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2- Agentes e Causas de Movimento de Massa

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Agentes e Causas de Agentes e Causas de 
Movimento de MassaMovimento de Massa
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: ESTABILIDADE DE TALUDES
 
Prof. FProf. Fáábio Lopes Soares, DSc.bio Lopes Soares, DSc.
SumSumáário da Aulario da Aula
1 1 –– IntroduIntroduçção;ão;
2 2 –– Agentes Predisponentes dos Movimentos de Massa;Agentes Predisponentes dos Movimentos de Massa;
3 3 –– Agentes Deflagradores dos Movimentos de Massa;Agentes Deflagradores dos Movimentos de Massa;
4 4 –– Mecanismo de Deslizamentos em MaciMecanismo de Deslizamentos em Maciççosos
4.1 4.1 –– MaciMaciçços de Solo;os de Solo;
4.2 4.2 –– MaciMaciçço de Rocha;o de Rocha;
5 5 –– Influência da Influência da ÁÁgua de Subsuperfgua de Subsuperfíície na Estabilidade de Encosta;cie na Estabilidade de Encosta;
6 6 –– Influência da Chuva na Estabilidade de Encostas;Influência da Chuva na Estabilidade de Encostas;
7 7 –– Influência da Cobertura Vegetal na Estabilidade de Encostas;Influência da Cobertura Vegetal na Estabilidade de Encostas;
8 8 –– Influência da AInfluência da Açção Antrão Antróópica na Estabilidade de Encostas.pica na Estabilidade de Encostas.
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1 – Introdução;
A instabilidade do talude será deflagrada quando as tensões 
cisalhantes mobilizadas se igualarem à resistência ao cisalhamento, 
isto é:
Esta condição pode ser atingida com o aumento das 
tensões cisalhantes mobilizadas ou pela redução da resistência.
2 – Agentes Predisponentes dos Mov. de Massa
FATORES 
PREDISPONENTES 
FATORES 
ACIONANTES / 
AGRAVANTES 
 
 
 
 
MORFOLÓGICOS 
GEOLÓGICOS 
ANTRÓPICOS 
FÍSICOS 
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a. Escavação de talude ou do seu pé / b. Carregamento de talude ou de sua crista
c. Rebaixamento (de reservatórios) / d. Deflorestamento / e. Irrigação
f. Mineraçãog. Vibração artificial / h. Vazamentos de águas servidas
4. Causas humanas
a. Chuvas intensas / b. Derretimento rápido de neve
c. Precipitação excepcional prolongada
d. Rebaixamento rápido ( de inundações e marés)
e. Terremoto / f. Erupção vulcânica
g. Descongelamento
h. Intemperismo/desgaste devido ao congelamento-e-descongelamento
i. Intemperismo/desgaste devido à contração-e-inchamento
3. Causas Físicas
a. Subpressão tectônica ou vulcânica
b. Reação glacial
c. Erosão fluvial de pé de talude
d. Erosão de onda de pé de talude
e. Erosão glacial de pé de talude
f. Erosão das margens laterais
g. Erosão subterrânea (solução, “piping”)
h. Deposição de carga no talude ou na sua crista
i. Remoção da vegetação (por fogo na floresta, seca)
2. Causas Morfológicas
a. Materiais Fracos
b. Materiais sensíveis
c. Materiais desgastados (intemperizandos)
d. Materiais cisalhandos
e. Materiais articulados ou fissurados
f. Massa descontínua orientada adversamente (estratificação, xistosidade, etc.)
g. Estrutura descontínua orientada adversamente (falha, contato, sem conformidade, ect.)
h. Contraste na permeabilidade
i. Contraste na dureza (duro, material denso sobre material plástico)
1. Causas GeológicasInventário de 
Causas de 
Movimentos de 
Massa
3 – Agentes Deflagradores
AÇÃO FATORES FENÔMENOS GEOLÓGICOS/ANTRÓPICOS
REMOÇÃO DE MASSA - erosão, escorregamento
- cortes
SOBRECARGA
- peso da água de chuva, granizo, etc.
- acúmulo natural de material (depósitos)
- peso da vegetação
- construção de estruturas, aterros, etc.
SOLICITAÇÕES
DINÂMICAS
- terremotos, ondas, vulcões, etc.
- explosões, tráfego, sismos, induzidos
AUMENTO
DA
SOLICITAÇÃO
PRESSÕES LATERAIS - água em trincas, material expansivo
CARACTERÍSTICAS
DO MATERIAL
- características geomecânicas do material,
tensões
 
 
 
 
 
 F
S
= 
τ re
si
st
en
te
 
 
 
 
 
 τ
 a
tu
an
te
REDUÇÃO
DA
RESISTÊNCIA
MUDANÇAS
OU
FATORES VARIÁVEIS
- intemperismo
- elevação do N.A.
- aumento da umidade/grau de saturação
- liquefação de areias
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4 – Mecanismo de Deslizamentos
4.1 – Maciço de Solos
¾¾ Influência do ângulo de atrito e a coesão, dependendo da Influência do ângulo de atrito e a coesão, dependendo da 
gênese e das caractergênese e das caracteríísticas dos solos;sticas dos solos;
¾¾ Influência do peso especInfluência do peso especíífico, porosidade, fico, porosidade, ííndice de vazios, ndice de vazios, 
mineralogia, granulometria, plasticidade, atividade, mineralogia, granulometria, plasticidade, atividade, 
permeabilidade, compressibilidade e histpermeabilidade, compressibilidade e históória de tensões.ria de tensões.
4.2 – Maciço Rochoso
Os mecanismos de instabilizaOs mecanismos de instabilizaçção são controlados pelo ão são controlados pelo 
grau de alteragrau de alteraçção e pelas anisotropias existentes no macião e pelas anisotropias existentes no maciçço o 
(xistosidades, juntas, falhas), levando(xistosidades, juntas, falhas), levando--se em considerase em consideraçção os ão os 
seguintes fatores:seguintes fatores:
¾¾ DistribuiDistribuiçção espacial das descontinuidades e geometria dos ão espacial das descontinuidades e geometria dos 
taludes e encostas;taludes e encostas;
¾¾ PresenPresençça e natureza dos materiais de preenchimento das a e natureza dos materiais de preenchimento das 
descontinuidades;descontinuidades;
¾¾ Irregularidades nas superfIrregularidades nas superfíícies das descontinuidades;cies das descontinuidades;
¾¾ Cisalhamentos e movimentaCisalhamentos e movimentaçções anteriores. ões anteriores. 
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5 – Influência da Água de Subsuperfície na 
Estabilidade de Encostas
¾¾DiminuiDiminuiçção da coesão aparente;ão da coesão aparente;
¾¾ VariaVariaçção do não do níível piezomvel piezoméétrico em massas homogêneas trico em massas homogêneas --
reduzindo as tensões efetivas/ resistência;reduzindo as tensões efetivas/ resistência;
¾¾ ElevaElevaçção da coluna dão da coluna d’á’água em descontinuidades;gua em descontinuidades;
¾¾ Erosão subterrânea Erosão subterrânea retrogressivaretrogressiva ((““pipingpiping””).).
6 – Influência da Chuva na Estabilidade de Encostas
¾ As chuvas atuam como o principal agente não-antrópico na 
deflagração de escorregamentos no Brasil;
¾ As chuvas relacionam-se diretamente com a dinâmica das 
águas de superfície e subsuperfície;
¾ Os índices pluviométricos críticos para a deflagração dos 
escorregamentos variam com o regime de infiltração no terreno, a 
dinâmica das águas subterrâneas no maciço e o tipo de 
instabilização. 
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Gráfico da Envoltória de Deslizamento Induzidos na Serra do Mar
(Tatizana et al., 1987)
Correlação entre a intensidade da chuva e a chuva acumulada para as 
encostas da Formação Barreiras da Cidade de Olinda (Gusmão Filho, 1997)
A instabilidade das encostas resulta da ação combinada entre a intensidade 
de chuva acumulada com a ocorrência de uma chuva diária de intensidade 
mínima naquela data.
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A principal aplicação destas correlações entre pluviosidade e 
escorregamentos é tentar se antecipar à deflagração dos 
movimentos de massa, a partir do acompanhamento dos índices 
pluviométricos de uma região, sendo possível alertar, 
antecipadamente a população da possibilidade de deslizamentos. 
É mais fácil e barato monitorar o parâmetro chuva do que o nível 
d’água e o grau de saturação dos taludes e encostas, 
principalmente em grandes áreas. 
7 – Influência da Cobertura Vegetal na 
Estabilidade de Encostas
EFEITOS FAVORÁVEIS:
¾ Redistribuição da água proveniente das chuvas (impedimento 
do impacto direto da chuva na superfície do solo);
¾ Acréscimo de resistência do solo devido às raízes.
EFEITOS DESFAVORÁVEIS:
¾ Efeito alavanca - força cisalhante transferida pelos troncos das 
árvores ao terreno, quando da ação do vento;
¾ Efeito cunha - pressão lateral causada pelas raízes ao penetrar 
em fendas, fissuras do solo ou rocha;
¾ Sobrecarga vertical - causada pelo peso das árvores. 
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VEGETAVEGETAÇÇÃO NOS TALUDESÃO NOS TALUDES
algumas árvores acumulam água no 
solo e provocam deslizamentos.
coco
jambo
mamão
banana
fruta-pão
manga
jaca 
árvores de grande porte
pequenas fruteiras,
plantasmedicinais e de 
jardim.
pinha, acerola, urucum,
laranja, limão, araçá,
goiaba, pitanga, carambola, 
pata-de-vaca, hortelã,
jasmim, rosa, leucena,
cidreira, boldo e capim santo.
Pode-se plantar:
A variação esquemática da estabilidade de encostas ao longo do 
tempo em virtude de desmatamentos. Verifica-se que os processos de 
instabilização de encostas e taludes tendem a se acelerar algum tempo 
após o desmatamento. Logo em seguida à retirada das árvores, ocorre 
um acréscimo na estabilidade, devido à eliminação dos efeitos negativos 
como sobrecarga, efeito alavanca, etc. Contudo, este acréscimo de 
estabilidade tende a diminuir com o tempo, com o apodrecimento das 
raízes e a eliminação do efeito de redistribuição de água de chuva.
Efeito do Desmatamento
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8 – Influência da Ação Antrópica na Estabilidade 
de Encostas
Principais interferências:
¾Remoção da cobertura vegetal;
¾ Lançamento e concentração de águas servidas;
¾ Vazamentos na rede de abastecimento, esgoto e presença de 
fossas;
¾ Execução de cortes com geometria inadequada;
¾ Execução deficiente de aterros;
¾ Lançamento de entulho e lixo nas encostas;
¾ Vibrações produzidas por tráfego pesado. 
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ruptura
vazamento em rede de
abastecimento d'água
zonas saturadas
serviços de manutenção na rede já implantada;
SOLUÇÕES
implantação de adequada rede de abastecimento de água
trincas
VAZAMENTO E INFILTRAÇÃO DE ÁGUA
zonas de saturação gradual
do solo
surgência
d'água
FOSSA
S O L U Ç Ã O
implantação de rede e de dispositivos para tratamento e disposição de esgotos.
FOSSAS SÉPTICAS
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zonas saturadas
rupturas
lançamento de
água servida
canaleta subdimensionada
e/ou obstruída
chuva
SOLUÇÃO
implantação de rede de coleta e condução das águas servidas,
de preferência separada do sistema de drenagem das águas 
pluviais.
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA
INFLUÊNCIA DAS ÁGUAS SERVIDAS
A comparação diária mostra que PA foi superior a PP em 269 dias no ano de 2002; 
Os impactos das chuvas são mais perceptíveis devido a descargas intensas e em 
pequeno espaço de tempo (Assunção, 2005).
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
350,00
400,00
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
P
R
E
C
IP
IT
A
Ç
Ã
O
 (m
m
)
LÂMINA ANTRÓPICA LÂMINA PLUVIOMÉTRICA
ANO 2002
PA anual = 1252,49 mm PP anual = 1827,20 mm
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LIXO
deslizamento de
lixo e solo
acúmulo de lixo
S O L U Ç Õ E S
remoção do lixo e definição de locais adequados para sua
deposição;
implantação ou melhoria do serviço público de coleta.
ESCORREGAMENTO DE LIXO

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