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Gabriella R Oliveira - Saúde Mental - DROGAS PSICOATIVAS: CONCEITO: Atuam no SNC e afetam o humor e o comportamento. SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS: CLASSIFICAÇÃO: DROGAS PSICOATIVAS - BREVE HISTÓRICO DO USO ANTIGUIDADE: fins ritualísticos religiosos. • 4.000 a.C.: Sumérios - “planta da alegria” (papoula) • 2.000 a.C.: China – maconha (terapêutica ritualística) • 500 a.C.: Europa – haxixe (rituais de luto) • Bíblia: uso de álcool (vinho) IDADE MÉDIA: • 1.5000 d.C: Europa: difusão do plantio de ópio • Café: uso proibido – “demoníaco” IDADE MODERNA: • 1580: Síntese da cocaína • 1700: EUA – expansão do uso do ópio • 1800: Revolução Industrial - Inglaterra - Difusão do uso de cocaína pelas elites intelectuais - Uso abusivo de álcool. • 1814: Síntese da morfina • 1895: Síntese da heroína (analgésico e antitussígeno) IDADE CONTEMPORÂNEA: • 1919 – 1933 – Lei Seca nos EUA • 1938: Síntese do LSD (uso: atingir o inconsciente) • 1950: EUA – uso de álcool: dilema social • 1960: Popularidade do LSD – movimento hippie • Década 1970: proliferação dependência heroína inj. • Década 1980: “Epidemia do crack” Década de 1990: “drogas sintéticas” Atualidade: - “Problema de saúde pública” - Movimentos para liberação do uso de algumas drogas. - Uso medicinal do canabidiol (CBD) USO DE SUBSTÂNCIAS TRANSTORNOS (DSM-5) CARACTERÍSTICAS: PRINCIPAIS PROBLEMAS: • Sociais (brigas, faltas no emprego), • Físicos (acidentes) • Psicológicos (agressividade). CICLO DA DEPENDÊNCIA: Binge: consumo intenso, rápido e compulsivo DOPAMINA -> neurotransmissor do prazer, ligada a recompensa -> trás memória boa da utilização da substância lembra, e gera impulso para utilizar de novo (reforço positivo) reforço negativo: ideia da restrição, de ficar sem, não posso, ausência do uso, manter distância FATORES DE RISCO PARA DEPENDÊNCIA: RECOMPENSA E DEPENDÊNCIA NEUROBIOLOGIA Mecanismos ainda não plenamente elucidados. Uso crônico de SPAs afeta: • sistema dopaminérgico e de recompensa, • outros neurotransmissores e circuitos envolvidos: - memória, motivação, estresse. A DOPAMINA É ESSENCIAL PARA A RECOMPENSA. Todas as SPAs aumentam DA no nucleus accumbens, direta ou indiretamente. DOPAMINA: a utilização da substância ativa o mesmo mecanismo de recompensa de outras ações satisfatórias/benéficas RECOMPENSA E DEPENDÊNCIA NEUROTRANSMISSORES TOLERÂNCIA E ABSTINÊNCIA NEUROTRANSMISSORES Descontinuação do uso de todas as SPAs pode levar à síndrome de abstinência motivacional. SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS: THC: principal alcalóide da maconha, é o que tem ação psicoativa USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS ORDEM DE TRATAMENTO: CANNABIS sp. • Cânhamo, marijuana. Droga ilícita mais consumida mundialmente. • Maconha (brotos e folhas ressecadas e prensadas) • Haxixe (resina) • Super maconha: Skunk (Cruzamento de Cannabis sativa, Cannabis indica e Cannabis ruderalis) MACONHA: HAXIXE: resina, funciona como uma cola. Mesclado: maconha + haxixe SKUNK: geneticamente modificada resultado -> supermaconha: aumento muito grande do THC MACONHA: Perturbador do SNC. Menor potencial de dependência. Uso associado a problemas sociais e cognitivos. Risco aumentado de uso de outra SPA. Indicações terapêuticas em estudo e expansão. Esquizofrenia: pode precipitar a doença, antecipar seu início ou exacerbar a doença estabelecida. Possui cerca de 400 substâncias químicas - 60 alcalóides: canabinóides. ∆9 THC: delta-9-tetraidrocanabinol: - Alcaloide mais bem estudado da maconha. - Maior potência psicoativa - perturbação do SNC que a maconha provoca - Interfere no potencial de efeitos da maconha. - Quantidade variável com plantio e colheita -quanto maior teor de THC na planta, maior efeito psicoativo Canabinol (CBN): - Efeito psicótico (apenas via EV) - Atividade antiinflamatória. Tem estudos para desenvolver medicamentos como anti inflamatórios Canabidiol (CBD): - Menor potência psicoativa - Significante efeito anticonvulsivante e sedativo -> excelente para epilepsia refratária OBS: canabidiol e canabinol não são psicoativos ATUALIZAÇÕES: agora: apenas epilepsia refratária de crianças FORMAS DE USO: Inalação ou ingestão oral. FARMACOCINÉTICA: DISTRIBUIÇÃO: cérebro, testículos e tecido adiposo. Estudos: diminui fertilidade masculina MEIA-VIDA: 1,6 a 57h. METABOLISMO: hepático (CYP450) ELIMINAÇÃO: 50% Renal e 15% fecal Atravessa placenta e se Deposita no leite materno FARMACODINÂMICA: Mecanismo de ação: Agonistas de receptores canabinóides Agonismo desses receptores -> ↓ influxo Ca2+ → ↓ liberação NEUROTRANSMISSORES: ACh, Glutamato, GABA, NA, 5-HT, e inclusive uma certa diminuição de Dopamina Quando diminui GABA - de forma indireta, ativa dopamina, aumenta quantidade dessa substâncias endocanabinóides: anandamida - agonista parcial dos receptores canabinóides perda de memória, aumento da fome diminui a liberação de neurotransmissores Obs: A anandamida é derivada do ácido araquidônico das membranas (de lipídio) e participa de processos de controle de movimento, memória, emoções, regulações do sono, temperatura corporal, modulação da dor, da resposta imune, etc EFEITOS: aumento da percepção: pode ter alucinação ABSTINÊNCIA: DEPENDÊNCIA: NÃO HÁ TRATAMENTO FARMACOLÓGICO nem para DEPENDÊNCIA e nem para ABSTINÊNCIA Poucas pesquisas sobre tratamento equívocos (crenças infundadas): - Não produz dependência verdadeira. - Abuso raramente como problema primário. INTOXICAÇÃO AGUDA: Dose tóxica: variabilidade individual (a depender do uso, exposição anterior e tolerância). EFEITOS: ansiedade, comprometimento da memória de curto prazo, despersonalização, alucinações visuais e psicose paranóide aguda, pânico. Comprometimento do ato de dirigir. Precipitação do infarto agudo do miocárdio ACHADOS FÍSICOS: taquicardia, hipotensão ortostática, conjuntivite, falta de coordenação, fala arrastada e ataxia. Raramente emergência médica ou psiquiátrica Não existem antídotos específicos. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: • Transtornos psicológicos: - Tratamento direcionado aos transtornos - uso adjunto de lorazepam, diazepam ou midazolam se chega agitado: seda com benzo • Taquicardia sinusal: β-bloqueadores, se necessário. • Hipotensão ortostática: manter o paciente em decúbito e utilização de fluidos IV Nicotina/TABACO: ➢ Tabagismo: • Pandemia: DROGA LÍCITA MAIS UTILIZADA • Uma das principais causas de morte evitável. • Afeta fumantes e não-fumantes (fumaça tóxica) ➢ Principais desafios para contenção: • propaganda • baixo preço dos cigarros • mercado ilegal • fácil acesso de crianças e adolescentes • aditivos incluídos como atrativos (sabor) • falta de acesso ao tratamento ➢ Fumaça do cigarro: - > 4.700 substâncias, algumas cancerígenas - Diretamente tóxicas para vários órgãos do corpo. FATORES PARA O USO: ➢ Substância psicoativa do tabaco: nicotina = é o que faz viciar ➢ Absorção: 25% da nicotina inalada. ➢ Atinge o cérebro em 15 segundos. ➢ Potencial de dependência. ➢ Tolerância DEPENDÊNCIA: receptores nicotínicos: colinérgicos, estimulam liberação de dopamina, ativa centro de recompensa -> dependência ESCALA DE FAGERSTRÖM: FARMACOCINÉTICA: ➢ ABSORÇÃO: pulmonar – 25% da dose ➢ DISTRIBUIÇÃO: atinge o cérebro em 10 – 15 segundos ➢ MEIA-VIDA: 2h ➢ METABOLISMO: hepático (CYP450) (potente indutor enzimático, induz metabolismo de alguns medicamentos, diminui eficácia) ➢ EXCREÇÃO: renal FARMACODINÂMICA: Agonista dos receptores colinérgicos nicotínicos (da acetilcolina, do tipo canal ionico - entra cálcio ou sódio), nicotina se liga ao receptor e abre o canal ↑ influxo Ca2+ → ↑ liberação NT neurotransmissores (ACh, NA, DA, 5-HT) resposta: aumento da liberação de dopamina EFEITOS DO USO: nicotina ativa a via anorexígena (reduz fome e peso corporal) e inibe a via orexígena (de aumento da fome)impregna na saliva - se escovar elimina nicotina e sente mais sabor da comida -> come mais EFEITOS DO TABAGISMO PASSIVO: ABSTINÊNCIA: SÍNDROME DA ABSTINÊNCIA: TRATAMENTO: depende do grau de dependência da pessoa 12 meses: para evitar recaídas nicotínico: dessensibiliza aos poucos e evita abstinência grave, evita malefícios causados por outras substâncias CESSAÇÃO DO TABAGISMO: > somente mudança de hábitos/estilo de vida TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: REPOSIÇÃO DE NICOTINA (TRN): ➢ Parar de fumar antes de iniciar qualquer TRN: não pode fumar e usar nicotina em adesivo ao mesmo tempo -> intoxicação, aumenta muito neurotransmissores: cefaleia, PCR, convulsão ➢ JUSTIFICATIVAS: • Atenuar sinais/sintomas da abstinência. • Eliminar a exposição às outras substâncias danosas presentes no cigarro. ➢ Boa eficácia e tolerabilidade pelo usuário ➢ Pode ser associada a outros tratamentos. ➢ Pode ser: TRN (adesivo ou goma ou pastilha) ou CTRN (combinada: adesivo + goma ou adesivo + pastilha) APRESENTAÇÕES: ➢ Duração do tratamento: 12 semanas: usa 1 mg por cigarro 21 mg - 4 semanas 14 mg - 4 semana 7 mg - 4 semanas ADESIVOS TRANSDÉRMICOS: ➢ Apresentações: 7 mg; 14 mg; 21 mg. ➢ Uso: Diário e matinal (sempre no mesmo horário) ideal trocar de manhã - todos os dias ➢ Locais de aplicação: • Ausência de pelos, umidade, cosméticos. • Áreas cobertas. ➢ Fazer rodízio entre os locais ➢ Evitar exposição solar e umidade no local (aumenta absorção da nicotina) irritação no local e sonhos estranhos ou insônia -> orientação: dormir sem, tirar a noite para dormir · lavar mãos antes e depois de aplicar, evitar contato com dedos - pegar pela lateral ou com luva POSOLOGIA: ➢ Dose inicial de reposição de nicotina: • ≤ 5 cigarros/dia: adesivo é contraindicado. Iniciar com goma ou pastilha. • 6 a 10 cigarros/dia: iniciar com adesivo de 7 mg/dia. • 11 a 19 cigarros/dia: iniciar com adesivo de 14 mg/dia • ≥ 20 cigarros/dia: iniciar com adesivo de 21 mg/dia Candidatos a associação de adesivos, máximo são 2 adesivos de 21 mg/dia ➢ Considerar: 1 mg de nicotina/cigarro fumado. ➢ Dose máxima: 42 mg/dia. ➢ Esquema*: 1ª a 4ª semana: adesivo de 21mg a cada 24 horas; 5ª a 8ª semana: adesivo de 14mg a cada 24 horas; 9ª a 12ª semana: adesivo de 7mg a cada 24 horas. * Dose inicial depende do número de cigarros/dia ➢ Associação de adesivos: • >40 cigarros/dia: 21mg + 21mg/dia • 30 a 40 cigarros/dia: 21mg +14mg/dia • 20 a 30 cigarros/dia: 21mg + 7mg/dia GOMAS: ➢ Uso indicado nos momentos de maior fissura. ➢ Monoterapia ou associadas ao adesivo. ➢ Antes do uso: ingerir 1 copo de água para neutralizar o pH bucal e para remoção de resíduos alimentares. ➢ Dose máxima: • CTRN: 5 gomas de 2mg/dia. • TRN: 15 gomas de 2mg/dia. ➢ Esquema na TRN: • 1ª a 4ª semana: 1 goma de 2mg a cada 1 a 2 horas; • 5ª a 8ª semana: 1 goma de 2mg a cada 2 a 4 horas; • 9ª a 12ª semana: 1 goma de 2 mg a cada 4 a 8 horas. PASTILHAS: ➢ Uso indicado nos momentos de maior fissura. ➢ Monoterapia ou associadas ao adesivo. ➢ Mover a pastilha, de um lado para o outro da boca, repetidamente, até dissolver (20 a 30 minutos) ➢ Não partir, mastigar ou engolir inteira. ➢ Não comer ou beber com a pastilha na boca. ➢ Dose máxima: • CTRN: 5 pastilhas de 2mg/dia. • TRN: 15 pastilhas de 2mg/dia. ➢ Esquema na TRN: • 1ª a 4ª semana: 1 pastilha de 2mg a cada 1 a 2 horas; • 5ª a 8ª semana: 1 pastilha de 2mg a cada 2 a 4 horas; • 9ª a 12ª semana: 1 pastilha de 2 mg a cada 4 a 8 horas. REAÇÕES ADVERSAS: CONTRA INDICAÇÕES: cigarro mais malefícios do que a reposição de nicotina (gravidez, amamentação, crianças e adolescentes) -> + vantagens INTOXICAÇÃO: TRATAMENTO NÃO NICOTÍNICO: vareniclina: não tem mais disponível BUPROPIONA: ➢ Justificativa de uso: • Abstinência provoca transtornos de humor • Atuação específica sob vias neurotransmissoras que participam dos mecanismos de adição da nicotina. diminui recaptação de noradrenalina e dopamina, deixa mais dopamina na fenda - evita abstinência ➢ Monoterapia farmacológica ou associada aTRN. ➢ Tempo de tratamento: 12 semanas ➢ Ideal: Início de uso 1 semana antes do “dia D”: para quando parar, a dopamina esteja em níveis maiores para não ter transtornos de humor, abstinência ➢ Idosos são mais sensíveis. ➢ Posologia: • 1º ao 3º dia: 1 comprimido de 150 mg pela manhã; • 4º ao 84º dia: 1 comprimido de 150mg pela manhã e outro de 150 mg após oito horas da primeira tomada. 16 h depois, se tomar mais tarde - vai ter insônia, se esquecer nao toma atrasado e nem mais no outro dia, pula ➢ Dose máxima: 300mg/dia. (2 cp) ➢ Insuficiência renal crônica/hepatopatia crônica: 150mg - 1 cp só ➢ Mecanismo de ação: inibição recaptação de DA e NA. ➢ RAM: • Boca seca, insônia, dor de cabeça, náusea, tontura, depressão, ansiedade/pânico, dor torácica, reações alérgicas, desorientação e perda de apetite. • Risco de convulsão: diminui limiar ➢ CONTRAINDICAÇÕES: Epilepsia, convulsão febril na infância, tumor do SNC, histórico de TCE, anormalidades no EEC e uso concomitante de IMAO. VARENICLINA: ➢ Vareniclina 0,5mg e 1mg (Champix) 1ª fase (0,5mg + 1mg): R$1732,35 (11 + 154 comprimidos) 2ª fase (1 mg): R$1154,82 (112 comprimidos) ➢ Não está padronizado no PCDT/MS ➢ Efeitos: • Diminui a fissura • Reduz sinais e sintomas da abstinência. ➢ Ideal: Início de uso 1 semana antes do “dia D” ➢ Posologia: • 1º ao 3º dia: 1 comprimido de 0,5mg 1x ao dia; • 4º ao 7º dia: 1 comprimido de 0,5 mg 2x ao dia • 8º ao 84º dia: 1 comprimido de 1 mg 2x ao dia ➢ Dose máxima: 2 mg/dia. ➢ Na insuficiência renal grave: 1mg/dia FARMACOCINÉTICA: ➢ ABSORÇÃO: quase completa TGI (c/ ou s/ alimentos) ➢ BIODISPONIBILIDADE: elevada ➢ DISTRIBUIÇÃO: tecidos, inclusive SNC ➢ MEIA-VIDA: 24h ➢ METABOLISMO: mínimo (92% inalterada) ➢ EXCREÇÃO: renal FARMACODINÂMICA: ➢ Agonista parcial receptores colinérgicos nicotínicos neuronais α4β2. neurotransmissão + equilibrada, quando ocupa receptor acaba impedindo que a nicotina se ligue ao receptor - mesmo que o paciente fume, não vai ter ativação total do sistema de recompensa REAÇÕES ADVERSAS: ➢ MUITO COMUNS (≥1/10): náuseas, cefaleia, insônia, sonhos anormais. ➢ COMUNS: disforia ou humor deprimido; insônia, irritabilidade, frustração ou raiva; ansiedade; dificuldade de concentração; agitação; diminuição da frequência cardíaca; aumento do apetite ou ganho de peso. Bronquite, sinusite, dispneia, tosse ➢ CONTRAINDICAÇÕES: • Hipersensibilidade • < 18 anos CESSAÇÃO DO TABAGISMO: BENEFÍCIOS: OPIÓIDES: ➢ São depressores do SNC, diminuem a atividade cerebral ➢ Opiáceo = drogas derivadas da planta papoula ➢ Opioide = produtos sintéticos com estrutura química diferente, porém com atuação similar à dos opiáceos ➢ Usados no tratamento da dor moderada a intensa. meperidina: dolantina todos requerem retenção de prescrição RECEPTORES OPIÓIDES: endorfinas: endógenas que estimulam esses receptores também FARMACODINÂMICA: Agonistas dos receptores opióides do tipo μ (mi): ↑ efluxo de K+ e ↓ influxo de Ca +2 → ↓ Glutamato tira reflexo da dor diminui glutamato -> diminui GABA -> aumenta dopamina na região mesolímbica MECANISMO DE AÇÃO (na adicção): Morfina se ligando Na área tegumentar ventral: ↓ GABA → ↑ DA no NAc - atingindo núcleo accumbens vai causar mecanismo de reforço - recompensa (dependência) REAÇÕES ADVERSAS: EFEITOS DO USO INDEVIDO: ABORDAGEM NA OVERDOSE: ✓ Intoxicações leves: suporte e observação ✓ Overdose: emergência e requer intervenção imediata ➢ Avaliação: • aparelhos respiratório e cardio circulatório, • grau do coma • sinais de traumatismo: não vai ter dor/queixa • Exames laboratoriais a critério ➢ Medidas de suporte cabíveis (ventilação, correção ↓PA) ➢ Antídoto: naloxona NALOXONA (narcan) CARACTERÍSTICAS: é um antagonista mi opioide ➢ Reversão completa ou parcial dos efeitos dosopioides - reverter depressão respiratória ➢ Usos: após cirurgia, superdosagem (reverter depressão respiratória, sedação ou hipertensão) paciente pós-operatório após uso de naloxona: vai ter dor e não adianta dar analgésico opióide pois estará sob efeito dessa ➢ Posologia: ➢ Dose total necessária: variável ➢ Dose máxima total: 10 a 20 mg ➢ Início da ação: 2 minutos ➢ Duração da ação: 1 a 4 horas. ➢ Manter o paciente 6- 12 h em observação. ➢ Reações adversas: Náuseas, vômitos, taquicardia, hipertensão, retorno da dor pós-operatória, febre, tontura, Edema pulmonar e fibrilação ventricular. FARMACODINÂMICA: naloxona tira opioide e se liga ao receptor e paralisa efeito - bloqueia o receptor ABSTINÊNCIA: TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: TRATAMENTO DA ABSTINÊNCIA ➢ Autolimitada. ➢ Baixa letalidade (na ausência de comorbidades) ➢ Seu objetivo é melhorar: sintomas autonômicos, fissura, disforia, alterações motoras METADONA: CARACTERÍSTICAS: ➢ Droga mais usada para abstinência a opiáceos. ➢ Supressão de sintomas de abstinência e fissura (é um opioide, medicamento pra dor, vai causar mesmo efeito) - mais focado em Heroína ➢ Administração via oral, ➢ Meia-vida longa (15-40h) NÃO DÁ PARA VICIADOS EM TYLEX: PARACETAMOL MAS CODEÍNA (PORQUE É MAIS FORTE QUE ESSE, USA OUTRO) ➢ Redução de: - consumo de opiáceos não prescritos, - episódios de overdose - comportamentos de risco (compartilhamento injetável) ➢ Agonista do receptor opióide mu ➢ Causa abstinência se interrompida abruptamente (TODO OPIÓIDE TEM QUE SER RETIRADO GRADATIVAMENTE) ➢ RAM: constipação, sudorese e disfunção sexual ➢ Risco de desenvolver intervalo QT prolongado CLONIDINA: CARACTERÍSTICAS: é um antihipertensivo ➢ Uso após a retirada completa da metadona durante o tratamento. ➢ Finalidade: Evitar/amenizar sintomas noradrenérgicos (adrenalina e noradrenalina) da abstinência ➢ Mecanismo de ação: α-2 adrenérgico. • Reduz: sudorese, piloereção, formigamentos, náuseas, vômitos e dores musculares. • Não reduz: insônia, aflição e fissura ➢ Resultados são controversos na literatura BUPRENORFINA: CARACTERÍSTICAS: 1ª opção farmacológica para dependência a opióide ➢ Relativamente conveniente ➢ Dosagem flexível: diária ou 3x na semana ➢ Fácil descontinuação e baixo potencial de abuso. ➢ Causa pouca sedação, depressão respiratória ou hipotensão, mesmo em doses elevadas. ➢ Administrada por via SL, SC, IM, EV ou transdérmica FARMACODINÂMICA Agonista parcial de receptores opióides μ (maior afinidade do que outros opióides). bom na abstinência e na dependência > equilíbrio da sinalização naltrexona: também é um antagonista opióide, só via oral, nunca usa de antídoto, emergência usa naloxona via endovenosa/parenteral, usa só como antídoto NALTREXONA: CARACTERÍSTICAS: ➢ Antagonista opioide oral de ação prolongada (24h). ➢ Usos: • Prevenção de recaídas com opioides (bloqueio do reforço positivo), manter o maior tempo possivel em abstinencia • Tratamento do alcoolismo ➢ Não apresenta potencial de abuso. ➢ Ações similares às da naloxona. ➢ Apresentação: 50 mg - comprimido ➢ Pode desencadear Síndrome da Abstinência se uso recente de opioides: Aguardar: • 10 – 14 dias após interrupção de metadona, • 5 a 7 dias depois da suspensão de heroína ➢ Posologia: • Dose inicial: 25 mg. Se após 1h não houver sinal de abstinência: + 25 mg . • Dose de manutenção: 50 mg/dia. FARMACODINÂMICA: Antagonista opióide: atenua ou bloqueia completamente, reversivelmente, os efeitos subjetivos dos opióides exógenos. REAÇÕES ADVERSAS: ➢ Hepatotoxicidade (> 250mg) ➢ Ardência nos olhos, visão turva, edema ocular. ➢ Dispneia, fadiga ➢ Ansiedade, confusão mental, alucinações, tremor. ➢ Desconforto a micção. ➢ Ulceração gastrintestinal, dor abdominal, ➢ Diarreia, náusea, vômito ➢ Hipertensão, taquicardia ➢ Febre, cefaleia, mialgia, coriza ➢ Risco de suicídio CONTRAINDICAÇÕES: ➢ Pacientes em uso de opioides ➢ Gravidez e lactação ➢ Idosos ➢ Crianças ➢ Síndrome de abstinência aguda de opioides ➢ Hepatite aguda ou deficiência hepática ÁLCOOL (ETANOL): ➢ Álcool etílico ou etanol. ➢ Droga lícita. ➢ Consumo pela humanidade: > 8 mil anos ➢ É a droga mais usada e abusada no mundo. ➢ Depressor do SNC e com potencial para abuso. ➢ Apresentações: forma líquida VO. “DOSE-PADRÃO”: 1 dose = 14 gramas de álcool “BINGE DRINKING” “Beber Pesado Episódico” em uma única ocasião LIMITE MÁXIMO DE CONSUMO (NIAAA): COMPORTAMENTO DE BEBER: FARMACOCINÉTICA: ➢ ABSORÇÃO: 80 – 90% dose em 60 min • atravessa rapidamente as membranas celulares, inclusive placenta e BHE. - 5% na boca e esôfago - 20% no estômago (principalmente se vazio) - 75% no intestino Pico plasmático: 30 a 90 minutos. ➢ DISTRIBUIÇÃO: Especialmente em locais mais aquosos FARMACOCINÉTICA: ➢ METABOLISMO: hepático (90 – 95%) Taxa de metabolização: 13 a 25 mg/dL/h ➢ EXCREÇÃO: • 95% renal • 5% transpiração, respiração, saliva. Álcool inibe ADH: ↑ diurese FARMACODINÂMICA: ➢ Depressão do SNC (potencialização da ação do GABA e bloqueio do receptor NMDA do glutamato) Ingestão de etanol → liberação de β-endorfina → ativação dos receptores μ-opioides (mu-opioides) nos interneurônios GABA e inibe a liberação tônica de GABA → despolarização dos neurônios dopaminérgicos → ↑ liberação de DA no núcleo accumbens - TRÁS ANALGESIA/SEDAÇÃO EFEITOS - FATORES: PRINCIPAIS EFEITOS: COMPLICAÇÕES: SÍNDROME ALCOÓLICA FETAL (SAF): ➢ Baixo peso ao nascer ➢ Microcefalia ➢ Alterações de comportamento cognitivo e psicossocial ➢ Atraso mental vai ter sintomas de abstinência também maior sensibilidade de propensão a desenvolver etilismo INTOXICAÇÃO ➢ Dose tóxica: variável • Tolerância individual - peso, - composição corporal, - taxa esvaziamento gástrico • Uso concomitante de outros fármacos, especialmente os depressores do SNC Intoxicação leve a moderada: 0,7g etanol absoluto/kg peso (100 mg/dL de etanolemia). AGUDA - QUADRO CLÍNICO: TRATAMENTO: ➢ Medidas de suporte: Não há antídotos!!! • Desobstrução de vias aéreas + oxigênio suplementar; • Monitorizar sinais vitais; • Manter acesso venoso calibroso e • Hidratação adequada. • Paciente em um ambiente seguro e tranquilo • Cuidados com o risco de quedas. • Pacientes em coma: descartar hipoglicemia e abuso de outras drogas ou uso de medicações. ➢ Vitamina B1 (Tiamina): Para prevenir a encefalopatia de Wernicke. Uso prévio ou associada à administração de glicose. Adultos: 100 mg em SF 0,9% ou SG a 5% IV ou VO. ➢ Glicose (somente em caso de hipoglicemia): Adultos – 25 g de glicose (50 mL de glicose 50%) IV - Repetir se necessário. Manter com SG a 5% IV. Não usar em caso de edema cerebral. ➢ Se edema cerebral: Manitol 0,5 a 1 g/kg IV - atravessa BHE e diminui PIC ➢ Se choque, desidratação e acidose: Aporte de soluções isotônicas de cloreto ou bicarbonato de sódio ➢ Se convulsões: Diazepam • Adultos: 5 a 10 mg EV, em bolus • Podendo repetir se necessário. • Dose máxima: 30 mg CUIDADOS: ABSTINÊNCIA: SINTOMAS: SAA LEVE A MODERADA ➢ Tratamento pode ser ambulatorial, focado em: • alívio dos sintomas imediatos, • prevenção de complicações e • início da reabilitação. ✓ Cuidados de apoio e reposição de nutrientes, líquidos e deficiências (B1, minerais) ✓ BZD: Uso com cautela! Propensão ao abuso e potencial interação com o álcool. Alternativas mais viáveis: carbamazepina, topiramato. SAA GRAVE ➢ Tratamento hospitalar ➢ Casos de: • Alucinações, • Delirium tremens • Crises convulsivas • Alta ingestão de álcool ➢ Tratamento sintomático ➢ Reposição hidroeletrolítica, se necessário. IMPORTANTE ➢ Proporcionar: • Ambiente calmo • Pouca luminosidade • Elevação de leito • Troca de roupas e limpeza • Pouco estímulo • Checar contenção • Monitoramento de sinais vitais • Limitar contatos pessoais DEPENDÊNCIA ➢ Alcoolismo/síndrome de dependência deálcool (SDA) ➢ Morbidade de caráter crônico, com muitas recaídas. ➢ 10 a 12% da população mundial (e pós pandemia COVID?) ➢ Mais frequente em homens do que em mulheres ➢ Faixa etária com maior problema: entre 18 e 35 anos ACAMPROSATO: DISSULFIRAM: NALTREXONA ➢ Antagonista opióide. ➢ Justificativa de uso: álcool atua diretamente nos receptores opioides mu ou promove a liberação de opióides endógenos - endorfinas, que estimulam receptores opióides. ➢ Usos: • Dependência de álcool ➢ Posologia: 50 mg/dia (por 12 semanas) FARMACODINâMICA: TOPIRAMATO ➢ Anticonvulsivante que inibe a liberação do glutamato e potencializa a atividade do GABA -> diminui glutamato -> diminui GABA -> aumenta dopamina mas não o suficiente para provocar dependência (ativar centro de recompensa). ➢ Uso off-label no alcoolismo. ➢ Útil como um agente adjuvante: auxilia no controle da impulsividade e da ansiedade. Dose máx.: 300mg/dia. ➢ RAM: sedação, náusea e perda de peso; pode causar acidose metabólica ou cálculos biliares. ➢ Cautela: insuficiência hepática ou cardíaca, idosos metronidazol -> dissulfiram like - reação tipo morte/antabuse e fluconazol -> dá pouco Medicações que não podem usar com álcool - sensação eminente de morte COCAÍNA/CRACK: ➢ Alcalóide extraído das folhas da Erythroxylon coca (nativa e muito usada na Bolívia e Peru) ➢ Uso pela humanidade > 4 mil anos ➢ Estimulante do SNC. ➢ Freud: 1884: “estimulante, afrodisíaco, anestésico local, assim como indicada no tratamento de asma, doenças consumptivas, distúrbios digestivos, exaustão nervosa, histeria, sífilis e mesmo o mal-estar relacionado a altitudes”. 1892: propriedades indesejadas e potencial aditivo. 1885 – 1906: Coca-cola® ➢ Brasil: 1921 – Uso proibido: Anos 80 – Pico da epidemia da cocaína. Anos 90 – Epidemia do crack (até os dias atuais). Cocaína: “pó”, “talco”, “neve”,“farinha”, “branquinha” ➢ Benzoilmetilecgonina. ➢ Sal sólido, branco, cristalino, de odor aromático, solúvel em água. CRACK: ➢ mistura da base livre da cocaína com NaHCO3 ➢ Massa petrificada, de coloração marrom-amarelada, pouco solúvel em água, volatiliza facilmente > 95º C MERLA APRESENTAÇÃO ➢ Zuca ou Pasta base (70% de folhas de coca + 30%: ácido sulfúrico, cal virgem, querosene e etc). Consistência pastosa, odor forte, coloração amarelo - marrom. FARMACOCINÉTICA: Alto poder aditivo do crack: picos plasmáticos > cocaína Metabólitos no sangue e na urina por até 10 dias. ➢ Meia-vida: 30-60 minutos ➢ Etanol + cocaína = cocaetileno - Ação similar à cocaína - Meia-vida de 150 minutos. - Diminui o metabolismo da cocaína - Cardiotoxicidade FARMACODINÂMICA: ➢ Inibidor da recaptação de catecolaminas EFEITOS: Ulceração do palato por vasoconstrição e vasculite causadas pela inalação de cocaína/crack EFEITOS NA GESTAÇÃO: INTOXICAÇÃO AGUDA: ➢ Dose tóxica e letal: variável - Tolerância individual e patologias de base - Grau de pureza ➢ Não há antídoto!!! ➢ Tratamento: suporte e sintomático ➢ Descontaminação se: • ingestão acidental, • body packers ("mulas") • body stuffers (“fugir do flagrante policial”) ➢ Medidas de suporte: • Desobstruir vias aéreas e administrar O2 suplementar • Monitorizar sinais vitais; • Manter acesso venoso calibroso; • Hidratação adequada; • Medidas de resfriamento corporal, quando indicadas. ➢ Tratamento sintomático: • Agitação psicomotora, crises ansiosas, psicoses: BZD • Estabilizar efeitos físicos (intercorrências cardíacas, convulsões, aumento da PA) ➢ Controle da agitação e psicose: BZD Diazepam IV - 5 a 10 mg a cada 5 - 10 min. até o controle das manifestações ou dose máxima: 1 mg/Kg. Alternativa: midazolam IM ➢ Convulsões: BZD. Casos refratários: fenobarbital. Body Stuffer: pequeno traficante ou usuário que ingere pequena quantidade da droga para se livrar do flagrante policial. Tratamento: • carvão ativado em dose única, • catártico salino, • monitorização, • sintomático Body Packer: “mula” transportador de grande quantidade de droga em cápsulas hermeticamente fechadas. Tratamento: Lavagem intestinal contínua (polietilenoglicol) até eliminação total das cápsulas: Monitorização: Sintomáticos: cirurgia imediata Body pusher: “mula” que transporta grande quantidade de drogas embaladas hermeticamente e introduzidas nos orifícios naturais – vagina, ânus. Tratamento: retirada mecânica e/ou catártico salino. ABSTINÊNCIA: DEPENDÊNCIA ➢ Não há tratamento específico. ➢ > 60 substâncias já foram investigadas: baixa resposta terapêutica e muitas recaídas. ➢ Maior evidência de eficácia: Topiramato • Aumento do tempo de abstinência • Redução da frequência de fissura Dose inicial: 25mg Incrementos semanais de dose Dose máxima: 300mg / dia. TOPIRAMATO ➢ Mecanismo de ação: Anticonvulsivante que inibe a liberação do glutamato e potencializa a atividade do GABA. ➢ Uso off-label ➢ Ausência de potencial de abuso. ➢ RAM: sedação, náusea e perda de peso; pode causar acidose metabólica ou cálculos biliares.
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