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1 
PROBLEMA 3: UM PASSO ERRADO 
TEMA CENTRAL: 
ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS 
OBJETIVOS 
1. Classificar os tipos de acidentes com animais peçonhentos; 
2. Conhecer o quadro clínico e a conduta terapêutica para cada tipo de animal 
peçonhentos; 
3. Entender as alterações laboratoriais de paciente vítima de animais peçonhentos; 
4. Conhecer o protocolo de primeiros socorros para acidentes com animais 
peçonhentos; 
5. Citar as medidas de proteção, prevenção e protocolo de notificação (epidemiologia). 
 
FECHAMENTO – OBJETIVOS 
1. CLASSIFICAR OS TIPOS DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS; 
 
DEFINIÇÃO 
• Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno e que o injetam 
com facilidade por meio de dentes ocos, ferrões ou aguilhões. 
o Ex.: serpentes, aranhas, escorpiões, lacraias, abelhas, vespas, marimbondos 
e arraias. 
• Já os animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não possuem um 
aparelho inoculador (dentes, ferrões), provocando envenenamento passivo por contato 
(lonomia ou taturana), por compressão (sapo) ou por ingestão (peixe baiacu). 
ACIDENTES POR ABELHAS 
 
• Abelhas são insetos da ordem Hymenoptera, assim como as vespas e as formigas. 
• Algumas espécies são conhecidas por produzirem o mel e viverem em colônias, com 
uma organização hierárquica com uma rainha, alguns machos férteis e milhares de 
operárias fêmeas. 
• As abelhas operárias são as responsáveis pela defesa da colônia. 
• Ao picar, elas perdem parte do aparato inoculador, morrendo em seguida. 
o Este aparato possui músculos próprios e continuam injetando a peçonha 
mesmo após a separação do resto do corpo. 
• Próximas a um enxame, as primeiras abelhas, ao picar, liberam um feromônio que faz 
com que outras ataquem o mesmo alvo, podendo ocasionar acidente com centenas de 
picadas. 
• As Mamangavas ou Mamangabas, que são abelhas das subfamílias Bombinae e 
Euglossinae, não perdem o ferrão e podem ferroar várias vezes. 
• A picada de abelhas consiste na injeção de veneno com objetivo de causar dor e 
desconforto físico a seus agressores ou intrusos, percebidos como ameaça à integridade 
de suas colmeias. 
• Esses venenos são misturas complexas de aminas biogênicas, peptídeos e enzimas, 
com diversas atividades farmacológicas e alergênicas. 
• Acidente por abelha é o quadro de envenenamento decorrente da injeção de toxinas 
através do aparelho inoculador (ferrão) de abelhas. 
 
 
 
 
 
2 
• No Brasil, as abelhas ditas africanizadas, ou seja, mestiças de Apis mellifera 
scutellata (africana) e Apis mellifera ligustica (européia) principalmente, são 
responsáveis por muitos relatos de acidentes, por serem mais agressivas do que as 
europeias. 
• Entre os 5 principais tipos de acidentes por animais peçonhentos, o acidente por abelhas 
é o único que não possui um soro específico para o tratamento no Brasil, porém 
há estudos acerca de sua produção. 
 
ACIDENTES POR ARANHAS 
 
• Acidentes por aranhas, ou araneísmo, é o quadro clínico de envenenamento 
decorrente da inoculação da peçonha de aranhas, através de um par de ferrões 
localizados na parte anterior do animal. Assim como os escorpiões, as aranhas são 
representantes da classe dos aracnídeos. 
• No Brasil, as aranhas de importância em saúde pública pertencem a três gênero: 
• Loxosceles – Conhecidas como aranha-marrom ou aranha-violino. 
• As aranhas deste gênero não são agressivas, picam geralmente quando 
comprimidas contra o corpo. 
• Têm, em média, um centímetro de corpo e até três de comprimento total. 
Possuem hábitos noturnos, constroem teias irregulares, como “algodão 
esfiapado”. 
• Escondem-se em telhas, tijolos, madeiras, atrás ou embaixo de móveis, 
quadros, rodapés, caixas ou objetos armazenados em depósitos, 
garagens, porões, e outros ambientes com pouca iluminação e 
movimentação. 
• Phoneutria – São popularmente chamadas de aranha-armadeira ou macaca. 
• São bastante agressivas, assumindo posição de defesa saltando até 40 
cm de distância. 
• O corpo pode atingir 4 cm, com 15 cm de envergadura. 
• São aranhas caçadoras, com atividade noturna. 
• Abrigam-se sob troncos, palmeiras, bromélias e entre folhas de 
bananeira. Podem se alojar também em sapatos, atrás de móveis, 
cortinas, sob vasos, entulhos, materiais de construção, etc. 
• Latrodectus – São as famosas aranhas viúva-negra. 
• Não são agressivas. 
• As fêmeas podem chegar a 2 cm e os machos são menores, de 2 a 3 mm. 
• Têm atividade noturna e hábito de viver em grupos. 
• Fazem teias irregulares em arbustos, gramíneas, cascas de coco, canaletas 
de chuva ou sob pedras. 
• São encontradas próximas ou dentro das casas, em ambientes sombreados, 
como frestas, sob cadeiras e mesas em jardins. 
• Acidentes causados por outras aranhas podem ser comuns, porém sem relevância em 
saúde pública, sendo que os principais grupos pertencem, principalmente, às aranhas 
que vivem nas casas ou suas proximidades, como caranguejeiras e aranhas de grama 
ou jardim. 
• As aranhas caranguejeiras (Infraordem Mygalomorphae), embora grandes e 
frequentemente encontradas em residências, não causam acidentes considerados 
graves. 
 
 
 
 
 
 
3 
ACIDENTES POR ESCORPIÕES 
 
• Acidente escorpiônico ou escorpionismo é o quadro clínico de envenenamento 
provocado quando um escorpião injeta sua peçonha através do ferrão (télson). 
• Os escorpiões são representantes da classe dos aracnídeos, predominantes nas zonas 
tropicais e subtropicais do mundo, com maior incidência nos meses em que ocorre 
aumento de temperatura e umidade. 
• No Brasil, os escorpiões de importância em saúde pública são as seguintes 
espécies do gênero Tityus: 
• Escorpião-amarelo (T. serrulatus) - com ampla distribuição em todas as 
macrorregiões do país, representa a espécie de maior preocupação em função 
do maior potencial de gravidade do envenenamento e pela expansão em sua 
distribuição geográfica no país, facilitada por sua reprodução partenogenética 
e fácil adaptação ao meio urbano. 
• Escorpião-marrom (T. bahiensis) - encontrado na Bahia e regiões Centro-
Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. 
• Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus) – Também apresenta 
reprodução do tipo partenogenética. É a espécie mais comum no Nordeste, 
apresentando alguns registros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa 
Catarina. 
• Escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus) – Principal causadora de 
acidentes e óbitos na região Norte e no Estado de Mato Grosso. 
 
Outras espécies também causam envenenamento, mas com menor frequência e 
normalmente com menos gravidade. 
 
ACIDENTES POR OFÍDICOS 
 
• Acidentes ofídicos, ou simplesmente ofidismo, é o quadro clínico decorrente da 
mordedura de serpentes. 
• No Brasil é comum chamar as serpentes de “cobras”. Este nome é mais corretamente 
empregado para se referir às serpentes da Família Elapidae, no Brasil representada 
pelas cobras corais verdadeiras. 
• Algumas espécies de serpentes produzem uma peçonha em suas glândulas veneníferas 
capazes de perturbar os processos fisiológicos e bioquímicos normais de uma possível 
vítima, causando alterações do tipo colinérgicas, hemorrágicas, anticoagulantes, 
necróticas, miotóxicas, citolíticas e inflamatórias. 
• No Brasil, as serpentes são também chamadas de cobras. 
• Algumas espécies de serpentes peçonhentas são de interesse em saúde pública. Elas 
pertencem à duas famílias: Viperidae e Elapidae. 
• Os acidentes causados por estas serpentes são divididos em quatro grupos, de acordo 
com o gênero da serpente causadora: 
• Acidente botrópico: É causado por serpentes da família Viperidae, dos 
gêneros Bothrops e Bothrocophias (jararacuçu, jararaca, urutu, caiçaca, 
comboia). 
• É o grupo mais importante, com cerca de 30 espécies em todo o 
território brasileiro, encontradas em ambientes diversos, desde beiras 
de rios e igarapés, áreas litorâneas e úmidas, agrícolas e periurbanas, 
cerrados, e áreas abertas. 
 
 
 
 
 
4 
• Causam a grande maioria dos acidentes ofídicosno Brasil; 
• Acidente crotálico: É causado pelas cascavéis (Família Viperidae, 
espécie Crotalus durissus). 
• As cascavéis são identificadas pela presença de guizo, chocalho ou 
maracá na cauda e têm ampla distribuição em cerrados, regiões áridas 
e semiáridas, campos e áreas abertas; 
• Acidente laquético: Também é causado por serpentes da família Viperidae, 
no caso a espécie Lachesis muta (surucucu-pico-de-jaca). 
• A surucucu é a maior serpente peçonhenta do Brasil. 
• Seu habitat é a floresta Amazônica e os remanescentes da Mata 
Atlântica; 
• Acidente elapídico: É causado pelas corais-verdadeiras (família Elapidae, 
gêneros Micrurus e Leptomicrurus). 
• São amplamente distribuídos no país, com várias espécies que 
apresentam padrão característico com anéis coloridos. 
• Outras serpentes também podem causar acidentes, ou mesmo envenenamento, mas 
sem gravidade. 
• Algumas serpentes da família Colubridae podem mimetizar a coloração as corais-
verdadeiras. Estas são conhecidas como falsas corais. 
• Embora possuam glândulas de veneno, os envenenamentos causados pelas falsas 
corais não são de importância em saúde. 
 
ACIDENTES POR ÁGUAS-VIVAS E CARAVELAS 
 
• Águas-vivas (ou medusas) e caravelas são animais aquáticos simples e de vida livre que 
pertencem ao Filo Cnidaria, assim como as anêmonas e corais. 
• Estes animais possuem um complexo ciclo de vida, sendo as águas-vivas a forma adulta, 
e os pólipos uma das fases intermediárias. 
• Caravelas, porém, são agrupamentos de pólipos, não sendo águas-vivas verdadeiras. 
• Os pólipos, que geralmente são sésseis, vivem fixados ao substrato. 
• Os cnidários são divididos em cinco Classes, estando as águas-vivas inseridas 
nas Classes Scyphozoa e Hydrozoa, e as caravelas na Classe Hydrozoa. 
• As medusas da Classe Cubozoa são extremamente peçonhentas, estando incluídas 
nesta Classe as vespas-marinhas (Chironex fleckeri), responsáveis por diversos óbitos 
na região do Indo-Pacífico e as espécies Tamoya haplonema e Chiropsalmus 
quadrumanus, presentes no Brasil. 
• No litoral brasileiro, as medusas que mais causam envenenamentos são a 
caravela Physalia physalis, a hidromedusas Olindias sambaquiensis, a 
cifomedusa Chrysaora lactea. 
• A maioria dos cnidários adultos apresentam tentáculos que contém células 
especializadas chamadas cnidócitos. 
• Os tentáculos podem medir até 30 metros. 
• Nestes cnidócitos estão localizadas uma organela secretória chamada cnidocisto, que é 
capaz de injetar peçonha, utilizada para a captura de presas e defesa do animal, sendo 
uma mistura de vários polipeptídeos que tem ações tóxicas e enzimáticas. 
• Um aumento súbito da população de cnidários em um local é chamado de afloramento 
de medusas (bloom). 
 
 
 
 
 
5 
• São fenômenos naturais, mas alguns fatores têm contribuído para um aumento desses 
afloramentos nas últimas décadas, como o aumento da temperatura das águas 
oceânicas e alterações dos ambientes praianos. 
 
Os acidentes por águas-vivas e caravelas é o quadro clínico decorrente da ação das toxinas 
presentes nos tentáculos destes animais. Podem causar tanto efeitos tóxicos quanto 
alérgicos. 
 
2. CONHECER O QUADRO CLÍNICO E A CONDUTA TERAPÊUTICA PARA CADA 
TIPO DE ANIMAL PEÇONHENTOS; 
 
ACIDENTES POR ABELHAS 
 
SINTOMAS 
• O quadro de intoxicação varia pela quantidade de veneno aplicado e pela 
susceptibilidade em relação a uma reação alérgica ao veneno. 
• Um indivíduo pode ser picado por uma a milhares de abelhas. 
• No caso de poucas picadas, o quadro clínico pode variar de uma inflamação local até 
uma forte reação alérgica (choque anafilático). 
• No caso de múltiplas picadas pode decorrer uma manifestação tóxica mais grave e, às 
vezes, até mesmo fatal. 
• As manifestações clínicas podem ser de naturezas tóxicas e alérgicas. 
• As reações tóxicas locais decorrentes da picada de abelhas estão associadas à dor, 
edema e eritema. 
• Em casos de múltiplas picadas, podem ocorrer manifestações sistêmicas, devido à 
grande quantidade de veneno inoculada. 
• Nesse caso, os sintomas são pruridos, rubor, calor generalizado, pápulas, placas 
urticariformes, hipotensão, taquicardia, cefaleia, náuseas e/ou vômitos, cólicas 
abdominais e broncoespasmos. 
• Em casos mais graves pode ocorrer choque, insuficiência respiratória aguda, 
rabdomiólise e injúria renal aguda. 
• As manifestações alérgicas locais são caracterizadas por um edema que persiste por 
alguns dias. 
• As reações alérgicas sistêmicas podem variar de urticária generalizada e mal-estar até 
edema de glote, broncoespasmos, choque anafilático, queda da pressão arterial, 
colapso, perda da consciência, incontinência urinária e fecal e cianose. 
 
CONDUTA TERAPÊUTICA 
• Para o tratamento das manifestações tóxicas ocasionadas por uma ou poucas 
picadas, recomenda-se a retirada dos ferrões e a utilização de compressas frias e 
analgésicos para o alívio da dor. 
• Nos casos de picadas massivas, utiliza-se anti-inflamatórios não-hormonais e anti-
histamínicos, e corticosteroides sistêmicos para tratar edemas extensos. 
• Nos casos onde ocorrem hemólise intravascular, rabdomiólise, necrose tubular aguda e 
colapso respiratório e cardiovascular, o tratamento apropriado deve ser estabelecido na 
maior brevidade. 
• O tratamento das reações alérgicas varia de acordo com a gravidade das manifestações 
apresentadas e são abordadas da mesma forma que se trata outras reações anafiláticas. 
 
 
 
 
 
6 
ACIDENTES POR ARANHAS 
 
SINTOMAS E CONDUTA TERAPÊUTICA 
• ACIDENTE LOXOSCÉLICO (LOXOSCELES) 
• SINTOMAS 
• A picada quase sempre é imperceptível. 
• O quadro clínico pode se apresentar de duas formas: 
• Forma cutânea: Dor de pequena intensidade. O local acometido pode evoluir 
com palidez mesclada com áreas equimóticas (“placa marmórea”). Também 
podem ser observadas vesículas e/ou bolhas sobre área endurada, com conteúdo 
sero-sanguinolento ou hemorrágico. Pode ocorrer febre, mal-estar geral, fraqueza, 
náusea, vômitos e mialgia. 
• Forma cutâneo-hemolítica: Hemólise intravascular, de intensidade variável. A 
principal complicação é a injúria renal aguda por necrose tubular. Anemia, icterícia 
e hemoglobinúria se instalam geralmente nas primeiras 24 horas pós-picada. Mais 
raramente, há descrição de pacientes que evoluem com coagulação intravascular 
disseminada (CIVD). 
• TRATAMENTO 
• Antiveneno: SALoxA, SAArB 
• Soro antiloxocélico. 
• Soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria, Tityus). 
• Forma cutânea leve: Lesão incaracterística sem alterações clínicas ou 
laboratoriais. Se a lesão permanecer incaracterística é fundamental a 
identificação da aranha no momento do acidente para confirmação do caso. 
• 0 ampola 
• Forma cutânea moderada: Presença de lesão “característica” ou altamente 
sugestiva (palidez ou placa marmórea, menor de três centímetros no seu maior 
diâmetro, incluindo a área de enduração), e dor em queimação ou a presença 
de lesão sugestiva (equimose, enduração, dor em queimação). 
• 5 ampolas 
• Forma cutânea grave: Presença de lesão extensa (palidez ou placa 
marmórea, maior de três centímetros no seu maior diâmetro, incluindo a área 
de enduração), e dor em queimação intensa. 
• 10 ampolas 
• Forma cutânea-hemolítica: A presença de hemólise, independentemente do 
tamanho da lesão cutânea e do tempo decorrido pós-acidente, classifica o 
quadro como grave. 
• 10 ampolas 
 
• ACIDENTE FONÊUTRICO (PHONEUTRIA) 
• SINTOMAS 
• A dor imediata é o sintoma mais frequente. 
• Sua intensidade é variável, podendo se irradiar até a raiz do membro acometido. 
Outras manifestações são: edema, eritema, parestesia e sudorese no local da 
picada, onde podem ser visualizadas as marcas de dois pontos de inoculação. 
• TRATAMENTO: 
• Antiveneno: SAAr 
 
 
 
 
 
7 
• Leve: Dor, edema, eritema, irradiação, sudorese, parestesia, 
taquicardia e agitação secundárias à dor. 
• 0 ampola 
• Moderado: Manifestações locais associadas à sudorese, taquicardia, 
vômitos ocasionais,agitação, hipertensão arterial. 
• 2 a 4 ampolas 
• Grave: Prostração, sudorese profusa, hipotensão, priapismo, diarreia, 
bradicardia, arritmias cardíacas, convulsões, cianose, edema 
pulmonar, choque. 
• 5 a 10 ampolas 
 
• ACIDENTE LATRODÉCTICO (LATRODECTUS) 
• SINTOMAS 
• Dor na região da picada, suor generalizado e alterações na pressão e nos 
batimentos cardíacos. 
• Podem ocorrer tremores, ansiedade, excitabilidade, insônia, cefaléia, prurido, 
eritema de face e pescoço. 
• Há relatos de distúrbios de comportamento e choque nos casos graves. 
• Contratura facial, trismo dos masseteres caracteriza fácies latrodectísmica 
observado em 5% dos casos. 
• TRATAMENTO 
• Não há disponibilidade de tratamento soroterápico para os casos de 
acidentes latrodécticos. 
• Nestes casos, utiliza-se para o tratamento, além de analgésicos, 
Benzodiazepínicos, Gluconato de Cálcio e Clorpromazina. 
• Há relatos de utilização de Prostigmine, Fenitoína, Fenobarbital e Morfina. 
• Deve-se garantir suporte cardiorespiratório e os pacientes devem permanecer 
hospitalizados por, no mínimo, 24 horas. 
 
ACIDENTES POR ESCORPIÕES 
 
• Manifestações locais – dor de instalação imediata em praticamente todos os casos, 
podendo se irradiar para o membro e ser acompanhada de parestesia, eritema e 
sudorese local. 
• Em geral, o quadro mais intenso de dor ocorre nas primeiras horas após o 
acidente. 
• Manifestações sistêmicas – após intervalo de minutos até poucas horas (duas a três) 
podem surgir, principalmente em crianças, os seguintes sintomas: sudorese profusa, 
agitação psicomotora, tremores, náuseas, vômitos, sialorreia, hipertensão ou hipotensão 
arterial, arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva, edema pulmonar agudo e 
choque. 
• A presença dessas manifestações indica a suspeita do diagnóstico de 
escorpionismo, mesmo na ausência de história de picada ou identificação do 
animal. 
• Crianças constituem o grupo mais suscetível ao envenenamento sistêmico grave. 
• TRATAMENTO 
• O diagnóstico de envenenamento dos acidentes escorpiônicos é eminentemente 
clínico-epidemiológico, não sendo empregado na rotina hospitalar exame laboratorial 
para confirmação do veneno circulante. 
 
 
 
 
 
8 
• Alguns exames complementares são úteis para auxílio no diagnóstico e 
acompanhamento de pacientes com manifestações sistêmicas, como 
eletrocardiograma, radiografia do tórax, ecocardiografia e exames bioquímicos. 
• O tratamento específico é feito com o Soro Antiescorpiônico, de preferência ou, 
na falta deste, com o Soro Antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus). 
• Os soros devem ser administrados em ambiente hospitalar e sob 
supervisão médica. 
• Leve: dor e parestesias locais. 
• 0 ampolas 
• Moderado: dor local intensa associada a uma ou mais manifestações 
(náuseas, vômitos, sudorese, sialorreia, agitação, taquipneia e taquicardia). 
• 2 a 3 ampolas 
• Grave: além das manifestações clínicas citadas na forma moderada, há 
presença de uma ou mais das seguintes manifestações: vômitos profusos e 
incoercíveis, sudorese profusa, sialorreia intensa, prostração, convulsão, 
coma, bradicardia, insuficiência cardíaca, edema pulmonar agudo e choque. 
• 4 a 6 ampolas 
 
ACIDENTES POR OFÍDICOS 
 
O tratamento é feito com o soro específico para cada tipo de envenenamento. Os soros 
antiofídicos específicos são o único tratamento eficaz e, quando indicados, devem 
ser administrados em ambiente hospitalar e sob supervisão médica. 
 
• ACIDENTE BOTRÓPICO: Jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, comboia, cruzeira. 
• SINTOMAS 
• A região da picada apresenta dor e inchaço, às vezes com manchas arroxeadas 
(edemas e equimose) e sangramento pelos pontos da picada, em gengivas, pele e 
urina. 
• Pode haver complicações, como grave hemorragia em regiões vitais, infecção e 
necrose na região da picada, além de insuficiência renal. 
• TRATAMENTO 
• ANTIVENENO: Soro antibotrópico (pentavalente); Soro antibotrópico 
(pentavalente) e anticrotálico; Soro antibotrópico (pentavalente) e 
antilaquético; 
• Leve: quadro local discreto, sangramento discreto em pele ou mucosas; pode 
haver apenas distúrbio na coagulação. 
• 2 a 4 ampolas 
• Moderado: edema e equimose evidentes, sangramento sem 
comprometimento do estado geral; pode haver distúrbio na coagulação 
• 4 a 8 ampolas 
• Grave: alterações locais intensas, hemorragia grave, hipotensão/choque, 
insuficiência renal, anúria; pode haver distúrbio na coagulação. 
• 12 ampolas 
 
• ACIDENTE CROTÁLICO: É causado pelas cascavéis (Cascavel, boicininga, marabóia, 
maracabóia, maracá). 
 
 
 
 
 
 
 
9 
• SINTOMAS 
• O local da picada muitas vezes não apresenta dor ou lesão evidente, apenas uma 
sensação de formigamento. 
• Pode ocorrer dificuldade de manter os olhos abertos, com aspecto sonolento 
(fácies miastênica), visão turva ou dupla, mal-estar, náuseas e cefaleia, 
acompanhadas por dores musculares generalizadas e urina escura nos casos mais 
graves. 
• TRATAMENTO 
• ANTIVENENO: Soro anticrotálico; Soro antibotrópico (pentavalente) e 
anticrotálico; 
• Leve: alterações neuroparalíticas discretas; sem mialgia, escurecimento da 
urina ou oligúria. 
• 5 ampolas 
• Moderado: alterações neuroparalíticas evidentes, mialgia e mioglobinúria 
(urina escura) discretas. 
• 10 ampolas 
• Grave: alterações neuroparalíticas evidentes, mialgia e mioglobinúria 
intensas, oligúria. 
• 20 ampolas 
 
• ACIDENTE LAQUÉTICO: surucucu-pico-de-jaca. 
• SINTOMAS 
• Quadro semelhante ao acidente por jararaca, a picada pela surucucu-pico-de-jaca 
pode ainda causar dor abdominal, vômitos, diarreia, bradicardia e hipotensão. 
• TRATAMENTO 
• ANTIVENENO: Soro antibotrópico (pentavalente) e antilaquético; 
• Moderado: quadro local presente; pode haver sangramentos, sem 
manifestações vagais. 
• 10 ampolas 
• Grave: quadro local intenso, hemorragia intensa, com manifestações vagais. 
• 20 ampolas 
 
• ACIDENTE ELAPÍDICO: É causado pelas corais-verdadeiras (família Elapidae, 
gêneros Micrurus e Leptomicrurus). 
• SINTOMAS 
• O acidente por coral-verdadeira não provoca, no local da picada, alteração 
importante. 
• As manifestações do envenenamento caracterizam-se por dor de intensidade 
variável, visão borrada ou dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento. 
• Óbitos estão relacionados à paralisia dos músculos respiratórios, muitas vezes 
decorrentes da demora na busca por socorro médico. 
• TRATAMENTO 
• ANTIVENENO: Soro antielapídico (bivalente). 
• Dor ou parestesia discretas, ptose palpebral, turvação visual. Considerar 
todos os casos como potencialmente graves devido ao risco de insuficiência 
respiratória, 
• 10 ampolas 
 
 
 
 
 
 
 
10 
ACIDENTES POR ÁGUAS-VIVAS E CARAVELAS 
 
SINTOMAS 
• O contato com tentáculos de cnidários podem causar ardência e/ou dor intensa no 
local, que podem durar de 30 minutos a 24 horas. 
• Placas e pápulas urticariformes lineares aparecem precocemente, podendo dar lugar 
a necrose superficial, bolhas e necrose importante em cerca de 24 horas. 
• A regressão pode causar máculas hipercrômicas que podem persistir no local por 
meses. 
• Quando há absorção de doses maiores de peçonha (em crianças ou cnidários 
grandes, por exemplo) pode acontecer um quadro sistêmico, com cefaleia, mal-estar, 
náuseas, vômitos, espasmos musculares, febre, arritmias cardíacas. 
• A gravidade depende da extensão da área comprometida. 
 
TRATAMENTO 
• Remoção dos tentáculos 
• Tratamento sintomático 
• Várias lavagens para tratar e neutralizar os nematocistos, dependendo do 
animal específico. 
• Para picadas de água-viva em águas não tropicais e para picadas de corais, 
a lavagem com água do mar pode ser usada. 
• Para picadas de água viva em águas tropicais, lavagem com vinagre seguida 
por água do mar pode ser usada. 
• Água fresca não deve ser usada porque pode ativar nematocistos não 
ejetados. 
• Para picadas de medusa de cavidade, usa-se vinagre que inibe a queimação 
dos nematocistos e é usado paralavagem inicial, seguido por lavagem com 
água do mar. Água fresca não deve ser usada porque pode ativar 
nematocistos não ejetados. 
• Para caravela portuguesa, lavagem com água salgada pode ser usada. 
Vinagre não deve ser usado, pois pode ativar nematocistos não ejetados. 
• Qualquer dificuldade para respirar ou alteração do nível de consciência, não 
importa o nível, é emergência médica, requer transporte até um centro médico e 
possivelmente injeção de adrenalina. 
• Os sintomas são tratados por medidas de suporte. 
• A dor causada pela maioria das picadas de cnidaria geralmente é de curta duração 
e pode ser aliviada com bicarbonato de sódio em uma pasta a 50:50 aplicada à pele. 
Imersão da área atingida em banho de água morna (40 a 43° C) mostrou ser eficaz 
para o alívio da dor, bem como analgésicos AINEs. 
• Para tratar dor intensa, são preferíveis opioides. Espasmos musculares dolorosos 
podem ser tratados com benzodiazepínicos. 
• Nos casos em que se desenvolve o choque, líquidos IV e adrenalina podem ser 
usados. 
 
3. ENTENDER AS ALTERAÇÕES LABORATORIAIS DE PACIENTE VÍTIMA DE 
ANIMAIS PEÇONHENTOS; 
 
ACIDENTES POR ABELHAS 
• Não há exames específicos para o diagnóstico. 
 
 
 
 
 
11 
• O diagnóstico dos acidentes provocados por abelhas é feito, basicamente, através da 
história clínica, e a gravidade dos pacientes deverá orientar os exames 
complementares. 
• Exames de urina tipo I e hemograma completo podem ser os utilizados para a detecção 
dos quadros sistêmicos. 
• A determinação dos níveis séricos de enzimas de origem muscular, como a 
creatinoquinase total (CK), lactato desidrogenase (LDH), aldolases e aminotransferases 
(ALT e AST) e as dosagens de hemoglobina, haptoglobina sérica e bilirrubinas, nos 
pacientes com centenas de picadas. 
• Nestes casos, a síndrome de envenenamento grave expõe manifestações 
clínicas sugestivas de rabdomiólise e hemólise intravascular. 
ACIDENTES POR ARANHAS 
 
• É eminentemente clínico-epidemiológico, não sendo empregado na rotina hospitalar 
exame laboratorial para confirmação do tipo de veneno circulante. 
• No loxoscelismo na forma cutâneo-hemolítica, as alterações laboratoriais podem ser 
subclínicas, com anemia aguda e hiperbilirrubinemia indireta. 
• Elevação dos níveis séricos de ureia e creatinina é observada somente quando há injúria 
renal aguda. 
• No latrodectismo, as alterações laboratoriais são inespecíficas. 
• São descritos distúrbios hematológicos (leucocitose, linfopenia), bioquímicos 
(hiperglicemia, hiperfosfatemia), do sedimento urinário (albuminúria, hematúria, 
leucocitúria) e eletrocardiográficos (fibrilação atrial, bloqueios, diminuição de amplitude 
do QRS e da onda T, inversão da onda T, alterações do segmento ST e prolongamento 
do intervalo QT). 
• As alterações laboratoriais do foneutrismo são semelhantes às do escorpionismo, 
notadamente aquelas decorrentes de comprometimento cardiovascular. 
 
ACIDENTES POR ESCORPIÕES 
 
• O diagnóstico de envenenamento dos acidentes escorpiônicos é eminentemente clínico-
epidemiológico, não sendo empregado na rotina hospitalar exame laboratorial para 
confirmação do veneno circulante. 
• Alguns exames complementares são úteis para auxílio no diagnóstico e 
acompanhamento de pacientes com manifestações sistêmicas, como 
eletrocardiograma, radiografia do tórax, ecocardiografia e exames bioquímicos. 
 
ACIDENTES POR OFÍDICOS 
• O diagnóstico de envenenamento ofídico é eminentemente clínico-epidemiológico, não 
sendo empregado na rotina hospitalar exame laboratorial para confirmação do veneno 
circulante. 
• Tempo de coagulação (TC), hemograma e função renal são importantes para o 
monitoramento da soroterapia e acompanhamento das complicações nos acidentes 
botrópicos, laquéticos e crotálicos. 
 
ACIDENTES POR ÁGUAS-VIVAS E CARAVELAS 
• O diagnóstico é clínico. 
 
 
 
 
 
 
12 
4. CONHECER O PROTOCOLO DE PRIMEIROS SOCORROS PARA ACIDENTES 
COM ANIMAIS PEÇONHENTOS; 
 
PRIMEIROS SOCORROS 
 
• Lavar o local da picada com água e sabão; 
• não fazer torniquete ou garrote, não furar, cortar, queimar, espremer ou fazer sucção no 
local da ferida, nem aplicar folhas, pó de café ou terra para não provocar infecções; 
• não ingerir bebida alcoólica, querosene, ou fumo, como é costume em algumas regiões 
do país; 
• levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber 
o tratamento adequado em tempo. 
 
ACIDENTES POR ABELHAS 
• Lavar a região afetada com água fria. 
• Remover o(s) ferrão(ões) da pele sem pressioná-lo(s) (com agulha ou lâmina). 
• Ao pressionar o ferrão, mais veneno será injetado no acidentado. 
• Aplicar compressas de água fria para aliviar a dor. 
• Procurar o serviço de saúde mais próximo. 
ACIDENTES POR ARANHAS 
• A maioria das aranhas que vivem dentro das casas é inofensiva. 
• Ainda assim, qualquer sintoma decorrente de uma picada requer avaliação médica para 
indicar o melhor tratamento, que pode envolver compressa morna, analgésico ou a 
administração do soro antiaracnídico, indicado para neutralizar a ação dos venenos da 
aranha-armadeira e da aranha-marrom. 
• Compressas mornas na região ajudam a aliviar o quadro até a chegada a um serviço de 
saúde, onde será avaliada a necessidade ou não de aplicação de soro. 
• Não é recomendável colocar gelo no local. 
• Assim como nos acidentes por escorpiões e serpentes, não é recomendado o uso de 
pomadas no local pois elas podem alterar a cor da pele, além de serem ineficazes para 
impedir a penetração do veneno. 
• Torniquete, incisão e sucção no local da picada são prejudiciais. 
ACIDENTES POR ESCORPIÕES 
• O uso de pomadas no local não é recomendado, pois pode alterar a cor da pele, além 
de ser ineficaz para impedir a penetração do veneno. 
• Assim como nos acidentes ofídicos, torniquetes, incisões e sucção no local da picada 
são prejudiciais. 
• Compressas mornas ajudam a aliviar o quadro até a chegada a um serviço de saúde, 
onde será avaliada a necessidade ou não de aplicação de soro. 
• Não é recomendável colocar gelo no local. 
• Em crianças menores de 12 meses, a avaliação médica deve ser feita o mais rápido 
possível para que, quando indicado, o soro antiaracnídico aja a tempo de neutralizar a 
ação do veneno. 
 
 
 
 
 
13 
ACIDENTES POR OFÍDICOS 
• Após um acidente ofídico, o paciente deve ser tranquilizado e removido para o hospital 
ou centro de saúde mais próximo. 
• O local da picada deve ser lavado com água e sabão. 
• Na medida do possível, deve-se evitar que a pessoa ande ou corra, ela deve ficar deitada 
com o membro picado elevado. 
• Não se deve fazer o uso de torniquetes (garrotes), incisões ou passar substâncias 
(folhas, pó de café, couro da cobra etc.) no local da picada. 
• Essas medidas interferem negativamente, aumentando a chance de complicações como 
infecções, necrose e amputação de um membro. 
• O único tratamento eficaz para o envenenamento por serpente é o tratamento com o 
soro antiofídico, que é específico para cada tipo (gênero) de serpente. 
• Quanto antes for iniciada a terapia com soro, menor será a chance de haver 
complicações. 
ACIDENTES POR ÁGUAS-VIVAS E CARAVELAS 
 
• Os primeiros cuidados pedem que inicialmente sejam usadas compressas geladas (água 
do mar gelada ou cold packs. 
• É importante que não seja utilizada água doce para lavagem do local da lesão, nem para 
aplicação das compressas geladas, pois a água doce pode piorar o quadro do 
envenenamento. 
• Em seguida deve-se realizar a remoção dos tentáculos aderidos à pele, que deve ser 
realizada de forma cuidadosa, preferencialmente com uso de pinça, lâmina ou mão 
enluvada e o local deve ser lavado abundantemente com ácido acético a 
5% (vinagre, por exemplo), sem esfregar a região acometida. 
• Essa medida inativa cnidócitos, impedindo envenenamento posterior, uma vez que as 
células continuam despejando seu conteúdo na pele. 
• Os pacientes devem procurar assistência médica para avaliaçãoclínica do 
envenenamento e, se necessário, realização de tratamento complementar. 
• Acidentes graves têm indicação de atendimento de urgência. 
 
5. CITAR AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO, PREVENÇÃO E PROTOCOLO DE 
NOTIFICAÇÃO (EPIDEMIOLOGIA). 
 
O risco de acidentes com animais peçonhentos pode ser reduzido tomando algumas 
medidas gerais e bastante simples para prevenção: 
• usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; 
• examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; 
• afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários; 
• não acumular entulhos e materiais de construção; 
• limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede; 
• vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; 
• utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; 
• manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros; 
• evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre 
cortada; 
 
 
 
 
 
14 
• limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou 
cercas. 
Proteção individual para prevenir acidentes com animais peçonhentos 
• No amanhecer e no entardecer, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao 
chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que serpentes estão 
em maior atividade. 
• Não mexer em colmeias e vespeiros. Caso estejam em áreas de risco de acidente, 
contatar a autoridade local competente para a remoção. 
• Inspecionar calçados, roupas, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos 
de chão e tapetes antes de usá-los. 
• Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários. 
Proteção da população para prevenir acidentes com animais peçonhentos 
• Não depositar ou acumular lixo, entulho e materiais de construção junto às 
habitações. 
• Evitar que plantas trepadeiras se encostem às casas e que folhagens entrem pelo 
telhado ou pelo forro. 
• Não montar acampamento próximo a áreas onde normalmente há roedores 
(plantações, pastos ou matos) e, por conseguinte, maior número de serpentes. 
• Evitar piquenique às margens de rios, lagos ou lagoas, e não encostar-se a barrancos 
durante pescarias ou outras atividades. 
• Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede e terrenos baldios 
(sempre com uso de EPI). 
• Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés. 
• Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos. 
• Manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros. 
• Controlar roedores existentes na área e combater insetos, principalmente baratas 
(são alimentos para escorpiões e aranhas). 
• Caso encontre um animal peçonhento, afaste-se com cuidado e evite assustá-lo ou 
tocá-lo, mesmo que pareça morto, e procure a autoridade de saúde local para 
orientações. 
Orientação ao trabalhador na prevenção de acidentes com animais peçonhentos 
• Usar luvas de raspa de couro e calçados fechados, entre outros equipamentos de 
proteção individual (EPI), durante o manuseio de materiais de construção (tijolos, 
pedras, madeiras e sacos de cimento); transporte de lenhas; movimentação de 
móveis; atividades rurais; limpeza de jardins, quintais e terrenos baldios, entre outras 
atividades. 
• Olhar sempre com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer. 
• Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, 
entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário 
mexer nesses lugares, usar um pedaço de madeira, enxada ou foice. 
• Os trabalhadores do campo devem sempre utilizar os equipamentos de proteção 
individual (EPIs), como botas ou perneiras, evitar colocar as mãos em tocas, montes 
de lenha, folhas e cupinzeiros. 
 
 
 
 
 
15 
PROTOCOLO DE NOTIFICAÇÃO 
• Os acidentes por animais peçonhentos e, em particular, os acidentes ofídicos foram 
incluídos, pela Organização Mundial da Saúde, na lista das doenças tropicais 
negligenciadas que acometem, na maioria dos casos, populações pobres que vivem em 
áreas rurais. 
• Em agosto de 2010, o agravo foi incluído na Lista de Notificação de Compulsória (LNC) 
do Brasil, publicada na Portaria Nº 2.472 de 31 de agosto de 2010 (ratificada na Portaria 
Nº 104, de 25 de janeiro de 2011). 
• Essa importância se dá pelo alto número de notificações registras no Sistema de 
Informação de Agravos de Notificação (SINAN), sendo acidentes por animais 
peçonhentos um dos agravos mais notificados. 
• A partir das análises dos dados do SINAN, a vigilância epidemiológica é capaz de 
identificar o quantitativo de soros antivenenos a serem distribuídos às Unidades 
Federadas, além de determinar pontos estratégicos de vigilância, estruturar as unidades 
de atendimento aos acidentados, elaborar estratégias de controle desses animais, entre 
outros. 
EPIDEMIOLOGIA 
• ÁGUAS-VIVAS: Devido à baixa gravidade da maioria dos casos de acidentes por 
cnidários no Brasil, há grande subnotificação destes acidentes no Sistema de 
Informação de Agravos de Notificação (Sinan). 
o Um estudo com dados notificados no Sinan entre 2007 e 2013 identificou 
apenas 540 registros de acidentes com cnidários, sendo 83,7% notificadas na 
região Sul. 
o A proporção destes casos segundo o sexo foi de 50% / 50%. A faixa etária 
mais acometida foi a de abaixo de 19 anos. 
o Os locais anatômicos mais acometidos foram o tronco e pernas. 
 
• ABELHAS: Abelhas estão presentes em todos os territórios brasileiros. 
o As regiões de maiores taxas de incidência são a região Sul e Nordeste, 
enquanto as maiores taxas de letalidade ocorrem nas regiões Centro-Oeste e 
Norte. 
o De modo geral, os acidentes costumam acontecer com maior predominância 
entre outubro e março. 
o A maioria dos acidentes acontecem na zona urbana. 
o O perfil dos acidentados costuma ser de homens e da faixa etária entre 20 e 
64 anos. 
o Óbitos são mais frequentes em pessoas acima de 40 anos. 
o Fatores de risco para gravidade envolvem a quantidade de ferroadas e a 
predisposição ao choque anafilático. 
 
• OFÍDICOS: A maioria dos acidentes ofídicos no Brasil é ocasionada por serpentes do 
grupo Bothrops, seguido pelo grupo Crotalus. 
o Poucos são os casos de acidentes por Micrurus e Lachesis. 
o As regiões brasileiras onde há maior taxa de incidência de acidentes ofídicos 
são a Norte e a Centro-Oeste. 
 
 
 
 
 
16 
o Os meses de maior frequência de acidentes são os quentes e chuvosos, 
períodos de maior atividade em áreas rurais. 
o Os acidentes ofídicos são mais frequentes na população rural, em pessoas do 
sexo masculino e na faixa etária economicamente ativa (20 a 64 anos). 
o A maioria dos acidentes é classificada clinicamente como leve, porém, a 
demora no atendimento médico e soroterápico pode elevar consideravelmente 
a taxa de letalidade. 
 
• ESCORPIÃO: De caráter predominantemente urbano, o escorpionismo tem se elevado, 
particularmente nos estados das regiões Nordeste e Sudeste. 
o Na época de calor e chuvas, período de maior atividade dos escorpiões, há um 
incremento no número de acidentes. 
o A maioria dos casos tem evolução benigna. Casos graves e óbitos são mais 
frequentes em crianças menores de 10 anos, principalmente quando causados 
pela espécie T. serrulatus. 
 
• ARANHAS: Os acidentes por Loxosceles ocorrem com maior frequência nos meses de 
outubro a março, com sazonalidade semelhante à dos acidentes ofídicos e 
escorpiônicos. 
o A Região Sul é reponsável por cerca de 80% das notificações de acidentes 
loxoscélicos no Brasil. 
o O maior número de acidentes fonêutricos é registrado de janeiro a maio, sendo 
que a região Sul do país concentra a maioria das notificações. 
o O latrodectismo é de baixa incidência. 
o Os estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Pernambuco apresentam o 
maior número de notificações

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