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Daniela Villani Bonaccorsi Lei 9613/98 Da Lavagem de Dinheiro “Lei Seca” e “Al Capone”– 1920; “termo money laundering” SEC – Securities and Exchange Commission- 1933/60 Lei de Controle de Lavagem de Dinheiro (Money Laudering Control Act) - 1986 Origem A origem do termo: As “Brigadas Vermelhas” e “Al Capone” “Na Itália, o crime foi difundido pela ação da máfia, e o “riciclaggio” consistiria no complexo de meios através dos quais se oculta a existência, a fonte ilegal ou a utilização ilícita de rendimentos, transformados para terem a aparência de lícitos. Desde 1978, na legislação italiana, a tentativa de combate à ocultação e dissimulação de valores obtidos pela prática de crimes, de forma bastante restrita, abrangeu condutas referentes à substituição de dinheiro, bens e outros valores, constituídos de crimes de receptação por outros bens. Passou a se configurar conduta típica diante da dificuldade e obstáculo imposto na identificação da origem daqueles bens. (SILVA, 2001, p. 34) Nos Estados Unidos, os motivos que levaram à criminalização da lavagem já tem origem no início do século XX, quando das primeiras aparições de grupos que podem ser considerados organizações criminosas, especialmente as máfias. Segundo Tigre Maia (1999, p. 26), durante o período em que vigorava no país a chamada “Lei Seca”, que proibia a fabricação e comercialização de bebidas alcoólicas, surgiu um mercado ilegal de fornecimento de bebidas que movimentava milhões de dólares através da exploração de diversas organizações criminosas. Essas organizações movimentavam milhões, corrompendo fiscais, controlando o mercado ilegal e inserindo o lucro em outras indústrias. Pode-se mencionar, dentre as normas preventivas, a Lei de Sigilo Bancário (Bank Secrecy Act) de 1970, a qual passou a exigir medidas legais de bancos e de outras instituições financeiras, obrigando-as a informar transações com valores superiores a U$ 10.000 (dez mil dólares), de forma a tentar buscar os rastros dos valores a serem lavados. Porém, a aplicação foi inefetiva, pois as transações passaram a ser feitas com valores um pouco inferiores, ou seja, sem registros, sem informações. (STRANGE, 1999, p. 114). Outras medidas que também podem ser citadas é a Lei de Controle de Lavagem de Dinheiro de 1986, sancionada por Ronald Reagan, medida que incluiu os dispositivos que preveem a lavagem de dinheiro, ainda mantidos atualmente. Origem da Lei Americana e financiamento ao terrorismo A tipificação do crime de Lavagem de Dinheiro no Brasil Finalidade da tipificação “[...] a estratégia parece ser a de se enfrentar o crime sob uma perspectiva econômica, vale dizer, de se aumentar o custo do crime para obsequiador, já que existe a majoração onde penas com a prática de um delito que se soma ao antecedente. Almeja-se, assim, desestimular a prática do ilícito inicial, criando-se, com a ameaça da imposição de mais punição, condições desfavoráveis, de modo a conduzir o agente para outra direção que não seja a do crime.” (OLIVEIRA, 1999, p. 143). O Bem Jurídico no crime de Lavagem de Dinheiro Crime precedente “O entendimento de que o bem jurídico seria o mesmo do crime precedente se fundamenta na afirmação de que a lavagem de dinheiro representa um maior perigo ao bem jurídico, este determinaria o bem a ser tutelado. O delito de lavagem de dinheiro seria uma verdadeira forma de gradação protetora ao bem jurídico amparado no delito antecedente. Como o crime precedente é elementar do crime de lavagem de dinheiro, justificaria a proteção jurídica pelo bem jurídico anterior” (ARÁNGUEZ SÁNCHEZ, 2000, p. 81). Administração da Justiça Pelo fato de que a lavagem de dinheiro seria a utilização de meios para impossibilitar e ocultar a origem ilegal dos valores, garantindo a impunidade e evitando a ação da justiça. Como o crime de lavagem, seria uma forma de camuflar, limpar o crime anterior; seria uma forma de enganar a administração da justiça. Justifica-se, ainda, o bem jurídico administração da justiça, porque o crime de lavagem de dinheiro somente teria tido sua tipificação para que o Estado pudesse, de alguma forma, responsabilizar os agentes dos crimes precedentes, e, desse modo, “contribuir para que esses crimes não sejam esquecidos e colocados no ostracismo jurídico” (ANTOLISEI, 2002, p. 446), Ordem Econômica A lavagem de dinheiro, da forma como é tipificada, ao trazer a movimentação de valores desconhecidos, pode produzir efeitos que afetam o regular andamento da economia e política econômica do Estado, uma vez que pode gerar movimentações no sistema financeiro que geram instabilidade a ponto de afetar juros, taxas cambiárias e controle de atividades financeiras de valores que circulam em instituições financeiras. O processo de branqueamento pode produzir alterações na ordem econômica como com a integração no mercado financeiro de recursos obtidos a um custo consideravelmente inferior ao das atividades lícitas; a incidência massiva sobre determinados setores econômicos especialmente favoráveis à canalização de tais recursos; o controle de determinados âmbitos da economia e a conivência progressiva e interessada de agentes econômicos, profissionais e até funcionários. (DÍEZ RIPOLLÉZ, 1994, p. 60). Termo utilizado Gerações da Lei A legislação brasileira optou, como mencionado, inicialmente pelo segundo modelo, conforme Exposição de Motivos 692 (PLS nº 209/2003 e PL nº 3443/2008), que vincula o Brasil nos países de segunda geração, ao exigir prévia infração penal para sua caracterização. Mas, apesar de delimitar os crimes precedentes, ao mesmo tempo também admite qualquer modalidade de crime praticado por organização criminosa para sua caracterização, de forma a trazer um rol mais abrangente. Adotou-se um sistema, portanto, peculiar, podendo-se utilizar a caracterização de sistema misto. (PRADO, 2004, p. 248). “LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998. Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I- Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores. Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime: I - de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; II – de terrorismo e seu financiamento; (Redação dada pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003) III - de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção; IV - de extorsão mediante sequestro; V - contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão de atos administrativos; VI - contra o sistema financeiro nacional; VII - praticado por organização criminosa. VIII – praticado por particular contra a administração pública estrangeira (arts. 337-B, 337-C e 337-D do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal). (Inciso incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002) Pena: reclusão de três a dez anos e multa”. (BRASIL, 1998). O conceito do crime de lavagem de dinheiro “Define-se como infração penal a lavagem dos produtos ou dos ganhos provenientes das infrações penais constantes dos arts. 1 a 6. Por lavagem se entenderá: (a) a conversão ou a transferência de bens procedentes de algumas das atividades contempladas no item precedente, ou a participação em uma dessas atividades, com a finalidade de dissimular ou de ocultara sua origem ilícita ou de auxiliar qualquer pessoa implicada na citada atividade a elidir as consequências jurídicas de seus atos; (b) a dissimulação ou a ocultação da natureza, origem, situação, disposição, movimento ou propriedade reais dos bens ou dos direitos a eles relativos procedentes de uma das atividades criminais contempladas no item precedente ou a participação em uma delas” (art. 7.1). (GALVÃO; TOMI, 1999, p.9). Definição: “processo de ocultação ou modificação de valores provenientes de crimes anteriores. O suposto autor do crime, visando ocultar e fazer livre uso de valores ilícitos utilizaria de uma série de artifícios para lhe dar uma aparência de “lícito”, ou seja, para “lava-lo”. Bem Jurídico Requisitos formais- crimes precedentes Crimes de 1ª geração Crimes de 2ª geração Crimes de 3ª geração Projeto de Reforma do Código Penal A inserção do crime de Lavagem de Dinheiro Lei 9613/98 Tipo Objetivo 1) Colocação ou “Pré-Lavagem”; 2) Ocultação, acomodação ou estratificação ou “Lavagem”; 3) Integração ou “Pós-Lavagem” https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI https://www.youtube.com/watch?v=ez6xH-su2xI Meios de Execução de Lavagem de Dinheiro -Mescla ou “Commingling” -Superfaturamento -“Empresa Fantasma” e de “fachada” -Jogos e sorteios -Obras e Objetos de Arte “os centros off-shore, centros bancários extraterritoriais não submetidos ao controle das autoridades administrativas de nenhum país e, portanto, isentos de controle”. (SANTOS, 2002), empresas ou filiais de empresas estabelecidas em outros países que restam, em tese, administrar “investimentos” financeiros. A tradução literal de off-shore é “litoral” ou “fora da costa” . São utilizadas pelos agentes, na maioria das vezes, na primeira fase da lavagem e, mesmo em havendo justificação comercial para sua existência e legalidade no que tange à sua criação, estão frequentemente ligados a operações criminosas” Paraísos Fiscais Os paraísos fiscais tornam-se atrativos aos lavadores de dinheiro não pela vantagem fiscal oferecida, mas fundamentalmente por contarem com regras extremamente atraentes de sigilo bancário, pouca supervisão de bancos, pouca fiscalização de empresas e permissão para constituição de certos tipos de estruturas jurídicas empresariais que tornam muito difícil a identificação dos reais proprietários e beneficiários, diz Gerson Luís Romantini, no seu trabalho desenvolvido na Unicamp. No Brasil, os paraísos fiscais representam, em 2001, 17% dos investimentos estrangeiros diretos, ou US$ 21, 239 bilhões. Dos 40 países que investem aqui, 17 são enquadrados nessa categoria, sem contar o Uruguai. A maior parte é dinheiro de brasileiros lavado em operações fraudulentas, retornando ao país disfarçado como investimento. No sentido contrário, os recurso remetidos ao exterior por brasileiros têm como destino preferencial as ilhas Cayman, arquipélago realmente paradisíaco situado no Caribe. Com apenas 45 mil habitantes, o país tem quase 600 bancos, com mais de US$ 460 bilhões em depósitos, além de 8 mil companhias registradas. Muitas destas empresas, dizem especialistas, não passam de caixas postais. Os capitais verde-amarelos depositados lá chegam a US$ 19, 621 bilhões. (KISCHINHEVSKY citado por MENDRONI, 2006, p. 71). Empresa Fantasma “Mescla” Transação Imobiliária fraudulenta Na transação imobiliária fraudulenta o agente da lavagem de dinheiro adquire propriedade com recursos de origem ilícita no pagamento, mas declara valor significativamente inferior ao valor real. A diferença ao comprador, em espécie, é ocultada e, com a posterior avaliação de bem superior, alegam-se realizações de benfeitorias e reformas no imóvel (BARROS, 2004, p. 70). Após a transação de compra do imóvel, este será vendido pelo lavador pelo seu valor real, assim, o lucro auferido através da prática criminosa será devidamente justificado. Compra de bilhetes sorteados A compra de bilhetes sorteados, com o fim de lavar dinheiro, consiste na compra de bilhetes, com a intervenção de funcionários da Caixa Econômica Federal ou banco responsável pelo pagamento do prêmio; dessa forma, valores declarados seriam justificados como ganhos na loteria, jogos etc. Há uma manipulação das premiações e a realização de alto número de apostas em determinada modalidade e jogo, para fechar as combinações. Nesse caso o funcionário paga o valor do bilhete para o verdadeiro ganhador, mas registra o nome do agente da lavagem. (MENDRONI, 2006, p. 76). Antiquários e joalheria Objetos e prestação de serviços de difícil avaliação são frequentemente utilizados como lavagem de dinheiro. Um objeto de arte, de antiguidade, a prestação de serviços de um advogado, de um publicitário, são de difícil avaliação e não possuem tabela ou preço fixo, mas imensa variação, em que se afirma a aquisição de bem ou serviços por um determinado valor e, após declará-lo bem inferior, revende-o pelo mesmo valor da compra. “A realização das operações ou a verificação das situações abaixo descritas, considerando as partes envolvidas, os valores, as formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de fundamento econômico ou legal, podem configurar indício de ocorrência dos crimes previstos na Lei n. 9.613, de 03.03.98, tendo em vista o disposto nos arts. 2., parágrafo único, e 4., "caput", da Circular n. 2.852, de 03.12.98: I - situações relacionadas com operações em espécie ou em cheques de viagem: a) movimentação de valores superiores ao limite estabelecido no art. 4., inciso I, da Circular n. 2.852/98, ou de quantias inferiores que, por sua habitualidade e forma, configurem artifício para a burla do referido limite; b) saques a descoberto, com cobertura no mesmo dia; c) movimentações feitas por pessoa física ou jurídica cujas transações ou negócios normalmente se efetivam por meio da utilização de cheques ou outras formas de pagamento; d) aumentos substanciais no volume de depósitos de qualquer pessoa física ou jurídica, sem causa aparente, em especial se tais depósitos são posteriormente transferidos, dentro de curto período de tempo, a destino anteriormente não relacionado com o cliente; e) depósitos mediante numerosas entregas, de maneira que o total de cada depósito não é significativo, mas o conjunto de tais depósitos o é; f) troca de grandes quantidades de notas de pequeno valor por notas de grande valor; g) proposta de troca de grandes quantias em moeda nacional por moeda estrangeira e vice- versa; h) depósitos contendo notas falsas ou mediante utilização de documentos falsificados; i) depósitos de grandes quantias mediante a utilização de meios eletrônicos ou outros que evitem contato direto com o pessoal do banco; j) compras de cheques de viagem e cheques administrativos, ordens de pagamento ou outros instrumentos em grande quantidade - isoladamente ou em conjunto -, independentemente dos valores envolvidos, sem evidências de propósito claro; l) movimentação de recursos em praças localizadas em fronteiras; “Smurfing” A transferência eletrônica de fundos é qualquer transferência de fundos iniciada por meios ele- trônicos, por computador, por caixa eletrônico, terminal eletrônico, celular, telefone ou fita magnética. Em geral, quandoalguém quer transferir dinheiro rapidamente de uma conta para outra, a pessoa faz uma transferência eletrônica de fundos, o que pode ocorrer dentro de um país ou de um país para o outro, fazendo com que trilhões de dólares sejam transferidos em milhões de operações, todos os dias. Circular 3280 de 05 que instituiu o RMCCI (Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais) - até 29.06.95 qualquer transferência de moeda nacional ou estrangeira deveria ocorrer exclusivamente por transferência bancária; - a partir de 30.06.05 as transferências internacionais em valores inferiores a R$10.000 podem ocorrer em espécie e independentemente de qualquer declaração ao Bacen, ressalvados os casos em que esses valores gerarem um depósito superior a 100 mil dólares. Se igual ou superior a 10 mil reais por transferência em conta de instituições financeiras ou venda de cambio. CONTAS NO EXTERIOR Realizam suas atividades bancárias em países nos quais não residem. Seus ativos podem ser movi- mentados internacionalmente, onde são detidos em nome de sociedades constituídas em paraísos fiscais. (private investment companies – PICs), offshore, shell company. constituída para assegurar o sigilo dos clientes, bem como por motivos tributários e de investimento. As leis de sigilo dos paraísos fiscais nos quais estas sociedades são constituídas facilitam a ocultação da verdadeira identidade de seus proprietários legítimos/controladores (ou cujos nomes não aparecem nos respectivos registros). Além disso, algumas destas sociedades são constituídas por sócios “simbólicos”, que detêm a titularidade da sociedade em benefício de pessoas físicas cuja identidade não é divulgada, e que às vezes estão su- jeitos ao sigilo profissional do advogado, ou às demais proteções jurídicas. Muitos private bankers constituem estas sociedades em nome de seus clientes, através de sociedades de trust afiliadas em paraísos fiscais offshore. Off-shore Uma "offshore" é uma pessoa jurídica constituída no exterior, na maioria das vezes em "paraísos fiscais", estes entendidos como países (locais) que propiciam privilégios tributários ou guardam sigilo quanto à composição societária das empresas. Importante ressaltar que nem todas as “offshore” são criadas com objetivos ilícitos, muitas destas surgem de planejamentos tributários lícitos. As empresas “offshore” conseguem obter inscrição no CNPJ para exercerem atividade econômica no Brasil sem a necessidade de identificar as pessoas físicas caracterizadas como beneficiários finais das operações. Não há lei obrigando tais empresas a identificarem seus verdadeiros donos, pessoas físicas, o que inviabiliza a responsabilização tributária e penal destes. CARTÃO DE CRÉDITO O lavador de dinheiro paga antecipadamente seu cartão de crédito usando fundos ilegais que já foram introduzidos no sistema bancário, criando, assim, saldo positivo em sua conta. Josh então solicita a restituição de crédito, que permite que ele dê continuidade à ocultação da origem dos fundos (segunda fase da lavagem: ocultação). Josh então usa o dinheiro ilegal que colocou em sua conta bancária e a restituição do cartão de crédito para pagar a cozinha planejada que acaba de comprar. Por meio destes passos, Josh consegue integrar seus recursos ilegais no sistema financeiro. Um lavador de dinheiro poderia depositar recursos obtidos ilegalmente em bancos offshore, para depois ter acesso a estes recursos usando cartões de saque/débito e de crédito associados à conta offshore. “doleiro” ou dolar cabo “criadas, em 1969, por um documento do Banco Central chamado “Carta Circular 5”, por isso acabaram conhecidas como CC5. São contas especiais, mantidas no Brasil por brasileiros que moram no exterior. O objetivo inicial era que o titular, ao vir ao Brasil, depositasse o dinheiro em moeda nacional (atualmente em reais) e, ao voltar ao exterior, pudesse sacar o dinheiro em moeda estrangeira. Portanto, era possível, por meio da CC5, trocar reais por qualquer outra moeda. Posteriormente, foi permitido que outras pessoas, desde que devidamente identificadas, depositassem nas CC5 para que o dinheiro fosse sacado pelo titular no exterior. As CC5 continuaram sendo usadas para remessas ilegais, por isso, em 2005, depois do escândalo envolvendo o Banestado, o governo restringiu ainda mais a utilização das CC5..”(FORNAZARI JR, Milton. Evasão de divisas: breves considerações e distinção com o crime de lavagem de dinheiro, 2008) Meios de Execução de Lavagem de Dinheiro -Mescla ou “Commingling” -Superfaturamento -“Empresa Fantasma” e de “fachada” -Jogos e sorteios -Obras e Objetos de Arte Mecanismos de Prevenção COAF- art. 9º Lei 12.683/12 Com relação às medidas preventivas, a legislação brasileira, ao designar autoridades competentes apropriadas para supervisionar as instituições financeiras, cumpre os requisitos para uma maior vigilância de atividades financeiras suspeitas ou incomuns, ou ainda transações envolvendo jurisdições com regimes deficientes de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo. A conservação de documentos, os dispositivos legais, a execução da lei e a autoridade dos supervisores para aplicar sanções são bastante abrangentes, além de estar mostrando ótimos resultados. (COAF, 2012). Alterações pela Lei nº 12683/12 Dever de obrigatoriedade: um rol de pessoas obrigadas a informar ao COAF ou ao órgão competente, toda atividade que gere grande movimentação de valores, ou que, principalmente, não possuam valores pré-fixados, podendo gerar superfaturamentos. https://www.youtube.com/watch?v=g4kWw9XeFGQ https://www.youtube.com/watch?v=g4kWw9XeFGQ https://www.youtube.com/watch?v=g4kWw9XeFGQ https://www.youtube.com/watch?v=g4kWw9XeFGQ https://www.youtube.com/watch?v=g4kWw9XeFGQ https://www.youtube.com/watch?v=g4kWw9XeFGQ https://www.youtube.com/watch?v=g4kWw9XeFGQ https://www.youtube.com/watch?v=g4kWw9XeFGQ https://www.youtube.com/watch?v=g4kWw9XeFGQ https://www.youtube.com/watch?v=g4kWw9XeFGQ https://www.youtube.com/watch?v=g4kWw9XeFGQ https://www.youtube.com/watch?v=g4kWw9XeFGQ Práticas Suspeitas – art. 9o Lei 9613/98 - a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas de negociação do mercado de balcão organizado; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012); as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência complementar ou de capitalização; - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, (...): (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, comercialização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012); - as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012); - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) Mecanismos de Controle Art. 11. da Lei 9613/98 dever de informação e sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar- se; - Dever de comunicar às autoridades competentes; Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização (...) (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) O domínio “funcional x exceção à presunção de inocência Art. 11. As pessoas referidasno art. 9º: I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se; II - deverão comunicar, abstendo-se de dar aos clientes ciência de tal ato, no prazo de vinte e quatro horas, às autoridades competentes: II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização: “Quando há vários concorrentes, tem-se de esclarecer qual a carga de aporte de cada um deles para a cadeia causal do crime imputado. Caso contrário, será impossível aplicar a teoria monista contida no artigo 29 do Código Penal. Entretanto, diversa a situação quando se apontam comportamentos típicos praticados por uma pessoa jurídica. Aí, necessário apenas verificar pelo contrato social ou, na falta deste, pela realidade factual, quem detinha o poder de mando no sentido de direcionar as atividades da empresa. O propósito da conduta criminosa é de quem exerce o controle, de quem tem poder sobre o resultado. Desse modo, no crime com utilização da empresa, autor é o dirigente ou dirigentes que pode evitar que o resultado ocorra. Assim, o que se há de verificar, no caso concreto, é quem detinha o poder de controle da organização e o dever de informação para o efeito de decidir pela consumação do delito. Nesse estreito âmbito da autoria nos crimes empresariais, é possível afirmar que se opera uma presunção relativa de autoria dos dirigentes”. (AP 470, fls. 52776) “