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Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com 2 @dedaaladim SumÁrio Aula 1 - Povos indígenas 3 10 12 15 19 24 27 32 57 Aula 6 - Bandeirantismo Aula 7 - Ciclo do ouro e Inconfidências Exercícios Gabarito Aula 2 - Expansão marítima portuguesa e achamento do Brasil Aula 3 - Administração colonial Aula 4 - Economia colonial e “ciclo” do açúcar Aula 5 - Invasões estrangeiras e revoltas coloniais Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 3 @dedaaladim Aula 1 POVOS INDÍGENAS Principais famílias e troncos linguísticos indígenas (século XVI) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 4 @dedaaladim Daniel Munduruku Relativismo Cultural: uma cultura não pode ser julgada a partir dos valores de outra sociedade – “cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra” – Montaigne Havia mais de 1400 povos quando houve o ACHAMENTO do Brasil! Apesar da diversidade das etnias indígenas, os portugueses optaram por tratá-los de forma uniforme como selvagens para justificar a dominação colonizadora. Os europeus uniformizaram a população até mesmo ao nomear todos com a mesma palavra: índio. Nomenclaturas mais adequadas: povos originários, nativos. Também é comum vermos os termos pré-colombianos e pré-cabralinos, mas eles usam o europeu como referência. Quatro principais grupos linguísticos e culturais: tupi-guarani, jê/macro-jê, karib/ caraíba e aruaque/aruak. Ainda assim, os 4 grupos contam com dezenas ou centenas de variações linguísticas espalhadas pela América do Sul e Central. Reflexão: como o ritual antropofágico foi demonizado pelos europeus. • Povos que vivem da pesca, caça e cultivo. • Religiões diversas e politeístas, fortemente influenciadas pela natureza e com uma figura principal responsável pela cura e comunhão do ser humano com todas as formas de vida: o Xamã. • Divisão de trabalho por gênero. • Guerras e conflitos com outras etnias. • Antropofagia. CARACTERÍSTICAS: E por que eu não gostava que me chamassem de índio? Por causa das ideias e imagens que essa palavra trazia. Chamar alguém de índio era classificá- lo como atrasado, selvagem e preguiçoso. E, como já contei, eu era uma pessoa trabalhadora e ajudava meus pais e meus irmãos e isso era uma honra para mim. Mas uma honra que ninguém levava em consideração. Para meus colegas, só contava a minha aparência… e não o que eu era e fazia. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 5 @dedaaladim Boris Fausto Desde o início houve exploração dos indígenas, seja por meio do escambo ou sua escravização. Além disso, a conquista também se deu por meio cultural, suprimindo seus idiomas, religião, práticas culturais e, literalmente, tirando suas vidas por assassinatos e epidemias. Os católicos acreditavam que os nativos poderiam se tornar irmãos com a cristianização. Vale lembrar que estamos na contrarreforma, então era interessantíssimo para a Igreja converter a nova população e aumentar o catolicismo no mundo! Guerra Justa: os índios que não aceitassem pacificamente a autoridade europeia poderia m ser capturados e escravizados [Índios Botocudos : foto 17], 1909. Santa Leopoldina (ES) / Biblioteca Nacional A chegada dos portugueses representou para os índios uma verdadeira catástrofe. (...) Os brancos eram ao mesmo tempo respeitados, temidos e odiados, como homens dotados de poderes especiais. Por outro lado, como não existia uma nação indígena e sim grupos dispersos, muitas vezes em conflito, foi possível aos portugueses encontrar aliados entre os próprios indígenas, na luta contra os grupos que resistiam a eles. (...) No conjunto, a palavra “catástrofe” é mesmo a mais adequada para designar o destino da população ameríndia. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 6 @dedaaladim Obviamente também houve resistência indígena e guerras foram travadas contra os portugueses. Uma forma de resistência dos índios foi o isolamento, por meio de contínuos deslocamentos para regiões cada vez mais pobres e afastadas. Padre Anchieta reúne a primeira gramática Tupi em 1595: a partir daí surge a língua geral. • Expulsão dos jesuítas em 1759 e transferência do controle dos indígenas para a Coroa Portuguesa, que criou o Diretório dos índios. • É abolida a distinção entre índios e portugueses e incentivado o casamento entre eles, para obter o branqueamento da população. • Rituais e religiões indígenas continuam condenáveis. • Português é imposto como língua obrigatória e a língua geral é proibida. proibição da escravidão indígena e índios passam a ser súditos livres da Coroa – mas continuaram sendo capturados e escravizados ilegalmente (especialmente pelos Bandeirantes nas bandeiras de apresamento). Edição histórica de “Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil”, de José de Anchieta. Foto: Biblioteca Nacional. O Marquês de Pombal, c. 1770, por Joana do Salitre. Atualmente no Museu de Lisboa (Palácio Pimenta). POLÍTICA POMBALINA: Marquês de Pombal Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 7 @dedaaladim Iracema, José Maria de Medeiros, 1884. Acervo Museu Nacional de Belas Artes. Moema, Victor Meirelles, 1866. Acervo MASP. OS INDÍGENAS APÓS A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL No século XIX, o indígena é resgatado e tratado como bom selvagem na tentativa de formação da identidade nacional brasileira Temos, nessa época, a fase do ROMANTISMO, e vemos a romantização e europeização da imagem do índio em pinturas, obras como “Iracema” de José de Alencar e poemas. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 8 @dedaaladim Durante a Era Vargas houve outra tentativa de integração indígena ao conceito de identidade nacional. Esse trabalho era feito através dos sertanistas, que percorriam o interior do Brasil para registrar diversas culturas. Lembrando que é característico da era vargas o sentimento nacionalista, patriotismo e ufanismo. Percebe-se que sempre é a elite que decide onde fica o índio na sociedade, em nenhum momento pergunta-se ao índio como ele quer participar ou se ele se sente brasileiro. Além disso, os indígenas são constantemente embranquecidos e tolhidos de sua cultura para se encaixarem na sociedade brasileira. Durante a ditadura militar foi criado o estatuto do índio e a Funai, mas apenas com a constituição de 1988 o indígena passou a ter o direito garantido de preservar a sua cultura e terra. Indígenas comemoram a inclusão de seus direitos territoriais na Constituição de 1988. Foto: Beto Ricardo-ISA Mobilização Nacional Indígena em Brasília em defesa dos direitos indígenas assegurados na Constituição. Foto: Fabio Nascimento Uma das fotos da exposição mostra indígenas de várias etnias em vigília no Congresso Nacional, em Brasília, para garantir seus direitos no texto final da Constituição, 1988. Foto: Beto Ricardo-ISA. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 9 Vemos portanto, dois conflitos sempre presentes na história indígena: Daniel Munduruku INTERESSES: MÃO DE OBRA INDÍGENA TERRAS INDÍGENAS INTEGRAR O indígena RESPEITAR A ALTERIDADE Soldados índios da província de Curitiba escoltandoindígena frente aos europeus, já que os Tamoios e os Tupiniquins tinham seus próprios motivos para se aliarem aos franceses ou aos portugueses. (Adaptado de Manuela Carneiro da Cunha, Introdução a uma história indígena. São Paulo: Companhia das Letras/Fapesp, 1992, p. 18.) Com base no excerto e nos seus conhecimentos sobre os primeiros contatos entre europeus e indígenas no Brasil, assinale a alternativa correta. a) A população ameríndia era heterogênea e os conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus. b) O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos aliados contribuiu para neutralizar as disputas entre franceses e portugueses pelo controle do Brasil, pelo papel mediador que os nativos exerciam. c) Os indígenas, agentes de sua história, desde cedo souberam explorar as rivalidades entre os europeus e mantê-los afastados dos seus conflitos interétnicos, anulando o impacto da presença portuguesa. d) As etnias indígenas viviam em harmonia umas com as outras e em equilíbrio com a natureza. Esse quadro foi alterado com a chegada dos europeus, que passaram a incentivar os conflitos interétnicos para estabelecer o domínio colonial. 23 - (UNICAMP 2020) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 48 @dedaaladim Sobre o Governo Geral, instalado no Brasil pelo regimento de 1548, pode-se afirmar que: a) acabou, de imediato, com o sistema de capitanias hereditárias. b) teve total sucesso ao impor a centralização política em toda a colônia, como forma de facilitar a defesa do território. c) teve curta duração, pois foi dissolvido durante a ocupação francesa do Rio de Janeiro, em 1555. d) durou até 1808, apesar de, a partir de 1720, os governadores passarem a ser chamados de vice reis. e) adotou, desde o início, o Rio de Janeiro como única capital, em virtude do grande sucesso da cultura canavieira nas províncias do Rio de Janeiro e São Paulo. (...) Desde a saída do Conde Maurício de Nassau do governo dominado pelos holandeses na América, em 1644, foi-se ampliando um clima de descontentamento entre os colonos em Pernambuco, provocado por incompatibilidades com o novo rumo dado à administração da capitania pela Companhia das Índias, considerado prejudicial aos seus negócios. Entre outras coisas, a Companhia passou a cobrar os empréstimos concedidos por Nassau, e quando esses não eram pagos, os juros aplicados eram extorsivos. Em 1645 teve início um movimento de revolta contra o domínio holandês que ficou conhecido como Insurreição Pernambucana. Disponível em: http://www.multirio.rj.gov.br. Acesso em: 14 set. 2020. A expulsão dos holandeses do Brasil gerou sérios problemas para a economia da Colônia portuguesa devido ao fato de os holandeses: a) terem se negado a vender o açúcar brasileiro, que passou a ser substituído pelo açúcar estadunidense. b) terem se aliado à França para produzir açúcar a fim de dividirem o lucrativo mercado açucareiro europeu. c) terem iniciado a própria produção de açúcar nas Antilhas quebrando o monopólio do açúcar brasileiro. d) terem iniciado a produção de açúcar junto a países árabes acabando com o monopólio do açúcar brasileiro. e) iniciarem uma campanha difamatória afirmando que o açúcar brasileiro era impuro devido ao fato de ser produzido por escravizados africanos. 25 - (UNICHRISTUS - MEDICINA 2021) 24 - (ESPCEX (AMAN)) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 49 @dedaaladim Estátuas famosas da cidade de São Paulo como a do bandeirante Borba Gato, em Santo Amaro, na Zona Sul, e a de Bartolomeu Bueno da Silva, no Parque Trianon, na Avenida Paulista, ganharam um “adereço macabro” nas últimas semanas. Com o objetivo de ressignificar a história das figuras que elas representam, um grupo de manifestantes colocou caveiras em frente a essas estátuas e as fotografou. As fotos viralizaram nas redes sociais. Bandeirantes como Borba Gato desbravaram territórios no interior do país e capturaram e escravizaram indígenas e negros. Isso quando não os matavam em confrontos que acabaram por dizimar etnias, segundo historiadores. (Bárbara Muniz Vieira. “Crânios são colocados ao lado de monumentos de bandeirantes para ressignificar história de SP”. g1.globo.com, 27.10.2020. Adaptado.) Do ponto de vista histórico, a proposta de “resinificar monumentos”, realizada pelo grupo, a) é uma transferência para a história e a historiografia da prática de cancelamento de pessoas nas redes sociais. b) entende a função da história como celebração dos mitos e heróis do passado. c) representa uma análise crítica e um esforço de revisão da memória histórica. d) demonstra uma percepção otimista e ufanista da identidade e do passado brasileiros. e) mostra clara descrença na história e a valorização do trabalho de artistas consagrados. A produção de açúcar no Brasil colonial era parte de um conjunto de processos e relações que ultrapassavam os limites da colônia e incluíam: a) a estruturação do engenho como unidade produtiva, a disposição portuguesa de povoar a colônia e o comércio sistemático com a América espanhola. b) as técnicas de cultivo indígenas, as mudas de cana procedentes do mundo árabe e a intermediação britânica na comercialização. c) a adaptação da cana à terra roxa do Nordeste, o conhecimento técnico dos imigrantes e a atuação holandesa no transporte marítimo. d) a constituição da grande propriedade, o tráfico de africanos escravizados e a existência de amplo mercado consumidor na Europa. e) o avanço da ocupação das áreas centrais da colônia, o recurso à mão de obra nativa e o crescimento do gosto pelos sabores doces na Europa. 26 - (UNESP 2022) 27 - (UNESP 2021) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 50 @dedaaladim Após as primeiras expedições, os enviados da Coroa portuguesa perceberam que não seria possível obter aqui [no Brasil] lucros fáceis e imediatos. (COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. p. 217) Qual foi o principal motivo que levou os colonizadores portugueses a entenderem que a exploração da colônia na América do Sul não seria fácil? a) A incapacidade de utilizar a mão de obra indígena na nascente produção agrícola do café. b) O alto custo do cativo africano que dificultava a utilização do trabalho escravo em larga escala no plantio da cana-de-açúcar. c) A ação econômica e militar de nações europeias que não reconheciam o Tratado de Tordesilhas assinado entre Portugal e Espanha. d) Os portugueses não encontraram jazidas de ouro como ocorrera em outras regiões da América do Sul, especialmente em áreas exploradas pelos espanhóis. e) A escassa população portuguesa que inviabilizava uma imigração em número suficiente para colonizar o Brasil. Nos dois primeiros séculos de colonização, a empresa colonial giraria em torno da cana: a formação de vilas e cidades, a defesa de territórios, a divisão de propriedades, as relações com diferentes grupos sociais e até a escolha da capital. (Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia, 2018. Adaptado.) O excerto apresenta o avanço da produção de cana-de-açúcar no Brasil colonial como: a) a adoção de uma sociedade de modelo feudal, que determinou a forte dependência da economia brasileira em relação às grandes potências europeias do período. b) a definição de um perfil para a ação portuguesa na América, que incluiu a produção voltada ao mercado externo e a consolidação da ocupação territorial. c) o estabelecimento de mecanismos reguladores da relação colônia-metrópole, que passava a funcionar a partir do princípio da liberdade comercial.d) a conformação de uma economia diversificada, que assegurava a expansão territorial e uma distribuição equilibrada dos recursos metropolitanos nas áreas de colonização. e) o deslocamento do eixo econômico da colônia, que avançou para o centro do território e passou a privilegiar a agricultura extensiva baseada em mão de obra indígena. 28 - (ESA 2023) 29 - (ALBERT EINSTEIN - MEDICINA 2022) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 51 @dedaaladim Uma sombra pairava sobre as tão esperadas descobertas auríferas: a multidão de aventureiros que se espalhara por serras e grotões mostrava-se criminosa e desobediente aos ditames da Coroa ou da Igreja. Carregavam consigo tantos escravos que o preço da mão de obra começara a aumentar na Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Ao fim de dez anos, a tensão entre paulistas e forasteiros, entre autoridades e mineradores, só fazia aumentar. DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma breve história do Brasil. São Paulo: Planeta, 2010. No contexto abordado, do início do século XVIII, a medida tomada pela Coroa lusitana visando garantir a ordem na região foi a a) regulamentação da exploração do trabalho. b) proibição da fixação de comerciantes. c) fundação de núcleos de povoamento. d) revogação da concessão de lavras. e) criação das intendências das minas. A primeira missa no Brasil é um momento emblemático do início da colonização portuguesa na América, celebrada poucos dias após a chegada e desembarque dos portugueses na costa brasileira,imortalizada pela narrativa na Carta de Pero Vaz de Caminha e no óleo sobre tela de Victor Meirelles. A ocupação de fato demorou um pouco mais a acontecer, dentre as razões para seu início, temos: 30 - (Enem PPL) 31 - (PUCPR) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 52 @dedaaladim a) o aumento do comércio de especiarias com o Oriente, levando à maior necessidade de mercados consumidores. b) a descoberta de metais preciosos na colônia portuguesa, acelerando o interesse da metrópole na exploração de sua colônia. c) a probabilidade da tomada das terras por corsários ingleses que vinham atrás do contrabando de escravos indígenas para outras colônias. d) a necessidade de tomar posse e defender suas terras para evitar a vinda de exploradores sem o conhecimento da coroa portuguesa. e) a construção das feitorias para armazenar pau-brasil e carregar navios, promovendo a migração de um grande contingente de portugueses para povoar e cuidar das novas vilas. Durante o período de domínio holandês no nordeste brasileiro, no século XVII, houve: a) apoio às iniciativas exploradoras do sertão e descoberta das primeiras jazidas de ouro e pedras preciosas na colônia. b) aumento da presença de protestantes na colônia e perseguição sistemática aos judeus e aos católicos. c) estímulo à vinda de naturalistas e pintores e produção de acervo iconográfico e documental sobre a vida na colônia. d) ampliação dos investimentos na produção açucareira e supressão das formas de trabalho compulsório na colônia. e) acirramento dos conflitos da colônia com as áreas vizinhas da América e união dos reinos de Portugal e da Espanha. Lendo atentamente os Autos da devassa da Inconfidência Mineira, o que encontramos? Os envolvidos são “filhos de Minas”, “naturais de Minas”. A terra era o “País de Minas”, percebido como “continente” ou como capitania. JANCSÓ, I.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000. A identificação exposta no texto destaca uma característica do domínio português na América ao apontar para: a) relevância da atividade intelectual da elite colonial. b) ineficácia da ação integrativa das ordens religiosas. c) fragmentação do território submetido ao controle metropolitano. d) invisibilidade de eventos revolucionários do continente europeu. e) abrangência do processo de aculturação das sociedades nativas. 32 - (FAMERP 2022) 33 - (Enem PPL) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 53 @dedaaladim O projeto de ocupação populacional da Colônia foi estabelecido entre 1534 e 1536, com a adoção do sistema de capitanias hereditárias, que já havia sido empregado com sucesso nas ilhas atlânticas e, além do Brasil, seria estendido à Angola. O objetivo do rei D. João III com o sistema de capitanias hereditárias era promover a ocupação territorial, transferindo o ônus para particulares. O sistema consistia na concessão pelo rei de extensos domínios a particulares, os quais recebiam uma carta de doação real e um foral, no qual estavam especificadas suas obrigações. O donatário, nome dado ao particular que recebia a capitania, tinha o direito de explorá-la economicamente, administrar a Justiça e, ao mesmo tempo, estava obrigado a se sujeitar à autoridade da Coroa, a recolher os tributos e a expandir a fé católica, entre outras atribuições. Cabia ao donatário, ainda, a concessão de sesmarias, grandes extensões de terras que estão na origem do latifúndio no Brasil. O sistema, contudo, começou a apresentar problemas para os donatários. Poucas foram as capitanias que efetivamente prosperaram. https://tinyurl.com/y6q37ysu. Acesso em: 15.10.2019. Adaptado. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, algumas das causas do fracasso do sistema descrito no texto. a) A maior parte dos donatários enfrentou a resistência dos grupos indígenas à ocupação de seus territórios tradicionais, os altos custos de manutenção e de desenvolvimento das capitanias e/ou a falta de assistência por parte da Coroa portuguesa. b) Por serem de origem nobre, os donatários não demonstraram as habilidades necessárias para administrar adequadamente os recursos econômicos de suas capitanias e gerar lucros, forçando a Coroa portuguesa a promulgar a Lei de Terras. c) A natureza política do sistema de capitanias hereditárias foi questionada pela burguesia portuguesa, que recorreu a cortes internacionais para impedir a distribuição da maior parte das terras americanas aos membros da nobreza. d) O declínio do sistema é consequência do fracasso agrícola, causado pela alternância de períodos de chuva intensa e secas prolongadas, características do clima de monções predominante na maior parte do território americano. e) O sistema entrou em colapso quando a terceira geração de donatários foi derrotada na guerra contra os corsários franceses, que, após a vitória, ocuparam os territórios das antigas capitanias hereditárias. 34 - (FATEC 2020) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 54 @dedaaladim A partir da segunda metade do século XVIII, o número de escravos recém-chegados cresce no Rio e se estabiliza na Bahia. Nenhum lugar servia tão bem à recepção de escravos quanto o Rio de Janeiro. FRANÇA, R. O tamanho real da escravidão. O Globo, 5 abr. 2015 (adaptado). Na matéria, o jornalista informa uma mudança na dinâmica do tráfico atlântico que está relacionada à seguinte atividade: a) Coleta de drogas do sertão. b) Extração de metais preciosos. c) Adoção da pecuária extensiva. d) Retirada de madeira do litoral. e) Exploração da lavoura de tabaco. Eu por vezes tenho dito a V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da França, e isto por ver por conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao estado e aumento dos senhorios de V. A. E tudo se encerrava em vós, Senhor, trabalhardes com modos honestos de fazer que esta gente não houvesse deentrar nem possuir coisa de vossas navegações, pelo grandíssimo dano que daí se podia seguir. Serafim Leite. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, 1954. O trecho acima foi extraído de uma carta dirigida pelo padre jesuíta Diogo de Gouveia ao Rei de Portugal D. João III, escrita em Paris, em 17/02/1538. Seu conteúdo mostra: a) a persistência dos ataques franceses contra a América, que Portugal vinha tentando colonizar de modo efetivo desde a adoção do sistema de capitanias hereditárias. b) os primórdios da aliança que logo se estabeleceria entre as Coroas de Portugal e da França e que visava a combater as pretensões expansionistas da Espanha na América. c) a preocupação dos jesuítas portugueses com a expansão de jesuítas franceses, que, no Brasil, vinham exercendo grande influência sobre as populações nativas. d) o projeto de expansão territorial português na Europa, o qual, na época da carta, visava à dominação de territórios franceses tanto na Europa quanto na América. e) a manifestação de um conflito entre a recém criada ordem jesuíta e a Coroa portuguesa em torno do combate à pirataria francesa. 35 - (Enem 2019) 36 - (FUVEST) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 55 @dedaaladim Síntese entre erudito e popular Na região mineira, a separação entre cultura popular (as artes mecânicas) e erudita (as artes liberais) é marcada pela elite colonial, que tem como exemplo os valores europeus, e o grupo popular, formado pela fusão de várias culturas: portugueses aventureiros ou degredados, negros e índios. Aleijadinho, unindo as sofisticações da arte erudita ao entendimento do artífice popular, consegue fazer essa síntese característica deste momento único na história da arte brasileira: o barroco colonial. MAJORA, C. BrHistória, n. 3, mar. 2007 (adaptado). No século XVII, a arte brasileira, mais especificamente a de Minas Gerais, apresentava a valorização da técnica e um estilo próprio, incluindo a escolha dos materiais. Artistas como Aleijadinho e Mestre Ataíde têm suas obras caracterizadas por peculiaridades que são identificadas por meio: a) do emprego de materiais oriundos da Europa e da interpretação realista dos objetos representados. b) do uso de recursos materiais disponíveis no local e da interpretação formal com características próprias. c) da utilização de recursos materiais vindos da Europa e da homogeneização e linearidade representacional. d) da observação e da cópia detalhada do objeto representado e do emprego de materiais disponíveis na região. e) da utilização de materiais disponíveis no Brasil e da interpretação idealizada e linear dos objetos representados. 38 - (Enem PPL 2015) Os holandeses desembarcaram em Pernambuco no ano de 1630, em nome da Companhia das Índias Ocidentais (WIC), e foram aos poucos ocupando a costa que ia da foz do Rio São Francisco ao Maranhão, no atual Nordeste brasileiro. Eles chegaram ao ponto de destruir Olinda, antiga sede da capitania de Duarte Coelho, para erguer no Recife uma pequena Amsterdã. NASCIMENTO, R. L. X. A toque de caixas. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 6, n. 70, jul. 2011. Do ponto de vista econômico, as razões que levaram os holandeses a invadirem o nordeste da Colônia decorriam do fato de que essa região: a) era a mais importante área produtora de açúcar na América portuguesa. b) possuía as mais ricas matas de pau-brasil no litoral das Américas. c) contava com o porto mais estratégico para a navegação no Atlântico Sul. d) representava o principal entreposto de escravos africanos para as Américas. e) constituía um reduto de ricos comerciantes de açúcar de origem judaica. 37 - (Enem PPL 2014) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 56 @dedaaladim A expulsão da Companhia de Jesus de todos os territórios portugueses, em 1759, foi uma das medidas mais polêmicas tomadas por Pombal. Em geral, as justificativas para esse ato são a total incompatibilidade entre o controle das práticas pedagógicas adotadas pelos jesuítas e o projeto educacional iluminista pombalino. Todavia, é importante assinalar que tal expulsão também está relacionada: a) aos embates entre o Despotismo Esclarecido e as convicções dogmáticas da Igreja, que persistiram no governo de Pombal e de D. Maria I. b) à imposição do catolicismo como religião oficial da colônia, fruto da subordinação da coroa portuguesa às decisões do papa. c) ao controle do comércio de escravos africanos pelos jesuítas na região norte, impedindo lucros para a coroa portuguesa. d) à influência da burguesia huguenote na corte de D. José I, exigindo o direito de educar os filhos dos colonos, até então monopólio dos jesuítas. e) ao interesse em estabelecer o controle sobre as fronteiras da América portuguesa e sobre os recursos econômicos produzidos nessas. A partir de 1750-60, a produção mineradora começou a declinar. Tal mudança, articulada a outros elementos, determinou uma revisão da política mercantilista durante a administração do Marquês de Pombal, secretário de Estado de D. José I. ALBUQUERQUE, Manuel Maurício de. Pequena História da Formação Social Brasileira. 2.ed. Rio de Janeiro: Graal, 1981, p.100. (Adaptado). A crise econômica da segunda metade do século XVIII abriu caminho para as reformas pombalinas, vistas como inevitáveis para a recuperação econômica do reino de Portugal e que se caracterizavam, entre outras medidas, a) pelo estreitamento das relações comerciais com a Inglaterra, país que era visto como mercado seguro dos produtos primários das colônias portuguesas. b) pelo estreitamento das relações com a Igreja, com o aumento da presença dos jesuítas, vistos como agentes importantes da modernização educacional. c) pelo incentivo à produção manufatureira na colônia, com o objetivo de diminuir a dependência econômica em relação aos produtos primários. d) pelo surgimento dos primeiros projetos de abolição de escravos, com o objetivo de formar um mercado consumidor para as indústrias da colônia. 40 - (UFU 2015) 39 - (MACKENZIE - 2015) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 57 @dedaaladim Gabarito 1 - e 2 - c 3 - a 4 - e 5 - d 6 - d 7 - d 8 - c 9 - e 10 - b 11 - c 12 - b 13 - c 14 - b 15 - e 16 - a 17 - b 18 - d 19 - a 20 - d 21 - b 22 - b 23 - a 24 - d 25 - c 26 - c 27 - d 28 - d 29 - b 30 - e 31 - d 32 - c 33 - c 34 - a 35 - b 36 - a 37 - a 38 - b 39 - e 40 - c Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.comselvagens. Jean-Baptiste Debret. Litografia em papel. 1834. Famille d ún Chef Camacan se Preparant pour une fête. Jean-Baptiste Debret. 1835. O Brasil foi ‘inventado’ a partir das dores de suas mulheres, e é importante não esquecermos esta história para podermos olhar de frente para nosso passado e aprendermos com ele. O Brasil precisa se reconciliar com sua história; aceitar que foi ‘construído’ sobre um cemitério. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com 10 @dedaaladim Aula 2 EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA E ACHAMENTO DO BRASIL Contexto da expansão marítima: • Crise do feudalismo. • Expansão comercial da baixa Idade Média. • Renascimento e mudança da mentalidade europeia. • Espírito de aventura. Interesses envolvidos na expansão: • Rei: fortalecimento do poder real, reforço da centralização do Estado, oportunidade de criar novas fontes de receita, forma de ocupar os nobres e motivo de prestígio. • Nobreza: obtenção de cargos, títulos, terras. • Igreja: expansão do cristianismo, especialmente no contexto da contrarreforma. • Burguesia: lucro com o comércio e exploração em busca de rotas alternativas de navegação. • Povo: emigrar, tentar uma vida melhor, fugir da opressão religiosa. A CHEGADA AO BRASIL PROBLEMATIZAÇÃO: “nascimento”, “descobrimento” do Brasil. Por que começamos nossa História em 1500? A visão etnocêntrica impediu o europeu de compreender as diferenças entre a sua cultura e a indígena – houve a imposição de valores aos nativos e o desrespeito à ALTERIDADE. Para o historiador Tzvetan Todorov, Colombo não conheceu a América, mas a reconheceu: Colombo já sabe antes da viagem o que vai encontrar, a experiência não existe para investigar, e sim para encontrar uma verdade pré-estabelecida.” O que ele “entende” e “escuta”, é simplesmente o que interessa a ele. Lopo Homem, 1519, Atlas Náutico Português Bibliothèque Nationale de France Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 11 @dedaaladim Pero Vaz lendo sua carta. Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo (1854–1916) Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm, nem entendem em nenhuma crença. E portanto, se os degredados, que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa intenção de Vossa Alteza, se hão de fazer cristãos e crer em nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa simplicidade. E imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho, que lhes quiserem dar, uma vez que Nosso Senhor, que lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por aqui nos trouxe, creio que não foi sem causa. A Primeira Missa no Brasil, quadro de Victor Meirelles (1860) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 12 @dedaaladim Aula 3 ADMINISTRAÇÃO COLONIAL Assim que os espanhóis chegaram na América (1492), a posse do continente foi contestada por Portugal, resultando no Tratado de Tordesilhas (1494): o mundo foi dividido em dois hemisférios, separados por uma linha imaginária. As terras descobertas a oeste da linha pertenceriam à Espanha; as que se situavam a leste caberiam a Portugal. A divisão era controversa, pois nunca foi possível estabelecer com exatidão por onde passava a linha de Tordesilhas. Além disso, a França sempre contestou o tratado, dizendo que possuía a terra apenas quem a ocupasse. No caso do Brasil, Portugal não nos levou tão a sério no início pois não encontraram ouro nem prata de cara como os espanhóis, então o Brasil foi deixado “de lado” por um tempo. A Índia e o comércio de especiarias do oriente eram a prioridade de Portugal. Mas isso logo ia mudar, pois outros países estavam fazendo pirataria na costa brasileira, comercializando conosco irregularmente e ameaçando a soberania de Portugal. A maior ameaça à posse do Brasil por Portugal não veio dos espanhóis e sim dos franceses e dos holandeses! Como o Brasil foi administrado e dominado nos seus primeiros anos de colonização! MAPA. TRATADO DE TORDESILHAS. Por que o Brasil vai ser colonizado? FEITORIAS: entrepostos comerciais fortificados na região costeira para centralizar e organizar o comércio. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 13 @dedaaladim AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS Portugal dividiu a costa brasileira em 15 capitanias e as deu aos capitães donatários, pessoas ligadas à Coroa que eram burocratas, comerciantes, burgueses, pequenos nobres. Eles eram administradores, mas não proprietários da terra! Os donatários tinham poder econômico e administrativo: eles cuidavam, cobravam impostos, fundam vilas, doavam sesmarias, formavam milícias para defesa, cuidavam da justiça e investiam na capitania, mas quem podia vender, dividir ou até mesmo acabar com a capitania era apenas o rei. MAPA: Circum-navegação de Fernão de Magalhães e Juan Sebastián Elcano. Autor: Sémhur. BEZERRA, Juliana. Capitanias Hereditárias. Toda Matéria, [s.d.]. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 14 @dedaaladim SESMARIAS Eram extensões virgens de terra que eram dadas aos sesmeiros, que tinham a missão de cultivá-las em 5 anos e dar os impostos devidos à coroa. E as sesmarias têm dois detalhes importantes: 1- muitas vezes a obrigação de cultivar a terra não foi cumprida 2- as sesmarias originaram muitos LATIFÚNDIOS: grandes extensões de terra com um só proprietário. Essa característica é relevante, pois até hoje a concentração fundiária é um problema no Brasil Apenas duas capitanias não faliram: São Vicente e Pernambuco. As que sobreviveram foram justamente as que tinham grande produção de açúcar e uma relação menos violenta com os indígenas. GOVERNO GERAL: uma tentativa de centralizar o governo contra indígenas e outros países que queriam invadir o Brasil A capitania escolhida para sediar o governo foi a Bahia, a cidade de Salvador é construída e se torna nossa primeira capital. E, junto com o primeiro governador geral, Tomé de Souza, chegaram ao Brasil os primeiros JESUÍTAS: missionários católicos que vinham ao Brasil converter os índios e expandir o catolicismo. Gravura publicada no livro História da Missão dos Padres Capuchinos na Ilha do Maranhão e Terras Circunvizinhas, de Claude d’Abbeville, 1614. Domínio público “Anchieta e Nóbrega na cabana de Pindobuçu”, por Benedito Calixto (1927) Antônio Parreiras. Fundação de São Paulo, 1913, óleo sobre tela Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 15 @dedaaladim Aula 4 ECONOMIA COLONIAL E “CICLO” DO AÇÚCAR Reprodução fotográfica Pedro Oswaldo Cruz. Engenho Manual que Faz Caldo de Cana, 1822. Jean-Baptiste Debret. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 16 @dedaaladim ESCAMBO E PAU BRASIL Nos anos iniciais de colonização, a principal atividade econômica foi a extração do pau- brasil, obtida por meio de troca com os índios. O pau brasil era valioso na Europa pela qualidade da madeira e porque com a casca da árvore se produzia tinta vermelha. Rapidamente os nativos perceberam que o escambo era desigual, até porque os indígenas encontravam as árvores, as derrubaram, cortavam e transportavam, era muitacoisa! Como aconteceu em toda a América Latina, o Brasil viria a ser uma colônia cujo sentido básico seria o de fornecer ao comércio europeu gêneros alimentícios ou minérios de grande importância.” As colônias tinham basicamente a função de garantir lucro às metrópoles. Desde o início de nossa história, a economia brasileira é muito ligada ao LATIFÚNDIO, grandes terras com um único proprietário. O latifúndio era conveniente porque, com grandes extensões de terra sendo cultivadas, gera-se muitos excedentes para exportar para a Metrópole e para o comércio, enquanto os pequenos proprietários tendem a produzir para o consumo próprio. PLANTATION: forma de monocultura (cultivo de uma única espécie) feita por mão de obra escravizada que era muito interessante para a metrópole, afinal era uma produção em larga escala de um elemento EXPORTÁVEL. Logo, o plantation tem quatro elementos principais: latifúndio, monocultura, escravismo e exportação. Vale lembrar que a Europa passava pelo Mercantilismo, onde acreditava-se que os Estados deveriam reunir a maior quantidade possível de metais preciosos. Eles também eram adeptos ao EXCLUSIVO COLONIAL: basicamente, era tentar impedir ao máximo relações comerciais da colônia com outros países que não a Metrópole. Então proibiam o Brasil de comprar produtos de países que não fossem Portugal e de exportar suas mercadorias para outros países. Mas, não apenas havia muito contrabando como a própria coroa portuguesa teve que abrir exceções dentro da exclusividade colonial, especialmente para seus parceiros coloniais. Boris Fausto Engenho de açúcar, Nordeste brasileiro, 1816. GOMES, Laurentino. Defrichement d´une forêt. Johann Moritz Rugendas, 1827. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 17 @dedaaladim Comme les Indiens coupent et traitent le Sucre (Como os índios cortam e tratam a cana-de-açúcar). Pieter van Der Aa. 1729, sobre desenho de Theodore de Bry. CICLO DO AÇÚCAR “CICLO”? Nós usamos a palavra “ciclo” do açúcar para facilitar o entendimento, mas os historiadores não usam mais essa palavra, pois dá a ideia de início, meio e fim, o que certamente não foi o caso do açúcar ou de outros produtos, como o café. O avanço da exploração do ouro no século XVIII, por exemplo, não significou o fim da economia açucareira. É mais adequado falar a palavra conjuntura, ou seja, fases melhores ou piores. AÇÚCAR O açúcar era uma especiaria difícil de conseguir, caro e um ítem de altíssimo luxo! Não é nativo do Brasil, mas se estabeleceu super bem no nosso terreno e clima. Aqui no Brasil não existiam refinarias de açúcar, produzia-se o chamado açúcar barreado, que pode virar tanto açúcar refinado (branquinho que vemos no mercado) quanto mascavo. Os grandes centros açucareiros na Colônia foram Pernambuco e Bahia, por causa de fatores climáticos, geográficos, políticos e econômicos. As duas capitanias tinham solos de qualidade, bom regime de chuvas e tinham facilidade para escoar a produção, tornando Salvador e Recife portos importantes. O ENGENHO Os engenhos eram centros de produção açucareira comandados pelo senhor de engenho, que morava na Casa Grande. O engenho abrangia todo o processo desde o plantio da cana até a feitura do açúcar e as senzalas, onde viviam os escravizados. Os senhores de engenho se tornaram uma elite temida e respeitada, com riqueza e poder, mas sem títulos hereditários de nobreza como na Europa. Mas, o engenho era um empreendimento com riscos, com variação econômica e que dependia de um grande investimento, podendo resultar em um grande lucro ou grande falência. Dessa forma, os engenhos foram muito mais permanentes que os seus senhores; muitos engenhos mantiveram seus nomes por séculos, mas trocaram de dono várias vezes. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 18 @dedaaladim ESCRAVIDÃO Ao falar de economia, é inevitável falar de escravidão, afinal o Brasil era um país ESCRAVISTA e nossa economia era altamente dependente dela. Inicialmente houve a escravidão indígena, e a transição dela para a escravidão africana foi lenta e variou muito de acordo com o local! Então, mesmo com a escravidão africana crescendo e a indígena sendo proibida, as duas existiram durante a maior parte da nossa história. - Os nativos tinham uma cultura completamente INCOMPATÍVEL com a dos europeus e seu modo de trabalho, o que originou o mito do “índio preguiçoso”, já que eles não viviam sob a ótica de acumular riquezas - Muitas etnias indígenas tinham divisão de gênero para o trabalho, e muitos homens se recusaram a trabalhar com a agricultura - O genocídio indígena gerou uma diminuição massiva da população - A escravidão africana era defendida pela Igreja e por falsas justificativas científicas - Especialização: muitos dos povos africanos eram especializados em mineração, plantio, cuidado com gado, comércio, etc. - a Coroa lucrava com o comércio internacional de escravos - Os indígenas eram “protegidos” pela lei, enquanto os africanos não eram sequer considerados pessoas, mas objetos. Levar em conta que os mesmos jesuítas que eram contra a escravidão indígena realizavam violência cultural contra os nativos. Padre Manuel da Nóbrega, por exemplo, dizia que “índios são cães em se comerem e matarem, e são porcos nos vícios e na maneira de se tratarem”. Por que a escravidão indígena foi substituída pela africana? O jantar. Passatempos depois do jantar. Jean-Baptiste Debret. Cerca de 1830. Navio negreiro de Johann Moritz Rugendas,1830. O jantar. Passatempos depois do jantar. Jean-Baptiste Debret. Cerca de 1830. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 19 @dedaaladim Aula 5 INVASÕES ESTRANGEIRAS E REVOLTAS COLONIAIS INVASÕES FRANCESAS A maior ameaça à posse do Brasil por Portugal não veio dos espanhóis e sim dos franceses. A França não reconhecia os tratados de partilha do mundo, acreditando que só era dono de uma terra quem a ocupasse de fato. A França chegou a ocupar o Brasil e fazer verdadeiros reinados franceses aqui: a França Antártica e Equinocial FRANÇA ANTÁRTICA: foi feita uma colônia francesa na Guanabara, Rio de Janeiro. Eles conseguiram se estabelecer aqui se aliando aos indígenas Tamoios, que gostavam dos franceses porque eles não os escravizaram nem roubavam suas terras, apenas comercializavam pau brasil, então os Tamoios preferiam os franceses aos portugueses. Para combatê-los, Portugal se uniu aos Temiminós, inimigos dos Tamoios. Os franceses foram expulsos do Rio de Janeiro e os tamoios foram massacrados, e foi um conflito tanto entre Portugal e França quanto entre Tamoios e Temiminós. De lá, os franceses foram para o Maranhão e construíram o Forte de São Luís (padroeiro da França e nome do rei). O local onde era o forte de São Luís foi derrubado e hoje é o palácio dos leões. Eles fundaram no Maranhão a FRANÇA EQUINOCIAL, mas lá também houve falta de recursos e disputas internas (especialmente tretas religiosas em relação ao protestantismo), e eles foram derrotados em 1615. AS INVASÕES HOLANDESAS As invasões holandesas que ocorreram no século XVII foram o maior conflito político-militar da Colônia. Os holandeses ficaram aqui por mais de 20 anos e chegaram a dominar quase toda a costa brasileira. Mostrando a dimensão da luta pelo controle do açúcar e tráfico de escravizados. Esses conflitos exigiram não só esforços de Portugal, mas da população local, e mostraram o poder da colônia de fazer ações autônomas. Por que os holandeses vieram parar aqui? O que estava acontecendo? Licensed to Loriane Bulhak- bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 20 @dedaaladim Mapa do Brasil Holandês de 1630-1654 sobreposto a um mapa atual do Brasil. UNIÃO IBÉRICA: O trono português passou para a coroa espanhola depois de uma crise sucessória. Basicamente, dois reis de Portugal morreram sem herdeiros e o rei da Espanha clamou o trono por ser parente de um deles. Assim começou a União Ibérica, que duraria 60 anos (1580-1640). Muitas mudanças ocorreram na administração de Portugal, mas um detalhe que diz respeito ao Brasil é que a Holanda era parceira comercial de Portugal, mas grande inimiga da Espanha. A Holanda criou a Companhia das índias Orientais e a Companhia das Índias Ocidentais para explorar economicamente territórios que eram de Portugal e da Espanha. Seus alvos principais eram a ocupação das zonas de produção açucareira na América portuguesa e o controle do suprimento de escravos. As invasões começaram com a ocupação de Salvador, em 1624. Os holandeses levaram pouco mais de 24 horas para dominar a cidade, mas não conseguiram sair de seus limites e se renderam um ano depois. Eles ainda conquistaram Pernambuco, Ceará, Paraíba e uma parte do Maranhão. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 21 @dedaaladim No início, eles eram mais violentos e saqueavam igrejas, destruíam estátuas e santos (afinal, os holandeses eram protestantes e contra o catolicismo). Mas, quando estabeleceram controle sobre quase todo o litoral, perceberam que não conseguiriam governar sem o apoio da população. Permitiram liberdade religiosa, deram empréstimos aos senhores locais, permitiram aos judeus exilados em Amsterdam se mudassem para Pernambuco – grande parte dessas coisas ocorreu durante o governo do holandês MAURÍCIO DE NASSAU. REVOLTAS COLONIAIS REVOLTA DOS BECKMAN (1684 – MARANHÃO) • Contexto: Maranhão passando por crise econômica desde a expulsão dos holandeses e sem condições de comprar mão de obra escrava africana, além da forte ação dos jesuítas (especialmente o Padre Antônio Vieira) que dificultavam a captura de indígenas para serem escravizados • a Coroa instituiu a Companhia do Comércio do Maranhão (1682), que teria o monopólio de todo o comércio do Maranhão por um período de vinte anos com a obrigação de introduzir dez mil escravos africanos por preços tabelados. • Sem conseguir cumprir adequadamente os compromissos, a operação da Companhia agravou a crise econômica e fez crescer o descontentamento: sob a liderança dos irmãos Manuel e Tomás Beckman, um grupo dissolve a Companhia e expulsa vários jesuítas • Portugal reprimiu violentamente o conflito e os líderes foram condenados à morte. Depois de Nassau sair do Brasil e depois do fim da União Ibérica, Portugal tentou negociar a devolução das terras do Brasil, mas falhou. Na época, os preços do açúcar estavam caindo e os senhores de engenho estavam muito endividados com a Cia das índias ocidentais, então Portugal decidiu atacar os holandeses. TEM INÍCIO A INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA, que expulsou os holandeses do Brasil. Manuel Beckman: um dos líderes da revolta Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 22 @dedaaladim GUERRA DOS MASCATES (1710 – PERNAMBUCO) REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA (1817) • Contexto: crise econômica por causa da baixa do açúcar no mercado internacional e da concorrência do açúcar produzido nas Antilhas. • Sem capital para saldar suas dívidas com a Cia das Índias, os senhores de engenho de Olinda começaram a pegar empréstimos com comerciantes portugueses (mascates) que moravam em um simples povoado chamado Recife. • Uma rivalidade cresce entre recifenses e olindeses. Sabendo de sua importância, os mascates pediram ao rei de Portugal que o povoado de Recife fosse elevado à vila, e os senhores de Olinda se revoltaram. • A Coroa reprime o movimento. Depois de muita luta, Recife foi equiparada a Olinda e se tornou a capital de Pernambuco. Um mascate e seu escravo, de Henry Chamberlain, óleo sobre tela..1822 Foi o único movimento separatista do período colonial que ultrapassou a fase conspiratória e de fato aconteceu, e Pernambuco chegou a ser independente! Causas imediatas: • Presença grande de portugueses na liderança do governo e na administração pública: a população queria que os próprios pernambucanos administrassem a província. • Criação de novos impostos pelo rei Dom João VI, que revoltaram a população não só pelo seu valor mas pela sua finalidade. Havia imposto, por exemplo, para manter a iluminação pública do Rio de Janeiro, enquanto Recife mal tinha uma iluminação pública de qualidade. • Uma grande seca atingiu a região em 1816, aumentando a fome e a miséria e ocasionando uma queda na produção do açúcar e do algodão, produtos que eram a base da economia de Pernambuco e que já estavam em declínio. • Influências das ideias liberais e iluministas. • A pressão da Inglaterra vinha dificultando o tráfico de escravos, que se tornavam cada vez mais caros e eram vitais para a economia pernambucana. O movimento queria a Independência de Pernambuco sob um regime republicano. A Revolução Pernambucana iniciou-se em março de 1817, com a morte de um militar que estava cumprindo as ordens do governador local de prender suspeitos de conspiração. A revolta espalhou-se por Recife e a cidade foi tomada pelos revolucionários. Após a conquista de Pernambuco, os revolucionários instalaram um Governo Provisório. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 23 @dedaaladim Esse Governo Provisório aprovou uma série de medidas que foram colocadas em vigor: foi proclamada a República na Capitania de Pernambuco, decretada a liberdade de imprensa e credo, instituído o princípio dos três poderes e aumento do soldo dos soldados. Os líderes só não chegavam em acordo sobre a manutenção da escravidão, e Portugal acabou retomando Recife pouco mais de um mês depois. Vários líderes foram executados e muitas pessoas presas. Bênção das bandeiras da Revolução de 1817, óleo sobre tela de Antônio Parreiras. Bênção da Bandeira, óleo sobre tela de José Cláudio (2007). Execução de líderes da Revolução Pernambucana. ‘Óleo sobre tela de Antônio Parreiras, século XX. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 24 @dedaaladim Aula 6 BANDEIRANTISMO Na América portuguesa, desde o século XVI os colonos foram os maiores adversários dos Jesuítas, porque eles preferiam escravos indígenas (que eram mais baratos que os africanos). Mas, eram os chamados mamelucos os maiores oponentes dos indígenas. Os mamelucos eram geralmente filhos de portugueses com índias. Homens que dominavam muito bem a língua geral, conheciam as matas, sabiam como enfrentar animais ferozes e por isso eram contratados para caçar indígenas. Muitas vezes negociavam com chefes de Aldeia a troca de prisioneiros por armas e cavalos, outras vezes capturavam nativos nas aldeias ou nos próprios aldeamentos dirigidos pelos Jesuítas. Ciclo da caça ao índio, quadro de Henrique Bernardelli, José Rosael/Hélio Nobre/Museu Paulista da USP. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 25 @dedaaladim Esses mamelucos faziam expedições chamadas de bandeiras. Alguns historiadores diferenciam as bandeiras (expedições de iniciativas particulares) das entradas (patrocinadas pelacoroa ou pelos governadores), mas esses dois tipos de expedição tinham muitas vezes os mesmos membros e objetivos: procurar riquezas no interior do continente, capturar escravos fugidos e indígenas para serem escravizados. Os participantes dessas expedições eram chamados de Bandeirantes, e suas excursões aumentaram o domínio português, passando até mesmo da linha do Tratado de Tordesilhas. Foram os bandeirantes que encontraram ouro em Minas Gerais! Oscar Pereira da Silva. Combate de milicianos de Mogi das Cruzes com botocudos, óleo sobre tela, 100x150cm, 1920 (Acervo do Museu Paulista da USP, São Paulo). “Os Bandeirantes” (óleo sobre tela de Henrique Bernardelli) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 26 @dedaaladim O bandeirante mais famoso foi Domingos Jorge Velho, conhecido pela sua violência e por ter matado Zumbi dos Palmares. Tão importante quanto entender os bandeirantes é entender suas REPRESENTAÇÕES: É indiscutível que eles foram importantes, expandiram as fronteiras, fizeram descobertas e tinham uma organização social menos hierárquica (mas não havia democracia racial!), mas a imagem dos bandeirantes foi IDEALIZADA e HEROICIZADA. Pintura de Benedito Calixto, 1903. Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, Brasil. MONTEIRO, John Manuel. Negros da Terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 13. (Adaptado). Grupo de pessoas ateou fogo à estátua de Borba Gato, na Zona Sul de SP . Foto: Reprodução/ TV Globo Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 27 @dedaaladim Aula 7 CICLO DO OURO E INCONFIDÊNCIAS Diferente do açúcar, podemos usar a palavra “ciclo” com o ouro, pois ele teve início, auge, declínio e fim! Quando chegaram ao Brasil, os europeus procuravam ouro e prata, mas os bandeirantes só foram encontrar esse tipo de riqueza quase 200 anos depois, em 1693, o que foi muito conveniente, pois Portugal passava por vários problemas econômicos. PROBLEMAS ECONÔMICOS DE PORTUGAL: • Guerra com Espanha (fim da União Ibérica). • Conflitos com a Holanda em que teve que pagar indenizações. • Concorrência com o açúcar da América Central. • Dependência econômica com a Inglaterra. Mineradores, 1835. Johann Moritz Rugendas. Litografia. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 28 @dedaaladim O ouro da colônia passava a representar em Portugal uma nova esperança de trabalho e enriquecimento, e muitas pessoas começaram a deixar o país. O fluxo emigratório deixando Portugal era tão grande que, em 1720, dom João V criou uma lei para controlar a situação. De 300 mil habitantes estimados em 1690, a colônia passara a cerca de 3 MILHÕES no final do século XVIII. GUERRA DOS EMBOABAS (1707-09): os bandeirantes paulistas descobriram o ouro e solicitaram o monopólio da sua exploração, mas não foram atendidos. Eles chamavam os portugueses de “emboabas” (estrangeiros) e houve conflito armado entre eles por dois anos. Mesmo os paulistas perdendo, pouco tempo depois foram formalmente perdoados pois a coroa sabia que só eles conseguiam encontrar as jazidas minerais. RESULTADOS DA GUERRA • Separação de SP e RJ e criação de MG. • Elevação da Vila de São Paulo à cidade. • Criação de vários órgãos para melhorar a arrecadação de impostos e diminuir a pirataria, que acontecia muito no início. Pintura representando a Guerra dos Emboabas. Autor desconhecido, século XVIII, Bahia. FORMAS DE TAXAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO AURÍFERA • Casas de fundição: locais onde as pessoas iam para derreter (fundir) o ouro, pois Portugal definiu que o ouro só podia sair de Minas em forma de barra, e para isso ele precisava ser fundido. Nas casas de fundição era cobrado O QUINTO, imposto de 20% (um quinto) do ouro que ia para Portugal. • Capitação (substitui o quinto): ao invés de pagar imposto pelo ouro, passa-se a cobrar um imposto fixo por escravo usado na extração do ouro. É importante lembrar que os escravizados tinham expectativa de vida baixíssima e sofriam muito na mineração. Há estimativas de que a vida útil de um escravo minerador não passava de sete a doze anos, e os negros eram mais da metade da população em Minas. Muitos escravizados usavam até mesmo mordaças para não esconder ouro na boca e tentar comprar sua alforria. • Datas: para diminuir as brigas por terras, os lotes de terras minerais passaram a ser divididos por sorteio. Quem tivesse mais escravos ganhava mais (mas sempre com limites, e quem descobria a jazida podia escolher duas datas sem sorteio. • Derrama: a coroa tinha uma quantidade determinada de ouro que precisava arrecadar, mas era uma enorme meta que nunca era cumprida, gerando uma dívida da província para a metrópole. Quando a dívida chegava em certo patamar, a coroa tinha a autorização de fazer a taxação compulsória desse ouro, tomando a força o que as pessoas tinham! Por isso o medo da derrama. • Fiscalização da estrada real, para evitar o contrabando. Barra de ouro fundida com marcação de número, ano e dados da casa de fundição Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 29 @dedaaladim Mappa de Villa Rica ; Manoel Ribro. Guim. fez. 1785? DECLÍNIO DO OURO O ciclo do ouro teve seu auge entre 1733 e 1748 e um posterior declínio. As riquezas não deixaram de existir, mas a extração do ouro se tornou cada vez mais difícil e menos atrativa economicamente. A decadência foi visível, com várias cidades que eram centros urbanos importantes sendo abandonadas, como a antiga capital de Minas Gerais (Ouro Preto/Vila Rica) que teve sua população reduzida em mais de 50%. A província de Minas Gerais não declinou como um todo, afinal também havia pecuária e produção agrícola. Ela também vai ser importante politicamente pelo resto da história do Brasil. SEDIÇÃO DE VILA RICA ou REVOLTA DE FELIPE DOS SANTOS (1720) • Levante em oposição à exigência da fundição do ouro pela Coroa portuguesa. • A revolta foi liderada por Filipe dos Santos, que tentou diminuir o quinto do ouro e combater o monopólio de vários produtos que eram consumidos na região. • A rebelião foi reprimida violentamente. Filipe foi condenado à morte e as Casas de Fundição continuaram. Julgamento de Filipe dos Santos Óleo de Antônio Parreiras. 1720, Vila Rica (atual Ouro Preto). Pintura em 1923. Extrato do mapa de 1766, feito por Cláudio Manuel da Costa, mostrando Vila Rica e seus arredores, palco dos acontecimentos da Revolta. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 30 @dedaaladim INCONFIDÊNCIA MINEIRA (1789) Por volta de 1788, começa o boato que haveria uma derrama e todos iriam à falência. Os homens mais ricos da colônia moravam em Vila Rica (hoje Ouro Preto), assim como uma elite intelectual, clérigos e militares, e, descontentes, que começaram a se reunir para conspirar uma independência para o estado de Minas Gerais. Eles até mesmo fizeram uma bandeira para seu futuro país, e pensavam em uma república inspirada no iluminismo com a manutenção da escravidão. No final das contas, a possibilidade da derrama foi desmentida, tirando o principal motivo para a revolta, mas o movimento foi TRAÍDO por Joaquim Silvério dos Reis, que denunciou a inconfidência para ter sua dívida com a coroa perdoada. Os rebeldes foram acusados de “inconfidência” - falta de fidelidade ao rei. Mas, diferente de outros movimentos, a inconfidênciamineira foi feita pela elite, e isso interferiu no julgamento. As penas de morte foram alteradas, mas uma pessoa foi pega de exemplo pela coroa: o humilde dentista e militar Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes. E a pena de morte dele de fato serviu como demonstração pública, pois ele foi enforcado, seu corpo foi esquartejado, os pedaços do corpo foram pendurados ao longo da estrada real, e a cabeça dele presa num poste no centro de Vila Rica para todos verem. A inconfidência aconteceu em 1789, o mesmo ano da revolução francesa, já a execução de Tiradentes foi dia 21 de abril de 1792. Quase um século depois, sua imagem foi recuperada pelos militares que proclamaram a república como um herói nacional. Afinal, assim como eles, Tiradentes era militar e republicano. Ele passa a ser amplamente retratado de forma martírica, com traços semelhantes aos de Jesus. Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, vestido com o informe de alferes. Obra de Wasth Rodrigues. 1940 Tiradentes esquartejado. Pedro Américo. 1893 Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 31 @dedaaladim CONJURAÇÃO BAIANA ou CONJURAÇÃO DOS ALFAIATES (1798) A Conjuração dos Alfaiates foi um movimento organizado na Bahia em 1798, por pessoas de classe social oposta à inconfidência mineira: mulatos e negros livres ou libertos, ligados às profissões urbanas como artesãos, alfaiates ou soldados, e alguns escravos. Entre eles destacavam-se vários alfaiates, vindo daí o nome do movimento. A revolta teve grande influência de ideias iluministas e de movimentos como a independência dos Estados Unidos e do Haiti, além da própria inconfidência mineira. A população baiana estava muito insatisfeita desde que Salvador deixou de ser capital do Brasil. Com menos atenção e recursos vieram dificuldades administrativas, e havia pouco alimento e altos impostos para a população, causando revolta. Os objetivos da conjuração baiana eram: • Abolição da Escravatura. • Proclamação da República. • Diminuição dos Impostos. • Abertura dos Portos (especialmente para comercializar com a França). • Fim do Preconceito. • Aumento Salarial. A Coroa descobriu que algo estava por vir quando alguns membros distribuíram panfletos pela cidade falando sobre liberdade e avisando que um novo tempo estava chegando. A coroa agiu com uma violência brutal, e mataram tanta gente que a cidade foi atacada por urubus que vieram atrás dos corpos em decomposição no calor de Salvador. IMPORTANTE: perceba a diferença com a qual a Coroa lidou com dois movimentos separatistas na mesma época por conta de quem eram os rebeldes. Quando a elite fez a inconfidência mineira houve misericórdia, mas quando as pessoas simples fizeram a conjuração baiana houve massacre. Enforcamento, em novembro de 1799, dos conjurados Lucas Dantas, Manuel faustino, João de Deus e Luís Gonzaga, no Largo da Piedade (Ilustração de Rodval Matias) Os quatro líderes da Conjuração Baiana condenados à morte em 1799. (Imagem: Revista Caros Amigos) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com 33 @dedaaladim [O rei D. João III] ordenou que se povoasse esta província, repartindo as terras por pessoas que se lhe ofereceram para as povoarem e conquistarem à custa de sua fazenda, e dando acada um 50 léguas por costa com todo o seu sertão [...]; são sismeiros das suas terras, e as repartem pelos moradores como querem, todavia movendo-se depois alguma dúvida sobre as datas, não são eles os juízes delas, senão o provedor da fazenda, nem os que as recebem de sesmaria têm obrigação de pagar mais que dízimo a Deus dos frutos que colhem [...]. (Frei Vicente do Salvador. História do Brasil (1500-1627). In: www.dominiopublico.gov.br.) O excerto, do século XVII, caracteriza a: a) definição de rigoroso sistema tributário voltado aos interesses da Coroa portuguesa. b) autorização para a instalação de sesmarias destinadas exclusivamente ao cultivo de algodão e tabaco. c) constituição de um regime fundiário apoiado na pequena propriedade rural. d) atribuição de poder político, econômico e jurídico aos senhores de engenho. e) criação das capitanias hereditárias e a atribuição de direitos aos donatários. Texto I Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”,ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, masas referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos“negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro. SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de umpovo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). SãoPaulo: Senac, 2000 (adaptado). Texto II Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas. SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005. 1 - (UNESP 2022) 2 - (Enem 2016) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 34 @dedaaladim De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001. A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra. Nesse trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo: a) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos. b) Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa. c) Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico existente. d) Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superioridade europeia. e) Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evidenciar a ausência de trabalho. Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da: a) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado. b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias. c) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados. d) transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval. e) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza. 2 - (Enem 2013) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 35 @dedaaladim Observe as imagens abaixo: Considerando seu conhecimento sobre os dois movimentos a que se referem as imagens, é CORRETO afirmar que: a) A composição social dos dois movimentos era diferente e, por isso, os dois defendiam o fim da desigualdade de classe e raça. b) Os líderes dos dois movimentos se mantinham afastados do povo, evitando a participação dos pobres, escravose sendo contrários à escravidão. c) Os negros e ex-escravos mantinham-se na liderança dos dois movimentos, defendendo o fim do pacto colonial e a independência do Brasil. d) A presença dos negros nos dois movimentos foi decisiva para o projeto de resistência social e luta armada contra Portugal e a burguesia brasileira. e) A diferença social entre os dois movimentos foi fundamental para os dois projetos, que se distinguiam, sobretudo, no que se refere à defesa do fim da escravidão. 4 - (UFJF 2020) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 36 @dedaaladim De 1500 a 1530, os portugueses não desenvolveram um grande projeto de colonização para a sua colônia na América (Brasil). Nesse período, ocorreram as expedições de reconhecimento e as expedições guarda-costas. A economia, nesse período, a) deteve-se ao cultivo de café na região do Vale do rio Paraíba. b) limitou-se ao cultivo de cana-de-açúcar no nordeste com o trabalho escravo. c) dedicou-se à extração de metais preciosos, sobretudo prata, nas Gerais. d) baseou-se na extração do pau-brasil através do escambo com os nativos. Nem existia Brasil no começo dessa história. Existiam o Peru e o México, no contexto pré- colombiano, mas Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos, Canadá, não. No que seria o Brasil, havia gente no Norte, no Rio, depois no Sul, mas toda essa gente tinha pouca relação entre si até meados do século XVIII. E há aí a questão da navegação marítima, torna-se importante aprender bem história marítima, que é ligada à geografia. [...] Essa compreensão me deu muita liberdade para ver as relações que Rio, Pernambuco e Bahia tinham com Luanda. Depois a Bahia tem muito mais relação com o antigo Daomé, hoje Benin, na Costa da Mina. Isso formava um todo, muito mais do que o Brasil ou a América portuguesa. [...] Nunca os missionários entraram na briga para saber se o africano havia sido ilegalmente escravizado ou não, mas a escravidão indígena foi embargada pelos missionários desde o começo, e isso também é um pouco interesse dos negreiros, ou seja, que a escravidão africana predomine. [...] A escravização tem dois processos: o primeiro é a despersonalização, e o segundo é a dessocialização. 5 - (G1 - IFSUL) 6 - (Unesp) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 37 @dedaaladim O texto estabelece a formação do Brasil a partir da navegação marítima, o que implica reconhecer a importância: a) da imposição de uma lógica global de comércio e da dissolução das fronteiras entre os territórios colonizados na América. b) do domínio colonial de Portugal sobre o litoral africano e da intermediação espanhola no tráfico escravagista. c) do controle das rotas marítimas por navegadores italianos e da conformação do conceito geográfico de Ocidente. d) da constituição do espaço geográfico do Atlântico Sul e da relação estabelecida entre os continentes americano e africano. e) do surgimento do tráfico de africanos escravizados e das relações comerciais do Brasil com a América espanhola. A resistência dos negros à escravidão já se manifestava na própria África. Em Angola, por exemplo, milhares de negros reuniram-se em acampamentos fortificados denominados kilombos, de onde partiam, armados, para tentar destruir as tribos que forneciam escravos para os europeus. FARIA, R.; MIRANDA, M.; CAMPOS, H. Estudos de História, 1. São Paulo: FTD, 2009, p. 286. Na História dos Negros no Brasil, além da permanente “resistência surda” através de assassinatos de senhores, fugas, suicídios e infanticídios, houve ativa e expressiva participação política de líderes e revoltosos negros em movimentos, como a: a) revolta de Beckman no Maranhão, no século XVII e a guerra dos Emboabas, na região das Minas, no século XVIII. b) guerra dos Mascates em Pernambuco e a revolta de Felipe dos Santos em Vila Rica, ambas no século XVIII. c) Inconfidência Mineira, no século XVIII, e a Revolução Pernambucana, no século XIX. d) Conjuração Baiana, no século XVIII, e a Revolta dos Malês na Bahia, no século XIX. e) Guerra dos Farrapos, no sul do Brasil, e a Revolta “Sabinada” na Bahia, ambas no século XIX. 7 - (UFSM) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 38 @dedaaladim Se vamos à essência da nossa formação, veremos que na realidade nos constituímos para fornecer açúcar, tabaco, alguns outros gêneros; mais tarde ouro e diamantes; depois, algodão, e em seguida café, para o comércio europeu. Caio Prado Jr. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 29. Sobre o sentido da colonização do Brasil, é correto afirmar: a) Permitiu o desenvolvimento de um extenso parque industrial. b) Caracterizou-se pela forte presença da mão de obra assalariada. c) Esteve voltado, principalmente, para o mercado externo. d) Baseou-se na produção de manufaturas têxteis ou alimentares. e) Garantiu a expansão da pequena propriedade agrícola. Chegança Sou Pataxó, Sou Xavante e Carriri, Ianomâmi, sou Tupi Guarani, sou Carajá. Sou Pancaruru, Carijó, Tupinajé, Sou Potiguar, sou Caeté, Ful-ni-ô, Tupinambá. Eu atraquei num porto muito seguro, Céu azul, paz e ar puro... Botei as pernas pro ar. Logo sonhei que estava no paraíso, Onde nem era preciso dormir para sonhar. 8 - (FUVEST 2022) 9 - (ENEM PPL) Mas de repente me acordei com a surpresa: Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar. Da grande-nau, Um branco de barba escura, Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar. E assustado dei um pulo da rede, Pressenti a fome, a sede, Eu pensei: “vão me acabar”. Levantei-me de Borduna já na mão. Aí, senti no coração, O Brasil vai começar. NÓBREGA. A.; e FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998. Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 39 @dedaaladim A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasileira, as relações de poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no chamado mito: a) da democracia racial, originado das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos no período anterior ao início da colonização brasileira. b) da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram economicamente aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros. c) do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as regras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonização. d) da natural miscigenação, resultante da forma como a metrópole incentivou a união entre colonos, ex escravas e nativas para acelerar o povoamento. e) do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos. Tão bem há muito pau-brasil nestas Capitanias de que os mesmos moradores alcançam grande proveito: o qual pau se mostra claro ser produzido da quentura do Sol, e criado com a influência de seus raios, porque não se acha senão debaixo da tórrida Zona, e assim quando mais perto está da linha Equinocial, tanto é mais fino e de melhor tinta; e esta é a causa porque o não há na Capitania de São Vicente nem daí para o Sul. GÂNDAVO, P. M. Tratado da Terra do Brasil: História da Província Santa Cruz. Belo Horizonte: ltatiaia, 1980 (adaptado). O registro efetuado pelo cronista nesse texto harmoniza-se com a seguinte iniciativa do período inicial da colonização portuguesa: a) Introdução da lavoura monocultora para efetivar a ocupação do territórioamericano. b) Implantação de feitorias litorâneas para garantir a extração de recursos naturais. c) Regulamentação do direito de posse para enfrentar os interesses espanhóis. d) Substituição da escravidão indígena para apoiar a rede do comércio europeu. e) Restrição da atividade missionária para sufocar a penetração protestante. 10 - (ENEM PPL 2021) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 40 @dedaaladim Observe o afresco de Cândido Portinari, pintado em 1938 para compor o mural do Ministério da Educação no Rio de Janeiro sobre os ciclos econômicos do Brasil. Colheita de Cana. Candido Portinari, 1938. No Brasil colonial, um fator essencial para a organização da atividade econômica representada no afresco foi: a) a divisão dos engenhos de açúcar em datas, que eram lotes de terra de tamanhos variáveis, distribuídos de acordo com o número de escravos e de trabalhadores livres de cada senhor de engenho. b) a instituição do regime de porto único, em que se reservou ao porto de Recife o privilégio exclusivo de exportar o açúcar para a metrópole e importar produtos manufaturados da Europa. c) a participação financeira dos holandeses, já que a produção de açúcar exigia grande número de escravos, instalações de alto custo e mão de obra especializada. d) a implantação do estanco, que consistia em um monopólio do cultivo da cana e da produção do açúcar, autorizado pelo rei de Portugal. e) a criação do colonato, regime de trabalho em que o empregado do engenho era pago, em parte, por tarefa executada e, em parte, pela colheita anual. 11 - (FMJ 2020) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 41 @dedaaladim Eu, Dom João, pela graça de Deus, faço saber a V. Mercê que me aprouve banir para essa cidade vários ciganos – homens, mulheres e crianças – devido ao seu escandaloso procedimento neste reino. Tiveram ordem de seguir em diversos navios destinados a esse porto, e, tendo eu proibido, por lei recente, o uso da sua língua habitual, ordeno a V. Mercê que cumpra essa lei sob ameaça de penalidades, não permitindo que ensinem dita língua a seus filhos, de maneira que daqui por diante o seu uso desapareça. TEIXEIRA, R. C. História dos ciganos no Brasil. Recife: Núcleo de Estudos Ciganos, 2008. A ordem emanada da Coroa portuguesa para sua colônia americana, em 1718, apresentava um tratamento da identidade cultural pautado em: a) converter grupos infiéis à religião oficial. b) suprimir formas divergentes de interação social. c) evitar envolvimento estrangeiro na economia local. d) reprimir indivíduos engajados em revoltas nativistas. e) controlar manifestações artísticas de comunidades autóctones. “Derrama” e “Capitação” eram denominações de a) naus portuguesas comandadas por Cristóvão Jacques durante a Segunda Expedição Guarda-costas enviada ao litoral brasileiro em 1516. b) sistemas de trabalho impostos aos indígenas, no Brasil, similares aos sistemas conhecidos como Encomienda e Mita praticados nas colônias hispânicas. c) tributos aplicados pela coroa portuguesa sobre a atividade mineradora realizada no Brasil durante o período colonial. d) crimes cometidos contra a coroa portuguesa que resultavam, respectivamente, na perda total dos bens ou na execução do condenado. 12 - (ENEM) 13 - (UECE 2022) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 42 @dedaaladim Em Minas Gerais, Pernambuco e outras partes do Brasil, as pessoas de origem mista, e até pessoas brancas casadas com elas, eram excluídas do governo municipal, das irmandades leigas, do clero, de certos comércios e profissões. A eleição de um certo homem para a Câmara de Cachoeira, na Bahia, foi contestada em 1748 porque “ele era um homem cuja qualidade de sangue ainda era desconhecida”, e isso a despeito do fato de que tinha diploma universitário. SCHWARTZ, S. Gente da terra braziliense da nação. lii: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta:a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado). Depreende-se do texto que a configuração política da América portuguesa setecentista era marcada pelo(a): a) soberania da Igreja na solução de conflitos. b) restrição da participação nas instituições locais. c) investimento em educação nos núcleos urbanos. d) crescimento da liberalidade na distribuição de alforrias. e) interdição de associações no mundo dos negócios. Ao longo de uma evolução iniciada nos meados do século XIV, o tráfico lusitano se desenvolve na periferia da economia metropolitana e das trocas africanas. Em seguida, o negócio se apresenta como uma fonte de receita para a Coroa e responde à demanda escravista de outras regiões europeias. Por fim, os africanos são usados para consolidar a produção ultramarina. ALENCASTRO, L. F. O trato dos viventes. São Paulo: Cia. das Letras, 2000 (adaptado). A atividade econômica destacada no texto é um dos elementos do processo que levou o reino português a: a) utilizar o clero jesuíta para garantir a manutenção da emancipação indígena. b) dinamizar o setor fabril para absorver os lucros dos investimentos senhoriais. c) aceitar a tutela papal para reivindicar a exclusividade das rotas transoceânicas. d) fortalecer os estabelecimentos bancários para financiar a expansão da exploração mineradora. e) implementar a agromanufatura açucareira para viabilizar a continuidade da empreitada colonial. 14 - (ENEM PPL) 15 - (ENEM PPL 2020) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 43 @dedaaladim Alguns escravos morreram em consequência da violência essencial à sua captura na África, muitos outros nas jornadas entre os lugares que habitavam no interior e os portos dos oceanos Atlântico e Índico, ou enquanto aguardavam o embarque, muito mais ainda no mar, outros nos mercados de escravos brasileiros, e mais ainda durante o processo de ajustamento físico e mental ao sistema escravista no Brasil. CONRAD, R. E. Tumbeiros: o tráfico de escravos para o Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1985. As formas de violência relacionadas ao tráfico negreiro no Brasil colonial destacadas no texto derivam da: a) intensificação do expansionismo ultramarino. b) exploração das atividades indígenas. c) supressão da catequese jesuítica. d) extinção dos contratos comerciais. e) contração da economia ibérica. O trecho acima da canção Notícias do Brasil, de Milton Nascimento e Fernando Brandt, composta em 1981, reivindica a valorização da natureza, da paisagem e da cultura do interior do Brasil. Sobre o processo de desbravamento e exploração do interior do Brasil no período colonial, assinale a alternativa incorreta: a) A busca pelas chamadas “drogas do sertão” estimulou a exploração da região amazônica. b) A produção de gado no interior não representou uma atividade econômica importante no período colonial. c) A descoberta das Minas Gerais nas décadas de 1680 e 1690 promoveu a ocupação mais sistemática do interior do centro-sul. d) Os bandeirantes paulistas desbravavam o interior em busca de indígenas que seriam comercializados como escravos. 16 - (ENEM PPL) 17 - (G1 - CFTRJ 2019) Notícias do Brasil (Os Pássaros Trazem) (...) A novidade é que o Brasil não é só litoral! É muito mais, é muito mais que qualquer zona sul. Tem gente boa espalhada por esse Brasil, que vai fazer desse lugar um bom país! Uma notícia está chegando lá do interior. Não deu no rádio, no jornal ou na televisão. Ficar de frente para o mar, de costas para o Brasil, não fazer desse lugar um bom país! (Milton Nascimento e Fernando Brant) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.comhttps://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 44 @dedaaladim Em 1580, o rei de Portugal morreu sem deixar herdeiros diretos e, na disputa pelo trono que se seguiu, saiu-se vencedor Filipe II, então rei da Espanha. Com isso, teve início o período conhecido como “União Ibérica”, que se estendeu por 60 anos e no qual, dentre outras consequências, os inimigos da Espanha passaram a ser, também, de Portugal. A respeito desse período, é correto afirmar que: a) Portugal manteve certa autonomia na gestão de suas colônias, inclusive no tocante às relações comerciais que já possuía. b) a ocupação territorial pelos colonos portugueses foi temporariamente freada, em função da ocupação holandesa do Nordeste brasileiro, quando os esforços foram concentrados em recuperar a área invadida. c) durante um certo período os holandeses assumiram o controle do tráfico negreiro no Atlântico Sul, mas isso não modificou o fluxo de escravos africanos para o Brasil, pois, dada a elevada lucratividade do negócio, seguiram suprindo a demanda por escravos em toda a colônia. d) foram enviados ao Brasil visitadores do Tribunal do Santo Ofício, com a missão de apurar o que essas autoridades consideravam “desvios”, como as chamadas práticas judaizantes (relacionadas aos costumes da religião judaica). e) a Insurreição Pernambucana foi marcada por duas vitórias surpreendentes sobre os holandeses, nas Batalhas de Guararapes (1648 e 1649). Com a vitória brasileira na Segunda Batalha de Guararapes, os batavos deixaram o Brasil. Associe as revoltas coloniais (coluna A) às suas características essenciais (coluna B). Coluna A 1. Revolta dos Beckman 2. Guerra dos Emboabas 3. Guerra dos Mascates 4. Revolta de Vila Rica 5. Inconfidência Mineira 18 - (ESPCEX (AMAN) 2022) 19 - (PUCRS) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 45 @dedaaladim Coluna B ( ) Transcorrido em Pernambuco, entre 1709 e 1710, o movimento caracterizou-se pela oposição entre os comerciantes de Recife contra os senhores de engenho de Olinda, tendo como base a tentativa dos mercadores recifenses em conseguir maior autonomia política e cobrar as dívidas dos produtores de açúcar olindenses. ( ) Deflagrada no Maranhão, em 1684, a revolta teve como base o descontentamento com a proibição da escravidão indígena, decretada pela Coroa Portuguesa, a pedido da Companhia de Jesus, medida que prejudicou a extração das “drogas do sertão” pelos colonos europeus. ( ) Ocorrido em Minas Gerais, em 1720, sob a liderança de Filipe dos Santos, o levante teve como causa a oposição ao sistema de taxação da Coroa Portuguesa, que resolveu estabelecer 4 Casas de Fundição na região mineradora, como forma de cobrar o quinto (imposto de vinte por cento) sobre o ouro. ( ) Sucedido em Minas Gerais, no ano de 1708, o conflito opôs os paulistas (bandeirantes), primeiros aventureiros a descobrir e ocupar a zona da mineração, contra os “forasteiros”, os seja, os grupos que chegaram depois na região, originários do reino ou de outras capitanias. A numeração correta na coluna B, de cima para baixo, é: a) 3 – 1 – 4 – 2 b) 1 – 2 – 3 – 5 c) 3 – 4 – 1 – 2 d) 2 – 3 – 4 – 5 e) 3 – 4 – 5 – 2 Os antigos vicentinos, já chamados “paulistas”, tinham sido os descobridores do ouro nos anos finais do século XVII. Mas sua posse nas áreas de mineração entrara em choque com os forasteiros. Perdido o quinhão mineiro, os paulistas iam para fora de seu território buscar o “remédio de sua vida”. Passaram a dedicar-se com mais afinco ao abastecimento da zona mineira, com seus escassos produtos agrícolas, e prioritariamente às tropas (comércio de muares que iam buscar no sul) e às monções (comércio fluvial para Cuiabá). (Heloísa Liberalli Bellotto. “Razões de Estado: a extinção e os primórdios da restauração da capitania de São Paulo”. In: História do estado de São Paulo: a formação da unidade paulista, vol. 1, 2010. Adaptado.) 20 - (FMJ 2021) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 46 @dedaaladim O excerto refere-se à primeira metade do século XVIII e à: a) projeção do planalto paulista como principal polo dinâmico da economia colonial. b) aplicação de capitais industriais nas empresas mineradoras de grande porte. c) constituição de governos independentes nas cidades mineiras do interior do país. d) diversificação econômica decorrente da mineração de metais preciosos. e) desarticulação da economia agroexportadora devido à mineração de ouro. Ocorridos entre os meados do século XVII até as primeiras décadas do século XVIII, os movimentos nativistas apresentam-se como os primeiros sinais de uma crise do sistema colonial. Sobre esses movimentos, é correto afirmar que: a) tinham como principal objetivo a separação política entre colônia e metrópole, com a autonomia administrativa e a formação de novas nações livres nas regiões onde ocorriam. b) em Minas Gerais, com a Guerra dos Emboabas e a Revolta de Felipe dos Santos, no Maranhão, com a Revolta dos Beckman, e em Pernambuco, com a Insurreição Pernambucana e a Guerra dos Mascates, aparecem as divergências entre os interesses dos colonos e os da metrópole. c) ocorreram somente em locais que vivenciavam crises econômicas, como o Rio Grande do Sul (Farroupilha 1835-1845) e Pernambuco (Revolução Pernambucana de 1817). d) somente a Confederação do Equador, ocorrida no nordeste brasileiro, pode ser tomada como um legítimo movimento nativista, uma vez que não pretendia a separação política em relação a Portugal, mas, somente, maior autonomia administrativa. Leia atentamente o seguinte excerto: “O papel de herói da Inconfidência Mineira cabe ainda a Tiradentes porque ele foi o inconfidente que recebeu a pena maior: a morte na forca, uma vez que o próprio réu, durante a devassa, assumiu para si toda a culpa. Sabe-se, no entanto, que sua morte se deve também em grande parte à acusação dos demais inconfidentes, bem como a sua condição social: pertencente à camada média da sociedade mineira, sem importantes ligações de família, sem ilustração nem boas maneiras”. Cândida Vilares Gancho & Vera Vilhena de Toledo. Inconfidência Mineira. São Paulo, Editora Ática, Série Princípios,1991. p.45. Sobre a Inconfidência Mineira, ocorrida em Vila Rica no período da mineração aurífera, é correto afirmar que: 21 - (UECE) 21 - (UECE) Licensed to Loriane Bulhak - bulhakloriane@gmail.com https://www.instagram.com/dedaaladim https://www.tiktok.com/@dedaaladim https://www.youtube.com/@deboraaladim 47 @dedaaladim a) representou o exemplo de revolta popular contra a dominação colonial portuguesa no Brasil, uma vez que, oriunda das camadas mais humildes de Minas Gerais, inclusive escravos, chegou a contagiar indivíduos pertencentes às mais altas posições sociais. b) foi uma representação dos interesses de grupos da elite local, intelectuais, religiosos, militares e fazendeiros, em livrarem-se do controle e dos impostos cobrados pela coroa portuguesa na região, mas não havia consenso em relação à libertação dos escravos. c) marcou o início do processo de independência do Brasil, baseado na luta armada do povo contra as forças leais a Portugal, e em defesa dos ideais liberais e republicanos, como o fim da escravidão, direito ao voto universal masculino e governo presidencialista. d) apesar de bem sucedida, com a proclamação da independência de Minas Gerais, teve pouco impacto na história do Brasil, uma vez que seus objetivos extremamente populares não foram bem aceitos pelas elites econômicas de outras regiões da colônia. Na América Portuguesa do século XVI, a política europeia para os indígenas pressupunha também a existência de uma política