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Nome: Rebecca Cardoso Huber RA: G1956G7 Data: 26/03/2024 No psicodiagnóstico infantil, os responsáveis que comparecem na primeira entrevista já revelam muito sobre a dinâmica familiar, muitas vezes, ao invés dos pais, vem um representante deles, ou só a mãe. Na primeira entrevista, os responsáveis não conseguem passar todas as informações sobre a criança, seja por resistência ou esquecimento. Sendo assim, o psicólogo deve ter conseguido os seguintes dados básicos: a) motivo da consulta; b) história da criança; c) como transcorre um dia de sua vida atual, um domingo ou feriado e o dia do aniversário; d) com o é a relação dos pais entre si, com os filhos e com o meio familiar imediato (Aberastury, 1982). Fundamentadas a seguir em ordem. Geralmente, é mais difícil para os pais, no início, falarem sobre o motivo da consulta, o psicólogo deve começar diminuindo essa angústia inicial para que eles possam se lembrar de todos os dados importantes. Apesar da limitação, o material obtido é crucial para a compreensão de neuroses infantis. Os dados obtidos serão comparados com a análise da criança posteriormente. A história da criança deve ser a mais completa possível, desde a gestação, se a criança foi deseja ou não, reação dos pais, como foi a evolução dos sentimentos sobre a criança, os mínimos detalhes importam. Apesar de nem sempre o que foi falado pelos pais seja totalmente verdade, será comparado com o que a criança sabe sobre essa época. Dificilmente os pais se lembram do que aconteceu durante a gravidez. Durante o processo, vamos descobrindo através da criança e dos pais os detalhes de sua história, não se pode esperar que nas primeiras duas entrevistas o quebra-cabeça esteja completo, é um processo longo que exige muita paciência e dedicação de ambas as partes (psicólogo e família). A respeito do dia a dia da criança, Aberastury diz: “A reconstrução de um dia de vida da criança deve ser feita me diante perguntas concretas, que nos orientam sobre experiências básicas de dependência e independência, liberdade e ou coação externas, instabilidade ou estabilidade das normas educativas, do dar e do receber. Saberemos assim se as exigências são adequadas ou não a sua idade, se há precocidade e ou atraso no desenvolvimento, as formas de castigo e prêmio, quais são suas capacidades e fontes de gozo e suas reações frente às proibições”. ABERASTURY, A. A entrevista inicial com os pais. In: ____ Psicanálise da Criança – Teoria e Técnica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982, p. 81-96. Texto 10 Ao final da entrevista, os pais podem se sentir mais a vontade para falar sobre a sua relação com a criança, é importante reservamos um tempo para entender as relações familiares, a dinâmica da casa e o que cada um significa para o outro. . Nome: Rebecca Cardoso Huber RA: G1956G7 Data: 26/03/2024 No psicodiagnóstico, um dos objetivos é conhecer o outro, usa-se de diversas técnicas como entrevista de anamnese, triagem, todas para obter-se dados. Mas será que a partir da coleta de dados é realmente possível conhecer o outro? Conhecimento implica compreensão, no psicodiagnóstico, o psicólogo precisa se familiarizar com o paciente para poder analisá-lo. O paciente quando procura ajuda psicológica, ele é motivado por expectativas futuras, e ele evoca o passado ao tentar explicar como se sente no presente. Evocar o passado é algo vivencial e não mero registro de antecedentes (Spanousdis, 1978). A entrevista do paciente é um procedimento em que envolve o passado, presente e futuro, essa é uma forma mais ampla de entender a vivência humana. Para entendermos o paciente precisamos fazer perguntas simples, evitando perguntas padronizadas, para assim entender os seus maneirismos, a forma como ele se relaciona com a família e sociedade. SPANOUSDIS, S. Conhecer o Outro na Entrevista. In: Revista da Associação Brasileira de Deseinsanalyse nº 4. São Paulo, p. 35-38. Texto 11 Resumo - BILBAO Diferença entre informação e narrativa (história rica em experiências, caráter livre e aberto). O psicodiagnóstico é uma aventura dinâmica de construção artesanal. Bilbao discorre sobre a importância da narrativa no desenvolvimento e interpretação dos pais e na devolutiva para a criança. Quando o individuo narra a sua história, ele tem a oportunidade de se colocar como sujeito do próprio caminho.