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<p>DAS FINANÇAS PÚBLICAS</p><p>2a EDIÇÃO/2023</p><p>1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE ÍNDOLE FINANCEIRA 2</p><p>1.1. ESTRITA LEGALIDADE 2</p><p>1.2. ANUALIDADE 2</p><p>1.3. UNIVERSALIDADE 3</p><p>1.4. UNIDADE 3</p><p>1.5. EXCLUSIVIDADE EM MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA 4</p><p>1.6. PROIBIÇÃO DE ESTORNO 4</p><p>1.7. ESPECIALIZAÇÃO E PUBLICIDADE 4</p><p>2. EC 109/21 4</p><p>3. RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR 5</p><p>4. COMPETÊNCIA PARA A EMISSÃO DE MOEDA 6</p><p>5. VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS 7</p><p>6. DUODÉCIMO DOS PODERES LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO, DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DA DEFENSORIA</p><p>PÚBLICA 10</p><p>7. DESPESAS COM PESSOAL ATIVO E INATIVO 10</p><p>8. LEIS ORÇAMENTÁRIAS 12</p><p>9. PROCESSO LEGISLATIVO DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS 14</p><p>10. DOS PRECATÓRIOS 17</p><p>10.1. REGRAS GERAIS 17</p><p>10.2. JURISPRUDÊNCIA 22</p><p>1</p><p>1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE ÍNDOLE FINANCEIRA</p><p>1.1. ESTRITA LEGALIDADE</p><p>Considerado um dos princípios vetores do Direito Financeiro, significa que somente a lei poderá criar</p><p>direitos e deveres, nos termos do art. 5º, II da Constituição Federal:</p><p>II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;</p><p>No que tange ao Sistema Financeiro, a legalidade é estrita, vez que deve ser exaustiva e pormenorizada,</p><p>emitindo conceitos determinados e que não introduzem conceitos indeterminados em sua aplicação, vedada</p><p>inclusive a edição de atos administrativos discricionários. Assim, a legalidade engloba os programas, operações de1</p><p>crédito, transposição de recursos entre dotações orçamentárias, etc.</p><p>1.2. ANUALIDADE</p><p>Pelo princípio da anualidade entende-se que a “ autorização para despender e para receber não vale a não</p><p>ser por um ano. Além desse marco de tempo, todas as receitas e todas as despesas são proibidas, até a nova</p><p>autorização” . Tal princípio está intrinsecamente relacionado à segurança jurídica, constituindo um limite ao poder2</p><p>de intervenção do Estado de Direito.</p><p>Com isso, evita-se a adoção de um período mais amplo, que poderia desequilibrar a atuação do Estado, quer pela</p><p>estipulação de poderes excessivos ao Executivo, como meio de tornar exequível um orçamento a longo prazo,</p><p>quer, na hipótese inversa, pela restrição dos poderes do Executivo, comprometendo, assim, o próprio interesse</p><p>público. Sobremais, um período menor do que um ano seria insuficiente para a realização dos objetivos públicos.3</p><p>O princípio da anualidade suporta mitigações e atenuações, tendo em vista que algumas obras e atos de</p><p>governo não podem ser iniciadas e concluídas no mesmo exercício financeiro. Desse modo, a solução encontrada é</p><p>a autorização por meio de leis plurianuais.</p><p>A qual regime nosso orçamento está subordinado?</p><p>Nos termos da Lei n. 4.320/64, nosso ordenamento jurídico utiliza o regime de competência (orçamento de</p><p>exercício). Sendo assim, a contabilidade pública considera como receitas e despesas do período não só aquelas</p><p>concretizadas no ano orçamentário, mas também os créditos relativos ao aludido lapso temporal, bem como as</p><p>despesas atinentes ao período, embora sujeitas à efetivação ulterior.4</p><p>4 Jardim, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de direito financeiro e tributário. 16. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019. p. 60.</p><p>3 Jardim, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de direito financeiro e tributário. 16. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019. p. 60.</p><p>2 Jardim, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de direito financeiro e tributário. 16. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019. p. 60.</p><p>1 Jardim, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de direito financeiro e tributário. 16. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019. p. 59.</p><p>2</p><p>1.3. UNIVERSALIDADE</p><p>De origem francesa, pelo princípio da universalidade abarca-se no orçamento não só a obrigatoriedade de</p><p>registro de despesas e receitas, mas também a não afetação de receitas públicas. Assim, a Lei Orçamentária Anual</p><p>deve compreender todas as receitas e despesas orçamentárias de todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e</p><p>fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público:</p><p>art. 165, § 5º A lei orçamentária anual (LOA) compreenderá:</p><p>I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e</p><p>indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;</p><p>II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do</p><p>capital social com direito a voto;</p><p>III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da</p><p>administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.</p><p>Lei 4320/64:</p><p>Art. 2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política</p><p>econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade,</p><p>universalidade e anualidade.</p><p>§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento:</p><p>I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do Governo;</p><p>II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias Econômicas, na forma do Anexo nº 1;</p><p>III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;</p><p>IV - Quadro das dotações por órgãos do Governo e da administração.</p><p>§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:</p><p>I - Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos especiais;</p><p>II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos Anexos ns. 6 a 9;</p><p>III - Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo, em termos de realização de obras e de</p><p>prestação de serviços.</p><p>Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito</p><p>autorizadas em lei.</p><p>Parágrafo único . Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da</p><p>receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.</p><p>Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração</p><p>centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.</p><p>1.4. UNIDADE</p><p>Também chamado de Princípio da Totalidade, trata-se de princípio que estabelece que toda a</p><p>3</p><p>programação dos orçamentos fiscal, seguridade social e investimento devem estar contidos em uma única lei (LOA)</p><p>(LOA), para que evidencie a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo.</p><p>⚠ ATENÇÃO</p><p>A existência de outras leis orçamentárias (PPA e LDO) não ferem o princípio da unidade, se houver unidade</p><p>de objetivos a serem atingidos dentro de uma mesma estrutura governamental.</p><p>1.5. EXCLUSIVIDADE EM MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA</p><p>Conforme definição do Glossário do Congresso Nacional, trata-se de princípio orçamentário que</p><p>estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se</p><p>incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de</p><p>crédito, ainda que por antecipação de receita (ARO), nos termos da lei.</p><p>art. 165, § 8º A lei orçamentária anual (LOA) não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à</p><p>fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e</p><p>contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.</p><p>1.6. PROIBIÇÃO DE ESTORNO</p><p>É proibido a transposição de recursos de uma dotação orçamentária para outra, sem autorização do</p><p>Legislativo. É atrelado ao princípio da legalidade.</p><p>1.7. ESPECIALIZAÇÃO E PUBLICIDADE</p><p>Por especialização entende-se a obrigatoriedade de pormenorização de todas as receitas e despesas</p><p>públicas, vale dizer, a lei do orçamento haverá de especificá-las e identificá-las, sublinhando rigorosamente a sua</p><p>origem e a sua destinação.</p><p>A publicidade, por sua vez, é um princípio genérico e aplicável a todo o direito. É através da publicação que</p><p>a lei se torna obrigatória, conforme art. 1º da LINDB.</p><p>2. EC 109/21</p><p>“Diante dos gastos com a transferência social instituída para fazer frente aos gastos extraordinários, que</p><p>permite ao governo federal o pagamento de um novo auxílio</p><p>emergencial para a população vulnerável afetada pela</p><p>pandemia, a Emenda Constitucional n. 109/2021 prevê a possibilidade de, sempre que a relação entre despesas</p><p>obrigatórias e receitas da União atingir o limite de 95%, algumas limitações podem ser criadas com o intuito de</p><p>4</p><p>controlar despesas com admissão e aumento de servidores” .5</p><p>A recente Emenda Constitucional 109/21 trouxe uma série de disposições relevantes para o Direito</p><p>Financeiro, como a possibilidade de decretação do estado de calamidade pública de âmbito nacional e seu regime</p><p>jurídico; o aumento do rol de reserva de lei complementar do art. 163 alteração; a alteração do conteúdo da LDO; a</p><p>previsão de nova vedação no art. 167;a possibilidade de aplicação do mecanismo de ajuste fiscal e a inclusão de</p><p>aposentados pensionistas no cálculo de gasto com pessoal, dentre outras .6</p><p>Dentre as mudanças mais notórias presentes no Capítulo tema do nosso estudo, encontra-se o acréscimo</p><p>dos artigos 164-A, 167-A, 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G (leitura obrigatória).</p><p>3. RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR</p><p>As finanças públicas estão regulamentadas nos arts. 163 a 169 da CF, trata das normas gerais, emissão de</p><p>moeda, sistema orçamentário, limites de despesas com pessoal ativo e inativo, entre outras matérias.</p><p>“O art. 163 da CF estabelece que deve haver lei complementar dispondo sobre finanças públicas e dívida</p><p>pública interna e externa, incluídas das autarquias, fundações públicas e entidades controladas pelo Poder Público.</p><p>” O art. 163, CF, apresenta a seguinte redação:7</p><p>Art. 163. LC disporá sobre:</p><p>I - finanças públicas;</p><p>II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo</p><p>Poder Público;</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Na prova para Juiz Federal do TRF-3ª Região (2018), foi considerada correta a seguinte afirmativa: Lei ordinária não</p><p>pode dispor sobre dívida pública e sobre emissão e resgate de títulos da dívida pública.</p><p>III - concessão de garantias pelas entidades públicas;</p><p>IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;</p><p>V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;</p><p>VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos</p><p>Municípios;</p><p>VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as</p><p>características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.</p><p>VIII - sustentabilidade da dívida, especificando: (EC 109/21)</p><p>7 Saleme, Edson R. Direito constitucional. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Editora Manole, 2022.</p><p>6 https://blog.grancursosonline.com.br/breve-analise-da-emenda-constitucional-109-21/</p><p>5 Saleme, Edson R. Direito constitucional. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Editora Manole, 2022.</p><p>5</p><p>a) indicadores de sua apuração; (EC 109/21)</p><p>b) níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dívida; (EC 109/21)</p><p>c) trajetória de convergência do montante da dívida com os limites definidos em legislação; (EC 109/21)</p><p>d) medidas de ajuste, suspensões e vedações; (EC 109/21)</p><p>e) planejamento de alienação de ativos com vistas à redução do montante da dívida. (EC 109/21)</p><p>Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso VIII do caput deste artigo pode autorizar a aplicação das</p><p>vedações previstas no art. 167-A desta Constituição (EC 109/21)</p><p>“O art. 163 da Carta apresenta diversas matérias relacionadas às Finanças Públicas, reservando à lei</p><p>complementar a competência para sua normatização. (...) Desse modo, à União caberá, por lei complementar,</p><p>estabelecer as normas gerais nas matérias referidas no art. 163 da CR, e aos Estados e ao DF dispor sobre normas</p><p>específicas, aplicáveis em seus respectivos territórios (sem esquecer que a União poderá também editar normas</p><p>específicas, de incidência restrita à esfera federal)” .8</p><p>O art. 164-A, incluído pela Emenda Constitucional nº 109 de 2021, e possui a seguinte redação:</p><p>Art. 164-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem conduzir suas políticas fiscais de</p><p>forma a manter a dívida pública em níveis sustentáveis, na forma da lei complementar referida no inciso VIII</p><p>do caput do art. 163 desta Constituição. (EC 109/21)</p><p>Parágrafo único. A elaboração e a execução de planos e orçamentos devem refletir a compatibilidade dos</p><p>indicadores fiscais com a sustentabilidade da dívida (EC 109/21)</p><p>4. COMPETÊNCIA PARA A EMISSÃO DE MOEDA</p><p>O art. 164, caput, CF dispõe que a competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente</p><p>pelo banco central.</p><p>Conforme ensina Sylvio Motta : “O Banco Central (Bacen) é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério9</p><p>da Economia, que titulariza parcela da competência da União na esfera financeira, por expressa disposição</p><p>constitucional.”</p><p>Em complemento ao caput, o art. 164 apresenta os seguintes parágrafos:</p><p>Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Sobre a competência para emitir moeda, na prova para Juiz Federal do TRF-2ª Região (Ano: 2022) foi considerada</p><p>incorreta a seguinte assertiva: “a competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo</p><p>9 Motta, Sylvio. Direito Constitucional. Disponível em: Minha Biblioteca, (29th edição). Grupo GEN, 2021.</p><p>8 Motta, Sylvio. Direito Constitucional. Disponível em: Minha Biblioteca, (29th edição). Grupo GEN, 2021.</p><p>6</p><p>Banco Central e pela Secretaria do Tesouro Nacional.”</p><p>§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a</p><p>qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.</p><p>§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular</p><p>a oferta de moeda ou a taxa de juros.</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Na prova para Promotor de Justiça Substituto da Bahia (Ano: 2022; Fundação CEFETBAHIA), foi considerada</p><p>incorreta a seguinte assertiva: “é defeso ao Banco Central comprar títulos de emissão do Tesouro Nacional como</p><p>forma de regular a taxa de juros.”</p><p>§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal,</p><p>dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições</p><p>financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Na prova para Promotor de Justiça do Estado do Pará (Ano: 2014, FCC) foi considerada correta a seguinte assertiva:</p><p>Será incompatível com as diretrizes constitucionais referentes às finanças públicas a autorização, por lei estadual,</p><p>para que as disponibilidades de caixa do poder público estadual sejam depositadas em entidades privadas</p><p>integrantes do Sistema Financeiro Nacional.</p><p>⚠ ATENÇÃO</p><p>“É clara a disciplina constitucional: as disponibilidades de caixa da União serão obrigatoriamente</p><p>depositadas no Bacen, e as das demais entidades referidas no dispositivo em instituições financeiras oficiais (a</p><p>exemplo dos bancos federais e estaduais), ressalvadas as hipóteses a serem previstas em lei ordinária editada pela</p><p>União. ”10</p><p>5. VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS</p><p>O art. 167, caput, da Constituição Federal apresenta como vedações impostas pela Constituição:</p><p>I. o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;</p><p>II. a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou</p><p>adicionais;</p><p>10 Motta, Sylvio. Direito Constitucional. Disponível em: Minha Biblioteca, (29th edição). Grupo GEN, 2021.</p><p>7</p><p>III. a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as</p><p>autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder</p><p>Legislativo por maioria absoluta;</p><p>IV. a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da</p><p>arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e</p><p>serviços</p><p>públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades</p><p>da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a</p><p>prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem</p><p>como o disposto no § 4º deste artigo;</p><p>V. a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos</p><p>recursos correspondentes;</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Sobre a abertura de crédito suplementar, na prova para Juiz de Direito Substituto do Estado da Bahia (Ano: 2019;</p><p>CESPE) foi considerada correta a seguinte afirmativa: Conforme as normas constitucionais a respeito do</p><p>orçamento público, é possível a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de</p><p>capital, se autorizadas mediante créditos suplementares com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo.</p><p>VI. a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para</p><p>outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;</p><p>VII. a concessão ou utilização de créditos ilimitados;</p><p>VIII. a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade</p><p>social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos</p><p>mencionados no art. 165, § 5º;</p><p>IX. a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.</p><p>X. a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita,</p><p>pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com</p><p>pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Na prova para Juiz de Direito do Estado da Paraíba (Ano: 2015; CESPE), foi considerada correta a seguinte assertiva:</p><p>É vedada a concessão de empréstimos pelas instituições financeiras públicas para pagamento de despesas com</p><p>pessoal ativo e inativo dos estados, do DF e dos municípios.</p><p>XI. a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a</p><p>realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que</p><p>8</p><p>trata o art. 201.</p><p>XII. na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22 do art. 40, a utilização de recursos de</p><p>regime próprio de previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos no art. 249,</p><p>para a realização de despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo fundo</p><p>vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua organização e ao seu funcionamento;</p><p>XIII. XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais, as garantias e as subvenções pela União</p><p>e a concessão de empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras federais aos Estados, ao</p><p>Distrito Federal e aos Municípios na hipótese de descumprimento das regras gerais de organização e de</p><p>funcionamento de regime próprio de previdência social.</p><p>XIV. a criação de fundo público, quando seus objetivos puderem ser alcançados mediante a vinculação de</p><p>receitas orçamentárias específicas ou mediante a execução direta por programação orçamentária e</p><p>financeira de órgão ou entidade da administração pública.</p><p>As disposições do caput do art. 167 são complementadas pelos seus §§ 1º a 6º, in litteris:</p><p>Art. 167. (...)</p><p>§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem</p><p>prévia inclusão no plano plurianual (PPA), ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de</p><p>responsabilidade.</p><p>§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem</p><p>autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos 4 meses daquele exercício, caso em</p><p>que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro</p><p>subsequente.</p><p>§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e</p><p>urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art.</p><p>62.</p><p>§ 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os arts. 155 (impostos estaduais), 156 (impostos</p><p>municipais), 157, 158 e as alíneas "a", "b", "d" (1% FPM) e "e" (1% FPM) do inciso I e o inciso II do caput do art. 159</p><p>desta Constituição para pagamento de débitos com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia.</p><p>(EC 109/21)</p><p>§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação</p><p>para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de</p><p>viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade</p><p>da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo.</p><p>§ 6º Para fins da apuração ao término do exercício financeiro do cumprimento do limite de que trata o inciso III do</p><p>caput deste artigo, as receitas das operações de crédito efetuadas no contexto da gestão da dívida pública</p><p>mobiliária federal somente serão consideradas no exercício financeiro em que for realizada a respectiva</p><p>despesa. (EC 109/21)</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>9</p><p>A Lei Estadual 7.514/2000, do Maranhão, autorizou que o governo do Estado assumisse as obrigações financeiras</p><p>resultantes de sentença judicial proferida após a privatização da Companhia Energética do Maranhão S.A. –</p><p>CEMAR, sociedade de economia mista prestadora de serviço público.</p><p>A assunção excepcional de despesas extraordinárias, ocorrida no contexto do processo de desestatização, traduz</p><p>matéria pertinente ao direito administrativo, não caracterizando hipótese de competência legislativa da União em</p><p>matéria de direito civil.</p><p>As vedações indicadas nos incisos II, V e VII do art. 167 da CF/88 referem-se às condutas do administrador público</p><p>quanto à execução orçamentária, e não do legislador, responsável pela elaboração da lei impugnada.</p><p>O Estado não assumiu obrigações futuras da empresa, pois o âmbito de aplicação da lei estadual questionada</p><p>restringe-se às obrigações anteriores à privatização e decorrentes de decisões transitadas em julgado.</p><p>STF. Plenário. ADI 5271/MA, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 26/8/2022 (Info 1065).11</p><p>6. DUODÉCIMO DOS PODERES LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO, DO MINISTÉRIO PÚBLICO E</p><p>DA DEFENSORIA PÚBLICA</p><p>O art. 168 da CF teve sua redação alterada pela EC nº 45/2004, com o objetivo de fortalecer a autonomia</p><p>orçamentário-financeira dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública:</p><p>Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e</p><p>especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria</p><p>Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que</p><p>se refere o art. 165, § 9º.</p><p>§ 1º É vedada a transferência a fundos de recursos financeiros oriundos de repasses duodecimais. (EC</p><p>109/21)</p><p>§ 2º O saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na forma do caput deste artigo deve ser restituído ao</p><p>caixa único do Tesouro do ente federativo, ou terá seu valor deduzido das primeiras parcelas duodecimais do</p><p>exercício seguinte. (EC 109/21)</p><p>7. DESPESAS COM PESSOAL ATIVO E INATIVO</p><p>O art. 169 da Constituição determina que a despesa com pessoal ativo, inativo e pensionistas</p><p>(acrescentado pela EC 109/21) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os</p><p>limites estabelecidos em lei complementar:</p><p>11CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É constitucional norma estadual que prevê a assunção de obrigações financeiras resultantes de sentença judicial</p><p>proferida após a privatização de sociedade de economia mista prestadora de serviço público pelo respectivo estado. Buscador Dizer o Direito, Manaus.</p><p>Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a91e54caf4ae7dcf7a1f13640fa21079>. Acesso em: 28/10/2022</p><p>10</p><p>Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos</p><p>Municípios não pode exceder os limites estabelecidos em lei complementar. (EC 109/21)</p><p>§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e</p><p>funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer</p><p>título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas</p><p>pelo poder público, só poderão ser feitas:</p><p>I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos</p><p>acréscimos dela decorrentes;</p><p>II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias (LDO), ressalvadas as empresas</p><p>públicas e as sociedades de economia mista.</p><p>§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros</p><p>ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao</p><p>Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites.</p><p>§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei</p><p>complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes</p><p>providências:</p><p>I - redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;</p><p>II - exoneração dos servidores não estáveis.</p><p>§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o</p><p>cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, O SERVIDOR ESTÁVEL PODERÁ</p><p>PERDER O CARGO, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional,</p><p>o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.</p><p>§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a 1</p><p>mês de remuneração por ano de serviço.</p><p>§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação</p><p>de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de 4 anos.</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Na prova para Juiz de Direito Substituto do Estado de São Paulo (Ano: 2017; VUNESP), foi considerada correta a</p><p>seguinte assertiva: Atingindo-se o limite global de despesas com pessoal, nos termos do artigo 169 da Constituição</p><p>Federal de 1988, os cargos públicos objeto de redução permanecerão vagos pelo período de 4 (quatro) anos, após</p><p>o que, respeitado o limite de gastos com pessoal, poderão ser novamente providos, aproveitando-se os servidores</p><p>exonerados.</p><p>§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.</p><p>Atenção ao que explica Sylvio Motta :12</p><p>12 Motta, Sylvio. Direito Constitucional. Disponível em: Minha Biblioteca, (29th edição). Grupo GEN, 2021.</p><p>11</p><p>O legislador ordinário, a fim de conferir aplicabilidade ao dispositivo constitucional, editou a Lei Complementar no</p><p>101, de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que fixa em 50% da receita corrente líquida o limite para a União, e</p><p>em 60% o limite para Estados, Municípios e Distrito Federal. São estes, portanto, os limites a serem respeitados</p><p>pelos entes federados no tocante às suas despesas com percentual ativo e inativo.</p><p>Os entes federados terão um prazo, também definido na lei complementar, para se adaptar a estes limites, dentro</p><p>do qual deverão adotar algumas medidas com essa finalidade. Decorrido este prazo sem a adaptação aos</p><p>parâmetros previstos na lei complementar, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais</p><p>ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites (CR, art.</p><p>169, § 2º).</p><p>8. LEIS ORÇAMENTÁRIAS</p><p>“O art. 165 da Constituição enumera as três modalidades de lei orçamentária existentes em nosso</p><p>ordenamento jurídico, a saber, a Lei do Plano Plurianual (LPP), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei</p><p>Orçamentária Anual (LOA), três diplomas legais de natureza transitória, como veremos a seguir. Em termos mais</p><p>amplos, o dispositivo consagra o princípio da legalidade orçamentária.”13</p><p>Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:</p><p>I - o plano plurianual (PPA);</p><p>II - as diretrizes orçamentárias (LDO);</p><p>III - os orçamentos anuais (LOA)</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Sobre a iniciativa das leis, a prova para Delegado de Polícia do Estado do Amazonas (Ano: 2022; FGV) considerou</p><p>incorreta a seguinte afirmativa: “Embora a lei orçamentária anual seja de iniciativa privativa do Poder Executivo, a</p><p>lei de diretrizes orçamentárias e o plano plurianual são de iniciativa concorrente entre o Poder Executivo e o Poder</p><p>Legislativo.”</p><p>“O orçamento sinaliza as prioridades, os projetos, os “megaprojetos” e os programas de trabalho das</p><p>entidades federativas. Possui planos de custeio necessários à realização desses projetos e a prestação de serviços</p><p>públicos, investimentos considerados necessários e materialização de outros planos (como o plano diretor, com</p><p>validade máxima de dez anos). Além desse plano de custeio, indica os recursos necessários para fazer frente às</p><p>prioridades, por isso necessária a aprovação legislativa por intermédio da Comissão Mista de Planos, Orçamento e</p><p>Fiscalização (CMO) no âmbito federal. Tudo deve ser realizado para um período financeiro determinado e aprovado</p><p>pelo Poder Legislativo. A Comissão mista é prevista somente para as leis federais, isso porque é o único Legislativo</p><p>13 Motta, Sylvio. Direito Constitucional. Disponível em: Minha Biblioteca, (29th edição). Grupo GEN, 2021</p><p>12</p><p>que possui duas casas (art. 166, § 1º, da CF)” .14</p><p>O professor Edson Saleme esquematiza a seguinte tabela:15</p><p>ESPÉCIES DE LEIS ORÇAMENTÁRIAS</p><p>PLANO PLURIANUAL</p><p>Tem vigência por 4 anos nos</p><p>termos do art. 35, § 2º, I, do ADCT</p><p>Nos termos do art. 165, § 1º, da CF deve estabelecer de forma</p><p>regionalizada as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração</p><p>Pública Federal para as despesas de capital e outras delas</p><p>decorrentes e para as relativas aos programas de duração</p><p>continuada.</p><p>LEI DE DIRETRIZES</p><p>ORÇAMENTÁRIAS</p><p>Tem vigência de um ano nos</p><p>termos do art. 35, § 2º, II, do ADCT</p><p>O art. 165, § 2º, da CF refere-se a esta lei como sendo a que determina</p><p>metas e prioridades da Administração, incluindo as despesas de</p><p>capital para o exercício financeiro subsequente. Deve orientar a</p><p>elaboração da lei orçamentária anual e dispor sobre alterações na</p><p>legislação tributária e na política de aplicação de recursos das</p><p>agências financeiras de fomento.</p><p>LEI DE ORÇAMENTO ANUAL</p><p>Tem vigência de um ano nos</p><p>termos do art. 35, § 2º, III, do ADCT</p><p>Nos termos dos incisos do § 5º do art. 165 da CF ela deve</p><p>compreender o orçamento fiscal relacionado aos Poderes da União,</p><p>seus fundos, órgãos e entidades da Administração direta e indireta; o</p><p>orçamento de investimento em empresas estatais e o orçamento da</p><p>seguridade social.</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Na prova para Promotor de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Ano: 2021; MPE-RS), foi considerada incorreta</p><p>a seguinte assertiva: A lei de diretrizes orçamentárias estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos</p><p>e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas</p><p>aos programas de duração continuada.</p><p>Na prova para Defensor Público do Estado de Rondônia (Ano: 2017: VUNESP) foi considerada correta a seguinte</p><p>assertiva: A Constituição Federal prevê que uma lei deve estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes,</p><p>objetivos e metas da Administração Pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as</p><p>relativas aos programas de duração continuada, denominando-a de Plano Plurianual.</p><p>São inconstitucionais emendas parlamentares</p><p>estaduais de caráter impositivo em lei orçamentária anteriores à</p><p>vigência das ECs 86/2015 e 100/2019.</p><p>15 Saleme, Edson R. Direito constitucional. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Editora Manole, 2022.</p><p>14 Saleme, Edson R. Direito constitucional. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Editora Manole, 2022.</p><p>13</p><p>Não cabe à Constituição estadual instituir a figura das programações orçamentárias impositivas fora das</p><p>hipóteses previstas no regramento nacional.</p><p>STF. Plenário. ADI 6308/RR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/6/2022 (Info 1057).16</p><p>9. PROCESSO LEGISLATIVO DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS</p><p>O art. 166 da Constituição é reservado ao tratamento do processo legislativo federal das leis orçamentárias</p><p>e estabelece que deve haver lei complementar dispondo sobre finanças públicas e dívida pública interna e externa,</p><p>incluídas das autarquias, fundações públicas e entidades controladas pelo Poder Público:</p><p>Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos</p><p>créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.</p><p>§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:</p><p>I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente</p><p>pelo Presidente da República;</p><p>II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta</p><p>Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais</p><p>comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.</p><p>§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma</p><p>regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.</p><p>§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual (LOA) ou aos projetos que o modifiquem somente</p><p>podem ser aprovadas caso:</p><p>I - sejam compatíveis com o plano plurianual (PPA) e com a lei de diretrizes orçamentárias (LDO);</p><p>II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas</p><p>as que incidam sobre:</p><p>a) dotações para pessoal e seus encargos;</p><p>b) serviço da dívida;</p><p>c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Sobre as emendas ao projeto de lei, na prova para Juiz de Direito do Estado do Pernambuco (TJ-PE, Ano: 2022; FGV)</p><p>cobrou a seguinte questão:</p><p>Lucas, deputado federal, apresenta uma emenda ao projeto de lei do orçamento anual para ampliar certa dotação</p><p>orçamentária que reputa ter sido contemplada com alocação insuficiente de recursos.</p><p>Para tanto, tal emenda de Lucas deverá indicar os recursos necessários, que poderão provir de anulação de</p><p>despesas que incidam sobre:</p><p>16 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É inconstitucional orçamento impositivo previsto na Constituição estadual antes das ECs 86/2015 e 100/2019. Buscador</p><p>Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/5c5bc7df3d37b2a7ea29e1b47b2bd4ab>. Acesso em:</p><p>28/10/2022</p><p>14</p><p>a) serviço da dívida;</p><p>b) dotações para pessoal civil;</p><p>c) dotações para encargos com pessoal militar;</p><p>d) restos a pagar não processados de material de consumo; (correta)</p><p>e) transferências tributárias constitucionais para os Estados, Municípios e Distrito Federal.</p><p>III - sejam relacionadas:</p><p>a) com a correção de erros ou omissões; ou</p><p>b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.</p><p>§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO) não poderão ser aprovadas quando</p><p>incompatíveis com o plano plurianual (PPA).</p><p>§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação</p><p>nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja</p><p>alteração é proposta.</p><p>§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados</p><p>pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, §</p><p>9º.</p><p>§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais</p><p>normas relativas ao processo legislativo.</p><p>§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (LOA),</p><p>ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais</p><p>ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.</p><p>§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% da receita</p><p>corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual</p><p>será destinada a ações e serviços públicos de saúde.</p><p>§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio,</p><p>será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para pagamento</p><p>de pessoal ou encargos sociais.</p><p>§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em</p><p>montante correspondente a 1,2% da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios</p><p>para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.</p><p>§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações incluídas</p><p>por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no</p><p>montante de até 1% da receita corrente líquida realizada no exercício anterior. (EC 100/2019)</p><p>§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo não serão de execução obrigatória</p><p>nos casos dos impedimentos de ordem técnica.(EC 100/2019)</p><p>§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os órgãos de execução deverão observar,</p><p>nos termos da lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verificação de eventuais impedimentos</p><p>das programações e demais procedimentos necessários à viabilização da execução dos respectivos montantes.(EC</p><p>100/2019)</p><p>§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos §§ 11 e 12 deste</p><p>15</p><p>artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente</p><p>federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação</p><p>dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.(EC 100/2019)</p><p>§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 poderão ser</p><p>considerados para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de 0,6% da receita corrente líquida</p><p>realizada no exercício anterior, para as programações das emendas individuais, e até o limite de 0,5%, para as</p><p>programações das emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal.(EC</p><p>100/2019)</p><p>§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de</p><p>resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo</p><p>poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das demais despesas</p><p>discricionárias.(EC 100/2019)</p><p>§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe critérios</p><p>objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas,</p><p>independentemente da autoria.(EC 100/2019)</p><p>§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem sobre o início de investimentos com</p><p>duração de mais de 1 exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada, deverão ser objeto de</p><p>emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a conclusão</p><p>da obra ou do</p><p>empreendimento(EC 100/2019)</p><p>O art. 166-A foi acrescentado pela Emenda Constitucional no 105/2019 que instituiu uma nova forma de</p><p>transferência para as emendas parlamentares individuais, com a seguinte redação:</p><p>Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual poderão</p><p>alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de: (EC 105/19)</p><p>I - transferência especial; ou (EC 105/19)</p><p>II - transferência com finalidade definida. (EC 105/19)</p><p>§ 1o Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do Estado, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa com pessoal ativo e</p><p>inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente federado, vedada, em qualquer caso, a</p><p>aplicação dos recursos a que se refere o caput deste artigo no pagamento de: (EC 105/19)</p><p>I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e (EC 105/19)</p><p>II - encargos referentes ao serviço da dívida. (EC 105/19)</p><p>§ 2o Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos: (EC 105/19)</p><p>I - serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de celebração de</p><p>convênio ou de instrumento congênere; (EC 105/19)</p><p>II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e (EC 105/19)</p><p>III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo do ente federado</p><p>beneficiado, observado o disposto no § 5o deste artigo. (EC 105/19)</p><p>§ 3o O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo poderá</p><p>firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da execução</p><p>16</p><p>orçamentária na aplicação dos recursos. (EC 105/19)</p><p>§ 4o Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do caput deste artigo, os recursos</p><p>serão: (EC 105/19)</p><p>I - vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e (EC 105/19)</p><p>II - aplicados nas áreas de competência constitucional da União. (EC 105/19)</p><p>§ 5o Pelo menos 70% das transferências especiais de que trata o inciso I do caput deste artigo deverão ser</p><p>aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se refere o inciso II do § 1o deste artigo (EC</p><p>105/19)</p><p>⚠ ATENÇÃO</p><p>O doutrinador Sylvio Motta apresenta os seguintes ensinamentos:17</p><p>“A transferência consiste no ato pelo qual um ente federativo repassa recursos financeiros para outro.</p><p>Doutrinariamente poder ser de três espécies:</p><p>a) Transferência obrigatória – são aquelas expressamente determinadas pela Constituição como, as decorrentes</p><p>da repartição das receitas tributárias;</p><p>b) Transferência automática – embora sejam também compulsórias, não estão determinadas pela Constituição, e</p><p>sim na legislação infraconstitucional. Tais repasses independem da existência de convênios (ou quaisquer outros</p><p>instrumentos prévios) tal como ocorre com as verbas do SUS (Sistema Único de Saúde);</p><p>Transferência voluntária – nesta hipótese o ente federativo periférico precisa estabelecer um convênio para</p><p>receber tais recursos. Nesse caso, incidem as emendas parlamentares, objeto de nosso estudo neste novo</p><p>dispositivo constitucional.</p><p>Nesse contexto, entende-se transferência especial (art. 166-A, I) como uma nova espécie de transferência</p><p>voluntária em que o repasse do valor orçamentário se dá diretamente para o ente federativo sem a ingerência e a</p><p>fiscalização direta da União acerca da destinação final dos recursos financeiros decorrentes da emenda</p><p>parlamentar. Nesse caso, não há necessidade de convênio e a transferência é direta e feita por meio da lei,</p><p>contudo com algumas especificidades.</p><p>Por outro lado, a transferência com finalidade definida (art. 166-A, II) é voluntária uma vez que necessita de</p><p>instrumento convencional e deve seguir o regramento da União”.</p><p>10. DOS PRECATÓRIOS</p><p>10.1. REGRAS GERAIS</p><p>Em termos gerais, entende-se por precatório o instrumento pelo qual se é cobrado um débito do Poder</p><p>Público:</p><p>Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de</p><p>17 Motta, Sylvio. Direito Constitucional. Disponível em: Minha Biblioteca, (29th edição). Grupo GEN, 2021.</p><p>17</p><p>sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos</p><p>créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos</p><p>adicionais abertos para este fim.</p><p>A matéria de precatórios já sofreu diversas alterações no decorrer dos anos, via ECs ns. 20/98 (modificação</p><p>do art. 100 da CF/88), 30/2000 (modificação do art. 100 da CF/88 e acréscimo do art. 78 ao ADCT), 37/2002</p><p>(modificação do art. 100 da CF/88 e acréscimo dos arts. 86 e 87 ao ADCT), de maneira bastante complexa e</p><p>tormentosa pela EC n. 62/2009 (modificação do art. 100 da CF/88 e acréscimo do art. 97 ao ADCT) e pela EC n.</p><p>94/2016 (modificação do art. 100 da CF/88 e acréscimo dos arts. 101 a 105 ao ADCT), tendo sido referidos arts. 101,</p><p>102, 103 e 105 do ADCT, alterados pela EC n. 99/2017, bem como pelas ECs ns. 113 e 114/2021.18</p><p>⚠ ATENÇÃO</p><p>Não se aplica a regra dos precatórios à execução provisória de obrigação de fazer contra a Fazenda</p><p>Pública! ( RE 573.872, Pleno, Rel. Min. Edson Fachin, j. 24.05.2017)</p><p>Nos termos do Código de Processo Civil, a cobrança de precatórios e requisição de pequeno valor é</p><p>realizada via execução por quantia certa:</p><p>CAPÍTULO V</p><p>DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA</p><p>Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30</p><p>(trinta) dias.</p><p>§ 1º Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar, expedir-se-á precatório ou</p><p>requisição de pequeno valor em favor do exequente, observando-se o disposto no art. 100 da Constituição</p><p>Federal .</p><p>§ 2º Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no</p><p>processo de conhecimento.</p><p>§ 3º Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos artigos 534 e 535 .</p><p>Para a compreensão do tema, é indispensável a leitura atenta e completa do art. 100 da Constituição</p><p>Federal, bem como da Súmula Vinculante n. 17 e a jurisprudência correlata:</p><p>Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude</p><p>de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta</p><p>dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos</p><p>créditos adicionais abertos para este fim.</p><p>§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos,</p><p>proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por</p><p>invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão</p><p>18 Lenza, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 26. ed. – São Paulo : SaraivaJur, 2022. p. 1523</p><p>18</p><p>pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.</p><p>§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60</p><p>anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma</p><p>da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado</p><p>em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo (RPV), ADMITIDO O FRACIONAMENTO PARA ESSA</p><p>FINALIDADE, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Na prova para Promotor de Justiça do Rio Grande do Sul (Ano: 2014; MPE-RS) foi considerada incorreta a seguinte</p><p>afirmativa: Os precatórios de natureza alimentícia das pessoas que tiverem 60 anos ou mais, ou portadoras</p><p>de</p><p>doença grave definida em lei, terão preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente a três vezes</p><p>o limite máximo estabelecido pela Fazenda Nacional (Requisições de Pequeno Valor), vedado o fracionamento do</p><p>respectivo valor para tal finalidade.</p><p>O § 2º do art. 100 prevê que os débitos de natureza alimentícia que tenham como beneficiários:</p><p>a) pessoas com idade igual ou superior a 60 anos;</p><p>b) pessoas portadoras de doenças graves;</p><p>c) pessoas com deficiência;</p><p>... terão uma preferência no recebimento dos precatórios.</p><p>O simples fato de o titular do precatório ser idoso é motivo suficiente para ele se enquadrar no § 2º do art.</p><p>100 da CF/88?</p><p>Não. É necessário que, além da idade, o crédito que ele tem para receber seja de natureza alimentar.</p><p>Requisitos cumulativos do § 2º do art. 100 da CF/88:</p><p>• requisito 1: o titular deve ser: a) idoso; b) pessoa portadora de doença grave; ou c) pessoa com deficiência.</p><p>• requisito 2: o débito deve ter natureza alimentícia.</p><p>Se a dívida não tem natureza alimentar, o seu titular receberá segundo a regra do caput do art. 100 (sem qualquer</p><p>preferência).</p><p>STJ. 2ª Turma. RMS 65747/SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 16/03/2021 (Info 689).</p><p>§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de</p><p>obrigações definidas em leis como de pequeno valor (RPV) que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de</p><p>sentença judicial transitada em julgado.</p><p>§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de</p><p>direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior</p><p>benefício do regime geral de previdência social.</p><p>§ 5º É obrigatória a inclusão no orçamento das entidades de direito público de verba necessária ao</p><p>pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado constantes de precatórios</p><p>judiciários apresentados até 2 de abril, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão</p><p>seus valores atualizados monetariamente. (EC 114/21)</p><p>19</p><p>§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo</p><p>ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a</p><p>requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não</p><p>alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.</p><p>§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a</p><p>liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o</p><p>Conselho Nacional de Justiça.</p><p>§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o</p><p>fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do</p><p>total ao que dispõe o § 3º deste artigo.</p><p>§ 9º Sem que haja interrupção no pagamento do precatório e mediante comunicação da Fazenda Pública ao</p><p>Tribunal, o valor correspondente aos eventuais débitos inscritos em dívida ativa contra o credor do</p><p>requisitório e seus substituídos deverá ser depositado à conta do juízo responsável pela ação de cobrança,</p><p>que decidirá pelo seu destino definitivo. (EC 113/21)</p><p>§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até</p><p>30 dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as</p><p>condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos (Dispositivo declarado integralmente inconstitucional).</p><p>§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei do ente federativo devedor, com auto aplicabilidade</p><p>para a União, a oferta de créditos líquidos e certos que originalmente lhe são próprios ou adquiridos de</p><p>terceiros reconhecidos pelo ente federativo ou por decisão judicial transitada em julgado para: (EC 113/21)</p><p>I - quitação de débitos parcelados ou débitos inscritos em dívida ativa do ente federativo devedor, inclusive</p><p>em transação resolutiva de litígio, e, subsidiariamente, débitos com a administração autárquica e fundacional do</p><p>mesmo ente; (EC 113/21)</p><p>II - compra de imóveis públicos de propriedade do mesmo ente disponibilizados para venda; (EC 113/21)</p><p>III - pagamento de outorga de delegações de serviços públicos e demais espécies de concessão negocial</p><p>promovidas pelo mesmo ente; (EC 113/21)</p><p>IV - aquisição, inclusive minoritária, de participação societária, disponibilizada para venda, do respectivo ente</p><p>federativo; ou (EC 113/21)</p><p>V - compra de direitos, disponibilizados para cessão, do respectivo ente federativo, inclusive, no caso da União,</p><p>da antecipação de valores a serem recebidos a título do excedente em óleo em contratos de partilha de</p><p>petróleo. (EC 113/21)</p><p>§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua</p><p>expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de</p><p>remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no</p><p>mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros</p><p>compensatórios (Dispositivo declarado parcialmente inconstitucional).</p><p>§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,</p><p>INDEPENDENTEMENTE DA CONCORDÂNCIA DO DEVEDOR, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º</p><p>e 3º.</p><p>§ 14. A CESSÃO DE PRECATÓRIOS, observado o disposto no § 9º deste artigo, somente produzirá efeitos após</p><p>comunicação, por meio de petição protocolizada, ao Tribunal de origem e ao ente federativo devedor. (EC</p><p>113/21)</p><p>20</p><p>§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer</p><p>regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo</p><p>sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação (Dispositivo declarado integralmente</p><p>inconstitucional).</p><p>§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de</p><p>Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.</p><p>§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão mensalmente, em base anual, o</p><p>comprometimento de suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações</p><p>de pequeno valor.</p><p>§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o somatório das receitas</p><p>tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de transferências correntes e</p><p>outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no período</p><p>compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior ao de referência e os 11 meses precedentes, excluídas</p><p>as duplicidades, e deduzidas:</p><p>I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por determinação</p><p>constitucional</p><p>II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;</p><p>III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de seu</p><p>sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no § 9º</p><p>do art. 201 da Constituição Federal.</p><p>§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e obrigações de</p><p>pequeno valor, em período de 12 meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual da receita</p><p>corrente líquida nos 5 anos imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse percentual poderá ser</p><p>financiada, excetuada dos limites de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição</p><p>Federal e</p><p>de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a esse financiamento a</p><p>vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.</p><p>§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% do montante dos precatórios apresentados nos termos do §</p><p>5º deste artigo, 15% do valor deste precatório serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em</p><p>parcelas iguais nos 5 exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante</p><p>acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40% do valor</p><p>do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que sejam</p><p>observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente federado.</p><p>§ 21. Ficam a União e os demais entes federativos, nos montantes que lhes são próprios, desde que aceito por</p><p>ambas as partes, autorizados a utilizar valores objeto de sentenças transitadas em julgado devidos a pessoa</p><p>jurídica de direito público para amortizar dívidas, vencidas ou vincendas: (EC 113/21)</p><p>I - nos contratos de refinanciamento cujos créditos sejam detidos pelo ente federativo que figure como</p><p>devedor na sentença de que trata o caput deste artigo; (EC 113/21)</p><p>II - nos contratos em que houve prestação de garantia a outro ente federativo; (EC 113/21)</p><p>III - nos parcelamentos de tributos ou de contribuições sociais; e (EC 113/21)</p><p>IV - nas obrigações decorrentes do descumprimento de prestação de contas ou de desvio de recursos. (EC</p><p>113/21)</p><p>§ 22. A amortização de que trata o § 21 deste artigo: (EC 113/21)</p><p>21</p><p>I - nas obrigações vencidas, será imputada primeiramente às parcelas mais antigas; (EC 113/21)</p><p>II - nas obrigações vincendas, reduzirá uniformemente o valor de cada parcela devida, mantida a duração</p><p>original do respectivo contrato ou parcelamento. (EC 113/21)</p><p>10.2. JURISPRUDÊNCIA</p><p>⚠ ATENÇÃO</p><p>Súmula Vinculante n. 17:</p><p>Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os</p><p>precatórios que nele sejam pagos.</p><p>Quando o enunciado fala em “§ 1º”, deve-se entender § 5º. Isso porque, após a súmula ter sido aprovada (em</p><p>10/11/2009), foi editada a EC 62/2009 (em 09/12/2009), que deslocou a redação do antigo § 1º para o atual § 5º do</p><p>art. 100 da CF/88.</p><p>O enunciado da Súmula Vinculante 17 não foi afetado pela superveniência da Emenda Constitucional</p><p>62/2009, de modo que não incidem juros de mora no período de que trata o § 5º do art. 100 da Constituição.</p><p>Havendo o inadimplemento pelo ente público devedor, a fluência dos juros inicia-se após o ‘período de graça’.</p><p>STF. Plenário. RE 1169289, Rel. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 16/06/2020</p><p>(Repercussão Geral – Tema 1037) (Info 984 – clipping).</p><p>Outros temas:</p><p>Nas demandas envolvendo valores relacionados ao FUNDEF/FUNDEB, é possível a utilização dos juros moratórios</p><p>dos precatórios para pagamento dos honorários contratuais, ante a natureza autônoma dos juros em relação à</p><p>verba principal.</p><p>STJ. 1ª Turma. AREsp 1369724-AL, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 02/08/2022 (Info 743).</p><p>STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1880972-AL, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 19/04/2022 (Info 735).19</p><p>A Lei nº 13.463/2017 tratou sobre os recursos destinados aos pagamentos decorrentes de precatórios e de</p><p>Requisições de Pequeno Valor (RPV) federais. Veja o que disse o art. 2º, caput e § 1º:</p><p>Art. 2º Ficam cancelados os precatórios e as RPV federais expedidos e cujos valores não tenham sido levantados</p><p>pelo credor e estejam depositados há mais de dois anos em instituição financeira oficial.</p><p>§ 1º O cancelamento de que trata o caput deste artigo será operacionalizado mensalmente pela instituição</p><p>19 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Juros de precatórios do Fundef/Fundeb podem ser usados para pagar honorários contratuais. Buscador Dizer o Direito,</p><p>Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/10976997a55826d2efd10358e23511de>. Acesso em: 31/10/2022</p><p>22</p><p>financeira oficial depositária, mediante a transferência dos valores depositados para a Conta Única do Tesouro</p><p>Nacional.</p><p>A ideia da Lei foi a de que, se o titular não pediu o pagamento do precatório ou da RPV em um prazo de 2 anos,</p><p>não faria sentido esse recurso ficar contingenciado (“preso”), devendo ele ser utilizado para outras finalidades.</p><p>O STF, contudo, julgou inconstitucionais o art. 2º, caput e o § 1º, da Lei nº 13.463/2017.</p><p>A medida infringe o princípio da separação dos Poderes, dada a impossibilidade de edição de medidas legislativas</p><p>para condicionar e restringir o levantamento de valores depositados a título de precatórios, já que gestão de</p><p>recursos destinados ao seu pagamento incumbe ao Judiciário por decorrência do texto constitucional (art. 100, da</p><p>CF/88), o qual não deixou margem limitativa do direito de crédito ao legislador infraconstitucional.</p><p>Também há violação aos princípios da segurança jurídica, do respeito à coisa julgada (art. 5º, XXXVI) e do devido</p><p>processo legal (art. 5º, LIV), sendo certo que a simples previsão da faculdade do credor requerer posteriormente a</p><p>expedição de novo ofício requisitório com a conservação da ordem cronológica anterior não repara os vícios</p><p>inerentes ao cancelamento.</p><p>Ademais, como nesse momento processual da tutela executiva a Fazenda Pública não detém a titularidade da</p><p>quantia, a previsão legal ofende o direito de propriedade (art. 5º, XXII), além de conferir tratamento mais gravoso</p><p>ao credor, criando distinção que deriva automaticamente do decurso do tempo, sem averiguar as reais razões do</p><p>não levantamento do montante, afastando-se da necessária obediência à isonomia.</p><p>STF. Plenário. ADI 5755/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 29 e 30/6/2022 (Info 1061).20</p><p>No ordenamento jurídico pátrio, vigora o princípio da liberdade de forma (art. 107 do CC). Assim, a não ser</p><p>que a lei expressamente exija forma especial, a regra é no sentido de que a declaração de vontade não</p><p>depende de forma especial.</p><p>No caso da cessão de crédito, o art. 288 do Código Civil afirma que:</p><p>• em regra, não se trata de contrato solene.</p><p>• no entanto, para valer perante terceiros, é necessário que seja celebrada por instrumento público ou por</p><p>instrumento particular inscrito no Registro Público.</p><p>STJ. 1ª Turma. RMS 67005-DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 16/11/2021 (Info 720).</p><p>Os Estados e o Distrito Federal devem observar o prazo de dois meses, previsto no art. 535, § 3º, II, do CPC, para</p><p>pagamento de obrigações de pequeno valor.</p><p>Não é razoável impedir a satisfação imediata da parte incontroversa de título judicial, devendo-se observar, para</p><p>efeito de determinação do regime de pagamento — se por precatório ou requisição de pequeno valor —, o valor</p><p>total da condenação.</p><p>STF. Plenário. ADI 5534/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/12/2020 (Info 1003).</p><p>Os Estados-membros podem editar leis reduzindo a quantia considerada como de pequeno valor, para fins</p><p>de RPV, prevista no art. 87 do ADCT da CF/88.</p><p>20CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É inconstitucional o cancelamento automático — realizado diretamente pela instituição financeira oficial depositária e sem</p><p>prévia ciência do beneficiário ou formalização de contraditório — de precatórios e RPV federais não resgatados em dois anos. Buscador Dizer o Direito, Manaus.</p><p>Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1b7dbe36e1322048b49ab4b2b2c735e9>. Acesso em: 31/10/2022</p><p>23</p><p>É lícito aos entes federados fixar o valor máximo para essa especial modalidade de pagamento, desde que se</p><p>obedeça ao princípio constitucional da proporcionalidade.</p><p>Ex: Rondônia editou lei estadual prevendo que, naquele Estado, as obrigações consideradas como de pequeno</p><p>valor para fins de RPV seriam aquelas de até 10 salários-mínimos. Assim, a referida Lei reduziu de 40 para 10</p><p>salários-mínimos o crédito decorrente de sentença judicial transitada em julgado a ser pago por</p><p>meio de RPV. O</p><p>STF entendeu que essa redução foi constitucional.</p><p>STF. Plenário. ADI 4332/RO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 7/2/2018 (Info 890).</p><p>Os entes federados são competentes para estabelecer, por meio de leis próprias e segundo a sua capacidade</p><p>econômica, o valor máximo das respectivas obrigações de pequeno valor, não podendo tal valor ser inferior</p><p>àquele do maior benefício do regime geral de previdência social (artigo 100, §§ 3º e 4º, da Constituição Federal, na</p><p>redação da Emenda Constitucional 62/2009).</p><p>As unidades federadas podem fixar os limites das respectivas requisições de pequeno valor em patamares</p><p>inferiores aos previstos no artigo 87 do ADCT, desde que o façam em consonância com sua capacidade</p><p>econômica.</p><p>A aferição da capacidade econômica do ente federado, para fins de delimitação do teto para o pagamento</p><p>de seus débitos por meio de requisição de pequeno valor, não se esgota na verificação do quantum da</p><p>receita do Estado, mercê de esta quantia não refletir, por si só, os graus de endividamento e de</p><p>litigiosidade do ente federado.21</p><p>STF. Plenário. ADI 5100, Rel. Luiz Fux, julgado em 27/04/2020.</p><p>21 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Os Estados-membros/DF e Municípios podem fixar valor referencial inferior ao do art. 87 do ADCT(RPV), desde que</p><p>respeitado o princípio da proporcionalidade. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/92dfa194391a59dc65b88b704599dbd6>. Acesso em: 31/10/2022</p><p>24</p>

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