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INTRODUÇÃO À FILOSOFIA Prof. Roneldo Moura IF INTRODUÇÃO A FILOSOFIA- INTRODUÇÃO A FILOSOFIA - Roneldo Moura GRADUAÇÃO Teologia e Psicologia PÓS-GRADUADO Psicologia Clínica e Docência do Ensino Superior Psicologia Social Ciências das Religiões Psicologia e Espiritualidade Transtornos Mentais - Neurobiologia e Psicofarmacologia Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico Psicologia Psicossomática Transtornos Neurocognitivos Neuropsicologia FORMAÇÃO CONTINUADA Deficiência Intelectual – D.I ATIVIDADE LABORAL PROFESSOR Fameac - Medicina Facimp – Psicologia AVIAÇÃO AGRÍCOLA Globo Aviação ATENDIMENTO CLÍNICO Imperatriz –MA Açailândia - MA psi.roneldomoura 2 CONTEÚDO DESTA APRESENTAÇÃO PARTE - 1 O que é Filosofia? Conhecimento e conhecimento filosófico Filosofia e história: períodos e características PARTE - 2 5. Os grandes temas da Filosofia 6. A Filosofia na vida e a vida na Filosofia Considerações Finais 3 OBJETIVOS A Filosofia e o conhecimento filosófico como uma busca amorosa da sabedoria sobre a existência humana no tempo e no mundo. APRESENTAR 01 Referenciais teóricos que lhe possibilite divisar por detrás de tal multiplicidade de objetos de estudo. IDENTIFICAR 02 A Filosofia como atitude, autonomia, reflexão, crítica, criatividade, sabedoria e visão de mundo. COMPREENDER 04 As especificidades da prática filosófica, diferenciando-a de outras formas de conhecimento e de atitude. CONHECER 03 4 Uma vida não examinada não merece ser vivida. Platão IF INTRODUÇÃO A FILOSOFIA – INTRODUÇÃO A FILOSOFIA - A frase "Uma vida não examinada não merece ser vivida", atribuída ao filósofo grego Sócrates, reflete a ideia de que uma vida autêntica e exige significativamente autoconhecimento e reflexão contínua sobre nossas ações, escolhas e valores. Segundo Sócrates, viver sem examinar e questionar os próprios pensamentos e comportamentos nos distancia da verdade e do crescimento pessoal. Esse exame constante permite que as pessoas descubram suas virtudes, compreendam melhor o mundo ao seu redor e busquem a justiça e a ética em suas decisões.Em essência, a frase expressa a importância da filosofia como prática de vida: viver bem exige que questionemos e conheçamos a nós mesmos para agirmos com integridade e propósito, contribuindo para uma vida plena e consciente. 5 INTRODUÇÃO Nesta primeira unidade, conversaremos sobre a importância do pensar e sobre o desejo humano de compreender a vida e o mundo. Também veremos o que é a Filosofia e conheceremos as principais etapas que percorreu no Ocidente. Afinal, concluiremos que a busca pelo conhecimento e pela sabedoria fez surgir a Filosofia, e que esta muito caracteriza o modo humano de ser. O homem é o animal que pensa! Assim se define o ser cuja principal característica é a racionalidade. A possibilidade do uso da razão nos faz diferentes de todos os outros seres, caracterizando nos como senhor de engenhos e potencialidades. E nos coloca diante da realidade. Diferentemente de outros seres vivos que estão “apenas” imersos no mundo, o homem está diante do mundo, enfrentando-o, dando-lhe um sentido, transformando-o. Para Buzzi (1983, p. 11), “Pensar, na significação etimológica do termo, quer dizer sopesar, pôr na balança para avaliar o peso de alguma coisa”. Assim, aprender a pensar é aprender a avaliar. Descobrir o verdadeiro “peso” de cada coisa, fato, realidade. É esta atividade que produz o conhecimento: a justa medida sobre determinado objeto. É por isso que Buzzi diz que o conhecimento das “coisas” é obra dos que pensam. Um ser que busca explicações A Filosofia é obra humana. É da atitude do homem que pensa. Ao fazê-lo, constrói a sua existência e origina a Filosofia. Pensar é filosofar. Nos primórdios da história, as explicações que os homens davam para os fenômenos e para as coisas eram de caráter mitológico: forjavam mitos em que os deuses permeavam todos os acontecimentos (lendas e estórias de seres fabulosos, heróis e divindades) e que eram transmitidos de geração em geração através da tradição oral [...] Os gregos são o primeiro povo a dar explicações racionais às coisas, surgindo daí a Filosofia. No entanto, nos seus começos, a Filosofia não se distinguia das demais ciências: o conhecimento humano primitivo era amálgama único... Compreender o mundo em que vivemos e o tipo de sociedade à qual pertencemos, o tipo de cultura e de civilização que nos envolvem é tarefa da qual nenhum de nós pode abrir mão. Por isso, pensar é preciso, pois permite a construção do conhecimento, e disto depende a qualidade das nossas escolhas, a realização dos nossos sonhos e projetos 6 PARTE - 1 FILOSOFIA É UMA ATITUDE FILOSOFIA É AUTONOMIA FILOSOFIA É REFLEXÃO FILOSOFIA É CRÍTICA FILOSOFIA É CRIATIVIDADE FILOSOFIA É AMOR À SABEDORIA FILOSOFIA É VISÃO DE MUNDO A FILOSOFIA INFORMAL A FILOSOFIA FORMAL – O QUE É FILOSOFIA? 01 INTROUÇÃO A FILOSOFIA – INTRODUÇÃO A FILOSOFIA - Radicalidade Rigorosidade Totalidade Você já pôde perceber que a Filosofia não é muito fácil de ser definida, não é mesmo? Ela é conhecimento do homem sobre si mesmo e o mundo. Diante desta afirmação, um universo de saberes e mistérios podem ser vislumbrados. A palavra Filosofia foi utilizada pela primeira vez por Pitágoras (século V a.C.). Filosofia é uma atitude Saiba que Filosofia é antes uma prática, um exercício do pensar. Implica colocar a racionalidade a serviço da curiosidade, do prazer de conhecer. Filosofia é autonomia Conforme Pacheco e Nesi (2007, p. 23), a palavra “autonomia está ligada à capacidade de pensar por si próprio”. 8 A palavra grega mythos significa narrativa. Trata-se de uma palavra que aponta a origem dos deuses, do mundo, dos homens, das técnicas (fogo, caça, pesca, artesanato, guerra etc...) e da vida social. É considerado o marco inicial da história da Filosofia. Ele se encontra entre os chamados filósofos pré-socráticos (os que viveram antes de Sócrates) OS PRIMÓRDIOS DA FILOSOFIA A MITOLOGIA TALES DE MILETO (624-546 A.C.) Na história do pensamento ocidental, a Filosofia nasce na Grécia, por volta do século VI a.C. Surge, por meio de longo processo histórico, promovendo a passagem do saber mítico ao pensamento racional. A preocupação principal destes pensadores originais e originantes era a de desvendar para estes gregos os segredos do universo, compreender a natureza num sentido amplo, a physis. Por isso, dizemos que aFilosofia primeira era cosmológica (estudo do cosmos). 9 Viagens marítimas Invenção do calendário Surgimento da vida urbana Invenção da escrita alfabética Desenvolvimento da política GRÉCIA Você sabe por que a Filosofia surgiu justamente na Grécia e naquele período histórico? Quais as condições materiais (políticas, econômicas, sociais, históricas etc...) que permitiram o surgimento da Filosofia? Acompanhe algumas das principais condições, segundo Chaui (1998, p. 31-32). CONHECIMENTO E CONHECIMENTO FILOSÓFICO Nesta unidade, daremos continuidade à busca da compreensão e entendimento do conceito e abrangência da Filosofia, estudando-a como um caminho privilegiado de construção e descoberta do conhecimento. Neste sentido, você estuda o método e os objetivos da Filosofia como realização das potencialidades humanas, sujeito e objeto de todo conhecimento. 02 INTRODUÇÃO A FILOSOFIA – INTRODUÇÃO A FILOSOFIA - O QUE É CONHECIMENTO? A sociedade em que vivemos é frequentemente caracterizada como sociedade do conhecimento. Conhecimento é mais do que ter informações e dados sobre determinado tema ou assunto. Conhecimento implica saber quais informações e dados são relevantes e em que situações usá-los. Conhecimento é sabedoria de vida. Esta perspectiva filosófica está na base de todo esforço humano por compreender as coisas e o mundo e atribuir-lhes sentido. O QUE É CONHECIMENTO? No processo de conhecimento, quem conhece acaba apropriando-se, de certo modo, do objeto que conheceu,ou seja, transforma em conceito esse objeto e o reconstitui em sua mente. Já o conhecimento filosófico tem por origem a capacidade de reflexão do homem; e, por instrumento, o raciocínio. O CONHECIMENTO CONHECIMENTO FILOSÓFICO Ceticismo afirma que é impossível o conhecimento, seja como juízo de valor ou como conclusão. O dogmatismo, ao contrário, considera certos conhecimentos como certezas e verdades absolutas e indubitáveis. FILOSOFIA: NEGAÇÃO CÉTICA E DOGMÁTICA CONHECIMENTO - Deve-se ressaltar que a relação estabelecida no processo de conhecimento pode implicar uma transformação tanto do sujeito quanto do objeto. O sujeito transforma-se mediante o novo saber e o objeto também pode transformar-se, pois o conhecimento lhe dá sentido. A partir do momento em que o sujeito conhece novos fatos, ele pode modificar sua ação, agir com mais liberdade, fazer com mais precisão, etc. O objeto pode ser aperfeiçoado, porque o conhecimento do sujeito permitirá desenvolvê-lo CONHECIMENTO FILOSOFICO - Já o conhecimento filosófico tem por origem a capacidade de reflexão do homem; e, por instrumento, o raciocínio. Será a Ciência suficiente para explicar o sentido geral do universo? Os que respondem que não, esses buscam essa explicação através da Filosofia. Filosofando, ultrapassam-se os limites da Ciência -- delimitados pela necessidade de comprovação concreta -- para compreender ou interpretar a realidade em sua totalidade. Tendo o ser humano como tema permanente de suas considerações, o filosofar pressupõe a existência de um dado determinado sobre o qual refletir, por isso apóia-se nas ciências. Mas sua aspiração “ultrapassa” o dado científico, já que a essência do conhecimento filosófico é a “busca” do saber, e não sua posse. Enquanto o dogmático atinge uma certeza e nela permanece, o cético afirma que não é possível alcançá-la 13 A Filosofia é a procura da verdade, não a sua posse: “fazer filosofia é estar a caminho; as perguntas em filosofia são mais essenciais que as respostas e cada resposta transforma-se numa nova pergunta”.(JASPERS, 1971 apud ARANHA; MARTINS, 1996, p. 76). CIÊNCIA E FILOSOFIA APROXIMAÇÕES E DIFERENÇAS Ciência e Filosofia são caminhos para o conhecimento. A Ciência busca descobrir as causas pelas quais as coisas são. Visa o conhecimento “certo” (seguro) pelas causas (causas próximas). A Filosofia busca compreender as causas últimas das coisas: o que uma coisa é, não de um ponto de vista particular, mas em todo o seu ser. No começo da história do pensamento ocidental, não havia esta divisão. Para os antigos gregos, a Filosofia era a ciência universal e abarcava todo esse conjunto de conhecimentos que agrupamos sob os nomes de ciência, de arte e de Filosofia. Tal concepção perdurou até a Idade Média. No Renascimento e Idade Moderna, consuma-se a autonomia da arte e da ciência. A ciência investe na determinação das leis dos fenômenos. A Filosofia quer conhecer a natureza profunda das coisas, suas causas supremas e seus fins derradeiros: visa propriamente, em todas as suas partes, o conhecimento do que ultrapassa a experiência sensível (ou os fenômenos), e do que só é acessível à razão. A Filosofia parte da experiência -- se a Filosofia é, de início, “ciência das coisas”, a saber, do homem, do mundo e de Deus, devemos começar por conhecer as coisas que queremos explicar; isto é, nosso ponto de partida será normalmente tomado na experiência. É de fato pelas propriedades das coisas que nós podemos conhecer sua natureza. E essas propriedades, é a experiência -- vulgar ou científica -- que nos faz descobri-las. Assim o método filosófico será primeiramente experimental, no sentido de que o ponto de partida da Filosofia é tomado na experiência. � A Filosofia visa, pela razão, o que está além da experiência -- mas como a Filosofia é, por seus fins, essencialmente metafísica -- isto é, quer ir além da experiência sensível e chegar até as causas primeiras - o homem não as vê e não as toca com os seus sentidos, e não as pode então atingir a não ser por uma faculdade “superior” aos sentidos. Eis porque método filosófico é também um método racional. Razão natural, fundada na evidência de seu objeto. 15 FILOSOFIA É COMUNICAÇÃO Positivismo Cientificismo AUGUSTO COMTE (1798-1857) MAX WEBER (1864–1920) Preocupou-se em estabelecer a diferença entre a metodologia das ciências naturais (biológicas e exatas) e das ciências sociais (humanas). ESCREVER TABELA – AREA DE TRABALHO 16 03 INTRODUÇÃO A FILOSOFIA – INTRODUÇÃO A FILOSOFIA - FILOSOFIA E HISTÓRIA: PERÍODOS E CARACTERÍSTICAS Nesta unidade, vamos conversar sobre a relação entre Filosofia e história, confrontando pensamentos e fatos que marcaram o desenvolvimento da mentalidade do homem ocidental. Percorreremos os períodos da história da Filosofia com o objetivo de despertar a sua curiosidade e lhe alimentar a vontade de estudar Filosofia. A HISTÓRIA E A FILOSOFIA Não estudamos a história da Filosofia para repetir o que foi pensado e dito, reproduzir respostas que, longe do contexto existencial em que foram produzidas, apresentam-se anacrônicas. É mais do que isso: é ter a coragem de formular explicações novas, muitas vezes para os mesmos problemas, e submetê-las à crítica e desenvolvimento de outros que se dedicarem a esta tarefa. Feito isso, colocamos a nossa racionalidade a serviço desse grande mutirão de ideias que faz a caminhada da humanidade. O estudo da história procura elucidar os fatos no emaranhado de interesses e sentidos que os compõem, na tentativa de encontrar a verdade dos fatos. A Filosofia, por sua vez, em vez de certezas, nos dá inquietações. Ao estudar a história da Filosofia, o ser cognoscente pensa o pensado e assim o faz até aprender a pensar por si mesmo. Esta é a ambição da Filosofia: possibilitar ao ser humano o exercício pleno da racionalidade, o pensar por si mesmo. 18 A FILOSOFIA ANTIGA E MEDIEVAL A Filosofia surgiu na Grécia Antiga, com o propósito de libertar o pensamento de suas bases míticas, para dar à vida explicações diferentes daquelas que dependiam de deuses e superstições. Era uma atividade dos homens sábios (philos = amigo ou amante; sophia = sabedoria), que se punham a pensar sobre conceitos estabelecidos, buscando novos entendimentos. Academicamente, a Filosofia é dividida em: Antiga; Medieval; Moderna; e Contemporânea. A FILOSOFIA ANTIGA A Filosofia Antiga compreende o período que vai do século VI a.C. até o século II d.C. Tem início com os pré-socráticos, que são os filósofos anteriores a Sócrates e que viveram na Grécia por volta do século VI a.C., sendo considerados os criadores da Filosofia Ocidental. Essa fase, que corresponde à época de formação da civilização grega, caracteriza-se pela preocupação com a natureza e o cosmos. Ela inaugura uma mentalidade baseada na razão, e não mais no sobrenatural ou na tradição mítica. Um grupo de narradores e pensadores de diversas partes da Grécia, sobretudo de Atenas, contribuiu para a reflexão filosófica na antiguidade: os Sofistas. Os pré-socráticos também são chamados de filósofos da natureza (physis). A palavra grega phisis, como explica Abrão (1999, p. 24), pode ser traduzida por natureza. Mas seu significado é mais amplo. Refere-se também à realidade, não aquela, pronta e acabada, mas a que se encontra em movimento e transformação, a que nasce e se desenvolve. Neste sentido, a palavra significa gênese, origem, manifestação. Saber o que é a phisis, assim, levanta a questão da origem de todas as coisas que constituem a realidade, que se manifestam no movimento; e procura saber se há um princípio único (arké) que dirige e ordena todas as coisas no mundo. Com estes tema ocupam-se os primeiros filósofos. Tales de Mileto diz que tudo é água! A água é o elemento primordial de tudo que existe. Anaximandro de Mileto diz que o apeíron, um tipo de matéria a partir da qual tudo o mais é feito, é o princípio único de todas as coisas. Anaxímenesde Mileto diz que o ar é o elemento originante de todas as coisas. Pitágoras de Samos afirma que o número é o princípio de todas as coisas e que todo o universo é regido por leis matemáticas. Heráclito de Éfeso afirma que todas as coisas estão em movimento e são originadas por ele 20 A FILOSOFIA MEDIEVAL A Filosofia Medieval compreende o período que vai do século II d.C. até XV d.C. Este período da história do pensamento ocidental é marcado pelo encontro da Filosofia com o cristianismo. Um encontro marcado por tensões entre a fé e a razão, que se iniciou no Império Romano e prolongou-se por toda a Idade Média, determinando a forma que a Filosofia assumiu por mais de um milênio. A Filosofia tornou-se cristã, e a fé cristã assimilou procedimentos racionais. A Patrística - Patrística é assim chamada por ser a Filosofia dos padres da Igreja Católica, nos primeiros séculos do cristianismo. A Escolástica - Quando desapareceu o poder do Império Romano do Ocidente, a Igreja arrogou-se a supremacia universal. Patrística é assim chamada por ser a Filosofia dos padres da Igreja Católica, nos primeiros séculos do cristianismo. Tem como objetivo desenvolver um pensamento que acomode o cristianismo e a tradição filosófica, a fé e a razão, procura conciliar as verdades da revelação bíblica com a Filosofia Grega (razão). patrística- Na impossibilidade de fazerem valer suas idéias racionalmente, os padres da Igreja apresentam um novo argumento: o dogma, ou seja, verdades reveladas por Deus e, portanto, irrefutáveis e inquestionáveis. Com isso surge uma distinção entre verdades reveladas e verdades da razão humana. Nesse sentido, o grande tema da Filosofia Patrística é da possibilidade ou impossibilidade de conciliar fé e razão. Escolastica - Quando desapareceu o poder do Império Romano do Ocidente, a Igreja arrogou-se a supremacia universal. O papa foi reconhecido como a autoridade máxima, a quem deviam submeter-se os poderes temporais. Assim, a hierarquia eclesiástica de Roma representou o fator aglutinante das monarquias ocidentais. A progressiva conversão dos bárbaros ao cristianismo fez da Igreja a instituição mais importante da Idade Média. As exigências que se apresentavam aos filósofos cristãos já não eram as mesmas, pois o pressuposto de que partiam não era o paganismo, mas o próprio cristianismo. A Filosofia, assim, deixou de ser apologética e tornou-se docente, magistral ou escolástica 21 A FILOSOFIA MODERNA A Filosofia Moderna compreende o período que vai do século XVII a.C. ao XIX d.C. O Renascimento O Racionalismo O Empirismo O Iluminismo O Criticismo O Idealismo O Materialismo O Positivismo Renacentismo - A escolástica chegou ao seu limite. A desagregação da cristandade, com a reforma protestante e o renascimento cultural, trouxe novas questões. A desintegração da estruturas feudais, as grandes descobertas da ciência e a ascensão da burguesia assinalam a emergência do Renascimento. O Racionalismo - Este período tem como principal característica uma crescente confiança na capacidade do intelecto humano e o surgimento de uma série de sistemas fundados na convicção de que a razão constitui o instrumento fundamental para a compreensão do mundo. O empirismo - Em oposição à crença racionalista, que se baseia, em grande medida, na razão, surge o empirismo, doutrina que reconhece a experiência como fonte válida de conhecimento. O iluminismo - O racionalismo cartesiano e o empirismo inglês preparam o surgimento do Iluminismo. O Iluminismo foi uma revolução intelectual ocorrida na Europa e, particularmente, na França, durante o século XVIII. Na verdade, foi o apogeu e a consolidação dos ideais renascentistas, que começaram a ser difundidos por todo o velho continente. O Criticismo Diante desta efervescência, surge um filósofo que questiona o poder absoluto da razão: será que a razão pode conhecer tudo? Qual o conhecimento que possui fundamento? A razão é levada a julgamento pelo Criticismo do Immanuel Kant (1724-1804). O Idealismo consiste na interpretação da realidade exterior e material a partir do mundo interior, subjetivo e espiritual. Isso implica a redução do objeto do conhecimento ao sujeito do conhecedor. Ou seja: o que se conhece sobre o ser humano e o mundo é produto de idéias, representações e conceitos elaborados pela consciência humana. O Materialismo Em contraposição ao idealismo, surge o Materialismo. O Materialismo é a concepção filosófica que aponta a matéria como substância primeira e última de qualquer ser, coisa ou fenômeno. O Positivismo As descobertas científicas e os avanços técnicos do século XIX fazem crer que o homem pode dominar a natureza, com uma ciência e tecnologia cada vez mais eficazes. Neste clima de exaltação do progresso científico, surge o Positivismo, e a convicção de que o único porto seguro para o conhecimento é a ciência. 22 A FILOSOFIA DO SÉCULO XX Após duas guerras mundiais, o Holocausto e os ataques nucleares a Hiroshima e Nagasaki, em 1945, o humanismo europeu ruíra de alto a baixo e, com ele, a confiança iluminista na técnica e na ciência como agentes da civilização. O pensamento ocidental passa por uma tremenda angústia, mostrando que a ciência, a Filosofia, o conhecimento, são incapazes de resolver os problemas da humanidade. No século XX, mais homens foram mortos ou abandonados à morte por decisão humana que jamais antes na história. (HOBSBAWN, 1999, p. 21) Fenomenologia e Existencialismo O Neopositivismo A crítica à sociedade capitalista A Filosofia passou a mostrar que as ciências não possuem princípios totalmente certos, seguros e rigorosos para as investigações, que os resultados podem ser duvidosos e precários, e que, frequentemente, uma ciência desconhece até onde pode ir e quando está entrando no campo de investigação de uma outra. O Neopositivismo A partir do começo do século XX, teve início uma reflexão radical sobre a natureza da Filosofia, sobre a determinação de seus métodos e objetivos: o neopositivismo. No que diz respeito ao método, destacaram-se as novas reflexões sobre o estudo analítico da linguagem e o impulso dado à Filosofia da ciência. crítica à sociedade capitalista A Filosofia cumpre a sua missão de ser crítica ao confrontar as necessidades e desejos humanos com os valores de uma época ou estrutura sociohistórica. Destacamos, aqui, três exemplos de posturas filosóficas questionadoras da sociedade moderna, industrial e capitalista. 23 A RACIONALIDADE OCIDENTAL A Filosofia é a filosofia de um tempo. Retrata a mentalidade e o pensamento dos seres humanos de uma determinada época e o desenvolvimento de determinada cultura. A civilização ocidental vem mudando consideravelmente ao longo dos anos, e a Filosofia acompanha estas mudanças, contribuindo para a compreensão do pensamento nos diferentes contextos existenciais. PARTE - 2 media1.mp4 image7.svg .MsftOfcThm_Background1_Stroke_v2 { stroke:#FFFFFF; } image1.png image2.png image3.svg .MsftOfcThm_Text1_Stroke_v2 { stroke:#000000; } image4.png image5.svg image6.png image8.jpeg image9.png image10.png media2.mp4 image11.png image12.png image13.svg .MsftOfcThm_Text1_Stroke_v2 { stroke:#000000; } image14.png image15.svg image16.png image17.png image18.png image19.svg .MsftOfcThm_Text1_Stroke_v2 { stroke:#000000; } media3.mp4 image20.png media4.mp4 image21.png image22.png image23.png media5.mp4 image24.png image25.png image26.jpg image27.png image28.png image29.png image30.png image31.jpg