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27/02/2024, 10:17 Ética e Profissionalismo em Psicologia
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ÉTICA E PROFISSIONALISMO EM
PSICOLOGIA
CAPÍTULO 2 - CÓDIGO DE ÉTICA DO
PSICÓLOGO
Saulo Santos Menezes de Almeida
27/02/2024, 10:17 Ética e Profissionalismo em Psicologia
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Introdução
Vamos começar mais uma unidade? Esta é essencial para a nossa formação em Psicologia, pois vamos tratar
do nosso código de ética. Imagina que você tenha que construir um livro de regras e condutas para todos os
seus amigos. O que você colocaria? Algumas questões podem te ajudar a pensar nisso: quais as condutas
esperadas nos seus amigos? Quais as suas condutas diante dos amigos? Em quais contextos? O que isso
impactaria na sua vida?
Refletindo sobre o assunto, percebemos que não é tão fácil construir um documento que regule as condutas
esperadas em uma relação de amizade. Agora, imagine se isso for pensado para relações profissionais e ainda
mais se esta profissão lida diretamente com outras pessoas em situação de vulnerabilidade social ou
emocional. Isso implica em ainda mais complexidade, concorda?
É isto que esta unidade demonstrará. Diante da complexidade humana e das mais diversas problemáticas que
envolvem a vida humana, construir um código de condutas que regulamente práticas profissionais de pessoas
que lidam com outras, não é simples!
Portanto, além de conhecer mais a fundo o seu código de ética, esta unidade descreve o processo de
construção do Código de Ética do Profissional Psicólogo e sua importância na tomada de decisão profissional.
Vamos juntos caminhar nesse processo de formulação do nosso código de ética profissional que se dá de
forma indissociável às questões sociais, políticas e econômicas.
Vamos começar? Acompanhe o conteúdo com atenção!
Processo de construção do Código de Ética Profissional do
Psicólogo Brasileiro (CEPP)
Construir um documento que embase as condutas humanas não é simples, sendo assim, a construção do
Código de Ética Profissional do Psicólogo Brasileiro não foi fácil. Em uma sociedade constituída
historicamente através de opressões e marginalizações, na qual as disparidades econômicas são alarmantes, a
desigualdade social presente e a diversidade cultural está em todos os espaços. Pensar em um documento que
contemple e respeite esta complexidade exige muito estudo e esforços. Afinal de contas, o psicólogo é aquele
que lida com os conflitos e sofrimentos humanos todos os dias.
Neste tópico passearemos, portanto, por algumas informações importantes acerca da história do Código de
Ética Profissional do Psicólogo.
Primeiro código de ética
A profissão de psicólogo foi regulamentada em 27 de agosto de 1962, por meio da edição da Lei n.
4.119/1962, demarcando a sua atuação. Nela, destaca-se o artigo 13, no qual se afirma que “[…] o exercício
profissional se dá através de utilização de métodos e técnicas psicológicas com os seguintes objetivos: a)
diagnóstico psicológico; b) orientação e seleção profissional; c) orientação psicopedagógica; e d) solução de
problemas de ajustamento” (BRASIL, 1962, online). Sabe-se, pois, a partir desse momento, as possíveis
atuações do profissional da psicologia, porém há de se pensar que, também nesse instante, surgem os
questionamentos sobre o “como” esta atuação precisa ser feita.
Para além das questões técnicas, as condutas e a ética se tornam pauta de discussões, pois o psicólogo lida
diretamente com demandas que vão desde questões pessoais, como problemas psicoemocionais; a
profissionais, como recrutamento e seleção. No entanto, o primeiro Código de Ética Profissional do Psicólogo
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(CEPP) só foi regulamentado no ano de 1975 com a Resolução CFP n. 08 de 2 de fevereiro; vale salientar que
este documento recebe o nome de Resolução, pois possui caráter normativo e regulador da profissão. Assim,
demarca-se as primeiras regras necessárias para esta atuação.
Nesse código de ética, logo se percebe os documentos que regulam a atuação do profissional: “Somente pode
intitular-se psicólogo(a), e nesta qualidade exercer a profissão no Brasil, a pessoa legalmente credenciada nos
termos da Lei 4119 de agosto de1962, da Lei 5766 de 20 de dezembro de 1971 e de legislação posterior”
(CFP, 1975, online).
Ressalta-se que a Lei n. 5.766, de 20 de dezembro de 1971, cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais
de Psicologia e dá providências ao Conselho Federal, como as descritas no art. 6:
[...] b) orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de Psicólogo;
c) expedir as resoluções necessárias ao cumprimento das leis em vigor e das que venham
modificar as atribuições e competência dos profissionais de Psicologia;
d) definir nos termos legais o limite de competência do exercício profissional, conforme os cursos
realizados ou provas de especialização prestadas em escolas ou institutos profissionais
reconhecidos;
e) elaborar e aprovar o Código de Ética Profissional do Psicólogo. (BRASIL, [1977], online)
No entanto, há resquícios da primeira tentativa de elaboração de um código de ética no final dos anos 60.
Segundo Weil (1967, p. 258-259),
cópias do referido anteprojeto foram distribuídas à Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul,
à Sociedade Mineira de Psicologia e a diversos serviços de aplicação da Psicologia, e Faculdades
de Filosofia. Em seguida, foi o anteprojeto submetido a uma ampla discussão que teve lugar em
Ribeirão Preto, em julho de 1964, quando da realização de uma assembleia geral da ABP, por
ocasião da XVI Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. [...].
Finalmente, na Assembleia Geral da ABP realizada em Blumenau, por ocasião da XVIII Reunião
Anual da S. B. P. C. aos 12 dias do mês de julho de 1966 o novo anteprojeto foi unanimemente
considerado O CÓDIGO DE ÉTICA DOS PSICÓLOGOS BRASILEIROS e decidiu-se recomendar a
adoção do mesmo por todos quantos se dedicam profissionalmente à Psicologia em nosso meio.
Esse anteprojeto abre espaço para o primeiro código de ética dos psicólogos, por meio da Resolução CFP n. 08
de 2 de fevereiro de 1975; ele era composto por cinco princípios fundamentais e 40 artigos em 13 capítulos.
Clique nos itens a seguir e conheça-os.
Das responsabilidades gerais do psicólogo.
Das responsabilidades para com o cliente.
Das responsabilidades e relações com as
instituições empregadoras.
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Das relações com outros psicólogos.
Das relações com outros profissionais.
Das relações com associações congêneres e
representativas do psicólogo.
Das relações com a justiça.
Do sigilo profissional.
Das comunicações científicas e das publicações.
Da publicidade profissional.
Dos honorários profissionais.
Da fiscalização do exercício profissional da
psicologia e cumprimentos dos princípios éticos.
Disposições gerais.
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Atente-se aos principais deveres e proibições preconizadas por este código, destacadas no quadro abaixo.
O que percebemos é que, desde sempre, a constituição da profissão de psicólogo está intrinsicamente ligada a
uma preocupação pelo respeito à dignidade do indivíduo como pessoa humana.
2.1.2 Segundo código de ética
SegundoAmendola (2014), o primeiro código de ética foi repensado, por conta do aumento do número de
profissionais e a necessidade de uma constante visita às práticas profissionais; ora através de uma crítica às
práticas já constituídas, ora no pensar em novas condutas ou áreas de atuação.
VOCÊ QUER LER?
Agora que você sabe mais sobre o primeiro Código de Ética Profissional do Psicólogo, é
importante se familiarizar com ele, a fim de ir descobrindo as possíveis diferenças que
vão acontecendo nos códigos posteriores. Você pode ler na íntegra, clicando em:
https://atosoficiais.com.br/cfp/resolucao-do-exercicio-profissional-n-8-1975-
estabelece-novo-codigo-de-etica-dos-psicologos-e-revoga-a-resolucao-cfp-n-08-75-de-
02-de-fevereiro-de-1975.
Figura 1 - Principais pontos do Código de Ética do Psicólogo de 1975.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado CFP, 1975.
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Depois de consultas aos conselhos regionais e também a professores de ética, o novo código é publicado em
30 de agosto de 1979, por meio da Resolução CFP n. 029/1979, mantendo a tradição de uma profissão que
promove o bem-estar da pessoa e da humanidade. Ainda de acordo com Amendola (2014), esse novo código
coaduna com um profissional que desenvolve suas existências, seus conhecimentos e procedimentos éticos e
luta pela melhoria constante de sua competência científica e técnica, focando em questões como o sigilo e nas
relações com outros profissionais, com cinco princípios fundamentais e 50 artigos dispostos em doze
capítulos. Clique nos itens a seguir e conheça-os.
Das responsabilidades gerais do psicólogo.
Das responsabilidades para com o cliente.
Das responsabilidades e relações com as
instituições empregadoras.
Das relações com outros psicólogos.
Das relações com outros profissionais.
Das relações com associações congregantes e
representantes dos psicólogos.
Das relações com a justiça.
Do sigilo profissional.
Das comunicações científicas e da divulgação ao
público.
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Da publicidade profissional.
Dos honorários profissionais.
Da observância, aplicação e cumprimento do
código de ética.
2.1.3 Terceiro código de ética
Passada a ditadura e com o princípio de democratização do país, novas necessidades político-econômicas
aguçam a construção de um novo código de ética profissional. Questões sociais, especialmente a pobreza e as
vulnerabilidades políticas e econômicas apresentadas pela população brasileira; fazem com que o Conselho
Federal de Psicologia comece a discutir uma mudança no documento que rege e fiscaliza a conduta
profissional para dar conta dessas necessidades sociais. 
Diante dessa realidade, nasce o Código de 1987, por meio da Resolução CFP n. 002/1987, em uma conjuntura
mais crítica e reflexiva da realidade social, buscando soluções de problemas. Foi constituído de sete princípios
fundamentais e 50 artigos em 10 capítulos. Clique nos itens a seguir e conheça-os.
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VOCÊ SABIA?
O Código de Ética do Psicólogo, até sua segunda edição, foi escrito em plena
ditadura militar, quando as práticas eram muitas vezes oferecidas como
ferramenta normalizadora de sujeitos a este ambiente social da época. Para saber
mais sobre o assunto, leia o artigo “Psicologia e ditadura civil-militar: reflexões
sobre práticas psicológicas frente às violências de Estado” de Helena Beatriz
Kochenborger Scarparo, Samantha Torres e Daniel Dall'Igna Ecker, disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-
700X2014000100004 (http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S2178-700X2014000100004).
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-700X2014000100004
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-700X2014000100004
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-700X2014000100004
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-700X2014000100004
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Das responsabilidades gerais do psicólogo.
Das responsabilidades e relações com as
instituições empregadoras.
Das relações com outros profissionais ou
psicólogos.
Das relações com a categoria.
Das relações com a justiça.
Do sigilo profissional.
Das comunicações científicas e da divulgação ao
público.
Da publicidade profissional.
Dos honorários profissionais.
Da observância, aplicação e cumprimento do
código de ética.
Destaca-se, a alteração a posteriori, acerca da prestação de serviços psicológicos por telefone:
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Art. 1° - Incluir a alínea ‘o' no Art. 02 do Código de Ética Profissional do Psicólogo, Resolução CFP
002/87 de 15 de agosto de 1987 com a seguinte redação:
Art. 2° - Ao Psicólogo é vedado:
0) prestar serviços ou mesmo vincular seu título de Psicólogo a serviços de atendimento
psicológico via telefônica. (CFP, 1995, apud AMENDOLA, 2014, p. 673)
Um outro ponto importante do Código de Ética Profissional do Psicólogo é a preocupação em atender aos
pressupostos da Declaração Universal dos Direitos Humanos — ela aparece em um dos seus artigos: 
O(a) psicólogo(a), no exercício de sua profissão, completará a definição de suas
responsabilidades, direitos e deveres, de acordo com os princípios estabelecidos na Declaração
dos Direitos Humanos, aprovada em 10 de dezembro de 1948, pela Assembleia Geral das Nações
Unidas (CFP, 1987, online, p. 5).
Agora que entendemos mais sobre o terceiro código de ética e seu contexto, podemos conhecer o quarto
código de Ética, tema do tópico a seguir. 
2.1.4 Quarto código de ética
Chegando aos finais dos anos 1990, depois da promulgação da Constituição Brasileira de 1988, inicia-se um
novo fervor para a reformulação do Código de Ética Profissional do Psicólogo (CEPP).
Nesse momento, temas importantes começam a ser pauta dentro do Conselho Federal. Clique nas abas e
conheça algumas das resoluções.
Estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual.
E stabelece normas de atuação para os psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação
racial.
Fica instituído o manual de elaboração de documentos, produzidos por psicólogos, decorrentes de
avaliações psicológicas.
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Resolução CFP n. 01/1999
Resolução CFP n. 18/2002
Resolução 017/2002
Resolução 011/2012
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Buscando, então, uma aproximação maior com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e com a
Constituição de 1988, o Código de Ética de 2005 (Resolução CFP n. 010/2005) foi aprovado, tendo sete
princípios fundamentais e 25 artigos, distribuídos em dois capítulos:
das responsabilidades do psicólogo;
das disposições gerais.
Como é notório, e ratificado por Amendola (2014, p. 676), a intenção do documento foi “[…] deixar de ser um
instrumento fundamentalmente prescritivo para ser um Código que permita o exercício do pensamento,
possibilitando a ética se fazer presente, enquanto associada à prática profissional”.
O autor ainda salienta que o código de ética atual é generalista, o que faz pesar os valores e princípios do
profissional. Essa situação, ao mesmo tempo que pode levantar a possibilidade de respeito aos valores
pessoais do profissional, pode, também, levantar a discussão sobreo uso de práticas embasadas em senso
comum (AMENDOLA, 2014).
Esse último código é o que trataremos de forma mais detalhada no tópico seguinte. Vamos lá?
Regulamenta os serviços psicológicos realizados por meios tecnológicos de comunicação a
distância.
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Figura 2 - Principais pontos do Código de Ética do Psicólogo de 2005.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CFP, 2005.
2.2 Código de Ética do Psicólogo
Retomemos a discussão do código de ética da Resolução CFP n. 010/2005, começando pelo primeiro
princípio fundamental: “O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da
dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração
Universal dos Direitos Humanos” (CFP, 2005, online).
O primeiro ponto de destaque da nossa atuação enquanto profissionais é zelar pelo respeito. Respeito é uma
palavra que se tornou de propriedade midiática desde os movimentos sociais que buscam espaços equânimes
nas esferas sociais, políticas e econômicas, assim sendo, é interessante notar que respeito não pode ser
confundido com imposição de normas e padrões vigentes. Respeitar é, justamente, permitir que a diversidade
humana se faça presente em todas as suas possibilidades. Sendo assim, respeito e promoção da liberdade se
fazem indissociáveis.
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O respeito se efetiva na liberdade que se tem de expor a sua singularidade, ao mesmo tempo que o outro
também possa. Eis aí um dos maiores desafios do profissional da Psicologia. Imagina que o(s) sujeito(s) à sua
frente pode(m) dispor de valores morais e condutas diferentes das preconizadas pelo profissional em sua
vida privada. Sem um acompanhamento pessoal, psicoterapia e supervisão, o profissional pode confundir as
suas questões pessoais com as do(s) sujeito(s) participante(s) das práticas profissionais.
De forma mais direta, todo profissional precisa participar de práticas psicológicas como paciente/cliente,
assim como as oferece, sendo psicoterapeuta e buscar atendimento para suas questões, compreender a
realidade do outro assim como buscar compreender a sua e também buscar supervisão de outros
profissionais da área a fim de evitar suas opiniões pessoais nas análises dos casos.
Diante disso, algumas perguntas devem ser centrais na prática do psicólogo. Clique nas setas a seguir para
conhecê-las.
Vamos tomar Jean-Paul Sartre para pensar um pouco sobre a liberdade. Para este autor somos condenados à
liberdade, e, nesse sentido, a liberdade é escolher o caminho mais curto em direção ao projeto fundamental,
porém sempre sujeitos a limitações. No entanto, essa liberdade só se configura autêntica quando associada a
responsabilidade de um ser consciente e engajado no mundo em que se encontra.
“Escolher ser isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o valor do que escolhemos, porque nunca podemos
escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos”
(SARTRE, 1978, p. 6-7). Essa conduta de respeito e liberdade permite o surgimento da dignidade, da
igualdade e da integridade do ser humano.
Carl Rogers (1976), psicólogo humanista, sustenta que é por meio da aceitação incondicional do outro que se
é possível uma liberdade para explorar mais congruentemente suas experiências de vida. Dessa forma,
unindo-se à Declaração Universal dos Direitos Humanos, entende-se que apenas com respeito e liberdade se é
possível pensar em saúde e qualidade de vida, pressupostos do segundo princípio fundamental do Código de
Ética Profissional do Psicólogo: “O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das
pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão” (CFP, 2005, online, p.7).
Estou permitindo que o sujeito se expresse livremente?
Estou confundindo as minhas questões pessoais com as demandas do(s) sujeito(s)?
Meu entendimento sobre o indivíduo está livre de julgamentos e preconceitos?
Estou refletindo sobre o que é mais saudável para ele (a), independente dos valores morais que
escolhi para mim?
Há necessidade de uma supervisão com outro profissional mais experiente?
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Segundo Passos (2007), o compromisso da Psicologia com os Direitos Humano é inerente ao seu próprio
objeto, o que não garante uma prática idônea sem a exigência de atitudes éticas dos profissionais.
Nitidamente a Declaração Universal dos Direitos Humanos é a base para estes princípios fundamentais.
Pensar o resgate da condição humana perpassada por um entendimento biopsicossocial e espiritual é de
grande valia para a compreensão de saúde defendida pela Organização Mundial de Saúde, desde a metade do
século XX, como um estado de completo bem-estar físico, mental e social (OMS, 1946).
Entende-se que essas dimensões, apesar de estarem separadas, são indissociáveis; saúde e qualidade de vida
estão interligadas à realidade sócio-histórica, sendo que fatores sociais, econômicos, culturais,
étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais influenciam a prevalência de problemas de saúde. A essa
ideia chamamos de determinantes sociais da saúde, conforme figura a seguir.
Tudo isso solidifica o terceiro princípio fundamental: “O psicólogo atuará com responsabilidade social,
analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural” (CFP, 2005, online).
Figura 3 - Determinantes sociais, modelo de Dahlgren e Whitehead.
Fonte: CARVALHO, 2013, p. 84.
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Não se podem esquecer que esses três princípios fundamentais só se estabelecem através do
aperfeiçoamento pessoal e profissional. Essa necessidade é ponto do quarto princípio fundamental: “O
psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para
o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática” (CFP, 2005, online,
p.7).
Os princípios do Código de Ética Profissional asseguram uma postura profissional que valorize o ser humano
em todas as suas dimensões e complexidades, através do acesso à informação da ciência psicológica a toda a
população, de um atendimento dentro de um mínimo de dignidade profissional que respeite tanto o
profissional quanto os usuários, e de um postura crítico-reflexiva das relações de poder nos lugares onde seu
trabalho for realizado:
IV. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às
informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da
profissão.
V. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando
situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada.
VI. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas
relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crítica e em
consonância com os demais princípios deste Código. (CFP, 2005, online, p. 7)
Agora que sabemos um pouco mais sobre a história do Código de Ética Profissional do Psicólogo, poderemos
compreender melhor seus princípios, começando pelo sigilo e ética no atendimento psicológico, tema do
próximo tópico. Vamos lá?
VOCÊ QUER VER?
Seria bom que você soubesse um pouco mais sobre determinantes sociais de saúde.
Isso ajudará você a pensar em uma atuação profissional que preconiza o respeito, a
dignidade e a integridade humana. Assim, sugerimos que assista ao vídeo intitulado
“Determinantes Sociais em Saúde”, doprograma exibido pelo Canal Saúde, discutindo
os fatores que podem determinar a qualidade da saúde dos brasileiros. Assista
completo em: https://www.youtube.com/watch?v=ZPo0vKZL0IM.
2.3 Sigilo e ética no atendimento psicológico
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Um ponto chave na discussão ética é a questão do sigilo e da confidencialidade das informações prestadas
pelos serviços. Sabendo que o profissional de psicologia lida com situações que demandam uma entrada em
aspectos mais íntimos da história de vida dos usuários, é importante considerar algumas perguntas. Clique
nos botões a seguir para conhecê-las.
Neste tópico, apresentaremos algumas considerações importantes sobre essas questões, refletindo sobre o
código de ética profissional do Psicólogo e as especificidades, do ponto de vista da ética, do atendimento
psicológico a determinados grupos ou populações, como crianças e adolescentes, idosos, pessoas interditadas
judicialmente e pessoas com deficiência.
2.3.1 Sigilo e confidencialidade
O sigilo tem sua importância, por resguardar o (s) usuário (s) de ser (em) vítima (s) de exposição de sua
intimidade, evitando situações de discriminação ou violência causada pela sua história de vida. Este é um
direito garantido para que a dignidade humana seja resguardada em todos os âmbitos da atuação
profissional, em todos os momentos do contato entre profissional e usuários. Por isso, é sempre importante
esclarecer em todos os procedimentos e atuações do psicólogo que o sigilo e confidencialidade serão
respeitados desde o primeiro momento de contato, tendo a continuidade destes procedimentos ou atuações
garantidas após o consentimento do(s) usuário(s).
Esse sigilo é destacado no art. 9º do código de ética: “É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim
de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha
acesso no exercício profissional” (CFP, 2005, online, p.13), incluindo na relação com outros profissionais não-
psicólogos:
Art. 6º - O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos:
a) encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem
seu campo de atuação;
b) compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado,
resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem
as receber, de preservar o sigilo. (CFP, 2005, online, p.12)
O que fazer com os dados da história de vida do cliente/paciente?
Como agir em situações em que há questões ilegais, violência ou crime nos relatos?
Qual órgão acionar? 
Quais procedimentos devem ser realizados pelo profissional?
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Desse modo, o respeito às informações do usuário é imprescindível na atuação do profissional psicólogo, uma
vez que este respeito é o entendimento de que a vida deve ser dignificada em todos os âmbitos por onde o
profissional estiver atuando.
2.3.2 Sigilo e confidencialidade no atendimento a crianças e
adolescentes
Imagine que você vai atender uma cliente chamada Teresa. Ele é uma menina de cinco anos que foi
encaminhada para atendimento psicológico por meio da escola que estuda. Ela tem apresentado sintomas de
agressividade, dificuldades de concentração e aprendizagem, e desenhos escuros e sombrios. A escola afirma
que ela mora com seu pai e com sua madrasta que a castiga sempre.
Agora, pense que você vai atender Pedro, um adolescente de 15 anos que tem se isolado e apresentado
comportamentos agressivos com seus pais, que não aceitam seus grupos de amigos e suas escolhas musicais.
Gosta de ouvir heavy metal e passa horas no quarto sozinho. Esses comportamentos começaram desde que o
mesmo começou a sofrer violência psicológica dos seus pais, com xingamentos e palavras de depreciação da
sua dignidade como pessoa.
Levando em consideração o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código de Ética do Psicólogo, qual seria
a conduta mais adequada a ser tomada? Antes de responder, é importante que você tenha lido o Estatuto da
Criança e Adolescente.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) afirma, em seu art. 13, que “[…] os casos de suspeita ou
confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou
adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo
de outras providências legais” (BRASIL, 1990, online, p.4).
O Estatuto da Criança e do Adolescente faz referência aos serviços de saúde, assistência social, ao Centro de
Referência Especializado de Assistência Social e aos demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da
Criança e do Adolescente, como os responsáveis de
[…] garantir máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância
com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto terapêutico
singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar. (BRASIL,
1990, online, p. 4) 
Desse modo, entendemos que deve ser comunicado aos responsáveis sobre a necessidade de
acompanhamento e denúncia aos órgãos apresentados abaixo. Caso os responsáveis sejam os violadores dos
direitos das crianças, verificar se há algum outro familiar que possa ser suporte e auxiliar no processo. Deve,
também, ao mesmo tempo, acionar aos órgãos abaixo comunicando-os sobre o caso para que busquem o
suporte social e familiar da criança e possam orientar o psicólogo sobre os processos éticos necessários.
Conselho Tutelar.
Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)
e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e
do Adolescente.
Além de buscar apoio junto ao Conselho Regional de Psicologia e
outros profissionais que já passaram por isso.
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Em suma, deve-se buscar o menor prejuízo e conduzir a decisão nos limites éticos, garantindo a integridade e
dignidade humana, o sigilo e confidencialidade dos dados desnecessários para a denúncia.
2.3.3 Atendimento a idosos
No caso de idosos, também temos um documento específico que baseia a atuação de todos os profissionais
que lidam diretamente com este público específico. É o Estatuto do Idoso. Sob a Lei n.  10.741, de 1º de
outubro de 2003, o estatuto se destina a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou
superior a 60 anos.
VOCÊ O CONHECE?
Ronan Tito (PMDB), atualmente com mais de 80 anos, na época senador, foi o autor do
projeto de lei que deu origem ao Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), criado e
sancionado no dia 13 de julho de 1990. Ele foi deputado federal entre 1978 e 1982,
secretário do Trabalho e Ação Social do governo Tancredo Neves em Minas Gerais, entre
1983 e 1984, e eleito senador em 1986.
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Com o uso do Estatuto do Idoso e do Código de Ética Profissional do Psicólogo, sabe-se que, após buscar o
máximo de informações possíveis, a fim de averiguar a denúncia, deve comunicar aos responsáveis/familiares
sobre a necessidade de acompanhamento e denúncia aos órgãos responsáveis. Caso os responsáveis pelo
idoso sejam os violadores dos direitos, verificar se há algum outro familiar/suporte social que possa auxiliar
no processo.
O Estatuto do Idoso afirma, em seu art. 19 (BRASIL, 2003, online), que: 
[…] os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idososserão objeto de
notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem
como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: 
I. Autoridade policial;
II. Ministério Público;
III. Conselho Municipal do Idoso;
IV. Conselho Estadual do Idoso;
V. Conselho Nacional do Idoso.
Dessa forma, entende-se que se deve acionar esses órgãos, além de buscar apoio junto ao Conselho Regional
de Psicologia e outros profissionais que já passaram por isso, garantindo a integridade e dignidade humana, o
sigilo e confidencialidade dos dados desnecessários para a denúncia, ou seja, somente os dados relacionados
ao relato da violência ou negligência.
2.3.4 Atendimento a pessoa com deficiência
Para assegurar os direitos das pessoas com deficiência, temos o Estatuto da Pessoa com Deficiência como
base para a atuação profissional.
CASO
Thiago é um senhor de 80 anos. Nos últimos meses, vem relatando violência
psicológica, associada ao surgimento de sintomas depressivos, vontade de morrer e
perda do sentido da vida. Ele mora somente com um neto, de 22 anos, que pouco
tempo fica em casa e não tem muita paciência para cuidá-lo. Baseando-se no Estatuto
do Idoso e no Código de Ética Profissional do Psicólogo, qual sua conduta?
Antes de responder, é importante que você tenha o Estatuto do Idoso em mãos. Tenha
acesso ao documento acessando:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm
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No primeiro momento de contato com a pessoa com deficiência e sua família, é imprescindível realizar sua
avaliação, confirmando ou não o diagnóstico e iniciar o acompanhamento psicoterapêutico. Durante o
acompanhamento, é importante analisar a capacidade de independência da pessoa, se consegue realizar suas
tarefas sem ajuda. Além disso, por meio de observação e entrevistas com familiares e a atendida, saber de sua
vida afetiva-sexual, socialização, e até relações com medicamentos ou drogas.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, em seu art. 12 assegura que o consentimento prévio, livre e esclarecido
da pessoa com deficiência é indispensável para a realização de tratamento, procedimento, hospitalização e
pesquisa científica. Já no art. 5 afirma que “[…] a pessoa com deficiência será protegida de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou
degradante” (BRASIL, 2015, online). Reforçando, de acordo com o art. 6,
[…] a deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I. casar-se e constituir união estável;
II. exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III. exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre
reprodução e planejamento familiar;
IV. conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V. exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI. exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas. (BRASIL, 2015, online)
É importante, também, salientar o art. 7: “[…] é dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer
forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa com deficiência” (BRASIL, 2015, online). Os órgãos são
semelhantes aos já citados para a pessoa idosa: autoridade policial, Ministério Público, Conselho Municipal da
Pessoa com Deficiência, Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência e Conselho Nacional da Pessoa com
Deficiência.
Primeiramente, deve-se buscar apoio junto ao Conselho Regional de Psicologia e outros profissionais que já
passaram por isso, e, caso necessário, com o respaldo do Conselho Regional de Psicologia, acionar a
autoridade policial e algum dos Conselhos, a fim de uma denúncia e orientação acerca dos procedimentos
viáveis para cada caso. A procura por esses órgãos deve ser, prioritariamente, de forma pessoal, garantindo a
integridade e dignidade humana, o sigilo e confidencialidade dos dados desnecessários para a denúncia.
2.4 Comissão de ética, processos disciplinares, mediação e
outros meios de solução consensual de conflitos
O que pode acontecer caso o psicólogo viole questões éticas, tais como quebra de sigilo e confidencialidade,
venda de seus serviços sem respeito às diretrizes do código de ética ou negação de pedido de auxílio em casos
de desastres?
Para responder a essa questão, buscaremos entender, neste tópico, como funciona a comissão de ética do
Conselho Regional e Federal de Psicologia e refletir sobre os meios de solução consensual de conflitos.
Importante apresentar que há a violação intencional e a não-intencional, tendo ambas gravidades altas,
contudo, uma é realizada de forma consciente e a outra não. Tendo a comprovação de uma não-
intencionalidade, as penalidades podem ser atenuadas com recomendações ao psicólogo para que se atualize
através do estudo, da crítica e da troca de ideias com outros profissionais da Psicologia.
2.4.1 Comissão de ética e o Código de Processamento Disciplinar
A Lei n. 5.766/1971 criou o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia. Estas instâncias
funcionam como tribunais de ética profissional, por meio da Secretaria de Orientação e Ética, com o uso da
elaboração dos trabalhos relacionados à orientação e ética profissional. A partir dessa secretaria, ocorrem os
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encontros das Comissões de Orientação e Ética (COEs) e Comissões de Orientação e Fiscalização (COFs), que
instauram os processos e apuram faltas éticas pela organização e subsídio dos julgamentos de recursos de
processos éticos.
O instrumento que estabelece os procedimentos a serem seguidos quanto dos julgamentos éticos é o Código
de Processamento Disciplinar. O último código aprovado e em vigor é o da Resolução CPF n. 11/ 2019.
Ressalta-se, desse código, os art. 1 e 2. Neles, temos as normas gerais, entre as quais se salienta o apresentado
no quadro a seguir.
As infrações disciplinares ordinárias e éticas podem levar as seguintes penalidades, previstas no art. 139, CPF
n. 11/2019, p. 29:
a) advertência;
b) multa, no valor de 1 (uma) a 5 (cinco) anuidades no caso de infração praticada por pessoa
natural e de 1 (uma) a 10 (dez) anuidades no caso de infração praticada por pessoa jurídica,
tendo como referência o valor da anuidade praticada pelo Conselho Regional no exercício em que
a multa vier a ser imposta;
c) censura pública;
d) suspensão do exercício profissional por até 30 (trinta) dias  ad referendum  do Conselho
Federal; e
e) cassação do registro para o exercício profissional, no caso de pessoas naturais, e cancelamento
do registro ou cadastramento, no caso de pessoas jurídicas, ad referendum do Conselho Federal.
Dito isso, entende-se que cumprir o Código de Ética Profissional do Psicólogo, em associação aos documentos
específicos de determinadas populações, é imprescindível na atuação do psicólogo, não somente por ser uma
determinação, mas por resguardar o respeito e a liberdade dos sujeitos envolvidos.
Figura 4 - Normas gerais do Código de Processamento Disciplinar.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado na Resolução CPF n. 11/ 2019.
Conclusão
Nesta unidade, entendemos como se constituiu a construção do Código de Ética Profissional do Psicólogo.
Atualmente, este Código está na quarta revisão. Estas revisões foram pautadas nas transformações sociais,
históricas e culturais do momento. São uma tentativa de orientar e fiscalizar a atuaçãoprofissional,
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principalmente em casos especiais, nos quais os usuários são pessoas em vulnerabilidade social. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
pensar a construção do Código de Ética Profissional do Psicólogo;
discutir os princípios fundamentais do Código para a atuação do
profissional;
identificar a importância da necessidade de sigilo e
confidencialidade;
analisar as questões éticas relativas ao atendimento a crianças,
adolescentes, idosos e pessoas com deficiência;
entender acerca da comissão de ética e o Código de
Processamento Disciplinar;
conhecer as infrações disciplinares possíveis.
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Bibliografia
AMENDOLA, M. F. História da construção do Código de Ética Profissional do Psicólogo. Estudos e Pesquisas
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Determinantes Sociais da Saúde (CEPI-DSS) da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação
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EURECA Mini Documentário. São Paulo, 22 jun. 2017. 1 vídeo (19 min). Disponível em:
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