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POLÍCIA LEGISLATIVA: OPERAÇÕES ESPECIAIS, 
EVENTOS DE GRANDE PORTE, DISTÚRBIOS CIVIS, 
NEGOCIAÇÃO DE REFÉNS, PROTEÇÃO DE 
AUTORIDADES E TESTEMUNHAS 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-
sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação 
contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos 
e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra-
vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Sumário 
 
POLÍCIA LEGISLATIVA: OPERAÇÕES ESPECIAIS, ........................................ 1 
EVENTOS DE GRANDE PORTE, DISTÚRBIOS CIVIS, ................................... 1 
NEGOCIAÇÃO DE REFÉNS, PROTEÇÃO DE .................................................. 1 
AUTORIDADES E TESTEMUNHAS .................................................................. 1 
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2 
1. A CRIAÇÃO DA POLÍCIA LEGISLATIVA DO SENADO FEDERAL ............ 4 
1.1 O Poder Legislativo no contexto do modelo de divisão das funções de 
poder estabelecido pela Constituição de 1988 ............................................... 6 
1.1.1 Antecedentes históricos da separação de poderes ........................ 6 
1.1.2 A separação das funções de poder na Constituição de 1988 ............ 7 
2. FUNCIONAMENTO DAS OPERAÇÕES DA POLÍCIA LEGISLATIVA 
BRASILEIRA ...................................................................................................... 8 
2.1 Objetivos das operações .......................................................................... 9 
2.1.1 Batismo de Fogo .............................................................................. 10 
2.2 Como ocorre a seleção e treinamento pelotes ....................................... 10 
2.2.1 Competições PELOPES ................................................................... 11 
2.2.2 Tradições Comandos ....................................................................... 12 
2.3 Diferenças de emprego entre Comandos, Forças Especiais e PELOPES
 ...................................................................................................................... 12 
3. FUNCIONAMENTO DOS EVENTOS DE GRANDE PORTE DA POLÍCIA 
LEGISLATIVA .................................................................................................. 15 
4. DISTÚBIOS CIVIS .................................................................................... 16 
4.1 Destaque de distúrbios civis no ano de 2023 ......................................... 17 
5. COMO OCORRE A NEGOCIAÇÃO DE REFÉNS NO BRASIL ................ 18 
6. O CRIME ORGANIZADO .......................................................................... 19 
6.1 Regras especiais quanto ao crime organizado ....................................... 24 
6.2 Mecanismos de combate ao crime organizado ....................................... 24 
6.2.1 Meios Eletrônicos ............................................................................. 25 
6.2.2 Modalidades de captação eletrônica de provas ............................... 26 
7. PROTEÇÃO DE AUTORIDADES E TESTEMUNHAS .............................. 31 
8. REFERÊNCIAS: ........................................................................................ 33 
 
 
 
 
 
4 
1. A CRIAÇÃO DA POLÍCIA LEGISLATIVA DO SE-
NADO FEDERAL 
 
 
Todas as constituições brasileiras, sem exceção, ao tratar do Poder Le-
gislativo, previram expressamente a possibilidade de as Casas Legislativas dis-
porem a respeito de sua polícia. A respeito disso, é de se ver que em todas elas 
há apenas referência ao termo “polícia”, sem delimitar ou especificar que tipo de 
atribuições – ou mesmo que “espécie” de polícia – seria exercido pelos órgãos a 
serem criados pelo Poder Legislativo. 
No tocante à Constituição de 1988, verifica-se que essa situação se man-
teve, prevendo-a em seu art. 52, XIII, a competência do Senado Federal para 
simplesmente dispor sobre sua “polícia”, nos seguintes termos: 
 
“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
(...) 
XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus 
serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, 
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamen-
tárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)”. 
 
 
Dessa forma, talvez pela falta de maior especificação dos textos constitu-
cionais, não houve uma considerável produção legislativa a respeito do tema, 
limitando-se as Casas Legislativas a disporem a respeito de sua polícia com foco 
mais na função de manutenção da ordem e segurança do que em outras funções 
envolvendo matérias de polícia judiciária ou investigativa. 
No entanto, diante da necessidade de dar efetividade ao texto constituci-
onal, o Senado Federal ampliou tal espectro de atribuições, aprovando a Reso-
lução nº 59 de 2002, a qual dispõe sobre as atribuições e o funcionamento da 
Polícia dessa Casa Legislativa. A referida resolução tem em sua redação origi-
nária os seguintes termos: 
 
“Art. 1º A Mesa fará manter a ordem e a disciplina nas dependências 
sob a responsabilidade do Senado Federal. 
Art. 2º A Subsecretaria de Segurança Legislativa, unidade subordinada 
à Diretoria-Geral, é o órgão de Polícia do Senado Federal. 
 
 
 
5 
§ 1º São consideradas atividades típicas de Polícia do Senado Federal: 
I – a segurança do Presidente do Senado Federal, em qualquer locali-
dade do território nacional e no exterior; 
II – a segurança dos Senadores e autoridades brasileiras e estrangeiras, 
nas dependências sob a responsabilidade do Senado Federal; 
III – a segurança dos Senadores e de servidores em qualquer localidade 
do território nacional e no exterior, quando determinado pelo Presidente 
do Senado Federal; 
IV – o policiamento nas dependências do Senado Federal; 
V – o apoio à Corregedoria do Senado Federal; 
VI – as de revista, busca e apreensão; 
VII – as de inteligência; 
VIII – as de registro e de administração inerentes à Polícia; 
IX – as de investigação e de inquérito. 
§ 2º As atividades típicas de Polícia do Senado Federal serão exercidas 
exclusivamente por Analistas Legislativos, Área de Polícia e Segurança, 
e por Técnicos Legislativos, Área de Polícia, Segurança e Transporte, 
desde que lotados e em efetivo exercício na Subsecretaria de Segu-
rança Legislativa. 
(...) 
Art. 4º Na hipótese de ocorrência de infração penal nas dependências 
sob a responsabilidade do Senado Federal, instaurar-se-á o competente 
inquérito policial presidido por servidor no exercício de atividade típica 
de polícia, bacharel em Direito. 
§ 1° Serão observados, no inquérito, o Código de Processo Penal e os 
regulamentos policiais do Distrito Federal, no que lhe forem aplicáveis. 
§ 2º O Senado Federal poderá solicitar a cooperação técnica de órgãos 
policiais especializados ou requisitar servidores de seus quadros para 
auxiliar na realização do inquérito. 
§ 3º O inquérito será enviado,após a sua conclusão, à autoridade judi-
ciária competente.” 
 
 
Como se pode verificar, foram conferidas à Polícia Legislativa dessa Casa 
funções gerais de segurança, tanto de Parlamentares, em casos nela previstos, 
como de todo o complexo que se inclui em suas dependências, servindo-a de 
apoio à Corregedoria e às comissões parlamentares de inquérito. Ademais, atri-
buíram-se à Polícia do Senado funções tipicamente de polícia judiciária, envol-
vendo cumprimento de medidas de revista, busca e apreensão, além de ativida-
des de inteligência, de registro e outras tipicamente investigativas, inclusive com 
a prerrogativa de presidir inquéritos policiais. 
Diante desse quadro normativo, antes de se analisar a conformidade 
constitucional das atribuições outorgadas à Polícia Legislativa, faz-se necessário 
abordar a questão da separação de Poderes e dos conceitos que o termo “polí-
cia” abrange. 
 
 
 
 
6 
1.1 O Poder Legislativo no contexto do modelo de divisão das 
funções de poder estabelecido pela Constituição de 1988 
 
 
1.1.1 Antecedentes históricos da separação de poderes 
 
Embora se tenha consagrado a expressão “separação” de poderes, a 
doutrina tem ressalvado que o Poder estatal é uno, insuscetível de separação. 
Em realidade, o que pode ser dividido são as diferentes funções estatais, atribu-
indo-as a órgãos diversos, como mecanismo de controle e limite (Bonavides, 
2008). 
Embora paire certa controvérsia a respeito de quem teria sido o precursor 
da ideia de separação de poderes, verifica-se que ela foi referida por Aristóteles 
em sua obra “A política”, na qual se traça um esboço de segregação das funções 
deliberativas, executivas e judiciais. Embora tal fundamento estivesse presente, 
não se fez uma sistematização completa a respeito de cada órgão, o que veio 
bem mais tarde a ser feito por John Locke (1998), quando escreveu seus “Dois 
Tratados sobre o Governo”. 
Para Locke, a essência da separação das funções de poder era a de criar 
limitações ao poder, enfatizando em sua obra a dicotomia existente entre a fun-
ção de criação da lei e de sua execução. Dessa forma, embora fosse enfatizada 
a preponderância da função legislativa – a supremacia da rule of law –, frisou-se 
a vedação ao Legislativo para que executasse as leis que criava. 
Posteriormente, Montesquieu (2004) ampliou o tema, melhor delimitando 
as funções de cada órgão de poder, bem como a independência de que deveria 
gozar cada um deles no exercício delas. Na obra “O Espírito das Leis”, esse 
autor refere que, “para que não se possa abusar do poder, é necessário que, 
pela disposição das coisas, o poder detenha o poder”. Em outros termos, pode-
se dizer que a ideia central da obra de Montesquieu é a criação de princípios de 
divisão das funções estatais, mas que, ao mesmo tempo, permitam mecanismos 
de equilíbrio e controle recíprocos, de modo a não engessar a máquina do Es-
tado. 
 
 
 
7 
A partir dessas ideias, a separação das funções de poder foi constitucio-
nalmente positivada pela primeira vez na Carta da Virgínia (1776), sendo igual-
mente expressa na Constituição americana, em 1787. Na Europa, igualmente, 
foi ela escrita de forma solene pelo artigo 168 da Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão, que alçou a separação de poderes como pressuposto da 
própria ideia de constituição. No Brasil, em que pese a Constituição Imperial de 
1824 ter trazido algumas expressões do princípio da separação das funções de 
poder, só foi ele definitivamente positivado de forma expressa na Constituição 
Republicana de 1891. Tal princípio, desde então, assim tem sido sistematica-
mente reproduzido nas constituições posteriores, estando veiculado no texto de 
1988 de forma explícita nos artigos 2º e 60, § 4º. 
 
1.1.2 A separação das funções de poder na Constituição de 1988 
 
A Constituição de 1988 consagrou a independência entre os Poderes 
como princípio fundamental da República, insuscetível de ser derrogado por 
emenda, visto que constitui cláusula pétrea. Sobre tal aspecto, relevante é a lição 
de Anna Cândida da Cunha Ferraz (1994, p. 19), que assim descreve tal fenô-
meno: 
 
“A independência entre os poderes concretiza-se por intermédio de uma 
formação independente (cada ramo de poder se estabelece sem inter-
ferência do outro ramo, por exemplo, mediante eleições próprias e inde-
pendentes), de uma organização e estruturação interna básica indepen-
dente, de um mínimo de competências próprias e exclusivas ou privati-
vas, de condições que permitam atuação e funcionamento independen-
tes ou autônomos, e de discricionariedade no uso de suas faculdades 
próprias (escolha de meios e definição de oportunidade de ação, sem 
interferência ou imposição de outro poder, com o limite ditado tão-so-
mente pela Constituição).” 
 
 
Conforme a referida autora, buscou-se consubstanciar a independência 
de cada órgão de poder com base nas chamadas cláusulas de indelegabilidade 
e de inacumulabilidade. Em outras palavras, o órgão detentor das funções de 
poder específicas não poderia delegá-las inteiramente a outro, sob pena de sub-
verter a repartição constitucionalmente formulada, desestabilizando o sistema. 
 
 
 
8 
Igualmente, do outro lado da moeda, a cláusula de inacumulabilidade veda a 
concentração de mais de uma função típica em um mesmo poder. 
No entanto, é de se ver que tal separação das funções de poder não é 
absoluta, e nem mesmo Montesquieu assim a idealizou em sua obra, visto que 
isso implicaria um engessamento que, em vez de depurar o exercício do poder, 
prejudicar-lhe-ia a efetividade. 
No entanto, é de se ver que eventuais exceções a esse sistema de inde-
pendência e harmonia só poderão ser veiculadas pela própria Constituição, não 
se podendo por qualquer outro meio alterar tal conformação constitucional, sob 
pena de afronta ao princípio em comento. A respeito disso, por diversas vezes 
já foram consideradas inconstitucionais leis que criavam ingerências de um po-
der sobre outro sem previsão constitucional. 
 
2. FUNCIONAMENTO DAS OPERAÇÕES DA POLÍ-
CIA LEGISLATIVA BRASILEIRA 
 
A Polícia Legislativa Brasileira é responsável pela segurança dos prédios 
e das autoridades do Congresso Nacional, garantindo a integridade física dos 
parlamentares, servidores e visitantes. Ela atua tanto na Câmara dos Deputados 
quanto no Senado Federal. 
As operações da Polícia Legislativa envolvem ações de prevenção e re-
pressão de crimes dentro do âmbito do legislativo. Isso inclui o controle de 
acesso aos prédios, a realização de revistas e o monitoramento de câmeras de 
segurança. 
A Polícia Legislativa também investiga crimes cometidos nas dependên-
cias do Congresso Nacional, como furtos, roubos, agressões e outros atos ilíci-
tos. Ela possui poderes de polícia judiciária, ou seja, pode instaurar inquéritos e 
realizar prisões 
 
 
 
 
 
9 
2.1 Objetivos das operações 
 
A Polícia Legislativa Brasileira tem como principais objetivos garantir a 
segurança e a ordem dentro das instalações do Congresso Nacional, proteger 
os parlamentares, servidores e o patrimônio público, além de investigar e preve-
nir atividades ilícitas que possam ocorrer dentro do âmbito legislativo. Isso inclui 
ações como o controle de acesso às dependências do Congresso, a realização 
de rondas de segurança, a investigação de ameaças e crimes ocorridos dentro 
das instalações do parlamento, entre outras atividades relacionadas à segurança 
e à ordem no ambiente legislativo. 
“Pelotões especiais” do Exército Brasileiro 
Esses pelotões são unidades formadas por militares especializados em 
determinadas áreas ou funções específicas dentro da estrutura do Exército. Eles 
podem ser criados, como: 
Missões Especiais: Pelotões podem ser formados para realizar missões 
especiais, como operações de resgate, operações de reconhecimento em ter-
reno hostil, ou operações de contra insurgência. 
Treinamento Especializado:Pelotões podem ser criados para treinar mi-
litares em técnicas avançadas de combate, táticas especiais, ou em áreas espe-
cíficas como operações de selva, montanha, ou operações anfíbias. 
Suporte Especializado: Alguns pelotões podem ser formados para for-
necer suporte técnico ou logístico especializado, como pelotões de engenharia, 
pelotões de manutenção de equipamentos específicos, ou pelotões de comuni-
cações avançadas. 
Resposta a Ameaças Específicas: Em algumas situações, pelotões po-
dem ser criados em resposta a ameaças específicas, como ataques cibernéticos, 
ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares (QBRN), ou terrorismo. 
Esses são apenas alguns exemplos dos tipos de pelotões especiais que 
podem ser criados pelo Exército Brasileiro. A formação dessas unidades visa 
aumentar a capacidade operacional e a eficácia das Forças Armadas em dife-
rentes cenários e contextos de operação. 
 
 
 
10 
2.1.1 Batismo de Fogo 
Durante a 2ª Guerra Mundial, as unidades de operações especiais ainda 
não existiam oficialmente, entretanto, a missão e o modo de emprego de peque-
nas frações do Exército Brasileiro que lutaram neste conflito, podem ser consi-
derados o embrião dos PELOPES. 
Nesta campanha, o comandante da Força Expedicionária Brasileira, Ma-
rechal Mascarenhas de Morais, com objetivo da defesa estratégica das bases 
brasileiras nos campos da Itália, ordenou que se destacassem pequenas frações 
destas bases, a fim de operar de maneira irregular e em missões de alto grau de 
risco e sigilo. 
Segundo relatórios das atuações dessas unidades, nos escritos do pró-
prio marechal, e de seus oficiais de Estado-Maior, o trabalho dessas pequenas 
frações foi de grande valia para a campanha da FEB. 
 
2.2 Como ocorre a seleção e treinamento pelotes 
O processo de seleção e treinamento de pelotões especiais no Exército 
Brasileiro pode variar dependendo do tipo de pelotão e das suas funções espe-
cíficas. No entanto, algumas etapas gerais são comuns: 
Seleção Inicial: Os militares que desejam integrar um pelotão especial 
normalmente passam por um processo seletivo rigoroso. Isso pode incluir avali-
ações físicas, psicológicas, entrevistas e análise de habilidades específicas. 
Treinamento Básico: Antes de ingressar no pelotão especializado, os 
candidatos passam pelo treinamento básico do Exército, onde aprendem os fun-
damentos da vida militar, habilidades de combate básicas, disciplina e trabalho 
em equipe. 
Treinamento Especializado: Uma vez selecionados, os militares desig-
nados para os pelotões especiais passam por um treinamento intensivo e espe-
cializado em sua área de atuação. Isso pode incluir treinamento em técnicas de 
https://pt.wikipedia.org/wiki/2%C2%AA_Guerra_Mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a_Expedicion%C3%A1ria_Brasileira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marechal_Mascarenhas_de_Morais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marechal_Mascarenhas_de_Morais
https://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado-Maior
 
 
 
11 
combate específicas, como operações de selva, montanha, urbanas ou anfíbias, 
treinamento em operações especiais, treinamento em armamento e equipa-
mento especializado, entre outros. 
Treinamento Contínuo: O treinamento nos pelotões especiais é contínuo 
e exigente. Os militares recebem atualizações constantes sobre novas técnicas, 
equipamentos e táticas, e participam regularmente de exercícios práticos e si-
mulações para manter suas habilidades afiadas e preparadas para missões re-
ais. 
Missões de Campo: Durante o treinamento, os militares podem participar 
de missões de campo simuladas ou reais para aplicar as habilidades aprendidas 
em situações práticas e sob pressão. 
Avaliação e Certificação: Ao final do treinamento, os militares são avali-
ados para garantir que atendam aos padrões de desempenho exigidos pelo pe-
lotão especializado. Aqueles que passam na avaliação recebem certificações e 
estão prontos para serem integrados às operações do pelotão. 
Essas são algumas das etapas gerais envolvidas no processo de seleção 
e treinamento de pelotões especiais no Exército Brasileiro. Cada pelotão pode 
ter requisitos e procedimentos específicos, dependendo das suas funções e das 
necessidades operacionais. 
 
2.2.1 Competições PELOPES 
Alguns grandes comandos do Exército, como a 3ª Divisão de Exército, 
realizam competições militares entre os PELOPES de suas organizações milita-
res, com o objetivo de fomentar a capacidade operacional destas unidades. 
Entre as modalidades disputadas estão tiro de caçador, tiro despor-
tivo, orientação, nado operacional, artes marciais, corrida rústica, pentatlo milita-
res outras modalidades que possibilitem um melhor desempenho ao combatente 
em uma situação real. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/3%C2%AA_Divis%C3%A3o_de_Ex%C3%A9rcito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atirador_especial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tiro_desportivo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tiro_desportivo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Orienta%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pentatlo_militar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pentatlo_militar
 
 
 
12 
No ano de 2007 o vencedor da competição realizada pela 3ª DE foi o Pe-
lotão de Operações Especiais orgânico do 2º Regimento de Cavalaria Mecani-
zado, que estava representando a 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada da qual 
faz parte este regimento, a Competição foi coordenada pela 3ª Seção (Cap ED-
GAR MARCELO, Sgt EDERSON, Cb GUSTAVO) do 19º Regimento de Cavala-
ria Mecanizado. 
 No ano de 1990 foi campeão desta competição o PELOPES da cidade 
de São Borja sagrando-se em 1º Lugar na pista de orientação no campo de ins-
trução da Reiuna em Santiago e na Coudelaria do Rincão onde era integrante o 
atual 1 Tenente RR Carlos Alberto Ribeiro Durão. 
 
2.2.2 Tradições Comandos 
Apesar da maioria esmagadora dos integrantes dos PELOPES nunca ter 
feito o Curso de Ações de Comandos do Exército, os mesmos herdaram as tra-
dições dos pioneiros integrantes dos PELOPES que realizaram tal curso. 
Por isso, se autointitulam "caveiras", título dado aos militares que con-
cluem com êxito o Curso de Ações de Comandos. Abaixo é o símbolo da tropa 
de Comandos do Brasil. A caveira simboliza a morte, que está sempre presente 
em uma missão de operações especiais. A faca com a lâmina vermelha significa 
o sigilo de uma missão e o sangue derramado pelos combatentes. O fundo verde 
representa as matas do Brasil, e a cor preta, simboliza a noite escura, momento 
ideal para a execução de uma Ação de Comandos. 
 
2.3 Diferenças de emprego entre Comandos, Forças Especiais e 
PELOPES 
Do ponto de vista estratégico as unidades do Comando de Operações Es-
peciais cumprem missões de Operações Especiais de alto valor para o esforço 
https://pt.wikipedia.org/wiki/2007
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=2%C2%BA_Regimento_de_Cavalaria_Mecanizado&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=2%C2%BA_Regimento_de_Cavalaria_Mecanizado&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/1%C2%AA_Brigada_de_Cavalaria_Mecanizada
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Curso_de_A%C3%A7%C3%B5es_de_Comandos&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comando_de_Opera%C3%A7%C3%B5es_Especiais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comando_de_Opera%C3%A7%C3%B5es_Especiais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%B5es_Especiais
 
 
 
13 
de guerra, sempre determinadas pelo Estado Maior Conjunto das Forças Arma-
das. 
Os Comandos, Forças Especiais e a Companhia de Precursores Para-
quedista cumprem toda gama de missões de Operações Especiais, como infil-
tração aeroterrestre, anfíbia e guerra irregular. 
Já os PELOPES cumprem missões determinadas pelo Comandante do 
Batalhão ao qual são subordinados. 
Ocorre que, diante de uma situação estratégica específica os PELOPES 
podem constituir uma SUOPES (subunidade) operando em proveito de uma Bri-
gada. Inclusiveuma Brigada de Operações Especiais visando apoiar tanto ope-
rações tipo Comandos, quanto operações tipo operações de Forças Especiais. 
Daí o plural Forças, um somatório de vetores e homens mais preparados 
e motivados. Nesse particular pode-se incluir as polícias militares e civis. 
Nesse contexto as Forças Especiais assumem o comando centralizado 
das operações onde todos envolvidos integraram as Operações Especiais, 
mesmo não sendo Forças Especiais. Exceto se as mesmas desconhecerem es-
tar operando para as Forças Especiais tendo em vista manter o sigilo, a integri-
dade de todos os operadores ou os objetivos propostos. 
Os Comandos e as Forças Especiais são formados por militares mais pre-
parados e treinados, com constantes adestramento. 
Os PELOPES admitem conscritos e não possuem todo o embasamento 
técnico/operacional de um Destacamento de Comandos. 
Apesar disso, realizam com maestria a sua missão de subunidade opera-
cional, dentro de uma guarnição comum. 
Do ponto de vista operacional os Comandos e Forças Especiais estão ap-
tos a: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Maior_Conjunto_das_For%C3%A7as_Armadas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Maior_Conjunto_das_For%C3%A7as_Armadas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comandos
https://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7as_Especiais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_de_Precursores_Paraquedista
https://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_de_Precursores_Paraquedista
https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%B5es_Especiais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comandos
https://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7as_Especiais
 
 
 
14 
- Realizar infiltrações e exfiltrações terrestres, aéreas e aquáticas; 
 - Realizar infiltração aeroterrestre (paraquedista) através do salto engan-
chado e salto livre. 
 - Realizar infiltração aquática com equipamento aberto e equipamento de 
mergulho autônomo. 
- Atuar em qualquer ambiente operacional, particularmente em regiões 
semiáridas(caatinga), de montanha, de pântano e de selva; 
 - Conduzir fogo terrestre, aéreo e naval; 
 - Participam em conjunto com outras Forças Especiais; 
- Realizar operações irregulares; 
- Realizar operações de reconhecimento especial, principalmente em pro-
veito próprio; 
- Assessorar outras forças quanto ao emprego dos elementos operacio-
nais de comandos, bem como quanto a técnicas, táticas e procedimentos pecu-
liares a essa tropa. 
Unidades do Comando de Operações Especiais contam com equipamen-
tos não disponíveis as tropas convencionais como o fuzil HK416, miras holográ-
ficas, IR Beacon MS2000, Heckler & Koch MP5, FN Minimi, Barrett M82A1, M24 
Sniper Weapon System. 
Os PELOPES contam com equipamentos idêntico a de Organizações Mi-
litares comuns: FN FAL, IA2, Mq M968 Mosque FAL, IMBEL GC. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Heckler_%26_Koch_MP5
https://pt.wikipedia.org/wiki/FN_Minimi
https://pt.wikipedia.org/wiki/Barrett_M82
https://pt.wikipedia.org/wiki/M24_Sniper_Weapon_System
https://pt.wikipedia.org/wiki/M24_Sniper_Weapon_System
https://pt.wikipedia.org/wiki/FN_FAL
https://pt.wikipedia.org/wiki/IA2
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mq_M968_MosqueFAL
https://pt.wikipedia.org/wiki/IMBEL_GC
 
 
 
15 
3. FUNCIONAMENTO DOS EVENTOS DE GRANDE 
PORTE DA POLÍCIA LEGISLATIVA 
Os eventos de grande porte da Polícia Legislativa envolvem uma série de 
procedimentos e medidas de segurança para garantir a ordem e o bom funcio-
namento das atividades que ocorrem nas dependências do Congresso Nacional 
ou em áreas de responsabilidade da Polícia Legislativa. Aqui estão algumas das 
principais características de como esses eventos são conduzidos: 
Planejamento Antecipado: Antes do evento, a Polícia Legislativa realiza 
um planejamento detalhado, levando em consideração diversos fatores, como o 
tamanho e a natureza do evento, as áreas a serem protegidas, a quantidade de 
participantes esperados, as possíveis ameaças de segurança, entre outros. 
Controle de Acesso: Durante o evento, a Polícia Legislativa estabelece 
medidas de controle de acesso para garantir que apenas pessoas autorizadas 
possam entrar nas áreas designadas. Isso pode incluir o uso de barreiras físicas, 
verificação de identidade, e revistas de segurança. 
Monitoramento e Vigilância: A Polícia Legislativa realiza monitoramento 
e vigilância constante durante o evento, utilizando câmeras de segurança, equi-
pes de patrulha, e outros recursos para identificar e responder a qualquer ativi-
dade suspeita ou incidente. 
Escolta e Proteção: Em eventos que envolvem autoridades ou persona-
lidades importantes, a Polícia Legislativa pode fornecer escolta e proteção espe-
cial, garantindo a segurança dos participantes em trânsito ou em áreas de maior 
concentração. 
Resposta a Emergências: A Polícia Legislativa mantém equipes de pron-
tidão para responder a emergências que possam ocorrer durante o evento, in-
cluindo incêndios, evacuações de emergência, ou situações de ameaça à segu-
rança. 
 
 
 
16 
Coordenação com Outras Agências: Em alguns casos, a Polícia Legis-
lativa pode coordenar suas atividades com outras agências de segurança pú-
blica, como a Polícia Federal, as Forças Armadas, ou órgãos de segurança es-
taduais e municipais, para garantir uma resposta integrada e eficaz a possíveis 
ameaças. 
Esses são alguns dos aspectos gerais de como a Polícia Legislativa opera 
em eventos de grande porte nas dependências do Congresso Nacional ou em 
áreas sob sua responsabilidade. O objetivo principal é garantir a segurança e a 
ordem durante esses eventos, protegendo as autoridades, os participantes e o 
patrimônio público. 
 
4. DISTÚBIOS CIVIS 
Distúrbios civis podem ocorrer quando há manifestações, protestos ou 
agitações populares que resultam em tumultos, violência ou confrontos dentro 
das áreas de responsabilidade da Polícia Legislativa Brasileira, como as depen-
dências do Congresso Nacional ou áreas próximas a essas instalações. 
Quando ocorrem distúrbios civis, a Polícia Legislativa é responsável por 
tomar medidas para restaurar a ordem e garantir a segurança das pessoas e do 
patrimônio público. Isso pode envolver uma variedade de ações, incluindo: 
Contenção e Controle de Multidões: A Polícia Legislativa pode empre-
gar técnicas de controle de multidões para conter e dispersar os manifestantes, 
garantindo que eles não invadam as instalações do Congresso Nacional ou cau-
sem danos ao patrimônio público. 
Negociação e Diálogo: Em alguns casos, a Polícia Legislativa pode ten-
tar estabelecer um diálogo com os líderes dos manifestantes para resolver paci-
ficamente os conflitos e evitar escaladas de violência. 
 
 
 
17 
Uso Progressivo da Força: Se necessário, a Polícia Legislativa pode 
utilizar o uso progressivo da força para lidar com distúrbios civis, começando 
com medidas menos letais, como gás lacrimogêneo ou balas de borracha, e es-
calando conforme a situação exige. 
Monitoramento e Inteligência: Durante distúrbios civis, a Polícia Legis-
lativa mantém um monitoramento constante da situação e recolhe informações 
de inteligência para entender as dinâmicas e identificar possíveis agitadores ou 
grupos violentos. 
Proteção de Autoridades e Instalações: Além de lidar com os manifes-
tantes, a Polícia Legislativa também se concentra em proteger as autoridades e 
as instalações do Congresso Nacional contra possíveis ataques ou invasões du-
rante os distúrbios civis. 
Coordenação com Outras Agências: Em situações de distúrbios civis, 
a Polícia Legislativa pode coordenar suas operações com outras agências de 
segurança pública, como a Polícia Militar, a Polícia Federal, ou órgãos de segu-
rança estaduais e municipais, para garantir uma resposta integrada e eficaz. 
Em resumo, a Polícia Legislativa Brasileira é responsável por lidar com 
distúrbios civis dentro das áreas de sua competência, utilizando uma combina-
ção de medidas de controle de multidões, negociação, uso da força e coordena-
ção comoutras agências para garantir a segurança e a ordem pública. 
 
4.1 Destaque de distúrbios civis no ano de 2023 
Em 2023, um dos destaques em relação aos distúrbios civis no Brasil foi 
a intensificação de protestos e manifestações em diversas cidades do país. Es-
ses protestos ocorreram por uma variedade de razões, incluindo questões soci-
oeconômicas, políticas, ambientais e de direitos humanos. 
 
 
 
18 
Um dos eventos que chamou atenção foi o aumento das manifestações 
relacionadas às políticas ambientais e à preservação da Amazônia. O Brasil en-
frentou críticas internacionais por sua política ambiental e pelo aumento do des-
matamento na Amazônia, o que gerou protestos tanto dentro quanto fora do país. 
Os manifestantes pediam ações mais efetivas do governo brasileiro para prote-
ger a floresta e combater a destruição ambiental. 
Além disso, questões como desigualdade social, corrupção, violência po-
licial e direitos LGBTQ+ também foram temas de protestos e manifestações em 
diversas partes do Brasil ao longo do ano de 2023. 
Esses distúrbios civis destacaram a diversidade de preocupações e des-
contentamentos da população brasileira e evidenciaram a necessidade de diá-
logo, mudanças políticas e sociais para resolver os problemas enfrentados pelo 
país. 
 
5. COMO OCORRE A NEGOCIAÇÃO DE REFÉNS 
NO BRASIL 
A negociação de reféns no Brasil geralmente segue protocolos e procedi-
mentos específicos, dependendo da agência ou instituição responsável pela ges-
tão da crise. Abaixo segue os passos comuns envolvidos na negociação de re-
féns: 
Estabelecimento de contato: A primeira etapa é estabelecer contato 
com os sequestradores para iniciar as negociações. Isso geralmente é feito por 
meio de um negociador especializado em crises, que pode ser um policial trei-
nado em técnicas de negociação de reféns. 
Ganho de confiança: O negociador procura estabelecer uma relação de 
confiança com os sequestradores para facilitar o processo de negociação. Isso 
pode envolver o estabelecimento de comunicação regular, o reconhecimento das 
 
 
 
19 
demandas dos sequestradores e a demonstração de empatia em relação à situ-
ação deles. 
Comunicação: Durante as negociações, o negociador mantém uma linha 
aberta de comunicação com os sequestradores, ouvindo suas demandas e pre-
ocupações, e transmitindo informações sobre a situação dos reféns. 
Negociação de demandas: O negociador tenta negociar as demandas 
dos sequestradores da melhor forma possível, buscando soluções que garantam 
a segurança dos reféns e a resolução pacífica da crise. Isso pode envolver con-
cessões por parte das autoridades, como a garantia de imunidade legal para os 
sequestradores, a liberação de fundos ou a realização de mudanças em políticas 
públicas, dependendo das circunstâncias. 
Manutenção da calma: Durante todo o processo de negociação, é crucial 
manter a calma e evitar ações que possam aumentar a tensão ou colocar os 
reféns em maior perigo. O negociador trabalha para reduzir a ansiedade e o es-
tresse dos sequestradores e reféns, mantendo um ambiente de diálogo aberto e 
construtivo. 
Resolução Pacífica: O objetivo final da negociação de reféns é alcançar 
uma resolução pacífica da crise, garantindo a libertação segura dos reféns e a 
prisão ou rendição dos sequestradores. Isso pode levar tempo e requer paciên-
cia e determinação por parte dos negociadores e das autoridades envolvidas. 
 
6. O CRIME ORGANIZADO 
A definição legal do crime organizado foi objeto de muita polêmica na 
doutrina e na legislação brasileira, até a recente mudança legislativa operada 
pela Lei n. 12.850, de 8 de agosto de 2013. 
Antes de abordar a evolução da legislação interna propriamente dita, é 
importante destacar que o Brasil ratificou a Convenção das Nações Unidas 
 
 
 
20 
contra o Crime Organizado Transnacional, que foi promulgada, no direito 
brasileiro, por meio do Decreto nº 5.015, de 12 de março de 2004. 
 A primeira lei a disciplinar a organização criminosa no ordenamento 
jurídico brasileiro foi a Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995, que dispunha sobre 
a utilização de meios operacionais para a prevenção e repressão de ações 
praticadas por organizações criminosas. 
 Seu artigo 1º estabelecia que “Esta lei define e regula meios de prova e 
procedimentos investigatórios que versarem sobre crime resultante de ações de 
quadrilha ou bando”. Ou seja, limitou-se a equiparar o conceito de crime 
organizado à antiga figura da quadrilha ou bando prevista no art. 288 do Código 
Penal, cuja delifinção legal era de 1940. Posteriormente, a Lei 9.034/1995 foi 
alterada pela Lei nº 10.217, de 11 de abril de 2001, que deu nova redação ao 
art. 1º daquela lei: 
“ Art. 1º Esta Lei define e regula meios de prova e procedimentos 
investigatórios que versem sobre ilícitos decorrentes de ações 
praticadas por quadrilha ou bando ou organizações ou associações 
criminosas de qualquer tipo”. 
Após muitas discussões doutrinárias e jurisprudenciais, o Supremo 
Tribunal Federal acabou firmando posicionamento no sentido de que a Lei nº 
9.034/1995, que foi alterada pela Lei nº 10.217, de 11 de abril de 2001, não 
continha uma definição de crime organizado ou organização criminosa. Tal 
cenário alterou-se, parcialmente, com a edição da Lei nº 12.694, de 24 de julho 
de 2012, que dispôs sobre o processo e o julgamento colegiado em primeiro grau 
de jurisdição de crimes praticados por organizações criminosas. 
Embora não trazendo uma norma incriminadora, nem definindo o tipo 
penal de organização criminosa, referida lei definiu, para os fins da decisão 
judicial objetivando instaurar um colegiado de primeiro grau, que “para os efeitos 
desta Lei, considera-se organização criminosa a associação, de 3 (três) ou mais 
pessoas, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, 
ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, 
vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de crimes cuja pena máxima 
 
 
 
21 
seja igual ou superior a 4 (quatro) anos ou que sejam de caráter transnacional” 
(art. 2.º). 
Todavia, a grande e mais significativa mudança ocorreu recentemente, 
com a Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, que estabeleceu um conceito legal 
de organização criminosa, bem como tipificou o crime de organanização 
criminosa. Ressalte-se que na referida lei, embora haja, do ponto de vista 
material, a definição (art. 1º) e a tipificação (art. 2º) de organização criminosa, há 
um claro predomínio de aspectos processuais sobre os substanciais. 
A nova lei está dividida em três capítulos. O Capítulo I conceitua e tipifica 
organização criminosa (arts. 1º e 2º). 
O Capítulo II disciplina as atividades destinadas à obtenção da prova 
durante a investigação e instrução criminal, estando assim subdividido: Seção I, 
da colaboração premiada (arts. 4º a 8ª); Seção II, da ação controlada (arts. 8º e 
9º); Seção III, da infiltração de agentes (arts. 10 a 14); Seção IV, do acesso a 
registros, dados cadastrais, documentos e informações (arts. 15 a 17); e, Seção 
V, que trata dos crimes ocorridos na investigação e na obtenção da prova (arts. 
18 a 21). 
Por fim, o Capítulo III, dispõe sobre as disposições finais e o procedimento 
(arts. 22 e 23).6 A definição – mas não a tipificação – de “organização criminosa” 
está prevista no art. 1º, § 1º, da Lei nº 12.850/2013: 
 “Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou 
mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de 
tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de 
infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) 
anos, ou que sejam de caráter transnacional”. 
Diante disso, poderia parecer que, atualmente, há dois conceitos de 
organização criminosa no ordenamento jurídico brasileiro: o primeiro, da Lei nº12.694, de 24 de julho de 2012, com vista à constituição de um juízo colegiado 
em primeiro grau de jurisdição, para proferir de decisões e sentença em processo 
por crimes praticados por organizações criminosas; o segundo, da nova Lei nº 
 
 
 
22 
12.850/2013, para a aplicação dos meios de investigação e obtenção de provas 
nela previstos. Assim, não teria havido uma revogação da primeira lei, pela 
segunda, com base na máxima lex posterior derrogat legi priori, até mesmo 
porque, a Lei nº 12.694 define competência “para os efeitos dessa Lei”. Não é 
essa, contudo, a melhor interpretação. 
A ressalva acima mencionada, que limita a primeira definição, para os 
efeitos da lei que dispõe sobre a instituição de juízo colegiado, se justificava, 
historicamente, pois quando entrou em vigor a Lei nº 12.694/2012, não havia no 
ordenamento jurídico brasileiro um tipo penal de organização criminosa. 
 Por isso, referida lei pretendeu deixar claro que não estava tipificando tal 
delito – até mesmo porque não comina sanção penal –, mas apenas 
conceituando organização criminosa, para fins de instalação do juízo colegiado. 
Daí a expressão “para os efeitos dessa Lei”. Todavia, com a edição da Lei nº 
12.850/2013, passou a existir um conceito de organização criminosa (art. 1º) e 
um tipo penal do delito de organização criminosa (art. 2º). 
Logo, na parte em que conceitua organização criminosa, o art. 1º, § 1º, da 
Lei nº 12.850/2013 revogou tacitamente o art. 2º da Lei nº 12.694/2012. Assim, 
o conceito de organização criminosa, inclusive para os fins da Lei nº 
12.694/2012, passou a ser o da nova Lei nº 12.850/2013.8 Por outro lado, a 
tipificação do crime de organização criminosa encontra-se no art. 2º da referida 
lei: 
 “Art. 2º . Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por 
interposta pessoa, organização criminosa: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) 
anos, e multa, sem prejuízo das penas cor respondentes às demais infrações 
penais praticadas”. 
Apesar do conceito de “crime organizado” não ter sido definido com 
precisão, suas principais características são conhecidas: 
a) Padrão organizativo; 
 
 
 
23 
b) Racionalidade tipo empresarial visando “cooperação criminosa”: 
oferece bens e serviços ilícitos (tais como drogas e prostituição) e investe seus 
lucros em setores legais da economia; 
c) Utilização de métodos violentos com a finalidade de ocupar posições 
proeminentes ou de ter o monopólio do mercado (obtenção do máximo lucro sem 
necessidade de realizar grandes investimentos, redução dos custos e controle 
da mão-de-obra); 
d) Uso da corrupção da força policial e do Poder Judiciário; 
e) Estabelecimento de relações com o poder político; 
f) Uso da intimidação e do homicídio, seja para neutralizar a aplicação da 
lei, seja para obter decisões políticas favoráveis ou para atingir seus objetivos. 
A batalha contra o crime organizado na Itália, nos últimos anos, obteve 
sucesso devido aos seguintes fatores: 
 a) A sociedade manifestou sua disposição de luta contra o crime; 
b) A adoção de uma estrutura legal tornou possível essa luta; 
c) A existência de um aparato legal para fazer cumprir a lei em todos os 
níveis; 
d) A imprensa foi adequadamente informada sobre o fenômeno e sobre 
sua sofisticação; 
e) A produção de uma quantidade significativa de literatura manteve os 
cidadãos informados; 
f) Como parte de seus programas de ensino, as escolas informaram seus 
estudantes sobre os problemas do crime organizado. 
 
 
 
 
24 
6.1 Regras especiais quanto ao crime organizado 
Houve um avanço significativo, na legislação brasileira, do ponto de vista 
da legalidade, no que se refere aos dos meios de obtenção de prova aplicáveis 
às organizações criminosas, em comparação com a legislação anterior. 
 A revogada Lei nº 9.034/1995 se limitava a “nominar” os meios de 
obtenção de prova, sem estabelecer qualquer disciplina legal. Nao havia 
previsão de hipóteses de cabimento, prazo de duração da medida, necessidade 
ou não de autorização judicial, eficácia probatória das medidas, etc. 
Já a Lei nº 12.850/2013, ainda que possa ser criticada em alguns pontos, 
no que toca aos meios de obtenção de prova aplicáves ao crime organizado, 
preocupou-se em estabelecer um efetivo regramento a tais meios de prova, ao 
invés de simplesmente nominá-los. 
 
6.2 Mecanismos de combate ao crime organizado 
Diante do desafio do “crime organizado”, uma investigação policial efetiva 
deve contar com meios que permitam a obtenção de provas, o que torna neces-
sária a regulamentação adequada de diversos mecanismos ou técnicas especi-
alizadas de investigação, tais como meios eletrônicos, uso de informantes e réus 
colaboradores, operações encobertas, agentes infiltrados, investigações finan-
ceiras etc. 
A luta contra o crime organizado residirá principalmente do uso adequado 
desses mecanismos ou técnicas de investigação e das ferramentas de aplicação 
da lei desenvolvidas ao longo de muitos anos de experiência na repressão a 
esse fenômeno criminológico. 
 
 
 
 
25 
 6.2.1 Meios Eletrônicos 
O emprego de meios eletrônicos, ou suporte eletrônico, representa a mais 
importante das armas à disposição contra o crime organizado. Fornece confiabi-
lidade, provas objetivas por intermédio dos depoimentos dos próprios participan-
tes e permite conhecer os planos dos criminosos para cometer crimes antes que 
sejam postos em prática. 
Por outro lado, se trata de uma técnica bastante sensível, uma vez que se 
preocupa com os interesses da pessoa quanto a sua privacidade. Essa preocu-
pação, aliás, impõe uma série de restrições ao uso do suporte eletrônico. 
Por exemplo, o mesmo só pode ser utilizado para se obter evidências de 
algumas sérias e específicas transgressões listadas em seu estatuto legal. Uma 
vez que o suporte eletrônico passa a ser usado, os responsáveis pelas investi-
gações têm que enviar relatórios à Justiça informando o que tem sido obtido. 
Nesses relatórios periódicos, lista-se o número de ligações interceptadas, o nú-
mero de ligações contendo conversas criminosas, faz-se um resumo das mes-
mas e se descreve todo e qualquer evento incomum que pareça ter ligação com 
aquilo que é colhido. Esse constante envio de relatórios é parte do que faz o 
suporte eletrônico tão extenuante. 
O suporte eletrônico também é restrito em termos de duração. Seu uso é 
limitado a 15 dias, que podem ser prolongados por períodos iguais, desde que 
todos os requerimentos sejam cumpridos e aprovados pelo juiz. 
 
6.2.1.1 Conceito 
Meios eletrônicos são técnicas operacionais que consistem na utilização 
de equipamentos específicos para a gravação e reprodução de sons e imagens 
que instruem ou definem uma determinada situação. 
O emprego de meios eletrônicos para conhecer ou documentar o conte-
údo de conversações telefônicas (ou entre pessoas presentes) é, atualmente, 
 
 
 
26 
bastante comum e difundido, especialmente considerando os progressos da tec-
nologia que ampliam a capacidade de coleta de dados a custos cada vez mais 
baixos. 
A eletrônica não conhece fronteiras, enquanto que as legislações de todo 
o mundo criam rígidos limites para essas atividades em prol das universalmente 
consagradas inviolabilidades do sigilo das comunicações e da privacidade do 
indivíduo. Quando se trata, especialmente da utilização dos seus resultados no 
processo penal, aquelas barreiras garantidoras dos direitos individuais assu-
mem, nas vedações probatórias, um contorno publicístico sob a ótica do devido 
processo legal. Portanto, se a tecnologia não possui limites, as legislações em 
todo o mundo procuram impor limites a estas atividades. 
Como valores de fundo, voltam a se confrontar, de modo geral, de um 
lado, a necessidade de se prover o Estado de meios eficazes de luta contra a 
criminalidade organizada e, de outro lado, as liberdades públicas, situaçãoque 
dá margem à aplicação da teoria da proporcionalidade. 
 
6.2.2 Modalidades de captação eletrônica de provas 
Combinando os elementos apontados pela doutrina, chegamos à noção, 
em sentido amplo, da interceptação: a captação da comunicação entre duas pes-
soas, executada por terceiro, a partir da qual cumpre estabelecer alguma distin-
ção tendo em vista diversas modalidades de captação eletrônica da prova: 
a) Interceptação telefônica; 
b) Escuta telefônica; 
c) Interceptação ambiental; 
d) Escuta ambiental; 
e) Gravação clandestina. 
 
 
 
 
27 
O crime organizado é uma realidade e, respeitando todos os princípios 
que norteiam o estado democrático de direito, devemos nos preparar para pre-
veni-lo e enfrentá-lo. 
Inicialmente, não há como se falar de uma estratégia de repressão a or-
ganizações criminosas, atividade altamente especializada e lucrativa, sem o mo-
derno e adequado emprego da atividade de inteligência policial, extraindo-se o 
máximo proveito de seus princípios norteadores: objetividade, amplitude, impar-
cialidade, simplicidade, oportunidade, segurança, controle e compartimentação. 
Desta forma, advém a necessidade de contarmos com uma estrutura que 
atue proativamente e, em parceria constante, com as unidades operacionais da 
Polícia Judiciária, Ministério Público e Justiça, assim como com todos os órgãos 
que direta ou indiretamente possam contribuir para o cumprimento desta missão. 
Num mundo tecnologicamente sofisticado como o atual, em que o crime organi-
zado opera como se fosse uma verdadeira empresa, é preciso que todos os res-
ponsáveis pela prevenção e repressão ao crime organizado, e em especial as 
Polícias Judiciárias, não se circunscrevam aos métodos tradicionais, baseados 
no isolamento, na autossuficiência e no descompromisso com resultados. 
Os criminosos mostram que são capazes de se adaptar rapidamente a 
novas tecnologias, explorando oportunidades criadas pelo advento da globaliza-
ção das economias mundiais. Precisamos superar essas adversidades e dar um 
salto, alcançando o nível de cooperação que buscamos. 
Somente quando aprendermos a trabalhar eficientemente, em conjunto, é 
que seremos capazes de montar um ataque efetivo ao crime organizado. 
Da mesma forma que o crime organizado evoluiu para uma estrutura não 
vertical e flexível, torna-se cada vez mais difícil a repressão a esta modalidade 
criminosa por intermédio de uma estrutura policial rígida e centralizada, conce-
bida para a defesa do Estado e que não se modernizou a tempo para atender às 
demandas atuais. 
 
 
 
28 
Por outro lado, devemos também praticar um moderno direito penal, tra-
balhando com aspectos da delação premiada, do corréu colaborador, intercep-
tação telefônica e ambiental, quebra de sigilo bancário, quebra de sigilo fiscal, 
infiltração de agente policial ou de inteligência etc., institutos que embora sejam 
previstos em nossa legislação, dificilmente são aplicados porque não temos a 
cultura de aplicação de métodos modernos de obtenção de provas. 
 Finalizando, as forças responsáveis pela prevenção e repressão às orga-
nizações criminosas organizadas devem redefinir suas prioridades institucionais 
no combate à criminalidade e redirecionar seus melhores esforços e recursos 
para enfrentar a realidade de crime organizado, priorizando os trabalhos de in-
teligência na identificação, mapeamento, monitoração e desarticulação das or-
ganizações criminosas através da prisão de seus componentes e, especial-
mente, na apreensão dos bens e propriedades destas corporações, sem o que, 
as prisões são inócuas. 
A Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, representa um significativo 
avanço do ordenamento jurídico brasileiro no combate à criminalidade organi-
zada. Não é uma lei que mereça apenas elogios. Mas, ainda que críticas possam 
e devam lhe ser dirigidas, certamente há mais acertos do que erros. Mas, ainda 
que se tenha evoluído no campo legislativo, é preciso ter em conta a advertência 
de Grevi, de que na luta contra o crime organizado, não é o processo penal o 
lugar exclusivo, ou mesmo mais adequado, para tal enfrentamento, que deve se 
desenvolver especialmente antes e fora do processo, nos diversos níveis em que 
se colocam os fatores criminógenos. 
Não ter isso em mente pode fazer com que se cobre do processo penal 
uma tarefa que ele não tem condições de cumprir. 
 A revogada Lei 9.034/1995, de um lado, não definia nem tipificava orga-
nização criminosa e, de outro, do ponto de vista processual, se limitava a nomi-
nar um rol de meios de obtenção de prova aplicáveis às organizações criminosa. 
A nova legislação sinaliza para o caminho de uma estratégia normativa especí-
fica para o combate à criminalidade organizada, ainda que tenha sido omissa em 
 
 
 
29 
pontos que mereceriam um regime diferenciado, em especial, a criação de re-
gras procedimentais específicas. 
O grande problema superado pela nova lei é a definição legal de organi-
zação criminosa, até então inexistente na legislação brasileira, bem como a cri-
ação de um tipo específico de organização criminosa. Por outro lado, é fácil notar 
o predomínio dos aspectos processuais sobre os de direito penal na Lei 
12.850/2013. De direito material há, apenas, definição e tipificação de organiza-
ção criminosa. Tudo o mais é disciplina processual dos meios de investigação e 
obtenção de provas. Na Lei 12.850/2013 é inegável que o predomínio do enfo-
que investigatório gera um grande risco de desvirtuamento do processo penal. 
Essa hipertrofia pré-processual no combate à criminalidade organizada 
tem feito com que a posterior fase processual da persecução penal, em que deve 
se dar a produção das provas pelas partes, em contraditório, perante o juiz ter-
ceiro e imparcial, se transforme em uma etapa de escasso significado heurístico, 
em que há mera ratificação ou chancela de tudo o que foi produzido inquisitori-
almente durante a investigação. 
Essa característica de antecipação da intervenção penal para a fase de 
investigação é fruto das “sociedades de risco”, para usar a expressão cunhada 
por Ulrich Beck. A população como um todo se sente ameaçada por graves ris-
cos, de escala global, e com efeitos incontroláveis: 
 ► Crises financeiras em escala mundial, como a ocorrida nos anos de 
2008 e 2009, consumindo poupanças de toda uma vida e gerando desempregos 
em massa; 
 ► Contaminações ambientais por produtos geneticamente modificados; 
desastres nucleares contaminando pessoas e alimentos, como em Fukushima, 
no ano de 2011; 
 
 
 
30 
 ► contaminações e mortes de milhares de pessoas por epidemias pro-
vadas por vírus, com no caso da Febre Hemorrágica Ebola, que atingiu vários 
países da África, neste ano; 
 ► Ataques terroristas que podem ser desencadeados a qualquer mo-
mento e em qualquer lugar, como ocorreu com as torres gêmeas, nos EUA, no 
fatídico 11 de setembro de 2001, chegando ao extremo como o de grupos ultrar-
radicais como o Estado Islâmico em 2014. 
Nesse campo se inclui, é claro, o medo do crime organizado. O risco, 
como explica Bauman, é um perigo (ou medo) previsível, com o qual é possível 
conviver. 
Existem os medos pessoais, que ameaçam o corpo e as propriedades; os 
medos da durabilidade da ordem social, que implicam perigo para a segurança 
do sustento (renda, emprego, previdência); e, o medo quanto à posição do ser 
no mundo, isto é, o perigo de degradação ou exclusão social (hierarquia social e 
identidade de classe, gênero, religiosa etc.) O Estado, falhando nas missões de 
prover bem estar social, que geram os medos de segunda e terceira ordem, 
volta-se para prover segurança individual, com repressão penal, isto é, mais e 
mais incremento da repressão penal. Há, pois, uma inegável relação entre soci-
edade de risco e maior necessidade de controle. 
Depois de lançar mão de diversas estratégicas de direito penal, numa an-
tecipaçãoda intervenção penal material, como por exemplo, com a ampla utili-
zação de crimes de perigo abstrato,68 expansões dos crimes omissivos, ou 
mesmo os crimes de participação em associações criminosas,69 como nova es-
tratégia de “contenção do risco” ou ao menos para gerar na sociedade o efeito 
sedante de que os riscos estão sendo controlado. 
 
 
 
 
31 
7. PROTEÇÃO DE AUTORIDADES E TESTEMU-
NHAS 
 
A proteção de autoridades e testemunhas no Brasil é uma responsabili-
dade compartilhada entre diversas instituições governamentais, principalmente 
o Poder Judiciário, o Ministério Público, as polícias estaduais e federais, e órgãos 
especializados em segurança pública e proteção de testemunhas. Aqui estão os 
principais aspectos de como ocorre essa proteção: 
Programas de Proteção de Testemunhas: O Brasil possui programas 
de proteção de testemunhas, tanto em nível estadual quanto federal. Esses pro-
gramas oferecem medidas de proteção, como mudança de identidade, realoca-
ção para outro local, assistência médica e psicológica, segurança pessoal e fi-
nanceira, entre outros, para testemunhas que estejam em situação de risco em 
virtude de sua colaboração com investigações criminais. 
Análise de Risco: Antes de receberem proteção, as autoridades ou tes-
temunhas são submetidas a uma análise de risco para avaliar a gravidade da 
ameaça e determinar o nível de proteção necessário. Essa análise considera 
fatores como o tipo de crime, a periculosidade dos envolvidos, o histórico crimi-
nal, entre outros. 
Medidas de Segurança: Com base na análise de risco, são implementa-
das medidas de segurança adequadas para proteger as autoridades ou teste-
munhas. Isso pode incluir vigilância constante, escolta armada, instalação de 
dispositivos de segurança em suas residências, entre outras medidas. 
Sigilo e Confidencialidade: É essencial manter o sigilo e a confidencia-
lidade das informações relacionadas à identidade e à localização das autorida-
des ou testemunhas protegidas, a fim de evitar vazamentos que possam com-
prometer sua segurança. 
 
 
 
32 
Treinamento e Orientação: As autoridades ou testemunhas protegidas 
recebem treinamento e orientação sobre como agir em situações de risco, como 
identificar possíveis ameaças, como utilizar os dispositivos de segurança forne-
cidos e como comunicar-se com as autoridades responsáveis pela sua proteção. 
Acompanhamento Contínuo: A proteção de autoridades e testemunhas 
é um processo contínuo, que requer acompanhamento constante para avaliar a 
eficácia das medidas de segurança e fazer ajustes conforme necessário. 
Esses são os principais aspectos de como ocorre a proteção de autorida-
des e testemunhas no Brasil. É importante destacar que a eficácia desses pro-
gramas depende da colaboração entre diferentes órgãos e da disponibilidade de 
recursos adequados para garantir a segurança das pessoas em situação de 
risco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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