Roteiro 0458

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INTRODUÇÃO 
Embora o pentecostalismo surgiu de forma mais sistematizada a 
partir do início do século XX com o chamado avivamento Azusa, acontecido 
em 1906 em Los Angeles, nos Estados Unidos da América, no entanto, 
houve movimentos anteriores que apresentavam práticas semelhantes ao 
que ainda é visto atualmente no pentecostalismo. Estes movimentos eram 
paralelos ao que é denominado de história oficial da igreja cristã, ou seja, 
enquanto a Igreja Católica Romana, a Igreja Católica Orienta e as 
denominações advindas da Reforma Protestante seguiam seus caminhos, 
estes movimentos surgiram de forma marginal, em movimento paralelo 
destas denominações cristãs. 
Movimentos como o Monasticismo, Cátaros, Valdenses, alguns 
Anabatistas, Morávios, Quakers, Pietistas, Metodistas, Holiness e outros 
mais percorreram um caminhos paralelo a história oficial da igreja cristã, 
apresentando doutrinas muito semelhantes ao pentecostalismo que 
surgiria a partir do início do século XX. Além das questões como a negação 
do batismo infantil, a separação do mundo, o trabalhos dos leigos, o 
continuísmo, a urgente evangelização e outras mais, estes movimentos se 
distanciaram completamente das questões igreja e estado (o envolvimento 
da igreja com a política) e acima de tudo, eram extremamente pacifistas. 
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Este pacifismo bíblico percorrerá todos os movimento e pessoas que 
influenciaram a formação da teologia pentecostal. 
UMA EXTRANHA VOLTA AO EVANGELHO 
Uma das características do protestantismo sempre foi o veemente 
apelo para que o cristianismo voltasse às práticas da igreja do primeiro 
século. Ou seja, que a igreja retornasse à maneira de viver como viviam os 
primeiros cristãos nos tempos do Novo Testamento. Contudo, o mesmo 
protestantismo que insistia no retorno ao Evangelho do Senhor Jesus 
Cristo passou a distanciar-se do Sermão do Monte pronunciado pelo 
próprio Senhor Jesus Cristo. Enquanto no Sermão do Monte Jesus afirmou 
“44Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos 
maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e vos perseguem, 45para que 
sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante 
sobre os maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt 5.44,45 
ARC), o protestantismo tratado como oficial a partir da Reforma passou 
agir de maneira como agia o Catolicismo Romano, perseguindo todos 
aqueles que discordassem de suas ideias e práticas. 
Neste sentido, luteranos, calvinistas e anglicanos deixaram o Sermão 
do Monte de lado, e adotaram práticas violentas para com os movimentos 
que destoassem teologicamente de suas práticas, ou seja, passaram 
perseguir movimentos que se desenvolveram a partir dos Cátaros, 
Valdenses, alguns Anabatistas e dos que surgiriam como os Morávios, 
Quakers, Pietistas, Metodistas e outros mais. A não tolerância a quem 
pensava diferente foi uma marca dos reformadores, ou seja, um suposto 
inimigo da fé era preso, julgado e executado. Esta autoridade concedida 
às igrejas advindas da Reforma se deu pela aproximação com o estado, 
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isto é, a igreja protestante passou ser novamente uma organização 
político-religiosa. 
O PACIFISMO NAS ORIGENS PENTECOSTAIS 
Diante disso, é possível que alguém defenda algumas práticas 
violentas por parte dos reformadores afirmando que naquele tempo todos 
agiam assim para com seus inimigos e contrário à sua fé. Sim, todos agiam 
de forma violenta para com seus inimigos, exceto aqueles que pertenciam 
a movimentos como Valdenses, alguns Anabatistas, Morávios, 
Metodistas, Quakers e outros mais que apresentavam um extremo 
pacifismo. De maneira alguma se amotinavam, se revoltavam, revidavam 
ou praticavam qualquer forma de violência para com os aqueles que 
contrariavam sua maneira de crer e viver sua fé. Até mesmo diante das 
acusações a eles levantadas no tribunais inquisitórios, em semelhança a 
Jesus, permaneciam em silêncio. 
No decorrer da história dos mais diversos movimentos cristãos há 
uma forte ligação entre continuístas e pacifismo. Em outras palavras, os 
movimentos que ao longo do tempo defendiam a continuidade dos dons 
espirituais e o batismo com o Espírito Santo, marcas determinantes da 
teologia pentecostal, discordavam de que a guerra fosse a maneira de 
resolver os mais diversos conflitos políticos e religiosos. A história 
demonstra, que ao contrário de envolverem-se em questões políticas, 
preferiam viver em comunidade, trabalhar e viver de maneira simples as 
verdades ensinadas pelo Senhor Jesus Cristo. 
Um exemplo a ser apontado nesta questão é John Wesley. Mesmo 
expulso dos púlpitos templos anglicanos e severamente perseguido pelos 
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reformados, contudo, em momento algum Wesley revidou aos ataques 
sofridos. Nunca se ouviu dele uma palavra contra o rei, contra a Igreja 
Anglicana a contra outros protestantes. Um único ponto de vista político 
manifesto por Wesley era ser abolicionista, ou seja, como uma exceção em 
seu tempo no meio cristão, John Wesley era contrário à toda forma de 
escravidão, principalmente alguém ser escravo em virtude da cor de sua 
pele. Uma marca contundente aos movimentos que influenciaram a 
construção do pentecostalismo foi o pacifismo. 
 
 
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