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GERENCIAMENTO DE RECURSOS FINANCEIROS EM ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE UNIDADE I GESTÃO FINANCEIRA Elaboração Profª Natália Aparecida Borel Fumian Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração SUMÁRIO UNIDADE I GESTÃO FINANCEIRA ..........................................................................................................................................................................5 CAPÍTULO 1 GESTÃO FINANCEIRA EM SAÚDE PÚBLICA E PRIVADA ................................................................................................. 5 REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................................22 4 5 UNIDADE IGESTÃO FINANCEIRA CAPÍTULO 1 GESTÃO FINANCEIRA EM SAÚDE PÚBLICA E PRIVADA 1.1. Noções sobre a gestão financeira nas organizações do setor público Figura 1. As interfaces do sistema hospitalar. Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/medical-icons-collection_941050.htm#page=1&query=hospital&position=4. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi discutido na Oitava Conferência Nacional de Saúde, que ocorreu em 1986. Como era o sistema de saúde pública que todos os partícipes da referida conferência queriam, praticamente todas as teses ali apresentadas foram adotadas pelos constituintes. É preciso, no entanto, ressaltar que umas das teses propostas na CNS de 1986 que não foram postas em prática foi a de que 30% do Fundo de Previdência e Assistência Social (FPAS) deveriam, como ocorria historicamente, ser a fonte 6 UNIDADE I | GESTÃO FINANCEIRA principal de financiamento do novo sistema de saúde. Isso, porém, nunca foi implementado e o setor passou a ser vítima de um subfinanciamento, que até hoje perdura (VECINA NETO, 2018, p. 9). Em 1987 havia um acúmulo do subfinanciamento devido à situação insustentável. O INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), à época presidido pelo sanitarista Hésio Cordeiro, bafejado pelos novos ares e pelas aspirações do ministro da Previdência, Rafael de Almeida Magalhães, propôs um repasse de poder inimaginável: a entrega da gestão de seus serviços próprios e de seus contratos, nos estados, às secretarias estaduais e a aceitação da proposta de universalização do atendimento. Isso quando se estimava que cerca de 90% da população urbana do país estivesse coberta pela previdência. Na prática, a universalização da assistência à Saúde passou a vigorar a partir daquele momento. Foi criado o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), implantado primeiramente em São Paulo. As máquinas burocráticas do INAMPS em todos os estados puseram resistência ao processo e, por isso, a implantação em São Paulo, que representava quase 40% dos recursos do INAMPS no país, foi considerada emblemática. Essa batalha foi ganha por dentro da burocracia da máquina, quando o economista Thyrso Martins, com o apoio de Nelson Rodrigues dos Santos na área assistencial e de Guido Ivan de Carvalho na área jurídica, conseguiu desmontar o sistema orçamentário do INAMPS. A resistência da burocracia do extinto instituto durou quase toda a metade dos anos 1990, quando ele foi absorvido pela estrutura do Ministério da Saúde (VECINA NETO, 2018, p. 9). Em 1988 foi promulgada a Constituição Cidadã, que trata, do seu artigo 196 ao 200, do SUS. Em 1990 foi aprovada, com muitos vetos, a nova Lei Orgânica da Saúde (Lei n. 8.080/1990) e a Lei da Participação Social (Lei n. 8.142/1990), que estrutura o controle social em conselhos tripartites deliberativos: 33% usuários, 33% trabalhadores da saúde e 33% dirigentes da saúde. Essa lei nasceu dentro do espaço de negociação gerado em função dos vetos à Lei n. 8.080. Posteriormente, o Conselho Nacional de Saúde, por resolução interna, mudou a composição do conselho, cuja configuração permanece até hoje: 50% de usuários, 25% de trabalhadores e 25% de dirigentes (VECINA NETO, 2018, p. 9). Em 1991 foi publicada a Norma Operacional Básica 91, que inaugurou uma nova fase, a que subordinou a organização do SUS a atos normativos – as NOBs – e estruturou as comissões intergestoras bi e tripartite. Em agosto de 1992, nos estertores de seu governo e tentando sobreviver com um ministério de personalidades, o presidente da República, Fernando Collor de Mello, realizou a 7 GESTÃO FINANCEIRA | UNIDADE I 9a Conferência Nacional de Saúde, cujo tema predominante foi a descentralização e a implantação dos conselhos de saúde. Historicamente, a assistência médica da previdência social era financiada com recursos do Fundo de Previdência e Assistência Social (FPAS). Em média, cerca de 25% desse fundo era repassado para a Saúde, chegando até a 30%. Na Constituição está escrito que essa seria a fonte de financiamento do SUS. (VECINA NETO, 2018, p. 9). Em 1993 foi publicada a NOB 93, que definiu as formas de repasses dos estados e municípios sugestivamente denominada “A Ousadia de Cumprir e Fazer Cumprir a Lei”. Com essa norma, inicia-se de fato o processo de descentralização, pois ela permitiu aos estados e municípios decidirem como se posicionariam perante o SUS. Esse fato revela, de um lado, o caráter negociador e tolerante do processo de construção e, de outro, o clima de relativa insubordinação reinante na Federação em relação à sua capacidade organizativa e de planejamento (VECINA NETO, 2018, p. 9). Em 1994, aumentou-se a velocidade de implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) Em março de 1998 (ano eleitoral), assumiu o Ministério da Saúde o senador e economista José Serra, que manteve no ministério o mesmo secretário executivo. O ministro José Serra tinha intenção de se tornar conhecido e popular por meio da Saúde. Tentou modernizar a área da gestão do MS, reestruturando as secretarias e criando a Secretaria de Investimento. Em 1999, criou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, em 2000, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ambas as agências nasceram em meio a confusões; em um caso, por denúncias de falsificações de medicamentos e corrupção na vigilância sanitária e, noutro, por reclamações dos usuários de planos de saúde, que se consideravam enganados pelas operadoras que impunham limites de dias em UTI e de exames, exclusões variadas ao atendimento e principalmente que agiam livremente na fixação dos aumentos. Serra promoveu a adoção de medidas importantes de proteção aos usuários de planos de saúde; aprovou uma lei sobre medicamentos genéricos e conseguiu a sua implantação no país todo; obteve a rotulagem nutricional obrigatória; regulamentou a propaganda de medicamentos e proibiu a propaganda de cigarros, criando uma série de constrangimentos à indústria do tabaco (obrigação de fotos de fumantes nos maços de cigarro, inclusão de teores, etc.) Deu expressivo apoio à política de expansão do PSF. Uma de suas grandes vitórias foi a aprovação da Emenda Constitucional 29, em 2000. Ela definiu que a aplicação federal em saúde não poderia ser inferior à realizada 8 UNIDADE I | GESTÃO FINANCEIRA no ano anterior, corrigida pela inflação e pela variação positiva do PIB. Os estados deveriam aportar 10% de sua receita e os municípios, 15%, sem contar os repasses federais da Saúde. Apesar da EC 29, os recursos são insuficientes e, não obstante o discurso da ineficiência gerencial (real), não há como fazer muito mais sem recursos (VECINA NETO, 2018, p. 9). Com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 198, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS). Com ele, ocorreu uma mudança significativa da assistência à Saúde no Brasil: saímos de um sistema com “modelo dual” para um “modelo de assistência universal e integral à saúde” (ARRETCHE, 2000). No Modelo dual, as ações de promoção à saúde eram realizadas pelo Ministério da Saúde e pelo da Previdência Social, e era um modelo excludente, em que somente os cidadãos com emprego formaltinham direito à assistência médico-hospitalar. Com a mudança trazida pela C.F. 88, art.198, passou a ser um modelo de assistência universal e integral à saúde, que garante a todo brasileiro o direito à atenção integral à Saúde, independentemente de contribuição financeira ao Estado (SOUZA, 2013, p. 23). Um sistema público de saúde é caracterizado por um conjunto de ações e serviços públicos, integrados em uma rede regionalizada e hierarquizada de hospitais e de postos de atendimento. O modelo do SUS caracteriza-se por apresentar descentralização político-administrativa quanto à gestão e ao financiamento, além de se sustentar na regulamentação das transferências intergovernamentais de recursos financeiros para a manutenção dos serviços públicos de saúde no Brasil. O SUS apresenta uma estrutura de comando único, em que cada nível, esfera de governo, obedece a uma direção única no sistema de saúde e assume uma parcela de seu financiamento e de sua manutenção nas seguintes proporções: União, 65%; unidades da Federação, 20%; e municípios, 15% (RAIMUNDINI et al., 2004; SOUZA, 2013, p.23). Com a estrutura de comando único, os municípios precisam encontrar formas de atender as suas próprias demandas hospitalares; os municípios de pequenos e médio porte, no geral, não têm recursos para manter hospitais públicos e necessitam buscá-los na iniciativa privada, em caráter complementar, por meio de contratos ou convênios. A atuação em conjunto entre a iniciativa privada e pública faz com que o modelo de saúde brasileiro se configure como modelo misto (VECINA NETO, 2018, p. 9). 9 GESTÃO FINANCEIRA | UNIDADE I Nas três esferas de governo (federal, estadual, municipal, além do Distrito Federal), os recursos públicos para a Saúde se convergem em um orçamento que busca, com programas e atividades, o custeio de ações de saúde de promoção e prevenção. Isso pelo financiamento de estabelecimentos de saúde próprios ou de terceiros, mas podem também se orientar para dar subsídios a demandas que garantem direitos de saúde a indivíduos e famílias (como é o caso das estratégias de pagamento por capitação, as quais não existem no SUS). Os recursos públicos, no Brasil, financiam, no âmbito hospitalar, os orçamentos de pessoal dos hospitais públicos e compram diretamente, através de sistemas de pagamento retrospectivo para procedimentos ambulatoriais ou internações, como a autorização de internação hospitalar (AIH), os serviços de hospitais públicos e privados para a população usuária (VECINA NETO, 2018, p.52). Tabela 1 Financiamento dos gastos hospitalares com recursos orçamentários no Brasil: o caso dos hospitais da rede SUS. O Brasil em 2005, segundo dados do IBGE, tinha 7.155 hospitais. Desses, a maioria (5.793 unidades ou 81%) operava parcial ou exclusivamente para o SUS. Dos que operavam para o SUS, a maioria (3.066 ou 53%) era composta por hospitais filantrópicos ou privados lucrativos. Tipo de hospital Número de hospitais (2005) Gastos (em R$ milhões em 2002) Distribuição percentual do gasto Público federal 147 2.914.750 10,13 Público estadual 642 5.523.114 19,2 Público municipal 1.938 4.201.448 14,6 Filantrópico 1.592 11.535.189 40,09 Privado lucrativo 1.474 4.597.585 15,98 Gastos hospitalares do SUS 28.772.086 100 Salários pagos em hospitais públicos 4.315.812 Gastos totais hospitalares do SUS 33.087.898 Fonte: La Forgia e Coutelenc, 2008; IBGE – Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (AMS), 2005, apud Vecina Neto, 2018, p.52. No ano de 2002, os governos federal, estaduais e municipais gastaram, a preços correntes, R$ 47,6 bilhões com o SUS. Um recente estudo do Banco Mundial (World Bank, 2008), o mais completo realizado sobre o tema no Brasil até o momento, mostrou que desses recursos cerca de 69,5% (R$ 33,1 bilhões), foram gastos com hospitais e o restante com gastos ambulatoriais e serviços de diagnóstico. A maioria dos gastos hospitalares do SUS se concentra em unidades privadas de caráter filantrópico. Dos R$ 28,8 bilhões gastos com hospitais em 2002, R$ 16,1 bilhões foram gastos com o pagamento de serviços de hospitais privados 10 UNIDADE I | GESTÃO FINANCEIRA e R$ 12,6 bilhões com serviços pagos a hospitais públicos. Se somados aos salários pagos pelo SUS com o pessoal ocupado nos hospitais públicos (R$ 4,3 bilhões), os gastos governamentais com estes hospitais chegariam a R$ 16,9 bilhões em 2002, valor que supera os R$ 16,1 bilhões gastos pelos governos com os hospitais privados. Em outras palavras, o SUS paga mais aos hospitais públicos que aos privados por serviços de saúde. No entanto, os hospitais públicos em 2002 produziram 6,1 milhões de internações para o SUS, enquanto os privados contratados produziram 10,8 milhões de internações para pacientes do SUS. Considerando que a maior parte do valor da produção de serviços hospitalares são as internações, poder-se-ia dizer que a eficiência média do setor público parece ser menor que a relativa ao setor privado entre os hospitais que prestam serviços ao SUS. Mas somente uma análise detalhada sobre o grau de complexidade das internações realizadas em hospitais públicos e privados e o papel de cada categoria de hospitais na complementação de serviços ambulatoriais oferecidos poderia chegar a conclusões definitivas. (LA FORGIA; COUTELENC, 2008; IBGE, 2005, apud VECINA NETO, 2018, p.52). 1.2. Gestão financeira em organizações privadas: noções fundamentais, finalidades, principais funções e estruturas. Figura 2. Gestão financeira integrada a todas as ações na Saúde. Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/sucesso-estrat%C3%A9gia-neg%C3%B3cios-solu%C3%A7%C3%A3o-2081168/. A empresas de saúde deixaram de ter um perfil pautado somente em serviços médicos e voltaram a atenção para as necessidades do mercado, preocupando-se com custos, despesas crescentes, concorrência, mudança de características, perda 11 GESTÃO FINANCEIRA | UNIDADE I de poder aquisitivo, mudança e transformações do mercado consumidor. Para acompanhar todas essas mudanças voltaram-se para um perfil gestor das empresas, dos profissionais e dos prestadores de serviço. À semelhança dos gerentes das empresas, os administradores hospitalares vêm precisando lidar com influências ambientais, tais como declínio da taxa de natalidade, aumento da expectativa de vida, entre outros aspectos (KUAZAQUI; TANAKA, 2008). Como dito acima, as empresas de saúde procuram adotar uma gestão de qualidade, ajustando os seus serviços às necessidades do mercado e, ao mesmo tempo, com o desafio de manter a qualidade da assistência em saúde nos serviços prestados. Para atingir as metas e objetivos, o desenvolvimento tecnológico é um grande aliado na criação de indicadores, uma ferramenta que auxilia diretamente os gestores que atuam no monitoramento e aqueles que executam as atividades propostas. Os serviços, pelas ações gerencias para atingir suas metas filosóficas, profissionais ou filantrópicas, ajustam-se efetivamente aos receptores pretendidos. Nesse sentido, a organização atinge metas e objetivos cumprindo suas funções (KUAZAQUI; TANAKA, 2008). Os serviços de saúde hospitalar envolvem muitas necessidades de insumos para realizar o cuidado aos pacientes; é um empreendimento que envolve diversos setores que necessitam de mão de obra especializada. Precisa de recursos humanos, físicos e materiais. O custo desses insumos é coberto pelos próprios pacientes, pelas seguradoras, pelos planos de saúde e/ou pelo financiamento público (KUAZAQUI; TANAKA, 2008). Os cuidados com saúde são muito específicos e muitas vezes oferecem um alto custo, por exemplo, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para prestar assistência eficiente aos seus pacientes; além de outros aspectos, são necessários recursos como materiais, medicamentos, estrutura física, equipamentos, limpeza, higiene, alimentação, lavanderia, centro de esterilização de materiais,procedimentos e recursos pessoais, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, técnicos de enfermagem, entre outros. Ou seja, há uma diversidade de setores, unidades e departamentos que são responsáveis pelo cuidado ao paciente e todos demandam custos para a realização de suas atividades. Portanto, controlar os custos hospitalares não é uma tarefa fácil, pois envolve muitos setores e muitos aspectos (KUAZAQUI; TANAKA, 2008). O aumento da expectativa de vida, os grandes avanços tecnológicos nas práticas e terapêuticas de cuidado, as exigências cada vez maiores dos pacientes, profissionais e fornecedores, a falta de capacitação e entendimento administrativo, entre outros, 12 UNIDADE I | GESTÃO FINANCEIRA são um grande desafio na gestão em saúde de qualidade. A busca por assistência de qualidade, com menores custos possíveis e que atenda uma clientela cada vez está mais exigente, é fundamental. Nesse sentido, destacam-se os profissionais de enfermagem, pois representam mais da metade do quadro total de pessoal das instituições de saúde e são responsáveis, consequentemente, pelo maior volume de recursos materiais, físicos e humanos envolvidos na assistência ao paciente. Então, o gerenciamento de custos em enfermagem se torna uma atividade de extrema importância para as instituições de saúde, uma vez que a aferição e o controle dos custos vão permitir que os enfermeiros e gerentes das unidades de saúde, consigam acompanhar a evolução dos custos e gerir de forma a aplicar os recursos disponíveis para otimizar o uso dos custos e diminuir os gastos, melhorando o desempenho do serviço prestado (KUAZAQUI; TANAKA, 2008). Figura 3. Enfermagem e a gestão em saúde. Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/sa%C3%BAde-cuidados-medicina-saud%C3%A1vel-2082630/. A enfermagem desempenha um papel muito importante no processo administrativo, tomando decisões em busca de racionalizar os recursos disponíveis de forma eficiente e adequada para alcançar resultados que sejam satisfatórios para os pacientes e para os gestores, ou seja, busca um equilíbrio entre a assistência de qualidade e as exigências institucionais de acordo com o seu estado financeiro (KUAZAQUI; TANAKA, 2008). A enfermagem trabalha com orçamentos restritos e precisa conhecer a realidade financeira da instituição/empresa, para manter um equilíbrio entre as despesas e as entradas/valores recebidos; por isso é preciso ter indicadores de custos em todos os setores, racionalizados nos de maiores gastos, a fim de evitar quaisquer tipos de desperdícios nas unidades. Adotar indicadores que sejam alimentados de forma dinâmica favorece uma melhor visão e controle do todo e uma intervenção imediata nas áreas que carecem. Assim, o serviço de enfermagem pode assegurar o desempenho e a sobrevivência saudável da instituição (KUAZAQUI; TANAKA, 2008). 13 GESTÃO FINANCEIRA | UNIDADE I Para conseguir uma mudança cultural institucional relativas ao controle de custos, é preciso educação em serviço por meio de capacitação das equipes de trabalho, assistenciais e administrativas para obter conhecimentos mais específicos sobre gestão de custos e, assim, atuar nas instituições de forma mais ativa, favorecendo o orçamento das unidades e aperfeiçoando ainda mais o atendimento aos pacientes (KUAZAQUI; TANAKA, 2008). 1.3. Gestão financeira x gestão de custos Figura 4. Gestão de custo e finanças. Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/fun-financial-management-concept_1304297.htm#page=1&query=finan%C3%A 7as&position=9. A gestão financeira está ligada à administração dos recursos financeiros empregados pelas instituições de saúde – análise das demonstrações financeiras, análises de custos baseadas na relação custo-volume-lucro e os instrumentos de planejamento e gestão orçamentária. No âmbito da questão relacionada com a análise das demonstrações financeiras, serão considerados a estruturação das informações contábeis e financeiras, em especial o balanço patrimonial, a demonstração de resultados e os instrumentos de análise econômico-financeira (VECINA NETO, 2018, p. 177). Para tanto, a conceituação compreende os principais indicadores financeiros, destinados à avaliação dos níveis de liquidez, desempenho do capital de giro, perfil de financiamento e avaliações da rentabilidade e retorno dos investimentos. Com relação à análise da relação custo-volume-lucro, as discussões têm ênfase nos fundamentos da abordagem de custeio direto, com a apresentação da conceituação de instrumentos de análise gerencial dos custos e dos resultados 14 UNIDADE I | GESTÃO FINANCEIRA – ponto de equilíbrio e margem de contribuição – vitais à tomada de decisão e à gestão estratégica. Na discussão relacionada com o tema de planejamento e gestão orçamentária, é importante a conceituação de orçamento operacional, financeiro e de investimentos, os quais têm como objetivo nutrir toda estrutura organizacional com os elementos essenciais ao processo de planejamento, gestão e controle dos recursos empregados por uma instituição de saúde (VECINA NETO, 2018, p. 177). Às instituições de saúde brasileiras não resta alternativa senão a de compreender que o mundo nos impõe uma revolução tecnológica sem precedentes, níveis de competitividade crescentes, reivindicações por melhores serviços a um menor preço, e que a sua sobrevivência só será possível se as nossas organizações tiverem níveis de produtividade superiores aos atuais. Ao executivo financeiro cabe a compreensão desses desafios e a aplicação de um exercício da função, de forma altamente profissional e competente. A essa responsabilidade são reservadas decisões relevantes relacionadas com aquisição, utilização e controle dos recursos financeiros (VECINA NETO, 2018, p. 177.). A síntese das atividades dessa função compreende as seguintes atribuições: » alocação eficiente dos recursos financeiros e patrimoniais da empresa, de modo a propiciar condições de liquidez (adequada dosagem de recursos nas funções de capital de giro), e investimentos em ativo fixo, de forma a permitir o exercício da atividade operacional correspondente à geração de resultados compatíveis com a expectativa da alta administração (VECINA NETO, 2018, p. 177); » obtenção e manutenção de uma estrutura de financiamento com satisfatórias respostas ao nível de liquidez e encargos financeiros que assegurem a viabilidade diante dos padrões de retorno gerados pelos investimentos; » permanente controle das atividades operacionais e monitoramento da gestão dos recursos, por meio do exercício das técnicas de gerenciamento de custos, instrumentos orçamentários e de avaliação econômico-financeira. 15 GESTÃO FINANCEIRA | UNIDADE I 1.4. Instrumentos e dinâmica da gestão financeira Figura 5. Gestão financeira em saúde. Demostrações Financeiras Indicadores Financeiros Gestão e Análise de Custos Finaceiros Gestão e Controle Orçamentário Administração e decisão do investimento capital Fonte: Vecina Neto, 2018, p. 177. 1.4.1. Demonstrações financeiras A avaliação patrimonial de uma empresa, hospital, clínica, utiliza as informações das demonstrações financeiras dela. A contabilidade, que é responsável por apresentar o registro de todos os eventos que afetam o patrimônio da empresa, expressa de maneira periódica as condições econômico-financeiras por meio do balanço patrimonial e da demonstração de resultados do período que está sendo avaliado (VECINA NETO, 2018, p. 179). É fundamental que as demonstrações financeiras sejam apresentadas em tempo hábil e reproduzam de forma fiel todos os dados referentes à economia e finanças da empresa, pois é uma fonte muito importante para a análise do grau de evolução patrimonial e desempenho das atividades operacionais do hospital (VECINA NETO, 2018, p. 179). O período que esses dados são apresentados pode ser anual, trimestral, semestral ou até mensal. É importanteque o balanço seja feito e analisado pelo menos uma vez por ano; seria interessante que isso acontecesse mensalmente, permitindo que as informações se tornassem instrumentos gerenciais de avaliação do desempenho econômico-financeiro da empresa (VECINA NETO, 2018, p. 179). 16 UNIDADE I | GESTÃO FINANCEIRA 1.4.2. Balanço patrimonial O balanço patrimonial costuma ser apresentado uma vez por ano; ele demostra as condições financeiras e patrimoniais de uma empresa. Como traz informações sobre a situação financeira e patrimonial de uma empresa, podemos dizer que é uma “foto” da situação dela. A seguir estão demostradas e explicadas algumas expressões utilizadas em um balanço patrimonial (VECINA NETO, 2018, p. 179). Ativo: são os bens e direitos de uma empresa. O ativo é subdividido nos seguintes títulos: » circulante, que consiste nas disponibilidades, direitos e recursos com possibilidade de conversão em dinheiro no período não superior a 360 dias. Os itens que normalmente constam do ativo circulante são caixa e bancos, aplicações financeiras, contas a receber, estoques e despesas pagas antecipadamente; » realizável a longo prazo, que são os direitos realizáveis em um prazo superior a 360 dias. Na maioria dos balanços, este item é de baixo valor, representado apenas por eventuais títulos a receber a longo prazo; » permanente, em que se encontram classificados os investimentos permanentes e as imobilizações do hospital. Esse título compreende os seguintes subitens: » investimentos, representados por aplicações de recursos a longo prazo, normalmente na forma de participações societárias em outras empresas; » imobilizado, contendo o capital empregado na infraestrutura instalada – terrenos, prédios, equipamentos, aparelhos, instalações, móveis e veículos; » diferido, com a descrição de eventuais recursos que tragam benefícios futuros e que, em razão disso, são amortizados a reconhecimento das despesas provenientes do diferimento. São exemplos de contas classificadas neste item as despesas pré-operacionais que tragam benefícios a longo prazo (VECINA NETO, 2018, p. 179). Passivo: são as fontes de financiamento da empresa. Dividem-se em: » circulante são os compromissos do hospital para com terceiros, com vencimento não superior a 360 dias. As principais contas do passivo circulante estão representadas por fornecedores, salários a pagar, encargos sociais e tributários a recolher, empréstimos a curto prazo, entre outros; 17 GESTÃO FINANCEIRA | UNIDADE I » exequível a longo prazo, que consiste nas obrigações para com terceiros com vencimento a um prazo superior a 360 dias. Normalmente, encontram-se neste item empréstimos ou financiamentos destinados a suprir as necessidades de investimento em imobilizações do hospital; » patrimônio líquido, que é representado pela participação dos sócios ou acionistas na empresa, ou seja, as reivindicações por parte dos proprietários. Incluem-se neste título as contas de capital, reservas e lucros acumulados (VECINA NETO, 2018, p. 179). 1.4.3. Demonstração de resultados do exercício A demonstração de resultados relata os resultados decorrentes do exercício das atividades de uma empresa durante um determinado período, normalmente representado por um ano. Resume as informações relacionadas com receita, despesa e lucro. A receita corresponde à remuneração pela venda de serviços prestados e rendimentos não operacionais obtidos pelo hospital. A receita operacional é representada pelo valor da venda dos serviços prestados pelo hospital. A receita operacional normalmente se expressa por tipo de clientela (SUS, convênios e particulares) e por tipo de serviço (diárias, taxas de sala, materiais e medicamentos, serviços de diagnóstico e honorários médicos). A receita não operacional, por seu turno, corresponde aos rendimentos eventuais provenientes de aplicações financeiras ou resultados da venda de bens. As despesas são os valores relativos aos insumos utilizados na consecução das atividades da empresa. Nas atividades hospitalares, os itens de despesa de maior relevância correspondem a salários, consumo de materiais, depreciação, serviços de terceiros, manutenção, água, luz, telefone, impostos, entre outros. O lucro corresponde à diferença entre a receita e a despesa: » receita > despesa = lucro; » receitaFonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/auditoria-assessor-financeiro-tabela-3167425/. A gestão pública normalmente tem de atuar com recursos que muitas vezes são bem limitados, o que leva aos gestores a adotar medidas que visam a estabelecer prioridades na alocação e distribuição de recursos. Enfrenta-se a desafiadora e difícil tarefa de atender o princípio constitucional da universalidade de acesso de todos os cidadãos às ações e serviços de saúde e, ao mesmo tempo, garantir o 20 UNIDADE I | GESTÃO FINANCEIRA princípio da equidade que reconhece não terem as pessoas as mesmas chances, distinguindo-se não apenas pelas diferenças biológicas e psicológicas, mas também cultural, econômica e socialmente. Ao gestor compete ações que visem ao princípio da equidade, que seria reduzir as desigualdades sociais atendendo individualmente as necessidades de cada cidadão. Porém, com a limitação dos recursos requeridos para a totalidade das necessidades de saúde que as pessoas apresentam e tendo que estabelecer prioridades na alocação e na distribuição dos recursos, quais os valores éticos a serem levados em conta na tomada de decisão? Gestores de saúde pública são fortemente influenciados por interesses políticos partidários, corporativos e econômicos, administrativos, preferências pessoais ou de grupos e imposições legais ou regulamentares. É importante lembrar que, ainda assim, precisam ser pautados em valores éticos. Mesmo não estando claro para os usuários e para os próprios gestores, o fato é que existem valores éticos construídos de forma histórica. Conquanto haja uma grande influência político-partidária, os gestores devem estar atentos às normas jurídicas (administrativas, civis ou penais); seguindo as legislações vigentes, o gestor consegue intermediar de forma ética e legal os conflitos cotidianos, Além de eliminar desperdícios e diminuir o consumo da assistência médico-sanitária, tornando-a, assim, suportável para os orçamentos. Embora moralmente válido, os estímulos para se gastar menos não podem se tornar perigosos para os usuários, principalmente se não houver a contrapartida equivalente para a melhoria da qualidade da assistência prestada. Figura 8. Disponibilidade de recursos. Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/bateria-c%C3%A9lulas-energia-tecnologia-3360317/. O controle econômico-financeiro em saúde não pode ocorrer sem prezar pela qualidade e a necessidade da população; o gestor precisa ter o propósito da 21 GESTÃO FINANCEIRA | UNIDADE I prevenção e promoção à saúde de qualidade. O desafio consiste em encontrar o ponto médio ideal entre a super e a subutilização, pois ambas são potencialmente maléficas aos usuários. A dificuldade ética do gestor de alocar recursos financeiros deve ser observada com a devida cautela. A opção de não dispensar recursos financeiros para casos menos frequentes ou custosos, por exemplo, baseando-se em análises fundamentadas em noções exclusivas de custo/benefício, pode levar a práticas discriminatórias, iníquas e injustas, fugindo da missão das instituições de saúde de cuidar das pessoas. 22 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Fundo Nacional de Saúde. Gestão Financeira Do Sistema Único De Saúde: Manual Básico/Ministério da Saúde, Fundo Nacional de Saúde. 3ª ed. rev. e ampl. Brasília: Ministério da Saúde, 2003. BURMESTER, H. Gestão da qualidade hospitalar. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. COUTTOLENC, B. F. Gestão de Recursos Financeiros. Vol. 10. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1998. 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Acesso em: 28 dez. 2020. Figura 33: Gestão Contábil. Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/m%C3%A9dica-enfermeira-m%C3%A9dico-hospital-545966 1/. Acesso em: 28 dez. 2020. Figura 34: Conceitos Contabilidade Gerencial. SOUZA, Eduardo Neves da Cruz de [et al.] . Gestão da qualidade em serviços de saúde [recurso eletrônico] /; [revisão técnica: Márcia Otero Sanches, Luzia Fernandes Millão]. – Porto Alegre: SAGAH, 2019. Figura 35: Planejamento Orçamentário. VECINA NETO, Gonzalo Gestão em saúde/Gonzalo Vecina Neto, Ana Maria Malik. - 2. ed. - [Reimpr.]. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2018. Figura 36: Equação do fluxo de Caixa. GONÇALVES, Ernesto Lima, Gestão Hospitalar: Administrando o Hospital Moderno. São Paulo: Saraiva. 2016. Figura 37: Representando o Fluxo de Caixa. Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/registre-se-caixa-registradora-23666/. 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Figura 40: Impactos de Resultados positivos. Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/coment%C3%A1rios-estrelas-classifica%C3%A7%C3%A 3o-2824577/. Acesso em: 28 dez. 2020. https://pixabay.com/pt/vectors/chuva-neg%C3%B3cios-dinheiro-iphone-4694356/ https://pixabay.com/pt/vectors/m%C3%A9dica-enfermeira-m%C3%A9dico-hospital-5459650/ https://pixabay.com/pt/vectors/m%C3%A9dica-enfermeira-m%C3%A9dico-hospital-5459650/ https://pixabay.com/pt/vectors/coment%C3%A1rios-estrelas-classifica%C3%A7%C3%A3o-2824577/ https://pixabay.com/pt/vectors/coment%C3%A1rios-estrelas-classifica%C3%A7%C3%A3o-2824577/ top _Hlk75737361 UNIDADE I Gestão Financeira Capítulo 1 Gestão Financeira em Saúde Pública e Privada Referências