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Financiamento de Projetos de Inovação

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
DAIANNY ZORDAN DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
FINANCIAMENTO DE PROJETOS DE INOVAÇÃO 
TECNOLÓGICA: uma comparação entre empresa incubada e 
não incubada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARIACICA 
2016
 
 
DAIANNY ZORDAN DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FINANCIAMENTO DE PROJETOS DE INOVAÇÃO 
TECNOLÓGICA: uma comparação entre empresa incubada e 
não incubada 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação 
apresentado à coordenadoria do curso de 
Engenharia de Produção do Instituto Federal do 
Espírito Santo como requisito parcial para a 
obtenção do título de Graduação em Engenharia 
de Produção. 
 
Orientadora: Profª. Ms. Érika de Andrade Silva 
Leal 
 
 
 
 
CARIACICA 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S194f 
 
Santos, Daianny Zordan dos Santos 
 
 Financiamento de projetos de inovação tecnológica: uma comparação 
entre empresa incubada e não incubada / Daianny Zordan dos Santos - 
2016. 
 75 f. il.; 30 cm 
 Orientador: Érika de Andrade Silva Leal 
 
 Monografia (graduação) – Instituto Federal do Espírito Santo, Curso 
Superior em Engenharia de Produção, 2016. 
 1. Inovação – Financiamento 2. TecVitória – Empresa I. Leal, Érika de 
Andrade Silva II. Instituto Federal do Espírito Santo III. Título 
 
 CDD: 658 
 
 
 
DAIANNY ZORDAN DOS SANTOS 
 
 
 
 
FINANCIAMENTO DE PROJETOS DE INOVAÇÃO 
TECNOLÓGICA: uma comparação entre empresa incubada e 
não incubada 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação 
apresentado à coordenadoria do curso de 
Engenharia de Produção do Instituto Federal do 
Espírito Santo como requisito parcial para a 
obtenção do título de Graduação em Engenharia 
de Produção. 
 
Orientador: Profª. Ms. Érika de Andrade Silva 
Leal 
 
Aprovado em: ____ / ____ /_____. 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
__________________________________________ 
Bianca Passos Arpini – IFES 
 
 
__________________________________________ 
Frederico Pifano de Rezende – IFES 
 
 
__________________________________________ 
Profª. Ms. Érika de Andrade Silva Leal – IFES (orientadora) 
 
 
D 
 
 
 
Declaro para os fins de pesquisa acadêmica, didática e técnico-científica, que 
este Trabalho de Conclusão de Curso pode ser parcialmente utilizado, desde que 
se faça referência à fonte do autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Considerando a importância da inovação para a competitividade empresarial e o 
financiamento de projetos como elementos fundamentais desse processo, o presente trabalho 
teve por objetivo analisar o financiamento de projetos de inovação tecnológica em ambiente 
incubado e não incubado. Para alcançar os objetivos, utilizou-se o método de estudo multicaso 
para análise de duas empresas que investem em inovação tecnológica, diferenciadas na forma 
de construção do negócio, em que uma passou pelo processo de incubação e alcançou a 
graduação, denominada “Empresa B” e a outra se desenvolveu de maneira autônoma, não 
passando pela incubação, chamada de “Empresa P”. Além disso, foi avaliado o papel 
desempenhado pela incubadora TecVitória na captação de recursos para o financiamento de 
projetos de empresas incubadas e graduadas. A análise dos casos permitiu concluir que, 
embora a TecVitória tenha uma expressiva contribuição para a inovação no cenário capixaba, 
apresenta fragilidades em seu processo de gestão, pois dados básicos das empresas incubadas 
e graduadas não são acompanhados. Verificou-se também, após a comparação entre as duas 
empresas, que as fontes financiamento público são normalmente utilizadas pela “Empresa B”, 
enquanto a “Empresa P” utiliza fontes como investidor anjo e crowdfunding. As principais 
barreiras ao financiamento público percebidas por ambas as empresas foram a burocracia, 
altas exigências das agências de fomento e garantias reais por parte dos bancos de 
desenvolvimento público, além da falta de informações concisas acerca das modalidades de 
financiamento disponíveis. 
 
Palavras-chave: Inovação. Financiamento de projetos tecnológicos. TecVitória. Empresa B. 
Empresa P. 
 
 
ABSTRACT 
 
Considering the importance of innovation for business competitiveness and the financing of 
projects as fundamental elements of this process, the objective of this work was to analyze the 
financing of technological innovation projects in incubated and non-incubated environment. 
To reach the objectives, the multiple case study method was used to analyze two companies 
that invest in technological innovation, differentiated in the form of construction of the 
business, where one went through the incubation process and reached the graduation, 
denominated "Company B" and the other developed autonomously, not through incubation, 
called "Company P". In addition, the role played by the TecVitória incubator in raising funds 
for the financing of incubated and graduated projects was evaluated. The analysis of the cases 
allowed to conclude that, although TecVitória has a significant contribution to innovation in 
the Capixaba scenario, it presents weaknesses in its management process, since basic data of 
incubated and graduated companies are not followed up. It was also found, after the 
comparison between the two companies, that public funding sources are normally used by 
“Company B”, while “Company P” uses sources such as angel investor and crowdfunding. 
The main barriers to public funding perceived by both companies were the bureaucracy, high 
requirements of development agencies and real guarantees from the public development 
banks, as well as the lack of concise information on the available financing modalities. 
 
Keywords: Innovation. Financing of technological projects. TecVitória. Company B. 
Company P. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 8 
2 JUSTIFICATIVA............................................................................................................ 11 
3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 12 
3.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 12 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 12 
4 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 13 
4.1 ASPECTOS GERAIS DA INOVAÇÃO ........................................................................ 13 
4.2 FINANCIAMENTO À INOVAÇÃO ............................................................................. 15 
4.3 INDICADORES DE INOVAÇÃO ................................................................................. 18 
5. AMBIENTES DE INOVAÇÃO ..................................................................................... 21 
5.1 EMPRESAS INCUBADAS E EMPRESAS GRADUADAS .......................................... 22 
6 METODOLOGIA ........................................................................................................... 29 
7 ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS ............................................................................. 33 
7.1 A TECVITÓRIA ............................................................................................................ 33 
7.1.1 Caracterização das empresas graduadas.................................................................. 36 
7.1.2 Análise do caso e discussões ...................................................................................... 42 
7.2 O CASO DA “EMPRESA B” ........................................................................................ 44 
7.3 O CASOdo 
produto da incubação, devido à expertise em determinada área, ou então, a prestação do 
serviço do produto da incubação propriamente dito. 
 
Tabela 02 – Faturamento das empresas graduadas e incubadas – TecVitória (2015 a 2016) 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaboração própria (2016). 
 
O volume de recursos captados pelas empresas enquanto incubadas, bem como o número de 
projetos submetidos e o número de projetos aprovados, além dos valores dados em 
contrapartida, desde o ano de 2004 até 2015 também foram obtidos e estão apresentados na 
tabela 03 abaixo: 
 
Tabela 03 – Valores financiados às empresas incubadas – TecVitória (2004 a 2015) 
 
Ano Nº de 
projetos 
submetidos 
Nº de 
projetos 
aprovados 
Volume de 
 recursos captados 
Volume 
acumulado de 
recursos captados 
Valores 
dados em 
contrapartida 
Total (recursos 
captados + dados 
em contrapartida) 
1995 
a 
2003 
Não 
informado 
Não 
informado 
Não informado Não informado Não informado Não informado 
2004 09 04 R$ 205.460,48 R$ 205.460,48 R$ 56.994,04 R$ 262.454,52 
2005 10 03 R$ 80.750,00 R$ 286.210,48 R$ 54.750,00 R$ 135.500,00 
2006 30 17 R$ 1.589.634,50 R$ 1.875.844,98 R$ 453.476,00 R$ 2.043.110,50 
Ano Valores 
1995 a 2014 Não informado 
2015 R$ 2.029.898,00 
2016 (até Outubro/2016) R$ 936.850,00 
42 
 
Ano Nº de 
projetos 
submetidos 
Nº de 
projetos 
aprovados 
Volume de 
 recursos captados 
Volume 
acumulado de 
recursos captados 
Valores 
dados em 
contrapartida 
Total (recursos 
captados + dados 
em contrapartida) 
2007 25 11 R$ 663.059,29 R$ 2.538.904,27 R$ 214.284,07 R$ 877.343,36. 
2008 35 16 R$ 2.030.394,36 R$ 4.569.298,63 R$ 568.208,00 R$ 2.598.602,36 
2009 43 30 R$ 3.693.863,06 R$ 8.263.161,69 R$ 818.640,50 R$ 4.512.503,56 
2010 20 07 R$ 2.300.000,00 R$ 10.563.161,69 R$ 4250000,00 R$ 2.725.000,00 
2011 01 01 R$ 292.146,00 R$ 10.855.307,69 R$ 20.574,00 R$ 312.720,00 
2012 22 12 R$ 11.504.461,68 R$ 22.359.769,37 R$ 4.973.526,00 R$ 16.477.987,68 
2013 22 08 R$ 1.802.512,97 R$ 24.162.282,34 R$ 837.834,00 R$ 2.640.346,97 
2014 26 20 R$ 6.282.787,00 R$ 30.445.069,34 R$ 665.595,00 R$ 8.522.055,00 
2015 01 01 R$ 64.030,00 R$ 30.509.099,34 R$ 16.290,00 R$ 1.054.308,00 
 
Fonte: Elaboração própria (2016). 
 
7.1.2 Análise do caso e discussões 
 
Obtidas as informações apresentadas, ainda restaram as seguintes perguntas: Quais os 
principais resultados e obstáculos para execução de projetos de inovação da TecVitória? 
 
Os principais resultados observados com a pesquisa sobre a TecVitória foram: (1) desde o 
início dos seus trabalhos, no ano de 1995, em 21 anos, a incubadora graduou 22 empresas. 
Atualmente existem 10 que se encontram em fase de incubação, de acordo com as 
informações disponibilizadas no site, em consulta realizada no dia 29/11/2016; (2) no período 
de 2004 a 2015, um total de 244 projetos foram submetidos a diversas instituições de 
fomento, sendo 130 aprovados; (3) no período de 2004 a 2015, um total de R$ 30.509.099,34 
foram captados em parcerias com instituições para financiar os projetos de inovação. Dados 
anteriores não foram disponibilizados; (4) nos anos de 2015 e 2016 (até a data da visita à 
TecVitória) foram faturados um total de R$ 2.966.748,00 em serviços prestados pelas 
empresas incubadas e graduadas; (5) ausência de dados concisos e organizados sobre recursos 
captados, faturamentos, portfólio de projetos, indicadores de inovação e gestão, além dos 
resultados apresentados pelas empresas incubadas e graduadas; (6) dificuldade de manter 
relacionamento com as empresas graduadas (principalmente por falta de interesse dos 
empresários graduados); e (7) fragilidade no sistema de gestão da TecVitória verificado pela 
43 
 
falta de informações sobre os resultados das empresas incubadas e graduadas, portfólio de 
projetos, patentes depositadas e desempenho. 
 
A fragilidade apresentada pela TecVitória em relação à gestão dos resultados das empresas 
incubadas e graduadas é um ponto importante que precisa ser considerado. O estudo 
apresentado no CAPÍTULO 5.1 (EMPRESAS INCUBADAS E EMPRESAS GRADUADAS) 
apresentou que os melhores programas de incubação coletam os dados das empresas 
incubadas e graduadas por longos períodos de tempo e repetidas vezes. Desta forma, torna-se 
importante adotar novas práticas e inclusão de procedimentos de coleta, controle e analise de 
dados dessas empresas. 
 
Verificou-se também que a TecVitória não utiliza sua rede de contatos para auxiliar às 
empresas incubadas e graduadas a levantarem recursos com formas de financiamento como 
investidor anjo e crowdfuding. Além disso, o governo não tem desempenhado o papel 
regulamentador descrito no modelo da Tríplice Hélice. 
 
Os principais obstáculos e barreiras para execução de projetos de inovação identificados 
foram: (1) receio das empresas em apresentar as ideias que desejam desenvolver; (2) elevado 
sigilo de informações por parte dos empreendedores; e (3) baixa captação de recursos e 
redução do número de projetos aprovados para incubação nos últimos anos. 
 
De acordo com Leal, Echeveste e Guimarães (2016), dados analisados de 2000 a 2010 
mostraram que o Espírito Santo organizou o seu sistema de inovação em relação aos demais 
Estados brasileiros, o que permitiu a sua inserção em concorrência por recursos para a 
execução de programas e ações voltadas para P&D. Contudo, devido ao montante de recursos 
destinados aos projetos de P&D e o número de projetos executados evidenciou que o estado 
capixaba não teve o mesmo ritmo que os outros Estados brasileiros, que nesta fase, 
aumentaram as atividades locais de P&D. 
 
Considerando esta informação, cabe destacar aqui a entrevista concedida por Milet (2015) em 
que destacou que o apoio à inovação no Espírito Santo “[...] durante muitos anos teve o 
envolvimento quase isolado e heroico da TecVitória [...]”. Porém, de acordo com este, 
existem poucas ações do governo para estimular os ecossistemas de inovação no Estado 
44 
 
capixaba, pois, embora a TecVitória tenha seus resultados conhecidos pela comunidade 
envolvida nestes ecossistemas, vem passando por dificuldades em se sustentar. 
 
Buscando comparar as ações realizadas pela TecVitória para auxiliar às MPEs capixabas 
adquirirem o financiamento de seus projetos inovação, escolheu-se estudar duas empresas: 
“Empresa B” e “Empresa P”. 
 
7.2 O CASO DA “EMPRESA B” 
 
A “Empresa B” é uma empresa que passou pelo processo de incubação e no ano de 2016 
alcançou a graduação pela TecVitória. Sua área de atuação está voltada para desenvolvimento 
de projetos eletrônicos, sistemas embarcados, telemetria, engenharia de hardware e 
automação, com foco no desenvolvimento eletrônico microcontrolado. Possui também know-
how para oferecer soluções únicas e específicas no desenvolvimento de projetos eletrônicos. 
Desta forma, a empresa trabalha com soluções em projetos eletrônicos particulares. 
 
A realização da pesquisa de campo se deu com a utilização de um questionário estruturado e 
dividido em quatro blocos, permitindo que fossem obtidos os seguintes dados: (1) BLOCO I - 
Perfil do entrevistado; (2) BLOCO II - Histórico da empresa; (3) BLOCO III - Fontes de 
financiamento; e (4) BLOCO IV – Indicadores de inovação. 
 
Os resultados obtidos no Bloco I estão descritos no quadro 05. 
 
Quadro 05 – Perfil do entrevistado “Empresa B” 
Perguntas feitas aos entrevistados Respostas obtidas 
Identificação da empresa 
Identificação da empresa “Empresa B” 
Ano de fundação da empresa 2012 
Ano de graduação da empresa 2016 
Município de localização da empresa Vitória 
Segmento de atividade Soluções particulares de projetos 
eletrônicos 
45 
 
Perguntas feitas aos entrevistados Respostas obtidas 
Número de pessoal ocupado 06 
O principal mercado da empresa Estadual 
Perfil do sócio fundador da empresa 
Idade quando criou a empresa 27 anos 
Pais empresários Não 
Sexo MasculinoEscolaridade quando criou a empresa Ensino Superior Incompleto 
Principal atividade exercida antes de criar a 
empresa 
Estudante universitário 
 
Fonte: Elaboração própria (2016). 
 
Em relação ao segundo bloco de perguntas, a fundação da empresa se deu por quatro colegas 
de universidade que cursaram engenharia elétrica na UFES. Após alguns estudantes 
concluírem a da graduação, decidiram ter o próprio negócio. Em seguida um membro familiar 
se juntou ao grupo e, meses depois, o quarto universitário integrou a equipe da “Empresa B”. 
A criação da empresa, que tem o município de Vitória como o mercado de origem, foi 
motivada principalmente pela falta de clareza das oportunidades de emprego, percebida pelos 
recém-formados. 
 
Questionado sobre a forma como os sócios conheceram a incubadora, o entrevistado informou 
que ocorreu durante uma aula na universidade. O projeto apresentado foi a criação de um 
relógio de ponto móvel, específico para caminhoneiros e motoristas que não estão vinculados 
diariamente a um escritório. O projeto foi aceito e então iniciaram a incubação. Contudo, 
surgiu uma demanda externa e o projeto inicial teve seu tempo limite atingido. Então, o 
produto desenvolvido para a demanda em particular tornou-se o produto que os levou à 
graduação. 
 
Sobre o terceiro bloco de perguntas, que trata das fontes de financiamento, na fase de criação 
da empresa foram investidos recursos financeiros próprios (provenientes do faturamento da 
empresa), porém não altamente significativos. Os recursos eram utilizados para pagar as 
despesas relacionadas ao ambiente de incubação, como luz, telefone, água, internet, entre 
outros. Vale ressaltar que estes valores são divididos entre as empresas incubadas. 
46 
 
 
As fontes de financiamento a inovação identificadas foram recursos próprios e de terceiros. 
Parte é proveniente de investimentos realizados com o faturamento das empresas. O recurso 
de terceiros provém de clientes interessados em soluções próprias e financiamento público. O 
financiamento público utilizado se deu por meio da FAPES, onde o projeto financiado foi no 
valor R$ 360.000,000, havendo um desembolso de R$ 150.000,00 no ano de 2015. 
 
Os principais obstáculos para o financiamento público à inovação observados pelo empresário 
são: (1) excessiva burocracia para captação de recursos; (2) falta de integração entre o sistema 
de inovação (FAPES, SEBRAE, BANDES, SESI, entre outros); (3) baixa disponibilidade de 
capital para financiamento por parte das agências financiadoras; e (4) ausência de divulgação 
de informações claras e concisas sobre o sistema de financiamento público e órgãos 
disponíveis. 
 
Por último, as questões abordadas no bloco IV levaram à aplicação dos indicadores 
tradicionais de inovação, conforme mostra o quadro 06. 
 
Quadro 06 – Indicadores de inovação aplicados à “Empresa B” 
 
Principais indicadores da “Empresa B” (2016) Números 
Percentual anual do faturamento investido em inovação Não informado 
Número de funcionários alocados em atividades com 
P&D 
06 
Número de clientes 08 
Número de produtos ou serviços ofertados 08 
Número de patentes depositadas 02 
(desenho industrial) 
Gastos com treinamentos ligados as atividades de P&D Não informado 
 
Fonte: Elaboração própria (2016). 
 
Quanto aos indicadores de inovação, a empresa não informou o percentual do faturamento 
investido em inovação, porém foi informado um faturamento bruto total de R$ 283.383,32 
47 
 
incluindo a utilização de recursos públicos da FAPES, além de capital de clientes 
demandantes para execução de projetos. Apresentam depósito de duas patentes de desenho 
industrial, onde a empresa graduada apresenta mais maturidade, com duas patentes (desenho 
industrial) já depositadas, enquanto a outra está em fase de tramitação do depósito. Em 
relação ao número de clientes, foram identificados 08, um número relativamente positivo, 
considerando que são realizados produtos / serviços por projeto. Os gastos com treinamentos 
são considerados pelos empresários como extremamente baixos devido ao nível de 
conhecimento que possuem nas atividades desenvolvidas. Eventualmente podem surgir 
demandas por cursos, mas além de serem de baixo custo, a frequência é pequena, não sendo 
precisamente mensurado pelo sócio entrevistado. 
 
Por fim, questionado sobre a contribuição da TecVitória, o entrevistado informou que muitos 
empresários de pequeno e médio porte procuram diretamente a incubadora para contratação 
de serviços das empresas incubadas e também daquelas já graduadas, facilitando a criação da 
cartela de clientes ou demanda por produtos. Ou seja, a TecVitória auxilia na indicação de 
acordo com o serviço procurado pelo cliente. Desta forma, uma das grandes vantagens deste 
modelo de negócio é o fato dos próprios clientes procurarem as empresas, conforme mostra a 
figura 07. A desvantagem percebida pelo entrevistado é que na maioria das vezes as empresas 
incubadas são dependentes de verba pública e estão submetidos às burocracias do governo. 
 
Figura 07 – Modelo de prospecção de clientes na “Empresa B” 
 
 
 
Fonte: Elaboração própria (2016). 
48 
 
7.3 O CASO DA “EMPRESA P” 
 
A “Empresa P” é uma empresa do segmento de tecnologia logística, constituída de forma 
autônoma, sem financiamento de governo e sem qualquer participação de incubadoras ou 
instituições de pesquisa. Sua área de atuação está voltada para um serviço de integração 
ciclologística urbana, especializada em entregas por meio de bicicletas. 
 
Seguindo a estrutura do questionário apresentada na seção 7.2, o perfil do empresário sócio-
fundador da empresa segue descrito no quadro 07. 
 
Quadro 07 - Perfil do entrevistado “Empresa B” 
 
Perguntas feitas aos entrevistados Respostas obtidas 
Identificação da empresa 
Nome da empresa “Empresa P” 
Ano de fundação da empresa 2014 
Ano de graduação da empresa Não se aplica 
Município de localização da empresa Vitória 
Segmento de atividade Integração ciclologística urbana 
Número de pessoal ocupado 26 
O principal mercado da empresa Estadual 
Perfil do sócio fundador da empresa 
Idade quando criou a empresa 27 anos 
Seus pais eram empresários Sim 
Sexo Masculino 
Escolaridade quando criou a empresa Ensino Superior Incompleto 
Principal atividade exercida antes de criar a 
empresa 
Estudante universitário 
 
Fonte: Elaboração própria. 
 
Criada no ano de 2014, a “Empresa P” foi criada por um cicloativista e sócio-empresário. 
Após um período de tempo morando no Canadá, passou a conhecer a bicicleta como meio de 
transporte alternativo. De volta ao Brasil, descobriu uma grande admiração e interesse por 
49 
 
bicicletas e, desde então, passou a realizar ações voltadas para a melhoria da infraestrutura das 
vias públicas para segurança dos ciclistas, por considerar um meio de transporte eficiente e de 
baixo custo. Então, depois de vários cálculos dos custos logísticos com as entregas finais, 
entrega de mercadorias pequenas, taxas de emissão de carbono e alto número de veículos nas 
ruas, o empresário pensou numa forma de colocar uma grande quantidade de bicicletas nas 
ruas, contribuindo para a redução de veículos, além de oferecer um serviço com foco na 
competitividade por custo. Daí nasceu a "Empresa P". Porém, antes do surgimento da atual 
modelo de negócio, existiu outro projeto semelhante, entretanto, não progrediu. Com base na 
experiência anterior, a "Empresa P", foi criada com um novo modelo de bicicleta, 
desenvolvida e adaptada para suportar até 150 kg, capacidade de 450 litros, e com 0,60 metros 
de largura. Atualmente o mercado da empresa está restrito ao município de Vitória (ES), 
também mercado de origem. Contudo, existem projetos de expansão para o estado de São 
Paulo. 
 
Em seguida, foram identificadas as fontes de financiamento da empresa, em que se verificou a 
ausência de recursos públicos no negócio.Questionados sobre o motivo, a sócia-proprietária 
relatou que a primeira tentativa de financiamento no Banco de Desenvolvimento do Espírito 
Santo (BANDES) foi fracassada, dada a falta de garantias da empresa e maturidade do 
negócio, comprovando o que foi mencionado no referencial. Como obtiveram maior contato 
com investidores particulares, o financiamento se deu por meio de investidor anjo, onde 
arrecadaram cerca de R$ 100.000,00, além de rodadas de crowdfunding, utilizando uma rede 
social para a captação. A primeira rodada desta modalidade rendeu uma quantia de 
aproximadamente R$ 80.000,00. No dia 17 de novembro de 2016, foi lançado um novo 
processo de seleção de investidores via rede social. Além disso, também utilizam recursos 
próprios considerando aqueles provenientes do faturamento da empresa. 
 
Como se trata de um negócio em que o produto (a bicicleta) foi desenvolvido especialmente 
pela “Empresa P” e fabricada no Estado de São Paulo, questionou-se por qual motivo os 
sócios não buscaram uma incubadora de empresas para auxiliar no processo de crescimento e 
apoio ao negócio. A resposta obtida foi que, embora tenham buscado informações sobre a 
incubação, o negócio se encontrava em uma fase mais adiantada, então, não vislumbraram 
vantagem em incubar. 
 
50 
 
Os principais obstáculos ao financiamento público observados pela empresa foram: (1) 
demora em obter respostas sobre o financiamento; (2) garantias exigidas por meio dos 
empréstimos bancários (no caso, o BNDES); (3) exigências impostas aos financiamentos; e 
(4) alta participação acionária de determinados tipos de investidores. 
 
Por fim, as informações levaram à aplicação dos indicadores tradicionais de inovação, 
conforme mostra o quadro 08. 
 
Quadro 08 – Indicadores de inovação aplicados à “Empresa P” 
 
Principais indicadores da “Empresa P” Números 
Percentual anual do faturamento investido em inovação 80% 
Número de funcionários alocados em atividades com P&D 26 
Número de clientes 05 
Número de produtos ou serviços ofertados 02 
Número de patentes depositadas 01 (em processo) 
Gastos com treinamentos ligados as atividades de P&D 0 
 
Fonte: Elaboração própria (2016). 
 
Verificou-se que a empresa tem dedicado 80% do percentual das receitas em investimento de 
projetos de inovação, dada a dificuldade de financiamento de recursos públicos e também na 
modalidade reembolsável. Foi verificado que existe o depósito de 01 patente em andamento. 
Em relação ao número de clientes, a “Empresa P” possui 05 de grande porte, entre eles uma 
empresa de transportes urgentes, cosméticos, indústria de café, marca de outlet online e outra 
do ramo de eletrodomésticos. Ainda, a empresa utiliza a troca de conhecimento e experiências 
de outros profissionais e empresários para a capacitação dos funcionários. 
 
Outro ponto observado foi a forma de prospecção de clientes. Neste caso, os empresários 
precisam ir até as empresas e oferecer o serviço prestado. A figura 08 ilustra este processo. 
 
 
51 
 
Figura 08 – Modelo de prospecção de clientes na “Empresa P” 
 
 
Fonte: Elaboração própria (2016). 
 
Os serviços ofertados são a integração ciclologística e o marketing na bicicleta. Os gastos com 
treinamentos até o momento são nulos, pois são construídas redes de relacionamentos com 
outros profissionais, onde estes se reúnem e disseminam os conhecimentos para os sócios e 
demais funcionários da “Empresa P”. 
 
52 
 
8. COMPARAÇÕES ENTRE AS EMPRESAS 
 
Este capítulo tem por objetivo apresentar as considerações feitas após a análise dos dados 
obtidos sobre as empresas “B” e “P”, realizando uma comparação da lógica de financiamento 
entre estas e o levantamento de demais aspectos considerados importantes, tais como o perfil 
dos empreendedores e a forma de prospecção de clientes e/ou demanda por produtos / 
serviços. 
 
Constatou-se que as empresas “B” e “P” apresentam diferenças na forma de financiamento de 
recursos e prospecção de clientes, porém algumas coincidências foram verificadas no perfil 
dos empreendedores, conforme detalhado no quadro 09. 
 
Quadro 09 – Comparações de resultados entre as empresas “B” e “P”. 
Item analisado Empresa “B” Empresa “P” 
 
BLOCO I – Perfil do entrevistado (sócio fundador da empresa) 
 
Idade quando fundou a empresa 27 27 
Ano de criação da empresa 2012 2014 
Pais empresários Não Sim 
Sexo Masculino Masculino 
Grau de escolaridade quando criar a 
empresa 
Ensino superior 
incompleto 
Ensino superior 
Incompleto 
Atividade principal exercida antes 
de criar a empresa 
Estudante universitário Estudante Universitário 
BLOCO II – Histórico da empresa 
Origem do mercado Vitória Vitória 
Motivação para criação da empresa Falta de clareza das 
oportunidades de mercado 
Desejo de colocar uma 
grande quantidade de 
bicicletas nas ruas, 
contribuindo para a 
redução de veículos, 
além de oferecer um 
53 
 
Item analisado Empresa “B” Empresa “P” 
serviço com foco na 
competitividade por 
custo. 
BLOCO III – Fontes de financiamento 
Fontes de financiamento de recursos 
para projetos de inovação. 
Capital próprio e de 
terceiros (clientes 
demandantes e FAPES). 
Capital próprio e de 
terceiros (investidor 
anjo e 
crowdfunding). 
Captação de clientes e produtos / 
serviços. 
Os clientes procuram a 
empresa para solicitar os 
serviços. 
A empresa vai até os 
possíveis clientes 
apresentar o produto 
/ serviço. 
Principais obstáculos percebidos ao 
financiamento público em inovação 
Excessiva burocracia para 
captação de recursos; falta 
de integração entre o 
sistema de inovação 
(FAPES, SEBRAE, 
BANDES, SESI, entre 
outros); baixa 
disponibilidade de capital 
para financiamento por 
parte das agências 
financiadoras; e ausência de 
divulgação de informações 
claras e concisas sobre o 
sistema de financiamento 
público e órgãos 
disponíveis. 
Demora em obter 
respostas sobre o 
financiamento; 
garantias exigidas 
por meio dos 
empréstimos 
bancários (no caso, o 
BNDES); exigências 
impostas aos 
financiamentos; e 
alta participação 
acionária de 
determinados tipos 
de investidores. 
BLOCO IV - Indicadores de Inovação 
Percentual anual do faturamento 
investido em inovação 
Não informado 80% 
54 
 
Item analisado Empresa “B” Empresa “P” 
Número de funcionários alocados 
em atividades com P&D 
06 26 
Número de clientes 08 05 
Número de produtos ou serviços 
ofertados 
08 02 
Número de patentes depositadas 02(desenho industrial) 01 (em processo) 
Gastos com treinamentos ligados as 
atividades de P&D 
Não informado 0 
 
Fonte: Elaboração própria (2016). 
 
Nos dados observados no BLOCO I - Perfil do entrevistado, notaram-se semelhanças entre as 
idades (27 anos), grau de escolaridade (ensino superior incompleto), sexo (masculino) e 
principal atividade exercida na fase de criação do negócio (estudante universitário). Um 
estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Pesquisa (IBQP), Sebrae e a 
Fundação Getúlio Vargas (FGV) (2015) afirmou que o envolvimento da população brasileira 
em empreendimentos em estágio inicial possuem homens e mulheres igualmente ativos, 
considerando o desenvolvimento de atividades empreendedoras, porém, pessoas na faixa 
etária que vai dos 25 aos 34 anos são mais ativas. Em relação ao grau de escolaridade, as 
pessoas que possuem o ensino médio completo são mais ativas que aquelas que possuem o 
nível superior completo. Embora a amostra obtida neste trabalho seja pequena para fazer 
conclusões a respeito do perfil dos empreendedores, existe certa coerência com a pesquisa 
recentemente realizada no que tange ao grau de escolaridade e idade dos empreendedores 
analisados, pois ambos possuem 27 anos e têm o ensino médio completo. Cabe ressaltar 
também que a pesquisa realizada pelos institutos acima mencionados considera 
empreendimentos em estágio inicial como aquelesem que “os empreendedores novos 
administram e são proprietários de um novo negócio que pagou salários, gerou pró-labores ou 
qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de três e menos de 42 
meses”, sendo esta a classificação que mais se enquadrou nas empresas estudadas. Embora a 
“Empresa B” tenha sido criada em 2012, não gerou remuneração aos proprietários nos 
primeiros meses de existência. Desta forma, ambos os casos foram considerados 
empreendedores iniciais ou em estágio inicial. 
55 
 
 
No BLOCO II – Histórico da empresa, a semelhança existente está na localização da origem 
do mercado, porém as empresas diferem-se quanto às motivações para criação do negócio, 
sendo a “Empresa B” fundada por falta de clareza de oportunidades e a “Empresa P” 
fundamentalmente por desejo do sócio fundador de colocar uma grande quantidade de 
bicicletas nas ruas, contribuindo para a redução de veículos, além de oferecer um serviço com 
foco na competitividade por custo. 
 
Os dados observados no BLOCO III – Fontes de financiamento revelou que as empresas 
entrevistadas não utilizam o financiamento reembolsável. A “Empresa B” utiliza capital 
próprio e capital de terceiros, provenientes de clientes demandantes e recursos não 
reembolsáveis da FAPES. A “Empresa P” também utiliza capital próprio e de terceiros, porém 
advindos de investidor anjo e crowdfunding. A ausência de recursos não reembolsáveis foi 
justificada pelas exigências de garantias reais por parte dos bancos. Em relação à forma de 
captação de clientes, verificou-se que a “Empresa B” tem uma facilidade a mais, pois os 
clientes a procuram para contratação de serviços, sendo uma vantagem proporcionada pelos 
trabalhos desenvolvidos pela TecVitória. 
 
A “Empresa P” alegou ser devido às garantias reais exigidas e também ao nível de maturidade 
do negócio, comprovando a afirmativa descrita na seção 4.2 (FINANCIAMENTO À 
INOVAÇÃO). Reafirmando e complementando estas informações, IBQP, SEBRAE e FGV 
(2015) concluíram que, no que tange ao financiamento de empreendimentos, existe a 
necessidade de adequação das linhas de crédito às condições reais dos empreendedores, dadas 
às exigências de garantias reais, além do “desenvolvimento do mercado de capital de risco, 
incentivos fiscais para investimentos privados em novos negócios e o desenvolvimento de 
micro finanças, como alternativas aos canais tradicionais”. Em relação à forma de captação de 
clientes, verificou-se que a “Empresa B” tem uma facilidade a mais, pois os clientes a 
procuram para contratação de serviços, sendo uma vantagem proporcionada pelos trabalhos 
desenvolvidos pela TecVitória. Percebe-se que neste caso existe uma comprovação da teoria 
da terceira geração das incubadoras de empresas, onde existem trocas de contatos, 
informações e serviços, conforme descrito na seção 5.1 (EMPRESAS INCUBADAS E 
EMPRESAS GRADUADAS). De forma diferente, a “Empresa P” precisa ir até os clientes e 
apresentar o produto/ serviço. 
 
56 
 
Quanto aos indicadores de inovação, apresentados no BLOCO IV, verificou-se que a 
“Empresa P” tem dedicado grande parte do percentual das receitas em investimento de 
projetos de inovação, dada a dificuldade de financiamento de recursos públicos e também na 
modalidade reembolsável. Contudo, ambas apresentam avanços no indicador de depósito de 
patentes, sendo que a empresa graduada apresenta maior maturidade, com 02 patentes 
(desenho industrial) já depositadas, enquanto a outra está em fase de tramitação do depósito. 
Em relação ao número de clientes, a “Empresa B” possui 08 e a “Empresa P” possui 05 de 
grande porte. A primeira empresa, como desenvolve muitos projetos personalizados, possui 
aproximadamente 08 serviços / produtos ofertados, enquanto a outra, possui 02: a bicicleta e o 
marketing inserido nela. Os gastos com treinamentos são considerados pelos empresários 
como extremamente baixos na “Empresa B”, devido ao nível de conhecimento que possuem 
nas atividades desenvolvidas. Eventualmente podem surgir demandas por cursos, mas os 
custos são relativamente baixos e a frequência pequena, desta forma, não foram exatamente 
mensurados por eles. A “Empresa P” utiliza a troca de conhecimento e experiências de outros 
profissionais e empresários para a capacitação dos funcionários. 
 
57 
 
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O objetivo deste trabalho foi analisar o financiamento de projetos de inovação tecnológica em 
ambiente incubado e não incubado. Além de avaliar o papel desempenhado pela TecVitória 
enquanto incubadora, foram verificadas algumas peculiaridades quanto aos perfis do 
empreendedores entrevistados, identificadas as fontes de financiamento utilizadas para 
projetos de inovação tecnológica da empresa graduada e da empresa não incubada, bem como 
as principais barreiras ao financiamento públicos desses projetos. 
 
Observou-se que a incubadora de empresas TecVitória apresentou grandes contribuições ao 
longo de 21 anos de existência. Graduou 22 empresas e possui outras 10 em fase de 
incubação. Além disso, captou uma quantia expressiva no total de R$ 30.509.099,34, no 
período compreendido entre 2004 e 2015. Contudo, apesar de ser importante para o cenário de 
inovação capixaba, apresenta graves fragilidades em seu sistema de gestão, como a falta de 
informações e dados sobre as empresas incubadas e graduadas, como por exemplo, o volume 
de recursos captados, número de patentes registradas, portfólio de projetos destas empresas, 
indicadores de desempenho, entre outros. Verificou-se também que, após a graduação das 
empresas, o contato é perdido (principalmente por falta de interesse dos empresários 
graduados) e acabam não acompanhando o desempenho apresentado. Tal ação se faz 
importante, pois as empresas graduadas são frutos dos trabalhos efetuados pela incubadora. 
Cabe ressaltar que neste quesito estão sendo empreendidos esforços para reverter a situação 
com a contratação de uma profissional que trabalhará diretamente com procedimentos para 
regularizar o acompanhamento das graduadas. Entretanto, ainda precisam ser empreendidos 
muitos esforços e mudanças para que a TecVitória se equipare com as melhores práticas de 
gestão das incubadoras de sucesso. 
 
Ainda, percebeu-se que o governo não vem executando o papel regulamentador no 
aproveitamento dos recursos empregados na incubadora, indo de encontro à teoria descrita 
pelo modelo da Tríplice Hélice. Desta forma, as agências financiadoras deveriam acompanhar 
de perto e exigir os resultados dos trabalhos desempenhados por ela, considerando os 
investimentos realizados. Ainda, observou-se também que a incubadora não utiliza a sua rede 
de relacionamentos para promover outras fontes de financiamento como investidor anjo e 
crowdfunding. 
58 
 
Sobre as empresas estudadas, foram identificadas semelhanças em algumas características dos 
empresários em relação a idade (27 anos), grau de escolaridade (ensino superior incompleto), 
sexo (masculino) e principal atividade exercida na fase de criação do negócio (estudante 
universitário). Sobre as fontes de financiamento, percebeu-se que as empresas entrevistadas 
não utilizam a modalidade de financiamento reembolsável. A “Empresa B” utiliza capital 
próprio e capital de terceiros, provenientes de clientes demandantes e recursos não 
reembolsáveis da FAPES. A “Empresa P” também utiliza capital próprio e de terceiros, porém 
advindos de investidor anjo e crowdfunding. A ausência de recursos não reembolsáveis foi 
justificada pelas exigências de garantias reais por parte dos bancos. Mudanças nas políticas de 
financiamento de projetos de inovação por parte dos bancos deveriam ser revistas, visando 
adaptação à realidade das empresas. Com isso, espera-se como consequência um maior 
estímulo ao empreendedorismo, geração de renda e emprego. 
 
Quanto aos indicadores de inovação, verificou-se que a “Empresa P” tem dedicado80% do 
percentual das receitas em investimentos de projetos de inovação, dada a dificuldade de 
financiamento de recursos públicos e também na modalidade reembolsável. Contudo, ambas 
as empresas apresentam avanços no indicador de depósito de patentes, sendo que a empresa 
graduada apresenta maior maturidade, com 02 patentes (desenho industrial) já depositadas, 
enquanto a outra está em fase de tramitação do primeiro depósito. Os gastos com treinamentos 
são considerados pelos empresários como extremamente baixos na “Empresa B”, devido ao 
nível de conhecimento que possuem nas atividades desenvolvidas. Eventualmente podem 
surgir demandas por cursos, mas os custos são relativamente baixos e a frequência pequena, 
desta forma, não foram exatamente mensurados por eles. A “Empresa P” utiliza a troca de 
conhecimento e experiências de outros profissionais e empresários para a capacitação dos 
funcionários. 
 
Acredita-se que os resultados alcançados pelas empresas, embora sejam considerados 
satisfatórios em relação aos indicadores de inovação e fontes de financiamento de projetos 
utilizados, um maior volume de projetos poderiam ser desenvolvidos e executados se os 
órgãos públicos e agências de fomento tivessem mais envolvimento e participação no cenário 
de inovação capixaba, além de controlar e fiscalizar os investimentos feitos até o momento. 
 
Observou-se também uma carência de estudos sobre financiamento de projetos de empresas 
graduadas e também daquelas que não passaram pelo processo de incubação, portanto, 
59 
 
embora a amostra utilizada neste trabalho tenha sido pequena e uma limitação de pesquisa, 
espera-se que sirva de motivação para que novos estudos sejam realizados comparando os 
modelos de financiamento entre as diferentes empresas, considerando uma maior amostra. 
 
60 
 
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66 
 
APÊNDICE A 
 
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS QUESTIONÁRIO 
 
BLOCO I – Perfil do entrevistado 
 
QUESTIONÁRIO PARA AS EMPRESAS 
 
1. Identificação da empresa 
Identificação da empresa: 
Ano de fundação: 
Ano de graduação: 
Município de localização: 
Segmento de atividade: 
Número de pessoal ocupado: 
Principal mercado da empresa: 
2. Perfil do sócio fundador da empresa 
Idade quando criou a empresa: 
Pais empresários? ( ) Sim ( ) Não 
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 
Grau de escolaridade quando 
criou a empresa: 
( ) 
 
1. Analfabeto; 2.Ensino Fundamental Incompleto; 3. 
Ensino Fundamental Completo; 4. Ensino Médio 
Incompleto; 5. Ensino Médio Completo; 6. Superior 
Incompleto; 7. Superior Completo; 8. Pós Graduação. 
Identifique a atividade 
principal que o sócio fundador 
exercia antes de criar a 
empresa 
( ) 
 
1. Estudante universitário; 2. Estudante de escola técnica; 3. 
Empregado de micro ou pequena empresa local; 4. 
Empregado de média ou grande empresa local; 
5.Empregado de empresa de fora do arranjo; 6. Funcionário 
de instituição pública; 7. Empresário; 8. Outra 
atividade:__________________________ 
 
 
67 
 
BLOCO II – Histórico da empresa 
 
1) História de criação da empresa. 
 
 
 
 
 
2) Origem do mercado: nacional, municipal ou interno? 
 
 
3) Motivação para criação da empresa. 
 
 
 
 
 
 
BLOCO III – Fontes de financiamento 
 
1) Fontes de financiamento para criar o negócio: própria ou de terceiros? Especificar. 
 
 
 
 
 
2) Buscou fontes de financiamento público? Especificar. 
 
 
 
68 
 
3) Fontes de financiamento para inovação: própria ou de terceiros? Especificar. 
 
 
 
 
 
4) Obstáculos para o financiamento público em inovação. 
 
 
 
 
 
5) No caso da empresa não incubada: por que não incubou? 
 
 
 
 
 
 
BLOCO IV – Indicadores de inovação 
 
1) Percentual anual ou valor total faturado com investimentos em inovação. 
 
 
2) Número de empregados envolvidos diretamente com inovação. 
 
 
3) Número de clientes. 
 
 
69 
 
 
4) Número de produtos / serviços ofertados. 
 
 
5) Patentes registradas? 
 
 
6) Percentual gasto com treinamentos / capacitação. 
 
 
 
70 
 
APÊNDICE B 
 
INDICADORES DE CAPACIDADE TECNOLÓGICA 
 
FUNÇÕES TECNOLÓGICAS 
Não se 
Aplica 
Incipiente Presente Dominado 
ENGENHARIA DE SOFTWARE 
Ferramentas básicas e tecnologias de 
desenvolvimento de software 
 
Práticas de gestão 
Ambiente estável para o desenvolvimento 
de software e atividades de P&D 
 
Utilização e adaptação de tecnologias 
desenvolvidas por terceiros 
 
Formalização das práticas básicas de 
engenharia de software 
 
Processos de desenvolvimento de 
software estruturados e padronizados 
 
Interação com clientes e parceiros para 
desenvolvimento de novas tecnologias 
 
Integração das ferramentas da empresa 
com as utilizadas por clientes e parceiros 
 
Complementariedade das atividades de 
P&D para viabilizar o desenvolvimento de 
tecnologias inovadoras 
 
Execução de Engenharia Conceitual, 
Avaliação de tecnologias complexas 
 
Equipes multidisciplinares,rotativas, de 
alta especialização tecnológica 
 
Soluções inovadoras em engenharia de 
software e novas tecnologias a partir de 
insights próprios 
 
Desenvolvimento de software em conjunto 
com centros globais 
 
TOTAL: 
PONTUAÇÃO ENGENHARIA DE 
SOFTWARE: 
 
GESTÃO DE PROJETOS 
Práticas internas de gestão de projetos 
Previsibilidade de prazos, orçamentos, 
funcionalidade e qualidade do produto 
 
Gestão de projetos realizada formalmente, 
com base nas práticas dos clientes 
 
Padronização das fases básicas de um 
projeto (ex.: planejamento, testes e 
desenvolvimento) 
 
Gestão de projetos abrangendo 
71 
 
fornecedores e subcontratados 
Planejamento e coordenação formal de 
projetos simples 
 
Capacitação de gerentes de projeto 
Capacidade de gestão de projetos baseada 
na performance de projetos anteriores 
 
Capacidade de identificação dos riscos 
dos projetos 
 
Sistemas de controle de documentação de 
Projetos 
 
Gestão de projetos complexos, envolvendo 
áreas de especialização Tecnológica 
complementares 
 
Interação contínua entre gerentes de projeto 
da empresa e gerentes de projeto dos 
clientes 
 
Documentação formal das fases do projeto 
em base de dados 
 
Formalização da gestão de risco 
Avaliação de performance em projetos por 
meio de métricas quantitativas 
 
Gestão de projetos de classe mundial 
Gerência de equipes fisicamente distantes 
Capacidade proativa de reconhecer 
fraquezas 
 
TOTAL: 
PONTUAÇÃO ENGENHARIA DE 
PROJETOS: 
 
PRODUTOS E SOLUÇÕES 
Replicação de especificações determinadas 
pelos clientes 
 
Pequenas adaptações de tecnologias já 
existentes 
 
Atividades de reengenharia e cópia 
Novas aplicações para tecnologias e 
produtos, visando ao atendimento das 
necessidades pontuais da empresa-cliente 
 
Processo de identificação das necessidades 
da empresa-cliente 
 
Desenvolvimento de produtos e soluções 
para solucionar problemas específicos 
 
Análise, definição e especificação de 
Requisitos 
 
Tecnologias inovadoras visando ao 
mercado em potencial 
 
Soluções complexas a partir da integração 
de áreas de especialização 
 
Interação com o mercado global x 
Desenvolvimento de produtos e soluções 
72 
 
em tecnologias de última geração 
Desenvolvimento de produtos e soluções 
de alta complexidade, com grande 
capacidade de personalização e adaptação 
para atender a necessidades ainda não 
identificadas via P&D 
 
Geração de spin-offs em decorrência da 
elevada especialização tecnológica 
 
TOTAL: 
PONTUAÇÃO PRODUTOS E 
SOLUÇÕES 
 
FERRAMENTAS E PROCESSOS 
Uso de ferramentas básicas de engenharia 
de software 
 
Processos operacionais formalizados 
Presença de Técnicas de controle de 
Qualidade 
 
Estruturação dos processos operacionais 
Controle de documentos operacionais e 
Gerenciais 
 
Controle de instruções técnicas para 
Projetos 
 
Uso de canais de comunicação em redes 
Compartilhadas 
 
Padronização do processo de 
desenvolvimento de software 
 
Capacitação em metodologias de gestão de 
processos 
 
Práticas operacionais orientadas por pré-
requisitos e Especificações 
 
Criação de novas unidades organizacionais 
Fortalecimento das práticas de gestão de 
Projetos 
 
Gestão estratégica da qualidade; obtenção 
de certificações internacionais (ISO, PMP-
PMI, ISO 29110) 
 
Processos baseados em e controlados por 
web intranet 
 
Transformação (reengenharia) dos 
processos críticos da empresa 
 
Ferramentas avançadas de gestão de 
processos 
 
Normas e padrões de projetos próprios 
(ex: Prosces) 
 
Execução de projetos envolvendo gestão 
de processos globais e simultâneos 
 
Aprimoramento contínuo dos processos e 
sistemas operacionais, tanto a partir de 
avanços incrementais 
 
73 
 
Práticas operacionais orientadas por pré-
requisitos e especificações 
 
TOTAL: 
PONTUAÇÃO FERRAMENTAS E 
PROCESSOS: 
 
QUANTIDADE ACUMULADA 
PONTUAÇÃO ACUMULADA 
ACUMULADO (4 FUNÇÕES) 
 
74 
 
APÊNDICE C 
 
QUESTIONÁRIO NÃO ESTRUTURADO APLICADA A TECVITÓRIA 
 
1) Quais as principais agências financiadoras? 
2) Qual o volume de recursos captados pela TecVitória? 
3) Quais os principais resultados e obstáculos para execução de projetos de inovação da 
TecVitória?DA “EMPRESA P” ......................................................................................... 48 
8. COMPARAÇÕES ENTRE AS EMPRESAS ................................................................ 52 
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 57 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 60 
APÊNDICE A .................................................................................................................... 66 
APÊNDICE B ................................................................................................................... 700 
APÊNDICE C .................................................................................................................... 74 
 
8 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Constantemente a humanidade tem buscado explorar o novo e o desconhecido. Este fato, por 
sua vez, tem proporcionado o progresso e o desenvolvimento econômico (MARINS, 2010), 
levando a sociedade ao crescente uso do conhecimento em atividades econômicas (FIALHO 
et al., 2006), transformando-a de industrial para sociedade do conhecimento (NONAKA e 
TAKEUCHI, 2008). Desta forma, em virtude do crescente desenvolvimento tecnológico, as 
organizações precisaram se readaptar e adotar novos modelos de produção e de gestão para 
atender às exigências do mercado (DORNELAS, 2008; FIALHO et al., 2006). Para Dornelas 
(2008), o tradicional padrão econômico tem sido substituído por um novo modo, 
caracterizado por maior agilidade, flexibilidade e respostas rápidas às demandas. Assim, 
Fialho et al. (2006) informam que as organizações foram influenciadas a adotarem novas 
formas de competitividade. 
 
Para que as empresas se mantenham competitivas no mercado diante do novo padrão 
econômico, é necessário que sejam mais ágeis, revejam seus processos, incentivem os 
funcionários a buscar por inovação e sejam mais criativos, de forma que os envolvidos 
pensem e ajam como empreendedores (DORNELAS, 2008). De maneira análoga e 
complementar, Fialho et al. (2006) afirmam que aspectos como flexibilidade, aprendizagem 
organizacional, inovação, inteligência competitiva, liderança, educação corporativa, entre 
outros, são fundamentais para manter a competitividade na era da economia do conhecimento. 
 
No contexto das ações para busca de vantagem competitiva, com o intuito de fornecer 
assistência tecnológica e apoio administrativo à criação das micro e pequenas empresas 
(MPEs), encontram-se as incubadoras de empresas, que visam incentivar o 
empreendedorismo, a cultura de inovação e a criação de novas empresas de base tecnológica. 
(ANPROTEC, 2012; MEDEIROS et al., 1992 apud FERREIRA et al., 2008). Segundo a 
Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores 
(ANPROTEC), entende-se por incubadora o local preparado para abrigar as empresas, 
oferecendo suporte técnico e gerencial para que as empresas desenvolvam o próprio projeto. 
As empresas que residem em incubadoras são denominadas empresas incubadas. Por sua vez, 
as empresas incubadas, após terem passado em todas as fases da incubadora e que estão aptas 
para enfrentar o mercado com os próprios recursos, são denominadas empresas graduadas 
(ANPROTEC, 2016). 
9 
 
Comprovando os benefícios deste instrumento de apoio aos micro e pequenos 
empreendedores, um estudo realizado por Bezerra e Quandt (2015) revelou que as empresas 
de base tecnológicas (EBTs), graduadas em incubadoras a partir de processos baseados em 
ações de inovação e Gestão do Conhecimento (GC) foram as que apresentaram maior 
faturamento e maior investimento em inovação, quando comparadas às empresas que 
obtiveram menor faturamento e também “menores percepções de eficácia das práticas de 
GC”. 
 
Considerando os resultados obtidos pelos autores supracitados e o fato de que no Espírito 
Santo, há uma Incubadora de Empresas reconhecida no país pelos seus trabalhos no sistema 
de inovação capixaba, surgiu então o interesse em analisar inicialmente os resultados dos 
financiamentos dos projetos de inovação tecnológica executados pelas 22 empresas graduadas 
da Entidade Gestora TecVitória. A TecVitoria tem por objetivo atuar como órgão gestor e 
apoiador de projetos, focando o desenvolvimento tecnológico e econômico das entidades 
incubadas (TECVITÓRIA, 2014). Quando criada, no ano de 1995, possuía atividades com 
características multissetoriais, porém, a partir do ano de 2000, juntamente com o apoio de 
organizações privadas, decidiu momentaneamente focar as ações para instituições do ramo de 
Tecnologia da Informação. Desta forma, resultados importantes foram alcançados, como a 
graduação da primeira empresa no ano de 2001 (TECVITÓRIA, 2016). 
 
Como há na literatura uma constatação de que existe maior faturamento de empresas 
graduadas e, considerando que há uma escassez de trabalhos sobre o financiamento de 
projetos de inovação tecnológica, inicialmente pensou-se em analisar estas empresas. Desta 
forma, o objetivo inicial era avaliar o financiamento de projetos de inovação tecnológica das 
graduadas. Contudo, como não foram encontrados dados suficientes para a elaboração de 
resultados que levassem a comprovar a constatação anterior, manteve-se o objetivo de analisar 
o caso das empresas graduadas, porém com a seleção de um caso, ao invés de todas as 22 que 
passaram pela TecVitória. Além disso, inseriu-se outra empresa que não passou pelo processo 
de incubação,visando comparar a lógica de financiamento de projetos de inovação tecnológica 
entre elas. 
 
Embora a inovação seja fundamental para a adaptação das organizações ao novo modelo 
econômico, existe um grande desafio neste processo em relação a utilização de recursos, bem 
como o uso apropriado e eficiente do capital. Além disso, por apresentar incertezas, os países 
10 
 
em desenvolvimento “com menor capacidade de mobilização de capital, têm maiores 
dificuldades para promover e fomentar a inovação” (CORDER e SALLES-FILHO, 2006). 
 
Ainda de acordo com aqueles autores, os recursos para financiar pesquisa, investimento, 
desenvolvimento e a inovação podem vir de diversas fontes, como dos mercados de capitais, 
de fundos mútuos, fundos públicos, incentivos fiscais, entre outros. Porém, independente da 
origem dos recursos, o mecanismo de financiamento é diferente dos sistemas convencionais, 
em parte, devido ao tempo de retorno e riscos associados. 
 
Assim, o problema deste trabalho é analisar como ocorrem os financiamentos de projetos de 
inovação tecnológica e comparar essa lógica entre duas empresas, onde uma passou pelo 
ambiente de incubação e alcançou a graduação pela TecVitória, enquanto a outra não passou 
pelo processo de incubação. Ainda, pretende-se usar os indicadores de inovação para verificar 
os impactos das inovações nas empresas. Para o alcance dos objetivos do estudo, esse trabalho 
está dividido em mais 06 capítulos além desta introdução. No capítulo 02 foi realizada a 
justificativa a respeito da escolha do tema, destacando a importância da inovação e das 
incubadoras de empresas para ganho de vantagens competitivas. No capítulo 03 foram 
definidos os objetivos deste trabalho. Em seguida, no capítulo 04 foram tratados os 
fundamentos teóricos a respeito dos aspectos gerais da inovação, financiamento, e 
indicadores. No capítulo 05 foram tratados os conceitos que abrangem o ambiente de 
inovação, bem como as empresas incubadas e graduadas. No capítulo 06 foram definidos os 
métodos empregados na pesquisa. No capítulo 07 estão descritas as informações sobre a 
TecVitoria e avaliado o papel desempenhado pela incubador na captação de recursos para o 
financiamento de projetos de empresas incubadas e graduadas. Também neste capítulo são 
apresentadas as pesquisas realizadas nas empresas “B” e “P”, sendo “B” a empresa que 
passoupelo ambiente de incubação e “P” a empresa que não passou pela incubação, bem 
como as comparações entre elas. No capítulo 08 são tratadas as comparações realizadas entre 
as empresas e, por fim, no capítulo 09 são emitidas as conclusões obtidas com a pesquisa. 
 
 
11 
 
2 JUSTIFICATIVA 
 
Atualmente, muitas empresas estão se deparando com um grande desafio, não apenas 
relacionado à mão de obra e aos recursos naturais como vantagem competitiva, mas sim o 
conhecimento (FLEURY et al., 2001). Nonaka e Takeuchi (2008) afirmam que o 
conhecimento é uma “fonte certa de vantagem competitiva duradoura”. Para manter essa 
vantagem, a inovação, além do importante papel na competitividade, também desempenha a 
função de promover o crescimento econômico de empresas. Entretanto, para que esses 
elementos se mantenham, são necessários que os processos de aprendizagem se tornem 
contínuos (CARRIJO, 2011). 
 
Para assegurar o ganho de vantagens competitiva, de acordo com Bezerra e Quandt (2015), as 
incubadoras de empresas foram criadas para dar suporte às iniciativas inovadoras das 
empresas, oferecendo elementos fundamentais como estrutura física, serviços de comunicação 
e assessoria, além de promover o compartilhamento de informações. Como mencionado no 
CAPÍTULO 1, o estudo realizado também por estes autores revelou que as empresas de base 
tecnológicas (EBTs), graduadas em incubadoras a partir de processos baseados em ações de 
inovação e Gestão do Conhecimento (GC) foram as que apresentaram maior faturamento e 
maior investimento em inovação. 
 
Desta forma, este trabalho justifica-se pelo público alvo caracterizado pelas empresas que 
tenham ou desejam investir em projetos de inovação tecnológica. A principal motivação parte 
da consideração da importância da inovação para a competitividade empresarial, que é uma 
das tarefas da Engenharia de Produção, abordada de forma mais específica pela Gestão da 
Inovação, compreendida pela Engenharia Organizacional. Além disso, visa contribuir com 
informações sobre o financiamento de projetos de inovação de empresas graduadas, ou seja, 
empresas incubadas que passaram em todas as fases da incubadora e que estão aptas para 
enfrentar o mercado com os próprios recursos (ANPROTEC, 2016), e daquelas que se 
desenvolvem de maneira independente, sem passar pelo processo de incubação. Esta também 
é uma das tarefas da Engenharia de Produção, tratada pela Engenharia Econômica. 
 
12 
 
3 OBJETIVOS 
 
O presente estudo apresenta os objetivos descritos abaixo, os quais estão divididos em 
objetivo geral e objetivos específicos. 
 
3.1 OBJETIVO GERAL 
 
O objetivo geral deste trabalho é analisar o financiamento de projetos de inovação 
tecnológica em ambiente incubado e não incubado. 
 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
Partindo do objetivo geral, tem-se por objetivos específicos: 
 
a) analisar o ambiente de inovação da incubadora TecVitória; 
b) analisar o financiamento de projetos de inovação tecnológica em uma empresa graduada; 
c) analisar o financiamento de projetos de inovação tecnológica em uma empresa que não 
passou pelo processo de incubação; 
d) comparar o financiamento de projetos de inovação tecnológica entre as duas empresas. 
 
13 
 
4 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
4.1 ASPECTOS GERAIS DA INOVAÇÃO 
 
Os aspectos gerais da inovação compreendem determinados conceitos fundamentais para este 
trabalho que estão diretamente relacionados. São eles: competitividade, inovação e fontes de 
recursos. A modernização da economia levou as organizações a adotarem novas formas de 
produção, capazes de atender às mudanças e exigências do mercado como uma forma de 
manter a competitividade. Para essas novas formas de produção, surge a inovação 
(DORNELAS, 2008). 
 
As atividades tradicionais de produção são descritas como um processo no qual a finalidade 
da produção é atender à satisfação de necessidades. Eventualmente podem surgir novas 
demandas dos clientes, entretanto a espontaneidade das necessidades é razoavelmente 
pequena. A inovação, embora tenha relação com a descoberta de novas necessidades, é 
marcada pelas iniciativas do produtor. Começa com uma mudança econômica capaz de 
influenciar os consumidores, que passam a ser ensinados a querer coisas novas e que, de 
alguma forma, se diferem das habitualmente usadas. Assim, este conceito pode ocorrer das 
seguintes formas: introdução de um novo produto; introdução de um novo método de 
produção; criação de novas formas de organização, abertura de novo mercado e obtenção de 
uma nova fonte de oferta de matérias-primas. Contudo, vale ressaltar que, se os projetos de 
invenção não forem levados à prática, tornam-se irrelevantes. Ou seja, para que haja inovação, 
é necessário haver a comercialização do produto ou serviço (SCHUMPETER, 1997). 
 
Druker (2008) define inovação como ”o instrumento específico dos empreendedores, o meio 
pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um 
serviço diferente”. Ou seja, em outras palavras, consiste em criar um novo produto ou um 
novo serviço através de oportunidades identificadas. 
 
No Manual de Oslo (OCDE, 2005) a inovação foi definida como a “[...] implementação de um 
produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um 
novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na 
organização do local de trabalho ou nas relações externas”. 
 
14 
 
Ainda de acordo com Oslo, a inovação pode ser classificada em quatro áreas. São elas: 
marketing, produto, processo e organização. A inovação tecnológica de processo ocorre com a 
adoção de novos métodos de produção ou métodos que sejam significativamente melhorados. 
Já a inovação de produto engloba a produção de um produto tecnologicamente novo ou 
melhorado (OCDE, 2004). A inovação de marketing se refere a uma mudança significativa 
realizada na embalagem, processo de concepção de produto, posicionamento de mercado ou 
até mesmo a fixação dos preços. A inovação organizacional está relacionada à implantação de 
técnicas avançadas de gerenciamento, estruturas organizacionais significativamente alteradas, 
entre outros (OCDE, 2005). 
 
Segundo Carrijo (2011), para se entender o atual funcionamento das economias capitalistas, 
tornou-se impossível deixar de considerar o progresso técnico. Desta forma, a presente fase 
ficou convencionada como economia baseada no conhecimento. Ou seja, o uso do 
conhecimento em atividades econômicas tornou-se crescente (FIALHO et al., 2006), ao ponto 
de transformar a sociedade industrial em sociedade do conhecimento (NONAKA e 
TAKEUCHI, 2008). Assim, a inovação tem sido apontada em diversas literaturas como peça-
chave para a criação de vantagens competitivas e desenvolvimento econômico de países, 
regiões e empresas. Além disso, trata-se de um elemento fundamental “[...] para a criação e 
sustentação de vantagens competitivas e do desenvolvimento econômico de empresas, regiões 
e países” (CARRIJO, 2011). Para Dornelas (2008), a inovação nasceu com ações voltadas 
para manter a competitividade. 
 
No que diz respeito ao financiamento das inovações, Luna, Moreira e Gonçalves (2008), 
descrevem que os recursos para inovação podem ser obtidos basicamente a partir das 
seguintes fontes: recursos próprios, endividamento ou aporte de capital. O assunto será 
abordado na seção 4.2. 
 
Por fim, após a apresentação dos conceitos, desenvolveu-se um modelo para ilustrar a 
importância e interligação dos elementos competitividade, inovação e fontes de recursos, 
conforme mostra a figura 01. 
 
 
 
 
15 
 
Figura 01 – Relação entre competitividade, inovação e fontes de recursos. 
 
Fonte: Elaboração própria (2016). 
 
4.2 FINANCIAMENTO À INOVAÇÃO 
 
Quanto ao financiamento em inovação, de acordo com Corder e Salles-Filho (2005), os 
recursos para financiar pesquisa, investimento,desenvolvimento e inovação podem vir de 
diversas fontes, como dos mercados de capitais, de fundos mútuos, fundos públicos, 
incentivos fiscais, entre outros. Porém, independente da origem dos recursos, o mecanismo de 
financiamento é diferente dos sistemas convencionais, em parte, devido ao tempo de retorno e 
riscos associados. 
 
O Estado pode atuar como agente financeiro das inovações, ofertando recursos que são 
liberados com o lançamento de editais. Desta forma, a participação do Estado torna-se 
fundamental para as micro e pequenas empresas de base tecnológica, já que estas possuem 
grande dificuldade de alavancar recursos próprios para seus processos de Pesquisa e 
Desenvolvimento (P&D) (CARRIJO, 2011). 
 
De acordo com a Pesquisa de Inovação denominada (PINTEC), existem determinados 
instrumentos de apoio governamental que oferecem a concessão de bolsas. Entre eles estão as 
Fundações de Amparo à Pesquisa - FAPES, o Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico - CNPq, o Programa Recursos Humanos para Áreas Estratégicas – 
16 
 
RHAE–Inovação. Também existem os instrumentos de aporte de capital de risco, como o 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES e da Financiadora de 
Estudos e Projetos - Finep. Ainda, existem as opções de incentivos fiscais concedidos pelos 
Estados especificamente para o desenvolvimento de P&D, compra governamental e outros 
(IBGE, 2011). 
 
Segundo Luna, Moreira e Gonçalves (2008), outra modalidade de aquisição de recursos é o 
endividamento, que pode ser obtido por meio de empréstimo no setor público e privado. Os 
empréstimos bancários realizados no setor privado são, em geral, realizados a curto prazo. 
Desta forma, acabam tornando-se inadequados para projetos incertos e com retorno de longo 
prazo. Já a obtenção de recursos públicos pode ocorrer de forma direta e indireta. Na forma 
direta, os recursos são obtidos por órgãos públicos e agentes designados. Na outra, são 
obtidos por meio de incentivos fiscais e subsídios. 
 
Um marco legal para o apoio ao financiamento à inovação no Brasil ocorreu com a 
implementação da política de fundos setoriais no final dos anos de 1990. Com o passar do 
tempo, alterações como a inclusão de legislações como a Lei de incentivos fiscais à inovação 
e à exportação (Lei nº 11.196/2005) e a “Lei da Inovação” (Lei nº 10.973/2004) tiveram o 
objetivo de favorecer o ambiente para a modernização tecnológica e promover maior 
cooperação entre setor público relacionado a ciência e tecnologia e o setor produtivo 
(MORAIS, 2008). Ainda de acordo com o mesmo autor, o primeiro fundo, denominado 
Fundo Setorial de Petróleo e Gás (CT - Petro), surgiu em 1999, seguido pela criação de outros 
fundos a partir do ano de 2000/2001. 
 
Os fundos setoriais de Ciência e Tecnologia são fontes que promovem o financiamento de 
projetos de pesquisa, inovação e desenvolvimento para o Brasil e visam “[...] garantir a 
estabilidade de recursos para a área e criar um novo modelo de gestão, com a participação de 
vários segmentos sociais, além de promover maior sinergia entre as universidades, centros de 
pesquisa e o setor produtivo”. Ou seja, pode-se dizer que os fundos setoriais são considerados 
fontes que complementam os recursos para financiamento e desenvolvimento de setores 
produtivos do País, segundo a Financiadora de Estudos e Projetos - Finep (FINEP, 2016). 
 
Ainda de acordo com a Finep (2016), empresa pública brasileira de fomento à Ciência, 
Tecnologia e Inovação, as receitas desses fundos são originadas a partir da arrecadação da 
17 
 
União, obtida com a exploração de recursos naturais, impostos cobrados sobre Produtos 
Industrializados de determinados setores e a CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio 
Econômico, para casos de transferência de tecnologia por uso ou aquisição no exterior. 
 
Segundo Luna, Moreira e Gonçalves (2008), a Finep financia os projetos de duas formas: 
reembolsável e não reembolsável. O financiamento reembolsável é destinado a instituições 
que tenham condições de arcar com o pagamento do empréstimo e que apresentem projetos de 
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). O financiamento não reembolsável é 
destinado principalmente a universidades e centros de pesquisa e tem como fonte de recurso 
para financiamento os fundos setoriais de Ciência e Tecnologia. Segundo Leal e Souza (2011) 
o aporte de recursos não reembolsáveis é obtido por meio da Subvenção Econômica, 
regulamentada no ano de 2005, pelo decreto 5.563/2005 que regulamenta a Lei de Inovação 
Brasileira. Esta Lei tem por objetivo buscar a inserção de pesquisadores no setor, transmitindo 
uma cultura voltada para conhecimento técnico e científico, capacitando recursos humanos 
para projetos de inovação (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, 
2012). 
 
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, por sua vez, atua 
fortemente com o financiamento reembolsável. Contudo, existe uma grande dificuldade de 
fazer empréstimos para empresas cujos modelos de negócios se classificam como startups 
(LUNA, MOREIRA e GONÇALVES, 2008). Segundo Gitahy (2011), “[..]uma startup é um 
grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em 
condições de extrema incerteza”. Ser repetível significa um modelo de negócio capaz de 
entregar o mesmo produto em grande escala, sem muitas adaptações, para os diferentes 
clientes. Ser escalável corresponde a crescer cada vez mais em termos de receita, aumentando 
a margem de lucros com custos em lento crescimento. Contudo, o cenário de incerteza em que 
se encontra o negócio não permite afirmar se realmente dará certo. 
 
Outra forma de realizar o financiamento de recursos vindo de terceiros é o aporte de capitais. 
Nesta modalidade, o investidor aporta recursos para o empreendedor e, em troca, tem o direito 
de participação no capital da empresa, compartilhando também os riscos. Este direito pode 
ocorrer por meio de aquisição de ações, títulos de crédito de longo prazo entre outras formas. 
Geralmente acontece quando a empresa apresenta alto poder de rentabilidade e retorno, a 
longo e médio prazo (LUNA, MOREIRA e GONÇALVES, 2008). 
18 
 
 
Além das formas tradicionais de financiamento, existem outras formas cada vez mais 
inovadoras de captação de recursos. De acordo como o Sebrae (2016a), as fontes de 
financiamento de recursos indicadas para as empresas start-ups são o crowdfunding, 
investimento-anjo e as aceleradoras. Para Monteiro (2014), o crowdfunding ocorre quando 
várias pessoas contribuem com um valor que pode viabilizar um negócio que não seria 
possível individualmente, ao invés de utilizar um grupo pequeno de investidores. O modelo 
mais utilizado no Brasil é o baseado em recompensas (reward based), onde as pessoas que 
precisam levantar recursos financeiros para realização de projetos apresentam suas ideias por 
meio de um site, normalmente as plataformas de crowdfunding, e oferecem recompensas para 
os interessados em contribuir financeiramente com o projeto. 
 
Outra forma possível é o Investimento-Anjo, um financiamento efetuado por pessoas físicas 
com capital próprio, geralmente empresários, executivos ou empreendedores que tiveram 
sucesso e acumularam capital, conhecimento e experiências para oferecer à empresa nascente. 
Normalmente o investidor-anjo não tem posição executiva na empresa, porém uma 
participação minoritária. (ANJOS DO BRASIL, acesso em 02. dez. 2016). 
 
As startups, por sua vez, necessitam de um ambiente propício para que se desenvolvam e 
alcancem o sucesso. Para isso, as aceleradoras são utilizadas para direcionar e alavancar o 
desenvolvimento desse modelo de negócio. Geralmente, capacidade de investimento 
financeiro é de origem privada (START-UP BRASIL, acesso em 03. dez. 2016). O Sebrae 
(2016a), informa que as aceleradoras fornecem benefícios como infraestrutura,capacitações, 
espaço físico e serviços contábeis e jurídicos. 
 
4.3 INDICADORES DE INOVAÇÃO 
 
Uma vez abordadas as modalidades de financiamento à inovação, observa-se a necessidade de 
proceder a uma avaliação dos impactos dos projetos financiados. Nesse sentido, o Manual de 
Frascati, publicado pela OCDE aproximadamente no ano de 1963, foi criado para propor 
indicadores e apresentar uma metodologia para acompanhar as atividades e práticas 
relacionadas a P&D (MANUAL, 2002). Contudo, diante das limitações apresentadas no 
Manual de Frascati, o Manual de Oslo, lançado no Brasil pela Finep, foi criado para fornecer 
19 
 
as diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação, sendo a atual referência para 
condução de pesquisas sobre inovação (OCDE, 2005). 
 
De acordo com Marins (2010), atualmente, o instrumento mais difundido para se avaliar a 
inovação são as pesquisas de inovação, por serem, em geral, voltadas para obtenção de dados 
em larga escala. Grande parte das questões que compõem a pesquisa de inovação, 
denominada Community Innovation Survey (CIS) envolvem atividades de P&D, gastos com 
P&D, patentes, número de novos produtos e novos processos. A CIS serviu de inspiração para 
diversos países, que adaptaram o modelo de acordo com as necessidades e interesses locais. 
 
Ainda de acordo com a autora, as pesquisas de inovação utilizadas são baseadas nas diretrizes 
do Manual de Oslo, que foi criado para unificar o entendimento sobre a inovação, permitindo 
comparações inclusive entre países diferentes. As vantagens destas pesquisas estão associadas 
aos dados obtidos, pois, além de permitir uma comparação com empresas internacionais, têm 
importância similar a dados econômicos sobre valor adicionado, emprego e produção. 
Contudo, a referida autora afirma que existem diversas controvérsias, pois os indicadores 
tradicionais de inovação estão voltados para a análise de entradas e saídas, sendo necessários 
indicadores que estejam voltados para medir as atividades de inovação no interior das firmas. 
 
O Manual de Oslo (OCDE, 2005) defende que, como a inovação é um processo contínuo, 
torna-se difícil mensurar um processo dinâmico em relação a uma atividade estática. Por isso, 
visando entender esse movimento, são dadas as diretrizes para a coleta de dados sobre o 
processo geral de inovação (despesas, interações, etc), fatores que influenciam as atividades 
de inovação e implementação de mudanças relevantes. Por isso, os elementos básicos para 
mensurar a inovação são: recursos voltados para a P&D e estatística de patentes. Ainda, 
existem os complementares que são as publicações científicas, publicações em jornais 
técnicos e de comércio. 
 
De acordo Becheikh, Landry e Amara (2006 apud Marins, 2010), os indicadores estabelecidos 
como padrão foram consolidados a partir do Manual de Frascati e atualmente são conhecidos 
como indicadores tradicionais de atividade inovadora. Os indicadores mais utilizados são 
apresentados no quadro 01. 
 
 
20 
 
Quadro 01 - Indicadores tradicionais de atividade inovadora. 
 
Principais indicadores tradicionais 
Despesas operacionais com P&D 
Investimento em P&D 
Gastos com treinamentos ligados as atividades de P&D 
Número de funcionários alocados em atividades com P&D 
Grau de qualificação dos funcionários em P&D 
Número de doutores 
Gastos com aquisição de tecnologia 
Gastos com aprimoramento de tecnologia já existente 
Faturamento gerado por novos produtos 
Faturamento gerado por novos processos 
Número de patentes depositadas 
Número de patentes registradas 
Produções bibliométricas 
 
Fonte: Marins (2010). 
 
A Pesquisa de Inovação (PINTEC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE, 2011), juntamente com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos 
(FINEP) e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI) tem 
objetivos levar à construção de indicadores, cujo foco está voltado para fatores como esforços 
empreendidos, obstáculos, resultados da inovação, estratégias adotadas e comportamento 
inovador (IBGE, acesso em 02 dez. 2016). 
 
21 
 
Por fim, cabe ressaltar os estudos realizados por Figueiredo, Andrade e Brito (2009) 
destacando a importância da capacidade tecnológica inovadora, que permite modificar, 
aperfeiçoar ou criar produtos e processos. Ou seja, “[...] as capacidades inovadoras 
representam a incorporação de recursos adicionais e distintos que permitem a geração e o 
gerenciamento das mudanças tecnológicas de maneira autônoma”. Desta forma, a acumulação 
destas capacidades tecnológicas torna-se fundamental para que as empresas alcancem a 
maturidade industrial, possibilitando assim escalarem níveis mais elevados de 
competitividade e inovação. 
 
Considerando a importância da contribuição da afirmativa desses autores e dos indicadores de 
inovação, procedeu-se com um estudo sobre o ambiente de inovação. 
 
5. AMBIENTES DE INOVAÇÃO 
 
De acordo com Sant Ana et al. (2015), “a articulação entre o governo, as universidades e setor 
produtivo é fundamental para o desenvolvimento de um sistema nacional de inovação”. 
Etzkowitz (2008) afirma que em uma economia baseada no conhecimento, a chave para 
inovação e crescimento está fundamentada na relação entre universidade, governo e empresa. 
Chais et al. (2013) afirma que a universidade possui a sua base voltada para o conhecimento, 
o governo atua como regulamentador, visando garantir estabilidade das interações dos 
elementos e a empresa tem suas atividades produtivas na economia. 
 
De acordo com Fernandes et al. (2016), em um estudo realizado por Sábato e Botano (1968) 
foi desenvolvido um modelo que mostra as relações entre as universidades, o governo e o 
setor produtivo na promoção da ciência, tecnologia e inovação, denominado Triângulo de 
Sábato. Fernandes et al (2015) descrevem que “este modelo mostra a relação entre o governo 
(vértice) do triângulo e as universidades e o setor produtivo (bases do triângulo) para a 
promoção da ciência e tecnologia”. 
 
Ainda segundo os mesmo autores, no final do século XX estudos foram realizados por 
Leydesdorff e Etzkowitz demonstrando a importância dessas interações. No modelo da 
chamada Tríplice Hélice, desenvolvida por estes, cada esfera institucional compõe uma hélice 
de forma independente, porém, trabalhando com interdependência e cooperação com as 
demais, conforme ilustra a figura 02. Além das ligações existentes entre as esferas 
22 
 
institucionais, cada vez mais uma tem sido capaz de substituir o papel da outra. Ou seja, as 
universidades assumem um papel empreendedor e as empresas desenvolvem tarefas 
acadêmicas, treinando os funcionários e compartilhando o conhecimento. 
 
Figura 02 – Modelo da Tríplice Hélice. 
 
 
Fonte: Adaptado de Leydesdorff e Etzkowitz (1998). 
 
As universidades, que fornecem conhecimento científico e mão de obra qualificada, são 
requisitadas a contribuir com o conhecimento para o desenvolvimento industrial. Assim, 
passam a desenvolver atividades que auxiliam as empresas com o desenvolvimento de 
pesquisas, que muitas vezes podem se tornar inviáveis para as firmas, pois envolvem tempo e 
altos custos. Desta forma surgem as universidades empreendedoras, nos moldes da tríplice 
hélice, que têm por objetivo de contribuir com o desenvolvimento econômico regional ou 
nacional e proporcionar ganhos financeiros para os membros (FERNANDES et al. ,2016). 
 
5.1 EMPRESAS INCUBADAS E EMPRESAS GRADUADAS 
 
Entende-se por incubadora de empresas o local preparado para abrigar as empresas, 
oferecendo suporte técnico e gerencial para a empresa desenvolva o próprio projeto. As 
empresas que residem em incubadoras são denominadas empresas incubadas. Após terem 
passado em todas as fases da incubadora, as empresas incubadas consideradas aptas para 
23 
 
enfrentar o mercado com os próprios recursos tornam-seempresas graduadas (ANPROTEC, 
2016). 
 
No Brasil, as incubadoras apresentam um histórico recente, criadas em meados da década de 
1980, por meio de uma iniciativa do CNPq, ao implantar o primeiro programa de parques 
tecnológicos no país (ANPROTEC & MCTI, 2012). Entende-se por parques tecnológicos os 
mecanismos usados por iniciativas públicas e privadas para promover a inovação, o 
desenvolvimento e transferência de tecnologia, tendo como objetivo principal, além de 
benefícios econômicos, a criação de empresas e parcerias com centros de pesquisas e 
universidades (GUADIX et al., 2016). 
 
De maneira geral, o processo de incubação pode ser dividido em algumas fases, como pré-
incubação, incubação e graduação. Na pré-incubação, a viabilidade técnica e financeira é 
analisada, antes do início do negócio. Depois de verificada a viabilidade, a incubação é 
realizada à distância ou de modo residente. Por fim, a graduação ocorre quando a empresa 
está habilitada e muda-se para uma sede, deixando a incubadora (MENDES, 2011). O 
processo de graduação, segundo Baêta (1999 apud MENDES, 2011) ocorre quando a empresa 
tem mercado e possui condições de se adaptar às mudanças tecnológicas do setor em que atua. 
No princípio, as incubadoras de empresas estavam voltadas para setores científico-
tecnológicos, visando levar ao mercado novas tendências tecnológicas e novas ideias. 
Entretanto, o objetivo atual também passou a ser o de contribuir com o desenvolvimento 
setorial e local (ANPROTEC & MCTI, 2012). De acordo com Cota Jr, Silva e Cheng (2008), 
existem diversos tipos distintos de incubadoras que variam de acordo com os objetivos das 
empresas, porém, estão classificadas em três categorias: (1) incubadoras de regiões com 
elevados índices de desemprego e baixa mão de obra qualificada; (2) aquelas criadas para o 
suporte de desenvolvimento tecnológico e; (3) empresas de serviços, produção leve/ pesada, 
entre outros. 
 
Um estudo realizado Grimaldi e Grandi (2005) mostrou que as incubadoras italianas podem 
variar entre públicas, contendo os Centros de Inovação em Negócios (BIC – Business 
Innovation Centres) e as Incubadoras de Empresas de Universidades (UBI – University 
Business Incubators), e privadas, classificadas em empresas corporativas (CPI – Corporate 
Private Incubators) e incubadoras de empresas independentes (IPI – Independent Private 
Incubators). 
24 
 
 
Segundo Tumba (2014), a Anprotec classifica incubadoras em quatro tipos principais. A 
incubadora tradicional é aquela que fornece apoio a empresas que pretendem atuar no setor 
tradicional, como indústrias de plásticos, confecções e embalagens. Incubadora de base 
tecnológica fornece suporte a empresas que usam a tecnologia como insumo principal e 
produzem produtos de alto valor agregado. Incubadora mista é aquela que apoia tanto 
empresas do setor tradicional quanto as EBTs (Empresas de Bases Tecnológicas). Incubadora 
social tem por objetivo apoiar associações populares e cooperativas. Com o passar do tempo, 
outros tipos foram surgindo, como a agroindustrial, de serviços, cultural, entre outras. 
 
De acordo com o relatório publicado pela Anprotec & MCTI (2012), que classificou as 
incubadoras por quantidades de acordo com as áreas de atuação em 2011, constatou-se que 
40% das incubadoras são atuantes no setor tecnológico, conforme mostra o gráfico 01. 
 
Gráfico 01 – Setores de atuação das incubadoras brasileiras 
 
Fonte: Adaptado de Anprotec (2012). 
 
Em relação às características e benefícios oferecidos pelas incubadoras, Bezerra e Quandt 
(2015) afirmam que as incubadoras foram criadas para fornecer suporte às iniciativas 
inovadoras das empresas, concedendo elementos fundamentais como estrutura física, serviços 
de assessoria e comunicação, inclusive o compartilhamento de informações. Disponibilizando 
um ambiente empresarial favorável, as incubadoras compensam os déficits de recursos de 
empresas inovadoras ainda jovens e também recém-fundadas, de forma a assegurar a 
Tecnologia 
40% 
Tradicional 
18% 
Mista 
18% 
Cultural 
2% 
Social 
7% 
Agroindustrial 
7% 
Serviços 
8% 
Setores de atuação das incubadoras 
brasileiras 
25 
 
estabilidade empresarial, o crescimento econômico, além da sobrevivência do negócio a longo 
prazo (SCHWARTZ e HORNYCH, 2008). Para Bulsara, Gandhi e Porey (2013) as 
incubadoras podem, na região em que estão inseridas, aumentar as oportunidades de emprego, 
diversificar a base econômica e melhorar a imagem local, tornando-se assim um centro para a 
atividade empresarial. Compartilhado do mesmo pensamento, Mas-Verdú, Ribeiro-Soriano e 
Roig-Tierno (2015) descrevem que, além de estimularem a inovação e o desenvolvimento 
regional, as incubadoras atuam como agentes catalisadores para o empreendedorismo, pois 
dão assistência aos futuros empresários quando iniciam suas atividades empresariais. 
Entretanto, segundo os mesmos autores, para a sobrevivência da empresa, faz-se necessário 
uma combinação entre incubadoras e outros fatores. Grimaldi e Grandi (2005) afirmam que o 
processo de incubação de empresas busca conectar tecnologia, capital e know-how, a fim de 
aproveitar o talento empresarial, acelerar o desenvolvimento de novas empresas e, 
consequentemente, a exploração da tecnologia. De acordo com o Portal Brasil (2012), a taxa 
de mortalidade das empresas brasileira que passam pelo processo de incubação é de 20%, 
enquanto que para as empresas normais 70%. 
 
Um estudo publicado pela Anprotec (2016) acerca do impacto econômico das incubadoras de 
empresas no Brasil revelou a opinião dos gestores de incubadoras sobre os principais fatores 
que levam ao sucesso ou fracasso dos empreendimentos incubados. Cerca de 70% destes 
entrevistados consideraram os próprios empreendedores responsáveis pelo sucesso ou 
fracasso do negócio. Entre os elementos que podem determinar esses acontecimentos estão a 
maturidade individual, capacidade de trabalho em equipe, conhecimento técnico e habilidades 
gerenciais. Contudo, reconhecem que não há um único responsável pelos resultados 
alcançados. Ainda, um estudo citado na pesquisa sobre o sucesso das incubadoras 
(“Incubating Success: Incubation Best Practices That Lead to Successful New Ventures”, 
2011), informou que as chances de sucesso dos empreendimentos incubados estão 
relacionadas à “[...] qualidade do programa de incubação e na sua capacidade de formar 
empreendimentos e empreendedores maduros, detentores de sólidos conhecimentos para atuar 
no mercado”. 
 
O estudo supracitado ressalta a importância de boas práticas de gestão alinhadas à atuação das 
incubadoras. Assim, destaca-se a importância da adaptação das incubadoras ao conceito de 
“Incubadoras de Terceira Geração”, que está relacionada à evolução das fases, como pode ser 
visto na figura 03. 
26 
 
 
Figura 03 – Evolução das incubadoras no cenário internacional. 
 
 
 
Fonte: Anprotec (2015 apud Anprotec, 2016). 
 
A primeira geração é marcada pelo fornecimento de espaço físico de baixo custo e qualidade, 
além de recursos como auditórios, laboratórios, salas de reuniões, entre outros. A segunda 
geração está focada em serviços de apoio ao desenvolvimento dos empreendimentos, além da 
oferta dos elementos da primeira geração. Por último, a terceira geração, além da preocupação 
em fornecer os serviços das outras duas gerações, está focada em oferecer ações voltadas para 
estabelecimento de redes de contatos para troca de informações e serviços (ANPROTEC, 
2016). 
 
Para auxiliar as incubadoras a alcançarem o terceiro nível, a Anprotec (2016) desenvolveu um 
modelo que está em fase de implementação em 108 incubadoras, chamado modelo de Cerne. 
O modelo segue apresentado na figura 04 com a descrição dos principais objetivos de cada 
camada. 
 
 
27 
 
Figura 04 – Modelo de Cerne 
 
 
Fonte: Anprotec (2015 apud Anprotec, 2016). 
 
Para comprovar essasinformações, além de ressaltar a importância e maturidade das 
incubadoras no Brasil, o estudo emitido pela Anprotec (2016) revelou que foram identificadas 
369 incubadoras de empresas em operação no Brasil, com 2.310 empresas incubadas e 2.815 
empresas graduadas. Os resultados alcançados por meio destes processos foram o faturamento 
de aproximadamente R$ 1.460.276.160,86 pelas empresas incubadas e R$ 13.798.796.987,00 
derivados de empresas graduadas, totalizando R$ 15.259.073.147,86. Além disso, 53.280 
novos postos de trabalho foram gerados, conforme mostra a tabela 01. 
 
Tabela 01 – Impactos das empresas incubadas e graduadas. 
 
Tipo 
Empresas 
Incubadas 
Empresas 
Graduadas 
Total 
Total de empresas 2.310 2.815 5125 
Faturamento R$ 1.460.276.160,86 R$ 13.798.796.987,00 R$ 15.259.073.147,86 
Empregos diretos 15.477 37.803 53.280 
 
Fonte: Elaboração própria (2016). 
 
Por fim, o estudo da Anprotec (2016) apresentou algumas conclusões importantes acerca das 
incubadoras de empresas. Destacam-se: (1) o compartilhamento de práticas de gestão eficazes 
(plano de obtenção de recursos, missão estabelecida, entre outros) faz parte dos programas de 
incubação que apresentaram os melhores resultados; (2) ter no conselho diretivo a 
participação de profissionais diversos (empresários de empresas graduadas que tiveram 
28 
 
sucesso, representantes do governo, entre outros) é importante; (3) a coleta de dados das 
empresas incubadas e graduadas mais vezes e por longos períodos é uma prática dos melhores 
programas de incubação; e (4) a localização física da incubadora é menos importante que a 
estruturação e gestão de um bom programa de incubação. 
 
29 
 
6 METODOLOGIA 
 
De acordo com Gil (2010), a pesquisa em questão é classificada como pesquisa aplicada, pois 
pode favorecer para a aquisição e ampliação do conhecimento, além de sugerir novos estudos 
com outras questões a serem pesquisadas. Ainda de acordo com o mesmo autor, pode ser 
classificada como uma pesquisa exploratória, segundo seus objetivos, pois visa contribuir 
para maior familiaridade com o tema estudado, buscando torná-lo mais explícito ou ajudar na 
construção de hipóteses. Quanto aos métodos empregados, é definida como pesquisa 
bibliográfica, documental e estudo de casos múltiplos. 
 
De acordo com Yin (2010), “o mesmo estudo pode conter mais do que um único caso. 
Quando isso ocorrer, o estudo usou um projeto de casos múltiplos”. Estes estudos devem ser 
selecionados para que possam ter resultados similares, ou seja, havendo uma replicação 
literal, ou, possam produzir resultados diferentes, para razões previsíveis. Embora existam 
áreas que considerem os estudos de casos múltiplos uma metodologia diferenciada dos 
estudos de caso único, Yin (2010) adota a mesma estrutura metodológica para ambos os 
casos, pois não existem amplas distinções entre eles. Miguel (2012) também utiliza a mesma 
estrutura metodológica para estudos de casos múltiplos e caso único. Desta forma, adotou-se a 
estrutura de estudo de caso (s) proposta por este e adaptada ao modelo proposto por Miguel 
(2012). Então, a sequência utilizada para o estudo será conforme pode ser vista na figura 05. 
 
Figura 05 – Sequência para estudo de caso 
 
Fonte: Adaptado de Miguel (2012). 
30 
 
Tomando por base a sequência estabelecida na figura 05, inicialmente, foi realizado um 
levantamento bibliográfico das teorias que definem os aspectos gerais da inovação, 
destacando as fontes de financiamento e os indicadores de inovação. Em seguida, procedeu-se 
com um estudo sobre os ambientes de inovação, destacando as relações universidade-
empresa, e também as definições de empresas incubadas e empresas graduadas, considerando 
a importância do processo de incubação para alavancagem e auxílio às MPEs. 
 
Cabe ressaltar que inicialmente havia a perspectiva de avaliar os impactos de financiamento 
de projetos de inovação para todas as empresas graduadas, conforme mencionado no 
CAPÍTULO 1. Sendo assim, a etapa seguinte consistiu da consulta à base de dados da Receita 
Federal para identificação das empresas graduadas que se encontravam ativas em 10 de 
outubro de 2016. A expectativa era de aplicar um conjunto de indicadores de capacidade 
tecnológica adaptado por Kappel (2016) para avaliar todas as empresas que tiveram 
financiamento público para inovação. 
 
Diante da impossibilidade de contato com a maioria das empresas graduadas e baixa 
disponibilidade de informações por parte da TecVitória, a etapa seguinte consistiu em 
selecionar: (1) "Empresa B", uma empresa de soluções customizadas de projetos eletrônicos, 
graduada pela TecVitória e; (2) "Empresa P", empresa de integração ciclologística que não 
passou pelo processo de incubação. Ambas as empresas estão relacionadas ao uso de 
tecnologias e criação de processos / serviços inovativos. 
 
Posteriormente foi conduzido um teste piloto. Na ocasião, foi apresentado ao superintendente 
da TecVitória no dia 10/10/2016 um questionário para indicadores de acumulação de 
capacidade tecnológica, adaptado por Kappel (2016), que pode ser verificado no APÊNDICE 
B, para avaliar as empresas. Em sua pesquisa, o autor considerou este método mais adequado 
e mais eficaz que os indicadores tradicionais de inovação. Contudo, durante a entrevista, 
verificou-se a inviabilidade de aplicação do questionário, devido à grande complexidade e 
elevado número de itens (100 itens) dos componentes críticos da capacidade tecnológica a 
serem levantados. Então, questionado sobre os indicadores mais apropriados para avaliar 
impactos da inovação nas empresas selecionadas, o entrevistado sugeriu indicadores que, em 
sua opinião, são relevantes. Desta forma, observou-se que os indicadores sugeridos 
coincidiram com os indicadores tradicionais de inovação. Sendo assim, a decisão foi utilizá-
los para analisar as empresas, e não o conjunto de indicadores inicial adaptado por Kappel 
31 
 
(2016). Então, estabeleceu-se o conjunto de indicadores a ser utilizado, de acordo com o 
quadro 02. 
 
Quadro 02 – Indicadores de inovação 
Principais indicadores tradicionais adaptados às empresas 
 Percentual anual do faturamento investido em inovação 
Número de funcionários alocados em atividades com P&D 
Número de clientes 
Número de produtos ou serviços ofertados 
Número de patentes depositadas*

 
Gastos com treinamentos ligados as atividades de P&D 
Fonte: Adaptado de Marins (2010). 
 
Os instrumentos para coleta de dados definidos foram entrevistas estruturadas, não 
estruturadas e análise documental. Além disso, foram feitas gravações das entrevistas, registro 
fotográfico e anotações de campo. O protocolo da coleta de dados se deu conforme indicado 
no quadro 03. 
 
Quadro 03 – Estratégia de coleta de dados 
Empresa Cargo Data da 
entrevista 
Duração da 
entrevista 
Meio 
TecVitória Superintendente e 
Coordenadora de 
Operações 
10/10/2016 
e 
18/11/2016 
1 hora e 
45 minutos 
Presencial e 
telefone 
"Empresa B" Sócio 24/11/2016 1 hora Presencial 
"Empresa P" Diretor 
(Sócio Fundador) 
17/11/2016 1h e 
45 minutos 
Visita 
Técnica 
"Empresa P" Sócia e 
funcionários 
24/11/2016 1 hora Presencial 
Fonte: Elaboração própria (2016). 
 
 O indicador clássico de avaliação de impactos das atividades inovadores presente na literatura é número de 
patentes registradas, em função da morosidade no registro de patentes e a jovialidade das empresas 
entrevistadas, considerou-se nesse trabalho, o indicador número de patentes depositadas. 
 
32 
 
A análise dos dados ocorreu com a transcrição da gravação da entrevista, a análise 
documental, anotações feitas em campo e respostas aos questionários estruturados levados 
para a entrevista. Os APÊNDICES A e C contêm os instrumentos de coleta de dados. Os 
estudos de casos foram conduzidos, organizados eanalisados separadamente. Em seguida, os 
casos foram comparados para obtenção de conclusões sobre os resultados obtidos. Por fim, 
foram realizadas considerações sobre todos os resultados obtidos com este trabalho. À seguir 
serão apresentados os estudos realizados, os dados e principais resultados obtidos com a 
pesquisa. 
 
33 
 
7 ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS 
 
7.1 A TECVITÓRIA 
 
Visando o fortalecimento no mercado e a busca por propiciar um cenário favorável ao 
desenvolvimento tecnológico e científico, além de estimular a inovação, o governo brasileiro 
criou leis e programas de incentivo ao desenvolvimento econômico. Dentre eles, destacam-se 
a “Lei da Inovação, em 2004, e a “Lei do Bem” em 2005. Esta última oferece incentivos 
fiscais para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, 
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, 2016). 
 
De acordo com o M,C,T&I (2016), as leis e programas de incentivo à inovação têm 
despertado interesse das MPEs, que buscam agências de fomento para financiar seus projetos. 
Entretanto, há uma grande dificuldade de conseguir o financiamento por estes órgãos, visto 
que existem análises e procedimentos rigorosos. Com isso, muitas MPEs acabam desistindo, 
pois ainda não estão preparadas o suficiente para submeterem seus projetos. Desta forma, 
destaca-se a importância da Entidade Gestora TecVitória, que fornece apoio para que as 
MPEs capixabas ligadas ao setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) 
consigam o financiamento de seus projetos. 
 
A TecVitória iniciou seus trabalhos no ano de 1995, tratando-se de uma incubadora de 
Empresas de Base Tecnológica (EBTs) com característica multissetorial sem fins lucrativos, 
fundada por uma parceria firmada entre UFES, FINDES, BANDES, Governo do ES, Serviço 
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-ES), Prefeitura Municipal de 
Vitória, Grupo Executivo para Recuperação Econômica do Estado do Espírito Santo 
(GERES), Empresa Parque Tecnológico (EPT) e o IEL/ES. Contudo, os resultados ficaram 
abaixo do esperado (TECVITÓRIA, 2016a). Ainda de acordo com a incubadora, em 2000, já 
contando com a parceria de outras grandes empresas como a ArcelorMittal, Vale, Fibria e 
EDP, decidiu focar apenas no setor de TIC, onde passou a obter melhores resultados e 
graduou a primeira empresa em 2001. Após obter bons resultados e firmar novas parcerias, a 
administração da TecVitória optou por retornar ao foco multisetorial em base tecnológica. 
 
 
34 
 
Considerando os aspectos conceituais das relações existentes no modelo da Tríplice Hélice, 
que podem ser verificadas no CAPÍTULO 05 (AMBIENTES DE INOVAÇÃO), observou-se 
que no caso da TecVitória existe uma evidência do modelo desenvolvido por Leydesdorff e 
Etzkowitz, conforme mostra a figura 06, onde os órgãos governamentais representam o 
vértice do triângulo, as universidades (UFES e IFES) e o setor produtivo são a base da 
promoção da ciência e tecnologia. 
 
Figura 06 – Evidências da Tríplice Hélice na TecVitória 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Leydesdorff e Etzkowitz (1998). 
 
As esferas institucionais da TecVitória são compostas pelas seguintes parcerias: 
 
Empresas: Engenharia e Pesquisas Tecnológicas (EPT), Vale, Petrobras, Associações das 
Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (ASSESPRO), ArcelorMittal e empresa 
incubada. 
Institutos de pesquisa: Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) e Universidade Federal do 
Espírito Santo (UFES). 
35 
 
Governo: Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES), Prefeitura de Vitória, 
BANDES, Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (SECTI), 
Governo do Espírito Santo, Instituto Euvaldo Lodi (IEL/ES) e Associação para Promoção da 
Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX). 
 
Nas esferas das instituições de ensino, cabe destacar que o IFES e a UFES têm por 
participação o fornecimento da demanda de alunos e ex-alunos na criação e incubação de 
empresas inovadoras, os insumos para incubação como, por exemplo, o espaço físico, além de 
auxílio na solução de problemas tecnológicos enfrentados pelas incubadas. O governo, por 
sua vez, auxilia provendo o ambiente e fornecendo recursos financeiros. Por fim, as empresas 
(incubadas), são o lócus privilegiado das inovações, que inventam, criam e comercializam os 
produtos / serviços das invenções. 
 
Atualmente a TecVitória está localizada no município de Vitória/ES, numa região próxima a 
instituições como a UFES, FINDES, edifício sede da Petrobrás no Espírito Santo entre outros, 
contando com uma estrutura física de 1.100 m
2
 de área. No local são abrigadas a própria 
incubadora de empresas, o Centro de Excelência em Tecnologia 3D, o CDI - Comitê para 
Democratização da Informática do Espírito Santo, o Centro de Tecnologia de Computação 
Gráfica – CTGraphics, o Agente Softex Vitória que engloba a coordenação administrativa dos 
centros GeneVIX, a Rede Capixaba de Incubadoras (RECIN), o Centro de Educação 
Continuada,o Centro de Excelência em Projetos 3D, entre outros. 
 
Financeiramente, os projetos da TecVitória são apoiados pela Fundação de Amparo à 
Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES), Sebrae, Finep, CNPq, Companhia de 
Desenvolvimento de Vitória (CDV), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a 
Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX) (TECVITÓRIA, 
2016b). As empresas associadas à TecVitória somam um total de 55, entre elas estão a 
Instituição de Ensino Superior FAESA, a fabricante de chocolates Garoto, Polaris 
Informática, Qualidata, entre outros (TECVITÓRIA, 2016c). 
 
De acordo com o estatuto social, a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica TecVitória 
tem diversos objetivos, entre os quais podem ser destacados: (1) incentivar o desenvolvimento 
tecnológico, científico e institucional buscando fortalecer a economia regional; (2) possibilitar 
o desenvolvimento de empresas do setor de TIC, bem como setores de tecnologia do Espírito 
http://fapes.es.gov.br/
http://fapes.es.gov.br/
http://fapes.es.gov.br/
36 
 
Santo; (3) a busca de soluções tecnológicas que mais se adéquam às necessidades de inovação 
e melhorias dos setores produtivos com a modernização; e (4) oferecer incentivo e estímulo à 
interação entre universidades, centros de pesquisa, órgãos de fomento de financiamento, 
escolas técnicas, além de empresas e entidades ligadas à produção de software, hardware e 
demais serviços ligados à TIC; entre outros (TECVITÓRIA, 2016d). 
 
Ainda conforme o estatuto, a TecVitória deverá realizar ações para que os objetivos sejam 
alcançados, como selecionar os empreendimentos com alta probabilidade de sucesso técnico-
comercial, realizar eventos que promovam o fortalecimento da cultura tecnológica local, 
identificar e atrair as possíveis fontes de financiamento, fornecer consultoria às empresas 
capixabas, entre outros. 
 
Buscando identificar a atuação da TecVitória, a seguir serão apresentados os resultados de 
incubação e graduação ao longo da criação da empresa. 
 
7.1.1 Caracterização das empresas graduadas 
 
Desde a sua criação, até julho de 2016, um total de 22 empresas foram graduadas pela 
TecVitória e, atualmente existem 10 que se encontram em fase de incubação. O quadro 04, 
obtido com informações disponíveis no site da incubadora, mostra a área de atuação das 
empresas graduadas e as principais atividades exercidas por elas. A situação cadastral foi 
obtida após a consulta do CNPJ das empresas no site na Secretaria da Receita Federal do 
Brasil, no dia 10 de outubro de 2016. 
 
Quadro 04 – Caracterização das empresas 
Identificação 
da empresa 
Área de atuação Atividades que executa 
Situação 
cadastral 
 
X 01 
 
Prestação de 
serviços de 
comércio 
eletrônico e 
pagamento digital 
 
Desenvolvedora de um sistema de compras e 
pagamentos voltados a smartphones 
(plataformas iOS e Android), que possibilitao pagamento de uma conta utilizando a 
câmera do celular (ou tablet) e um QR Code 
que pode estar impresso ou projetado em 
qualquer local. 
 
Ativa 
X 02 Tecnologia da Produtos de Informática com foco em Ativa 
37 
 
Identificação 
da empresa 
Área de atuação Atividades que executa 
Situação 
cadastral 
Informação Telemetria Veicular em tempo real e com 
elevada precisão, incluindo posicionamento 
e trajeto mesmo em áreas de sombra de 
GPS. Serviços de consultoria, 
desenvolvimento, e manutenção a sistemas 
de informática. 
 
X 03 Gestão de 
Plataformas de e-
Commerce e de 
Marketing 
Prestação de serviços de desenvolvimento 
web, intermediação de negócios 
internacionais, implantação de lojas virtuais, 
criação de estrutura de atendimento a 
clientes, gerenciamento das operações de 
marketing, e gestão de pagamentos. 
 
Ativa 
X 04 P&D em 
engenharia com 
uso de 
Tecnologias 3D. 
Através do uso intensivo de softwares de 
modelagem em CAD 3D, elementos finitos 
e volumes finitos multifísico, a empresa 
realiza simulações numéricas visando a 
criação e o desenvolvimento de 
equipamentos e componentes com alto valor 
tecnológico agregado. 
 
Ativa 
X 05 Engenharia de 
Equipamentos 
com uso de 
Tecnologias 3D. 
Produzem 
Máquinas de 
corte a fio, 
Monofio, 
Perfuratriz, 
Gerador, Macaco 
Hidráulico, 
Vira-blocos, 
Branqueadora. 
 
Desenvolvimento de máquinas, 
equipamentos, peças e acessórios para 
transporte, manuseio e elevação de cargas, 
com foco nos setores de Rochas 
Ornamentais, e de Petróleo e Gás. 
Ativa 
X 06 Tecnologia da 
Informação. 
Atuação no segmento de OffShore 
Outsourcing, oferecendo serviços nas áreas 
de desenvolvimento, manutenção corretiva e 
evolutiva, e integração de sistemas, em 
plataformas diversas, para os mercados da 
Baixada 
38 
 
Identificação 
da empresa 
Área de atuação Atividades que executa 
Situação 
cadastral 
Europa e Estados Unidos. 
 
X 07 Desenvolvimento 
de jogos 
eletrônicos 
Criação e produção de jogos, aplicativos, 
soluções interativas, advergames (jogos 
publicitários com foco na marca) e softwares 
educativos. Desenvolvimento em especial 
do produto PhysioJoy, um game que captura 
os movimentos do corpo usando o Kinect, 
projetado para avaliação e reabilitação de 
déficit motor e neurológico em pacientes de 
fisioterapia. 
 
Ativa 
X 08 Desenvolvimento 
de Sistemas 
Industriais de 
Visão 
 
Análise e desenvolvimento de processos 
automatizados de medição e inspeção. 
Ativa 
X 09 Tecnologia da 
Informação 
Desenvolvimento de Sistemas para o 
Segmento de Ensino. Empresa absorvida 
pelo processo de spin-off. 
 
Ativa 
X 10 Desenvolvimento 
de Soluções para 
Internet 
Desenvolvimento de sites WEB com foco 
em encontrabilidade. Manutenção de sites 
WEB, microcomputadores, impressoras e 
equipamentos de informática em geral. 
 
Ativa 
X 11 Desenvolvimento 
de Soluções em 
Computação 
Gráfica. 
É um hub de soluções 3D. 
 
Ativa 
X 12 Tecnologia da 
Informação. 
Desenvolvimento de web e softwares 
customizados, além de oferecer consultoria e 
treinamentos em software. 
Ativa 
X 13 Tecnologia da 
Informação. 
Implementação de soluções Linux e Open 
Source. Implementação de ambientes Linux 
seguros, de alta performance e com políticas 
modernas de segurança, monitoramento e 
disponibilidade. Implementação de Cloud 
computing em tecnologias de alto 
desempenho como XEN, Vmware, LXC, 
OpenVz, KVM. Implementação de 
infraestrutura lógica de provedores. 
 
Ativa 
X 14 Empresa 
absorvida 
- Ativa 
 
39 
 
Identificação 
da empresa 
Área de atuação Atividades que executa 
Situação 
cadastral 
 
X 15 Empresa 
absorvida 
 
- Ativa 
X 16 Empresa 
absorvida 
 
- Baixada 
X 17 Tecnologia da 
Informação com 
foco em 
Mobilidade 
Fornece soluções em TI no modelo de 
Fábrica de Software, desenvolvendo 
sistemas sob medida, com foco na 
integração e metodologia inovadora 
fundamentada por normas e padrões 
internacionais de qualificação como o 
CMMI e MPS Br. Desenvolve e fornece 
tecnologias para a Gestão Integrada de 
Riscos e Auditoria, como o software 
TeamAudit Risk & Compliance, e distribui 
exclusivamente no país o software 
CaseWare Monitor, ferramenta para 
monitoração contínua dos controles internos, 
garantindo responsabilidade corporativa 
com maior transparência e consistência para 
as organizações atuarem dentro de padrões 
éticos e regulatórios. 
 
Ativa 
X 18 Tecnologia da 
Informação 
Desenvolvimento de sistemas web e Linux. 
 
Ativa 
X 19 Tecnologia da 
Informação 
 
Desenvolvimento de sistemas para 
reconhecimento e tratamento de voz. 
Extinta 
X 20 Inteligência e 
Visão Artificial 
Fábrica de 
Software 
Software 
Embarcado 
Prototipação. 
 
Sistemas de Transporte Inteligentes, 
sistemas avançados de direção assistida; 
desenvolvimento de aplicações web, 
aplicações para Android,e software 
embarcado. 
Ativa 
X 21 Projetos 
eletrônicos, 
sistemas 
embarcados, 
telemetria, 
engenharia de 
hardware e 
automação. 
Especializada em engenharia de sistemas 
embarcados, com foco no desenvolvimento 
eletrônico microcontrolado; 
Know-how para oferecer soluções únicas e 
específicas no desenvolvimento de projetos 
eletrônicos. 
Ativa 
40 
 
Identificação 
da empresa 
Área de atuação Atividades que executa 
Situação 
cadastral 
 
X 22 Pesquisa, 
desenvolvimento 
e inovação de 
produtos. 
Desenvolvimento de soluções para 
construção de poços e métodos terciários de 
prospecção de petróleo. 
Ativa 
 
 
Fonte: Elaboração própria (2016). 
 
Observou-se que, do total de 22 empresas graduadas, existem 02 que foram baixadas e 01 
extinta. Verificou-se também que outras duas foram absorvidas por outras empresas. 
 
Em busca de maiores informações e coleta de dados sobre o financiamento de projetos de 
inovação, foi realizada uma pesquisa de campo, levando-se em conta as seguintes perguntas: 
quais as principais agências financiadoras, qual o volume de recursos captados pela 
TecVitória e quais os principais resultados e obstáculos para execução de projetos de 
inovação da TecVitória? 
 
A realização da pesquisa de campo à TecVitória permitiu que fossem obtidos os seguintes 
dados: (1) principais agências financiadoras; (2) faturamento das empresas incubadas e 
graduadas; (3) volume de recursos para inovação captados pelas empresas enquanto 
incubadas; (4) número de projetos submetidos; (5) número de projetos aprovados; e (6) 
valores dados em contrapartida. 
 
De acordo o entrevistado, as principais agências financiadoras à inovação são: Finep, CNPq, 
Serviço Social da Indústria (SESI)/ Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), 
Sebrae e FAPES. 
 
Cabe ressaltar aqui neste trabalho as peculiaridades do SEBRAETC. Este programa visa 
ajudar às Micro e Pequenas empresas a inovarem, fornecendo subsídios de até 80% dos 
investimentos na contratação de consultores especializados. Desta forma, permite com que 
pequenos negócios tenham acesso a mão de obra especializada. Os prestadores de serviços de 
inovação são cadastrados e, assim que o Sebrae recebe a demanda, solicitam a estes 
prestadores para realizarem incremento tecnológico e projetos de inovação para as empresas 
http://fapes.es.gov.br/
41 
 
demandantes (SEBRAE, 2016b). Portanto, embora seja considerada pela TecVitória como 
agência financiadora, na verdade esta fornece subsídios para micro e pequenos 
empreendedores para que adquiram os serviços desejados com um menor custo. 
 
Os dados referentes à prestação de serviços internos / externos rendeu às empresas incubadas 
e graduadas um faturamento de R$ 2.029.898,00 no ano de 2015. Em 2016, até o momento da 
entrevista, o faturamento obtido foi de R$ R$ 936.850,00, conforme a tabela 02. Cabe 
ressaltar que a prestação de serviços pode estar associada em paralelo ao desenvolvimento

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