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19/01/2023 10:57 Saúde e segurança no trabalho
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Epidemiologia da morbidade do trabalho
Epidemiologia da morbidade do trabalho
A epidemiologia da morbidade do trabalho é o estudo da quantidade (taxas) de
portadores de determinadas doenças em trabalhadores e em um determinado tempo.
A epidemiologia, de acordo com Gomes (2015), é “o estudo sobre a população, que
direcionado para o campo da saúde pode ser compreendido como o estudo sobre o que
afeta a população”. De modo geral, a epidemiologia reúne métodos e técnicas dos
conhecimentos de estatística, ciências biológicas e ciências sociais. Já o termo
morbidade, quando relacionado à medicina, significa um “conjunto de causas capazes
de produzir uma doença”, de acordo com o dicionário on-line Oxford Languages.
Assim, neste conteúdo, você estudará alguns dados estatísticos referentes a acidentes
de trabalho no Brasil, e que são provenientes do Anuário Estatístico de Acidentes
do Trabalho (AEAT) e do Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS),
disponíveis no site da Previdência Social.
Porém, antes de iniciar, é preciso entender alguns tópicos importantes utilizados pela
Previdência para esses levantamentos estatísticos. Observe os termos a seguir:
Comunicação de acidente de trabalho (CAT)
Documento elaborado com a finalidade de registrar um acidente de trabalho, acidente
de trajeto ou doença ocupacional no Brasil. É um documento obrigatório, sendo que
sua não notificação constitui crime (artigo 269 do Código Penal combinado com o
artigo 169 da CLT). Desde julho de 2021, a CAT será cadastrada somente por meio
eletrônico, pela plataforma do eSocial, de acordo com o que estabelece a Portaria
SEPRT/ME nº 4.334/2021.
Também a Lei n.º 8.213/1991 determina, no seu artigo 22, que todo acidente de
trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado (utilizando a CAT) pela empresa
ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sob pena de multa em caso de omissão.
Essas situações devem ser comunicadas, por meio da CAT, havendo ou não
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afastamento do trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência, e, em caso
de morte, essa comunicação deve ocorrer de imediato à autoridade competente, sob
pena de multa.
Acidentes com CAT registrada
Correspondem ao número de acidentes cuja CAT foi registrada no INSS.
Acidentes sem CAT registrada
Correspondem ao número de acidentes cuja CAT não foi registrada no INSS. Os dados
são obtidos pelo levantamento da diferença entre o conjunto de benefícios acidentários
concedidos pelo INSS com data de acidente no ano civil e o conjunto de benefícios
acidentários concedidos com CAT vinculada referente ao mesmo ano.
Acidentes de trabalho (total geral)
Representa o total de acidentes de trabalho com e sem CAT.
Acidentes típicos
São os acidentes decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada
pelo segurado acidentado.
Acidentes de trajeto
São os acidentes ocorridos no trajeto entre a residência e o local de trabalho do
segurado e vice-versa.
Doença do trabalho
São as doenças profissionais produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalho
peculiar a determinado ramo de atividade, como as lesões por esforços repetitivos
(LER) e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT).
Acidentes de trabalho liquidados
Correspondem aos acidentes cujos processos foram encerrados administrativamente
pelo INSS depois de completado o tratamento e indenizadas as sequelas.
Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE)
São os códigos de atividades econômicas e os critérios de enquadramento utilizados
pelos mais diversos órgãos das administrações pública e privada do Brasil, com o
intuito de padronização. Podem ser consultados no site do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Classificação Internacional de Doenças (CID)
Essa classificação permite saber quais são as doenças que existem e as classifica,
padronizando sua nomenclatura e criando um código para cada uma delas.
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Estatística de acidentes de trabalho no Brasil – Parte 1
Estatística de acidentes de trabalho no Brasil – Parte 1
Confira agora alguns dados estatísticos baseados nos relatórios da Previdência Social.
O AEAT teve início em 2000 e tem uma periodicidade anual. Ele surgiu da necessidade
de informações sobre os acidentes de trabalho ocorridos no país, considerando que a
única fonte de dados disponível sobre os acidentes era a CAT. O Anuário tem por
objetivo, segundo informações do IBGE,
tornar públicos dados estatísticos consistentes e confiáveis sobre os
acidentes do trabalho ocorridos no Brasil, criando um registro histórico
dessas estatísticas e subsidiando a formulação de políticas públicas e
estudos relativos ao tema.
A partir de agora, veja alguns dados divulgados pelo mais recente AEAT, que
corresponde aos dados do ano-base de 2018 (até a data da produção deste material,
esse é o mais atualizado). É importante destacar que a coleta dos dados ocorre nos
meses de maio a julho do ano seguinte ao de competência, e o tempo previsto entre o
início da coleta dos dados, o cálculo dos indicadores e a liberação dos dados é de
aproximadamente sete meses. Após isso, diversas análises precisam ser feitas para a
construção e edição do Anuário, o que gera um retardo na sua publicação.
No relatório, é possível encontrar estatísticas básicas de acidentes de
trabalho distribuídas no país como um todo, nas grandes regiões e
ainda nos municípios brasileiros, permitindo um detalhamento maior
sobre a distribuição espacial dos acidentes no país. Além disso,
apresenta informações organizadas por CID e também por tipos de
incidentes.
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O AEAT 2018 tem mais de 1.200 páginas de tabelas estatísticas e gráficos ilustrativos.
Recomenda-se aprofundar os conhecimentos por meio da sua leitura na íntegra. Para
acessar os dados na íntegra, visite o site da Previdência Social e procure pelo anuário.
Já na primeira tabela da Seção I – Estatísticas de Acidentes do Trabalho, consta a
quantidade total de acidentes de trabalho, agrupados por situação do registro e
motivo, dos anos de 2016, 2017 e 2018.
Os dados da Previdência Social presentes na tabela a seguir mostram um decréscimo
no número total de acidentes de trabalho de 2016 para 2017, em nível nacional, de
4,8%, passando de 585.626 para 557.626; e um aumento, de 2017 para 2018, de
3,5%, passando para 576.951 acidentes. O número ainda é muito elevado,
correspondendo a uma média diária de 1.580 acidentes de trabalho (considerando 365
dias no ano).
Tabela 1 – Recorte da tabela Quantidade de acidentes do trabalho por situação do registro e
motivo, no Brasil – nos anos de 2016 a 2018 – Detalhe somente para os dados totais
Fonte: AEAT 2018, p. 14
A tabela pode ser consultada na íntegra nas páginas 14 a 25 do AEAT
2018.
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Considerando as informações da tabela 1, veja agora alguns gráficos representativos
com o intuito de auxiliar a compreensão desses dados estatísticos:
Primeiramente, a figura1 ilustra o comparativo dos totais de acidentes para os anos de
2016, 2017 e 2018 em todo o Brasil, evidenciando o decréscimo de 2016 para 2017 e
o acréscimo de 2017 para 2018.
Figura 1 – Representação da quantidade total de acidentes do trabalho, no Brasil, nos
anos de 2016, 2017 e 2018
Na sequência, a figura 2 ilustra o comparativo de número de acidentes com CAT e sem
CAT registrada. Esses tipos são considerados na estatística por originarem benefícios
por incapacidade de natureza acidentária. Em média, acidentes sem CAT registrada
correspondem a cerca de 18% dos acidentes totais, nos anos de 2016, 2017 e 2018
(lembrando que a soma de acidentes com e sem CAT registrada formam os acidentes
totais no período).
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Figura 2 – Representação da quantidade de acidentes do trabalho, por situação do
registro no Brasil, nos anos de 2016, 2017 e 2018
Outra estimativa realizada pela previdência refere-se aos acidentes típicos com CAT,
aos acidentes de trajeto ou às doenças do trabalho, conforme as definições vistas
anteriormente. O gráfico ilustra a distribuição de acidentes de trabalho divididos por
motivo, no ano de 2018 no Brasil. Veja que 82,7% dos acidentes são com CAT. Destes,
cerca de 75,5% são típicos, ou seja, relacionados à atividade profissional.
Figura 3 – Representação da distribuição de acidentes do trabalho, por classificação e
por tipo, no Brasil no ano de 2018, dados em porcentagem. Fonte: AEAT 2018, p. 84
Entre diversos dados estatísticos apresentados pelo AEAT 2018 está a distribuição das
consequências dos acidentes de trabalho liquidados no ano de 2018. O destaque maior
ocorre para os “afastamentos com menos de 15 dias”, que correspondem a 61% do
total de acidentes liquidados de 2018.
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Figura 4 – Representação da quantidade de acidentes do trabalho, por situação do
registro no Brasil, nos anos de 2016, 2017 e 2018, dados em porcentagem. Fonte:
AEAT 2018, p. 427
Cabe ressaltar que dados estatísticos estão disponíveis também de modo agrupado por
estado e por município. Além disso, muitos outros dados ainda podem ser encontrados
no AEAT 2018. Veja mais informações no site da Previdência Social, como já
mencionado.
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Estatística de acidentes de trabalho no Brasil – Parte 2
Estatística de acidentes de trabalho no Brasil – Parte 2
O AEPS foi criado em 1992 e apresenta o conjunto de dados divulgado com a
finalidade de dar transparência à Previdência Social, em suas diversas dimensões,
contendo dados básicos sobre os benefícios mantidos pelo INSS e a arrecadação de
contribuições previdenciárias.
No relatório, é possível encontrar dados estatísticos dos benefícios concedidos, dos
cessados, entre outros, não só de acidentes do trabalho, mas de muitas outras
situações que permitem esse benefício; distribuídos no país, por grandes regiões,
estados, código CNAE, grupos de idade, meses do ano e muito mais. Além disso, o
relatório também contém um vasto conteúdo que esclarece sua metodologia e
apresenta alguns conceitos básicos da Previdência Social, a fim de que se compreenda
o relatório como um todo.
Considerando todos esses dados, observe agora três gráficos divulgados pelo mais
recente AEPS, que correspondem a 27.ª edição do Anuário e contempla os dados do
ano-base de 2018 em suas mais de 1.000 páginas. Os três gráficos estão presentes na
Seção IV – Acidentes do Trabalho. Recomenda-se também aprofundar os
conhecimentos por meio da leitura do Anuário na íntegra.
O primeiro gráfico traz dados estatísticos da distribuição de acidentes do trabalho por
grandes regiões para 2018. Perceba que o maior número de acidentes ocorre na região
Sudeste, seguido pela região Sul. No ano citado, os acidentes do trabalho em nível
nacional tiveram as seguintes ocorrências: 53,1% na região Sudeste, 11,4% na região
Nordeste, 8% na região Centro-Oeste, 23% na região Sul e 4,4% na região Norte.
Para acessar os dados na íntegra, visite o site da Previdência Social e
procure pelo anuário.
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Figura 5 – Representação da distribuição de acidentes do trabalho, segundo as grandes
regiões, dos dados estatísticos de 2018 em porcentagem. Fonte: AEPS, p. 721
O segundo gráfico representa óbitos na proporção de 1.000 acidentes do trabalho,
segundo as grandes regiões, para os anos de 2016, 2017 e 2018. É possível observar
que, no ano de 2018, as regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram 6 óbitos a cada
1.000 acidentes de trabalho; na região Nordeste foram 5 óbitos a cada 1.000 acidentes
do trabalho; e as regiões Sudeste e Sul tiveram 3 óbitos a cada 1.000 acidentes do
trabalho ocorridos. A região com menor quantidade de óbitos foi a Sudeste.
Figura 6 – Representação de óbitos na proporção de 1.000 acidentes do trabalho,
segundo as grandes regiões. Dados estatísticos dos anos de 2016, 2017 e 2018. Fonte:
AEPS, p. 721
O terceiro gráfico traz dados estatísticos da distribuição de óbitos por grandes regiões,
para o ano de 2018. Perceba que o maior número de óbitos ocorre na região Sudeste,
seguido pela região Sul. Para o ano de 2018, os óbitos em nível nacional tiveram as
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seguintes ocorrências: 43,9% na região Sudeste, 15,2% na região Nordeste, 12,5% na
região Centro-Oeste, 21,2% na região Sul e 7,1% na região Norte.
Figura 7 – Representação da distribuição de óbitos, segundo as grandes regiões, dos
dados estatísticos do ano de 2018, em porcentagem. Fonte: AEPS, p. 721
Esses são alguns dos dados presentes no AEPS 2018, mas muitos outros ainda podem
ser encontrados no anuário. Não deixe de consultá-lo na íntegra.
Além dos dados estatísticos apresentados no AEAT e no AEPS (disponíveis no site da
Previdência Social), ainda é possível encontrar informações regionais como, por
exemplo, as disponíveis na plataforma da SmartLab. Contudo, lembre-se de sempre
buscar dados oficiais, de modo a evitar avaliações equivocadas.
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Referências
Referências
BRASIL. DATAPREV. Apresentação. Disponível em:
http://www3.dataprev.gov.br/aeat/info_aeat_novidades.html. Acesso em: 30 set.
2021.
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2018. Disponível em: https://www.gov.br/previdencia/pt-br/acesso-a-
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2018.pdf.
______. ______. Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – AEAT 2018.
Brasília: MF, 2018. Disponível em: https://www.gov.br/previdencia/pt-
br/assuntos/previdencia-social/saude-e-seguranca-do-trabalhador/dados-de-acidentes-
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GOMES, Elainne Christine de Souza. Conceitos e ferramentas da epidemiologia. Recife:
Ed. Universitária da UFPE, 2015. Disponível em:
https://ares.unasus.gov.br/acervo/bitstream/ARES/3355/1/3con_ferra_epidemio_2016-
2.pdf. Acesso em: 30 set. 2021.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Comitê de Estatísticas
Sociais. Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – AEAT. Disponível em:
https://ces.ibge.gov.br/base-de-dados/metadados/mps/anuario-estatistico-de-acidentes-do-trabalho-aeat.html. Acesso em: 30 set. 2021.
MORBIDADE. In: Oxford Languages. Oxford: Oxford University Press. Disponível em:
https://languages.oup.com/google-dictionary-pt/. Acesso em: 30 set. 2021.

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