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ANOTOMORFOFISIOLOGIA Sistema Digestório SISTEMA DIGESTÓRIO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender a anatomia do sistema digestório; • compreender a fisiologia do sistema digestório; • elucidar os processos bioquímicos envolvidos na digestão dos macronutrientes; • elucidar os processos bioquímicos envolvidos na absorção dos macronutrientes Tópico 1 ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO Neste tópico, vamos entender o longo caminho que nosso alimento percorre, desde a entrada na boca, como ele é absorvido e transformado em energia, até a eliminação dos restos não aproveitados após a digestão, pelo nosso sistema digestório. Vale lembrar que não somente a energia, que citamos anteriormente, mas o sistema digestório também é responsável por nos suprir de água, vitaminas e eletrólitos (GUYTON; HALL, 2017). Obviamente, essa extração de energia e nutrientes não é um processo simples, mas altamente complexo e regulado por neurotransmissores, enzimas, hormônios e movimentos peristálticos, além da participação da circulação sanguínea. Sistema Digestório FUNÇÕES: 1- aproveitamento pelo organismo, de substâncias estranhas ditas alimentares, que asseguram a manutenção de seus processos vitais. 2- Transformação mecânica e química das macromóléculas alimentares ingeridas (proteínas, carboidratos, etc.) em moléculas de tamanhos e formas adequadas para serem absorvidas pelo intestino. 3- Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal para os capilares sangüíneos da mucosa do intestino. 4- Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos juntamente com restos de células descamadas da parte do trato gastro intestinal e substâncias secretadas na luz do intestino. Constituído por: Trato Digestivo: * BOCA * FARINGE * ESÔFAGO * ESTÔMAGO * INTESTINO DELGADO * INTESTINO GROSSO * ÂNUS Órgãos Anexos: * GLÂNDULAS PARÓTIDAS * GLÂNDULAS SUBMANDIBULARES * GLÂNDULAS SUBLINGUAIS * FÍGADO * PÂNCREAS Possui cerca de 10 a 12 metros: - extremidade cefálica (cavidade oral) até a caudal (ânus). Eventos do digestório: Mastigação: Desintegração parcial dos alimentos, processo mecânico e químico. Deglutição: Condução dos alimentos através da faringe para o esôfago. Ingestão: Introdução do alimento no estômago. Digestão: Desdobramento do alimento em moléculas mais simples. Absorção: Processo realizado pelos intestinos. Defecação: Eliminação de substâncias não digeridas do trato gastro intestinal. BOCA: -Cavidade oral ou bucal - FUNÇÃO: mastigação -Formada por: bochechas (constituídas externamente por pele e internamente por mucosa) palato duro (parede superior) palato mole (parede posterior) língua (transporte de alimentos, sentido do gosto e fala). - Dentes - pequenos cones de base ampliada, constituído por tecido muito resistente. - função: desintegração mecânica dos alimentos, dicção das palavras e estética da face. - 2 conjuntos de dentes: - Dentes Decíduos ou Dentes de Leite: - Dentes Permanentes: 6 aos 18 anos - 32 dentes A boca, ou cavidade oral propriamente dita, é formada pelas seguintes estruturas: bochechas, palato duro e mole e a língua. Estas estruturas podem ser vistas na Figura 2. De acordo com os anatomistas é descrita como a cavidade oval que liga o tubo digestório e o meio externo. A língua, como você bem sabe, possui diversas funções não só no processo de mastigação e deglutição, como também no processo de fonação (produção da voz) e processamento dos sinais gustatórios. Outras estruturas extremamente importantes no processo de mastigação e trituração do alimento são os dentes. No adulto os dentes são em número de 32, sendo oito incisivos, quatro caninos, oito pré-molares e 12 molares. A principal função dos dentes é realizar a mastigação dos alimentos. Os dentes são classificados de acordo com a posição e a função. Desta forma, temos: • Incisivos: dentes situados na parte anterior da boca e servem para cortar os alimentos. • Caninos: possuem formato pontiagudo e servem para rasgar os alimentos. • Pré-molares e molares: possuem a função de triturar os alimentos e localizam-se na porção posterior da boca. Os seres humanos possuem, na sua primeira dentição, 20 dentes de leite, também chamados dentes decíduos, sendo este o primeiro conjunto de dentes que aparece em humanos (10 dentes na parte superior e 10 dentes na parte inferior). Após os 6 anos, os dentes de leite começam a cair e surge a dentição permanente. Esta é formada por 32 dentes (16 dentes superiores e 16 dentes inferiores). Desta forma, o ser humano possui quatro incisivos, dois caninos, quatro pré- molares e seis molares na parte superior e a mesma quantidade na cavidade inferior Uma vez que o alimento chegue à boca, é triturado pelos dentes e misturado à saliva, o mesmo passa a ser chamado bolo alimentar, e você precisa degluti-lo, certo? Quando se inicia este processo, uma série de eventos voluntários e involuntários que visam fazer com que você não se engasgue com o alimento, visto que tanto o processo de deglutição quanto o processo de respiração compartilham uma estrutura em comum: a faringe. Vamos ver como isso acontece: • Fase oral (voluntária): esta fase voluntária tem como principal estrutura a língua que é capaz de empurrar o alimento do seu ápice para trás, levando o bolo alimentar a ser pressionado contra o palato duro; desta forma, o bolo alimentar é forçado em direção a faringe, onde ocorre a estimulação de receptores táteis que começarão o processo de deglutição. Fase faríngea (involuntária): uma vez que o bolo alimentar estimula os receptores faríngeos, ocorre uma sequência de eventos muito rapidamente (menos de um segundo), e que culminam com a inibição, de maneira reflexa, da respiração. Fase esofagiana (involuntária): por último, esta fase leva o bolo alimentar do esôfago ao estômago através de movimentos peristálticos, muito rapidamente, fazendo com que o bolo alimentar percorra todo o esôfago em menos de dez segundos. Você deve estar pensando: mas o que são movimentos peristálticos? Como isso ocorre? Após a deglutição, o bolo alimentar chega ao esôfago. O esôfago é um órgão tubular oco, com aproximadamente 25cm de comprimento, que se estende desde a vértebra cervical de número 6 (C-6) até a junção gastroesfofágica localizada ao nível da vértebra torácica número 11 (T-11), cuja principal função é levar o alimento ao estômago. O esôfago possui a camada mucosa (camada formada por epitélio de revestimento associado a tecido conjuntivo), que reveste internamente as cavidades corpóreas, formada por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, lâmina própria (constituída de tecido conjuntivo frouxo) e túnica muscular da mucosa (formada por músculo liso). No terço superior esofágico temos uma camada muscular esquelética, no terço médio deste órgão temos a presença de células musculares esqueléticas e lisas, já no terço inferior, temo somente a presença de células lisas. A camada submucosa do esôfago é formada por tecido conjuntivo frouxo e glândulas mucosas. ESÔFAGO - tubo fibro-músculo-mucoso - estende-se entre a faringe e o estômago - localizado posteriormente à traquéia (7ª vértebra cervical) - mede cerca de 25 centímetros. Função: - transporta o alimento ao estômago e secreta muco, que auxilia no transporte. Divisão: - três porções: * Porção Cervical: contato íntimo com a traquéia. * Porção Torácica: é a porção mais importante, passa por trás do brônquio esquerdo (mediastino superior, entre a traquéia e a coluna vertebral). * Porção Abdominal: repousa sobre o diafragma e pressiona o fígado, formando nele a impressão esofágica.Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. O esôfago pode ser subdividido em esôfago cervical, torácico e abdominal, de acordo com sua localização na cavidade torácica/abdominal. Agora, o bolo alimentar, que passou pelo esôfago, deve chegar até o estômago, sempre impulsionado pelos movimentos peristálticos. ESTÔMAGO - situado no abdome, logo abaixo do diafragma, anteriormente ao pâncreas, superiormente ao duodeno e a esquerda do fígado - parcialmente coberto pelas costelas. - segmento mais dilatado do tubo digestório (os alimentos permanecem nele por algum tempo) - reservatório entre o esôfago e o intestino delgado. -sua forma e posição são muito variadas de pessoa para pessoa e por isso não pode ser descrita como típica. Divisão: -4 áreas (regiões) principais: Cárdia (impede o refluxo do alimento para o esôfago) Fundo (situa-se no alto, acima do ponto onde se faz a junção do esôfago com o estômago) Corpo (cerca de 2/3 do volume total) Piloro (impede que o bolo alimentar passe ao intestino delgado prematuramente) O alimento finalmente chegou ao estômago. Este órgão possui diversas funções, desde o armazenamento temporário do bolo alimentar até a secreção ácida, entre outras que serão abordadas adiante. A histologia deste órgão possui os tipos celulares e estruturas descritas a seguir: A superfície mucosa possui uma camada de células epiteliais simples colunares e não ciliadas, são as células mucosas superficiais. A mucosa deste órgão é formada por lâmina própria, constituída de tecido conjuntivo frouxo e a camada muscular da mucosa que é formada por células musculares lisas (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Também, neste órgão, temos uma coluna de células secretoras que são as glândulas gástricas. Estas glândulas gástricas possuem três tipos celulares: células mucosas do colo, células principais e células parietais. Quando várias glândulas gástricas se abrem em canais estreitos, temos o que chamamos de fovéolas gástricas. A glândula gástrica também possui um tipo de célula enteroendócrina, denominada célula G, que secreta o hormônio gastrina. Além disso, o estômago também é constituído por uma camada submucosa, formada por tecido conjuntivo frouxo e uma camada muscular que possui três camadas de músculo liso. Na Figura, você pode observar a estrutura da glândula oxíntica presente no corpo do estômago, você observa a anatomia esquemática dos canalículos da célula parietal ou oxíntica). As demais células representadas na figura e suas funções serão discutidas adiante. A acidez estomacal faz com que o pH do estômago fique bastante ácido, entre 1,5 a 2,5. Você conhece a escala de pH e sabe o que ela indica? Ao se misturar com o ácido estomacal, o bolo alimentar passa a se chamar quimo. O quimo, agora, chega à porção inicial do intestino delgado (duodeno) onde continuará o seu processo de digestão. Como estão dispostas as células que constituem este órgão: o intestino delgado, assim como a maior parte do trato gastrointestinal é formado pelas seguintes camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa. A camada epitelial da mucosa do intestino delgado possui diversos tipos celulares: absortivas, caliciformes, enteroendócrinas e de Paneth. Já a camada submucosa do duodeno, possui glândulas duodenais, “também chamadas de glândulas de Brunner” (TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 1576). A camada muscular do intestino delgado é formada por músculo liso, a camada serosa envolve quase totalmente o intestino delgado, com exceção do duodeno (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O intestino delgado também apresenta algumas características morfológicas e celulares diferentes do resto do trato digestivo, como a presença de vilosidades, que correspondem a projeções em forma de “dedos” da mucosa epitelial deste órgão. A grande quantidade destas projeções aumenta muito a área de absorção deste órgão. Posterior ao duodeno encontra-se a veia porta, principal componente do sistema porta hepático. É através da veia porta que os nutrientes, provenientes da alimentação, chegarão até o sangue, após o processo de digestão. A próxima porção do intestino delgado a ser percorrida pelo quimo é o jejuno (segunda porção do intestino delgado), a interseção entre duodeno e jejuno Após o jejuno, o quimo percorrerá a porção do intestino delgado chamada de íleo. As células do epitélio intestinal, também denominadas enterócitos, são células possuidoras de microvilosidades, as quais formam a “borda em escova” deste epitélio. Estas células são cruciais para o aumento da área absortiva deste tecido O processo de digestão de macronutrientes (carboidratos, lipídios e proteínas), bem como a emulsificação de gordura, envolvem a participação de enzimas e bile produzidas, respectivamente, por glândulas como pâncreas e fígado. Após, as enzimas e a bile são liberadas na porção inicial do intestino delgado. Os processos de digestão destes macronutrientes, bem como a emulsificação de gordura, serão posteriormente discutidos. PÂNCREAS -glândula de secreção mista - suco pancreático - insulina (hormônio). - é achatado no sentido ântero-posterior - localizado posteriormente ao estômago. -20 cm de comprimento e 5 cm de altura. - Divisão: - cabeça (aloja-se na curva do duodeno) - corpo (dividido em três partes: anterior, posterior e inferior) - colo - cauda - Ducto Pancreático - estende-se transversalmente da esquerda para a direita através do pâncreas Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. FÍGADO (continuação) - Vesícula Biliar - músculo membranoso cônico em formato de pêra - se aloja na fossa da vesícula biliar - dividida em três partes: fundo, corpo e colo. FUNÇÃO: - órgão vital - pelo menos 1/3 dele deve estar funcionante - armazenador de glicose (grande quantidades), ferro, cobre e vitaminas - bile - indispensável na digestão das gorduras FÍGADO -maior glândula do organismo, e a mais volumosa víscera abdominal -localiza-se na região superior do abdômen, logo abaixo do diafragma -apresenta duas faces: - diafragmática - é convexa e lisa relacionando-se ao diafragma. - visceral - é irregularmente côncava contato com as vísceras - Divisão: - lobos: - face diafragmática (onde passa o ligamento falciforme/ ligamento redondo do fígado) - direito (2x maior que o esquerdo) - esquerdo - face visceral (de acordo com as depressões existentes nessa face) - direito (2x maior que o esquerdo) - esquerdo - quadrado - caudado Este órgão é fundamental no exercício de diversas funções metabólicas e enzimáticas, entre elas a secreção da bile. A fim de tornar um pouco mais clara a relação entre órgãos, como o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas, e a liberação de seus produtos na porção inicial do intestino delgado (duodeno), expomos a seguinte figura PERITÔNIO -extensa membrana serosa que envolve os órgãos abdominais - Possui duas lâminas: - peritônio parietal reveste a parede abdominal - peritônio visceral face interna sobre as vísceras Divisão: - três partes : * MESENTÉRIO - responsável pela fixação do intestino delgado na parede posterior do abdômen. * OMENTO MAIOR - fixa-se no cólon transverso do intestino grosso e projeta-se para baixo formando uma proteção e fixando órgãos abdominais. Contém grande quantidade de tecido adiposo. * OMENTO MENOR - apresenta-se como projeções do peritônio e estende-se entre os órgãos abdominais. Vesícula biliar EstômagoLobo direito Do fígado Ligamento falciforme Omento maiorLobo esquerdo do fígado Por fim, a camada serosa deste órgão é parte do peritônio Por fim, o quimo segue seu caminho em direção ao intestino grosso onde os restos não absorvíveis da alimentação, juntamente à reabsorção de água, formarão as fezes. Assim como já observado no restante do trato gastrintestinal, o intestino grosso tem as mesmas quatro camadas celulares: mucosa, submucosa, muscular e serosa. Na camada mucosa temos a presença de epitélio colunar simples, lâmina própria formada de tecido conjuntivo frouxo e células musculares lisas. No epitélio colunar vemos as células absortivas e caliciformes, estas células localizam-se nas “glândulas intestinais ou criptas de Lieberkühn”. A camada submucosa possui tecido conjuntivo frouxo e a presença de tecido linfoide, já a camada muscular é formada por musculatura lisa. INTESTINO DELGADO - órgão mais importante da digestão – ABSORÇÃO DOS NUTRIENTES - tubo de 7 metros que dobra-se muitas vezes – alças intestinais - alça duodenal é a única fixa – as outras alteram-se de acordo com o processo digestivo - dividido em 3 partes: Duodeno: - primeira porção do intestino delgado - possui cerca de 25 cm - única porção fixa – não possui mesentério - local de inserção de: * Ducto colédoco - provêm do fígado (traz a bile) * Ducto pancreático - provêm do pâncreas (traz o suco ou secreção pancreática) Jejuno: - continuação do duodeno - mais largo, sua parede é mais espessa, mais vascular e de cor mais forte que o íleo. Íleo: - último segmento do intestino delgado - continuação do jejuno (próx. osso ilíaco) - mais estreito e suas túnicas são mais finas e menos vascularizadas que o jejuno. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. INTESTINO GROSSO -ferradura, aberta para baixo - mede cerca de 6,5 centímetros de diâmetro e 1,5 metros de comprimento - estende-se do íleo até o ânus e está fixo à parede posterior do abdômen pelo mesocolo. - absorve a água com tanta rapidez que, em cerca de 14 horas, o material alimentar toma a consistência típica do bolo fecal. -Diferenças do intestino delgado: - mais calibroso (vai afinando com a aproximação do canal anal) - tênias do cólon (fitas longitudinais) – (três faixas de aproximadamente 1 centímetro de largura e que percorrem o intestino grosso em toda sua extensão) - haustros do cólon (são abaulamentos ampulares separados por sulcos transversais) - apêndices epiplóicos (são pequenos pingentes amarelados constituídos por tecido conjuntivo rico em gordura) Divisão: - 4 partes principais: - ceco (segm. de maior calibre – comunica com o íleo –válvula íleo cecal) - cólon (cólon ascendente, transverso, descendente, sigmóide) - reto (quase retilíneo - músculos levantadores do ânus) - ânus (curto - 3 cm - esfíncteres anais interno (m. liso) e externo (m. esquelético)) Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. A propulsão do quimo em direção ao intestino grosso, segue sendo realizada com o auxílio dos movimentos peristálticos. O intestino grosso é formado por quatro estruturas: ceco, cólon, reto e ânus. O Ceco corresponde a primeira e mais dilatada das porções do intestino grosso e se comunica com o Tênia livre (tênia liberada) Apêndices epiplóicos Flexura (hepática) direita do colo Íleo (seccionado) Sulco(goteira) paracólico direito Recesso (fossa) retrocecal Apêndice vermiforme Reto Colo sigmóide Mesocolo sigmóide Mesentérico (seccionado e intestino delgado removido) Sulco (goteira) paracólico esquerdo Flexura (esplênica) esquerda do colo Jejuno (seccionado) Mesocolo transverso (elevado sobre o pâncreas) intestino delgado (íleo) pela válvula ileocecal. O cólon se ramifica em porção ascendente, transverso, descendente e sigmoide. As duas últimas estruturas que compõem o intestino grosso são o reto e o ânus. A maior parte da absorção de íons e água, que percorrem o nosso tubo digestório, ocorre em nosso intestino grosso. Grande parte desta absorção dá-se no cólon (GUYTON; HALL, 2017). Por fim, as fezes serão expulsas pelo ânus, através de estímulos de esfíncteres interno e externo, eventos que serão discutidos posteriormente. FARINGE - tubo que se estende da boca até o esôfago. -características: - paredes muito espessas (grande volume de músculos que a revestem externamente) - mucosa faríngea (epitélio liso - facilita a rápida passagem do alimento) Divisão: -três partes: Parte Nasal Parte Oral Parte Laríngea ÓRGÃOS ANEXOS - glândulas que secretam ”líquidos” na cavidade de alguns órgãos - FUNÇÃO: - auxiliar no “processamento” dos alimentos - LOCALIZAÇÃO: - nas proximidades do aparelho digestório -Quais são elas? - glândulas salivares menores maiores - fígado - pâncreas Glândulas Salivares - Glândulas salivares menores: -pequenos corpúsculos ou nódulos disseminados nas paredes da boca, como as glândulas labiais, palatinas linguais e molares. - Glândulas salivares maiores: - 3 pares: *Glândula Parótida - a maior das três - situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. *Glândula Submandibular - situa-se no triângulo submandibular. *Glândula Sublingual - é a menor das três - localiza-se abaixo da mucosa do assoalho da boca. O líquido secretado pelas glândulas salivares recebe a denominação genérica de SALIVA Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. Glândulas do Sistema Digestivo - essenciais no processo digestivo - produzem os sucos digestivos - produzem os hormônios que controlam o processo digestivo Sucos Digestivos - Saliva: produzida pelas glândulas salivares inicia o processo digestivo age sobre o amido - Suco gástrico: produzido no estômago digere proteínas e outros alimentos - Suco Pancreático: produzido no pâncreas secretado no intestino delgado contém enzimas que auxiliam na digestão de carboidratos, gorduras e proteínas - Suco intestinal: produzido pelas glândulas do intestino auxilia na digestão de proteínas, carboidratos e gorduras -Bile: produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar liberada no intestino para “desmanchar” gorduras Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. Importância da Digestão - garantir a transformação do alimento ingerido em moléculas que servem para nutrição das células Como ocorre? -Mistura dos alimentos - movimento através do tubo digestivo - decomposição de grandes moléculas em pequenas moléculas - ocorre de modo diferente para cada tipo de alimento vesícula duodeno esôfago estômago Intestino delgado pâncreas Intestino grosso sacarose amido proteínas aminoácidos gordura Ác. graxos glicerol água BOCA (trituração) ANUS (eliminação) -Eliminação dos resíduos não digeridos INTESTINO GROSSO (absorção de água) -Material não digerido permanece por até 3 dias INTESTINO DELGADO (absorção) -Ação do suco digestivo produzido pâncreas, fígado e intestino ESTÔMAGO (reservatório) - Mistura com o suco digestivo - Liberação do alimento FARINGE e ESOFAGO (passagem) INTESTINO DELGADO (absorção) -Alimento impulsionado para dar espaço ao alimento vindo do estômago Tópico 2 FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO MECANISMOS FISIOLÓGICOS DO SISTEMA DIGESTÓRIO • Primeiramente, vamos imaginar que você está sealimentando de algo que gosta, supomos, um prato de macarrão ou uma lasanha, por exemplo. • Imagine o quanto de comida você ingere diariamente? Bom, sabemos que isso é determinado pelo desejo de alimentar-se o qual chamamos de fome; também sabemos que você prefere determinado tipo de alimento, certo? Isto chamamos de apetite. • Estes dois mecanismos (fome e apetite) são excelentes sistemas de regulação automática os quais se referem ao contexto de manter o suprimento nutricional necessário ao organismo • Uma vez que você possua fome e tenha apetite pelo prato de macarrão, precisamos ingerir a comida, para isto necessitaremos do processo de deglutição. • Este processo pode ser dividido em três partes: • fase oral, • passagem do alimento da faringe ao esôfago • estágio involuntário que leva o alimento do esôfago ao estômago, denominado fase esofagiana. Os movimentos peristálticos • Os movimentos peristálticos são extremamente importantes no caminho do alimento por todo o tubo alimentar, estes movimentos não estão relacionados somente ao tubo digestório, mas também ocorrem nos ductos biliares, ductos glandulares, ureteres e uma série de ductos tubulares revestidos por musculatura lisa em nosso organismo (GUYTON; HALL, 2017). • Esses movimentos peristálticos descritos no esôfago estão diretamente relacionados ao processo de deglutição e, normalmente, uma única onda peristáltica é capaz de conduzir o alimento desde a faringe até o estômago (onda primária). • Eventualmente, caso algum resto alimentar permaneça no esôfago, será desencadeada uma onda peristáltica secundária. ESFINCTERS • Como você deve ter percebido, o alimento segue um sentido único, uma vez que ele é deglutido. • Isso se deve à presença de estruturas musculares em forma de anéis, chamadas de esfíncteres, que se fecham rapidamente após a passagem do bolo alimentar por estas estruturas. Na figura a seguir você verá a presença destes anéis musculares (esfíncteres) localizados na parte superior (constrição cricofaríngea) e inferior do esôfago (esfíncter esofágico inferior ou válvula cárdia). Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) • Essa doença pode ser ocasionada justamente por uma incompetência do esfíncter esofágico inferior, a de contrair- se fazendo com que o suco gástrico do estômago (que abordaremos adiante) possa retornar ao esôfago e, como suas paredes não são protegidas da ação do ácido estomacal, ocasionar lesão da mucosa esofágica. • “A DRGE é mais comum em adultos acima dos 40 anos de idade, mas também ocorre em bebês e crianças. Os sintomas clínicos mais comuns são disfagia (dificuldade de deglutição), azia e menos frequentemente regurgitação perceptível de conteúdos gástricos com sabor ácido” (KUMAR et al., 2010, p. 2040). FUNÇÕES DO ESTÔMAGO Armazenamento – Atua como reservatório temporário para o alimento que chega a ele. Secreção de H+ – Objetiva destruir micro-organismos patogênicos e converter o pepsinogênio em sua forma ativa. Secreção de fator intrínseco – Visa permitir a absorção de vitamina B12. S Secreção de muco e bicarbonato (HCO3-) – Visa a proteção da mucosa gástrica FUNÇÕES DO ESTÔMAGO Secreção de água – Para a lubrificação e promover a suspensão aquosa dos nutrientes. Atividade motora – Para misturar as secreções produzidas pelo órgão com o alimento ingerido. Atividade motora coordenada – Com o objetivo de regular o esvaziamento do conteúdo para o duodeno (primeira porção do intestino delgado). • Uma vez que o alimento entre no estômago, ocorrerá um processo de contrações peristálticas, irá auxiliar no esvaziamento do estômago. • Este órgão, apesar de quando em repouso, ser de tamanho pequeno (50ml), é capaz de armazenar até 1,5L de alimento em uma única refeição. • Vale ressaltar que durante o jejum, as paredes do estômago se encontram colabadas e este possui uma atividade motora estreitamente coordenada com o intestino, o que leva a um padrão de atividade elétrica contrátil, como ondas que se propagam pelo estômago e intestino delgado, chamadas complexos miolétricos interdigestivos. • Muitas vezes você já disse ter sentido dor “de fome” no estômago, não é verdade? • Isto realmente pode acontecer, pois, no estômago, além dos movimentos peristálticos, um outro tipo de contração intensa também pode ocorrer: a chamada contração de fome, que ocorre, geralmente, quando o estômago fica vazio por muito tempo (várias horas) (GUYTON; HALL, 2017). • Estas contrações são peristálticas rítmicas e ocorrem no corpo do estômago. • Normalmente estas contrações são mais intensas em indivíduos jovens, sadios e com tônus gastrointestinal elevado e podem aumentar quando a pessoa apresenta níveis glicêmicos abaixo dos valores normais Vamos continuar acompanhando o processo de chegada do quimo ao intestino. Para isso, faz-se necessário o esvaziamento do estômago e, novamente, as contrações peristálticas serão responsáveis por este processo, principalmente com estas contrações peristálticas acontecendo no antro gástrico. A velocidade de esvaziamento gástrico pode acontecer em graus variados, pois é dependente da resistência da passagem do quimo pelo piloro (GUYTON; HALL, 2017). O esfíncter esofágico inferior (EEI) e a cárdia (região que circunda o EEI) possuem importantes funções neste processo. Quando ambos relaxam, ocorre a entrada do alimento no estômago, já a parte proximal do estômago, ou seja, o fundo e o corpo, são capazes de promover lentas variações de tônus, o que permite que estas regiões recebam e armazenem o alimento, sendo assim, capazes de misturá-lo com o suco gástrico possibilitando direcionar o alimento ao piloro (BERNE; LEVY, 2009). • A porção distal do estômago atua de maneira muito importante, tanto ao misturar o conteúdo gástrico, quanto para gerar a propulsão deste conteúdo pelo piloro em direção ao duodeno. • As contrações peristálticas iniciam-se pelo meio do estômago e se direcionam em relação ao piloro e são fundamentais para o esvaziamento gástrico. • O esfíncter pilórico é a junção do estômago com o duodeno (junção gastroduodenal). Esta região é uma área de alta pressão e de extrema importância para a regulação do esvaziamento gástrico. • É sabido que a velocidade e a intensidade com que ocorre o esvaziamento do conteúdo estomacal é regulada por sinais provenientes tanto do duodeno quanto do estômago, entretanto, devemos ressaltar que os sinais provenientes do duodeno são bem mais fortes e, consequentemente, controlam de maneira mais efetiva a velocidade com que o quimo pode ser absorvido e digerido no intestino delgado (duodeno) (GUYTON; HALL, 2017). Podemos citar, entre os fatores gástricos que promovem o esvaziamento, o efeito do volume alimentar gástrico e o efeito do hormônio gastrina (secretado pelo estômago) neste processo. Já com relação aos fatores duodenais associados ao esvaziamento gástrico, podemos citar os efeitos inibitórios dos reflexos enterogástricos que possuem origem duodenal. Além destes, também podemos citar o feedback hormonal do duodeno, associado às gorduras (lipídios) e ao hormônio colecistocinina (CCK), estes mecanismos serão abordados mais claramente posteriormente. • Vale lembrar que a maior parte da digestão e absorção dos nutrientes ocorre no intestino delgado, logo, esta estrutura é fundamental à nossa vida. • Embora seja possível a ocorrência de ressecções em parte do intestino delgado, cirurgias que comprometem drasticamente a área de absorção deste órgão são incompatíveis com a vida. O intestino delgado é composto por três partes: duodeno, jejuno e íleo. Uma vez que o quimo chegou ao intestino delgado, ele deve seguir seu caminho em direção ao intestino grosso para posterior eliminação dos restos não absorvíveis (fezes). Os movimentos peristálticos, assim como no restante do tubo digestório, seguem no intestino delgado, o quimo é impulsionado no intestino delgado por meio de ondasperistálticas que ocorrem em qualquer parte desta porção do intestino, e são ondas que se movem a velocidades lentas entre 0,5 a 2cm/s (GUYTON; HALL, 2017). • Vale lembrar que o peristaltismo no intestino delgado é aumentado após as refeições. • Isto é devido a uma série de fatores, tais como a entrada do quimo no duodeno, o que leva a distensão da parede do duodeno, ao reflexo gastroentérico ocasionado pela distensão estomacal, além de uma série de hormônios que modificam esta atividade peristáltica, como a gastrina, a colecistocinina (CCK), a insulina e o neurotransmissor serotonina (GUYTON; HALL, 2017). • Estes hormônios e a serotonina, são capazes de intensificar a motilidade gastrointestinal e são secretados durante o processo de passagem do alimento pelo tubo digestório, assim como os hormônios secretina e glucagon que são capazes de inibir a motilidade do intestino delgado (GUYTON; HALL, 2017). • Como citado anteriormente, a maior parte da digestão de nutrientes ocorre no intestino delgado. • As células do epitélio intestinal que sofreram adaptações morfofuncionais e somente são encontradas no intestino delgado. • As microvilosidades são capazes de promover, de maneira significativa o aumento da absorção de nutrientes em virtude do aumento da área absortiva e do número de células. Doença Celíaca • Esta doença é uma enteropatia ocasionada por alterações imunológicas do indivíduo e desencadeada pela ingestão de cereais que contém glúten, tais como trigo, centeio ou cevada, por indivíduos que são geneticamente dispostos a essa doença (KUMAR et al., 2010). • Em países onde a maioria da população é caucasiana e de ascendência europeia, esta doença pode ser relativamente comum, com uma prevalência variando entre 0,5 – 1% nesta população. • As principais funções do intestino grosso consistem na absorção de água e de eletrólitos do quimo, visando a formação de fezes sólidas, além do armazenamento deste material fecal até que ele possa ser expelido (GUYTON; HALL, 2017). • Neste processo de absorção de água e eletrólitos ocorre à secreção de muco e bicarbonato. • O objetivo desta secreção é, através de movimentos de mistura chamados de haustrações e movimentos peristálticos, misturar o muco e o bicarbonato aos restos de alimentos não absorvidos, tornando uma massa pastosa para, assim, facilitar a eliminação desta pelas das fezes (GUYTON; HALL, 2017). • Por fim, inicia-se o processo final da alimentação, que corresponde a defecação, que nada mais é do que a expulsão dos restos alimentares não digeridos e, consequentemente, não absorvidos. • Entretanto, as fezes não são somente constituídas por estes restos alimentares, mas também por bactérias, sais inorgânicos, células do epitélio intestinal descamadas, além de celulose, lipídios e proteínas. • De maneira geral os movimentos de massa não são capazes de provocar nenhuma sensação associada à defecação; entretanto, a chegada de um determinado volume de fezes ao reto produz a sua distensão, o que provoca a necessidade de defecar. • A presença dos esfíncteres anais, interno e externo, é capaz de promover o mecanismo de controle da defecação. O esfíncter interno do ânus não está sob controle do indivíduo, ou seja, é involuntário, enquanto o esfíncter externo encontra-se sob controle voluntário do indivíduo (CINGOLANI; HOUSSAY, 2011). • Patologias que afetam o esfíncter externo podem ocasionar incontinência fecal, tais como lesão cirúrgica ou obstétrica, prolapso retal ou até mesmo doenças capazes de causar danos aos nervos sensoriais e motores, como a neuropatia diabética, por exemplo (BERNE; LEVY, 2009). TÓPICO 3 SECREÇÃO ENZIMÁTICA, DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO BIOQUÍMICA, SECREÇÃO ENZIMÁTICA E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO • Vamos entender como ocorre a secreção de enzimas em todo o nosso trato gastrointestinal. • AS glândulas secretoras neste trato servem para secretar enzimas digestivas e secretar muco, com o objetivo de lubrificar e proteger as diferentes porções do trato digestório (BERNE; LEVY, 2009). • Estas secreções são produzidas ao longo de todo o tubo digestório por um conjunto de glândulas denominadas glândulas exócrinas, como as glândulas salivares, o fígado, o pâncreas e as glândulas mucosas, as quais se encontram distribuídas desde a boca até o ânus. • “Glândulas exócrinas correspondem a uma célula ou grupo de células capazes de secretar seus produtos em um ducto ou lúmen de um órgão oco” (TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 200). • Então, vamos imaginar que quando estamos com fome nos é apresentado o prato que mais gostamos! • Imediatamente começamos a salivar. Esta fase do processo digestivo é denominada fase cefálica e torna o nosso trato gastrointestinal pronto para receber a refeição. • A ativação da fase cefálica pode se dar por diversos estímulos: olfatório, cognitivos , visuais e, até mesmo, estímulos auditivos como ouvir alguém dizendo que o jantar está na mesa. • Outra fase envolvida na digestão do alimento é a fase oral, que possui muitas características indistinguíveis da fase cefálica, sendo a única diferença que a comida está em contato com o trato gastrointestinal, ou seja, se encontra na boca, promovendo a expressão de estímulos mecânicos e químicos (mastigação e sabor) (BERNE; LEVY, 2009). • Como ocorre a secreção destas glândulas? • Por meio do sistema nervoso autônomo (SNA), que se encontra interligado ao nosso sistema nervoso central (SNC), o que explica a secreção salivar que vimos na fase cefálica. • Como havíamos citado anteriormente, a regulação da secreção glandular envolve não só a ativação do SNA, como também do SNC. • Esta ligação SNC – SNA explicaria os eventos observados durante a fase cefálica da digestão. Sendo assim, a secreção glandular ocorre de forma altamente regulada e envolve tanto a participação do SNC quanto do SNA, envolvendo eventos de regulação neurócrina, parácrina e endócrina. • Regulação neurócrina: envolve neurônios sensoriais, que secretam diferentes neurotransmissores como a Ach. • Regulação endócrina: envolve hormônios que são produzidos e armazenados por células especializadas que se encontram na mucosa do tubo digestório e que são, posteriormente, secretadas no sangue, como, por exemplo, o hormônio colecistocinina. • Regulação parácrina: é exercida localmente por substâncias que são produzidas e armazenadas por células especializadas, e armazenadas na própria mucosa do tubo digestório, como, por exemplo, a histamina. • Por fim, devemos ressaltar a participação do Sistema Nervoso Entérico (SNE). • O SNE está diretamente envolvido nos processos fisiológicos ocorrentes no sistema digestório. O SNE é composto pelos plexos mioentérico e submuco, permitindo que neurônios, acelerando ou desacelerando as ações do sistema digestório. • Plexos neuronais correspondem à uma rede de interconexão neuronal, mas este conceito de plexo pode ser aplicado a vasos linfáticos ou sanguíneos também. • A mastigação é um processo importante para que possamos realizar a quebra mecânica do alimento e, com o auxílio das enzimas presentes na cavidade oral, como a amilase salivar e a glicoproteína mucina, aumentar a área de absorção dos nutrientes. • A mucina é capaz de lubrificar o bolo alimentar com a finalidade de facilitar a mastigação e a deglutição. • Mínima absorção de nutrientes é verificada na boca, mas é importante ressaltar que estímulos presentes na cavidade oral são capazes de estimular respostas distais do trato gastrointestinal como, por exemplo, a secreção aumentada de ácido gástrico, enzimas pancreáticas, além da contração da vesícula biliar (BERNE; LEVY, 2009). • A estimulação do SNAS, subdivisão parassimpática, é capaz de aumentar a secreção glandular. • Isto é particularmente importante na formação da saliva, primeiro passo para se iniciar o processo digestivo.• As principais glândulas salivares estimuladas, principalmente, pelo SNA, porção parassimpática, são “as glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais” (BERNE; LEVY, 2009, p. 502). SALIVA • A secreção diária de saliva é de cerca de 800 a 1500ml, com uma estimativa média de 1000ml. • A saliva apresenta pH entre 6 e 7, possuímos nela apenas a secreção de ptialina, secretada pelas glândulas salivares que é uma enzima capaz de digerir amido e de mucina, capaz de promover a lubrificação de superfícies mucosas. • A saliva é de fundamental importância para a consistência adequada do alimento antes da deglutição (BERNE; LEVY, 2009), tente imaginar você engolindo um alimento seco, sem a produção de saliva, difícil, não é? • No esôfago temos apenas a secreção de substâncias mucosas que são capazes de lubrificá-lo, favorecendo a deglutição (BERNE; LEVY, 2009). • Além de células secretoras de muco que revestem a superfície inteira do estômago, possuímos mais dois tipos de glândulas: as glândulas oxínticas que também são denominadas como glândulas gástricas ou parietais e as glândulas pilóricas. • As glândulas gástricas secretam além de ácido clorídrico , pepsinogênio, fator intrínseco e muco. Já as glândulas pilóricas secretam principalmente muco, visando justamente proteger a mucosa do piloro do ácido gástrico produzido pelas células gástricas, além de secretar o hormônio denominado gastrina (BERNE; LEVY, 2009). • As células oxínticas são capazes de secretar cerca de 160mmol/L de ácido clorídrico, o que é capaz de tornar o pH estomacal extremamente ácido, fazendo com que o pH desta solução fique na ordem de 0,8 (GUYTON; HALL, 2017). • Neste pH a concentração de íons hidrogênio, que conferem a acidez à solução, é cerca de 3 milhões de vezes maior que a do sangue arterial. • Para que não haja lesão da mucosa gástrica em função do ácido secretado, as células constituintes deste tecido são capazes de secretar grandes quantidades de muco, chamado de barreira gástrica. • Se a barreira gástrica for danificada, por exemplo, através do uso contínuo de substâncias nocivas como o ácido acetilsalicílico (AAS) e o álcool, o ácido secretado pelas células oxínticas é capaz de lesioná-la. GASTRITE • A gastrite aguda é um “processo inflamatório da mucosa transitória que pode ser assintomático ou causar graus variáveis de dor epigástrica, náuseas e vômito” (KUMAR et al. 2010, p. 2059). • Já as ulcerações gástricas agudas correspondem a defeitos focais na mucosa gástrica que se desenvolvem agudamente e que podem advir de complicações decorrentes de terapia com anti-inflamatórios não esteroidais (AINES). Elas também podem surgir após estresse fisiológico grave. Por que o pH mudou tão drasticamente da saliva para o estômago? • Um dos objetivos desta redução de pH é possibilitar a ocorrência de uma barreira química contra patógenos que podem ter sido ingeridos com o alimento. • Além disso, é no estômago que se inicia o processo de digestão de proteínas provenientes da dieta, e para que isso possa acontecer, estas proteínas terão que sofrer um processo de desnaturação para, posteriormente, serem degradadas por enzimas (proteases). • Em situações em que ocorre a destruição das células no estômago como, por exemplo, ocasionadas pelo alcoolismo, doenças autoimunes ou gastrite crônica, podendo levar o indivíduo a um tipo de anemia, denominada anemia perniciosa (GUYTON; HALL, 2017). Anemia perniciosa • A anemia perniciosa é uma forma rara de anemia por déficit de Vitamina B12. • Pode gerar alterações neurológicas, sendo possível a sua apresentação por quadros psiquiátricos. • A suspeita diagnóstica para esta hipótese permite um diagnóstico precoce da anemia perniciosa e, consequentemente, do déficit de Vitamina B12, evitando-se sequelas neurológicas. • Sugere-se o doseamento sérico de Vitamina B12 nos casos de sintomatologia depressiva refratária à terapêutica antidepressiva clássica. • Ao chegar no intestino, o sistema digestório reiniciará o processo de digestão de nutrientes que estava parcialmente reduzido no estômago em função do pH ácido, fazendo com que somente a pepsina atue. • A maior parte do processo de digestão de nutrientes, neste momento, ficará a cargo das enzimas presentes na secreção pancreática e os demais componentes desta secreção. PÂNCREAS • O pâncreas é uma glândula de tamanho grande, capaz de secretar enzimas pancreáticas pelos chamados ácinos pancreáticos, além de grandes quantidades de bicarbonato de sódio. • A associação destes produtos: bicarbonato e enzimas pancreáticas, denominado suco pancreático, flui ao longo do ducto pancreático e hepático e chega ao duodeno (GUYTON; HALL, 2017). • A secreção do suco pancreático é muito mais intensa quando se tem a presença do quimo no duodeno. • Participa da regulação da glicemia (GUYTON; HALL, 2017). • A secreção pancreática possui diversas enzimas capazes de digerir os principais macronutrientes (proteínas, lipídios e carboidratos) que constituem os alimentos que ingerimos diariamente, o que possibilita a neutralização da acidez que veio transportada do quimo para o duodeno (GUYTON; HALL, 2017). • Quando acontece alguma lesão pancreática, ou bloqueio de ducto pancreático, pode ocorrer o acúmulo de secreção pancreática em determinadas áreas do órgão, fazendo com que o efeito do inibidor de tripsina seja insuficiente para deter o processo de autodigestão do pâncreas. • Esta condição é denominada pancreatite aguda, um quadro grave que pode levar à morte (GUYTON; HALL, 2017). • O pâncreas não é a única glândula do sistema digestório. • Este complexo sistema possui a maior glândula do corpo humano, o fígado! Sim, o fígado, além de órgão, é uma glândula, pois é capaz de secretar substâncias. • Dentre as diversas funções que o fígado exerce, uma delas é secretar a bile, normalmente em uma quantidade que varia de 600 a 1.000ml/dia (GUYTON; HALL, 2017). A bile apresenta, basicamente, duas funções: • Emulsificação de gordura: os sais biliares presentes na bile ajudam a emulsificar as partículas de gordura presentes na alimentação. • Excreção de produtos provenientes do sangue: tais como a bilirrubina, proveniente da destruição de hemácias, além de eliminar o excesso de colesterol circulante. Quem é responsável pela secreção da bile pelo fígado? Onde ela é armazenada? • O caminho da bile, vai desde a sua produção pelos hepatócitos até o seu armazenamento na vesícula biliar, percorrendo os ductos hepáticos direito e esquerdo, o ducto hepático comum e o ducto cístico e sua armazenagem na vesícula biliar. • Posteriormente, sob controle do hormônio CCK, ocorre o relaxamento do esfíncter de Oddi e o lançamento da bile no duodeno (GUYTON; HALL, 2017). • O volume máximo que a vesícula biliar pode armazenar de bile é cerca de 30 a 60ml, e o esvaziamento da vesícula biliar ocorre, principalmente, com a chegada de alimentos gordurosos ao duodeno, o que acontece, mais ou menos, cerca de 30 minutos após a ingestão da refeição. • Esse esvaziamento da vesícula é coordenado, principalmente, por ação hormonal, e por ação do neurotransmissor acetilcolina (via nervo vago) • Bom, não poderíamos acabar de mencionar a vesícula biliar, sem comentarmos a respeito da formação dos cálculos biliares, capazes de ocasionar dor e obstrução de ductos, tanto hepáticos quanto biliares, podendo até mesmo levar a condições patológicas graves, como a pancreatite que mencionamos anteriormente Intestino Delgado: • Devemos dizer que a grande capacidade absortiva do intestino delgado, principalmente pela presença das microvilosidades, faz com que este órgão tenha uma absorção diária de cerca de 200 – 300g de carboidratos, 100g de gordura, entre 50 – 100g de aminoácidos, além de íons e água. • Com relação à água, a mesma é absorvida pelo intestino delgado por osmose; já os íons podem ser transportadosde diferentes maneiras, tanto de forma ativa (com gasto de energia – ATP), quanto de maneira passiva (sem gasto energético). Como acontece a absorção dos macronutrientes pelo nosso intestino? Vamos começar pelos carboidratos • Normalmente, estes carboidratos, gerando moléculas maiores e mais complexas que necessitam ser “quebradas” para serem absorvidas. • Algumas enzimas que promovem esta quebra, são a alfa- amilase salivar (ptialina) e amilase pancreática; estas enzimas são capazes de degradar o amido presente em nossa dieta em porções menores que sofrerão nova ação enzimática no intestino delgado a fim de serem absorvidos em suas porções menores . • O processo digestivo de carboidratos inicia-se na boca pela ação da alfa- amilase salivar (ptialina). • Este processo continua no intestino delgado (duodeno), por ação da amilase pancreática, secretada pelo pâncreas. • A ação das enzimas leva a formação de molécula menores que sofrerão novo processo de ação enzimática (quebra) a fim de serem absorvidas em sua menor unidade • Por fim, a presença das enzimas lactase, maltase e sacarase, é capaz de degradar a lactose, maltose e sacarose em unidades menores, como a glicose, frutose e galactose e permite a absorção final destes carboidratos, principalmente na forma de glicose. • As proteínas iniciam seu processo de digestão, como já visto, através da ação da pepsina no estômago, entretanto, ali ocorrerá somente de 10 a 20% da digestão total de proteínas, o restante sofrerá ação de outras enzimas proteolíticas, liberados pelo pâncreas em nível de intestino delgado superior (duodeno e jejuno) sendo então absorvidas, principalmente na forma de aminoácidos pelas microvilosidades intestinais, presentes nos enterócitos (também denominadas células com borda em escova). • Já as gorduras (lipídios), em função do processo de emulsificação, são quebradas em pequenas micelas de gordura e podem sofrer ação da lipase pancreática secretada pelo pâncreas. • Estas gorduras são degradas em ácidos graxos livres e podem ser absorvidas pelo intestino delgado. • Por último, os restos não absorvíveis deste grande processo de digestão e absorção de macronutrientes, formarão as fezes. 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Slide 74 Slide 75 Slide 76 Slide 77 Slide 78 Slide 79 Slide 80 Slide 81 Slide 82 Slide 83 Slide 84 Slide 85: Doença Celíaca Slide 86 Slide 87 Slide 88 Slide 89 Slide 90 Slide 91 Slide 92: TÓPICO 3 SECREÇÃO ENZIMÁTICA, DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO Slide 93: BIOQUÍMICA, SECREÇÃO ENZIMÁTICA E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES NO TRATO DIGESTÓRIO Slide 94 Slide 95 Slide 96 Slide 97 Slide 98 Slide 99 Slide 100 Slide 101 Slide 102 Slide 103 Slide 104 Slide 105: SALIVA Slide 106 Slide 107 Slide 108 Slide 109 Slide 110: GASTRITE Slide 111: Por que o pH mudou tão drasticamente da saliva para o estômago? Slide 112 Slide 113: Anemia perniciosa Slide 114 Slide 115: PÂNCREAS Slide 116 Slide 117 Slide 118 Slide 119 Slide 120 Slide 121 Slide 122 Slide 123: A bile apresenta, basicamente, duas funções: Slide 124: Quem é responsável pela secreção da bile pelo fígado? Onde ela é armazenada? Slide 125 Slide 126 Slide 127 Slide 128 Slide 129 Slide 130: Intestino Delgado: Slide 131: Como acontece a absorção dos macronutrientes pelo nosso intestino? Vamos começar pelos carboidratos Slide 132 Slide 133 Slide 134 Slide 135