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DIABETES O quE fAzEr Em SITuAçõES ESpEcIAIS Dr. Walter J. Minicucci 4ª edição DIABETES O quE fAzEr Em SITuAçõES ESpEcIAIS Dr. Walter J. Minicucci trabalha em Campinas, São Paulo, como endo- crinologista, e é médico assistente da Disciplina de Endocrinologia e Meta- bolismo da Unicamp. É corresponsável pelo Ambulatório de Diabetes-Adulto, tendo sido também corresponsável pelo Ambulatório de Diabetes-Adolescente, da Disciplina de Pediatria, durante mais de 10 anos. Foi delegado da Federação Internacional de Diabetes para o Brasil de 1994 a 2000. É mestre em Clínica Médica pela Universidade de Campinas e Espe- cialista em Endocrinologia e Metabolismo pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes nos anos 2006-2007, posição a que retornou neste biênio, 2010-2011, sendo, ainda, membro do Conselho Científico da Home Page da SBD e membro da Task Force da IDF (International Diabetes Federation) para a área de tecnologia em diabetes. Atua na área de diabetes há mais de 30 anos, inclusive em educa- ção em diabetes, organizando e coordenando grupos multiprofissionais de atendimento, produzindo materiais educativos para médicos e pacientes, tais como vídeos educativos, folhetos e manuais. Aproximadamente há 15 anos trabalha com tecnologia em diabetes – bombas de insulina e senso- res de glicose. O Dr. Walter J. Minicucci tem um site: www.walterminicucci.com.br e um blog: http://blog.walterminicucci.com.br Todo o desenvolvimento, bem como suas respectivas fotos e imagens de conteúdo científico, é de responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a posição da editora e do laboratório, que apenas patrocina sua distribuição à classe médica. Esta publicação contém publicidade de medicamentos sujeitos a prescrição médica, sendo destinada exclusivamente a profissionais habilitados a prescrever, nos termos da Resolução RDC Anvisa no 96/08. AC Farmacêutica Diretores: Silvio Araujo e André Araujo Coordenadora editorial: Roberta Monteiro Jornalista: Gisleine Gregório Designer gráfico: Vinícius Nuvolari e Gabriel Meneses Comercial: Wilson Neglia, Rosângela Santos, Karina Maganhini, Fabiola Pedroso, Rita Sodré e Sergio Martins SP Rua Dr. Martins de Oliveira, 33 - Jardim Londrina - CEP 05.638-030 - São Paulo - SP - Tel.: (11) 5641-1870 RJ Travessa do Ouvidor, 11 - Centro - CEP 20.040-040 - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: (21) 3543-0770/(21) 3543-0841 CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ M621d 4.ed. Minicucci, Walter J. Diabetes: o que fazer em situações especiais / Walter J. Minicucci. - 4.ed. - Itapevi, SP : A. Araújo Silva Farmacêutica, 2010. 68p. Apêndice ISBN 978-85-60549-34-4 1. Diabetes. 2. Diabetes - Fatores de risco. I. Título. 10-1835. CDD: 616.462 CDU: 616.379-008.64 27.04.10 07.05.10 018868 Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright © 2010 by Walter J. Minicucci É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. Em 1988, escrevi e publiquei a primeira edição deste manual, em tiragem de 10 mil exemplares, e em três anos houve uma segunda impressão, com 5 mil exemplares. Com a segunda edição, cinco anos depois, o número de exemplares totalizou 25 mil. Na terceira edição, mais 25 mil exemplares foram publicados, o que significa que 65 mil exemplares foram distribuídos gratuitamente por todo o país. Durante esse período, repetidas vezes, fui procurado por pessoas com diabetes ou por seus familiares e por profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, fisiote- rapeutas, nutricionistas, professores de educação física e psicólogos, que atendem a pessoas com diabetes, todos solicitando exemplares do manual ou agradecendo pela ajuda que obtiveram com o seu uso. Agora, com esta quarta edição, revisada e adaptada, incorporando mudanças nos esquemas de tratamento e no manejo de novas drogas, novas técnicas e com novos problemas a serem resolvidos, que exigem abordagens diferentes, creio que conseguirei dar mais um passo no sentido de auxiliar as pessoas com diabetes, os seus familiares, os profissionais médicos e da área de saúde, que estão na linha de frente no atendimento dos portadores dessa doença. Este guia é resultado de mais de 30 anos de minha prática médica, de mi- nha dedicação no atendimento dos pacientes com diabetes, sempre procurando entendê-los e efetivamente tratá-los. O presente manual não teria sido realizado se não fosse pelos meus clien- tes, que muito me ensinaram sobre o diabetes, me levando, com suas dúvidas e questões, a ler, estudar e pesquisar para poder responder às suas questões. Meu objetivo foi responder a cada um desses questionamentos e, com isso, diminuir os riscos e complicações de saúde desses pacientes. Dr. Walter J. Minicucci InTrODuçãO E AgrADEcIm EnTOS ÍnDIcE Índice Aos leitores ...................................................9 Roteiro ........................................................11 Regras básicas para o tratamento .................12 Atraso menstrual .........................................13 Para saber quando existe cetona na urina .....14 Quando aparecer cetona na urina .................15 Para medir a glicemia picando o dedo sem sentir dor .......................................16 Para dosar a glicemia com glicosímetro ........18 Em período menstrual ..................................20 Para evitar complicações crônicas ................21 Para realizar um tratamento dentário.............22 Se tiver gengivite .........................................23 Para examinar os pés ...................................24 Ferimentos nos pés ......................................25 Mudança nos horários de trabalho ou escola ...............................................26 Queda de açúcar (hipoglicemia) ....................27 Para evitar hipoglicemia (queda de açúcar no sangue) .................................29 Quando praticar exercícios físicos .................31 Para evitar hipoglicemia durante os exercícios físicos ....................................33 Quando tiver que tomar outros medicamentos .......................................34 Quando for usar corticóide............................35 Quando estiver vomitando ............................37 Quando ingerir bebida alcoólica ....................38 Medo de tomar insulina ................................39 Descompensação do diabetes (taxas altas de açúcar) ............................40 Em cetoacidose diabética .............................41 Como controlar a descompensação do diabetes até o socorro chegar .................43 Quando fizer dieta para perder peso ..............45 Quando se esquecer de tomar os comprimidos para diabetes .....................46 Quando se esquecer de tomar insulina ..........47 Aplicação da insulina errada .........................48 Abscesso no local de aplicação de insulina ...... 49 Insulina congelada .......................................50 Para misturar insulinas .................................51 Para reutilizar seringa de insulina ..................52 Transporte de insulina em viagens ................53 Quando for viajar .........................................54 Para dosar cetonas no sangue ......................55 Quando for fazer exames de sangue .............57 Se tiver hipoglicemia enquanto dirige ............58 Quando usando bomba de insulina as taxas subirem muito ...............................59Quando for fazer exames com contraste ........60 Quando estiver usando esquema de insulinização intensiva ............................61 Apêndice Como controlar o seu diabetes ......................62 Valores normais de glicemia .........................63 Fitas para medida de glicosúria e cetonúria ..... 64 Aparelhos para medida de glicose no sangue .............................................65 Glicemia: observações quanto à técnica de medidas............................................66 Glicosúria: observações quanto à técnica de medidas ................................66 Horários ideais para as medidas de glicemia ............................................67 Quando medir a glicemia ..............................67 Medida de cetona no sangue (cetonemia) ......68 Termos médicos e seus significados .............69 9 AOS LEITOrES Este é um manual sobre diabetes na forma de um livro de bolso. Ele foi escrito para ajudar as pessoas com diabetes e seus familiares em situações de urgência, indicando o que se deve saber, para agir sem perda de tempo. Para lê-lo, é necessário verificar, no índice, onde estão listados os problemas mais importantes que as pessoas com diabetes podem enfrentar ao longo do tempo. Cada tópico é discutido conforme o roteiro da página 11. Leia-o inteiro e discuta com seu médico aquilo que você não entender. Certifique-se de que seu médico está de acordo com as instruções aqui des- critas. Para obter um bom controle do diabetes, é necessário conhecer bem a do- ença e suas complicações e, para que isto aconteça, a pessoa com diabetes e também seus familiares necessitam saber muito a respeito da doença. Saber o que é o diabetes e como lidar com ele, no dia-a-dia, é fundamental para se ter uma vida longa, saudável e feliz. Isto é possível e está em suas mãos conseguir. Boa sorte! 11 Roteiro identificação Descreve o problema e relata como percebê-lo rapidamente. O que fazer Lista as condutas práticas para resolver o problema, até que você consiga falar com o seu médico. como fazer Explica com detalhes como agir, em continuação a “O que fazer”. Atenção Cita os problemas mais importantes que acontecem junto e/ou as ações ne- cessárias para resolvê-los. rOTEIrO 12 Regras básicas para o tratamento nunca se esqueça O controle do seu diabetes depende dos seguintes fatores: • dieta; • exercícios; • medicação; • conhecimento sobre a doença. O que fazer para controlar seu diabetes • Faça sempre uma dieta equilibrada. • Não abandone, sem orientação médica, o remédio que estiver tomando. • Procure fazer caminhadas e exercícios leves. Isto o deixará com mais dispo- sição e o controle do diabetes será melhor. • Seja cuidadoso com a higiene corporal diária. • Seus pés merecem atenção. Cuide deles com carinho, assim como de seus dentes e olhos. • Colabore com seu médico. Siga sempre suas orientações e procure-o, quan- do necessário. • Mesmo que entenda bem sua doença, não tente ser o seu médico. Existe uma série de problemas que só podem ser detectados através do exame clínico. O tratamento do diabetes não se resume apenas em controlar as taxas de glicemia e as medidas da hemoglobina glicosilada. Tam- bém são cruciais: o controle da pressão arterial e das taxas de colesterol, o abandono do fumo, a atividade física frequente, a re- visão anual do fundo de olho e a avaliação anual da função renal. rE gr AS B áS IcA S 13 Atraso Menstrual identificação Quando houver suspeita de gravidez, fale com seu médico. O início de uma gravidez com altas taxas de glicemia pode fazer com que sua evolução não seja boa. O que fazer Procure logo seu médico. Continue a medicação e a dieta; dose a glicemia ou glicosúria até conversar com seu médico. Leve para ele, então, todos os registros com as medidas de açúcar no sangue e da hemoglobina glicosilada. Atenção Hipoglicemiantes orais (comprimidos para diabetes) não devem ser usados du- rante a gravidez, devendo ser substituídos por insulina, até o parto ou a parada da amamentação. Se você estava tomando comprimidos para diabetes e não sabia que estava grávida, não se aflija. Seu uso por pouco tempo (enquanto não se sabia da gravidez) não afeta o bebê. ATrASO m EnSTruAL 14 para saber quando existe cetona na urina identificação Corpos cetônicos são substâncias que podem surgir na urina quando há descontrole do diabetes, naquelas pessoas com diabetes de tipo 1. Também aparecem quando se está em jejum há muito tempo ou com hipogli- cemia severa ou prolongada. As pessoas que têm diabetes tipo 1 (ou mesmo tipo 2) que estão enfer- mas, passando mal, com náuseas, vômitos, febre ou com taxas maiores que 250mg/dl devem sempre medir os níveis de cetonas na urina ou no sangue. O que fazer Medir na urina recente, usando fitas Accu-Chek® Keto-Diabur-Test 5000 Veja “O que fazer — Em cetoacidose diabética” (p. 41). como fazer Urinar, molhar a fita e esperar 15 segundos. Ler comparando com a escala do frasco. Atenção A presença de cetonas na urina pode indicar necessidade de ação imediata (veja “O que fazer — Quando aparecer cetona na urina”, p. 15). Não se esqueça de que, quando estiver muito adoentado(a), com altas taxas de glicemia, você deve pesquisar a existência de cetonas na urina ou no sangue. pA rA SA BE r 15 Quando aparecer cetona na urina identificação Cetonas são substâncias que podem aparecer na urina nas seguintes condi- ções: jejum prolongado ou descompensação importante do diabetes — veja “Em cetoacidose diabética” (p. 41). A cetoacidose diabética aparece em pessoas com diabetes do tipo 1 (antiga- mente denominadas insulino-dependentes). Pode também acontecer, porém raramente, naqueles com outros tipos de diabetes quando gravemente adoen- tados e com taxas de glicose acima de 500mg/dl. As cetonas que aparecem durante o jejum prolongado, com taxas normais ou baixas de glicose, não têm importância. O que fazer Se houver cetona e glicose na urina, e for uma cetoacidose diabética, a pessoa com diabetes deverá estar urinando muito, tendo muita sede e sentindo-se mal e doente. PROCURE IMEDIATAMENTE UM MÉDICO, mesmo que seja à noite. Não espere amanhecer, vá imediatamente ao médico, principalmente no caso de crianças e adolescentes! como fazer Se estiver em lugar sem recurso, veja: “Como controlar a descompensação do diabetes até o socorro chegar” (p. 43). Atenção O aparecimento de cetona na urina, quando em pequena quantidade, pode não significar uma emergência. Meça a glicemia; se os valores forem maiores do que 300 e se você tiver sido ensinado como proceder, corrija a hiperglice- mia usando Insulina Regular ou ultrarrápida. Caso não melhore, procure um pronto-socorro. quAnDO ApArEcEr 16 para medir a glicemia picando o dedo sem sentir dor identificação É possível picar o dedo praticamente sem sentir dor, para conseguir uma gota de sangue e dosá-la nos glicosímetros, mesmo em crianças pequenas. O que fazer Sempre use picadores especiais. Esses aparelhos permitem picar o dedo com menos desconforto, pois com eles você pode regular a pressão da picada, de muito leve para mais forte, de acordo com a espessura da pele. como fazer 1. Lave bem as mãos com água e sabão. Se usar algodão com álcool, seque com algodão antes de picar o dedo. 2. Nos dias frios, lave as mãos com água quente, se possível, para que a gota de sangue saia mais facilmente. 3. Enxugue-as com uma toalha limpa ou com algodão seco. 4. Deixe a mão pendente, para que a gota de sangue seja maior e você não precise espremer o dedo. 5. Aperte o dedo e mantenha-o apertado, abaixo do local onde vai ser pica- do, até que se pique e se obtenha a gota de sangue. 6. Não pique na ponta do dedo e sim ao redor dela, onde a sensibilidadeé menor. Escolha um local ao redor da polpa do dedo. 7. Alterne os dedos que serão picados. Atenção Se possível, não use agulhas, use os picadores que vêm junto com os glicosí- metros. Se usá-las, prefira as de insulina, principalmente para crianças. Leia as instruções do picador, antes de usá-lo. pA rA m ED Ir 17 Picadores são de uso individual, não podendo ser usados em diferentes pesso- as, mesmo trocando as agulhas, pois existe o risco de transmissão de doenças contagiosas, como hepatite e AIDS, caso várias pessoas diferentes usem o mesmo picador. Em consultórios médicos e serviços de saúde, se for fazer uma glicemia de capilar (de ponta de dedo), tenha a garantia de que o picador que está sendo usado é descartável ou que usa uma ponteira totalmente descartável. pArA m EDIr 18 para dosar a glicemia com glicosímetro identificação Dosar a glicemia em casa, com aparelho (glicosímetro), é fácil e ajuda no con- trole da doença. Os glicosímetros vendidos no país, em sua imensa maioria, são muito confiáveis e os valores de glicemia capilar medidos se encontram próximos aos obtidos em laboratório. O que fazer Pergunte ao seu médico qual glicosímetro ele recomenda. Leia o manual de instruções e, se possível, faça o teste uma ou mais vezes junto com o seu médico. como fazer • Veja “Para medir a glicemia picando o dedo sem sentir dor” (p. 16). • Após picar o dedo, espere formar uma gota de sangue que seja suficiente. • Coloque a gota de sangue na fita, sem esfregá-la. As fitas para medida de glicose mais modernas usam pequenas quantidades de sangue; portanto, a gota de sangue pode ser menor - algumas delas absorvem a gota de sangue ao tocar o dedo. Atenção Verifique se as fitas não estão vencidas e se o aparelho esta calibrado para as fitas que você está utilizando. Alguns aparelhos calibram automaticamente quando se troca a tira; outros vêm com o calibrador dentro dos frascos de fita (leia no manual do aparelho). Teste o seu aparelho, no mínimo, a cada seis meses. Isto pode ser feito com o líquido de calibração obtido com a maior parte dos fabricantes ou em far- mácias especializadas em produtos para diabetes. Outra maneira de testá-lo é pA rA D OS Ar 19 fazendo uma dosagem de glicemia em laboratório e, ao mesmo tempo, dosar a glicemia no seu aparelho. A medida do aparelho não deve ser mais do que 10% diferente da medida obtida no laboratório. As tiras têm um prazo de validade que deve ser obedecido, caso contrário, os resultados podem não ser corretos. Observe que, após a abertura dos frascos, algumas tiras têm o prazo de validade alterado, sendo possível cair para 30 ou 60 dias. Leia o manual das tiras a este respeito. MEDIR A GLICEMIA CoM GLICosíMEtRos É UMA DAs AÇÕEs MAIs IMPoRtANtEs PARA CoNtRoLAR o DIABEtEs. pArA DOSAr 20 em período menstrual identificação Nas mulheres com diabetes, em período pré-menstrual e mesmo durante a menstruação, muitas vezes é necessário aumentar a dose de insulina. O que fazer Meça a glicemia nos dias do período pré-menstrual e compare com os dias fora dele. como fazer Veja: “Para dosar a glicemia com glicosímetro” (p. 18). Se for dosar as glicemias, meça-as no mínimo duas vezes por dia (jejum e antes do jantar, ou antes de deitar-se), idealmente antes e duas horas depois das refeições, se estiver usando insulina. Atenção 1. Nas mulheres que estão usando insulina, pode ser necessário mudar a dose nesse período. Converse com seu médico. 2. As pacientes que utilizam comprimidos para o diabetes e apresentam piora do controle, no período menstrual, devem seguir a dieta correta- mente. Se somente isso não for suficiente, converse com seu médico para as mudanças necessárias. Em p Er ÍOD O 21 pArA EvITAr para evitar complicações crônicas identificação Complicações crônicas (de visão, rins, coração e vasos sanguíneos, e de am- putações de pés e pernas) podem ser extremamente graves e ameaçar a vida. Todas elas podem ser totalmente evitadas. O que fazer Segundo estudos recentes, o controle da glicemia diminui muito a frequência e a gravidade das complicações do diabetes, podendo evitá-las. Para evitar as complicações vasculares: cardíacas, dos vasos das pernas, das carótidas e cerebrais, é fundamental abandonar o fumo e controlar as taxas de colesterol e triglicerídeos. como fazer Solicite ao seu médico um esquema de tratamento que mantenha suas taxas de glicemia, de hemoglobina glicosilada e também de gorduras, como coles- terol e triglicérides, o mais próximo possível do normal. Abandone o cigarro! Veja também cuidados com os seus pés (p. 24). Atenção Consulte o seu médico pelo menos duas vezes ao ano, mesmo sentindo-se bem. Não tente ser seu próprio médico ou do seu filho(a). Isso só diminuirá as chances de um bom tratamento. 22 para realizar um tratamento dentário identificação Tratamentos dentários, como obturações, extrações, cirurgias dentárias ou de gengiva, frequentemente, causam angústia nas pessoas com diabetes e mes- mo nos dentistas que as tratam. O que fazer Antes de tratar-se, você deve ter certeza de que seus níveis de glicemia (taxa de açúcar no sangue) estão controlados. Avise o dentista que você tem dia- betes. Atenção 1. A pessoa com diabetes pode fazer qualquer tratamento dentário, desde que as taxas de glicemia estejam bem controladas. 2. As gengivites (infecções de gengiva) aparecem frequentemente em pesso- as com mau controle (altas taxas de glicose mantidas por algum tempo). 3. Infecções dentárias (abscessos ou de canal). Como em qualquer outra infecção, as infecções dentárias e de gengivas po- dem elevar as taxas de glicose. Por esta razão, às vezes, é necessário aumen- tar as doses de insulina ou de hipoglicemiantes orais nesses casos. Assim deve-se procurar o seu dentista e seu médico quando aparecerem estes problemas. pA rA r EA LIz Ar 23 gEngIvITE Se tiver gengivite identificação Gengivite é uma das complicações mais comuns nas pessoas com diabetes. Ela pode aparecer sempre que as taxas de glicemia estiverem altas por algum tempo, principalmente se as pessoas mantêm uma higiene bucal insatisfatória, devendo ser tratada. Pode causar dor e sangramentos na boca, mau hálito e, ao longo do tempo, pode ocasionar a perda dos dentes. O que fazer Mantenha seus dentes sempre limpos, escovando-os após as refeições. Se perceber que as gengivas estão com cor diferente, dolorosas ou sangrando, procure seu dentista. como fazer Procure seu dentista, faça bochechos com antissépticos dentários e CONTRO- LE O SEU DIABETES, melhorando a dieta e tomando os medicamentos para o diabetes corretamente. Atenção 1. Todas as pessoas com diabetes podem fazer qualquer tipo de tratamento dentário. O fundamental é ter o seu diabetes equilibrado e avisar o seu dentista de sua condição de pessoa com diabetes. Crianças e adolescentes também podem ser tratados de qualquer problema dentário. 2. Infecções dentárias, como qualquer infecção, podem causar descontrole do diabetes. Aumente o número de medidas de glicemia, quando tiver esse tipo de problema. 3. Pacientes em uso de insulina devem medir suas taxas antes de iniciar a ses- são de tratamento dentário. Se estiverem com valores próximos do mínimo do valor normal, 100mg/dl ou menos, devem comer algum carboidrato para diminuir o risco de fazer uma hipoglicemia durante o procedimento cirúrgico. 24 para examinar os pés identificação Pés com calos, ferimentos, frieiras ou infecção. O que fazer Examine seus pés cuidadosamente, uma vez ao dia. Use um espelho para ver a sola do pé. como fazer Se sua visão não for boa, peça a alguém para ajudá-lo. Examine também entre os dedos dos pés. Procure por ferimentos, vermelhidão, dor,calos ou frieiras. Atenção 1. Ferimentos nos pés de pessoas com diabetes podem ocasionar compli- cações muito graves, até gangrena e perda dos pés e das pernas - prin- cipalmente em idosos ou em adultos com mais de 10 anos da doença. 2. Se você tiver ferimento ou inflamação nos pés, procure seu médico, mes- mo se o ferimento for pequeno. 3. Nunca use sapatos apertados, com irregularidades (pregos, etc.) nas pal- milhas ou bicos finos. 4. Não ande descalço nem mesmo na praia, piscina ou dentro de casa. Veja também “Ferimentos nos pés”, p. 25. Veja também o vídeo - Cuidados com o pé diabético - no YouTube http://bit.ly/9Soj5p ou no site: www.walterminicucci.com.br pA rA Ex Am In Ar 25 Ferimentos nos pés identificação Ferida(s) nos pés ou frieiras, com ou sem vermelhidão, calor ou dor em volta da ferida. O que fazer em feridas: • Lave bem a ferida (com água e sabão) e seque-a com uma toalha limpa. • Proteja a ferida com uma gaze esterilizada e seca. • Fique em repouso com a perna elevada e peça a um médico para ver se o ferimento é grave e se é necessário medicar. • Lave e seque bem entre os dedos dos pés. em “frieiras” sem vermelhidão, dor ou pus: • Não tente tirar ou cortar a pele. • Aplique um antimicótico local, duas a três vezes ao dia. • Se não resolver o problema em dois dias ou se piorar, procure um médico. Atenção Ferimentos nos pés podem ser muito perigosos para as pessoas que têm dia- betes. Não espere que eles sarem sem tratamento. Procure imediatamente seu médico! Devem ser sempre tratados por médicos. Mesmo pequenos ferimentos podem estender-se e levar a complicações muito sérias, se não tratados. Veja também o vídeo - Cuidados com os pés - no site do YouTube: http://bit.ly/9Soj5p, ou no site da Sociedade Brasileira de Diabetes: www.diabetes.org.br fErIm EnTOS 26 Mudança nos horários de trabalho ou escola identificação Mudança importante de horários pode piorar o controle do diabetes da pessoa que toma insulina. O que fazer Converse com seu médico para determinar os novos horários de aplicação de insulina e das refeições. Atenção 1. Estas mudanças são menos importantes quando se toma comprimidos, em vez de insulina, mas, mesmo assim, converse com seu médico. 2. A mudança frequente do horário de aplicação da insulina pode piorar o controle do diabetes — NÃO FAÇA ISTO, a menos que seja muito neces- sário. 3. Tome insulina sempre nos mesmos horários, inclusive aos sábados, do- mingos e feriados. 4. Nas férias prolongadas, pode-se mudar o horário das aplicações de insu- lina. 5. No caso de se estar fazendo esquemas de insulinização intensiva (usando insulinas de ação prolongada, Levemir®/Detemir ou Lantus®/Glargina), é possível atrasar a insulina ultrarrápida (NovoRapid®/Asparte, Humalog®/ Lispro ou Apidra®/Glulisina), se o café da manhã também atrasar e desde que as taxas de glicemia não estejam altas. Converse com seu médico a respeito. m uD An çA n OS h Or ár IOS 27 Queda de açúcar (hipoglicemia) identificação 1. Sensação de tremores, fraqueza, fome, suor frio, nervosismo e/ou 2. Sonolência, dificuldade de raciocínio, confusão mental, agressividade ou desmaio. Em geral, os sintomas acima acontecem ao mesmo tempo e geralmente ocor- rem quando a glicemia está abaixo de 50 a 60mg/dl. O que fazer Se a pessoa estiver acordada: Tomar um copo de suco de fruta com açúcar ou refrigerante não dietético, ou água com açúcar, ou chupar duas a quatro balas não dietéticas. Se a pessoa estiver desmaiada ou em coma: Colocar açúcar ou mel (uma colher das de sopa cheia) entre a bochecha e os dentes. Massageie a bochecha, provocando aumento de saliva, que derreterá o açúcar e fará com que ele seja engolido mais rapidamente. Não dê líquidos, não a force a abrir a boca. Quando a pessoa estiver acordando, dê suco de fruta, refrigerante não dietéti- co ou leite com pão ou bolachas. Se a pessoa estiver em coma profundo ou não responder, aplique uma ampola de Glucagen®/Glucagon via intramuscular, endovenosa ou subcutânea (como se fosse insulina). Quando a pessoa acordar, faça com que ela coma algo. No caso de uma criança pequena ou de pré-adolescente, aplique metade da ampola!! quEDA DE AçúcAr 28 Atenção 1. Em pessoas que tenham hipoglicemias noturnas frequentemente, deve- se prevenir outra pessoa, que durma no mesmo quarto ou perto, sobre como agir em uma crise forte. 2. Se tiver dúvida quanto à glicemia estar alta ou baixa, trate como se fosse hipoglicemia. 3. Na hipoglicemia, tratada com açúcar ou Glucagen®/Glucagon, os sinto- mas melhoram após 10 a 15 minutos. 4. Prefira sempre usar açúcar ou mel. Se a pessoa com diabetes estiver acordada, também pode-se usar algum líquido açucarado (refrigerantes não dietéticos ou sucos de frutas concentrados). 5. Após comer o recomendado, espere 10 a 15 minutos; se ainda estiver com os sintomas de hipoglicemia, coma mais um pouco. Os sintomas passam, em geral, em 10 a 15 minutos. 6. Se tiver condições, meça a glicemia (com glicosímetro), após comer. “NÃO AGUENTE A CRISE” SEM COMER. ISTO É DANOSO PARA SUA SAÚDE. Se a crise tiver sido muito forte, avise seu médico. qu ED A DE A çú cA r 29 para evitar hipoglicemia (queda de açúcar no sangue) identificação Sensação de tremores, fraqueza, fome, suor frio, nervosismo e/ou sonolência, dificuldade de raciocínio, confusão mental, agressividade ou desmaio. Crises de hipoglicemia podem aparecer em pessoas com diabetes de todas as ida- des, tanto os que tomam insulina como os que estão usando comprimidos para diabetes. O que fazer • Manter os horários das refeições. • Não pular refeições. • Tentar não variar muito os tipos e as quantidades de alimentos em cada refeição. como fazer • Comer de três em três horas (quando estiver usando insulina em esquema fixo ou hipoglicemiantes orais). • Comer antes das atividades físicas (inclusive relação sexual). • Quando fizer exercício, se o exercício for pouco intenso, comer pouca quantidade (uma fruta, um copo de leite); se o exercício for intenso, comer mais do que isso (por exemplo, um copo de leite + fruta ou um sanduíche pequeno, etc.). • Se estiver usando insulina, quando for fazer exercícios que mexam muito as pernas, aplique insulina nos braços; se também for mexer muito com os braços, aplique insulina na barriga. pArA EvITAr 30 Atenção 1. Após a crise de hipoglicemia, às vezes, ocorre aumento exagerado da taxa de açúcar no organismo. Isto acontece, principalmente, quando se demora a combater a hipoglicemia, preferindo “aguentar a crise” ao invés de comer, ou quando se exagera na comida para tentar se livrar logo da crise. Avise seu médico se as crises forem frequentes. Marque o horário da ocorrência dessas crises. 2. Em caso de crises frequentes, quando for dirigir, evite trajetos longos. 3. Sempre que for dirigir por muito tempo, meça a glicemia antes e após duas horas de viagem. 4. Quando for dirigir por muito tempo, leve algum carboidrato para comer - uma banana ou maçã, ou bolachas - e sempre tenha um sachê de mel ou de glicose consigo. 5. Agir da mesma maneira quando for realizar tarefas perigosas. pA rA Ev ITA r 31 Quando for praticar exercícios físicos identificação O exercício físico tem efeito importante no controle do diabetes. De modo geral, nas pessoas com diabetes e glicemias abaixo de 300mg/dl, o exercício diminui imediatamente a taxa de glicose e melhora o controle do diabetes ao longo prazo. Porém, em caso de hiperglicemia importante (taxas de glicemia maiores do que 300mg/dl), a atividade física pode aumentar a glicemia e deve ser evitada enquanto as taxas de glicose não diminuírem, principalmente nas pessoas com diabetes tipo 1. O que fazerMeça a glicemia sempre antes de fazer atividades físicas e coma algum car- boidrato - por exemplo: uma fruta ou três bolachas ou meio pão francês; se os níveis de glicose estiverem menores do que 180, se não for possível medir a taxa de glicose e o exercício ou a atividade física for intensa, coma mesmo assim uma porção de carboidrato. quAnDO fOr prATIcAr 32 Atenção 1. É importante que você tenha se alimentado até duas horas antes da atividade física. 2. Quando for ter relação sexual, os mesmos cuidados devem ser tomados. 3. Faça exercício físico com frequência. 4. Tente fazê-lo sempre no mesmo horário, preferindo os aeróbicos (cami- nhada, natação, etc.). 5. Se você tiver problemas de sensibilidade de pernas e pés, use calçados especiais, confortáveis ou tênis. 6. Se tiver problemas graves de retina ou nos pés, nunca corra, nem faça exercícios violentos. 7. Todas as pessoas com diabetes, quando saírem para uma caminhada, devem levar no mínimo um sachê de açúcar ou de mel, ou algumas ba- las, para o caso de ocorrer uma hipoglicemia. Faça exercícios físicos constantemente (prefira os aeróbicos: andar, nadar) e sinta a diferença no controle da glicemia. qu An DO fO r pr AT IcA r 33 pArA EvITAr para evitar hipoglicemia durante os exercícios físicos identificação Hipoglicemia (queda de glicemia) durante o exercício físico. Sensação de fraqueza, tremores, fome, suor abundante e palpitações, durante ou após exercício físico, esportes, caminhada ou relação sexual. O que fazer Parar a atividade física imediatamente e comer um alimento doce ou tomar um líquido adoçado com açúcar, suco ou refrigerante não dietético (veja também “Queda de açúcar”, p. 27). Comer alguma coisa antes da atividade física. Caso já tiver se alimentado antes do exercício, não é necessário fazê-lo novamente. Se a atividade física for muito longa, durando horas, comer um lanche leve (quatro a seis bolachas salgadas, uma fruta grande, ou um copo de leite ou um suco de fruta) no meio da sessão de exercícios. Leia também “Queda de açúcar” (p. 27) e “Para evitar hipoglicemia” (p. 29). Atenção A atividade física pode causar queda de açúcar no sangue. Essa alteração pode ser muito severa, com risco de desmaio ou até de coma. Hipoglicemia pode ocorrer quando se faz uma atividade física (exercícios, es- portes, trabalho físico pesado ou mesmo relação sexual). Para evitá-la, alimente-se antes da atividade física. Isto não deve ser um obs- táculo para o exercício físico. 34 qu An DO TI vE r qu E Quando tiver que tomar outros medicamentos identificação Muitas vezes, por outros problemas de saúde, temos que tomar remédios (anti- inflamatórios, antitérmicos, antibióticos, etc.), que nos são receitados. O que fazer Sempre diga para o médico que está lhe atendendo que você tem diabetes. Peça instruções de como proceder para controlar o seu diabetes, se for tomar medicamentos que possam aumentar a sua glicemia, como corticóides, por exemplo. Não tome medicação por conta própria! Atenção Corticóides podem aumentar muito sua glicemia e devem ser tomados com acompanhamento médico e medidas frequentes de glicemia, após o início do tratamento. Corticóides injetáveis de ação prolongada podem causar aumento importante da glicemia, que se mantém por vários dias. Anti-inflamatórios devem ser usados com cuidado e somente sob orientação médica, em pessoas com diabetes e insuficiência renal. devem ser evitados, sempre que possível. Pessoas com diabetes podem tomar antitérmicos, antigripais e analgésicos, se necessários, a não ser que tenham problemas de alergia ou reações a esses medicamentos. 35 Quando for usar corticóide identificação Todas as pessoas podem precisar usar corticóides, em comprimidos ou inje- táveis, em algum momento de suas vidas, por apresentarem infecções impor- tantes, quadros alérgicos, doenças de pele, doenças reumáticas, ortopédicas, autoimunes ou em casos de transplante de órgãos. Em alguns casos de infec- ções, o corticóide pode ser usado junto com antibióticos. Apesar do tratamento com corticóide ser muitas vezes fundamental, o seu uso pode descompensar seriamente o diabetes, principalmente no caso de corticóides injetáveis, de ação prolongada, cujo efeito sobre a glicemia pode se estender por mais de duas a três semanas. O que fazer Avise o médico sobre sua condição de pessoa com diabetes. O tratamento sem o uso do corticóide, caso possível, será melhor para manter o diabetes controlado. Sendo necessário o seu uso, o corticóide em comprimidos (que tem ação mais curta) é preferível. Quando o uso deste tipo de medicamento é fundamental, ele não deve deixar de ser tomado. Meça as taxas de glicemia antes e após iniciar o tratamento com corticóide. Meça no mínimo 2 vezes ao dia, aumentando o número de medidas, se você tem seu diabetes muito descontrolado, se é uma pessoa com diabetes do tipo 1 e se os níveis de glicose aumentarem muito. quAnDO fOr uSAr 36 como fazer Se tiver que tomar o corticóide, avise o médico que está tratando do seu dia- betes. Se não tiver um médico que seja encontrado logo, vá até um serviço de pronto-atendimento ou a um posto de saúde, para ajustar a medicação para o diabetes. Pessoas com diabetes em uso de insulina deverão aumentar as doses da in- sulina assim que as taxas de glicemia começarem a subir. As pessoas com diabetes que usam comprimidos também precisarão aumentar as dosagens de comprimidos ou mesmo passar a usar insulina, na maior parte das vezes por pouco tempo, e depois retornar só à medicação oral. Quando o tratamento é feito com corticóides em comprimidos ou com corticói- des injetáveis, de início rápido de ação, as taxas de glicose começam a subir quase ao mesmo tempo do início do tratamento. Quando se toma corticóide injetável, de longa duração, geralmente o início do aumento da glicemia de- mora alguns dias. Atenção: o manejo desta situação deve sempre ser feito por um médico. nUncA FAÇA eSTAS ALTeRAÇÕeS nA MedicAÇÃO pOR SUA cOnTA. qu An DO fO r uS Ar 37 Quando estiver vomitando identificação Quando estiver vomitando, devem-se tomar cuidados especiais. O que fazer Não interrompa a medicação! Entre em contato com seu médico para que ele possa medicá-lo, ou vá a um pronto-socorro. como fazer Faça uma pausa alimentar de 2 a 3 horas. Se os vômitos cessarem, recomece com alimentação leve, em pequena quantidade, a cada 2 a 3 horas, e tome o comprimido para diabetes, se possível. Se estiver tomando metformina (Dimefor®/Cloridrato de metformina, Glucofor- min®/Cloridrato de metformina, Glifage®/Cloridrato de metformina), não tome o medicamento nesse horário, até conversar com o seu médico. Se estiver tomando insulina, tente manter os horários normais, diminua a dose para dois terços até a metade da dose habitual, até conversar com seu médico. Meça também a glicemia; se estiver alta, meça também cetonas no sangue ou urina. Veja “Descompensação do diabetes” (p. 40) e “Para saber quando existe cetona na urina” (p. 14), “Quando aparecer cetona na urina” (p. 15) e “Para dosar cetonas no sangue”(p. 55). quAnDO ESTIvEr vOm ITAnDO 38 Quando ingerir bebida alcoólica identificação Bebidas alcoólicas podem alterar as taxas de açúcar sanguíneas, tanto aumen- tando os valores de glicemia como abaixando as taxas e causando hipoglice- mia (quando se está de estômago vazio, por exemplo). O que fazer Se for beber, BEBA MODERADAMENTE. Se beber cerveja, não exagere na comida, pois esta bebida tende a aumentar mais as taxas de açúcar do que o vinho. Se for bebida destilada, vodka, pinga, uísque ou rum, coma alguma coisa jun- to, não fique de estômago vazio - SENÃO VOCÊ PODE TER UMA QUEDA DAS TAXAS DE AÇÚCAR, possivelmente grave! Atenção Pessoasque tomam muita cerveja e têm diabetes podem acabar com taxas altas de glicemia e difícil controle. Além disso, podem ganhar peso, o que piora e dificulta o controle do diabetes. Vinho em pequenas quantidades geralmente é permitido na dieta das pessoas com diabetes. Tente beber sempre o menos possível. CONVERSE COM SEU MÉDICO. qu An DO In gE rI r 39 Medo de tomar insulina identificação Muitas pessoas têm medo da aplicação de insulina, atrasando, por este motivo, o início de um tratamento que pode melhorar muito as suas vidas e diminuir o risco de complicações. Em virtude do erro de interpretação, que culpa o uso da insulina pelas compli- cações do diabetes, as quais, na realidade, ocorrem por mau controle crônico da doença, muitas pessoas “fogem” do médico que lhes recomenda tratamen- to com insulina. O que fazer Aceite fazer uma experiência, de um mês, usando a insulina; a melhora sen- tida, na maior parte das vezes, é tão importante que a imensa maioria das pessoas não quer mais deixar de usá-la. Atenção 1. Pessoas com diabete do tipo 1, grávidas com diabetes, que não obtêm bom controle somente com dieta, e pessoas gravemente enfermas ou que vão sofrer grandes cirurgias sempre têm que tomar insulina. 2. Em alguns casos, em pessoas com diabetes do tipo 2, o uso da insulina pode ser suspenso, como, por exemplo, após emagrecer, cessar a infec- ção, dar à luz ou ter sido operado. iSTO SÓ pOde SeR FeiTO SOB ORienTAÇÃO de SeU MÉdicO. m EDO DE TOm Ar InSuLInA 40 DE Sc Om pE nS Aç ãO descompensação do diabetes (taxas altas de açúcar) identificação Descompensação do diabetes, principalmente nas pessoas com diabetes do tipo 1, mas também em muitas pessoas com diabetes de tipo 2, pode ocasio- nar aumento do volume de urina e do número de vezes que a pessoa urina, além de sede, fome, turvação visual, tontura, sonolência. Se não tratada adequadamente, a descompensação do diabetes pode levar ao coma diabético naquelas pessoas com diabetes de tipo 1 e mesmo nas com diabetes do tipo 2, idosos, em mal estado geral ou que precisam tomar várias aplicações de insulina por dia. O que fazer Confirmar o excesso de açúcar (hiperglicemia) no sangue e a presença de cetona (no sangue ou na urina), medindo a cetonúria (se você tiver diabetes tipo 1). como fazer • Na urina — veja “Quando aparecer cetona na urina” (p. 15). • No sangue — veja “Para dosar a glicemia com glicosímetro” (p. 18) e “Quan- do aparecer cetona na urina” (p. 15) e “Para dosar cetonas no sangue” (p.55). Atenção Esta situação pode ser extremamente séria e necessitar tratamento imediato, geralmente levando à internação hospitalar. Procure imediatamente o seu médico; se não encontrá-lo, vá a um pronto- socorro! Nestes casos, além de se investigar a causa do aumento de açúcar, o médico responsável pelo tratamento vai aumentar a dose da medicação, trocá-la por outra mais efetiva para o tratamento ou, caso você não esteja bem, interná-lo para o controle dessa alteração. 41 Em cETOAcIDOSE em cetoacidose diabética identificação Cetoacidose diabética é uma complicação séria do diabetes, que pode apa- recer em pessoas que têm grande diminuição de insulina no organismo (crianças, adolescentes e mesmo adultos - embora nestes últimos seja muito mais rara). A cetoacidose diabética começa com descompensação do diabetes (aumento das taxas de glicemia), causando grande aumento da quantidade de urina, sede, aumento da fome, mal-estar, seguidos de náuseas, vômitos e, se não tratada a tempo, coma diabético. O que fazer Dose a glicemia, dose também cetonas na urina ou no sangue (veja “Des- compensação do diabetes”, p. 40). Caso a pessoa esteja se sentindo doente, vomitando, urinando muito, se a glicemia estiver alta e se houver cetonas na urina ou sangue, provavelmente, é uma cetoacidose. Procure imediatamente o seu médico ou um pronto-socorro — NÃO ESPERE AMANHECER, VÁ IMEDIA- TAMENTE PROCURAR AUXÍLIO MÉDICO!! como fazer Se não puder dosar a glicemia em casa, nem cetonas na urina, por falta de fitas ou porque você não sabe como fazer, mas os sintomas forem os descritos acima e a medida de glicose estiver elevada, provavelmente é uma cetoacido- se diabética — PROCURE O MÉDICO IMEDIATAMENTE — NÃO ESPERE PARA VER SE MELHORA — NÃO ESPERE PARA TER CERTEZA DE QUE É MESMO CETOACIDOSE. 42 Atenção Cetoacidose diabética é uma complicação séria que, se não for tratada a tem- po, pode causar um grande risco para sua vida. Quando procurar ajuda, diga que você acha que está com cetoacidose diabética. Faça com que repitam a glicemia, peça também para dosarem cetona no san- gue ou na urina. Aguarde a confirmação do diagnóstico no hospital. Não vá para casa sem ser medicado! Em cE TO Ac IDO SE 43 como controlar a descompensação do diabetes até o so- corro chegar identificação Por vários motivos, pode acontecer uma descompensação aguda do diabetes: in- fecções, estresse importante, excesso de comida, parada de medicação ou erro de dose de insulina. No caso de acontecer uma descompensação do diabetes, com grande aumento das taxas de glicose, aparecem: aumento da sensação de sede, de fome, da quantidade e do número de vezes em que se urina, acompa- nhado de tonturas, vômitos e grande mal-estar, podendo chegar até ao coma. Isto pode ser extremamente grave, ameaçando a sua vida (veja “Em cetoaci- dose diabética”, p. 41). O que fazer Em primeiro lugar, testar glicemia (veja p. 16 e p. 18). Se tiver diabetes do tipo 1, dosar a cetonúria - veja “Para saber quando existe cetona na urina” (p.14) e “Quando aparecer cetona na urina”(p. 15) ou cetona no sangue (cetonemia). procure imediatamente o seu médico! Se não encontrá-lo, siga as orientações a seguir: como fazer Tome bastante líquido (água ou chá). Se você tem diabetes do tipo 1, aplique insulinas de ação rápida ou ultrarrápida - a dose depende do seu peso: se você for adulto ou um adolescente grande, aplique 6 unidades; se for uma pessoa pequena, aplique 4 unidades. As crianças menores devem usar de 1 a 3 unidades, dependendo do seu tamanho. cOm O cOnTrOLAr 44 Após uma hora, faça as medidas novamente; se ainda estiverem muito altas, repita as doses das insulinas acima descritas. (Isto é válido somente para quem já está usando insulina!) Atenção discuta com seu médico se ele está de acordo com estas instru- ções; mesmo que ele concorde com elas, as mesmas só devem ser tomadas se você não tiver a possibilidade de contar com so- corro médico imediato. A melhor conduta neste caso é procurar um pronto-socorro! cO m O cO nT rO LA r 45 Quando fizer dieta para perder peso identificação Pessoas com diabetes, quando em regime de perda de peso, podem ter hipoglicemia, quando estiverem tomando comprimidos hipoglicemiantes ou insulina. Veja: “Queda de açúcar”, p. 27. O que fazer Não inicie uma dieta para perda de peso sem orientação médica! Não se esqueça de dizer que você é diabético e toma hipoglicemiantes orais ou insulina. Atenção 1. Em dieta para perda de peso, podem ser necessárias grandes diminui- ções das doses de insulina ou comprimidos para o diabetes, à medida que se perde peso, para se evitar o risco de hipoglicemia. Muitas vezes só de se iniciar uma dieta, com a ingestão de menor quantidade de co- mida, mesmo antes do início da perda de peso, já é necessário diminuir a medicação para o diabetes, pois as glicemias começam a melhorar quase que ao mesmo tempo em que se inicia a dieta. 2. É importante saber que, se a pessoa parar a dieta e voltar a comer mais, será preciso voltar a tomar as doses de insulina ou dos comprimidos do início do tratamento. 3. As dietas para perda de peso para quem tem diabetes devem ser ba- lanceadas e orientadas por nutricionistaou médico com experiência em diabetes. quAnDO fIzEr DIETA 46 qu An DO SE ES qu Ec Er Quando se esquecer de tomar os comprimidos para diabetes identificação Algumas vezes, as pessoas se esquecem de tomar medicação; se isto aconte- cer raramente, não causará grande alteração do controle do diabetes, porém caso isto ocorra frequentemente, grandes pioras do controle glicêmico podem ocorrer. O que fazer Se você devia tomar o comprimido hipoglicemiante ou a metformina no café da manhã e se esqueceu, tome-o no almoço; se devia tomá-lo no horário do almoço, faça-o antes do jantar. Atenção Os comprimidos que não foram tomados durante o dia, na hora certa, não devem ser tomados após o jantar ou antes de deitar-se. 47 quAnDO SE ESquEcEr Quando se esquecer de tomar insulina identificação Mesmo quem usa insulina corretamente, de vez em quando se esquece de to- má-la. Muitas vezes acaba lembrando horas depois ou no momento de tomar a próxima aplicação de insulina. Pessoas com diabetes de tipo 1 e usando esquemas de insulinização intensiva podem corrigir o esquecimento mesmo antes da próxima aplicação. Aqueles que usam esquemas mais fixos de insulinização têm maior dificuldade e, às vezes, acabam levando dias para corrigir o descontrole ocasionado pelo esquecimento. O que fazer Quanto mais atrasado você estiver em relação ao horário de aplicação da insuli- na, menor quantidade deverá tomar. Reduza a dose para 2/3 ou pela metade da dose que se esqueceu; se lembrar de tomá-la somente ao deitar-se, tome 1/3 da dose, mesmo que seja uma insulina de ação prolongada ou ultrarrápida. No caso de insulinas de ação rápida e ultrarrápida, elas não devem ser tomadas mais do que uma hora após a refeição e do que a metade da dose. como fazer Meça a glicemia mais vezes neste dia. Se as taxas estiverem maiores do que 300mg/dl e se for uma criança, junto com a insulina de ação prolongada ou NPH ou pré-mistura, dê uma a duas unidades de insulina de ação rápida ou ultrarrápi- da. Se for um adulto, dê quatro a seis unidades do mesmo tipo de insulina. Repita as medidas de glicemia após duas horas. Atenção Procure falar com seu médico, IMEDIATAMENTE, se isto acontecer com uma criança. Também fale com o médico, no caso de um adulto, quando houver um descontrole importante do diabetes, com taxas de glicemia muito elevadas. Se você esquece frequentemente de aplicar insulina, discuta com o seu médico se existe algum esquema de insulinização mais fácil, para evitar falhas. 48 Ap LIc Aç ãO Er rA DA Aplicação da insulina errada identificação Não é raro que seja aplicada insulina trocada, quer quando se usa canetas de aplicação ou seringas para retirar a insulina dos frascos. Isto pode acontecer quando é a própria pessoa que faz a autoaplicação ou quando outra pessoa aplica a insulina em um adulto idoso ou em uma criança. Esta troca de insuli- nas é mais comum quando se está usando insulinas transparentes, como, por exemplo, a Lantus®/Glargina e Humalog®/Lispro, ou Levemir®/Detemir, porém pode acontecer também com NPH e Regular (ou Rápida) ou qualquer outra combinação de insulinas. O que fazer Se ocorrer de trocar o tipo de insulina, meça a glicemia e continue medindo-a ao longo do dia. Se as taxas de glicemia estiverem muito baixas, vá comendo ou dando de comer alimentos ricos em carboidratos ou beba sucos de frutas e refrigerantes. Ligue para o seu médico! como fazer Muitas vezes, a pessoa não tem certeza se realmente aplicou a insulina errada, caso em que se deve agir como se isso tivesse acontecido. Atenção Para que as chances de trocar o tipo de insulina diminuam, nunca aplique insulina com a atenção distraída ou fazendo outra coisa ao mesmo tempo. Sempre que for possível, antes de aplicar a insulina, principalmente em criança pequena, primeiro prepare o material, colocando-o nas seringas (se for insulina de frasco), ou as canetas, para só depois começar a aplicação. 49 ABScESSO nO LOcAL Abscesso no local de aplicação de insulina identificação Infecção no local de aplicação de insulina é raro acontecer, sendo um sinal de maus cuidados de higiene. Pode aparecer como caroço doloroso, com verme- lhidão e aumento de temperatura no local da aplicação de insulina. O que fazer Não aplicar insulina nessa região. Fale com o seu médico! Se não for possível, vá a um pronto-socorro, mas não deixe de procurar tratamento especializado. Não se trate em farmácia! Atenção 1. Abscessos são sinais de infecção local e podem ser extensos, piorando muito o seu estado de saúde. 2. Em pessoas com diabetes, eles são raros mas podem acontecer, princi- palmente em adolescentes, quando não houve uma limpeza adequada do local onde a insulina foi aplicada ou quando a agulha estava contaminada (por ter tocado na mão ou em outro local contaminado). 3. Muitas vezes, os abscessos precisam ser drenados (rasgados) e sempre são tratados com ajuda de antibióticos – VOCÊ NÃO DEVE TOMÁ-LOS POR SUA CONTA! PROCURE UM MÉDICO! 4. Como em toda infecção, a tendência é aumentar a glicemia e, por isso, um ajuste na medicação pode ser necessário. Não faça nenhuma mu- dança de medicação por sua conta. PROCURE UM MÉDICO! 50 In Su LIn A cO ng EL AD A insulina congelada identificação Insulinas de ação lenta (NPH) ou pré-misturas de insulina ou análogos 70/30 ou 75/25, se guardadas no congelador, podem congelar, separando-se em duas partes e precipitando-se, o que estraga a insulina. O que fazer Jogar fora o frasco ou a caneta descartável e abrir outro novo. como fazer A insulina não pode ser guardada no congelador! Verifique as condições de armazenamento de sua insulina na bula do produto. As insulinas extras (que não estão sendo usadas) devem ser guardadas na última repartição da porta da geladeira ou na gaveta de verduras. Caso a insulina em uso esteja sendo guardada na geladeira, retire-a meia hora antes de aplicá-la. Atenção A injeção de insulina gelada dói! 51 pArA m ISTurAr para misturar insulinas identificação Ainda existem muitos pacientes que utilizam mistura de dois tipos de insulina, ao mesmo tempo, por exemplo, Insulina NPH + Insulina Regular ou NPH + NovoRapid®/Asparte, etc. O que fazer Se estiver utilizando seringas, pode-se aplicar as duas insulinas misturadas na mesma seringa, iniciando-se a aspiração pela insulina transparente (Regular ou NovoRapid®/Asparte, Humalog®/Lispro ou Apidra®/Glulisina) e a seguir a turva (NPH). como fazer Limpe a tampa do frasco com algodão e álcool, agite o frasco da insulina NPH, até que a mistura fique bem homogênea, por igual. Injete no frasco da insulina turva a mesma quantidade de ar que você vai aspirar dessa insulina; retire a seringa sem aspirar a insulina; a seguir, usando a mesma seringa, injete ar, na quantidade prescrita, no frasco de insulina Re- gular ou NovoRapid®/Asparte. Em seguida, sem tirar a agulha do frasco, inverta o frasco e aspire a insulina transparente. Quando tiver aspirado a quantidade necessária, retire a agulha, introduza-a no frasco de insulina turva (NPH) e aspire a quantidade desejada. Atenção Se, por engano, for injetada insulina turva no frasco da insulina transparente, este frasco deve ser jogado fora. As insulina Levemir®/Detemir e a Lantus®/Glargina nunca podem ser mistura- das com qualquer outra insulina. 52 pA rA r Eu TIL Iz Ar para reutilizar seringa de insulina identificação Muitas pessoas utilizam seringas e agulhas descartáveis de insulina por várias vezes. Hoje em dia, com agulhas muito mais finas, os fabricantes alegam que a reutilização de agulhas de insulina pode ocasionar microfraturas de suas pontas dentro do tecido subcutâneo, causando endurecimento destes locais e piora da ação da insulina,ao longo prazo. Isto parece ser verdadeiro. O que fazer Tente não usar a seringa e agulha por mais de três vezes ou até que a agulha comece a perder o corte, o que torna a aplicação incômoda. como fazer Após aplicar a insulina, tampe a agulha com o protetor e coloque a seringa dentro de um frasco ou em uma caixa limpa. Não é necessário colocar a se- ringa na geladeira. Atenção Não lave, nem ferva a seringa e a agulha. Não passe álcool na agulha ou na seringa. Não toque a agulha na mão ou em outro local que não seja o local da aplicação. Não use agulha ou seringa que tenha sido usada por outra pessoa. As mesmas orientações valem para troca de agulhas de canetas usadas para aplicação de insulina. Se não houver outro jeito, reaproveite a seringa e agulhas usan- do os cuidados acima. SEMPRE QUE POSSÍVEL, MUDE DE SERINGA E AGULHA, A CADA APLICAÇÃO. 53 TrAnSpOrTE Transporte de insulina em viagens identificação Em viagens, a insulina que está em uso não precisa de refrigeração. As insulinas que não estão sendo usadas devem ser carregadas em bolsas tér- micas, com gelo reciclável. Evite o contato direto do gelo reciclável congelado com as insulinas. O que fazer Coloque os frascos de insulina dentro das caixas em bolsa ou na mala de mão. Separe os suprimentos de insulina em duas bolsas diferentes; desta forma, se você perder uma delas, não ficará sem insulina. Use sacolas térmicas, sem gelo comum, pois ele pode congelar a insulina e estragá-la. Atenção Não deixe os frascos de insulina em lugares muito quentes (por exemplo, no porta-luvas do carro) ou expostos diretamente ao sol. Leve o dobro da quantidade de insulina que você usará, assim, se perder ou quebrar um frasco, não precisará comprar outros; em muitas cidades, é difícil achar insulinas, principalmente em finais de semanas. Geralmente, os fabricantes de insulina recomendam que as insu- linas que ficam fora da geladeira, inclusive as usadas em cane- tas, não devem ser usadas por mais de 4 semanas. 54 qu An DO fO r vIA jAr Quando for viajar identificação Em viagens, é frequente se alterar o controle do diabetes, devido à mudança de horários. As modificações em sua rotina de vida exigem revisão no esquema de horários de alimentação e medicação. O que fazer Tente manter os horários o mais próximo possível ao que você faz normalmente. Se estiver tomando insulina NPH ou misturas de insulina 75/25, 70/30 e for levantar muito tarde, acorde no horário habitual, tome a insulina, o café da manhã e daí volte a dormir. Se estiver tomando insulinas de ação prolongada (Levemir®/Detemir ou Lan- tus®/Glargina), você pode aplicar esta insulina no horário correto e deixar para tomar o café da manhã mais tarde. Consulte seu médico para que ele o ajude a estabelecer os novos horários. como fazer Se não puder fazer uma refeição normal, coma um sanduíche ou duas frutas e um copo de leite. Atenção Adolescentes, muitas vezes e principalmente em finais de semana, acordam muito tarde. Caso os pais não consigam fazê-los seguir o horário dos dias de semana, devem medir suas taxas de glicemia e daí proceder como acima explicado. Para transportar a insulina, veja “Transporte de insulina em viagens” (p. 53). 55 pArA DOSAr para dosar cetonas no sangue identificação Cetonas são substâncias que podem aparecer na urina e no sangue, quando o diabetes está descompensado. É um sinal de grande descontrole glicê- mico e bioquímico, podendo ameaçar a própria vida (veja: “Em cetoacidose diabética”, p. 41). A cetoacidose diabética aparece geralmente em pessoas que têm diabetes do tipo 1 (antigamente chamadas insulino-dependentes), quando as taxas de glicose estão muito elevadas, em geral acima de 400mg/dl, podendo aparecer, também, com valores menores de glicose, quando as pessoas com diabetes estiverem doentes ou vomitando. Cetonas também podem ocorrer quando uma pessoa está em jejum prolon- gado. Neste último caso, as taxas de glicose são baixas e a sua presença não tem importância. O que fazer Se estiver urinando muito, bebendo muita água e sentindo-se doente, ou com taxas de glicose no sangue maiores que 300mg/dl, meça a cetona no sangue ou na urina (veja “Quando aparecer cetona na urina”, p. 15). como fazer A medida de cetona no sangue só é feita com um aparelho chamado Optium®, que mede tanto cetona quanto glicose, cada uma com fita própria. 56 pA rA D OS Ar Atenção O aparecimento de cetona no sangue ou na urina, quando em pequena quan- tidade, pode não significar uma emergência. Se a pessoa com diabetes estiver bem de saúde, corrija a hiperglicemia com insulina de ação rápida ou ultrarrápida e repita as medidas de glicose e cetona a cada hora, para ver se elas estão aumentando. Caso comprove os aumentos, ligue para seu médico! Se não conseguir falar com ele, vá até um pronto- socorro e diga que está com cetoacidose diabética. Se estiver em lugar sem recursos, veja “Como controlar a descompensação do diabetes até o socorro chegar” (p. 43) e tome as providências indicadas. 57 quAnDO fOr fAzEr ExAm ES Quando for fazer exames de sangue identificação Frequentemente, as pessoas com diabetes necessitam colher exames em la- boratório, e ficam em dúvida se tomam a medicação oral no dia da coleta e, se estão usando insulina, em como agir. O que fazer Naquelas pessoas que estão tomando comprimidos para o diabetes, deixe para tomá-los após ter colhido o exame e tomado o café da manhã. Se usar insulina, ela também só deve ser aplicada depois da coleta do sangue e de tomar o café da manhã, senão você corre o risco de ter hipoglicemia. como fazer A maior parte dos exames de laboratório não necessitam de 12 horas de jejum, como recomendado pelos laboratórios. Dos exames geralmente solicitados no controle de pessoas com diabetes, só a dosagem de triglicérides necessita deste tempo de jejum. Assim, se ele não for solicitado, o jejum deve ser SOMENTE DE 8 HORAS. Se tiver que ficar mais tempo de jejum, dose a glicemia antes de sair para o laboratório. Se a glicemia estiver menor que 100mg/dl, deixe para colher o exame em outro dia. Atenção Quando seu médico lhe solicitar exames de laboratório, peça para ele incluir dosagem de hemoglobina glicosilada, se este exame foi colhido há mais de 3 meses. 58 hI pO gL IcE m IA AO D Ir IgI r Se tiver hipoglicemia enquanto dirigindo identificação Ter hipoglicemia dirigindo não é incomum. Às vezes, a pessoa que tem a hi- poglicemia pode apresentar poucos sintomas e não perceber essa alteração. Isto pode ocasionar acidentes graves e deve ser feito o possível para evitá-los. Assim, pelo menos para aquelas pessoas que às vezes não percebem quando estão tendo hipoglicemia, é fundamental medir as taxas de glicose antes de viagens longas, sempre que forem dirigir. O que fazer Antes de iniciar viagens longas, meça a glicemia. Se as taxas estiverem me- nores do que 150mg/dl, coma um alimento com carboidrato e proteína, por exemplo um sanduíche com queijo ou uma barra de cereal e um polenguinho, ou uma fruta com cereal. Meça a glicemia após 2 horas dirigindo ou, se não puder medi-la, coma uma fruta ou 2 a 3 bolachas. como fazer Leve um suco ou refrigerante não dietético para beber, caso se sinta mal. Um sachê de mel pode ser levado para situações de emergência. Atenção Se estiver dirigindo em trajetos longos, leve SEMPRE seu medidor de glicose. 59 quAnDO uSAnDO BOm BA Quando usando bomba de insulina as taxas subirem muito identificação Alterações de taxas de glicemia não são infrequentes nas pessoas com dia- betes do tipo 1, e mesmo aquelas usando bomba de infusão de insulina estão sujeitas a isso. Algumas vezes, durante o uso de bomba de insulina, podem acontecer grandes aumentos das taxas de glicemia,subitamente, e que, mesmo com bolus de correção dados com a bomba, não se normalizam. Isto pode ocorrer por uma oclusão parcial do cateter, que às vezes não dá o sinal de “no delivery”. O que fazer Verifique se o cateter não está velho, com mais de 3 dias de uso, e se não apa- rece sangue dentro dele. Algumas vezes, um inchaço pequeno ou vermelhidão local também podem significar que está havendo uma oclusão. como fazer Troque o cateter e corrija a hiperglicemia com a dose necessária de insulina ul- trarrápida. Use uma caneta de insulina ou uma seringa para fazer esta correção. Se na hora não tiver condições, por não ter caneta ou seringa, faça a correção, injetando um bolus de insulina após a troca do conjunto - cateter e agulha - e a mudança de local de colocação do cateter. Atenção Após trocar o cateter (agulha) ou o conjunto todo de infusão meça a glicemia, sempre após uma a duas horas da troca. Nunca fique mais de 4 horas durante o dia e 8 horas à noite sem medir as taxas de glicose. Em viagens sempre carregue consigo uma caneta com insulina ultrarrápida, principalmente quando for fazer viagens longas ou visitar cidades pequenas onde é mais difícil encontrar insulinas especiais. 60 Quando for fazer exames com contraste identificação Frequentemente, temos que fazer exames radiológicos que necessitam de contraste, como por exemplo tomografia de crânio, RX de estômago, corona- riografia, etc. Pessoas com diabetes de tipo 2 muitas vezes usam metformina (Glifage®/ Cloridrato de metformina, Glucoformin®, Metformin®) ou outros medicamen- tos em combinação com metformina, para controlar os níveis de glicose san- guínea, e esses medicamentos podem ocasionar sérios problemas de saúde quando tomados juntamente com contrastes injetáveis. O que fazer Fale com o seu clínico, no mínimo 2 dias antes do exame, que você vai fazer o raio X com contraste, para que ele suspenda os comprimidos de metformi- na antes do exame e possa substituí-los, temporariamente, por outro tipo de medicação. como fazer Nesse período, deve-se medir a glicemia mais vezes, já que a substituição da metformina por outro medicamento pode causar mudanças dos níveis glicêmicos. Atenção Em situações de urgência, quando exames de raio X com contrastes forem necessários, a metformina pode ser interrompida no momento do exame. A metformina pode ser reiniciada 48 horas após a injeção do contraste, em pessoas nas quais a função renal esteja normal. Ex Am ES cO m cO nT rA ST E 61 Quando estiver usando esquema de insulinização intensiva identificação Cada vez mais, pessoas com diabetes do tipo 1 e mesmo com diabetes do tipo 2 estão em tratamento do diabetes com “esquema de insulinização intensiva”. Nesse esquema de tratamento, se usa uma a duas aplicações de insulina basal (de ação prolongada ou sem pico), que servem para manter a glicemia normal entre as refeições, e várias aplicações de insulina ultrarrápidas, a cada vez que se comer carboidratos. O que fazer Siga as orientações do seu médico e da nutricionista. Não deixe de aplicar insulina ultrarrápida, toda vez que comer, e de corrigir as glicemias, quando estiverem com valores mais altos do que a meta glicêmica. como fazer Conte os carboidratos das refeições e use os cálculos prescritos pelo seu médico. Veja no site da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), www.diabetes.org.br, o manual de contagem de carboidratos. Atenção Para que este sistema funcione e os resultados das glicemias e da hemoglo- bina glicosilada sejam bons, é fundamental que se meça a glicemia capilar no mínimo 3 vezes por dia e que, toda vez que se comer mais do que 20 gramas de carboidrato (às vezes até 10 gramas), se faça os cálculos e seja aplicada insulina ultrarrápida. A Insulina Regular funciona mal neste esquema. InSuLInIzAçãO InTEnSIvA 62 como controlar o seu diabetes As pessoas com diabetes de tipo 2 devem ir ao médico no mínimo duas vezes ao ano, idealmente a cada 4 meses, para verificar o controle da doença. As pessoas com diabetes de tipo 1 necessitam de consultas mais frequentes, e as mulheres grávidas, com diabetes, devem ir ao médico mensalmente e, sempre que possível, controlar o diabetes antes da gravidez. Adultos com diabetes de tipo 2 devem fazer anualmente exames de fundo de olho, verificação anual de função renal - com dosagens de creatinina sanguí- nea, microalbuminúria (dosagem de urina em amostra isolada) e exame de urina tipo 1. Maiores de 40 anos devem ser avaliados por cardiologista, a cada ano, e fazer eletrocardiograma, ecocardiograma e teste de esforço, para se descartar do- ença cardiovascular. Crianças e jovens com diabetes do tipo 1, recém-diagnosticados, não neces- sitam se submeter a esses exames, nem a testes de função renal de rotina, só necessitando realizá-los após três a cinco anos de doença; porém, devem realizar investigação de função tireoideana, com dosagens de T4 livre e TSH, ao diagnóstico e anualmente. Alguns exames laboratoriais devem ser feitos, obrigatoriamente, no mínimo uma vez ao ano, para os pacientes adultos e também para jovens com diabetes de tipo 1 há mais de 5 anos. São eles: dosagem de creatinina sanguínea, urina tipo 1, pesquisa de micro- albuminúria (urina), dosagem de colesterol e frações e triglicérides. Outros podem ser necessários, dependendo de cada caso. A medida de hemoglobina glicosilada deve ser solicitada para todas as pesso- as com diabetes, tipos 1 e 2 ou outros tipos de diabetes, no mínimo duas vezes ao ano e, idealmente, a cada três meses. cO m O cO nT rO LA r 63 Valores normais introdução Para se evitar as complicações do diabetes, as taxas de açúcar no sangue devem ser mantidas o mais próximo possível do normal. Manter as taxas de glicemia controladas é fundamental. Além disto, também é importante manter os níveis de colesterol e triglicérides dentro do ideal e os níveis de pressão arterial controlados. O diabetes é uma doença silenciosa; muitas vezes você pode estar se sentindo bem, mesmo com a glicemia elevada, embora ao médio e longo prazo isto pos- sa levá-lo a ficar doente. Assim, é muito importante que você controle os seus níveis de glicemia, controle a pressão arterial e normalize os níveis de gorduras na circulação – colesterol e triglicérides. Os valores normais de glicemia são: EM JEJUM e antes das refeições - até 99mg/dl. DUAS HORAS APÓS COMER - até 160mg/dl, idealmente até 140mg/dl. Nas pessoas com bom controle do diabetes, os níveis de glicose no sangue costumam estar normais ou pouco elevados. Os valores ideais de colesterol, em adultos com diabetes, são: Colesterol total: 160mg/dl Colesterol bom (HDL colesterol): maior ou igual a 50mg/dl Colesterol ruim (LDL colesterol): menor ou igual a 100mg/dl Se tiver doença cardiovascular: Colesterol total: 100mg/dl Colesterol bom (HDL colesterol): maior ou igual a 50mg/dl Colesterol ruim (LDL colesterol): menor ou igual a 70mg/dl Os níveis ideais de pressão arterial são: Pressão arterial normal: menor que 13/85 mmHg vALOrES nOrm AIS 64 Fitas para medida de glicosúria e cetonúria Fitas para medida de glicosúria (glicose na urina): Por darem resultados muito menos exatos, quase não são mais usadas. Fitas para medida de cetonúria (cetonas na urina): 1. Cetonas podem aparecer na urina quando existe aumento importante da glicose sanguínea (valores geralmente maiores que 350mg/dl) e no início de uma cetoacidose diabética ou em pessoas com diabetes, que tenham feito uma hipoglicemia recentemente. 2. Para dosar cetona na urina, use a fita Accu-Chek Keto-Diabur-Test 5000®, que, atualmente, é a única tira disponível no Brasil. fIT AS p Ar A m ED Ir 65 Aparelhos para medida de glicose no sangue (glicemia) É fácil medir as taxasde glicose, em casa, utilizando aparelhos especiais, cha- mados glicosímetros. No Brasil, existem hoje muitas marcas de glicosímetros de boa qualidade, de uso fácil, com preços semelhantes e acessíveis. As tiras de medida de glicose servem, cada uma delas, para um tipo especial de aparelho. Portanto, se trocar de aparelho, você precisará comprar outro tipo de tira de glicemia. Consulte seu médico para saber qual tipo de glicosímetro ele recomenda. Os resultados da medida de glicemia capilar (de ponta de dedo), feita com gli- cosímetros, são quase iguais aos obtidos em laboratórios, desde que a técnica de medida e a calibração do aparelho estejam corretas. A maioria dos glicosímetros mede a glicemia até 600mg/dl. A partir desse valor, aparece no visor a sigla HI (high) - que significa alto, em inglês, e quan- do está abaixo de 20mg/dl, aparece no visor a sigla LO (low) - que significa baixo, em inglês. Todos eles têm memória que guardam os resultados de até as últimas 100 a mais de 200 medidas. Essas medidas podem ser carregadas e lidas diretamente no computador, tornando mais fácil a análise dos resultados pelo médico. ApArELhOS pArA m EDIr 66 gL IcE m IA Glicemia: observações quanto à técnica de medidas 1. Nunca use tiras de glicemia vencidas. Veja o prazo de validade no frasco ou na caixa. 2. Para se conseguir uma boa gota de sangue, em idosos, lave as mãos com água quente, seque e fure o dedo usando um picador de dedo que vem com o glicosímetro. 3. Regule a pressão de acordo com a espessura da sua pele - se ela for mais fina, por exemplo em crianças, use as menores graduações do pi- cador. 4. Tente picar do lado do dedo, pois é menos doloroso. Não pique na polpa do dedo, pois é mais doloroso. 5. Se não tiver picador, use uma agulha de insulina. 6. Se for usar álcool para a limpeza do dedo ao invés de lavá-lo, seque-o bem, com algodão estéril, antes da picada. Se o dedo estiver molhado de álcool, ele poderá alterar o resultado da glicemia. NUNCA USE PICADORES DE OUTRA PESSOA, MESMO SE TIVER TROCADO A AGULHA, POIS EXISTE O RISCO DE TRANSMISSÃO DE DOENÇAS, COMO HEPATITE E AIDS. Glicosúria: a medida de glicose na urina para controle do diabetes não é mais usada. 67 gLIcEm IA Horários ideais para as medidas de glicemia A medida da glicemia dará informações sobre o grau de controle do diabetes, bem como sobre o resultado do tratamento utilizado. Quando estiver usando insulinas de ação intermediária (como por exemplo: NPH, ou pré-misturas 70/30), o melhor horário para medir o efeito máximo da NPH é de 8 a 12 horas após a aplicação. Para insulinas de ação rápida o melhor horário é de duas a quatro horas após a sua aplicação. Para aquelas pessoas usando insulinas de ação mais rápida (Humalog®/Lispro ou NovoRa- pid®/Asparte), o melhor horário para medir o seu efeito é duas horas após a sua aplicação. Quando medir a glicemia Os pacientes bem controlados podem medir sua glicemia duas a três vezes por semana, antes das refeições em alguns dias e pós-refeições em outros dias, controlando com a glicosúria (medida da glicose na urina) nos outros dias. Em pacientes diabéticos instáveis, grávidas com infecção ou estresse grave, medidas mais frequentes serão necessárias, antes e duas horas após as refei- ções, antes de deitar-se e, às vezes, de madrugada, entre três e quatro horas da manhã. O seu médico lhe indicará os melhores horários e tipos de exame necessários. É sabido que pessoas com diabetes do tipo 1, que medem menos do que três vezes ao dia a sua glicemia capilar, raramente conseguem controle glicêmico adequado e hemoglobina glicosiladas menores do que 7%. 68 m ED IDA D E c ET On A Medida de cetona no sangue (cetonemia) A medida de cetona no sangue é melhor do que sua medida na urina. Os va- lores são mais exatos, seu aumento no sangue aparece antes do que na urina, e mostram melhor o que está acontecendo no organismo do que a medida na urina. Além disso, permitem saber os níveis de cetona no sangue e determinar se eles são críticos ou não. A única fita existente no mercado é a Optium Cetona®, usada em um aparelho que permite medir cetona e glicose no sangue, usando fitas de tipos diferentes. Pessoas com diabetes do tipo 1 devem medi-los quando as taxas de glicemia estiverem iguais ou maiores do que 350mg/dl ou quando estiverem se sentin- do doentes, ou urinando muito e bebendo muita água. Pais de crianças meno- res deveriam medir os níveis de cetona no sangue sempre que elas estiverem com taxas maiores do que 280mg/dl. Cetonas raramente estão presentes nas pessoas com diabetes do tipo 2 e só necessitam ser dosadas em pacientes com quadros graves de descompensa- ção do diabetes. 69 Termos médicos e seus significados Diabetes do tipo 1 - antigamente chamado de insulino-dependente ou da criança. Sempre tratado com insulina, pode aparecer em pessoas mais velhas, embora raramente. Deve ser sempre tratado com, no mínimo, duas aplicações de insulina ao dia, e, modernamente, com mais de três aplica- ções por dia. Diabetes do tipo 2 - antigamente chamado não insulino-dependente ou do adulto. Geralmente tratado com comprimidos, pode necessitar de insulina após alguns anos de seu aparecimento. Está fortemente relacionado com excesso de peso e herança familiar. Glicemia - medida de glicose (açúcar) no sangue. Glicosímetro - aparelho portátil, medidor de glicemia. Glicosúria - medida de glicose na urina. Cetonúria - medida de cetonas na urina. Cetonemia - dosagem de cetona no sangue. Cetoacidose diabética - descompensação grave do diabetes. Edulcorantes - adoçantes dietéticos. Hipoglicemia - queda dos valores de glicemia. Coma hipoglicêmico - coma ocasionado por grande queda da glicemia. Hipoglicemiantes orais - comprimidos para tratamento do diabetes. Insulina humana - insulina obtida por engenharia genética, igual à humana. Insulina Regular - insulina humana de ação rápida. Começa a agir em 1 a 2 horas. Sua ação máxima ocorre em 4 horas e dura até 8 horas. Insulinas ultrarrápidas (NovoRapid®/Asparte, Humalog®/Lispro ou Apidra®/Glulisi- na) - são insulinas humanas modificadas, com início de ação em 15 minutos e pico de ação em 1 a 2 horas, podendo durar de 4 a 6 horas no organismo. TErm OS m éDIcOS 70 TE rm OS m éD IcO S Insulina NPH - insulina humana de ação intermediária, com início de ação em torno de 2 a 4 horas e pico de efeito em 8 a 12 horas, chegando a durar de 12 a 14 horas no organismo. É a mais usada das insulinas de ação prolongada, por ser mais barata e distribuída pelo governo, nos postos de saúde. É de boa qualidade, porém no tratamento das pessoas com diabe- tes do tipo 1 deve ser usada de 2 a 4 vezes ao dia, associada com insulinas rápidas ou ultrarrápidas. Insulinas sem pico (Levemir®/Detemir, Lantus®/Glargina) - são insulinas huma- nas modificadas, chamadas sem pico porque têm uma ação prolongada, durando geralmente de 20 a 24 horas, sendo que, algumas vezes, podem ter um tempo de ação mais curto. Descompensação do diabetes - aumento das taxas de glicemia, com aumento da sede, fome e do volume de urina, geralmente acompanhado de perda de peso e prostração. Hemoglobina glicosilada ou glicada (Hgb A1C ou A1) - dosagem laboratorial que permite saber como esteve o controle do diabetes nos últimos 3 meses. Correlação entre os valores de hemoglobina glicosilada e glicemia média (nos últimos 3 meses): A1c glicemia média 6% 126mg/dl 7% 154mg/dl 8% 183mg/dl 9% 212mg/dl 10% 240mg/dl 11% 269mg/dl 12% 298mg/dl D IA -0 03 -0 4/ 20 10 Apoio: