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LLM EM DIREITO E PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA PROFESSORA ADRIANE BRAMANTE APOSENTADORIA: ESPÉCIES A u l a 0 1 D I R E I T O PA R A M E L H O R A R O M U N D O _ 3 Prática Previdenciária PARTE 01 Este material é complementar e 100% produzido a partir do conteúdo transmitido nas aulas do curso. APOSENTADORIA: ESPÉCIES A PROTEÇÃO AO IDOSO NAS DIFERENTES IDADES Quando falamos de benefício etário, por idade, temos que olhar de for- ma panorâmica toda a proteção que a nossa Constituição e a Legisla- ção, hoje traz em relação à pessoa idosa. Então, nós temos dentro da nossa legislação, não só previdenciária, mas sim, da nossa legislação como um todo, várias leis que protegem a pessoa idosa, por exemplo, a lei que foi publicada em 2017, que trouxe o Super Idoso. 4 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Isto posto, nós tínhamos o Estatuto do Idoso, publicado em 2003, estatuto da pessoa idosa, que é assim que se chama, mas fora nomeado como Estatuto do Idoso, em que se estabeleceu um dado cronológico, uma data objetiva, um momento em que a pessoa é considerada idosa. Sendo assim, o estatuto do idoso definiu o que é pessoa idosa, aquele que tem idade igual ou superior a 60 anos, porém, 60 anos não define exatamente que a pessoa seja idosa, é apenas um dado cronológico objetivo, e muitas pessoas com essa idade não se sentem idosas. Destarte, por exemplo, quando estamos em uma fila de banco, onde temos uma pessoa com 60 anos e outra pessoa com 85 anos, aquela que tem 85, ela é mais vulnerável, mais frágil do que aquela que tem 60 anos de idade, dependendo do contexto. Desse modo, a Lei nº 13.466/2017, ela trouxe essa figura do Super Idoso, ou seja, aquele que tem mais de 80 anos, que é o Super preferencial, ele tem uma proteção ainda maior em relação ao idoso. Então, nós temos o Estatuto do Idoso, que define quem é idoso, aquele que tem 60 anos ou mais, e temos o Super idoso, que é aquele que tem 80 anos ou mais, ou seja, ele tem uma proteção maior em relação ao idoso com 60 anos ou mais. Desta maneira, temos também o Benefício Assistencial, que é o chamado LOAS, da Lei Orgânica da Assistência Social, conhecida como BPC, Benefício de Prestação Continuada, onde este be- nefício é destinado ao idoso que tem 65 anos ou mais, esse benefício tanto para o homem quanto para a mulher, desde que tenham uma situação de miserabilidade, de no máximo 1/4 do salário mínimo, onde se tem todo um critério de miserabilidade necessário para a esse mo- mento. A Lei nº 9.472/93, é a lei que rege esse benefício assistencial, é muito interessante porque as pessoas se enganam, eviden- ciando que estão aposentadas, quando na verdade não estão aposentadas, por exemplo, o idoso que informa que se apo- sentou por idade, mas quando vamos olhar o benefício não é aposentadoria por idade, onde o benefício que este recebe, é o benefício assistencial. Consequentemente, a diferença deste benefício assistencial para a aposentadoria por idade, o bene- fício assistencial ele é de natureza assistencial, então, ele está presente na Constituição Federal, em seu art. 203, a necessidade, a justificativa constitucional para garantir esse benefício assis- tencial. Desta maneira, nós temos esse benefício tanto para a pessoa idosa, com 65 anos ou mais, quan- to para a pessoa com deficiência. Então este BPC, ele é pago para quem nunca mesmo tenha contribuído, sendo assim, a pessoa que recebe ela não é necessariamente segurada da previ- dência, é uma pessoa que vai ter direito de receber esse benefício considerando a situação de miserabilidade, independentemente de ter vertido contribuições para a previdência. Neste diapasão, nós temos dentro da seara previdenciária quatro benefícios destinados à pes- soa idosa, relacionados a benefícios de natureza previdenciária que são as aposentadorias, en- tão, com 60 anos a mulher, e 65 anos o homem, a aposentadoria por idade urbana ou híbri- da, sendo dois benefícios distintos, são duas modalidades de benefícios de aposentadoria por idade, em que se exige 60 anos, no caso de mulher, e 65 anos, no caso homem, só que temos outras informações relacionadas a essa idade, onde tinha que ter, mas agora, a Emenda Consti- tucional Nº 103 modificou esse requisito da idade nessas aposentadorias. 5 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Aposentadoria por Idade Rural, com previsão na Lei nº 8.213, sendo esta a rural pura, e a Apo- sentadoria por Idade da Pessoa com Deficiência, que também se exige 60 anos, no caso ho- mem, e 55 anos, no caso mulher. → No tocante, a aposentadoria por idade nós temos três modalidades: a idade urbana, idade rural e idade hibrida. APOSENTADORIA POR IDADE DO TRABALHADOR RURAL A aposentadoria por idade rural, começa na Lei Orgânica da Previdência Social – LOPES, a gen- te tinha o benefício etário, que era chamado de aposentadoria por velhice, era muito ruim, pois esse nome velhice, ele traz uma conotação de pessoa muito frágil, sensível, e essa palavra velhice é muito negativa, onde a idade na época, era 65 anos para o homem, e 60 anos para mulher, exigindo a carência mínima de 60 contribuições, e naquela época havia a exigência de qualidade de segurado, que hoje, nós não temos mais. Quando foi publicada a Lei nº 8.213, sendo esta vigente até hoje, o benefício passa a se chamar aposentadoria por idade, exigindo 65 anos para o homem, e 60 anos para a mulher, e a carên- cia fora estendida para 180 contribuições mensais. Então vejamos, nós tínhamos uma carência, onde essas 180 contribuições passam a valer a par- tir da Lei nº 8.213, mas tínhamos uma carência na regra anterior de 60 meses, a Lei nº 8.213, traz uma carência de 180 meses, onde tivemos uma mudança muito abrupta de 60 para 180 me- ses. A Lei nº 8.213, trouxe ao art. 142, uma regra de transição, pois, tendo em vista a alteração da carência, foi criada essa regra de transição para aqueles que já estavam filiados ao Regime Geral, antes da vigência da nova lei de 24/07/1991, poderiam usufruir desta regra de transição. Analisemos parte da tabela de transição: Ano de implementação das condições Meses de contribuição exigidos 1992, 1993 60 meses 1993 66 meses 1994 72 meses 1995 78 meses 2000 114 meses 2004 138 meses 2005 144 meses 2006 150 meses 2011 180 meses Então, essa tabela de transição, existe ainda, onde não fora revogada, onde chamamos de tabe- la congelada de carência, porque sempre vamos utilizar essa tabela conforme o ano da imple- mentação do requisito pelo segurado. Por exemplo, essa tabela só vai ser utilizada para quem já estava filiado ao Regime Geral, antes da Lei nº 8.213. 6 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Neste caso, temos o ano de 1991 e 1992, a exigência de 60 meses de carência, ou seja, aquele segurado que tinha sido filiado antes, que completou a idade de 60 anos, no caso mulher, e 65 anos no caso homem, ele vai se aposentar quando complementar 60 meses de carência, e como a tabela de transição foi aumentando 6 meses a cada ano, ela é uma tabela transitória, vigente até o ano de 2011, quando chegamos a 180 meses. Então, essa é uma tabela que ficou vigente de 1991 a 2011, justamente para que aqueles segu- rados que estavam filiados pudessem devagar completando a carência mínima necessária, para que pudessem se aposentar por essa regra de transição do art. 140. Hoje, depois da Emenda Constitucional Nº 103, essa tabela de transição ainda está vigente, com previsão no art. 182 do Decreto nº 3.048/99. Na prática funciona da seguinte forma: se tivermos um segurado, por exemplo, um homem que tenha completado 65 anos em 2000, ele tem que completar os 114 meses de carência, desde que tenha sido filiado ao Regime Geral, antes da Lei nº 8.213/91. Então, ele completando, 9,5 anos de contribuição, 114 meses de contribuição, ele tem direito a se aposentar, ainda que ele não tenha alcançado esse número de carênciaem prestação pecuniária ou em auxílios materiais; (ii) à conta do Orçamento; (iii) a título de contraprestação por labor; (iv) na execução de bens e serviços destinados a terceiros. 15 14 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. https://scon.stj.jus.br/SCON/ 15 Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais. https://www.cjf.jus.br/phpdoc/virtus/sumula. php? 34 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Não basta, ele apenas estudar, desde que o estudo seja uma contraprestação por labor, então neste caso, fica mais difícil de conseguir uma prova do aluno aprendiz como tempo de contri- buição. Isto posto, vejamos o que a IN 77/15 ressalta sobre o aluno aprendiz: [...] os períodos de frequência em escolas industriais ou técnicas, inclusive escolas e colégios agrí- colas, da rede de ensino federal, escolas equiparadas ou reconhecidas, desde que tenha havido retribuição pecuniária à conta do orçamento respectivo do Ente Federativo, ainda que fornecida de maneira indireta ao aluno, observando que: a) só poderão funcionar sob a denominação de escola industrial ou escola técnica os estabeleci- mentos de ensino industrial ou técnico mantidos pela União e os que tiverem sido reconhecidos ou a eles equiparados (incluído pelo Decreto-Lei nº 8.680, de 15 de janeiro de 1946); b) entende-se como equiparadas as escolas industriais ou técnicas mantidas e administradas pe- los Estados ou pelo Distrito Federal e que tenham sido autorizadas pelo Governo Federal (disposi- ção do Decreto-Lei nº 4.073, de 1942); e c) entende-se como reconhecidas as escolas industriais ou técnicas mantidas e administradas pe- los Municípios ou por pessoa natural ou pessoa jurídica de direito privado e que tenham sido autorizadas pelo Governo Federal.16 Sendo assim, é possível conseguir a comprovação como aluno aprendiz, com base nesse art. 76, IN 77/15, onde se junta uma declaração do órgão, da escola onde o segurado estudou, com essas informações indicadas, para que possa ter o tempo computado como tempo de contri- buição. O INSS exige que o sujeito junte a certidão do objeto da ação trabalhista ou o processo integral, vejamos o que aduz a sumula Nº 31 dos JEF’S: “A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória constitui início de prova material para fins previdenciários”. 17 APOSENTADORIA DO PROFESSOR Nessa aposentadoria temos uma atividade penosa, pois é reconheci- da, sendo assim o Decreto de 64, que considerou essa atividade pe- nosa garantiu aos professores uma aposentadoria especial de 25 anos igual a aposentadoria especial dos demais segurados. Quando houve a emenda 18/81, ela altera essa aposentadoria e eleva a status constitucional à aposentadoria do professor que passa a se aposentar, o homem professor com 30 anos de magistério e a mulher com 25 anos de magistério. Então, essa aposentadoria que estava no rol das aposentadorias especiais, ela é tirada desse rol e tem o seu pró- prio critério para a concessão de benefício. 16 BRASIL. Instrução Normativa 77/2015. https://www.in.gov.br/materia/ 17 Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais. https://www.cjf.jus.br/phpdoc/virtus/sumula. php? 35 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Por conseguinte, passamos a ter uma outra espécie de aposentadoria exigente esse tempo mí- nimo de magistério, a Constituição Federal de 1988, trouxe a aposentadoria do professor no art. 202, inciso III, e a Emenda 20 definiu a aposentadoria do professor de ensino infantil, fun- damental e médio, um professor fora da educação básica não é considerado professor, para efeito dessa aposentadoria do professor. Antes da Emenda 20, havia a inclusão do professor universitário, onde a Emenda 20 veio a tirar o professor universitário do rol de professores com direito a essa aposentadoria diferenciada. Então, a partir da Emenda 20, deixamos de ter o professor universitário com direito a essa apo- sentadoria diferenciada. LEI Nº 11.301/06 Em 2006, a Lei nº 11.301 amplia o conceito de professor, porque o professor era somente aque- le do ‘’giz’’, o professor de sala de aula, para tanto o art. 67, § 2º deste mesmo dispositivo legal evidencia que: § 2º Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § 8º do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de di- reção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico. 18 Em vista disso, houve uma ADI 3372 no Supremo Tribunal Federal, que gerou a súmula 726, vejamos: “para efeito de aposentadoria especial de professores não se computa o tempo de serviço presta- do fora da sala de aula, salvo o de diretor” 19 Então, na verdade a súmula permite que seja considerada inconstitucional parte dessa ADI 3372, e reconhece o assessoramento e a coordenação pedagógica como especiais, mas reco- nhece a de diretor. A aposentadoria do professor, ela tem a espécie do B57 no INSS, contudo, quando formos ana- lisar uma aposentadoria de professor, temos que fazer duas analises distintas, na aposentado- ria do professor só pode ter período de magistério, não sendo possível incluir períodos comuns. Agora, na aposentadoria por tempo de contribuição é possível incluir tudo. Então, quando formos analisar a aposentadoria do professor temos que fazer essas duas conta- gens, onde no magistério, qual seja, o B57, só pode ser incluído período de magistério, efetivo exercício das funções de magistério, e nessa contagem tem que dar 25 anos a mulher, e 30 anos o homem. Na outra contagem, é o B42, essa sendo possível incluir tudo, mas tem que resultar em 30 anos para a mulher, e 35 anos para o homem, isso até a Emenda Constitucional Nº 103. Com entrada da Emenda Constitucional Nº 103, passamos a ter uma nova aposentadoria cha- mada de aposentadoria programada do professor, que estabelece em seu art. 201, § 7º que tra- ta da aposentadoria por tempo de contribuição, que essa aposentadoria terá o tempo reduzido em 5 anos, no caso de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar. 18 BRASIL. Lei 11.301. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11301.htm 19 Supremo Tribunal Federal. http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp?sumula=1498 36 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Ou seja, nós teremos uma lei complementar que vai estabelecer os critérios definitivos da apo- sentadoria do professor, enquanto isso o art. 19, § 1º inciso I, traz uma regra transitória, en- quanto a lei complementar não sai a regra da aposentadoria do professor passa a exigir, 25 anos de magistério para homem e mulher, mais 57 anos de idade se mulher, e 60 anos de idade se homem. Na verdade, cinco anos a menos em relação a idade da aposentadoria comum, en- tão, temos que ter o requisito da idade, cinco anos a menos em relação à regra geral, onde se a regra geral é 62/65, no professor é 57/60. O cálculo dessa aposentadoria, será de 60% da média + 2% a cada ano que passar de 20 anos se homem, e 15 anos se mulher. Contudo, no tocante a aposentadoria do professor, temos a regra geral e mais três regras de transições, analisemos: REGRA DE TRANSIÇÃO 1; • Art. 15 da EC 103/2019 APOSENTADOIA PROGRAMADA DO PROFESSOR TRANSIÇÃO POR PONTOS → 25 anos, se professora; 30 anos, se professor. E nessa regra aumenta um ponto a cada ano, a partir de 2020. Todavia, essa regra de pontos é absurda pois não atinge ninguém, vejamos a tabela de pontos: ANO PONTUAÇÃO PROFESSORES MULHERES / HOMENS RGPS 2019 81 pontos 91 pontos 2020 82 92 2021 83 93 2022 84 94 2023 85 95 2024 86 96 2025 87 97 2026onde um deficiente é rico e o outro deficiente é pobre, o rico estuda em escola particular, tem carro adaptado, casa adaptada, alimentação cor- reta, plano de saúde, enquanto que o pobre, não tem a mesma sorte, ele tem dificuldade para chegar no trabalho, ele não tem acessibilidade, tendo que subir e descer escadas sempre com ajuda de outra pessoa, onde a rua da casa é toda esburacada, então por isso a cadeira de rodas está sempre detonada, a casa não é adaptada, não tem plano de saúde. Vejamos que, embora tenhamos duas situações de deficiência, em cada uma delas temos barreiras diferentes, são essas barreiras que devem ser avaliadas na hora do cálculo da aposentadoria da pessoa com deficiência. Hoje, o critério de avaliação, o Brasil criou IF-BrA – Índice de Funcionalidade Brasileira, criado somente para a aposentadoria da pessoa com deficiência, para que seja considerado deficiente a deficiência tem que ter no mínimo 02 de prazo, ou seja, se tivermos um caso em que o se- gurado foi considerado deficiente, por exemplo, junho de 2019 não faz dois anos ainda, então, ainda que ele tenha deficiência ele tem que ter no mínimo dois anos de prazo ininterrupto da declaração de deficiência, para ter direito ao benefício. O INSS tem hoje duas avaliações, avaliação médica e a avaliação social, e o perito vai avaliar qual o tipo de deficiência, sendo leve, moderado ou grave, quais as funções acometidas devido a doença, se houve variação, os respectivos períodos em cada grau e a data provável de início da deficiência. Isto posto, o mais importante na deficiência é a prova documental, porque o perito tem que estabelecer essa data provável de início da deficiência, e é essa data que vai definir a contagem de tempo para esse trabalhador. 41 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 1. Sensorial 2. Comunicação 3. Mobilidade 4. Cuidados Pessoais 5. Vida Doméstica 6. Educação, Trabalho e Vida Econômica 7. Socialização e Vida Comunitária Onde o segurado vai responder a 41 perguntas, na hora da avaliação pericial, e a partir da res- posta dessas perguntas, os peritos vão dando pontos. Dessa maneira, 25 pontos têm muitas barreiras, 50 pontos médias barreiras, 75 pontos poucas barreiras e 100 pontos nenhuma barreira, conforme a pontuação o trabalhador vai tendo o grau de deficiência definido. • Deficiência Grave quando a pontuação for menor ou igual a 5.739. • Deficiência Moderada quando a pontuação total for maior ou igual a 5.740 e menor ou igual a 6.354. • Deficiência leve quando a pontuação total for maior ou igual a 6.355 e menor ou igual a 7.584. • Pontuação Insuficiente para concessão do benefício quando a pontuação for maior ou igual a 7.585. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. LC 142/2013. E nessa aposentadoria, nós temos duas espécies, que são a de tempo de contribuição e por idade, mas a do deficiente por tempo de contribuição ela é definida por graus, então, o perito vai avaliar o grau de deficiência com os pontos, e dependendo do grau nós temos um tempo mínimo necessário para comprovar: • 25 anos (H) e 20 anos (M) – deficiência grave; • 29 anos (H) e 24 anos (M) – moderada; • 33 anos (H) e 28 (M) – leve. 42 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a APOSENTADORIA POR IDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA TRAZIDAS PELA LC 142/2013 • 60 ANOS (H) E 55 ANOS (M); • 180 meses de carência; • 15 anos na condição de deficiente; • Independe do grau de deficiência. Enquanto que, na aposentadoria da pessoa com deficiência por tempo de contribuição, não temos que ter 15 anos com deficiência, bastando ter dois anos, três anos ou quatro anos com deficiência, já conseguido se aposentar com deficiência. Porém, na aposentadoria por idade, o segurado tem que ter 15 anos na condição de deficiente para ter direito a essa aposentadoria. CONTAGEM QUE EXIGE “AJUSTE DE TEMPO’’ Porque temos períodos em que o sujeito tem deficiência, por exemplo, e este não tem defici- ência. Para tanto, imaginemos um sujeito que tenha sofrido um acidente, e este veio a ficar com uma perna mais curta que a outra, antes do acidente ele não tinha deficiência, ficando deficiente depois de 10 anos de contribuição, esse período sem deficiência tem uma contagem que temos que ajustar com esse período de deficiência, então esse ajuste de tempo é previsto no art. 7º da Lei Complementar nº 142/2013 e no art. 70-E do Decreto nº 3.048/99. Art. 7º Se o segurado, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com deficiência, ou tiver seu grau de deficiência alterado, os parâmetros mencionados no art. 3º serão proporcionalmente ajustados, considerando-se o número de anos em que o segurado exerceu atividade laboral sem deficiência e com deficiência, observado o grau de deficiência correspondente, nos termos do re- gulamento a que se refere o parágrafo único do art. 3º desta Lei Complementar. 21 Art. 70-E. Para o segurado que, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com deficiência, ou ti- ver seu grau alterado, os parâmetros mencionados nos incisos I, II e III do caput do art. 70-B serão proporcionalmente ajustados e os respectivos períodos serão somados após conversão, conforme as tabelas abaixo, considerando o grau de deficiência preponderante, observado o disposto no art. 70-A: (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013) 22 Então, esses ajustes de grau de deficiência, por exemplo, o sujeito que nasceu com uma defi- ciência leve, visão monocular, e no decorrer da atividade laborativa o sujeito vem a ficar com uma deficiência grave/moderada, porque este ficou cego com cegueira bilateral, sendo assim, o sujeito tinha uma deficiência leve que se atendeu para grave, então, se faz necessário para fazer ajuste porque a contagem leve é uma e a contagem como grave é outra. TABELA DE CONVERSÕES DE TEMPO. COM E SEM DEFICIÊNCIA E EM DIFERENTES GRAUS No art. 70-E, do Decreto nº 3.048, essas contagens em vários graus, então aplicaremos os fato- res de conversão correspondente para fazer o ajuste de tempo essa aposentadoria, vejamos: 21 BRASIL. Lei Complementar 142/2013. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp142.htm 22 BRASIL. Decreto 3.048. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Decreto/D8145.htm 43 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a MULHER TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES Para 20 Para 24 Para 28 Para 30 De 20 anos 1,00 1,20 1,40 1,50 De 24 anos 0,83 1,00 1,17 1,25 De 28 anos 0,71 0,86 1,00 1,07 De 30 anos 0,67 0,80 0,93 1,00 HOMEM TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES Para 25 Para 29 Para 33 Para 35 De 25 anos 1,00 1,16 1,32 1,40 De 29 anos 0,86 1,00 1,14 1,21 De 33 anos 0,76 0,88 1,00 1,06 De 35 anos 0,71 0,83 0,94 1,00 EXEMPLO: Tempo comum e com deficiência. • Segurada trabalhou de 01/01/84 a 31/12/09 (26 anos) e de 01/01/2010 a 01/01/2014 (04 anos e 01 dia). A perícia identificou uma deficiência em grau leve de 01/01/2010 até a DER, ocorrida em 01/01/2014. • Qual será a modalidade de aposentadoria? No caso de mulher, vai se aposentar com 20 anos de tempo de contribuição, mas se aposentar com deficiência não tem fator previdenciário, pegando 100% da média. Então, nesse caso, é possível aposentar o segurado com deficiência de grau leve. CONVERSÃO DO DEFICIENTE E TEMPO ESPECIAL Previsto também no Decreto nº 3.048, a redução do tempo de contribuição da pessoa com deficiência não poderá ser acumulada, no mesmo período contributivo, com a redução aplica- da aos períodos de contribuição relativos a atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (art. 10 da LC e art. 70-F Decreto nº 3.048/99 com redação dada pelo Decreto nº 8.145/2013). 44 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a É garantida a conversão do tempo de contribuiçãocumprido em condições especiais que preju- diquem a saúde ou a integridade física do segurado, inclusive da pessoa com deficiência, para fins da aposentadoria de que trata o art. 70-B, se resultar mais favorável ao segurado. (§ 1º do art. 70-F, Decreto nº 3.048/99 com redação dada pelo Decreto nº 8.145/2013). Sendo vedada a conversão do tempo de contribuição da pessoa com deficiência para fins de concessão da aposentadoria especial. Exemplo, um segurado que passou pela perícia, e a perícia definiu que a deficiência dele era moderada, onde a pontuação fora de 6.350, onde o perito definiu que a data de início da defici- ência fora em 01/03/2013, então, a partir dessa data ele foi considerado deficiente moderado, na primeira empresa ele trabalhou por cinco anos, seis meses e 19 dias na condição de defici- ência. Conforme vejamos: No primeiro período, ele trabalhou exposto a agente nocivo e sendo necessário fazer o ajuste de tempo, analisemos: 45 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Sendo assim, ele tem que fazer o ajuste de tempo, esse fator tem que ser transformado tudo em 29, porque a aposentadoria da pessoa com deficiência moderada é 29 anos, então, temos que fazer esses ajustes para 29 anos. Isto posto, no primeiro período, ele trabalhou exposto a agente nocivo, então a aposentadoria tem uma contagem de 25 anos, que temos que ajustar para 29 anos, sendo assim, isso vai aumentar em 1.16%, depois no segundo período de 1995 até 2013, ele não era deficiente, então temos que transformar esses 35 anos para deficiência porque ele não tem deficiência, então aqui ele vai diminuir para 0.83%, a partir da data em que ele passa a ser deficiente que foi de 01/02/2013 para frente, aí não tem mais conversão porque o tempo já está com deficiência. Destarte, vejamos que em uma contagem de tempo com deficiência, temos três tipos de con- versão de tempo, a do tempo com especial sem deficiência, do tempo comum sem deficiência e do tempo já com deficiência. E nesse caso, tinha que dar 29 anos de tempo de contribuição, que fora exatamente o que deu essa aposentadoria, onde o valor do benefício não tem fator previdenciário, e a média deu exatamente 100% dos 80% maiores salários.até a idade de 65 anos, ele pode completar a carência, por isso que chamamos de tabela congelada de carência, porque ainda que ele não tenha a carência quando completou 65 anos de idade, ele pode continuar contribuindo para completar a carência mínima necessária. A definição, do tempo de carência, ele é fixado pela data em que o segurado completou a idade, então, a partir da idade que se analisa. Por exemplo, aquele que completou 65 anos de idade, no ano de 2015, ele vai se aposentar com 180 meses de carência, porque para ele essa tabela de carência mão será mais utilizada. Então, ela vai ser benéfica, importante, para quem completou a idade de 60/65 anos, entre 1991 e 2011, porque depois disso, vai ser necessário cumprir 180 meses de carência, que é a chamada carência cheia. Analisemos, a súmula 44 da TNU – Turma Nacional de Uniformização: Para efeito de aposentadoria urbana por idade, a tabela progressiva de carência prevista no art. 142 da Lei nº 8.213/91 deve ser aplicada em função do ano em que o segurado completa a idade mínima para concessão do benefício, ainda que o período de carência só seja preenchido poste- riormente. 1 QUALIDADE DE SEGURADO É exigida para todos os benefícios da Previdência, exceto, aposentadoria por idade, por tempo de contribuição e especial. Até 2003, se exigia a qualidade de segurado, lembremos que quan- do o segurado perdia a qualidade ele tinha que pagar cinco anos, que correspondia a 1/3 da carência, para alcançar, readquirir a qualidade de segurado. Por exemplo, segurado que estava com 28 anos de tempo de contribuição, onde em 2003, se aposentava com pelo menos 30, então, se estivesse com 28 anos de tempo de contribuição faltando dois anos para se aposentar, se este sujeito tivesse perdido a qualidade de segurado, ou seja, ficado mais de dois ou três anos sem contribuir, ainda que faltasse dois anos, ele teria que pagar cinco anos para readquirir a qualidade de segurado e se aposentar. 1 BRASIL. Conselho da Justiça Federal. https://www.cjf.jus.br/phpdoc/virtus/sumula 7 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Essa exigência de qualidade de segurado, não vale mais, a partir da Lei nº 10.666/03, em seu art. 3º, § 1º estabelece: Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será conside- rada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício. 2 Então, nós temos que preencher a carência do art. 142 e a idade, ou seja, os requisitos da apo- sentadoria por idade nesse momento são: idade mínima, sendo 60 anos, no caso de mulher e 65 anos, no caso homem, e carência, a qualidade de segurado não é necessário. Nesse sentido, o enunciado nº 16, da Turma Recursal do Juizado Especial Federal, dá mesma forma estabelece a desnecessidade da qualidade segurado para esses casos, vejamos: Para a concessão de aposentadoria por idade, desde que preenchidos os requisitos legais, é irre- levante o fato do requerente, ao atingir a idade mínima, não mais ostentar a qualidade de segu- rado. CÁLCULO DO BENEFÍCIO DA APOSENTADORIA POR IDADE URBANA – ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 103 Então, essa aposentadoria por idade, ela era calculada tomando por base os anos de contribuições, e tínhamos até novembro de 1999, um período bási- co de cálculo de 36 últimos meses, sendo assim, pegava os três últimos anos e se aposentava com esse percentual, depois da Lei nº 9.876/99, passou-se a ter um período básico de cálculo maior, em que a previdência pegava 80% dos maiores salários desde a competência de julho de 1994, e esse período de cálculo estendido, prevaleceu até a Emenda Constitucional Nº 103. O percentual dessa aposentadoria por idade, era 70%, sendo esta uma alíquota fixa, mais 1% a cada grupo de 12 contribuições, até o máximo de 30%, não podendo ultrapassar 100% do salá- rio de benefício. Para tanto, imaginemos que uma segurada, que tenha 15 anos de contribuição, sendo este o mí- nimo quando se tinha carência cheia de 180 meses, então, esta segurada vai se aposentar com 70% + 15%, porque a cada ano de trabalho ela ganha 1%, se esta segurada se aposentar com 15 anos de contribuição, vai ser 70% + 15%, pegando 85% da média dos salários de contribuição, desde a competência de julho de 1994, isso para as aposentadorias após novembro de 1999. Essa aposentadoria por idade, não tem aplicação do fator previdenciário, a não ser que ele seja majorador, sendo o fator previdenciário, um coeficiente que é aplicado na aposentadoria por tempo de contribuição obrigatoriamente, e nas aposentadorias por idade, desde que, mais vantajosa. Lembremos que, no cálculo do fator previdenciário, entra a idade, tempo de contri- buição e expectativa de sobrevida, ou seja, quanto menor a idade, quanto menor o tempo de contribuição, maior a expectativa de sobrevida e menor é o valor do benefício. Quanto mais cedo se aposentarmos, maior será a expectativa de sobrevida, e menor será o valor do benefício. Agora, se não tivermos salários de contribuição, de julho de 1994 para cá, então o benefício será de salário mínimo. 2 BRASIL. Lei 10.666. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.666.htm 8 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Desta maneira, hoje, nós temos no Superior Tribunal de Justiça, na verdade, nós tínhamos um tema 999, que era chamado de Revisão da Vida Toda, que faz justamente buscar as contribui- ções anteriores a 1994, considerando que a Lei nº 9.876/99, que trouxe o cálculo ao benefício previdenciário, ela seria uma regra de transição, ou seja, o segurado teria a opção de escolher pegar as contribuições de julho de 1994 para frente, onde o INSS adotou isso como regra, ou de adotar todas as contribuições desde julho de 1994, o STJ reconheceu a tese favorável, mas o Supremo Tribunal Federal, afetou o tema com repercussão geral, e hoje nós estamos aguardan- do a decisão do STF em relação a essa questão, para saber se vai poder pegar todo o período contributivo ou não. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO No art. 49 da Lei nº 8.213, temos a data de início do benefício, cuja a regra vai prevalecer para todas as aposentadorias. Para o segurado empregado e o doméstico: a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias ou Por exemplo, o segurado saiu da empresa, onde fora demitido, onde se tem 90 dias de prazo para receber essa aposentadoria, desde a data do desligamento. Então, vejamos que o segura- do saiu da empresa, onde se dermos entrada dentro dos 90 dias a data de início não será a data do requerimento, mas a data do desligamento dele do emprego se esse período entre a data do desligamento e a data do requerimento, nós tivermos 90 dias. Isto posto, se passar desse prazo, ou o segurado não está desligado, então a data de início será a data do requerimento, nesse caso, a DIB – data de início do benefício será igual a DER – data de entrada do requerimento. b) a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quan- do for requerida após o prazo de 90 dias; e MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 45 DIRBEN/PFE/INSS, de 17/11/2014 Quando nós temos um segurado que ficou afastado em auxílio por incapacidade temporária, antigo auxílio-doença, esse período de afastamento o INSS não considera como carência, ele é contado como tempo de contribuição, mas não como carência. Por exemplo, imaginemos uma segurada, mulher, que tenha 15 anos de contribuição, mas den- tro desses 15 anos ficou três anos em auxilio-doença, recebendo benefício por incapacidade, o INSS não vai considerar que ela tenha 15 anos carência, porque ela ficou três anos afastada em auxilio-doença, e o INSS entende que esse período de afastamento não pode ser computado como carência. Como o posicionamento do INSS era extremamente prejudicial para o segurado, e conside-rando que a Lei nº 8.213, no art. 29, § 5º estabelece que o período de afastamento quando intercalado entre períodos de atividade conta como tempo de contribuição, significa dizer por exemplo, que um sujeito estava contribuindo, ficou afastado e voltou a contribuir, então o perí- odo de afastamento está entre períodos de atividade ou entre períodos de contribuição. 9 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Consequentemente, o Rio Grande do Sul entrou com uma ação civil pública, de nº 2009.71.00.004103-4/RS, e o STJ reconheceu que a regra de computar como carência o perí- odo de afastamento deveria valer para todo território nacional. Então, essa ação civil pública tinha abrangência nacional, onde o INSS entrou com embargos de declaração, e o STJ teve que limitar territorialmente essa decisão, ou seja, somente os estados do sul é que tem o direito de computar o período de afastamento como carência quando intercalado entre períodos de atividades. Isto posto, como isso era muito injusto, nós temos outras 4 ACP’S, uma em cada tribunal para conseguir essa decisão em status nacional, de abrangência nacional, vejamos: • TRF1. ACP 1009990-85.2018.4.01.3400. 6ª. VARA FEDERAL DO DF. • TRF2. ACP 0216249-77.2017.4.02.5101. 13ª. Vara da JFRJ. COM LIMINAR. PORTARIA CONJUNTA N. 12/2020. • TRF3. ACP 5007252-92.2018.4.03.6183. 6ª. VARA PREVIDENCIÁRIA DE SP. • TRF5. ACP 0806813-33.2018.4.05.8300. 6ª. VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO Salienta-se que, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que fora julgado recentemente, no final de 2019, conseguiu com uma liminar que o período de afastamento fosse contado como carência em abrangência nacional, essa decisão foi tão importante que hoje o INSS internalizou através da Portaria Conjunta N. 12/2020, publicada em maio de 2020, permitindo que o perí- odo de afastamento, desde que, a DER seja a partir de 20 de dezembro de 2019, que foi a data da decisão da ACP. Então, nós temos hoje, em abrangência nacional essa limitar com essa portaria conjunta inter- ministerial permitindo o cômputo de carência como período de afastamento. Essa questão, de computar como carência o período de afastamento, já está sumulado pela Turma Nacional de Uniformização, através da súmula 73, que estabelece: O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez não decorrentes de aci- dente de trabalho só pode ser computado como tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado entre períodos nos quais houve recolhimento de contribuições para a previ- dência social. 3 3 BRASIL. Conselho da Justiça Federal. https://www.cjf.jus.br/phpdoc/virtus/sumula 10 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Ademais, temos que ter cuidado com o posicionamento atual dos Juiza- dos Especiais Federais em relação a isso, pois, tem decisões do juizado de que essa contribuição, depois que o segurado sai do benefício, tenha alta, se ela for facultativa, o juizado não tem aceitado a contribuição porque este evidencia que tem que ser entre períodos de atividades, como não tem atividade. Contudo, a lei não fala que tem que ser atividade remunerada, nada disso, mas tem o entendi- mento dos juizados salientando que a pessoa pagou aquela contribuição quando saiu do bene- fício, com a intenção de fraudar a Previdência porque isso está intercalado entre períodos de atividades, isto não condiz, porque o INSS sempre aceitou isso, nunca se teve problema, mas os juizados têm tido uma decisão um pouco mais rígida em relação a essa questão do intervalo das contribuições quando o segurado está afastado. Em vista disso, tem que tomar cuidado porque há o entendimento de que, essa volta da contri- buição quando o segurado tem alta do benefício por incapacidade, ela não pode ser depois que o segurado perdeu a qualidade de segurado. QUESTÕES CONTROVERSAS • É POSSÍVEL TRANSFORMAR A APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE EM APOSENTADORIA POR IDADE? Não transformamos nada, temos que ter a alta do benefício por incapacidade permanente para pedir a aposentadoria por idade, a vantagem disso, hoje nenhuma, porque o valor do benefício dependendo do caso pode ser até menor a depender do tempo de contribuição, mas é im- portante saber que não existe essa transformação automática. Principalmente agora, quando tivemos a regra o art. 101, que permite que o segurado quando aposentado por invalidez, que hoje se chama aposentadoria por incapacidade permanente, ele quando completa 60 anos de idade, não se submete mais a perícia, então, não tem sentido ele pedir a alta do benefício para se aposentar por idade. • POSSO UTILIZAR A CONVERSÃO DE TEMPO PARA COMPLETAR A CARÊNCIA PARA APO- SENTAR POR IDADE? Quando trabalhamos expostos a agentes nocivos, é possível converter o tempo especial em comum para melhorar o valor da renda, então hoje, podemos converter o tempo especial em comum para se aposentar por idade, mas não para completar a carência, por exemplo, sujeito que trabalhou 10 anos em atividade especial com exposição a agente nocivo, ruído, esses 10 anos se convertermos para tempo comum, digamos que seja um homem, ele vai para 14 anos, logo as pessoas pensam que se tem 10 anos com mais quatro tem 14 anos faltando mais um ano para completar os 15 anos onde já teria a carência mínima necessária para se aposentar por idade, NÃO, porque não podemos converter o tempo especial em comum para completar a carência, podemos converter para melhorar a média em relação ao valor do benefício, mas não podemos converter para cumprir a carência que são 180 meses de contribuição, e hoje é 15 anos de contribuição além da carência. 11 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a EMENDA CONSTITUCIONAL 20/98 A aposentadoria por idade urbana e rural, depois da Emenda Constitucional nº 20, elas galga- ram status constitucional no art. 201, § 7º, inciso II da Constituição ponderemos: [...] II – 65 anos de idade, se homem e 60 anos de idade, se mulher, reduzido em 5 anos para traba- lhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.4 Neste seguimento, a emenda Nº 20, traz a aposentadoria do trabalhador rural ao art. 201, § 7º, inciso II, mas já tínhamos a aposentadoria rural desde a Lei nº 8.213/91, porque a Constituição Federal no art. 194, ela permite que haja equivalência entre os benefícios urbanos e rurais. En- tão, o trabalhador rural que antes estava excluído da questão do benefício previdenciário, ele passa a ser inserido tendo direito aos mesmo benefícios e serviços dos trabalhadores urbanos. Em vista disso, nós temos a regulamentação, a Lei nº 8.213/91, que traz a aposentadoria por idade rural, na verdade, onde nós temos as três, quais sejam, rural, urbana e hibrida, sendo as- sim, no caput do art. 48 da Lei nº 8.213, nós temos a aposentadoria por idade urbana, vejamos: Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) § 1º Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e cinqüenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)5 Então, aquele que tem um vínculo somente urbano, ele vai se aposentar por idade urbana, com 60 anos a mulher, e 65 anos o homem, isso até a emenda nº 103. Aquele que é trabalhador ru- ral, apenas rural puro, que está na roça, agricultura, ele vai ter que completar 55 anos de idade, a mulher, ou 60 anos de idade, se for homem, essa aposentadoria por idade rural é pura, em que o trabalhador tem que comprovar o exercício/atividade rural no período imediatamente anteriorao requerimento, e no caso do trabalhador rural precisamos da qualidade de segurado rural. Para a aposentadoria por idade urbana, não precisamos da qualidade de segurado, mas para a aposentadoria por idade rural, temos que ter qualidade de segurado rural, porque assim temos outra regra. Por conseguinte, nós tivemos a Lei nº 11.718/2008, que trouxe mais um benefício, que é a chamada aposentadoria por idade hibrida, sendo esta uma mistura de período rural e período urbano, podemos misturar as duas filiações, nesse caso a aposentadoria será hibrida. E quando misturamos rural com urbana, essa aposentadoria vai exigir a idade do urbano, ou seja, 60 anos para a mulher, até a Emenda nº 103, e 65 anos para o homem. Frisa-se que, o tema 1007 do STJ, ele traz a possibilidade de pegarmos um período remoto de trabalho rural e somar com o trabalho urbano para o cômputo do período de carência, desse tempo de atividade rural exigido na aposentadoria do trabalhador rural. 4 BRASIL. Constituição Federal. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 5 BRASIL. Lei 8.213. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9032.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9876.htm#art2 12 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a TRABALHO EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR O art. 195, § 8º da Constituição Federal, traz o regime de economia familiar, ponderemos: [...] 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empre- gados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 6 Em vista disso, estamos falando em um regime de economia familiar, onde todo mundo traba- lha nesse regime de economia familiar, que define aquele que é o segurado especial, e ele tem uma alíquota de contribuição sobre a comercialização da produção para que ele faça jus a essa aposentadoria por idade rural, só que ele não precisa comprovar necessariamente essa contri- buição. 6 BRASIL. Constituição Federal. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art1 13 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a PARTE 02 APOSENTADORIA POR IDADE RURAL APÓS A EMENDA CONSTITUCIONAL 103/2019 O trabalhador rural precisa comprovar o exercício de atividade rural, e não a contribuição, é diferente do trabalhador urbano que tem que provar a atividade urbana, no trabalho rural ele tem que comprovar o exercício de atividade rural do período imediatamente anterior ao reque- rimento. Então, a pessoa tem que comprovar essa atividade com documentos, documentos ru- rais, com prova da época, notas fiscais, nota de comercialização da produção, reservista, certi- dão de casamento, certidão de nascimentos dos filhos, título de eleitor antigo, sendo possível a juntada de qualquer documento, mas tem que ser contemporâneo e que comprove o exercício de atividade rural, no art. 106 da Lei nº 8.213/91, temos um rol de exemplos de provas em que podemos utilizar para a demonstração dessa atividade rural. Agora, depois da circular 46/2019, o segurado precisa da auto declaração, porque havia uma exigência até a Lei nº 13.846/2019, do trabalhador apresentar uma declaração do sindicato rural, isso não existe mais, hoje o trabalhador preenche esse formulário chamado de auto de- claração, em que ele mesmo preenche as informações com relação ao trabalho rural, e junta os documentos contemporâneos e partir dali, ele faz a prova desse trabalho rural. A Emenda Constitucional Nº 103, trouxe uma alteração bem importante no Decreto nº 3.048/99, e na lei também, que estabelece que o trabalhador rural será cadastrado no CNIS, porque hoje, na prática, o trabalhador urbano que trabalha na cidade, quando este faz a con- tribuição ou a empresa faz a contribuição, isso vai para o CNIS do segurado, o trabalhador rural ele só aparece quando vai pedir benefício. Então, a previdência não tem o cadastro dele no sistema, agora, estão tentando criar um cadastro desse trabalhador rural, para que quando ele fosse pedir benefícios, ele já tenha esse cadastro como segurado especial no INSS, que facili- tará o acesso ao benefício, o pedido de benefício, a prova do tempo rural e até a concessão do benefício que ele for solicitar junto ao INSS. Vejamos o que a Emenda Constitucional trouxe na aposentadoria por idade rural e também urbana, o art. 201, § 7º, em seu inciso I a idade, da aposentadoria por idade urbana, e no inciso II a idade, da aposentadoria por idade rural, analisemos: [...] I – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; II – 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia fa- miliar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. 7 Salienta-se que, a alteração ocorreu na idade da mulher da aposentadoria urbana, que se es- tendeu de 60 para 62 anos de idade. 7 BRASIL. Constituição Federal. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 14 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a APOSENTADORIA POR IDADE DO SEGURADO ESPECIAL Previsto no art. 39 da Lei nº 8.213, ponderemos: Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do caput do art. 11 desta Lei, fica ga- rantida a concessão: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) I – de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pen- são, no valor de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-acidente, conforme disposto no art. 86 desta Lei, desde que comprovem o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses cor- respondentes à carência do benefício requerido, observado o disposto nos arts. 38-A e 38-B desta Lei; ou (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) 8 Então, esse segurado que é trabalhador rural que vai se aposentar, a mulher com 55 anos de idade, e o homem com 60 anos de idade, desde que comprovem 15 anos na condição de tra- balhador rural, em regime de economia familiar ele vai se aposentar ao completar, 55 anos de idade a mulher e 60 anos de idade o homem, a chamada aposentadoria por idade rural. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Iniciaremos, com um questionamento: • Qual é o risco social a ser coberto na aposentadoria por tempo de contribuição? Para cada benefício existe um risco social equivalente, por exemplo, para a inca- pacidade temporária, temos o auxílio-doença, para invalidez, temos a aposen- tadoria por incapacidade permanente, para morte, temos a pensão por morte, para reclusão, temos o auxílio-reclusão, para a maternidade, temos o salário- maternidade. Então, para cada risco social, que impeça de trabalhar, temos um benefício correspondente, e na aposentadoria por idade, não temos exatamen- te um risco correspondente, porque não podemos dizer que um segurado que se aposenta com 35 anos está incapaz para o trabalho, nem presumidamente, porque este vai ter em torno de 50 anos, sendo uma pessoa nova, não estando incapaz para o trabalho. Sendo assim, esse é o trabalho que traz a necessidade de se colocar uma idade mínima nessa aposentadoria, que fora discutida desde a Lei LOPS, ou seja desde 1923, vejamos: 8 BRASIL. Lei 8.213. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24 15 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Vejamos que, a Lei Eloy Chaves que foi a primeira lei que trouxe os benefícios previdenciários, em 1923, trouxe a chamada aposentadoria ordinária, e nesta época, se tinha 50 anos de idade como requisito, e 30 anos de tempo de contribuição, a expectativa de sobrevida em 1923 era de 54 anos, o segurado se aposentava e morria 4 anos depois. E na LOPS, Lei nº 3.807/60, ela traz uma idade de 55 anos, e 30 anos de tempo de contribuição, então nesta, nós já temos a chamada aposentadoria por tempo de serviço, que foi instituída com a lei orgânica, trazendo todos os benefícios para a previdência social. Essa idade mínima, deixou de ser exigida em 1962, onde ficou apenas dois anos com essa necessidade de compro- var a idade mínima, depois houve uma movimentação no Congresso Nacional, e essa exigência de idade mínima deixou de ser necessária ficando apenas o tempo de serviço para a aposenta- doria. CONSTITUIÇÃO DE 1988 O art. 202, dispunha a aposentadoria por tempo de serviço integral aos 35 anos para o homem ou aos 30 anos para mulher. Porém, na LOPS, a aposentadoria era 30 anos homem ou mulher, não tinha a história de aposentadoria proporcional para mulher, sendo 30 anos homem ou mu- lher, onde o homem tinha a faculdade se ele quisesse de se aposentar integral aos 35 anos. Contudo, a Constituição Federal de 1988, mudou essa lógica, evidenciando que a regra de apo- sentadoria agora é 35 anos para o homem e 30 anos para a mulher, ou facultado ao segura- do se aposentar proporcionalmente com 30 anos o homem e 25 anos para a mulher. Então, a Constituição Federal de 1988, é ela que cria a aposentadoria proporcional para o homem e para a mulher, nesse caso, incluindo a mulher, pois o homem já tinha. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO A Constituição de 1988, ela foi regulamentada pela Lei nº 8.213, que trouxe aos arts. 52 e 53, as duas modalidades de aposentadoria: PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 33/95 Por conseguinte, nesse meio tempo, mais alguém queria a idade mínima na aposentadoria por tempo de contribuição, e teve a PEC nº 33/95, apresentado pelo Governo do Fernando Henri- que, que pretendia colocar a idade de 60 anos para o homem e 35 anos de contribuição, e para a mulher 55 anos de idade e 30 anos de contribuição. 16 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Nesse período, todo mundo saiu correndo para se aposentar, e se aposentaram com o que deu, porque havia essa proposta no Congresso de colocar uma idade mínima na aposentadoria, e naquela época havia para piorar, uma premissa, ideia de que a pessoa com 40 anos era conside- rada velha, então, as empresas estavam admitindo quem tinha 40 anos, sendo um caos, onde as pessoas se aposentavam com o que deu naquele momento. Porém, na hora de votar, a Emenda Constitucional Nº 20, por um voto de diferença que foi o de- putado Candi, que votou errado, era para ele colocar sim e colocou o não, a aposentadoria na hora de votar, a aposentadoria com idade mínima deixou de valer para o Regime Geral. Então, esse requisito de idade mínima, passa para o regime próprio que começa a exigir idade mínima para os servidores públicos, que também não existia, e para o regime geral essa idade mínima deixa de ser exigida. Isto posto, a Emenda Constitucional nº 20, ela extingue a aposentadoria proporcional e fica apenas a aposentadoria integral, só que a redação do art. 201, § 7º ficou muito ruim, ficando o inciso I e II: [...] I – 35 anos de contribuição, se homem e 30 de contribuição, se mulher; II – 65 anos de idade, se homem e 60 anos de idade, se mulher, reduzido em 5 anos para traba- lhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. 9 E o congresso não sabia, se esse ponto e vírgula, retro mencionado e destacado em vermelho, significava um e, ou se significava um ou, estaríamos somando os incisos ou eles seriam alter- nativos. Sendo assim, a câmara dos deputados entendeu que esse ponto e vírgula significava um ou, ou seja, no inciso I, nós passamos a ter a aposentadoria por ter tempo de contribuição, e no inciso II, aposentadoria por idade. Vejamos que, a aposentadoria deixa de se chamar aposentadoria por tempo de serviço e passa a se chamar aposentadoria por tempo de contribuição, e no inci- so II, nós temos aposentadoria por idade, vindo com a Emenda Constitucional nº 20/98. REGRA DE TRANSIÇÃO – APOSENTADORIA PROPROCIONAL Como fora extinguida a aposentadoria proporcional na Emenda nº 20, foi criada uma regra de transição dessa aposentadoria proporcional para quem quisesse usufruir dessa aposentadoria, poderiam pedir esse benefício. Então, essa aposentadoria proporcional da Emenda nº 20, passa a exigir três requisitos cumula- tivos, a regra permanente era tempo de 35 anos homem, e 30 anos a mulher, a regra de transi- ção se exigia três requisitos: 1. 53 anos de idade, se homem ou 48 anos de idade, se mulher; + 2. 30 anos de contribuição, se homem ou 25 anos de contribuição, se mulher; + 3. Pedágio de 40% do tempo faltante para atingir o tempo mínimo necessário. 9 BRASIL. Constituição Federal. 17 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Por exemplo, imaginemos, um segurado homem, na data da emenda 16/12/98, tivesse 20 anos de tempo de contribuição, então, se este sujeito tinha apenas 20 anos, faltando 10 anos para completar os 30 anos, sobre esses 10 anos faltantes, aplicasse um pedágio de 40%, ou seja, 40% sobre os 10 anos, resultando em 4 anos a mais. À vista disso, esse segurado vai ter que trabalhar os quatro anos a mais e ainda ter 53 anos de idade, se esse sujeito trabalhasse mais um ano, ele alcançaria 35 anos e entraria na regra permanente, que não exigia a idade mínima. Dessa maneira, na regra de transição da aposentadoria proporcional, ele tinha que ter a idade mínima, na regra permanente, com 35 anos ou 30, bastaria completar o tempo mínimo neces- sário para se aposentar integral. CÁLCULO DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Porém, essa integralidade, era uma falácia, porque a aposentadoria não era exatamente inte- gral depois da Emenda nº 20. Antes da Emenda nº 20, nós tínhamos o cálculo dos benefícios na Constituição Federal, art. 202, e que o cálculo era sobre a média dos 36 últimos meses, então, o INSS só pegava os três últimos anos de contribuição, mas se a pessoa não tivesse tudo isso ela até estendia para no máximo 48, mas eram os 36 últimos meses, e o valor dessa aposentadoria era 70% + 6% a cada ano que ultrapasse os 30 ou 25 anos de contribuição. Média 36 últimos meses X Coeficientes de cálculos – 70% + 6%: 30a = 70% 31a = 76% 32a = 82% 33a = 88% 34a = 94% 35a = 100% Quando foi publicada a Emenda Nº 20, esta desconstitucionalizou o cálculo e deixou o cálculo para uma lei ordinária, sendo esta Lei nº 9.876/99, lei esta que muda o período básico de cálcu- lo, deixando de ser os últimos 36 anos para que seja considerado a média dos 80% das maiores contribuições, desde a competência de julho de 94. Regra de Transição Média 80% das maiores contribuições desde 07/94: – X F.P – X coeficiente cálculo: 70% + 5% a cada ano que supere o cálculo do pedágio 18 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a A Lei nº 9.876/99 é a que cria o fator previdenciário que entra no cálculo a idade, tempo de contribuição e a expectativa de sobrevida, e no cálculo da regra de transição da aposentadoria por tempo de contribuição proporcional o coeficiente seria 70% + 5% para o ano que supere o cálculo do pedágio. No exemplo, do pedágio de 40% do tempo que faltasse para a aposentado- ria na data da emenda, então imaginemos que neste exemplo, o segurado tinha 20 anos, onde ele tinha que trabalhar mais10 anos e mais quatro, pois esse último é o pedágio, esses quatro anos na verdade o segurado vai receber 70% da média, porque o período de pedágio ele não entra na soma dos 5% a cada ano. Ele só vai ganhar 5% após o tempo que supere o cálculo do pedágio. Em um outro exemplo imaginemos, que temos um pedágio de 2,5 anos, onde o sujeito tem que trabalhar pelo menos 32,5 anos, sendo 2,5 anos de pedágio, nesses 32,5 anos ele será 70%, a partir de 33,5 será 75%, a partir de 34,5 anos ele será de 80%, a partir dos 35,5 anos ele entra na regra permanente de 100%. Então, nós tínhamos esse cálculo bem ruim. Por conseguinte, após a Emenda Nº 20, e também depois da Lei nº 9.876, o cálculo passa a ser a média de 80% das maiores contribuições desde julho de 1994. A integralidade é uma falácia, pois, antes de aplicarmos os 100% aplicamos o redutor que é do fator previdenciário, então, o segurado que tivesse por exemplo, 50 anos de idade ele poderia se aposentar, mas ia ser apli- cado um redutor de 45% da média, dessa maneira, o fator previdenciário foi bom, porque ele permite que se aposentemos com qualquer idade, mas ele reduz bastante o valor da aposenta- doria. Após EC 20/98 e Após Lei nº 9.876/99 Média 80% das maiores contribuições desde 07/94: – X F.P – X 100% LEI Nº 13.183/2015 – FÓRMULA 85/95 Esse fator previdenciário, ele era obrigatoriamente aplicado em todas as aposentadorias por tempo de contribuição, a Lei nº 13.183/2015 trouxe a chamada fórmula 85/95, quer dizer, é a soma da idade com o tempo de contribuição, e o segurado atinge uma pontuação em que quando atingida, o fator previdenciário deixa de ser aplicado. A Emenda Constitucional Nº 103, traz uma regra de pontos que não é a mesma regra da fór- mula 85/95, aqui nessa regra de pontos aumenta um ponto a cada ano, e ela na verdade é uma regra de cálculo, ou seja, ela não impede que o segurado se aposente, ela apenas não aplica o fator previdenciário na hora do cálculo. Então, a fórmula 85/95 da Lei nº 13.183, ela é uma re- gra de cálculo, não uma regra de acesso. CÁLCULO DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO ANTES DA EC 103/19 Essa regra de cálculo então, ela traz ao trabalhador/segurado, duas opções de cálculos, antes da Emenda Constitucional Nº 103, vejamos: 19 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Opção 1: Aplicar fator previdenciário quando o segurado não atinge a pontuação somando a idade com o tempo de contribuição. Opção 2: Cálculo com os pontos, esses pontos quando foram criados pela Lei nº 13.183, ele também trouxe uma regra de transição, então, a fórmula começa com 85/95, e a cada dois anos ela aumentava para um ponto, sendo assim nós estávamos em 85/95 de 18 de junho de 2015 a 30 de dezembro de 2018, em 31 de dezembro de 2018 entramos na fórmula 86/96 até 13 de novembro de 2019, vale essa regra de acordo com a pontuação. Então, o segurado que completasse esses pontos até a data da emenda poderia se aposentar pela média de 80% maiores salários X o coeficiente de 100%, neste caso, quando o segurado atinge essa pontuação, aí então ele tem a integralidade, enquanto se aplicar fator não é inte- gral, é mentira, ele é integral porque o coeficiente é 100%, mas de aplicar os 100% ele aplicou o redutor do fator previdenciário. Na fórmula 85/95, como não tem fator previdenciário, quando o segurado completa a pontua- ção até a data da emenda ele pega 100% da média para efeitos de cálculo dessa aposentadoria por tempo de contribuição. EMENDA 103/19. APOSENTADORIA POR TEMPO E IDADE = APOSENTADORIA PROGRAMADA Por conseguinte, em 2019, tivemos a Emenda Constitucional Nº 103, nós tínhamos dois benefí- cios bem separados, aposentadoria por idade e aposentadoria por tempo de contribuição, cada um com os seus requisitos individualizados, a Emenda Constitucional acaba por unificar os dois benefícios em um só. Então, nós passamos a ter aposentadoria por idade com tempo de contri- buição mínimo, que é a chamada aposentadoria programada. 20 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Destarte, a Emenda Constitucional Nº 103, cria a chamada aposentadoria programada unifican- do a idade com tempo de contribuição, então, essa aposentadoria por tempo de contribuição, na verdade deixa de existir, nós tivemos a extinção da aposentadoria por tempo de contribui- ção com a Emenda Constitucional Nº 103. Essa aposentadoria nova nos traz uma regra perma- nente, em que ela exige, 62 anos de idade para a mulher, e 65 anos de idade para o homem, e 15 anos de contribuição para homem ou mulher. Os 20 anos são para aquele segurado que se filiou ao regime geral depois da emenda, ou seja, os 15 anos são para aquelas pessoas já filia- das ao regime geral na data da emenda, para a mulher nada muda. O art. 26, da Emenda 103, traz esse novo cálculo evidenciando que esse benefício será calcu- lado com 60%, é uma alíquota fixa, mais 2% a cada ano que ultrapasse os 15 anos de tempo para a mulher ou os 20 anos para o homem. Por exemplo, imaginemos que o segurado tenha 30 anos de contribuição, com 20 anos de contribuição ele pega 60%, o ano que excede os 20 anos de contribuição são 2% a mais cada ano, então 10 x 2, logo, 20, ou seja, 60% + 20% dos 10 anos a mais, este sujeito vai pegar 80% da média de todos os salários de contribuição desde a competência de julho de 1994. A partir da Emenda Nº 103, não tem mais o descarte das 20 menores contribuições, depois da Emenda Nº 103, a previdência vai pegar 100% de todos os salários de contribuição, desde julho de 1994. REGRA DE TRANSIÇÃO APOSENTADORIA POR IDADE Em vista disso, tivemos a primeira regra de transição da Emenda Constitucional Nº 103, sendo esta a regra da aposentadoria por idade, pois, a idade da mulher aumenta de 60 para 62, ou seja, a partir de 2020 nós temos uma idade que não é mais 60 anos, sendo 60,5 anos, no ano de 2021 será de 61 anos, e para isso nós temos uma tabela de transição: ANO IDADE MÍNIMA SÓ PARA MULHERES 2019 60 M 65 H 2020 60,5 M 65 H 2021 61 M 65 H 2022 61,5 M 65 H 2023 62 M 65 H Imaginemos que, temos uma segurada que completou 59 anos em outubro do ano passado, logo esta segurada pensa que no ano que vem estará aposentada, mas não, se ela estava com 59 anos em 2019, no ano de 2020 ela terá 60 anos, até aí tudo bem, só que esse ano tem que ter 60,5 anos, só que quando essa segurada completar 60,5 anos, em abril do ano que vem ela completa 60,5 só que em 2021 não são mais 60,5 anos, e sim 61 anos, então esta segurada só vai conseguir se aposentar em outubro do ano que vem, ou seja, aquilo que seria esse ano ela vai ter que esperar um ano para completar a idade necessária de acordo com a tabela de tran- sição. Exemplo: A RMI da aposentadoria por idade. 21 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a EXCLUSÃO DE CONTRIBUIÇÕES: Agora, a Previdência na Emenda Constitucional Nº 103, trouxe no art. 26, § 6º ponderemos: [...] § 6º Poderão ser excluídas da média as contribuições que resultem em redução do valor do bene- fício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do tempo excluído para qualquer finalidade, inclusive para o acréscimo a que se referem os §§ 2º e 5º, para a averbação em outro regime previdenciário ou para a obtenção dos proventos de inatividade das atividades de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal.10 Dessa forma, a Emenda Nº 103, evidencia que podemos excluir contribuições que não faltem para o cálculo da aposentadoria, por ter direito ao benefício, exemplo: 10 BRASIL. Emenda Constitucional Nº 103. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc103. htm 22 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Então, hoje a previdência está fazendo inclusive, esse cálculo da exclusão das contribuições que não faltem para a aposentadoria após a nova regra da Emenda 103. AS REGRAS DE TRANSIÇÃODA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Essa nova aposentadoria, como ela extinguiu a aposentadoria por tempo de contribuição, ela trouxe quatro regras de transição para essa aposentadoria, ou seja, não temos mais a aposen- tadoria por tempo de contribuição, mas quem já estava no sistema, e conseguiu cumprir uma dessas quatro regras, vai poder se aposentar por uma das quatro regras de transição da apo- sentadoria por tempo de contribuição, vejamos: REGRAS DE TRANSIÇÃO 1. • Art. 15 EC 103/19 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Com fulcro no art. 15 da emenda constitucio- nal nº 103, ela traz a chamada regra de pon- tos, ela é diferente da regra de pontos da Lei nº 13.183/2015 porque naquela regra ela era uma regra de cálculo, e aqui nós temos uma regra de acesso, se não tivermos a pontuação não temos direito ao benefício, na regra da fór- mula 85/95 de antes, nós tínhamos direito ao benefício porque completos o tempo, agora, temos que ter o tempo mais a pontuação, se não completarmos não temos o direito ao be- nefício por essa regra. Então essa regra, vai exigir primeiro as quatro regras de transição da aposentadoria por tempo de contribuição, que tem em comum o tempo de contribuição, então, em todas elas 30/35 anos, nessa temos que ter o tempo mínimo de 30/35 anos mais a pontuação, então, essa pontuação começa 86/96 em 2019, 2020 em 87/97, 2021 em 88/98 e assim sucessivamente até que a mu- lher alcance 100 pontos, e o homem alcance 105 pontos e assim acaba a regra de transição. Essa aposentadoria, na regra 1, ela passa a ter como cálculo, o mesmo cálculo geral de benefí- cios, 60% + 2% a cada ano que supere os 15 anos, que supere a mulher, ou os 20 anos, no caso do homem, vejamos a tabela de como funciona essa aposentadoria na regra de pontos: RGPS ANO PONTUAÇÃO (IDADE + TEMPO) MULHERES / HOMENS 2019 86 96 2020 87 97 23 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a ANO PONTUAÇÃO (IDADE + TEMPO) MULHERES / HOMENS 2021 88 98 2022 89 99 2023 90 100 2024 91 101 2025 92 102 2026 93 103 2027 94 104 2028 H 95 105 2029 96 105 2030 97 105 2031 98 105 2032 99 105 2033 M 100 105 Então aqui, nós temos a pontuação e o que é exigido em cada ano, sendo assim essa regra vai até 100 pontos que a mulher completa em 2033, e até 105 pontos o homem completa em 2028, tendo que ter no mínimo 30/35 anos de contribuição. PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO PÓS REFORMA. HOMEM Por exemplo, um segurado homem, que estava na data da emenda com 49 anos de tempo de contribuição, onde já tinha direito adquirido à aposentadoria pela regra antiga, só que com 49 anos de idade o fator previdenciário vai reduzir muito o valor dessa aposentadoria, então, ele quer saber o que deve fazer, se ele se aposenta pela regra antiga ou se ele espera a nova regra de transição, ou uma das 4 regras de transição. DATA 13/11/2019 IDADE ATUAL: 49 anos Tempo COMUM 35 anos 01 mês e 13 dias Com Tempo ESPECIAL NÃO APLICÁVEL Data da aposentadoria (só tempo comum) JÁ ALCANÇOU O DIREITO OBSERVAÇÕES: a) Poderá optar por se aposentar pelas regras anteriores (com o fator); ou pela regra de transição com pontos, que serão alcançados em 08/2030 (105 pontos), com 112% da média. b) Mesmo que espere o ano que vem para dar entrada, os requisitos se- rão os atuais, não melhorando o fator previdenciário caso opte por dar entrada depois. O direito será fixado na data da emenda. Não se mistu- ram regimes jurídicos. 24 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a A regra de transição de pontos, que é a primeira regra que ele vai alcançar, ele chega nessa regra em agosto de 2030, ou seja, daqui a 10 anos, estando com quase 60 anos quando vai ter também a outra regra 4 disponível, mas vejamos, ou ele se aposenta com a regra antes da re- forma, pegando o direito adquirido a aposentadoria pela regra antiga ou ele terá que cumprir uma das quatro regras de transição da emenda 103. REGRA DE TRANSIÇÃO 2. • Art. 16 da EC 103/19 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Com previsão no art. 16 da Emenda Constitucional Nº 103, ela traz a necessidade de se cumprir 30 anos, se mulher e 35 anos, o homem, mais uma idade mínima de 56 anos se mulher, e 61 anos se homem, aumentando 6 (seis) meses a cada ano, até atingir 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem. O cálculo será também de 60% da média + 2% a cada ano que ultrapassar os 15 anos, na mulher e 20 anos, no caso homem. Então essa regra pode ser observada na tabela abaixo: ANO IDADE MÍNIMA + TEMPO MULHERES / HOMENS RGPS 2019 56 61 2020 56,5 61,5 2021 57 62 2022 57,5 63 2023 H 58 63 2024 58,5 63,5 2025 M 59 64 2026 59,5 64,5 2027 60 65 2028 60,5 65 2029 61 65 2030 61,5 65 2031 62 65 Então, temos que fazer a evolução da idade do segurado, vejamos que para a aposentadoria por idade do homem a regra de transição tem seis anos e para a mulher a regra de transição tem 12 anos de transição. + 30 ANOS M OU 35 ANOS H 25 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a PARTE 03 A RMI DA APOSENTADORIA POR TEMPO COM IDADE MÍNIMA Exemplo: REGRA DE TRANSIÇÃO 3. • Art. 17 da EC 103/2019 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Regra esta do pedágio de 50%, então aqui, o segu- rado que estiver a menos de dois anos da aposen- tadoria na data da emenda, poderá se aposentar pela regra antiga com fator previdenciário, fun- ciona de modo a se realizar a contagem do segu- rado, onde este alcançou 28 anos, a mulher pelo menos, e o homem 33 anos pelo menos, na data da emenda, qual seja, 13/11/2019, sobre o tempo que faltasse para a aposentadoria o segurado vai ter que trabalhar 50% a mais, por exemplo, diga- mos que, temos um segurado que na data da emenda, no caso um homem, estava com 34 anos de tempo de contribuição, estava a menos de dois anos da aposentadoria faltando um ano só, sobre esse um ano faltante ele vai ter que trabalhar 50% a mais, ou seja, um ano corresponde a 12 meses e 50% equivale a seis meses a mais, então esse sujeito vai ter que trabalhar um ano que falta mais seis meses, e vai se aposentar com no mínimo 35,5 anos. 26 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Essa aposentadoria também será pela média de todos os salários de contribuição, desde julho de 1994, e sobre essa média terá o fator previdenciário no cálculo. Então, esse é o único caso que se vai aplicar o fator previdenciário nesse cálculo do benefício, sendo assim, na regra 1 é 60% + 2%, na regra 2 também é de 60% + 2%, porém na regra 3 é o pedágio de 50% e o cálculo terá o fator previdenciário, que é o redutor do valor da média. PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO Exemplo: DATA 16/10/2019 IDADE ATUAL: 52 anos e 07 meses Tempo COMUM 28 anos, 07 meses e 27 dias Direito à aposentadoria Não tem direito à aposentadoria pelas regras atuais, pois não alcançou 30 anos de tempo de contribuição. Direito à aposentadoria após a Reforma Poderá se aposentar pelas seguintes regras de transição: Regra de Transição 3: como falta 1 ano e 04 meses, terá que cumprir o pedágio de 50% do tempo que faltar para completar os 30 anos, ou seja, terá que trabalhar 9 meses a mais, além do tempo atualmente necessário, totalizando 2 anos. Terá o fator previdenciário no cálculo da média de todos os salários de contribuição desde 07/94. Regra de Transição 1: regra de pontos. Completará em 25/02/2025, 92 pontos soma da idade com o tempo de contribuição e poderá se aposentar com 98% da média de todos os salários de contribuição desde 07/94. É recomendável que se tenha um programa de cálculo, pois as regras de transição são extrema- mente complexas. Vejamos, um caso de um segurado que recebeu a carta de concessão da aposentadoria. 27 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Segurado teve o benefício concedido e quer saber: a) Se recebe ou não; b)Quando poderá ter um benefício melhor? c) Qual será o valor do investimento? Analisemos o cálculo: DATA 02/04/2020 IDADE ATUAL: 55 anos Tempo COMUM 38 anos, 09 meses e 20 dias Com Tempo ESPECIAL NÃO SE APLICA Direito à aposentadoria Já tem direito à aposentadoria pelas regras anteriores à EC 103/19 Direito à aposentadoria após a Reforma Regra de transição por pontos, que serão alcançados em 2021 (98 pontos) OBSERVAÇÕES: a) Teve processo anterior, com DIB de 12/06/2018, concedido com fator previdenciário e renda mensal atual de R$ 3.780,06. b) O valor aproximado da média no caso de nova entrada, com direito até a EC 103/19 será de R$ 4.241,16, com fator previdenciário de 0,76 (redução de 24% da média). c) Pelas novas regras poderá se aposentar após cumprir a regra de transição de pontos, que serão alcançados em 2021, tendo o cálculo de 60% + 2% a cada ano após os 20 anos, ou seja, em 2021 terá 41 anos de contribuição e terá um percentual de 102% da média de todo o período contributio. d) O valor aproximado da renda em 2021 será de R$ 5.410,08, correspondente a 102%. Esse valor é o bruto. ANÁLISE FINANCEIRA 28 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a REGRA DE TRANSIÇÃO 4. • Art. 20 da EC 103/2019 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Essa regra exige dois requisitos principais, a idade mínima de 57 anos, para a mulher, e 60 anos para o homem, e um pedágio de 100% do tempo que faltasse para a aposentadoria na data da Emenda. Por exemplo, imaginemos que um segurado ho- mem, com 50 anos de idade e 30 anos de contri- buição, ele não tem pontuação nem idade mínima e não está próximo dos dois anos de aposentado- ria. Se este sujeito tem 30 anos de tempo de contribuição, faltam cinco anos para completar os 35 anos, porém, sobre esses cinco anos se aplica um pedágio de mais cinco anos, então este sujeito vai ter que trabalhar pelo menos 10 anos, e sobre esses 10 anos ele tem que cumprir ainda a idade mínima para ter direito ao benefício da aposentadoria. PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. MULHER Exemplo: DATA 13/11/2019 IDADE ATUAL: 46 anos, 08 meses e 17 dias TEMPO COMUM: 27 anos, 01 mês e 14 dias Análise da EC 103/2019: Opção 1: De acordo com a contagem, terá direito à aposentadoria pagando pedágio de 100% do tempo que falta para se aposentar. Nesse caso, teria que continuar contribuindo por mais cinco anos e oito meses. A média será de 100% de todo o período contributivo desde 07/94. Será necessário ter 57 anos de idade. Opção 2: Poderá continuar contribuindo até 2031 quando completará 98 pontos. Neste caso, o percentual da aposentadoria será de 108% da média. Então, para se aposentar por idade vai ser necessário completar pelo menos 30 anos, só que não vai mais conseguir se aposentar só com 30 anos, então se calcularmos pelo pedágio de 100% da regra 4. Vejamos, se ela tem 27 anos e 1 mês, faltam 2 anos e 11 meses, sendo assim, 29 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a ela vai ter que trabalhar 2 anos e 11 meses, mais 2 anos e 11 meses, e daqui a 6 anos ela vai estar com 53 anos de idade, sendo que esta tem que completar 57 anos de idade, então ainda que ela cumpra o pedágio, ela ainda não cumpriu a idade mínima. Isto posto, o sujeito pode contribuir a cada quatro meses, depois que cumprir o pedágio, apenas para manter a filiação ao regime geral para não perder a qualidade de segurado, até que alcance a idade mínima ne- cessária e cumpra todos os requisitos para se aposentar. Destarte, é importante fazer cálculo, pois pode ser que, se o sujeito contribuir esse tempo a mais, como nós temos o descarte das contribuições que são menores, é possível colocar contri- buições maiores na média, porque assim permitimos que essas contribuições a mais excluam as contribuições que estão baixas na média, onde conseguimos um aumento na média da apo- sentadoria. PRESSUPOSTO NECESSÁRIO A PARTIR DA LEI Nº 8.213/91 • Carência mínima de 180 contribuições (art. 25) ou tabela de transição do art. 142, da Lei nº 8.213/91 para os inscritos até 24/07/91; • A partir da Lei nº 10.666/03, a perda da qualidade de segurado não é mais impedimento para a concessão das aposentadorias por idade, tempo de contribuição e especial. DIFERENTES FORMAS DE CONTAGEM DO TEMPO Todavia, na nossa contagem de tempo, quando realizada uma aposentadoria por tempo de contribuição, é possível incluir nessa contagem vários tipos de vínculos: 1. RURAL – Para que melhore o tempo de contribuição, esse período rural o INSS só aceita se tiver prova documental onde se tem uma divergência de interpretação, pois, o INSS en- tende que temos que ter uma prova da época e cada prova o INSS considera um ano. Por exemplo, certidão de casamento de 1970, certidão de nascimento do primeiro filho em 1972, certidão de nascimento do segundo filho em 1974, sendo assim, o INSS vai conside- rar o ano de 1970, 1972 e o ano de 1974, na justiça eles consideram de 1970 a 1974, ou seja, todo o período, porque a justiça com prova testemunhal permite que tenha o enten- dimento mais flexível em relação a essa prova do tempo rural. 2. RECÍPROCA – Prevista no art. 96 da Lei nº 8.213. Exemplo: sujeito que trabalhou como es- tatutário, servidor público, sendo possível buscar uma certidão por tempo de contribuição no Estado, Prefeitura ou até mesmo na União, onde fora realizado o trabalho, e esse órgão vai fornecer o CTC, para que o sujeito possa fazer essa averbação do período trabalhado em outro regime na aposentadoria por tempo de contribuição. 3. ESPECIAL – Períodos expostos a agentes nocivos, ruídos, agente biológicos, calor, radiação ionizante, agentes químicos, onde é possível buscar através do PPP, para que esse período de tempo de trabalho seja aumentado, a grosso modo, a cada cinco anos para a mulher aumenta um ano, e a cada cinco anos para o homem aumenta dois, a cada tempo de con- tribuição aumenta 40% para o homem, e 20% para a mulher se for aposentadoria com 25 anos. 4. COMUM – Sendo este tempo como empresário, tempo de contribuinte individual, tempo de carteira profissional, carnê de contribuição. 30 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a 5. PROFESSOR – Sendo esta outra espécie de aposentadoria, no caso de magistério. CNIS EXTEMPORÂNEO Dentro dessa aposentadoria, nós temos vários problemas, um desses problemas é o chama- do CNIS Extemporâneo, acontece que o indicar no CNIS que aparece como no quadro abaixo, PREM-EXT, significa dizer que o segurado foi contribuinte individual e a contribuição do sujeito aparece com esse indicador de extemporaneidade. É possível resolver, mas o INSS quer que o sujeito apresente, na verdade, ele exige que o sujeito apresente uma prova da atividade que o sujeito exerceu nessa atividade, vejamos, o sujeito não era empregado e sim contribuinte individual, onde os documentos possíveis de apresentação são os holerites, imposto de renda, contrato social, contrato de prestação de serviço. Isto posto, o sujeito tem que juntar documentos da época para que essa extemporaneidade seja regularizada no CNIS, caso o sujeito não fizer isso, o INSS não vai computar no tempo de contribuição do segurado. Vejamos: 31 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a O período retro colacionado, é possível elucidar que o segurado pagou 5%, logo a contribuição de 5% e a de 11%, que é de dona de casa, sendo esta de baixa renda ou a contribuição simpli- ficada que é de 11%, ela não pode ser incluída para tempo de contribuição. O segurado pode usar essa contribuição para se aposentar por idade, incapacidade permanente, mas não para aposentadoria por tempo de contribuição. Então, se ele tem esse período de trabalho em que ele não pagou 20%, e este vai se aposentar por tempo de contribuição, ele vai ter que pagar a diferença. CONTRIBUIÇÃO COMPLEMENTAR • EC 103/19 Com fulcro no art. 29 da emenda 103, evidenciaque aquele segurado que era contribuinte in- dividual facultativo, que o indicador no CNIS apresenta que pagou abaixo do salário mínimo, o INSS manda a GPS para pagar a diferença. A Emenda Constitucional Nº 103, incluiu nesse rol os empregados, os avulsos e os domésticos, então, se o empregado por exemplo, ganhar abaixo do salário mínimo, ele pode complementar essa contribuição pagando a diferença, ou utilizar o valor da contribuição para uma outra contribuição no mês seguinte e agrupar as contribuições, ou ele pode utilizar o valor das contribuições que exceder para uma outra competência. Analisemos o art. 29 da Emenda Constitucional Nº 103: Art. 29. Até que entre em vigor lei que disponha sobre o § 14 do art. 195 da Constituição Federal, o segurado que, no somatório de remunerações auferidas no período de 1 (um) mês, receber re- muneração inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição poderá: I – complementar a sua contribuição, de forma a alcançar o limite mínimo exigido; II – utilizar o valor da contribuição que exceder o limite mínimo de contribuição de uma compe- tência em outra; ou III – agrupar contribuições inferiores ao limite mínimo de diferentes competências, para aprovei- tamento em contribuições mínimas mensais. Parágrafo único. Os ajustes de complementação ou agrupamento de contribuições previstos nos incisos I, II e III do caput somente poderão ser feitos ao longo do mesmo ano civil.11 Para tanto, vejamos o que aduz o Decreto nº 10.410/20, em seu art. 19-E: Art. 19-E. A partir de 13 de novembro de 2019, para fins de aquisição e manutenção da qualidade de segurado, de carência, de tempo de contribuição e de cálculo do salário de benefício exigidos para o reconhecimento do direito aos benefícios do RGPS e para fins de contagem recíproca, so- mente serão consideradas as competências cujo salário de contribuição seja igual ou superior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição.12 Ou seja, se pegarmos o CNIS e o segurado for intermitente, e pagou abaixo do salário mínimo por seis meses, se este sujeito não complementar, não agrupar ou se não utilizar essas contri- buições antecedentes, esses períodos abaixo do salário mínimo não vão contar para nada. Isto posto, quem evidencia isso não é a emenda, e sim o regulamento que está errado. 11 BRASIL. Emenda Constitucional Nº 103. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc103. htm 12 BRASIL. Decreto 10.410. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10410.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art195%C2%A714 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art19e 32 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Inclusive, o Decreto nº 3.408 com redação no 10.410, no art. 19-E ou 19-F no § 7º, ressalta que cônjuge/dependente, pode pagar a complementação até o dia 15 de janeiro do ano seguinte. Então, imaginemos um segurado hoje recebendo remuneração abaixo do salário mínimo, se este segurado vier a óbito em dezembro, e se isso for importante para a manutenção da quali- dade de segurado, onde se o dependente não pagar esses meses em que o segurado recebeu abaixo do salário mínimo e não fizer o acerto até o dia 15 de janeiro de 2021, o dependente pode vir a ficar sem pensão por morte. Quando o sujeito é empregado, a contribuição não é por GPS, e sim por DARF, onde este sujeito vai pagar 7,5% do valor da diferença que ele pagou menor. • Para o empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, devem ser aplicadas as alíquotas de: 1. 8% (oito por cento) para as competências de 11/2019 a 02/2020; 2. 7,5% (sete inteiros e cinco décimos por cento) para as competências a partir de março de 2020; • Contribuinte Individual (exclusivamente aquele que presta serviço à empresa), deve ser aplicada a alíquota de 11% (onze por cento). EXEMPLOS DE CONTRIBUIÇÃO COMPLEMENTAR A. Se for empregado, empregado doméstico ou trabalhador avulso, deve-se apurar a diferen- ça entre a remuneração recebida e o salário mínimo, e sobre esta diferença calcular a con- tribuição de 7,5% (ex: o segurado recebeu R$ 800,00; a diferença para um salário mínimo é de R$ 245,00. A contribuição será: R$ 245,00 x 7,5% = R$ 18,38). B. Se for contribuinte individual que presta serviços para empresas, a alíquota da comple- mentação será de 11% (ex: recebeu R$ 800,00; a diferença para um salário mínimo é de R$ 245,00. A contribuição será: R$ 245,00 x 11% = R$ 26,95). C. Se for autônomo que não presta serviço para empresas, a alíquota da complementação será de 20% (Ex.: recebeu R$ 800,00; a diferença para um salário mínimo é de R$ 245,00. A contribuição será: R$ 245,00 x 20% = R$ 49,00). Salienta-se que contribuinte individual é facultativa, a complementação é por GPS, a contribui- ção por DARF é quando o segurado é empregado, avulso ou empregado doméstico. Em relação, aos períodos de trabalho devemos observar a súmula 75 da TNU, pois para o INSS o CNIS é prova plena, se não está no CNIS o período de trabalho não está no mundo, para a justiça, esta entende que, ainda que não esteja no CNIS, onde se a carteira profissional não apresentar defeitos formais que comprometa a vida e dignidade do segurado isso vai ser consi- derado como prova, ponderemos a súmula: A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em relação à qual não se aponta defeito for- mal que lhe comprometa a fidedignidade goza de presunção relativa de veracidade, formando prova suficiente de tempo de serviço para fins previdenciários, ainda que a anotação de vínculo de emprego não conste no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).13 13 Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais. https://www.cjf.jus.br/phpdoc/virtus/sumula. php? 33 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a AVISO PRÉVIO x QUALIDADE DE SEGURADO O Juizado Especial Federal, a Turma Nacional de Uniformização trouxe essa questão do aviso prévio, pois, este último não conta como tempo de contribuição. Contudo, segundo a decisão da TNU, o aviso prévio vai contar para efeitos da manutenção da qualidade de segurado, mas não para efeito de computar o tempo, como tempo de contribuição. Vejamos a decisão da TNU: INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. PREVIDENCIÁRIO. QUALIDADE DE SEGURADO. AVISO PRÉVIO INDENIZADO. PERÍODO DE GRAÇA. CONTAGEM A PARTIR O TÉRMINO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO. PROVIMENTO. 1. Uniformização do entendimento de que o período de aviso prévio que foi indenizado deve ser projetado como de manutenção da qualidade de segurado empre- gado, de modo que o período de graça inicie apenas após o término dessa projeção. 2. Incidente de uniformização provido. (Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei (Turma) 5076345- 22.2014.4.04.7100, LUÍSA HICKEL GAMBA – TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO.) Contam-se como tempo de serviço/contribuição, dentre outros: • Tempo de serviço militar; • Tempo intercalado em que esteve em gozo de benefício por incapacidade; • Tempo de serviço em mandato eletivo; • Período em que o segurado tenha sido colocado pela empresa em disponibilidade remu- nerada, desde que tenha havido desconto de contribuições. No tocante ao período rural, evidencia a súmula 577 do STJ: “É possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior ao documento mais antigo apresentado desde que amparado em convincente prova testemunhal colhida sob contraditório.” 14 Destarte, podemos no caso de período rural em que o segurado queira contar como tempo de contribuição, tendo que ter prova da época. ALUNO APRENDIZ – Tema 216 TNU No que diz respeito ao aluno aprendiz, este teve um tema fixado recentemente, de nº 216, que acabou alterando a redação da súmula 18 da TNU, vejamos: Para fins previdenciários, o cômputo do tempo de serviço prestado como aluno-aprendiz exige a comprovação de que, durante o período de aprendizado, houve simultaneamente: (i) retribuição consubstanciadacumprido em condições especiais que preju- diquem a saúde ou a integridade física do segurado, inclusive da pessoa com deficiência, para fins da aposentadoria de que trata o art. 70-B, se resultar mais favorável ao segurado. (§ 1º do art. 70-F, Decreto nº 3.048/99 com redação dada pelo Decreto nº 8.145/2013). Sendo vedada a conversão do tempo de contribuição da pessoa com deficiência para fins de concessão da aposentadoria especial. Exemplo, um segurado que passou pela perícia, e a perícia definiu que a deficiência dele era moderada, onde a pontuação fora de 6.350, onde o perito definiu que a data de início da defici- ência fora em 01/03/2013, então, a partir dessa data ele foi considerado deficiente moderado, na primeira empresa ele trabalhou por cinco anos, seis meses e 19 dias na condição de defici- ência. Conforme vejamos: No primeiro período, ele trabalhou exposto a agente nocivo e sendo necessário fazer o ajuste de tempo, analisemos: 45 L L M e m D i r e i t o e P r á t i c a P r e v i d e n c i á r i a Sendo assim, ele tem que fazer o ajuste de tempo, esse fator tem que ser transformado tudo em 29, porque a aposentadoria da pessoa com deficiência moderada é 29 anos, então, temos que fazer esses ajustes para 29 anos. Isto posto, no primeiro período, ele trabalhou exposto a agente nocivo, então a aposentadoria tem uma contagem de 25 anos, que temos que ajustar para 29 anos, sendo assim, isso vai aumentar em 1.16%, depois no segundo período de 1995 até 2013, ele não era deficiente, então temos que transformar esses 35 anos para deficiência porque ele não tem deficiência, então aqui ele vai diminuir para 0.83%, a partir da data em que ele passa a ser deficiente que foi de 01/02/2013 para frente, aí não tem mais conversão porque o tempo já está com deficiência. Destarte, vejamos que em uma contagem de tempo com deficiência, temos três tipos de con- versão de tempo, a do tempo com especial sem deficiência, do tempo comum sem deficiência e do tempo já com deficiência. E nesse caso, tinha que dar 29 anos de tempo de contribuição, que fora exatamente o que deu essa aposentadoria, onde o valor do benefício não tem fator previdenciário, e a média deu exatamente 100% dos 80% maiores salários.