazer com que o VCO siga a frequência do sinal aplicado, produzindo um sinal de saída, fs com a mesma frequência do sinal de entrada, fs ou, no caso de N ser maior do que a unidade, a frequência de saída será N vezes a frequência do sinal de entrada. 2) Para sinal de entrada de frequência fixa: manter constante a diferença de fase entre o sinal produzido pelo VCO e o sinal aplicado na entrada do PLL. Aplicação do PLL Os PLLs podem ser utilizados nas seguintes aplicações: - Controle Automático de frequência (CAF); horizontal/vertical (TV) - Controle Automático de Fase; - Regeneração de portadora; - Demoduladores para sinais FM ou FSK; - Sintetizadores de frequência. 12 OSCILOSCÓPIOS 12.1 - Introdução O osciloscópio de raios catódicos não é um instrumento novo, basta dizer que ele foi inventado em 1897 por Ferdinand Braun, tendo então a finalidade de se analisar as variações com o tempo da amplitude da tensão. Em 1897 foi o mesmo ano em que J.J. Thomson mediu a carga do elétron a partir da sua deflexão por meio de campos magnéticos. Foi somente com a utilização de tubos de raios catódicos feitos por Welhnet, em 1905, é que foi possível a industrialização deste tipo de equipamento que até hoje se encontra, com muitos aperfeiçoamentos. A finalidade de um osciloscópio é produzir num anteparo uma imagem que seja uma representação gráfica de um fenômeno dinâmico, como por exemplo: Pulso de tensão, uma tensão que varie de valor com relação ao tempo, a descarga de um capacitor, etc. Pode-se também, através de um transdutor adequado, avaliar qualquer outro fenômeno dinâmico, como exemplo, a oscilação de um pêndulo, a variação da temperatura ou da luz de um ambiente, as batidas de um coração, etc. Dependendo da aplicação, os osciloscópios modernos podem contar com recursos próprios, o que significa que não existe um só tipo no mercado. Isso ocorre porque os fenômenos que se deseja visualizar na tela, pode ter duração que vai de alguns minutos até a alguns milionésimos de segundo. Da mesma forma, os fenômenos podem se repetir numa certa velocidade sempre da mesma forma, ou então podem ser únicos, ocorrendo por um só instante apenas uma vez. O osciloscópio básico pode permitir a visualização de fenômenos que durem desde alguns segundos até outro que ocorram milhões de vezes por segundo. A capacidade de um osciloscópio em apresentar em sua tela fenômenos curtíssimos é dada pela sua resposta de freqüência. Tipos que são da faixa de 20 a 100 MHz são os mais comuns e servem para a desenvolvimento de projetos na maioria das bancadas de indústrias. Para poder visualizar os fenômenos com precisão, os osciloscópios possuem recursos adicionais e controles que podem variar bastante com o tipo. Nos mais simples, tem-se apenas a possibilidade de sincronizar um fenômeno com base de tempo interna enquanto que em outros isso pode ser estendidos a bases externas, e em alguns casos até há circuitos de digitalização que “congelam” a imagem para facilitar a análise posterior. Na verdade, a existência de circuitos capazes de processar um sinal digitalmente, nos leva a existência de osciloscópios que são verdadeiros computadores. Estes além de poderem digitalizar uma imagem , o que significa a facilidade maior de análise, pois pode-se "paralisa-la" na tela a qualquer momento, também 142 Capítulo12 - Osciloscópios podem realizar cálculos em função do que foi armazenado. não é difícil de se encontrar osciloscópios que além de apresentarem na tela uma forma de onda, uma senóide por exemplo, também apresentam de forma numérica os seus valores de pico, sua freqüência, período, apresentam até mesmo eventuais distorções que existam. 12.2 - Osciloscópio Analógico O osciloscópio analógico é provavelmente, o equipamento mais versátil para o desenvolvimento de circuitos e sistemas eletrônicos e tem sido uma das mais importantes ferramentas para o desenvolvimento da eletrônica moderna. Uma de suas principais vantagens é que permite que a amplitude de sinais elétricos, sejam eles voltagem, corrente, potência, etc., seja mostrada em uma tela, em forma de figura, principalmente como uma função de tempo. O funcionamento se baseia em um feixe de elétrons que, defletido, choca-se contra uma tela fluorescente, esta, sensibilizada emite luz formando um gráfico. A figura formada na tela pode ser comparada com outra, considerada ideal, desse modo pode-se reduzir a área danificada em um circuito eletrônico. A persistência da fluorescência do alvo é muito pequena de modo a ser possível observar sinais muito rápidos. Mas como nem o olho nem o cérebro humano têm capacidade de analisar acontecimentos tão rápidos, a visualização dos traços na tela é conseguida através de passagens sucessivas do feixe eletrônico pelos mesmos pontos, cujo sincronismo é controlado pelo circuito da base de tempo. O osciloscópio é um instrumento muito sensível a tensão; para se efetuar a medida de intensidade de corrente é necessário transformá-la, antes em tensão. Este procedimento também é necessário em corrente alternada, pois o osciloscópio nada mais é que um voltímetro. A tela de um osciloscópio é, normalmente, um retângulo de 10 cm x 8 cm subdividido em quadriculados que permitem a leitura dos sinais visualizados. No modo X-Y os dois graus de liberdade da tela representam imagem no modo Y (t) a direção vertical representa tensões e a direção horizontal representa o tempo. As escalas de tensão e tempo são variáveis e controladas pelos seletores de amplificação e base de tempo. A figura aparecerá na tela numa composição ponto a ponto, de acordo com a intensidade dos sinais aplicados nas entradas vertical e horizontal. A composição gráfica de dois movimentos ondulatórios, um na horizontal e outro na vertical, resulta na chamada Figura de Lissajous. Para exemplificar, consideremos a Fig. 12.1, onde temos a composição de um sinal na vertical de determinada freqüência, e um outro na horizontal com o dobro da freqüência. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 143 Fig. 12.1 - Figura de Lissajous, Resultante da Composição de 2 Sinais Da Figura de Lissajous obtida, podemos estabelecer uma relação entre as freqüências dos dois sinais, conforme o número de vezes que a figura toca na linha de tangência horizontal e na vertical. Para o exemplo, temos que, a figura tangencia na horizontal uma vez e na vertical duas vezes, portanto a relação entre as freqüências será: 2 1 F F F2F1 H V VH �u u 12.3 - Tubo de Raios Catódicos É um tipo especial de válvula na qual os elétrons emitidos do cátodo se reordenam num feixe estreito e se aceleram a alta velocidade, antes de se chocarem contra uma tela recoberta de fósforo. A tela se torna fluorescente no ponto em que o feixe eletrônico se choca e proporciona assim uma indicação visual para radar, sonar, rádio, na tela de televisão, monitor, etc. Em geral, um TRC possui as seguintes partes ou eletrodos: x Filamento; x Cátodo; x Grade de controle; x Anodo de focalização e aceleração; x Placas de deflexão horizontal e vertical; x Tela fluorescente. 144 Capítulo 12 - Osciloscópios Fig. 12.2 - Esquema de um Tubo de Raios Catódicos Filamento: É o elemento responsável pela energia calorífica necessária ao desprendimento de elétrons no cátodo. Consiste de um fio trançado, de resistência adequada, alojado no interior do cátodo. Ao se aplicar nas extremidades do filamento uma tensão CA, normalmente de 6,3 V, este se incandesce, por efeito Joule, que aquece o cátodo que o recobre. Catodo: É o elemento responsável pela emissão dos elétrons (cerca de seis bilhões de elétrons por segundo são emitidos). Consiste de um cilindro metálico recoberto de óxidos especiais, que emitem elétrons quando aquecidos . Possuem um alto potencial negativo. Grade de Controle: É o elemento que regula a passagem de elétrons procedente do cátodo em direção ao anodo. Consiste de um cilindro metálico com um orifício circular no fundo, rodeia o anodo. Possui o potencial menor que anodo. Quando se controla o potencial desta grade verifica-se um aumento ou diminuição do brilho da imagem. Anodo de Focalização e de Aceleração: Possuem forma cilíndrica com pequenos orifícios para a passagem do feixe de elétrons. Possuem um alto potencial positivo (em relação ao cátodo), a fim de que os elétrons sejam acelerados a uma grande velocidade, o que tornará a tendência de se deslocarem em feixe muito maior que a tendência a se divergirem . Entre os ânodos de focalização e o de aceleração existe um campo eletrostático que atua como uma lente biconvexa, convergindo o raio a um determinado ponto. Este efeito também é observado quando um raio de luz passa por uma lente biconvexa. Esta lente eletrônica atua na distância focal do raio. OBS: O conjunto formado pelo filamento, cátodo, grade de controle e os ânodos de ocalização e o de aceleração ormam o que se chama de “canhão eletr nico” Placas de Deflexão Horizontal e Vertical: Caso não existisse um sistema defletor do raio eletrônico, este incidiria no centro da tela , ficando imóvel naquele ponto. Que utilidade teria? Nenhuma. Mas, como se sabe, todos os pontos da tela são alcançados, e isto se deve ao sistema defletor do raio de elétrons. Todo o princípio de funcionamento da deflexão do raio está baseado no princípio da deflexão eletrostática. Princípio da Deflexão Eletrostática: A Fig. 12.3 mostra um elétron (com massa m e carga e), dirigindo-se com velocidade OV , perpendicular ao campo E. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 145 Fig. 12.3 A trajetória de um elétron que entrou num campo elétrico uniforme, possue um movimento análogo ao de um projétil lançado horizontalmente no campo sob a ação da gravidade terrestre. O elétron possui carga negativa; como carga de sinais opostos se atraem, este se movimentará em direção a placa positiva, segundo a horizontal (x) e a vertical (y). Quando o elétron sai do espaço entre as placas, ele continua o seu movimento (desprezando a gravidade terrestre) em linha reta, tangente à parábola no ponto (X1, X2). Como temos vários elétrons com a mesma trajetória, temos na verdade um feixe de elétrons. No osciloscópio, a deflexão eletrostática emprega duas placas defletoras montadas em ângulo reto entre si. Quando não há campo elétrico entre as placas de cada par, o feixe de elétrons incide no centro geométrico da tela. Se for aplicado uma diferença de potencial (ddp) a um par de placas, o feixe se deslocará para a placa com o potencial positivo e este desvio será tanto maior quanto maior for a d.d.p. aplicada as placas. Se for invertida a polaridade das placas, logicamente, a deflexão do feixe se dará inversamente, obedecendo às mesmas leis. Estas considerações são válidas tanto para placas horizontais quanto para placas verticais, sendo que cada uma deve atuar independente uma da outra. Se aplicarmos a um dos pares de placas uma tensão periódica, por exemplo uma tensão senoidal, o ponto na tela se deslocará continuamente (na vertical ou horizontal). Se a freqüência de tensão aplicada for baixa, poderemos ver o ponto se movendo na tela. Se, por outro lado, a freqüência for muito alta ou mesmo superior a “ ersist ncia doolho humano”, o ser aremos na tela uma linha, mesmo que na verdade se trate de um ponto se movendo rapidamente. Tela Fluorescente: A tela é o estágio final de todo processo executado pelo osciloscópio, pois é nela que se visualizam as imagens que serão posteriormente analisadas. Ela pode ser circular ou retangular, com dimensões variadas que dependem da necessidade da aplicação. São de vidro e cujo o interior se deposita um material fluorescente, como o fósforo ou o sulfeto de zinco, que ao receberem o impacto do feixe de elétrons emitem luz. Os materiais fluorescentes possuem outras características que é a da fosforescência que faz com que os material continue a emitir luz mesmo depois da extinção do bombardeamento dos elétrons. O intervalo que permanece a fosforescência é chamado de persistência do fósforo. A intensidade luminosa emitida pela tela é denominada de luminância e depende dos seguintes fatores: 146 Capítulo 12 - Osciloscópios x N.º de elétrons que bombardeiam a tela; x Energia com que os elétrons atingem a tela, que por sua vez dependem da aceleração dos mesmos; x Tempo que o feixe permanece no mesmo ponto da tela, que depende da varredura; x Características do fósforo (dadas pelo fabricante). Portanto, alterando este fatores, podemos ter um traço luminoso com mais ou menos brilho, ser mais ou menos persistente e ainda ter cores diferentes. o caso de uma tela de um oscilosc io, o s oro de melhor o ção é o “ ”, pois possui alta luminância e média persistência. 12.4 - Tipos de Osciloscópios Analógicos Existem no mercado, os tipos mono traço, duplo traço e duplo feixe. A diferença entre eles é explicada a seguir: Mono Traço: É o osciloscópio que possue apenas uma entrada vertical, conseguentemente, apenas uma base de tempo. (osciloscópios antigos). Duplo Traço: É o osciloscópio que possue dois canais de entradas verticais, com uma base de tempo apenas. (é o mais usual no mercado). Duplo Feixe: É o osciloscópio que possue dois canais ou mais entradas verticais e duas bases de tempo independentes. É um osciloscópio duplo no mesmo gabinete. A Fig. 12.4 apresenta o diagrama de blocos de um osciloscópio analógico duplo traço. 12.5 - Funcionamento Básico do Osciloscópio Duplo Traço Observando o diagrama de blocos da Fig. 12.4, poderemos analisar a função dos blocos principais, orientando praticamente dessa forma o leitor, com relação ao funcionamento básico. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 147 Fig. 12.4 - Diagrama de um Osciloscópio Duplo Traço Descrição dos blocos Atenuador: É a primeira etapa de qualquer osciloscópio, e portanto é o circuito que recebe o sinal que se deseja visualizar. Tem por finalidade igualar a elevada impedância das pontas de prova do osciloscópio, que possuem valores típicos de 1 M: a 10 M:, à baixa impedância dos pré-amplificadores verticais. Outra função que o atenuador cumpre é a de diminuir a amplitude do sinal de entrada quando esta tem um valor excessivo que ponha em perigo a fidelidade do sinal. isto é, quando pode produzir-se distorção. Pré-amplificador Vertical: Logo após os atenuadores, em seqüência teremos os pré- amplificadores. Esse circuito é que define a sensibilidade de um osciloscópio, por conseguinte é um limitador da resposta de freqüência do instrumento. Amplificador Vertical: Situado na parte final, esta etapa leva ao TRC o sinal a ser visualizado, fornecendo potência para a deflexão vertical no tubo de raios catódicos. Chave Duplo Traço: Esta chave permite poder visualizar dois sinais simultaneamente na tela do TRC; é um comutador eletrônico que atua nas funções chopper ou alternation, que quer dizer sinais recortado (freqüências baixas) e sinal alternado (freqüências altas). 148 Capítulo 12 - Osciloscópios Bloco DL (Delay Line): É o bloco de linha de retardo. O ponto de início da varredura horizontal e o ponto do sinal que queremos utilizar como início da visualização no TRC, do sinal que se quer estudar devem chegar ao tubo de raios catódico ao mesmo tempo. Se assim não fosse, o osciloscópio não poderia representar corretamente a informação da tensão, pois esta ficaria defasada no tempo. Se observarem o diagrama de blocos ver-se-á que os atrasos no percurso do sinal vertical são menores que os do sinal horizontal. Efetivamente, o sinal presente no pré-amplificador vertical aplica-se por um lado ao amplificador vertical e dele às placas de deflexão vertical do tubo de raios catódicos. Por outro lado, aplica-se ao circuito de disparo, o qual liga o gerador de rampa, e o sinal dele obtido aplica-se ao amplificador horizontal cuja saída vai às placas de deflexão horizontal do tubo. O percurso é neste caso maior e portanto o início da varredura horizontal começará posteriormente ao instante selecionado do sinal vertical. Para evitar tudo isto ter-se-á de igualar os tempos que a informação demora a percorrer as etapas vertical e horizontal do osciloscópio, para o que bastará acrescentar uma etapa de atraso no circuito vertical, de modo a que ambos os sinais (o vertical e o horizontal) cheguem ao tubo ao mesmo tempo. Circuitos de Base de Tempo: Circuito de disparo, bases de tempo e gerador de rampa: Os circuitos de base de tempo e gerador de rampa de um osciloscópio têm por finalidade conseguir que as tensões aplicadas às placas de deflexão vertical do tubo de raios catódicos apareçam na tela como função do tempo. Dado que em todo o sistema de coordenadas se representa o tempo sobre a coordenada horizontal X, o circuito de base de tempo e gerador de rampa deve intervir sobre as placas de deflexão horizontal, que são as que controlam o feixe de elétrons sobre o eixo de simetria horizontal da tela. O circuito de base de tempo e gerador de rampa deve fazer deslocar o spot periodicamente e com velocidade constante na direção horizontal, sobre a tela, no mesmo sentido da escrita, isto é, da esquerda para a direita, e voltar o mais rapidamente possível à sua posição original, e assim sucessivamente. Para efetuar esta varredura, o circuito gerador de rampa fornece às placas de deflexão horizontal uma tensão em dente de serra. Sincronismo (Trigger): O sincronismo é selecionável pela chave que pode estar na posição normal, TV ou posição EXT. REDE ou INT. recebendo o sinal respectivamente da entrada horizontal aplicado externamente, da freqüência da rede local ou sinal apanhado do vertical internamente, o envia ao circuito disparador de Schmitt (Detetor) e ao gerador de impulso, que geram impulsos sincronizados com o sinal de entrada, conforme podemos observar na Fig. 12.5. Fig. 12.5 Amplificador Horizontal: Podemos destacar ao amplificador horizontal, a característica de elevação de potência no sinal do gerador dente de serra, Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 149 possibilitando assim a visualização no TRC, tendo em vista a excitação das placas de deflexão horizontal. O osciloscópio tem o objetivo de apresentar as formas de onda na sua tela e através delas analisarmos os seus parâmetros. 12.6 - Formas de Ondas Os perfis de onda básicos incluem as senóides e varias ondas não senoidais, como as ondas triangular, quadrada e outras. Ver Fig. 12.6. Fig. 12.6 12.7 - Amplitude A amplitude é uma característica de todas as formas de onda, normalmente é dada em volts pico a pico nas medições com o osciloscópio; a amplitude considerada total é a de pico a pico; na Fig. 12.7 podemos ver as diversas formas de onda e suas amplitudes. 150 Capítulo 12 - Osciloscópios Fig. 12.7 Na Fig. 12.8 vemos uma senóide com os seus parâmetros. Fig. 12.8 12.8 - Freqüência O período é o tempo tomado por um ciclo do sinal, caso este seja repetitivo. Neste caso tem uma freqüência definida com o número de vezes que um sinal é repetido por segundo. A freqüência é medidaem Hertz = 1 ciclo/seg. Ver Fig. 12.9 e Fig. 12.10. ? T 1F F = Freqüência e T = Período Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 151 Fig. 12.9 Fig 12.10 Tempo de Subida (Rise Time): Os parâmetros dos pulsos são importantes, pois são aplicados nos circuitos digitais e também podemos analisa-los como vemos na Fig. 12.11. O tempo de subida de um pulso e sua largura, definem o ciclo de trabalho Fig. 12.11 Fase de uma Onda: O conceito de fase é baseado no seno dos ângulos entre 0q e 360q, ao mesmo tempo podemos ver se uma onda está adiantada ou atrasada em relação a uma referência. Ver Fig. 12.12 e Fig. 12.13. Neste caso, a corrente está atrasada em relação a tensão. Fig. 12.12 Fig. 12.13 Figuras de Lissajous: Para medidas de fase e de freqüência pelas Figuras de Lissajous se necessita de uma senóide desconhecida, aplicada em um canal, que apresentará as diferenças de fase e freqüências com relação a senóide de referência conhecida, aplicada no outro canal do osciloscópio. Ver Fig. 12.14. 152 Capítulo 12 - Osciloscópios Fig. 12.14 12.9 - Operação de um Osciloscópio Analógico Fig. 12.15 - Identificação dos Controles Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 153 DESCRIÇÃO DOS CONTROLES DO OSCILOSCÓPIO CONTROLE FUNÇÃO 1 e 13 o AC-GND-DC Chave de três posições que opera como descrito: AC - Bloqueia a componente DC do sinal de entrada. GND - Abre a passagem do sinal e aterra a entrada vertical. Isto coloca o traço numa posição que pode ser usada como referência zero quando estiver efetuando medição DC. DC - Entrada direta da componente AC e DC do sinal, simultaneamente. 2 e 14 o VOLTS/DIV Chave do atenuador vertical para canal 1, ajuste de sensibilidade vertical. 4 e 16 o VARIABLE VOLTS/DIV VARIABLE - Ajuste fino da sensibilidade do canal 1. deixe este botão sempre na posição CAL para manter o atenuador vertical calibrado. 5 o CH1-DUAL-CH2 CH1 - Seleciona o canal 1. DUAL - Botão para traçar os dois canais: CH1 e CH2. CH2 - Seleciona o canal 2. Existe outro Knob em alguns modelos, que tem a mesma função: (DUAL = CHOP ou ALT). CH1 - Somente canal CH1. ALT - São mostrados os sinais do canal CH1 e do canal CH2, alternadamente. CHOP - Os sinais de CH1 e CH2 são chaveados em seqüência. ADD - Os sinais de CH1 e CH2 são adicionados algebricamente. CH2 - Somente canal CH2. 3 e 15 o POSITION/PUSH INVERT CONTROL POSITION - Ajuste de posição vertical. INVERT CONTROL - Quando puxado para a posição INVERT a polaridade do sinal é invertido. 11 o HOLD/OFF CONTROL Controle de sincronismo de um sinal complexo. 17 o EXT.IN-CONECTOR Entrada de sinal de sincronismo externo. 12 o LEVEL Ajuste fino de sincronismo horizontal. 10 o SOURCE SELEC Seleção de sinal para sincronismo: CH1 - Sincroniza com o sinal do canal 1. CH2 - Sincroniza com o sinal do canal 2. LINE - Sincroniza com a freqüência de AC (60 Hz). EXT - Sincroniza com um sinal de uma fonte externa qualquer. 9 o COUPLING-SELECTOR Seleção de freqüência: AC - Sinal sincronizado e acoplado no circuito. HF-REJ - Sinal sincronizado acima de 50 KHz. TV - Sinal sincronizado somente para medidas em televisão. DC - Sincronizado somente para circuito DC. 21 o SLOPE SELECTOR Sincroniza o osciloscópio na subida ou descida do sinal. 6 o SEC/DIV SWITCH Botão para a seleção do tempo da varredura horizontal. 23 o SWEEP MODE AUTO - Uso normal para qualquer medição. NORMAL - O feixe só aparece quando existe sinal na ponta 1 ou 2. SINGLE/RESET - O feixe só aparecerá quando for 154 Capítulo 12 - Osciloscópios pressionado o botão SINGLE. 8 o POSITION CONTROL Ajuste da posição horizontal. 7 o VARIABLE/PULL X 10 MAG VARIABLE - Ajuste fino da largura da forma de onda. X 10 MAG - Nesta posição o tempo do sinal na tela será multiplicado em 10 vezes. 12.10 - Entradas e Conexões do Osciloscópio Existem muitos tipos de osciloscópios. Descrever todos os comandos de todos os tipos de osciloscópios existentes seria inviável. Entretanto, com o conhecimento de alguns controles, que consideraremos como sendo básicos, é possível operar diversos osciloscópios. Os controles e entradas do osciloscópio podem ser divididos em cinco grupos: x Controle da fonte de alimentação; x Controles de ajuste do traço ou ponto na tela; x Controles e entrada de atuação vertical; x Controles e entrada de atuação horizontal; x Controles e entrada de sincronismo. 12.11 - Controle da Fonte de Alimentação Interruptor: Sua função é interromper ou estabelecer a corrente no primário do transformador. Sua atuação, normalmente, é acompanhada por uma lâmpada piloto que serve de aviso visual sobre a situação do circuito (ligado ou desligado). Normalmente, este interruptor se encontra acoplado junto do potenciômetro de controle de brilho. Comutador de Tensão: Sua função é selecionar a tensão de funcionamento do osciloscópio (127/220V). Permite utilizar o instrumento sem a necessidade de recorrer a um transformador abaixador ou elevador de tensão. Atualmente a comutação é automática, comutação DUAL. 12.12 - Controles de Ajuste do Traço ou Ponto na Tela Brilho ou Luminosidade: É o controle que ajusta a luminosidade do ponto ou do traço. O controle do brilho é feito por meio de um potenciômetro, situado no circuito da grade de controle do TRC, mediante o qual se regula o potencial desta grade. Deve-se evitar o uso de brilho excessivo sob pena de se danificar a tela. Foco: É o controle que ajusta a nitidez do ponto ou traço luminoso. O ajuste do foco é conseguido mediante a regulagem de um potenciômetro que regula a polarização do eletrodo de enfoque. O foco deve ser ajustado de forma a se obter um traço fino e nítido na tela. OBS.: Os ajustes de brilho e de foco são ajustes básicos que devem ser feitos sempre que se for usar o osciloscópio. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 155 Iluminação da Retícula: Permite que se ilumine o quadriculado ou as divisões na tela (Nem todos os osciloscópios possuem). 12.13 - Controles e Entrada de Atuação Vertical Entrada de Sinal Vertical: Nesta entrada é conectada a ponta de prova do osciloscópio. As variações de tensão aplicadas aparecem sob forma de figura na tela. Chave de Seleção de Modo de Entrada (CA-CC): Esta chave é selecionada de acordo com o tipo de forma de onda a ser observada. Em alguns osciloscópios esta chave possui três posições (CA-0-CC ou AC-GND-DC). Esta posição adicional é usada para a realização de ajustes do traço do osciloscópio em algumas situações. Por exemplo: Quando se deseja uma referência na tela. Chave Seletora de Ganho (V/Div): sta cha e ermite que se “aumente” ou que se “diminua” a am litude de ro eção na tela do oscilosc io altura da imagem Posição Vertical: Permite movimentar a imagem para cima ou para baixo na tela. A movimentação não interfere na forma da figura projetada na tela. 12.14 - Controles de Atuação Horizontal Chave Seletora de Base de Tempo: É o controle que permite variar o tempo de deslocamento horizontal do ponto na tela. Através deste controle é possível reduzir ou ampliar horizontalmente na tela a figura nela projetada. Em alguns osciloscópios esta chave seletora tem uma posição identificada como EXT (externa) o que possibilita que o deslocamento horizontal pode ser controlado por circuito externo ao osciloscópio, através de uma entrada específica. Quando a posição externa é selecionada não há formação do traço na tela, obtendo-se apenas um ponto. Como exemplo, para vermos a figura de Lissajous. Posição Horizontal: É o ajuste que permite controlar horizontalmente a forma de onda na tela. Girando o controle de posição horizontal para a direita o traço move-se horizontalmente para a direita e vice-versa. Assim como o controle de posição vertical, o controle de posiçãohorizontal não interfere na forma da figura projetada na tela. 12.15 - Controles e Entrada de Sincronismo São controles que se destinam a fixar a imagem na tela. Estes controles são utilizados principalmente na observação de sinais alternados. Os controles de sincronismo são: x Chave seletora de fonte de sincronismo; x Chave de modo de sincronismo; x Controle de nível de sincronismo. Chave Seletora de Fonte de Sincronismo: Seleciona onde será tomada o sinal de sincronismo para fixar a imagem na tela do osciloscópio. Normalmente, esta chave possui três posições, pelo menos: (CH1, REDE e EXTERNO) 156 Capítulo 12 - Osciloscópios x POSIÇÃO CH1: O sincronismo é controlado pelo sinal aplicado ao canal 1. x POSIÇÃO REDE: Realiza o sincronismo com base na freqüência da rede de alimentação do osciloscópio (60 Hz). Nesta posição consegue-se facilmente sincronizar na tela sinais aplicados na entrada vertical que sejam obtidos a partir da rede elétrica. Como exemplo, medindo uma fonte AC. x POSIÇÃO EXTERNO: Na posição externo o sincronismo da figura é obtido à partir de outro equipamento externo conectado ao osciloscópio. O sinal que controla o sincronismo na posição externo é aplicado a entrada de sincronismo. Chave de Modo de Sincronismo: Normalmente esta chave tem duas ou três posições: (AUTO, NORMAL + e NORMAL �). x AUTO: Nesta posição o osciloscópio realiza o sincronismo automaticamente, com base no sinal selecionado pela chave seletora de fonte de sincronismo. x NORMAL +: O sincronismo é positivo, ajustado manualmente pelo controle de nível de sincronismo (TRIGGER), de modo que o primeiro pico que apareça na tela seja o positivo. x NORMAL �: O sincronismo é negativo, também ajustado manualmente, entretanto, o primeiro pico a aparecer é o negativo. Controle de Nível de Sincronismo (Trigger): É um controle manual que permite o ajuste do sincronismo quando não se consegue um sincronismo automático. Tem atuação nas posições NORMAL + e NORMAL �. 12.16 Pontas de Prova As pontas de prova são utilizadas para interligar o osciloscópio aos pontos de medida. Fig. 12.16 - Apresenta Dois Tipos Uma das extremidades da ponta de prova é conectada a uma das entradas do osciloscópio através de um conector e a extremidade livre serve para conexão aos pontos de medida. A extremidade livre possui uma garra jacaré, denominada de terra da ponta de prova, que deve ser conectada ao terra do circuito e uma ponta de entrada de sinal, que deve ser conectada no ponto que se deseja medir. Existem vários tipos de pontas de prova: Ponta de prova direta, atenuadora, demoduladora, etc. x Ponta de prova 1:1 (Direta); x Ponta de prova 10:1 (Atenuadora); Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 157 x Ponta detectora (Demodula o sinal de RF modulado). A ponta de prova 1:1 se caracteriza por aplicar à entrada do osciloscópio a mesma tensão ou forma de onda que é aplicada a ponta de medição. A ponta de prova 10:1 entrega ao osciloscópio apenas a décima parte da tensão aplicada a ponta de medição. As pontas de prova 10:1 permitem que o osciloscópio consiga observar tensões dez vezes maior que a sua capacidade. Por exemplo: Um Osciloscópio que permite leitura de tensões de 50 V com ponta de prova 1:1, com ponta de prova 10:1 poderá medir tensões de até 500 V (10x50 V). Existem pontas de prova que dispõe de um botão onde se pode selecionar 10:1 ou 1:1. Dependendo da posição deste botão, a ponta, apresentará mais ou menos capacitância. 12.17 - Compensando a Ponta Antes de usar uma ponta passiva você precisa compensa-la para balancear suas propriedades elétricas com um osciloscópio em particular. Você deve adquirir o hábito de compensar a ponta toda vez que for utilizar o osciloscópio. Uma ponta mal ajustada pode fazer com que as suas medições sejam menos precisas. As Fig. 12.17, Fig. 12.18 e Fig. 12.19 mostram o que acontece com as ondas medidas quando você utiliza uma ponta que não for devidamente compensada. A maioria dos osciloscópios têm um sinal de referência de onda quadrada disponível em um terminal no painel frontal, usado para compensar a ponta. A seguir, os passos para compensar uma ponta. x Conectar a ponta a um conector de entrada CH1; x Conectar a ponta de prova ao sinal de compensação de ponta CALL 5 V; x Ajuste a amplitude VOLTS/DIV e SEC/DIV para visualizar o sinal onda quadrada, conforme mostra a Fig. 12.17; x Fazer os devidos ajustes na ponta para que os cantos da onda fiquem quadrados. Para ajustar a ponta, insira uma chave de fenda no orifício indicado, observando o sinal na tela do osciloscópio, gire o parafuso do trimmer suavemente até a onda ficar bem quadrada (Veja as Fig. 12.17, Fig. 12.18 e Fig. 12.19). SINAL PARA AJUSTE DE RESPOSTA DA PONTA E VERIFICAÇÃO DE AMPLITUDE F = 1 KHz Amplitude = PPV5 Fig. 12.17 Ajuste Correto Fig. 12.18 Ajuste Incorreto Fig. 12.19 Ajuste Incorreto 158 Capítulo 12 - Osciloscópios 12.18 - Medidas de Tensão Volts por Divisão (Volts/Div): Este controle é muito utilizado durante a análise de circuitos. Girando o botão VOLTS/DIV, você pode alterar a amplitude do sinal mostrado na tela do osciloscópio; sempre que possível aumente a amplitude do sinal, com amplitude maior a leitura fica mais precisa. Tela do Osciloscópio: A tela do osciloscópio está dividida por uma grade que tem oito quadrados na vertical e dez na horizontal e cada quadrado está dividido por cinco divisões menores. Ver Fig. 12.21 e Fig 12.22. A amplitude de um sinal medido é obtida contando quantas divisões a forma de onda preenche no sentido vertical e multiplicando pelo fator indicado pelo controle de amplitude VOLTS/DIV (Fig. 12.21 e Fig. 12.22). Para qualquer sinal alternado, o resultado será sempre em ( PPV ) volts pico a pico. A Fig. 12.20 apresenta um exemplo de como se medir volts pico a pico de uma onda senoidal. Fig. 12.20 Calculando a Amplitude do Sinal: Fig. 12.21 Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 159 Fig. 12.22 12.19 - Medidas de Freqüência Posição e Segundos por Divisão: O controle de posição horizontal move a forma de onda para esquerda ou para direita. A configuração de segundos por divisão (geralmente escrito SEC/DIV) deixa você selecionar a taxa a qual a forma de onda é desenhada na tela (também conhecida como configuração da base de tempo ou velocidade de varredura). Esta configuração é o fator de escala. Por exemplo, se a configuração é de 10 Ps, cada divisão horizontal representa 10 Ps e a largura total da tela representa 100 Ps (dez divisões). Alterar a configuração SEC/DIV permite a você olhar a intervalos de tempo maiores ou menores do sinal. Como na escala VOLTS/DIV vertical, a escala SEC/DIV horizontal pode ter tempo variável, permitindo a você configurar a escala de tempo horizontal dentre as configurações descritas. Calculando a Freqüência do Sinal: Nos osciloscópio digitais esta tarefa é muito fácil, porque basta um simples toque em um botão para a freqüência ser mostrada na tela. Nos osciloscópios análogos, a fórmula � �Tseg1F tem que ser utilizada para calcular a freqüência do sinal. Siga os passos abaixo para calcular a freqüência: 1 - Ajuste o controle SEC/DIV para que um ou dois ciclos seja mostrado na tela; 2 - Posicione a chave (VARIABLE) na posição CALL ou desligada; 3 - Posicione o botão (x 10 MAG) na posição OFF desligado. Após estes procedimentos você já pode conectar a ponta do osciloscópio no ponto a ser medido e ler o período de um ciclo. A Fig. 12.23 e a Fig 12.24 apresenta um exemplo. Calculando a Freqüência: � �Tseg1F . 160 Capítulo 12 - Osciloscópios Fig. 12.23 Fig. 12.24 12.20 - Visualizações das Telas e seus Respectivos ControlesFig. 12.25 - A Tela não Apresenta Nenhuma Tensão de Entrada nas Deflexões Vertical e Horizontal Fig. 12.26 - A Tela Apresenta Apenas a Tensão na Entrada Horizontal Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 161 Fig. 12.27 - A Tela Apresenta as Tensões dos Canais 1 e 2, Sincronizado no Canal 2 Fig. 12.28 - A Tela Apresenta as Tensões dos Canais 1 e 2, Sincronizado no Canal 1 Fig. 12.29 - Forma de Onda de um Sinal de Vídeo Composto Fig. 12.30 - A Tela Apresenta Esta Forma de Onda, Sincronizado no Canal 2 e Modo TV-H 162 Capítulo 12 - Osciloscópios Fig. 12.31 - A tela Apresenta as Duas Formas de Onda Simultaneamente Aplicadas nos Canais 1 e 2, Visualizados no Modo DUAL Fig. 12.32 - A Tela Apresenta as Duas Formas de Onda Somadas, Algebricamente Visualizadas no Modo ADD Fig. 12.33 - Painel do Osciloscópio, Apresentando a Função de Sincronismo (TRIGGER) Fig. 12.34 - A Tela Apresenta uma Forma de Onda sem Sincronismo (Trigger Mau Ajustado) Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 163 Fig. 12.35 - A Tela Apresenta o Traço Horizontal Fora de Posição (Descentralizado) Fig. 12.36 - Painel do Osciloscópio, Apresentando o Modo de Ajuste da Rotação do Traço OBS.: Alguns osciloscópios possuem este ajuste, trace rotation. 13 OSCILOSCÓPIO DIGITAL 13.1 - Introdução O osciloscópio é um instrumento de medida que permite visualizar em tempo real a amplitude de uma tensão elétrica variável no tempo. O osciloscópio é de todos os instrumentos o de maior utilidade e complexidade, designadamente devido à necessidade de associar à medição a dimensão do tempo. Os osciloscópios atualmente existentes no mercado dispõem de diversos canais de leitura simultânea, em geral dois ou quatro, podendo ser de tipo analógico ou digital. É uma ferramenta essencial em qualquer indústria eletrônica ou laboratório que utilize sinais elétricos nas pesquisas. Os osciloscópios digitais são os de maior funcionalidade, permitindo designadamente somar e subtrair sinais entre canais, calcular valores médios, máximos e mínimos, determinar períodos e freqüências de oscilações dos sinais, imprimir ou transferir para um computador o conteúdo do visor, etc. Os osciloscópios são dotados de uma ponta de prova por canal, cujos terminais devem ser ligados em paralelo com o elemento cuja tensão aos terminais se pretende medir. 13.2 - Funcionamento do Osciloscópio Digital Os osciloscópios podem ser analógicos ou digitais. Os primeiros trabalham diretamente com o sinal aplicado que uma vez amplificado, desvia um feixe de elétrons em sentido vertical, proporcional ao seu valor. Os osciloscópios digitais utilizam-se previamente de um conversor Analógico/Digital para armazenar digitalmente o sinal de entrada, reconstruindo este sinal na sua saída. A Fig. 13.2 apresenta um diagrama de blocos do osciloscópio digital que tem a mesma função do osciloscópio analógico, porém usando outra tecnologia. Quando se conecta a ponta de prova do osciloscópio digital a um circuito, a seção vertical se ajusta à amplitude do sinal da mesma forma que seria em um osciloscópio analógico. O conversor analógico/digital do sistema de aquisição de dados faz a amostragem do sinal em intervalos de tempo e converte o sinal de voltagem contínua em valores digitais chamados de amostras. Na seção horizontal um sinal de relógio (clock) determina quando o sinal provindo do conversor A/D se torna uma amostra. A velocidade deste relógio se Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 165 denomina velocidade de amostra e é medida em amostra por segundo, conforme vemos na Fig. 13.1. Fig. 13.1 Fig. 13.2 - Diagrama de Blocos de um Osciloscópio Digital. O valores digitais amostrados se armazenam em uma memória como pontos do sinal. O número de pontos do sinal utilizado para reconstruir a imagem do sinal na tela se chama registro. O módulo de disparo determina o começo e o final de pontos do sinal no registro. O módulo de visualização recebe os pontos dos registros, que são armazenados na memória, para serem exibidos na tela do osciloscópio Dependendo da capacidade do osciloscópio, podemos ter recursos adicionais, sobre os pontos amostrados. Fundamentalmente, um osciloscópio digital é usado de forma similar a um analógico; para se poder fazer as medidas se necessita ajustar a amplitude e a base de tempo, comandos que intervem no disparo. 166 Capítulo 13 - Osciloscópio Digital 13.3 - Métodos de Amostragem Para sinais de baixa freqüência, os osciloscópios digitais podem perfeitamente reunir mais pontos do que os necessários para se reconstruir posteriormente o sinal na tela do osciloscópio. No obstante, para altas freqüências (dependerá da máxima velocidade do equipamento) o osciloscópio pode não recolher amostras suficientes e então pode-se recorrer a uma destas técnicas: Interpolação: Estima-se um ponto intermediário do sinal baseado no ponto anterior e posterior. Amostra por Tempo Equivalente: Quando o sinal é repetitivo é possível fazer amostras do ciclo em diferentes partes do sinal para depois se reconstruir o sinal completo. 13.4 - Amostragem em Tempo Real com Interpolação O método padrão de amostra dos osciloscópio digitais é fazer a amostra em tempo real, quando o osciloscópio reúne os pontos suficientes para reconstruir o sinal. Para sinais não repetitivos a parte transitória de um sinal é o único método válido de amostragem. Os osciloscópios utilizam a interpolação para melhor visualizar sinais que são mais rápidos que a velocidade de amostragem. Existem basicamente dois tipos de interpolação: Linear: Conecta os pontos amostrados com linhas retas. Senoidal: Conecta os pontos amostrados com curvas segundo um processo matemático, de forma que os pontos intermediários são calculados para realinhar os espaços entre os pontos reais da amostragem. Usando este processo, é permitido visualizar sinais com grande precisão dispondo de poucos pontos de amostragem, conforme mostra Fig. 13.3. Fig. 13.3 Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 167 13.5 - Amostragem em Tempo Equivalente Alguns osciloscópio digitais utilizam este tipo de amostragem. O sinal repetitivo é reconstruído capturando uma pequena parte de cada ciclo. Existem dois tipos básicos: Amostragem seqüencial: Os pontos aparecem da esquerda para a direita em seqüência para formar o sinal. Amostragem aleatória: Os pontos aparecem aleatoriamente para formar o sinal. Vejamos a Fig. 13.4. Fig. 13.4 13.6 - Características mais Importantes dos Osciloscópios Digitais Baseando-nos na taxa de amostragem podemos dividir os osciloscópios digitais em dois tipos: Osciloscópios Digitais de Tempo Real: Projetados para monitoração de sinais de evento único (single shot), ou seja, que ocorrem apenas uma vez. A tecnologia de sobreamostragem (taxa de amostragem em torno de 5 a 10 vezes a largura de banda) garante que com apenas uma seqüência de amostras de alta densidade (uma única aquisição ( um único evento de trigger) seja possível a reconstrução do sinal na tela com alto nível de detalhamento. Os osciloscópios digitais enquadram-se nesta categoria, visto que sua taxa de amostragem é de 1 GS/s, que representa 10 vezes o valor da largura de banda dos mais antigos, por exemplo, que é de l00 MHz. Osciloscópios Digitais de Tempo Equivalente: Projetados para monitoração de sinais repetitivos muito rápidos. Não demandam alta taxa de amostragem, pois devido à repetiçãodo sinal sendo amostrado, podem ser feitas várias aquisições do mesmo sinal, em instantes de tempo diferentes (vários eventos de trigger), sendo cada aquisição composta de algumas amostras do sinal. Ao final, todas as amostras 168 Capítulo 13 - Osciloscópio Digital adquiridas nos diversos ciclos de aquisição são processadas de modo a recompor o sinal na tela. Como exemplo, um osciloscópio digital que tenha taxa de amostragem de 100 MS/s e largura de banda de 200 MHz, significa que o mesmo opera em tempo real até freqüências da ordem de 20 MHz (aproximadamente 1/5 da taxa de amostragem), e após isso passa a operar em tempo equivalente. Profundidade de Memória: Como o osciloscópio digital trabalha com amostragem do sinal, necessita de uma memória para armazenar os diversos pontos adquiridos para formar a imagem na tela. Portanto o parâmetro profundidade de memória é o número de pontos que o osciloscópio pode armazenar (para compor uma forma de onda). Quanto maior o número de pontos armazenados, melhor a definição do sinal recomposto na tela. A escolha da profundidade de memória está diretamente ligada à complexidade do sinal: se o sinal a ser analisado for uma senóide bem comportada, um comprimento de memória de 500 pontos é suficiente; porém, para tentar encontrar anomalias de temporização em sinais digitais complexos, um grande comprimento de memória será requerido. Como exemplo típico, alguns osciloscópios digitais possuem um comprimento de memória de 2500 pontos, que associado à sua taxa de amostragem, são suficientes para analisar a maioria dos eventos transientes abaixo de l00 MHz encontrados na prática. Quanto ao trigger, é fácil deduzir que em um osciloscópio analógico, um sinal single shot (que requer um único evento de trigger) só aparecerá na tela do osciloscópio em um pequeno intervalo de tempo, que depende da persistência do fósforo. Portanto uma análise detalhada do sinal torna-se difícil neste caso. Já em um osciloscópio digital, uma vez “triggado”, o sinal single shot poderá ficar na tela o tempo que o usuário necessitar, bem como ser transferido para um computador ou impressora, já que o mesmo agora é um conjunto de números binários armazenados em memória. Outra vantagem do osciloscópio digital é que se existirem eventos infreqüentes muito rápidos, chamados “glitches”, existe o modo de detecção chamado Detecção de Picos, que permite capturar estes “glitches” durante a visualização de sinais em longos períodos de tempo. No osciloscópio analógico, estes eventos de alta velocidade podem ser perdidos devido à fraca intensidade de elétrons que se chocarão com o fósforo. Conforme já comentado, com osciloscópios digitais existe a possibilidade de extrairmos uma forma de onda diretamente para uma impressora ou para um arquivo em PC para posterior análise. Isto é possível através das interfaces de comunicação que podem acompanhar o osciloscópio (paralela, GPIB e RS-232), e do software chamado Wavestar, para análise de formas de onda em PC. 14 ANÁLISE DE SINAIS 14.1 - Analisador de Espectro O osciloscópio tem como função analisar uma forma de onda no domínio do tempo. Melhor dizendo, ele apresenta em função do tempo a onda captada na sua entrada vertical. Mas, se ao invés de desejarmos saber qual é a forma da onda de um sinal, e o porquê da sua forma, utilizaremos o analisador de espectro, pois ele analisa a forma de onda em função do domínio da freqüência. Ver Fig. 15.1. Fig. 14.1 Para análise perfeita desta forma de onda lembremos da teoria da Série de Fourier, a qual diz que qualquer forma de onda pode ser construída através de sinais senoidais de diferentes freqüências, amplitude e fase; qualquer sinal pode ser decomposto em senóides. A forma de onda em um osciloscópio, apresenta o resultado da super posição da onda senoidal fundamental com seus harmônicos. Com a utilização do analisador de espectro podemos separar essas ondas, analisar dirtorções da rede elétrica, (harmônicos) interferência eletromagnética e diversas aplicações em telecomunicações, como desvio de freqüências, fase e amplitude da portadora, inspeção de Rádio Fantasma, formas de diversas modulações como AM, FM e bandas laterais e modulações digitais, etc. 170 Capítulo 14 - Analise de Sinais Fig. 14.2 - Sinal Senoidal com Harmônicas. Existem dois tipos de analisadores de espectro. O tipo F.F.T. que tem a tecnologia oriunda das técnicas da Série Fourier (Fast Fourier Transform) e o tipo super heterodino que tem a tecnologia de um rádio receptor, utilizando conversores de freqüências. Ver Fig. 15.3. Fig. 14.3 - Diagrama de Blocos do Analisador do Tipo Heterodino. 14.2 - Princípios Básicos de Operação Para o início dos trabalhos, o técnico deverá tomar alguns cuidados como: a) Preparar o sinal a ser analisado. b) Preparar o equipamento de medida. c) Interpretação correta dos resultados obtidos. Independentemente do tipo e marca do analisador de espectro ele possui normalmente três controles básicos: Nível de referência, freqüência e Span/divisão, Fig. 15.4. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 171 Fig. 14.4 - Painel Frontal do Analisador de Espectro. 14.3 - Funções dos Controles do Painel Controle de Nível de Referência: Varia o nível do sinal de modo a produzir uma varredura de deflexão vertical completa na tela do instrumento. Ver Fig. 14.5 e Fig. 14.6. Fig. 14.5 - Ruído Fig. 14.6 - Modulação Controle de Freqüência: Varia a base de deflexão horizontal, no domínio da freqüência. Há dois modos de ajuste para a freqüência. a) Freqüência central: Adota o centro da tela como referência da medida. b) Freqüência de partida: Adota o início da varredura, no canto esquerdo da tela. Controle de Span: Varia a largura do espectro de freqüência apresentada na tela. O analisador de espectro pode ser acionado para funcionar como um rádio receptor de LHF, VHF ou UHV, dependendo da sua banda passante. 14.4 - Principais Características Para o Engenheiro ou Técnico saber escolher um analisador de espectro para a compra, é necessário compreender certos parâmetros, que descrevemos a seguir: Faixa de Freqüência: Deverá ser capaz de analisar a freqüência fundamental e seus harmônicos. Ver Fig. 14.7 e Fig 14.8. 172 Capítulo 14 - Analise de Sinais Fig. 14.7 - Freqüências Baixas para Banda-base e FI. Fig. 14.8 - Medidas de Harmônicos de 50 GHz e Superior Precisão: Deverá ser capaz de ter baixo índice de erro em amplitude e freqüência, neste caso, precisão absoluta e precisão relativa. Ver Fig. 14.9. Fig. 14.9 – Precisão Resolução - RBW (Resolution Bandwidth): Deverá ser capaz de distinguir dois sinais da mesma amplitude. Sensibilidade: É a capacidade do instrumento em detectar e medir sinais de baixa amplitude, como ruído, KTB (Constante de Boltzman, temperatura e largura da banda). Distorção: É a capacidade de não introduzir distorções internas não lineares. Ver Fig. 14.10. Faixa Dinâmica - Dynamic Range: É a razão máxima entre dois níveis de dois sinais simultâneos. Ver Fig. 14.11. Fig. 14.10 - Distorção Fig. 14.11 - Faixa Dinâmica A seguir podemos ver as telas dos tipos de analisadores de espectro com imagens típicas como exemplo: Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 173 14.5 - Analisador F.F.T. (Fast Fourier Transform) Característica: Apresenta as portadoras no domínio das freqüências e seus harmônicos simultaneamente. Fig. 14.12 - Analisador Fourier 14.6 - Analisador Superheterodino (Conversor) Característica: Apresenta as portadoras no domínio da freqüência e banda de freqüência da principal. Fig. 14.13 - Analisador de Varredura 14.7 - Aplicações do Analisador Espectral As Fig. 14.14 e Fig. 14.15 apresentam as diversas telas do analisador espectral. Na Fig. 14.14 é analisada uma onda senoidal pura e na Fig. 14.15 uma portadora modulada em amplitude com as duas bandas laterais. Fig. 14.14Fig. 14.15 174 Capítulo 14 - Analise de Sinais Para aplicações em freqüências acima de 100 MHz, os analisadores de espectro substituem sobremaneira os osciloscópios, na determinação de amplitudes, freqüências e fases de sinais nas faixas de VHF, UHV e SHF. 14.8 - Medição da Razão de Ondas Estacionárias Quando se trata do teste de transmissores, é fundamental a análise do sistema em si, como casamento de impedância entre o transmissor, a linha de transmissão e a antena. Um dos aspectos mais importantes é a de medida da razão de ondas estacionárias, comumente chamada de R.O.E., que indica a percentagem de energia efetiva gerada por um transmissor, irradiada pela antena. Um exemplo típico, quando a R.O.E. é de 3,0, isto quer dizer que apenas 75 % de energia é irradiada pela antena, sendo refletidos 25 % da energia; por outro lado, quando o R.O.E. é igual a 5,0 apenas 56 % é irradiada, retornando 44 % pela linha até o transmissor, podendo até romper o cabo coaxial ou danificar o transmissor. Quanto maior for a R.O.E., maior será a perda (atenuação) do cabo e menor será o ganho do sistema. Em inglês normalmente é escrito S. W. R., que corresponde a Standing Wave Ratio. 14.9 - Razão de Voltagem da Onda Estacionária (VSWR) Quando uma linha de transmissão termina com uma carga diferente a da impedância característica da linha, estarão presentes na linha uma onda refletida e uma onda incidente. A soma das ondas refletida e da incidente em cada ponto da linha, origina diferentes valores de voltagem (rms) eficaz em pontos diferentes da linha. Um voltímetro colocado em cada ponto da linha de transmissão indica uma voltagem (rms) que varia de ponto para ponto da linha, conforme mostrado na Fig. 14.16. A razão entre o maior e o menor valor rms da linha é denominada de razão de voltagem da onda estacionária (VSWR). Os maiores e os menores valores de rms são medidos em pontos diferentes da linha separados por uma distância igual a um quarto de comprimento de onda. Fig. 14.16 Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 175 Fig. 14.17 Igualmente, medições de valores rms de corrente em cada ponto da linha origina valores diferentes em cada um desses pontos, conforme mostrado na Fig. 14.17. A razão entre o menor e o maior valor de corrente rms é denominada de razão de corrente da onda estacionária (ISWR). O VSWR e o ISWR são iguais. Freqüentemente, o SWR é utilizado em lugar dos termos VSWR e ISWR. 14.10 - Razão de Onda Estacionária A melhor condição para a transmissão de potência a uma carga por uma linha de transmissão, é aquela em que os valores máximo e mínimo de corrente e de voltagem rms são iguais. O SWR é uma indicação da proximidade em que nos encontramos da condição ótima para transmissão de potência a uma carga. Quanto mais próximo o SWR estiver do 1:1, maior segurança estará o sistema. Ao determinar o SWR, é estabelecida uma razão em que se toma primeiro a quantidade maior. Experiências de laboratório e de campo provam que: 0 L Z Z SWR = Onde SWR é uma medida de discordância entre as impedâncias da carga e a linha. Como em todas as razões, SWR também pode ser representado como uma fração, de outra forma. MINRMS MAXRMS MINRMS MAXRMS I I V V SWR == A impedância característica é dada pela fórmula: C L Z0 = Onde L = indutância da linha e C = capacitância da linha. 176 Capítulo 14 - Analise de Sinais 14.11 - Impedância Característica (Z0) A impedância característica de uma linha de transmissão é aquela que apresenta no seu extremo, um conjunto teoricamente infinito. Como exemplo, temos o cabo coaxial tipo RG11 S/U, tem a impedância característica ( 0Z ) igual a 75 Ω. Isto quer dizer, que em qualquer ponto do cabo, teremos sempre a mesma impedância. A Figura abaixo mostra um antena de transmissão AM com a sua linha de transmissão e respectivas ondas de reflexão. 14.12 - Rendimento de um Sistema em Função da R.O.E. O rendimento de um sistema, isto é, a percentagem de energia que efetivamente é irradiada pela antena, em função da R.O.E. do sistema, é dado por: Fórmula Empírica η = Rendimento em % = 100 1.E.O.R 1.E.O.R 1 2 × » » ¼ º « « ¬ ª ¸ ¹ · ¨ © § + −− Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 177 Para evitar cálculos desnecessários, apresentamos na Tabela 14.1 a correspondência direta entre diversos valores de R.O.E. e de rendimento. Tabela 14.1 R.O.E. (SWR) Rendimento (%) 1,00 100 1,50 96 2,00 89 2,50 82 3,00 75 3,50 69 4,00 64 4,50 60 5,00 56 10,00 33 20,00 18 50,00 8 ∞ 0 (*) Os valores do rendimento foram aproximados para números inteiros. 14.13 - Medidor de R. O. E. A medição da razão de ondas estacionárias é facilmente feita com um pequeno aparelho chamado de “medidor de R.O.E.” ou refletômetro; na Fig. 14.18 apresentamos o aspecto típico desse medidor; na realidade, em alguns transmissores sofisticados, o medidor de R.O.E. já está incorporado ao equipamento, dispensando o uso de um aparelho adicional. Existe no mercado medidor de R.O.E. analógico e digital. Fig. 14.18 - Tipo de um Medidor de R.O.E. Analógico A utilização do medidor de R.O.E. é extremamente simples, devendo ser observada esta seqüência: a) Desconecte o cabo coaxial que liga a antena ao transmissor desatarraxando o conector coaxial correspondente. 178 Capítulo 14 - Analise de Sinais b) Introduza o medidor de R.O.E. entre o transmissor e a antena. A seguir apresentamos um exemplo ilustrativo. Suponhamos que o medidor de R.O.E. esteja indicando o número 2. Nesse caso diz-se que estamos com R.O.E. = 2; consultando a Tabela 15.1 podemos verificar o rendimento da instalação; no caso, para R.O.E. = 2, η = 89 % portanto, 11 % de energia que sai do transmissor é refletida. c) Siga as instruções do manual do equipamento utilizado. 14.14 - Medidor Digital de Relação de Onda Estacionária No mercado da instrumentação, está aparecendo com grande eficiência e precisão, o medidor digital de relação de onda estacionária, (SWR). Este tem uma característica ímpar, visto que em um mesmo aparelho; podemos medir SWR, perda de retorno (RL) e a distância até a falha. A entrada de dados é feita através de um teclado numérico. Ele possue como saída um display, que é um visor de cristal líquido (LCD) o qual fornece uma indicação gráfica da SWR ou RL, na faixa de freqüência selecionada. A medição da distância até a localização da falha é realizada através do software tools, que armazena os dados obtidos na medição e poderá ser utilizado através de um cabo serial, até uma porta de um microcomputador. Este instrumento é muito utilizado em Transmissor Rádio Base de Telefonia Celular. A operação deste instrumento pode ser dividido em três funções. Funções comuns, domínio de freqüência e domínio do tempo (depende do modelo utilizado). • As Funções Comuns: São funções de definição de opções e escalas generalizadas. • As Medições na Função Domínio da Freqüência: Podem medir a perda de retorno (RL), a relação de onda estacionária (SWR) e perda no cabo (CL) efetuadas em uma faixa de freqüência selecionável. • As Medições na Função Domínio da Distância: Conhecida como distância até a falha (DTF) são efetuadas em uma faixa de distância selecionável, localizando assim descontinuidades na linha de transmissão. Na Fig. 14.19 podemos ver um display apresentando a função de janela retangular, com a perda de retorno em decibéis versus distância até a falha. Fig. 14.19 • Perda de Retorno: É a medida de atenuação da potência refletida absorvida ou irradiada. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 179 • • Fig.14.19 a - Diagrama de ligação Fig 14.19 b - Wattimetro Bird Thruline • A medição da relação de tensão de onda estacionária (ROE ou VSWR - Voltage Standing Wave Ratio) tem sido desde há muito considerada como o indicador mais universal da saúdedos sistemas de transmissão.Com o medidor Wattimetro Bird Thruline pode-se medir a potência do transmissor e o seu ROE sem interromper a linha de transmissão.Embora seja possível utilizar instrumentos de precisão de medição de reflexão, tais como analisadores de rede vetoriais para fazer medições de alta qualidade em sistemas inativos, a medição da VSWR num sistema funcionando em operação é tipicamente realizada através da utilização de dispositivos de medição direcionais inseridos na linha de transmissão. Quando se usa um medidor de potência direcional para a medição VSWR, o valor é calculado baseado nos valores de potência direta e refletida e inserida em algumas fórmulas já definidas. 14.15 - Medidor de Intensidade de Campo Este equipamento permite determinar a intensidade relativa do sinal irradiado por uma antena. Muitos medidores de R. O. E. são acoplados a um medidor de intensidade de campo. Este instrumento é muito útil, por exemplo, para se verificar o diagrama de irradiação de uma antena, isto é, saber a intensidade relativa para cada direção em torno da antena. Quando da instalação de uma antena receptora, seja essa para faixas de VHF, UHF ou SHF, há necessidade de medir o campo elétrico de recepção, que vai ser apresentado pela máxima deflexão do galvanômetro, no caso de analógico ou em dígitos, no caso de digital; normalmente esta grandeza é dada em milivolts ou microvolts, dependendo do sistema. 15 TRANSDUTORES E SENSORES 15.1 - Introdução Os transdutores são dispositivos que transformam uma energia a um efeito correspondente a um sistema. TRANSDUTORES PASSIVO ATIVO Necessita de tensão de alimentação Não necessita de tensão de alimentação O transdutor converte sinais correspondentes a pressão, força, deslocamento, temperatura etc em sinais elétricos analógicos. Existem no mercado, diversos tipos de transdutores, com diversas finalidades e aplicações, como: Balanças de precisão, termômetros eletrônicos, controles automáticos de temperatura, pressão e vazão em caldeiras industriais, etc. Tabela 15.1 - Tipos de Transdutores TIPO APLICAÇÃO Dispositivo Potenciométrico Pressão, Deslocamento Tira Extensométrica Força, Torque, Deslocamento Tipo Pirani Vazão e Pressão de Gases Termistor (NTC) Temperatura Efeito Hall Fluxo Magnético, Corrente Elétrica Termopar Temperaturas Cristal Piezoelétrico Som, Vibração Capacitivo - (Eletreto) Som, Vibração Citamos abaixo alguns exemplos práticos de transdutores e os seus princípios de operação. a) Dispositivo Potenciométrico: Uma força externa posiciona o elemento móvel de um potenciômetro variando a sua resistência. b) Tira Extensométrica (strain-gages): A resistência elétrica de um fio metálico é modificada pela força externa de tração ou compressão. c) Tipo Pirani: A resistência de um filamento aquecido é variada pela transferência de calor para um gás. d) Termistor: A resistência não linear varia em certos óxidos metálicos ao ser aquecida como exemplo: PTC e NTC. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 181 e) Efeito Hall: Geração de uma DDP em uma superfície semicondutora, quando o fluxo magnético interage com uma corrente. f) Termopar: DDP gerada através de uma junção de metais diferentes quando a junção é aquecida (chromel, allumel, constantan, cobre). g) Cristal Piezoelétrico: DDP gerada quando uma força externa é aplicada a certos cristais como o quartzo. Transdutores e Sensores Térmicos: Esses componentes mudam suas características elétricas de acordo com a temperatura. Podemos destacar alguns: • Termistores • RTD's • Sensores integrados • Termopares A seguir, podemos ver uma tabela que apresenta as características dos principais transdutores. Não abordaremos aqui as características dos termistores, RTD's e sensores integrados. Vamos aqui fazer apenas um quadro comparativo entre esses componentes, visto que os termopares são os mais utilizados na indústria. TERMOPAR VANTAGENS DESVANTAGENS • Alta potência; • Simples; • Rústico; • Barato; • Ampla variedade; • Ampla faixa de temperatura • Não linear; • Baixa voltagem; • Requer Referência; • Estabilidade mínima; • Percepção mínima. RTD VANTAGENS DESVANTAGENS • Mais estável; • Mais exato; • Mais linear que o termopar. • Caro; • Requer fonte de energia; • Pequena ∆R; • Baixa resistência absoluta; • Auto aquecimento. 182 Capítulo 15 - Transdutores e Sensores TERMISTOR VANTAGENS DESVANTAGENS • Alta saída; • Rapidez; • Medida ôhmica nas duas vias; • Não linear; • Faixa de temperatura limitada; • Frágil; • Requer fonte de energia; • Auto aquecimento. SENSOR I.C. VANTAGENS DESVANTAGENS • Mais linear; • Alta saída; • Barato. • Temperatura maior que 200° C; • Requer fonte de energia; • Lento; • Auto aquecimento; • Configuração limitada. 15.2 - Par Termoelétrico e PT 100 É um par de metais que se baseia no princípio térmico. Esse princípio diz que quando dois fios compostos de materiais dissimilares são juntos em ambas extremidades, e uma dessas extremidades é aquecida, existe uma corrente contínua que circula no circuito termoelétrico. Todos os metais dissimilares mostram esse efeito. As combinações mais comuns de dois metais são mostradas nas tabelas. O Instituto Americano de Padrões Nacionais (ANSI) identificou e padronizou certos tipos de termopares e deu a cada um, uma letra de designação. Para cada tipo se definem varias coisas como tipos de metais usados, faixa de temperatura usada, código de cores, etc. Na Fig. 15.1 vemos um par termoelétrico e a junção fria de referência. Fig. 15.1 - Método Clássico de Utilização do Termopar Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 183 Termopar: Os termopares são sensores de maior uso industrial para a medição de temperatura. Eles cobrem uma faixa bastante extensa de temperatura que vai de − 200 a 2300° C aproximadamente, com uma boa precisão e repetitividade aceitável, tudo isto a um custo que se comparado com outros tipos de sensores de temperatura são mais econômicos. Teoria Termoelétrica: O fenômeno da termoeletricidade foi descoberto em 1821 por Seebeck, quando ele notou que em um circuito fechado formado por dois condutores metálicos e distintos A e B, quando submetidos a um diferencial de temperatura entre as suas junções, ocorre uma circulação de corrente elétrica. A existência de uma força eletro-motriz no circuito é conhecida como Efeito Seebeck, e este se produz pelo fato de que a densidade de elétrons livres num metal, difere de um condutor para outro e depende da temperatura. Quando este circuito é interrompido, a tensão do circuito aberto (Tensão de Seebeck) torna-se uma função das temperaturas das junções e da composição dos dois metais. Denominamos a junção na qual está submetida à temperatura a ser medida de “junção de medição” (ou junta quente) e a outra extremidade que vai se ligar no instrumento medidor de “junção de referência” (ou junta fria). Ver Fig. 15.1. Quando a temperatura da junção de referência é mantida constante, verifica-se que a F.E.M. térmica é uma função da temperatura, pois conhecendo-se a temperatura de referência e a F.E.M. gerada, determina-se a temperatura da junta de medição. Definição de Termopar: O aquecimento de dois metais diferentes com temperaturas diferentes em suas extremidades, gera o aparecimento de uma F.E.M. (da ordem de mV). Este princípio conhecido como efeito Seebeck propiciou a utilização de termopares para a medição de temperatura. Para pequenas mudanças na temperatura, a tensão Seebeck é linearmente proporcional a temperatura: Teab ∆×α= Onde α (Coeficiente Seebeck), é a constante de proporcionalidade. Normalmente uma das junções chamada “junção quente”, está sujeita a temperatura que está sendo medida, enquanto a outra junção, chamada “junção fria”, está mantidaa uma temperatura constante conhecida. Ver Fig. 15.2. Fig. 15.2 Grupos de Termopares: Podemos dividir em três grupos distintos. a) Termopares de base metálica ou básicos; b) Termopares nobres ou base de platina; c) Termopares novos. 184 Capítulo 15 - Transdutores e Sensores Os termopares básicos são os de maior uso industrial, tem o custo baixo, porém maior incidência de erro, são os que possuem base metálica. Tipos de Junções Metálicas: Existem vários tipos de junções utilizadas nos termopares, cada tipo com suas características, polarizações e aplicações; como exemplo apresentamos três tipos. Tipo T: Composição = cobre (+) e constantan (−). Faixa de utilização = − 200° a 350°. Tipo J: Composição = ferro (+) e constantan (−). Faixa de utilização = − 40° a 750°. Tipo K: Composição = cromel (+) e alumel (−). Faixa de utilização = − 200° a 1200°. Termopares Nobres: São aqueles cujas as ligas são constituídas de platina. Possue um custo elevado, porém uma alta precisão. Como exemplo o tipo S, R e B. Termopares Novos: São aqueles cujas ligas são constituídas de materiais novos, ainda não normalizados. Como exemplo temos o tipo N, que contem os metais nicrosil/nisil que é formado de níquel + cromo + silício e níquel + silício. Ver o gráfico da Fig. 15.3. Fig. 15.3 PT100: Temperatura é um dos parâmetros físicos mais medidos na atualidade, existindo diferentes sensores para esta aplicação, sendo que os RTD´s (Resistance Temperature Detector) são os mais utilizados. Apresentamos um exemplo com as características básicas de um dos sensores mais comum de temperatura do tipo RTD, o PT100, sendo este um dos mais utilizados quando se refere à medição de temperatura. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 185 Especificações. O PT100 oferece uma grande precisão sendo de + 0,2 oC e opera em uma faixa de -260 oC A +962 oC. Feito de platino e com resistência de 100 ohms a 0oC, é conhecido por ter uma alta estabilidade e resposta rápida fazendo com que ele possa ser utilizado em diferentes aplicações relacionadas com temperatura. Sua forma varia de acordo com o precesso de produção, podendo ser de platina do tipo flat-film ou wire-wound. Além do formato, uma grande diferença entre eles é que o flat-film é utilizado em aplicações onde se exige um tamanho manor. O seu funcionamento é simples, como sua resistência é proporcional de acordo com a temperatura, aplicando uma corrente conhecida por ele, se obtém uma tensão de saída que vai variar com a temperatura. O conhecimento da relação entre temperatura e resistência é fundamental para a sua aplicação. O PT100 pode ser conectado utilizando 2, 3 ou 4 fios de acordo com a aplicação. Quando utilizado com dois fios, sua exatidão pode ser prejudicada por causa da resistência ser aplicada em serie com ele. Fig. 15.4 - PT100 com 2 fios (Fonte: Data Sheet - 5) Quando utilizado com 3 fios, permite um compensação para a resistência do fio, o único inconveniente é que os fios conectores devem ter a mesma características. Fig. 15.5 - PT100 com 3 fios (Fonte: Data Sheet - 5) 186 Capítulo 15 - Transdutores e Sensores Quando utilizado com 4 fios, elimina a possibilidade de queda de tensão, a qual poderia acontecer somente com 2 fios. Fig 15.6 - PT100 com 4 fios (Fonte: Data Sheet - 5) Aplicações: Como já foi visto, o PT100 é muito utilizado, a seguir será apresentado algumas de suas utilizações. O Mini MCR-SL-PT100-UI-200 é um transdutor de temperatura isolado produzido pela PHOENIX CONTACT, que utiliza um PT100 de 2, 3 ou 4 fios, com a possibilidade de configuração de sinal de saída, temperaturas a ser medidas, sistema de conexão e diferentes tipos de avaliação de erros. 15.3 - Sensores Como todos sabemos, a automação industrial está diretamente ligada a engenharia dos dias de hoje, e os sensores são extremamente úteis em tais projetos. O propósito deste capítulo é apresentar um resumo sobre sensores identificando seus mais variados tipos e especifica-los para cada aplicação. Daremos uma maior atenção aos sensores de proximidade e fotoelétricos, tendo em vista sua vasta utilização em todos os setores industriais. O uso de sensores permite por exemplo, que um robô possa interagir com o ambiente que o rodeia de uma forma flexível. Isto não acontece nas operações pré- programadas onde um robô é ensinado como proceder para realizar tarefas repetitivas através de um conjunto de funções programadas. Apesar do último caso ser o mais predominante nos robôs industriais, o uso da tecnologia dos sensores introduz nas máquinas um maior nível de inteligência para lidar com o seu meio e é objeto de uma pesquisa intensa no campo da robótica. Um robô que possa sentir e ver como o homem, é mais fácil de treinar para realizar tarefas complexas e requer, ao mesmo tempo, mecanismos de controle menos rígidos e atentos que os das máquinas pré-programadas. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 187 Um sistema sensorial, é também mais facilmente adaptável a uma maior variedade de tarefas, atingindo desta forma um maior grau de universalidade e que no limite se repercutirá em custos de produção e de manutenção menores. Funções: Fundamentalmente as funções dos sensores utilizados em robôs podem se dividir em duas categorias: de estado interno e de estado externo. Os sensores de estado interno, tratam essencialmente da detecção de variáveis como por exemplo a localização das articulações do(s) braço(s) e não será objeto de desenvolvimento neste livro. Os externos, por outro lado, tratam da detecção de variáveis como distância, proximidade e tato. Os sensores externos podem ser classificados como sendo ou não de contato. Como o nome indica, os primeiros reagem com o contato físico como o toque, o momento das forças, o deslizar, enquanto que os últimos se baseiam nas variações acústicas e das radiações eletromagnéticas. SENSORES EXTERNOS: A seguir apresentamos um resumo dos principais tipos de sensores externos. Sensores de Proximidade: Podemos afirmar que os sensores de distância estimam a distância entre o sensor e um determinado objeto, já os sensores de proximidade tem geralmente uma saída binária que indica a presença de um objeto a uma distância pré- definida. Sensores de Distância: Um sensor de distância tem a capacidade de medir a distância entre um ponto de referência (normalmente outro sensor) e os objetos no campo de atuação do sensor. Estes tipos de sensores são usados na navegação dos robôs e no desvio de obstáculos, onde a sua utilização consiste no estimar das distâncias para os objetos mais próximos, em aplicações onde a localização e a forma desses objetos é necessária. Sensores de Toque: Os sensores de toque, são utilizados para obter informação relativa ao contato entre o(s) braço(s) do robô e os objetos do meio que o(s) circunda(m). A informação de toque pode ser usada, por exemplo, para a localização e reconhecimento de objetos, bem como para controlar a força exigida pelo(s) braço(s) num determinado objeto. Sensores de Força e de Momento: Os sensores de força e de momento, são usados principalmente para medir as forças de reação geradas durante a interação do robô com outros objetos. As abordagens mais usuais para conseguir obter essas forças são as utilizações de sensores do pulso ou os sensores das junções nos braços. 15.4 - Sensor de Proximidade, Indutivo e Capacitivo É um dispositivo que provoca uma mudança elétrica em um circuito, como resultado da aproximação de um material, sendo ele metal (sensor indutivo ou sensor capacitivo). Princípio de Funcionamento: O sensor de proximidade é constituído principalmente de três blocos de circuitos descritos abaixo: • Circuito oscilador LC; • Avaliador de sinais; • Amplificador chaveado. 188 Capítulo 15 - Transdutores e Sensores O circuito oscilador gera um campo de alta freqüência eletromagnética alternada.180 15.2 - Par Termoelétrico e PT100 ........................................................................... 182 15.3 - Sensores ....................................................................................................... 186 15.4 - Sensor de Proximidade, Indutivo e Capacitivo .............................................. 187 15.5 - Introdução à Medição Eletrônica de Pressão ............................................... 192 CAPÍTULO 16: PROCESSAMENTO DIGITAIS DE SINAIS 16.1 - Filtros Digitais ................................................................................................ 196 16.2 - Interface GPIB, RS485 e RS232 .................................................................. 199 CAPÍTULO 17: TÉCNICAS DE MEDIÇÃO DE FIBRAS ÓPTICAS 17.1 - Introdução ..................................................................................................... 201 17.2 - Vantagens das Fibras Ópticas sobre Sistemas de Telecomunicações Convencionais ............................................................................................... 202 17.3 - Aplicações de Fibras Ópticas em Sistemas de Comunicações .................... 202 17.4 - Constituição da Fibra Óptica ......................................................................... 203 17.5 - Tipos de Fibras Ópticas ................................................................................ 203 17.6 - Atenuação nos Cabos Ópticos ...................................................................... 205 17.7 - Comprimentos de Ondas Operacionais ........................................................ 205 17.8 - Objetivo das Medições.................................................................................. 205 17.9 - Tipos de Medições ........................................................................................ 206 17.10 - Atenuação ................................................................................................... 206 17.11 - Medição por OTDR ...................................................................................... 209 17.12 - Analisadores de Fibras Ópticas .................................................................. 211 17.13 - Aferição ....................................................................................................... 212 CAPÍTULO 18: INSTRUMENTOS ELETRÔNICOS UTILIZADOS EM TELECOMUNICAÇÕES 18.1 - Instrumentos Analógicos e Digitais ............................................................... 213 CAPÍTULO 19: INSTRUMENTAÇÃO ELETRÔNICA VIRTUAL 19.1 - Introdução e Função de Cada Instrumento ................................................... 217 Bibliografia ......................................................................................................... 221 Introdução A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE UNIDADES O primeiro sistema de unidades, o pioneiro, foi proposto por Gauss em 1832 e aceito internacionalmente, baseado no centímetro, grama e segundo; sendo assim denominado o sistema CGS. Como os números deste sistema tornaram-se grandes, surgiu então a necessidade de se implantar o sistema MKS, aprovado somente em 1960, pela 11ª Conferência Internacional de Pesos e Medidas. Com a evolução tecnológica, surgiu a necessidade de uma outra mudança de sistema, surgiu assim o SI, que é o Sistema Internacional de Unidades o qual na realidade é uma adaptação do MKS. O SI é o fundamento da metrologia moderna. As unidades principais da eletricidade, foram definidas como padrão, como descritas abaixo: 1 Ohm corresponde a uma resistência de uma coluna de mercúrio com 106,3 cm de comprimento, 14,4521 g de peso a 10º C. 1 Volt corresponde a diferença de potencial entre dois pontos em um condutor que dissipa 1 Watt, quando circula uma corrente de 1 Ampére o qual é igual a 1 Coulomb/s. Com relação a potência, fica definido como valores standard, 1 CV ≅ 736 Watts e 1 HP ≅ 746 Watts. Com a nova tecnologia óptica, foi exigida unidades para medição da luz. As unidades criadas a partir de 1960 foram: Candela, o Lúmen e o Lúx, assim definidas: Candela: é a unidade de intensidade luminosa, em uma direção de uma radiação monocromática. Lúmen: é a unidade que avalia o fluxo luminoso emitido por uma fonte puntiforme de 1 candela. Lúx: é a unidade de iluminação de uma superfície plana de 1 m2 por um fluxo luminoso de 1 lúmen. O Sistema Internacional de unidades (SI), consiste de 28 unidades. Sendo 7 unidades de base, 2 unidades derivadas admensionais e 19 unidades derivadas. As unidades de base formam os parâmetros para todas as demais unidades, as unidades de base são: metro, quilograma, segundo, ampère, kelvin, candela e mol. UNIDADES LEGAIS NO BRASIL As unidades legais no Brasil foram definidas através das unidades bases, com o critério padrão de unidade de medida. Entendemos como uma unidade de medida, como uma grandeza definida e aceita por convenção e com ela podemos comparar outras grandezas da mesma natureza quanto às suas magnitudes. Eng. Arilson Bastos xi UNIDADE SÍMBOLO Metro m Comprimento Metro Quadrado m2 Área Metro Cúbico m3 Volume Quilograma Kg Massa Grama g Massa Litro l ou L Volume ou Capacidade Mililitro ml ou mL Volume ou Capacidade Quilômetro Km Comprimento (Distância) Quilometro por Hora Km/h Velocidade Hora h Tempo Minuto min Tempo Segundo s Tempo Grau Celsius ºC Temperatura Kelvin K Temperatura Termodinâmica Hertz Hz Freqüência Newton N Força Pascal Pa Pressão Watt W Potência Ampére A Intensidade de Corrente Elétrica Volt V Tensão Elétrica Candela cd Intensidade Luminosa FORMAÇÃO DOS MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DAS UNIDADES DE MEDIDA MEDIANTE O EMPREGO DOS “PREFIXOS SI” PREFIXO A SER ANTEPOSTO AO NOME DA UNIDADE SÍMBOLO A SER ANTEPOSTO AO DA UNIDADE FATOR PELO QUAL É MULTIPLICADO A UNIDADE Exa E 1.000.000.000.000.000.000 ou 1018 Peta P 1.000.000.000.000.000 ou 1015 Tera T 1.000.000.000.000 ou 1012 Giga G 1.000.000.000 ou 109 Mega M 1.000.000 ou 106 Quilo K 1.000 ou 103 Hecto h 100 ou 102 Deca da 10 Deci d 0,1 ou 10-1 Centi c 0,01 ou 10-2 Mili m 0,001 ou 10-3 Micro ȝ 0,000001 ou 10-6 Nano n 0,000000001 ou 10-9 Pico p 0,000000000001 ou 10-12 Femto f 0,000000000000001 ou 10-15 Atto a 0,000000000000000001 ou 10-18 OBS.: As grafias Fento e Ato são admitidas em obras sem caráter técnico. Exemplo de aplicação dos múltiplos e submúltiplos: 0,000003 seg = 6103 −× seg = 3 µseg 9.000.000.000 m = 9109 × m = 9 Gm 105.000.000 Hz = 610105 × Hz = 105 MHz xii Introdução INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL Os processos industriais exigem o controle e fabricação de seus produtos. É necessário controlar e manter constantes algumas variáveis, como: Pressão, vazão, temperatura, nível, PH, velocidade, umidade, etc. Os Instrumentos de medição e controle permitem manter constantes as variáveis do processo para atender o projeto. Antigamente usava-se manualmente este controle com instrumentos simples como: manômetro, termômetro, válvulas, etc. Hoje com a demanda muito alta em capacidade de produção, exige-se a automatização. As transformações tecnológicas surgiram na sequência: Controle manual; controle mecânico e hidráulico; controle peneumático, controle elétrico, controle eletrônico analógico, e por último digital. Os processos industriais se dividem em dois tipos; Processo contínuo e descontínuo (ambos mantêm as variáveis próximas aos valores desejados). O sistema de controle que permite fazer isto, é aquele que compara o valor da variável do processo com o valor desejado e torna a atitude de correção de acordo com desvio existente, sem a intervenção do operador. Para que possa realizar esta comparação há necessidade, que se tenha uma unidade de medida padrão, uma unidade de controle e um elemento final de controle de processo. (Malha de controle fachada, ver Fig. 01). Este conjunto de unidadesO campo é emitido na face sensora do sensor. Os limites desse campo eletromagnético passam a ser os limites da distância sensora, ou seja, qualquer material que entrar nesse campo (metal no caso de sensores indutivos) vai alterar a freqüência gerada pelo circuito LC reduzindo a oscilação. O avaliador de sinais detecta essa redução e converte esse sinal em um sinal de chaveamento. Tipos: Abordaremos os principais tipos de sensores de proximidade, o sensor indutivo e o capacitivo. O sensor indutivo é um dispositivo sensor de metal e o capacitivo detecta todos os materiais, incluindo líquidos e pó. • Indutivo x Capacitivo: Os sensores de proximidade indutivo e capacitivo possuem circuitos semelhantes. Porque os sensores indutivos só detectam os metais e os capacitivos detectam todos os materiais? Essa pergunta pode ser respondida, se atentarmos para o fato que os sensores para serem ativados precisam de uma alteração em seu sinal de operação. 1) Indutivos: A voltagem, a queda de tensão em um indutor é dada pela fórmula dt di LVL ×= . Para que ocorra uma diferença nesta corrente I, é necessário que um metal (condutor) seja introduzido no campo. Sensor de Proximidade Indutivo: São equipamentos eletrônicos capazes de detectar a aproximação de peças, componentes, elementos de máquinas, etc, em substituição às tradicionais chaves de fim de curso. A detecção ocorre sem que haja o contato físico entre o acionador e o sensor, aumentando a vida útil do sensor por não possuir peças móveis sujeitas a desgastes mecânicos. Ver Fig. 15.7. Funcionamento: O princípio de funcionamento baseia-se na geração de um campo eletromagnético de alta freqüência, que é desenvolvido por uma bobina ressonante instalada na face sensora. A bobina faz parte de um circuito oscilador, que em condição normal (desacionada), gera um sinal senoidal. Quando um metal aproxima-se do campo, este por correntes de superfície (Foulcault), absorve a energia do campo, diminuindo a amplitude do sinal gerado no oscilador. A variação de amplitude deste sinal é convertida em uma variação contínua, que comparada com um valor padrão, passa a atuar no estágio de saída. Fig. 15.7 Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 189 2) Capacitivos: A voltagem, a queda de tensão em um capacitor é dada pela fórmula dt dv CVC ×= . Diferente do sensor indutivo, para que ocorra uma diferença na tensão V, não será necessário exclusivamente que um metal (condutor) seja introduzido no campo, já que qualquer outro material vai agir como um dielétrico, alterando o campo da mesma forma. Sensor de Proximidade Capacitivo: Os sensores de proximidade do tipo capacitivos são equipamentos eletrônicos capazes de detectar a presença ou aproximação de materiais orgânicos, plásticos, pós, líquidos, madeiras, papéis, metais, etc. Funcionamento: O princípio básico de funcionamento baseia-se na geração de um campo elétrico, desenvolvido por um oscilador controlado por capacitor. O capacitor é formado por duas placas metálicas, carregadas com cargas elétricas opostas, montadas na face sensora, de forma a projetar o campo elétrico para fora do sensor, formando assim um capacitor que possui como dielétrico o ar. Quando um material aproxima-se da face sensora, ou seja, do campo elétrico, o dielétrico do meio se altera, alterando também o dielétrico do capacitor frontal do sensor. Como o oscilador do sensor é controlado pelo capacitor frontal, quando aproximamos um material, a capacitância também se altera, provocando uma mudança no circuito oscilador. Esta variação é convertida em um sinal contínuo, que comparando com um valor padrão, passa a atuar no estágio da saída. Ver Fig. 15.8. Fig. 15.8 3) Outros Tipos de Sensores: a) Sensores Ultra-sônico e Óptico: O princípio básico do funcionamento do sensor ultra-sônico, é através de um emissor e um receptor. O emissor emite uma onda ultra-sônica em uma determinada freqüência e distância conhecida, até o receptor. Quando um objeto interfere no campo do sinal ultra-sônico, o tempo de transmissão é modificado, atuando assim o sensor. O sensor de proximidade óptico atua de forma parecida só que ao invés de emitir uma sinal ultra-sônico, este emite um raio de luz. b) Sensor Fotoelétrico: Este tipo de sensor, é muito utilizado no mercado devido a sua facilidade de adaptação aos mais diferentes tipos de aplicações. Os sensores fotoelétricos, também conhecidos por sensores ópticos, têm a função de manipular a luz de forma a detectar a presença do acionador, que na maioria das aplicações é o próprio produto. c) Funcionamento: O seu princípio é baseado na transmissão e recepção de luz infravermelha (invisível ao ser humano), que pode ser refletida ou interrompida por um objeto a ser detectado. Ver Fig. 15.9. 190 Capítulo 15 - Transdutores e Sensores Os fotoelétricos são compostos por dois circuitos básicos: um responsável pela emissão do feixe de luz, denominado transmissor, e outro responsável pela recepção do feixe de luz, denominado receptor. Fig. 15.9 O transmissor emite e envia o feixe de luz através de um fotodiodo, que gera flashes, com alta potência e curta duração, para evitar que o receptor confunda a luz emitida pelo transmissor com a iluminação ambiente. O receptor é formado por um fototransistor sensível a luz, que em conjunto com um filtro sintonizado na mesma freqüência de pulsação dos flashes do transmissor, faz com que o receptor entenda apenas a luz vinda do transmissor. 4) Tipos: a) Sistema por Barreira: O transmissor e o receptor estão em unidades separadas e devem ser dispostos um frente ao outro, de modo que o receptor possa constantemente receber a luz do transmissor. O acionamento da saída ocorrerá quando o objeto a ser detectado interromper o feixe de luz. Veja Fig. 15.10 e Fig. 15.11. Fig. 15.10 - Barreira para 10 m. Fig. 15.11 - Barreira para 1 cm: Devido a grande potência de luz emitida, o alinhamento entre o transmissor e receptor torna-se muito simples. Neste exemplo o seu feixe de luz atravessa até 8 toalhas de papel. Este modelo quase não exige manutenção devido ao Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 191 poderoso feixe de luz, que permite a operação do sensor até com acúmulo de poeira nas lentes. b) Sistema por Difusão (Fotosensor): Neste sistema o transmissor e o receptor são montados juntos na mesma unidade. Sendo que o acionamento da saída ocorre quando o objeto a ser detectado entra na região de sensibilidade e reflete para o receptor o feixe de luz emitido pelo transmissor. Veja Fig. 15.12. Fig. 15.12 - Fotosensor para 0,5 m e 1 mm. c) Sistema Refletivo: Este sistema também apresenta o transmissor e o receptor em uma única unidade. O feixe de luz chega ao receptor somente após ser refletido por um espelho prismático, e o acionamento da saída ocorrerá quando o objeto a ser detectado interromper este feixe. Veja Fig. 15.13. Fig. 15.13 - Refletivos com Filtro para 5 m. O espelho prismático permite que o feixe de luz refletido para o receptor seja paralelo ao feixe transmitido pelo transmissor, devido as superfícies inclinadas a 45°, o que não acontece quando a luz é refletida diretamente por um objeto, onde a luz se espalha em vários ângulos. A distância sensora para os modelos refletivos é em função do tamanho (área de reflexão) e, o tipo de espelho prismático utilizado. Veja Fig. 15.14. Fig. 15.14 - Espelho Prismático. A seguir apresentamos os detectores de transparência e objetos brilhantes, que são muito utilizados na indústria. 192 Capítulo 15 - Transdutores e Sensores d) Detecção de Transparência: A detecção de objetos transparentes, tais como: garrafas de vidro, vidros planos, etc; podem ser detectados com a angulação do feixe em relação ao objeto, ou através de potenciômetros de ajuste de sensibilidade, mas sempre aconselha-se um teste prático. A detecção de garrafas plásticas tipo PET, requerem sensores especiaispara esta finalidade. Veja Fig. 15.15. Fig. 15.15 - Detecção de Objetos Transparentes: Este modelo foi especialmente desenvolvido para detectar objetos transparentes, tais como: garrafas plásticas (PET) de bebidas; e devido ao seu sistema exclusivo de lentes, pode detectar seguramente os objetos, sem sinais falsos. e) Detecção de Objetos Brilhantes: O sistema refletivo é utilizado na detecção de objetos brilhantes ou superfícies polidas, tais como: engradados plásticos para vasilhames, etiquetas brilhantes, etc; cuidados especiais são tomados, pois o objeto neste caso pode refletir o feixe de luz e acionar erradamente alguns dispositivos. Confundindo o receptor que não aciona a saída, ocasionando uma falha de detecção. A fim de evitar que isto ocorra, aconselha-se utilizar um dos métodos descritos a seguir. 15.5 - Introdução à Medição Eletrônica de Pressão Antes de iniciarmos o estudo da medição eletrônica de pressão, faremos uma pequena revisão. Pressão: É a força aplicada na superfície de um corpo e é medida em Kg/cm2; Pressão Atmosférica: É o peso exercido pela força da gravidade na atmosfera; Ao nível do mar ⇒ 1,033 Kg/cm2 Pressão Absoluta: É a pressão abaixo do nível do mar, (Vácuo perfeito); Pressão Manométrica: É a pressão comparada com a atmosférica; Se a pressão manométrica é inferior a zero, ou a 1,033 Kg/cm2, tem-se o vácuo e é medido em mmHg ou inch/Hg. Manômetros: Na indústria são encontrados equipamentos que medem a pressão de um gás, vapor ou líquido; são os manômetros, os quais são calibrados como referência a pressão atmosférica. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 193 Existem dois tipos de manômetros: • Manômetro Composto: Mede pressões negativas e positivas. • Manômetro, também chamado de ALTA: Mede pressões positivas. 1 bar = 510 Pa; 1 polegada de mercúrio = 2,54 cm/Hg; 1 centímetro de mercúrio = 0,3937 polegadas de mercúrio; Pressão = Pascal (Pa); lbf/in2 = psi = 6,894757 Kpa. Todos os transmissores e transdutores de pressão convertem uma pressão aplicada em um sinal elétrico de saída padronizado. Este sinal é enviado à Computadores de Processo, PLC (Controladores Lógicos Programáveis), Controladores de Processo, Registradores e Indicadores de painel ou outros dispositivos que interpretam este sinal para indicar, registrar e/ou controlar a pressão do processo que está sendo monitorado. O sinal de saída mais utilizado em aplicações industriais é o de 4-20 mA com circuito de 2 fios (loop de corrente). Outros sinais utilizados são 1-5 V, 0-5 V, 0-10 V (circuito de 3 fios) e 0-100 mV (circuito de 4 fios). Por simples convenção, um Transmissor de Pressão fornece o sinal de saída de 4-20 mA com circuito a 2 fios (loop de corrente) enquanto um Transdutor de Pressão fornece o sinal de saída em tensão com circuito de 3 ou 4 fios. Isto pode criar um pouco de confusão e ambigüidade e consideramos ser útil a observação de que sensores de pressão de aplicação geral são habitualmente referidos como transdutores de pressão. No vocabulário metrológico o Transdutor de Medição é todo dispositivo que fornece uma grandeza de saída que tem uma correlação com a grandeza de entrada e o Sensor é um elemento de medição que é diretamente aplicado à grandeza a medir. A principal e mais importante característica destes instrumentos é que, independentemente o tipo ou modelo, o sinal de saída é linear. Isto significa que o sinal de saída é diretamente proporcional à pressão aplicada. Linearidade: Alguns transmissores produzidos são instrumentos com faixa de medição fixa, e são parcialmente especificados pela faixa de medição e tipo de sinal de saída. Por exemplo, um transmissor com faixa de medição de 0-100 psi e 4-20 mA de sinal de saída, irá produzir uma saída de 4 mA a 0 psi e 20 mA a 75 psi. Ver a Fig. 15.16. Fig. 15.16 - Linealidade 194 Capítulo 15 - Transdutores e Sensores Precisão: É a diferença existente entre a curva característica real e a ideal expressa em percentagem da faixa de medição do transmissor. Na determinação da precisão são considerados os desvios de linearidade, histerese e repetibilidade. A maioria dos transmissores tem menos que 0,25 % de desvio de linearidade. Ver Fig. 15.17. Fig. 15.17 - Precissão Quando avaliar e comparar precisão, observe e considere que existem muitas metodologias de cálculo e análise à influência e existência de compensação dos efeitos de temperatura. O ambiente industrial raramente oferece as condições ideais de laboratório que podem ter sido consideradas na determinação da precisão informada. Aplicações: Exemplo de alguns modelos e características: Transmissores de Pressão Standard: Transmissores de uso geral oferecendo precisão de ±0,5 % ou ±0,25 %. Aplicações sistemas hidráulicos e pneumáticos. Transmissores com Membrana Frontal: Ideal para aplicações em meios de medição com alta viscosidade ou contando sólidos em suspensão oferecendo precisão de ±0,5 % ou ±0,25 %. Transmissores de Pressão Intrinsecamente Seguros: Aplicado em áreas classificadas com risco de explosão. Eles requerem o uso associado de uma barreira de segurança intrínseca. Transmissores de OEM: Instrumentos com classe de precisão de ±0,5 % e sem ajuste de zero. Aplicado para uso geral. Eles são uma alternativa de baixo custo aos transmissores industriais. Sensores de OEM: Fornece um sinal de saída em mV e são dedicados para aplicações OEM seriadas. Transmissores Tipo Sonda para Medição de Nível: Montagem de topo e operação submersa com aplicação na medição de nível por pressão hidrostática. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 195 CONVERSÃO DE UNIDADES DE PRESSÃO – ATM ATM = atmosfera Pascal = Pa = Newton/metro² = N/m² kgf/cm² = kgf/cm² Ibf/In² = psi = Ibf/in² Torr = Torriceli = mmHg 1 bar = 1 e 5 Pa = 750,062 Torr Mca = Metros de coluna d`água. 16 PROCESSAMENTO DIGITAIS DE SINAIS 16.1 - Filtros Digitais Para o estudo de processamento digital de sinais é imprescidível revisarmos os filtros digitais. a) Filtros Digitais: Processamento Digital de Sinais (DSP) oferece melhor flexibilidade, maior performance (em termos de atenuação e seletividade), melhor tempo e estabilidade e menor custo de produção do equipamento que as técnicas analógicas tradicionais. Adicionalmente, um maior número de circuitos microprocessados estão sendo disponibilizados com técnicas DSP a custos efetivos: um exemplo disto é a difusão de estações base celulares com DSP. Componentes disponíveis hoje permitem estender DSP da banda base para freqüências intermediárias (FI). Isto torna DSP útil para sintonia e seletividade de sinal, e conversão para freqüência superiores e inferiores (modulação/ demodulação). Estas novas aplicações de DSP resultam de avanços obtidos na filtragem digital. Este capítulo fará um “overview” de filtragem digital indicando conceitos os quais podem ser estendidos para processamento de banda base em processadores digitais de sinais programáveis. b) Conceitos de Filtragem Digital: Um filtro digital é um convolutor em amplitude discreta e tempo discreto. A teoria da transformada de Fourier estabelece que a convolução linear de duas seqüências no domínio do tempo é o mesmo que a multiplicação das duas seqüências espectrais correspondentes no domínio da freqüência. Filtragem é em essência a multiplicação do espectro do sinal pela resposta no domínio da freqüência do filtro a um impulso. Por exemplo, para um filtro passa baixa ideal, a parte da banda do espectro do sinal que passa é multiplicada por um e a parte filtrada é multiplicada por zero. c) Filtros Analógicos, Filtros Digitais Baseados em “Software” e Filtros Digitais Baseados em “Hardware”: Devido o modo que os filtros analógicos e digitais são fisicamente implementados, um filtro analógico é mais eficiente tanto em tamanho quanto potência; no entanto mais sensível aos componentes, que sua contrapartida digital; se ele podeser implementado diretamente de alguma forma. Em geral, quando a freqüência do sinal cresce, a disparidade na eficiência também cresce. Características de aplicações onde filtros digitais são mais eficientes em tamanho e potência que os filtros analógicos são: fase linear, atenuação de banda de parada muito grande, ripple na banda de passagem muito baixo, resposta do filtro programável ou adaptável, filtros que precisam manipular fase e filtros com fatores de corte muito pequenos (o fator de corte de um filtro é a razão da largura Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 197 da banda passante do filtro mais a largura da banda de transição pela a largura da banda passante do filtro). Microprocessadores de sinais digitais de uso geral, atualmente dispositivos comuns, são usados em uma larga faixa de aplicação e podem implementar filtros digitais moderadamente complexos na faixa da freqüência de áudio. Muitos algoritmos padrões de processamento de sinais, incluindo filtros digitais s o disponí eis em pacotes de “software” para processadores digitais de sinal. Como resultado, o custo de desenvolvimento de “software” tri ial uando amorti ado so re grandes uantidades. A arquitetura de microprocessadores de sinais digitais é normalmente otimizada para realizar o cálculo de uma soma de produtos com dados de RAM ou ROM. Eles não são otimizados para alguma função DSP específica. Entretanto, para obter desempenho para taxas de amostragens maiores, um filtro digital necessita de um hardware projetado para desempenhar a função de filtragem na freqüência de amostragem desejada. Alguns filtros digitais com hardware específico podem amostrar até taxas de aproximadamente 75 MSPS (Mega samples per second). Alta performance é possível para grande volume de aplicações pela limitação da faixa de parâmetros. Em contrapartida à arquitetura de filtros otimizados é oferecida uma linha de filtros configuráveis e programáveis. Estes produtos possuem função específica, com arquitetura otimizada e parâmetros programáveis. d) Diferenças Conceituais - Domínio da Freqüência x Domínio do Tempo: Pensando sobre filtros analógicos, muitos engenheiros se sentem confortáveis no domínio do tempo. Por exemplo, a operação de um filtro RC passa-baixa pode facilmente ser imaginada como um capacitor se carregando e se descarregando através de um resistor. Analogamente, é fácil imaginar como um filtro ativo de retro- alimentação negativa usa deslocamento de fase como uma função da freqüência, a qual é uma operação no domínio do tempo. Um filtro digital é melhor conceitualizado no domínio da freqüência. A implementação do filtro simplesmente realiza a convolução da resposta do impulso no domínio do tempo com o sinal amostrado. Um filtro é projetado com uma resposta ao impulso no domínio da freqüência, a qual é tão próxima da resposta ideal desejada como pode ser gerada, dadas as restrições de implementação. A resposta ao impulso no domínio da freqüência é então transformada em uma resposta ao impulso no domínio do tempo, o qual é convertido para os coeficientes do filtro. Detecção e Correção de Erros: a) Ruídos e Distorção, Controle e Recuperação de Erros, Códigos de Correção: Ruído e distorção são características intrínsecas aos canais de transmissão ou meios de armazenamento, independentes do sinal ser analógico ou digital. Os ruídos são sinais aleatórios que tendem a degradar o desempenho do canal, e podem ser: 1) Ruído Branco: Espécie de chiado incoerente, com nível DC nulo e distribuição espectral constante. Também é conhecido como ruído Gaussiano, ruído térmico e ruído aleatório ou randômico. 2) Ruído Impulsivo: Chamado também de transiente. Gerado normalmente por equipamentos eletro-mecânicos (muito comum em centrais telefônicas com relês). Se apresentam ao ouvido humano como pequenos estalos. Caracteriza-se pelo fato de não ser prognosticável e variar muito em 198 Capítulo 16 - Processamento Digitais de Sinais amplitude, freqüência e periodicidade de ocorrência. Segundo recomendações do CCITT não deve haver mais do que 15 desses eventos em 15 minutos. b) Distorção: As distorções são mudanças sistemáticas na forma de onda produzidas pelas características do canal (impedância, capacitância, resposta em freqüência, etc.). Elas podem ser: 1) Distorção por Atenuação: Também conhecido como distorção de amplitude, consiste na perda de energia e diminuição da relação sinal/ruído, dificultando a recuperação da informação. 2) Distorção por Retardo: Também conhecida como distorção de fase. Deve-se ao fato do sinal ser mais retardado em algumas freqüências do que em outras. É mais crítico quando utilizando sinais digitais, pois um sinal digital pode ser representado como uma soma de vários harmônicos de sinais analógicos. 3) Deslocamento de Freqüência: Consiste na alteração (em poucos Hz) de todas as freqüências geradas. c) Erros: As várias formas de distorção e ruído geram alterações nos sinais transmitidos, e no caso de sinais digitais, nos bits transmitidos, que levam a identificação errada de seu valor. Canais de transmissão ou meios de armazenamento com taxas de erro de menos de um bit em 106 bits são considerados como bons. Se a taxa estiver entre 1/105 e 1/106, razoável, e maior que 1/106, não satisfatório, entretanto estes valores dependem da aplicação. Um erro, entretanto, mesmo ocorrendo a cada um milhão, pode gerar grandes complicações para os dados digitais. Portanto são utilizados métodos de detecção e correção destes erros. Veremos a seguir alguns exemplos destes métodos: 1) Bit de Paridade: Consiste na inclusão de um bit ao final de cada caracter. Este bit será igual a 1 se nos n primeiros bits do caracter existir um número ímpar de 1, e 0. Caso contrário (paridade par), ou vice-versa para paridade ímpar. Este método é chamado também PARIDADE VERTICAL ou VRC (Vertical Redundancy Checking). Normalmente utilizado com caracteres ASCII, apresenta uma eficiência de 87,5% (máxima) e não detecta mais de um erro por caracter. Fig. 16.1 2) LRC (Longitudinal Redundancy Check) ou HRC (Horizontal Redundancy Check): Utilizado com qualquer código binário, consiste em um caracter “acumulador” para um loco de caracteres. O caracter LRC pode ser gerado com paridade par ou ímpar. O LRC é acumulado tanto na transmissão como na recepção de um bloco. Esta acumulação é denominada BCC (Block Check Caracter). 3) CRC (Cyclic Redundancy Check): É o sistema mais eficiente para detecção de erros. É um processo matemático que gera um caracter de redundância por bloco, que também é chamado de BCC. Neste processo o BCC é obtido pelo resto da divisão de dois polinômios, um que representa o valor binário do bloco multiplicado (deslocado) pelo número de bits do BCC e um outro padrão (gerador) que possui um bit a mais que o BCC. O receptor realiza o mesmo Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 199 processo na recepção, utilizando como dividendo o polinômio representativo do bloco recebido, inclusive com BCC, e o divisor é o polinômio gerador. Se o resto desta divisão for nulo, não houve erros na transmissão. 16.2 - Interface GPIB, RS485 e RS232 Interface RS-232-C: A conexão de tipos diferentes de circuitos, requer algum tipo de interface. O padrão mais comum da indústria eletrônica EIA é o RS-232-C. Neste padrão, o nível lógico 1, corresponde a � 12 Volts e o nível lógico zero é a tensão de + 12 Volts. Para que haja compatibilidade entre os padrões RS-232 e TTL há de se utilizar a interface, que pode ser a nível de corrente ou tensão, conforme a Tabela 16.1. Tabela 16.1 TTY Nível Malha de Corrente RS-232-C TTL Marca Alto 20 mA � 12 V + 5 V Espaço Baixo 0 mA + 12 V 0 V A Fig. 16.2 e Fig. 16.3 apresentam os diagramas básicos de uma interface conversora de RS-232-C para TTL e nível TTY para TTL respectivamente. Fig. 16.2 -Malha de Tensão Fig. 16.3 - Malha de Corrente 20 mA OBS.: TTY � Teletipo. A interface de padrões de sinal e conversores pode ser construído com o uso de saída de coletor aberto ou saída de três estados. Este assunto é estudado na disciplina de Eletrônica. Interface GPIB: É uma interface paralela de alta velocidade IEEE-488 que tem como sigla, GPIB ou também chamada de HPIB. É uma técnica de transmissão de dados paralelo originalmente desenvolvida pela Hewlett-Packard e aceita pela IEEE como um protocolo padrão para a comunicação digital. O GPIB é recomendado para usos diversos e é compatível a múltiplos instrumentos a serem conectados via General Bus para o PC através de um simples conector. 200 Capítulo 16 - Processamento Digitais de Sinais É utilizado para transferir dados na taxa de 1 Mbyte/segundo, dependendo do hardware e cabos. A maior desvantagem do GPIB é que ele adiciona substancialmente o alto custo do instrumento. Com esta interface podemos por exemplo imprimir os dados armazenados no PC, capturados por uma sonda de um osciloscópio digital, ou transferir esta aquisição de dados para a rede intranet. Interface RS-485: É uma interface que tem o padrão de comunicação EIA-485, bem definido com várias aplicações em comunicação multi-ponto, Half-Duplex. É o maior protocolo elétrico utilizado em redes Fieldbus, pois alcança grandes distâncias em alta velocidade de comunicação e baixa EMI; este padrão é o mais utilizado nas indústrias que utilizam automatização. Normalmente utiliza-se conversores do padrão RS-232 que é Full-Duplex e comunicação ponto a ponto, para o padrão RS-485, compatibilizando desta forma o sistema. Interface IEEE-488: É uma interface digital de instrumentação programada, e tem como base a comunicação digital de 8 bits em via paralela, cujos níveis lógicos possuem níveis TTL. É eficiente para comunicações de até 20 metros de distância. 17 TÉCNICAS DE MEDIÇÃO DE FIBRAS ÓPTICAS 17.1 - Introducão A transmissão de sinais elétricos por condutores metálicos, tem sido usada há mais de um século. Nos últimos anos, a tecnologia de telecomunicações teve um notável avanço com a transmissão simultânea de 10.800 canais de conversação telefônica, por um único par de condutores coaxiais. As características físicas dos cabos com condutores de cobre, fazem a atenuação aumentar na razão da raiz quadrada da freqüência dos sinais elétricos. Com o incremento da largura de banda de transmissão, as distâncias entre as repetidoras diminuirão proporcionalmente. Além disso, campos eletromagnéticos e eletrostáticos podem perturbar sinais conduzidos por cabos metálicos. A transmissão de sinais de telecomunicações por cabos de fibra óptica oferece diversas vantagens distintas neste sentido. Em lugar de uma portadora elétrica de CA usa-se luz com um comprimento de onda na região infravermelha. Visto que a freqüência da luz é muito elevada, a largura da faixa do sinal é muito pequena, comparada com a largura disponível, ou seja, mesmo com uma largura de faixa do sinal de algumas centenas de MHz a relação largura de faixa do sinal / freqüência da portadora ainda é menor que 510� . Por conseguinte, a atenuação que ocorre ao longo do meio de transmissão é determinada exclusivamente pela freqüência da luz infravermelha, sem consideração da faixa de largura do sinal. A atenuação dependente da freqüência do sinal, que ocorre em condutores metálicos, deixa de existir. Pelo fato da fibra óptica ser um não-condutor, não há possibilidade de indução de qualquer tensão estranha por campos eletromagnéticos ou eletrostáticos, que possam perturbar o sinal. Isto significa também que cabos de fibras ópticas vizinhas não podem interferir (diafonia), garantindo um desacoplamento perfeito entre circuitos adjacentes. Além disso, o transmissor e o receptor são galvanicamente separados. As fibras ópticas podem ser recomendadas como meio de transmissão ideal em todos os casos onde fortes interferências são prováveis de ser encontradas, por exemplo em sistemas de alta tensão ou estradas de ferro. As informações a seguir descrevem as vantagens de sistemas de comunicação por fibras ópticas comparados com sistemas convencionais. 202 Capítulo 17 - Técnicas de Medição de Fibras Ópticas 17.2 - Vantagens das Fibras Ópticas sobre Sistemas de Telecomunicações Convencionais x Grande largura de banda; x Baixa atenuação; x Grandes distâncias entre repetidoras; x Atenuação independente da largura de banda da transmissão; x Praticamente imune a influências do meio ambiente (água, irradiações, etc...); x Imunidade a interferências eletromagnéticas; x Não gera campos eletromagnéticos; x Insensível a relâmpagos; x Seguro em contato com condutores de alta tensão; x Sem problemas de aterramento, cabo não metálico; x Grande segurança contra escuta; x Cabos leves e diâmetro reduzido; x Disponibilidade ilimitada de matéria prima. Não é, no entanto, somente no campo de telecomunicações, particularmen-te em sistemas de longa distância e faixa larga, que estas qualidades específicas de fibras ópticas estão abrindo vastas possibilidades, apesar da sua grande importância neste setor. A utilização de fibras ópticas no campo das indústrias também é muito importante e atrativa. Nesta área a imunidade a interferências causadas por campos eletromagnéticos, o isolamento de altas tensões e a segurança contra escuta são fatores que asseguram às fibras ópticas vantagens quando usadas nas conexões de processamento de dados e terminais remotos e entre computadores de processos e pontos de medição remotos ou dispositivos de monitoração. Algumas áreas onde sistemas de comunicação por fibras ópticas poderão ser empregados são listados a seguir. 17.3 - Aplicações de Fibras Ópticas em Sistemas de Comunicações x Redes de telecomunicações. 1. Circuitos interurbanos; 2. Conexão entre redes locais; 3. Conexão de assinantes. x Redes de comunicação em ferrovias; x Redes de distribuição de energia elétrica; x Redes de transmissão de dados e fac-símile; x Redes de distribuição de sinais de radiodifusão e televisão. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 203 17.4 - Constituição da Fibra Óptica A fibra é constituída de um núcleo de sílica, comumente chamado de vidro, com uma casca de sílica ou plástico, tendo logo em seguida um revestimento de silicone para proteção. Na fabricação da fibra, a colocação deste revestimento primário de silicone se dá logo em seguida ao puxamento. A luz fica confinada ao núcleo em razão da diferença dos índices de refração núcleo-casca. Para se estabelecer esta diferença, o núcleo da fibra normalmente é dopado com 2GeO (dióxido de germânio) e 2SiO (dióxido de silício), para aumentar um pouco o índice de refração do núcleo. Para comunicações, as fibras têm que possuir algumas características como: baixa atenuação, baixa dispersão e resistência mecânica adequada. Existe no mercado, cabos ópticos simples, com apenas o núcleo e a casca e outros com proteção mecânicas. Na Fig. 17.1 podemos ver uma fibra típica com proteções mecânicas. Fig. 17.1 - Cabo de Fibra. 17.5 - Tipos de Fibras Ópticas Normalmente as fibras são classificadas quanto ao perfil do índice de refração e em função de ser a transmissão de luz mono ou multimodal. No mercado atual podemos ter: x Fibra multimodo índice degrau; x Fibra multimodo índice gradual; x Fibra monomodo. Fibra Multimodo Índice Degrau: Apresenta dois índices de refração, um para o núcleo e outro para a casca, variando abruptamente. São fibras grossas com núcleos variando de 100 Pm até 850 Pm. Possuem baixa capacidade de transmissão, com atenuações maiores que 4 dB/km chegando até dezenas de dB/km, tendo uma banda passante entre 10 e 30 MHz x Km e seu uso principal é a transmissão de dados, em curtas distâncias. São as maisfáceis de serem fabricadas e possuem uma grande capacidade de captar energia luminosa. Na Fig. 17.2 podemos ver o seu comportamento. 204 Capítulo 17 - Técnicas de Medição de Fibras Ópticas Fig. 17.2 - Fibra Índice Degrau. Fibra Multimodo Índice Gradual: Apresenta o núcleo com índice de refração variável. O índice de refração vai diminuindo a partir do eixo central da fibra até a casca. A variação do índice de refração em função da sua posição na fibra se aproxima de uma parábola: Suas dimensões típicas são para o núcleo de 50 Pm, 62,5 Pm e 100 Pm e para a casca, de 125 Pm e 140 Pm. São fibras de média para alta capacidade de transmissão com atenuações que variam desde 1 dB/Km até 6 dB/Km e com a faixa passante de centenas de MHz x Km e seu uso principal é em sistema de telecomunicações. Na Fig. 17.3 podemos ver o seu comportamento. Fig. 17.3 - Fibra Índice Gradual. Fibra Monomodo: É uma fibra que difere das anteriores pelas dimensões que são bem menores e pela elevada capacidade de transmissão. Seu núcleo está em torno de 10 Pm de diâmetro e a casca normalmente mede 125 Pm. A fibra monomodo caracteriza-se como um guia de onda cujas dimensões e comprimentos de onda da luz incidente, na existência de um único modo de propagação guiado. É uma fibra com elevada capacidade de transmissão e suas atenuações típicas são menores que 1 dB/Km e sua banda passante é na ordem de giga Hz x Km, aumentando sempre com novas tecnologias que surgem. É a fibra mais difícil de ser fabricada, por isso é de custo alto. Na Fig. 18.4 podemos ver o seu comportamento. Fig. 17.4 - Fibra Monomodo. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 205 17.6 - Atenuação nos Cabos Ópticos O parâmetro mais crítico e medido na fibra é o da atenuação. Esta perda de sinal é identificado graficamente pelas janelas correspondentes aos comprimentos de onda. 17.7 - Comprimentos de Ondas Operacionais A atenuação do sinal é um dos critérios mais importantes para cabos de telecomunicação. Para fibras ópticas este coeficiente depende muito do comprimento de onda e apresenta três mínimos distintos, que o gráfico da Fig. 17.5 mostra. Fig. 17.5 - Gráfico de Atenuação da Fibra. 1q Janela: Esta janela situa-se na região infravermelha próxima, com um comprimento de onda entre 820 a 840nm. Esta faixa é atualmente a mais usada devido a boa disponibilidade de semicondutores emissores e receptores nesta faixa. 2q Janela: Esta cobre a faixa de 1.150 a 1.330 nm. Nesta faixa as distorções do tempo de propagação causadas pelo próprio material são mínimas. 3q Janela: Esta faixa é centrada ao redor de 1.600 nm. Embora a atenuação absoluta da fibra apresente o seu valor mais baixo nesta faixa, ela não esta sendo usada atualmente devido à alta falta de componentes semicondutores utilizáveis. 17.8 - Objetivo das Medições Normalmente fibras ópticas, assim como cabos de fibras ópticas são medidos pelos seguintes motivos: x Com o intuito de fornecer dados necessários a projetistas de sistemas de comunicações ópticas. As principais características necessárias neste caso são atenuação e largura de banda / dispersão. 206 Capítulo 17 - Técnicas de Medição de Fibras Ópticas x Controle de qualidade em processo de manufatura. Durante o processo de fabricação de fibras e cabos ópticos, algumas grandezas são medidas como forma de monitoramento e controle de processo. x Instalação e manutenção de cabos de fibras ópticas, como forma de garantir que o cabo não seja danificado durante e após o manuseio. x Definição de características e propriedades dos fibras ópticas. É importante analisar a relação existente entre projeto e manufatura de fibras e cabos, estudando-se os desvios para que os processos possam ser melhorados. 17.9 - Tipos de Medições As grandezas medidas em um cabo ou fibra óptica podem ser classificadas de acordo com a finalidade e complexidade das medições. Medições em Laboratório: Normalmente, os equipamentos utilizados para medições em laboratórios são complexos, possuem grande precisão e exigem treinamento específico para operação. As grandezas medidas são destinadas, na sua maioria, a caracterização de fibras durante processo. Entre as grandezas medidas, podemos citar: x Dispersão cromática; x Largura de banda; x Comprimento de onda de corte; x Diâmetro do campo modal; x Características geométricas; x Atenuação espectral (comportamento da atenuação variando-se o comprimento de onda do luz). Medições em Campo: As medidas realizadas em campo tem por finalidade verificar se as condições de instalação do cabo afetaram seu desempenho. A grandeza monitorada normalmente é a atenuação (em uma ou mais janelas). Os equipamentos são portáteis, de operação simples e executam os testes em um intervalo de tempo menor que os equipamentos de laboratório. 17.10 - Atenuação A perda, em um determinado comprimento de onda, em uma fibra qualquer, é definida como: Perda = 2 1 P P log10 u Sendo: 1P Potência na extremidade de entrada da luz; 2P Potência na extremidade de saída da luz; De maneira genérica, atenuação pode ser definida como: Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 207 )(P )(P L log10)( 2 1 O O u OD Sendo: L = Comprimento da fibra (km); OD )( Atenuação para um determinado comprimento de onda (dB/km); Existem três métodos usuais para a medição de atenuação: x Método de corte (CUTBACK); x Método da inserção; x Reflectometria óptica (OTDR); Método do Corte: É um método amplamente utilizado para medir perdas em fibras ópticas. O equipamento é composto de um sistema de lançamento de sinal e um detector. Mede-se a fibra inteira para todos os comprimentos de onda desejáveis. Em seguida, corta-se um pequeno pedaço de fibra, e repete-se a medida obtendo-se o valor de potência emitida pela fonte. Um diagrama do equipamento utilizado é mostrado na Fig. 17.6. Fig. 17.6 - Diagrama do Equipamento de Medição de Atenuação (Método do Corte). Quando levantamos a curva de atenuação em função do comprimento de onda, obtemos o perfil demonstrado no Fig. 17.7, também conhecido como atenuação espectral. 208 Capítulo 17 - Técnicas de Medição de Fibras Ópticas Fig. 17.7 - Curva Típica de Atenuação Espectral. A análise da curva obtida permite obter informações sobre a fibra, tais como impurezas e contaminações que afetam o desempenho do sistema. Método de Inserção: Este método é muito similar ao método de corte. No entanto, não é necessário o corte de alguns metros de fibra. O diagrama de execução do teste é mostrado na Fig. 17.8: Fig. 17.8 - Execução de Ensaio de Inserção. Este teste normalmente é executado quando as extremidades da fibra já estão conectorizadas e não há possibilidade de haver corte do mesmo (cabo instalado). Como existem duas conexões que são ignoradas durante a realização da medição de referência, ocorre um erro, que pode vir a ser significante dependendo da precisão desejada. Este é um dos métodos de mais fácil execução, porém não é o mais preciso. Reflectometria Óptica: O equipamento utilizado para a execução deste ensaio é conhecido como reflectômetro óptico no domínio do tempo (OTDR), e seu diagrama é mostrado na Fig. 17.9. Fig. 17.9 - Diagrama de um OTDR. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 209 O teste pode ser efetuado tendo acesso a uma única ponta da fibra. O OTDR emite pulsos de luz de curta duração. Estes pulsos são parcialmente refletidos na fibra, devido a microimperfeições características do material. A intensidade do pulso que retorna fornece subsídios para o cálculo do valor de atenuação, assim como o tempo de trânsito do pulso fornece o comprimento da fibra. O OTDR fornece uma curva ATENUAÇÃO x COMPRIMENTO do fibra,permitindo uma análise mais completa que nos outros métodos. 17.11 - Medição por OTDR Acessórios: Para que seja possível efetuar medidas com um OTDR, faz-se necessário o uso de alguns acessórios: a) Descascador de Fibra: Retira a camada de acrilato ou silicone que recobre a fibra, utilizado quando a fibra ainda não está conectorizada. b) Clivador: Realiza a clivagem, ou seja, faz com que a fibra seja cortada perpendicularmente a seu eixo, e com uma superfície de corte regular e plano. Também utilizado quando a fibra não está conectorizada. c) Fibra de Lançamento: Existe uma região, a partir do lançamento do sinal no OTDR, conhecida como zona morta. Nesta zona morta, que varia de algumas dezenas à centenas de metros, dependendo do ajuste do equipamento, não há precisão da medida indicada pelo equipamento. Para evitar este efeito, conecta-se uma fibra entre o equipamento e a fibra a ser medida, conforme mostrado na Fig. 17.10. d) Alinhador Mecânico: As fibras após decepadas e crivadas, devem ser conectadas para a realização de medidas. Para isto, utilizam-se os alinhadores. Existem diversos tipos de alinhadores, sendo que um dos mais utilizados possui uma ranhura em forma de V, e um sistema de fixação do fibra. Estes alinhadores são conhecidos como V-GROOVES. e) Líquido Casador de Índice de Refração: Faz-se necessário o uso de um líquido casador de índice de refração, com o intuito de reduzir as perdas na conexão mecânica por dispersão da luz. Fig. 17.10 - Utilização de Fibra de Lançamento. Curvas Obtidas por Reflectometria: A curva típica de atenuação de uma fibra pode ser observada na Fig. 17.11. A escala de distância na parte de baixo é calculada pelo tempo que a luz leva para retornar. Apesar do pulso ótico ser rápido e a eletrônica responder rapidamente, o sinal recebido de várias dezenas de metros de fibra próxima ao instrumento não é útil; 210 Capítulo 17 - Técnicas de Medição de Fibras Ópticas essa é a chamada zona morta. A intensidade de sinal declina gradualmente através de comprimentos ininterruptos de fibra. A inclinação da queda indica perda na fibra. Os picos na inclinação indicam pontos onde a luz é refletida de volta para a fonte. O maior pico no gráfico da Fig. 17.11 é reflexão da extremidade da fibra. O próximo pico mais alto é reflexão de um conector. Observe cuidadosamente e você poderá ver que o sinal logo após o conector está ligeiramente mais baixo do que estava antes; essa queda mede a perda no conector. As emendas mecânicas da mesma forma refletem alguma luz de volta para o instrumento e têm alguma perda, apesar de tanto a perda como a reflexão serem menores neste exemplo. A outra descontinuidade mostra a perda de uma emenda de fusão (ou de uma dobra aguda na fibra), que não reflete luz de volta para o instrumento. Quebras ou outras falhas nas fibras também aparecem em gráficos OTDR, tal como conectores ou a extremidade da fibra neste exemplo. Fig. 17.11 - Gráfico OTDR A principal atração do OTDR é sua conveniência e habilidade de indicar falhas em cabos remotamente. Ele só requer acesso a uma extremidade da fibra em segmentos de cabo de até dezenas de quilômetros de comprimento. A medida do tempo de quanto a luz leva para viajar do instrumento até um ponto na fibra e de volta pode localizar falhas e junções na fibra. Isso é inestimável se você tem que descobrir onde uma fibra está quebrada em um cabo longo. Basta plugar seu OTDR em uma extremidade do cabo e enviar um pulso de luz por ele. Se você vir uma curva declinando suavemente, o cabo está OK, mas se existe uma queda grande e abrupta na curva, a fibra está danificada. O instrumento pode localizar uma quebra com precisão de metros, exceto na zona morta. Como são amplamente utilizados em medidas de campo, os OTDRs são normalmente acondicionados para esse tipo de utilização. Eles também vêm com poder computacional interno, o que pode acrescentar informações consideráveis à tela e permitir que você amplie áreas de seu interesse e meça perdas diretamente. Muitos podem ser interligados diretamente com computadores pessoais. É preciso ter cuidado na interpretação das medidas de perda dos OTDRs porque eles não são tão precisos quanto as medidas diretas de atenuação. Um problema são as variações na fração de luz refletida de volta para o instrumento. A emenda de duas fibras com graus diferentes de espalhamento contrário pode dar resultados espúrios. Em uma direção, a emenda adquire um “ganho”, com o espalhamento contrário adicional fazendo ela aparentar ter aumentado a intensidade do Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 211 sinal. Na outra direção, a emenda aparenta ter perda adicional, porque menos do sinal está sendo retornado para o instrumento. Os OTDRs devem também ser casados com a fibra sendo testada, tanto em comprimento de onda como em diâmetro de núcleo, para melhorar sua precisão. Os OTDRs têm provado serem inestimáveis na localização de falhas em fibras, otimização de emendas ou inspeção de falhas de fabricação de fibras e cabos. Entretanto, é importante compreender suas limitações. 17.12 - Analisadores de Fibras Ópticas Os instrumentos que temos descrito até agora são direcionados principalmente para uso em campo. Outras medidas são efetuadas no laboratório ou fábrica para controle de qualidade, pesquisa e desenvolvimento, e caracterização das fibras. Os instrumentos chamados analisadores de fibras efetuam muitas dessas medidas especiais, tais como diâmetro de campo de modo e abertura numérica. Instrumentos especializados também medem outras quantidades, tais como dispersão espectral ou características de uma pré-forma de fibra. Entretanto, poucas pessoas encontrarão tais instrumentos. Os analisadores de fibras ópticas efetuam muitas medidas necessárias em fábricas ou laboratórios. A análise do curva permite identificar irregularidades em fibras ópticas. As curvas da Fig. 17.12 e Fig. 17.13 mostram duas fibras que apresentam problemas. Fig. 17.12 e Fig. 17.13 - Curva de Fibras que Apresentaram Problemas. Os defeitos mais comuns observados em reflectometria são: Perda Localizada de Potência (Degrau): Normalmente são causados por dobramentos na fibra ou danos no cabo. (Fig. 17.12 e Fig. 17.13) Atenuação Elevada em um Trecho do Cabo: É percebido por uma parte da curva que apresenta inclinação maior que o restante. Pode ser causado por curvatura acentuado do cabo em um longo trecho. Conexões e Emendas: São percebidas nas curvas como se fossem degraus. 212 Capítulo 17 - Técnicas de Medição de Fibras Ópticas Falta de Uniformidade: A curva pode apresentar-se totalmente irregular, como se osse uma “escada”. 17.13 - Aferição Uma maneira de garantir que o OTDR esteja sempre efetuando medições corretas é a aferição e calibração periódica, preferencialmente por uma entidade reconhecida pelo lnmetro. Esta solução garante que os resultados sejam corretos, mas é de periodicidade longa (1 ano, 6 meses). Para que possa haver a garantia de que o equipamento não oferece variações em períodos menores, é interessante que haja um monitoramento constante. Este monitoramento pode ser efetuado medindo-se uma mesma fibra (fibra padrão) e comparando o valor obtido com o histórico para o equipamento. Este conceito torna-se mais interessante à medida que aumenta a quantidade de equipamentos utilizados. Os dados de atenuação da fibra padrão podem indicar a tendência de degradação do equipamento, e até fornecer subsídios para comparações entre diferentes OTDR's. 18 INSTRUMENTOS ELETRÔNICOS UTILIZADOS EM TELECOMUNICAÇÕES 18.1 - Instrumentos Analógicos e Digitais Vemos abaixo, diversos equipamentos eletrônicos de medida, e suas características típicas, cedidos gentilmente pela “MINIPA” SA. Fig. 18.1 - Multímetro Analógico ET-202 Fig. 18.2 - Multímetro DigitalET-1502 Fig. 18.3 - Alicate Amperímetro Analógico - ET-3001 Fig. 18.4 - Alicate Amperímetro Digital - ET-3810 Fig. 18.5 - Terrômetro Analógico MTR-1505 Fig. 18.6 - Megômetro Digital M1-2650 214 Capítulo 18 - Instrumentos Eletrônicos Utilizados em Telecomunicações Fig. 18.7 - Fasímetro - MFA-850 Fig. 18.8 - Seqüencímetro - MFA-860 Fig. 18.9 - Capacímetro Digital Portátil - MC-152 Fig. 18.10 - Tacômetro de Contato Digital - MDT-2245 Fig. 18.11 - Luxímetro Digital MLM-1332 Fig. 18.12 - Decibecímetro Digital MSL-1352A Fig. 18.13 - Dosímetro MSL-1370 Fig. 18.14 - Ponta Lógica - MP2800 Instrumentação Eletrônica - Prof. Arilson Bastos 215 Fig. 18.15 - Osciloscópio Digital M02025 Fig. 18.16 - Fonte Digital Simétrica MPC-303D Fig. 18.17 - Gerador de Áudio MG-809 Fig. 18.18 - Gerador de Funções MFG-4202 Fig. 18.19 - Pontes LCR Portátil MX-1001 Fig. 18.20 - Osciloscópio Analógico MO-1251 Fig. 18.21 - Década Capacitiva CU-410A Fig. 18.22 - Analisador de Espectro Digital - MSA-810 Fig. 18.23 - Medidor de Potência Ótica - MPM-6210 Fig. 18.24 - Fonte Ótica - MLS-6110 216 Capítulo 18 - Instrumentos Eletrônicos Utilizados em Telecomunicações Fig. 18.25 - Analisador de Energia ET-5050 Fig. 18.26 - Scope-Meter - MS-83 Fig. 18.27 - Pair Master Lan Tester Fig. 18.28 - Wire Master Lan Tester Fig. 18.29 - Tone Generator Fig. 18.30 – Tone Receiver RJ-45 Tester: Verifica as ligações dos 8 condutores de cabo de interconexão não energizados terminados com os conectores plug RJ-45. Verifica as fiações ponto a ponto dos cabos de par trançado. Fig. 18.31 - RJ-45 Tester Fig. 18.32 - HUB Tester Testador de Cabo LAN: Instrumento digital portátil, para teste de cabos LAN tipo Par Trançado sem Blindagem. Fig. 18.33 - Testador de Cabo LAN - LCT-400 19 INSTRUMENTAÇÃO ELETRÔNICA VIRTUAL 19.1 - Introdução e Função de Cada Instrumento Quando o engenheiro resolve projetar um circuito eletrônico, naturalmente ele deverá dispor de componentes e equipamentos de medida para a montagem prática e seu respectivo teste de funcionamento. Sabemos todos, que algumas vezes é necessário alguns ajustes no circuito para um pleno funcionamento acontento, visto que na prática todos os parâmetros entram no sistema, e acabam comprometendo de uma forma ou de outra o êxito do projeto. Hoje em dia, todos os projetos profissionais, que exigem custos, são submetidos a um teste virtual; minimizando assim, despezas adicionais com componentes substituídos e a aquisição de instrumentos para a medida. Logo após a montagem através dos softwares específicos, existem os testes de funcionamento, como rendimento, distorções etc, com a instrumentação virtual. Quando o circuito satisfizer sobremaneira ao autor do projeto, aí sim, se faz a montagem definitiva com os componentes reais e seus testes respectivos com os equipamentos de medidas reais. Para o curso básico de eletrônica, existe no mercado o software Eletronics Workbench. Para projetos e testes em telecomunicações, existem softwares específicos. O EWB é um laboratório Eletrônico Virtual, que permite construir e simular circuitos eletrônicos analógicos e ou digitais, sendo de grande utilidade para os estudantes. Possui uma interface de fácil acesso e compreensão, substituindo com muitas vantagens as experiências em laboratórios convencionais, uma vez que, não existe o risco de danificar equipamentos destinados aos ensaios e medidas de circuitos ou componentes. Atualmente o EWB é dividido em três pacotes, com o nome de: Multisim, Ultiboard e Ultiroute EWB Multisim: Ele reduz o tempo de desenvolvimento e auxilia seus usuários a produzir circuitos de alta qualidade. Esta poderosa ferramenta oferece toda a avançada funcionalidade requerida para desenvolver projetos, desde a especificação até a produção. E pelo fato do Multisim ser tão fácil de usar, é possível produzir projetos com ele no mesmo tempo que se leva para instalar e configurar a maioria dos outros programas. É uma ferramenta completa para projetos de sistemas que oferece captura de esquemas, um abrangente banco de dados de componentes, simulação SPICE, simulação e entrada de VHDL/erilog, recursos de RF, características de pós- 218 Capítulo 19 - Instrumentação Eletrônica Virtual processamento e perfeita integração com o EWB UltiBOARD para layout de PCI. É uma ferramenta para projetos fácil de usar que oferece a funcionalidade avançada necessária para projetos de alta qualidade, e está disponível em configurações para satisfazer todos os níveis de projetistas A Fig. 19.1 mostra os instrumentos para medições e análise disponíveis: Fig. 19.1 Apresentamos alguns instrumentos: Multímetro Digital: Permite medidas de corrente e tensão AC e DC, resistência ôhmica e decibéis. Ver Fig. 19.2. Fig. 19.2 Amperímetros e Voltímetros: Também estão disponíveis na barra de seleção de componentes no ícone indicadores. Isto é muito útil quando deseja-se inserir em um determinado circuito vários voltímetros ou amperímetros. Estes indicadores podem medir tensões ou correntes AC/DC, permitindo também o ajuste da sensibilidade dos mesmos. Ver Fig. 19.3. Fig. 19.3 Gerador de Funções: Fornece formas de onda senoidal, triangular e quadrada, possibilitando o ajuste da freqüência e amplitude. Ver Fig. 19.4. Fig. 19.4 Instrumentação Digital - Eng. Arilson Bastos 219 Osciloscópio de 2 Canais: Permite medir simultaneamente dois pontos distintos de um circuito qualquer e comparar as diferenças de fase e amplitude entre os mesmos. Possui ainda ajustes da base de tempo horizontal e calibração vertical, permitindo também o ajuste de deslocamento dos eixos X e Y (X POS e Y POS). Ver Fig. 19.5. Fig. 19.5 Bode Plotter: Permite analisar a resposta de freqüência de um circuito e, medir a relação entre amplitudes e variações de fase. Ver Fig. 19.6. Fig. 19.6 Gerador de Palavras Digital: Gerador digital de 8 bits com clock interno e 16 colunas. Ver Fig. 19.7. Fig. 19.7 Analisador Lógico: Permite a análise de sinais lógicos, possuindo 8 canais com ajuste da base de tempo. Ver Fig. 19.8. Fig. 19.8 220 Capítulo 19 - Instrumentação Eletrônica Virtual Conversor Lógico: Permite a conversão de um circuito lógico para uma tabela verdade ou diagrama; uma tabela verdade para uma expressão Booleana e vice-versa. Ver Fig. 19.9. Fig. 19.9 Na Fig. 19.10 vemos um exemplo de um circuito, e análise com os instrumentos. Fig. 19.10 Outros Simuladores: Mathlab: software para projetos eletrônicos. Genesys: Completo software para projetos de microondas e RF. Orcad Pspice: A/D Simulador Spice analógico e digital. Orcad PSpice Optimizer: Software para otimização do projeto analógico. Simplorer: Simulação de circuitos de potência (fontes, motores e sistemas eletro- mecânicos). Celplanner: Software para telefonia celular, irradiação de antenas. Proteus: É um software para projetos eletrônicos. Bibliografia 221 Bibliografia x GECZY, Steven - Basic Electrical Measurements - Prentice-Hall, Inc., 1984. x STOUT, Melville B. - Basic Electrical Measurements - Prentice-Hall, Inc., 1974. x PRENSKY, Sold & CASTELLUCIS, Richard L. - Electronics Instrumentations - Prentice-Hall, Inc., 1982. x MENDONÇA, Alexandre & ZELENOVSKY, Ricardo, PC - Um Guia Prático de Hardware e Interfaceamento - Ed. Interciência, 1996. x MEDEIROS Fq, S. - Fundamentos Básicos de Medidas Elétricas - Ed. Guanabara Dois. x Analisadores de Espectro - Revista Saber Eletrônica - São Paulo, nov e dez, 2000. x Consultas a Internet Sites: http://www.minipa.com.br/ - http://www.hp.com/ - http://www.tektronix.com/ x Grupo P.E.T. - EngenhariaElétrica - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Centro de Ciências Exatas e Tecnologia - Departamento de Engenharia Elétrica. http://www.del.ufms.br/tutoriais/oscilosc/oscilosc.htm x COOPER, W. - Eletronic Instrumentation and Measurements Technics. x TOBEY, GRAEME, HUELMAN - Operational Amplifiers Designs and Applications - Ed. Prentice-Hall, 1992. x HARRIS Semiconductors - Data Sheet and Application Note Abstracts. x SEDRA, Adel S. & SMITH, Kenneth - Micro Eletrônica - São Paulo, Makron Books, 2000. x Instrumentação Analógica e Digital Básica - Revista Nova Eletrônica - São Paulo, jan, fev e mar, 1986. x WERNECK, Marcelo M. - Transdutores e Interfaces - LTC, 1996. x National Data Acquisition Databook - 1995. x LLOYD, Temes - Princípios de Telecomunicações - Schaum McGraw-Hill, 1990. x SANCHES, Corbelle - Transmissão Digital e Fibras Ópticas - Makron Books, 1994. x Electronic Workbench, 150 Circuits, E.W.B.; 1997. x HECK, Jeff - Entendendo Fibras Óticas - Berkeley, 1993. x HELFRICK, Cooper - Instrumentação Eletrônica Moderna e Técnicas de Medição - Ed. Prentice-Hall do Brasil, 1994. x CHESTER, David B., PHILLIPS, Geoff & ZEPP Stan - Digital Signal Processing - No. AN9603, Harris - February 1996. x MEDEIROS Fº,S – Artigo sobre decibeis. x LIRA A. Francisco – Metrologia na Industria – Érica - 2001pode ser também malha de controle aberta. (Ver Fig. 02). IN OUT Fig. 01 Eng. Arilson Bastos xiii Os instrumentos de controle utilizados em industria de processos têm a sua própria termologia. Este termos utilizados definem as suas características próprias de medida e controle dos diversos instrumentos como: Indicadores, registradores, controladores, transmissores e vávulas de controle. ALGUNS EXEMPLOS: Faixa de Medida (RANGE): 0 a 20 psi Alcance (SPAN): 0 a 10 V; 10 MHz a 100 MHz – span = 90 MHz Erro: É a diferença entre o valor lido e o valor real Exatidão: É a aptidão de um instrumento de medição para fornecer respostas próximas a um valor verdadeiro. Angeabilidade (Largura de Faixa): 1 KHz a 10 KHz = 9 KHz Histerese: É o erro máximo apresentado pelo instrumento para um mesmo valor em qualquer ponto da faixa de trabalho, quando a variável percorre toda a escala nos dois sentidos, ascendente e descendente. Repetibilidade: É a máxima diferença entre as diversas medidas de um mesmo valor da variável, adotando sempre o mesmo sentido de variação. Rastreabilidade: É a propriedade do resultado de uma medição ou do valor de um padrão estar relacionado a referências estabelecidas. Instrumento: É o dispositivo para determinação do valor de uma grandeza ou de uma variável. Metrologia: É a ciência das medições, que assegura a exatidão nos processos produtivos. IN OUT Fig. 02 xiv Introdução 1 FUNDAMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS 1.1 - Introdução Em qualquer trabalho prático de laboratório, são realizadas inúmeras medidas sobre um dado sistema. O resultado numérico dessas medidas deve ser tal que esteja dentro de uma exatidão que nos dê confiança daquilo que foi realizado. A indicação do erro, ou desvio que afeta uma medida é uma indicação da qualidade da mesma, não importando a unidade ou quantidade. Por exemplo, a indicação do erro de uma massa de 10-6 Kg a indicação de uma tensão de 1,0 V, ou uma corrente de 10-5 A, pode ser mais importante do que o erro o qual afeta uma medida de uma potência de 25 mW ou uma massa de 103 Kg. Os erros ou desvios sempre representam um resultado discutível, e por esse motivo não tem sentido a representação dos mesmos, com mais de dois algarismos significativos. Assim, os infinitésimos da segunda ordem serão abandonados, isto é, o quadrado do erro é desprezado em presença do próprio erro, determinando-se apenas os estimados da primeira ordem. 1.2 - A Natureza dos Erros Podemos classificar os erros em três grandes grupos: Grosseiros (ou Pessoais): São causados pelo descuido ou por falta de habilidade do elemento que está medindo. Como exemplo, poderíamos citar: x Leituras erradas - Troca de algarismos na leitura. x Emprego inadequado de constantes das escalas dos instrumentos. x Ligações erradas. x Erros de paralaxe. Como vemos esta classe de erros cobre a maior parte dos enganos ocorridos nas leituras e nos registros de dados. Como exemplo podemos citar o seguinte fato. x Um observador lê uma tensão de 19,2 V e registra 12,9 V. Assim, só com um grande cuidado pode se evitar que esses erros apareçam na folha de registro. Sistemáticos: São os que aparecem em uma série de medidas com uma certa constância e um sentido determinado. Abrangem os erros de construção ou aferição, 2 Capítulo 1 - Fundamentos de Medidas Elétricas que é dado pela qualidade do material empregado, os erros de imperfeição do observador e os da imperfeição dos métodos de medida. Como vemos, para cada caso deve haver um estudo detalhado do instrumento, do observador e do método de medida, com o que os mesmos não poderão ser corrigidos, ou muito menos evitados. Podemos dividi-los em três classes principais: x Instrumental x Ambiental x Observação Instrumental: x Devido a ineficácia do instrumento: Todos os instrumentos e padrões, possuem exatidões de qualquer espécie, conforme características dadas pelo fabricante. Há sempre uma tolerância proveniente da calibração e inexatidões adicionais que ocorrem devido ao decurso do tempo e ao uso. Como exemplo, vamos supor que as medições de comprimento fossem feitas com uma régua na qual, um pequeno pedaço, junto a uma das extremidades tenha sido cortado: consequentemente, todas medidas feitas com esta régua, estarão sistematicamente afetadas de um valor constante. x Devido ao mal trato ou a efeitos de sobrecarga dos instrumentos: Podemos dizer com uma grande convicção que os erros nas medições, são originados muito mais vezes pelo operador do que pelo próprio instrumento. Um bom instrumento usado de maneira errada pode gerar medidas bem falsas. Esses erros podem ser originados de pequenas coisas, tais como: O ajuste incorreto do zero em uma ponte ou em um instrumento indicador; o uso de fios de resistências muito altas para as medições executadas. Uma má regulagem inicial. Os deslizes mencionados acima são apenas de natureza a dar resultados errados momentâneos, porém não permanentes prejudiciais. Existem ocasiões em que a falta de cuidado ou o uso inadequado do instrumento pode danificá-los permanentemente, devido aos efeitos de sobrecarga e super aquecimento. Os instrumentos indicadores interagem com o circuito em que está sendo feita a medida, por exemplo uma outra fonte de erro, também devido ao operador, e não ao instrumento, está nos efeitos da carga destes. Se um voltímetro, bem calibrado, for ligado a dois pontos de um circuito de alta resistência, fatalmente dará uma leitura errada. Como vemos para um bom planejamento das medições de um sistema qualquer, o usuário deve levar em consideração o efeito que o mesmo tem sobre o sistema. Ambiental: Os instrumentos de medição interagem com o meio, isto incluindo qualquer condição na região em volta da área de ensaio, que tenha um efeito na medida. Sabemos que a temperatura afeta as propriedades dos materiais de formas adversas, tal como: Dimensões; Elasticidade e outras mais, e essa é uma fonte comum de erro. Outras fontes de erro são: Umidade; Vibração; Campos magnéticos espúrios; Composição do ar ambiente, etc. OBS.: Foi comprovado que se várias pessoas diferentes, usando uma mesma aparelhagem, para um mesmo conjunto de medição, não duplicam necessariamente os resultados. Um dado observador pode ter a peculiaridade de errar para leituras mais altas ou mais baixas que o correto, isto certamente Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 3 ao seu ângulo de leitura e falhas na eliminação da paralaxe. Existem pessoas que lêem divisões fracionárias na escala (interpolação) de um voltímetro por exemplo, sob condições cuidadosamente controladas com muito mais facilidade que outras. Como vemos os erros de leitura podem ser causados por limitações do olho que normalmente pode discernir 0,25 mm. Aleatórios (ou Residuais): Aparecem por motivos indeterminados mesmo depois de aplicadas as correções para os erros sistemáticos. São erros acidentais e de difícil eliminação. O estudo da distribuição e freqüência dos erros acidentais é feito com o auxílio da teoria das probabilidades. Esse tipo de erro obedece a lei do acaso. 1.3 - Definições Aferir: Comparar o instrumento com o padrão e determinar as correções a serem aplicadas nas medidas do mesmo. Calibrar: Ajustar um instrumento para indicar valores iguais ao de um instrumento padrão ou dentro da margem de erro característico do instrumento. Desvio: Erros aleatórios ou residuais. Discrepância: Diferença entre duas informações. Erro: Podemos afirmar, que é uma incerteza estimada. Erro Absoluto: Erro de uma medida ou erro verdadeiro é a diferença entre o valor verdadeiro conhecido (não o exato por ser desconhecido) e o valor obtido na medida. 'X = X � X’ onde 'X = Erro absoluto X = Valor verdadeiro conhecido X’ = Valor medido. O erro absoluto se manifesta por excesso ou por falta. Se, X’ >X � erro por excesso. Se, X’deve ser expresso como um número puro de preferência como uma fração decimal. 10. A exatidão de uma medida de ângulo de fase, deve ser expressa em graus elétricos. 1.7 - A Estatística nos Trabalhos Experimentais Como sabemos, nenhuma medida é feita com total exatidão. O estudo sobre os erros se faz necessário para a avaliação dos processos de medida. Um estudo dos erros é muito importante, seja para descobrir meios de reduzi- los, ou seja como uma maneira de avaliar a confiabilidade do resultado final. A estatística comprova que nenhuma medida é realizada com a perfeita exatidão. Faremos um resumo sobre algumas aplicações da estatística e sua terminologia. Quando se desejam medidas com boa precisão, efetuam-se uma série de medidas e aplicam- e e re e o ida a ra do postulados de Gauss . 8 Capítulo 1 - Fundamentos de Medidas Elétricas Fig. 1.1 - Curva de Gauss Observando a Fig. 1.1, que é chamada de curva de Gauss, constata-se que os menores desvios (erros) correspondem às maiores freqüências. Os postulados de Gauss são assim definidos: a) Sendo a curva simétrica, a probabilidade é de a mesma obter erros positivos e negativos, na mesma proporção; b) Os erros menores são mais freqüentes; c) A curva é assintótica em relação ao eixo carteziano X; d) A probabilidade de se cometer erros está entre f e + f que resulta em uma unidade. Os desvios são erros aleatórios ou residuais. Na Fig. 1.2 podemos analisar o diagrama simplificado de distribuição de freqüência. Fig. 1.2 - Diagrama Simplificado de Distribuição de Freqüência. Neste caso, se apresenta uma situação em que as relações produzem uma inclinação da ponta para um dos lados; onde podemos marcar dois pontos distintos, que são a média e a sua moda. Definimos como a média, a incidência dos desvios na divisão da área abrangente da curva de Gauss assimétrica. Definimos como a moda, a incidência dos desvios na sua maior amplitude. Do estudo da probabilidade e estatísticas, podemos tirar muitas aplicações em erros de medidas, precisão, ou exatidão dos equipamentos de medida. A partir daí exprimimos diversas fórmulas fundamentais para estas aplicações, como seguem abaixo: a) Erro relativo � e v ' ' H ; b) Erro relativo percentual � 100 e v% u ' ' H ; Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 9 c) O valor verdadeiro Ve da grandeza poderá ser expresso por: Vm - 'v d Ve d Vm + 'v d) O valor mais provável � X n xi¦ � média matemática e) Sendo que xi, é o valor da variável e n é o nº de ocorrências. f) Os desvios � Xxi � xi' g) Os desvios médio � X' n xi'¦ h) Desvio padrão � � � � � 2 22 SS 1n Xxi S 1n xi S � � �¦ r � � '¦ r Sendo que: � � xiXnien.......321xi 22222 ' �'�'�'�' '¦ e 2S é a variância. O desvio padrão tem como objetivo indicar o erro médio quadrático das medidas individuais calculadas sobre a média do universo. i) Variância � � � 1n XxiS 2 2 � � ¦ A variância tem como objetivo, indicar uma medida isolada a qual desvia da média do conjunto. 1.8 – Desempenho Dinâmico do Sistema Classe do Instrumento: É o limite de erro percentual de construção do instrumento dado pelo fabricante, que afeta a extensão da escala (VOM) 1%, 2%, 3% etc. Categoria do Instrumento: É o limite de segurança do instrumento para diversas situações. Podem ter categorias: I, II, III e IV. A norma IEC 1010-1 especifica as categorias de sobretensões baseadas na distância em que se localiza a fonte de energia. 10 Capítulo 1 - Fundamentos de Medidas Elétricas y Categoria I: São os multímetros usados para medir tensões bem baixas, como sinais de telecomunicações. y Categoria II: São os multímetros usados para medir tensões em tomadas internas, que alimentam eletromésticos, equipamentos eletrônicos de médio consumo. y Categoria III: São os multímetros usados para medir tensões a níveis de distribuição elétrica nos sistemas primários, operando no máximo até onde existe o transformador: y Categoria IV: São os multímetros usados para trabalho em sistema de distribuição externa, subterrâneos e painéis elétricos. OBS: O que determina basicamente a qual categoria deve pertencer o multímetro que um profissional utilizará é o grau de proximidade da central de distribuição e as intensidades de corrente e tensão envolvidas. Veja as Figuras na pagina seguinte. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 11 2 NORMAS TÉCNICAS 2.1 - Introdução Normas são conjuntos de procedimentos, que afetam as características básicas de um determinado instrumento e tem que ser criteriosamente atendidas, conforme o padrão pré estabelecido. Um instrumento de medida, analógico ou digital, deve seguir rigorozamente as normas, pois sua comercialização só é possível se, somente se os fabricantes especificarem nos seus manuais as normas atendidas. Existem diversas normas, e como exemplo temos: Equipamentos eletromédicos têm que atender a norma IEC 601. Equipamentos militares têm que atender às normas MIL. (São equipamentos que suportam desde -50º a 150º). As normas do Brasil (NB) só valem no nosso território, mas são adaptações das normas estrangeiras que atendem todos os produtos manufaturados no Brasil como papel, automóvel, equipamentos eletroeletrônicos etc. As normas estrangeiras mais atendidas são: A norma alemã DIN (Deutches Institut für Normaltung); As normas americanas ASA (American Standard Association), IEC (International Electrotechnical Committee) e ISO (International Standard Organization). Como exemplo, temos a ISO 9000, a qual todas as empresas no Brasil têm que atender, pois rege o controle de qualidade dos produtos manufaturados. A ISO (International Organization for Standardization) é uma federação mundial, integrada por Organismos Nacionais de Normalização, contando com um representante por país. É uma organização não governamental, estabelecida em 1947, da qual a ABNT é membro fundador, contando atualmente com 132 membros, sendo 90 participantes, 33 correspondentes e 9 subscritos. 2.2 - Normalização É a atividade que estabelece prescrições em relação a problemas existentes ou potenciais, destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas a obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 13 Os Objetivos da Normalização são: Economia Proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos. Comunicação Proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços. Segurança Proteger a vida humana e a saúde. Proteção do Consumidor Prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos produtos. Eliminação de Barreiras Técnicas e Comerciais Evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando assim, o intercâmbio comercial. Na prática, a Normalização está presente na fabricação dos produtos, na transferência de tecnologia, na melhoria da qualidade de vida através de normas relativas a saúde, a segurança e a preservação do meio ambiente. Fundada em 1940, a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como Fórum Nacional de Normalização - ÚNICO - através da Resolução nq 07 do CONMETRO, de 24.08.1992. É membro fundador da ISO (International Organization for Standardization), da COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação Mercosul de Normalização). A ABNT é a única e exclusiva representante no Brasil das seguintesentidades internacionais: ISO - International Organization for Standardization. IEC - International Electrotechnical Comission e das entidades de normalização regional: COPANT - Comissão Panamericana de Normas Técnicas. AMN - Associação Mercosul de Normalização. 14 Capítulo 2 - Normas Técnicas 2.3 - Certificação É um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo independente da relação comercial, com o objetivo de atestar publicamente por escrito, que determinado produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados. Estes requisitos podem ser: nacionais, estrangeiros ou internacionais. As atividades de certificação podem envolver: Análise de documentação; auditorias/inspeções na empresa; coleta e ensaios de produtos no mercado e/ou na fábrica, com o objetivo de avaliar a conformidade e sua manutenção. Não se pode pensar na certificação como uma ação isolada e pontual, mas sim como um processo que se inicia com a conscientização da necessidade da qualidade para a manutenção da competitividade e conseqüente permanência no mercado, passando pela utilização de normas técnicas e pela difusão do conceito de qualidade por todos os setores da empresa, abrangendo seus aspectos operacionais internos e o relacionamento com a sociedade e o ambiente. As Marcas e Certificados de Conformidade da ABNT são indispensáveis na elevação do nível de qualidade dos produtos, serviços e sistemas de gestão. A certificação melhora a imagem da empresa e facilita a decisão de compra para clientes e consumidores. 2.4 - ABNT como Organismo de Certificação A ABNT é um Organismo Nacional que oferece credibilidade internacional. Todo o processo de certificação está estruturado em padrões internacionais, de acordo com ISO/IEC Guia 62/1997, e as auditorias são realizadas atendendo às normas ISO 10011 e 14011, garantindo um processo reconhecido e seguro. A ABNT conta ainda com um quadro de técnicos capacitados e treinados para realizar avaliações uniformes, garantindo maior rapidez e confiança nos certificados. A ABNT é uma entidade privada, independente e sem fins lucrativos, fundada em 1940, que atua na área de certificação, atualizando-se constantemente e desenvolvendo “know-how” próprio. 2.5 - As Normas Básicas NORMA TÍTULO OBJETIVOS ISO 9000:2000 Sistema de Gestão da qualidade - Conceitos e Vocabulário. Fornece uma compreensão fundamental do SGQ e apresenta o vocabulário pertinente. ISO 9001:2000 Sistema de Gestão da Qualidade - Requisitos. Fornece os requisitos para as organizações demonstrarem capacidade de alcançar as exigências dos clientes. ISO 9004:2000 Sistema de Gestão da Qualidade - Diretrizes Gerais. Fornece diretrizes (Boas Práticas) para o SGQ e a melhoria contínua dos processos. ISO 19011 Diretrizes para Auditorias da qualidade e Meio Ambiente. Fornece as diretrizes para a realização de auditorias integradas de qualidade e meio ambiente. Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 15 2.6 - Algumas Normas ISO Complementares NBR ISO 10005:1997 Diretrizes para Planos da Qualidade. NBR ISO 10011-1:1993 Diretrizes para Auditorias de Sistemas da Qualidade - Auditoria. NBR ISO 10011-2:1993 Diretrizes para Auditorias de Sistemas da Qualidade - Critérios para Qualificação de Auditores de Sistemas da Qualidade. NBR ISO 10011-3:1993 Diretrizes para Auditorias de sistemas da Qualidade - Gestão de Programas de Auditorias. NBR ISO 10012-1:1993 Sistemas de Comprovação Metrológica para Equipamentos de Medição. NBR ISO 10012-2:1999 Garantia da Qualidade para Equipamento de Medição - Diretrizes para Controle de Processos de Medição. NBR ISO 10013:1995 Diretrizes para o Desenvolvimento de Manuais da Qualidade. 2.7 - A Nova Estrutura das Normas da Família ISO 9000 COMO ESTAVA COMO ESTÁ ISO 8402:1994 ISO 9000-1 e 9000-2:1994 NBR ISO 9000:2000 ISO 9001:1994 ISO 9002:1994 ISO 9003:1994 NBR ISO 9001:2000 ISO 9004-1:1994; 9004-2:1993 e 9004-3:1993 NBR ISO 9004:2000 ISO 10011-1 / 2 / 3 ISO 14010 / 011 / 012 NBR ISO 19011 (minuta) 2.8 - Banco de Normas Técnicas Nacionais e Estrangeiras AATCC American Association of Textile Chemists and Colorists. ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas. AFNOR Association Française de Normalisation. AIA / NAS Aerospace Industries Association of América / National Aerospace Standards Service. AIIM Association for Information & Image Management. ANSI American National Standards Institute. ASME American Society of Mechanical Engineers. ASNT American Society for Nondestructive Testing. ASTM American Society for Testing and Materials. ASQC American Society for Quality Control. 16 Capítulo 2 - Normas Técnicas BSI British Standards Institution. DEF STAN Defence Standards. DIN Deutsches Institut für Normung HOT SPECS A Weekly Update of the IHS Military Specifications Service. IEC Internacional Electrotechnical Commission. IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers. ISO International Organization for Standardization. JIS Japanese Industrial Standards. MIL Military Specifications and Standards Service. NATO OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte. NEB / T Normas Técnicas do Exército Brasileiro. NEMA National Electrical Manufacturers Association. SAE Society of Automotive Engineers, Inc. UL Underwriters Laboratories Inc. 2.9 - Calibração Em uma freqüência muito usada, os usuários de instrumentos não entendem os motivos pelos quais um instrumento deve ser calibrado, nem avaliam o processo que pode envolver l er li r o. do e s e e “ -9000 está cobrando e o di or dese ver l er s o o er i i do de li r o”. A qualidade da calibração aparentemente é o que menos importa; o critério é o certificado pelo menor custo. No entanto, a calibração é apenas um dos aspectos que o usuário deve observar, ou seja, ela é o resultado de uma série de fatores que vai confirmar a confiabilidade de qualquer equipamento e, em conseqüência, a qualidade da medida quando inspecionado o produto. O laboratório de calibração tem a obrigação de garantir: lid de d s s s edi es e se is e d lid de e i r s re ilid de dos se s p dr es e se pesso l o pen en e. A norma ISO/IEC 17025 é um dos documentos que os laboratórios e indústrias utilizam para compor seus manuais, instruções e procedimentos, como normas gerais de ação da empresa. Calibração e Ajuste A calibração de um instrumento se faz necessário tanto para estabelecer a correspondência entre a sua indicação com um valor padrão, quanto para determinar as correções no processo de medição de uma grandeza. Nem todo instrumento necessita de calibração, o bom senso deve prevalecer sempre quando houver alguma dúvida, porém de modo geral devemos calibrar aqueles equipamentos que são usados para controlar a qualidade do produto, sejam eles de clientes, próprios, etc.. O laboratório que irá efetuar as calibrações deverá obedecer aos requisitos da norma ISO/IEC 17025 particularmente quanto à rastreabilidade. Os ajustes efetuados Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 17 tem que ser registrados e o certificado acompanhado dos resultados antes do ajuste e após o ajuste final. Escolha do Equipamento de Medidas A escolha do instrumento de medida para executar uma tarefa normalmente não obedece a um critério, uma vez que o uso de determinado equipamento pode ser i pos o pelo oper dor e “ ” o ins r en o de do. es os no ndo preocupação crescente para melhorias e conscientização do pessoal, que há necessidade Como podemos escolher o equipamento correto? Precisamos conhecer: 1 os dados nominais sobre a exatidão do seu instrumento, normalmente fornecidos pelo fabricante do equipamento; 2 o erro aceitável que vai ser medido ou do processo Fabril; 3 oerro do seu instrumento de medidas; 4 a incerteza de medição do seu medidor. A exatidão do instrumento não é suficiente para garantir a medida aceitável temos que considerar outros fatores, como a resolução e, dependendo do processo, outros fatores característicos do instrumento de medidas. 2.10 – Resumo: As Normas Estrangeiras mais importantes são: Norma Alemã ASA (American Standard Association) IEC (International Electronical Comitee). ISO (International Standard Organization) IEEE (I3E) (Institute of Electrical and Electronics Engineers) - Normalização Atividade que Estabelece prescrições de padronização de um produto/serviços. - Certificação Atividades realizadas por ONG, para atestar por escrito o estado do material ou serviços. - ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas (Responsável pela normalização Técnica no Brasil). - INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e qualidade. (Executa a metrologia). 18 Capítulo 2 - Normas Técnicas - Calibração Estabelece a relação com um valor padrão, e determina as correções a serem realizadas.(substitui a aferição). - Incerteza É o resultado de uma medida que mostra a dispersão de valores. CERTIFICAÇÃO - ISO 9000 Exige o certificado de calibração - Confirma a confiabilidade / qualidade do instrumento - Confirma que o Sistema é eficaz - Confirma a rastreabilidade dos seus padrões - Confirma a competência do pessoal técnico. 2.11 – Resumo da NR-10: As Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NRs, regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e medicina do trabalho no Brasil. São as Normas Regulamentadoras do Capítulo V. Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, foram aprovadas pela portaria Nº 3.214, 08 de junho de 1978. São de observância obrigatória por todas as empresas brasileiras regidas pela CLT. São elaboradas e modificadas por comissões tripartites específicas compostas por representantes do governo, empregadores e empregados. A Portaria Nº 598 do TEM, que alterou a Norma Regulamentadora nº10, que é de 7 de dezembro de 2004, mas que foi publicada no Diário Oficial da União no dia 8 de dezembro de 2004, no seu Art. 4º determinou que esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, portanto em 8 de dezembro de 2004. Com isto as obrigações estabelecidas na nova NR-10 são de cumprimento imediato, a partir de 8 de dezembro de 2004, exceto quando a alguns dispositivos indicados no Anexo IV da nova Norma Regulamentadora, os quais devem observar prazos específicos para cumprimento/adaptação, que variam de 6 a 24 meses, conforme cada caso. Os dispositivos que constam do Anexo. x 10 Normas Regulamentadoras como exemplo apresentamos abaixo: o 1.1 NR 1 Disposições Gerais o 1.2 NR 2 Inspeção Prévia o 1.3 NR 3 Embargo ou Interdição o 1.4 NR 4 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho o 1.5 NR 5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 19 o 1.6 NR 6 Equipamento de Proteção Individual o 1.7 NR 7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional o 1.8 NR 8 Edificações o 1.9 NR 9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais o 1.10 NR 10 Serviços em Eletricidade Norma Regulamentadora, gerenciada pelo TEM, (Ministério do Trabalho e pre o l en e e os no r sil s e e o o função zelar pela Segurança Saúde e Integridade Física das Pessoas dentro de um ambiente de trabalho. Sendo assim estas Normas tem a finalidade de tratar dos Riscos de Acidentes, para que estes não cheguem ao ponto de tornar-se acidentes. Entendemos por Risco, tudo aquilo que está no ambiente de trabalho das pessoas, que se não tratado pode causar um acidente. Por isso devemos cada vez mais nos preocupar em informar as situações de Risco, para que estes possam ser tratados, eliminados, ou ao menos controlados de maneira que afetem a integridade física e/ou a saúde das pessoas envolvidas naquela área. NR10 é a décima norma das 33 que temos hoje no país, trata de segurança em instalações elétricas e serviços em eletricidade e compete a ela, zelar pela integridade física e saúde dos eletricistas, e pessoas que trabalhem direta ou indiretamente com eletricidade. 3 INSTRUMENTOS DE MEDIDA ANALÓGICOS 3.1 - Introdução Antes de estudarmos a instrumentação eletrônica dos tempos atuais, que sem dúvida nenhuma é a instrumentação digital, faremos um estudo inicial dos medidores analógicos, que aliás ainda vemos no nosso trabalho diário e no campo. 3.2 - Características Principais Consideramos como características, os parâmetros que relacionam a qualidade dos equipamentos de medidas. Para que os medidores tenham os parâmetros padronizados internacionalmente, foi necessário a evolução dos sistemas de unidades. Historicamente sabemos que o 1q sistema de unidades proposto por Gauss se deu em 1832, definindo as unidades: (cm) centímetro, (g) grama e segundos respectivamentes dados pelo sistema CGS. Após muitas discussões científicas entre a Academia Francesa, a Associação Britânica e o cientista italiano Giorgi, compatibilizou-se as unidades metro, quilograma e segundo, assim chamado de MKS, depois MKSA e finalmente com o nome Sistema Internacional de Unidades (S.I.), na qual utiliza o metro, quilograma e o segundo, e foram acrescentados Kelvin e Candela, conforme vimos na introdução deste compêndio. O instrumento é qualificado pelas suas características próprias de fabricação, como veremos a seguir. 3.3 - Instrumentos de Medida Logo após a descoberta dos primeiros fenômenos originados pela corrente elétrica, não se pensava ainda em intensidade de corrente; e logo os pesquisadores procuraram o melhor meio de poder comparar os efeitos originados por essas correntes, obtendo indicações numa escala, para a avaliação da grandeza ou amplitude dos efeitos que se manifestaram. Ampère verificou que, aproximando uma bússola de um condutor percorrido por uma corrente elétrica, a agulha da bússola mudava da sua posição de equilíbrio. O desvio era proporcional à energia fornecida ao circuito. A garrafa de Leyden fornecia a energia para essas experiências, sob a forma de impulsos muito rápidos, visto que a Instrumentação Eletrônica - Eng. Arilson Bastos 21 garrafa não ser mais do que um capacitor, carregado de energia, fornecida por uma máquina eletrostática. A amplitude da leitura era proporcional ao número de garrafas ligadas em série. Em 1827 Alejandro Volta inventou a pilha elétrica, que fornece uma f.e.m. mais ou menos constante e de certa duração. Galvani e Volta, nas suas experiências, procuravam a razão pela qual a intensidade da corrente era distinta ao atravessar diferentes tipos de circuitos. Para o efeito, utilizaram um instrumento que passou a chamar-se galvanômetro (em honra a Galvani), que empregava o princípio da observação de Ampère. A parte móvel, indicadora, era uma bússola, e o condutor uma bobina (Fig. 3.1). Para poder utilizar-se este aparelho, a agulha era previamente orientada sobre o eixo Norte-Sul magnético da terra. Se uma bobina for colocada de maneira que envolva um dos pólos de um ímã (Fig. 3.2), ao se aplicar uma tensão fornecida por uma pilha de 1,5 a 12 volts, observamos que a bobina se desloca em um ou outro sentido, segundo a polaridade da tensão que lhe é aplicada. Este é o princípio do funcionamento dos medidores de quadro móvel ou também chamado de bobina móvel.. Fig. 3.1 - Bobina Fig. 3.2 3.4 - Medidor de Bobina Móvel Um galvanômetro aperfeiçoado pelo cientista francês D'Arsonval, é visto na Fig. 3.3, é formado por um ímã fixo e potente (sendo nula a influência do campo magnético terrestre sobre o campo magnético do ímã) e por uma bobina de pequenas dimensões, apoiada