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ATIVIDADE DE ESTUDO 1 Dois grandes filósofos dos nossos tempos, a brasileira Marilena Chauí (2015) e o esloveno Zizek (1996), nos ajudam a compreender a relação entre conhecimento e ideologia e suas implicações para o conhecimento e vida do ser humano como ser social. Para Chauí (2015), o surgimento, a implantação e o fortalecimento da ideologia se dá por causa de três grandes formas da alienação, social, econômica e intelectual. A ideologia tem como função principal ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas e dar a essas divisões aparência de união completa e forte. Portanto, a finalidade da ideologia, no entendimento de Chauí (2015), é proporcionar a naturalização das condições de vida, como se estas fossem, absolutamente, normais, corretas e justas, ou seja, sem nenhum tipo de contradição ou interesse político. Há uma relação entre ideologia e inconsciente no sentido que as representações e regras, saídas da experiência imediata, são compreendidas como verdades absolutas, e isso só é possível por meio da massificação de ideias-imagens e da inversão de causas e efeitos das ações dos seres humanos em sociedade, segundo Chauí (2015). Para Zizek (1996), referente ao conceito de ideologia, afirma que uma ideologia não é, necessariamente, algo “falso”, ou seja, para o referido filósofo, a ideologia pode até ser “verdadeira” do ponto de vista do conteúdo, o que importa, ao analisar o aspecto ideológico, é a maneira que esse conteúdo se relaciona com a postura subjetiva envolvida em seu próprio processo de enunciação. Portanto, ideologia não deve ser entendida como simples “ilusão” ou “falsa consciência”, mas como uma ação funcional em prol de algo que pode estar relacionado ao verdadeiro; ela não manifesta as reais intenções que são guardadas pela esfinge da dominação e do poder, pois ambas sob a capa de uma causa ou razão verdadeira. Zizek (1996) afirma que ideologia como um complexo de ideias teorias, convicções, crenças, métodos de argumentação, a ideologia em seu aspecto externo, ou seja, a materialidade da ideologia, os Aparelhos Ideológicos de Estado, e, por fim, o campo mais fugidio, a ideologia “espontânea” que atua no cerne da própria “realidade” social. image1.png