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ANEXOS FETAIS E TROCAS MATERNO-FETAIS PLACENTA A placenta possui um componente materno (decídua - revestimento do endométrio) e um componente fetal (trofoblasto - se diferencia em citotrofoblasto e sincício trofoblasto, que faz a invasão ao endométrio). Possui duas faces, que são a face fetal (para o bebê) e materna (aderida ao endométrio). Características: forma discoidal e achatada, pesa 400-500g, espessura 1-3cm. A partir de 36 semanas considera-se período prodrômico (antecede o trabalho de parto - contrações regulares). A placenta envelhece de acordo com o desenvolvimento fetal (até 42 semanas). No período prodrômico, a progesterona começa a cair (contrações e cólicas, que não são suficientes para dilatar o colo uterino), para cada progesterona que sai, entra uma ocitocina - o parto ocorre entre 38-41 semanas (considerar erro de cálculo e discinesia uterina). No decorrer da gravidez podem haver leves contrações (Braxton Hicks) para manter as fibras miometrais estáveis - leva sangue do endométrio ao embrião. ANEXOS DO EMBRIÃO Estruturas temporárias formadas durante o desenvolvimento embrionário do endométrio ao embrião. Cório: membrana que envolve todo o embrião e os outros anexos - é parte da placenta - participa na troca de gases entre o embrião e o meio externo. Âmnio: membrana que envolve o embrião diretamente e forma o saco amniótico - amortecedor contra choques manutenção do ambiente fetal. Alantóide: extensão do intestino posterior do embrião - é parte da placenta - armazena excretas nitrogenadas e participa na troca de gases respiratórios. Vesícula vitelínica: envolve o vitelo (nutrição inicial) - estrutura bastante reduzida - formação de células sanguíneas. ANEXOS FETAIS Placenta. Cordão umbilical: liga o feto à placenta, transporta nutrientes e oxigênio e remove resíduos fetais. Membranas fetais (âmnio e cório). Sistema amniótico: O saco amniótico é formado pelo âmnio e contém o líquido amniótico - proteção, manutenção da temperatura e desenvolvimento. FUNÇÕES DA PLACENTA Metabolismo: síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos. Transporte de substâncias. Secreção endócrina. As vias de trocas de substâncias dependem de qual substância será trocada. A placenta realiza síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos (substâncias que são necessárias também para a produção de hormônios). Na gravidez existe um aumento de insulina produzido pelo pâncreas materno, em contrapartida, a placenta faz o papel oposto. Progesterona: quiescência uterina - capacidade do útero de não entrar em trabalho de parto antes do período normal (suplementação transvaginal). As vias de transporte pela membrana transplacentária, são principalmente por difusão simples (oxigênio), difusão facilitada (glicose) e transporte ativo (aminoácidos). A glicemia fetal é medida pela [glicemia materna - 20mg/dL], porém o pâncreas fetal não consegue metabolizar grandes quantidades de glicose (excesso gera radicais livres e pode interferir na divisão celular) - pode gerar má-formação e risco aumentado de hipoglicemia pós nascimento (cessação súbita do suprimento de glicose). Secreção endócrina: HCG, estrogênio, progesterona, tireotropina coriônica humana, corticotropina C. humana e lactogênio placentário. LACTOGÊNIO PLACENTÁRIO Hormônio proteico, de estrutura química semelhante à da prolactina e da somatotrofina hipofisária (devido semelhança dosagem deve ser quantitativa). A única fonte de energia que o feto utiliza é a glicose. A insulina é responsável por captar a glicose da corrente sanguínea. Na gravidez, o hPL atua como contrarregulador, causando uma resistência insulínica, de modo a fornecer maior aporte de glicose ao feto. Em condições normais, o hPL (ação anti-insulínica) não causa alterações no controle glicêmico do organismo materno. Quando há fatores de risco (genético, HV) para DM, o hPL pode atuar como gatilho para DMG. CONSEQUÊNCIAS DA DMG PARA O FETO Glicose passa por difusão facilitada para o feto. O pâncreas fetal já está formado e semi-ativo por volta de 10 semanas para suas demandas naturais, sem o excesso de glicose. Em situações de aumento excessivo do aporte de glicose ao feto, ocorre a hiperinsulinemia fetal, ainda assim, a produção do pâncreas é insuficiente para o excesso de açúcar, e este, será convertido em gordura. Essa condição gera a macrossomia fetal, que leva ao aumento do número de cesáreas, e em partos normais, aumento do risco de tocotraumatismos. A glicose em excesso, também promove o aumento da diurese osmótica, ou seja, o aumento da produção de urina fetal, leva a um acúmulo excessivo de líquido amniótico, e por fim, polidramnia. Quando há DMG, a medida do fundo uterino é sempre > 3 cm do valor de referência, podendo indicar macrossomia e polidramnia. Filhos de mães diabéticas, quando a DM é pré-gestacional, possuem risco aumentado para más-formações fetais, devido glicação (glic+prot) aumentada e a liberação de radicais livres (EROs) antes da gravidez. Filhos de mães diabéticas podem nascer com tiragem intercostal e batimento de asa de nariz, pois o aumento da glicose fetal retarda a produção do surfactante alveolar. O pico máximo da produção de surfactante é nas 35 semanas de gestação. Quando há risco de parto prematuro, a administração de corticosteróides (28- 34 semana) podem estimular a produção de surfactante. DIAGNÓSTICO DE DMG Os valores normais devem estar entre 85-91 mg/dL, no primeiro trimestre. Porém, resultados normais não significam que posteriormente não seja desenvolvida DMG, já que o hPL (contrarregulador da insulina) tem seu pico acima de 20 semanas de gestação. Entre 24-28 semanas o TOTG deve ser realizado, durante o pico máximo de hPL, para rastrear, novamente, DMG. Se no primeiro exame laboratorial, a glicemia for ≥ 92 mg/dL e ≤ 125 mg/dL estabelece-se o diagnóstico de DMG. Sem necessidade de TOTG posterior. Encaminha-se para controle glicêmico (alto risco). Se no primeiro exame, for ≥ 126 mg/dL, mesmo com hPL normal, o diagnóstico é de DM II - pré-gestacional. O TOTG avalia a glicemia em jejum e nos tempos de 1h e 2h após a sobrecarga de solução de glicose anidro (75g). Realizado entre 24-28 semanas, no momento em que há hPL alto. Os valores diagnósticos para DMG são: Lembrar que > 36 semanas não deve ser realizada a glicemia para não ter resultados incorretos. Nesse período há elevação do cortisol, que por sua vez leva ao aumento da glicemia. PRODUÇÃO HORMONAL O HCG produzido no início da gravidez pelo sinciotrofoblasto para manutenção da gravidez - HCG mantém o corpo lúteo, evitando sua involução (progesterona) pelo menos até a 7ª semana. Pode haver uma leve estimulação de estrogênio e progesterona (coadjuvante), e a partir da 12º semana, a placenta começa a produzir progesterona (dilatação do vaso e extravasamento de líquido - cefaleia frontal causada pela progesterona). A capacidade placentária de produção estrogeidônica ocorre entre 35-47 dias após a ovulação, antes disso, a produção de progesterona é pelo corpo lúteo. ESTEROIDOGÊNESE FETOPLACENTÁRIA A placenta precisa de colesterol (LDL), como precursor para a produção de hormônios, principalmente para converter a pregnelonona através das células do sinciciotrofoblasto para a produção da progesterona. A deficiência nessa conversão pode gerar problemas na manutenção da gravidez. Aumento das secreções das tubas uterinas e do útero. Decidualização do endométrio (alteração). Quiescência uterina. Atividade imunossupressora. Relaxamento dos ligamentos pélvicos. Aumento do fluxo sanguíneo. O útero deve estar relaxado. A progesterona de base micronizada (uso endovaginal) ocupa os espaços de receptores para que nenhum outro hormônio se ligue promovendo contrações. FUNÇÕES DA PROGESTERONA CIRCULAÇÃO UTEROPLACENTÁRIA Circulação que existe entre o útero e a placenta, sendo a base pra sobrevivência do feto. A circulação materna e a fetal são independentes (sangue não se mistura), apenas as substâncias passam pela membrana. O desenvolvimento da circulação uteroplacentáriaocorre a partir de duas ondas de invasão das artérias espiraladas pelo trofoblasto. A primeira ocorre antes de 12 semanas e a segunda entre 12 e 16. Em uma gravidez normal, a artéria espiralada sofre um alargamento na porção mais próxima à placenta (proximal), já na região distal é mais estreita. A segunda onda fará com que as artérias atinjam estado de maior calibre e menor resistência. A ausência da segunda onda trofoblástica gera a pré-eclâmpsia. Define-se como hipertensão que ocorre > 20 semanas. Na placenta, existem cotilédones, que são a unidade funcional da placenta. Cada cotilédone é suprido por uma artéria espiralada. O sangue da mãe, oxigenado, é ejetado nos espaços intervilosos através da sua pressão sanguínea e contrações de Braxton-Hicks. Nas vilosidades coriônicas ocorrem as trocas de gases e nutrientes. A membrana transplacentária é banhada pelo sangue ejetado. Oxigênio e nutrientes passam por tipos de transporte variados, sem que ocorra mistura do sangue materno e fetal. Em alguns casos, a permeabilidade aumentada ou presença de defeitos arquitetônicos na membrana, podem permitir a passagem de hemácias, e caso haja incompatibilidade de Rh pode ocorrer eritroblastose fetal. O cordão umbilical possui duas artérias e uma veia. O sangue oxigenado chega ao feto pela veia umbilical, enquanto as escórias do metabolismo fetal, descem pelas duas artérias umbilicais até o espaço interviloso, membrana transplacentária e são captadas pela veia materna (eliminadas pelos pulmões ou pelos rins). BEM ESTAR FETAL O bem estar fetal é definido como o estado de boa oxigenação e nutrição do feto, a partir das trocas que ocorrem pela placenta. O feto precisa eliminar escórias nitrogenadas e absorver bicarbonato (neutralização), os rins fetais realizam esse processo, sem que ele entre em contato. VASOS MATERNOS - PRESSÃO ARTERIAL E INTRAUTERINA. Diminuição do calibre do vaso da mãe: diminuição do fluxo, com consequente, diminuição do aporte de O2 gerando sofrimento fetal e centralização. O fluxo dos vasos maternos é diretamente proporcional a PAM, o que pode gerar hemorragias e anestesia. A posição de decúbito dorsal diminui o fluxo sanguíneo, enquanto o decúbito lateral esquerdo causa descompressão da VCI, levando mais sangue ao AD e aumenta a oferta de sangue na circulação uteroplacentária. Pressão intrauterina aumentada (contrações), aumenta a resistência que os vasos maternos encontram para atravessar o miométrio. Hipertonia: elevação pressão intrauterina que pode levar a perturbação do fluxo. Taquisistolia: mínimo de 5 contrações em 10 minutos. O útero precisa de relaxamento para ejeção de sangue, o que não ocorre nesse caso. Hipersistolia: Frequência x intensidade - quando a contração uterina dura mais de 2 minutos. Na contração o bebê não recebe O2 (tônus muscular). Desenvolve-se no trabalho de parto e é uma emergência obstétrica. FATOR PLACENTÁRIO - DPP A principal causa de descolamento prematuro de placenta é a hipertensão arterial (vasoconstrição - irritabilidade uterina, afasta a placenta de seu local de inserção - hematoma retro placentário - hipertonia). Sempre que há diminuição de fluxo são formadas áreas de necrose da decídua basal. O DPP pode pode ocorrer com hemorragia oculta e com hemorragia externa. O aumento da área de descolamento >50% é óbito fetal. Outros fatores de risco são: tabagismo, drogas ilícitas, álcool, anemia e má nutrição. VILOSIDADES CORIÔNICAS A pressão elevada causa a destruição das vilosidades. Quando há pré-eclâmpsia podem haver danos na membrana, gerando processo irritativo e inflamação. SAF: síndrome do anticorpo antifosfolipídico (doença autoimune) coagulação. Anemia falciforme: a hemácia em forma de foice lesa a membrana. VASOS FETAIS Prolapso do cordão umbilical, nós circulares e compressão: quando o cordão umbilical desce pelo canal de parto antes ou junto com o bebê (rompimento rápido da bolsa - não reintroduzir o cordão). No momento que rompe a bolsa, as contrações aumentam e o polo cefálico pode comprimir o cordão. As duas artérias são capsuladas, e os vasos ficam envolvidos pela geleia de Wharton composta por tecido conjuntivo, que permite o deslizamento do cordão umbilical, mesmo com as complicações. A descompressão do cordão umbilical pode ser feita pela elevação do quadril (posição genupeitoral). HIPOXEMIA Inicialmente, ocorre a hipoxemia (redução da pO2 sanguínea), em seguida, ocorre a hipóxia (redução de pO2 nos tecidos). Essas condições causam danos neurais. Após alguns dias ocorre a anóxia, que causa acidemia (glicose de forma anaeróbica gera ácido lático - a correção deve ser com administração de glicose e suprimento de O2 à mãe) e lesão tecidual. Centralização: é um mecanismo de adaptação hemodinâmico que ocorre quando o feto tem a percepção da falta de oxigênio, gerando dilatação da artéria cerebral média, buscando levar sangue para áreas nobres (cérebro, coração e rins), enquanto o resto do organismo tem perfusão diminuída. Hipoplasia pulmonar - apesar de não ter funcionamento na vida uterina, o pulmão precisa de aporte sanguíneo (oxigenação). Hipofluxo e peristaltismo diminuído: eliminação de mecônio. A diminuição do fluxo sanguíneo diminui também a TFG: oligodramnia. SISTEMA AMNIÓTICO Composto por duas membranas: cório (mais externo) e âmnio (interna), e pelo líquido amniótico. Entre as membranas há certa quantidade de líquido para não haver sobreposição das camadas. O cório é composto por vários tipos de colágeno, e mais rígido, e mesmo que haja pequenos rompimentos nessa membrana, ocorre o colabamento com o âmnio, o que evita o rompimento automático da bolsa. O âmnio possui certa quantidade de colágeno (III e IV), e glicoproteínas, como a fibronectina (marcador usado para avaliar risco de parto prematuro) e maior elasticidade. Endotoxinas de bactérias, especialmente associadas a ITU, possuem grande capacidade de romper as membranas, gerando corioamnionite. FUNÇÕES DO LÍQUIDO AMNIÓTICO Homeostase térmica (1-1,5º a mais do que a temperatura materna). Proteção contra traumas. Reservatório de líquidos e nutrientes. Proteção contra compressão do cordão. Permite o desenvolvimento do pulmão, sistema osteomuscular e TGI. O bebê deglute o líquido amniótico, a partir do TGI, segue em direção ao sistema cardiovascular e é absorvido, segue para os rins é filtrado e eliminado na urina fetal, dessa forma, fazendo a renovação do líquido. No primeiro trimestre, o líquido amniótico é principalmente composto por água que atravessa a membrana amniótica e vem do plasma materno. Pequenas quantidades também podem vir da pele do feto (transudato do plasma fetal), que ainda não é queratinizada. O volume de líquido aumenta de acordo com as demandas fetais. Apenas a partir do segundo trimestre (12 sem), os rins fetais tornam-se funcionais, e começam a participar da produção de líquido amniótico. O transporte pela pele continua contribuindo secundariamente até a 25ª semana, quando torna-se queratinizada. O aumento da diurese noturna materna ocorre devido a reabsorção do excesso de líquido é eliminado a noite pelo sistema linfático. O trato respiratório produz cerca de 350mL de líquido amniótico ao final da gestação. Anormalidade do SNC, como meroanencefalia (impede a deglutição), atresia de esôfago (fundo cego), DMG (diurese osmótica) e gestação múltipla podem causar polidramnia. A oligodramnia nem sempre significa um problema grave (pode ter sido mecânica por colabamento das membranas e perda não tão significativa). A insuficiência placentária (fluxo de sangue diminuído - HAS, causa diminuição do calibre do vaso diminuindo a circulação uteroplacentária). Compressão de cordão umbilical - secundário. Agenesia bilateral renal é incompatível com a vida, mas a unilateral pode gerar oligodramnia. Uropatia obstrutiva (ureter estreito). POLIDRAMNIA E OLIGODRAMNIA ALEITAMENTO MATERNO Aleitamento Materno é quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outrosalimentos. Aleitamento materno exclusivo (até o 6º mês): Recebe somente leite materno Sulfato ferroso/medicamentos entram nessa classificação. Aleitamento materno predominante: Recebe o leite materno, mas também água e bebidas à base de água (chás). Aleitamento materno complementado (após o 6º mês - 2 anos): Além do aleitamento materno, a criança começa a receber alimentos sólidos ou semi. Aleitamento materno misto/parcial: recebe leite materno e outros tipos de leite, como fórmulas ou leite de vaca. O leite é produzido de trás para frente: a maior quantidade de lipídeos é liberada posteriormente, enquanto a porção inicial é majoritariamente água. Deve-se iniciar o aleitamento o mais rápido possível: promove a colonização intestinal eficaz, estimular a ejeção de leite (maior duração da amamentação) e adaptar o bebê ao meio, favorecendo o vínculo mãe-bebê. ALEITAMENTO MATERNO Imunoglobulina IgA secretor: proteção do intestino do bebê e colonização (previne a enterocolite necrosante, diarreias) - principalmente colostro. LC PUFA: componente do leite materno, glicerídeo de cadeia média que ajuda no desenvolvimento cerebral (aumenta conexões neuronais). Suplementação de sulfato ferroso a partir do nascimento (leite materno não possui a quantidade necessária e no leite de vaca não é tão biodisponível). A mãe também deve fazer a suplementação. Diminui a gravidade dos episódios de pneumonia, bronquiolite e otites. Diminuição dos riscos de alergias (proteína do leite de vaca, dermatite atópica e asma). Menor risco de desenvolver doenças crônicas. Para a mãe a amamentação aumenta a proteção contra câncer de mama e ovário, evita nova gestação (amamentação exclusiva + amenorreia = 98%). BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO CICLO GESTACIONAL NORMAL MODIFICAÇÕES LOCAIS A cada ciclo menstrual o organismo feminino se prepara para uma gestação. A nidação e sua evolução provocam modificações locais (estrutura genital feminina) e sistêmicas. ÚTERO Amolecimento do colo do útero devido embebição gravídica (influência hormonal sobre elasticidade) especialmente no local de implantação do óvulo. Sinal de Hegar (amolecimento do istmo - transição colo-corpo). Sinal de MacDonald (anteversoflexão exagerada do corpo uterino devido amolecimento do istmo). Aumento do volume uterino causado, na primeira metade da gestação, pela hipertrofia muscular (miometrio), e na segunda metade pelo estiramento das fibras musculares, que gera redução da espessura. O istmo (segmento inferior do útero - assim chamado na gestação) se expande ao final do 1º trimestre e se incorpora à cavidade uterina. Limite inferior é o orifício interno do colo e superior anel de Bandl. Endométrio origina as decíduas na gestação, a decídua basal no local de implantação, a capsular ao redor do ovo e a parietal no restante da cavidade. Formato o útero não gravídico é piriforme (pêra). Com a implantação e crescimento do ovo em um dos cornos uterinos, percebe-se assimetria ao toque (Sinal de Piskacek - mais específico na região de implantação). Até a 12º semana assume a forma globosa. Na 20ª semana (ao fim da hipertrofia e início do estiramento) torna-se cilíndrico. Posição o útero não gravídico é anteversofletido e intrapélvico. O amolecimento do istmo acentia a anteversoflexão e a medida que o útero torna-se pélvico, desloca-se para a direita (dextrorrotação). Coloração e vascularização o útero gravídico adquire tom vinhoso devido aumento do volume e do fluxo sanguíneo, com consequente aumento do calibre dos vasos. COLO UTERINO Formado por tecido conjuntivo e poucas fibras musculares (o que promove contrações mais rápidas), também ganha coloração arroxeada, devido vascularização. Sinal de Goodell a consistência torna-se amolecida. Hiperplasia glandular promove ectopias: aparecimento das células glandulares no colo do útero - sangramento após relações. Formação do tampão mucoso no canal cervical - aumento de secreção promovido pela ectopia. Posição é longo e posterior durante a gestação e torna-se fino e anterior próximo ao trabalho de parto. OVÁRIOS Há um discreto crescimento e aumento da vascularização, e inibição do aparecimento de novos folículos (inativos/repouso). Nas fases iniciais responsável pelo corpo lúteo (manutenção da fase inicial da gravidez). TROMPAS Aumento da vascularização: coloração violácea e aumento das fímbrias (congestas e edemaciadas). Há discreta hipertrofia muscular, rigidez e menor mobilidade. VAGINA Paredes ficam aumentadas e perdem a rugosidade. Aumento do fluxo vaginal pode levar ao aumento de secreção (glândulas) e o aumento da vascularização é visto pelo: Sinal de Kluge: paredes arroxeadas. Sinal de Osiander: sensação de pulsação da artéria vaginal ao toque dos fundos de saco laterais. VULVA Sinais de hipertrofia, pequenos lábios pouco entreabertos e tom violáceo da mucosa vulvar (Sinal de Jacquemier). MAMAS Hipersensibilidade mamária nas primeiras 10 semanas e crescimento com nodulações devido hipertrofia alveolar. Mamilo também aumenta de volume e torna-se hiperpigmentado junto com a aréola primária. O crescimento das mamas pode acarretar em estrias (estiramento). Vascularização aumentada sob as mamas: rede venosa de Haller. Sinal de Hunter: aparecimento de uma aréola externa (secundária). Hipertrofia de glândulas sebáceas das aréolas: tubérculos de Montgomery. O colostro pode aparecer a partir da 20ª semana (secreção mamária incolor). MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS Aumento de volume do LEC, intersticial e plasmático é cerca de 30-40% dos valores pré-gravídicos. Há hemodiluição, pois a relação aumento do volume plasmático é maior que o do número de eritrócitos (mais solvente do que soluto) gerando a anemia dilucional da gestação. Aumento da volemia deve-se ao predomínio do SRAA sobre o FNA. Promove maior fornecimento de nutrientes e O2 ao feto, compensa as necessidades aumentadas do útero que geram a diminuição do retorno venoso e prepara para a perda sanguínea no parto. Aumento do débito cardíaco devido ao aumento de volume, a quantidade de sangue a ser bombeada também aumenta. Ocorre pelo aumento do volume sistólico e da FC. O aumento da PA não ocorre pois há diminuição da RVP. Redução da RVP fazendo com que o vaso fique mais dilatado, devido aumento de substâncias vasodilatadoras (prostaciclinas) e redução das vasoconstritoras (tromboxano a2). Redução da reatividade vascular os vasos tornam-se menos responsivos a efeitos vasoconstritores de Ang II, catecolaminas e outras. Isso também explica a não elevação da PA na gravidez. ALTERAÇÕES CIRCULAÇÃO UTEROPLACENTÁRIA Invasão do trofoblasto na artéria espiralada: ao destruir a camada muscular das arteríolas espiraladas, aumenta seu lúmen e diminui a resistência e pressão, permitindo aumento do fluxo sanguíneo. Diminuição da resistência uterina ao fluxo devido invasão do trofoblasto nas arteríolas espiraladas que diminui a reatividade vascular a agentes vasoativos. Aumento e redistribuição do fluxo uterino que em não grávidas é maior no miométrio e passa a ser maior no endométrio no primeiro trimestre (50%) e na fase termo (90%). CORRELAÇÕES CLÍNICAS Edema de MMII devido diminuição do retorno venoso para o átrio direito. Presença de sopro cardíaco devido aumento da volemia e DC. Queda da PA (hipotensão) no segundo trimestre devido diminuição da RVP. Queda de Hb e Hct. ADAPTAÇÕES METABÓLICAS E NUTRICIONAIS Fase catabólica: materna e fetal, dura até a 27ª semana e consiste no acúmulo de energia. Fase catabólica materna e anabólica fetal: a partir da 28ª semana a energia armazenada passa a ser captada pelo feto. Há menor concentração plasmática de nutrientes do que no período não gravídico, pois a placenta é mais eficiente que tecidos maternos para retirar nutrientes da circulação. APARELHO URINÁRIO Aumento de 30-50% da TFG, podendo apresentar glicosúria e aminoacidúria. Estase uretral pela ação de prostaciclinas, que pode gerar maior incidência de ITU e incontinência urinária de esforço (elevaçãoda bexiga pelo útero). MODIFICAÇÕES GERAIS No aparelho digestivo há evolução lenta do bolo alimentar e fecal (prostaciclinas) e aumento da absorção de nutrientes. No sistema respiratório a FR é estável e aumento do volume minuto respiratório e da respiração alveolar. Eritema palmar, melasma, linha nigra (alba) e temperatura (progesterona). ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL NÚMERO MÍNIMO DE CONSULTAS Conjunto de medidas e protocolos de conduta que tem por objetivo assegurar o nascimento de uma criança saudável e o bem estar materno e neonatal. Devem ser realizadas, no mínimo, seis consultas, na gestação de baixo risco: 01 no primeiro trimestre (mensalmente). 02 no segundo trimestre (quinzenalmente). 03 no terceiro trimestre (semanalmente). Além disso, são preconizadas uma consulta antes de engravidar e uma consulta no puerpério (até o 42º dia). EXAMES FUNDAMENTAIS NO PRÉ-NATAL EXAME FÍSICO Controle materno de peso, sinais vitais, avaliação de mucosas, tireoide, mamas, tórax e abdome, MMII e exame ginecológico. Palpação obstétrica: Manobra de Leopold-Zweifel (recomendada a partir do segundo trimestre). Medida e avaliação da altura uterina (após 12 semanas). Ausculta dos batimentos cardiofetais (10-12 semanas com Sonar e a partir de 20 semanas com estetoscópio de Pinard). FC esperada entre 110-160. CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL Feito de acordo com a data da última menstruação (considerar o primeiro dia da menstruação). Data provável do parto são 40 semanas contadas a partir da DUM. Somam-se 7 dias e 9 meses. Pode-se usar + 9 meses para janeiro a março e - 3 meses para os demais. Final do mês: quando a soma dos 7 dias avança para o próximo mês, deve ser somado um mês a mais. Para o cálculo da idade gestacional, deve-se somar os dias decorridos da DUM à data vigente (soma dos dias de gestação). Para converter os dias em semanas, divide-se o valor em dias por 7. A “sobra” da divisão indica os dias adicionados a semana não completa. ULTRASSONOGRAFIA Recomenda-se que seja realizada uma ultrassonografia por trimestre. Deve ser feito pelo menos um único exame com cerca de 18 a 22 semanas. 1º USG: após a confirmação laboratorial da gravidez. Serve para auxiliar na determinação da idade gestacional e local de implantação (tópica/ectópica). Indicações da USG no 1º trimestre (entre 11-14 semanas): Definir IG pelo comprimento cabeça-nádega e diâmetro do saco gestacional - pequena margem de erro. Rastreio de cromossomopatias através da translucência nucal. Atestar vitalidade fetal através da ausculta dos batimentos cardíacos. Indicações da USG no 2º trimestre (entre 18-24 semanas): Morfologia dos órgãos fetais e identificar possíveis malformações. Determinação da IG pelo comprimento do fêmur e do diâmetro biparietal. Indicações da USG no 3º trimestre (entre 32-34 semanas): Avalir o bem estar fetal, líquido amniótico, apresentação fetal e localização placentária. VACINAÇÃO As vacinas recomendadas são: Hepatite B, Tétano, Difteria e Coqueluche (DTP) a partir da 20ª, até a 36ª semana, Influenza, se campanha vigente, em qualquer IG. Febre Amarela: em casos de surto, ou exposição, como viagens e áreas de risco. H1N1, Raiva, Hepatite A e Meningite C podem ser administradas. Todas as vacinas de vírus atenuado são contraindicadas: Sarampo, caxumba, rubéola, varicela, BCG, Polio. NUTRIÇÃO O ganho de peso no primeiro trimestre deve ser entre 0,5 e 2 kg para todas as gestantes. No segundo e terceiro trimestres, recomenda-se um ganho de peso semanal de: 0,5 kg para gestantes com baixo peso. 0,4 kg para mulheres com peso adequado. 0,3 kg nos casos de gestantes com obesidade. A reposição de Ácido Fólico é recomendada (deficiência associada à defeitos do tubo neural) três meses antes da gestação, mantendo a reposição até o fim do primeiro trimestre. A suplementação de ferro deve ser prescrita para a gestante e mantida durante o período de amamentação (mínimo 20 semanas) - necessidades não são supridas pela dieta. Deve-se fazer a reposição de 20 semanas gestacionais ao término da lactação ou até o 2º-3º mês pós-parto, para as não lactantes. MECANISMO DE PARTO FISIOLÓGICO FASE PRÉ-PARTO Tem início nas duas últimas semanas de gravidez, quando a descida do fundo uterino é de 2-4cm. Aumento da frequência e intensidade das contrações de Braxton-Hicks (não modificam o colo uterino, sem ritmo e intensidade). Há distensão e adelgaçamento do segmento inferior. Adaptação da apresentação fetal ao estreito superior da pelve pode gerar dores lombares. Eliminação de muco cervical, às vezes, com sangue (modificações leves que levam a alguma abertura no colo). Amolecimento, encurtamento e medianização do colo uterino. DIAGNÓSTICO DE TRABALHO DE PARTO 2 ou mais contrações dolorosas, rítmicas e intensas a cada 10 minutos, com duração de 50-60 segundos. Modificação do colo uterino: apagamento do colo e dilatação. Primíparas: colo apagado e dilatado para 2cm. Multíparas: colo semi apagado e 3cm de dilatação. Outras modificações incluem: formação da bolsa das águas e perda do tampão mucoso. PARTO Tem início quando as contrações uterinas começam a modificar ativamente o colo uterino e termina ao atingir dilatação completa. Fase latente: O amolecimento e o esvaecimento cervical se acentuam, contratilidade uterina torna-se mais coordenada e intensa, porém sem modificações de dilatação. Limites imprecisos, duração aprox. 8h. Fase ativa: modificação do colo do útero, estágio de aceleração (2-4cm), inclinação máxima (4-9cm) e desaceleração quando > 9cm. Contratilidade uterina intensa, de 3-4 em 10 minutos, duração média de 45 segundos e intensidade 30mmHg: tríplice gradiente descendente (contração começa em um dos cornos e útero contrai por inteiro). Terminada a dilatação forma-se uma cavidade única entre útero e vagina (canal de parto). 1º PERÍODO - FASE DE DILATAÇÃO Inicia-se quando a dilatação está completa e se encerra com a saída do feto. Contrações uterinas cada vez mais intensas e frequentes (5/10 min). Apresentação fetal desce e se apoia no assoalho perineal (traciona para fora os elevadores do ânus - exerce puxos expulsivos juntamente com a contração de m. abdominais). Vulva entreabre-se e dilata ao ser pressionada pela apresentação e o feto se desprende. INSINUAÇÃO Passagem da maior circunferência da apresentação através do estreito superior da pelve (borda superior da sínfise púbica até o promontório). O polo cefálico sofre flexão para apresentar à pelve o menor diâmetro possível (subocciptobregmático), com a sutura sagital oblíqua. DESCIDA Compreende a migração da cabeça fetal do ponto de insinuação até o assoalho pélvico em movimento rotatório. Rotação interna da cabeça: No estreito médio, o maior diâmetro é o posicionamento da sutura sagital no sentido antero-posterior. Insinuação das espáduas: ocorre simultaneamente à rotação interna (quando a cabeça termina de descer, os ombros chegam ao estreito superior. 2º PERÍODO - FASE DE EXPULSÃO DESPRENDIMENTO Posicionamento do suboccipicio sobre a arcada púbica (sínfise púbica) e o feto faz o movimento de deflexão da cabeça. Rotação externa da cabeça: faz-se nova flexão voltando o occipital para o ponto onde se encontrava na bacia - occipito esquedo anterior. Rotação interna das espáduas: posicionamento biacromial no assoalho pélvico na (região sacral e arcada púbica), com o ombro anterior sob arcada púbica. Desprendimento das espáduas: a espádua anterior transpõe a arcada púbica por flexão lateral do tronco - um ombro na sínfise púbica desliza e ajuda a liberar o outro. O restante do feto não oferece resistência para o nascimento! As contrações do músculo uterino e sua retração diminuem a área de inserção placentária, levando ao seu pregueamento e descolamento. Onde o descolamento se inicia é formado o hematoma retroplacentário, que contribui para o processo. Baudelocque-Schultze: placenta inserida na parte superior, o hematoma inicia-se no centro da inserção e sai após a placenta. O desprendimento é pela face fetal. Baudelocque-Duncan:placenta localizada na parede lateral, o hematoma começa na borda inferior e o sangue exterioriza antes da placenta. O desprendimento é pela face materna: risco > retenção de restos placentários. DESCIDA Por ação das contrações uterinas e da gravidade a placenta passa do corpo uterino e por fim cai na vagina. EXPULSÃO No canal vaginal, a placenta provoca a sensação de puxo, responsável pela sua expulsão. Após a saída da placenta, seu sítio de inserção no útero fica com os vasos sanguíneos abertos até que se obliterem pela retração uterina (ligaduras vivas de Pinard). A duração média do secundamento é 5-10 min, sendo normal até 30 min. 3º PERÍODO - DESCOLAMENTO Primeira hora após a saída da placenta - útero na altura umbilical (1 hora). Contrações uterinas para conter o sangramento (miotamponamento) - 1ª linha de defesa contra hemorragias. Trombotamponamento: Formação de trombos nos grandes vasos útero- placentários que recobrem a ferida aberta no sítio placentário - 2ª linha de defesa contra hemorragias. Indiferença miouterina: útero "apático" intercala contração e relaxamento (risco de hemorragia) - multíparas, parto prolongado, gemelar, polidramnio. 4º PERÍODO - GREENBERG Período do ciclo gravídico-puerperal em que as modificações locais e sistêmicas provocadas pela gestação retornam ao estado pré-gravídico. Inicia após a expulsão da placenta e termina 6 semanas após o parto. Puerpério imediato: 1-10º dia. Fenômenos catabólicos e involutivos das estruturas hipertofiadas ou hiperplasiadas. O útero regride progressivamente e torna-se intra-pélvico por volta do 10º dia. Logo após o parto, o colo flácido e com bordas distensíveis e irregulares, readquire sua forma habitual em 12 horas, e torna-se impérvio no 9-10º dia (mais rápido nas lactantes: reflexo utero-mamário). A vagina torna-se atrofiada nos 3-4º dias (prolactina inibe GnRH - FSH e estrogênio). Presença de lóquios: exsudatos, transudatos, produtos de descamação (ferida placentária, colo e vagina). Até o 3-4º dia é rubra (sanguíneo) e até 10º dia é fusca (serossanguíneo - acastanhado). Puerpério tardio: 11-45º dia. Útero tem regressão lenta até 6 sem pós parto, regeneração e reepitelização do endométrio após o 25º dia. Lóquia Flava (seroso). Puerpério remoto: Após 45 dias e enquanto durar a amamentação. Em não lactantes, a menstruação retorna em média 1,5 mês pós parto. PUERPÉRIO ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO Consiste em determinar se a paciente está ou não em fase ativa de trabalho de parto. O uso de critérios claros para o diagnóstico reduz o uso de ocitocina (A). ASSISTÊNCIA EM PRIMEIRO PERÍODO Em fase ativa do trabalho de parto. Faz-se o controle dos sinais vitais maternos no momento da admissão e a cada 60 minutos. Não deve ser realizado enema glicerinado (sem eficácia na redução de infecção e traz desconforto). Não restringir a ingestão de alimentos (não garante menor conteúdo estomacal e pode gerar riscos à anestesia geral): o TP requer grandes quantidades de energia e a restrição leva à desidratação e cetose. Não fazer tricotomia (sem evidências de eficácia em diminuir infecções, além de ser fator para infecção, se 2h antes do TP). A punção venosa e infusão de líquidos é recomendada quando o TP é prolongado ou quando há necessidade de medicação EV. ANALGESIA Analgesia deve ser feita quando necessário quando em fase ativa do TP: compressas, banhos, mudança de decúbito, massagem, bloqueio peridural com marcaína (catéter) e raque analgesia com opióide, uso da meperina em infusão lenta, associada ou não a metoclopramida (evitar uso com dilatação > 6 cm por risco de depressão respiratória RN). Ao realizar o parto com analgesia atentar para a possibilidade de redução da dinâmica uterina (chance de parto instrumentado) e sua correção. AVALIAÇÃO FETAL A avaliação fetal deve ser feita pela ausculta intermitente dos BCF a cada 30 minutos (doppler ou Pinard), durante e logo após as contrações para detectar possíveis desacelerações. A cardiotocografia é contraindicada em baixo risco (falso-positivos). PARTOGRAMA Acompanhamento de todas as pacientes em trabalho de parto: representação gráfica para acompanhar a evolução, documentar e diagnosticar alterações para suas correções e evitar intervenções desnecessárias. AVALIAÇÃO INICIAL Série de medidas que demonstram eficácia em encurtar o tempo do TP, reduzir risco de prolongamento e as taxas de cesarianas. Toque vaginal a cada hora nas primeiras três horas e a cada duas horas subsequentes. No primeiro toque 1 hora após admissão, se a dilatação não progrediu pelo menos 1cm, realizar amniotomia (ruptura artificial): reduz Apgar 1 minuto. Revisar o trajeto após a dequitação: lacerações podem causar sangramentos, verificar se a placenta está inteira. ASSISTÊNCIA AO TERCEIRO PERÍODO Observar sinais vitais e sangramento: se for excessivo por hipotonia, realizar massagem uterina e infusão de ocitocina. Uso de misoprostol: análogo à prostaglandina - contrações. Se o tratamento não for eficaz, verificar a possibilidade de retenção dos restos placentários, lacerações e distúrbios da coagulação. ASSISTÊNCIA AO QUARTO PERÍODO