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DIA 19
Constituição Federal: art. 163-169
DECRETO-LEI 25/37 - TOMBAMENTO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
CAPÍTULO II - DAS FINANÇAS PÚBLICAS
SEÇÃO I - NORMAS GERAIS
Art. 163. LC disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo
Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
VIII - sustentabilidade da dívida, especificando: (EC 109/21)
a) indicadores de sua apuração; (EC 109/21)
b) níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dívida; (EC 109/21)
c) trajetória de convergência do montante da dívida com os limites definidos em legislação; (EC 109/21)
d) medidas de ajuste, suspensões e vedações; (EC 109/21)
e) planejamento de alienação de ativos com vistas à redução do montante da dívida. (EC 109/21)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso VIII do caput deste artigo pode autorizar a aplicação
das vedações previstas no art. 167-A desta Constituição (EC 109/21)
Art. 163-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas informações e dados
contábeis, orçamentários e fiscais, conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão central
de contabilidade da União, de forma a garantir a rastreabilidade, a comparabilidade e a publicidade dos dados
coletados, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público (EC 108/20)
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a
qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de
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regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em
instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
Art. 164-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem conduzir suas políticas fiscais de
forma a manter a dívida pública em níveis sustentáveis, na forma da lei complementar referida no inciso VIII
do caput do art. 163 desta Constituição. (EC 109/21)
Parágrafo único. A elaboração e a execução de planos e orçamentos devem refletir a compatibilidade dos
indicadores fiscais com a sustentabilidade da dívida (EC 109/21)
SEÇÃO II - DOS ORÇAMENTOS
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual (PPA);
II - as diretrizes orçamentárias (LDO);
III - os orçamentos anuais (LOA)
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual (PPA) estabelecerá, de forma regionalizada, as DIRETRIZES, OBJETIVOS
e METAS da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias (LDO) compreenderá as metas e prioridades da administração pública
federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória
sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. (EC
109/21)
§ 3º O Poder Executivo publicará, até 30 dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da
execução orçamentária.
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em
consonância com o plano plurianual (PPA) e apreciados pelo Congresso Nacional.
§ 5º A lei orçamentária anual (LOA) compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta
e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria
do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
§ 6º O projeto de lei orçamentária (LOA) será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito,
sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária e creditícia.
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I (orçamento fiscal) e II (orçamento de investimento), deste artigo,
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compatibilizados com o plano plurianual (PPA), terão entre suas FUNÇÕES A DE REDUZIR DESIGUALDADES
INTER-REGIONAIS, segundo critério populacional.
§ 8º A lei orçamentária anual (LOA) não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
§ 9º Cabe à LC:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual
(PPA), da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e da lei orçamentária anual (LOA);
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como
condições para a instituição e funcionamento de fundos.
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quando
houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter
obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. (EC 100/2019)
§ 10 A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os meios e as medidas
necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade (EC 100/2019)
§ 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias: (EC 102/2019)
I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que estabeleçam metas fiscais ou
limites de despesas e não impede o cancelamento necessário à abertura de créditos adicionais; (EC
102/2019)
II - não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica devidamente justificados; (EC 102/2019)
III - aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricionárias.
§ 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a que se refere e, pelo menos, para os 2
exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos recursos para
investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade daqueles em andamento. (EC
102/2019)
§ 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste artigo aplica-se exclusivamente aos orçamentos
fiscal e da seguridade social da União. (EC 102/2019)
§ 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas para exercícios seguintes, com a
especificação dos investimentos plurianuais e daqueles em andamento. (EC 102/2019)
§ 15. A União organizará e manterá registro centralizado de projetos de investimento contendo, por Estado ou
Distrito Federal, pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e informações sobre a execução física
e financeira (EC 102/2019)
§ 16. As leis de quetrata este artigo devem observar, no que couber, os resultados do monitoramento e da
avaliação das políticas públicas previstos no § 16 do art. 37 desta Constituição. (EC 109/21)
PPA
Estabelecerá, de forma regionalizada, as DIRETRIZES, OBJETIVOS e METAS da administração pública federal
para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração
continuada.
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LDO
Compreenderá as METAS e PRIORIDADES da administração pública federal,, estabelecerá as diretrizes de
política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável da dívida pública,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. (EC 109/21)
LOA
Compreende:
I - o orçamento fiscal
II - o orçamento de investimento
III - o orçamento da seguridade social
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos
créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta
Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais
comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma
regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual (LOA) ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual (PPA) e com a lei de diretrizes orçamentárias (LDO);
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO) não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual (PPA).
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação
nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja
alteração é proposta.
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados
pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165,
§ 9º.
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§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais
normas relativas ao processo legislativo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (LOA),
ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 2% a receita corrente
líquida do exercício anterior ao do encaminhamento do projeto, observado que a metade esse percentual
será destinada a ações e serviços públicos de saúde. (EC 126/22)
“É inconstitucional norma estadual que estabeleça limite para aprovação de emendas parlamentares
impositivas em patamar diferente do imposto pelo art. 166 da Constituição Federal.” STF. Plenário. ADI
6670 MC/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).
§ 9º-A Do limite a que se refere o § 9º deste artigo, 1,55% caberá às emendas de Deputados e 0,45% às de
Senadores. (EC 126/22)
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio,
será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para
pagamento de pessoal ou encargos sociais.
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações oriundas de emendas individuais,
em montante correspondente ao limite a que se refere o § 9º deste artigo, conforme os critérios para a execução
equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165 desta Constituição,
observado o disposto no § 9º-A deste artigo. (EC 126/22)
§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações incluídas
por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no
montante de até 1% da receita corrente líquida realizada no exercício anterior. (EC 100/2019)
§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo não serão de execução obrigatória
nos casos dos impedimentos de ordem técnica.(EC 100/2019)
§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os órgãos de execução deverão
observar, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verificação de eventuais
impedimentos das programações e demais procedimentos necessários à viabilização da execução dos
respectivos montantes.(EC 100/2019)
§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos §§ 11 e 12
deste artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente
federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de
aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.(EC 100/2019)
§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo
poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de 1% (um por cento)
da receita corrente líquida do exercício anterior ao do encaminhamento do projeto de lei orçamentária, para as
programações das emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), para as programações
das emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal. (EC 126/22)
§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta
de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos §§ 11 e 12 deste
artigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das demais
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despesas discricionárias.(EC 100/2019)
§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe critérios
objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas,
independentemente da autoria, observado o disposto no § 9º-A deste artigo. (EC 126/22)
§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem sobre o início de investimentos
com duração de mais de 1 exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada, deverão ser objeto
de emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a conclusão da obra ou do
empreendimento(EC 100/2019)
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual
poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de: (EC 105/19)
I - transferência especial; ou (EC 105/19)
II - transferência com finalidade definida. (EC 105/19)
§ 1° Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do Estado, do Distrito
Federal e dos Municípiospara fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa com pessoal ativo
e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente federado, vedada, em qualquer caso, a
aplicação dos recursos a que se refere o caput deste artigo no pagamento de: (EC 105/19)
I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e (EC 105/19)
II - encargos referentes ao serviço da dívida. (EC 105/19)
§ 2° Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos: (EC 105/19)
I - serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de celebração de
convênio ou de instrumento congênere; (EC 105/19)
II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e (EC 105/19)
III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo do ente
federado beneficiado, observado o disposto no § 5° deste artigo. (EC 105/19)
§ 3° O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo
poderá firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da execução
orçamentária na aplicação dos recursos. (EC 105/19)
§ 4° Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do caput deste artigo, os recursos
serão: (EC 105/19)
I - vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e (EC 105/19)
II - aplicados nas áreas de competência constitucional da União. (EC 105/19)
§ 5° Pelo menos 70% das transferências especiais de que trata o inciso I do caput deste artigo deverão ser
aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se refere o inciso II do § 1° deste artigo (EC
105/19)
Art. 167. São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual (LOA);
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários
ou adicionais;
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as
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autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo pormaioria absoluta;
Não podem ser realizadas junto a instituições financeiras estatais operações financeiras com a
finalidade de obtenção de crédito para pagamento de pessoal ativo, inativo e pensionista, dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios. Observa-se que a “regra de ouro” das finanças públicas versada no art.
167, III, da CF/88, segundo a qual o ente público não deve se endividar mais que o necessário para realizar
suas despesas de capital, não impede a contratação de operações de crédito para o custeio de despesas
correntes. O estado pode financiar suas despesas de capital mediante receitas de operações de crédito, desde
que estas não excedam o montante das despesas de capital. Isso deverá ser observado pelo chefe do Poder
Executivo quando fizer a operação financeira autorizada por lei. Ademais, o art. 167, X, da CF/88 não proíbe a
concessão de empréstimos para pagamento de pessoal. O dispositivo veda, contudo, que os empréstimos
realizados junto a instituições financeiras dos governos federal e estaduais sejam utilizados para aquele fim.
Impede-se, portanto, a alocação das receitas obtidas com instituições financeiras estatais para o custeio de
pessoal ativo e inativo. Por oportuno, nada impede a realização de empréstimos com instituições financeiras
privadas para pagamento de despesas com pessoal, porquanto a proibição não as alcança. STF. Plenário. ADI
5683/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/4/2022 (Info 1051).
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da
arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e
serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da
administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação
de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o
disposto no § 4º deste artigo;
São constitucionais as normas estaduais que destinam parte da arrecadação obtida com os
emolumentos cobrados pelos notários e registradores para os fundos de financiamento da estrutura do
Poder Judiciário ou de órgãos e funções essenciais à Justiça, como, por exemplo, o Ministério Público, a
Defensoria Pública e a Advocacia Pública. STF. Plenário. ADI 3704/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do
acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/4/2021 (Info 1014)
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos
recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação
para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
“Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de serviço público essencial, em
regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário, não podem ser bloqueados ou sequestrados por
decisão judicial para pagamento de suas dívidas, em virtude do disposto no art. 100 da CF/1988, e dos
princípios da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF), da separação dos poderes (arts. 2°, 60, § 4°, III, da
CF) e da eficiência da administração pública (art. 37, caput, da CF).” STF. Plenário. ADPF 616/BA, Rel. Min.
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Roberto Barroso, julgado em 21/5/2021 (Info 1018).
“Decisões judiciais que determinam o bloqueio, penhora ou liberação, para satisfação de créditos trabalhistas,
de receitas públicas oriundas do Fundo Estadual de Saúde objeto de contratos de gestão firmados entre o
Estado-membro e entidades de terceiro setor, violam o princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI,
da CF/88), o preceito da separação funcional de poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III, da CF/88), o princípio
da eficiência da Administração Pública (art. 37, caput, da CF/88) e o princípio da continuidade dos
serviços públicos (art. 175 da CF/88).” STF. Plenário. ADPF 664/ES, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
16/4/2021 (Info 1013).
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos
mencionados no art. 165, § 5º;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de
receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com
pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a
realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201.
XII - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22 do art. 40, a utilização de recursos de
regime próprio de previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos no art. 249, para a
realização de despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo fundo
vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua organização e ao seu funcionamento; (EC
103/19)
XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais, as garantias e as subvenções pela União e a
concessão de empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras federais aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios na hipótese de descumprimento das regras gerais de organização e de funcionamento
de regime próprio de previdência social (EC 103/19)XIV - a criação de fundo público, quando seus objetivos puderem ser alcançados mediante a vinculação de
receitas orçamentárias específicas ou mediante a execução direta por programação orçamentária e financeira
de órgão ou entidade da administração pública.(EC 109/21)
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no plano plurianual (PPA), ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos 4 meses daquele exercício, caso
em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e
urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art.
62.
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§ 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os arts. 155, 156, 156-A, 157, 158 e as alíneas "a",
"b", "d", "e" e "f" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição para pagamento de débitos
com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia. (EC 132/23)
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação
para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo
de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem
necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo.
§ 6º Para fins da apuração ao término do exercício financeiro do cumprimento do limite de que trata o inciso III
do caput deste artigo, as receitas das operações de crédito efetuadas no contexto da gestão da dívida pública
mobiliária federal somente serão consideradas no exercício financeiro em que for realizada a respectiva
despesa. (EC 109/21)
§ 7º A lei não imporá nem transferirá qualquer encargo financeiro decorrente da prestação de serviço público,
inclusive despesas de pessoal e seus encargos, para a União, os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios,
sem a previsão de fonte orçamentária e financeira necessária à realização da despesa ou sem a previsão da
correspondente transferência de recursos financeiros necessários ao seu custeio, ressalvadas as obrigações
assumidas espontaneamente pelos entes federados e aquelas decorrentes da fixação do salário mínimo, na
forma do inciso IV do caput do art. 7º desta Constituição. (EC 128/22)
Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 meses, a relação entre despesas correntes e receitas correntes
supera 95%, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, é facultado aos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e à Defensoria Pública do ente,
enquanto permanecer a situação, aplicar o mecanismo de ajuste fiscal de vedação da: (EC 109/21)
I - concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração de
membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e de militares, exceto dos derivados de
sentença judicial transitada em julgado ou de determinação legal anterior ao início da aplicação das
medidas de que trata este artigo; (EC 109/21)
II - criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa; (EC 109/21)
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; (EC 109/21)
IV - admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas: (EC 109/21)
a) as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa; (EC 109/21)
b) as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios; (EC 109/21)
c) as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição; e (EC 109/21)
d) as reposições de temporários para prestação de serviço militar e de alunos de órgãos de formação de
militares; (EC 109/21)
V - realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias previstas no inciso IV deste caput;
(EC 109/21)
VI - criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou benefícios
de qualquer natureza, inclusive os de cunho indenizatório, em favor de membros de Poder, do Ministério
Público ou da Defensoria Pública e de servidores e empregados públicos e de militares, ou ainda de seus
dependentes, exceto quando derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de determinação
legal anterior ao início da aplicação das medidas de que trata este artigo;
VII - criação de despesa obrigatória; (EC 109/21)
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VIII - adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da inflação, observada a
preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do caput do art. 7º desta Constituição; (EC 109/21)
IX - criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como remissão, renegociação ou
refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das despesas com subsídios e subvenções; (EC 109/21)
X - concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária. (EC 109/21)
§ 1º Apurado que a despesa corrente supera 85% da receita corrente, sem exceder o percentual
mencionado no caput deste artigo, as medidas nele indicadas podem ser, no todo ou em parte,
implementadas por atos do Chefe do Poder Executivo com vigência imediata, facultado aos demais
Poderes e órgãos autônomos implementá-las em seus respectivos âmbitos. (EC 109/21)
§ 2º O ato de que trata o § 1º deste artigo deve ser submetido, em regime de urgência, à apreciação do Poder
Legislativo. (EC 109/21)
§ 3º O ato perde a eficácia, reconhecida a validade dos atos praticados na sua vigência, quando: (EC
109/21)
I - rejeitado pelo Poder Legislativo; (EC 109/21)
II - transcorrido o prazo de 180 dias sem que se ultime a sua apreciação; ou (EC 109/21)
III - apurado que não mais se verifica a hipótese prevista no § 1º deste artigo,mesmo após a sua aprovação
pelo Poder Legislativo. (EC 109/21)
§ 4º A apuração referida neste artigo deve ser realizada bimestralmente. (EC 109/21)
§ 5º As disposições de que trata este artigo: (EC 109/21)
I - não constituem obrigação de pagamento futuro pelo ente da Federação ou direitos de outrem sobre o
erário; (EC 109/21)
II - não revogam, dispensam ou suspendem o cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que
disponham sobre metas fiscais ou limites máximos de despesas. (EC 109/21)
§ 6º Ocorrendo a hipótese de que trata o caput deste artigo, até que todas as medidas nele previstas tenham
sido adotadas por todos os Poderes e órgãos nele mencionados, de acordo com declaração do respectivo
Tribunal de Contas, é vedada: (EC 109/21)
I - a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de garantias ao ente envolvido; (EC 109/21)
II - a tomada de operação de crédito por parte do ente envolvido com outro ente da Federação,
diretamente ou por intermédio de seus fundos, autarquias, fundações ou empresas estatais
dependentes, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente, ressalvados os financiamentos destinados a projetos específicos celebrados na forma de
operações típicas das agências financeiras oficiais de fomento. (EC 109/21)
Art. 167-B. Durante a vigência de estado de calamidade pública de âmbito nacional, decretado pelo
Congresso Nacional por iniciativa privativa do Presidente da República, a União deve adotar regime
extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para atender às necessidades dele decorrentes,
somente naquilo em que a urgência for incompatível com o regime regular, nos termos definidos nos arts.
167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (EC 109/21)
Art. 167-C. Com o propósito exclusivo de enfrentamento da calamidade públicae de seus efeitos sociais e
econômicos, no seu período de duração, o Poder Executivo federal pode adotar processos simplificados de
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contratação de pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, serviços e compras que
assegurem, quando possível, competição e igualdade de condições a todos os concorrentes, dispensada a
observância do § 1º do art. 169 na contratação de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição,
limitada a dispensa às situações de que trata o referido inciso, sem prejuízo do controle dos órgãos
competentes. (EC 109/21)
Art. 167-D. As proposições legislativas e os atos do Poder Executivo com propósito exclusivo de enfrentar a
calamidade e suas consequências sociais e econômicas, com vigência e efeitos restritos à sua duração, desde
que não impliquem despesa obrigatória de caráter continuado, ficam dispensados da observância das
limitações legais quanto à criação, à expansão ou ao aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete
aumento de despesa e à concessão ou à ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual
decorra renúncia de receita. (EC 109/21)
Parágrafo único. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional de que trata o art. 167-B, não se
aplica o disposto no § 3º do art. 195 desta Constituição (A pessoa jurídica em débito com o sistema da
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios). (EC 109/21)
Art. 167-E. Fica dispensada, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a calamidade pública
de âmbito nacional, a observância do inciso III do caput do art. 167 desta Constituição. (EC 109/21)
Art. 167-F. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional de que trata o art. 167-B desta
Constituição: (EC 109/21)
I - são dispensados, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a calamidade pública,
os limites, as condições e demais restrições aplicáveis à União para a contratação de operações de
crédito, bem como sua verificação; (EC 109/21)
II - o superávit financeiro apurado em 31 de dezembro do ano imediatamente anterior ao
reconhecimento pode ser destinado à cobertura de despesas oriundas das medidas de combate à
calamidade pública de âmbito nacional e ao pagamento da dívida pública. (EC 109/21)
§ 1º Lei complementar pode definir outras suspensões, dispensas e afastamentos aplicáveis durante a vigência
do estado de calamidade pública de âmbito nacional. (EC 109/21)
§ 2º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica às fontes de recursos: (EC 109/21)
I - decorrentes de repartição de receitas a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios; (EC 109/21)
II - decorrentes das vinculações estabelecidas pelos arts. 195, 198, 201, 212, 212-A e 239 desta Constituição; (EC
109/21)
III - destinadas ao registro de receitas oriundas da arrecadação de doações ou de empréstimos
compulsórios, de transferências recebidas para o atendimento de finalidades determinadas ou das
receitas de capital produto de operações de financiamento celebradas com finalidades contratualmente
determinadas. (EC 109/21)
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Art. 167-G. Na hipótese de que trata o art. 167-B, aplicam-se à União, até o término da calamidade pública, as
vedações previstas no art. 167-A desta Constituição. (EC 109/21)
§ 1º Na hipótese de medidas de combate à calamidade pública cuja vigência e efeitos não ultrapassem a sua
duração, não se aplicam as vedações referidas nos incisos II, IV, VII, IX e X do caput do art. 167-A desta
Constituição. (EC 109/21)
§ 2º Na hipótese de que trata o art. 167-B, não se aplica a alínea "c" do inciso I do caput do art. 159 desta
Constituição, devendo a transferência a que se refere aquele dispositivo ser efetuada nos mesmos montantes
transferidos no exercício anterior à decretação da calamidade. (EC 109/21)
§ 3º É facultada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a aplicação das vedações referidas no caput,
nos termos deste artigo, e, até que as tenham adotado na integralidade, estarão submetidos às restrições do §
6º do art. 167-A desta Constituição, enquanto perdurarem seus efeitos para a União. (EC 109/21)
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e
especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a
que se refere o art. 165, § 9º.
§ 1º É vedada a transferência a fundos de recursos financeiros oriundos de repasses duodecimais. (EC
109/21)
§ 2º O saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na forma do caput deste artigo deve ser restituído ao
caixa único do Tesouro do ente federativo, ou terá seu valor deduzido das primeiras parcelas duodecimais do
exercício seguinte. (EC 109/21)
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios não pode exceder os limites estabelecidos em lei complementar. (EC 109/21)
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e
funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer
título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas
pelo poder público, só poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias (LDO), ressalvadas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros
ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes
providências:
I - redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o
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cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, O SERVIDOR ESTÁVEL PODERÁ
PERDER O CARGO, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a
1 mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a
criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de 4 anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
DECRETO-LEI 25/37 - TOMBAMENTO
Tombamento é uma intervenção do Poder Público em um bem móvel ou imóvel, material ou imaterial, público
ou privado, desde que possua relevância para o patrimônio histórico e artístico nacional.1
CAPÍTULO I - DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL
Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis
existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos
memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou
artístico.
§ 1º Os bens a que se refere o presente artigo só serão considerados parte integrante do patrimônio
históricoo artístico nacional, depois de inscritos separada ou agrupadamente num dos quatro Livros do
Tombo, de que trata o art. 4º desta lei.
§ 2º Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos a tombamento os
monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição
notável com que tenham sido dotados pelo natureza ou agenciados pelo indústria humana.
Art. 2º A presente lei se aplica às coisas pertencentes às pessoas naturais, bem como às pessoas jurídicas
de direito privado e de direito público interno.
Art. 3º Excluem-se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de origem estrangeira:
1) que pertençam às representações diplomáticas ou consulares acreditadas no país;
2) que adornem quaisquer veículos pertencentes a empresas estrangeiras, que façam carreira no país;
3) que se incluam entre os bens referidos no art. 10 da Introdução do Código Civil, e que continuam sujeitas à lei
pessoal do proprietário;
4) que pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou artísticos;
5) que sejam trazidas para exposições comemorativas, educativas ou comerciais:
1CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Responsabilidade pela conservação do imóvel tombado. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
13
6) que sejam importadas por empresas estrangeiras expressamente para adorno dos respectivos
estabelecimentos.
Parágrafo único. As obras mencionadas nas alíneas 4 e 5 terão guia de licença para livre trânsito, fornecida pelo
Serviço ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
CAPÍTULO II - DO TOMBAMENTO
Art. 4º O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional possuirá quatro Livros do Tombo, nos quais
serão inscritas as obras a que se refere o art. 1º desta lei, a saber:
1) no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, as coisas pertencentes às categorias de arte
arqueológica, etnográfica, ameríndia e popular, e bem assim as mencionadas no § 2º do citado art. 1º.
2) no Livro do Tombo Histórico, as coisas de interesse histórico e as obras de arte histórica;
3) no Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte erudita, nacional ou estrangeira;
4) no Livro do Tombo das Artes Aplicadas, as obras que se incluírem na categoria das artes aplicadas, nacionais
ou estrangeiras.
§ 1º Cada um dos Livros do Tombo poderá ter vários volumes.
§ 2º Os bens, que se incluem nas categorias enumeradas nas alíneas 1, 2, 3 e 4 do presente artigo, serão
definidos e especificados no regulamento que for expedido para execução da presente lei.
Art. 5º O tombamento dos bens pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios se fará de ofício, por
ordem do diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a
quem pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada, afim de produzir os necessários efeitos.
Art. 6º O tombamento de coisa pertencente à pessoa natural ou à pessoa jurídica de direito privado se
fará VOLUNTÁRIA ou COMPULSORIAMENTE.
Art. 7º Proceder-se-á ao TOMBAMENTO VOLUNTÁRIO sempre que o proprietário o pedir e a coisa se revestir
dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo
do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou sempre que o mesmo
proprietário anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos
Livros do Tombo.
Art. 8º Proceder-se-á ao TOMBAMENTO COMPULSÓRIO quando o proprietário se recusar a anuir à inscrição
da coisa.
Art. 9º O tombamento compulsório se fará de acordo com o seguinte processo:
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1) o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por seu órgão competente, notificará o proprietário
para anuir ao tombamento, dentro do prazo de 15 dias, a contar do recebimento da notificação, ou para, si o
quiser impugnar, oferecer dentro domesmo prazo as razões de sua impugnação.
2) no caso de não haver impugnação dentro do prazo assinado, que é fatal, o diretor do Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mandará por simples despacho que se proceda à inscrição da coisa
no competente Livro do Tombo.
3) se a impugnação for oferecida dentro do prazo assinado, far-se-á vista da mesma, dentro de outros 15
dias fatais, ao órgão de que houver emanado a iniciativa do tombamento, afim de sustentá-la. Em seguida,
independentemente de custas, será o processo remetido ao Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, que proferirá decisão a respeito, dentro do prazo de 60 dias, a contar do seu
recebimento. DESSA DECISÃO NÃO CABERÁ RECURSO.
Art. 10. O tombamento dos bens, a que se refere o art. 6º desta lei, será considerado provisório ou definitivo,
conforme esteja o respectivo processo iniciado pela notificação ou concluído pela inscrição dos referidos bens
no competente Livro do Tombo.
Parágrafo único. Para todas os efeitos, salvo a disposição do art. 13 desta lei, o tombamento provisório se
equiparará ao definitivo.
CAPÍTULO III - DOS EFEITOS DO TOMBAMENTO
Art. 11. As coisas tombadas, que pertençam à União, aos Estados ou aos Municípios, inalienáveis por natureza,
só poderão ser transferidas de uma à outra das referidas entidades.
Parágrafo único. Feita a transferência, dela deve o adquirente dar imediato conhecimento ao Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Art. 12. A alienabilidade das obras históricas ou artísticas tombadas, de propriedade de pessoas naturais ou
jurídicas de direito privado sofrerá as restrições constantes da presente lei.
Art. 13. O tombamento definitivo dos bens de propriedade particular será, por iniciativa do órgão competente
do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, transcrito para os devidos efeitos em livro a cargo dos
oficiais do registro de imóveis e averbado ao lado da transcrição do domínio.
§ 1º No caso de transferência de propriedade dos bens de que trata este artigo, deverá o adquirente, dentro
do prazo de 30 dias, sob pena de multa de 10% sobre o respectivo valor, fazê-la constar do registro, ainda
que se trate de transmissão judicial ou causa mortis.
§ 2º Na hipótese de deslocação de tais bens, deverá o proprietário, dentro do mesmo prazo e sob pena da
mesma multa, inscrevê-los no registro do lugar para que tiverem sido deslocados.
§ 3º A transferência deve ser comunicada pelo adquirente, e a deslocação pelo proprietário, ao Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, dentro do mesmo prazo e sob a mesma pena.
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Art. 14. A coisa tombada não poderá sair do país, senão por curto prazo, sem transferência de domínio e
para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional.
Art. 15. Tentada, a não ser no caso previsto no artigo anterior, a exportação, para fora do país, da coisa
tombada, será esta sequestrada pela União ou pelo Estado em que se encontrar.
§ 1º Apurada a responsabilidade do proprietário, ser-lhe-á imposta a multa de 50% do valor da coisa, que
permanecerá sequestrada em garantia do pagamento, e até que este se faça.
§ 2º No caso de reincidência, amulta será elevada ao dobro.
§ 3º A pessoa que tentar a exportação de coisa tombada, além de incidir na multa a que se referem os
parágrafos anteriores, incorrerá, nas penas cominadas no Código Penal para o crime de contrabando.
Art. 16. No caso de extravio ou furto de qualquer objeto tombado, o respectivo proprietário deverá dar
conhecimento do fato ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, dentro do prazo de 5 dias, sob
pena demulta de 10% sobre o valor da coisa.
Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruídas, demolidas ou mutiladas, nem,
sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser reparadas,
pintadas ou restauradas,sob pena de multa de 50% do dano causado.
Parágrafo único. Tratando-se de bens pertencentes á União, aos Estados ou aos municípios, a autoridade
responsável pela infração do presente artigo incorrerá pessoalmente na multa.
Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na
vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar
anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-se neste caso a
multa de 50% do valor do mesmo objeto.
Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuser de recursos para proceder às obras de
conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa correspondente ao
dobro da importância em que for avaliado o dano sofrido pela mesma coisa.
§ 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o diretor do Serviço do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional mandará executá-las, a expensas da União, devendo as mesmas ser iniciadas dentro
do prazo de 6 meses, ou providenciará para que seja feita a desapropriação da coisa.
§ 2º À falta de qualquer das providências previstas no parágrafo anterior, poderá o proprietário requerer
que seja cancelado o tombamento da coisa.
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§ 3º Uma vez que verifique haver urgência na realização de obras e conservação ou reparação em qualquer
coisa tombada, poderá o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tomar a iniciativa de projetá-las
e executá-las, a expensas da União, independentemente da comunicação a que alude este artigo, por parte
do proprietário.
Art. 20. As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância permanente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, que poderá inspecioná-los sempre que for julgado conveniente, não podendo os respectivos
proprietários ou responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de multa de cem mil réis, elevada ao dobro
em caso de reincidência.
Art. 21. Os atentados cometidos contra os bens de que trata o art. 1º desta lei são equiparados aos cometidos
contra o patrimônio nacional.
CAPÍTULO V - DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 23. O Poder Executivo providenciará a realização de acordos entre a União e os Estados, para melhor
coordenação e desenvolvimento das atividades relativas à proteção do patrimônio histórico e artístico nacional e
para a uniformização da legislação estadual complementar sobre o mesmo assunto.
Art. 24. A União manterá, para a conservação e a exposição de obras históricas e artísticas de sua propriedade,
além do Museu Histórico Nacional e do Museu Nacional de Belas Artes, tantos outros museus nacionais quantos
se tornarem necessários, devendo outrossim providenciar no sentido de favorecer a instituição de museus
estaduais e municipais, com finalidades similares.
Art. 25. O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional procurará entendimentos com as autoridades
eclesiásticas, instituições científicas, históricas ou artísticas e pessoas naturais o jurídicas, com o objetivo de
obter a cooperação das mesmas em benefício do patrimônio histórico e artístico nacional.
Art. 26. Os negociantes de antiguidades, de obras de arte de qualquer natureza, de manuscritos e livros antigos
ou raros são obrigados a um registro especial no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
cumprindo-lhes outrossim apresentar semestralmente ao mesmo relações completas das coisas históricas e
artísticas que possuírem.
Art. 27. Sempre que os agentes de leilões tiverem de vender objetos de natureza idêntica à dos mencionados no
artigo anterior, deverão apresentar a respectiva relação ao órgão competente do Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, sob pena de incidirem namulta de 50% sobre o valor dos objetos vendidos.
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Art. 28. Nenhum objeto de natureza idêntica à dos referidos no art. 26 desta lei poderá ser posto à venda pelos
comerciantes ou agentes de leilões, sem que tenha sido previamente autenticado pelo Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, ou por perito em que o mesmo se louvar, sob pena de multa de 50% sobre o
valor atribuído ao objeto.
Parágrafo único. A. autenticação do mencionado objeto será feita mediante o pagamento de uma taxa de
peritagem de cinco por cento sobre o valor da coisa, se este for inferior ou equivalente a um conto de réis, e de
mais cinco mil réis por conto de réis ou fração, que exceder.
Art. 29. O titular do direito de preferência goza de privilégio especial sobre o valor produzido em praça
por bens tombados, quanto ao pagamento de multas impostas em virtude de infrações da presente lei.
Parágrafo único. Só terão prioridade sobre o privilégio a que se refere este artigo os créditos inscritos no
registro competente, antes do tombamento da coisa pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional.
A responsabilidade de reparar e conservar o imóvel tombado é do proprietário, salvo quando
demonstrado que ele não dispõe de recurso para proceder à reparação. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp
176140-BA, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 18/10/2012 (Info 507).
O PRINCÍPIO DA HIERARQUIA VERTICALIZADA, previsto no Decreto-Lei 3.365/1941, não se aplica ao
tombamento, disciplinado no Decreto-Lei 25/1937. A lei de tombamento apenas indica ser aplicável a bens
pertencentes a pessoas físicas e pessoas jurídicas de direito privado e de direito público interno. Ademais, o
tombamento feito por ato legislativo possui caráter provisório, ficando o tombamento permanente, este sim,
restrito a ato do Executivo. Por fim, o tombamento provisório por ato legislativo não precisa ser precedido de
notificação prévia da União, exigência restrita ao procedimento definitivo promovido pelo Executivo estadual.
STF. Plenário. ACO 1208 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 24/11/2017 (não divulgado em info).
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
EDIÇÃO N. 127: INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA
1) O ato de tombamento geral não precisa individualizar os bens abarcados pelo tombo, pois as restrições
impostas pelo Decreto-Lei n. 25/1937 se estendem à totalidade dos imóveis pertencentes à área tombada.
2) Inexistindo ofensa à harmonia estética de conjunto arquitetônico tombado, não há falar em demolição
de construção acrescida.
3) O tombamento do Plano Piloto de Brasília abrange o seu singular conceito urbanístico e paisagístico, que
expressa e forma a própria identidade da capital federal.
4) A indenização pela limitação administrativa ao direito de edificar, advinda da criação de área non aedificandi,
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somente é devida se imposta sobre imóvel urbano e desde que fique demonstrado o prejuízo causado ao
proprietário da área.
5) É indevido o direito à indenização se o imóvel expropriado foi adquirido após a imposição de limitação
administrativa, porque se supõe que as restrições de uso e gozo da propriedade já foram consideradas na
fixação do preço do imóvel.
6) As restrições relativas à exploração da mata atlântica estabelecidas pelo Decreto n. 750/1993 constituem
mera limitação administrativa, e não desapropriação indireta, sujeitando-se, portanto, à prescrição quinquenal.
7) A indenização referente à cobertura vegetal deve ser calculada em separado do valor da terra nua quando
comprovada a exploração dos recursos vegetais de forma lícita e anterior ao processo interventivo na
propriedade.
● A indenização pela cobertura vegetal, de forma destacada da terra nua, está condicionada à efetiva
comprovação da exploração econômica lícita dos recursos vegetais, situação não demonstrada nos autos
(STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1841079/TO, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 05/03/2020).
8) Nas hipóteses em que ficar demonstrado que a servidão de passagem abrange área superior àquela
prevista na escritura pública, impõe-se o dever de indenizar, sob pena de violação do princípiodo justo
preço.
9) Os juros compensatórios incidem pela simples perda antecipada da posse, no caso de desapropriação, e pela
limitação da propriedade, no caso de servidão administrativa nos termos da Súmula n. 56/STJ.
● Apesar de ainda não termos uma posição expressa do STJ, penso que essa parte riscada encontra-se
superada. Explico.
Os §§ 1º e 2º do art. 15-A do DL 3.365/41 preveem o seguinte:
Art. 15-A (...)
§ 1º Os juros compensatórios destinam-se, apenas, a compensar a perda de renda comprovadamente
sofrida pelo proprietário. (Incluído pela MP 2.183-56, de 2001)
§ 2º Não serão devidos juros compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de
eficiência na exploração iguais a zero. (Incluído pela MP 2.183-56, de 2001)
O Plenário do STF, ao julgar a ADI 2332/DF, em 17/5/2018 (Info 902), declarou a constitucionalidade desses
dispositivos.
Assim, a Corte concluiu que, para o Poder Público ser condenado ao pagamento dos juros compensatórios,
é necessário o cumprimento dos seguintes requisitos:
a) ter ocorrido imissão provisória na posse do imóvel;
b) a comprovação pelo proprietário da perda da renda sofrida pela privação da posse;
c) o imóvel possuir graus de utilização da terra e de eficiência na exploração superiores a zero.
Logo, não basta a perda antecipada da posse para gerar direito aos juros compensatórios.
10) Não incide imposto de renda sobre os valores indenizatórios recebidos pelo particular em razão de servidão
administrativa instituída pelo Poder Público.
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11) Admite-se a possibilidade de construções que não afetem a prestação do serviço público na faixa de servidão
(art. 3º do Decreto n. 35.851/1954)
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