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COESÃO - ESPECÍFICA DE REDAÇÃO ESTUDANTE: __________________________________________ DATA: ___/___/___ PROFESSOR: CESAR FONTENELLE FOCO: Vanguardas Europeias ARTE MODERNA: LIBERDADE E AÇÃO ➔ Antipassadismo cultural e liberdade de criação são as marcas principais da arte moderna. Ao mesmo tempo que desejavam demolir os padrões e a ideologia realista- naturalista vigentes, os artistas modernos não queriam se prender a normas rígidas e valorizavam o ilogismo e a subjetividade. ➔ O termo militar “vanguarda”, que indica o grupo de soldados que está à frente do pelotão, é usado para ilustrar a maneira arrojada com que esses movimentos abriram caminho na história da Arte, rompendo com modelos estéticos preestabelecidos e tradicionais. Muitas vezes, para realizar seus objetivos e propor ideias, os artistas e grupos de vanguarda precisam enfrentar a adversidade e a crítica, já que chocam o senso comum. ➔ As “vanguardas históricas” mudaram o rumo da arte ocidental e revelaram o talento de alguns artistas geniais do século XX: Pablo Picasso, Wassily Kandinsky (1866-1944), Piet Mondrian (1872-1944), Marcel Duchamp (1889-1968), Salvador Dalí (1904-1989) e Joan Miró (1893- 1983), hoje considerados artistas “clássicos” que figuram em qualquer livro de história da Arte, mas participaram de movimentos que romperam com a maneira habitual de enxergar a produção artística. ➔ A característica comum de todas as vanguardas é a noção de que há múltiplas maneiras de perceber a Arte, tão variadas quanto os diversos suportes que o produto artístico pode ter. A arte deixou de ser expressão de um ideal coletivo unitário, porque já se entendia que a sociedade não é uniforme. ➔ Os artistas não reproduziam aquilo que consideravam belo, mas investigavam maneiras de encontrar a beleza ou a singularidade, mesmo que para isso precisassem romper com padrões estéticos cristalizados, tidos como normais. ➔ Cada movimento de vanguarda do início do século XX teve características próprias, mas todos procuraram conectar a arte com a vida, dando ao artista uma capacidade transformadora, como nunca houvera antes. Por tudo isso, os princípios estéticos muitas vezes são indissociáveis da biografia e do cotidiano de um artista. ➔Apesar de romperem de forma radical com padrões anteriores, os principais movimentos do período- Cubismo, Futurismo, Expressionismo, Dadaísmo, Surrealismo e as várias correntes de arte abstrata- acabaram se tornando parte do gosto comum. Com seu amadurecimento, criaram padrões e geraram um patrimônio estético que foi absorvido e entendido como parte das possibilidades de criação artística. ➔A primeira metade do século XX caracterizou-se por grandes mudanças na Arte, mas também em outros campos: na sociedade, com amadurecimento do discurso sobre luta de classes e as primeiras vitórias das revoluções proletárias, sobretudo com a Revolução Russa, em 1917; na política, com duas guerras mundiais que agitaram a Europa e demonstraram ao mundo a força de Estados Unidos, União Soviética e Japão como potências emergentes. ➔ As guerras mundiais e, entre elas, a Grande Depressão econômica doas anos 1930 exerceram decisivo impacto econômico e psicológico no mundo inteiro, afetando diretamente a produção artística. O panorama político europeu assistiu nas duas primeiras décadas à descentralização de extensos impérios continentais, que depois da Primeira Guerra Mundial foram desmembrados em diversas repúblicas. Apesar disso, não foi o momento do triunfo absoluto da democracia. ➔ O crash da Bolsa de Valores de Nova York mergulhou o mundo na Grande Depressão. A fragilidade socioeconômica causou o aparecimento e a difusão de ideologias totalitárias, como fascismo e o nazismo, originando ditaduras que voltaram a disputar o poder na Europa e conduziram à Segunda Guerra Mundial. ➔ VANGUARDA: provém do francês avant-garde, que significa “estar à frente”. Artística ou politicamente, os grupos ou correntes que apresentam uma proposta e/ou uma prática inovadoras são denominados vanguarda. ➔ MODERNO: designa tudo o que se opõe a clássico ou tradicional. O pensamento moderno valoriza o indivíduo, a consciência, a subjetividade e a atitude crítica. ➔ MODERNISMO: movimento que defende a renovação do pensamento, o progresso e a negação do que tradicional. ➔ REPERTÓRIO: Renascimento: O Renascimento iniciou-se na Itália no século XIV e difundiu-se por toda a Europa até o século XVI. Foi um movimento caracterizado pelo interesse ao passado greco-romano clássico, especialmente as artes. A cidade de Florença, na Itália, foi o berço do Renascimento, onde artistas como Michelangelo e Leonardo da Vinci romperam com a tradição Medieval e desenvolveram o conceito de perspectiva linear, possibilitando a representação tridimensional na superfície plana e bidimensional do quadro. CONTEXTO HISTÓRICO DAS VANGUARDAS NO SÉCULO XX Movimentos de vanguarda País de origem Precursor ou idealizador Característica Cubismo (1907) França e Espanha Pablo Picasso (1881- 1973) • Geometrização das formas. • Decomposição da perspectiva e fragmentação do olhar. • Visão simultânea de um objeto a partir de diversos ângulos. • Influência do surgimento da poesia concreta. • Destruição da sintaxe tradicional, na literatura. Futurismo (1909) Itália Filipo Tommaso Marinetti (1876-1944) • Abolição do passado: rejeição aos cânones do passado. • Exaltação da vida moderna. • Arte dinâmica. • Imagem veloz da modernidade. Expressionismo (1910) Alemanha e Noruega Vários, entre eles Edvard Munch (1863- 1944) • Manifestações do mundo interior. • Representação da angústia e do sofrimento humanos. • Expressão dos horrores da guerra. • Imagens distorcidas do mundo. Dadaísmo (1916) Suíça Tristan Tzara (1896- 1963) • A mais radical das vanguardas. • Desejo de chocar e escandalizar. • Espontaneidade artística. • Anarquia de valores e de propostas estéticas. • Deboche, agressividade e ilogismo. Surrealismo (1924) França André Breton (1896- 1966) • Valorização do sonho, do inconsciente e da fantasia. • Influências da psicanálise. • Automatismo da escrita e da arte. • Arte livre da razão, expressão direta das zonas ocultas do ser. • Representação do ilógico, do devaneio, da loucura, por associações inusitadas. TREINANDO PARA O ENEM PICASSO, P. Guernic. Óleo sobre tela. 349 × 777 cm. Museu Reina Sofia, Espanha, 1937. 1. (ENEM-2011) O pintor espanhol Pablo Picasso (1881–1973), um dos mais valorizados no mundo artístico, tanto em termos financeiros quanto históricos, criou a obra Guernica em protesto ao ataque aéreo à pequena cidade basca de mesmo nome. A obra, feita para integrar o Salão Internacional de Artes Plásticas de Paris, percorreu toda a Europa, chegando aos EUA e instalando- se no MoMA, de onde sairia apenas em 1981. Essa obra cubista apresenta elementos plásticos identificados pelo a) painel ideográfico, monocromático, que enfoca várias dimensões de um evento, renunciando à realidade, colocando-se em plano frontal ao espectador. b) horror da guerra de forma fotográfica, com o uso da perspectiva clássica, envolvendo o espectador nesse exemplo brutal de crueldade do ser humano. c) uso das formas geométricas no mesmo plano, sem emoção e expressão, despreocupado com o volume, a perspectiva e a sensação escultórica. d) esfacelamento dos objetos abordados na mesma narrativa, minimizando a dor humana a serviço da objetividade, observada pelo uso do claro-escuro. e) uso de vários ícones que representam personagens fragmentados bidimensionalmente,de forma fotográfica livre de sentimentalismo. 2. Em 1924, os surrealistas lançaram um manifesto no qual anunciaram a força do inconsciente na criação de novas percepções. Valorizavam a ausência de lógica das experiências psíquicas e oníricas, propondo novas experiências estéticas. Sobre o Surrealismo, é correto afirmar: a) Acredita que a liberação do psiquismo humano se dá por meio da sacralização da natureza. b) Baseia-se na razão, negando as oscilações do temperamento humano. c) Destaca que o fundamental, na arte, é o objeto visível em detrimento do emocionalismo subjetivo do artista. d) Concede mais valor ao livre jogo da imaginação individual do que à codificação dos ideais da sociedade ou da história. e) Busca limitar o psiquismo humano e suas manifestações, transfigurando-os em geometria a favor de uma nova ordem. 3. (ENEM) Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranoia ou Mistificação: Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem as coisas e em consequência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. (...) A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...). Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & cia. (O Diário de São Paulo, dez./1917.) Em qual das obras a seguir identifica-se o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo? 4. (UNESP) A peça Fonte foi criada pelo francês Marcel Duchamp e apresentada em Nova Iorque em 1917. A transformação de um urinol em obra de arte representou, entre outras coisas, a) a alteração do sentido de um objeto do cotidiano e uma crítica às convenções artísticas então vigentes. b) a crítica à vulgarização da arte e a ironia diante das vanguardas artísticas do final do século XIX. c) o esforço de tirar a arte dos espaços públicos e a insistência de que ela só podia existir na intimidade. d) a vontade de expulsar os visitantes dos museus, associando a arte a situações constrangedoras. e) o fim da verdadeira arte, do conceito de beleza e importância social da produção artística. 5. Analise os quadros. A comparação entre as pinturas de Renoir e Picasso revela uma mudança fundamental na concepção artística, no início do século XX. Essa mudança pode ser identificada na a) ausência de perspectiva, trazendo as figuras representadas para o primeiro plano do quadro. b) desconsideração da forma, resultando em uma estética degenerada dos corpos. c) recusa na imitação realística das formas, instituindo uma representação inovadora das figuras. d) utilização do sombreamento, ampliando a percepção acerca dos detalhes pictóricos. e) escolha temática das obras artísticas, permeadas pela emoção e pela exploração do universo privado.