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 5 
1. ORGANIZAÇÃO E ORIGEM DA VIDA 
 
 A biologia e suas devidas 
subdivisões (especializações) é parte 
integrante das ciências naturais, que no 
currículo brasileiro, estruturado pela 
Base Nacional Curricular Comum, a 
BNCC, compõe área própria do 
conhecimento em conjunto com a física 
e a química. 
 O termo biologia vem do grego, 
junção da palavra bio (vida) e logos 
(estudo). Acredita-se que o uso do termo 
teve início ainda no Século XVIII, com a 
obra de Carl von Linné (Lineu), também 
tendo seu conceito atual iniciado no 
Século XIX por naturalista no qual se 
destaca Jean-Baptiste de Lamarck. 
 
 
1-1: Carl von Linné – um dos primeiros 
cientistas a utilizar o termo biologia em sua 
obra, também conhecido por estabelecer 
parâmetros para a classificação dos seres vivos. 
Alexander Roslin - Nationalmuseum press photo, cropped 
with colors slightly adjusted – Domínio Público 
 
 
1-2: Jean-Baptiste de Lamarck – naturalista 
francês responsável pela teoria evolutiva do uso 
e desuso, um dos precursores do uso do termo 
biologia com conceito atual. 
Jean-Baptiste de Lamarck – Charles Thévenin – Domínio 
Público 
 
1.1 CONCEITO DE VIDA 
 Uma das grandes discussões 
encontradas na biologia refere-se à 
definição do termo vida, não sendo um 
consenso unanime da comunidade 
científica. 
 Para melhor estruturar o estudo 
dos seres vivos e de duas relações entre 
si e o meio, estabeleceu-se que os seres 
vivos apresentam sete características 
básicas e comuns: 
A) COMPOSIÇÃO QUÍMICA 
 Toda matéria é composta por 
átomos de diferentes elementos 
químicos, que se diferem pelo seu 
número atômico (número de prótons ou 
cargas positivas do núcleo) e 
 
 6 
apresentam uma massa atômica 
(número de prótons somado ao número 
de nêutrons) e uma eletrosfera, região na 
qual se encontra as partículas negativas, 
os elétrons. 
 
 
1-3: Representação de um elemento químico 
utilizado para sua classificação na tabela 
periódica dos elementos. 
 Os seres vivos possuem, 
obrigatoriamente, em sua composição, 
seis elementos químicos: hidrogênio 
(H), carbono (C), nitrogênio (N), 
oxigênio (O), fósforo (P) e enxofre (S). 
 
1-4: Representação dos elementos químicos 
essenciais à vida. 
 Os elementos químicos 
essenciais são fundamentais para a 
formação das biomoléculas, nas quais 
destacam-se os carboidratos, os lipídios, 
as proteínas e os ácidos nucleicos. 
 Outros elementos químicos, como 
sódio, cálcio, ferro, magnésio, entre 
muitos outros, podem entrar na 
composição química dos seres vivos, 
formando uma grande quantidade de 
substâncias diferentes que podem 
desempenhar diversas funções nos 
organismos. 
 
Bactéria usa arsênio em 
ambiente com deficiência 
de fósforo. 
 
B) ORGANIZAÇÃO CELULAR 
 De maneira independente e 
quase que concomitante, os cientistas 
Mathias Schleiden (1804 – 1881) e 
Theodor Schwann (1810 – 1882) 
realizaram estudos nos quais se 
estruturam a base da teoria celular, que 
pressupõe que todos os seres vivos são 
formados por células. Posteriormente, 
com o complemento de Rudolph 
Virchow (1821 – 1902), a teoria foi 
acrescida da ideia de que toda célula é 
originada de uma outra preexistente. 
 Uma célula possui estrutura 
básica formada por: 
• Membrana celular – lipoproteica e 
semipermeável; 
• Citoplasma – parte líquida e interna; 
• Material genético – responsável 
pelas informações hereditárias, pode 
estar envolto a uma membrana 
nuclear ou disperso diretamente no 
citoplasma. 
 
 
1-5: Modelo de uma célula que possui material 
genético envolto por uma membrana nuclear. 
https://cienciahoje.org.br/vida-alem-da-terra/#:~:text=De%20acordo%20com%20os%20pesquisadores,novo%20elemento%20ao%20pr%C3%B3prio%20DNA.
 
 7 
 Da mesma maneira que, para a 
química, o átomo pode ser considerado 
a unidade básica da matéria, para a 
biologia a célula pode ser considerada a 
unidade básica da vida. 
 Os seres vivos podem ter seu 
organismo formado por apenas uma 
unidade celular, classificados desta 
forma como seres unicelulares. 
 Os seres que possuem mais de 
uma célula são denominados 
pluricelulares e, muitas vezes, as 
células destes organismos são capazes 
de formar conjuntos responsáveis por 
desempenhar uma determinada função, 
os tecidos. 
 O aumento da complexidade da 
organização da biologia apresenta os 
órgãos (conjunto de tecidos que 
desempenham uma função), os 
aparelhos e sistemas (conjuntos de 
órgãos que atuam para a mesma função 
orgânica), os organismos complexos, as 
populações (conjunto de organismos da 
mesma espécie), as comunidades 
(conjuntos de espécies de uma mesma 
região), os ecossistemas, os biomas e a 
biosfera. 
 
C) METABOLISMO 
 As células possuem um aparato 
proteico que atua catalisando 
(acelerando) reações químicas, tendo 
como principal objetivo a liberação da 
energia contida na matéria orgânica. Tal 
conjunto de reações químicas 
encontrado nos organismos é 
denominado metabolismo. 
 As células executam dois tipos de 
metabolismo: 
• Anabolismo ou metabolismo 
construtivo – produz biomoléculas a 
partir de moléculas simples, 
consumindo energia; 
• Catabolismo ou metabolismo 
oxidativo – degradam moléculas em 
compostos mais simples, gerando 
energia. 
 
 
1-6: Representação do catabolismo. 
 
D) HOMEOSTASE E REAÇÃO 
 É fundamental para os 
organismos vivos manter condições 
internas básicas para que o estado de 
vida não sofra riscos. Tal manutenção da 
constância das condições internas é 
denominada homeostase e, muitas 
vezes, depende da reação a alterações 
ambientais, processo também conhecido 
como irritabilidade. 
 O equilíbrio necessário para a 
homeostase envolve uma grande 
diversidade de fatores, tais como 
temperatura, potencial de hidrogênio 
(pH), concentração de substâncias 
orgânicas e inorgânicas, incidência 
luminosa, entre outros. 
 Quando um organismo não 
consegue manter a homeostase, um dos 
principais processos atingidos 
diretamente é o metabolismo, o que 
pode prejudicar de maneira grave toda a 
demanda energética das células. 
 
 8 
E) CICLO DE VIDA 
 Os seres vivos possuem a 
capacidade de se reproduzir, ou seja, 
gerar descendentes que carreguem total 
ou parcialmente as informações 
hereditárias dos seus progenitores. 
 Muitos autores consideram o 
processo reprodutivo, de forma isolada, 
uma característica comum a todos os 
seres vivos. Outros, porém, trazem a 
como característica comum o ciclo de 
vida, que considera a reprodução como 
parte de algo maior, que inicia com o 
nascimento (ou fecundação ou 
surgimento por processo assexuado), 
passa pelo crescimento e finaliza com a 
morte. 
 
 
1-7: Representação do ciclo de vida de uma 
mosca, que passa por processo de reprodução 
sexuada, por diferentes fases de 
desenvolvimento até atingir a fase adulta. 
 
Existe algum animal que 
pode ser considerado 
imortal? 
 
F) EVOLUÇÃO 
 Para a biologia, a conformação 
dos seres vivos hoje, tanto em sua 
distribuição geográfica, quanto em suas 
características, não é a mesma 
apresentada no surgimento da vida em 
nosso planeta. 
 A variedade de seres vivos, suas 
diversas adaptações ao ambiente, seus 
hábitos, estruturas corporais e todas as 
suas características foram 
desenvolvidas lenta e progressivamente 
durante bilhões de anos por meio dos 
processos evolutivos. 
 A evolução é explicada por 
processos genéticos e pela seleção 
natural, teoria conhecidaóleo sobre tela, 2004 
 
 
 Em 1665, em observação de um 
corte de cortiça, Hooke identificou que o 
material vegetal era segmentado em 
pequenas cavidades, atribuindo a elas o 
nome de células, termo derivado do 
latim cella, que significa “aposento, 
câmara”. A popularização da expressão 
se deu pela permeabilidade do livro de 
Hooke, intitulado Micrographia, na 
comunidade científica. 
 Desde a primeira visualização até 
os dias atuais, muito se descobriu sobre 
as células e suas estruturas, 
possibilitando que a comunidade 
científica chegasse ao consenso de que 
toda célula é formada, minimamente, 
pela membrana plasmática, pelo 
citoplasma (parte líquida) e pelo material 
genético. 
 As bactérias e as cianobactérias 
têm o material genético localizado no 
 
 41 
citoplasma, sendo suas células 
classificadas como procariontes. Os 
demais seres vivos têm o material 
genético envolto em uma membrana 
dupla, a carioteca, sendo suas células 
classidicadas como eucariontes. 
 
3.1 MEMBRANA PLASMÁTICA 
 A membrana plasmática, para 
muitas células, não representa a porção 
mais externa encontrada, porém, é a 
estrutura responsável pela delimitação 
do meio interno, separando-o 
efetivamente do meio externo. 
 A estrutura da membrana 
plasmática é formada por uma 
bicamada de fosfolipídios, com 
proteínas imersas e carboidratos 
voltados para o meio externo. As 
membranas animais também possuem 
colesterol, que auxilia na estabilidade da 
estrutura. 
 Os fosfolipídios permitem que as 
proteínas movimentem-se com fluidez 
pela membrana, caracterizando o 
modelo denominado mosaico fluido. 
 Dois tipos de proteínas podem ser 
encontradas no mosaico, as integrais, 
que atravesam a membrana, e as 
periféricas, aderidas às proteínas 
integrais. Já os carboidratos estão 
associados às proteínas e aos lipídios, 
desempenhando diversas funções. 
 Entre os açúcares mais 
importantes presentes na membrana 
plasmática está o glicocálix, importante 
para o reconhecimento celular, 
responsável por gerar o estímulo que 
interrompe as divisões celulares em um 
processo de multiplicação. 
 Além da delimitação do meio 
interno, é função da membrana 
plasmática realizar o transporte de 
substância entre os meios, o que é 
essencial para a sobrevivência da 
célula. O tranporte de substâncias é 
mediado pelas proteínas integrais, 
podendo ser passivo, sem gasto de 
energia, ou ativo, com gasto de energia. 
 A membrana de algumas células 
também é capaz de realizar movimentos 
que permitem englobar estruturas e 
substâncias, consumindo energia. 
 
3-3: Modelo do mosaico fluido, característico das membranas plasmáticas, evidenciando a bicamada de 
fosfolipídios com a cabeça polar voltada para o lado externo, as proteínas integrais e periféricas e os 
glicídios associados à proteínas e lipídios. 
 
 42 
 A permeabilidade da membrana é 
classidicada como permeabilidade 
seletiva, capaz de selecionar quais 
substâncias podem atravessar sua 
estrutura devido a mecanismos 
específicos de transporte. Tal 
propriedade é fundamental para que 
muitas moléculas necessárias para o 
metabolismo permaneçam no 
citoplasma das células. 
 
A) DIFUSÃO 
 A difusão é um processo de 
transporte passivo no qual os solutos 
passam diretamente pela membrana 
plasmática a favor de um gradiente de 
concentração, ou seja, do meio mais 
concentrado para o meio menos 
concentrado, visando obter o equilíbio 
entre as concentrações. 
 
 
3-4: Representação da difusão ocorrendo entre 
dois meios separados por uma membrana 
semi-permeável. 
 
 Muitas substâncias, como íons, 
conseguem migrar entre os meios 
diretamente pela membrana plasmática, 
caracterizando o processo denominado 
difusão simples. As trocas gasosas 
entre o sangue e as células são um 
exemplo deste processo, no qual a 
célula corresponde a um meio 
concentrado de CO2, fazendo-o migrar 
para o sangue, enquanto o sangue 
(arterial) corresponde ao meio 
concentrado de O2, fazendo-o difundir 
para a célula. No nível pulmonar o 
processo contrário acontece. O sangue 
(venoso) corresponde a um meio 
concentrado de CO2, fazendo-o migrar 
para o ar no interior do pulmões que, por 
sua vez, é concentrado em O2, que 
migra para o sangue. 
 Algumas moléculas necessitam 
de uma mediação para realizar a 
difusão, pois seus canais específicos 
encontram-se fechados. Um dos 
principais exemplos deste processo, 
denominado difusão facilitada, é 
representado pela passagem da glicose 
presente no sangue para o interior das 
células, com a abertura dos canais 
promovida pelo hormônio pancreático 
conhecido como insulina. 
 
 
3-5: Difusão facilitada da glicose. A insulina 
adere aos receptores de membrana, fazendo 
com que as vesículas GLUT-4, que contém os 
canais para a glicose, incorporem-se à 
bicamada lipídica. 
 
B) OSMOSE 
 A osmose pode ser considerada 
um tipo especial de difusão, posto que 
corresponde a um processo de 
transporte passivo e também visa a 
equivalência da concentração dos 
meios. 
 
 43 
 Compreendendo os meios 
interno e externo como soluções, o que 
difere ambos os processos é o fato de 
que, enquanto a difusão movimenta o 
soluto, a osmose se caracteriza pela 
passagem do solvente pela membrana. 
 Para a equivalência, o meio 
menos concentrado, denominado 
hipotônico, passa solvente para o meio 
mais concentrado, chamado 
hipertônico, visando diluí-lo. Os meios 
de mesma concentração são 
conhecidos como isotônicos. 
 É possível observar o processo de 
osmose colocando hemácias em meios 
de diferentes concentrações de cloreto 
de sódio. 
 O interior das hemácias possui 
concentração de 0,9%, a mesma 
necessária para o soro fisiológico, na 
qual a administração não pode 
prejudicar o tecido sanguíneo. 
 Ao ser colocada em uma solução 
hipotônica, uma grande quantidade de 
água passa para o interior da hemácia, 
visando aumentar a concentração do 
meio e diminuir a concentração da 
célula. Isso faz com que ocorra o 
aumento de volume da hemácia e, caso 
o mesmo ultrapasse o limite suportado 
da membrana, a plasmoptise 
(rompimento da célula). 
 Em meio hipotônico observa-se 
o movimento contrário, com a hemácia 
perdendo água para o meio, resultando 
no processo de crenação, que 
corresponde ao enrugamento da célula 
por desidratação. 
 Nos meios biológicos, a água, 
solvente universal para os organismos, 
exerce pressão contra as membranas, 
seguindo o sentido do tranposrte. Tal 
força é conhecida como pressão 
osmótica. 
 
 
3-6: Reação das hemácias em meio hipertônico 
[>x], isotônico [x] e hipotônico [célula, tendendo a 
difundir para o meio interno. Já o 
potássio apresenta situação contrária, 
tendo maior concentração no interior da 
célula e tendendo a difundir para o meio 
externo. 
 Em condições normais, ambos os 
ínos tendem a migrar até que as 
concentrações dos meios interno e 
externo se encontrem equivalentes, 
atingindo o equilíbrio. 
 A proteína transportadora da 
bomba sódio e potássio atua contra o 
gradiente de concentração, ou seja, ela 
lança mais sódio para o meio externo e 
mais potássio para o meio interno, 
desequilibrando o sistema. A cada ciclo, 
uma molécula de ATP é gasta, 3 íons 
Na+ e 2 íons K+ são transportados . 
 A manutenção da concentração 
diferente de sódio e potássio entre os 
meios confere à parte periférica da 
célula um potencial elétrico, 
fundamental para muitos processos 
biológicos. 
 
 
 
3-7: Esquematização da bomba sódio e potássio, movimentando os íons contra o gradiente de 
concentração. 
 
 
 
 45 
D) ENDOCITOSE E EXOCITOSE 
 O transporte transmembrana, 
seja ativo ou passivo, não consegue 
internalizar ou externalizar grandes 
partículas ou macromoléculas. Para 
tanto são necessários movimentos da 
membrana, em conjunto com as 
propriedades do mosaico fluido e com 
consumo de energia. 
 Os movimentos que internaliam 
partículas são conhecidos como 
endocitose, classificados em dois tipos: 
fagocitose e pinocitose. 
 A fagocitose é caracterizada 
por uma projeção da membrana 
plasmática em direção à partícula, 
englobando-a formando, no interior da 
célula, um vacúolo. 
 As projeções da membrana são 
os pseudópodes (pseudo = falso; 
podos = pés). O nome tem origem nas 
amebas, um tipo de protozoário que 
utiliza tais projeções para se locomover 
no meio. 
 
3-8: Neutrófilo, uma célula de defesa, 
realizando a fagocitose em uma bactéria. 
 
 O vacúolo formado pela 
fagocitose é denominado fagossomo e, 
quando unido ao lisossomo (organela 
que realiza a digestão celular), forma o 
vacúolo digestivo. 
 A pinocitose é responsável pela 
internalização de partículas líquidas ou 
dissolvidas. O processo se caracteriza 
por uma invaginação da membrana que 
engloba as partículas e forma uma 
vesícula denominada pinossomo. 
 
3-9: Modelo esquemático da pinocitose. 
 Uma vez que o material dos 
fagossosmos e dos pinossomos são 
sunbmetidos ao processo de digestão, 
os nutrientes são absorvidos pelo 
citoplasma e os excretas continuam 
envolvidos por uma porção da 
membrana, recebendo o nome de 
vacúolo excretor. 
 A internalização de partículas 
pode acontecer por intermédio de 
moléculas, a chamada endocitose 
mediada. Para estes casos, proteínas 
transmembrana agrupam-se e atuam 
como receptores específicos. 
 Para a elimiação dos excretas 
celulares derivados da digestão dos 
fagossomos ou pinossomos, ocorre o 
processo de exocitose, responsável por 
despejá-los no meio externo. 
 
 46 
 A exocitose também é utilizada 
pelas células para lançar no meio os 
produtos de sua secreção, como ocorre 
com os hormônios. 
 No processo, o vacúolo de 
excreção ou de secreção migra para a 
periferia da célula e adere à membrana 
plasmática, eliminando seu conteúdo. 
 
 
3-10: Modelo esquemático da exocitose no 
processo de excreção celular. 
 
 A exocitose que elimina os 
excretas provenientes da digestão 
celular é conhecida como clasmocitose. 
 
3.2 PAREDE CELULAR 
 Moneras, protistas, fungos e 
plantas possuem uma estrutura externa, 
envolvendo a membrana plasmática: a 
parede celular. 
 A função gleral da parede celular 
é atribuir à celula sua forma, além de 
servir como resistência a alterações no 
meio, tal como as mudanças de 
concentração que exercem a pressão 
osmótica. O principal fator de 
diferenciação entre as estruturas 
apresentadas pelos diversos seres vivos 
é a composição química. 
 Para os moneras, a parede 
celular é composta, principalmente, por 
peptidoglicano, um polímero de 
aminoácidos e carboidratos. 
 Entre os protistas, a estrutura 
pode ser encontrada composta por sílica, 
principalmente nas algas unicelulares 
diatomáceas, por celulose nas pirrófitas, 
por ágar e celulose nas rodófitas e por 
celulose e algina nas feófitas. 
 Os fungos apresentam parede 
celular composta, principalmente, de 
quitina, o mesmo polissacarídeo que 
compõe o exoesqueleto de artrópodes. 
 As células vegetais possuem a 
parede celular com composição baseada 
em três polissacarídeos: celulose, 
hemicelulose e pectinas. Os vegetais 
superiores também apresentam uma 
parede celular secundária, entre a 
parece celulósica e a membrana 
plasmática, formada por lignina, uma 
substância aromática (possui anéis 
benzênicos em sua molécula). A lignina 
é um dos principais componentes da 
madeira. 
 Industrialmente, a celulose das 
células vegetais é utilizada para a 
produção de papel, enquanto o ágar, das 
paredes de alguns protistas, é utilizado 
na indústria alimentícia, como uma 
gelatina. 
 
3-11: A parede celular presente nas células 
vegetal e bacteriana. 
 
 
 47 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (UFMS) Todas as células procariotas 
e eucariotas apresentam na superfície 
um envoltório, a membrana 
citoplasmática. Além de separar o 
interior da célula (meio intracelular) do 
ambiente externo (meio extracelular), a 
membrana regula a entrada e a saída de 
substâncias, permitindo que a célula 
mantenha uma composição química 
definida, diferente do meio extracelular. 
 
Sobre a membrana plasmática, assinale 
a alternativa correta. 
 
a) O modelo teórico atualmente aceito 
para a estrutura da membrana é o do 
mosaico fluido, no qual a membrana 
apresenta um mosaico de moléculas 
proteicas que se movimentam em uma 
dupla camada fluída de lipídeos. 
b) A membrana plasmática é 
responsável por dar forma à célula, 
participa do transporte de substâncias e, 
além disso, participa da produção de 
proteínas nas células. 
c) O modelo teórico atualmente aceito 
para a estrutura da membrana é o do 
mosaico fluido, no qual a membrana 
participa ativamente da síntese proteica, 
sendo sua principal função a secreção 
celular e o deslocamento dessas 
substâncias para o exterior da célula, 
que se movimentam em uma dupla 
camada fluída de lipídeos. 
d) A membrana plasmática tem a função 
de regular as trocas de substâncias entre 
a célula e o meio, o que é feito por meio 
de uma propriedade chamada 
impermeabilidade seletiva. Além disso, a 
membrana plasmática intervém nos 
mecanismos de reconhecimento celular, 
por meio de receptores específicos. 
e) A membrana plasmática é dotada de 
diversas especializações que costumam 
não variar de acordo com as 
diferenciações celulares. Entre essas 
especializações, temos as 
microvilosidades, as invaginações de 
base, os desmossomos, as cutículas, as 
ceras e os cimentos intercelulares. 
 
2. (UFT) A célula é a menor parte dos 
seres vivos com forma e função 
definidas. Por essa razão, afirmamos 
que a célula é a unidade estrutural 
destes. A célula, isolada ou junto com 
outras células, forma todo o ser vivo ou 
parte dele. 
Fonte: Acesso em:22 de março de 2015. 
 
A estrutura presente nas células 
responsável pela fronteira do meio 
intracelular e do meio extracelular, além 
de participar na regulação da entrada e 
saída de nutrientes é a(o): 
 
 48 
a) Parede celular 
b) Barreira citoplasmática 
c) Mitocôndria 
d) Membrana plasmática 
e) Núcleo 
 
3. (ENEM) Uma cozinheira colocou sal a 
mais no feijão que estava cozinhando. 
Para solucionar o problema, ela 
acrescentou batatas cruas e sem 
tempero dentro da panela. Quando 
terminou de cozinhá-lo, as batatas 
estavam salgadas, porque absorveram 
parte do caldo com excesso de sal. 
Finalmente, ela adicionou água para 
completar o caldo do feijão. 
 
O sal foi absorvido pelas batatas por: 
a) Osmose, por envolver apenas o 
transportedo solvente. 
b) Fagocitose, porque o sal transportado 
é uma substância sólida. 
c) Exocitose, uma vez que o sal foi 
transportado da água para a batata. 
d) Pinocitose, porque o sal estava diluído 
na água quando foi transportado. 
e) Difusão, porque o transporte ocorreu 
a favor do gradiente de concentração. 
 
4. (FUVEST) Nas figuras abaixo, estão 
esquematizadas células animais imersas 
em soluções salinas de concentrações 
diferentes. O sentido das setas indica o 
movimento de água para dentro ou para 
fora das células, e a espessura das setas 
indica o volume relativo de água que 
atravessa a membrana celular. 
 
A ordem correta das figuras, de acordo 
com a concentração crescente das 
soluções em que as células estão 
imersas, é: 
a) I, II e III. 
b) II, III e I. 
c) III, I e II. 
d) II, I e III. 
e) III, II e I. 
 
5. (UFJF) Um professor do ensino médio 
de uma tradicional escola de Juiz de 
Fora resolveu fazer uma aula prática 
sobre membrana plasmática com seus 
alunos. Ele criou em laboratório células 
com as superfícies fluorescentes para o 
estudo do modelo proposto por Singer e 
Nicolson. Neste experimento, ele usou 
uma célula com a superfície fluorescente 
e observou-a em microscópio acoplado a 
um laser. O laser utilizado neste caso é 
capaz de degradar a fluorescência 
conjugada às moléculas na superfície 
celular. Iniciado o experimento, ele 
expôs um ponto específico da célula ao 
laser. Após cinco minutos de exposição 
da incidência do laser, observou que a 
região exposta perdia a fluorescência, 
mas o restante da célula continuava 
fluorescente. Entretanto, após uma hora 
de exposição, no mesmo ponto focal, 
toda a célula perdia a fluorescência. 
 
 49 
Baseado nesse experimento responda a 
questão abaixo. 
 
Quais moléculas perderam a 
fluorescência e qual é o modelo 
evidenciado neste experimento? 
a) Lipídeos e Glicolipídeos – Mosaico 
fluido. 
b) Proteínas e Glicoproteínas – Mosaico 
fluido. 
c) Lipídeos e Proteínas – Mosaico 
simétrico. 
d) Lipídeos e Proteínas – Mosaico fluido. 
e) Proteínas e Glicoproteínas – Mosaico 
simétrico. 
 
6. (UEA) Alguns sais minerais se 
deslocam, a favor do gradiente de 
concentração, do solo para o interior das 
células da raiz de uma planta, por 
meio_______. Isso promove um 
aumento na concentração intracelular, 
favorecendo a entrada de água nas 
células da raiz por_______. 
 
As lacunas do texto devem ser 
preenchidas, respectivamente, por: 
a) Do transporte ativo – difusão simples. 
b) Da difusão simples – osmose. 
c) Da osmose – bombeamento iônico. 
d) Do bombeamento iônico – difusão 
facilitada. 
e) Do transporte passivo – transporte 
ativo 
 
7. (ENEM) Uma das estratégias para 
conservação de alimentos é o 
salgamento, adição de cloreto de sódio 
(NaCl), historicamente utilizado por 
tropeiros, vaqueiros e sertanejos para 
conservar carnes de boi, porco e peixe. 
 
O que ocorre com as células presentes 
nos alimentos preservados com essa 
técnica? 
a) O sal adicionado diminui a 
concentração de solutos em seu interior. 
b) O sal adicionado desorganiza e 
destrói suas membranas plasmáticas. 
c) O sal adicionado altera as 
propriedades de suas membranas 
plasmáticas. 
d) Os íons Na+ e Cl- provenientes da 
dissociação do sal entram livremente 
nelas. 
e) A grande concentração de sal no meio 
extracelular provoca a saída de água de 
dentro delas. 
 
8. (ENEM) Alguns tipos de 
dessalinizadores usam o processo de 
osmose reversa para obtenção de água 
potável a partir da água salgada. Nesse 
método, utiliza-se um recipiente 
contendo dois compartimentos 
separados por uma membrana 
semipermeável: em um deles coloca-se 
água salgada e no outro recolhe-se a 
água potável. A aplicação de pressão 
mecânica no sistema faz a água fluir de 
um compartimento para o outro. O 
movimento das moléculas de água 
através da membrana é controlado pela 
 
 50 
pressão osmótica e pela pressão 
mecânica aplicada. 
Para que ocorra esse processo é 
necessário que as resultantes das 
pressões osmótica e mecânica 
apresentem: 
a) Mesmo sentido e mesma intensidade. 
b) Sentidos opostos e mesma 
intensidade. 
c) Sentidos opostos e maior intensidade 
da pressão osmótica. 
d) Mesmo sentido e maior intensidade da 
pressão osmótica. 
e) Sentidos opostos e maior intensidade 
da pressão mecânica. 
 
9. (Rennólogia Original) Os dois textos 
abaixo tratam da desigualdade social e 
da concentração de renda durante os 
anos de 2020 e 2021: 
 
Tramita no Senado projeto de lei que 
prevê a criação de um imposto sobre 
grandes fortunas com o objetivo de 
arrecadar recursos para o combate à 
pandemia de covid-19. Trata-se do PLP 
101/2021, de autoria do senador 
Randolfe Rodrigues (Rede-AP). De 
acordo com a proposta, seriam 
tributados os patrimônios acima de R$ 
4,67 milhões. 
Metade dos recursos arrecadados seria 
destinada ao financiamento de ações e 
serviços de saúde (prioritariamente nas 
ações de combate à pandemia), 
enquanto a outra metade seria destinada 
ao financiamento da complementação do 
auxílio emergencial destinado às famílias 
mais vulneráveis. A alíquota do novo 
imposto ficaria entre 0,5% e 5%, 
conforme o patrimônio do contribuinte. 
Na justificativa do projeto, Randolfe 
destaca estimativas que comprovam o 
agravamento da desigualdade social no 
país durante a pandemia: o Brasil teria 
iniciado o ano de 2021 com 7,9 milhões 
de brasileiros vivendo na extrema 
pobreza (2,8 milhões a mais do que 
antes da pandemia), enquanto o número 
de brasileiros bilionários teria crescido de 
45 para 65 entre 2020 e 2021. 
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2
021/07/21/projeto-preve-imposto-sobre-grandes-
fortunas-para-ajudar-no-combate-a-pandemia 
 
A pesquisa “desigualdade mata”, 
publicada pela organização Oxfam 
Brasil, apontou que 26 bilionários por 
hora apareceram no mundo desde o 
início da pandemia. Por outro lado, entre 
março de 2020 e novembro de 2021, a 
renda de 99% das pessoas do planeta 
caiu. 
https://www.istoedinheiro.com.br/pesquisa-
aponta-que-bilionarios-concentraram-mais-
renda-na-pandemia/ 
 
Compreendendo que o primeiro texto 
trata-se de um projeto que busca mediar 
a transferência de renda de classes com 
maior concentração para classes com 
menor concentração, enquanto o 
segundo demonstra um fator de maior 
concentração para quem já possuía 
renda e diminuição da concentração de 
quem pouco já tinha, podemos fazer, 
respectivamente, paralelos entre os 
processos de transporte: 
 
 
 51 
a) osmose e difusão facilitada 
b) difusão facilitada e bomba sódio-
potássio 
c) bomba sódio-potássio e osmose 
d) difusão simples e osmose 
e) difusão facilitada e osmose 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 52 
4. CITOLOGIA: O CITOPLASMA 
 
 A porção interna da célula, 
denominada citoplasma e limitada pela 
membrana plasmática, é caracterizada 
por possuir uma grande quantidade de 
substâncias e estruturas funcionais, as 
organelas, imersas em uma matriz 
aquosa, o hialoplasma ou citosol. 
 
4-1: Organelas citiplasmáticas. 
 Nas células eucariontes, o meio 
interno também apresenta o núcleo, 
limitado por uma membrana dupla, a 
carioteca, e responsável por armazenar 
e proteger o material genético. As células 
procariontes apresentam o material 
genético diretamente imerso no 
hialoplasma. 
 Algumas organelas estão 
presentes somente nas células 
eucariontes pelo fato de se originarem da 
carioteca. 
4.1 RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO 
 As células eucariontes possuem 
dois tipos de retículo endoplasmático: o 
granular e o agranular, cada um com 
funções distintas para as dinâmicas 
celulares. 
 O retícululo endoplasmático 
granular, rugoso ou, simplesmente,ergastoplasma parte da carioteca e 
configura cavidades membranosas 
achatadas, também conhecidas como 
cisternas, que possuem ribossomos 
aderidos externamente. 
 Os ribossomos são pequenas 
organelas, que também podem ser 
encontradas dispersas no citoplasma, 
formados por duas subunidades 
compostas de proteínas e RNA 
ribossômico. Sua função está 
relacionada à síntese proteica, sendo 
responsável pelo processo de tradução, 
que será abordado posteriormente. 
 Os ribossomos dispersos 
produzem proteínas que serão utilizadas 
nas funções da própria célula, enquanto 
os aderidos ao retículo endoplasmático 
têm sua produção destinada à secreção 
celular ou à composição da membrana 
plasmática e demais organelas. 
 
4-2: Modelo de um ribossomo realizando o 
processo de tradução da síntese proteica. 
 
 53 
 No retículo endoplasmático é 
possível encontrar diversas unidades 
rribossômicas em sequência, formando 
um polirribossomo, capaz de 
sinstetizar diversas proteínas utilizando 
apenas uma molécula de RNA 
mensageiro. 
 Células produtoras de 
hormônios proteicos ou de enzimas 
digestivas, por exemplo, apresentam 
ergastoplasma muito desenvolvido. 
 O retículo endoplasmático 
agranular ou liso, é formado por bolsas 
membranosas que partem do retículo 
endoplasmático granular, porém sem 
apresentar ribossomos aderidos, 
atuando na síntese de fosfolipídios da 
membrana e esteróides. Em seu interior 
também são encontradas enzimas 
capazes de atuar na neutralização ou 
redução do efeito de substâncias tóxicas. 
 O tecido muscular apresenta um 
tipo específico de retículo 
endoplasmático liso, o retículo 
sarcoplasmático, que reserva íons 
cálcio utilizados no processo de 
contração muscular. 
 
4-3: Modelo esquemático do retículo 
endoplasmático granular, originado na 
carioteca, e do retículo endoplasmático 
agranular, evidenciando os polirribossomos. 
4.2 COMPLEXO GOLGIENSE 
 Descoberto por Camillo Golgi em 
1898, o complexo golgiense (ou 
complexo de Golgi) corresponde a um 
aglomerado de vesículas achatadas, 
também conhecidas como cisternas, 
tendo a parte convexa (face cis) 
responsável por receber vesículas do 
retículo endoplasmático e a parte 
côncava (face trans) responsável por 
gerar vesículas que serão destinadas à 
exocitose ou a outras partes da própria 
célula. 
 
4-4: Estrutura do complexo golgiense, na qual a 
face cis recebe vesículas do retículo 
endoplasmático e a face trans liber vesículas de 
secreção. 
 O complexo golgiense atua 
como um centro de logística de 
distribuição, transportando, separando e 
encaminhando o material produzido pelo 
retículo endoplasmático, tanto o granular 
quanto o agranular. 
 A síntese de alguns glicídios 
pode também ocorrer na organela, que 
também participa da formação do 
acrossoma dos espermatozoides, 
estrutura que possui enzimas que atuam 
no processo de fecundação. 
 
 54 
 Na divisão celular, o complexo 
golgiense também produz vesículas que 
são encaminhadas à periferia da célula 
para formação da nova membrana 
celular (processo de expansão) e 
formam, nas células vegetais, a parece 
celular. 
 
4.3 LISOSSOMOS E PEROXISSOMOS 
 Entre as funções do complexo 
golgiense está a formação da organela 
celular conhecida como lisossomo, uma 
vesícula que contém enzimas que atuam 
na digestão de material internalizado e 
em organelas obsoletas. 
 Um lisossomo recém formado 
pelo complexo golgiense é classificado 
como primário. Ao entrar em contato 
como uma vesícula com material a ser 
digerido, a classificação altera-se para 
lisossomo secundário ou, ainda, 
vacúolo digestivo ou vacúolo autofágico 
(para digestão de outras organelas). 
 
4-5: Ação de um lisossomo na digestão de 
material fagocitado pela célula. 
 Diferente do que se acreditou 
por muito tempo, os lisossomos não 
estão diretamente ligado ao processo de 
apoptose, que corresponde a uma 
morte celular programada e organizada. 
 No processo, uma célula 
condensa-se e fragmenta-se e, tais 
porções, são fagocitadas por outras 
células para, enfim, sofrerem a ação das 
enzimas lisossômicas. Isso faz com que 
a participação da organela não se 
cofigure de maneira diferente que a de 
um neutrófilo que fagocita uma bactéria, 
por exemplo. 
 A liberação das enzimas 
lisossômicas no citoplasma, causando 
danos e levando à morte celular, é 
característica da necrose, precedido 
pela produção de energia e síntese de 
substâncias pela célula. 
 Em condições normais, as 
células possuem o hialoplasma com pH 
próximo ao neutro (entre 7,0 e 7,2), o que 
não favorece a ação das enzimas dos 
lisossômos que possuem marior 
atividade em pH ácido. 
 Com uma estrutura semelhante 
a dos lisossomos, envoltas em 
membrana única, os peroxissomos são 
organelas que também contém enzimas 
em seu anterior, porém com função 
oxidativa, não digestiva. 
 Sua principal função é 
encontrada no metabolismo de ácidos 
graxos, oxidanto substâncias tóxicas 
derivadas do processo. O nome 
peroxissomo vem do peróxido de 
hidrogêncio (H2O2), também conhecido 
como água oxigenada, que é 
neutralizado pela ação da enzima 
catalase, formando água e oxigênio 
molecular. 
 
 55 
Nas células das sementes, há um 
tipo especial de peroxissomo, o 
glioxissomo, capaz de transformando 
os ácidos graxos em moléculas 
orgânicas menores que serão utilizadas 
como energia para a germinação. 
 
4.4 MITOCÔNDRIAS 
 Considerada a grande fonte de 
energia das células eucariontes, as 
mitocôndrias são oganelas que 
possuem duas membranas, sendo a 
interna com área maior que a externa, 
forçando seu dobramento em projeções 
que direcionam-se para o centro, 
também denominadas cristas. A parte 
interna da organela, delimitada pela 
maior membrana, é denominada matriz 
mitocôndrial. 
 Como possuem seu próprio 
DNA, as mitocôndrias também possuem 
ribossosmos para a síntese proteica, 
produzindo as enzimas que serão 
utilizadas em suas atividades 
metabólicas. 
 Acredita-se que, por ter controle 
de todas as suas funções de maneira 
independente, apresentando o DNA 
muito próximo ao encotrado em seres 
procariontes, as mitocôndrias tenham 
sua origem em um processo simbiótico, 
no qual foram intenalizadas por células 
eucariontes que poderiam lhe oferecer 
matéria orgânica para produção de 
energia (adenosina tri-fosfato ou ATP), 
ao mesmo tempo que forneciam grande 
parte do produzido para as próprias 
células. Com o passar do tempo, a 
dependência entre a célula eucarionte e 
o procarionte internalizado tornou-se 
irreversível, conferindo ao segundo o 
status de organela. Tal teoria é 
conhecida como teoria da 
endossimbiose e também aborda outra 
organela, exclusiva de seres autótrofos, 
o cloroplasto. 
 
4-6: Modelo esquemático de uma mitocôndria, 
evidenciando a maior superfície da membrana 
interna, responsável pela formação das cristas. 
 As mitocôndrias são as grandes 
resposnáveis pelo metabolismo 
areróbico, sendo as principais vias 
metabólicas encontradas o ciclo de 
Krebs e a cadeia respiratória. No 
primeiro há a quebra de cadeias 
carbônicas que resulta na liberação de 
íons hidrogênio, elétrons e dióxido de 
carbono (CO2). Na segunda, pela 
presença de exigênio molecular, há a 
formação de água e uma grande 
quantidade de ATP. 
Eva mitocondrial: 
evidências e controvérsias 
 
 
4.5 CLOROPLASTOS 
 Os cloroplastos são organelas 
exclusivas de plantas e algas, tendo 
forma arredondada limitado por 
membrana. Assim como a mitocôndria, 
há membrana interna maior, que 
mantém o estroma (fluido) e um 
conjunto de sacos (lamelas) achatados, 
denominados tilacoides. 
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cg3nm7pey9po
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cg3nm7pey9po
https://super.abril.com.br/historia/no-tempo-dos-corsarios-e-piratas
 
 56 
 O conjunto de tilacoides, que 
apresentam-seempilhados, é conhecido 
como grânulo ou granum. É na 
membrana dessas estruturas que 
concentra-se o pigmento que confere a 
cor verde às folhas e caules jovens, a 
clorofila. 
 
4-7: Organização morfológica de um cloroplasto. 
 Também considerado na teoria 
da endossimbiose, os cloroplastos 
possuem seu próprio material genético e 
ribossomos para síntese proteica. 
 A realização da fotossíntese, 
via metabólica que converte energia 
lununinosa em química, é a principal 
função dos cloroplastos e será detalhada 
em capítulos posteriores. 
 
Lesmas movidas a energia 
solar escondem segredos 
incríveis 
 
 Mais abundantes em plantas e 
algas, os cloroplastos são apenas um 
tipo de cromoplasto, que também 
podem ser encontrados nas seguintes 
versões: amarelas, laranjas ou 
vermelhas. 
 Há também plastos que não 
possuem pigmentação, os leucopastos, 
com estrutura menos complexa e 
responsáveis pela síntese e 
armazenamento de amido. 
 
4.6 CITOESQUELETO 
 Espalhado por todo o 
citoplasma, encontra-se um conjunto de 
fibras proteicas responsável por conferir 
a forma das células, atuar em seus 
movimentos e no transporte de 
substâncias. 
 O citoesqueleto, como é 
conhecida tal rede, é formado por três 
tipos de fibras distintos: os 
microfilamentos, os microtúbulos e os 
filamentos intermediários. 
 Os microfilamentos são 
compostos de actina e se organizam de 
forma direcionada, característica 
importante para que outra proteína, a 
miosina, possa utilizá-los como uma 
espécie de estrada pela qual movimenta-
se. No tecido muscular, os filamentos de 
actina e a miosina são fundamentais 
para a contração. Outro importante 
processo no qual encontramos 
participação fundamental dos 
microfilamentos é divisão celular, na 
geração das células filhas. Ligados à 
membrana plasmática, também 
participam dos movimentos celulares e 
da determinação da forma da célula. 
https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2018/07/lesmas-mar-movidas-energia-solar-fotossintese#:~:text=Elysia%20cholorotica%2C%20uma%20lesma%20marinha,com%20a%20luz%20do%20sol.&text=A%20vida%20tem%20certas%20regras,n%C3%A3o%20ficam%20perambulando%20por%20a%C3%AD.
https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2018/07/lesmas-mar-movidas-energia-solar-fotossintese#:~:text=Elysia%20cholorotica%2C%20uma%20lesma%20marinha,com%20a%20luz%20do%20sol.&text=A%20vida%20tem%20certas%20regras,n%C3%A3o%20ficam%20perambulando%20por%20a%C3%AD.
https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2018/07/lesmas-mar-movidas-energia-solar-fotossintese#:~:text=Elysia%20cholorotica%2C%20uma%20lesma%20marinha,com%20a%20luz%20do%20sol.&text=A%20vida%20tem%20certas%20regras,n%C3%A3o%20ficam%20perambulando%20por%20a%C3%AD.
https://super.abril.com.br/historia/no-tempo-dos-corsarios-e-piratas
 
 57 
 Os microtúbulos correspondem 
ao maior dos tipos de fibras do 
citoesqueleto, composto por um tipo de 
proteína conhecido como tubulina. Sua 
estrutura é flexível e dinâmica, 
organizados em uma direção para 
fornecer suporte estrutural e permitir o 
deslocamento de proteínas motoras de 
tranporte de vesículas. 
 
4-8: Proteína mortora transportando vesícula 
pela estrutura de um microtúbulo. 
 A partir dos microtúbulos é 
possível observar a formação de outras 
esturutras celulares, como os 
centríolos. Cada uma dessas estruturas 
é formada por um conjunto de nove trios 
de microtúbulos. 
 
4-9: Organização estrutural de um centríolo, 
com nove trios de microtúbulos. 
 Os centríolos encontram-se em 
dupla e perpendiculares (com ângulos de 
90o), formando o centrossomo, região 
próxima ao núcleo das células e 
responsáveis por organizar os 
microtúbulos do citoesqueleto, além de 
produzir as fibras do fuso mitótico, que 
serão futuramente discutidas. 
 Seguindo o exemplo dos 
centríolos, outras estruturas também são 
formadas a partir de conjuntos de 
microtúbulos, como é o caso dos cílios e 
flagelos das células eucariontes. 
 Ambas as estruturas comumente 
derivam da organização de nove pares 
de microtúbulos radiais e um par central, 
ancoradas no meio interno da célula por 
um corpúsculo basal e projetando-se 
para o meio externo. 
 Os flagelos são longos e 
possuem função locomotora. Já os cílios, 
menores, estão presentes em maior 
número e podem atuar na mobilidade da 
célula ou na criação de fluxos externos, 
movimentando substâncias. 
 
4-10 – Modelo estrutural de um cílio, 
evidenciando o corpúsculo bvasal no meio 
interno e a sua projeção para o meio externo. 
 O terceiro tipo de fibras 
encontradas no citoesqueleto, os 
filamentos intermediários, é composto 
por proteínas fibrosas com atuação na 
formação e manutenção da estruturação 
e na proteção contra choques 
mecânicos. É também responsabilidade 
dos filamentos intermediários a 
ancoragem e posicionamento do núcleo 
e das demais organelas no citoplasma. 
 
 58 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (ENEM) As proteínas de uma célula 
eucariótica possuem peptídeos sinais, 
que são sequências de aminoácidos 
responsáveis pelo seu endereçamento 
para as diferentes organelas, de acordo 
com suas funções. Um pesquisador 
desenvolveu uma nanopartícula capaz 
de carregar proteínas para dentro de 
tipos celulares específicos. Agora ele 
quer saber se uma nanopartícula 
carregada com uma proteína 
bloqueadora do ciclo de Krebs in vitro é 
capaz de exercer sua atividade em uma 
célula cancerosa, podendo cortar o 
aporte energético e destruir essas 
células. 
 
Ao escolher essa proteína bloqueadora 
para carregar as nanopartículas, o 
pesquisador deve levar em conta um 
peptídeo sinal de endereçamento para 
qual organela? 
a) Núcleo. 
b) Mitocôndria. 
c) Peroxissomo. 
d) Complexo golgiense. 
e) Retículo endoplasmático. 
 
2. (UNICAMP) Ao observar uma célula, 
um pesquisador visualizou uma estrutura 
delimitada por uma dupla camada de 
membrana fosfolipídica, contendo um 
sistema complexo de endomembranas 
repleto de proteínas integrais e 
periféricas. Verificou também que, além 
de conter seu próprio material genético, 
essa estrutura ocorria em abundância 
em todas as regiões meristemáticas de 
plantas. Qual seria essa estrutura 
celular? 
a) Cloroplasto. 
b) Mitocôndria. 
c) Núcleo. 
d) Retículo endoplasmático. 
 
3. (UEA) A fotomicroscopia mostra 
células vegetais em cujo interior é 
possível observar centenas de estruturas 
típicas. 
 
A análise da imagem permite concluir 
que as estruturas internas correspondem 
a) Aos componentes do núcleo celular 
responsáveis pelo controle metabólico 
da célula. 
b) Aos componentes citoplasmáticos 
relacionados à digestão celular. 
c) Aos tecidos celulares responsáveis 
pelo armazenamento de nutrientes. 
d) Às organelas responsáveis pelo 
metabolismo autotrófico da célula. 
e) Às organelas celulares responsáveis 
pela respiração celular. 
 
 59 
4. (URCA) 
O Retículo Endoplasmático Não 
Granuloso é responsável pela síntese de 
ácidos graxos, de fosfolipídios e de 
esteróides. 
PORQUE 
O Retículo Endoplasmático Rugoso tem 
por função a síntese de proteínas, que 
ocorre nos ribossomos aderidos à sua 
superfície externa, especialmente nas 
células do fígado, onde atua sobre 
toxinas, álcool e outras drogas, 
inativando-as e facilitando sua 
eliminação. 
 
Analisando as afirmações acima, 
conclui-se que: 
a) As duas afirmações são falsas 
b) As duas afirmações são verdadeiras e 
a segunda não justifica a primeira 
c) A primeira afirmação é verdadeira e a 
segunda é falsa 
d) A primeira afirmação é falsa e a 
segunda é verdadeira 
e) As duas afirmações são falsas e a 
segunda não justifica a primeira 
 
5. (UFJF) O citoesqueleto é formado por 
componentes proteicos que realizam 
diversas funções celulares. Dentre elas 
está a manutenção estrutural e 
sustentação das células animais. São 
componentes do citoesqueleto: 
filamentos intermediários,filamentos de 
actina e microtúbulos. 
 
Assinale a opção que cita 
CORRETAMENTE as funções desses 
elementos do citoesqueleto. 
a) Resistência mecânica, contração da 
célula muscular, composição estrutural 
de cílios e flagelos. 
b) Divisão celular com formação do fuso 
mitótico, síntese proteica, replicação do 
DNA. 
c) Resistência a choques mecânicos, 
armazenamento de energia, transporte 
de vesículas. 
d) Transcrição do RNA, composição 
estrutural de cílios e flagelos, contração 
da célula muscular. 
e) Composição estrutural de cílios e 
flagelos, síntese proteica, tradução de 
proteínas. 
 
6, (FUVEST) O retículo endoplasmático 
e o complexo de Golgi são organelas 
celulares cujas funções estão 
relacionadas. O complexo de Golgi: 
a) Recebe proteínas sintetizadas no 
retículo endoplasmático. 
b) Envia proteínas nele sintetizadas para 
o retículo endoplasmático. 
c) Recebe polissacarídeos sintetizados 
no retículo endoplasmático. 
d) Envia polissacarídeos nele 
sintetizados para o retículo 
endoplasmático. 
e) Recebe monossacarídeos 
sintetizados no retículo endoplasmático 
e para ele envia polissacarídeos. 
 
 
 
 60 
7. (Rennólogia Original) Publicado pela 
Square Co. (hoje Square Enix), o jogo 
Parasite Eve chegou em 1998 para 
Playstation, misturando elementos de 
ação e RPG em um jogo aclamado pela 
crítica. O texto a seguir fala da narrativa 
do livro, de Hideaki Sena, no qual o jogo 
dá continuidade: 
“Farmacologista de formação, Sena 
imaginou o que aconteceria se as 
mitocôndrias passassem por uma 
mutação e conseguissem voltar a viver 
sem as amarras impostas pelas células. 
Partindo deste princípio, ele chegou a 
Eve, uma criatura formada pelas 
evoluídas mitocôndrias e que encontra 
em Kiyomi Nagishima o hospedeiro 
ideal, passando a controlar suas ações e 
assim a submetendo a um acidente de 
carro. 
A tempestade perfeita acontece após ser 
decretada a morte cerebral da mulher e 
como Eve consegue influenciar os 
pensamentos de qualquer pessoa que se 
aproxime do ser, ele convence o marido 
de Kiyomi a doar seu rim. Pois será no 
corpo de Mariko Anzai (e sem a 
resistência do sistema imunológico 
devido ao transplante por que passou) 
que as mitocôndrias darão início ao seu 
reinado de terror.” 
https://tecnoblog.net/meiobit/457887/parasite-
eve-a-explosao-mitocondrial-da-square/ 
 
A imaginar que as mitocôndrias voltariam 
a viver sozinhas, Sena se baseia: 
a) na teoria filogenética, que diz que as 
mitocôndrias e as células animais partem 
de um mesmo ponto de um cladograma 
e, pelo processo de especiação, 
formaram uma espécie única. 
b) na teoria da biogênese, que diz que 
uma vida só pode ser gerada a partir de 
outra pré-existente e, dessa forma, em 
uma divisão celular, célula animal e 
mitocôndria formaram espécies 
diferentes que permaneceram unidas em 
um único ser. 
c) na teoria endossimbiótica, que diz que 
as mitocôndrias eram células 
independentes que fagocitaram células 
animais e foram incorporadas em seus 
citoplasmas. 
d) na teoria filogenética, que alega que 
as mitocôndrias e as células animais 
possuem um mesmo ancestral comum, o 
que permitiu integração entre ambas. 
e) na teoria da endossimbiose, que diz 
que mitocôndrias eram procariontes que 
foram internalizados por células 
eucariontes e, como lhe forneceram 
benefícios na geração de energia, 
acabaram, com o tempo, tornando-se 
uma organela, perdendo o status de vida 
independente. 
 
8. (Rennólogia Original) Lançado no 
final de 2021, o filme Homem-Aranha 
Sem Volta Para Casa trouxe de volta os 
atores Andrew Garfield e Tobey Maguire 
para o papel do famoso “teioso” da 
Marvel, misturando os universos 
cinematográficos. 
 
 61 
Uma das cenas que mais trouxe risadas 
às salas de cinema foi a discussão sobre 
a origem das teias dos herois. 
Nos quadrinhos, assim como nos filmes 
protagonizados por Tom Holland e 
Garfield, as teias lançadas pelo herói são 
sintéticas, produzidas em laboratório e 
disparadas por um dispositivo presente 
no pulso. 
Já no universo de Maguire, as teias são 
orgânicas, também disparadas pelo 
pulso, mas produzidas pelo próprio 
organismo de Peter Parker. 
Na biologia, as teias das aranhas são 
compostos peptídicos com base nos 
aminoácidos alanina, tirosina, glicina e 
serina. 
 
Pensando na produção da teia do 
Homem-Aranha de Tobey Maguire, 
espera-se que, em seu pulso, as células 
tenham, no citoplasma, um grande 
desenvolvimento do(s): 
a) lisossomos 
b) ergastoplasma 
c) cílios e flagelos 
d) centríolos 
e) retículo endoplasmático liso 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 62 
5. CITOLOGIA: O NÚCLEO 
 
 O núcleo, região exclusiva das 
células eucariontes, é uma estrutura 
limitada por uma dupla membrana, a 
carioteca, com grande quantidade de 
poros em sua superfície, permitindo a 
troca de substâncias com o citoplasma. 
 O espaço entre as duas 
membranas é denominado cavidade 
perinuclear e, seguindo a mesma 
dinâmica do citoplasma, na membrana 
interna há uma rede proteica que 
sustenta a estrutura nuclear. 
 No interior do núcleo é 
encontrado o material genético da célula, 
no formato de cromatina, o núcleolo e o 
nucleoplasma (porção líquida). 
 É de responsabilidade do núcleo 
o comando das funções celulares, de 
onde partem as informações (no formato 
de RNAm) que definirão a produção da 
célula. 
 
5-1: Estrutura da carioteca, limitando a parte 
interna do núcleo e a separando do citoplasma. 
5.1 CROMATINA E CROMOSSOMO 
 As informações genéticas de 
uma célula estão armazanadas nas 
moléculas de DNA, cuja estrutura já foi 
apresentada anteriormente. 
 Durante a interfase, fase do ciclo 
celular na qual a célula está executando 
normalmente suas funções, o DNA 
encontra-se sem (ou com muito pouca) 
condensação, configurando a estrutura 
conhecida como cromatina. 
 Na composição da cromatina, 
além do ácido desoxirribonucleico, 
encontram-se proteínas histonas, que 
atuam no enovelamento da fita e 
controlam quais porções (genes) 
participarão da síntese proteica e quais 
devem permanecer sem sua expressão. 
 O enovelamento realizado pelas 
histonas agrupa oito dessas proteínas 
que se envolvem de DNA, formando o 
nucleossomo. Dessa maneira, cada 
cromatina presente no núcleo está 
subdividida em: 
• Eucromatina – região que terá sua 
expressão na síntese proteica; 
• Heterocromatina – região que se 
apresenta em nucleossomos 
enovelados. 
 Tendo todas as células de um 
indivíduo com a mesma carga genética, 
ou seja, o mesmo conjunto de 
cromatinas, as histonas são o fator que 
define os diversos tipos celulares e quais 
porções de cromatina estão na forma de 
eucromatina e quais estão na forma de 
heterocromatina. 
 
 63 
 
5-2: Formação dos nucleossomos pela ação das 
histonas na fita de DNA. 
 Para a divisão celular, toda 
cromatina é duplicada e condensada, 
permitindo que cada uma das células 
filhas possua a mesma carga genética e 
facilitando o transporte de todo o material 
durante o processo. 
 Os cromossomos, nome dado 
à cromatina hipercondensada e 
duplicada, não participam da síntese 
proteica e sua formação se dá ao mesmo 
tempo em que o núcleo se desorganiza 
na divisão celular. 
 Na estrutura dos cromossomos, 
os nucleossomos enrolam-se entre si, 
formando uma espécie de mola que dá 
origem à fibra cromossômica. Pela 
associação com proteínas estruturais, a 
fibra cromossômica dá origem ao 
cromonema que, por sua condensação, 
forma o cromossomo propriamente dito. 
 Cada cromossomo apresenta 
uma parte estrangulada que une as duas 
fitas duplicadas, as quais dá-se o nome 
de cromátides irmãs. O centrômero ou 
constrição primária, como conhecida tal 
porção, possui um disco proteico 
(cinetócoro), responsável por ancorar o 
fuso mitótico. 
 As porções acima e abaixo dos 
centrômerossão denominadas braços 
dos cromossomos, que podem ter 
tamanho variado de acordo com a 
posição do estrangulamento. 
 Na extremidade dos braços 
encontra-se o telômero (ou telómero), 
importante estrutura para proteção do 
material genético e utilizada como uma 
espécie de relógio biológico, pois 
encurtam-se com o passar do tempo e as 
sequentes divisões celulares, levando à 
morte celular quando muito 
desgastados.
 
5-3: Condensação da cromatina para a formação da estrutura cromossômica. 
 
 64 
 A posição dos centrômeros é 
utilizada para classificar os 
cromossomos em quatro tipos, fator 
utilizado para a identificação de cada um 
dos cromossomos de cada espécie de 
ser vivo. 
 Os quatro tipos de 
cromossomos, de acordo com o 
posicionamento do centrômero são: 
• Metacênctrico – apresenta o 
estrangulamento na região mediana 
da estrutura, dividindo o 
cromossomo em dois braços iguais; 
• Submetacêntrico – dividido em um 
braço ligeiramente mais curto e um 
ligeiramente mais longo pela posição 
do estrangulamento um pouco acima 
da região mediana da estrutura; 
• Acrocêntrico – estrangulamento 
próximo a um dos polos da estrutura, 
dividindo-a em um braço curto e um 
braço longo; 
• Telocêntrico – estrangulamento 
exatamente no polo da estrutura, o 
que demonstra um braço muito longo 
e um quase imperceptível braço 
curto. 
 
 
5-4: Classificação dos cromossomos, 
evidenciando a posição dos centrômeros na 
diferenciação de cada um dos tipos. 
 
5.2: CARIÓTIPO HUMANO 
 Utilizamos o termo cromossomo 
para tratar o conjunto do material 
genético pelo fato de que, diferente da 
cromatina, é esta estrutura visível no 
microscópio, apresentando condições de 
identificação de cada uma das fitas 
condensadas. 
 O cariótipo equivale ao conjunto 
de todos os cromossomos de uma 
célula, o que, para os seres humanos, 
corresponde a um total de 46 estruturas 
condensadas divididas em 23 pares, 
sendo um homólogo de origem materna 
e um de origem paterna. 
 De todos os pares, 22 são 
considerados autossomos, ou seja, 
determinam todas as características do 
organismo, menos as sexuais. Em 
consequência, o par restante representa 
os cromossomos sexuais, 
responsáveis pela determinação do sexo 
e das características dele derivadas. 
 O cariótipo masculino apresenta 
os 22 pares de autossomos e o par 
sexual formado pelo cromossomo X e 
pelo cromosso Y (46,XY). Já o cariótipo 
feminino é representado pelos mesmos 
22 autossosmos do masculino e um par 
de cromosssomos X no par sexual 
(46,XX). 
 Os autossomos são subdividos 
em sete grupos de acordo com o 
tamanho e com o posicionamento do 
centrômero. Os gupos são nomeados 
por letras, de A a G. O cromossomo X 
tem características semelhantes ao do 
grupo C, enquanto o cromossomo Y tem 
características do grupo G. 
 
 65 
 
5-5: Cariótipo humano masculino, com sete grupos de cromosssomos autossômicos (A a G) e o par 
sexual representado por um cromossomo X e um cromossomo Y. 
 Na visualização do cariótipo, o 
que difere cada par de cromossomo de 
cada um dos grupos são as regiões mais 
condensadas e coradas de cada uma 
das estruturas, também conhecidas 
como bandas. 
 São as bandas que servem de 
referência para que a identificação dos 
pares e de possíveis alterações 
numéricas e estruturais dos 
cromossomos. Algumas alterações 
podem gerar abortos espontâneos ou 
bebês natimortos (nascido morto). Há 
também alterações que configuram 
síndromes e quadros clínicos que podem 
ser facilmente diagnosticadas pelo 
exame do cariótipo. 
 
A) ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS 
 As anomalias que afetam a 
morfologia dos cromossomos são 
conhecidas como alterações 
estruturais, que podem excluir, 
acrescentar ou alterar informações 
genéticas, com resultados variados na 
expressão gênica. 
 A exclusão de informações 
genéticas é caracterizada pela deleção, 
 
 66 
tipo de alteração cromossômica na qual 
uma porção da fita de DNA é perdida. 
 A deleção do braço curto do 
cromossomo 5 é uma das mais 
conhecidas, sendo diagnosticada como 
síndrome do cri-du-chat, (miado do 
gato), que recebe este nome pela má 
formação da laringe, fazendo com que o 
choro do bebê pareça um miado. 
 Muitas vezes o fragmento 
deletado de um cromossomo une-se ao 
seu homólogo, caracterizando a 
duplicação, outro tipo de alteração 
estrutural. 
 A alteração de informações 
genéticas é típica da inversão, anomalia 
que se caracteriza por um giro de uma 
porção do cromossomo, podendo ser 
classificada como: 
• Pericêntrica – inversão que envolve 
o centrômero; 
• Paracênctrica – a inversão ocorrem 
em um dos braços, sem envolver o 
centrômero. 
 Há um quarto tipo de alteração 
cromossômica que é capaz de alterar, 
acrescentar e excluir informações 
genéticas ao mesmo tempo: a 
translocação. 
 O processo de translocação 
ocorre exclusivamente em cromossomos 
não homólogos, podendo ser: 
• Recíproca – há troca de porções 
entre dois cromossomos; 
• Não recíproca – um cromossomo 
transfere fragmento para outro, mas 
não recebe um fragmento em troca; 
• Robertsoniana – característica de 
cromossomos acrocêntricos, na qual 
um braço longo de um cromossomo 
é trocado por um braço curto de 
outro, formando um cromosssomo 
muito maior que o original e outro 
muito menor. 
 
 
5-6: Modelo esquemático das alterações 
estruturais cromossômicas. A translocação 
exposta é do tipo não recíproca. 
 
B) ALTERAÇÕES NUMÉRICAS 
 As alterações nunéricas dos 
cromossomos podem acontecer no 
conjunto total do cariótipo, as 
euploidias, ou em um único par de 
homólogos, as aneuplodias. 
 O cariótipo típico é diploide, 
sendo representado por “2n”, onde n é o 
número de tipos de cromossomos e 2 o 
número de homólogos de cada tipo. Para 
os seres humanos, os gametas são 
haploides, células “n”, apenas com um 
exemplar de cada tipo de cromossomo. 
 Casos de euploidia podem ser 
encontrados em células 3n (triploides) ou 
4n (tetraploides) na maioria dos casos. O 
fenômeno é raro e geralmente causa 
grande quantidade de má formações em 
 
 67 
órgãos e estruturas diversas, resultando 
em bebês natimortos ou com expectativa 
de vida que pode não ultrapassar poucos 
dias. 
 As aneuploidias podem ser 
encontradas tendo apenas um 
cromossomo homólogo em um par 
específico (monossomia), três 
homólogos (trissomia) ou quatro 
homólogos (tetrassomia). Para estes 
casos, rescreve-se o cariótico utilizando 
o número total dos cromossos seguidos 
do par sexual e, por fim, o cromossomo 
que está em maior ou menor número. 
 As principais aneuploidias 
conhecidas são: 
• Síndrome de Down – trissomia do 
cromossomo 21 (47, XX ou XY + 21) 
– estatura baixa, implantação baixa 
de orelha, mão curta; 
• Síndrome de Edwards – trissomia 
do cromossomo 18 (47, XX ou XY + 
18) – cardiopatias, deficiência renal 
e pouca expectativa de vida; 
• Síndrome de Patau – trissomia do 
cromossomo 13 (47, XX pou XY + 
13) – fenda no palato mole, baixo 
tônus muscular, crescimento 
anômalo, problemas cognitivos, 
insuficiência cardíaca; 
• Síndrome de Klinefelter – uma 
unidade extra do cromossomo X em 
indivíduos do sexo masculino (47, 
XXY) – pequeno desenvolvimento da 
genitália, esterilidade, ginecomastia 
(crescimento das mamas); 
• Síndrome de Turner – monossomia 
do cromossomo X em indivíduos do 
sexo feminino (45, X) – baixa 
estatura, mamas pouco 
desenvolvidas, atrofia ovariana, 
pescoço alado (alargado). 
5.3 NUCLÉOLO 
 Além da cromatina, imerso no 
nucleoplasma, está uma organela 
nuclear esférica e densa, formada por 
proteínas e RNA ribossômico: o 
nucléolo, originado a partir de uma 
região organizadora da cromatina. 
 O nucléolo atua de forma indireta 
na síntese de proteínas, sendo 
responsável pela formação das unidades 
ribossômicas, que são enviadas ao 
citoplasma. Dessa forma, é possívelobservar em algumas células com 
grande atividade de síntese, dois ou 
mais exemplares dessa organela 
nuclear. 
 Assim como a cromatina, o 
nucléolo pode ser observado na 
interfase, dissolvendo-se durante o 
processo de divisão celular. 
 
5-7: Formação do nucléolo a partir da região 
organizadora da cromatina. 
 
5.4 SÍNTESE PROTEICA 
 O processo de síntese proteica é 
subdividido em duas fases, uma alojada 
no núcleo e outra no citoplasma. Em 
resumo, a produção de uma proteína é a 
manifestação da informação genética 
presente na cromatina. 
 
 68 
 Na primeira fase da síntese 
proteica, a transcrição, a enzima RNA 
polimerase separa as fitas de um gene 
(porção específica do DNA) e, a partir da 
sequência de seus nucleotídeos, produz 
uma molécula de RNA mensageiro. 
 A fita de DNA é copiada de forma 
espelhada pela RNA polimerase, ou 
seja, a base ntrogenada colocada na 
molécula em formação corresponde à 
base complementar da presente na fita 
original. Dessa forma: 
• Uma adenina no DNA determina 
uma uracila no RNA; 
• Uma timina do DNA determina uma 
adenina no RNA; 
• Uma citosina no DNA determina uma 
guanina no RNA; 
• Uma guanina no DNA determina 
uma citosina do RNA. 
 
5-8: Representação da transcrição gência, 
evidenciando a ação da RNA polimerase. 
 Um gene é determinado por uma 
sequência de trincas de nucleotídeos 
que será lida para a transcrição, na 
região promotora e finalizando na 
região terminal. 
 Uma vez formado, o RNA 
mensageiro segue para o citoplasma 
para a segunda fase da síntese: a 
tradução. 
 O RNA mensageiro será lido 
pelo ribossomo por meio de suas trincas 
de bases nitrogenadas, cada uma delas 
conhecida como códon. A tradução de 
cada um dos códons é o que representa 
o código genético, que, nos 
ribossomos, é lido pelo RNA 
transportador, responsável por colocar 
o aminoácido correspondente à trinca de 
bases em uma cadeia peptídica, gerando 
a proteína. Para tanto, o RNA 
transportador possui o anticódon, trinca 
de bases nitrogenadas que, seguindo o 
modelo espelhado, completa as trincas 
do RNA mensageiro. 
 Toda proteína inicia-se com o 
códon A-U-G, que representa o 
aminioácido metionina no código 
genético. A tradução é interrompida 
quando o RNA mensageiro apresenta 
um dos três códons de parada (stop 
codons): U-A-A, U-A-G ou U-G-A. 
 Existem 64 possíveis 
combinações de bases nitrogenadas 
para formar os códons do RNA 
mensageiro, porém são apenas 20 os 
aminoácidos presentes em nossas 
proteínas. Dessa maneira, retirando os 3 
códons de parada, tem-se o total de 61 
códons para serem associados, o que 
faz com que a grande maioria desses 
monômeros sejam representados por 
dois ou mais trincas no código genético. 
 É pelo motivo acima descrito que 
algumas mutações no DNA acabam não 
surtindo efeito prático, posto que podem 
alterar a sequência de bases, mas não o 
aminoácido a ser colocado na tradução. 
 
 69 
 
 SEGUNDA BASE DO CÓDON 
 U C A G 
P
R
IM
E
IR
A
 B
A
S
E
 D
O
 C
Ó
D
O
N
 
U 
UUU – Fen UCU – Ser UAU – Tir UGU – Cis U 
T
E
R
C
E
IR
A
 B
A
S
E
 D
O
 C
Ó
D
O
N
 
UUC – Fen UCC – Ser UAC – Tir UGC – Cis C 
UUA – Leu UCA – Ser UAA – Parada UGA – Parada A 
UUG – Leu UCG – Ser UAG – Parada UGG – Trip G 
C 
CUU – Leu CCU – Pro CAU – His CGU – Arg U 
CUC – Leu CCC – Pro CAC – His CGC – Arg C 
CUA – Leu CCA – Pro CAA – Glu CGA – Arg A 
CUG – Leu CCG – Pro CAG – Glu CGG – Arg G 
A 
AUU – Iso ACU – Tre AAU – Asp AGU – Ser U 
AUC – Iso ACC – Tre AAC – Asp AGC – Ser C 
AUA – Iso ACA – Tre AAA – Lis AGA – Arg A 
AUG - Met ACG – Tre AAG – Lis AGG – Arg G 
G 
GUU – Val GCU – Ala GAU – Ác. Asp GGU – Gli U 
GUC – Val GCC – Ala GAC – Ác. Asp GGC – Gli C 
GUA – Val GCA – Ala GAA – Ác. Glu GGA – Gli A 
GUG – Val GCG – Ala GAG – Ác. Glu GGG – Gli G 
5-9: Tabela representando o cógigo genético, com cada um dos 64 códons e seus respectivos 
aminoácidos no processo de tradução da síntese proteica. 
 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (UNICAMP) A figura a seguir ilustra 
fragmentos de um gene presente em 4 
espécies identificadas com os números 
de 1 a 4 entre parênteses. 
CACTTGTAAAACCAGTATAGACCCTAG 
(1) 
CACTTGTAAAACCAGGATAGACGCTAG 
(2) 
CACTTGTAAAACCAGTATAGACGCTAG 
(3) 
CATTTTTAACACCAGGATAGACGCTAT 
(4) 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) As espécies 1 e 4 são mais próximas 
entre si do que as espécies 1 e 3. 
b) As espécies 2 e 3 são mais próximas 
entre si do que as espécies 1 e 3. 
c) As espécies 1 e 3 são mais próximas 
entre si do que as espécies 3 e 4. 
d) As espécies 2 e 4 são mais próximas 
entre si do que as espécies 1 e 2. 
 
 
 
 
 70 
2. (ENEM PPL) Em pacientes portadores 
de astrocitoma pilocítico, um tipo de 
tumor cerebral, o gene BRAF se quebra 
e parte dele se funde a outro gene, o 
KIAA1549. Para detectar essa alteração 
cromossômica, foi desenvolvida uma 
sonda que é um fragmento de DNA que 
contém partículas fluorescentes capazes 
de reagir com os genes BRAF e 
KIAA1549 fazendo cada um deles emitir 
uma cor diferente. Em uma célula 
normal, como os dois genes estão em 
regiões distintas do genoma, as duas 
cores aparecem separadamente. Já 
quando há a fusão dos dois genes, as 
cores aparecem sobrepostas. 
Disponível em: http://agencia.fapesp.br. Acesso 
em: 3 out. 2015. 
A alteração cromossômica presente nos 
pacientes com astrocitoma pilocítico é 
classificada como 
a) Estrutural do tipo deleção. 
b) Numérica do tipo euploidia. 
c) Estrutural do tipo duplicação. 
d) Numérica do tipo aneuploidia. 
e) Estrutural do tipo translocação. 
 
3. (UFF) Ao se pesquisar a função dos 
nucléolos realizaram-se experiências 
com uma linhagem mutante do anfíbio 
'Xenopus'. Verificou-se que cruzamentos 
de indivíduos desta linhagem produziam 
prole com alta incidência de morte - os 
embriões se desenvolviam normalmente 
e, pouco depois da eclosão, os girinos 
morriam. Estudos citológicos mostraram 
que os núcleos dos embriões ou não 
apresentavam nucléolos, ou 
apresentavam nucléolos anormais. 
Conclui-se que a primeira atividade 
celular afetada nestes embriões foi: 
a) O processamento do RNA mensageiro 
b) A produção de RNA mensageiro 
c) A produção de histonas 
d) A produção de ribossomos 
e) A produção de RNA polimerase 
 
4. (UEA) Uma molécula de DNA, contida 
no núcleo de uma célula humana, tem 
forma de dupla hélice e é fundamental 
para o controle genético e reprodução 
celular. Nessa molécula, o número de 
nucleotídeos- _________sempre será 
idêntico ao número de nucleotídeos-
_________Do mesmo modo, o número 
de nucleotídeos-_________é sempre 
igual ao número de nucleotídeos-
_________ 
 
As lacunas do texto são preenchidas, 
respectivamente, por 
a) Adenina – citosina – uracila – timina. 
b) Adenina – guanina – citosina – timina. 
c) Citosina – guanina – uracila – adenina. 
d) Adenina – timina – citosina – guanina. 
e) Citosina – adenina – guanina – uracila. 
 
5. (URCA) Um filamento de DNA tem a 
seguinte sequência de bases 
nitrogenadas: ATT CGT CGC CCA. 
Caso essa sequência seja produtora de 
um filamento de RNA, essa sequência 
será: 
 
 
 71 
a) ATT CGT CGC CCA 
b) CCA CGC CGU ATT 
c) TAA GCA GCG GGA 
d) UAA GCA GCG GGU 
e) UAA GCA GGU GGU 
 
6. (UFRGS) Mulheres com síndrome de 
Turner caracterizam-se por apresentar 
baixa estatura, esterilidade e pescoço 
alado. Essa síndrome pode ser 
classificada como exemplo de: 
a) Nulissomia 
b) Monossomia 
c) Trissomia 
d) Euploidia 
e) Triploidia 
 
7. (URCA) O Núcleo celular é o centro de 
controle de todas as atividades celulares, 
armazena o conjunto de informações 
genéticas codificadas no DNA, além de 
realizar duplicação do DNA e sintetiza e 
processa todos os tipos de RNA (rRNA, 
mRNA e tRNA). Dentre os componentes 
do núcleo, avalie as seguintes 
características: 
I- Constituído principalmentepor RNA 
ribossomal (rRNA) e proteínas, são 
fabricas para a produção de ribossomo 
II- Nucleoproteína que cotem o genoma 
humano, constituída por duplos 
filamentos helicoidais de DNA 
associados a proteínas, denominados de 
nucleossomos, que se organiza em 
estruturas, cada vez, mais complexas 
até constituírem os cromossomos. 
III- Separa o conteúdo intracelular do 
citoplasma, apresenta poros que realiza 
transporte seletivo de moléculas para 
dentro e fora do núcleo, sua superfície 
citoplasmática contem polirribossomos e 
é continua com o retículo 
endoplasmático rugoso. 
 
Quais componentes são citados acima, 
respectivamente: 
a) I- Nucleoplasma; II- Cromatina; III- 
Matriz nuclear 
b) I- Nucléolo; II- Cromatina; III- 
Envoltório nuclear 
c) I- Envoltório nuclear; II- Cromatina; III- 
Nucleoplasma 
d) I- Heterocromatina; II-Nucleoplasma; 
III- Envoltório nuclear 
e) I-Nucleoplasma; II- Nucléolo; III- 
Eucromatina 
 
8. (UFMS) O núcleo de células 
eucarióticas possui ácido 
desoxirribonucleico (DNA) e ácido 
ribonucleico (RNA). Na síntese de 
proteínas, que ocorre no citoplasma, é 
necessária a participação, entre outros, 
do RNA mensageiro (RNAm), formado 
no núcleo da célula a partir do DNA. 
Assinale a alternativa que denomina o 
processo de formação do RNAm. 
a) Tradução. 
b) Síntese. 
c) Transcrição. 
d) RNA polimerase. 
e) Transferência. 
 
 72 
9. (Rennólogia Original) Como todos os 
mutantes, Scott Summers nasceu com o 
gene X ativado, o que resultou no 
despertar de alguns poderes durante sua 
puberdade. Adotando o codinome 
Ciclope, ele se tornou um dos primeiros 
pupilos do Professor X, entrando para os 
X-Men. O herói é bem conhecido pelos 
fãs da equipe, especialmente por seu 
papel de liderança. 
 
 
 
 
 
 
O maior poder de Scott Summers - e que 
o fez ser reconhecido pelo codinome 
Ciclope - é a habilidade de disparar 
rajadas de energia pelos olhos, embora 
isso não seja um dos dons dos colossos 
da mitologia grega. Quando criança, ele 
teve danos no cérebro ao cair de um 
avião, e especula-se que, não fossem 
esses danos, ele seria capaz de 
controlar os raios e até "desligá-los". 
Até hoje, há muitas discussões sobre 
qual é a natureza das rajadas ópticas de 
Ciclope. Embora eles sejam tidos como 
energia cinética, há quadrinhos que 
mostram o herói usando seus raios para 
queimar e cortar objetos. O que sabemos 
com total precisão é que não são raios 
laser, como muitos acreditam. E o único 
material capaz de retardá-los são lentes 
feitas de quartzo-rubi. 
https://www.legiaodosherois.com.br/lista/ciclope-
poderes-x-men.html#list-item-2 
 
Nos quadrinhos da Marvel, os mutantes 
possuem modificações fisiológicas que, 
muitas vezes podem lhe conferir 
habilidades especiais. O nome mutante 
vem do fato de que seu material genético 
possui mutações que permitem tais 
alterações. 
 
Levando em consideração os poderes de 
Scott Summer, o Ciclope, é possível 
concluir que: 
a) Todas as suas células possuem os 
genes que lhe conferem poderes, mas 
apenas as células dos olhos têm tais 
genes enovelados em histonas, 
caracterizando uma heterocromatina. 
b) Apenas as células de seus olhos 
possuem os genes mutantes, por isso 
seus poderes são as rajadas ópticas. 
c) Não é possível que seus poderes 
tenham origem genética, pois as 
proteínas não conseguem, mesmo por 
vias metabólicas, produzir energia. 
d) Todas as suas células possuem os 
genes que lhe conferem poderes, mas 
apenas as células dos olhos, que 
produzem as rajadas, apresentam tais 
genes como eucromatina. 
e) Seus poderes vêm de mutações no 
RNA presente no nucléolo, que produz 
ribossomos especiais capazes de 
sintetizar proteínas dos genes mutantes. 
 
 
 
 
 
 
 73 
10. (FUVEST) Quando afirmamos que o 
metabolismo da célula é controlado pelo 
núcleo celular, isso significa que: 
a) Todas as reações metabólicas são 
catalisadas por moléculas e 
componentes nucleares. 
b) O núcleo produz moléculas que, no 
citoplasma, promovem a síntese de 
enzimas catalisadoras das reações 
metabólicas. 
c) O núcleo produz e envia, para todas 
as partes da célula, moléculas que 
catalisam as reações metabólicas. 
d) Dentro do núcleo, moléculas 
sintetizam enzimas catalisadoras das 
reações metabólicas. 
e) O conteúdo do núcleo passa para o 
citoplasma e atua diretamente nas 
funções celulares, catalisando as 
reações metabólicas. 
 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 74 
6. CITOLOGIA: DIVISÃO CELULAR 
 
 A divisão celular, de forma 
resumida, é a parte do ciclo celular que 
representa um processo no qual uma 
célula mãe, assim conhecida a célula 
original, origina células filhas, que 
podem ser geneticamente idênticas ou 
reduzidas. 
 Os organismos vivos utilizam a 
divisão celular em uma grande 
quantidade de objetivos, nos quais 
destavam-se o aumento populacional de 
seres unicelulares, a formação de 
esporos e gametas, a reparação tecidual 
e o crescimento do organismo. 
 
6.1 INTERFASE 
 Entendendo a célula como 
unidade básica da vida, é fundamental 
que toda a sua estrutura esteja, na maior 
parte do tempo, executando suas 
funções metabólicas, a síntese proteica 
e demais especificidades. Tal 
“funcionamento normal” da célula 
caracteriza a interfase, fase do ciclo 
celular da, que inicia-se no momento em 
que a célula surge e tem seu término 
com o início da divisão celular. 
 A interfase é subdividida em três 
períodos que preparam para o processo 
de divisão celular: G1 (intervalo 1), S 
(síntese) e G2 (intevalo 2). 
 Durante o período G1, as células 
aumentam seu volume e realizam a 
síntese proteica. É durante essa etapa 
que muitas células entram em “repouso”, 
caracterizando o período G0. 
 No período S, ocorre a síntese 
de DNA, ou seja, as fitas de cromatina 
iniciam seu processo de duplicação, 
dobrando a quantidade de material 
genético presente no núcleo. Nesse 
ponto, mesmo que não visível pela não 
condensação das fitas, forma-se o 
centrômero, unindo as duas cromátides 
irmãs. 
 Por fim, no período G2, a célula 
continua com seu crescimento e com a 
síntese proteica, antecedendo o início da 
divisão celular. 
 
6-1: Etapas do cliclo celular. 
 
6.2 MITOSE 
 A mitose é um processo de 
divisão celular reponsável por originar, a 
partir da célula mãe, duas células filhas 
genéticamente idêncicas. 
 Para os seres plurucelulares, a 
mitose é utilizada para reparação 
tecidual e para crescimento do 
organismo. Em alguns seres, nos quais 
de destacam muitas plantas, a mitose 
também é utilizada para a formação de 
gametas, posto que há fases haploides 
no ciclo de vida. 
 Existem espécies, como os 
poríferos (animais) e algumas 
 
 75 
angiospermas (vegetais), que uitilizam a 
mitose como forma de reprodução 
assexuada, formando um tipo de broto 
que pode se desvincular do organismo 
original e gerar um novo indivíduo 
independente. 
 A divisão mitótica ocorre logo 
após o período G2 da interfase e é 
dividida em 4 fases: profase, metáfase, 
anáfase e telófase. 
 
A) PRÓFASE 
 A primeira e mais longa fase da 
mitose, a prófase, inicia apresentando o 
material genético já duplicado, que 
intensifica sua condensação para a 
formação dos cromossomos. 
 Concomitantemente, o nucleolo 
e a carioteca se dissolvem, permitindo 
que o material genético ganhe o 
citoplasma, que também apresenta o 
início da formação do fuso celular pelos 
centriolos duplicados. 
 
6-2: Modelo esquemático da prófase, com a 
degeneração do nuclélo e da carioteca e o 
envoelamento das fitas de cromatina, já 
apresentando os cromossomos. 
 Alguns autores condiseram que 
o desaparecimento da carioteca o a 
organização do fuso em direção aos 
cromossomos configura uma fase 
própria da mitose, denominada 
prometáfase. 
 
B) METAFASE 
 Na segundafase da mitose, a 
metáfase, os cromossomos encontram-
em sua máxima condensação e se 
posicionam na região equatorial da 
célula (meio), com o fuso ligado 
diretamente no cinetocoro. 
 
6-3: Ligação da fibra do fuso no cinetocoro. 
 Nem todas as fibras do fuso 
mitótico encontram-se ligadas aos 
cinetocoros dos cromossomos. 
 O exame do cariótipo, buscando 
uma mlehor visualização dos 
cromossosmos, é realizado com as 
células nessa fase. 
 Para que se consiga estacionar 
a divisão celular na metáfase, obtendo a 
máxima condensação cromossômica, as 
células são cultivadas em meio com 
colchicina, um alcalóide que inibe a 
produção do fuso e, por esse motivo, 
estaciona a divisão. 
 Durante a metáfase, o cito 
esqueleto atua proporcionando 
movimentos celulares para que as 
organelas presentes possam ser 
encaminhadas para os polos da célula. 
 
 76 
 
6-4: Representação da metáfase, com os 
cromossomos na placa equatorial da célula. 
 Por não possuírem centríolos, 
nas células vegetais, o fuso é organizado 
diretamente no citoplasma. 
 
C) ANÁFASE 
 A anáfase, terceira fase da 
mitose, é caracterizada pelo 
encurtamento das fibras do fuso mitótico 
e, consequentemente, a separação das 
cromátides irmãs. 
 
6-5: Encurtamento do fuso para separação das 
cromátides irmãs. 
 É justamente na anáfase que a 
célula inicia a retomada de sua 
quantidade normal de DNA, posto que, 
desde o período S da interfase, a mesma 
se encontrava duplicada. 
 
D) TELÓFASE 
 A última fase da mitose, a 
telófase, corresponde ao momento em 
que as duas células filhas serão 
formadas, com os as cromátides irmãs 
descondensando-se nos polos O núcleo 
começa a se reorganizar e a membrana 
plasmática realiza o processo de 
citocinese (estrangulamento de sua 
estrutura), na qual o citoplasma é 
dividido em dois. 
 
6-6 : O final da mitose, a fase denominada 
telófase. 
 As duas células filhas, resultado 
da divisão celular, imediatamente entram 
em interfase, que pode durar por um 
grande período ou, dependendo do 
tecido ou da necessidade do organismo, 
pode ser rápida, com o tempo necessário 
apenas para que a células possa se 
reorganizar para mais mitoses. 
 
 77 
 
6-7: Variação da quantidade de DNA no ciclo celular.
 Durante a telófase ocorre mais 
uma diferença entre as mitoses da célula 
animal e da célula vegetal. Enquanto na 
primeira a citocinese representa um 
estrangulamento da membrana 
plasmática por uma invaginação da 
mesma, partindo da periferia para o 
centro, na segunda o processo ocorre 
uma formação que migra do centro para 
a periferia, a partir de vesículas do 
complexo golgiense. 
 
6.3 CISSIPARIDADE 
 Nos seres procariontes, 
obrigatoriamente unicelulares, a divisão 
celular é utilizada exclusivamente para a 
reprodução. O processo utilizado para 
essa finalidade, a cissiparidade ou 
bipartição, é muito semelhante à 
mitose, porém com alguns pontos 
constrastantes. 
 Os procariontes não possuem 
organelas, nucleo celular e centríolos. O 
material genético é um cromossomo 
único e circular, imerso no citoplasma. 
Isso faz com que não tenham o pré-
requisito necessário para executar todas 
as fases da divisão mitótica. 
 Na cissiparidade das bactérias o 
cromossomo duplica-se, a membrana se 
divide e a parede celular de 
peptidoglicano é sintetizada. A 
separação completa das células nem 
sempre ocorre, o que possibilita a 
formação dos arranjos bacterianos. 
 Em média, a divisão binária dos 
procariontes dura cerca de 20 minutos 
(tempo de geração), o que permite a 
esses seres colonizar rapidamente um 
ambiente, com uma única célula 
podendo, no período de seis horas, gerar 
mais de 250 mil descendentes. 
 
 78 
6.4 MEIOSE 
 A meiose corresponde a um tipo 
de divisão celular classificada como 
reducional, na qual a carga genética 
das células filhas representa metade da 
carga apresentada pela célula original. 
 Nos animais, a meiose é 
responsável pela formação dos gametas, 
enquanto os vegetais utilizam esse tipo 
de divisão para formação dos esporos. 
 O momento de início da meiose 
é semelhante ao da mitose, com as 
cromatinas duplicas, tendo a célula 
original o dobro do DNA encontrado no 
período G1 da interfase. As fases 
também são as mesmas, porém, nesse 
caso, ocorrem duas divisões celulares e 
o resultado equivale a quatro células 
haploides. 
 
A) PRIMEIRA DIVISÃO DA MEIOSE 
 A meiose inicia-se na prófase I, 
na qual ocorre um fenômeno 
fundamental para a variabilidade 
genética das espécies: o crossing over 
ou permutação. 
 Nessa fase, o núcleo e o 
nucléolo se desfazem, os cromossomos 
condensam-se e os pares de homólogis 
se aproximam. 
 Pela grande quantidade de 
fenômenos, a prófase I se divide nas 
seguintes subfases: 
• Leptóteno – começo da 
condensação cromossômica; 
• Zigóteno – início do pareamento dos 
cromossomos homólogos, formando 
o complexo sinaptonêmico por uma 
cromátide de cada um deles; 
• Paquíteno – os cromossomos 
bivalentes (como chamam os pares 
dos homólogos) apresentam 
condensação visível e podem 
realizar o crossing over, na qual 
porções iguais das cromátides 
ligadas podem ser trocadas; 
• Diplopteno – apresenta separação 
discreta dos homólogos e, nos que 
realizaram permutação, há uma 
formação em X denominada 
quiasma; 
• Diacinese – Ocorre a dissolução do 
da carioteca e do nucléolo. 
 As demais fases da primeira 
divisão da meiose seguem o mesmo rito 
das fases da mitose, porém vale 
ressaltar que, na metáfase, os 
homólogos estão lado a lado, ainda 
mantendo o quiasma, na região 
equatorial e são serparados na anáfase, 
que não tem a separação das 
cromátides irmãs. 
 
 
6-8: Metáfase e anáfase da primeira divisão da 
meiose, tendo a separação dos homólogos, 
não das cromátides irmãs. 
 
 79 
 
6-9: Fenômeno do crossing over, evidenciando a troca de porções entre cromátides irmãs de 
cromossomos homólogos, gerando quatro resultados diferentes para os cromossomos. 
 
B) SEGUNDA DIVISÃO DA MEIOSE 
 A prófase II da meiose é mais 
simples que a mesma fase da primeira 
divisão, posto que não há cromossomos 
homólogos nas células e não há, dessa 
forma, a necessidade de 
emparelhamento. 
 A metáfase II apresenta os 
cromossomos alinhados na região 
equatorial para que as cromátides irmãs 
sejam separadas na anáfase II. 
 Como a primeira divisão gerou 
duas células filhas, a segunda divisão 
ocorre consecultiavamente em ambas. 
 Após a telófase II, o núcleo é 
refeito, os cromossomso se 
descondensam e as quatro células 
haploides encontram-se devidamente 
formadas. 
 No caso dos gametas, será 
necessária a fecundação para formação 
de uma nova célula diploide, 
caracterizando o processo de 
reprodução sexuada. Para os esporos, 
encontrados nos vegetais, há o 
desenvolvimento de uma fase haploide 
que, posteriormente, formará gametas 
por mitose, para assim realizarem a 
fecundação. 
 Para os seres humanos e outros 
animais, a meiose é parte da 
gametogênese, uma divisão exclusiva 
dos ovários e testículos, caracterizando 
os processos da ovogênese e da 
espermatogênese. 
 
 80 
 
6-10: Etapas da meiose, formando quatro células haploides de uma única célula diploide. 
 
 
6-11: Variação da quantidade de DNA por célula durante a meiose. 
 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (ENEM) A figura apresenta diferentes 
fases do ciclo de uma célula somática, 
cultivada e fotografada em microscópio 
confocal de varredura a laser. As partes 
mais claras evidenciam o DNA. A figura 
apresenta diferentes fases do ciclo de 
uma célula somática, cultivada e 
fotografada em microscópio confocal de 
varredura a laser. As partes mais claras 
evidenciam o DNA. 
 
 
 81 
Na fase representada em D, observa-se 
que os cromossomos encontram-se em 
a) Migração. 
b) Duplicação. 
c) Condensação. 
d) Recombinação.como 
Neodarwinismo ou Teoria Sintética da 
Evolução, que acrescenta aos estudos 
de Charles Darwin (1809 – 1882) e 
Alfred Russel Wallace (1823 – 1913) os 
conceitos da genética iniciados pelos 
estudos de Gregor Mendel (1822 – 
1884). 
 
1.2 ABIOGÊNESE E BIOGÊNESE 
 Durante muitos séculos, 
permeava em diferentes sociedades a 
ideia de que a vida surgia pela 
transformação de matéria inanimada, 
teoria que é atribuída ao filósofo grego 
Aristóteles, também responsável pela 
primeira classificação dos seres vivos 
conhecida. 
 
1-8: Imagem esculpida representando o filósofo 
grego Aristóteles. 
https://filosofia.arcos.org.br/aristoteles/ 
https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2023/06/30/historia-sem-fim-existe-algum-ser-vivo-imortal-na-natureza.htm#:~:text=Menos%20se%20voc%C3%AA%20for%20uma,alem%C3%A3o%20Christian%20Sommer%2C%20em%201988.
https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2023/06/30/historia-sem-fim-existe-algum-ser-vivo-imortal-na-natureza.htm#:~:text=Menos%20se%20voc%C3%AA%20for%20uma,alem%C3%A3o%20Christian%20Sommer%2C%20em%201988.
https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2023/06/30/historia-sem-fim-existe-algum-ser-vivo-imortal-na-natureza.htm#:~:text=Menos%20se%20voc%C3%AA%20for%20uma,alem%C3%A3o%20Christian%20Sommer%2C%20em%201988.
https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2023/06/30/historia-sem-fim-existe-algum-ser-vivo-imortal-na-natureza.htm#:~:text=Menos%20se%20voc%C3%AA%20for%20uma,alem%C3%A3o%20Christian%20Sommer%2C%20em%201988.
 
 9 
 Denominada abiogênese ou 
geração espontânea, tal teoria é 
resultante de observação da natureza 
realizada em diferentes épocas, 
buscando explicar fenômenos como o 
surgimento de insetos na matéria em 
decomposição ou de roedores em 
armazenamento de cereais. 
 A crença em tal fenômeno era 
consolidada de tal forma que algumas 
“receitas” para geração de animais foram 
difundidas, tais como o surgimento de 
anuros (sapos, rãs e pererecas) a partir 
de lodo de lagos ou cisnes a partir de 
folhas caídas em fontes d’água. 
 Além de Aristóteles, foram 
defensores da teoria da abiogênese 
René Descartes e Isaac Newton. 
 Em meados do Século XVII, o 
italiano Francesco Redi realizou um 
experimento que deixou em xeque a 
geração espontânea, colocando 
pedaços de carne em dois frascos 
distintos, sendo o primeiro fechado e o 
segundo aberto. Foi observado que a 
carne exposta ao ambiente atraía 
moscas e, posteriormente, desenvolvia 
larvas, enquanto a amostra fechada 
manteve-se intacta. 
 Questionando-se sobre o fato da 
necessidade de exposição ao ar livre 
para que a matéria inanimada 
produzisse vida, Redi repetiu o 
experimento fechando um dos frascos 
com um pedaço de gaze, que permitia a 
renovação do ar em seu interior. O 
mesmo resultado foi observado. 
 Dessa maneira, Redi conclui que 
a carne exporta apresentava larvas de 
moscas algum tempo depois porque tais 
insetos depositavam seus ovos no 
material, enquanto as carnes dos 
recipientes tampados não permitiam o 
contato. 
 Surgia, dessa forma, a teoria da 
biogênese, que determinava que todo 
ser vivo era originado de um outro 
preexistente. 
 
 
1-9: Representação do experimento de Francesco Redi, realizado em 1668, responsável por iniciar a 
derrubada da teoria da abiogênese, substituindo-a pela teoria da biogênese. 
 
 10 
 A extinção da teoria da 
abiogênese ocorreu, definitivamente no 
Século XIX pelos estudos do cientista 
francês Louis Pasteur (1822 – 1895). 
 
1-10: Louis Pasteur, cientista francês. 
File:Louis Pasteur, foto av Paul Nadar, Crisco edit.jpg – 
Domínio Público 
Formado na Universidade de 
Sorbone, Pasteur é um dos principais 
responsáveis por estruturar a relação 
entre microrganismos e doenças, fatores 
ainda não conhecidos pela comunidade 
científica na época dos experimentos de 
Redi. É também o responsável pela 
primeira vacina contra a raiva utilizada. 
 Compreendendo microrganismos 
como formas de vida, além de sua 
intolerância a temperaturas elevadas, 
Pasteur realizou um experimento 
utilizando um preparado nutritivo com 
base de carne colocado em frascos com 
pescoço de cisne. Cada frasco foi 
vedado e devidamente fervido, 
mantendo-se intacto até sua abertura, 
que gerava a deterioração da matéria 
orgânica nele contida. 
 
 
1-11: Representação do experimento de Louis Pasteur com frascos contendo caldo de carne, aquecidos, 
selados e, posteriormente, abertos. 
 
 
 11 
 A conclusão do experimento 
mostrou que, quando vedados e 
submetidos à fervura, os frascos 
permitem que a matéria em seu interior 
permaneça estéril, sem contaminação 
biológica. Uma vez abertos, o ar permite 
o contato com microrganismos, 
responsáveis por consumir os nutrientes 
do caldo de carne e, consequentemente, 
degradá-lo. 
 Louis Pasteur, dessa forma, 
confirmava de maneira irrefutável a 
teoria da biogênese, trazendo a 
derrocada definitiva, mais de dois mil 
anos depois, para a geração espontânea 
proposta inicialmente por Aristóteles. 
 O experimento de Pasteur 
resultou também na técnica de 
pasteurização, utilizada até os dias 
atuais e eficiente para manter os 
alimentos sem contaminação. 
 
1.3 TEORIAS DE ORIGEM DA VIDA 
 A biogênese de Redi e Pasteur, a 
teoria celular de Schleiden e Schwann, a 
seleção natural de Darwin e Wallace e a 
genética de Gregor Mendel 
representaram uma grande revolução no 
conhecimento científico, mais 
precisamente biológico. A descoberta de 
fósseis de microrganismos com cerca de 
3,5 bilhões de anos foram definitivas 
para mais uma revolução, que, desta 
vez, seria colocada à frente de um dos 
dogmas mais fortes da igreja: a criação 
da vida descrita no livro bíblico do 
Gênesis, também conhecida como 
teoria criacionista. 
 De acordo com pesquisa 
divulgada em abril de 2010 pelo 
Datafolha, um em cada quatro brasileiros 
(25% da população) crê na criação do 
planeta e, consequentemente, da vida de 
acordo com o relatado no texto bíblico, 
desconsiderando processos evolutivos. 
 
Pesquisa sobre teorias de 
criação da vida e evolução 
na população brasileira. 
 Teorias criacionistas não são 
exclusividade das religiões abraâmicas. 
A crença da criação dos seres humanos 
como imagem e semelhança de uma 
figura divina monoteísta é muito 
difundida, porém, sociedades politeístas 
também possuíam suas crenças 
baseadas em processos criacionistas, 
como a sociedade greco-romana, os 
maias e os egípcios. 
 
A) PANSPERMIA CÓSMICA 
 Mais antiga que a teoria da 
abiogênese, a primeira menção à teoria 
da panspermia cósmica é atribuída a 
Anaxágoras de Clazômenas, filósofo 
grego pré-socrático. O próprio termo, 
panspermia, é originado do grego, tendo 
significado próximo a sementes que 
vieram de todos os lugares, todas as 
partes. 
 Anaxágoras foi um dos primeiros 
filósofos a romper com a origem 
mitológica do universo na sociedade 
grega. 
 No século XIX, o físico alemão 
Hermann von Helmholtz (1821 – 1894) 
pautou novamente a teoria, trazendo a 
hipótese de que meteoros e partículas 
espaciais que entraram na atmosfera 
terrestre traziam formas primitivas de 
vida. 
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0204201010.htm
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0204201010.htm
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0204201010.htm
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0204201010.htm
 
 12 
 Na atualidade, a discussão é 
sustentada pela presença de matéria 
orgânica em meteoritos e pela 
descoberta de planetas e satélites com 
possibilidades de abrigar algum tipo de 
vida, seja ela adaptada com condições 
extremas (como as observadas nas 
arqueas) ou com baixa exigência 
nutricional. 
 
B) TEORIA DE OPARIN E HALDANE 
 A hipótese mais aceita pela 
ciência acerca da origem da vida no 
Planeta Terra foi criada dee) Reestruturação. 
 
2. (UFU) O ciclo celular é um processo 
fisiológico que acontece todos os dias 
na dinâmica de funcionamento do corpo 
humano. Seja na reparação, formação 
ou renovação de tecidos, ou ainda na 
formação de gametas, a atividade 
celular é intensa. 
 
Neste processo, são eventos do ciclo 
celular: 
I – Condensação máxima dos 
cromossomos. 
II – Reorganização do nucléolo. 
III – Duplicação dos cromossomos. 
IV – Separação das cromátides-irmãs. 
 
Os eventos acima citados 
correspondem, respectivamente, a: 
a) Prófase, fase S da intérfase, telófase, 
anáfase. 
b) Fase S da intérfase, prófase, 
metáfase, telófase. 
c) Metáfase, telófase, fase S da 
intérfase, anáfase. 
d) Metáfase, anáfase, prófase, telófase. 
 
3. (UDESC) Embora as divisões 
celulares mitose e meiose sejam 
realizadas com objetivos diferentes em 
alguns aspectos, ambas apresentam 
semelhanças. 
Analise as proposições em relação à 
informação, e assinale (V) para 
verdadeira e (F) para falsa. 
( ) Em ambas ocorre a duplicação do 
DNA antes de se iniciar o processo da 
divisão celular. 
( ) Tanto a meiose quanto a mitose se 
caracterizam pela redução no número 
de cromossomos. 
( ) A meiose se caracteriza por duas 
divisões celulares e o número de 
cromossomos presentes, no início da 
divisão, não fica reduzido nas células 
originadas ao final do processo. 
( ) Uma diferença importante entre elas 
é que na mitose ocorre a separação dos 
cromossomos homólogos, enquanto 
que na meiose se separam apenas as 
cromátides. 
( ) A meiose é uma divisão que ocorre, 
principalmente, em tecidos epiteliais 
com a finalidade de repor as células 
mortas. 
 
Assinale a alternativa que indica a 
sequência correta, de cima para baixo. 
a) V – F – F – F – F 
b) V – F – F – V – F 
c) F – F – F – V – V 
d) F – F – V – V – F 
e) V – F – V – F – V 
 
 
 82 
4. (UNEMAT) Uma célula animal, 
diploide, com 20 pares de 
cromossomos, vai passar pelo processo 
de divisão celular chamado meiose. 
 
Assinale a alternativa que corresponde 
corretamente à fase da meiose com os 
números de cromossomos dessa célula. 
a) Na fase paquíteno, a célula terá 80 
cromossomos. 
b) Na fase metáfase I, a célula terá 20 
cromossomos. 
c) Na fase anáfase I, a célula terá 20 
cromossomos. 
d) Na fase anáfase II, a célula terá 40 
cromossomos. 
e) Na fase telófase II, após a citocinese, 
a célula terá 20 cromossomos. 
 
5. (Rennólogia Original) A figura a 
seguir utiliza bonecos de Lego para 
representar um fenômeno biológico 
característico de um processo de 
divisão celular. 
 
Sobre o fenômeno, é correto afirmar 
que: 
a) Trata-se da permutação, fenômeno 
próprio da prófase II da meiose, que 
atua diretamente na probabilidade 
genética dos processos reprodutivos. 
b) Trata-se do crossing over, que 
ocorre durante uma subfase da 
metáfase I entre cromossomos não 
homólogos. 
c) Ocorre entre cromossomos 
homólogos durante a prófase da 
primeira fase de uma divisão reducional. 
d) É característica de divisões celulares 
conservativas, que buscam formar 
quatro células filhas diploides. 
e) Trata-se da subfase conhecida como 
diplópteno da prófase II de uma divisão 
celular responsável por formar gametas 
em vegetais. 
 
6. (FUVEST) Considere os eventos 
abaixo, que podem ocorrer na mitose ou 
na meiose: 
I. Emparelhamento dos cromossomos 
homólogos duplicados. 
II. Alinhamento dos cromossomos no 
plano equatorial da célula. 
III. Permutação de segmentos entre 
cromossomos homólogos. 
IV. Divisão dos centrômeros resultando 
na separação das cromátides irmãs. 
 
No processo de multiplicação celular 
para reparação de tecidos, os eventos 
relacionados à distribuição equitativa do 
material genético entre as células 
resultantes estão indicados em: 
 
 
 83 
a) I e III, apenas. 
b) II e IV, apenas. 
c) II e III, apenas. 
d) I e IV, apenas. 
e) I, II, III e IV. 
 
 
 
 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 84 
7. CITOLOGIA: CADEIAS METABÓLICAS 
 
 Como já abordado no primeiro 
capítulo, o metabolismo é um conjunto 
de reações químicas realizado pelas 
células, mediados por enzimas e 
característica fundamental do estado de 
vida. 
 Os seres vivos apresentam uma 
vasta quantidade de cadeias ou vias 
metabólicas, responsáveis por produzir 
matéria orgânica, gerar e armazenar 
energia, neutralizar substâncias tóxicas, 
entre outras funções. 
 De forma geral, o metabolismo 
essencial para a vida é composto por 
vias que transformam energia do 
ambiente em energia química na forma 
de matéria orgânica, que é degradada 
em vias que liberam a mesma energia 
para as funções celulares. 
 Para as células, a energia é 
sinônimo de adenosina trifosfato 
(ATP), uma molécula formada por uma 
união entre a base nitrogenada adenina, 
uma ribose e três fosfatos inorgânicos. 
 A quebra da ligação entre os 
íons fosfato faz com que ocorra a 
liberação de energia contida na 
molécula. Ao ocorrer tal processo, uma 
adenosina trifosfato se torna uma 
adenosina difosfato, que pode perder 
mais um íon e se tornar adenosina 
monofosfato. 
 No processo contrário, a energia 
liberada nas reações é captada pelo 
ADP, fazendo-o ligar-se a um fosfato 
inorgânico e gerar um ATP. Dessa 
forma, é possível relacionar tais 
moléculas como uma espécie de pilha 
celular. 
 
7-1: Estrutura de uma molécula de ATP. 
 
7.1 FOTOSSÍNTESE 
 A fotossíntese é uma via 
metabólica que se resume na conversão 
da energia luminosa em química, 
armazenada pela produção de matéria 
orgânica. A palavra tem origem no 
idioma grego, somando os termos foto 
(luz) e súnthesis (combinação, junção). 
 A via é característica de plantas 
e de algas, seres autótrofos, que 
produzem mais que o necessário para 
seu consumo e, consequentemente, 
tornam-se base das cadeias e teias 
alimentares dos ecossistemas, 
produzindo toda a energia que será 
utilizadas pelos seres vivos neles 
presentes. 
 De maneira simplificada, a 
fotossíntese utiliza a água e dióxido de 
carbono para produção de oxigênio 
molecular e glicose, tendo a reação 
representada pela seguinte equação: 
 
 
 85 
 A organela responsável pela 
realização da fotossíntese é o 
cloroplasto, que divide a via em duas 
etapas: a fase fotoquímica (clara ou 
luminosa) e a fase química (escura ou 
fixação de carbono. 
 A fase fotoquímica ocorre por 
meio da ação dos fotossistemas, 
porção dos cloroplastos nas quais 
encontram-se as clorofilas a e b, além 
dos carotenoides. Existem dois tipos de 
fotossistema, o I, que absorve ondas 
luminosas de 700 nm, e o II, que absorve 
ondas de 680 nm. 
 A energia luminosa é captada 
por uma região denominada complexo 
antena, que a transfere para outra 
região, denominada centro de reação. A 
energia atinge, inicialmente, o 
fotossistema II, excitando a molécula de 
clorofila, que perde elétrons para um 
receptor. Para evitar que a molécula 
fique instável e seja perdida, 
interrompento a frequência da reação, 
elétrons oriundos da quebra (fotólise) de 
uma molécula de água são utilizados 
para a reposição. Na reação também são 
liberados íons hidrogênio (H+). O 
oxigênio originado une-se a outro para 
formação de oxigênio molecular. 
 Os elétrons excitados do 
fotossistema I induzem a fosforilação, 
responsável pela produção de ATP, e 
são capturados pela coenzima NADP+ e 
formando NADPH com os íons H+ 
provenientes da fotólise da água. A 
substituição que garantirá a estabilidade 
da molécula será realizada pelos 
elétrons provenientes do fotossistema II. 
 A neutralização dos íons H+ é 
fundamental para manutenção do pH do 
sistema. Como a via é contínua, é 
fundamental que as coenzimas sejam 
liberadas, alocando os íons e os elétrons 
em novas moléculas. 
 É para atender tal necessidade 
que a fase química tem início.Em 
conjunto com o ATP, as NADPH são 
utilizadas para reduzir o dióxido de 
carbono, em uma série de reações 
conhecida como Ciclo de Calvin. 
 Nessa etapa, três moléculas de 
CO2 unem-se a três moléculas de 
ribulose-1,5-bifosfato, que converte-se 
em 3-fosfoglicerato e, por fim, em 
gliceraldeído-3-fosfato (PGAL). 
 É o PGAL que será utilizado para 
a produção de glicose, sacarose e 
amido. 
 A cada ciclo, são formadas 6 
moléculas de PGAL, das quais uma 
segue para a formação de açúcares, 
enquanto outras 5 são convertidas em 3 
moléculas de ribulose-1,5-fosfato, para a 
ficação de mais moléculas de dióxido de 
carbono. 
 
 
7-2: Representação das duas etapas da 
fotossíntese, ocorrida nos cloroplastos de algas 
e plantas. 
 
 86 
7.2 QUIMIOSSÍNTESE 
 Muitos seres autótrofos não 
possuem a capacidade de realizar a 
fotossíntese ou estão sem acesso a uma 
fonte luminosa. Para garantir sua 
sobrevivência, tais seres realizam a 
quimiossíntese, via capaz de retirar a 
energia para produção de compostos 
orgânicos de compostos inorgânicos. 
 A organização das reações de 
quimiossíntese são semelhantes à 
organização da fossíntese. Na primeira 
etapa ocorre a oxidação das substâncias 
inorgânicas, com fosforilação, produção 
de ATP e formação de NADPH. Na 
segunda etapa há a redução do CO2, 
formando a matéria orgânica. 
 Os principais representantes dos 
seres quimiossintetizantes encontram-se 
no Reino Monera, que engloba bactérias 
e arqueas. De acordo com a substância 
orgânica utilizada como fonte de energia, 
estes seres podem ser classificados 
como: 
• Nitrobactérias – oxidam o nitrogênio, 
fazendo parte de seu ciclo 
biogeoquímico; 
• Ferrobactérias – oxidam o ferro; 
• Sulfobactérias – oxidam o enxofre. 
 
7.3 VIA GLICOLÍTICA 
 Como visto em capítulos 
anteriores, a glicose é a principal fonte 
de energia utilizada pelos seres vivos, 
sendo um monossacarídeo de fácil 
metabolismo e um rendimento (em 
geração de ATP) satisfatório para que 
todas as funções celulares possam ser 
executadas. 
 Uma vez no citoplasma das 
células, a glicose passa por uma via de 
oxidação, a glicólise ou via glicolítica. 
O objetivo da via é quebrar a molécula de 
glicose, com 6 carbonos, em duas 
moléculas de piruvato (ou ácido 
pirúvico), que poderá ser encaminhada 
para outras vias com objetivo de produzir 
ATP. 
 Ao iniciar a cadeia metabólica, a 
glicose passa por uma reação de 
fosforilação, adicionando um fosfato 
inorgânico de um ATP (que passa para 
ADP) ao sexto carbono da molécula, 
formando a glicose-6-fosfato. A 
formação desse composto na via 
funciona como um grande cruzamento 
de cadeias diferentes, partindo dela a 
formação de pentoses, do glicogênio e 
também sendo o ponto comum da 
conversão da galactose. 
 No decorrer da glicólise, forma-
se a frutose-1.6-bifosfato, com gasto de 
mais um ATP e a quebra em G-3-P e em 
diidroxicetona-P, que serão convertidas 
em piruvato posteriormente. Ao fim da 
oxidação, para cada molécula de glicose 
são formados 2 ATP’s (de saldo), 2 
NADH (redução da NAD+), 2 moléculas 
de água e 2 moléculas de piruvato. 
A frutose, obtida principalmente no 
consumo da sacarose, também passa 
por uma conversão, porém, diferente da 
galactose, é quebrada em dois 
compostos de 3 carbonos, tendo como 
ponto comum a formação de G-3-P. 
 A primeira parte da oxidação da 
glicose é conhecida como fase de 
investimento energético, enquanto a 
segunda trata-se da compensação 
energética.
 
 87 
 
7-3: Esquema resumido da via glicolítica, tendo como destaque a formação da glicose-6-fosfato, a 
quebra da molécula e a formação de piruvato. 
7.4 GLICOGÊNESE 
 Quando a glicose circulante é 
superior à necesisdade do organismo, 
parte da glicose-6-fosfato da via 
glicolítica é utilizada para a produção de 
glicogênio, polissacarídeo de reserva 
animal, em uma via denominada 
glcogênese. 
 Nessas condições, nas quais 
ocorrem a quebra da glicose continua, há 
um cenário ideal para que as enzimas 
participantes da produção de glicogênio 
sejam ativadas, permitindo que ambas 
as vias ocorram em paralelo. 
 
7-4: Organização da glicogênese e, no sentido 
contrário, da glicogenólise. 
 Quando os níveis de insulina 
circulante são baixos, tendo a 
predominância dos hormônios glucagon 
e adrenalina no organismo, as células 
(principalmente hepáticas e fibras 
musculares), realizam via que busca 
aumentar a glicose circulante, 
quebrando o glicogênio. 
 A glicogenólise, vai retirar 
monômeros do polímero glicogênio e 
devolver para a via glicolítica a glicose-6-
fosfato. 
 
7.5 CICLO DE KREBS 
 O ciclo de Krebs é uma via do 
metabolismo energético aeróbico, 
realizada na matriz mitocondrial, 
utilizado para concluir a oxidação da 
glicose e reduzir uma grande quantidade 
de coenzimas. 
 Para que o ciclo tenha início, o 
piruvato produzido na via glicolítica 
passa pelo processo de oxidação, 
liberando um dióxido de carbono e 
reduzindo uma NAD+ em NADH. O 
processo é mediado pela coenzima A, 
tendo como resultado uma molécula de 
acetil-CoA, que fará o ingresso no ciclo 
de Krebs. 
 Por meio de uma cadeia 
carbônica que adere-se ao acetil, o ciclo 
é composto por reações que visam 
eliminar, também como CO2, os dois 
carbonos restantes, retornando à cadeia 
original para reinício da via. 
 
 88 
 
 
7-5: Representação da oxidação do piruvato e das etapas do ciclo de Krebs, responsável pelo término da 
quebra da glicose e pela redução de coenzimas NAD e FAD. 
 O acetil-Coa une-se, no início do 
ciclo, com o ácido oxalacético, liberando 
a coenzima A e formando o ácido cítrico 
(citrato) de seis carbonos, que, 
posteriormente, é hidratado, perde um 
carbono, reduz uma coenzima NAD+ em 
NADH e forma o ácido alfacetoglutárico, 
de cinco carbonos. 
 A próxima etapa, que também 
reduz uma NAD+, é mais uma vez 
mediada pela coenzima A, liberando o 
último carbono oriundo da glicose e 
formando o succinil-CoA, de quatro 
carbonos.. 
 A partir deste ponto, o ciclo visa 
retomar a molécula de ácido oxalacético 
(oxalato), para unir-se a mais um acetil-
CoA. 
 A formação do ácido succiníco 
(succinato), etapa seguinte, se dá pela 
perda da coenzima. A reação também 
gera energia, capturada por uma 
guanosina difosfato (GDP), que forma 
uma guanosina trifosfato (GTP). A 
energia guardada por essa molécula é 
transitória, pois é transferida para uma 
adenosina, formando ATP. 
 As duas próximas reações 
transformarão o ácido succínico em 
ácido málico (malato), reduzindo uma 
coenzima FAD em FADH2. Por fim, o 
ácido málico reduz mais uma NAD+ e o 
ácido oxalacético é formado. 
 Como resultado final, uma 
glicose que termina sua oxidação no 
ciclo de Krebs produz 6 coenzimas 
NADH, 2 FADH2 e 2 ATP’s, resultados 
da transferência de 2 moléculas de GTP. 
As moléculas de dióxido de carbono, 
tanto da oxidação do piruvato quanto do 
ciclo, são difundidas para o meio externo 
da célula. 
 
 89 
7.6 CADEIA RESPIRATÓRIA 
 O metabolismo energético de 
uma célula é um processo ininterrupto. É 
fundamental que os organismos sempre 
produzam ATP a partir da oxidação da 
matéria orgânica, permitindo que haja 
sempre a disponibilidade de energia para 
sua fisiologia. 
 Em tal conceito, a cadeia 
respiratória ganha duas fundamentais 
funções no processo metabólico: é a via 
que mais produz ATP e é a responsável 
por oxidar as coenzimas para que 
possam retornar às vias anteriores. 
 A oxidação das coenzimas 
ocorre na membrana interna da 
mitocôndria, na qual será encontrada a 
cadeia transportadora de elétrons, 
formada por quatro complexos 
enzimáticos, coenzima Q e o citocromo 
c. 
 Os elétrons são transportados 
por toda a cadeia até reduzirem um Fe+3 
para Fe+2. No final da cadeia, o oxigênio, 
aceptor definitivo dos elétrons, une-se a 
dois íons H+ e forma água. 
 Osíons hidrogênio também são 
bombeados pelos complexos 
enzimáticos da cadeia transportadora de 
elétrons, ganhando o espaço 
intermembranas. Tal processo é 
responsável por um potencial elétrico na 
membrana interna e pela diferenciação 
do pH dos meios. 
 Seguindo o gradiente, é natural 
que os íons H+ retornem à matriz, o que 
ocorre por intermediação da enzima ATP 
sintase, que utiliza a energia de tal 
retorno para realizar a fosforilação 
oxidativa, gerando ATP. 
 
7-6: modelo resumido da cadeia transportadora 
de elétrons e da fosforilação oxidativa, com a 
reoxidação das enzimas, a formação de água e 
formação de ATP. 
 Como resultado final, a completa 
oxidação da glicose - contemplando a via 
glicolítica, o ciclo de Krebs e a cadeia 
respiratória - produz, para cada molécula 
o total de 38 ATP’s e 6 moléculas de 
água e 6 moléculas de CO2. 
 
7.7 FERMENTAÇÃO 
 Com a formação do piruvato da 
via glicolítica, muitos organismos 
realizam o processo de fermentação, 
via metabólica executada na ausência do 
oxigênio. Não há produção de energia e 
sim a condição de continuidade da 
quebra da glicose, que geta 2 ATP’s de 
saldo. 
 As vias fermentadoras 
ocorrem no citoplas das células e podem 
ser encontrados em três variações 
básicas: alcoólica, lática e acética. 
 A fermentação alcoólica é 
muito comum em leveduras e algumas 
bactérias, utilizando o piruvato para 
produção de etanol (álcool etílico) e gás 
carbônico. Para tanto, o piruvato é 
oxidado, libera um de seus carbonos da 
 
 90 
cadeia e forma acetaldeído, que, 
posteriormente, formará o etanol, 
reoxidando uma NADH em NAD+, que 
retorna para a via glicolítica. 
 
7-7: Via da femrentação alcoólica a partir da 
formação do piruvato. 
 Esse tipo de fermentação é 
muito utilizado pela indústria alimentícia 
no crescimento e aeração de massas e 
na produção de bebidas como vinhos e 
cervejas. 
 Alguns organismos dão 
sequência à via, adicionando uma etapa 
à ela, convertendo o etanol em ácido 
acético (acetato). Nesses casos, comuns 
para os gêneros bacterianos da família 
Pseudomonaceae, há a caracterização 
da fermentação acética. 
 A fermentação lática é comum 
para bactériasm principalmente para os 
lactobacilos, que utilizam a lactose 
(dissacarídio composto por glicose e 
galactose) como sua principal fonte de 
energia nutricional. 
 Nesse tipo de fermentação, o 
piruvato é convertido em ácido lático 
(lactato), sem a liberação dióxido de 
carbono, por se tratar de uma molécula 
de cadeia composta por 3 carbonos. Na 
conversão, também ocorre a reoxidação 
de uma NADH em NAD+. 
 Os músculos também são 
capazes de realizar a fermentação lática 
em anaerobiose, sendo o acúmulo de 
ácido o responsável pela sensação de 
fadiga e dor muscular após exercícios 
intensos. 
 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (UEA) A equação 
 
C6H12O6 → 2C3H4O3 + 2ATP 
 
ilustra uma etapa do metabolismo 
energético em que, a partir de uma 
molécula de glicose, são obtidas duas 
moléculas de ácido pirúvico e um saldo 
de duas moléculas de adenosina 
trifosfato. 
Essa reação ocorre: 
a) após o ciclo de Krebs, durante a 
respiração celular. 
b) no início da cadeia respiratória, 
durante a respiração celular. 
c) após a cadeia respiratória, durante a 
respiração celular. 
d) no início da fermentação e da 
respiração celular. 
e) no final da fermentação e da 
respiração celular. 
 
 91 
2. (UECE) Considerando o processo da 
fotossíntese, escreva V ou F conforme 
seja verdadeiro ou falso o que se afirma 
nos itens abaixo. 
( ) As reações dependentes da luz 
ocorrem na fase fotoquímica. 
( ) Na fase bioquímica, as moléculas de 
água são clivadas e o O2 é liberado. 
( ) A redução das coenzimas NADP+ 
para NADPH ocorre na fase fotoquímica. 
( ) A energia do ATP é usada para ligar 
o CO2 a uma molécula orgânica na fase 
bioquímica. 
( ) Na fase fotoquímica, o poder redutor 
do NADPH é utilizado para reduzir um 
átomo de carbono a um carboidrato. 
A sequência correta, de cima para baixo, 
é: 
a) V, V, F, V, F. 
b) F, V, F, F, V. 
c) F, F, V, F, V. 
d) V, F, V, V, F. 
 
3. (UFRGS) O ATP atua como um tipo de 
“moeda energética”. 
Considere as seguintes afirmações 
sobre essa molécula. 
I - A molécula é um nucleotídeo 
composto por uma base nitrogenada, 
uma ribose e um grupo trifosfato. 
II - A hidrólise da molécula libera energia 
livre que pode ser utilizada no transporte 
ativo. 
III- A síntese da molécula pode ocorrer 
na ausência de oxigênio, quando a 
glicólise é seguida pela fermentação. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas I e III. 
d) Apenas II e III. 
e) I, II e III. 
 
4. (UEA) As condições ideais para que 
ocorra o processo de produção de ATP, 
realizado pelas mitocôndrias existentes 
nas células humanas, são:________ de 
oxigênio; temperatura próxima de 
______ ºC; e utilização de ___________ 
como fonte de energia. 
 
Assinale a alternativa que completa as 
lacunas do texto. 
a) ausência – 25 – nucleotídeos 
b) presença – 55 – enzimas 
c) ausência – 45 – lipídios 
d) presença – 35 – carboidratos 
e) presença – 65 – aminoácidos 
 
5. (FUVEST) Considere estas três 
reações químicas realizadas por seres 
vivos: 
I. Fotossíntese 
6H2O + 6CO2 → 6O2 + C6H12O6 
II. Quimiossíntese metanogênica 
CO2 +4H2 → CH4 +2H2O 
III. Respiração celular 
6O2 + C6H12O6 → 6H2O + 6CO2 
A mudança no estado de oxidação do 
elemento carbono em cada reação e o 
tipo de organismo em que a reação 
ocorre são: 
 
 
 92 
a) 
I - redução; autotrófico. 
II - redução; autotrófico. 
III - oxidação; heterotrófico e autotrófico. 
b) 
I - oxidação; autotrófico. 
II - oxidação; heterotrófico. 
III - oxidação; autotrófico. 
c) 
I - redução; autotrófico. 
II - redução; heterotrófico e autotrófico. 
III - redução; heterotrófico e autotrófico. 
d) 
I - oxidação; autotrófico e heterotrófico. 
II - redução; autotrófico. 
III - oxidação; autotrófico. 
e) 
I - oxidação; heterotrófico. 
II - oxidação; autotrófico. 
III - redução; heterotrófico. 
 
6. (UECE) Todos os seres vivos 
necessitam de energia para viver e para 
isso realizam processos metabólicos 
variados. Enquanto organismos mais 
complexos realizam respiração aeróbica 
para obter energia, alguns 
microrganismos, como bactérias e 
fungos, utilizam a fermentação. Com 
relação aos processos existentes no 
mundo vivo para a obtenção de energia, 
analise as afirmativas a seguir. 
 
I. A glicose é o combustível inicial tanto 
da respiração quanto da fermentação. 
II. Os vegetais fazem fotossíntese 
durante o dia e respiram apenas à noite. 
III. As leveduras fermentam açúcares 
para produzir ácido lático. 
IV. Como os microrganismos precisam 
se multiplicar com rapidez, realizam 
fermentação, processo mais eficiente 
com relação ao balanço energético do 
que a respiração aeróbia, pois é mais 
rápido. 
 
É correto o que se afirma em 
a) I, II e IV, apenas. 
b) I, apenas. 
c) I, II e III, apenas. 
d) III, apenas. 
 
7. (UNESP) Os elementos químicos 
hidrogênio e oxigênio estão presentes 
em todos os seres vivos. A combinação 
destes elementos pode formar a água, 
fundamental para a vida, assim como a 
água oxigenada, tóxica para as células. 
As equações químicas a seguir são 
exemplos de reações que ocorrem em 
seres vivos e que envolvem os 
elementos hidrogênio e oxigênio. 
 
1. água → oxigênio + íons de hidrogênio 
2. água oxigenada → água + gás 
oxigênio 
3. oxigênio + íons de hidrogênio → água 
 
 
 93 
As reações químicas 1, 2 e 3 ocorrem, 
respectivamente, em 
a) cloroplastos, peroxissomos e 
mitocôndrias. 
b) peroxissomos, mitocôndrias e 
cloroplastos. 
c) mitocôndrias, peroxissomos e 
cloroplastos. 
d) mitocôndrias, cloroplastos e 
peroxissomos. 
e) cloroplastos, mitocôndrias e 
peroxissomos. 
 
8. (Rennólogia Original)Entre os protagonistas de mangás 
shonen, três destacam-se, não só pelo 
poder e carisma, mas pelo apetite 
insaciável. Monkey D. Luffy de One 
Piece, Naruto e Goku de Dragon Ball, 
em diversos episódios, devoram 
verdadeiros banquetes com incrível 
sagacidade. 
O que, muitas vezes, parece uma 
estratégia narrativa para momentos 
cômicos, tem verdadeira base científica, 
afinal de contas os três dependem de 
grandes quantidades de energia em 
suas habilidades especiais, seja o esticar 
do corpo de Luffy, a liberação do KI de 
Goku ou a concentração de energia de 
Naruto para realizar o rasengan. 
 
Tomando tais características como base, 
é esperado que as células das três 
personagens tenham como 
característica: 
a) síntese proteica elevada para 
produção de enzimas da glicogênese, 
elevado número de mitocôndrias e alta 
difusão de gás carbônico para o interior 
da célula. 
b) síntese proteica reduzida para 
produção de enzimas da glicogênese, 
elevado número de mitocôndrias e alta 
difusão de oxigênio para o exterior da 
célula. 
c) síntese proteica elevada para 
produção de enzimas da via glicolítica, 
elevado número de mitocôndrias e alta 
difusão de gás carbônico para o exterior 
da célula. 
d) síntese proteica elevada para 
produção de enzimas da glicogênese, 
reduzido número de mitocôndrias e alta 
difusão de oxigênio para o interior da 
célula. 
e) síntese proteica elevada para 
produção de enzimas da via glicolítica, 
elevado número de mitocôndrias e alta 
difusão de gás carbônico para o interior 
da célula. 
 
 
 94 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 95 
8. HISTOLOGIA: OS TECIDOS DO ORGANISMO 
 
 Nos seres pluricelulares, as 
células unem-se em conjuntos para que 
possam atuar em prol do organismo, 
formando os tecidos. 
 Os tecidos são classificados em 
quatro tipos: epitelial, conjuntivo, 
muscular e nervoso; cada um com suas 
celulas específicas e com sua 
composição da matriz extracelular, 
conjunto de substâncias que se encontra 
no interstício (espaço entre as células). 
 
8.1 TECIDO EPITELIAL 
 O tecido epitelial, ou somente 
epitélio, é formado por células 
justapostas (muito próximas umas das 
outras), com pouca matriz extracelular, 
sem vascularização, o que o torna 
dependente do tecido conjuntivo 
adjacente para nutrição. Entre ambos os 
tecidos existe uma estrutura colágena, a 
lâmina basal, que permite a troca 
seletiva de substâncias. 
 A proximidade das células e a 
manutenção de uma quantidade muito 
pequena de matriz é garantida por 
estruturas conhecidas como junções 
celulares, classificadas como: 
• Junções de adesão – formada por 
proteínas caderinas que podem se 
ancorar na actina do citoesqueleto 
(desmossomos) e permitem a coesão 
dos epitélios; 
• Zônula de oclusão – região de fusão 
das mambranas celulares de células 
adjacentes; 
• Junções comunicantes – formam 
canais que permitem a comunicação 
entre citoplasmas de células adjacentes, 
abrindo e fechando de acordo com 
estímulos recebidos. 
 
 
8-1: Representação das junções celulares encontradas no tecido epitelial. 
 
 96 
A) TIPOS DE EPITÉLIOS 
 A principal função do tecido 
epítelial é revestir as estruturas do 
organismo, proporcionando proteção 
contra microrganismos ou perda hidrica. 
Para tanto, os epitélios podem 
apresentar variedade morfológica de 
células da quantidade de camadas que 
estas formam. 
 Morfologicamente, as células 
epiteliais podem ser pavimentosas 
(achatadas), cúbicas ou cilíndricas 
(primáticas). Dependendo do epitélio, na 
face voltada à luz, polo contrário à lâmina 
basal, pode-se encontrar cílios e 
microvilosidades (projeções que 
aumentam a superfície de contato). 
 Quanto às camadas, os epitélios 
podem ser simples (apenas uma 
camada), estratificados (várias 
camadas) ou pseudoestratificados, um 
epitélio simples de células prismáticas 
que possui núcleos em posições 
diferentes de cada células, dando a 
impressão de camadas. 
 De acordo com os tipos de 
células e com o número de camadas, os 
principais epitélios do organismo são: 
• Pavimentoso simples – presente 
nos vasos sanguíneos; 
• Cúbico simples – encontrados nos 
túbulos renais; 
• Cilíndrico (ou prismático) simples 
– presente na luz do trato digestório; 
• Pseudoestratificado cilíndrico 
ciliado – presente na traquéia e 
brônquios; 
• Epitélio de transição – encontrado 
na bexiga urinária; 
• Epitélio pavimentoso estratificado 
– queratinizado, presente na pele. 
 
8-2: Modelo esquemático dos principais epitélios 
do organismo 
 
 97 
 
8-3: Epitélios glandulares exócrinos e endócrinos. 
B) EPITÉLIOS GLANDULARES 
 Alguns epitélios especiais 
multiplicam-se em diereção ao tecido 
conjuntivo e ganham, dessa forma, 
acesso à corrente sanguínea, que lhe 
confere uma maior nutrição e, 
consequentemente, a capacidade de 
produzir diversas substâncias para 
secreção. 
 Os epitélios glandulares, como 
são chamados, são responsáveis pela 
produção de hormônios, de ceras, de 
soluções salinas (como o suor), de leite, 
de enzimas digestivas e uma grande 
quantidade de secreções. 
 De acordo com o local onde 
lançam a secreção, as glândulas, e 
consequentemente os epitélios 
glandulares, são classificadas da 
seguinte maneira: 
• Glândulas endócrinas – secretam na 
corrente sanguínea, tais como a 
hipófise, a tireoide, o timo, os 
testículos, o ovário e as suprarrenais; 
• Glândulas exócrinas – secretam, por 
meio de um canal, para o lado externo 
do tecido, seja para a luz de um 
sistema ou para fora do organismo, 
tais como glândulas sudoríparas, as 
glândulas sebáceas, as glândulas 
mamárias e nas glândulas salivares; 
• Glândulas Mistas, mesócrinas ou 
anfícrinas – possuem secreções 
endócrinas e exócrinas, tendo como 
principal exemplo o pâncreas, 
responsável pela produção dos 
hormônios insulina e glucagon, 
lançados na coorente sanguíne, e 
pela produção do suco pancreático, 
rico em enzimas e liberado no 
duodeno, primeira porção do intestino 
delgado. 
 
 
 98 
Pessoas que não 
transpiram sofrem com 
altas temperaturas 
 
8.2 TECIDO CONJUNTIVO 
 O tecido conjuntivo é o mais 
diversificado do organimo, formado por 
grande quantidade de matriz extracelular 
composta pela substância 
fundamental e três tipos de fibras: 
colágenas, elásticas e reticulares. 
 As fibras colágenas são 
compostas por colágeno, uma proteína 
que confere flexibilidade e resistência ao 
tecido. O mesmo colágeno associa-se a 
glicoproteínas para formação das fibras 
reticulares, que atuam na sustentação 
de órgãos. 
 As fibras elásticas são as mais 
flexíveis, formadas por elastina, capazes 
de retornar à forma orginal após serem 
submetidas à pressão. 
 A substância fundamental tem 
perfil hidrofílico, composta por 
glicosaminoglicas, como o ácido 
hialurônico, proteoglicanas e 
glicoproteínas de adesão, que realizam 
interação célula-matriz. 
 O tecido conjuntivo tem como 
função realizar a união de tecidos, 
preencher e sustentar as estruturas do 
corpo. Mesmo possuindo variações, há 
um modelo padrão, o tecido conjuntivo 
propriamente dito, que pode ser 
classificado como frouxo ou denso. 
 O tecido conjuntivo frouxo 
nutre epitélios, preenche espaços do 
organismo e faz parte da composição de 
diversos órgãos. Possui considerável 
quantidade de células e sua matriz 
apresenta pouca quantidade de fibras 
colágenas, o que o torna flexível. 
 Com grande quantidade de 
matriz e abundância de fibras colágenas, 
o tecido conjuntivo denso tem maior 
resistência a choques mecânicos, menor 
quantidade de células e pode ser não 
modelado, com as fibras sem 
organização padrão, ou modelado, com 
as fibras dispostas em feixes. 
 O tecido conjuntivodenso não 
modelado está presente em órgãos 
como o fígado e o baço, além da derme, 
camada profunda da pele. Já o tecido 
conjuntivo denso modelado é encontrado 
nos tendões e ligamentos. 
 Quanto aos tipos celulares, a 
variação dos tecidos conjuntivos, 
diferente dos epitélios, vai além da 
morfologia das células, que se 
diferenciam também pelas funções que 
desempenham. 
 As células mais comuns do 
tecido conjuntivo são os fibroblastos, 
células jovens que sintetizam a matriz 
extracelular. Sua estrutura apresenta 
diversos prolongamentos e o citoplasma 
tem grande desenvolvimento do retículo 
endoplasmático e do complexo 
golgiense. Ao diminuirem sua atividade 
e, consequentemente, envelhecer, os 
fibroblastos transformam-se em 
fibrócitos. 
 Três tipos celulares atuam na 
defesa do tecido. Os macrófagos, tipo 
mais ativo, são amebóides (sem forma 
definida), com grande ação fagocitária. 
Os mastócitos são produtores de 
mediadores químicos, como a histamina, 
atuando nas reações alérgicas e nos 
processos inflamatórios. Presentes em 
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/02/pessoas-que-nao-transpiram-sofrem-com-altas-temperaturas-do-verao.html
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/02/pessoas-que-nao-transpiram-sofrem-com-altas-temperaturas-do-verao.html
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https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/02/pessoas-que-nao-transpiram-sofrem-com-altas-temperaturas-do-verao.html
https://super.abril.com.br/historia/no-tempo-dos-corsarios-e-piratas
 
 99 
menor quantidade, os plasmócitos, 
terceiro tipo celular de defesa dos 
tecidos conjuntivos, são responsáveis 
pela produção das imunoglobulinas, os 
anticorpos. 
 Além do tecido conjuntivo 
propriamente dito, o organismo 
apresenta variações especiais deste 
tecido, nas quais destacam-se os tecidos 
adiposo, cartilaginoso, ósseo e 
sanguíneo. 
 
A) TECIDO ADIPOSO 
 O tecido adiposo é responsável 
pela principal reserva energética do 
organismo, armazenando em suas 
células, os adipócitos, grandes 
quantidades de triacilglicerol. Na 
hipoderme, a reserva atua de forma 
fundamental na manutenção da 
temperatura corporal e na proteção 
contra choques mecânicos. 
 Os adipócitos são classificados 
como uniloculares, quando armazenam 
a gordura preenchendo todo o 
citoplasma, e multilocular, quando há a 
fragmentação da gordura no citoplasma. 
 
B) TECIDO CARTILAGINOSO 
 Caracterizado por apresentar 
uma matriz extracelular rígida, com 
grande quantidade de fibras colágenas e 
glicosaminoglicanas, o tecido 
cartilagionoso atua sustentando 
tecidos moles, revestindo articulações e 
auxiliando o crescimento ósseo. 
 A secreção da matriz é realizada 
pelos condroblastos, com grande 
atividade de síntese proteica. Uma vez 
que encontram-se circindadas pelo 
resultado de sua produção, os 
condroblastos transformam-se em 
condrócitos, que reservam lipídios e 
glicogênio. 
 O tecido cartilaginoso não possui 
vascularização e, como os epitélios, 
necessita de um tecido conjuntivo, o 
pericôndrio, para realizar sua nutrição. 
Para as cartilagens articulares, ligadas 
aos ossos, a nutrição e a excreção são 
realizadas por meio do liquido sinovial, 
que também lubrifica o tecido e evita 
desgaste por atrito. 
 
C) TECIDO ÓSSEO 
 O mais rígido tecido conjuntivo, 
com matriz mineralizada, o tecido ósseo 
sustenta o organismo, permite, em 
conjunto com o tecido muscular, uma 
grande quantidade de movimentos e 
protege órgãos importantes, como 
pulmões o coração. 
 A matriz óssea é composta por 
fibras colágenas e íons cálcio e fosfato, 
responsáveis por sua mineralização. Sua 
estrutura contém lacunas nas quais se 
encontram os osteócitos, células que 
atuam na manutenção e, a exemplo das 
células epiteliais, podem apresentar 
junções comunicantes. 
 A síntese da parte orgânica da 
matriz é realizada pelos osteoblastos, 
que também produzem substâncias que 
atuam na mineralização. Como ocorre 
nas cartilagens, mais precisamente na 
relação entre condroblastos e 
condrócitos, os osteoblastos 
transformam-se em osteócitos quando 
sua estrutura está completamente 
envolta pela matriz. 
 
 100 
 Um terceiro e fundamental tipo 
de células também é encontrado no 
tecido ósseo. Conhecidas como 
osteoclastos, tais células são 
responsáveis pela reabsorção óssea, 
permitindo a reparação e o crescimento 
dos ossos. 
 
Osteogênese imperfeita: a 
doença conhecida como 
ossos de vidro 
 
 O tecido ósseo possui dois tipos 
de subclassificação, levando em 
consideração aspectos macro e 
microscópicos. 
 A primeira subclassificação, a 
macroscópica, separa o tecido em 
compacto e esponjoso, de acordo com 
as cavidades visíveis apresentadas. Já a 
outra classificação, microscópica, leva 
em consideração a formação do tecido, 
sendo denominado primário ou não 
lamelar o primeiro, formado com fibras 
colágenas irregulares e grande 
quantidade de osteócitos. Já o tecido 
secundário ou lamelar apresenta 
organização das fibras e os sistemas de 
Havers, que abrigam canais de vasos 
sanguíneos e nervos, comunicando-se 
com a porção mais interna dos ossos, a 
medula. 
 
D) TECIDO SANGUÍNEO 
 Único tecido líquido do 
organimo, o tecido sanguíneo tem suas 
células originadas na medula óssea 
vermelha onde se localiza o tecido 
hematopoietico, formado por células 
pluripotentes. 
 A matriz extracelular do sangue 
é denominada plasma, ocupando mais 
da metade do volume do tecido e sendo 
formada essencialmente de água (mais 
de 90% da composição). É no plasma 
que são transportados, por todo 
organismo, nutrientes, anticorpos, 
diversas proteínas, hormônios, a maior 
parte do dióxido de carbono e excretas. 
 A coloração vermelha do sangue 
é originada pela grande quantidade de 
hemoglobina presente em sua 
composição, uma proteína quaternária 
que contém ferro em sua molécula. A 
hemoglobina atua no transporte de 
oxigênio pelo organismo, fundamental 
para o metabolismo energético, 
apresentando-se contida dentro das 
hemácias ou glóbulos vermelhos, 
células anucleadas com formato de disco 
bicôncavo. 
 
8-4: Estrutura morfológica de uma hemácia. 
 O tecido sanguíneo está 
presente na maior parte do organismo e, 
por esse motivo, necessita de uma linha 
de defesa eficaz. Além de proteínas, 
como anticorpos e sistema 
complemento, que serão discutidas em 
capítulos posteriores, há um conjunto de 
células imunológicas, os leucócitos, 
capazes de identificar e neutralizar 
antígenos. 
 Os leucócitos presentes no 
sangue são: 
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/osteogenese-imperfeita-entenda-a-doenca-conhecida-como-ossos-de-vidro/#:~:text=A%20osteog%C3%AAnese%20imperfeita%2C%20mais%20conhecida,10%20mil%20nascidos%2C%20por%20exemplo.
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/osteogenese-imperfeita-entenda-a-doenca-conhecida-como-ossos-de-vidro/#:~:text=A%20osteog%C3%AAnese%20imperfeita%2C%20mais%20conhecida,10%20mil%20nascidos%2C%20por%20exemplo.
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/osteogenese-imperfeita-entenda-a-doenca-conhecida-como-ossos-de-vidro/#:~:text=A%20osteog%C3%AAnese%20imperfeita%2C%20mais%20conhecida,10%20mil%20nascidos%2C%20por%20exemplo.
 
 101 
• Neutrófilos – presentes em maior 
número, possuem grânulos no 
citoplasma e atuam fagocitando 
antígenos; 
• Linfócitos – sem grânulos no 
citoplasma, os lifócitos podem atuar 
na comunicação e combate de 
células infectadas por parasitas 
intracelulares (tipo T CD4 e T CD8, 
respectivamente) e na produção de 
anticorpos (tipo B); 
• Eosinófilos – apresentam grânulos 
com substâncias tóxicas que atuam 
no combate de parasitas 
macroscópicos, como os vermes, 
também atuam nas alergias; 
• Monócitos – células agranulares de 
ação fagocitária, precursoras dos 
macrófagos; 
• Basófilos – apresentam grânulos de 
heparinae histamina, participando 
dos processos alérgicos. 
 O terceiro tipo celular presente 
no tecido sanguíneo corresponde às 
plaquetas ou trombócitos, atuantes no 
processo de coagulação, no qual formam 
uma espécie de tampão. Quando 
formado, o tampão plaquetário libera 
substâncias que participam da cascata 
da coagulação, uma cadeia de reações 
que formará o coágulo e conta com a 
participação de proteínas do plasma, da 
vitamina K e do cálcio. 
 As plaquetas não são células 
propriamente ditas e sim fragmentos de 
uma estrutura celular maior, o 
megacariócito. 
 
8-5: Os leucócitos presente no sangue, apresentando, na parte superior da imagem, os granulócitos e, 
na parte inferior, os agranulócitos. 
 
 
 102 
 
8-6: Etapas da coagulação sanguínea, evidenciando cada uma das vias pelas quais o processo pode 
ocorrer.
 A coagulação sanguínea pode 
ter início pela liberação de um fator 
tecidual (via extrínseca) ou por fatores 
presentes no interior dos vasos (via 
intrínseca). Ambas as vias levam à 
ativação do fator X da coaguação, que, 
em conjunto com o fator V, ativará a 
protrombina em trombina que, por sua 
vez, ativará o fibrinogênio em fibrina. 
 É a rede de fibrina, proteína 
plasmática, que atuará em conjunto com 
o tampão plaquetário e formará o 
tampão hemostático do coágulo. 
 Quando a matriz extracelular do 
sangue está sem as proteínas da 
coagulação recebe o nome de soro, 
produzido laboratorialmente para 
processos de imunização passiva. 
 
8.3 TECIDO MUSCULAR 
 O tecido muscular é formado 
por células especializadas com 
capacidade de contração, o que lhe 
permite executar funções relacionadas a 
diversos movimentos, como 
deslocamento, manipulação com 
precisão, a peristalse e manutenção de 
fluxos de líquidos corporais como o 
sangue. 
 A contração ocorre graças ao 
sarcômero presente no citoplasma das 
fibras musculares, uma sequência de 
filamentos de actina que são capazes de 
deslizar por filamentos de miosina. O 
processo é estimulado pelo sistema 
nervoso e envolve gasto energético, ou 
seja, consumo de ATP. 
 
 103 
 
8-7: Atuação do sarcômero na contração 
muscular. 
 No processo de contração, o 
sistema nervoso libera a acetilcolina, 
um neurotransmissor, que se liga a 
receptores de membrana e induz o 
retículo sarcoplasmático (retículo 
endoplasmático liso das fibras 
musculares) a liberar íons cálcio no 
citoplasma, estimulando o encurtamento 
da zona H (espaço entre as os filamentos 
de actina) do sarcômero. 
 Existem três tipos de fibras 
musculares e, consequentemente, de 
músculos: estriado esquelético, estriado 
cardíaco e liso. 
 
A) CARACTERÍSTICAS DO MÚSCULO 
ESTRIADO ESQUELÉTICO 
 Representando a maior parte do 
tecido muscular do organismo, o 
músculo estriado esquelético recebe 
este nome por estar ligado aos ossos, 
com contração rápida e voluntária, sendo 
responsável pela grande variedade de 
movimentos de locomoção e 
manipulação executados pelo 
organismo, além do processo de 
respiração mecânica orientado pelo 
músculo diafragma. 
 As células dos músculos 
estriados esqueléticos são envoltas em 
uma membrana de tecido conjuntivo 
denominada endomísio. Há também 
ação do tecido conjuntivo compondo 
envoltório do conjunto de fibras e de toda 
a estrutura muscular, recebendo os 
nomes de perimísio e epimísio, 
respectivamente. 
 
B) CARACTERÍSTICAS DO MÚSCULO 
ESTRIADO CARDÍACO 
 Como sugere o nome, o 
músculo estriado cardíaco está 
presente no coração, compondo o 
miocárdio. 
 Suas células são uni ou 
binucleadas, apresentam morfologia 
alongada com ramificações, unidas por 
discos intercalares. 
 Assim como o músculo estriado 
esquelético, a contração é rápida, porém 
involuntária e constante, o que demanda 
um grande gasto energético e 
proporciona o bombeamento do sangue 
por todo o organismo. 
 
C) CARACTERÍSTICAS DO MÚSCULO 
LISO 
 Responsável pela peristalse, o 
músculo liso possui contração lenta e 
involuntária, fundamental para o 
funcionamento de órgãos do trato 
digestório e da bexiga urinária. 
 As células da musculatura lisa 
são uninucleadas, afinadas nas pontas e 
espessas na região central, sendo as 
únicas capazes de realizar divisão 
celular em indivíduos adultos. 
 
 104 
 
8-8: Diferenças morfológicas entre as fibras dos 
músuculos estriado esquelético, estriado 
cardíaco e liso. 
8.4 TECIDO NERVOSO 
 O funcionamento do tecido 
nervoso é baseado no controle das 
funções corporais. 
 Para que processos complexos 
sejam executados, o tecido nervoso 
possui os neurônios como sua principal 
célula, apresentando uma estrutura 
especializada realizar o impulso nervoso, 
ou seja, receber, interpretar e receber 
estímulos oriundos do próprio organismo 
ou do meio externo. 
 Um neurônio é composto por um 
corpo celular, no qual concentram-se a 
maior parte das funções citoplasmáticas 
e o núcleo da célula. De sua estrutura 
partem dois tipos de ramificações. Os 
dendritos são responsáveis por receber 
os estímulos, enquanto o axônio 
transmite os estímulos para outros 
neurônios ou órgãos eferentes. 
 Diferente dos dendritos, a 
maioria das células apresentam apenas 
um axônio, isolado eletricamente por 
uma bainha de mielina e ramificado na 
extremidade. Suas ramificações 
possuem uma discreta dilatação, 
configurando o botão pré-sináptico. 
 O impulso nervoso é recebido 
pelos dendritos, passa pelo corpo celular 
e é encaminhado para o axônio, que se 
despolatiza, tornando-se permeável aos 
íons Na+. A despolarização caminha pelo 
axônio até atingir o botão pré-sináptico, 
saltando em grande velocidade pelos 
espaços existentes na bainha de mielina 
(nós neurofibrosos). 
 A comunicação entre neurônios 
ou entre um neurônio e o órgão alvo é 
denominada sinapse. 
 
 105 
 Na sinapse, os botões pré-
sinápticos liberam sustâncias, os 
neurotransmissores, em um espaço 
entre os dois neurônios, ou o neurônio e 
o órgão eferente, conhecido como fenda 
sinpáptica. O neurotransmissores 
ligam-se a receptores da célula alvo e 
fazem seguir o impulso nervoso ou 
induzem uma ação, como já observado 
na contração muscular induzida pela 
acetilcolina. 
 Diferentes neurotransmissores 
induzem diferentes ações no organismo. 
 
8-9: Estrutura morfológica de um neurônio. 
 
 
8-10: Diferença entre a transmissão do impulso nervoso em axônios com ou sem mielina. Ao término da 
despolarização, no botão pré-sinaptico, ocorre a liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica. 
 
 106 
 
8-11: Os diferentes tipos de neurônios encontrados no organismo.
 Os neurônios podem ser 
classificados utilizando dois parâmetros: 
sua morfologia e sua função. 
 Morfologicamente, os neurônios 
podem ser: 
• Multipolares – apresentam diversos 
dendritos e um axônio único; 
• Bipolares – possuem apenas um 
dendrito e um axônio; 
• Pseudo-unipolares – apresentam 
um prolongamento único e bifurcado. 
 Em relação à sua função, os 
neurônios podem ser classificados como 
motores, sensoriais e interneurônios. 
 São denominados neurônios 
motores aqueles que levam o estímulo 
para os órgãos eferentes, como os 
músculos e as glândulas. No caminho 
contrário, recebendo o estímulo do 
próprio organismo ou do meio, estão os 
neurônios sensoriais. A conexão entre 
os dois tipos anteriores é realizada pelos 
interneurônios, que permitem que haja 
ação e reação para os estímulos 
captados. 
 Outras células também estão 
presentes no tecido nervoso, dando 
suporte necessário para que os 
neurônios possam executar suas 
funções. 
 As células da glia, como são 
conhecidas, representam vários tipos 
celulares que desempenham papéis 
diferentes no tecido. 
 Os astrócitos, primeiro tipo de 
gliócito, atuam na nutrição dos 
neurônios, possuindo prolongamentos 
que podem fazer ligação direta com 
capilares, transferindo íons e moléculasdo sangue. 
 A produção da bainha de mielina 
ocorre pelos oligodendrócitos (sistema 
nervoso central) e pelas células de 
Schwann (sistema nervoso periférico). 
 Atuando na defesa do tecido, 
com ação fagocitária, estão as 
micróglias, com tamanho menor que as 
demais células da glia, originadas a partir 
de monócitos produzidos na medula 
óssea, a exemplo do que ocorre com os 
macrófagos. 
 
 107 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (UEFS) Em relação ao tecido epitelial, 
marque com V as afirmativas 
verdadeiras e com F, as falsas. 
 
( ) As células epiteliais recebem 
nutrientes a partir do tecido conjuntivo 
subjacente, uma vez que o tecido 
epitelial não possui vasos sanguíneos. 
( ) Na área de conexão de um epitélio 
com o tecido conjuntivo subjacente, há 
uma matriz acelular rica em proteínas 
denominada lâmina basal. 
( ) O epitélio de revestimento prismático 
pode apresentar microvilosidades e é 
habitual em órgãos relacionados com a 
absorção de nutrientes e água. 
 
A alternativa que indica a sequência 
correta, de cima para baixo, é a 
a) V V V 
b) V V F 
c) V F F 
d) F V F 
e) F F V 
 
2. (UERR) O tecido epitelial de 
revestimento reveste os órgãos externa 
ou internamente. Este tipo de tecido 
epitelial pode ser classificado de acordo 
com o número de camadas de células 
que apresenta. Associe o tipo de tecido 
quanto ao número de camadas: 
 
1- Epitélio pseudoestratificado 
2- Epitélio estratificado 
3- Epitélio simples 
( ) Constituído por uma camada de 
células. 
( ) Constituído por uma camada de 
células com núcleos em diferentes 
alturas, aparentando formar várias 
camadas. 
( ) Constituído por várias camadas de 
células. 
 
Assinale a sequência correta: 
a) 3, 2, 1 
b) 1, 2, 3 
c) 2, 3, 1 
d) 3, 1, 2 
e) 2, 1, 3 
 
3. (UPE) Analise a figura de um corte 
histológico de um tipo especial de tecido 
conjuntivo e as suas características 
descritas no texto. 
 
 
 108 
É um tipo de tecido conjuntivo de 
consistência rígida que tem função de 
sustentação e de revestimento de 
superfícies articulares. Suas células, 
condrócitos e condroblastos, são 
responsáveis pela formação das fibras 
colágenas e da substância intercelular, 
denominada de matriz. Assinale a 
alternativa que indica corretamente o 
tecido correspondente 
a) Tecido adiposo. 
b) Tecido cartilaginoso. 
c) Tecido epitelial. 
d) Tecido ósseo. 
e) Tecido sanguíneo. 
 
4. (URCA) São exemplos de células 
presentes no tecido cartilaginoso: 
a) Condrócitos e condroblastos 
b) Melanócitos e mielócitos 
c) Trombócitos e trombina 
d) Osteócitos e osteoblastos 
e) Fibrócitos e mieloblastos 
 
5. (UNICAMP) O tecido muscular 
cardíaco apresenta fibras 
a) Lisas, de contração voluntária e 
aeróbia. 
b) Lisas, de contração involuntária e 
anaeróbia. 
c) Estriadas, de contração voluntária e 
anaeróbia. 
d) Estriadas, de contração involuntária e 
aeróbia. 
6. (UEA) Na parede do estômago, no 
bíceps e nas paredes das artérias 
encontramos tecidos musculares, 
respectivamente: 
a) Dos tipos liso, estriado esquelético e 
liso. 
b) Dos tipos estriado esquelético, liso e 
liso. 
c) Dos tipos estriado esquelético, 
estriado esquelético e liso. 
d) Do tipo estriado esquelético, estriado 
esquelético e estriado esquelético. 
e) Apenas do tipo liso. 
 
7. (UFTM-MG) O esquema representa a 
superfície livre de uma célula epitelial 
com inúmeras microvilosidades que 
contribuem para o aumento da área 
superficial e, consequentemente, da 
área de absorção 
 
Células desse tipo encontram-se no 
epitélio que: 
a) Forma as glândulas sebáceas. 
b) Forma as glândulas sudoríparas. 
c) Reveste a cavidade intestinal. 
d) Reveste a cavidade da traqueia. 
e) Forma a pele. 
 
 109 
8. (UNICAMP) A osteoporose, principal 
causa de quedas entre idosos, é 
resultado da perda gradual da densidade 
da matriz óssea, que é remodelada por 
osteoblastos e osteoclastos. Segundo os 
especialistas, a prevenção contra a 
osteoporose deve começar na infância, 
com alimentação rica em cálcio e em 
vitamina D, exposição diária ao sol e 
exercícios físicos. Sobre os vários 
fatores envolvidos na formação do osso, 
é correto afirmar que: 
a) A fixação do cálcio no tecido ósseo 
depende da presença de vitamina D, 
cuja síntese é diminuída em indivíduos 
que têm o hábito de tomar sol. 
b) O excesso de vitamina C pode levar à 
diminuição da densidade óssea, pois 
essa vitamina causa degradação das 
moléculas de colágeno. 
c) Os osteoblastos e os osteoclastos são 
células responsáveis, respectivamente, 
pela captura de cálcio e pela absorção 
de vitamina D. 
d) Os osteoblastos e os osteoclastos são 
células responsáveis, respectivamente, 
pela produção e pela degradação de 
componentes da matriz óssea. 
 
9. (UDESC) O tecido nervoso é um dos 
tecidos humanos que possuem células 
altamente especializadas. Na ausência 
dele não é possível comandar, de forma 
rápida e eficiente, várias partes do nosso 
organismo. 
Assinale a alternativa correta a respeito 
do tecido nervoso. 
a) A função da bainha de mielina, no 
tecido nervoso, é bloquear a condução 
do impulso nervoso. 
b) Os oligodendrócitos são células 
nervosas que se enrolam em vários 
axônios dos neurônios, formando e 
mantendo a bainha de mielina. 
c) Os nódulos de Ranvier são estruturas 
de defesa do neurônio que se localizam 
no núcleo e no citoplasma dessa célula. 
d) Os botões sinápticos são estruturas 
pós-sinápticas que se localizam no 
interior do corpo celular e sua função é 
fornecer sustentação e nutrição aos 
neurônios. 
e) As células da glia identificam as 
mensagens químicas para serem 
transformadas em impulso nervoso. 
 
10. (ENEM) A poluição radioativa 
compreende mais de 200 nuclídeos, 
sendo que, do ponto de vista de impacto 
ambiental, destacam-se o césio-137 e o 
estrôncio-90. A maior contribuição de 
radionuclídeos antropogênicos no meio 
marinho ocorreu durante as décadas de 
1950 e 1960, como resultado dos testes 
nucleares realizados na atmosfera. O 
estrôncio-90 pode se acumular nos 
organismos vivos e em cadeias 
alimentares e, em razão de sua 
semelhança química, pode participar no 
equilíbrio com carbonato e substituir o 
cálcio em diversos processos biológicos. 
FIGUEIRA, R. C. L.; CUNHA, I. I. L. A 
contaminação dos oceanos por radionuclídeos 
antropogênicos. Química Nova, n. 21, 1998 
(adaptado). 
 
Ao entrar numa cadeia alimentar da qual 
o homem faz parte, em qual tecido do 
organismo humano o estrôncio-90 será 
acumulado predominantemente? 
 
 110 
a) Cartilaginoso. 
b) Sanguíneo. 
c) Muscular. 
d) Nervoso. 
e) Ósseo. 
 
11. (UFPE) No estudo da histologia 
animal, é muito importante conhecer as 
características das células. 
 
Assinale a alternativa que indica 
corretamente os tecidos em que as 
células descritas em 1, 2 e 3 são 
encontradas, nesta ordem. 
a) Conjuntivo, muscular estriado 
esquelético e nervoso 
b) Sanguíneo, muscular liso e ósseo 
c) Epitelial, muscular cardíaco e nervoso 
d) Epitelial glandular, muscular estriado 
esquelético e hematopoiético 
e) Conjuntivo frouxo, muscular cardíaco 
e conjuntivo reticular 
 
12. (UECE) Considerando as células do 
sangue, associe corretamente os tipos 
celulares com suas respectivas 
características, numerando a Coluna II 
de acordo com a Coluna I. 
Coluna I 
1. Hemácias 
2. Neutrófilos 
3. Plaquetas 
4. Linfócitos 
 
 
Coluna II 
( ) Estruturas anucleadas, com grande 
quantidade de hemoglobina, que 
transportam o oxigênio. 
( ) Células, com núcleo esférico, que 
participam dos processos de defesa 
produzindo e regulando a produção de 
anticorpos. 
( ) Granulócitos que desempenham 
papel crucial na defesa do organismo 
fagocitando e digerindo microrganismos. 
( ) Estruturas anucleadas, que são 
participantes dos processos de 
coagulação sanguínea. 
 
A sequênciacorreta, de cima para baixo, 
é: 
a) 2, 1, 4, 3. 
b) 1, 4, 2, 3. 
c) 4, 3, 2, 1. 
d) 3, 2, 1, 4. 
13. (UFRGS) Tecido Nervoso: Para que 
um impulso nervoso possa ser 
transmitido de um neurônio a outro, é 
necessária a liberação, na fenda 
sináptica, de mediadores químicos. Um 
desses mediadores é a: 
 
 111 
a) Insulina. 
b) Tirosina. 
c) Vasopressina. 
d) Acetilcolina. 
e) Histamina. 
 
14. (UDESC) Assinale a alternativa 
incorreta a respeito do tecido epitelial 
glandular. 
 
a) A paratireóide é um exemplo de 
glândula endócrina. Esse tipo de 
glândula não possui uma comunicação 
com o epitélio por meio de um ducto ou 
canal. A secreção dessa glândula é 
liberada para os vasos sanguíneos. 
b) As glândulas são agrupamentos de 
células especializadas na produção de 
secreções. 
c) Glândulas sudoríparas são exemplos 
de glândula exócrina. Esse tipo de 
glândula mantém uma comunicação com 
o epitélio por meio de um ducto ou canal, 
que permite a liberação da secreção. 
d) A tireóide é um exemplo de glândula 
endócrina. Esse tipo de glândula não 
possui uma comunicação com o epitélio 
por meio de um ducto ou canal. A 
secreção dessa glândula é liberada para 
os vasos sanguíneos. 
e) A hipófise é uma glândula mista, ou 
seja, ela apresenta uma parte endócrina 
que libera o hormônio antidiurético, e 
outra exócrina que libera oxitocina 
(ocitocina). 
 
15. (UFJF) O consumo abusivo de álcool 
e o uso de maconha, cocaína e outras 
drogas ilícitas são considerados sérios 
problemas de saúde pública, já que 
prejudicam o funcionamento do sistema 
nervoso dos usuários. O consumo 
dessas drogas altera a transmissão do 
impulso nervoso, afetando a 
comunicação entre os neurônios em 
regiões específicas do cérebro. 
 
Sobre o funcionamento do tecido 
nervoso assinale a alternativa 
INCORRETA: 
a) Os neurônios são as células 
fundamentais do tecido nervoso, 
portanto, problemas no seu 
funcionamento podem prejudicar o 
raciocínio, o aprendizado e a memória. 
b) Neurotransmissores são substâncias 
químicas responsáveis pela 
comunicação entre os neurônios. 
c) Dopamina, acetilcolina e 
noradrenalina são exemplos de 
neurotransmissores cujas produção e 
liberação podem ser afetadas pelo uso 
de drogas. 
d) O consumo de álcool afeta o 
funcionamento normal dos neurônios, 
podendo levar à sonolência e diminuição 
dos reflexos, além da perda da 
coordenação motora. 
e) Os neurônios se conectam por meio 
de pontos de contato entre si, 
denominados “pontes de hidrogênio”, 
onde ocorre a liberação de mensageiros 
químicos chamados de “hormônios”. 
 
 
 112 
16. (Rennólogia Original) Os 
medicamentos efervescentes são 
utilizados comumente para combater a 
acidez estomacal, posto que se diluem 
em água e, ao chegarem no órgão de 
atuação, já estarão completamente 
dissolvidos, contrastando com os 
comprimidos convencionais. 
Atualmente, é possível encontrar tais 
medicamentos comercializados de duas 
maneiras. A primeira como pastilha, que 
efervesce gradativamente ao ser 
colocada em um copo com água. A 
segunda como pó, que apresenta 
efervescência quase que imediata ao ser 
colocado na água. 
O mesmo conceito que torna o pó mais 
rápido de se diluir pode ser encontrado, 
em nosso organismo: 
a) No epitélio pavimentoso simples dos 
vasos sanguíneos, que permitem a 
difusão de gases e nutrientes. 
b) No tecido conjuntivo adiposo, que 
utiliza moléculas hidrofílicas para 
reservar energia. 
c) No epitélio prismático do intestino, que 
apresenta microvilosidades que 
aumentam a superfície de contato e 
influenciam na velocidade de absorção e 
na quantidade de nutrientes absorvidos. 
d) No modelo do mosaico fluído da 
membrana plasmática, que permite a 
alteração simples da superfície e, 
consequentemente, do volume celular. 
e) No epitélio estratificado da bexiga 
urinária, que apresenta elasticidade e 
aumento de superfície, ampliando o 
volume do órgão. 
 
17. (ENEM) A toxina botulínica 
(produzida pelo bacilo Clostridium 
botulinum) pode ser encontrada em 
alimentos malconservados, causando 
até a morte de consumidores. No 
entanto, essa toxina modificada em 
laboratório está sendo usada cada vez 
mais para melhorar a qualidade de vida 
das pessoas com problemas físicos e/ou 
estéticos, atenuando problemas como o 
blefaroespasmo, que provoca 
contrações involuntárias das pálpebras. 
BACHUR, T. P. R. et al. Toxina botulínica: de 
veneno a tratamento. Revista Eletrônica 
Pesquisa Médica, n. 1, jan.-mar. 2009 
(adaptado). 
O alívio dos sintomas do blefaroespasmo 
é consequência da ação da toxina 
modificada sobre o tecido: 
a) glandular, uma vez que ela impede a 
produção de secreção de substâncias na 
pele. 
b) muscular, uma vez que ela provoca a 
paralisia das fibras que formam esse 
tecido. 
c) epitelial, uma vez que ela leva ao 
aumento da camada de queratina que 
protege a pele. 
d) conjuntivo, uma vez que ela aumenta 
a quantidade de substância intercelular 
no tecido. 
e) adiposo, uma vez que ela reduz a 
espessura da camada de células de 
gordura do tecido. 
 
18. (UFPR) Em animais pluricelulares, as 
células organizam-se constituindo 
tecidos. Considerando os tecidos, suas 
funções e as características das células 
 
 113 
que os constituem, assinale a alternativa 
correta. 
a) O tecido muscular estriado 
esquelético é formado por células 
fusiformes e é responsável pelo 
peristaltismo. 
b) Actina e miosina são células do tecido 
muscular fundamentais para o processo 
de contração muscular. 
c) Macrófagos são células típicas do 
tecido conjuntivo, sendo responsáveis 
pela formação de células sanguíneas 
vermelhas. 
d) Colágeno é o tipo de célula 
característica do tecido cartilaginoso, 
que tem função de sustentação. 
e) Células nervosas possuem um corpo 
celular de onde partem dois tipos de 
prolongamentos e permitem ao 
organismo responder a estímulos do 
meio. 
 
19. (Rennólogia Original) Com a 
invenção da anestesia, os 
procedimentos cirúrgicos se tornaram 
mais seguros - e menos com toque de 
tortura. No Brasil, ela foi usada pela 
primeira vez em 1847 pelo médico 
Roberto Jorge Haddock Lobo. 
De modo geral, a anestesia é feita com 
uma combinação de medicamentos 
usados para diminuir a sensação de dor, 
amnésia, sedação e hipnose, 
imobilidade e bloqueio de reflexos. 
"Nenhum tipo de anestésico é perfeito ou 
superior no geral. Na prática, ele é 
melhor ou pior quando pensamos em 
situações específicas", comenta o 
médico Gabriel Magalhães Nunes 
Guimarães, anestesiologista do Hospital 
Universitário de Brasília. 
A anestesia local é usada para impedir a 
transmissão de sinais entre uma parte 
específica do corpo e o cérebro. Ela age 
bloqueando os canais de sódio nos 
neurônios, o que barra a transmissão do 
impulso nervoso para o cérebro - assim, 
a pessoa "não sabe" que algo dolorido 
está acontecendo. Esse tipo é usado 
para impedir a dor em locais bem 
específicos, como durante a remoção de 
uma unha encravada ou de um dente. 
(https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/202
1/03/07/por-que-a-anestesia-nao-nos-deixa-
sentir-dor-antes-alcool-era-a-
solucao.htm?cmpid=copiaecola) 
 
Sobre a anestesia local, é possível 
concluir que: 
a) Atua nos neurônios motores, 
impedindo que ocorra qualquer tipo de 
reação em relação à dor e, 
consequentemente, haja risco de 
acidente no procedimento médico. 
b) Atua diretamente na despolarização 
da membrana, impedindo que o impulso 
chegue até os botões pré-sinápticos. 
c) Altera os neurotransmissores da dor 
pelos responsáveis pelo prazer, 
enganando o organismo. 
d) Fecha os nós neurofibrosos, fazendo 
com que a bainha de mielina corra 
integralmente pelo axônio e diminua a 
velocidade do impulso. 
e) Age diretamente no corpo celular, 
impedindo a interpretação do impulso 
nervoso, consequentemente, anulando asensação da dor. 
 
 114 
20. (UERJ) Os capilares são os vasos 
sanguíneos que permitem, por difusão, 
as trocas de substâncias, como 
nutrientes, excretas e gases, entre o 
sangue e as células. Essa troca de 
substâncias é favorecida pela seguinte 
característica dos capilares: 
a) Camada tecidual única 
b) Presença de válvulas móveis 
c) Túnica muscular desenvolvida 
d) Capacidade de contração intensa 
 
21. (UDESC) Assinale a alternativa que 
apresenta corretamente alguns tipos 
celulares e o tecido onde eles são 
tipicamente encontrados. 
 
a) Osteoblastos – Tecido Epitelial 
b) Astrócitos – Tecido Conjuntivo 
c) Fibroblastos – Tecido Muscular 
d) Condrócitos – Tecido Nervoso 
e) Gliócitos – Tecido Nervoso 
 
22. (ENEM) Um paciente deu entrada em 
um pronto-socorro apresentando os 
seguintes sintomas: cansaço, dificuldade 
em respirar e sangramento nasal. O 
médico solicitou um hemograma ao 
paciente para definir um diagnóstico. Os 
resultados estão dispostos na tabela: 
 
Relacionando os sintomas apresentados 
pelo paciente com os resultados de seu 
hemograma, constata-se que: 
a) o sangramento nasal é devido à baixa 
quantidade de plaquetas, que são 
responsáveis pela coagulação 
sanguínea. 
b) o cansaço ocorreu em função da 
quantidade de glóbulos brancos, que são 
responsáveis pela coagulação 
sanguínea. 
c) a dificuldade respiratória decorreu da 
baixa quantidade de glóbulos vermelhos, 
que são responsáveis pela defesa 
imunológica. 
d) o sangramento nasal é decorrente da 
baixa quantidade de glóbulos brancos, 
que são responsáveis pelo transporte de 
gases no sangue. 
e) a dificuldade respiratória ocorreu pela 
quantidade de plaquetas, que são 
responsáveis pelo transporte de oxigênio 
no sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 115 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 116 
9. FISIOLOGIA: DIGESTÃO E RESPIRAÇÃO 
 
 Nos níveis organizacionais da 
biologia, as células unem-se em tecidos 
para os quais desempenham suas 
funções. Os tecidos, por sua vez, unem-
se em órgãos para os quais executam 
suas tarefas. Já os órgãos utilizam o 
mesmo conceito para a formação dos 
sistemas que, por fim, formam o 
organismo. 
 Como foi estuado nos capítulos 
anteriores, o metabolismo energético 
envolve uma série enzimas e de reações 
químicas para a produção de ATP para 
as funções celulares. 
 Para garantir todos os 
processos, é fundamental que o 
organismo tenha estruturas capazes de 
obter nutrientes e oxigênio, além de 
excretar o dióxido de carbono produzido 
na oxidação da glicose. 
 Em tais funções encontram-se 
organizados os sistemas digestório e 
respiratório. 
 
9.1 SISTEMA DIGESTÓRIO 
 O sistema digestório é 
responsável pela obtenção dos 
nutrientes no organismo, sendo formado 
por uma longa via, o trato digestório, 
que se inicia na boa e termina no ânus. 
Em toda a sua extensão, auxiliando o 
processo digestório, existem glândulas 
anexas que produzem substâncias 
químicas e enzimas que atuam 
diretamente nos nutrientes. 
 A ação do sistema digestório 
envolve uma série de processos físicos e 
químicos, que quebram os alimentos até 
um nível molecular capaz de ser 
absorvido pelo organismo. 
A) DIGESTÃO BUCAL 
 A boca é a via de entrada dos 
alimentos e local no qual a digestão tem 
início, realizando o processo de 
mastigação, triturando, umedecendo e 
promovendo parte da quebra do amido. 
 A trituração do alimento é 
promovida pelos dentes e auxiliada pela 
língua. O objetivo é aumentar a 
superfície de contato do que é ingerido 
para que as enzimas e demais 
substâncias da digestão química possam 
atuar. 
 Os dentes, 32 no total, estão 
organizados em duas arcadas, inferior e 
superior, divididos em grupos, de acordo 
com a ação mecânica que promovem: 
• Incisivos – cortam o alimento; 
• Caninos – perfuram o alimento; 
• Pré-molares e molares – trituram o 
alimento. 
 
9.1: Modelo anatômico da boca, evidenciando 
as papilas gustativas da língua e os tipos de 
dentes presentes nas arcadas. 
 
 117 
 A umectação do alimento ocorre 
pela sua mistura com a saliva, produzida 
por um conjunto de glândulas exócrinas 
conhecidas como glândulas salivares 
(parótidas, sublinguais e submaxilares). 
 Além de água, que corresponde 
a mais de 99% da composição, a saliva 
contém a primeira enzima do processo 
digestório, a ptialina (ou amilase 
salivar), que inicia a quebra do amido e 
sua transformação em maltose. 
 O alimento mastigado configura 
o bolo alimentar, que é encaminhado 
para a faringe e, posteriormente, para o 
esôfago, que o conduzirá com apoio de 
movimentos peristáltico até o estômago. 
 
9-2: Modelo anatômico do sistema digestório, evidenciando os órgãos participantes do trato digestório e 
as glândulas anexas.
 
 118 
B) DIGESTÃO ESTOMACAL 
 Ao ganhar o estômago, o bolo 
alimentar chega ao abdome, e sofre a 
ação do suco gástrico, uma solução de 
ácido clorídrico e pepsina, uma enzima 
que atuará na digestão das proteínas. A 
produção é realizada por meio da 
indução de um hormônio, produzido pelo 
próprio órgão, a gastrina. 
 Devido ao baixo pH, a parede 
interna do estômago é revestida por uma 
camada de muco, que evita lesões. 
 A parte por onde o bolo alimentar 
chega ao estômago, é denominada 
cárdia. Já a parte inferior, pela qual o 
alimento sairá, é denominada piloro, 
tendo sua comunicação com o intestino 
delgada fechada por um anel muscular, 
o esfíncter pilórico. Tal característica é 
fundamental para que a digestão 
estomacal dure de duas a quatro horas, 
permitindo que a pepsina aja de maneira 
adequada. 
 O resultado da digestão 
estomacal é uma massa denominada 
quimo. 
 
C) DIGESTÃO INTESTINAL 
 Assim que é liberado do 
estômago, o quimo chega à primeira 
porção do intestino delgado. O 
duodeno, como é chamado, possui uma 
média de 25cm de extensão e é 
caracterizado por receber as secreções 
de duas glândulas anexas: o fígado e o 
pâncreas. 
 O fígado será responsável pela 
liberação da bile, armazenada pela 
vesícula biliar, que emulsifica as 
gorduras, ou seja, permite que se 
misturem com meios aquosos e, sofram 
a ação enzimática. 
 O suco pancreático, produzido 
pelo pâncreas, possui caráter alcalino, 
importante por neutralizar o pH ácido do 
quimo. Em sua composição encontram-
se diversas enzimas, nas quais 
destacam-se a amilase pancreática, 
lipases, nucleases e as proteases 
tripsina e quimiotripsina. 
 
9-3: O esfíncter de Oddi e ampola de Vater, 
responsáveis pelo lançamento da bile e do suco 
pancreático no intestino. 
 As porções seguintes do 
intestino delgada, conhecidas como 
jejuno e íleo, vão proporcionar a 
absorção de grande parte dos nutrientes 
presentes no quimo, tendo seus epitélios 
marcados por microvilosidades que 
aumentam a superfície de contato com a 
luz intestinal e favorecem uma maior 
eficácia no processo. A parede externa 
do órgão também possui vilosidades, 
com o mesmo objetivo. 
 
9-4: Comparação da superfície de tecidos com 
superfície lisa e tecidos com vilosidades, pregas 
e dobras. 
 
 119 
 O intestino delgado também tem 
função glandular, produzindo as enzimas 
finais da digestão, nas quais destacam-
se a sacarase, a maltase, a lactase, as 
aminopeptidases, as nucleosidases e as 
nucleotidases. 
 O material que sai o intestino 
delgado é denominado quilo, uma pasta 
grossa formada pelo material não 
digerido, por bactérias e por 
estercobilina, pigmento marrom que 
confere cor às fezes e vem do 
metabolismo da bile. 
 A última porção do trato 
digestório é o intestino grosso, com 
cerca de 1,5 metros de comprimento, 
subdividido em ceco, cólon ascendente, 
cólon transverso, cólon descendente, 
sigmoide e reto, que apresentará os 
esfíncteres anais ao final. 
 É no intestino grosso que seráformado, a partir do quilo, o bolo fecal, 
armazenado no reto e moldado pelo 
ânus. 
 No ceco encontram-se uma 
pequena e estreita projeção externa, o 
apêndice vermiforme, que tem funções 
atribuídas à processos de defesa. 
 
9.2 SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 O sistema respiratório tem sua 
estrutura organizada para obtenção do 
oxigênio necessário para o metabolismo 
aeróbico e para eliminação do dióxido de 
carbono dele originado, principalmente 
pelo ciclo de Krebs. 
 Toda a movimentação do ar no 
sistema é derivada da contração do 
músculo diafragma, que separa tórax e 
abdome. Ao se contrair, o diafragma 
aumenta o volume de caixa toráxica e faz 
com que a pressão externa seja maior 
que a interna, resultando na entrada de 
ar, movimento conhecido como 
inspiração. No relaxamento, o volume 
diminui e a pressão interna aumenta, 
expulsando o ar do sistema respiratório, 
caracterizando a expiração. 
 
9-5: Organização anatômica do sistema respiratório.
 
 120 
 A entrada do ar no organismo é 
realizada pelas fossas nasais, que 
estão divididas em três partes: vestíbulo, 
região respiratória e área olfatória, que 
será abordada no estudo do sistema 
nervoso. 
 O vestíbulo apresenta pelos, a 
primeira barreira mecânica contra 
partículas que, por ventura, estejam 
presentes no ar. O epitélio das fossas 
nasais possui células caliciformes que 
produzem grandes quantidades de 
muco, importante para barrar antígenos 
e participar da umectação do ar. 
 Em apoio na umectação e 
aquecimento do ar, as fossas nasais 
contam com 8 cavidades ósseas, os 
seios paranasais, revestidos de epitélio 
que, por meio da ação ciliar, 
encaminham a secreção para a região 
respiratória. 
 Uma vez captado, o ar é 
encaminhado para a faringe, órgão 
comum ao sistema digestório. O canal 
respiratório da faringe, que leva à 
laringe, está aberto em tempo integral, 
sendo fechado apenas com o movimento 
da deglutição, o que impede que sólidos 
e líquidos possam atingir o sistema 
respiratório. 
 Pelas características da faringe, 
a boca também pode ser utilizada como 
via de entrada para o ar, porém, nesse 
caso, não há a filtração realizada nas 
fossas nasais. 
 É na laringe que se encontram a 
epiglote e as pregas vocais, duas 
estruturas formadas a partir de tecido 
cartilaginoso. A epiglote é a estrutura 
que realiza o movimento de fechamento 
no momento da deglutição, abrindo o 
canal digestório da faringe. 
 As cartilagens também estão 
presentes no próximo órgão do sistema 
respiratório, a traqueia, impedindo que a 
estrutura colabe (feche) e impeça a 
passagem de ar para os brônquios e 
bronquíolos, estruturas seguintes. 
 É a partir dos brônquios que o 
canal respiratório será dividido em 
esquerdo e direito, formando as duas 
árvores respiratórias, que correspondem 
às ramificações dos bronquíolos. 
 As ramificações finais dos 
bronquíolos são denominadas 
bronquíolos respiratórios, apresentando 
em suas extremidades pequenas sacos 
altamente vascularizados formados por 
fino epitélio e, os alvéolos, 
responsáveis, por difusão simples, pela 
passagem do oxigênio para o sangue o 
do dióxido de carbono para o ar 
atmosférico. O processo da troca gasosa 
é conhecido como hematose. 
 Os órgãos que abrigam os 
bronquíolos e alvéolos são os pulmões, 
sendo o direito maior, com três lobos 
(divisões) e o esquerdo com apenas 
dois. Externamente os pulmões são 
revestidos pelas pleuras, membranas 
lubrificadas formadas epitélios simples e 
tecido conjuntivo. 
 O controle da respiração é 
realizado pelo centro respiratório, 
presente no bulbo, órgão do sistema 
nervoso central. Os neurônios da região 
reagem a altas concentrações de íons 
bicarbonato (HCO3-) e íons hidrônio 
(H3O+) no sangue, diminuindo o pH do 
sistema e indicando que há grande 
saturação de dióxido de carbono no 
organismo. Tal situação faz com que o 
bulbo envie uma mensagem para o 
diafragma para que o ritmo respiratório 
aumente. 
 
 
 121 
 
9-6: Hematose nos níveis alveolar e tecidual. A difusão ocorre pela diferença de concentração dos gases 
nas células, no sangue e no ar atmosférico. 
 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (ENEM) Há algumas décadas, surgiu 
no mercado um medicamento que 
provocava perda de peso por inibir a 
ação da lipase, enzima que atua no 
intestino na digestão de gorduras. Um 
pesquisador, com o objetivo de avaliar a 
eficácia do medicamento, decidiu medir 
nos pacientes a quantidade de gordura 
nas fezes e de triglicerídeos (um dos 
produtos da digestão das gorduras) no 
sangue. Mantendo sempre a mesma 
dieta nos pacientes, fez as medidas 
antes e depois da administração do 
medicamento. 
 
A figura apresenta cinco resultados 
possíveis. 
 
 
 
 
 122 
O efeito esperado do medicamento está 
representado no resultado: 
a) 1 
b) 2 
c) 3 
d) 4 
e) 5 
 
2. (FUVEST) A ingestão de alimentos 
gordurosos estimula a contração da 
vesícula biliar. A bile, liberada no: 
a) Estômago, contém enzimas que 
digerem lipídios. 
b) Estômago, contém ácidos que 
facilitam a digestão dos lipídios. 
c) Fígado, contém enzimas que facilitam 
a digestão dos lipídios. 
d) Duodeno, contém enzimas que 
digerem lipídios. 
e) Duodeno, contém ácidos que facilitam 
a digestão dos lipídios. 
 
3. (UDESC) No processo de inspiração, 
o ar rico em __________ é filtrado, 
aquecido e umedecido quando passa 
pelas vias respiratórias, sendo levado 
__________. No pulmão o __________ 
do ar inspirado entra na circulação 
sanguínea. O dióxido de carbono do 
sangue __________ é liberado 
nos__________ para que seja eliminado 
com o ar expirado. 
 
Assinale a alternativa que preenche 
corretamente, na sequência, os espaços 
em branco no texto acima. 
 
a) Oxigênio – aos pulmões – oxigênio – 
venoso – alvéolos 
b) Dióxido de carbono – aos pulmões – 
oxigênio – arterial – alvéolos 
c) Dióxido de carbono – à traqueia – 
dióxido de carbono – arterial – alvéolos 
d) Oxigênio – à traqueia – oxigênio – d) 
arterial – alvéolos 
e) Oxigênio – aos pulmões – dióxido de 
carbono – venoso – alvéolos 
 
4. (ENEM) Para explicar a absorção de 
nutrientes, bem como a função das 
microvilosidades das membranas das 
células que revestem as paredes 
internas do intestino delgado, um 
estudante realizou o seguinte 
experimento: Colocou 200 ml de água 
em dois recipientes. No primeiro 
recipiente, mergulhou, por 5 segundos, 
um pedaço de papel liso, como na 
FIGURA 1; no segundo recipiente, fez o 
mesmo com um pedaço de papel com 
dobras simulando as microvilosidades, 
conforme FIGURA 2. Os dados obtidos 
foram: a quantidade de água absorvida 
pelo papel liso foi de 8 m, enquanto pelo 
papel dobrado foi de 12 ml. 
 
Com base nos dados obtidos, infere-se 
que a função das microvilosidades 
intestinais com relação à absorção de 
nutrientes pelas células das paredes 
internas do intestino é a de: 
 
 
 123 
a) Manter o volume de absorção. 
b) Aumentar a superfície de absorção. 
c) Diminuir a velocidade de absorção. 
d) Aumentar o tempo de absorção. 
E) Manter a seletividade na absorção. 
 
5. (URCA) O estômago humano produz 
várias substâncias dentre as quais 
enzimas para a simplificação do 
alimento. Contudo, uma substância não 
é enzima e atua esterilizando e 
simplificando com eficiência o que 
comemos. Essa substância é: 
a) Ácido clorídrico 
b) Renina 
c) Protease 
d) Insulina 
e) Bilirrubina 
 
6. (UFRN) Durante a respiração, quando 
o diafragma se contrai e desce, o volume 
da caixa torácica aumenta, por 
conseguinte a pressão intrapulmonar: 
 
a) diminui e facilita a entrada de ar. 
b) aumenta e facilita a entrada de ar. 
c) diminui e dificulta a entrada de ar. 
d) aumenta e dificulta a entrada de ar. 
e) aumenta e expulsa o ar dos pulmões. 
 
7. (UECE) Em relação ao sistema 
respiratório humano, escreva V ou F 
conforme sejaforma 
concomitante por dois cientistas no início 
da década de 1920: o bioquímico russo 
Aleksandr Ivanovich Oparin (1894 – 
1980) e o geneticista inglês John 
Burdon Sanderson Haldane (1892 – 
1964). 
 
1-12: Oparin e Haldane, cientistas responsáveis 
pela hipótese mais aceita sobre a origem da 
vida no planeta. 
Foto Oparin: Russian Academy of Sciences 
Foto Haldane: 
http://students.washington.edu/gw0/modernsynthesis/images
/haldane.png 
 De acordo com a teoria 
estruturada pelos dois cientistas, a 
atmosfera primitiva do planeta era 
caracterizada por frequentes 
tempestades, gases oriundos de 
atividade vulcânica, hidrogênio, amônia, 
água e metano. 
 As descargas elétricas das 
tempestades estimularam reações 
químicas entre os componentes da 
atmosfera que resultaram na formação 
de moléculas orgânicas mais densas, 
que precipitaram, formando um grande 
oceano. 
 É no oceano primitivo, que se 
configurava, pela precipitação das 
moléculas orgânicas, como um grande 
caldo nutritivo, que contínuas reações 
formaram os primeiros aminoácidos, e, 
em consequência, as primeiras proteínas 
e outras macromoléculas. 
 O esfriamento da superfície 
terrestre permitiu, por fim, a aglomeração 
das macromoléculas até a formação de 
uma estrutura capaz de limitar seu 
interior do meio externo. 
 Chamados de coacervados, tais 
estruturas possuíam capacidade de 
autorreplicação, troca de substâncias 
entre os meios e enzimas capazes de 
catalisar reações químicas, sendo 
consideradas os precursores dos 
organismos vivos. 
 Em 1953 o estadunidense 
Stanley Lloyd Miller (1930 – 2007), sob 
supervisão do também estadunidense 
Harold Clayton Urey (1893 – 1981), 
realizou em laboratório um experimento 
que recriava a atmosfera e o oceano 
primitivos. 
Utilizando um sistema fechado 
que introduzia vapor d’água, amônia, 
metano e hidrogênio molecular em um 
circuito, descargas de alta tensão eram 
disparadas seguidas de um processo de 
resfriamento, permitindo a formação de 
um caldo repleto de compostos 
orgânicos. 
 
 13 
 
1-13: Representação da teoria de Oparin e Haldane. 
 
 
1-14: Experimento de Urey e Miller, que, emulou 
as condições descritas por Oparin e Haldane 
para a criação do oceano primitivo. 
 
C) AS HIPÓTESES AUTOTRÓFICA E 
HETEROTRÓFICA 
 Tanto a panspermia cósmica 
quanto a teoria de Oparin e Haldane 
descrevem os primeiros seres vivos 
como microrganismos primitivos que, por 
meio de eras de evolução, deram origem 
a toda conformação da vida atual no 
planeta. 
 Uma vez estabelecido tal ponto 
comum, a próxima discussão da 
comunidade científica debateu sobre a 
nutrição desses seres: eram autótrofos 
ou heterótrofos? 
 A hipótese autotrófica sugere 
que os primeiros seres vivos 
sintetizavam seu próprio alimento, 
retirando a energia para formação de 
matéria orgânica do ambiente, como as 
fontes hidrotermais. 
 O ambiente que abrigou tais seres 
era considerado hostil, fazendo com que 
fossem resistentes a diversidades físico-
químicas. Assim, a hipótese autotrófica 
tem como um dos seus principais 
argumentos a condição em que vivem 
certas arqueas (autótrofos do Reino 
Monera), que habitam fontes termais e 
locais de constantes erupções. 
A simplicidade dos primeiros 
seres vivos atua como contraponto da 
hipótese, posto que muitos cientistas 
 
 14 
alegam que as células primitivas não 
possuíam uma estrutura evoluída 
suficientemente para realizar as reações 
pertencentes às cadeias metabólicas 
quimiossintetizantes. 
A hipótese heterotrófica leva em 
consideração que o oceano primitivo 
continha uma grande quantidade de 
matéria orgânica, que serviria de 
alimento para os primeiros seres vivos. 
Com a ausência de oxigênio molecular 
no ambiente, as vias metabólicas 
realizadas por esses seres eram 
fermentadoras. 
A hipótese heterotrófica também 
contempla o aparecimento dos seres 
autótrofos. Com a diminuição dos 
nutrientes disponíveis, devido ao 
aumento de consumo pela expansão 
populacional, uma mutação permitiu que 
os seres fotossintetizantes surgissem, 
consumindo o carbono do ambiente, 
produzindo matéria orgânica e oxigênio 
molecular, o que permitiu o aparecimento 
dos seres aeróbios, capazes de ter uma 
maior eficiência energética. 
Em contraponto à hipótese, parte 
da comunidade científica pauta as 
contantes transformações da Terra 
primitiva, dificultando a organização de 
uma cadeia nutritiva para os primeiros 
seres vivos. 
 
 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (FUVEST) Louis Pasteur realizou 
experimentos pioneiros em 
Microbiologia. Para tornar estéril um 
meio de cultura, o qual poderia estar 
contaminado com agentes causadores 
de doenças, Pasteur mergulhava o 
recipiente que o continha em um banho 
de água aquecida à ebulição e à qual 
adicionava cloreto de sódio. 
Com a adição de cloreto de sódio, a 
temperatura de ebulição da água do 
banho, com relação à da água pura, era 
______. O aquecimento do meio de 
cultura provocava _______. 
 
As lacunas podem ser corretamente 
preenchidas, respectivamente, por: 
a) maior; desnaturação das proteínas 
das bactérias presentes. 
b) menor; rompimento da membrana 
celular das bactérias presentes. 
c) a mesma; desnaturação das proteínas 
das bactérias. 
d) maior; rompimento da membrana 
celular dos vírus. 
 
2. (UECE) A teoria que considera a 
hipótese de que a vida estaria dispersa 
por todo o cosmo na forma de “vida 
primária” e que a chegada de algumas 
delas à Terra explicaria a origem da vida 
no planeta é denominada de: 
a) abiogênese. 
b) biogênese. 
c) panspermia. 
d) geração espontânea. 
 
 15 
3. (UFRGS) Cientistas encontraram 
compostos de ferro, cianeto e monóxido 
de carbono em meteoritos que 
bombardearam a Terra durante sua 
formação, o que pode fornecer pistas 
sobre a origem da vida no planeta. Essa 
composição assemelha-se à 
hidrogenase, enzima que quebra o 
hidrogênio: "É possível que esses 
complexos de cianeto, ferro e monóxido 
de carbono tenham sido precursores 
para as ações das enzimas e depois 
incorporados a proteínas", acredita 
Karen Smith, pesquisadora sênior de 
Boise. 
Adaptado de: Redação Galileu, 27/06/2019. 
Disponível em: . Acesso em: 12 jun. 2019. 
 
Em relação às teorias de origem da vida 
no planeta Terra, é correto afirmar que: 
a) a notícia reforça a possibilidade da 
vinda de seres vivos de outros planetas, 
tal como postulado por Pasteur em 1860. 
b) a teoria da biogênese argumenta que 
os primeiros seres vivos surgiram a partir 
da matéria inanimada. 
c) os primeiros seres vivos que surgiram 
na Terra foram os coacervatos, formados 
por um agregado de moléculas 
inorgânicas. 
d) a teoria da geração espontânea 
sustenta que os seres vivos surgiram a 
partir de moléculas orgânicas da 
atmosfera primitiva. 
e) os experimentos de Redi com 
pedaços de carne, no século XVII, 
corroboram a teoria da biogênese. 
4. (UECE) Relacione, corretamente, as 
teorias sobre a origem da vida com suas 
respectivas características, numerando 
os parênteses abaixo de acordo com a 
seguinte indicação: 
 
1.Abiogênese 
2.Biogênese 
3.Panspermia 
4.Evolução molecular 
 
( ) Afirma que a vida na Terra teve 
origem a partir de seres vivos ou de 
substâncias precursoras da vida 
proveniente de outros locais do cosmo. 
( ) Surgiu a partir de evidências 
irrefutáveis de testes rigorosos 
realizados por Redi, Spallanzani, 
Pasteur e outros que chegaram à 
conclusão de que seres vivos surgem 
somente pela reprodução de seres da 
sua própria espécie. 
( ) Considera que a vida surgiu por 
mecanismos diversos como, por 
exemplo, a partir da lama de lagos e rios, 
além da reprodução. 
( ) A vida é resultadoverdadeiro ou falso o que 
se afirma nos itens abaixo. 
( ) O sistema respiratório humano é 
composto por cavidades nasais, boca, 
faringe, laringe, traqueia e pulmão 
(brônquios, bronquíolos e alvéolos). 
( ) Frequência respiratória é o número 
de movimentos respiratórios que a 
pessoa executa por minuto. 
( ) Ventilação pulmonar é o processo 
pelo qual o ar chega aos alvéolos e 
ocorre pela ação de músculos 
respiratórios com a intenção de 
aumentar ou de reduzir o volume da 
cavidade torácica. 
( ) Hematose é o processo de trocas 
gasosas que ocorre nos capilares 
sanguíneos dos alvéolos através da 
difusão de gases: oxigênio e dióxido de 
carbono. 
Está correta, de cima para baixo, a 
seguinte sequência: 
a) V, V, V, V. 
b) V, F, V, F. 
c) F, V, F, V. 
d) F, F, F, F. 
 
8. (FUVEST) Analise as três afirmações 
sobre o controle da respiração em 
humanos. 
 
I. Impulsos nervosos estimulam a 
contração do diafragma e dos músculos 
intercostais, provocando a inspiração. 
II. A concentração de dióxido de carbono 
no sangue influencia o ritmo respiratório. 
III. O ritmo respiratório pode ser 
controlado voluntariamente, mas na 
maior parte do tempo tem controle 
involuntário. 
 
 
 124 
Está correto o que se afirma em: 
a) I, apenas. 
b) I e III, apenas. 
c) III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
9. (UFRGS) Em relação às diferentes 
regiões do sistema digestório humano e 
o seu funcionamento, é correto afirmar 
que 
a) a ptialina é produzida e secretada 
pelas glândulas salivares da boca. 
b) a digestão das proteínas inicia com a 
liberação de ácido clorídrico e pepsina 
no intestino delgado. 
c) a bile é a enzima digestiva que atua no 
estômago para a formação do quimo. 
d) a vesícula biliar armazena substâncias 
produzidas pelo pâncreas. 
e) o intestino grosso apresenta 
vilosidades que aumentam a absorção 
de nutrientes. 
 
10. (Rennólogia Original) Metade dos 
brasileiros têm predisposição para 
desenvolver intolerância à lactose. É o 
que aponta o levantamento "O perfil do 
DNA do brasileiro na saúde e bem-estar", 
feito pelo laboratório Genera. O estudo, 
que analisou dados de 200 mil DNAs de 
todas as regiões brasileiras, indica que 
51% da população pode desenvolver a 
intolerância ao açúcar do leite. 
Em comparação com outros países, a 
frequência brasileira foi considerada 
"intermediária". Em populações com 
origem no norte da Europa e Europa 
Ocidental a frequência é de 9%, 
enquanto que nos oriundos da região 
central da Itália esse dado aumenta para 
83%. Já em pessoas com origem na 
Nigéria e leste asiático esse dado é de 
100%. 
https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2023/04/i
ntolerancia-a-lactose-metade-dos-brasileiros-
tem-predisposicao-genetica-para-a-
condicao.ghtml 
 
A intolerância à lactose não é uma 
doença, sendo caracterizada como uma 
deficiência do sistema digestório que: 
a) Deixa de produzir, no intestino 
delgado, a enzima responsável pela 
quebra do dissacarídeo em galactose e 
glicose. 
b) Deixa de produzir, no pâncreas, 
amilases que atuarão na digestão dos 
carboidratos. 
c) Deixa de produzir, pelas glândulas 
salivares, a ptialina, que dará início à 
digestão dos carboidratos. 
d) Deixa de produzir a bile, que 
emulsificará as gorduras do leite, 
responsáveis por reter a lactose em sua 
composição. 
e) Deixa de apresentar microvilosidades 
intestinais e precisa realizar absorção 
seletiva dos nutrientes. 
 
 
 
 
 125 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 126 
10. FISIOLOGIA: CIRCULAÇÃO E EXCREÇÃO 
 
 Para garantir que os nutrientes e 
o oxigênio cheguem até às células e que 
os excretas, além do dióxido de carbono, 
sejam eliminados, o organismo tem 
organizado os sistemas cardiovascular e 
urinário. 
 
10.1 SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 O sistema cardiovascular é 
responsável por levar o sangue a todos 
os demais sistemas do organismo, 
sendo o responsável pelo transporte de 
nutrientes, hormônios e excretas, 
organizado em uma bomba central, o 
coração, e uma rede de vasos 
sanguíneos. 
 Para os seres humanos, assim 
como para todos os mamíferos, a 
circulação é classificada como: 
• Fechada – o sangue corre apenas 
no interior dos vasos; 
• Dupla – Para dar uma volta 
completa no organismo, o sangue 
passa duas vezes pelo coração; 
• Completa – o sangue rico em gás 
carbônico (venoso) não se mistura 
como sangue rico em oxigênio 
(arterial), 
 
A) VASOS SANGUÍNEOS 
 Transportando o sangue pelo 
organismo são encontrados 3 tipos de 
vasos sanguíneos: artérias, veias e 
capilares. 
 Considerando o fluxo sanguíneo, 
as artérias correspondem aos vasos que 
saem do coração, sendo submetidas à 
pressão exercida pela contração do 
órgão, conferindo-lhes parede grossas, 
resistentes e elásticas. À medida que se 
ramificam, diminuem o calibre e são 
denominadas arteríolas. 
 Os vasos que chegam ao 
coração, trazendo o sangue de volta, são 
as veias, que transportam o tecido por 
meio do relaxamento da musculatura 
cardíaca, como um movimento de 
sucção. Dessa maneira, tais vasos não 
são submetidos à mesma pressão que 
as artérias, não necessitando de uma 
parede resistente e grossa, mas 
apresentando, em seu interior, pequenas 
válvulas que impedem o refluxo 
sanguíneo. As veias de menor calibre 
são conhecidas como vênulas. 
 Realizando a transição entre as 
arteríolas e as vênulas estão os 
capilares, tipo de vaso menos calibroso 
formado por uma camada epitelial fina, 
que permite a difusão de substâncias 
entre o sangue e as células. 
 
B) CORAÇÃO 
 O coração é um órgão muscular, 
subdivido em quatro cavidades 
(câmaras): dois átrios e dois ventrículos. 
 Os átrios correspondem às 
cavidades superiores, que, no 
relaxamento de sua musculatura, 
recebem o sangue das veias. A 
contração da musculatura atrial 
impulsiona o sangue para os ventrículos. 
 No átrio direito chegam as veias 
cavas, superior e inferior, trazendo do 
organismo sangue venoso, rico em 
dióxido de carbono. No átrio direito 
chegam as veias pulmonares, trazendo 
sangue arterial, rico em oxigênio, 
diretamente dos pulmões. 
 
 127 
 Os ventrículos são as 
cavidades inferiores do coração, que 
recebem o sangue dos átrios ao 
relaxarem sua musculatura e o 
impulsionam pelas artérias no momento 
de sua contração. 
 Do ventrículo direito parte a 
artéria que se dividirá nas artérias 
pulmonares direita e esquerda, levando 
o sangue venoso para os pulmões. Do 
ventrículo esquerdo parte a artéria 
aorta, que transportará o sangue arterial 
para todo o organismo. 
 A contração de átrios e 
ventrículos ocorre de forma alternada e 
ritmada, permitindo que o sangue saia 
das cavidades superiores, contraídas, 
para as inferiores, relaxadas. Na 
contração dos ventrículos e relaxamento 
dos átrios, o sangue é encaminhado para 
as artérias porque, entre as duas 
cavidades, existem estruturas, as 
valvas, que se fecham, impedindo o 
refluxo. Entre o átrio e o ventrículo 
direitos encontra-se a valva tricúspide. 
Entre o átrio e o ventrículo esquerdos 
está a valva mitral. 
 A contração muscular do 
coração é conhecida como sístole, 
enquanto o relaxamento é denominado 
diástole. 
 Na aferição da pressão arterial 
são mensuradas a pressão presente nos 
vasos nos momentos da sístole e da 
diástole ventricular, expressas em 
milímetros de mercúrio (mmHg). 
 O coração é revestido 
externamente e internamente pelas 
membranas pericárdio e endocárdio, 
respectivamente. A musculatura, 
presente entre ambras as membranas, é 
conhecida como miocárdio. 
 Os batimentos cardíacos são 
originados de uma rede de neurônios 
própria do coração, o nó sinoatrial, que 
transmite o impulso para o nó 
atrioventricular e, posteriormente, para 
um sistema que recebe o nome de fibras 
de Purkinje.10-1: Modelo anatômico do coração, apresentando as quatro cavidades, as valvas atrioventriculares e os 
vasos sanguíneos que chegam aos átrios e partem dos ventrículos
 
 128 
 Por ser completa, a circulação 
humana é dividida em duas etapas, 
contemplando as duas passagens pelo 
coração. 
 A primeira etapa corresponde à 
circulação pulmonar ou pequena 
circulação, que se inicia com a saída do 
sangue venoso pelo ventrículo direito, 
passando pelas artérias pulmonares, 
realizando a hematose nos capilares, e 
retornando, agora como sangue arterial, 
para o átrio esquerdo por meio das veias 
pulmonares. 
 A circulação sistêmica ou 
grande circulação, segunda etapa, 
inicia-se com a saída do sangue arterial 
do ventrículo esquerdo, encaminhado 
para todo o corpo a partir da artéria aorta. 
A hematose ocorre em nível tecidual e o 
sangue, agora venoso, retorna ao 
coração, no átrio direito, pelas veias 
cavas inferior e superior. 
 
10.2 SISTEMA LINFÁTICO 
 Durante a circulação sanguínea, 
uma porção do plasma se acumula no 
interstício das células, muitas vezes 
contendo oxigênio e nutrientes. Parte do 
líquido intersticial é reabsorvido pelos 
capilares. O excedente é drenado pelo 
sistema linfático, que o devolverá para 
o sangue. 
 Uma vez drenado pelos 
capilares linfáticos e encaminhados 
pelos vasos linfáticos, de maior calibre, 
o líquido recebe o nome de linfa, que 
tem circulação mais lenta que a do 
sangue, dependente de diversos fatores. 
 Antes da incorporação da linfa 
ao sangue, pequenos órgãos presentes 
nos vasos linfáticos filtram e combatem 
antígenos que posem ser levados em 
sua composição. Tais estruturas são 
denominadas linfonodos ou gânglios 
linfáticos, que, por conterem grande 
quantidade de leucócitos, também atuam 
no sistema imunológico. 
 A maior parte dos linfonodos 
está concentrada nas regiões do 
pescoço, das axilas e da virilha. 
 
10.3 SISTEMA URINÁRIO 
 O metabolismo de compostos 
nitrogenados, como as proteínas, é 
responsável pela geração de amônia 
(NH3), substância que possui grande 
toxicidade para o organismo. Uma vez 
armazenada, tal substância pode causar 
danos. 
 Animais aquáticos, ao 
produzirem amônia, realizam a liberação 
direta no ambiente. Répteis, aves, 
mamíferos convertem a substância em 
compostos nitrogenados menos tóxicos, 
o ácido úrico e a ureia. Ambas 
substâncias podem ser armazenadas 
por um período no organismo até a 
excreção, sem prejuízos. 
 A excreção nitrogenada dos 
seres humanos é realizada, em sua 
maioria, pela produção de ureia, com 
menor produção de ácido úrico. Uma vez 
produzidas pelas células, as duas 
substâncias são difundidas para o 
sangue, que fará o transporte para a 
eliminação. 
 Para essa função, o organismo 
possui um sistema próprio, que visa 
retirar excretas do sangue e eliminá-los 
no ambiente. O sistema urinário, como 
é conhecido, filtra o sangue e também 
atua na regulação hídrica, na regulação 
da pressão arterial, na excreção de 
outras substâncias como creatinina, 
urobilinogênio (produto da bile) e 
metabólitos de drogas. 
 
 129 
 
10-2: Organização anatômica do sistema urinário.
 Os órgãos que compõem o 
sistema urinário são: os rins, os ureteres, 
a bexiga urinária e a uretra. 
 Os rins estão localizados 
próximos às vertebras lombares, na 
região posterior do abdome, tendo um 
formato semelhante a um grão de feijão. 
Como a principal função desses órgãos 
é formar a urina a partir da filtração do 
sangue, há a conexão com o sistema 
cardiovascular por meio da veia e da 
artéria renais, ramos da veia cava e da 
artéria aorta, respectivamente. 
 Cada rim possui uma quantidade 
superior a 1 milhão de néfrons, 
unidades funcionais, que correspondem 
a uma via tubular envolta por grande 
vascularização. 
 A porção inicial dos néfrons é o 
glomérulo renal, que apresenta um 
enovelado de capilares originados da 
artéria renal e cobertos pela cápsula de 
Bowman ou cápsula renal. A pressão 
sanguínea dos capilares faz com água, 
eletrólitos, excretas e nutrientes de 
moléculas menores, como a glicose e 
aminoácidos, difundam para o interior da 
cápsula renal, ganhando a primeira parte 
do túbulo renal, conhecida como túbulo 
proximal. Esse processo é conhecido 
como filtração glomerular. 
 O filtrado inicial possui uma 
grande quantidade de substâncias que 
não podem ser eliminadas, passando 
pelo processo de reabsorção da água e 
nutrientes. O túbulo proximal reabsorve 
a maior parte do sódio e da água. A 
porção mediana do néfron, a alça de 
Henle ou alça renal, reabsorve os sais 
e, o fim, a parte final, o túbulo distal, 
reabsorve íons. De todos os 
componentes do filtrado, apenas a 
glicose e os aminoácidos tendem a ser 
completamente reabsorvidos. 
 O final da formação da urina 
ocorre pelo processo de secreção, no 
qual são adicionados ao filtrado resíduos 
adicionais como metabólitos e 
medicamentos. A urina, uma vez 
formada, é encaminhada para o ducto 
coletor, estrutura do final do néfron. 
 
 130 
 
10-3: Estrutura de um néfron.
 Saindo dos rins, a urina é 
encaminhada à bexiga urinária pelos 
ureteres. A bexiga urinária é muscular e 
tem capacidade elástica que permite 
aumento de seu volume para 
armazenamento da urina. O volume 
médio de armazenamento da bexiga é 
em torno de 0,5 litros. 
 A abertura de um esfíncter 
posicionado na porção inferior do órgão 
faz com que a urina ganhe o canal da 
uretra para, enfim, ser eliminado no 
ambiente. 
 Para os homens, a uretra 
corresponde a um órgão participante de 
dois sistemas: o urinário e o reprodutor. 
Nas mulheres, a uretra é exclusiva do 
sistema urinário. 
 Diferente do que ocorre com o 
sistema respiratório e com o sistema 
cardiovascular, controlados por ação do 
sistema nervoso, a ação dos rins é 
controlada por hormônios, 
principalmente pelo ADH, hormônio 
antidiurético, que será melhor discutido 
no próximo capítulo. 
 Os rins também possuem função 
endócrina, atuando no controle da 
pressão arterial pela produção da 
renina, uma enzima que iniciará uma 
série de reações com objetivo de reter 
maior quantidade de sódio e causar 
vasoconstrição. 
 Além do sistema urinário, parte 
da excreção do organismo é realizada 
por meio de glândulas exócrinas 
presentes na pele, as glândulas 
sudoríparas. 
 O suor, produto dessas 
glândulas, é utilizado como veículo de 
excreção de compostos nitrogenados, 
sódio, potássio e cloretos. 
 A principal função do suor, 
porém, é eliminar excesso de calor do 
organismo, atuando no controle da 
temperatura corporal. 
 
 131 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (ENEM) O “The Kidney Project” é um 
projeto realizado por cientistas que 
pretendem desenvolver um rim biônico 
que executará a maioria das funções 
biológicas do órgão. O rim biônico 
possuirá duas partes que incorporam 
recentes avanços de nanotecnologia, 
filtração de membrana e biologia celular. 
Esse projeto significará uma grande 
melhoria na qualidade de vida para 
aquelas pessoas que dependem da 
hemodiálise para sobrevivência. 
Disponível em: https://pharm.ucsf.edu. Acesso 
em: 26 abr. 2019 (adaptado). 
 
O dispositivo criado promoverá 
diretamente a: 
a) remoção de ureia. 
b) excreção de lipídios. 
c) síntese de vasopressina. 
d) transformação de amônia. 
e) fabricação de aldosterona. 
 
2. (UERJ) Os capilares são os vasos 
sanguíneos que permitem, por difusão, 
as trocas de substâncias, como 
nutrientes, excretas e gases, entre o 
sangue e as células. Essa troca de 
substâncias é favorecida pela seguinte 
característica dos capilares: 
a) camada tecidual única. 
b) presença de válvulas móveis. 
c) túnica muscular desenvolvida. 
d) capacidade de contração intensa. 
 
3. (FUVEST) No sistema circulatório 
humano: 
a) a veia cava superior transporta 
sangue pobre em oxigênio, coletado dacabeça, dos braços e da parte superior 
do tronco, e chega ao átrio esquerdo do 
coração. 
b) a veia cava inferior transporta sangue 
pobre em oxigênio, coletado da parte 
inferior do tronco e dos membros 
inferiores, e chega ao átrio direito do 
coração. 
c) a artéria pulmonar transporta sangue 
rico em oxigênio, do coração até os 
pulmões. 
d) as veias pulmonares transportam 
sangue rico em oxigênio, dos pulmões 
até o átrio direito do coração. 
e) a artéria aorta transporta sangue rico 
em oxigênio para o corpo, por meio da 
circulação sistêmica, e sai do ventrículo 
direito do coração. 
 
4. (UFPE) Com relação à função de 
artérias e veias na circulação humana, 
analise a figura e as proposições a 
seguir: 
 
 
 
 132 
Esquema da circulação do sangue no 
corpo humano: 
1- Artérias pulmonares (1) levam aos 
pulmões o sangue vindo do corpo. 
2- Veias pulmonares (2) trazem para o 
coração o sangue oxigenado nos 
pulmões. 
3- Artéria aorta (3) leva o sangue 
oxigenado a todas as partes do corpo. 
4- Veias cavas (4) trazem o sangue rico 
em gás carbônico do corpo ao coração. 
 
Estão corretas: 
a) 1, 2, 3 e 4. 
b) 1, 2 e 3 apenas. 
c) 1 e 3 apenas. 
d) 2 e 4 apenas. 
e) 2, 3 e 4 apenas. 
 
5. (UERJ) Artérias são vasos sanguíneos 
que transportam o sangue do coração 
para os tecidos, enquanto veias trazem o 
sangue para o coração. 
Admita, no entanto, que as artérias 
fossem definidas como vasos que 
transportassem sangue oxigenado e as 
veias, vasos que transportassem sangue 
desoxigenado. Nesse caso, a artéria e a 
veia que deveriam inverter suas 
denominações, no ser humano, seriam, 
respectivamente, as conhecidas como: 
a) renal e renal. 
b) aorta e cava. 
c) coronária e porta. 
d) pulmonar e pulmonar. 
 
6. (ENEM) A imagem representa uma 
ilustração retirada do livro De Motu 
Cordis, de autoria do médico inglês 
Willian Harvey, que fez importantes 
contribuições para o entendimento do 
processo de circulação do sangue no 
corpo humano. 
No experimento ilustrado, Harvey, após 
aplicar um torniquete (A) no braço de um 
voluntário e esperar alguns vasos 
incharem, pressionava-oos em um ponto 
(H). Mantendo o ponto pressionado, 
deslocava o conteúdo de sangue em 
direção ao cotovelo, percebendo que um 
trecho do vaso sanguíneo permanecia 
vazio após esse processo (H-O). 
 
 
 
A demonstração de Harvey permite 
estabelecer a relação entre circulação 
sanguínea e: 
a) pressão arterial. 
b) válvulas venosas. 
c) circulação linfática. 
d) contração cardíaca. 
e) transporte de gases. 
 
 
 
 
 133 
7. (UEMG) O sistema urinário humano 
ou aparelho urinário é encarregado pela 
preservação da homeostasia corpórea. 
Esse controle se dá através da 
identificação da condição do organismo: 
se, por exemplo, há uma queda ou um 
aumento da pressão sanguínea, o 
Sistema Nervoso Central (SNC) ativa 
mecanismos renais que trabalharão com 
a finalidade de normalizá-la. Os órgãos 
que compõem o sistema urinário são os 
rins e as vias urinárias. As vias urinárias 
compreendem a uretra, a bexiga e o 
ureter. 
Sobre o sistema urinário humano, é 
INCORRETO afirmar que: 
a) Os ureteres são dois tubos de 
aproximadamente 20cm de comprimento 
cada, que conduzem a urina dos rins 
para a bexiga. 
b) A uretra é o canal que conduz a urina 
do interior da bexiga para fora do corpo. 
Ela termina no pênis ou na vulva. 
c) A bexiga urinária recebe e armazena 
temporariamente a urina com uma 
quantidade que pode variar de 400ml até 
500ml. 
d) Os rins funcionam como um filtro que 
retém as impurezas do sangue venoso e 
o deixa em condições de circular pelo 
organismo. 
 
8. (UEL) Considere as listas a seguir 
referentes às estruturas e funções do 
sistema excretor humano. 
I. Néfron 
II. Bexiga 
III. Uretra 
IV. Ureter 
A. Condução de urina para o meio 
externo. 
B. Produção de urina. 
C. Armazenamento de urina. 
D. Condução de urina até o órgão 
armazenador. 
 
Assinale a alternativa que associa 
corretamente cada estrutura à sua 
função. 
a) I-A, II-B, III-C, IV-D 
b) I-B, II-C, III-A, IV-D 
c) I-B, II-D, III-C, IV-A 
d) I-C, II-A, III-D, IV-B 
e) I-D, II-C, III-B, IV-A 
 
9. (UEA) O sistema cardiovascular 
humano é composto basicamente por 
coração, vasos sanguíneos e sangue. O 
coração é responsável pelo 
impulsionamento do sangue para dentro 
dos vasos sanguíneos. Tal 
impulsionamento do sangue ocorre 
sempre a partir de um: 
a) ventrículo para o interior dos capilares. 
b) átrio para o interior dos capilares. 
c) átrio para o interior de uma artéria. 
d) átrio para o interior de uma veia. 
e) ventrículo para o interior de uma 
artéria. 
 
10. (Rennólogia Original) A 
hemodiálise é um procedimento 
realizado para pacientes com deficiência 
renal, na qual o sangue passa por um 
aparelho que retirará suas impurezas. 
 
 134 
 
https://www.saudebemestar.pt/pt/medicina/nefrologia/dialise/ 
 
A figura acima representa o processo de 
hemodiálise, na qual uma solução passa 
pelo dialisador e, por difusão, retira 
excretas do sangue, que é devolvido 
para o organismo. 
De acordo com a imagem, é possível 
concluir que: 
a) No processo a fase de filtração ocorre 
exatamente igual ao encontrado na 
capsula renal, separando todo o sangue 
e devolvendo, posteriormente, ao 
plasma, glicose e aminoácidos. 
b) A filtração do dialisador ocorre de 
maneira diferente da encontrada nos 
rins, fazendo que apenas as substâncias 
a serem eliminadas difundam para a 
solução, não sendo necessário processo 
de reabsorção de água e nutrientes. 
c) A hemodiálise simula de forma 
fidedigna os processos que ocorrem nos 
túbulos proximal e distal e na alça de 
Henle, incluindo a etapa de secreção 
renal. 
d) Das três etapas da formação da urina, 
apenas a filtração ocorre de maneira 
diferente à encontrada nos túbulos 
renais, pois não separa as células e 
proteínas do sangue, porém, as fases de 
reabsorção e secreção ocorrem da 
mesma maneira que as encontradas nos 
rins. 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 135 
11. FISIOLOGIA: CONTROLE DO ORGANISMO 
 
 As funções do organismo 
possuem uma série de mecanismos de 
controle, que podem aumentar ou 
diminuir a ação de tecidos e sistemas, 
reagir a estímulos ambientais, induzir 
secreções exócrinas, entre outras ações. 
 À frente de tais mecanismos 
estão dois sistemas, o nervoso, que atua 
por meio de impulsos elétricos e 
neurotransmissores, e o endócrino, que 
atua por meio de hormônios. 
 
11.1 SISTEMA NERVOSO 
 O sistema nervoso tem sua 
formação baseada no tecido nervoso, 
sendo capaz de receber, interpretar e 
responder a estímulos variados, internos 
ou externos. 
 Parte da estrutura do sistema é 
condicionada no crânio e na coluna 
vertebral, o sistema nervoso central, 
representando a porção com maior 
quantidade de corpos celulares dos 
neurônios. Partindo do crânio e da 
coluna vertebral encontram-se os 
nervos, feixes de axônios, que, em 
conjunto com gânglios nervosos, formam 
o sistema nervoso periférico. 
 
A) SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 Por ser o centro de comando do 
organismo, além dos ossos que 
protegem o sistema nervoso central 
encontram-se um conjunto de três 
membranas, as meninges, e o líquido 
cefalorraquidiano ou cerebrospinal 
(ou simplesmente líquor), que atuarão na 
proteção do sistema, regulando sua 
pressão e amortecendo o impacto de 
choques mecânicos. 
 
 
11.1: Organização das meninges realizando a 
proteção no espaço entre os ossos (crânio e 
coluna vertebral) e os órgãos do sistema 
nervoso central. 
 A primeira meninge, encontrada 
em contato com os ossos, é conhecida 
como dura-máter, composta por tecido 
conjuntivo denso, rico em fibras 
colágenas. A segunda meninge, por ter 
aparência microscópica de uma teia de 
aranha, é denominada aracnoide, que 
concentra líquido cefalorraquidiano.Em 
contato direto com o sistema nervoso 
central, mais precisamente com os 
astrócitos que o cercam, está a terceira 
meninge, a pia-máter. 
 
Quais são os tipos de 
meningite? Informações 
que você precisa saber. 
 A parte do sistema nervoso 
central protegida pelo crânio é o 
encéfalo, uma estrutura formada pelo 
cérebro, pelo tálamo, pelo hipotálamo, 
pelo cerebelo e pelo tronco encefálico. 
 O cérebro, maior órgão do 
encéfalo, é composto por dois 
hemisférios cerebrais ligados pelo corpo 
caloso. Sua anatomia é dividida nas 
regiões (lobos) frontais (anteriores), 
parietais (superiores), temporais 
(laterais) e occipitais (posteriores). 
https://blog.sabin.com.br/saude/quais-sao-os-tipos-de-meningite-informacoes-que-voce-precisa-saber/
https://blog.sabin.com.br/saude/quais-sao-os-tipos-de-meningite-informacoes-que-voce-precisa-saber/
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 136 
 A área mais externa do cérebro 
(córtex) concentra uma grande 
quantidade de corpos celulares dos 
neurônios, sendo chamada de 
substância cinzenta, responsável pelo 
controle das funções sensoriais, motoras 
e associativas. A região interna, 
composta principalmente de axônios e 
dendritos, corresponde à substância 
branca, que encaminha e distribui 
informações do e para o córtex. 
 Na região inferior do cérebro 
encontra-se o tálamo, pequena região 
que recebe informações dos órgãos dos 
sentidos, com exceção do olfato, e 
também atua nas emoções. Abaixo do 
tálamo está o hipotálamo, que tem ação 
no controle hídrico do organismo, do 
apetite, da temperatura corporal e da 
pressão arterial. O hipotálamo é 
responsável pela produção de 
hormônios da neuro-hipófise e por 
hormônios reguladores da adeno-
hipófise. 
 Abaixo dos lobos occipitais do 
cérebro é encontrado o cerebelo, 
responsável pela coordenação dos 
movimentos (coordenação motora), do 
equilíbrio e da postura corporal. A 
exemplo do que é apresentado no 
cérebro, a região mais externa do 
cerebelo é caracterizada pela substância 
cinzenta, enquanto a região interior é 
formada pela substância branca. 
 O tronco encefálico, última 
porção do encéfalo, compreende o 
mesencéfalo, a ponte e o bulbo. 
 O mesencéfalo integra diversas 
informações, sendo a região que 
controla os movimentos dos olhos e as 
informações auditivas. A ponte auxilia as 
funções do cerebelo, também atuando 
na movimentação dos olhos, pescoço e 
no controle da respiração. O bulbo, parte 
final do encéfalo e que se comunica 
diretamente com a medula espinhal, atua 
no controle da respiração e dos 
batimentos cardíacos, além dos reflexos 
de tosse, vômito e deglutição. 
 Diferente do apresentado no 
encéfalo, a medula espinhal tem sua 
região interna caracterizada pela 
substância cinzenta e a região externa 
pela substância branca. Protegida pela 
coluna vertebral, é da medula que 
partem a maioria dos nervos que 
compõem o sistema nervoso periférico. 
 
 
11-2: Principais órgãos do sistema nervoso central.
 
 137 
O destino macabro dos 
cadáveres com batimentos 
cardíacos. 
 
B) SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
 O sistema nervoso periférico é 
formado por 12 pares de nervos 
cranianos, 31 pares de nervos 
espinhais e gânglios nervosos, 
estruturas que apresentam corpos 
celulares. 
 Os 12 pares de nervos cranianos 
estão associados aos órgãos dos 
sentidos e à movimentação da 
musculatura da face, permitindo o piscar 
dos olhos, a mastigação, as expressões 
faciais, entre outros movimentos. Os 12 
pares de nervos cranianos são: 
• Nervo olfatório; 
• Nervo óptico; 
• Nervo oculomotor: 
• Nervo troclear – participa da 
movimentação do olho; 
• Nervo trigêmeo – envolvido com a 
sensibilidade de face, tendo função 
motora; 
• Nervo abducente – participa da 
movimentação do olho; 
• Nervo facial – possui funções 
sensoriais e motoras; 
• Nervo vestibulococlear – atua no 
equilíbrio e na audição; 
• Nervo glossofaríngeo – inerva parte 
da língua e a faringe; 
• Nervo vago – inerva o sistema 
digestório e o coração; 
• Nervo acessório – auxilia o nervo 
vago e inerva músculos próximos ao 
ombro; 
• Nervo hipoglosso – atua na 
movimentação da língua. 
 Os nervos espinhais partem de 
espaços entre as vértebras (espaço 
intervertebral) e inervam todo o 
organismo, sendo classificados de 
acordo com a região da coluna de onde 
partem como cervicais, torácicos, 
lombares, sacrais e, o último par, o 
coccígeo. 
 
11-3: Representação dos nervos espinhais 
partindo do espaço intervertebral. 
 Todos os nervos que compõem o 
sistema nervoso periférico são 
classificados em três grupos, de acordo 
com a ação que desempenham. Os 
nervos sensitivos, com fibras 
aferentes, são responsáveis por 
encaminhar informações do organismo 
ou do meio externo para o sistema 
nervoso central. Os nervos motores, 
com fibras eferentes, ao contrário, levam 
as informações do sistema nervoso 
central para os órgãos e músculos, 
sendo os responsáveis pela 
coordenação das secreções e dos 
movimentos. O terceiro tipo reúne fibras 
nervosas aferentes e eferentes, 
classificados como nervos mistos. 
 Os gânglios nervosos estão 
ligados aos nervos e estão relacionados 
com a percepção de estímulos como a 
dor, pressão, temperatura e demais 
estímulos internos e externos. 
 
C) SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 Diferente da classificação 
anatômica que define os sistemas 
nervosos central e periférico, o sistema 
nervoso autônomo representa a parte 
do sistema nervoso que controla a vida 
https://www.bbc.com/portuguese/revista-62571699
https://www.bbc.com/portuguese/revista-62571699
https://www.bbc.com/portuguese/revista-62571699
https://www.bbc.com/portuguese/revista-62571699
 
 138 
vegetativa, ou seja, controla os órgãos 
internos, o ritmo cardíaco, a frequência 
respiratória, a pressão arterial e algumas 
secreções glandulares. 
 Toda a rede do sistema nervoso 
autônomo é dividida em simpática e 
parassimpática, de acordo com a 
atuação que apresentam nos órgãos. 
 O sistema nervoso autônomo 
simpático é caracterizado por respostas 
rápidas, com maior necessidade 
energética, tendo como seu principal 
neurotransmissor a noradrenalina, 
responsável pelo aumento dos 
batimentos cardíacos, da frequência 
respiratória, dilatação da pupila e ações 
conjuntas com o glucagon, que 
aumentam os níveis de glicose no 
sangue. 
 Na contramão, o sistema 
nervoso autônomo parassimpático 
atua na normalização das funções 
corporais, cessando a situação de 
estresse, desacelerando as frequências 
cardíaca e respiratória, estimulando a 
digestão, contraindo as pupilas, entre 
outros efeitos. 
 A grande maioria dos órgãos do 
organismo está inervado tanto pelo 
sistema nervoso autônomo simpático 
quanto pelo parassimpático, o que 
permite a total regulação de suas 
funções. 
 
11.2 OS SENTIDOS 
 A grande maioria dos animais 
possui estruturas que permitem uma 
maior interação com o meio, captando 
estímulos diversos que atuam na maior 
adaptação aos ambientes e na melhor 
condição de sobrevivência. Dotados de 
estruturas próprias, os sentidos são 
determinados pela captação de 
estímulos que são levados ao sistema 
nervoso central e conseguem interpretar 
informações relacionadas à luz, ondas 
sonoras, odores e sabores, pressão e 
temperatura. 
 
A) VISÃO 
 O sentido da visão é estruturado 
em um órgão capaz de captar imagens e 
convertê-las em impulsos nervosos para 
interpretação no sistema nervoso 
central, o olho. 
 A luz chega ao olho pela sua 
porção anterior, passando pela córnea, 
parte mais externa, pelo humor aquoso, 
e pelo cristalino, que funciona como 
uma lente. Regulando a quantidade de 
energia luminosa existe a íris, que é 
capazde se contrair e relaxar, 
controlando sua abertura, conhecida 
como pupila. 
 Em ambientes muito iluminados 
o diâmetro da pupila tende a diminuir, 
restringindo a quantidade de luz que 
entra no órgão. Ao contrário, em 
ambientes com baixa luminosidade, há a 
dilatação da pupila, permitindo maior 
captação da luz. 
 No interior do olho existe o 
humor aquoso, um líquido transparente 
que permite a passagem da luz até a 
formação da imagem na retina, 
localizada na porção posterior do órgão. 
 É na retina que se localizam as 
células fotorreceptoras, os cones e os 
bastonetes. Os cones são responsáveis 
pela percepção das cores, sendo 50% 
capazes de enxergar a cor verde, 25% a 
cor vermelha e 25% a cor azul. Os 
bastonetes são capazes de perceber 
diferentes intensidades luminosas, 
atuando na percepção da forma e 
volume dos objetos. 
 
 139 
 
11-4: Esquema anatômico do olho humano.
 Ligado à retina está o nervo 
óptico, que encaminhará as 
informações captadas pelos cones e 
bastonetes para serem interpretadas no 
cérebro. 
 Recobrindo o globo ocular, com 
exceção da retina, está uma camada de 
tecido conjuntivo fibroso, a esclera, 
também conhecida como a porção 
branca do olho. Protegendo e 
lubrificando toda a estrutura, permitindo 
melhores movimentos, está a membrana 
denominada conjuntiva, que também 
recobre a parte interna das pálpebras. 
 Algumas alterações na forma e 
tamanho dos olhos podem gerar 
problemas de visão. Entre eles, 
destacam-se 
• Miopia – globo ocular alongado que 
implica na formação da imagem em 
um ponto localizado antes da retina, 
o que dificulta a percepção de 
objetos distantes; 
• Hipermetropia – menor diâmetro do 
globo ocular, formando a imagem em 
um ponto posterior à retina e 
dificultando a percepção de objetos 
próximos; 
• Astigmatismo – formato irregular do 
globo ocular, desfocando a imagem 
para objetos posicionados em 
qualquer distância. 
 Outras duas patologias também 
são comuns nos olhos: a catarata e o 
glaucoma. 
 Na catarata ocorre a perda de 
transparência da porção anterior do 
olho, impedindo ou diminuindo a entrada 
da luz. Já o glaucoma é caracterizado 
pelo aumento da pressão interna do 
órgão, podendo lesar de forma 
irreversível o nervo óptico e, 
consequentemente, levar à cegueira. 
 
B) AUDIÇÃO 
 A audição representa o sentido 
capaz de captar vibrações mecânicas, 
as ondas sonoras, e permitir, 
consequentemente, a compreensão dos 
sons. O órgão responsável pelo 
sentido é a orelha, dividida em três 
 
 140 
regiões: orelha externa, orelha média e 
orelha interna. 
 Projetando-se na lateral da 
cabeça está a orelha externa, 
composta pelo pavilhão auditivo e pelo 
canal auditivo, estrutura pela qual as 
ondas sonoras entram. No início da 
orelha média está o tímpano, uma 
membrana que veda o canal auditivo, 
capaz de captar as vibrações das ondas 
sonoras. O movimento do tímpano é 
transmitido a um conjunto de três 
pequenos ossos, o martelo, a bigorna 
e o estribo. Ainda na orelha média, 
visando a regulação da pressão do 
sistema, existe a tuba auditiva, que se 
comunica com a faringe. 
 As vibrações do estribo são 
captadas pela janela oval, na orelha 
interna, e fazem o líquido no interior da 
cóclea vibrar, sendo captadas por 
células ciliadas sensoriais para 
geração do impulso nervoso transmitido 
ao cérebro para interpretação pelo nervo 
coclear, outro ramo do nervo 
vestibulococlear. 
 Na porção superior da estrutura 
na qual a cóclea se encontra está o 
aparelho vestibular, também conhecido 
como labirinto. Seu interior é revestido 
por células sensoriais ciliadas que 
transmitirão o estímulo nervoso para o 
nervo vestibular, outro ramo do nervo 
vestibulococlear. Diferente das células 
da cóclea, a função das células do 
labirinto é captar alterações no 
posicionamento do organismo, gerando 
uma série de informações enviadas pelo 
sistema nervoso central aos músculos 
esqueléticos para a manutenção do 
equilíbrio e da postura. 
 
C) OLFATO 
 O olfato utiliza parte do aparato 
do sistema respiratório, mais 
precisamente da cavidade nasal, para 
abrigar neurônios quimiorreceptores, 
ligados ao bulbo olfatório e, 
consequentemente, ao nervo olfatório. 
As moléculas que estimulam os 
neurônios olfativos estão dissolvidas no 
ar atmosférico. 
11-5: Modelo representativo do aparelho auditivo. 
 
 141 
 A mucosa olfativa é capaz de 
captar apenas um odor por vez e está 
localizada na parte superior da cavidade 
nasal. 
 O olfato está relacionado 
intimamente com o paladar, atuando no 
reconhecimento dos sabores. 
 
D) PALADAR 
 Para o sistema digestório, a 
língua atua auxiliando o processo de 
mastigação, movimentando o alimento e 
realizando sua mistura com a família. 
Para a fala, o órgão atua na articulação 
silábica. É também responsabilidade da 
língua a captação dos sabores, o 
paladar, graças às papilas gustativas, 
pequenas estruturas que apresentam 
receptores químicos que são capazes de 
gerar impulsos nervosos encaminhados 
ao sistema nervoso central. 
 Na superfície da língua 
encontram-se três tipos de papilas: as 
fungiformes, com poucos botões 
gustativos, as foliadas e as 
circunvaladas, ambas com centenas de 
botões gustativos. 
 As papilas gustativas são 
capazes de identificar cinco sabores 
interpretados pelo cérebro: 
• Doce – característico dos 
carboidratos; 
• Azedo – característico de ácidos; 
• Amargo – característico de 
compostos alcalinos orgânicos; 
• Salgado – característico de sais 
inorgânicos; 
• Unami – característico de proteínas 
e sais de aminoácidos. 
 Atualmente compreende-se que 
as papilas referentes a cada sabor estão 
espalhadas por toda a língua, 
contrariando a ideia anterior de que 
cada região da língua era responsável 
pela sensibilidade a um sabor 
específico. 
 
E) TATO 
 O tato é responsável pelas 
sensações somáticas, ou seja, pela 
captação de estímulos referentes à 
pressão, à temperatura e à dor. 
 O principal órgão do tato é a 
pele, apresentando uma grande 
quantidade de terminações nervosas, 
classificadas nos seguintes tipos: 
• Corpúsculos de Meissner – para 
captação de toques leves; 
• Discos de Merkel – capazes de 
sentir texturas e pressão; 
• Receptores de Krause – sensíveis 
ao frio; 
• Receptores de Ruffini – sensíveis 
ao calor; 
• Receptores de Vater Pacini – para 
captação de vibrações; 
• Terminações livres – capazes de 
captar estímulos mecânicos, 
dolorosos e térmicos. 
 O tato está diretamente 
envolvido com o arco reflexo, uma 
rápida resposta do sistema nervoso 
central a estímulos externos que podem 
representar perigo ao organismo. 
 O arco reflexo ocorre quando o 
tato percebe uma temperatura extrema, 
um objeto perfurante/cortante ou um 
estímulo de dor. O impulso nervoso, ao 
chegar na medula espinhal, gera de 
forma imediata uma resposta motora, 
que recua ao toque como forma de 
proteção. Tal estímulo é fundamental, na 
maioria das espécies, para garantir a 
sobrevivência. 
 
 142 
11.3 SISTEMA ENDÓCRINO 
 Diferente dos demais sistemas, 
que possuem interação direta entre 
seus órgãos, o sistema endócrino 
corresponde a um conjunto de glândulas 
que atua na manutenção da 
homeostase em conjunto com o sistema 
nervoso autônomo. 
 As glândulas endócrinas lançam 
suas secreções, os hormônios, na 
corrente sanguínea para que possam 
ser encaminhados aos receptores das 
células e órgãos alvo. Cada hormônio 
possui um alvo e uma ação específica. 
 
A) HIPÓFISE 
 Glândula localizada abaixo do 
hipotálamo, a hipófise ou glândula 
pituitária é dividida em duas porções, 
com origem embriológica diferente: a 
adeno-hipófise e a neuro-hipófise. 
 A adeno-hipófise é formada a 
partir de tecido epitelial, sendo 
responsável pela produção dos 
seguintes hormônios: 
• GH ou hormônio do crescimento –regula o metabolismo e estimula o 
crescimento tecidual; 
• Hormônio adrenocorticotrópico 
ou ACTH – induz a produção do 
córtex das glândulas suprarrenais; 
• Gonadrotofinas – representadas 
pelos hormônios folículo estimulante 
(FSH) e luteinizante (LH), que atuam 
diretamente nas gônadas; 
• Prolactina – estimula a produção 
das glândulas mamárias; 
• Tireotrofina ou TSH – regula a 
secreção dos hormônios da tireoide. 
 A neuro-hipófise tem origem no 
hipotálamo, produzindo dois hormônios, 
o antidiurético e a ocitocina. 
 Também conhecido como 
vasopressina, a ação do hormônio 
antidiurético (ADH) ocorre nos túbulos 
renais, induzindo a reabsorção de água 
e, consequentemente, concentrando a 
urina. 
 A deficiência do ADH é 
responsável pelos quadros de diabetes 
insipidus, na qual o organismo é 
suscetível a uma intensa perda hídrica 
com grandes volumes de urina. 
 A ocitocina tem atuação 
fundamental no estímulo da contração 
uterina, tendo seus maiores índices 
corporais registrados durante o parto e 
seus momentos próximos. 
 
B) GLÂNDULA PINEAL 
 Localizada próxima a região 
central do encéfalo, a glândula pineal é 
parte do sistema fotoneuroendócrino, 
tendo importante função na 
sincronização do ritmo circadiano. 
 Na ausência de estímulos 
luminosos, a glândula pineal produz o 
hormônio melatonina, auxiliando a 
sonolência e com ações antitumorais, 
antioxidantes e anti-inflamatórias. A 
variação da produção de melatonina em 
diferentes estações do ano é um dos 
fatores que influencia o período de 
reprodução de algumas espécies 
animais. 
 
C) TIREOIDE 
 A glândula tireoide está 
localizada na região do pescoço, 
envolvendo externamente uma porção 
da traqueia. Sua estrutura é dividida em 
dois lobos, apresentando uma forma 
que lembra uma borboleta. 
 
 143 
 A secreção da tireoide é 
controlada pelo TSH, que tem sua 
produção, na hipófise, regulada pelos 
níveis de hormônios tireoidianos em um 
exemplo de feedback negativo. Níveis 
baixos de hormônios tireoidianos 
estimulam a produção de TSH e, 
consequentemente, a secreção da 
tireoide. Níveis altos de hormônios 
tireoidianos atuam na hipófise inibindo a 
produção de TSH e, sequencialmente, 
diminuindo a secreção da tireoide. 
 Os dois principais hormônios 
tireoidianos são a tri-iodotironina (T3) 
e a tiroxina (T4), que atuam na 
regulação do metabolismo do 
organismo. A produção de ambos 
depende do aminoácido tirosina e do 
iodo. 
 A glândula também é 
responsável pela secreção da 
calcitonina, que atua na homeostase 
do cálcio nos níveis ósseo o renal. 
 
D) PARATIREOIDES 
 Localizadas na porção posterior 
da tireoide, as glândulas paratireoides 
representam um conjunto de quatro 
pequenas estruturas revestidas por 
tecido conjuntivo. 
 O hormônio secretado por tais 
glândulas é o paratormônio (PTH), 
que, a exemplo da calcitonina, atua na 
homeostase do cálcio, estimulando sua 
liberação no plasma. 
 
E) GLÂNDULAS SUPRARRENAIS 
 Representadas por uma massa 
glandular localizada acima dos rins, as 
suprarrenais ou adrenais possuem 
secreções distintas na região medular e 
no córtex. 
 A medula suprarrenal é 
responsável pela produção de 
adrenalina e noradrenalina, ambas 
envolvidas com o estado de alerta do 
organismo. Como ambos hormônios são 
amplamente produzidos pelo sistema 
nervoso, a medula das glândulas 
suprarrenais é considerada por muitos 
autores como um luxo endócrino. 
 O córtex suprarrenal secreto 
dois hormônios na corrente sanguínea: 
a aldosterona e o cortisol. 
 A aldosterona está relacionada 
ao equilíbrio hídrico do organismo, 
regulando os níveis de sódio e potássio 
do plasma e atua, consequentemente, 
na pressão arterial. 
 O cortisol, também chamado de 
hormônio do estresse, é um esteroide 
que tem ação ampla no organismo, 
influenciando os níveis de açúcares no 
sangue, em processos inflamatórios e 
no metabolismo. 
 
F) PÂNCREAS 
 O pâncreas é uma glândula 
mista que possui a função exócrina de 
produzir o suco pancreático, 
fundamental nos processos digestórios 
intestinais. Sua função endócrina está 
relacionada com os níveis de glicose no 
organismo, secretando dois hormônios 
antagônicos: a insulina e o glucagon. 
 A insulina promove a difusão 
facilitada da glicose nas células, abrindo 
canais presentes em vesículas GLUT-4 
façam a adesão na membrana 
plasmática. Sua produção é estimulada 
pelo aumento dos níveis sanguíneos do 
monossacarídeo. A deficiência do 
hormônio caracteriza os quadros 
clínicos de diabetes mellitus. 
 
 144 
 
 
11-6: Ações da insulina no organismo. 
 O glucagon, com produção 
estimulada em casos de hipoglicemia 
(baixa taxa de glicose sanguínea), atua 
induzindo a síntese de glicose e sua 
liberação no sangue. 
 
G) GÔNADAS 
 As gônadas são parte dos 
aparelhos reprodutores feminino e 
masculino, responsáveis pela produção 
dos hormônios sexuais. 
 Nas mulheres há a produção 
hormonal pelos ovários, em etapas 
determinadas do ciclo menstrual, nos 
quais o estrogênio e a progesterona 
atuam no desenvolvimento e 
manutenção do endométrio, como será 
estudado posteriormente. 
 No aparelho reprodutor 
masculino, os testículos secretam a 
testosterona, que atua na produção 
dos espermatozoides. 
 Os hormônios das gônadas, 
tanto feminino quanto masculino, são 
responsáveis pelo desenvolvimento das 
características sexuais secundárias. 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (UERJ) Em situações de perigo, o 
sistema nervoso autônomo simpático 
produz uma série de alterações 
fisiológicas importantes para o corpo 
humano. Essa resposta do organismo é 
chamada de reação de luta ou fuga e 
provoca a liberação de adrenalina na 
corrente sanguínea. 
 
A liberação desse hormônio resulta na 
redução do seguinte processo vital: 
a) sístole ventricular 
b) batimento cardíaco 
c) dilatação brônquica 
d) peristaltismo intestinal 
2. (PUC-RJ) O homem possui diversos 
receptores sensoriais, através dos quais 
recebe informações do meio ambiente, 
enviando-as ao encéfalo, que as 
processa. Cones e bastonetes, bem 
como cóclea e células ciliadas, são 
estruturas ligadas a esse sistema. 
Indique a opção que, respectivamente, 
relaciona as estruturas aos sentidos. 
 
a) Audição e olfação; 
b) Visão e audição; 
c) Olfação e audição; 
d) Gustação e visão; 
e) Visão e gustação. 
 
 145 
3. (UEL-PR) No organismo humano, os 
receptores sensoriais responsáveis 
pelos sentidos do olfato podem ser 
classificados como: 
a) propriorreceptores. 
b) mecanorreceptores. 
c) quimiorreceptores. 
d) fotorreceptores. 
e) termorreceptores. 
 
4. (VUNESP) Os esportes radicais são 
atividades muito difundidas entre os 
jovens e têm recebido crescente 
atenção da mídia, inclusive com 
veiculação pela televisão. Uma 
característica deles, utilizada na sua 
propaganda, é a capacidade de induzir 
um aumento na produção de adrenalina 
nos participantes. Indique a alternativa 
que descreve corretamente o local de 
produção e a ação da adrenalina. 
 
a) Pâncreas – vasoconstrição, sudorese 
e elevação do nível de açúcar no 
sangue. 
b) Hipófise – vasodilatação, aumento na 
frequência dos batimentos cardíacos e 
dilatação de pupilas e brônquios. 
c) Suprarrenais – vasodilatação, 
sudorese e dilatação das pupilas. 
d) Hipófise – redução no volume 
sanguíneo, redução na pressão 
sanguínea sistêmica e elevação do nível 
de açúcar no sangue. 
e) Suprarrenais – vasoconstrição, 
aumento na frequência dos batimentos 
cardíacos e elevação do nível de açúcar 
no sangue. 
 
5. (ENEM) Um dos exames clínicos 
mais tradicionais para medir a 
capacidade reflexa dos indivíduos é o 
exame do reflexo patelar. Esse exame 
consiste na estimulação da patela, um 
pequeno osso localizado na parte 
anterior da articulação do joelho, com 
um pequeno martelo. A resposta reflexa 
aoestímulo é caracterizada pelo 
levantamento da perna em que o 
estímulo foi aplicado. 
 
Qual região específica do sistema 
nervoso coordena essa resposta? 
a) Ponte. 
b) Medula. 
c) Cerebelo. 
d) Hipotálamo. 
e) Neuro-hipófise. 
 
6. (ENEM) Portadores de diabetes 
insipidus reclamam da confusão feita 
pelos profissionais da saúde quanto aos 
dois tipos de diabetes: mellitus e 
insipidus. Enquanto o primeiro tipo está 
associado aos níveis ou à ação da 
insulina, o segundo não está ligado à 
deficiência desse hormônio. O diabetes 
insipidus é caracterizado por um 
distúrbio na produção ou no 
funcionamento do hormônio 
antidiurético (na sigla em inglês, ADH), 
secretado pela neuro-hipófise para 
controlar a reabsorção de água pelos 
túbulos renais. 
Tendo em vista o papel funcional do 
ADH, qual é um sintoma clássico de um 
paciente acometido por diabetes 
insipidus? 
 
 
 146 
a) Alta taxa de glicose no sangue. 
b) Aumento da pressão arterial. 
c) Ganho de massa corporal. 
d) Anemia crônica. 
e) Desidratação. 
 
7. (ENEM) Os distúrbios por deficiência 
de iodo (DDI) são fenômenos naturais 
distribuídos em várias regiões do 
mundo. Populações que vivem em 
áreas deficientes em iodo têm o risco de 
apresentar os distúrbios causados por 
essa deficiência, cujos impactos sobre 
os níveis de desenvolvimento humano, 
social e econômico são muito graves. 
No Brasil, vigora uma lei que obriga os 
produtores de sal de cozinha a incluírem 
em seu produto certa quantidade de 
iodeto de potássio. 
 
Essa inclusão visa prevenir problemas 
em qual glândula humana? 
a) Hipófise. 
b) Tireoide. 
c) Pâncreas. 
d) Suprarrenal 
e) Paratireoide. 
 
8. (FUVEST) A reação da pessoa, ao 
pisar descalça sobre um espinho, é 
levantar o pé imediatamente, ainda 
antes de perceber que o pé está ferido. 
Analise as afirmações: 
I. Neurônios sensoriais são ativados, ao 
se pisar no espinho. 
 
II. Neurônios motores promovem o 
movimento coordenado para a retirada 
do pé. 
III. O sistema nervoso autônomo 
coordena o comportamento descrito. 
 
Está correto o que se afirma em 
a) I, II e III. 
b) I e II, apenas. 
c) I, apenas. 
d) II, apenas. 
e) III, apenas. 
 
9. (Original Rennólogia) Uma das 
cenas mais emblemáticas da série The 
Office é a que Dwight Schrute, 
interpretado por Rainn Wilson, simula um 
incêndio no escritório. Além de trancar a 
porta e colocar fogo em um cesto de lixo 
para produzir fumaça, o personagem 
esquentou a maçaneta da porta, fazendo 
com que todos acreditassem que havia 
uma fonte forte de calor do outro lado. 
 
 
 
Em situações como as criadas por 
Dwight na série, é comum que sejam 
acionadas as seguintes estruturas 
responsáveis pelos sentidos: 
 
 
 
 147 
a) Células fotorreceptoras para 
identificar o cheiro da fumaça e 
corpúsculos de Meissner para identificar 
o calor da maçaneta. 
b) Células mecanorreceptoras para 
identificar a luminosidade do fogo e 
receptores de Vater Passini para 
identificar o calor da maçaneta. 
c) Células quimiorreceptoras para 
identificar o cheiro da fumaça e 
receptores de Ruffini para identificar o 
calor da maçaneta. 
d) Células fotorreceptoras para 
identificar a luminosidade do fogo e 
corpúsculos de Meissner para identificar 
o calor da maçaneta. 
e) Células mecanorreceptoras para 
identificar o cheiro da fumaça e 
receptores de Ruffini para identificar o 
calor da maçaneta. 
 
 
 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 148 
12. FISIOLOGIA: REPRODUÇÃO 
 
 Os processos reprodutivos estão 
presentes em todos os seres vivos, dos 
mais simples aos mais complexos, 
sendo responsáveis pela geração de 
novos indivíduos e, consequentemente, 
pela manutenção das populações das 
espécies. 
 A reprodução dos seres vivos 
pode ocorrer com realização de cópias 
idênticas ou geração de seres haploides, 
partindo de um único indivíduo original, 
mecanismos classificados como 
pertencentes à reprodução assexuada. 
 Quando há fusão de duas 
células haploides de indivíduos 
diferentes, os gametas, gerando um ser 
diploide com uma nova carga genética, a 
reprodução é denominada sexuada. 
 
12.1 REPRODUÇÃO ASSEXUADA 
 A reprodução assexuada é a 
forma mais rápida e simples de 
crescimento populacional utilizada pelos 
seres vivos, podendo ser encontrada em 
seres unicelulares, plantas e animais, 
com especificidades para cada um deles. 
 Para os seres unicelulares, 
principalmente bactérias, a reprodução é 
representada pelo processo de 
bipartição, também conhecido como 
cissiparidade ou divisão binária, na 
qual uma célula mãe origina duas células 
filhas. 
 Mesmo tendo o mesmo conceito 
encontrado na mitose, a bipartição 
difere-se de tal processo de divisão 
celular em alguns aspectos. As bactérias 
possuem apenas um cromossomo 
circular no citoplasma, fazendo com que 
haja cópia e separação direta e 
concomitante, sem necessidade do 
enovelamento e adesão às fibras do 
fuso, ausentes neste caso. 
 
12-1: Cissiparidade em bactérias, evidenciando 
a ausência do fuso mitótico. 
 Para muitos casos de divisão 
binária bacteriana não há a separação 
completa das células, o que favorece a 
formação de arranjos bacterianos, que 
podem ser utilizados para identificação 
de diversos gêneros destes seres em 
laboratório. 
 Para os seres pluricelulares a 
reprodução assexuada pode ser 
encontrada com processos diferentes, os 
quais destacam-se o brotamento, a 
fragmentação ou regeneração, a 
esporulação e a partenogênese. 
 O brotamento ocorre quando se 
observa o crescimento de um fragmento 
no corpo de uma planta ou de um animal, 
que pode desprender-se de sua origem 
e se tornar um indivíduo independente. 
Corais e hidras, pertencentes ao filo 
Cnidária, são exemplos de animais que 
utilizam deste artifício para reprodução. 
As leveduras, tipo de fungos 
amplamente utilizados para processos 
fermentadores na indústria alimentícia, 
também multiplicam-se utilizando o 
brotamento. 
 
 149 
 
12-2: Brotamento em uma levedura do gênero 
Candida, associado a casos de candidíase. 
 Algumas espécies de cnidários, 
esponjas, alguns platelmintos e 
equinodermos, também são capazes de 
realizar a fragmentação, processo pelo 
qual o corpo é dividido em duas partes 
com tamanho suficiente para regenerar e 
formar dois ou mais indivíduos idênticos. 
 
12-3: Fragmentação da planária, um platelminto 
turbelário. 
 Plantas, algas e fungos utilizam 
o processo de esporulação como meio 
de reprodução ou parte de seu processo 
reprodutivo. É denominado esporo uma 
célula especializada que pode dar 
origem a um novo organismo assim que 
encontra condições ambientais ideais. 
 Tipo especial de reprodução 
assexuada, a partenogênese ocorre a 
partir de um gameta, célula participante 
do processo de reprodução sexuada. O 
processo é observado quando gametas 
femininos não fertilizados dão origem a 
um novo indivíduo. 
 A partenogênese pode ser 
encontrada como meio de estabelecer o 
dimorfismo sexual, seguindo o exemplo 
de abelhas e formigas, nas quais os ovos 
não fecundados dão origem aos machos. 
Em tais casos, os ovos fecundados 
geram as fêmeas. 
 Cordados, como alguns répteis, 
peixes e anfíbios também são capazes 
de realizar o processo, porém, nesses 
casos, há a ausência de machos no 
ecossistema, fazendo com que a 
reprodução assexuada evite a extinção 
das espécies. 
 
“Titys-serrulatus”: a espécie 
de escorpião perigosa que 
não precisa de machos. 
 
12.3 APARELHO REPRODUTOR 
 A reprodução sexuada é 
realizada por algas, fungos, plantas e 
animais, sendo caracterizada pelo 
processo de fecundação, na qual os 
gametas, células haploides, se unem 
para formar um novo ser diploide. 
 Para realizar a reprodução 
sexuada, muitos organismos possuem 
um aparelho próprio, formado por órgãoscapazes de produzir e encaminhar os 
gametas e, muitas vezes, abrigar a 
fecundação. Para tanto, os seres que 
apresentam tais estruturas costumam 
apresentar o dimorfismo sexual, no 
qual machos e fêmeas possuem 
características físicas diferentes. 
 Para os seres humanos, o 
aparelho reprodutor masculino tem o 
objetivo de produzir os gametas e 
encaminhá-los ao organismo feminino, 
que tem seu aparelho reprodutor 
adaptado para tal recepção, para acolher 
a fecundação e para abrigar toda a fase 
gestacional até o nascimento. 
https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/02/22/tityus-serrulatus-conheca-especie-de-escorpiao-mais-perigosa-do-brasil-que-nao-precisa-de-machos-para-se-reproduzir.ghtml
https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/02/22/tityus-serrulatus-conheca-especie-de-escorpiao-mais-perigosa-do-brasil-que-nao-precisa-de-machos-para-se-reproduzir.ghtml
https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/02/22/tityus-serrulatus-conheca-especie-de-escorpiao-mais-perigosa-do-brasil-que-nao-precisa-de-machos-para-se-reproduzir.ghtml
https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/02/22/tityus-serrulatus-conheca-especie-de-escorpiao-mais-perigosa-do-brasil-que-nao-precisa-de-machos-para-se-reproduzir.ghtml
 
 150 
 
12-4: Anatomias interna e externa do aparelho reprodutor masculino.
A) ANATOMIA E FISIOLOGIA DO 
REPRODUTIVAS MASCULINAS 
 O aparelho reprodutor masculino 
é formado por órgãos capazes de 
produzir os gametas, conhecidos como 
espermatozoides, e encaminhá-los 
para o lado externo do organismo. 
 A produção dos gametas ocorre 
nos testículos, glândulas ovais que 
contemplam uma rede de pequenos 
canais enovelados, os túbulos 
seminíferos. É nesse órgão que se 
encontram as células de Leydig, 
produtoras da testosterona. 
 Mesmo considerado como parte 
da anatomia interna do aparelho 
reprodutor, os testículos são projetados 
para fora do organismo e protegidos pelo 
saco escrotal. Tal característica 
anatômica tem sua importância 
justificada pelo fato de que os 
espermatozoides são produzidos em 
temperaturas entre 34ºC e 35ºC, abaixo 
da temperatura basal do organismo. 
 Acima dos testículos encontram-
se os epidídimos, que maturam os 
espermatozoides e desenvolvem sua 
motilidade. Cada epidídimo é um canal 
longo e único, que liga os testículos aos 
canais deferentes, que encaminharão 
os espermatozoides para um canal 
comum. É nos canais deferentes que as 
vesículas seminais secretam um fluido 
alcalino com enzimas e frutose, 
representando mais da metade do 
volume do sêmen. 
 A composição do sêmen é 
completada pela secreção da próstata, 
glândula única, que produz enzimas e 
citrato, nutriente para os 
espermatozoides. 
 O canal único, que encaminhará 
os espermatozoides para o meio 
externo, é a uretra, responsável também 
 
 151 
pela eliminação da urina produzida no 
sistema renal, ou seja, um órgão comum. 
 Para facilitar a eliminação do 
sêmen pela uretra, a ejaculação, as 
glândulas bulbouretrais secretam um 
lubrificante que também atua para 
eliminar resíduos de urina presentes no 
canal. 
 A uretra masculina projeta-se 
para fora do organismo e compõe o 
pênis, órgão que realizará o processo de 
penetração e auxiliará a eliminação dos 
espermatozoides diretamente no 
aparelho reprodutor feminino. 
 O pênis é caracterizado pela 
presença de um tecido erétil, que infla de 
sangue no momento da cópula, 
componente dos corpos cavernosos e 
do corpo esponjoso, que envolve a 
uretra. Na região terminal é formada a 
glande, uma porção dilatada que 
apresenta uma grande quantidade de 
terminações nervosas, responsáveis 
pela excitação sexual. Cobrindo toda a 
estrutura existe uma dobra de pele, o 
prepúcio. 
 
B) ANATOMIA E FISIOLOGIA DO 
REPRODUTIVAS FEMININAS 
 A anatomia do aparelho 
reprodutor feminino é formada por quatro 
órgãos principais: os ovários, as tubas 
uterinas, o útero e a vagina. 
 Os ovários são as gônadas 
femininas, também apresentando 
morfologia oval, responsáveis por 
armazenar e amadurecer os gametas, 
além de produzir os hormônios 
progesterona e estrogênio. 
 
12-5: Representação da anatomia interna do aparelho reprodutor feminino.
 
 
 152 
 Uma vez amadurecido, o óvulo, 
como é conhecido o gameta feminino, é 
liberado na tuba uterina, local no qual os 
espermatozoides chegam para realizar a 
fecundação. Fecundado ou não, o óvulo 
é encaminhado para útero, órgão oco e 
muscular com grande capacidade 
elástica, posto que é responsável por 
abrigar todo o processo de gestação. 
 Anatomicamente, o útero é 
subdividido em fundo (parte superior), 
colo (parte inferior) e corpo (parte 
mediana). A porção muscular é 
conhecida como miométrio e a cavidade 
uterina é revestida pelo endométrio. 
 O canal que se comunica com o 
meio externo, recebe o pênis durante a 
cópula e também se abrirá para a saída 
do bebê ao nascimento é a vagina, com 
comprimento que varia de 7 a 9 cm e 
possui uma média de 2,5 cm de 
diâmetro. A vagina é formada por um 
conjunto de músculos e, na parte interna, 
tem a mucosa coberta por uma flora 
bacteriana que a protege e são capazes 
de fermentar açúcares para manter o pH 
ácido. 
 Externamente, o aparelho 
reprodutor feminino apresenta a vulva, 
que corresponde a um conjunto de 
estruturas que abrigam a abertura 
vaginal e uretral. A uretra, para as 
mulheres, é exclusiva para o sistema 
renal, tendo como função única a 
eliminação da urina. 
 As principais estruturas da vulva 
são: 
• Clitóris – também formada por 
tecido erétil e repleto de terminações 
nervosas, apresenta prepúcio e 
glande, responsável pela excitação 
sexual; 
• Vestíbulo – região na qual se 
encontram a abertura da vagina e da 
uretra; 
 
12-6: Representação da anatomia externa do aparelho reprodutor feminino, denominada vulva.
 
 153 
• Pequenos lábios – dobras que 
delimitam o vestíbulo; 
• Grandes lábios – dobra maior e 
mais externa, apresenta pelos e 
recobre os pequenos lábios, sendo 
importante para a proteção das 
demais estruturas. 
 
C) CICLO MENSTURAL 
 A produção de gametas no 
homem é ininterrupta a partir da 
puberdade, reduzindo durante a velhice. 
Para as mulheres, a produção de 
gametas acontece ainda na fase 
embrionária. 
 Uma mulher nasce com 400 a 
500 gametas divididos entre seus dois 
ovários, que necessitam amadurecer 
para que possam ser fecundados. 
 Periodicamente, um gameta é 
amadurecido por vez, definindo um ciclo 
de processos conhecidos como ciclo 
menstrual, que dura em média 28 dias. 
 O primeiro dia da menstruação 
marca o início do ciclo e de sua primeira 
etapa: a fase folicular. Durante este 
período, não há níveis significativos de 
hormônios do ciclo circulantes. 
 Nesse período, a hipófise inicia a 
produção de FSH (hormônio folículo 
estimulante) que estimulará o 
crescimento de um folículo ovariano, que 
abriga um gameta ainda sem concluir a 
meiose, denominado ovócito primário. 
 O folículo inicia a produção de 
estrogênio, que promoverá o início da 
produção mucosa do colo uterino e a 
reconstrução do endométrio, ampliando 
sua espessura. 
 O crescimento do folículo e o 
amadurecimento do ovócito primário em 
secundário forma o folículo de Graaf ou 
folículo antral, que se romperá e liberará 
o gameta nas tubas uterinas, na fase 
ovulatória ou simplesmente ovulação. 
 Os grandes níveis de estrogênio 
atuam induzindo a produção de LH 
(hormônio luteinizante) na hipófise. 
 A fase ovulatória ocorre por volta 
do 14º dia do ciclo, induzida pelo LH que 
transformará o folículo de Graaf, agora 
sem o gameta, em corpo lúteo. 
 É nesse período que se 
determina o período fértil. Como os 
espermatozoides podem durar até 72 
horas no organismo feminino, 
contabiliza-se como período fértil o 
período de três dias anteriores e dois 
dias posteriores à ovulação. 
 Na fase final, denominada faselútea, o corpo lúteo, no ovário, continua 
a produção de estrogênio e inicia a 
produção de progesterona, que farão a 
vascularização e maior espessamento 
do endométrio. Ambos os hormônios 
inibem a produção das gonadotrofinas 
pela hipófise. 
 Sem LH, o corpo lúteo regride e, 
caso não haja a fecundação, os níveis de 
progesterona e estrogênio decrescem e 
promovem a descamação do 
endométrio, a menstruação. 
 Caso ocorra a fecundação, 
estruturas que se formarão no útero e 
serão estudadas ainda neste capítulo 
promoverão a manutenção das taxas de 
estrogênio e progesterona, que, em 
consequência, atuarão na manutenção 
do endométrio. 
 O ciclo de 28 dias não é regra 
geral. Algumas mulheres podem 
apresentar ciclos mais rápidos ou mais 
lentos, regulares ou não. Fatores como 
estresse, drogas e distúrbios endócrinos 
podem interferir na duração do ciclo. 
 
 154 
 
12-7: Processos do ciclo menstrual. 
12.4 GAMETOGÊNESE 
 A formação dos gametas se dá 
pelo processo de gametogênese, que, 
nos seres humanos, é representado por 
divisões meióticas de células nas 
gônadas. A espermatogênese 
representa a formação dos 
espermatozoides. Já a ovogênese (ou 
ovulogênese) corresponde à formação 
dos óvulos. 
 Como já abordado no capítulo de 
divisão celular, a divisão mitótica pode 
ser responsável pela formação de 
gametas em seres vivos, como ocorre 
com as plantas, que formam esporos a 
partir da divisão reducional. 
 
A) ESPERMATOGÊNESE 
 A espermatogênese, iniciada na 
puberdade, é realizada por células 
denominadas espermatogônias, que 
têm origem de células germinativas 
formadas na fase embrionária. A 
diferenciação em espermatogônias 
ocorre ao se iniciar a puberdade. 
 A formação de gametas 
masculinos é dividida em três fases. A 
 
 155 
multiplicação, primeira fase, é 
caracterizada por mitoses das 
espermatogônias, que aumentam seu 
número e se diferenciam em células do 
tipo A, que darão manutenção ao 
contingente celular, e células do tipo B, 
que formarão os gametas. Na segunda 
fase, de crescimento, as 
espermatogônias tipo B se diferenciam 
em espermatócitos primários, que farão 
a meiose. 
 O espermatócito primário, na 
fase de maturação, realiza a primeira 
divisão da meiose e forma o dois 
espermatócitos secundários. Na 
segunda divisão meiótica, os 
espermatócitos secundários darão 
origem a 4 espermátides, cada uma 
com 23 cromossomos. 
 As espermátides são 
encaminhadas para o epidídimo para 
que ocorra a espermiogênese, que 
formará o espermatozoide gerando 
acrossomo e o flagelo. 
 
B) OVOGÊNESE 
 As mesmas fases encontradas 
na espermatogênese podem ser 
encontradas na formação dos óvulos, a 
ovogênese, porém com diferenças 
significativas. 
 A fase de multiplicação vai 
multiplicar as células precursoras dos 
gametas, as ovogônias, ocorrendo 
ainda na fase fetal. Na fase de 
crescimento, as ovogônias se 
transformam em ovócitos primários, 
aumentando seu volume e acumulando 
vitelo, uma reserva de nutrientes 
importante para a célula na fecundação.
 
12-8: Representação da espermatogênese. 
 
 156 
 
12-9: Representação esquemática da ovogênese.
 Os ovócitos primários iniciam o 
processo de meiose, que é estacionado 
na prófase I. Ao entrar na puberdade, a 
cada ciclo menstrual um ovócito primário 
sai da fase estacionária e continua a 
divisão meiótica pela ação do FSH. O 
início da meiose também marca o início 
da fase de maturação. 
 Diferente do que ocorre com os 
espermatozoides, ao realizar a primeira 
divisão meiótica, ovócito primário dará 
origem a apenas um ovócito 
secundário. A outra célula gerada na 
divisão é denominada primeiro 
corpúsculo polar. 
 É o ovócito secundário a célula 
lançada na tuba uterina no momento da 
ovulação, iniciando a segunda divisão 
meiótica, interrompida na metáfase II. A 
continuidade da divisão ocorrerá apenas 
se houver a fecundação, na qual também 
será formado o segundo corpúsculo 
polar, que se degenerará 
posteriormente. 
 
12.5 FECUNDAÇÃO 
 Para conseguir encontrar o 
ovócito secundário nas tubas uterinas, 
os espermatozoides passam por uma 
série de dificuldades apresentadas pelo 
aparelho reprodutor feminino. 
 O primeiro obstáculo é conferido 
pelo pH vaginal, ácido, contrastante com 
o pH alcalino no qual os 
espermatozoides se encontram. Além 
disso, a secreção vaginal apresenta 
enzimas e leucócitos que atacam os 
gametas masculinos, eliminando parte 
de sua população. 
 
 157 
 O canal estreito para a entrada o 
útero também é outro fator responsável 
por selecionar os espermatozoides, pois 
nem todos conseguem alcançar a 
cavidade uterina. No canal, além das 
próprias paredes que podem retê-los, os 
espermatozoides também encontram 
mais leucócitos. 
 Uma vez no útero, deve-se 
considerar que apenas uma das tubas 
uterinas possui um ovócito secundário. 
Isso resulta em uma espécie de escolha 
para os gametas masculinos, tendo 
grande parte de seu contingente 
seguindo para o caminho errado. 
 Por fim, ao conseguir avistar o 
ovócito secundário, a população de 
espermatozoides, muito reduzida, terá 
que enfrentar uma forte seleção proposta 
pelo próprio gameta feminino. 
 A primeira barreira é a corona 
radiata, um aglomerado de células 
foliculares que é dispersado por enzimas 
acrossômicas. A segunda barreira é a 
zona pelúcida, que é digerida por 
enzimas hialuronidases dos acrossomos 
dos espermatozoides. 
 
12-10: O ovócito secundário com suas camadas 
externas. 
 Apenas um espermatozoide 
realizará a fusão de sua membrana com 
a membrana o ovócito secundário, 
fazendo com que a cabeça penetre na 
célula. Tal fenômeno gera uma série de 
respostas. Os grânulos corticais, 
presentes na primeira porção do 
citoplasma, secretam substâncias que 
impedem a entrada de outro 
espermatozoide. As membranas se 
fundem, o flagelo e as mitocôndrias do 
espermatozoide degeneram e o ovócito 
completa a segunda divisão da meiose, 
que terá o pronúcleo feminino. O núcleo 
do espermatozoide aumenta seu volume 
e formará o pronúcleo masculino. Ambos 
se fundirão no núcleo do zigoto, em um 
processo denominado cariogamia. 
 
12.6 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS 
 Para os seres humanos, a 
relação sexual não representa apena um 
ato que busca a reprodução. Muitos 
casais sexualmente ativos não desejam 
filhos e, para que a concepção ocorra, 
uma série de métodos podem ser 
utilizados. 
 Os métodos contraceptivos 
podem ser comportamentais, hormonais 
e de barreira, de acordo com a maneira 
que impedem a fecundação. 
 
A) MÉTODOS COMPORTAMENTAIS 
 São denominados métodos 
comportamentais aqueles que 
demandam ação disciplinada, recorrente 
e habitual. 
 O mais famoso método assim 
classificado corresponde à tabelinha 
menstrual, que utiliza o calendário para 
determinar, em um ciclo menstrual 
regular, os dias que representam o 
período fértil. 
 
 158 
 O método não deve ser utilizado 
como única maneira de se evitar a 
contracepção, posto que qualquer atraso 
ou adiantamento no momento da 
ovulação pode deixa-lo falho. 
 Dois métodos, comumente 
utilizados em conjunto, também são 
considerados comportamentais. O 
primeiro é a aferição da temperatura 
basal diária, que se estrutura no fato da 
temperatura corporal ter um leve 
aumento (cerca de 0,5ºC) durante a 
ovulação. O método de Billings 
também representa observação diária de 
processos corporais, porém, para este 
caso, averígua-se a consistência do 
muco cervical, que tem alterações 
durante o período fértil, assemelhando-
se à uma clara de ovo. 
 O coito interrompido também é 
considerado um método contraceptivo 
comportamental, porém sua eficiência é 
questionável. No coito interrompido, o 
pênis é retirado da vagina antes da 
ejaculação, porém são desconsiderados, 
para este caso, uma pequena 
quantidade de espermatozoides quepodem ser eliminados no líquido 
lubrificante produzido pelas glândulas 
bulbouretrais. 
 Os métodos comportamentais 
são os menos efetivos dos métodos 
contraceptivos, tendo seu uso 
recomendado em conjunto com métodos 
dos demais tipos. 
 
B) MÉTODOS HORMONAIS 
 Os métodos hormonais, na 
atualidade, são exclusivos para as 
mulheres, utilizando hormônios que 
afetam o ciclo menstrual. 
 A administração de estrogênio e 
progesterona é a base dos métodos 
hormonais, que realizam processo de 
feedback negativo na hipófise, 
impedindo a secreção de FSH e LH, o 
que resulta na não ocorrência da fase 
folicular do ciclo. 
 Atualmente, os hormônios são 
administrados de maneira oral, injetável 
ou por meio de implantes subcutâneos, 
que os liberam gradativamente na 
corrente sanguínea. 
 Também utilizando hormônios, a 
pílula do dia seguinte configura um 
método amplamente utilizado na 
atualidade, porém não há, para este 
caso, impedimento da fecundação e sim 
o impeditivo do processo de fixação 
embrionária no endométrio. Para 
mulheres que não ovularam, a pílula do 
dia seguinte retarda o processo. 
 O DIU (dispositivo intrauterino) 
também é considerado, na atualidade, 
um método hormonal, sendo uma peça 
plástica no formato da letra “T” colocada 
na cavidade uterina. O dispositivo possui 
uma camada externa que libera 
hormônios durante um período que dura 
de três a cinco anos, tendo o mesmo 
efeito que os contraceptivos oral, 
injetável e subcutâneo. Há uma versão 
não hormonal do DIU, feita de cobre, que 
libera íons tóxicos para os gametas. 
 
C) MÉTODOS DE BARREIRA 
 Os métodos de barreira 
correspondem àqueles que impedem de 
forma física o encontro dos gametas, 
evitando que ocorra a fecundação. São 
os métodos mais difundidos atualmente. 
 
 159 
 O primeiro e principal método de 
barreira é o uso do preservativo de 
látex, encontrado nas versões 
masculina, que recobre o pênis, e 
feminina, que recobre o canal vaginal. 
 A camisinha, como é 
popularmente chamado o método, é a 
mais recomendada forma de evitar a 
concepção por ser o único a atuar na 
prevenção de infecções sexualmente 
transmissíveis (ISTs). 
 
Uma breve história da 
camisinha 
 
 Com um princípio semelhante ao 
dos preservativos, o diafragma é um 
anel coberto de borracha, formando uma 
espécie de cúpula, que recobre o colo 
uterino e impede a entrada dos 
espermatozoides. O uso do diafragma 
pode ser associado ao uso de um gel 
espermicida, ampliando sua eficácia. 
 Dois métodos cirúrgicos também 
podem ser utilizados como métodos de 
barreira. O primeiro, a laqueadura, é 
realizado nas mulheres e corresponde à 
segmentação das tubas uterinas 
impedindo que o ovócito secundário 
chegue ao útero e encontre os 
espermatozoides. 
 Já a vasectomia é realizada nos 
homens, sendo um procedimento no 
qual há a interrupção dos canais 
deferentes. Atualmente a vasectomia 
representa um método reversível, no 
qual a interrupção acontece por uma 
inserção, no interior do tubo, de uma 
estrutura que impede a passagem dos 
espermatozoides para formação do 
sêmen e pode ser retirada 
posteriormente. A intervenção cirúrgica 
da vasectomia é menor e mais simples 
que a da laqueadura. 
 
12.7 TIPOS DE OVOS ANIMAIS 
 De uma maneira geral, os 
animais podem ser ovíparos, que 
depositam os ovos no ambiente; 
ovovíparos, que carregam o ovo no 
próprio organismo; e vivíparos, no qual 
a nutrição embrionária é realizada 
diretamente pela mãe, como ocorre nos 
seres humanos, animais classificados 
como placentários. 
 Para uma melhor adaptação e, 
consequentemente, um melhor sucesso 
reprodutivo, o zigoto formado pela 
fecundação, também é conhecido como 
ovo, pode apresentar diferenças 
significativas entre as espécies. 
 Os ovos oligolécitos ou 
isolécitos são característicos dos 
animais placentários e equinodermos, 
apresentam pouco vitelo, com 
distribuição uniforme no citoplasma. 
 Os ovos heterolécitos ou 
mesolécitos têm o vitelo ocupando 
metade do citoplasma de forma 
heterogênea, como ocorre em anfíbios e 
moluscos. 
 Os ovos telolécitos ou 
megalécitos, como os de aves e répteis, 
são caracterizados por uma grande 
quantidade de vitelo, representando 
maior volume do citoplasma. 
 O último tipo de ovo é 
denominado centrolécito, característico 
de artrópodes, que apresentam o vitelo 
regularmente encontrado ao redor do 
núcleo. 
https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/02/22/tityus-serrulatus-conheca-especie-de-escorpiao-mais-perigosa-do-brasil-que-nao-precisa-de-machos-para-se-reproduzir.ghtml
https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/02/22/tityus-serrulatus-conheca-especie-de-escorpiao-mais-perigosa-do-brasil-que-nao-precisa-de-machos-para-se-reproduzir.ghtml
https://g1.globo.com/saude/sexualidade/noticia/2023/02/13/uma-breve-historia-da-camisinha.ghtml
 
 160 
12.8 EMBRIOLOGIA HUMANA 
 Assim que ocorre a fecundação 
e a formação do zigoto, uma série de 
divisões e diferenciações celulares se 
inicia, processo que durará uma média 
de 40 semanas até o nascimento. 
 A primeira etapa do 
desenvolvimento embrionário é a 
clivagem, também chamada de 
segmentação, na qual uma sequência de 
divisões celulares ocorre no zigoto sem 
aumento de tamanho, resultando numa 
massa celular denominada mórula, de 
três a quatro dias após a fecundação. 
 
12-11: Formação da mórula a partir da 
fecundação. 
 As células formadas nas 
divisões mitóticas do zigoto são os 
blastômeros. A mórula possui de 16 a 
32 unidades destas células. 
 A mórula, posteriormente, forma 
uma estrutura oca, o blastocisto ou 
blástula, formada por duas camadas de 
células: o trofoblasto, parte externa, e o 
embrioblasto, parte interna. A cavidade 
interna é conhecida como blastocele. 
 
12-12: A blástula, estrutura oca de células 
embrionárias que fará a nidação no útero. 
 A blástula é a estrutura que fará 
a nidação, processo pelo qual o embrião 
fixa-se no endométrio. 
 Da blástula se desenvolve a 
gástrula, apresentando um aumento do 
tamanho do embrião e a continuação da 
multiplicação celular para formar os 
folhetos embrionários: ectoderme, 
mesoderme e endoderme. 
 A ectoderme é o folheto mais 
externo, responsável por formar a 
epiderme, unha, pelos, o sistema 
nervoso, a boca e o ânus. A 
mesoderme, folheto intermediário, 
formará os músculos, os órgãos 
musculares e o aparelho reprodutor. A 
endoderme, folheto interno, forma o 
sistema respiratório, o fígado e o 
pâncreas. 
 A partir da diferenciação dos 
folhetos é formado o intestino primitivo, 
ou arquêntero, e inicia o processo da 
neurulação, que dará origem ao sistema 
nervoso. A organogênese também tem 
início nessa fase, estágio caracterizado 
por uma série de diferenciações para 
formação dos órgãos e tecidos. 
 Ao final da fase embrionária tem 
início a fase fetal, na qual a nova vida já 
 
 161 
possui formato humanoide e crescerá 
até o nascimento. 
 Além do embrião, há o 
desenvolvimento dos anexos 
embrionários que realizam sua nutrição 
e proteção. 
 O primeiro anexo embrionário é 
o âmnio, uma membrana que forma uma 
bolsa, saco amniótico, que reserva o 
líquido amniótico, responsável por 
hidratar o embrião e protegê-lo contra 
choques mecânicos. 
 Dois anexos estão associados à 
trocas gasosas do embrião: o córion e o 
alantoide. O córion, em conjunto com 
uma porção do endométrio, forma a 
placenta, estrutura que permitirá que 
nutrientes e oxigênio possam difundir 
dos vasos sanguíneos maternos para um 
espaço e, posteriormente, difundirem 
para os vasos sanguíneos do 
embrião/feto. Os excretas produzidos 
também são transferidos do organismo 
do embrião/feto para os vasos 
sanguíneos da mãe, que os 
encaminhará para eliminação, seja pela 
expiração, seja pela filtração glomerular. 
Os vasos sanguíneos do embrião/feto 
conectam-se à placenta pelode um processo 
de evolução química em que compostos 
inorgânicos se combinam, originando 
moléculas orgânicas simples que se 
combinam produzindo moléculas mais 
complexas, até o surgimento dos 
primeiros seres vivos. 
 
A sequência correta, de cima para baixo, 
é: 
 
 
 16 
a) 4, 1, 3, 2. 
b) 3, 2, 1, 4. 
c) 1, 4, 2, 3. 
d) 2, 3, 4, 1. 
 
5. (UNICAMP) Na antiguidade, alguns 
cientistas e pensadores famosos tinham 
um conceito curioso sobre a origem da 
vida e em alguns casos existiam até 
receitas para reproduzir esse processo. 
Os experimentos de Pasteur foram 
importantes para a mudança dos 
conceitos e hipóteses alternativas para o 
surgimento da vida. Evidências sobre a 
origem da vida sugerem que: 
a) a composição química da atmosfera 
influenciou o surgimento da vida. 
b) os coacervados deram origem às 
moléculas orgânicas. 
c) a teoria da abiogênese foi provada 
pelos experimentos de Pasteur. 
d) o vitalismo é uma das bases da 
biogênese. 
 
6. (UNEB/18) Alguém pode concluir que 
o surgimento da vida na Terra foi bem 
fácil, já que aconteceu tão rápido. No 
entanto, se fosse tão fácil, porque não 
apareceram várias formas para 
satisfazer a larga definição de vida que 
aceitamos, mas somente uma? O código 
genético de todos os organismos que 
hoje vivem na Terra, até a mais simples 
das bactérias, é idêntico, com poucas 
exceções, e isso é evidência convincente 
de que toda a vida que hoje existe na 
Terra teve uma origem única. (MAYR, 
2005, p. 225). 
Com base nas informações presentes no 
texto e nos conhecimentos científicos a 
respeito do tema abordado, é correto 
afirmar: 
a) As condições necessárias para que a 
Terra primitiva pudesse gerar vida já 
estavam presentes desde a formação do 
planeta há 4,5 bilhões de anos atrás na 
forma de gás carbônico, água líquida, O2 
atmosférico e uma fonte de energia 
luminosa. 
b) Segundo a hipótese heterotrófica, 
houve uma evolução química que 
precedeu a origem da vida representada 
pela evolução de componentes 
inorgânicos em componentes orgânicos 
até a formação dos primeiros sistemas 
vivos protobiontes. 
c) “A larga definição de vida que 
aceitamos” perpassa pelo 
estabelecimento de uma diversidade 
metabólica expressa em processos 
autótrofos e heterótrofos de obtenção de 
energia e manifestada entre os 
representantes de todos os cincos reinos 
de seres vivos. 
d) As semelhanças presentes nos seres 
vivos em relação ao código genético se 
devem ao efeito acumulador da 
convergência evolutiva na formação de 
uma estrutura análoga entre todas as 
espécies atuais. 
e) A diversidade de vida expressa na 
presença de cinco reinos entre os seres 
celulares é consequência inequívoca da 
origem pontuada em diversos momentos 
geológicos e em processos evolutivos 
autônomos. 
 
 
 17 
7. (IF-TO) O cientista Oparin postulou 
algumas condições da Terra em seu 
surgimento que foram posteriormente 
confirmadas no experimento de Miller, 
com o aparelho ao lado. Os resultados 
desse experimento reforçam a teoria de 
que a vida no nosso planeta pode ter-se 
originado: 
 
a) A partir das reações químicas entre 
substâncias simples, graças à energia 
solar e às descargas elétricas que 
ocorriam na atmosfera. E, assim, 
formavam-se moléculas cada vez mais 
complexas. 
b) Do espaço sideral, uma vez que vários 
meteoros com matéria orgânica caíram 
no planeta. 
c) A partir de DNAs produzidos durante 
as tempestades primitivas. 
d) No interior de um dos milhões de 
vulcões que existiam na época. 
e) Nenhuma das anteriores. 
 
8. (UNEB) Dados coletados pela sonda 
Cassini, da Nasa, enquanto passava 
repetidamente por Titã, a maior lua de 
Saturno, oferecem a melhor evidência de 
que o enfumaçado satélite tem um 
grande oceano em forma líquida, que 
está há 100,0km abaixo da superfície se 
movendo sob sua espessa camada de 
gelo, onde foi detectada presença de 
amônia. 
A flexão de maré da camada gelada de 
Titã não forneceria calor suficiente para 
manter a superfície do oceano líquida. 
Mas a energia liberada pelo decaimento 
de elementos radioativos no núcleo da 
lua ajudariam a evitar que congelasse. 
Essa flexão de maré, porém, poderia 
servir de explicação para a presença de 
metano na atmosfera de Titã, mesmo 
que o gás seja normalmente 
transformado por reações químicas 
produzidas pela luz do Sol, depósitos de 
gelo rico em metano nas porções 
superiores da crosta de Titã seriam 
aquecidos o suficiente pela flexão para 
liberarem o gás, assim reabastecendo as 
concentrações atmosféricas do gás 
dessa lua. Em seguida, cairia na forma 
líquida sobre lagos e oceanos de metano 
na superfície. (PERKINS, 2012). 
 
Considerando-se as condições 
geológicas presentes na constituição de 
Titã, juntamente com os pré-requisitos 
para o desenvolvimento de vida 
conforme o padrão estabelecido no 
planeta Terra, é correto afirmar: 
a) A inexistência de oxigênio molecular 
na atmosfera de Titã é considerada como 
o principal fator limitante da formação e 
manutenção da vida nesse tipo de 
ambiente. 
b) A confirmação da existência de água 
líquida em Titã ratificou a presença de 
micro-organismos de natureza 
procarionte metanófilos na superfície da 
Lua. 
 
 18 
c) Condições físico-químicas e 
geológicas semelhantes às existentes na 
Terra nos primórdios da formação da 
vida podem favorecer a origem de 
sistemas vivos simples em outros 
ambientes no universo. 
d) A distância de Saturno e de suas luas 
em relação ao Sol inviabiliza qualquer 
possibilidade de vida nesses ambientes 
devido à ausência total de fontes 
energéticas para sustentação dos 
processos metabólicos celulares. 
e) A ausência em Titã de elementos 
químicos que são próprios do planeta 
Terra e que fazem parte da constituição 
dos seres vivos limita a possibilidade de 
formação de vida nesse satélite 
conforme padrão terrestre. 
 
9. (Rennólogia Original) No mangá 
Fullmetal Alchemist o conceito de 
homúnculos é assim estabelecido: 
 
Apesar de um conceito comum, bem 
conhecido e compreendido pelos 
alquimistas em Amestris, a ideia de 
homúnculos é considerada como não 
mais do que uma farsa ou fantasia 
distante, já que não há nenhum indivíduo 
ou grupo de alquimistas que tenha nem 
chegado perto de criar com êxito tal ser 
na história registrado oficialmente. 
Mesmo assim, os alquimistas foram 
proibidos pelo governo de Amestris para 
evitar uma tentativa de transmutação de 
um ser vivo ou alguma pesquisa sobre o 
mesmo. Alquimistas Federais têm tal 
restrição como parte de seu credo. 
 
No entanto, fora do registro oficial, não 
apenas uma, mas várias dessas 
criaturas foram criadas de forma 
misteriosa. No sentido mais relevante da 
palavra, “Homúnculos” refere-se a sete 
indivíduos que compõem o principal 
grupo antagonista da série Fullmetal 
Alchemist. 
(https://fma.fandom.com/pt-
br/wiki/Hom%C3%BAnculos) 
 
Na história da alquimia, chamava-se 
homúnculos o humano criado de forma 
artificial, por uma fórmula química. Entre 
os diversos experimentos e boatos da 
época, o médico suíço conhecido como 
Paracelso alegava ser capaz de criar 
uma destas réplicas humanas a partir de 
uma mistura de sêmen e esterco. 
De acordo com o que se sabe das teorias 
responsáveis pelo surgimento de novos 
indivíduos de uma espécie, o homúnculo 
é um exemplo clássico da: 
 
a) Teoria evolucionista 
b) Teoria da biogênese 
c) Teoria da panspermia cósmica 
d) Teoria criacionista 
e) Teoria da abiogênese 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
2. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS SERES VIVOS 
 
 Os seres vivos são formados por 
íons e moléculas, inorgânicos e 
orgânicos, que são capazes de interagir 
entre si para a formação de estruturas e 
realização de uma grande infinidade de 
reações químicas.cordão 
umbilical. 
 Antes de serem eliminados, os 
excretas são temporariamente 
armazenados no alantoide. 
 O saco vitelínico, ou vesícula 
vitelínica, é um anexo embrionário que 
nutre o embrião até a placenta ser 
formada, assumindo definitivamente a 
função. Em humanos, é pouco 
desenvolvido, diferentemente do que 
ocorre em répteis e aves, que precisam 
de grandes porções de vitelo, posto que 
o desenvolvimento embrionário é 
externo. 
 
 
12-13: Embrião em contato com a vesícula amniótica e com a vesícula vitelínica, sendo a última ligada 
ao intestino primitivo originado na endoderme. 
 
 162 
 Durante a fase embrionária 
também é possível se observar a 
notocorda, uma estrutura que confere o 
eixo ao embrião e, dessa forma, guia a 
formação de diversos órgãos e tecidos. 
 A notocorda desaparece durante 
o período embrionário, sendo substituída 
pela coluna vertebral na fase fetal. A 
notocorda está presente em um grande 
grupo de animais, sendo a característica 
que fundamenta a classificação 
taxonômica do filo Chordata, que será 
estudado posteriormente nos capítulos 
de classificação dos seres vivos e de 
zoologia. 
 O desenvolvimento embrionário 
dos cordados é muito semelhante, 
independente das espécies, fator que é 
utilizado como evidência importante dos 
processos evolutivos.
 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (FUVEST) Foram feitas medidas 
diárias das taxas dos hormônios: 
luteinizante (LH), folículo estimulante 
(FSH), estrógeno e progesterona no 
sangue de uma mulher adulta, jovem, 
durante vinte e oito dias consecutivos. 
Os resultados estão mostrados no 
gráfico: 
 
Os períodos mais prováveis de 
ocorrência da menstruação e da 
ovulação, respectivamente, são: 
a) A e C. b) A e E 
c) C e A. d) E e C 
e) E e A. 
 
2. (UFSM) Sabe-se que um óvulo pode 
sobreviver cerca de 48 horas e um 
espermatozoide, cerca de 72 horas. Um 
casal cuja mulher possui um ciclo 
menstrual padrão e que deseja evitar, 
com boa margem de segurança, a 
gravidez, não deve manter relações 
sexuais durante: 
a) o 10º e o 18º dia do ciclo 
b) o 12º e o 20º dia do ciclo 
c) o 8º e o 16º dia do ciclo 
d) o 1º e o 8º dia do ciclo 
e) o 20º e o 28º dia do ciclo. 
 
3. (URCA) As células – ovo (zigotos) de 
praticamente todas as espécies animais 
armazenam substâncias nutritivas no 
citoplasma na forma de grânulos de 
vitelo, constituídos por uma mescla de 
proteínas e lipídeos. Com base na 
quantidade e na distribuição do vitelo, 
identifique como verdadeiras (V) ou 
falsas (F) as seguintes afirmativas: 
 
 
 163 
( ) Ovos oligolécitos apresentam 
quantidade relativamente pequena de 
vitelo, distribuída de forma mais ou 
menos homogênea no citoplasma. 
( ) Ovos mesolécitos apresentam 
quantidade relativamente grande de 
vitelo, distribuída de forma heterogênea 
no citoplasma ovular. 
( ) Ovos megalécitos apresentam uma 
grande quantidade de vitelo, que ocupa 
quase totalmente a célula. 
( ) Ovos Centrolécitos apresentam 
quantidade relativamente grande de 
vitelo concentrado na região central. 
( ) Em muitos mamíferos, a quantidade 
de vitelo nos ovos é tão reduzida que 
eles são chamados de alécitos. 
 
Assinale a alternativa que apresenta a 
sequência correta, de cima para baixo. 
a) V – V – V – V - V 
b) V – F – V – F – V 
c) V – F – F – V - F 
d) F – F – F – F – F 
e) F – F – V – F - V 
 
4. (UNIFESP) Um homem dosou a 
concentração de testosterona em seu 
sangue e descobriu que esse hormônio 
encontrava-se num nível muito abaixo do 
normal esperado. Imediatamente buscou 
ajuda médica, pedindo a reversão da 
vasectomia a que se submetera havia 
dois anos. A vasectomia consiste no 
seccionamento dos ductos deferentes 
presentes nos testículos. Diante disso, o 
pedido do homem: 
a) não tem fundamento, pois a 
testosterona é produzida por glândulas 
situadas acima dos ductos, próximo à 
próstata. 
b) não tem fundamento, pois o 
seccionamento impede unicamente o 
transporte dos espermatozoides dos 
testículos para o pênis. 
c) tem fundamento, pois a secção dos 
ductos deferentes impede o transporte 
da testosterona dos testículos para o 
restante do corpo. 
d) tem fundamento, pois a produção da 
testosterona ocorre nos ductos 
deferentes e, com seu seccionamento, 
essa produção cessa. 
e) tem fundamento, pois a testosterona é 
produzida no epidídimo e dali é 
transportada pelos ductos deferentes 
para o restante do corpo. 
 
5. (UFMS) Em humanos, depois da 
fecundação do óvulo pelo 
espermatozoide, forma-se o zigoto (ou 
ovo), contendo dois pró-núcleos que, 
durante a cariogamia, fundem-se. Na 
sequência do desenvolvimento 
embrionário, ocorre a formação da 
mórula. Assinale a alternativa que 
caracteriza a mórula. 
a) Segmentação através de divisões 
celulares. 
b) Migração dos blastômeros para a 
periferia celular. 
c) Aumento do tamanho das células. 
d) Diminuição do número de células. 
e) Invaginação celular. 
 
 
 164 
6. (UEA) A fertilização in vitro é um 
procedimento de reprodução que 
consiste na coleta de alguns ovócitos II, 
que serão circundados por milhares de 
espermatozoides para que ocorra a 
fecundação fora do organismo feminino. 
Após dois ou três dias, os embriões são 
implantados no organismo materno. 
 
Com relação a esse procedimento, é 
correto afirmar que: 
a) os ovócitos II são coletados 
diretamente do endométrio uterino. 
b) caso dois espermatozoides fecundem 
dois ovócitos II, serão formados gêmeos 
univitelinos. 
c) caso dois espermatozoides fecundem 
um ovócito II, serão formados gêmeos 
bivitelinos. 
d) os ovócitos II são utilizados pois a 
fecundação ocorre antes do final da 
gametogênese. 
e) os embriões são implantados no útero 
materno já na fase de nêurula. 
 
7. (UFRGS) No bloco superior abaixo, 
estão citados os três folhetos 
embrionários de mamíferos; no inferior, 
exemplos de epitélios. 
Associe adequadamente o bloco inferior 
ao superior. 
 
1 - Ectoderme 
2 - Mesoderme 
3 - Endoderme 
 
( ) Epitélio da membrana que envolve o 
coração (pericárdio). 
( ) Epitélio que reveste o tubo digestório 
(exceto boca e ânus). 
( ) Epiderme. 
( ) Pulmões (epitélio respiratório). 
 
A sequência correta de preenchimento 
dos parênteses, de cima para baixo, é 
a) 1 – 3 – 2 – 3. 
b) 3 – 1 – 2 – 3. 
c) 2 – 1 – 3 – 3. 
d) 3 – 3 – 1 – 2. 
e) 2 – 3 – 1 – 3. 
 
8. (UECE) Ingressão é o nome dado à 
migração de células da camada celular 
na superfície do embrião para sua parte 
interna. Esse tipo de movimento na 
gastrulação acontece na formação das 
células nervosas de drosófila. Sabe-se 
que nos insetos e na maioria dos 
artrópodes, o zigoto é classificado como 
uma célula-ovo do tipo: 
a) centrolécito. 
b) telolécito. 
c) heterolécito. 
d) isolécito. 
 
9. (UEFS) A gastrulação é o processo em 
que as células embrionárias sofrem um 
profundo rearranjo, originando uma 
estrutura totalmente remodelada, a 
gástrula. 
 
 165 
Considerando-se essa informação, é 
correto afirmar: 
a) Ocorre a formação de três folhetos 
germinativos, o ectoderma, o 
mesoderma e o endoderma, os quais, 
posteriormente, originarão, 
respectivamente, a epiderme, os 
músculos e o revestimento interno do 
tubo digestório. 
b) Nessa fase, os animais são 
classificados em protostômios, se a 
abertura do arquêntero denominada 
blastóporo originar o ânus, ou 
deuterostômios, se o blastóporo originar 
a boca. 
c) O início dessa fase ocorre com a 
segmentação do ovo, originando os 
micrômeros e macrômeros, que sofrerão 
múltiplas divisões, resultando no 
arquêntero. 
d) Essa fase é caracterizada pela 
formação do tubo nervoso a partir do 
blastóporo formado por células do 
mesoderma dorsal e do endoderma 
anterior. 
e) Essa fase inicia-se após a fase de 
mórula, com a formação do disco 
germinativo. 
 
10. (UNESP) Paula não toma qualquercontraceptivo e tem um ciclo menstrual 
regular de 28 dias exatos. Sua última 
menstruação foi no dia 23 de junho. No 
dia 06 de julho, Paula manteve uma 
relação sexual sem o uso de 
preservativos. No dia 24 de julho, Paula 
realizou um exame de urina para verificar 
se havia engravidado. 
 
Em função do ocorrido, pode-se dizer 
que, no dia 06 de julho, Paula 
 
a) talvez ainda não tivesse ovulado, mas 
o faria um ou dois dias depois. 
Considerando que o espermatozoide 
pode permanecer viável no organismo 
feminino por cerca de dois dias, há a 
possibilidade de Paula ter engravidado. 
O exame de urina poderia confirmar essa 
hipótese, indicando altos níveis de 
gonadotrofina coriônica. 
b) já teria ovulado, o que teria ocorrido 
cerca de dois dias antes. Contudo, 
considerando que depois da ovulação o 
óvulo permanece viável no organismo 
feminino por cerca de uma semana, há a 
possibilidade de Paula ter engravidado. 
O exame de urina poderia confirmar essa 
hipótese, indicando redução no nível de 
estrógenos. 
c) já teria ovulado, o que teria ocorrido há 
cerca de uma semana. Portanto não 
estaria grávida, o que poderia ser 
confirmado pelo exame de urina, que 
indicaria altos níveis de estrógenos e LH. 
d) estaria ovulando e, portanto, é quase 
certo que estaria grávida. Com a 
implantação do embrião no endométrio, 
ocorre um aumento na secreção de LH e 
diminuição nos níveis de gonadotrofina 
coriônica, o que poderia ser detectado 
pelo exame de urina já na semana 
seguinte à nidação. 
e) ainda não teria ovulado, o que só iria 
ocorrer dias depois. Portanto, não estaria 
grávida, o que poderia ser confirmado 
pelo exame de urina, que indicaria altos 
níveis de gonadotrofina coriônica. 
 
 
 166 
11. (Original Rennólogia) Os 
namekuseijin são uma raça do mangá 
Dragon Ball, habitantes do planeta 
Namekusei. 
De acordo com a história da raça, uma 
grande catástrofe atingiu o planeta, 
deixando apenas um único sobrevivente, 
conhecido como Grande Patriarca. O 
nome dado ao personagem tem 
fundamento, posto que é o único capaz 
de gerar filhos, o que ocorre por meio de 
ovos expelidos pela boca. 
Vilão da obra, o também Namekuseijin 
Piccolo Daimaoh também apresenta a 
mesma capacidade de reprodução, 
botando um ovo antes de sua morte e 
originando Piccolo Jr, que se uniria aos 
Guerreiros Z posteriormente. 
 
Acredita-se que a capacidade do vilão 
Cell em gerar filhos, os Cell Jr., é 
atribuída ao fato dele possuir células de 
Piccolo, realizando, desta forma, o 
mesmo processo reprodutivo. 
Sobre a reprodução dos namekuseijin, a 
afirmativa que mais possui sentido para 
os processos de reprodução conhecidos 
pela biologia é: 
a) Assemelha-se de um processo de 
reprodução assexuada, na qual há 
autofecundação por serem os 
namekuseijin hermafroditas. 
b) Corresponde a um processo de 
reprodução sexuada, no qual o ovo é um 
esporo formado por divisão meiótica. 
c) Assemelha-se a um processo de 
reprodução assexuada na qual o ovo 
contém uma cópia idêntica do organismo 
original, caracterizando uma divisão 
binária. 
d) Assemelha-se a um processo de 
reprodução assexuada conhecido como 
partenogênese, no qual o gameta é 
capaz de se desenvolver em um novo 
individuo sem necessidade de 
fecundação. 
e) Assemelha-se a um processo de 
reprodução sexuada com alternância de 
gerações, sendo o Grande Patriarca e 
Piccolo Daimaoh esporófitos e seus 
descendentes os gametófitos, como 
ocorre com as plantas. 
 
 
 
 
 
 
 167 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 168 
13. FISIOLOGIA: IMUNIDADE 
 
 De maneira constante, o 
organismo está em contato com vírus, 
bactérias, protozoários, helmintos, 
animais peçonhentos e substâncias 
químicas diversas, que podem levar a 
quadros de lesão e a patologias. 
 À frente da proteção de tecidos, 
órgãos e sistemas estão um conjunto de 
fatores capazes de gerar reações a cada 
uma das ameaças, a resposta imune. 
 
13.1 IMUNIDADE INATA 
 É denominada imunidade inata 
ou não específica os mecanismos de 
defesa que atuam independentemente 
do antígeno, com resposta imediata e 
sem capacidade de gerar memória 
imunológica. 
 A imunidade inata compreende 
estruturas anatômicas, moléculas 
humorais e componentes celulares. 
 
A) BARREIRAS ANATÔMICAS 
 As barreiras anatômicas que 
atuam na imunidade inata correspondem 
a estruturas corporais que impedem ou 
dificultam a ação de agentes infecciosos 
ou qualquer outro antígeno. 
 O maior órgão do organismo é 
também a maior das barreiras 
anatômicas por ele apresentado, a pele. 
Suas impermeabilidade e constante 
descamação são obstáculos 
significativos para a colonização 
bacteriana. A eliminação do suor e sua 
concentração de ácidos graxos atua no 
combate aos fungos, enquanto a 
microbiota natural tem vantagens na 
competição contra antígenos. 
 As mucosas também tem 
fundamental papel na imunidade inata, 
com especificações de acordo com o 
órgão ou sistema dos quais fazem parte. 
 No sistema respiratório, por 
exemplo, o fluxo de muco e o movimento 
ciliar do epitélio da traqueia dificultam a 
adesão de patógenos. Os pelos da 
cavidade nasal e espirro também atuam 
como importantes barreiras. 
 
B) CÉLULAS NÃO ESPECÍFICAS 
 Como já abordado no estudo da 
histologia, muitas células fagocitárias 
atuam na defesa do organismo, 
internalizando e neutralizando antígenos 
como bactérias e fungos. 
 Monócitos, macrófagos, 
células dendríticas e neutrófilos são 
os principais fagócitos encontrados em 
osso organismo, atuando de maneira 
independente ou em resposta a 
mecanismos pertencentes à imunidade 
específica. 
 Células como os mastócitos, os 
basófilos e os eosinófilos, atuantes 
nos casos de hipersensibilidade, 
também fazem parte da imunidade inata 
por meio de substâncias como heparina 
e histamina. 
 O conjunto celular da imunidade 
inata também conta com as células NK, 
abreviação para o termo inglês Natural 
 
 169 
Killer (assina natural), que combatem 
células infectadas por vírus, células 
neoplásicas e células reconhecidas 
como não pertencentes ao organismo. 
 
C) MOLÉCULAS HUMORAIS 
 O termo humor, para a biologia, 
refere-se a soluções orgânicas líquidas 
presentes no organismo. 
 Para a imunidade inata, algumas 
moléculas são fundamentais. Entre as 
mais ativas estão o conjunto de 
proteínas do sistema complemento, 
que pode promover a lise e a 
opsonização das bactérias. O processo 
de opsonização é responsável por 
demarcar antígenos e, dessa forma, 
atrair células fagocitárias com maior 
rapidez. 
 O sistema complemento atua em 
uma cadeia de reações utilizando suas 
diversas proteínas, que pode ser ativada 
por intermédio de um anticorpo (via 
alternativa) ou diretamente pelo 
patógeno (via clássica). 
 A proteína conhecida como 
lisozima, presente na lágrima, também 
atua na imunidade não específica 
humoral, gerando a lise da parede 
celular bacteriana. 
 Outras moléculas, como os 
interferons, também são atuantes 
nesse tipo de imunidade, tendo função 
antiviral. 
 A febre, aumento da temperatura 
corporal decorrente a quadros de 
infecção, também pode ser considerada 
um mecanismo de defesa inespecífico 
representado por moléculas humorais, 
pois é induzida por moléculas 
conhecidas como interleucinas, que 
também podem atuar como agentes 
antimicrobianos. 
 
13.2 IMUNIDADE ADQUIRIDA 
 A imunidade adquirida, como 
sugere o nome, é a desenvolvida ao 
decorrer da vida, também chamada de 
adaptativa ou específica. 
 As principais células que 
participam desse tipo de imunidade são 
os linfócitos, que atuarão de formas 
diferentes, de acordo com o subtipo da 
célula. 
 Os linfócitos T CD4 ou auxiliares 
são responsáveis pela ativação de 
células por intermédio de mediadores 
químicos. Os linfócitosT CD8 ou 
citotóxicos causam a morte de células 
infectadas por vírus ou outros patógenos 
intracelulares. 
 Os linfócitos B são as células 
que atuam na imunidade específica 
humoral. Na superfície de suas 
membranas encontram-se anticorpos 
(imunoglobulinas) que farão adesão a 
antígenos ainda não identificados pelo 
organismo. Tal processo fará com que 
tais anticorpos sequenciem marcadores 
dos antígenos, forçando a transformação 
do linfócito em plasmócito, que produzira 
grandes quantidades destas moléculas. 
 Os anticorpos trabalham na 
opsonização a resposta imune, ou seja, 
aderem-se a antígenos específicos e 
sinalizam sua presença no organismo, 
facilitando e acelerando a ação de outras 
células imunológicas, como as 
fagocitárias. Diferente das proteínas do 
complemento, que também são 
 
 170 
encontradas na opsonização, os 
anticorpos não são capazes de causar 
qualquer tipo de dano em um patógeno. 
 
13.1: Ação do linfócito B do reconhecimento do 
antígeno à transformação em plasmócito e 
secreção de anticorpos. 
 Os linfócitos B também são 
capazes de atuar na memória 
imunológica, reagindo de maneira 
rápida no caso do organismo entrar em 
contato com o mesmo antígeno 
reconhecido anteriormente. 
 É devido à capacidade de se 
formar uma memória imunológica o fato 
de um mesmo antígeno não conseguir 
criar um quadro patológico duas vezes. 
Vale ressaltar que agentes infecciosos 
podem apresentar cepas e sorotipos 
diferentes, que alteram os marcadores 
imunológicos e acabam não sendo 
identificados pela memória imunológica. 
 
13.3 IMUNIDADE PASSIVA E ATIVA 
 Uma das doenças que mais 
preocupava a humanidade durante o 
século XVIII era a varíola, uma patologia 
viral que tinha como sintomas febre, dor 
de cabeça, erupções cutâneas e dores 
abdominais. A forma grave da doença, 
com grande letalidade, levou a óbito 
mais de 60 milhões de pessoas durante 
esse século. 
 Nesse período, o médico inglês 
Edward Jenner observou que pessoas 
que trabalhavam na ordenha de vacas 
contaminavam-se com a versão bovina 
da varíola, a cowpox, e, ao se 
contaminarem com o vírus humano, 
desenvolviam uma forma mais branda da 
doença, com mínimo risco de letalidade. 
 Buscando reproduzir de forma 
controlada o ocorrido com ordenhadores, 
em 1796, Jenner inoculou pus de uma 
lesão de uma mulher contaminada com 
cowpox e em um garoto. James Phipps, 
o menino do experimento, desenvolveu a 
varíola bovina e curou-se em poucos 
dias. Após tal processo, Jenner fez a 
inoculação de pus de um paciente com 
varíola humana no garoto, que não 
desenvolveu a doença. Tal experimento 
é considerado pela ciência como a 
criação da primeira vacina. 
 
 171 
 A vacina é um exemplo de 
imunidade ativa, na qual o sistema 
imunológico do organismo é responsável 
pelas ações específicas da imunidade 
adquirida. 
 No processo criado por Jenner, 
ao inocular o vírus da cowpox em um 
organismo saudável, o sistema 
imunológico o combateria e criaria uma 
memória imunológica contra o antígeno. 
Como os vírus da varíola bovina e da 
varíola humana eram muito semelhantes 
estruturalmente, o reconhecimento da 
primeira gerava uma resposta imune de 
memória que também atuava contra a 
segunda, fazendo o organismo realizar 
uma rápida reação e impedir o 
desenvolvimento de casos graves da 
doença. 
 Tal fundamento é utilizado nas 
vacinas até os dias atuais, porém com 
formas de apresentação de antígenos 
diferentes. 
 As vacinas podem conter um 
agente patogênico morto ou atenuado 
(enfraquecido), apresentar apenas uma 
porção do antígeno, ou inocular RNA no 
organismo, por meio de vesículas ou por 
meio de adenovírus, para que as 
proteínas de reconhecimento sejam 
produzidas e induzam o a ação dos 
linfócitos B, como ocorreu com alguns 
modelos de vacina contra Sars-Cov-2, o 
vírus da Covid-19. 
 
13-2: Mecanismo de ação de uma vacina de vírus atenuado. 
 
 172 
 
13-3: Mecanismo de ação de vacina que utiliza adenovírus com material genético do patógeno para que 
introduzir a informação que sintetizará proteínas de reconhecimento no organismo. 
 
 
13-4: Mecanismo de ação de uma vacina de RNA mensageiro.
 O Brasil é possui um dos 
maiores programas vacinais de todo o 
mundo, garantindo a imunização de 
diversas patologias virais e bacterianas 
de maneira gratuita para toda a 
população pelo Sistema Único de Saúde 
(SUS). 
 Graças às ações do Ministério 
da Saúde, em 1989 foi diagnosticado o 
último caso de poliomielite, a paralisia 
infantil, em território nacional, fazendo 
com que, posteriormente, o Brasil fosse 
reconhecido como um país que 
erradicou a doença. 
 
 173 
BCG Protege contra a tuberculose Dose única ao nascer 
Recombinante HB Protege contra a hepatite B Ao nascer 
Pentavalente 
Protege contra o tétano, a difteria, a 
coqueluche, a hepatite B e contra 
doenças causadas por Haemophilus 
influenzae 
1ª dose – 2 meses de idade 
2ª dose – 4 meses de idade 
3ª dose – 6 meses de idade 
Peneumocócica 
Protege contra o Streptococcus 
pneumoniae 
VIP Protege contra a poliomielite 
Meningocócica C Protege contra a Neisseria meningitidis 
1ª dose - 3 meses de idade 
2ª dose – 5 meses de idade 
Covid-19 Pfizer Protege contra Sars-Cov-2 
1ª dose – 6 meses de idade 
2ª dose – 7 meses de idade 
3ª dose – 9 meses de idade 
Tríplice viral 
Protege contra Sarampo, caxumba e 
rubéola 
1ª dose – 12 meses de idade 
VOP Protege contra a poliomielite 
1º reforço – 15 meses de 
idade 
2º reforço – 4 anos de idade 
Tríplice bacteriana 
Protege contra Difteria, tétano e 
coqueluche 
1º reforço – 15 meses de 
idade 
2º reforço – 4 anos de idade 
Tetraviral 
Protege contra sarampo, caxumba, 
rubéola e varicela (catapora) 
Dose única aos 15 meses de 
idade 
HPV Quadrivalente Protege contra o HPV 
2 doses a partir de 9 anos de 
idade 
Febre amarela Protege contra a febre amarela 
1 dose com reforço a cada 
10 anos 
Covid 19 – Pfizer, 
AstraZeneca, 
Coronavc e 
Bivalente 
Protege contra a Covid-19 
A partir de 6 anos de idade, 
com administração atual 
focada na bivalente. 
Tabela 13-1: Principais vacinas do calendário de imunização brasileiro. Fonte: site do Ministério da 
Saúde.
 Muitos antígenos estão sujeitos 
a mutações, principalmente os que 
possuem grande taxa de reprodução. 
Quando a mutação atinge as estruturas 
que são utilizados para o 
reconhecimento e, consequentemente, 
para gerar a resposta imune, as vacinas 
podem a perder seu efeito, fazendo-se 
necessária uma atualização. Tal 
fenômeno é muito comum nas vacinas 
da gripe, atualizadas anualmente. 
 A imunidade passiva também 
utiliza recursos da imunidade adquirida, 
porém originados em outro organismo. 
 A passagem de anticorpos 
produzidos pela mãe para o feto, 
mediada pela placenta, é um exemplo de 
imunidade passiva que ocorre de 
maneira natural. 
 Laboratorialmente, o processo 
de imunidade passiva ocorre pela 
 
 174 
administração dos soros, extraídos do 
sangue de animais, contendo anticorpos 
contra antígenos específicos, visando 
uma resposta imune rápida e imediata 
pela opsonização. 
 O soro antiofídico é um dos 
maiores exemplos de tal processo, no 
qual o veneno de uma serpente é 
inoculado em um animal, geralmente um 
cavalo, que produzirá anticorpos contra 
ele. Após o tempo necessário para a 
resposta da imunidade ativa do animal, 
seu sangue é extraído, centrifugado e o 
soro com anticorpos é separado, para 
ser administrado em humanos vítimas de 
acidentes com ofídios. 
 Os soros antitetânico e 
antirrábico também são exemplos de 
imunidade passiva artificial e se tornam 
importantes pelo farto de que o dano 
causado pelos antígenos ocorre de 
maneira mais rápida que a resposta 
imune do organismo, o que pode levar ao 
risco de óbito. 
 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (ENEM) A vacina, o soro eos 
antibióticos submetem os organismos a 
processos biológicos diferentes. 
Pessoas que viajam para regiões em que 
ocorrem altas incidências de febre 
amarela, de picadas de cobras 
peçonhentas e de leptospirose e querem 
evitar ou tratar problemas de saúde 
relacionados a essas ocorrências devem 
seguir determinadas orientações. 
 
Ao procurar um posto de saúde, um 
viajante deveria ser orientado por um 
médico a tomar preventivamente ou 
como medida de tratamento: 
a) antibiótico contra o vírus da febre 
amarela, soro antiofídico caso seja 
picado por uma cobra e vacina contra a 
leptospirose. 
b) vacina contra o vírus da febre 
amarela, soro antiofídico caso seja 
picado por uma cobra e antibiótico caso 
entre em contato com a Leptospira sp. 
c) soro contra o vírus da febre amarela, 
antibiótico caso seja picado por uma 
cobra e soro contra toxinas bacterianas. 
d) antibiótico ou soro, tanto contra o vírus 
da febre amarela como para veneno de 
cobras, e vacina contra a leptospirose. 
e) soro antiofídico e antibiótico contra a 
Leptospira sp e vacina contra a febre 
amarela caso entre em contato com o 
vírus causador da doença. 
 
2. (UFMG) A Campanha Nacional de 
Vacinação do Idoso, instituída pelo 
Ministério da Saúde do Brasil, vem se 
revelando uma das mais abrangentes 
dirigidas à população dessa faixa etária. 
Além da vacina contra a gripe, os postos 
de saúde estão aplicando, também, a 
vacina contra pneumonia pneumocócica. 
É correto afirmar que essas vacinas 
protegem porque: 
 
 
 175 
a) são constituídas de moléculas 
recombinantes. 
b) contêm anticorpos específicos. 
c) induzem resposta imunológica. 
d) impedem mutações dos patógenos. 
 
3. (FUVEST) Um coelho recebeu, pela 
primeira vez, a injeção de uma toxina 
bacteriana e manifestou a resposta 
imunitária produzindo a antitoxina 
(anticorpo). Se após certo tempo for 
aplicada uma segunda injeção da toxina 
no animal, espera-se que ele: 
a) não resista a essa segunda dose. 
b) demore mais tempo para produzir a 
antitoxina. 
c) produza a antitoxina mais 
rapidamente. 
d) não produza mais a antitoxina por 
estar imunizado. 
e) produza menor quantidade de 
antitoxina. 
 
4. (ENEM) Tanto a febre amarela quanto 
a dengue são doenças causadas por 
vírus do grupo dos arbovírus, 
pertencentes ao gênero Flavivirus, 
existindo quatro sorotipos para o vírus 
causador da dengue. A transmissão de 
ambas acontece por meio da picada de 
mosquitos, como o Aedes aegypti. 
Entretanto, embora compartilhem essas 
características, hoje somente existe 
vacina, no Brasil, para a febre amarela e 
nenhuma vacina efetiva para a dengue. 
Esse fato pode ser atribuído à: 
a) maior taxa de mutação do vírus da 
febre amarela do que do vírus da 
dengue. 
b) alta variabilidade antigênica do vírus 
da dengue em relação ao vírus da febre 
amarela. 
c) menor adaptação do vírus da dengue 
à população humana do que do vírus da 
febre amarela. 
d) presença de dois tipos de ácidos 
nucleicos no vírus da dengue e somente 
um tipo no vírus da febre amarela. 
e) baixa capacidade de indução da 
resposta imunológica pelo vírus da 
dengue em relação ao da febre amarela. 
 
5. (FUVEST) Qual das seguintes 
situações pode levar o organismo de 
uma criança a tornar-se imune a um 
determinado agente patogênico, por 
muitos anos, até mesmo pelo resto de 
sua vida? 
a) Passagem de anticorpos contra o 
agente, da mãe para o feto, durante a 
gestação. 
b) Passagem de anticorpos contra o 
agente, da mãe para a criança, durante 
a amamentação. 
c) Inoculação, no organismo da criança, 
de moléculas orgânicas constituintes do 
agente. 
d) Inoculação, no organismo da criança, 
de anticorpos específicos contra o 
agente. 
e) Inoculação, no organismo da criança, 
de soro sanguíneo obtido de um animal 
imunizado contra o agente. 
 
 
 176 
6. (ENEM) Vários métodos são 
empregados para prevenção de 
infecções por microrganismos. Dois 
desses métodos utilizam 
microrganismos vivos e são eles: as 
vacinas atenuadas, constituidas por 
patógenos avirulentos, e os probióticos 
que contém bactérias benéficas. Na 
figura são apresentados cinco diferentes 
mecanismos de exclusão de patógenos 
pela ação dos probióticos no intestino de 
um animal. 
Qual mecanismo de ação desses 
probióticos promove um efeito similar ao 
da vacina? 
a) 5 
b) 4 
c) 3 
d) 2 
e) 1 
7. (ENEM) Do ponto de vista fisiológico, 
anticorpos são moléculas proteicas 
produzidas e secretadas por células do 
sistema imune de mamíferos, 
conhecidas como linfócitos B. 
Reconhecem e atacam alvos 
moleculares específicos, os antígenos, 
presentes em agentes invasores, como, 
por exemplo, vírus, bactérias, fungos e 
células tumorais. Atualmente, algumas 
empresas brasileiras de biotecnologia 
vêm desenvolvendo anticorpos em 
laboratório. Um dos primeiros produtos é 
utilizado para detecção precoce da 
ferrugem asiática da soja, doença 
causada pelo fungo Phakopsora 
pachyrhizi, capaz de dizimar plantações. 
Há ainda a produção de kits para fins de 
pesquisa e diagnóstico de antígenos 
específicos de interesse para a saúde 
pública, como hepatite A, B e C, 
leptospirose e febre amarela. 
 
 177 
O desenvolvimento de anticorpos 
específicos por empresas de 
biotecnologia será benéfico para a saúde 
pública, porque proporcionará 
a) a imunização em massa da 
população. 
b) a cura de doenças por meio da terapia 
gênica. 
c) a mutação no material genético dos 
vírus causadores de doenças. 
d) a cura de doenças patogênicas em 
seu estágio inicial. 
e) o desenvolvimento de um único 
fármaco que combata diversos parasitas. 
 
8. (UFRGS) Quando uma pessoa é 
picada por um animal peçonhento, deve 
procurar socorro através de: 
a) soro, que induzirá a formação de 
anticorpos. 
b) soro, porque é composto por 
antígenos específicos. 
c) soro, porque contém anticorpos 
prontos. 
d) vacina, porque fornecerá ao 
organismo elementos de defesa. 
e) vacina, para eliminar quimicamente o 
veneno. 
 
9. (Rennólogia Original) Uma 
determinada região sofreu um processo 
geológico que a dividiu em uma parte 
continental e uma ilha. Com tal 
separação, uma espécie de escorpião foi 
separada em duas populações, que, 
mesmo depois de anos, apresentam as 
mesmas características morfológicas. 
Uma equipe de biólogos recolheu 
espécimes das duas populações e, 
sequenciando o veneno de ambas, 
descobriu que a espécie continental 
produz uma molécula de 46 
aminoácidos, enquanto a espécie ilhoa 
produz uma molécula com 21. Também 
foi descoberto que 80% da sequência de 
aminoácidos da população ilhoa se 
repete na cadeia produzida na 
população continental. 
Na produção de soros para o veneno das 
duas populações, é possível: 
a) Que o soro fabricado para a 
população ilhoa seja funcional para a 
população continental caso os 
anticorpos produzidos utilizem a parte da 
molécula que possui a mesma sequência 
de aminoácidos dos dois venenos. 
b) Que o soro fabricado para a 
população continental não funcione para 
a população ilhoa independente de qual 
porção da molécula seja utilizada para a 
identificação. 
c) Que o soro produzido para a 
população ilhoa tenha funcionamento 
para a população continental, 
independente da porção da molécula 
utilizada pelos anticorpos para 
identificação. 
d) Que o soro produzido para a 
população ilhoa não possa ser utilizado 
para acidentes com a população 
continental, posto que apenas a porção 
diferente da molécula pode ser utilizada 
para a geração da resposta imune. 
e) Que o soro produzido para uma 
população não serve para a outra, pois 
tratam-se de populações diferentes e, 
portanto, com genoma destoante. 
 
 178 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 179 
14. GENÉTICA: PRIMEIRA LEI DE MENDEL E EXCEÇÕESA hereditariedade, ou seja, a 
transmissão de uma característica entre 
gerações, intrigou a humanidade desde 
quando a observação dos processos 
naturais iniciou. 
 Muitas teorias foram 
estruturadas durante a história. 
Hipócrates, no século V a.C., iniciou as 
discussões a respeito do tema com a 
teoria da pangênese, na qual cada 
órgão produzia gêmulas que se uniriam 
na formação de um novo organismo. 
Aristóteles, que também é autor da teoria 
da abiogênese, acreditava que a mistura 
de sangue era responsável pela geração 
de um novo ser e, consequentemente, 
pela transmissão das características. 
Para Aristóteles, o sêmen era 
considerado uma espécie de sangue 
puro que se misturava com o sangue 
menstrual da mulher para tal processo. 
 Após a descoberta do 
espermatozoide, a hipótese pré-
formista ganhou espaço na comunidade 
científica, alegando que cada gameta 
masculino possuía uma miniatura de 
homem, que se desenvolveria no útero. 
 Apenas no século XIX, após 
mais de dois milênios de hipóteses e 
teorias, a resposta foi encontrada. 
 O responsável pela descoberta 
dos mecanismos pelos quais a 
hereditariedade se dá foi o austríaco 
Gregor Mendel, frade agostiniano, 
botânico, que realizou uma série de 
experimentos com plantas no mosteiro 
de Brunn, cidade hoje pertencente à 
República Checa. 
 
14-1: Gregor Mendel, o monge botânico 
considerado o pai da genética. 
Bateson, William - Mendel's Principles of Heredity: A 
Defence 
 Os estudos de Mendel foram 
publicados ainda no século XVIII, porém 
não tiveram grande permeabilidade na 
comunidade científica devida atenção 
dedicada à publicação das teorias de 
Charles Darwin, que serão estudadas 
em capítulos posteriores. 
 A divulgação que rendeu o 
merecido reconhecimento dos estudos 
mendelianos ocorreu apenas no início do 
século XIX, quando os pesquisadores, 
Hugo de Vries, Carl Correns e Erich 
Tschermak-Seysenegg descobriram o 
estudo em uma pesquisa bibliográfica, 
cerca de vinte anos passados da morte 
de Mendel, que ocorreu em 6 de janeiro 
de 1884. 
 
 180 
14.1 A PRIMEIRA LEI DE MENDEL 
 Os experimentos de Mendel 
buscavam compreender a transmissão 
das características hereditárias em 
plantas. Para tanto, foram testadas 
diversas espécies, levando em 
consideração a duração do ciclo de vida, 
a quantidade de sementes produzidas e 
a facilidade de manipulação do processo 
reprodutivo. 
 Entre todas as espécies 
testadas, uma das que mais se destacou 
foi a ervilha de cheiro (Pisum sativa), na 
qual Mendel observou a transmissão de 
sete características: 
• Forma da semente – lisa ou rugosa; 
• Cor da semente – amarela ou verde; 
• Cor da flor – roxa ou branca; 
• Forma da vagem – inflada ou 
constrita; 
• Cor da vagem – verde ou amarela; 
• Posição da flor – axial ou terminal; 
• Comprimento do caule – alto ou 
baixo. 
 Todas as características 
comportaram-se da mesma maneira, 
assim sendo, é necessária apenas uma 
para demonstrar o experimento e suas 
devidas conclusões. 
 Utilizando a textura da semente 
como exemplo, Mendel separou 
espécimes de ervilhas lisas e realizou 
cruzamento entre elas, garantindo que 
apenas ervilhas lisas poderiam ser 
geradas no processo reprodutivo. O 
mesmo foi realizado com as ervilhas 
rugosas. 
 Tendo disponíveis ervilhas lisas 
puras e ervilhas rugosas puras, 
Mendel realizou o cruzamento entre as 
duas, denominando tal geração de 
geração parental (P). 
 Como resultado do cruzamento, 
foram obtidas apenas ervilhas hibridas 
lisas na primeira geração de filhos 
(F1). 
 Prosseguindo, foram cruzadas 
entre si as ervilhas híbridas da geração 
F1, obtendo como resultado na 
segunda geração de filhos (F2) uma 
proporção de três ervilhas lisas para 
cada ervilha rugosa, característica que 
reapareceu. 
 Pela observação dos resultados 
obtidos em seu experimento, Mendel 
chegou a importantes conclusões. A 
primeira delas é que as características 
são determinadas por fatores que se 
apresentam em pares, sendo um fator 
de origem materna e outro de origem 
paterna. Dessa maneira, cada 
indivíduo, ao formar seus gametas, 
transmite apenas um de seus fatores 
para a próxima geração. 
 Existem fatores que são 
classificados como dominantes, 
expressando-se independentemente do 
fator que lhe forma o par. Há também os 
fatores recessivos, que se expressam 
apenas na ausência de um fator 
dominante. 
 Os fatores dominantes são 
designados com letras maiúsculas, 
enquanto os fatores recessivos são 
designados com letras minúsculas. 
Dessa maneira, podemos dizer que, 
para o experimento de Mendel, as 
ervilhas lisas puras possuíam dois 
fatores dominantes, RR, e as ervilhas 
rugosas puras tinham dois fatores 
recessivos, rr. 
 
 181 
 
14-2 Representação do experimento que deu 
origem à primeira lei de Mendel. 
 A letra “r” que representa os 
fatores é escolhida, não como regra, por 
ser a característica recessiva a semente 
rugosa, palavra que inicia com a letra 
em questão. 
 As conclusões do experimento 
são conhecidas como Primeira Lei de 
Mendel ou Lei da Segregação dos 
Fatores, também conhecida como 
monoibridismo. 
 
14.2 CONCEITOS DA GENÉTICA 
 Muitas décadas após os estudos 
de Mendel, diversos experimentos 
ocorreram, permitindo que os conceitos 
estruturados no século XIX fossem 
aprimorados. 
 A descoberta da estrutura do 
DNA por Francis Crick e James Watson, 
do mecanismo da síntese proteica por 
Holley e Har Gobing Khorana, dos 
cromossomos e do cariótipo humano 
foram essenciais para que os estudos de 
Mendel fossem melhor estruturados. 
 Atualmente compreende-se que 
os fatores citados por Mendel são os 
genes, uma porção de DNA que é será 
transcrita para a síntese proteica, 
gerando o RNA mensageiro. Os genes 
estão localizados nos cromossomos e 
sua posição na fita de DNA e histonas é 
conhecida como locus gênico. Cada 
cromossomo homólogo é formado pelos 
mesmos genes, sendo o par chamado de 
alelos. 
 A informação dos genes, 
dominante ou recessiva, é denominada 
genótipo, enquanto a característica 
expressa é denominada fenótipo, que 
pode ser alterado por fatores ambientais 
diversos. 
 Quando o genótipo é formado 
por dois genes iguais é classificado 
como homozigoto, podendo ser 
dominante ou recessivo. O genótipo que 
é formado por um alelo dominante e um 
recessivo é classificado como 
heterozigoto. 
 Com tais conceitos é possível 
acrescentar ao experimento de Mendel 
duas características relacionadas com o 
cruzamento entre heterozigotos como os 
da geração F1. 
 A primeira é que a proporção 
genotípica desse cruzamento 
corresponde a 1:2:1, ou seja, 1 
homozigoto dominante para 2 
heterozigotos para 1 homozigoto 
recessivo. 
 A segunda refere-se ao fenótipo, 
que tem, para tais cruzamentos, a 
proporção de 3:1, três indivíduos com 
características dominantes para 1 
indivíduo com expressão das 
características recessivas. 
 
 182 
 
14-3: Conceitos da genética atual demonstrados a partir de um par de cromossomos homólogos. 
14.3 QUADRO DE PUNNETT 
 Para facilitar a visualização dos 
cruzamentos mendelianos, o geneticista 
inglês Reginald Crundall Punnett 
desenvolveu uma simples tabela que 
permite separar os genes para formação 
dos gametas e prever os possíveis 
genótipos decorrentes de sua fusão pela 
fecundação. 
 O quadro de Punnett utilizado 
para a primeira lei de Mendel possui três 
linhas e três colunas, formando 9 
espaços totais. O primeiro espaço da 
primeira coluna será nulo, nos dois 
seguintes são colocados os genes dos 
gametas de primeiro indivíduo envolvido 
no cruzamento. O mesmo processo será 
realizado na primeira linha para o 
segundo indivíduo envolvido no 
cruzamento. 
 
14-4: Exemplo da montagem de um quadro de 
Punnett com cruzamento entre um indivíduo 
heterozigoto e um homozigoto recessivo.183 
 Uma vez determinados os 
possíveis gametas, nos segundo e 
terceiro espaços das segunda e terceira 
linha (ou coluna) são realizadas as 
determinações dos alelos do indivíduo 
que será formado. 
 Cada um dos espaços de 
cruzamento, quatro no total, equivale a 
uma probabilidade de 25% (ou ¼) para o 
genótipo a ser formado. 
 
14.4 EXCEÇÕES AO MONOIBRIDISMO 
 Uma grande quantidade de 
características dos seres vivos diploides 
é expressa pelas regras do 
monoibridismo, porém a primeira lei de 
Mendel tem importantes exceções 
representadas na codominância, na 
dominância incompleta e nos genes 
letais. 
 
A) CODOMINÂNCIA 
 Os casos de codominância 
ocorrem quando ambos os alelos que 
podem ocupar determinado locus gênico 
apresentam-se como dominantes, ou 
seja, ambos expressarão suas 
características. 
 Um dos principais exemplos 
dessa exceção ao monoibridismo é o 
sistema sanguíneo MN. Na membrana 
das hemácias existem uma série de 
antígenos que atuam como uma 
identidade molecular de tais células. Os 
dois principais sistemas sanguíneos são 
o ABO e o Rh, que serão abordados 
ainda neste capítulo. 
 Para o sistema MN os alelos LM 
e LN determinam os antígenos M e N 
respectivamente. Dessa maneira 
indivíduos homozigotos para o alelo LM 
possuem o antígeno M em suas 
hemácias e, consequentemente, o 
sangue tipo M. Da mesma maneira, os 
homozigotos para o sangue LN 
expressam apenas o antígeno N e têm 
sangue tipo N. 
 A questão que determina a 
codominância do sistema é representada 
pelos indivíduos que possuem a 
heterozigose, LMLN, expressando ambos 
os antígenos e tendo sangue MN. 
 A cor da pelagem do gado 
shorthorn também é um exemplo de 
codominância, na qual a homozigose 
pode determinar pelos vermelhos ou 
brancos, enquanto a heterozigose 
determina a formação de ambos. 
 
B) DOMINÂNCIA INCOMPLETA 
 A dominância incompleta 
possui o mesmo fundamento da 
codominância, porém, para este caso, 
não existe uma expressão dupla em 
heterozigose e sim um fenótipo 
intermediário. 
 
14-5: Determinação dos fenótipos da coloração 
da flor maravilha, um exemplo de dominância 
incompleta. 
 A flor maravilha (Mirabilis jalapa) 
é o mais famoso exemplo dessa exceção 
à primeira lei de Mendel. Flores que 
possuem homozigose para o alelo CB 
 
 184 
são brancas, enquanto as homozigotas 
para o alelo CV são vermelhas. Na 
heterozigose, com genótipo CBCV, há o 
fenótipo intermediário representado pela 
flor com pétalas rosadas. 
 A coloração das penas da raça 
de galinhas andaluza também é um 
exemplo de dominância incompleta, na 
qual a homozigose confere plumagem 
branca ou preta e a heterozigose é 
responsável pela plumagem cinzenta. 
 A dominância incompleta 
mantém a proporção genotípica e altera 
a proporção fenotípica do monoibridismo 
para cruzamentos entre heterozigotos 
para 1:2:1. 
 
14-6: Uso do quadro de Punnett para 
demonstração das proporções genotípica e 
fenotípica de casos de dominância incompleta. 
 Tanto para a codominância 
quanto para a dominância incompleta, os 
genes são representados por uma leta 
maiúscula base seguida de uma letra 
sobrescrita, geralmente associada à 
característica expressa. 
 
C) ALELOS LETAIS 
 São denominados alelos letais 
os genes que não expressam 
características e levam o indivíduo à 
morte antes do portador atingir a idade 
reprodutiva. Dessa maneira, em 
cruzamentos de indivíduos heterozigotos 
há uma quebra na proporção fenotípica 
característica do monoibridismo. 
 A descoberta dos alelos letais se 
deu no início do século XX pelo estudo 
que envolvia o cruzamento de uma 
espécie de camundongos. 
 Para essa espécie, o gene 
dominante resulta na pelagem castanha, 
enquanto o recessivo confere pelagem 
preta. O que se observou no 
experimento é que todos os indivíduos 
de pelagem castanha eram 
heterozigotos, posto que a homozigose 
dominante causava a morte do portador. 
Em consequência, cruzamentos entre 
dois camundongos de pelagem 
castanha, heterozigotos, resultavam em 
uma proporção fenotípica de 2:1, não de 
3:1 como esperado. 
 Mesmo a cor do pelo castanha 
sendo considerada, na expressão da 
característica, como dominante, é 
classificada como recessiva para os 
genes letais, pois apenas em 
homozigose ocorre a letalidade. 
 
 
14-7: Determinação da pelagem de 
camundongos, sendo o genótipo homozigoto 
dominante letal. 
 
 
 185 
 Os genes letais dominantes 
ocorrem quando podem conferem a 
morte ao indivíduo com a presença 
apenas de um alelo, ou seja, em casos 
de heterozigose. Sua ocorrência é rara, 
posto que os portadores não sobrevivem 
até a idade reprodutiva e, portanto, não 
conseguem realizar a transmissão para 
a próxima geração. 
 Na atualidade também é 
utilizado o conceito de genes 
semiletais, que permitem a sobrevida 
que ultrapassa a fase reprodutiva do 
portador. 
 
14.5 ALELOS MÚLTIPLOS 
 A primeira lei de Mendel e suas 
exceções contam com apenas dois tipos 
de alelos que podem ocupar um 
determinado locus, porém, para alguns 
caracteres é possível se observar uma 
maior variedade, gerando diferentes 
fenótipos. Tais casos são conhecidos 
como alelos múltiplos ou polialelia. 
 Na possibilidade de dois ou mais 
alelos, necessariamente ocorrerão 
casos de codominância, dominância 
incompleta e/ou uma escala de 
dominância. 
 Na natureza é possível encontrar 
os alelos múltiplos na determinação da 
cor da pelagem de coelhos, com quatro 
fenótipos possíveis: aguti, chinchila, 
himalaio e albino. 
 O fenótipo aguti, também 
conhecido como selvagem, é 
determinado pelo alelo dominante C. O 
fenótipo selvagem é determinado pelo 
alelo cch, recessivo ao C, mas dominante 
aos demais. O fenótipo himalaio ocorre 
por determinação do alelo ch, recessivo 
ao C e ao cch, mas dominante em relação 
ao ca, recessivo a todos os demais e que 
determina a coloração albina. 
 Dessa maneira, há uma escala 
de dominância para quatro alelos que 
podem ocupar o mesmo locus, 
representada da seguinte forma: 
 
C > cch > ch > ca 
 
 
14-8: Determinação da cor da pelagem de 
coelhos definida por polialelia. 
 
14.6 SISTEMAS ABO E RH 
 O sangue dos seres humanos 
possui uma grande quantidade de 
antígenos marcadores nas hemácias, 
como o MN citado no estudo da 
codominância. Atualmente a ciência 
trabalha com mais de 30 sistemas, com 
quase 300 antígenos diferentes. 
 Dentre todos os sistemas 
conhecidos, dois são capazes de gerar 
uma forte resposta imune quando 
 
 186 
presentes em outros organismos, São 
eles o sistema ABO e o sistema Rh. 
Quando os antígenos destes sistemas 
estão presentes em um organismo que 
não os reconhece, há a produção de 
proteínas com funções de 
imunoglobulinas que promovem a 
aglutinação das hemácias. Por esse 
motivo, os antígenos são denominados 
aglutinogênios e as proteínas 
imunológicas denominadas aglutininas. 
 O sistema ABO é determinado 
por alelos múltiplos com codominância, 
no qual o alelo IA determina a produção 
do aglutinogênio A, o alelo IB determina a 
produção do aglutinogênio B e o alelo i 
não produz aglutinogênios. Os 
aglutinogênios A e B são aderidos a um 
marcador de membrana conhecido como 
antígeno H, também presente para os 
portadores do alelo i. 
 A presença do aglutinogênio A 
determina o sangue tipo A, enquanto a 
presença do aglutinogênio B determina o 
sangue tipo B. No caso de heterozigose 
para os dois alelos, há a determinação 
do sangue tipo AB pela presença de 
ambos os aglutinogênios. Em caso de 
homozigose recessiva, tem-se o sangue 
tipo O. 
 A ausência de um antígeno em 
um sangue faz com que o mesmo 
produza aglutininas, determinando as 
relações de doação de sangue, que 
buscam evitar a rejeição. 
 Dessa maneira, o sangue AB 
torna-se receptor universal, por ter todos 
os aglutinogênios do sistema, enquantoo sangue tipo O é utilizado como doador 
universal, por não apresentar nenhum 
dos aglutinogênios na superfície das 
membranas de suas hemácias. 
 
14-9: Estrutura do sistema ABO, com genótipos, aglutinogênios, aglutininas e relações de doação. 
 
 187 
 O fator Rh, que determina o 
outro sistema capaz de causar forte 
resposta imune, foi descoberto na 
década de 40 pelo estudo com macacos 
do gênero Rhesus. Sua determinação 
genética segue as regras da Primeira Lei 
de Mendel, tendo dominância completa 
do alelo R sobre o alelo r. 
 O antígeno Rh é produzido pela 
herança dominante, enquanto a sua 
ausência é determinada de forma 
recessiva. 
 O fator Rh é responsável pelo 
quadro patológico da eritroblastose 
fetal, que pode ser letal ao bebê a partir 
da segunda gestação. 
 A eritroblastose ocorre em casos 
de mãe com sangue Rh negativo, que, 
no parto de um filho tipo Rh positivo, 
entra em contato com o sangue do bebê 
e gera resposta imune, incluindo a 
produção de anticorpos de memória. Em 
uma segunda gestação de um bebê tipo 
Rh positivo, os anticorpos atravessam a 
placenta e opsonizam resposta imune 
contra as hemácias fetais. 
 Para evitar que tal quadro seja 
desenvolvido é necessária aplicação de 
soro anti-Rh momentos antes do parto, 
buscando uma rápida resposta do 
organismo da mãe sem a necessidade 
de ativar a produção de seus próprios 
anticorpos. 
 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (ENEM) O heredograma mostra a 
incidência de uma anomalia genética em 
um grupo familiar. 
 
O indivíduo representado pelo número 
10, preocupado em transmitir o alelo 
para a anomalia genética a seus filhos, 
calcula que a probabilidade de ele ser 
portador desse alelo é de: 
a) 0%. 
b) 25%. 
c) 50%. 
d) 67%. 
e) 75%. 
 
2. (FUVEST) Considere os seguintes 
cruzamentos para ervilha, sabendo que 
V representa o gene que determina cor 
amarela dos cotilédones e é dominante 
sobre o alelo v, que determina cor verde. 
 
I. VV x vv 
II. Vv x Vv 
III. Vv x vv 
 
 
 188 
Um pé de ervilha, heterozigoto e que, 
portanto, pode produzir vagens com 
sementes amarelas e com sementes 
verdes, pode resultar: 
a) Apenas do cruzamento I. 
b) Apenas do cruzamento II. 
c) Apenas do cruzamento III. 
d) Apenas dos cruzamentos II e III. 
e) Dos cruzamentos I, II e III. 
 
3. (UFPI) O heredograma adiante 
representa a herança de um fenótipo 
anormal na espécie humana. Analise-o e 
assinale a alternativa correta. 
 
a) Os indivíduos II-3 e II-4 são 
homozigotos, pois dão origem a 
indivíduos anormais. 
b) O fenótipo anormal é recessivo, pois 
os indivíduos II-3 e II-4 tiveram crianças 
anormais. 
c) Os indivíduos III-1 e III-2 são 
heterozigotos, pois são afetados pelo 
fenótipo anormal. 
d) Todos os indivíduos afetados são 
heterozigotos, pois a característica é 
dominante. 
e) Os indivíduos I-1 e I-4 são 
homozigotos. 
4. (ENEM) A deficiência de lipase ácida 
lisossômica é uma doença hereditária 
associada a um gene do cromossomo 
10. Os pais dos pacientes podem não 
saber que são portadores dos genes da 
doença até o nascimento do primeiro 
filho afetado. Quando ambos os 
progenitores são portadores, existe uma 
chance, em quatro, de que seu bebê 
possa nascer com essa doença. 
ANDERSON, R. A. et. al. In: Situ Localization of 
the Genetic Locus Encoding the Lysosomal Acid 
Lipase/Cholesteryl Esterase (LIPA) Deficient in 
Wolman Disease to Chromosome 10q23.2-
q23.3. Genomics, n. 1, jan, 1993 (adaptado). 
 
Essa é uma doença hereditária de 
caráter: 
a) recessivo. 
b) dominante. 
c) codominante. 
d) poligênico. 
e) polialélico. 
 
5. (ENEM) Gregor Mendel, no século 
XIX, investigou os mecanismos da 
herança genética observando algumas 
características de plantas de ervilha, 
como a produção de sementes lisas 
(dominante) ou rugosas (recessiva), 
característica determinada por um par de 
alelos com dominância completa. Ele 
acreditava que a herança era transmitida 
por fatores que, mesmo não percebidos 
nas características visíveis (fenótipo) de 
plantas híbridas (resultantes de 
cruzamentos de linhagens puras), 
estariam presentes e se manifestariam 
em gerações futuras. 
 
 189 
A autofecundação que fornece dados 
para corroborar a ideia da transmissão 
dos fatores idealizada por Mendel ocorre 
entre plantas 
a) híbridas, de fenótipo dominante, que 
produzem apenas sementes lisas. 
b) híbridas, de fenótipo dominante, que 
produzem sementes lisas e rugosas. 
c) de linhagem pura, de fenótipo 
dominante, que produzem apenas 
sementes lisas. 
d) de linhagem pura, de fenótipo 
recessivo, que produzem sementes lisas 
e rugosas. 
e) de linhagem pura, de fenótipo 
recessivo, que produzem apenas 
sementes rugosas. 
 
6. (UFSM) Para os grupos sanguíneos 
do sistema ABO, existem três alelos 
comuns na população humana. Dois 
(alelos A e B) são codominantes entre si 
e o outro (alelo O) é recessivo em 
relação aos outros dois. 
 
De acordo com essas informações, 
pode-se afirmar: 
I. Se os pais são do grupo sanguíneo O, 
os filhos também serão do grupo 
sanguíneo O. 
II. Se um dos pais é do grupo sanguíneo 
A e o outro é do grupo sanguíneo B, 
todos os filhos serão do grupo sanguíneo 
AB. 
III. Se os pais são do grupo sanguíneo A, 
os filhos poderão ser do grupo 
sanguíneo A ou O. 
Está(ão) correta(s): 
a) Apenas I 
b) Apenas II 
c) Apenas III 
d) Apenas I e III 
e) I, II e III 
 
7. (UFRGS) Um casal tem dois filhos. Em 
relação ao sistema sanguíneo ABO, um 
dos filhos é doador universal e o outro, 
receptor universal. 
Considere as seguintes possibilidades 
em relação ao fenótipo dos pais. 
I - Um deles pode ser do grupo A; o outro, 
do grupo B. 
II - Um deles pode ser do grupo AB; o 
outro, do grupo O. 
III - Os dois podem ser do grupo AB. 
 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas II e III. 
e) I, II e III. 
 
8. (FUVEST) Um homem do grupo 
sanguíneo AB é casado com uma mulher 
cujos avós paternos e maternos 
pertencem ao grupo sanguíneo O. Esse 
casal poderá ter apenas descendentes: 
 
 
 
 190 
a) do grupo O; 
b) do grupo AB; 
c) dos grupos AB e O; 
d) dos grupos A e B; 
e) dos grupos A, B e AB. 
 
9. (Rennólogia Original) Uma espécie 
de roedor silvestre habita duas regiões 
diferentes de um país. Na primeira, que 
habita o sul, a pelagem dos espécimes é 
castanha clara. Na segunda, em regiões 
com relevo mais acidentado ao oeste, os 
espécimes apresentam pelagem 
castanha escura. Em um estudo, um 
pesquisador separou espécimes de 
ambas as regiões. Inicialmente, para 
garantir que fossem puros, cruzou 
apenas indivíduos do sul entre si. O 
mesmo foi realizado com os indivíduos 
do oeste. 
Ao cruzar espécimes puros do sul com 
espécimes puros do oeste, como 
resultado, obteve uma geração na qual 
todos os indivíduos apresentavam uma 
coloração mediana de castanho. 
Observando proximamente os pelos, o 
pesquisador notou que haviam tanto 
exemplares na coloração escura quanto 
na coloração clara, o que gerava o tom 
intermediário à distância. 
Pode-se concluir que o caso relatado é 
típico: 
a) Da Primeira Lei de Mendel 
b) De codominância 
c) De polialelia 
d) De dominância incompleta 
e) De alelos letais 
 
10. (UEPB) A doença hemolítica do 
recém-nascido, também denominada de 
eritroblastose fetal, é caracterizada pela 
destruição das hemácias do feto, que, 
em caso acentuado, acarreta uma série 
de consequências. Após a descoberta do 
fator Rh, se constatou que este era o 
responsável por esta doença. 
 
Os estudos levaram à conclusão que a 
eritroblastose fetal ocorre somente na 
seguinte situação: 
a) mãe Rh - que gera bebê Rh - . 
b) mãe Rh + que gera bebê Rh - . 
c) mãe Rh - que gera bebê Rh + . 
d) mãe Rh + que gera bebê Rh + . 
e) mãe Rh - independente do Rh do bebê 
gerado.191 
AnotaçõesTais substâncias, que podem ser 
obtidas por meio da ingestão de 
alimentos, são divididas em dois grandes 
grupos: 
• Macronutrientes – necessários em 
grandes quantidades, representados 
pela água, carboidratos, lipídios e 
proteínas; 
• Micronutrientes – necessários em 
pequenas quantidades, tendo as 
vitaminas e os sais minerais como 
representantes. 
 
2.1 ÁGUA 
A água é uma substância com 
grande abundância na crosta terrestre, 
recobrindo cerca de 70% de sua 
superfície. 
A molécula de água é resultado de 
ligações covalentes de 2 átomos de 
hidrogênio com 1 átomo de oxigênio 
central, proporcionando uma densidade 
desigual de elétrons que são 
responsáveis por uma angulação de 
104,5o em sua estrutura. 
Tal característica proporciona 
uma diferença de carga em partes 
diferentes da molécula, deixando o 
oxigênio como polo negativo e os 
hidrogênios como polos positivos. Dessa 
maneira, as moléculas próximas são 
capazes de se atrair formando 
interações denominadas pontes de 
hidrogênio. 
A polaridade dá água é 
responsável por uma de suas mais 
importantes propriedades para a 
biologia, sua solubilidade universal. 
Solutos polares e íons são capazes de 
atrair os polos (de carga oposta) das 
moléculas de água, fazendo com que 
sejam completamente envolvidos por 
suas moléculas. A solubilidade favorece 
o metabolismo e a absorção de 
nutrientes.
 
2-1: Molécula de água e as interações 
denominadas pontes de hidrogênio. 
 
2-2: Ionização do cloreto de sódio na água, 
representando a ação das moléculas na 
solubilidade universal, uma das principais 
propriedades apresentadas pela substância. 
 
 21 
 O elevado calor específico da 
água é outra propriedade essencial para 
a vida, permitindo que haja considerável 
variação de calor sem alteração de 
estado físico, mantendo tanto a estrutura 
das células quando características físico-
químicas de ecossistemas. 
 Outras propriedades da água 
podem ser utilizadas em condições 
específicas, nas quais destacam-se: 
• Tensão superficial – resultado de 
uma força de atração molecular, 
forma uma espécie de película na 
superfície da água, utilizada por 
alguns animais para flutuação; 
• Capilaridade – tendência da água 
ocupar o espaço de tubos finos, 
fundamental para o transporte de 
seiva nos vegetais. 
 
2.2 SAIS MINERAIS 
 São chamados sais minerais um 
grupo de substâncias inorgânicas de fácil 
ionização, que não podem ser 
produzidos pelos seres vivos e estão 
associados a uma grande variedade de 
funções nos organismos. 
 O nome sal mineral faz referência 
ao fato de que a grande maioria desses 
nutrientes é formada por elementos 
químicos classificados como metais, 
sendo abundantemente encontrados no 
solo. 
 Os principais sais minerais e as 
respectivas funções desempenhadas 
nos organismos são: 
• Sódio (Na+) – atua na contração 
muscular, na transmissão do impulso 
nervoso e na regulação hídrica do 
organismo; 
• Potássio (K+) – atua na contração 
muscular e na transmissão do 
impulso nervoso; 
• Magnésio (Mg++) – auxilia processos 
enzimáticos e está presente na 
composição da clorofila; 
• Cálcio (Ca++) – atua na formação 
dos ossos e dentes, como fator de 
coagulação sanguínea e na 
contração muscular; 
• Ferro (Fe++) – atua na composição 
da hemoglobina; 
• Fosfato (PO4
-) – atua na 
composição dos ossos, dos ácidos 
nucleicos e no metabolismo 
energético; 
• Flúor (F-) – auxilia na proteção das 
cáries dentárias; 
• Iodo (I-) – importante componente 
dos hormônios produzidos pela 
glândula tireoide. 
 Para que o organismo obtenha 
uma quantidade adequada de sais 
minerais diariamente, é necessária uma 
dieta equilibrada com significativa 
variedade de alimentos. 
 O excesso de sais minerais pode 
acarretar problemas de saúde, como 
obstrução dos canais renais (cálculo 
renal), muitas vezes necessitando de 
procedimentos cirúrgicos para retirada. 
A ingestão de grandes quantidades de 
sódio, comum no consumo de 
ultraprocessados e industrializados, 
pode levar a doenças cardíacas e 
vasculares pelo aumento da pressão 
arterial. 
 
Mais da metade dos 
adultos brasileiros 
consome sal em excesso 
 
 
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/04/02/mais-da-metade-dos-adultos-brasileiros-consome-sal-em-excesso.htm
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/04/02/mais-da-metade-dos-adultos-brasileiros-consome-sal-em-excesso.htm
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/04/02/mais-da-metade-dos-adultos-brasileiros-consome-sal-em-excesso.htm
 
 22 
2.3 VITAMINAS 
 Primeiro grupo de nutrientes 
orgânicos, as vitaminas são substâncias 
que atuam regulando uma grande 
quantidade de funções do organismo, 
tendo baixas taxas de ingestão para 
suas necessidades diárias. 
 Assim como os sais minerais, as 
vitaminas são obtidas por uma dieta 
variada, não havendo alimento que 
possua concentrações suficientes de 
todos os 13 tipos essenciais para a 
sobrevivência. 
 As moléculas das vitaminas 
podem apresentar perfil hidrofílico 
(hidrossolúvel) ou perfil hidrofóbico 
(lipossolúvel), fator que é utilizado para 
classifica-las em dois grupos. 
 
A) VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS 
 As vitaminas solúveis em água 
são representadas por 8 vitaminas que 
formam o complexo B e pela vitamina C, 
também conhecida como ácido 
ascórbico. 
 Pelo perfil hidrofílico da molécula, 
esse tipo de vitamina acaba sendo de 
fácil excreção, o que gera a 
necessidade de uma maior frequência 
de reposição. 
 As vitaminas hidrossolúveis 
classificadas como integrantes do 
complexo B são: 
• Tiamina (B1) – atua na via principal 
da oxidação dos carboidratos no 
metabolismo energético, removendo 
dióxido de carbono das moléculas 
orgânicas; 
• Riboflavina (B2) – é componente 
das coenzimas FAD, participante do 
ciclo de Krebs, atuante na 
manutenção de tecidos; 
• Niacina (B3) – é componente das 
coenzimas NAD e NADP, que 
participam do metabolismo 
energético; 
• Ácido pantotênico (B5) – 
componente da coenzima A, 
participante do ciclo de Krebs e 
participante da formação das 
hemácias; 
• Piridoxina (B6) – participante do 
metabolismo dos aminoácidos; 
• Biotina (B7) – transportadora dos 
grupos carboxila, atua na síntese de 
lipídios e aminoácidos; 
• Ácido fólico (B9) – atua no 
metabolismo de ácidos nucleicos a 
aminoácidos, auxiliando a divisão 
celular; 
• Cobalamina (B12) – participa da 
síntese de ácidos nucleicos e da 
produção dos elementos figurados 
do sangue na medula óssea. 
 O ácido ascórbico, também 
conhecido como vitamina C, está 
diretamente envolvido com a síntese de 
colágeno, tornando-a fundamental para 
a reparação tecidual. É encontrada ação 
antioxidante, fator importante para o 
combate a radicais livres. 
 A importância da vitamina C na 
reparação tecidual é evidenciada em 
sua deficiência, que origina o quadro 
patológico conhecido como escorbuto, 
caracterizado pela hemorragia gengival 
e epidérmica, dores articulares, fadiga e 
dificuldade na cicatrização. 
No tempo dos corsários e 
dos piratas 
 
https://super.abril.com.br/historia/no-tempo-dos-corsarios-e-piratas
https://super.abril.com.br/historia/no-tempo-dos-corsarios-e-piratas
https://super.abril.com.br/historia/no-tempo-dos-corsarios-e-piratas
 
 23 
B) VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS 
 As vitaminas com perfil 
hidrofóbico, denominadas lipossolúveis, 
são absorvidas em conjunto com as 
gorduras da dieta e, ao contrário das 
hidrossolúveis, podem ser 
armazenadas no organismo, tendo 
menor taxa de reposição. 
 A primeira vitamina desse grupo é 
a o retinol ou vitamina A, identificada 
em 1913, que possui atuações no 
processo visual, na manutenção de pele 
e mucosas e no combate aos radicais 
livres (ação antioxidante). Na dieta 
também há a ingestão de carotenoides, 
substâncias alaranjadas presente nos 
vegetais que tem a mesmaação 
vitamínica (precursores da vitamina A). 
 O calcifericol, ou vitamina D, 
diferente das demais vitaminas, pode 
ser sintetizado pelo organismo quando 
exposto ao sol, tendo poucas fontes 
disponíveis na dieta. Sua ação está 
relacionada ao desenvolvimento e 
calcificação dos ossos, além de possuir, 
de acordo com estudos recentes, ação 
hormonal na regulação de expressão de 
uma grande quantidade de genes. A 
regulação da expressão gênica exercida 
pela vitamina D faz com que esta 
substância tenha importante papel para 
diversos tecidos, órgãos e sistemas. 
 O tocoferol, ou vitamina E, 
também possui ação antioxidante no 
combate aos radicais livres. 
 A última vitamina classificada no 
grupo das lipossolúveis é a filoquinona 
(vitamina K), atuante na coagulação 
sanguínea, controlando a formação da 
protrombina e dos fatores VII, IX e X da 
cascata. 
2.4 CARBOIDRATOS 
 Os glicídios, hidratos de carbono 
ou carboidratos são macronutrientes 
que misturam duas funções orgânicas: 
poliálcool e cetona ou poliálcool e 
aldeído. 
 Um poliálcool, variação da função 
orgânica dos álcoois, é caracterizado 
por possuir vários grupamentos hidroxila 
(OH-) ligados aos átomos de carbono da 
cadeia. 
 A função orgânica das cetonas 
possui uma ligação dupla com o 
oxigênio em um átomo de carbono do 
meio da cadeia, diferente dos aldeídos 
que possuem a dupla ligação com o 
oxigênio em um carbono da 
extremidade da cadeia. 
 Dessa maneira, diz-se que os 
carboidratos são poliidroxicetonas, 
também chamados cetoses, ou 
poliidroxialdeídos, ou aldoses. 
 Para os organismos vivos, dos 
mais simples aos mais complexos, os 
carboidratos são a principal fonte de 
energia utilizada, com fácil oxidação 
pelas células, seja pelo processo de 
respiração celular, seja pelos processos 
de fermentação. 
 Há também carboidratos que 
desempenham funções estruturais, 
atuando em nível celular e em nível 
sistêmico. 
 Existem três grupos de 
carboidratos, classificados de acordo 
com a quantidade de unidades que os 
compõem. São eles os 
monossacarídeos, os oligossacarídeos 
e os polissacarídeos. 
 
 
 24 
 
2-3: Representação das moléculas de 
pollidroxicetonas e poliidroxialdeídos. 
 
 
A) MONOSSACARÍDEOS 
 Os carboidratos são encontrados 
na natureza em unidades simples 
(monômeros) ou em agrupamentos 
moleculares que podem caracterizar 
polímeros. 
 As unidades simples, conhecidas 
como monossacarídeos ou açúcares 
simples, são classificadas de acordo 
com o número de carbonos presentes 
nas cadeias carbônicas de suas 
moléculas, assim nomeados: 
• Trioses – 3 carbonos; 
• Tetroses – 4 carbonos; 
• Pentoses – 5 carbonos; 
• Hexoses – 6 carbonos 
• Heptoses – 7 carbonos. 
 Uma grande variedade de 
monossacarídeos pode ser encontrada 
na natureza, sendo os principais 
representantes: 
• Glicose, frutose e galactose – 
hexoses utilizadas como fonte de 
energia para os organismos; 
• Ribose e desoxirribose – pentoses 
componentes das moléculas de 
ácidos nucleicos. 
 
B) OLIGOSSACARÍDEOS 
 Oligo, termo originado no grego, 
faz relação a uma pequena quantidade 
de algo. Para os carboidratos, os 
oligossacarídeos correspondem aos 
açúcares formados por poucas 
unidades de monossacarídeos, mais 
precisamente de 2 a 10. 
 A união entre as moléculas ocorre 
por um tipo específico de ligação, a 
ligação glicosídica, na qual duas 
hidroxilas aproximam-se, liberam água e 
unem os monossacarídeos por um 
oxigênio. 
 Os dissacarídeos, formados pela 
ligação de duas unidades simples, são 
os representantes dos oligossacarídeos 
mais comuns, facilmente obtidos pela 
dieta, tendo como principais exemplos a 
sacarose (glicose + frutose), a lactose 
(glicose + galactose) e a maltose 
(glicose + glicose). 
 Nas membranas plasmáticas é 
possível encontrar oligossacarídeos 
associados a lipídios (glicolipídios) ou a 
proteínas (glicoproteínas), que 
desempenham uma grande quantidade 
de funções. 
 
 25 
 
2-4: Exemplos de moléculas de monossacarídeos de acordo com a quantidade de carbonos presentes 
na molécula. 
 
 
 
2-5: Ligação glicosídica unindo dois 
carboidratos. 
 
 
C) POLISSACARÍDEOS 
 Os polissacarídeos são 
polímeros de carboidratos, formados 
grandes quantidades monossacarídeas. 
 Devido a sua composição, os 
polissacarídeos podem ser utilizados 
como reserva energética, fornecendo 
glicose para o metabolismo de acordo 
com a necessidade das células. Entre 
eles destacam-se o amido, utilizado 
para reserva vegetal, e o glicogênio, 
reserva animal. 
 Alguns tipos de ligação entre as 
unidades de monossacarídeos podem 
conferir estrutura rígida e impermeável 
ao polímero, o que lhe confere 
importante função estrutural. 
 A celulose é um dos exemplos de 
polissacarídeo que desempenham tal 
função, sendo (como o amido e o 
glicogênio) formado por moléculas de 
glicose, compondo a parede celular 
vegetal. 
 No nível macroscópico, a quitina 
também pode ser utilizada como 
exemplo de carboidrato estrutural, 
 
 26 
formando o exoesqueleto de artrópodes 
(insetos, crustáceos, entre outros). 
 
2.5 LIPÍDIOS 
 Os lipídios são moléculas 
hidrofóbicas, resultado da ligação 
entre um tipo de ácido orgânico, o ácido 
graxo, e um álcool, configurando uma 
função orgânica denominada éster. 
 O estado físico apresentado em 
temperatura ambiente divide os lipídios 
em dois grandes grupos: óleos 
(líquidos) e gorduras (sólidos). 
 
A) GLICERÍDEOS 
 O grupo dos glicerídeos são 
caracterizados por terem o álcool glicerol 
ligado a duas ou três moléculas de 
ácidos graxos, podendo apresentar-se 
na forma de gordura quando a cadeia 
carbônica é saturada (apenas ligação 
simples entre os carbonos) ou na forma 
de óleo quando a cadeia é insaturada 
(com ligações duplas ou triplas entre os 
carbonos). 
 O principal glicerídeo de interesse 
biológico é o triacilglicerol, ou 
triglicérides, que possui três ácidos 
palmíticos ligados ao glicerol. 
 Cada grama de triacilglicerol 
rende o total de 9 Kcal, o que 
corresponde a um valor 2,3 vezes maior 
que a mesma quantidade de 
carboidratos, porém, quando utilizados 
no metabolismo energético, geram 
produtos que, acumulados, são tóxicos 
para o organismo, tais como os corpos 
cetônicos. Dessa forma, além de serem 
a segunda opção para a geração de 
energia, são também uma importante 
opção para reserva energética, 
acumulada no tecido adiposo e 
acessada após o esgotamento das 
reservas de glicogênio. 
 
2-6: Estrutura química do triacilglicerol, 
formando 3 ligações éster entre o glicerol e os 
ácidos palmíticos. 
 
 
 27 
 Na hipoderme, camada mais 
profunda da pele, a reserva de 
glicerídeos no tecido adiposo também 
desempenha a função de controle da 
temperatura corporal dos animais 
homeotérmicos (endotérmicos), que 
mantêm constante a temperatura do 
organismo. 
 
B) CERÍDEOS 
 Os cerídeos, ou simplesmente 
ceras, são comumente encontradas nos 
organismos vivos ocupando importante 
papel na sua proteção. 
 As ceras de origem vegetal são 
encontradas revestindo estruturas das 
plantas, como as folhas, 
impermeabilizando e, dessa maneira, 
protegendo-a contra perdas hídricas 
significativas, por diminuir o ritmo de 
evaporação da água liberada na 
transpiração. 
 Para os animais, as ceras 
também podem atuar na 
impermeabilidade de estruturas, como a 
produzida pela glândula uropigiana de 
aves aquáticas, que, espalhada nas 
penas, permite a flutuação. Nos 
mamíferos, a cera de ouvido atua como 
uma barreira de proteção contra corpos 
estranhos. Há também o exemplo da 
cera produzida pelas abelhas, 
componente estrutural dos favos das 
colmeias. 
Tanto as ceras animais quanto as 
vegetais são utilizadas industrialmente 
para fabricação de uma grande 
quantidade de produtos, como 
cosméticos, medicamentos, velas, entre 
outros. 
C) FOSFOLIPÍDIOSOs fosfolipídios são moléculas 
anfipáticas, caracterizadas por possuir 
uma porção hidrofílica formada pelo 
glicerol ligado a um fosfato inorgânico e 
uma porção hidrofóbica formada por dois 
ácidos graxos. 
 Tal característica permite que, em 
dupla camada, os fosfolipídios sejam um 
importante componente das membranas 
biológicas, pois permitem o contato com 
a água externamente e isolam o meio 
internamente. 
 
D) ESTEROIDES 
 Caracterizados por quatro anéis 
carbônicos em sua estrutura molecular, 
os esteroides são importantes lipídios 
precursores de hormônios. 
 O transporte dos esteroides no 
sangue é realizado por meio do 
colesterol, uma lipoproteína dividida em 
5 tipos, sendo 2 os principais: o LDL e o 
HDL. 
 O LDL (low-density lipoprotein) 
possui baixa densidade e, por esse 
motivo, tende a migrar para a superfície, 
que, no sistema cardiovascular, é 
representada pela região das paredes 
dos vasos sanguíneos. Esse movimento 
pode gerar acúmulo de LDL e diminuir ou 
até mesmo interromper o fluxo 
sanguíneo, o que pode levar a acidentes 
vasculares, sendo popularmente 
chamado de mau colesterol. 
 O HDL (high-density lipoprotein), 
por apresentar densidade mais alta, 
tende a afundar em meio aquoso, o que, 
no sistema cardiovascular, representa a 
região central do vaso sanguíneo. O HDL 
 
 28 
pode carregar parte do LDL acumulado 
nos tecidos e, por esse motivo, é 
popularmente conhecido como bom 
colesterol. 
 Uma das principais diferenças 
entre o LDL e o HDL é quantidade 
proteínas presentes na estrutura, sendo 
maior a densidade quanto maior a 
composição proteica. 
 O colesterol é exclusivo dos 
organismos animais para os quais 
também participa da composição das 
membranas celulares. 
 Alimentos de origem vegetal não 
possuem colesterol, mas podem ajudar 
na redução do LDL pela presença de 
quantidades significativas de ácidos 
graxos monoinsaturados, como é o caso 
do azeite de oliva. A presença de 
polifenóis, como os do vinho, também 
atua em tal ação, também agindo como 
antioxidantes. 
 
 
 
2-7: Estruturas do LDL e do HDL, evidenciando a quantidade de proteínas na definição da densidade. 
 
 
 
2-8: Representação do transporte de colesterol 
em um vaso sanguíneo e a influência da 
densidade no processo. 
 
 Entre os hormônios derivados dos 
esteroides destacam-se: 
• Cortisol – hormônio corticosteroide 
produzido nas glândulas 
suprarrenais e regula o metabolismo; 
• Aldosterona – participa do controle 
hídrico do organismo; 
• Testosterona – hormônio sexual 
produzido pelos testículos, tendo 
ação na definição das características 
sexuais secundárias e na 
espermatogênese (produção de 
espermatozoides); 
 
 29 
• Estrogênio e progesterona – são 
responsáveis pelas características 
sexuais das mulheres e atuam no 
ciclo menstrual. 
 O calcifericol (vitamina D), pela 
sua ação na regulação do metabolismo 
e na regulação do sistema imunológico, 
também é considerada um hormônio 
esteroide. 
 
2.6 PROTEÍNAS 
 As proteínas são polímeros que 
correspondem a uma sequência variada 
de moléculas menores conhecidas 
como aminoácidos. 
 As moléculas de aminoácidos 
possuem duas funções orgânicas 
(amino e ácido carboxílico) e um radical, 
responsável por diferenciá-los. 
 Existem 20 tipos diferentes de 
aminoácidos participantes da formação 
das proteínas, divididos em dois grupos: 
essenciais ou não naturais e não 
essenciais ou naturais. 
 São classificados como 
aminoácidos essenciais aqueles que 
não são produzidos pelo organismo e, 
por esse motivo, são obtidos pela dieta. 
Os representantes desse grupo são: 
valina, leucina, isoleucina, fenilalanina, 
triptofano, lisina, histidina, metionina e 
treonina. 
 Os aminoácidos não 
essenciais, em contrapartida, são 
aqueles que podem ser produzidos pelo 
organismo, o que não exclui o fato de 
que também podem ser obtidos pela 
dieta. São assim classificados os 
seguintes aminoácidos: alanina, 
arginina, asparagina, ácido aspártico 
(aspartato), cisteína, ácido glutâmico 
(glutamato), glutamina, glicina, prolina, 
serina e tirosina. 
 
 
2-9: Estrutura do aminoácido fenilalanina, 
apresentando o grupamento amina, o 
grupamento carboxila (que caracteriza o ácido 
carboxílico) e o radical. 
 
 
 Para formas as proteínas, os 
aminoácidos se unem por um tipo 
especial denominada ligação 
peptídica, na qual um hidrogênio do 
grupamento amina de uma molécula 
une-se com a hidroxila de um 
grupamento carboxila de outra 
molécula, unindo ambas e liberando 
uma molécula de água. 
 
2-10: Ligação peptídica entre uma fenilalanina 
e uma cisteína, unindo ambas as moléculas e 
liberando água. 
 
 30 
 Uma proteína recém-formada 
possui uma estrutura linear, 
representada por um fio que contém 
todas as moléculas de aminoácidos em 
ordem. Tal estrutura espacial é 
conhecida como estrutura primária, 
que é susceptível à ação de forças da 
própria molécula. 
 A primeira força atuante na 
transformação espacial da estrutura 
primária é a mesma responsável por 
boa parte das propriedades da água: as 
pontes (ou ligações) de hidrogênio. Por 
meio de tais interações é formada a 
estrutura secundária, que confere à 
proteína uma estrutura helicoidal 
(espiralada). 
 Somando forças às pontes de 
hidrogênio, as pontes (ou ligações) 
dissulfeto proporcionam um grande 
enovelamento da estrutura helicoidal, 
formando a estrutura terciária das 
proteínas. 
 Ainda com foco na estrutura 
tridimensional, é possível encontrarmos, 
mediadas por alguns elementos 
químicos, a união de estruturas 
terciárias, formando uma grande 
proteína dividida em subunidades. A 
estrutura quaternária, assim chamada, 
tem como um de seus principais 
exemplos a molécula de hemoglobina, 
presente no sangue. 
 Alguns fatores físico-químicos, 
como pH e temperatura, são capazes de 
fazer com que as estruturas 
tridimensionais se percam, muitas vezes 
retornando à estrutura primária. Tal 
processo, conhecido como 
desnaturação, pode ser irreversível. No 
organismo humano, a desnaturação 
pode ocorrer com temperaturas 
próximas a 42ºC. 
 
2-11: Estruturas espaciais das proteínas. 
 
 
 
A) FUNÇÕES DAS PROTEÌNAS 
 
 Tomando como base cadeias 
peptídicas com 10 aminoácidos, por 
exemplo, considerando que cada 
posição pode ser ocupada por um dos 20 
tipos existentes, é possível se obter o 
total de 10,24 x 1012 conformações 
diferentes. 
 Com tamanha variedade de 
combinações, as proteínas conseguem 
desempenhar uma grande quantidade 
de funções diferentes nos organismos. 
 
 31 
 As principais funções 
desempenhadas pelas proteínas nos 
organismos vivos são: 
• Participar da estrutura de células e 
tecidos, como o colágeno e a 
elastina; 
• Mediar processos do organismo, 
como os hormônios proteicos 
insulina e o glucagon; 
• Opsonizar a resposta imune, ação 
típica das imunoglobulinas 
(anticorpos); 
• Contrair a musculatura, função das 
fibras de actina e miosina; 
• Transportar oxigênio, função da 
hemoglobina; 
• Realizar a cadeia de coagulação 
sanguínea, com atuação da trombina 
e da fibrina, entre outras proteínas; 
• Catalisar reações químicas, função 
típica de proteínas conhecidas como 
enzimas. 
 
B) AS ENZIMAS 
 As enzimas correspondem a um 
grupo de proteínas capazes de 
catalisar as reações químicas do 
metabolismo, ou seja, diminuir a 
energia necessária para iniciar a reação 
(energia de ativação) e aumentar de 
maneira considerável a velocidade com 
a qual ocorre. 
 Cada enzima atua de maneira 
específica em um substrato (substância 
inicial da reação), podendo alterar sua 
conformação, retirar átomos de sua 
molécula, transformá-lo em duas 
moléculas diferentes ou unir outra 
molécula a ele. Seja qual for a reação 
realizada, o resultado final é 
denominado produto. 
 
2-12: Exemplo de ação de uma enzima, 
realizandoreação que transforma um único 
substrato em dois produtos. 
 
 Na conformação espacial da 
proteína, quem realiza a função 
enzimática propriamente dita é uma 
região denominada centro ativo, que 
fará a interação com o substrato. O 
centro ativo não se degrada após a 
catálise, estando disponível para 
realizar repetidamente a reação. 
 Outra região da molécula pode 
regular a ação enzimática, acelerando 
 
 32 
ou desacelerando, de acordo com o 
contato de substâncias que podem atuar 
como indutoras ou inibidoras. Tal região 
da enzima é denominada centro (ou 
sítio) de regulação e, geralmente, tem 
a concentração do produto ou do 
substrato como fatores influenciadores. 
 Cada enzima possui uma 
temperatura e um pH ótimos, condições 
físico-químicas nas quais a catálise 
ocorre em seu máximo potencial. 
 Nos organismos classificados 
como homeotérmicos, a temperatura 
ótima da enzima está próxima à 
temperatura constante do organismo, o 
que, para os seres humanos, está entre 
36oC e 37oC. Já o pH depende de cada 
célula e tecido na qual a enzima 
encontra-se atuando. 
 
2.7 ÁCIDOS NUCLEICOS 
 Nos seres vivos são encontradas 
moléculas resultantes da união de 
fosfato inorgânico, pentose e bases 
nitrogenadas, os nucleotídeos. Os 
ácidos nucleicos são polímeros de 
nucleotídeos, que podem ser 
encontrados em dois tipos principais: 
RNA (ácido ribonucleico) e DNA (ácido 
desoxirribonucleico). 
 A molécula de DNA é tem seus 
nucleotídeos formados por 
desoxirribose (pentose) e as bases 
nitrogenadas adenina, timina, citosina e 
guanina, apresentando duplo filamento 
helicoidal. 
 A ligação entre as duas fitas é 
realizada por meio das bases 
nitrogenadas, tendo sempre uma base 
púrica adenina ligada a uma base 
pirimídica timina e uma base púrica 
guanina ligada a uma base pirimídica 
citosina. 
 A principal função do DNA é 
armazenar as informações genéticas, 
estando organizado em estruturas 
denominadas cromatinas, presentes no 
interior do núcleo das células 
eucariontes e no citoplasma das células 
procariontes. 
 O RNA está organizado em uma 
fita simples, tendo a ribose como 
pentose componente dos nucleotídeos e 
a base pirimídica uracila em substituição 
à timina. 
 Existem tipos diferentes de RNA, 
de acordo com a função que 
desempenham no processo de síntese 
proteica. São eles: 
• RNA mensageiro – transporta a 
informação contida no DNA para a 
síntese proteica; 
• RNA ribossômico – fazem parte da 
composição dos ribossomos; 
• RNA transportador – responsável 
por captar no citoplasma e colocar os 
aminoácidos em sequência em uma 
proteína. 
 Variações do RNA podem ser 
encontradas nas partículas virais, como 
é o caso do RNA de fita dupla. O RNA 
também é utilizado, na atualidade para a 
produção de vacinas, buscando 
expressar as proteínas virais para 
apresentá-las ao sistema imunológico do 
roganismo. 
 
 33 
 
2-13: Bases nitrogenadas encontradas na formação dos nucleotídeos dos ácidos nucleicos. Em cima, as 
purinas (púricas) adenina e guanina. Embaixo, as pirimidinas (pirimídicas) citosina, timina e uracila. 
 
 
 
 
 
 
2-14: Estrutura das moléculas de DNA e RNA. 
 
 
 
 
 
 34 
QUESTÕES: COMO AS PROVAS COBRAM 
 
1. (UPE) “Dentre os tipos de esteróides, 
grupo particular de lipídios, é o mais 
abundante nos tecidos animais. Está na 
composição da membrana plasmática 
das células animais. É produzido em 
nosso próprio corpo, principalmente no 
fígado. Trata-se de composto químico, 
precursor da vitamina D e dos 
hormônios estrógeno e testosterona.” 
 
O texto refere-se a: 
a) Triglicerídeo. 
b) Colesterol. 
c) Caroteno. 
d) Glicerol. 
e) Glicogênio. 
 
2. (UECE) A água é a substância mais 
abundante no planeta. A quantidade de 
água livre sobre a terra atinge 1.370 
milhões de km3. A água também 
compõe cerca de 75% do corpo dos 
seres vivos. Além da sua abundância, a 
água apresenta propriedades físicas e 
químicas que a tornam indispensável 
para a vida na terra. Analise as 
afirmativas a seguir sobre as 
propriedades da água. 
 
I. A forte atração entre as moléculas da 
água, no estado líquido, denominada de 
coesão está relacionada à formação de 
pontes de hidrogênio. A coesão é 
responsável pela alta tensão superficial 
da água no estado líquido. 
II. O calor especifico da água é baixo 
quando comparado ao dos demais 
líquidos. Devido ao seu calor especifico, 
a água mantém a sua temperatura 
constante por mais tempo do que outras 
substâncias. 
III. O elevado peso especifico da água 
em relação ao do ar (cerca de 800 vezes 
maior) possibilita a existência, nesse 
ambiente, de uma fauna e flora próprias 
que vivem em suspensão, 
compreendendo o plâncton 
 
Assinale a opção verdadeira: 
a) A afirmativa I é errada 
b) As afirmativas I e III são corretas; 
c) Somente a afirmativa II é correta; 
d) As afirmativas II e III são erradas. 
 
3. (UECE) Nas Olimpíadas de Pequim, 
atletas brasileiros competiram e 
trouxeram medalhas para o nosso país. 
Para realizar atividades físicas dessa 
natureza, os atletas gastam muita 
energia. Assim, antes das competições, 
os atletas devem consumir 
preferencialmente alimentos ricos em: 
a) Sais minerais. 
b) Proteínas. 
c) Carboidratos. 
d) Vitaminas. 
 
 
 35 
4. (FUVEST) Um camundongo foi 
alimentado com uma ração contendo 
proteínas marcadas com um isótopo 
radioativo. Depois de certo tempo, 
constatou-se a presença de 
hemoglobina radioativa no sangue do 
animal. Isso aconteceu porque as 
proteínas do alimento foram: 
a) Absorvidas pelas células sanguíneas. 
b) Absorvidas pelo plasma sanguíneo. 
c) Digeridas e os aminoácidos marcados 
foram utilizados na síntese de 
carboidratos. 
d) Digeridas e os aminoácidos 
marcados foram utilizados na síntese de 
lipídios. 
e) Digeridas e os aminoácidos 
marcados foram utilizados na síntese de 
proteínas 
 
5. (UEL) Nos supermercados, 
encontramos diversos alimentos, 
enriquecidos com vitaminas e sais 
minerais. Esses alimentos têm como 
objetivo a suplementação de nutrientes 
necessários ao metabolismo e ao 
desenvolvimento do indivíduo. 
Com base nessas informações e nos 
conhecimentos sobre nutrição e saúde, 
considere as afirmativas a seguir: 
I. A vitamina A está envolvida na 
produção de hormônios e associada à 
exposição solar. 
II. A falta de vitamina C pode levar aos 
sintomas de fraqueza e sangramento 
das gengivas, avitaminose denominada 
escorbuto. 
III. O cálcio tem importância para a 
contração muscular e a coagulação do 
sangue. 
IV. O ferro faz parte da molécula de 
hemoglobina, prevenindo a ocorrência 
de anemia 
Assinale a alternativa correta 
a) Somente as afirmativas I e II são 
corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são 
corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são 
corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são 
corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são 
corretas. 
 
6. (UFPI) A hidrólise de moléculas de 
lipídios produz: 
a) Aminoácidos e água. 
b) Ácidos graxos e glicerol. 
c) Glucose e glicerol. 
d) Glicerol e água. 
e) Ácidos graxos e água. 
 
7. (UPF) Os sais minerais, encontrados 
nos mais diversos alimentos, 
desempenham papel importante na 
saúde do homem e podem estar 
dissolvidos na forma de íons nos líquidos 
corporais, formando cristais encontrados 
no esqueleto ou, ainda, combinados com 
as moléculas orgânicas. 
 
 36 
A alternativa que relaciona corretamente 
o sal mineral com a sua função no 
organismo é: 
a) Potássio/ participa dos hormônios da 
tireoide. 
b) Cálcio/ auxilia na coagulação 
sanguínea. 
c) Fósforo/ participa da constituição da 
hemoglobina, proteína encontrada nas 
hemácias. 
d) Flúor/ constitui, juntamente com o 
cálcio, o tecido ósseo e os dentes. 
e) Cloro/ fortalece os ossos e os dentes 
e previne as cáries 
 
8. (UEG) Algumas pessoas possuemgenes que não comandam a produção 
de certas enzimas e, por isso, podem 
não realizar determinadas funções. Um 
exemplo disso no organismo humano é 
a ausência da enzima que transforma a 
fenilanina, encontrada nas proteínas 
ingeridas com alimento, em tirosina. 
Sobre as enzimas, é correto afirmar: 
a) Dependem da variação da 
temperatura e da concentração de 
substrato, ativando o sistema 
enzimático. 
b) São proteínas que funcionam como 
catalisadores de determinadas reações 
químicas nos organismos. 
c) Ocorrem associadas a uma 
substância química não proteica, 
conhecida como cofator do sistema A. 
d) Favorecem a ocorrência de reações 
químicas em temperaturas altas, 
mantendo o pH constante. 
 
9. (UPE) Leia o texto abaixo: 
 
História e variações do cuscuz 
O kuz-kuz ou alcuzcuz nasceu na 
África setentrional. 
 
Inicialmente, feito pelos mouros com 
arroz ou sorgo, o prato se espalhou pelo 
mundo no século XVI, sendo feito com 
milho americano. No Brasil, a iguaria foi 
trazida pelos portugueses na fase 
colonial. Estava presente apenas nas 
mesas das famílias mais pobres e era a 
base da alimentação dos negros. Em 
São Paulo e Minas Gerais, o prato se 
transformou em uma refeição mais 
substancial, recheado com camarão, 
peixe ou frango e molho de tomate. No 
Nordeste, a massa de milho feita com 
fubá é temperada com sal, cozida no 
vapor e umedecida com leite de coco 
com ou sem açúcar 
Fonte: 
 
 
Assinale a alternativa que preenche 
corretamente a lacuna. 
 
Delícia da culinária da nossa terra, o 
cuscuz feito de milho é rico em: 
a) Amido. 
b) Carotenoide. 
c) Cera. 
d) Glicogênio. 
e) Lipídio. 
 
 
 37 
10. (Rennólogia Original) 
Sarah Rushman – Medula – X-Men 
 
 
 
Ela possui a habilidade mutante de 
retirar ossos afiados de seu corpo. 
Sarah aprendeu que era uma mutante 
no dia que nasceu. Sendo uma Morlock, 
ela viveu nos túneis subterrâneos e 
sistema de esgoto de Nova York, até 
que o irmão maluco de Colossus, 
Mikhail Rasputin, começou a liderar os 
Morlocks. 
Decidiu que ele e os outros "monstros", 
deviam sair desta realidade, então 
teleportou todos eles para um mundo 
tão feio que fazem os túneis dos 
Morlocks parecerem um paraíso. Mas 
os Morlocks sobreviventes começaram 
a se adaptar a seu novo lar, até que a 
nova geração crescesse. 
Cheio de raiva pelo que aconteceu com 
seus ancestrais, este novo grupo de 
mutantes deformados, agora chamados 
de Gene Nation, retornaram a nosso 
mundo usando forças místicas. 
Liderados por Medula, agora com 
controle total de seus poderes, o grupo 
retornou aos túneis Morlocks. 
Fonte: 
http://www.guiadosquadrinhos.com/personage
m/medula-(sarah-rushman)/537 
A mutante Medula, da série de 
quadrinhos X-Men, entrou oficialmente 
para a equipe no arco Operação: 
Tolerância Zero, no qual o famoso grupo 
foi perseguido pelo vilão Bastion. Sua 
habilidade especial, de crescimento e 
retirada de ossos, também está 
presente em Spike, personagem da 
animação X-Men Evolution. 
Biologicamente, para que uma condição 
igual a encontrada por Medula e Spike 
seja sustentada pelo organismo, seria 
necessária uma alimentação rica em: 
 
a) Cálcio e sódio 
b) Sódio e potássio 
c) Cálcio e cloro 
d) Cálcio e fósforo (fosfato) 
e) Fósforo (fosfato) e magnésio 
 
11. (UEA) Enzimas são proteínas que 
atuam como catalisadores orgânicos, 
acelerando reações químicas 
específicas. A atividade das enzimas 
sofre influência de alguns fatores, como 
a elevação da temperatura, que altera a 
estrutura espacial das moléculas de 
proteínas. Foi realizada uma 
experiência com uma enzima digestória 
bovina para verificar a variação da 
velocidade de uma reação com o 
aumento da temperatura do meio em 
que ocorreu. Com os dados dessa 
experiência foi construído o seguinte 
gráfico. 
 
 38 
 
Assinale a alternativa que contém a 
correta explicação do gráfico: 
a) A velocidade da reação é 
inversamente proporcional ao aumento 
da temperatura. 
b) A velocidade da reação aumenta 
proporcionalmente com o aumento da 
temperatura. 
c) A velocidade da reação diminui 
proporcionalmente com o aumento da 
temperatura. 
d) Existe uma temperatura ótima na qual 
a velocidade da reação é máxima. 
e) A reação sofre inversão de sentido a 
partir de determinada temperatura. 
 
12. (UEMA) Os glicídios são as 
principais fontes de energia diária para 
seres humanos e são classificados em 
monossacarídios, oligossacarídios e 
polissacarídios, de acordo com o 
tamanho da molécula. Polissacarídios 
são polímeros de glicose constituídos 
fundamentalmente por átomos de 
carbono, hidrogênio e oxigênio que 
desempenham diversas funções 
essenciais ao bom funcionamento do 
organismo. Os polissacarídios mais 
conhecidos são o glicogênio, a celulose, 
o amido e a quitina. 
As funções atribuídas a essas 
moléculas são, respectivamente: 
a) Estrutural, reserva, estrutural, 
reserva. 
b) Reserva, reserva, estrutural, 
estrutural. 
c) Reserva, estrutural, reserva, 
estrutural. 
d) Estrutural, estrutural, reserva, 
reserva. 
e) Reserva, estrutural, estrutural, 
reserva. 
 
13. (Rennólogia Original) O mangaká 
Junji Ito é famoso por trazer, em suas 
obras, um grande terror psicológico e 
gráfico, criando personagens e 
narrativas marcantes e que permeiam 
desde os medos mais infantis até as 
mais tenebrosas lendas urbanas. 
Em uma de suas histórias, que ganhou 
no Ocidente o título de Grease 
(Gordura), Junji Ito conta a história de 
uma garota que mora com sua família, 
donos de um restaurante no primeiro 
andar de sua casa. O terror começa 
quando seu irmão adquire o hábito de 
tomar óleo vegetal como se fosse 
refrigerante. Sua pele começa a mudar, 
seu corpo logo é tomado por espinhas e 
seu comportamento fica cada vez mais 
agressivo. Tanto a ilustração do mangá 
quanto a animação (parte da coletânea 
do autor) são graficamente fortes. 
 
 
 
 39 
Fora das páginas do mangá, o óleo 
vegetal é uma importante fonte de 
nutrientes. Sobre gorduras do seu tipo, 
os glicerídeos, é incorreto afirmar: 
 
a) São reservados em um tipo específico 
de tecido conjuntivo nos animais como 
aves e mamíferos. 
b) Atuam na manutenção do controle da 
temperatura, principalmente para 
animais que vivem em regiões de calor 
intenso. 
c) São formados por ácidos graxos e um 
tipo de álcool conhecido como glicerol. 
d) Fornecem praticamente o dobro de 
energia que a mesma massa de 
carboidratos, mas, mesmo assim, não 
são a principal fonte utilizada pelos 
organismos. 
e) Podem estar associados à obstrução 
de vasos sanguíneos, por isso seu 
consumo deve ser moderado. 
 
 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40 
3. CITOLOGIA: OS LIMITES DA CÉLULA 
 
 No século XIX, Mathias Schleiden 
e Theodor Schwann foram, de forma 
separada, os responsáveis pela 
estruturação da teoria celular, que traz a 
organização em ao menos uma célula 
como uma das condições essenciais 
para a vida. Os estudos de Schleiden e 
Schwann só foram possíveis graças, 
séculos antes, aos experimentos de 
Anton Van Leeuwenhoek (1632 - 
1723) e Robert Hooke (1635 - 1703). 
 No século XVII, Anton Van 
Leeuwenhoek foi responsável por 
aperfeiçoar o microscópio, inventado em 
1590 por Hans e Zacharias Jansen. O 
aperfeiçoamento realizado pelo cientista 
holandês permitiu a observação de 
diversos materiais biológicos nos quais 
estavam leveduras, protozoários e 
espermatozoides, abrindo um amplo 
caminho para os estudos dos seres 
vivos. 
 
3-1: Anton Van Leeuwenhowek, responsável 
por aprimorar o microscópio e visualizar células 
diversas em material biológico. 
 
Jan Verkolje, óleo sobre tela; acervo do Rijksmuseum de 
Amsterdã 
 
3-2: Robert Hooke, responsável por popularizar 
o termo célula. 
 
Rita Greer,

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