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TOXICOLOGIA Toxicologia social e medicamentos Profa. Dra. Andressa Keiko Matsumoto • Unidade de Ensino: 2 • Competência da Unidade: Reações adversas, o tratamento e a prevenção de intoxicações causadas por substâncias lícitas e ilícitas. • Resumo: Conhecer as reações adversas por medicamentos, diagnóstico, tratamento e prevenção das intoxicações. Além disso, conhecer as principais drogas de abuso consumidas no Brasil. • Palavras-chave: Intoxicação, prevenção, reações adversas. • Título da Teleaula: Toxicologia social e medicamentos • Teleaula nº: 2 Contextualização Medicamentos sintéticos e fitoterápicos Drogas de abuso: estimulantes e depressoras Drogas de abuso: perturbadores do SNC Doping no esporte Farmacovigilância Toxicovigilância Interação medicamentosa O que ocorreu com Cintia? Cintia, uma jovem de 24 anos, na noite passada saiu para se divertir com alguns amigos. Antes de sair de casa ela fez uso habitual de sua medicação para controle da ansiedade (Diazepam), medicamento da classe dos benzodiazepínicos. Durante a festa, exagerou na bebida alcoólica e foi encontrada pelos seus amigos desmaiada no banheiro. A equipe de resgate constatou estado de embriaguez, falta de coordenação motora e o mais agravante: insuficiência respiratória grave. Medicamentos sintéticos e fitoterápicos Medicamentos sintéticos e fitoterápicos Morfina • Todas as subst. derivadas do opio – opiáceas. • Heroína (droga semissintética) : obtida a partir de uma modificação estrutural da molécula da morfina. Fonte: LULLMANN, H. et al. Farmacologia: texto e atlas. 7.ed. Porto Alegre: Artmed, 2017 (pág. 17). Opóide: subst. produzidas em laboratório que imitam a ação dos opiáceos. Metadona Medicamentos sintéticos e fitoterápicos Morfina Intoxicação por Morfina Aguda Depressão respiratória Depressão do centro vasomotor Crônica Diminuição da fertilidade Diminuição da frequência respiratória a níveis abaixo da normalidade Miose Medicamentos sintéticos e fitoterápicos Barbitúricos e Benzodiazepínicos Barbitúricos Intoxicação leve a moderada: quadro semelhante ao de embriaguez por álcool. Cerca de 6,5% dos pacientes com intoxicação aguda lesões na pele em forma de bolhas grandes. Tratamento da insônia, ansiedade e em crises epilépticas. Medicamentos sintéticos e fitoterápicos Barbitúricos e Benzodiazepínicos Benzodiazepínicos Ansiolíticos, anticonvulsivantes, relaxantes musculares e hipnóticos. Os principais efeitos colaterais observados no uso de benzodiazepínicos são sedação e letargia. Não costuma causar intoxicações graves por seu uso isolado. Medicamentos sintéticos e fitoterápicos Medicamentos fitoterápicos: Babosa e Ginco Babosa: pertencem ao gênero aloe e são utilizadas popularmente como cicatrizante. Aloína látex da planta Danos ao DNA e indutora de tumores. Fonte:https://www.americanas.com.br/produt o/1777663831. Acesso em 16 jun. 2022. Ginkgo biloba: tratar demência e claudicação intermitente (sensação de câimbra, cansaço e dor muscular). Pode interagir com outros medicamentos, potencializando efeito dos inibidores da MAO, anticoagulantes, diuréticos tiazídicos, entre outros. Fonte: https://www.jardineiro.net/plantas/ginkgo-ginkgo-biloba.html. Acesso em 16 jun. 2022. O que ocorreu com Cintia? • O álcool teve uma interação com o benzodiazepínico utilizado por Cintia antes de sair de casa. • Para tratar uma intoxicação aguda é necessária a administração de um antídoto flumazenil, que é um antagonista seletivo dos receptores de GABA e por isso bloqueia a ação os efeitos dos benzodiazepínicos Fonte: https://docplayer.com.br/160874497-Instrumentacao-em-farmacodependencia.html. Acesso em 16 jun. 2022. Drogas de abuso: estimulantes e depressoras Drogas de abuso: estimulantes e depressoras A cocaína tem forte ação anestésica local e produz efeitos estimulantes no SNC, sendo considerada o mais potente estimulante de origem natural. CocaínaCrack Fonte:https://www.facebook.com/login/?next=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Finstitutoromancabral%2Fposts%2F1 968319780149605%2FAcesso em 16 jun. 2022. A dopamina está envolvida com os mecanismos da euforia e da compulsão pelo uso da cocaína, causando a dependência pela droga. Drogas estimulantes do SNC Cocaína e crack Fonte: https://binged.it/2S5aDWQ. Acesso em 16 jun. 2022. Drogas de abuso: estimulantes e depressoras Drogas estimulantes do SNC Cocaína e crack Mecanismo de ação: Inibição da recaptura e aumento da liberação de catecolaminas no SNC e periférico. Fonte:http://cienciasecognicao.org/ne uroemdebate/arquivos/3688. Acesso em 16 jun. 2022. O uso crônico da cocaína: • Redução de NE e DA no cérebro, podendo resultar em complicações psiquiátricas. • Tóxica para o músculo cardíaco bloqueio dos canais de Na+. Drogas de abuso: estimulantes e depressoras Drogas depressoras do SNC Etanol Biotransformação Drogas de abuso: estimulantes e depressoras Drogas depressoras do SNC Etanol • As principais teorias da ação do etanol: Aumento da inibição mediada por GABA (semelhante a ação dos BZD); Inibição da entrada de Ca2+ através dos canais de cálcio controlados por voltagem; Inibição da função dos receptores de NMDA (receptor de glutamato). Uso crônico [ ] de GABA síntese e a liberação de NE [ ] de DA no núcleo accumbens no SNC Drogas de abuso: estimulantes e depressoras Drogas depressoras do SNC Etanol Fonte: https://br.depositphotos.com/59915973/stock-illustration-drunk-man.html. Acesso em 16 jun. 2022. Gastrite e úlcera de estômago e duodeno Câncer em todo o trato digestivo Esteatose hepática hepatite alcóolica Cirrose Danos aos nervos periféricos dos membros superiores e inferiores Alterações no SNC Infarto do miocárdio Acidente vascular cerebral Diminuição da libido, impotência e esterilidade Problemas durante a gestação Drogas de abuso: perturbadores do SNC Drogas de abuso: perturbadores do SNC O principal fitocanabinóide com efeito psicoativo da Cannabis sativa L. é o ∆9 -THC (o Delta-9-THC é o mais abundante e potente composto encontrado na maconha). Cannabis A absorção do ∆9-THC é muito rápida pela via pulmonar [ ] plasmática máxima dentro de 3 a 10 minutos após fumado. Já pela via oral, sua absorção é lenta e irregular, alcançando a concentração plasmática máxima após 1 a 2 horas. Drogas de abuso: perturbadores do SNC Cannabis A dose letal média (DL50) administrada via oral em ratos é de 800 a 1.900 mg/Kg, o que representa um alto valor para causar um efeito letal. A toxicidade aguda da Cannabis é muito baixa e por isso essa droga não está relacionada a casos de overdose. Drogas de abuso: perturbadores do SNC Fonte: https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-ilustra%C3%A7%C3%A3o-dos-desenhos-animados-da- anatomia-do-corpo-humano-hba-image62425127. Acesso em 16 jun. 2022. Cannabis Baixas doses Euforia Relaxamento Hiperemia das conjuntivas Sedação Alteração da percepção sensorial Perda de memória recente Dificuldade de atenção Diminuição da ansiedade Taquicardia Aumento do apetite Drogas de abuso: perturbadores do SNC Efeitos Diminuição da função pulmonar Aumentar o risco de desenvolvimento de esquizofrenia ou de sintomas psicóticos. Tolerância e abstinência Crônico: uso mais intenso da maconha Cannabis Perguntas? Doping no esporte Doping no esporte Fonte: https://www.plataformaredigir.com.br/Temas/PropostaPartial/14618. Acesso em 16 jun. 2022. Os esportes que apresentam a maior quantidade de resultados positivos são fisiculturismo, hipismo, luta de braço, boxe e atletismo. Doping no esporte Substâncias utilizadas na dopagem Os efeitos adversos causados pelos anabolizantes: • Hepatite; • Neoplasias hepáticas; • Alterações sobre as funções sexuais; • Hipertensão, alterações cardiovasculares; • Alterações nos ossos; • Alterações metabólicas; • Alterações comportamentais;• Dependência; • Síndrome de abstinência. Esteroides anabólicos androgênicos Testosterona: promove o desenvolvimento das características masculinas, a síntese de proteínas e o crescimento muscular. Doping no esporte Substâncias utilizadas na dopagem Eritropoietina (EPO) Estimula a produção de glóbulos vermelhos, o que aumenta a capacidade do sangue de transportar oxigênio e pode melhorar o desempenho de esportes de resistência. Algumas reações tóxicas aos usuários como encefalopatias, distensão vascular, diminuição do fluxo sanguíneo e hipóxia (baixa concentração de oxigênio). Hormônio de crescimento (GH) responsável por estimular o crescimento de vários tecidos do corpo, aumentando o tamanho das células e o número de mitoses. Os atletas a fim de aumentar o tecido muscular. Crescimento em mãos, pés, mandíbula, órgãos internos, principalmente no coração. Doping no esporte Substâncias utilizadas na dopagem Gonadotrofinas A gonadotrofina coriônica humana (hCG) – maior [ ] em grávidas. A hCG estimula a produção endógena de testosterona. Ginecomastia em homens adultos e sadios, e em mulheres não grávidas não há melhora do desempenho esportivo comprovada. Insulina Metabolismo dos carboidratos, das proteínas e dos lipídios, além de atuar em conjunto com outros hormônios, como o GH. Se usada por indivíduos não diabéticos, pode provocar hipoglicemia letal. Doping no esporte Substâncias utilizadas na dopagem Cocaína Quando utilizada em baixas doses, a cocaína pode melhorar o desempenho no esporte, de forma semelhante às anfetaminas (estimulante). O uso abusivo pode causar ansiedade, paranoia, alucinações, distúrbios na memória, agressividade e depressão. Narcoanalgésicos Analgésicos são de uso controlado e são utilizados por atletas com a finalidade de superar o limite da dor. Depressão respiratória e cardiovascular, confusão mental, diminuição da testosterona, e alterações gastrointestinais. Doping no esporte Substâncias utilizadas na dopagem Canabinoides Seu uso no esporte tem a finalidade de reduzir a ansiedade e relaxar o atleta, fazendo com que ele durma melhor. Uso de e forma aguda, os canabinoides podem diminuir o desempenho em exercícios de resistência, como o ciclismo. Glicocorticoides Intenção de atenuar sensações de fadiga e impedir a sensação de dor muscular em esforços. Osteoporose, resistência à insulina e doenças cardiovasculares. Doping no esporte Métodos de dopagem Manipulação de sangue e seus componentes Manipulação química e física Dopagem genética Hemoglobina Oxigênio Método de transfusão sanguínea com a finalidade de melhorar o desempenho atlético. Manipulação de amostras de urina do atleta Finalidade de adulterar os resultados dos exames. Terapia gênica é a transferência de material genético (DNA) por meio de lipossomas. Teste antidoping Teste antidoping Vamos ajudar Pedro a discutir sobre essas informações com a equipe e explicar as duas categorias nas quais as análises toxicológicas realizadas para detectar substâncias no controle antidopagem são divididas? Como responsável pelo Laboratório de Exame de Toxicologia que recebe as amostras da liga nacional masculina de futsal para os testes antidoping, Pedro se reuni com a equipe para explicar os delineamentos sobre as análises antidoping que deverão ser realizadas nos atletas da competição. Além do controle sistemático de material fornecido pelo atleta, Pedro apresenta outra maneira de fiscalizar a dopagem, por meio do “passaporte biológico” do atleta. Teste antidoping • Histórico dos resultados de exames antidoping com o perfil hematológico (composição do sangue) e esteroidal do atleta. Passaporte biológico As análises toxicológicas realizadas para detectar substâncias no controle antidopagem são divididas em duas categorias: triagem e confirmação. Triagem Cromatografia em fase gasosa – CG e cromatografia líquida de alta eficiência – HPLC) e os imunoensaios. Teste antidoping Triagem Amostras positivas Confirmação Espectrometria de massas, associada à cromatografia em fase gasosa (CG-MS) ou à cromatografia líquida (LC – MS). Farmacovigilância Farmacovigilância Detectar, avaliar, compreender e prevenir os efeitos adversos ou quaisquer outros problemas relacionados a medicamentos. • Medicamentos de baixa qualidade. • Erros de medicação. • Notificações de perda de eficácia. • Uso de medicamentos para indicações não aprovadas. • Notificações de casos de intoxicação aguda e crônica. • Avaliação da mortalidade relacionada a medicamentos. • Abuso e uso indevido de medicamentos. • Interações medicamentosas. Farmacovigilância Vigilância pós-comercialização de medicamentos Notificações Pacientes Profissionais da saúde Para que um novo medicamento possa ser aprovado, ele deve demonstrar boa qualidade, eficácia e segurança. Fonte:https://blog.concentsistemas.com.br/o-que-e- notificacao-compulsoria/. Acesso em 16 jun. 2022. Notificação compulsória! Farmacovigilância Na etapa do desenvolvimento de um novo medicamento, a monitorização da segurança durante as pesquisas clínicas é fundamental. Fonte:https://www.ufrgs.br/farmacologica/2020/06/30/como-sao-desenvolvidos-os-medicamentos//. Acesso em 16 jun. 2022. Toxicovigilância Toxicovigilância A toxicovigilância é o conjunto de ações que objetivam diminuir as situações em que as integridades física, mental e social dos indivíduos expostos às substâncias químicas. Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/trabalhador-de-controle-de-pragas-que- pulveriza-vetor-de-pesticidas-homem-de-trabalho-do-servico-de-controle-de-pragas- pulverizador-de-liquido-toxico-quimico-com-equipamento-profissional-ilustracao-de-desenho- animado-do-personagem-exterminador-de-insetos_16811907.htm. Acesso em 16 jun. 2022. Toxicovigilância Regulamentou a Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (RENACIAT) em 2005. Necessidade de padronizar técnicas de laboratório e estabelecer protocolos para identificar e tratar intoxicações. Composta por 36 Centros de Informação e Assistência Toxicológica – Ciats. Toxicovigilância Composta por 36 Ciats Fornecer informações toxicológicas, assim como o diagnóstico, o tratamento e o registro dos casos de intoxicação e envenenamento. Os dados coletados e registrados pelo CIAT são posteriormente enviados para o Sistema Nacional de Informações Tóxico- Farmacológicas (SINITOX), onde são estabelecidos. Testando o conhecimento. Quais são os parceiros da farmacovigilância? Acesse o site: www.menti.com Código: http://www.menti.com/ Recapitulando...... Medicamentos sintéticos e fitoterápicos Drogas de abuso: estimulantes e depressoras Drogas de abuso: perturbadores do SNC Doping no esporte Farmacovigilância Toxicovigilância