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CONTABILIDADE INDUSTRIAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Exemplificar os procedimentos para encerramento do exercício em empresas industriais. > Reconhecer as diferenças no cálculo do IRPJ e da CSLL por lucro real e lucro presumido. > Explicar a contabilização, a previsão e o pagamento desses impostos. Introdução O conhecimento do desempenho da empresa é de suma importância para o planejamento dos negócios e para o estabelecimento de metas e estratégias. Para um bom funcionamento dos negócios, as empresas devem sempre estar atualizadas em relação ao complexo sistema tributário brasileiro. Assim, é imprescindível o conhecimento do resultado do exercício, ou seja, se a empresa está gerando lucro ou prejuízo. O conhecimento do resultado também é importante para o cálculo dos tributos incidentes sobre o lucro, como o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Neste capítulo, você vai aprender a apurar o lucro ou o prejuízo do negócio, a partir da identificação das receitas e despesas da empresa. Você também vai Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais Luiza Teti Mayer entender os regimes tributários e o processo de tributação sobre o lucro. Por fim, você vai aprender sobre os tributos incidentes sobre o lucro líquido e vai verificar o cálculo e a contabilização desses tributos. Apuração do resultado do exercício em empresas industriais Dentre as informações fornecidas pela contabilidade, destacam-se aquelas de natureza econômica e financeira. De acordo com Ribeiro (2017, p. 4): “As de natureza econômica compreendem, principalmente, os fluxos de receitas e de despesas, que geram lucros ou prejuízos, e são responsáveis pelas variações no patrimônio líquido”. Os lucros ou prejuízos gerados pela empresa no final do ano são o que chamamos de resultado financeiro do exercício. A Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (BRASIL, 1976), conhecida como Lei das Sociedades Anônimas, estabelece em seu art. 176 que as empresas devem apurar os seus resultados, isto é, verificar se houve lucro ou prejuízo ao fim de cada exercício social. Além disso, a referida Lei determina que as empresas devem elaborar as demonstrações contábeis, dentre elas o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício (DRE). Assim, ao final de cada exercício social, as empresas devem apurar o resul- tado dos seus negócios, independentemente da sua atividade. O resultado será apurado por meio da confrontação das receitas com vendas com as despesas do período — processo denominado apuração do resultado do exercício (ARE). Quando as receitas com vendas da empresa são maiores do que as suas despe- sas, isso significa que a empresa teve lucro; do contrário, quando as despesas são maiores do que as receitas, isso significa que a empresa teve prejuízo. A Lei das Sociedades Anônimas estabelece em seu art. 175 o seguinte: “Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto. Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa” (BRASIL, 1976, documento on-line). Quanto às empresas industriais especificamente, não há uma forma di- ferenciada de apuração do resultado. A apuração do resultado consiste em confrontar as receitas e as despesas, independentemente do ramo de atividade empresarial. Porém, o que difere entre os ramos de atividades e que pode impactar na apuração do lucro são os impostos incidentes, como o Imposto Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais2 sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual e de Comunicação (ICMS), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto Sobre Serviços (ISS). O ISS é um tipo de imposto pago apenas por empresas de prestação de serviços, enquanto o ICMS é um tipo de imposto pago apenas por empresas do ramo comercial. Por sua vez, para as empresas industriais, há a incidência do IPI, um imposto que incide sobre produtos industrializados tanto nacionais quanto estrangeiros, sendo regulamentado pelo Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010 — conhecido como RIPI/2010 (BRASIL, 2010). Conceitos de receita e despesa O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), em sua Estrutura Concei- tual, considera que as receitas e as despesas são alterações nos recursos econômicos e nas reivindicações, isto é, ativos e passivos, respectivamente, refletindo o desempenho financeiro da entidade. Especificamente, o CPC 00 define receita como sendo: “Aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em aumento no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio” (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2019, documento on-line). Em termos gerais, a receita corresponde a vendas de mercadorias ou prestações de serviços e sempre aumenta o ativo, embora nem todo aumento de ativo signifique receita (MARION, 2018). Por exemplo, quando uma empresa industrial realiza a compra de matéria- -prima a prazo, temos um aumento do ativo, mas não podemos considerar essa compra como uma receita. No caso das indústrias, as receitas são pro- venientes das vendas dos seus produtos acabados, ou seja, aqueles prontos para venda, após a transformação das matérias-primas. A receita é refletida no balanço patrimonial da empresa por meio da entrada de dinheiro no caixa, quando a venda é feita à vista, ou por meio da entrada em forma de direitos a receber, quando a venda é feita a prazo, sendo registrada na conta Clientes. Quanto às despesas, essas são definidas pelo CPC 00 como sendo: “Re- duções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam em reduções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições aos detentores de direitos sobre o patrimônio” (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2019, documento on-line). Marion (2018) explica que as despesas são os sa- crifícios da empresa, ou seja, todo esforço feito para a obtenção de receitas, como o consumo de bens ou serviços. Ela é refletida no balanço por meio de uma redução do caixa (quando o pagamento é feito no ato, isto é, à vista) ou mediante um aumento de dívida, quer dizer, do passivo da empresa (quando Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais 3 a despesa é contraída no presente para ser paga no futuro — isto é, quando o pagamento é feito a prazo) (MARION, 2018; IUDÍCIBUS, 2019). Todavia, existem também as despesas que reduzem o valor do ativo, mas que não geram um desembolso para a empresa. Esse é o caso, por exemplo, das depreciações, ou seja, dos desgastes de máquinas e equipamentos (MARION, 2018). Portanto, no final do exercício social, torna-se necessário o conhecimento do desempenho financeiro da empresa. Logo, devemos apurar o resultado do exercício. Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 10) afirmam: “As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento”. Esse fato ocorre por conta do regime de competência. Esse regime evidencia o resultado da empresa de forma mais adequada e completa. De acordo com Marion (2018), as regras básicas do regime de competência são: � a receita será contabilizada no período em que for gerada, indepen- dentemente do seu recebimento; � a despesa será contabilizada como tal no período em que for consu- mida, incorrida, utilizada, independentemente do pagamento; � o lucro será apurado considerando-se o exercício social; � qualquer despesa gerada no período (mesmo que ainda não tenha sido paga) será subtraída do total da receita também gerada no mesmo período (mesmo que ainda não tenha sido recebida). Etapas para a apuração do resultado do exercício das empresas industriais Para apurar o resultado do exercício, algumas etapas devem ser cumpridas.Primeiramente, é imprescindível a elaboração de um balancete de verificação, sendo essa a primeira etapa do processo de apuração do resultado (CRE- PALDI; CREPALDI, 2018; RIBEIRO, 2017). A seguir, são apresentadas as etapas necessárias para encerrar o exercício social (RIBEIRO, 2017). 1. Elaborar o balancete de verificação, composto por contas e saldos extraídos do Livro Razão. 2. Transferir os saldos das contas de despesas para a conta transitória Resultado do Exercício. 3. Transferir os saldos das contas de receitas também para a conta tran- sitória Resultado do Exercício. Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais4 4. Apurar no Livro Razão ou no razonete o saldo da conta Resultado do Exercício. 5. Transferir o saldo da conta Resultado do Exercício para uma conta do patrimônio líquido. Quanto às etapas (2) e (3), na conta transitória Resultado do Exercício serão debitados os saldos das contas de despesas e creditados os saldos das contas de receitas. O ideal é que o saldo da conta Resultado do Exercício seja credor, pois, se assim for, significa que o resultado do exercício será lucro, sendo transferido para as contas de reservas no Patrimônio Líquido, de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas. Caso contrário, isto é, se o saldo dessa conta for devedor, o resultado do exercício será prejuízo, sendo transferido para a conta Prejuízos Acumulados (RIBEIRO, 2017). Em 31/12/20X1, a Indústria Fictícia Ltda. apresentou os seguintes saldos para as contas de resultado: � Receita de vendas: R$ 2.350.000,00 � Custo do produto vendido: R$ 940.000,00 � Despesas com salários: R$ 453.000,00 � Despesas com marketing: R$ 310.000,00 � Despesas com depreciação: R$ 180.000,00 O setor de contabilidade ficou encarregado de apontar se houve lucro ou prejuízo no exercício social, sendo necessário, então, apurar o resultado do exercício. Para essa finalidade, foi elaborada a ARE, com a criação da conta transitória Resultado do Exercício: Resultado do Exercício R$ 2.350.000,00 (1) (2) R$ 940.000,00 (3) R$ 453.000,00 (4) R$ 310.000,00 (5) R$ 180.000,00 R$ 1.883.000,00 R$ 2.350.000,00 R$ 467.000,00 Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais 5 Por meio do razonete apresentado, pode-se verificar que a receita de vendas foi maior do que as despesas do período, mostrando um saldo credor para a conta Resultado do Exercício. Isso indica que a Indústria Fictícia Ltda. apresentou lucro no valor de R$ 467.000,00 no exercício social de 20X1. No exemplo, vimos que a empresa hipotética apresentou saldo credor, ou seja, lucro, em seu exercício social. Porém, caso a conta transitória Re- sultado do Exercício apresentasse saldo devedor, isso significaria que a empresa apresentou prejuízo. Esse prejuízo seria, então, transferido para a conta Prejuízos Acumulados, debitando-se da conta Prejuízos Acumulados e creditando-se a conta transitória Resultado do Exercício. � Débito: conta Prejuízos Acumulados � Crédito: conta Resultado do Exercício Contudo, após a apuração do resultado do exercício, há ainda outras etapas a serem seguidas. No caso de as receitas serem maiores do que as despesas, ou seja, a empresa apresentar lucro, esse resultado não é totalmente retido pela empresa. A Lei das Sociedades Anônimas estabelece em seu art. 189 que, antes de qualquer participação, serão deduzidos do resultado do exercício os prejuízos acumulados (isto é, prejuízos de anos anteriores ao exercício em análise) e a provisão para o imposto sobre a renda. No caso de a empresa apresentar prejuízo no exercício em análise, esse será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem, de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas. A finalidade da ARE é apresentar a situação financeira do negócio, ou seja, se a empresa está dando lucro ou prejuízo. A ARE está co- nectada à DRE, a qual deve ser elaborada ao final de cada exercício social, de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas (MARION, 2018; IUDÍCIBUS, 2019; VICECONTI; NEVES, 2016). Cálculo do IRPJ e da CSLL pelo lucro real e pelo lucro presumido nas empresas industriais Quando utilizamos o termo tributo, estamos nos referindo aos impostos, às taxas e às contribuições sociais e de melhoria. Há dois tipos de tributos: os diretos e os indiretos. Faria (2016, p. 29) explica que os tributos diretos “[...] Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais6 são os que recaem diretamente sobre o patrimônio do contribuinte”, como o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Os tributos indiretos, por sua vez, são aqueles que recaem sobre a produção ou o consumo, como o ICMS, o IPI, o ISS e o tributo dos Programas de Integração Social/Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/COFINS) (FARIA; 2016). O PIS/COFINS é contribuído por qualquer pessoa jurídica, com exceção daquelas submetidas ao Simples Nacional — ou seja, as microem- presas e as empresas de pequeno porte. Sabe-se que o sistema tributário brasileiro é bastante complexo e que a legislação tributária, em especial, está sempre sendo modificada de forma a melhor se enquadrar na realidade das empresas. Dessa forma, é de suma importância que as empresas se mantenham atualizadas e em constante observação dessas mudanças na lei. Nos termos do art. 7º do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 (BRASIL, 1977), o lucro líquido do exercício de cada período de apuração deve ser determinado por meio da elaboração do balanço patrimonial, da DRE e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. Vimos que o lucro do exercício é o resultado credor apurado no final do exercício social — ou seja, quando as receitas são maiores que as despesas na ARE. Para isso, é de fundamental importância a manutenção dos livros contábeis, uma vez que o referido artigo estabelece que o lucro real será determinado com base na escrituração que o contribuinte deve manter, com observância das leis comerciais e fiscais. Entre os livros contábeis obrigatórios estão o Livro Diário e o Livro Razão, os quais podem ser considerados os mais importantes (SANTOS, 2015). De acordo com a Receita Federal (2020, documento on-line), o IRPJ é um tributo federal cujos contribuintes são “[...] as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas, domiciliadas no país”. A Lei nº 9.430, de 27 de de- zembro de 1996, “dispõe sobre a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências” (BRASIL, 1996, documento on-line), abordando o IRPJ em seu Capítulo I. O Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018, regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, revogando o antigo Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 — conhecido como Regulamento do Imposto sobre a Renda (BRASIL, 1999; 2018). Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais 7 O IRPJ deve ser apurado com base no lucro, que, no caso das empresas industriais, pode ser real ou presumido. A alíquota do IRPJ é de 15% sobre o lucro apurado, com um adicional de 10% sobre a parcela do lucro que exceder R$ 20.000,00/mês. Em outras palavras, no caso do IRPJ, a alíquota sobre o lucro real é de 15% para empresas que apresentam até R$20.000,00 de lucro mensal. Já para os negócios que excedem esse valor, a alíquota é 15% sobre o lucro mais 10% sobre o valor que excede R$20.000,00 (LEITE, 2020). A CSLL, assim como o IRPJ, é um tributo federal, cujos contribuintes são as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas, domiciliadas no País (RECEITA FEDERAL, 2020). As disposições da legislação do IRPJ também são aplicadas à CSLL, além das Leis nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988 e nº 8.981, de 20 de janeirode 1995. A alíquota da CSLL é de 9% para as pessoas jurídicas em geral, incluindo as empresas industriais, e de 15% para as instituições financeiras, de seguros privados e de capitalização. A apuração da CSLL deve acompanhar a forma de tributação do lucro adotada para o IRPJ — ou seja, se a empresa optar pelo regime tributário do lucro real para o IRPJ, a CSLL também deve ser calculada com base no lucro real. Caso a empresa opte por apurar o IRPJ pelo regime tributário do lucro presumido, consequentemente a CSLL deve ser apurada da mesma forma (BRASIL, 1988; 1995). No Brasil, o IRPJ a CSLL podem ser determinados a partir de três modali- dades: lucro real, lucro presumido e Simples Nacional. A opção pelo regime de tributação se dá com o primeiro recolhimento, normalmente em janeiro (PORTAL TRIBUTÁRIO, [201-?a]). O Simples Nacional é o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (EPP), instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (BRASIL, 2006). Apenas as empresas com receita bruta anual inferior a R$ 4,8 milhões podem optar pelo regime do Simples Nacional, enquanto as demais empresas devem optar entre os regimes do lucro real ou do lucro presumido, sendo essa opção irretratável para todo o ano em que for feita a opção. O Simples Nacional é um regime de caráter facultativo e abrange diversos tributos, como IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, COFINS, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica. O recolhimento desses tributos para as empresas optantes pelo Simples Nacional ocorre de forma diferenciada das optantes pelo lucro real ou lucro presumido, uma vez que o recolhimento dos tributos abrangidos é realizado mediante documento único de arrecadação. Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais8 Lucro real nas empresas industriais De acordo com o art. 258 do Decreto nº 9.580/2018, o lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo RIR, anexo ao Decreto nº 9.580/2018 (BRASIL, 2018). Dessa forma, para fins da legislação do imposto de renda, a expressão “lucro real” significa o próprio lucro tributável e distingue-se do lucro líquido apurado contabilmente, sendo a determinação do lucro real precedida da apuração do lucro líquido de cada período (RECEITA FEDERAL, 2017). Essa distinção ocorre justamente por consequência das adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo RIR. O Portal Tributário ([201-?a]) explica que o lucro real é a regra geral para a apuração do IRPJ e da CSLL das pessoas jurídicas, ao mesmo tempo que também é o regime mais complexo, uma vez que será determinado a partir do lucro contábil apurado pela pessoa jurídica, acrescido de ajustes (positivos e negativos) requeridos pela legislação fiscal. Pode-se visualizar esses ajustes (adições e exclusões) ao lucro líquido a partir do esquema a seguir. � Esquema para a apuração do lucro real (PORTAL TRIBUTÁRIO, [201-?a]): ■ Lucro (prejuízo) contábil ■ (+) Ajustes fiscais positivos (adições) ■ (-) Ajustes fiscais negativos (exclusões) ■ (=) Lucro real ou prejuízo fiscal do período Assim, o lucro líquido do exercício deve ser apurado de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas e com o Decreto-lei nº 1.598/1977. Porém, esse lucro líquido apurado de acordo com as legislações citadas não é o mesmo lucro líquido encontrado ao final da DRE. De acordo com o art. 187 da Lei das Sociedades Anônimas, o lucro líquido do exercício para fins de apuração do lucro real equivale ao resultado do exercício antes do imposto sobre a renda e a provisão para o imposto evidenciado na DRE — mais conhecido como lucro antes do imposto sobre a renda (LAIR). Para fins de cálculo do IRPJ, a legislação tributária procura definir uma medida capaz de mensurar a aquisição (econômica ou jurídica) de renda du- rante um determinado período de apuração, a qual será objeto de tributação. Porém, ao contrário do propósito da legislação, as normas internacionais de contabilidade buscam fornecer informações úteis aos usuários das demons- trações contábeis sobre o desempenho financeiro da entidade. Por conta desses diferentes objetivos, é compreensível que existam diferenças entre Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais 9 o lucro apurado de acordo com a legislação tributária e aquele apurado de acordo com as normas contábeis (SANTOS, 2015). Por isso existe a necessidade dos ajustes previstos no RIR/2018. Dessa forma, chegamos na seguinte equação do lucro real (SANTOS, 2015): Como mencionado anteriormente, para encontrar o lucro real, alguns itens são adicionados, enquanto outros são excluídos do lucro líquido do exercício, estando de acordo com a legislação tributária. O Decreto nº 9.580/2018 lista as adições, exclusões e compensações a serem feitas pelas pessoas jurídicas adotantes do regime tributário do lucro real. Por exemplo, de acordo com o art. 260 do Decreto, para determinar o lucro real, serão adicionados ao lucro líquido do exercício apurado por meio da ARE: I - os custos, as despesas, os encargos, as perdas, as provisões, as participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o disposto neste Regulamento, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real; e II - os resultados, os rendimentos, as receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o disposto neste Regulamento, de- vam ser computados na determinação do lucro real (BRASIL, 2018, documento on-line). Enquanto isso, poderão ser excluídos do lucro líquido do exercício: � os valores cuja dedução seja autorizada e que não tenham sido com- putados na apuração do lucro líquido do período de apuração; � os resultados, os rendimentos, as receitas e outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que não sejam computados no lucro real; e � o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limi- tada a compensação a 30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas no RIR, desde que a pessoa jurídica mantenha os livros e os documentos exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal utilizado para compensação. Além dessas adições, exclusões e compensações citadas, o Decreto nº 9.580/2018 lista outras, apresentadas a seguir. � Adições: I - ressalvadas as disposições especiais deste Regulamento, as quantias retiradas dos lucros ou de fundos ainda não tributados para aumento do capital, para distri- buição de interesses ou destinadas a reservas, quaisquer que sejam as designações que tiverem, inclusive lucros suspensos e lucros acumulados; Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais10 II - os pagamentos efetuados à sociedade simples quando esta for controlada, direta ou indiretamente: a) por pessoas físicas que sejam diretores, gerentes, controladores da pessoa jurídica que pagar ou creditar os rendimentos; e b) por cônjuge ou parente de primeiro grau de diretores, gerentes, controladores da pessoa jurídica que pagar ou creditar os rendimentos; III - as perdas incorridas em operações iniciadas e encerradas no mesmo dia (day- -trade), realizadas em mercado de renda fixa ou variável; IV - as despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores; V - as contribuições não compulsórias, exceto aquelas destinadas a custear seguros e planos de saúde, e benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, instituídos em favor dos empregados e dos dirigentes da pessoa jurídica; VI - as doações; VII - as despesas com brindes; VIII - o valor da CSLL, registrado como custo ou despesa operacional; IX - as perdas apuradas nas operações realizadas nos mercados de renda variável e de swap que excederem os ganhos auferidos nas mesmas operações;X - o valor correspondente ao reconhecimento da realização das receitas originárias de planos de benefícios administrados por entidades fechadas de previdência complementar (pessoa jurídica patrocinadora), que foram registradas contabil- mente pelo regime de competência, na forma estabelecida pela CVM ou por outro órgão regulador; XI - os resultados negativos das operações realizadas com os seus associados, na hipótese de sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica que não tenham por objeto a compra e o fornecimento de bens aos consumidores; XII - o valor correspondente à depreciação ou à amortização constante da escritu- ração comercial, a partir do período de apuração em que o total da depreciação ou da amortização acumulada, incluídas a contábil e a acelerada incentivada, atingir o custo de aquisição do bem; e XIII - o saldo da depreciação e da amortização acelerada incentivada existente na parte “B” do Lalur, na hipótese de alienação ou de baixa a qualquer título do bem (BRASIL, 2018, documento on-line). � Exclusões e compensações: I - os rendimentos e os ganhos de capital nas transferências de imóveis desa- propriados para fins de reforma agrária, quando auferidos pelo desapropriado; II - os dividendos anuais mínimos distribuídos pelo FND; III - os juros reais produzidos por Notas do Tesouro Nacional, emitidas para troca compulsória no âmbito do PND, controlados na parte “B” do Lalur, os quais deverão ser computados na determinação do lucro real no período do seu recebimento; IV - a parcela das perdas adicionada, a qual poderá, nos períodos de apuração subsequentes, ser excluída do lucro real até o limite correspondente à diferença positiva entre os ganhos e as perdas decorrentes das operações realizadas nos mercados de renda variável e operações de swap; V - as reversões dos saldos das provisões não dedutíveis; VI - o valor correspondente às receitas originárias de planos de benefícios admi- nistrados por entidades fechadas de previdência complementar (pessoa jurídica patrocinadora), registradas contabilmente pelo regime de competência, na forma estabelecida pela CVM ou por outro órgão regulador, para reconhecimento na data de sua realização; Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais 11 VII - a compensação fiscal efetuada pelas emissoras de rádio e televisão e pelas empresas concessionárias de serviços públicos de telecomunicações obrigadas ao tráfego gratuito de sinais de televisão e rádio, pela cedência do horário gratuito, na forma estabelecida na legislação específica; VIII - as receitas decorrentes de valores em espécie pagos ou creditados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, relativos ao ICMS e ao ISS, no âmbito de programas de concessão de crédito destinados ao estímulo à solicitação de documento fiscal na aquisição de mercadorias e serviços; IX - a parcela equivalente à redução do valor das multas, dos juros e do encargo legal; X - o valor das quotas de fundo que tenha por único objetivo a cobertura suple- mentar dos riscos do seguro rural nas modalidades agrícola, pecuária, agrícola e florestal, as quais sejam adquiridas por seguradoras, resseguradoras e empresas agroindustriais; e XI - o crédito presumido de IPI de que trata o Inovar-Auto (BRASIL, 2018, docu- mento on-line). Para um melhor controle dessas adições, exclusões e compensações, a empresa deve fazer as escriturações pertinentes no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur). Este também deve ser entregue por meio digital, contendo a apuração do IRPJ e a demonstração do lucro real, e deve ser elaborado de forma integrada às escriturações comercial e fiscal. Não confunda LAIR e Lalur. O LAIR consiste no lucro do exercício apurado por meio da ARE, enquanto o Lalur se trata de um livro contábil de caráter obrigatório para as empresas que adotam o regime tributário do lucro real. Nele, encontram-se as escriturações para fins da apuração do lucro real, o qual será a base de cálculo para o IRPJ e a CSLL. De acordo com o art. 14 da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, as pessoas jurídicas que são obrigadas a adotar o regime tributário pelo lucro real são as empresas: I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, em- presas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais12 V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 1996; VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, adminis- tração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, finan- ceiros e do agronegócio (BRASIL, 1998, documento on-line). Assim, contanto que a empresa industrial não tenha apresentado uma receita total no ano-calendário anterior superior a R$ 78.000.000,00 ou não possua lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, por exemplo, ela não está obrigada a adotar o regime tributário pelo lucro real. Porém, é importante não confundir rendimentos ou ganhos de capital oriun- dos do exterior com receitas de exportação, uma vez que esse item trata de lucros gerados no exterior (PORTAL TRIBUTÁRIO, [201-?a]). Contudo, nem sempre as empresas apresentam lucro no final do período. Pode haver algumas situações em que as apresentem prejuízo no final do exercício. Nesse caso, quando as empresas adotam o regime tributário do lucro real e apresentam uma situação de prejuízo, não haverá IRPJ a pagar. Olhando somente pelo lado do imposto de renda, para uma empresa que opera com prejuízo, ou margem mínima de lucro, normalmente optar pelo regime de lucro real é vantajoso. Porém, sempre é prudente que a análise seja estendida também para a CSLL e para as contribuições ao PIS e à COFINS, pois a escolha do regime afeta todos esses tributos (PORTAL TRIBUTÁRIO, [201-?a]). Portanto, se a pessoa jurídica optar pelo regime do lucro real, a empresa deve calcular o IRPJ e a CSLL efetivamente auferidos, ou seja, com os ajustes previstos na legislação. Nesse caso, se a empresa apurar prejuízos ao longo do ano, ficará dispensada do recolhimento desses tributos. Algumas empresas devem, obrigatoriamente, optar pelo regime do lucro real, em razão da atividade que exercem. É o caso das insti- tuições financeiras e daquelas que auferem receita bruta anual superior a R$ 48 milhões, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2015). A Receita Federal (2017) afirma que as pessoas jurídicas podem apurar o IRPJ determinado por períodos de apuração trimestrais encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. Além disso, as pessoas jurídicas que adotarem o regime tributário com base Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais 13 no lucro real podem optar por pagar o IRPJ mensalmente, determinado sobre base de cálculoestimada. Nesse caso, as empresas devem fazer a apuração anual do lucro real em 31 de dezembro de cada ano-calendário, estando também obrigadas a levantar o balanço anual, para fins de apuração do lucro real do exercício. Essa opção será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade. As empresas que optarem pelo pagamento mensal do IRPJ por estimativa com base na receita bruta deverão também pagar a CSLL pelo mesmo critério (RECEITA FEDERAL, 2017; PORTAL TRIBUTÁRIO, [201-?a]). Em 31/12/20X1, a Indústria Fictícia Ltda. apresentou os seguintes saldos para as contas de resultado: � Receita de vendas: R$ 2.350.000,00 � Custo do produto vendido: R$ 940.000,00 � Despesas com salários: R$ 453.000,00 � Despesas com marketing: R$ 310.000,00 � Despesas com depreciação: R$ 180.000,00 � Receita com ajustes de equivalência patrimonial: R$ 56.000,00 � Despesa com provisão para contingência: R$ 21.000,00 O setor de contabilidade ficou encarregado de apontar se houve lucro ou prejuízo no exercício social, sendo necessário, então, apurar o resultado do exercício. Para essa finalidade, foi elaborada a ARE, com a criação da conta transitória Resultado do Exercício: Resultado do Exercício R$ 2.350.000,00 (1) (2) R$ 940.000,00 R$ 56.000,00 (6) (3) R$ 453.000,00 (4) R$ 310.000,00 (5) R$ 180.000,00 (7) R$ 21.000,00 R$ 1.904.000,00 R$ 2.406.000,00 R$ 502.000,00 Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais14 A partir do razonete apresentado, pode-se ver que a receita de vendas foi maior do que as despesas do período, mostrando um saldo credor para a conta do Resultado do Exercício. Isso indica que a Indústria Fictícia Ltda. apresentou lucro no valor de R$ 502.000,00 no exercício social de 20X1. Esse resultado encontrado é o que chamamos de LAIR, presente na DRE. Após a apuração do resultado, o próximo passo é elaborar o Lalur, para, depois, apurar o IRPJ e a CSLL. Livro de apuração do lucro real (Lalur) Data Histórico Adições Exclusões 31/12/20X2 Lucro do exercício R$ 502.000,00 31/12/20X2 Provisão para contingência R$ 21.000,00 31/12/20X2 Ajustes de equivalência R$ 56.000,00 R$ 502.000,00 (Lucro do exercício) R$ 21.000,00 (Somatório das adições) R$ 56.000,00 (Somatório das exclusões) Demonstração do lucro real 31/12/20X2 Lucro do exercício R$ 502.000,00 Adições Provisão para contingência R$ 21.000,00 Subtotal (Somatório) R$ 21.000,00 Exclusões Ajustes de equivalência R$ 56.000,00 Subtotal (somatório) R$ 56.000,00 Lucro real (Lucro do exercício + Adições – Exclusões) R$ 467.000,00 Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais 15 A equivalência patrimonial é o método que consiste em atualizar o valor contábil do investimento ao valor equivalente à participação societária da sociedade investidora no patrimônio líquido da sociedade investida — esses efeitos podem ser de natureza credora (receita) ou devedora (despesa) (CHAVES; MUNIZ, 2016; SOUSA, 2018; PORTAL DE CONTABILIDADE, [201-?]). Quando esse ajuste é de natureza credora, é necessária sua exclusão para, assim, apurarmos o lucro real, já que se trata de uma receita não tributável. Caso contrário, ou seja, quando esse ajuste é de natureza devedora, deve-se adicionar esse item para a apuração do lucro real. No caso deste exemplo, o ajuste de equivalência patrimonial é de natureza credora. Por isso, é necessária sua exclusão, para, assim, apurarmos o lucro real, já que se trata de uma receita não tributável. A alíquota do IRPJ é de 15% sobre o lucro real, porém, há também o adicio- nal de 10%. Logo, a parcela do lucro real que exceder ao valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do respectivo período de apuração está sujeita a esse adicional. Considerando 9% como a alíquota da CSLL, os valores para os impostos serão calculados com base no lucro real apurado no Lalur apresentado. Portanto: Lucro Real R$ 467.000 Cálculo do IRPJ IRPJ devido 15% R$ 70.050 15% × R$ 467.000 IRPJ devido 10% R$ 22.700 R$ 467.000 – (R$20.000 × 12) = R$ 227.000 R$ 227.000 × 10% = R$ 22.700 IRPJ a recolher R$ 92.750 R$ 70.050 + R$ 22.700 Cálculo da CSLL CSLL devido 9% R$ 42.030 R$ 467.000 × 9% CSLL a pagar R$ 42.030 Lucro presumido nas empresas industriais As empresas podem optar pela modalidade do lucro presumido, a qual surgiu a partir do Decreto-Lei nº 5.844, de 23 de setembro de 1943 (BRASIL, 1943). Nesse regime tributário, são apurados apenas o IRPJ e a CSLL. O regime tributário pelo lucro presumido é um regime simplificado para apuração do Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais16 IRPJ e da CSLL — ou seja, considera-se um percentual fixo por lei para calcular o suposto lucro. Sobre esse resultado auferido, somam-se as outras receitas eventuais, como receitas financeiras e aluguéis (PORTAL TRIBUTÁRIO, [201-?b]). Assim, não se pode dizer que o valor encontrado seja efetivamente um lucro contábil, mas apenas uma pressuposição fiscal do lucro, a qual chamamos de lucro presumido. Assim, a base de cálculo para o IRPJ e a CSLL é apurada dependendo da atividade da pessoa jurídica. Quando uma empresa decide pela adoção do regime tributário pelo lucro presumido, este será calculado de acordo com a atividade desenvolvida pela empresa, com o percentual podendo variar entre 1,6% e 32% da receita operacional bruta para o IRPJ (FARIA, 2016; POR- TAL TRIBUTÁRIO, [201-?b]). Os percentuais para o IRPJ específicos para cada atividade empresarial desenvolvida podem ser vistos no Quadro 1. Quadro 1. Percentuais para fins de determinação do IRPJ Espécies de atividades Percentuais sobre a receita Revenda a varejo de combustíveis e gás natural 1,6% Venda de mercadorias ou produtos; transporte de cargas; atividades imobiliárias; serviços hospitalares; atividade rural; industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante; outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços) 8 % Serviços de transporte (exceto o de cargas); serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano 16% Serviços profissionais (médicos, dentistas, advogados, contadores, auditores, engenheiros, consultores, economistas etc.); intermediação de negócios; administração, locação ou cessão de bens móveis/ imóveis ou direitos; serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra; serviços em geral, para os quais não haja previsão de percentual específico 32% No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta de cada atividade o respectivo percentual 1,6 a 32% Fonte: Adaptado de Portal Tributário ([201-?b]). Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais 17 Enquanto isso, a base de cálculo da CSLL corresponde a (PORTAL TRIBU- TÁRIO, [201-?b]): � 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte; e � 32% para prestação de serviços em geral, exceto serviços hospitalares e transporte, intermediação de negócios e administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. Assim, quando as empresas decidem adotar o lucro presumido, a apuração do IRPJ e da CSLL tem por base de cálculo uma margem de lucro pré-fixada pela legislação, de acordo com a atividade da empresa. Logo, não é necessário o cálculo do lucro efetivamente auferido em sua atividade, exceto o derivado de situações específicas. Especificamente quando se trata de empresas industriais, o IRPJ será calculado a um percentual de 8% com base na receita operacional bruta, enquanto a CSLL será calculada a um percentual de 12% com base na receita operacional bruta. Veja no Quadro 2 um esquema de cálculo do IRPJ e da CSLL para as empresas industriais pelo lucro presumido. Quadro 2. Esquema de cálculo do IRPJ e da CSLL pelo lucro presumidopara as empresas industriais Itens IRPJ CSLL Receita operacional bruta (ROB) R$ R$ Percentual de lucro pré-fixado 8% 12% Lucro presumido ROB × 8% ROB × 12% Outras receitas a serem adicionadas: Receitas financeiras R$ R$ Receitas com aluguel R$ R$ Lucro presumido total Lucro presumido + Outras receitas a serem adicionadas Lucro presumido + Outras receitas a serem adicionadas Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais18 O art. 13 da Lei nº 9.718/1998 estabelece que podem optar pelo regime tributário do lucro presumido a pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00, ou a R$ 6.500.000,00 multiplicado pelo número de meses de atividade do ano- -calendário anterior, quando inferior a 12 meses (BRASIL, 1998). A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o ano-calendário. Assim, nota-se que podem adotar esse regime tributário do lucro presumido as empresas, inclusive as industriais, que não estão obrigadas a adotar o regime de tributação pelo lucro real. Contudo, de acordo com a Receita Federal (2019), as pessoas jurídicas resultantes de evento de incorporação ou fusão não podem optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido. O imposto de renda com base no lucro presumido é determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário (RECEITA FEDERAL, 2019). A vantagem desse regime é que, se a empresa obtiver uma margem de lucro maior, a tributação recairá apenas sobre a margem pré-fixada. Como desvantagem, se a margem de lucro efetiva for inferior à pré-fixada, os tri- butos também serão calculados sobre a margem presumida (SEBRAE, 2015). Contabilização dos tributos incidentes sobre o lucro líquido das empresas industriais De acordo com o art. 3º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 (BRASIL, 1995), a alíquota do IRPJ é de 15%, mais a incidência de uma alíquota adicional de 10% sobre o valor que exceder R$ 20.000. Por sua vez, a alíquota da CSLL é de 9% sobre a base de cálculo. Contabilização pelo regime tributário do lucro real Para encontrar o lucro real, alguns itens são adicionados enquanto outros são excluídos do lucro líquido do exercício. Dessa forma, chegamos na seguinte equação: Um exemplo de item que pode ser adicionado é a provisão para contin- gência, enquanto o ajuste de equivalência patrimonial é um exemplo de item que pode ser excluído do cálculo do lucro real. Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais 19 A apuração do IRPJ e da CSLL pelo lucro real ocorre de forma anual ou trimestral. Se a empresa industrial optar por apurar o lucro real de forma anual, ela deve antecipar os tributos mensalmente, com base no faturamento mensal. Dessa forma, caso a empresa demonstre um prejuízo na sua apuração do resultado, é possível suspender o pagamento do IRPJ e da CSLL. No final do ano, a empresa levanta o balanço anual e apura o lucro real do exercício, calculando em definitivo o IRPJ e a CSLL e descontando as antecipações realizadas mensalmente. Assim, mensalmente, a empresa fará a provisão desses tributos, a partir dos lançamentos apontados a seguir. � Débito: provisão para o IRPJ � Crédito: IRPJ a pagar � Débito: provisão para a CSLL � Crédito: CSLL a pagar Assim, ao final do exercício social, a empresa industrial fará a apuração do resultado do exercício, bem como o cálculo do lucro real, calculando o valor definitivo do IRPJ e da CSLL, descontando as antecipações realizadas men- salmente. Portanto, ao final do exercício social, a empresa industrial fará os lançamentos elencados a seguir referentes ao pagamento dos tributos devidos. � Débito: IRPJ a pagar � Débito: CSLL a pagar � Crédito: caixa e equivalente de caixa Por conseguinte, no lucro real anual, a empresa faz estimativas mensais, porém, o pagamento do imposto devido ocorre ao final do exercício social. Contudo, caso a empresa opte pelo lucro real trimestral, o IRPJ e a CSLL são calculados com base no resultado apurado no final de cada trimestre civil. Portanto, a empresa terá quatro apurações definitivas, não havendo ante- cipações mensais, como ocorre na opção anual. Assim, os lucros e prejuízos são apurados trimestralmente e pagos de forma isolada. A cada trimestre, a empresa industrial fará os lançamentos elencados a seguir. � Xº trimestre (mês a mês) — em XX/XX/XXXX ■ Débito: provisão para o IRPJ ■ Crédito: IRPJ a pagar ■ Débito: provisão para a CSLL ■ Crédito: CSLL a pagar Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais20 ■ Débito: IRPJ a pagar ■ Débito: CSLL a pagar ■ Crédito: caixa e equivalente de caixa Para as empresas com picos de faturamento durante o exercício, a opção pelo lucro real anual pode ser mais vantajosa, porque a empresa poderá suspender ou reduzir o pagamento do IRPJ e da CSLL quando os balancetes apontarem lucro real menor do que o estimado ou até mesmo prejuízos. No lucro real anual, a empresa deve antecipar os tributos mensalmente, com base no faturamento mensal. Sobre ele, aplicam-se percentuais prede- terminados, de acordo com o enquadramento das atividades, para obter uma margem de lucro estimada (estimativa) sobre a qual recaem o IRPJ e a CSLL, de forma semelhante ao lucro presumido (FARIA, 2016; PORTAL TRIBUTÁRIO, [201-?b]; CHAVES; MUNIZ, 2016). Há, ainda, a possibilidade de suspender o recolhimento do IRPJ e da CSLL, caso a empresa esteja apresentando prejuízo. No final do ano, a empresa levanta o balanço anual e apura o lucro real do exercício, calculando o IRPJ e a CSLL e descontando as antecipações realizadas mensalmente. No lucro real trimestral, o IRPJ e a CSLL são calculados com base no re- sultado apurado no final de cada trimestre civil, de forma isolada. Portanto, há quatro apurações definitivas, não havendo antecipações mensais nem descontos devido a essas antecipações, como ocorre na apuração anual (FARIA, 2016; PORTAL TRIBUTÁRIO, [201-?b]; CHAVES; MUNIZ, 2016). Dando continuidade ao exemplo apresentado anteriormente, refe- rente à Indústria Fictícia Ltda., tem-se que, ao final do exercício social, a empresa industrial fará a apuração do resultado do exercício, bem como o cálculo do lucro real, calculando o valor definitivo do IRPJ e da CSLL. Portanto, ao final do exercício social, a empresa industrial fará os seguintes lançamentos referentes à provisão e ao pagamento dos tributos devidos: � Débito — provisão para o IRPJ: R$ 92.750 � Crédito — IRPJ a pagar: R$ 92.750 � Débito — provisão para a CSLL: R$ 42.030 � Crédito — CSLL a pagar: R$ 42.030 � Débito — IRPJ a pagar: R$ 92.750 � Débito — CSLL a pagar: R$ 42.030 � Crédito — caixa e equivalente de caixa: R$ 134.780 Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais 21 Contabilização pelo regime tributário do lucro presumido Como visto anteriormente, as margens de presunção para o lucro presumido variam de 1,6% a 32%, de acordo com o ramo de atividade da empresa (RECEITA FEDERAL, 2019; FARIA, 2016). Assim, quando as empresas decidem adotar o lucro presumido, a apuração do IRPJ e da CSLL tem por base de cálculo uma margem de lucro pré-fixada pela legislação, de acordo com a atividade da empresa. Porém, sabe-se que muitas empresas possuem atividades diversificadas. Nesse caso, o art. 15 da Lei nº 9.249/1995 dispõe que, no caso de haver atividades diversificadas, será aplicado o percentual correspondente a cada atividade (BRASIL, 1995). Logo, não é necessário o cálculo do lucro efetivamente auferido em sua atividade, exceto o derivado de situações específicas. Especificamente quando se trata de empresas industriais, o IRPJ será calculado a um percentual de 8% com base da receita operacional bruta, enquanto a CSLL será calculada a um percentual de 12% com base da receita operacional bruta. Quando a empresa optar pelo lucro[201-?]. Disponível em: http:// www.portaldecontabilidade.com.br/guia/equivalenciapatrimonial.htm. Acesso em: 4 jan. 2021. PORTAL TRIBUTÁRIO. O que é lucro presumido? [201-?b]. Disponível em: http://www. portaltributario.com.br/artigos/oquee_lucropresumido.htm. Acesso em: 4 jan. 2021. PORTAL TRIBUTÁRIO. O que é lucro real? [201-?a]. Disponível em: http://www.portaltri- butario.com.br/artigos/o-que-e-lucro-real.htm. Acesso em: 4 jan. 2021. RECEITA FEDERAL. Capítulo VI – IRPJ: lucro real 2018. 2017. Disponível em: https:// receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/ecf- -escrituracao-contabil-fiscal/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2018-arquivos/ capitulo-vi-irpj-lucro-real-2018.pdf/view. Acesso em: 4 jan. 2021. Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais 25 RECEITA FEDERAL. Capítulo XIII – IRPJ: lucro presumido 2020. 2019. Disponível em: https:// receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/ecf- -escrituracao-contabil-fiscal/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2020-arquivos/ capitulo-xiii-irpj-lucro-presumido-2020.pdf. Acesso em: 4 jan. 2021. RECEITA FEDERAL. IRPJ (Imposto sobre a renda das pessoas jurídicas). 2020. Disponível em: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/tributos/ IRPJ. Acesso em: 4 jan. 2021. RIBEIRO, O. M. Contabilidade geral. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. (Série em Foco). SANTOS, M. A. C. dos. Contabilidade tributária: um enfoque nos IFRS e na legislação do IRPJ. São Paulo: Atlas, 2015. SEBRAE. Lucro real ou presumido: qual o melhor? 2015. Disponível em: https://www. sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/lucro-real-ou-presumido-qual-o-melhor,f ac8a0b77d29e410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em: 4 jan. 2021. SOUSA, E. P. de. Contabilidade tributária: aspectos práticos e conceituais. São Paulo: Atlas, 2018. VICECONTI, P.; NEVES, S. das. Contabilidade básica. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. Leitura recomendada BRASIL. Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Altera a legislação tributária federal relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição - RTT, instituído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009; dispõe sobre a tributação da pessoa jurídica domiciliada no Brasil, com relação ao acréscimo patrimonial decorrente de participação em lucros auferidos no exterior por controladas e coligadas; altera o Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e as Leis nºs 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 4.506, de 30 de novembro de 1964, 7.689, de 15 de dezembro de 1988, 9.718, de 27 de novembro de 1998, 10.865, de 30 de abril de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 12.865, de 9 de outubro de 2013, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 9.656, de 3 de junho de 1998, 9.826, de 23 de agosto de 1999, 10.485, de 3 de julho de 2002, 10.893, de 13 de julho de 2004, 11.312, de 27 de junho de 2006, 11.941, de 27 de maio de 2009, 12.249, de 11 de junho de 2010, 12.431, de 24 de junho de 2011, 12.716, de 21 de setembro de 2012, e 12.844, de 19 de julho de 2013; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 14 maio 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12973.htm. Acesso em: 4 jan. 2021. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais26[201-?]. Disponível em: http:// www.portaldecontabilidade.com.br/guia/equivalenciapatrimonial.htm. Acesso em: 4 jan. 2021. PORTAL TRIBUTÁRIO. O que é lucro presumido? [201-?b]. Disponível em: http://www. portaltributario.com.br/artigos/oquee_lucropresumido.htm. Acesso em: 4 jan. 2021. PORTAL TRIBUTÁRIO. O que é lucro real? [201-?a]. 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Acesso em: 4 jan. 2021. RIBEIRO, O. M. Contabilidade geral. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. (Série em Foco). SANTOS, M. A. C. dos. Contabilidade tributária: um enfoque nos IFRS e na legislação do IRPJ. São Paulo: Atlas, 2015. SEBRAE. Lucro real ou presumido: qual o melhor? 2015. Disponível em: https://www. sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/lucro-real-ou-presumido-qual-o-melhor,f ac8a0b77d29e410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em: 4 jan. 2021. SOUSA, E. P. de. Contabilidade tributária: aspectos práticos e conceituais. São Paulo: Atlas, 2018. VICECONTI, P.; NEVES, S. das. Contabilidade básica. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. Leitura recomendada BRASIL. Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Altera a legislação tributária federal relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição - RTT, instituído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009; dispõe sobre a tributação da pessoa jurídica domiciliada no Brasil, com relação ao acréscimo patrimonial decorrente de participação em lucros auferidos no exterior por controladas e coligadas; altera o Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e as Leis nºs 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 4.506, de 30 de novembro de 1964, 7.689, de 15 de dezembro de 1988, 9.718, de 27 de novembro de 1998, 10.865, de 30 de abril de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 12.865, de 9 de outubro de 2013, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 9.656, de 3 de junho de 1998, 9.826, de 23 de agosto de 1999, 10.485, de 3 de julho de 2002, 10.893, de 13 de julho de 2004, 11.312, de 27 de junho de 2006, 11.941, de 27 de maio de 2009, 12.249, de 11 de junho de 2010, 12.431, de 24 de junho de 2011, 12.716, de 21 de setembro de 2012, e 12.844, de 19 de julho de 2013; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 14 maio 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12973.htm. Acesso em: 4 jan. 2021. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Encerramento do resultado e tributação nas empresas industriais26