DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO EM LEITE EM PÓ - LIVRO

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LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA FARMACÊUTICA 
DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO EM LEITE EM PÓ 
 
DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO EM LEITE 
EM PÓ 
 
 
 
 O EDTA, também chamado de ácido etilenodiaminotetracético, é o titulante 
complexométrico mais utilizado na química analítica. Sua estrutura apresenta seis 
potenciais sítios para ligação de íons metálicos, tendo a seguinte fórmula estrutural 
(Figura 1): 
 
 
Figura 1 – Estrutura química do ácido etilenodiaminotetracético – EDTA. 
 
 Em virtude de o EDTA se apresentar como um ligante hexadentado, ele expressa 
espécies que se comportam de maneiras diferentes em função do pH a que a sua solução 
de amostra ou titulado são expostos, sendo a alteração de pH importante para garantir 
a seletividade e a exatidão da análise. Então, a forma totalmente protonada H4Y é 
predominante em pH fortemente ácido (pH 10), a forma Y4- completamente desprotonada é a 
predominante. Assim, seu poder de formar quelatos extremamente estáveis com 
cátions metálicos de acordo com as suas espécies segue esta ordem de estabilidade: Y4- 
> HY3- > H2Y2- > H3Y-. 
 Na química analítica, é muito comum a utilização de indicadores 
complexométricos, que têm a principal função de indicar o exato momento quando 
todos os íons metálicos, em determinada solução, são completamente sequestrados por 
um agente quelante – por exemplo, o indicador Calcon usado para determinação de 
alumínio, ferro e zircônio e o purpurato de amônio utilizado na quantificação de cádmio, 
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cobalto, níquel, cobre e tório. Porém, nesta prática, o indicador escolhido é o negro de 
eriocromo-T, ou erio-T (H3Ind). 
 O erio-T é um indicador metalocrômico muito utilizado nas titulações para 
quantificação de magnésio, cálcio, estrôncio, bário, cádmio, chumbo, manganês e zinco. 
Seu comportamento em solução aquosa pode ser representado como na Figura 2, 
mostrando coloração diferente de acordo com valores de pH a que é exposto: pH abaixo 
de 6,0: vermelho; entre 7,0 e 11,0: azul; e acima de 12,0: laranja. 
 
 
Figura 2 – Comportamento do erio-T. 
 
 Portanto, nesta prática, o EDTA complexa com o íon metálico erio-T na 
proporção de 1:1, formando quelatos suficientemente estáveis e que podem ser 
aplicados no processo de titulação. Para análise, o titulado é comumente tamponado 
em pH 10 para fornecer a condição ótima para complexação estável com a forma Y4-, 
permitindo a ativação do sistema indicador e a formação de coloração azul. 
 Quando o indicador erio-T é adicionado ao analito contendo cátion Ca2+, forma-
se o seguinte equilíbrio químico (Figura 3): 
 
 
Figura 3 – Comportamento do erio-T na presença de íons Ca2+. 
 
 
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Ao titular com solução de EDTA 0,02mol/L, o equilíbrio químico sofre alteração, 
conforme representado na Figura 4. 
 
 
Figura 4 – Comportamento do EDTA na presença de íons Ca2+ + erio-T. 
 
Após o EDTA complexar totalmente o Ca2+ do quelato CaInd- da amostra 
analisada e liberar totalmente o indicador no ponto de equivalência, este desenvolve 
coloração azul na sua forma livre, de acordo com a Figura 5, evidenciando o ponto final 
da titulação. 
 
 
Figura 5 – Comportamento do EDTA na presença de íons Ca2+ + erio-T. 
 
 Para se calcular a quantidade de Ca2+ no leite em pó, deve-se aplicar o seguinte 
esquema: 
 
Titulante 
EDTA – 0,02mol/L 
V1 = volume do EDTA consumido na titulação 
 
0,02mol ------ 1.000mL 
x mol ------ V1 
Obs: O resultado será expresso em mol de EDTA. 
 
 
Titulado 
Ca2+ 
V2 = volume total da amostra de leite, que nesta aula prática é de 50mL. 
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Obs: Como a proporção da complexação entre EDTA e reagente é de 1:1, não precisamos fazer ajuste na 
estequiometria da reação. 
 
0,02mol ------ 50mL 
Valor de x ------ 1.000mL 
Obs: O resultado será expresso em mol de Ca2+. 
 
Considerando que o cálcio tem 40,1g/mol, teremos: 
 
1mol ------ 40,1g 
Valor do mol de Ca2+ ------ x 
Obs: O resultado será expresso em g de Ca2+. 
 
1g ------ 1.000mg 
X g de Ca2+ ------ y (massa de amostra de leite em pó pesada) em mg 
Obs: O resultado será expresso em mg de Ca2 em g de amostra. 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
DIAS, Silvio Luis Pereira et al. Química analítica: teoria e prática essenciais. Porto Alegre: 
Bookman, 2016. 
 
GAUTO, Marcelo Antunes; ROSA, Gilber Ricardo; GONÇALVES, Fabio Ferreira. Química 
analítica: práticas de laboratório. Porto Alegre: Bookman, 2013. 
 
SKOOG, Douglas A.; HOLLER, F. James; WEST, Donald M. Fundamentos de química 
analítica. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014. 
 
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