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Direito Processual Penal Comum 
 Professor: Alan Rodrigues 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
Disciplina: Direito Processual Penal 
Assunto: Teoria da prova 
 
 
Aluno: 
 
Data: __/___/____ 
 
 
Professor: Alan Ferreira Rodrigues (Instagram: @alfero_alan) 
 
 
Bibliografia utilizada: Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro de Lima; Novo Curso de Direito Processual Penal, 
Nestor Távora. 
 
TEORIA DA PROVA 
 
1. TEORIA DA PROVA 
1.1 CONCEITO 
Acepções da palavra ‘prova’: 
(i) Prova como atividade probatória: conjunto de atividades de verificação e demonstração, mediante as quais se 
procura chegar à verdade dos fatos relevantes para o julgamento. 
(ii) Prova como resultado: caracteriza-se pela formação da convicção do órgão julgador no curso do processo quanto 
à existência (ou não) de determinada situação fática. 
(iii) Prova como meio: são os instrumentos idôneos à formação da convicção do órgão julgador acerca da existência 
(ou não) de determinada situação fática. 
Atenção! Segundo Renato Brasileiro: 
- Fontes de prova: “derivam do fato delituoso em si, independentemente da existência do processo, sendo que sua 
introdução no feito se dá através dos meios de prova”. Ex.: pessoas que testemunharam a subtração de um carro numa rua 
movimentada. 
- Meios de prova: “dizem respeito a uma atividade endoprocessual que se desenvolve perante o juiz, com a 
participação dialética das partes, cujo objetivo precípuo é a fixação de dados probatórios no processo”. Ex.: prova testemunhal. 
Obs.: enquanto as fontes de prova são anteriores ao processo e extraprocessuais, os meios de prova somente existem no 
processo. 
FONTES DE PROVA MEIOS DE PROVA 
Testemunha de um fato Declarações dessa testemunha perante o juiz 
Documento (ex.: um contrato de compra e venda de um 
imóvel) 
Incorporação desse documento ao processo 
- Meios de obtenção/investigação de prova: “referem-se a certos procedimentos, em regra, extraprocessuais, que 
têm como objetivo precípuo a identificação de fontes de prova”. Ex.: busca domiciliar; técnicas especiais de investigação; infiltração 
de agentes, interceptação telefônica, etc. 
MEIOS DE PROVA1 MEIOS DE OBTENÇÃO/INVESTIGAÇÃO DE PROVA 
Em regra, são executados na fase preliminar de 
investigações, o que não afasta a possibilidade de execução 
durante o curso do processo, de modo a permitir a descoberta 
de fontes de prova diversas das que serviram para a formação 
da opinio delicti; 
Em regra, são realizados na fase processual da persecução 
penal; excepcionalmente, na fase investigatória, observado o 
contraditório, ainda que diferido (ex: provas antecipadas); 
são atividades extraprocessuais; são atividades endoprocessuais; 
são executados, em regra, por policiais aos quais seja 
outorgada a atribuição de investigação de infrações penais, 
geralmente com prévia autorização e concomitante 
fiscalização judiciais; 
consistem em atividades desenvolvidas perante o juiz 
competente, 
são praticados com fundamento na surpresa, com 
desconhecimento do(s) investigado(s); 
são produzidos sob o crivo do contraditório, com prévio 
conhecimento e participação das partes; 
se praticados em desconformidade com o modelo típico, há 
de ser reconhecida sua ilicitude, com o consequente 
desentranhamento dos autos do processo. 
se praticados em desconformidade com o modelo típico, são 
sancionados, em regra, com a nulidade absoluta ou relativa. 
 
 Provas cautelares x provas não repetíveis (Renato Brasileiro) 
PROVAS CAUTELARES PROVAS NÃO REPETÍVEIS PROVAS ANTECIPADAS 
 
1 Quadro extraído da obra do professor Renato Brasileiro. 
2 
Aquelas em que há um risco de 
desaparecimento do objeto da prova em 
razão do decurso do tempo. 
Aquelas que, uma vez produzidas, não o 
serão novamente, em razão do 
desaparecimento da fonte probatória. 
Produzidas em momento 
processual distinto daquele 
legalmente previsto 
Podem ser produzidas na fase investigativa 
e na fase judicial. 
Podem ser produzidas na fase investigativa 
e na fase judicial. 
Podem ser produzidas na fase 
investigativa e na fase judicial. 
Dependem de autorização judicial; 
contraditório será diferido 
NÃO dependem de autorização judicial; 
contraditório diferido 
Dependem de autorização 
judicial; contraditório será 
diferido 
Ex.: interceptação telefônica Ex.: exame de corpo de delito em caso de 
lesões corporais leves 
Ex.: oitiva de testemunha 
gravemente enferma (art. 225 do 
CP) 
 
1.2 PRINCÍPIOS DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS 
Admitir que o Estado se valesse de provas ilícitas, seria rebaixá-lo ao nível do criminoso. 
 
CF, Art. 5º, LVI: são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
 
* Prova ilícita X Prova ilegítima: para quem faz a distinção, prova ilícita seria aquela produzida com violação à regra de 
direito material, ao passo que prova ilegítima seria a produzida mediante desrespeito às regras de direito processual (ex.: art. 
479, CPP). 
* Provas ilícitas por derivação: trata-se de meios probatórios que, conquanto lícitos em sua essência, derivam de prova 
anteriormente obtida por meios ilícitos, restando, dessa forma, contaminados pela ilicitude originária. 
Ex.1: confissão de um roubo obtida mediante tortura. 
Ex.2: testemunho prestado perante o juízo apontando para a autoria de um crime; descobre-se, posteriormente, que tal 
testemunha foi descoberta numa interceptação telefônica ilegal. 
É uma aplicação da teoria americana da árvore dos frutos envenenados. Encontra amparo legal no art. 157, §1º, CPP. 
 
Art. 157, § 1º. São também inadmissíveis AS PROVAS DERIVADAS DAS ILÍCITAS, salvo quando não evidenciado o nexo de 
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
 
* Limitações à teoria da árvore dos frutos envenenados: 
a) Teoria da fonte independente: nas palavras do professor Renato Brasileiro, “se o órgão da persecução penal 
demonstrar que obteve, legitimamente, novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova, que não guarde 
qualquer relação de dependência, nem decorra da prova originariamente ilícita, com esta não mantendo vínculo causal, tais dados 
probatórios são admissíveis, porque não contaminados pela mácula da ilicitude originária”. 
 
Art. 157, § 1º. São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade 
entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma FONTE INDEPENDENTE das primeiras. 
 
b) Teoria da descoberta inevitável: ainda seguindo as lições do professor Renato Brasileiro, “se restar demonstrado que 
a prova derivada da ilícita seria produzida de qualquer modo, independentemente da prova ilícita originária, tal prova deve ser 
considerada válida”. 
 
Art. 157, § 2º Considera-se fonte independente [corrigindo, descoberta inevitável] aquela que por si só, seguindo os trâmites 
típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. 
 
Obs.: a doutrina alerta que o legislador cometeu um equívoco no dispositivo em questão, porquanto, em vez de positivar a 
teoria da fonte independente, previu a teoria da descoberta inevitável. 
c) Teoria da mancha purgada ou da tinta diluída: Renato Brasileiro alerta que“não se aplica a teoria da prova ilícita por 
derivação se o nexo causal entre a prova primária e a secundária for atenuado em virtude do decurso do tempo, de circunstâncias 
supervenientes na cadeia probatória, da menor relevância da ilegalidade ou da vontade de um dos envolvidos em colaborar com a 
persecução criminal. Nesse caso, apesar de já ter havido a contaminação de um determinado meio de prova em face da ilicitude ou 
ilegalidade da situação que o gerou, um acontecimento futuroBrasileiro: supondo-se que um crime de lesão corporal leve tenha sido 
cometido contra uma pessoa capaz com 18 (dezoito) anos completos (ou mais) em data de 26 de março de 2019, pode-se dizer que 
a representação deve ser oferecida até o dia 25 de setembro de 2019, às 23h59min, sob pena de decadência e consequente 
extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, IV, segunda figura, do Código Penal. 
 
3.2.2 REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA 
De acordo com o professor Renato, requisição é a manifestação da vontade do Ministro da Justiça, no sentido de que 
possui interesse na persecução penal do autor do fato delituoso. Exigida nas hipóteses de: a) crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil (CP, art. 7º, § 3º, “b”); b) crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República ou chefe de 
governo estrangeiro (CP, art. 141, I, c/c art. 145, parágrafo único, primeira parte). 
CP, Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: 
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; 
 
CP, Art. 145, Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste 
Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste 
Código. 
* Natureza jurídica: em regra, condição de procedibilidade; excepcionalmente, condição de prosseguibilidade (ex.: art. 91, 
Lei 9.099/95). 
* Retratação da requisição: 1ªc) não cabe, porquanto não há previsão legal; 2ªc) é cabível enquanto não oferecida a 
denúncia (prevalece) 
* Prazo: NÃO há prazo decadencial. 
 
3.3 AÇÃO PENAL PRIVADA 
A ação penal privada relaciona-se aos casos em que, por haver interesse muito particular da vítima, o Estado decide não 
dar início à persecução penal. 
CP, Art. 100, § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para 
representá-lo. 
A morte do ofendido resulta em sucessão processual. 
CPP, art. 31: No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou 
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
E o companheiro? Há duas correntes: 1ªc) não pode ser inserido no rol de sucessores, sob pena de analogia prejudicial ao 
réu, já que se trata de norma processual mista/híbrida (Renato Brasileiro); 2ªc) não há sentido em excluir o companheiro, pois este 
goza da mesma proteção constitucional que o cônjuge (Guilherme Nucci e STJ). 
A ação penal privada subdivide-se em: exclusivamente privada; personalíssima e subsidiária da pública. A peça acusatória 
é chamada de ‘queixa-crime’. 
 
3.3.1 AÇÃO PENAL EXCLUSIVAMENTE PRIVADA 
Regra geral nos crimes de ação penal privada. Ex.: injúria (art. 140 do CP). 
 
3.3.2 AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA 
Aqui, somente o ofendido pode ajuizar a ação penal. Não há sucessão. Por conseguinte, a morte do ofendido implica 
extinção da punibilidade. 
* Prazo: começa a fluir após o trânsito em julgada da decisão que anular o casamento. 
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento 
CP, Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja 
casamento anterior: 
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do CONTRAENTE ENGANADO e não pode ser intentada senão depois de 
transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. 
 
3.3.3 AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
Dá-se nos casos de inércia do MP. 
CP, Art. 100, § 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece 
denúncia no prazo legal. 
 
CRFB, Art. 5º, LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; 
 
5 
CPP Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério 
Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de 
prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. 
 
* Prazo: 6 meses do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. Como se trata de prazo de natureza 
material, conta-se na forma do art. 10 do CP. Não há interrupção nem suspensão do prazo. 
CPP, Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, 
no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
Obs.: operada a decadência nessa hipótese, não haverá extinção da punibilidade. Por isso, aqui se fala em decadência 
imprópria. 
* Requisitos: (i) inércia do MP. Ex.: se o MP pede diligências ou arquiva, não há inércia; (ii) crime com ofendido 
individualizado (há exceções no CDC e na Lei de Falências). 
* Poderes do MP: (i) repudiar a queixa, oferecendo denúncia substitutiva; (ii) aditar a queixa, tanto em seus aspectos 
formais, como materiais; (iii) se o querelante for negligente, o MP reassume o polo ativo da ação penal. 
 
3.3.4 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E AÇÕES PENAIS PRIVADAS 
3.3.4.1 DECADÊNCIA 
* Conceito: é a perda do direito de ação penal, ante o seu não exercício no prazo legal. 
* Natureza jurídica: causa de extinção de punibilidade (exceto na ação privada subsidiária da pública). 
* Prazo: 6 meses do dia em que vier a saber quem é o autor do crime. Como se trata de prazo de natureza material, conta-
se na forma do art. 10 do CP, ou seja, inclui-se o dia do começo, exclui-se o dia do final. Não há interrupção nem suspensão do 
prazo. 
Obs.: ainda que a queixa-crime seja oferecida perante juiz incompetente, não haverá decadência (STJ). 
 
3.3.4.2 RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA 
Trata-se de ato unilateral, que não depende de aceitação do querelado (autor dos fatos). Por isso, só é cabível ANTES do 
oferecimento da queixa-crime. Relaciona-se ao princípio da oportunidade/conveniência. 
CP, Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. 
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, 
todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime 
 
CPP, Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com 
poderes especiais. 
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito 
de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro. 
* Natureza jurídica: causa de extinção de punibilidade (exceto na ação privada subsidiária da pública). 
* Indivisibilidade: a renúncia em favor de um a todos se aproveita. 
CPP, Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. 
* Espécies de renúncia: (a) expressa; (b) tácita 
CP, Art. 102 Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-
lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. 
Atenção ao artigo 74 da Lei 9.099/95: 
Lei 9.099/90 Art. 74 - A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, 
terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. 
Parágrafo único - Tratando-se de ação penal de INICIATIVA PRIVADA ou de ação penal pública CONDICIONADA à representação, 
o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. 
 
3.3.4.3 PERDÃO DO OFENDIDO* Conceito: cuida-se de ato bilateral (depende de aceitação do querelado) e voluntário por meio do qual o querelante resolve 
não prosseguir com o processo que já estava em andamento, perdoando o acusado. Somente ocorrerá APÓS o exercício do direito 
de queixa. Por isso, está relacionado ao princípio da disponibilidade, já que o querelante DISPÕE da ação ao perdoar o querelado. 
Deve ocorrer até o trânsito em julgado. 
* Natureza jurídica: causa de extinção de punibilidade. 
CP Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada 
* Indivisibilidade: perdão concedido a um dos querelados estende-se aos demais, contanto que, obviamente, haja 
aceitação. 
CPP, Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o 
recusar. 
* Espécies de perdão: (a) expresso; (b) tácito. 
* Espécies de aceitação: (a) expressa; (b) tácita (silêncio por três dias). 
CPP, Art. 58: Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, 
se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação. 
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade. 
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou 
procurador com poderes especiais 
* Não se admite o perdão após o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
6 
CP, Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. 
 
3.3.4.4 PEREMPÇÃO 
* Conceito: penalidade aplicada pelo legislador ao querelante que, depois de dar início ao processo, mostra-se relapso. 
* Natureza jurídica: causa de extinção de punibilidade. 
Obs.: NÃO cabe nos casos de ação penal privada subsidiária da pública, porquanto, se o querelante se mostrar desidioso, 
o MP reassume a titularidade da ação penal (a doutrina chama esse fenômeno de ‘ação penal indireta’). 
* Hipóteses de perempção: previstas no art. 60 do CPP. 
CPP, Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro 
do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; 
 III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou 
deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 
Vejamos uma questão de prova sobre o assunto: 
 
3.3.4.5 RENÚNCIA X PERDÃO DO OFENDIDO X PEREMPÇÃO 
 
 
4. PRINCÍPIOS DAS AÇÕES PENAIS 
4.1 PRINCÍPIOS COMUNS 
4.1.1 PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO 
Significa que o juiz, de ofício, não pode dar início a processo penal condenatório. Nesse ponto, tem-se que o art. 26 do 
CPP não foi recepcionado pela CRFB. 
CPP, Art. 26: A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida 
pela autoridade judiciária ou policial. 
Apesar disso, o juiz pode conceder habeas corpus de ofício. 
CPP, art. 654: “O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério 
Público. 
§ 2º. Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo 
verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal”. 
 
4.1.2 NE BIS IN IDEM PROCESSUAL 
Dá-nos a ideia de que ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação. Isso é tão relevante que, uma 
decisão absolutória ou declaratória extintiva a punibilidade, ainda que com vício de incompetência absoluta, é capaz de transitar em 
julgado e produzir seus efeitos, entre os quais, o de impedir que o agente seja novamente processado pela mesma imputação. Não 
existe revisão criminal em favor da sociedade (STF). 
Como a vedação diz respeito à imputação, é possível que, por exemplo, alguém absolvido na condição de autor do 
homicídio seja processado na condição de partícipe. 
 
4.1.3 PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA 
CRFB, art. 5º, XLV: “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio 
transferido”. 
 
4.2 PRINCÍPIOS DAS AÇÕES PENAIS PÚBLICAS 
4.2.1 OBRIGATORIEDADE 
Outro nome: legalidade processual. Presentes as condições da ação e a justa causa, o MP está obrigado a oferecer a 
denúncia. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art36
7 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, 
de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
 
* Pedido de absolvição pelo MP: não é incompatível com o princípio da obrigatoriedade. Inclusive, a maioria da doutrina 
entende que, mesmo que o MP formule pedido de absolvição, o juiz pode condenar o acusado. 
CPP, art. 385: Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado 
pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. 
 
* Fiscalização da obrigatoriedade: (i) controle judicial do arquivamento do art. 28 do CPP (antes das alterações promovidas 
pelo PAC); (ii) ação penal privada subsidiária da pública (art. 29 do CPP). 
* Exceções ao princípio da obrigatoriedade: (i) transação penal (art. 76, Lei 9.099/95); (ii) acordo de leniência (arts. 86 e 87 
da Lei 12.259/2011); (iii) parcelamento do crédito tributário (art. 83, §2º, Lei 9.430/96); (iv) colaboração premiada (art. 4º, Lei 
12.850/2013); (v) acordo de não persecução penal (art. 28-A, CPP). 
 
4.2.2 INDISPONIBILIDADE/INDESISTIBILIDADE 
O MP não pode desistir da ação penal proposta (art. 42 do CPP) e nem do recurso que haja interposto (art. 576 do CPP). 
* Exceções ao princípio da indisponibilidade: (i) suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95); (ii) transação 
penal oferecida após a denúncia (art. 79, Lei 9.099/95). 
 
4.2.3 INDIVISIBILIDADE/DIVISIBILIDADE 
Há discussões doutrinárias sobre o ponto. Para uns, é indivisibilidade; para outros, divisibilidade. 
1ªc) Indivisibilidade: para esta corrente, havendo elementos suficientes, o MP deve oferecer denúncia contra TODOS os 
acusados. Caso seja necessário realizar mais investigações, é porque não há elementos suficientes. Posição minoritária. 
2ªc) Divisibilidade: o MP pode ajuizar a ação penal contra alguns suspeitos e, em relação aos demais, aprofundar as 
investigações. Posição majoritária. 
 
4.3 PRINCÍPIOS DAS AÇÕES PENAIS PRIVADAS 
4.3.1 OPORTUNIDADE/CONVENIÊNCIA 
Significa que cabe a ofendido decidir se irá oferecer, ou não, a queixa-crime. Terá duas opções: (i) não fazer nada (o 
decurso do prazo implica decadência); (ii) renunciar ao direito de queixa. 
 
4.3.2 DISPONIBILIDADE 
Ainda que já tenha oferecido queixa-crime, o ofendido poderá abrir mão do processo, mediante: (i) perdão do ofendido 
(depende de aceitação); (ii) perempção (=desleixo quanto ao andamento do processo); (iii) desistência da ação (depende de 
aceitação). 
 
4.3.3 INDIVISIBILIDADE 
O querelante não pode escolher quem processa. Ou processa todos, ou não processa ninguém. Essa indivisibilidade diz 
respeito aos autores do fato, e não aos crimes. 
CPP, Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigaráao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua 
indivisibilidade. 
Obs.: o MP não pode, por exemplo, aditar a queixa-crime para incluir os acusados faltantes. O que deve fazer é postular a 
intimação do querelante para inclusão dos que não estejam figurando no processo ainda. 
 
8 
 
 
5. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA 
Regra: ação penal privada. 
• Injúria real 
* Cometida mediante lesão grave ou gravíssima: ação penal pública incondicionada. 
* Cometida mediante lesão leve: ação penal pública condicionada à representação. 
Art. 140, § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem 
aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
c/c 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da 
violência resulta lesão corporal. 
• Injúria por preconceito 
* Antes da Lei 12.033/2009: ação penal privada. 
* Depois da Lei 12.033/2009: ação penal pública condicionada à representação 
CP, Art. 140 § 3º. Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de 
pessoa idosa ou portadora de deficiência: 
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e 
mediante REPRESENTAÇÃO do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste 
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009) 
Obs.: no crime de racismo (Lei 7.716/89), a ação penal é pública incondicionada. 
• Crime contra a honra do Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro 
Como visto, ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça. 
• Crime contra a honra de servidor público praticado em razão do exercício das funções 
Duas possibilidades: (i) ação penal privada; (ii) ação penal pública condicionada à representação. Trata-se de uma 
legitimidade concorrente entre o servidor ofendido e o MP. Mas atente: ou se oferece denúncia ou se oferece queixa-crime. A escolha 
de uma implica a renúncia da outra. 
Súmula 714 do STF 
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para 
a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. 
 
6. AÇÃO PENAL NO CRIME DE LESÃO CORPORAL LEVE PRATICADO NO CONTEXTO DE VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER 
É ação penal pública INCONDICIONADA. Não se aplicam os benefícios da Lei 9.099/95. 
Súmula 536 do STJ 
A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da 
Penha. 
 
PRINCÍPIOS DAS AÇÕES
PENAIS
Comuns
Inércia da jurisdição
Ne bis in idem processual
Intranscendência
Ações penais públicas
obrigatoriedade 
indisponibilidade
Indivisibilidade/divisibilidade
Ações penais privadas
Oportunidade/Conveniência
Princípio da Disponibilidade
Indivisibilidade
9 
7. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
A Lei 13.718/2018, entrou em vigor em 25 de setembro de 2018, alterou a ação penal nos crimes contra a dignidade sexual. 
A partir desta data, todos são de ação penal pública INCONDICIONADA. E, como se trata de lei processual híbrida, em razão dos 
reflexos no direito de punir, é IRRETROATIVA. 
Ao longo do tempo, esses tipos penais já foram processados por ações privadas, condicionadas à representação. 
Atualmente, como dito acima, as ações penais são públicas incondicionadas. 
• 1º momento: redação original do CP → ação penal PRIVADA 
CP, Art. 225 - Nos crimes definidos nos capítulos anteriores, somente se procede mediante queixa. 
§ 1º - Procede-se, entretanto, mediante ação pública: 
I - se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privar-se de recursos indispensáveis à manutenção 
própria ou da família; 
II - se o crime é cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador. 
§ 2º - No caso do nº I do parágrafo anterior, a ação do Ministério Público depende de representação. 
Em regra, a ação penal era privada. No entanto, havia exceções. 
(a) 1ª exceção: vítima pobre (art. 225, §1º, I, CP) → ação penal pública CONDICIONADA à representação. 
(b) 2ª exceção: abuso de poder familiar (à época, chamado de ‘pátrio poder’) → ação penal pública INCONDICIONADA 
(c) 3ª exceção: Crime sexual + lesão grave ou morte → ação penal pública INCONDICIONADA. 
(d) 4ª exceção: Violência real (= aplicação de força física contra a vítima) → ação penal pública INCONDICIONADA. 
Súmula 608 do STF 
No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada. 
 
Pergunta-se: e se o crime fosse praticado, não com violência, mas com a grave ameaça? Ex.: o criminoso, com uma arma 
de fogo, ameaça a vítima, obrigando-a a manter relações sexuais com ele. Nesse caso, se não estivesse presente qualquer outra 
exceção narrada acima, a ação penal seria privada. 
• 2º momento: Lei 12.015/2009 → ação penal CONDICIONADA à representação 
Em regra, a ação penal era pública condicionada à representação. No entanto, havia exceções. 
(a) 1ª exceção: vítima menor de 18 anos → ação penal pública INCONDICIONADA. 
(b) 2ª exceção: vítima vulnerável → ação penal pública INCONDICIONADA. 
(c) 3ª exceção: Crime sexual + lesão grave ou morte → apesar do silêncio legal, a melhor posição da doutrina entendia que 
era ação penal pública INCONDICIONADA. 
CP, Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à 
representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou 
pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
• 3º momento: Lei 13.718/2018→ ação penal INCONDICIONADA 
Momento atual: TODOS são de ação penal pública incondicionada. 
- Estupro (art. 213 do CP); 
- Violação sexual mediante fraude (art. 215 do CP); 
- Importunação sexual (art. 215-A do CP); 
- Assédio sexual (art. 216-A do CP); 
- Estupro de vulnerável (art. 217-A do CP); 
- Corrupção de menores (art. 218 do CP); 
- Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 218-A do CP); 
- Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou vulnerável 
(art. 218-B do CP); 
- Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia (art. 218-
C do CP). 
 
8. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 
2003) 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº 
10.741, de 2003) 
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; 
II - ao estranho que participa do crime. 
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos 
 
9. PEÇA ACUSATÓRIA 
* Nomenclatura: Ação penal pública: denúncia; Ação penal privada: queixa-crime. 
* Requisitos: art. 41 do CPP. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art95http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art95
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art95
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art95
10 
CPP, Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do 
acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. 
c/c 
CPP, Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a 
ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execução da sentença, 
se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes. 
 
* Procuração para propositura de queixa-crime: precisa haver ‘poderes especiais’ para tanto. 
CPP, Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato (= 
procuração) o nome do querelante (na verdade, o legislador quis dizer “querelado”) e a menção do fato criminoso, salvo quando tais 
esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. 
* Prazo para oferecimento de denúncia: 
CPP, Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do 
Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver 
devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber 
novamente os autos. 
 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
 
10. CONCEITO 
Segundo Renato Brasileiro, “o acordo de não persecução penal é um negócio jurídico de natureza extrajudicial, 
necessariamente homologado pelo juiz competente, celebrado pelo MP e o autor do delito, necessariamente assistido por um 
defensor, que confessa formal e circunstanciadamente a prática de um delito, sujeitando-se ao cumprimento de certas condições 
não privativas de liberdade, em troca do compromisso do Parquet de não oferecer denúncia, declarando-se ao final a extinção da 
punibilidade, se o acordo for cumprido”. 
Obs.: é obrigatória a leitura do art. 28-A do CPP. 
 
10.1 REQUISITOS 
REQUISITOS POSITIVOS REQUISITOS NEGATIVOS (VEDAÇÕES À CELEBRAÇÃO DO ANPP) 
Viabilidade da persecução penal Quando for cabível a transação penal (art. 76, Lei 9099/95) 
Infração penal cometida sem violência ou grave ameaça 
** Nos crimes culposos cabe ANPP, ainda que haja violência 
(ex.: morte em acidente de trânsito) 
Agente criminoso habitual (≠ crime habitual), reiterado ou 
profissional, salvo quando as infrações anteriores forem 
insignificantes 
Confissão Reincidência do agente 
Infração penal com pena mínima INFERIOR a 4 anos 
** Levam-se em consideração as causas de aumento (ex.: art. 
302, §1º, I, CTB) 
Agente beneficiado com acordo de não persecução penal, 
transação (art. 76, Lei 9099/95) ou suspensão condicional (art. 
76, Lei 9099/95) nos últimos 5 anos; 
 Cimes praticados no âmbito de violência doméstica ou 
familiar, seja a vítima HOMEM ou MULHER 
 Crimes praticados contra a mulher por razões da condição de 
sexo feminino 
 
Enquanto o acordo estiver sendo cumprido, NÃO corre o prazo prescricional (art. 116, IV, CP). 
 
10.2 CONDIÇÕES 
(i) reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; 
(ii) renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou 
proveito do crime; 
Ex.: arma de fogo apreendida com o agente. 
(iii) prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao 
delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução; 
(iv) pagar prestação pecuniária, a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que 
tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; 
Ex.: agente polui um pequeno córrego ao jogar entulhos de obra, respondendo, assim, pelo crime do art. 54 da Lei 9.605. 
Daí, o MP firma um ANPP com esse indivíduo, que terá de pagar uma multa a uma associação que atua em defesa do meio 
ambiente. 
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível 
com a infração penal imputada. 
 
10.3 CONTROLE JURISDICIONAL | DESCUMPRIMENTO | RECURSO 
O acordo é celebrado entre o MP e o autor do delito; porém, deverá, necessariamente, ser homologado pelo Poder 
Judiciário, ao qual competirá aferir a VOLUNTARIEDADE e a LEGALIDADE do trato. O descumprimento do acordo enseja sua 
rescisão e posterior oferecimento de denúncia pelo Ministério Público. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art16
11 
Contra a decisão que recusar a homologação da proposta de acordo de não persecução penal cabe recurso em sentido 
estrito (art. 581, XXV, CPP). 
Havendo cumprimento integral do ANPP, opera-se a extinção da punibilidade. 
 
10.4 DIREITO INTERTEMPORAL 
A retroatividade penal benéfica incide para permitir que o ANPP seja viabilizado a fatos anteriores à Lei nº 13.964/2019, 
desde que não recebida a denúncia (STJ). 
 
11. QUESTÕES DE CONCURSOS 
11.1 FGV 
1) (PCRN/2021) Ao sair de sua casa, em 17/05/2020, Miriam foi surpreendida por faixa anônima estendida na via pública 
com diversas ofensas à sua honra. Diante da humilhação sofrida, Miriam deixou o país e foi morar no exterior sem se interessar 
em descobrir o responsável pelos fatos. Em 03/01/2021, Miriam recebeu mensagem de Sandra, sua antiga vizinha, confessando 
ser ela a autora das ofensas, bem como esclarecendo que informou os fatos ao delegado de polícia, em razão de seu 
arrependimento. Miriam entrou em contato com seu advogado, em 25/01/2021, para esclarecimentos jurídicos, informando que 
permanece no exterior. O advogado deverá esclarecer naquela data que o crime praticado seria de injúria, de ação penal privada, 
logo: 
A a abertura do inquérito policial poderá ser determinada pela autoridade policial, diretamente, mas a ação penal 
depende da iniciativa da vítima; 
B a abertura do inquérito policial não poderá ser determinada pela autoridade policial nem requerida por Miriam, 
pois operou-se o prazo prescricional para representação; 
C a queixa-crime poderá ser oferecida por Miriam, mas, se através de procurador, exigem-se poderes especiais; 
D a inicial acusatória não poderá ser oferecida por Miriam, pois operou-se o prazo decadencial; 
E a queixa-crime poderá ser oferecida por Miriam, pessoalmente ou por procurador sem poderes especiais. 
 
2) (PCRN/2021) Concluídas investigações de inquérito policial, a autoridade policial indiciou Francisco, sem envolvimento 
anterior com o aparato policial ou judicial pela prática de crimes, como incurso nas sanções penais do delito de lesão corporal de 
natureza gravíssima (Art. 129, §2º, CP –pena: reclusão de 2 a 8 anos). Tendo Francisco confessado formal e circunstancialmente 
a prática da infração penal na delegacia, o acordo de não persecução penal, no caso em tela: 
A poderá ser proposto pelo delegado, considerando a confissão e a pena mínima cominada ao delito; 
B não poderá ser proposto, diante da natureza do delito imputado; 
C não poderá ser proposto,pois a pena máxima cominada é superior a quatro anos; 
D poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não pelo delegado, considerando a pena cominada e a confissão 
em sede policial; 
E poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não pelo delegado, e, havendo concordância do indiciado e de sua defesa 
técnica, independerá de homologação judicial. 
 
3) (IMBEL/2021) Relativamente à ação penal, assinale a alternativa correta. 
A Qualquerpessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação penal 
privada, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção 
B Nos crimes que se processa por ação penal pública condicionada, a representação será retratável, depois de oferecida 
a denúncia, exclusivamente por declaração escrita da vítima ou por procurador com poderes especiais. 
C Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação privada, 
determinarão a extração de cópias e a intimação da vítima para que exerça o direito de queixa. 
D O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. 
E No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou 
prosseguir na ação passará às pessoas mencionadas no art. 31, do Código de Processo Penal (ascendente, descendente, cônjuge 
ou irmão), tendo preferência dentre eles o ascendente (art. 36, Código de Processo Penal). 
 
4. (MPRJ/2019) Através do oferecimento de denúncia, o Ministério Público inicia um processo em que se imputa a 
determinada pessoa um crime de ação penal pública. Com base nas previsões do Código de Processo Penal, existem formalidades 
legais que devem ser observadas pelo Promotor de Justiça no momento de apresentar a inicial acusatória. A denúncia deverá 
conter: 
A a classificação do crime, a qual não vincula o magistrado, que poderá dar nova classificação jurídica no momento da 
sentença com base em novos fatos descobertos durante a instrução, ainda que sem qualquer alteração da inicial acusatória; 
B a qualificação do acusado, mas, caso sua identificação através do nome seja desconhecida, poderão constar 
esclarecimentos pelos quais possa ser identificado, tornando certa a identidade física; 
C a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias, não podendo a agravante da reincidência ser 
reconhecida se não imputada na inicial acusatória; 
D a classificação do crime, que vinculará o magistrado no momento da sentença, ainda que não haja necessidade de 
alteração dos fatos narrados; 
E o rol de testemunhas, computando-se no limite máximo as testemunhas referidas. 
 
5. (MPRJ/2019) João ofereceu queixa-crime em face de José, imputando-lhe a prática do crime de calúnia majorada. No 
curso da instrução, após recebimento da queixa-crime, João não compareceu para dar prosseguimento ao feito, sendo certificado 
12 
pelo oficial de justiça que não foi possível intimar João pelo fato de a área de sua residência ser de risco. O Ministério Público, na 
qualidade de custos legis, através de seus próprios servidores, auxiliou o Oficial de Justiça e foi realizada a intimação do querelante 
para dar prosseguimento ao feito e informando sobre a data da audiência designada. Passados 30 (trinta) dias, João manteve-se 
inerte e não compareceu à audiência de instrução e julgamento. Considerando apenas os fatos narrados, é correto afirmar que: 
A o reconhecimento da extinção da punibilidade em razão do perdão do ofendido ocorrido depende de requerimento do 
Ministério Público, não podendo ser declarada de ofício pelo magistrado; 
B a perempção restou configurada, gerando a extinção da punibilidade do agente, aplicando-se o princípio da 
disponibilidade das ações penais privadas; 
C a renúncia restou configurada, gerando a extinção da punibilidade do querelado, em respeito ao princípio da oportunidade 
das ações penais privadas; 
D o perdão do ofendido restou configurado, gerando a extinção da punibilidade do querelado, independentemente de sua 
concordância; 
E o procedimento deve prosseguir, cabendo ao Ministério Público assumir o polo ativo diante da omissão do querelante. 
 
6. (TJCE/2019) Hugo foi vítima de crime de dano simples, tendo ele identificado que a autora do fato seria sua ex-namorada 
Joana. Acreditando que a ex-namorada adotou o comportamento em um momento de raiva, demonstra seu desinteresse em vê-la 
processada criminalmente. Ocorre que os fatos chegaram ao conhecimento da autoridade policial e do Ministério Público. 
Considerando que o crime de dano simples é de ação penal privada, se aplica, ao caso, o princípio da: 
A indivisibilidade, de modo que Hugo tem obrigação de apresentar queixa-crime em desfavor de todos os autores do fato, 
a partir da identificação da autoria; 
B disponibilidade, podendo, porém, o Ministério Público oferecer denúncia em caso de omissão do ofendido pelo prazo de 
06 (seis) meses; 
C obrigatoriedade, devendo Hugo apresentar queixa-crime em desfavor de Joana, sob pena de intervenção do Ministério 
Público; 
D disponibilidade, de modo que deve ser reconhecido que houve, na hipótese, perempção; 
E oportunidade, de modo que cabe a Hugo decidir por apresentar ou não queixa-crime em desfavor de Joana. 
 
7. (TJCE/2019) Gabriel, funcionário público do Tribunal de Justiça do Ceará, foi vítima de um crime de injúria, sendo a 
ofensa relacionada ao exercício de sua função pública. Optou, porém, por nada fazer em desfavor do autor da ofensa. Ocorre que 
a chefia imediata de Gabriel, informada sobre o ocorrido, e revoltada com o desrespeito, compareceu à delegacia e narrou o fato 
para autoridade policial, que instaurou procedimento e fixou prazo inicial de 20 dias para investigações. Após 19 dias, concluídas as 
investigações, o Delegado se prepara para apresentar relatório final. Ao tomar conhecimento dos fatos, Gabriel procura seu 
advogado para assistência jurídica. Considerando as informações narradas e o Enunciado 704 da Súmula de Jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal (É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à 
representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções), 
o advogado de Gabriel deverá esclarecer que: 
A a denúncia por parte do Ministério Público depende de representação do ofendido, a ser oferecida no prazo de 06 (seis) 
meses a contar do conhecimento da autoria, ainda que o inquérito policial possa ser instaurado independentemente da manifestação 
de vontade de Gabriel; 
B as investigações em inquérito policial não poderiam ocorrer pelo prazo inicial de 20 (vinte) dias, considerando a previsão 
legislativa de que o inquérito deve ter prazo máximo de 10 (dez) dias, apenas podendo ser prorrogado por igual prazo; 
C o inquérito policial não poderia ter sido instaurado pela autoridade policial sem a concordância do ofendido, considerando 
a natureza da ação penal do crime investigado; 
D a queixa, caso Gabriel opte por apresentá-la, deverá ser oferecida no prazo máximo de 06 (seis) meses a contar da data 
do fato, ainda que outra data seja a do conhecimento da autoria; 
E a autoridade policial poderá, entendendo pela ausência de materialidade delitiva, arquivar diretamente o inquérito policial. 
 
8. (MPRJ2018) São aplicáveis às ações penais de iniciativa privada os princípios da: 
A oportunidade, disponibilidade e indivisibilidade; 
B obrigatoriedade, disponibilidade e indivisibilidade; 
C conveniência, disponibilidade e divisibilidade; 
D oportunidade, indisponibilidade e intranscendência; 
E conveniência, divisibilidade e intranscendência. 
 
9. (TJSC/2018) O Código de Processo Penal prevê uma série de institutos aplicáveis às ações penais de natureza privada. 
Sobre tais institutos, é correto afirmar que: 
A a renúncia ao exercício do direito de queixa ocorre antes do oferecimento da inicial acusatória, mas deverá ser expressa, 
seja através de declaração do ofendido seja por procurador com poderes especiais; 
B o perdão do ofendido oferecido a um dos querelados poderá a todos aproveitar, podendo, porém, ser recusado pelo 
beneficiário, ocasião em que não produzirá efeitos em relação a quem recusou; 
C a renúncia ao exercício do direito de queixa ocorre após o oferecimento da inicial acusatória, gerando extinção dapunibilidade em relação a todos os querelados; 
D a decadência ocorrerá se o ofendido não oferecer queixa no prazo de 06 meses a contar da data dos fatos, sendo 
irrelevante a data da descoberta da autoria; 
E a perempção ocorre quando o querelante deixa de comparecer a atos processuais para os quais foi intimado, ainda que 
de maneira justificada. 
 
13 
10. (TJSC/2018) Cinco meses após ser vítima de crime de calúnia majorada, Juliana, 65 anos, apresentou queixa em 
desfavor de Tereza, suposta autora do fato, perante Vara Criminal, que era o juízo competente. Recebida a queixa, no curso da 
ação, Juliana, solteira, veio a falecer, deixando como único familiar sua filha Maria, de 30 anos de idade, já que não tinha irmãos e 
seus pais eram previamente falecidos. Após a juntada da certidão de óbito, o serventuário certificou tal fato na ação penal. Diante 
da certidão e da natureza da ação, é correto afirmar que: 
A deverá a ação penal, diante da apresentação de queixa pela vítima antes de falecer, ter regular prosseguimento, 
intimando-se Maria dos atos, em razão do princípio da indisponibilidade das ações privadas; 
B deverá o juiz, diante da natureza da ação penal de natureza privada, extinguir o processo sem julgamento do mérito, não 
podendo terceiro prosseguir na posição de querelante; 
C deverá ser reconhecida a decadência caso Maria não compareça em juízo no prazo legal para dar prosseguimento à 
ação penal; 
D deverá ser reconhecida a perempção caso Maria não compareça em juízo no prazo legal para dar prosseguimento à 
ação penal; 
E poderá Maria, diante do falecimento de Juliana, prosseguir na ação penal, que passará a ser classificada como privada 
subsidiária da pública. 
 
11. (MPE-AL/2018) Paulo foi vítima de um crime de difamação, crime esse de ação penal privada, no dia 01 de dezembro 
de 2017, ocasião em que recebeu uma carta com o conteúdo criminoso. Diante disso, compareceu, no mesmo dia, em sede policial, 
narrou o ocorrido e demonstrou interesse na investigação da autoria delitiva. No dia 14 de dezembro de 2017, foi elaborado relatório 
conclusivo, indicando que Mariana e Marta agiram em comunhão de ações e desígnios e eram as autoras do delito. Paulo procura 
Mariana, que era sua ex-companheira, para esclarecimentos sobre o ocorrido, ocasião em que os dois se entendem e retomam o 
relacionamento. Em relação à Marta, porém, Paulo ofereceu queixa-crime, em 13 de junho de 2018, imputando-lhe a prática do 
crime do Art. 139 do CP. Com base apenas nas informações narradas, ao analisar o procedimento em 15 de junho de 2018, o 
Promotor de Justiça deverá opinar pelo 
A não recebimento da queixa em face de Marta, tendo em vista que houve decadência no exercício do direito de queixa. 
B recebimento da queixa em face de Marta, uma vez que a mesma foi oferecida dentro do prazo legal, nada mais podendo 
ser feito em relação à Mariana, já que houve renúncia ao exercício do direito de queixa em relação a esta. 
C não recebimento da queixa em face de Marta, diante da renúncia ao exercício do direito de queixa em favor de Mariana. 
D não recebimento da queixa em face de Marta, uma vez que houve perdão do ofendido. 
E recebimento da queixa em face de Marta, bem como intimação do querelante para imediato aditamento da queixa, 
incluindo Mariana no polo passivo. 
 
12. (TJ-AL/2018) Guilherme Nucci define ação penal como “o direito do Estado-acusação ou da vítima de ingressar em 
juízo, solicitando a prestação jurisdicional, representada pela aplicação das normas de direito penal ao caso concreto”. 
Tradicionalmente, a doutrina classifica as ações penais como públicas e privadas, que possuem diferentes tratamentos a partir de 
sua natureza. Assim, de acordo com as previsões do Código de Processo Penal e da doutrina, são aplicáveis às ações penais de 
natureza privada os princípios da: 
A conveniência, indisponibilidade e indivisibilidade; 
B conveniência, indisponibilidade e divisibilidade; 
C oportunidade, disponibilidade e indivisibilidade; 
D oportunidade, disponibilidade e divisibilidade; 
E obrigatoriedade, disponibilidade e divisibilidade. 
 
13. (ALERJ/2017) Paulo praticou determinada conduta prevista como crime, prevendo a legislação então vigente que a 
ação respectiva ostenta a natureza privada. Três meses depois do ocorrido, em razão de mudança legislativa, o crime praticado por 
Paulo passou a ser de ação penal pública incondicionada. Um ano após os fatos criminosos, o Ministério Público ofereceu denúncia 
contra Paulo em razão daquele comportamento, tendo em vista que o ofendido não havia proposto queixa em momento anterior. 
De acordo com a situação acima exposta, é correto afirmar que o juiz deve: 
A receber a denúncia, sendo o Ministério Público parte legítima, eis que a nova lei deve ser imediatamente aplicada; 
B rejeitar a denúncia, eis que o Ministério Público não deflagrou a ação penal no prazo de seis meses; 
C rejeitar a denúncia, porque especificamente o delito praticado por Paulo, apesar da alteração legislativa, continua sendo 
de ação penal privada, reconhecendo a prescrição; 
D rejeitar a denúncia, porque especificamente o delito praticado por Paulo, apesar da alteração legislativa, continua sendo 
de ação penal privada, reconhecendo a decadência; 
E receber a denúncia, porquanto, com a mudança legislativa, tanto o ofendido como o Ministério Público poderiam deflagrar 
a ação penal respectiva. 
 
14. (MPRJ/2016) Quando em discussão, ocorrida entre o casal Luciano e Vanessa, casados há muitos anos, o cônjuge-
varão vem a agredir sua esposa, causando-lhe lesões corporais leves. Levados à delegacia de polícia local, Luciano é preso em 
flagrante delito. Vanessa, por seu turno, se revela arrependida de ter acionado o aparato policial, razão pela qual afirma ao delegado 
de polícia seu desejo de “retirar a queixa”, tendo a autoridade policial esclarecido, à ocasião, que sua manifestação de vontade seria 
fator absolutamente irrelevante para o prosseguimento dos atos de investigação penal. No caso, a hipótese é de: 
A lesão corporal qualificada pela violência doméstica, que se persegue pela via da ação penal pública condicionada, sendo, 
portanto, indispensável expressa autorização da vítima; 
B lesão corporal qualificada pela violência doméstica, que se persegue pela via da ação penal pública incondicionada, 
conforme orientação já pacificada no âmbito do Supremo Tribunal Federal; 
C ação de iniciativa privada, cabendo à vítima, ou a qualquer interessado, a deflagração da ação penal; 
D ação penal pública incondicionada, que pode ser deflagrada pela própria autoridade policial ou por terceiro interessado; 
14 
E arquivamento, a critério da autoridade policial, que deverá recorrer, de ofício, ao chefe de polícia. 
 
15. (MPRJ/2016) Determinada vítima de um crime de injúria, ou seja, delito de ação penal privada, comparece ao Ministério 
Público e solicita reunião com o promotor de justiça para esclarecimentos. Na ocasião, narra que identificou serem duas as autoras 
do crime, Joana e Carla, que confessaram. Entretanto, como Joana é amiga de sua filha, a vítima não tem interesse em oferecer 
queixa em face da mesma, mas somente contra Carla. Considerando os princípios aplicáveis às ações penais privadas e a situação 
exposta, deverá o promotor esclarecer que: 
A aplica-se o princípio da obrigatoriedade às ações penais privadas, de modo que a queixa deverá ser formulada em face 
das duas autoras; 
B aplica-se o princípio da oportunidade às ações penais privadas, razão pela qual poderá a vítima formular queixa apenas 
em face de uma das autoras do crime; 
C o princípio da indivisibilidade é exclusivo das ações penais públicas, já que o promotor está sujeito ao princípio da 
obrigatoriedade; 
D aplica-se o princípio da disponibilidade às ações penais privadas, razão pela qual poderá a vítima formular queixa apenas 
em face de uma das autoras do crime; 
E aplica-se o princípio da oportunidade às ações penais privadas, mas a renúnciaem relação a um dos autores do crime 
se estende aos demais. 
 
GABARITO 
 
1. ‘C’. Art. 44, CPP. 
2. ‘B’. Art. 28-A, CPP. 
3. ‘D’. Art. 42, CPP. 
4. ‘B’. Art. 259, CPP. 
5. ‘B’. Art. 60, CPP. 
6. ‘E’. 
7. ‘C’. Arts. 140, 141, II e 145, todos do CP. 
8. ‘A’. Lembre-se: (i) oportunidade: cabe ao ofendido a opção de acionar ou não; (ii) disponibilidade: o ofendido pode desistir 
da ação; (iii) indivisibilidade: optando por ajuizar, o ofendido deverá fazê-lo contra todos. 
9. ‘B’. Art. 51, CPP. 
10. ‘D’. Art. 60, II, CPP. 
11. ‘C’. Arts. 48 e 49, CPP. 
12. ‘C’. 
13. ‘D’. Art. 38, CPP. 
14. ‘B’. Súmula 542, STJ. 
15. ‘E’. Arts. 48 e 49, CPP. 
 
11.2 OUTRAS BANCAS 
1. (PC-TO/2014 | Aroeira) É de ação penal de iniciativa privada personalíssima do ofendido, o crime de: 
A) conhecimento prévio de impedimento. 
B) simulação de autoridade para celebração de casamento 
C) simulação de casamento. 
D) induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento. 
 
2. (PC-ES/2009 | CESPE) No que tange ao Direito Penal, cada um do item apresenta uma situação hipotética, seguida de 
uma assertiva a ser julgada. Um cidadão foi vítima de crime que se apura mediante ação penal privada. Oferecida queixa-crime 
perante a autoridade judiciária competente e iniciada a ação penal, o querelante deixou de promover o andamento do processo por 
mais de 30 dias seguidos. Nessa situação, o querelante, em decorrência de sua inércia, perderá o seu direito de continuar no 
processo, extinguindo-se, por consequência, a punibilidade do agente. 
 
3. (PC-BA/2018 | VUNESP) Acácio, no dia 19 de fevereiro de 2018 (segunda-feira), foi vítima do crime de difamação. O 
ofensor foi seu vizinho Firmino. Trata-se de crime de ação privada, cujo prazo decadencial (penal) para o oferecimento da petição 
inicial é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria do crime. Sobre a contagem do prazo, qual seria o último dia para o 
oferecimento da queixa-crime? 
A) 17 de agosto de 2018 (sexta-feira). 
B) 18 de agosto de 2018 (sábado). 
C) 19 de agosto de 2018 (domingo). 
D) 20 de agosto de 2018 (segunda-feira). 
E) 21 de agosto de 2018 (terça-feira). 
 
Gab: 1. ‘D’. 2. Correto. 3. ‘A’. A bem da verdade, o prazo finaliza no sábado, 18.08.2018, dia no qual não há expediente 
forense. Por tal motivo, e considerando que o prazo não se prorroga para o primeiro dia útil seguinte, Acácio deverá se antecipar e 
ajuizar a ação penal na sexta, dia 17.08.2018. 
 
1 
 
 
 
Disciplina: Direito Processual Penal 
Assunto: Ação Penal 
 
 
Aluno: 
 
Data: __/___/____ 
 
 
Professor: Alan Ferreira Rodrigues (Instagram: @alfero_alan) 
 
 
Bibliografia utilizada: Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro de Lima; Novo Curso de Direito Processual Penal, 
Nestor Távora. 
 
AÇÃO PENAL 
 
1. CONCEITO 
De acordo com Renato Brasileiro, direito de ação penal é o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a 
aplicação do direito penal objetivo a um caso concreto. Encontra fundamento constitucional no art. 5º, XXXV; suas principais 
características são: (i) direito público: a atividade jurisdicional é pública; (ii) direito subjetivo: exercido por alguém; (iii) direito 
autônomo: não se confunde com o direito material; (iv) direito abstrato exercido mesmo nos casos de improcedência do pedido; (v) 
direito determinado: liga-se a um caso concreto; (vi) direito específico: é o fato delituoso cuja prática imputa-se ao acusado. 
 
2. CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL 
Trata-se de condições cuja presença é necessária para que o juiz receba a petição inicial acusatória (denúncia ou queixa-
crime). 
CPP, Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
I - for manifestamente inepta; 
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
Parágrafo único. (Revogado). 
No processo penal, dividem-se em genéricas e específicas. 
 
2.1 CONDIÇÕES GENÉRICAS 
Estarão presentes em QUALQUER ação penal. 
 
2.1.1 POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO 
No processo penal, compreende a imputação de um fato típico, ilícito e culpável, cuja punibilidade não esteja extinta. 
Ex.: se o acusado, à época do crime, possuía menos de 18 anos, o pedido é juridicamente impossível. 
Obs.: no âmbito do processo civil, entende-se que o Código de Processo Civil de 2015 extinguiu essa categoria. Seguindo 
essa linha, o professor Renato Brasileiro sustenta que a possibilidade jurídica do pedido deve ser enfrentada como mérito, e não 
como condição da ação. 
 
2.1.2 LEGITIMIDADE 
Trata-se de quem pode propor (legitimidade ativa) e contra quem se pode propor (legitimidade passiva) a ação penal. Para 
definir legitimidade, costuma-se utilizar-se a expressão ‘pertinência subjetiva da ação’. 
(a) Legitimidade ativa 
(i) Ação penal pública 
Ministério Público (art. 129, I, CRFB). Contudo, se o Ministério Público permanecer inerte, a própria Constituição prevê que 
o ofendido poderá ingressar em juízo (ação penal privada subsidiária da pública). 
(ii) Ação penal privada 
Ofendido ou representante legal nos termos do art. 30 do CPP. 
Alerte-se que, em se tratando de ofensa praticada contra funcionário público em razão de suas funções, haverá legitimidade 
concorrente para a propositura da ação penal. 
Súmula 714 do STF 
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para 
a ação penal por crime contra a honra de servidor público praticado em razão do exercício de suas funções. 
(b) Legitimidade passiva 
Recai sobre o provável autor da infração penal. Necessário que possua 18 anos no mínimo. 
Obs.1: a ilegitimidade passiva, que não se confunde com a negativa de autoria, é de difícil visualização prática. Exemplo de 
caso de ilegitimidade passiva: homônimo. 
(c) Legitimidade da pessoa jurídica 
2 
Possui legitimidade ativa nos crimes de ação penal privada (ex.: difamação) como nos de ação pública (MP inerte; PJ ajuíza 
ação privada subsidiária da pública). 
* Legitimidade passiva: nos crimes ambientais, há expressa previsão constitucional. 
CRFB, art. 225, § 3º: As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
 
* Teoria da dupla imputação: para essa teoria, somente seria possível o oferecimento de denúncia contra pessoa jurídica 
se se oferecesse denúncia contra a pessoa física que atuasse em seu nome ou benefício. Atualmente, os tribunais superiores 
NÃO adotam mais a teoria da dupla imputação. 
 
STJ: “(...) Conforme orientação da 1ª Turma do STF, ‘O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização 
penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da 
empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação.’ (RE 548181). Tem-se, assim, que é possível a 
responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa 
física que agia em seu nome. Precedentes desta Corte. 3. A personalidade fictícia atribuída à pessoa jurídica não pode servir de 
artifício para a prática de condutas espúrias por parte das pessoas naturais responsáveis pela sua condução. 4. Recurso ordinário 
a que se nega provimento”. (STJ, 5ª Turma, RMS 39.173/BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 06/08/2015, Dje 13/08/2015). 
 
2.1.3 INTERESSE DE AGIR 
Divide-se em: 
(i) necessidade: no processo penal, é presumida, porquanto não há crime nem pena sem o devido processo legal; 
(ii) adequação: não se discute no processo penal no que diz respeito a ações penais condenatórias. Tem relevância nas 
ações penais não condenatórias. Ex.: só se deve impetrar habeas corpus quando estiver em risco a liberdade de locomoção; do 
contrário, não haverá adequação.Súmula 693 STF 
Não cabe "habeas corpus" contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que 
a pena pecuniária seja a única cominada. 
 
(iii) utilidade: diz respeito à eficácia da atividade jurisdicional para a satisfação do interesse do autor da ação. Noutras 
palavras, só haverá interesse de agir se, no caso concreto, a atividade jurisdicional mostrar-se útil à satisfação do interesse do autor. 
Obs.: embora parte da doutrina admita o arquivamento do inquérito com base na prescrição virtual, na medida em que 
faltaria interesse de agir (=utilidade) na deflagração da ação penal, os tribunais superiores não endossam essa tese, eis que tal 
modalidade de prescrição implicaria violação do princípio da presunção de inocência. 
Súmula 438 do STJ 
É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, 
independentemente da existência ou sorte do processo penal. 
 
2.1.4 JUSTA CAUSA 
* Conceito: não há um consenso sobre o conceito de justa causa. 1ª corrente: suporte probatório mínimo para instauração 
do processo penal; 2ª corrente: compreende a tipicidade, a punibilidade e a viabilidade (tal ideia encontra-se em alguns precedentes 
do STF). 
STF: “(...) A justa causa é exigência legal para o recebimento da denúncia, instauração e processamento da ação penal, nos termos 
do artigo 395, III, do Código de Processo Penal, e consubstancia-se pela somatória de três componentes essenciais: (a) TIPICIDADE 
(adequação de uma conduta fática a um tipo penal); (b) PUNIBILIDADE (além de típica, a conduta precisa ser punível, ou seja, não 
existir quaisquer das causas extintivas da punibilidade); e (c) VIABILIDADE (existência de fundados indícios de autoria). 3. Esses 
três componentes estão presentes na denúncia ofertada pelo Ministério Público, que, nos termos do artigo 41 do CPP, apontou a 
exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e a classificação do crime. 4. Habeas 
corpus denegado”. (STF, 1ª Turma, HC 129.678/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 13/06/2017, DJe 182 17/08/2017). 
 
* Natureza jurídica: igualmente, há divergências. 1ªC) é elemento integrante do interesse de agir; 2ªC) é uma condição 
autônoma da ação penal; 3ªC) é fenômeno distinto das condições da ação penal (posição que ganhou força com a reforma do CPP 
em 2008). 
* Justa causa duplicada: diz respeito se refere à condição para que seja iniciada uma ação penal para julgar um crime de 
lavagem de capitais, previsto na Lei nº. 9.613/98. 
Lei n. 9.613/98, art. 2º, § 1º: A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente, sendo 
puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal 
antecedente. 
 
2.2 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS 
Cuida-se das condições que estarão presentes apenas em algumas situações, nos termos exigidos por lei, variando 
conforme: (i) a natureza do delito; (ii) a pessoa do acusado; (iii) o procedimento em questão. Vejamos alguns exemplos: 
a) Representação do ofendido, nos crimes de ação penal pública condicionada à representação; 
b) Requisição do Ministro da Justiça, nos crimes de ação penal pública condicionada à requisição; 
c) Provas novas, quando o inquérito policial tiver sido arquivado com base na ausência de elementos probatórios (Súmula 
524 do STF); 
d) Provas novas, após a preclusão da decisão de impronúncia, em se tratando de crimes dolosos contra a vida (art. 414, 
CPP); 
e) Laudo pericial nos crimes contra a propriedade imaterial (art. 525, CPP); 
3 
f) autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros, para a instauração de processo contra o 
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado (CF, art. 51, I). 
 
2.3 CONDIÇÕES DE PROCEDIBILIDADE X CONDIÇÕES DE PROSSEGUIBILIDADE X CONDIÇÕES OBJETIVAS DE PUNIBILIDADE 
Condições de procedibilidade Condições de prosseguibilidade Condições objetivas de punibilidade 
Implementada para que o processo 
tenha início. 
Implementada para que a ação penal, já 
deglagrada, continue 
Necessárias ao exercício do direito de 
punir do Estado. 
Ex.: representação no crime do art. 147 
do CP 
Ex.: art. 91, Lei 9.099/95 Ex.: art. 180 da Lei 11.101/2005 
 
2.4 AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES DA AÇÃO 
- Qual a consequência da ausência de alguma das condições da ação penal? 
R. Depende do momento processual em que isso ocorre. 
(a) Início do processo 
O juiz rejeitará a denúncia/queixa. 
CPP, art. 395: A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; 
(b) No curso do processo 
Verificada a ausência das condições da ação no curso do processo, há duas correntes divergindo sobre a solução a ser 
dada: 
(1ª corrente) Decreta-se a nulidade absoluta do processo por força do art. 564, II, CPP. Ora, se a ilegitimidade é causa de 
nulidade, as demais condições da ação também são. 
CPP, Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
II - por ilegitimidade de parte 
(2ª corrente) Extingue-se o processo sem apreciação do mérito. Aplicação analógica do art. 485, VI, CPC. 
CPC, Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; (...) 
§ 3º: O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto 
não ocorrer o trânsito em julgado. 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS 
3.1 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
Não depende de qualquer condição para ser deflagrada (ex.: representação do ofendido). É a regra do nosso ordenamento 
jurídico. 
CP, Art. 100 - A ação penal é PÚBLICA, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. 
A peça acusatória é chamada de ‘denúncia’. 
 
3.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
Necessário que ocorra o implemento de uma condição para o ajuizamento da ação penal, qual seja, a representação do 
ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça. 
CP, Art. 100, § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do 
ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. 
Ex.: art. 147 do CP. 
CP, Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
 
3.2.1 REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO 
Trata-se da manifestação do ofendido, ou do representante legal, dizendo que deseja a instauração da persecução penal. 
Não precisa de qualquer formalidade. O simples ato de ir até a delegacia e registrar ocorrência caracteriza a representação (STJ). 
* Natureza jurídica: em regra, condição de procedibilidade; excepcionalmente, condição de prosseguibilidade (ex.: art. 91, 
Lei 9.099/95). 
* Retratação da representação: possível até o OFERECIMENTO da denúncia. 
CPP, Art. 25. A representação será irretratável, DEPOIS DE OFERECIDA a denúncia. 
 
Obs.: na Lei Maria da Penha, admite-se a retratação até o RECEBIMENTO da denúncia. 
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia 
(retratação) à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, ANTES DO RECEBIMENTO 
da denúncia e ouvido o Ministério Público. 
 
* Retratação da retratação da representação: mesmo após se retratar de representação anteriormente oferecida, poderá o 
ofendido oferecer nova representação, desde que o faça dentro do prazo decadencial de 6 (seis) meses, contado do conhecimento 
da autoria. 
4 
* Eficácia: a representação autoriza que o MP ofereça denúncia contra todos os autores daquele crime. Todavia, não 
permite ao órgão ministerial agir em relação ao crime para o qual não houverepresentação. 
* Prazo: 6 meses do dia em que vier a saber quem é o autor do crime. Como se trata de prazo de natureza material, conta-
se na forma do art. 10 do CP, ou seja, inclui-se o dia do começo, exclui-se o dia do final. Não há interrupção nem suspensão do 
prazo. 
CPP, Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, 
no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
c/c 
CP, Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
 
Exemplo extraído do livro do professor Renato Brasileiro: supondo-se que um crime de lesão corporal leve tenha sido 
cometido contra uma pessoa capaz com 18 (dezoito) anos completos (ou mais) em data de 26 de março de 2019, pode-se dizer que 
a representação deve ser oferecida até o dia 25 de setembro de 2019, às 23h59min, sob pena de decadência e consequente 
extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, IV, segunda figura, do Código Penal. 
 
3.2.2 REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA 
De acordo com o professor Renato, requisição é a manifestação da vontade do Ministro da Justiça, no sentido de que 
possui interesse na persecução penal do autor do fato delituoso. Exigida nas hipóteses de: a) crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil (CP, art. 7º, § 3º, “b”); b) crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República ou chefe de 
governo estrangeiro (CP, art. 141, I, c/c art. 145, parágrafo único, primeira parte). 
CP, Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: 
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; 
 
CP, Art. 145, Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste 
Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste 
Código. 
* Natureza jurídica: em regra, condição de procedibilidade; excepcionalmente, condição de prosseguibilidade (ex.: art. 91, 
Lei 9.099/95). 
* Retratação da requisição: 1ªc) não cabe, porquanto não há previsão legal; 2ªc) é cabível enquanto não oferecida a 
denúncia (prevalece) 
* Prazo: NÃO há prazo decadencial. 
 
3.3 AÇÃO PENAL PRIVADA 
A ação penal privada relaciona-se aos casos em que, por haver interesse muito particular da vítima, o Estado decide não 
dar início à persecução penal. 
CP, Art. 100, § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para 
representá-lo. 
A morte do ofendido resulta em sucessão processual. 
CPP, art. 31: No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou 
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
E o companheiro? Há duas correntes: 1ªc) não pode ser inserido no rol de sucessores, sob pena de analogia prejudicial ao 
réu, já que se trata de norma processual mista/híbrida (Renato Brasileiro); 2ªc) não há sentido em excluir o companheiro, pois este 
goza da mesma proteção constitucional que o cônjuge (Guilherme Nucci e STJ). 
A ação penal privada subdivide-se em: exclusivamente privada; personalíssima e subsidiária da pública. A peça acusatória 
é chamada de ‘queixa-crime’. 
 
3.3.1 AÇÃO PENAL EXCLUSIVAMENTE PRIVADA 
Regra geral nos crimes de ação penal privada. Ex.: injúria (art. 140 do CP). 
 
3.3.2 AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA 
Aqui, somente o ofendido pode ajuizar a ação penal. Não há sucessão. Por conseguinte, a morte do ofendido implica 
extinção da punibilidade. 
* Prazo: começa a fluir após o trânsito em julgada da decisão que anular o casamento. 
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento 
CP, Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja 
casamento anterior: 
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do CONTRAENTE ENGANADO e não pode ser intentada senão depois de 
transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. 
 
3.3.3 AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
Dá-se nos casos de inércia do MP. 
CP, Art. 100, § 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece 
denúncia no prazo legal. 
 
CRFB, Art. 5º, LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; 
 
5 
CPP Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério 
Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de 
prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. 
 
* Prazo: 6 meses do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. Como se trata de prazo de natureza 
material, conta-se na forma do art. 10 do CP. Não há interrupção nem suspensão do prazo. 
CPP, Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, 
no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
Obs.: operada a decadência nessa hipótese, não haverá extinção da punibilidade. Por isso, aqui se fala em decadência 
imprópria. 
* Requisitos: (i) inércia do MP. Ex.: se o MP pede diligências ou arquiva, não há inércia; (ii) crime com ofendido 
individualizado (há exceções no CDC e na Lei de Falências). 
* Poderes do MP: (i) repudiar a queixa, oferecendo denúncia substitutiva; (ii) aditar a queixa, tanto em seus aspectos 
formais, como materiais; (iii) se o querelante for negligente, o MP reassume o polo ativo da ação penal. 
 
3.3.4 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E AÇÕES PENAIS PRIVADAS 
3.3.4.1 DECADÊNCIA 
* Conceito: é a perda do direito de ação penal, ante o seu não exercício no prazo legal. 
* Natureza jurídica: causa de extinção de punibilidade (exceto na ação privada subsidiária da pública). 
* Prazo: 6 meses do dia em que vier a saber quem é o autor do crime. Como se trata de prazo de natureza material, conta-
se na forma do art. 10 do CP, ou seja, inclui-se o dia do começo, exclui-se o dia do final. Não há interrupção nem suspensão do 
prazo. 
Obs.: ainda que a queixa-crime seja oferecida perante juiz incompetente, não haverá decadência (STJ). 
 
3.3.4.2 RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA 
Trata-se de ato unilateral, que não depende de aceitação do querelado (autor dos fatos). Por isso, só é cabível ANTES do 
oferecimento da queixa-crime. Relaciona-se ao princípio da oportunidade/conveniência. 
CP, Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. 
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, 
todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime 
 
CPP, Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com 
poderes especiais. 
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito 
de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro. 
* Natureza jurídica: causa de extinção de punibilidade (exceto na ação privada subsidiária da pública). 
* Indivisibilidade: a renúncia em favor de um a todos se aproveita. 
CPP, Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores docrime, a todos se estenderá. 
* Espécies de renúncia: (a) expressa; (b) tácita 
CP, Art. 102 Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-
lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. 
Atenção ao artigo 74 da Lei 9.099/95: 
Lei 9.099/90 Art. 74 - A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, 
terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. 
Parágrafo único - Tratando-se de ação penal de INICIATIVA PRIVADA ou de ação penal pública CONDICIONADA à representação, 
o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. 
 
3.3.4.3 PERDÃO DO OFENDIDO 
* Conceito: cuida-se de ato bilateral (depende de aceitação do querelado) e voluntário por meio do qual o querelante resolve 
não prosseguir com o processo que já estava em andamento, perdoando o acusado. Somente ocorrerá APÓS o exercício do direito 
de queixa. Por isso, está relacionado ao princípio da disponibilidade, já que o querelante DISPÕE da ação ao perdoar o querelado. 
Deve ocorrer até o trânsito em julgado. 
* Natureza jurídica: causa de extinção de punibilidade. 
CP Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada 
* Indivisibilidade: perdão concedido a um dos querelados estende-se aos demais, contanto que, obviamente, haja 
aceitação. 
CPP, Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o 
recusar. 
* Espécies de perdão: (a) expresso; (b) tácito. 
* Espécies de aceitação: (a) expressa; (b) tácita (silêncio por três dias). 
CPP, Art. 58: Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, 
se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação. 
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade. 
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou 
procurador com poderes especiais 
* Não se admite o perdão após o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
6 
CP, Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. 
 
3.3.4.4 PEREMPÇÃO 
* Conceito: penalidade aplicada pelo legislador ao querelante que, depois de dar início ao processo, mostra-se relapso. 
* Natureza jurídica: causa de extinção de punibilidade. 
Obs.: NÃO cabe nos casos de ação penal privada subsidiária da pública, porquanto, se o querelante se mostrar desidioso, 
o MP reassume a titularidade da ação penal (a doutrina chama esse fenômeno de ‘ação penal indireta’). 
* Hipóteses de perempção: previstas no art. 60 do CPP. 
CPP, Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro 
do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; 
 III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou 
deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 
Vejamos uma questão de prova sobre o assunto: 
 
3.3.4.5 RENÚNCIA X PERDÃO DO OFENDIDO X PEREMPÇÃO 
 
 
4. PRINCÍPIOS DAS AÇÕES PENAIS 
4.1 PRINCÍPIOS COMUNS 
4.1.1 PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO 
Significa que o juiz, de ofício, não pode dar início a processo penal condenatório. Nesse ponto, tem-se que o art. 26 do 
CPP não foi recepcionado pela CRFB. 
CPP, Art. 26: A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida 
pela autoridade judiciária ou policial. 
Apesar disso, o juiz pode conceder habeas corpus de ofício. 
CPP, art. 654: “O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério 
Público. 
§ 2º. Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo 
verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal”. 
 
4.1.2 NE BIS IN IDEM PROCESSUAL 
Dá-nos a ideia de que ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação. Isso é tão relevante que, uma 
decisão absolutória ou declaratória extintiva a punibilidade, ainda que com vício de incompetência absoluta, é capaz de transitar em 
julgado e produzir seus efeitos, entre os quais, o de impedir que o agente seja novamente processado pela mesma imputação. Não 
existe revisão criminal em favor da sociedade (STF). 
Como a vedação diz respeito à imputação, é possível que, por exemplo, alguém absolvido na condição de autor do 
homicídio seja processado na condição de partícipe. 
 
4.1.3 PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA 
CRFB, art. 5º, XLV: “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio 
transferido”. 
 
4.2 PRINCÍPIOS DAS AÇÕES PENAIS PÚBLICAS 
4.2.1 OBRIGATORIEDADE 
Outro nome: legalidade processual. Presentes as condições da ação e a justa causa, o MP está obrigado a oferecer a 
denúncia. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art36
7 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, 
de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
 
* Pedido de absolvição pelo MP: não é incompatível com o princípio da obrigatoriedade. Inclusive, a maioria da doutrina 
entende que, mesmo que o MP formule pedido de absolvição, o juiz pode condenar o acusado. 
CPP, art. 385: Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado 
pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. 
 
* Fiscalização da obrigatoriedade: (i) controle judicial do arquivamento do art. 28 do CPP (antes das alterações promovidas 
pelo PAC); (ii) ação penal privada subsidiária da pública (art. 29 do CPP). 
* Exceções ao princípio da obrigatoriedade: (i) transação penal (art. 76, Lei 9.099/95); (ii) acordo de leniência (arts. 86 e 87 
da Lei 12.259/2011); (iii) parcelamento do crédito tributário (art. 83, §2º, Lei 9.430/96); (iv) colaboração premiada (art. 4º, Lei 
12.850/2013); (v) acordo de não persecução penal (art. 28-A, CPP). 
 
4.2.2 INDISPONIBILIDADE/INDESISTIBILIDADE 
O MP não pode desistir da ação penal proposta (art. 42 do CPP) e nem do recurso que haja interposto (art. 576 do CPP). 
* Exceções ao princípio da indisponibilidade: (i) suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95); (ii) transação 
penal oferecida após a denúncia (art. 79, Lei 9.099/95). 
 
4.2.3 INDIVISIBILIDADE/DIVISIBILIDADE 
Há discussões doutrinárias sobre o ponto. Para uns, é indivisibilidade; para outros, divisibilidade. 
1ªc) Indivisibilidade: para esta corrente, havendo elementos suficientes, o MP deve oferecer denúncia contra TODOS os 
acusados. Caso seja necessário realizar mais investigações, é porque não há elementos suficientes. Posição minoritária. 
2ªc) Divisibilidade: o MP pode ajuizar a ação penal contra alguns suspeitos e, em relação aos demais, aprofundar as 
investigações. Posição majoritária. 
 
4.3 PRINCÍPIOS DAS AÇÕESexpurga, afasta, elide esse vício, permitindo-se, assim, o 
aproveitamento da prova inicialmente contaminada”. Há doutrinadores a sustentar sua previsão no art. 157, §1º, CPP. 
 
Art. 157, § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas (prova ilícita por derivação), salvo quando não evidenciado 
o nexo de causalidade entre umas e outras (teoria da tinta diluída), ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte 
independente das primeiras (teoria da fonte independente). 
 
d) Teoria do encontro fortuito das provas: aplica-se nos casos em que, durante o cumprimento de uma diligência relativa 
a um delito, a autoridade policial casualmente encontra provas pertinentes à outra infração penal, que não estavam na linha de 
desdobramento normal da investigação. É preciso distinguir pontos aqui: (i) se houve desvio de finalidade, a prova será ilícita (ex.: 
mandado de busca e apreensão de um carro produto de crime; chegando ao local, policiais quebram paredes e descobrem drogas); 
(ii) se o encontro foi fortuito, a prova será lícita (ex.: durante uma interceptação autorizada judicialmente para investigar tráfico, 
descobre-se a prática de um homicídio). 
 
3 
1.3 ÔNUS DA PROVA 
Acerca da distribuição do ônus da prova no Processo Penal, temos duas correntes: 1ªc) em razão da presunção de 
inocência, o acusado não possui qualquer ônus da prova; este recai integralmente sobre a acusação (minoritária); 2ªc) é possível 
haver distribuição do ônus da prova entre acusação (ex.: tipicidade, autoria/participação) e defesa (ex.: causas de exclusão de 
ilicitude, culpabilidade e punibilidade); utiliza-se analogicamente o art. 373, I e II, do CPC (majoritária). 
 
1.4 SISTEMAS DE VALORAÇÃO DAS PROVAS 
1.4.1 ÍNTIMA CONVICÇÃO 
Premissas: 1ª) o juiz é livre para valorar as provas; 2ª) o juiz não é obrigado a fundamentar o seu convencimento. 
No Brasil, é adotado apenas para os jurados no tribunal do júri. 
 
1.4.2 VERDADE LEGAL/TARIFÁRIO/CERTEZA MORAL 
Os meios de prova têm valor probatório fixado em abstrato pelo legislador, cabendo ao juiz fazer apenas um cálculo 
aritmético. Em regra, não adotamos no Brasil. Exceções: (i) prova quanto ao estado civil das pessoas (art. 155, PÚ, CPP); (ii) crimes 
que deixam vestígios (art. 158, CPP). 
 
1.4.3 CONVENCIMENTO MOTIVADO 
Premissas: 1ª) as provas têm abstratamente o mesmo valor, tendo o juiz ampla libredade na valoração delas; 2ª) o juiz é 
obrigado a fundamentar. 
Como regra, é o sistema adotado no Brasil (art. 93, IX, CRFB). 
 
1.5 INDÍCIOS 
CPP, Art. 239: Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, 
concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. 
 
A palavra ‘indícios’ tem duas acepções: 1) sinônimo de prova indireta: para chegar a uma conclusão, é preciso realizar pelo 
menos duas operações interpretativas; 2) sinônimo de prova semiplena: prova de menor valor persuasivo, mera probabilidade. 
No primeiro caso, tratando-se de indícios plurais, é possível condenar o réu; no segundo caso, não. 
 
1.6 PROVA EMPRESTADA 
Consiste na utilização da prova produzida no processo ‘A’ dentro do processo ‘B’. Será feita por meio de documentos e terá 
o mesmo valor probatório do processo original. 
 
Súmula 591, STJ 
É permitida a prova emprestada no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e 
respeitados o contraditório e a ampla defesa. 
 
1.7 CADEIA DE CUSTÓDIA 
* Conceito: consubstancia-se na documentação formal de uma evidência. De acordo com o art. 158-A, considera-se cadeia 
de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado 
em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. 
* Inobservância: enseja a ilicitude da prova e sua consequente nulidade (STJ). 
 
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história 
cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu 
reconhecimento até o descarte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais 
seja detectada a existência de vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial fica responsável 
por sua preservação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial; (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) 
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado 
aos vestígios e local de crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área 
de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial 
produzido pelo perito responsável pelo atendimento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e natureza; (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com 
suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a 
coleta e o acondicionamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
4 
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos, 
temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua 
posse; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, informações 
referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o 
vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o 
recebeu; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)PENAIS PRIVADAS 
4.3.1 OPORTUNIDADE/CONVENIÊNCIA 
Significa que cabe a ofendido decidir se irá oferecer, ou não, a queixa-crime. Terá duas opções: (i) não fazer nada (o 
decurso do prazo implica decadência); (ii) renunciar ao direito de queixa. 
 
4.3.2 DISPONIBILIDADE 
Ainda que já tenha oferecido queixa-crime, o ofendido poderá abrir mão do processo, mediante: (i) perdão do ofendido 
(depende de aceitação); (ii) perempção (=desleixo quanto ao andamento do processo); (iii) desistência da ação (depende de 
aceitação). 
 
4.3.3 INDIVISIBILIDADE 
O querelante não pode escolher quem processa. Ou processa todos, ou não processa ninguém. Essa indivisibilidade diz 
respeito aos autores do fato, e não aos crimes. 
CPP, Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua 
indivisibilidade. 
Obs.: o MP não pode, por exemplo, aditar a queixa-crime para incluir os acusados faltantes. O que deve fazer é postular a 
intimação do querelante para inclusão dos que não estejam figurando no processo ainda. 
 
8 
 
 
5. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA 
Regra: ação penal privada. 
• Injúria real 
* Cometida mediante lesão grave ou gravíssima: ação penal pública incondicionada. 
* Cometida mediante lesão leve: ação penal pública condicionada à representação. 
Art. 140, § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem 
aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
c/c 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da 
violência resulta lesão corporal. 
• Injúria por preconceito 
* Antes da Lei 12.033/2009: ação penal privada. 
* Depois da Lei 12.033/2009: ação penal pública condicionada à representação 
CP, Art. 140 § 3º. Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de 
pessoa idosa ou portadora de deficiência: 
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e 
mediante REPRESENTAÇÃO do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste 
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009) 
Obs.: no crime de racismo (Lei 7.716/89), a ação penal é pública incondicionada. 
• Crime contra a honra do Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro 
Como visto, ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça. 
• Crime contra a honra de servidor público praticado em razão do exercício das funções 
Duas possibilidades: (i) ação penal privada; (ii) ação penal pública condicionada à representação. Trata-se de uma 
legitimidade concorrente entre o servidor ofendido e o MP. Mas atente: ou se oferece denúncia ou se oferece queixa-crime. A escolha 
de uma implica a renúncia da outra. 
Súmula 714 do STF 
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para 
a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. 
 
6. AÇÃO PENAL NO CRIME DE LESÃO CORPORAL LEVE PRATICADO NO CONTEXTO DE VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER 
É ação penal pública INCONDICIONADA. Não se aplicam os benefícios da Lei 9.099/95. 
Súmula 536 do STJ 
A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da 
Penha. 
 
PRINCÍPIOS DAS AÇÕES
PENAIS
Comuns
Inércia da jurisdição
Ne bis in idem processual
Intranscendência
Ações penais públicas
obrigatoriedade 
indisponibilidade
Indivisibilidade/divisibilidade
Ações penais privadas
Oportunidade/Conveniência
Princípio da Disponibilidade
Indivisibilidade
9 
7. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
A Lei 13.718/2018, entrou em vigor em 25 de setembro de 2018, alterou a ação penal nos crimes contra a dignidade sexual. 
A partir desta data, todos são de ação penal pública INCONDICIONADA. E, como se trata de lei processual híbrida, em razão dos 
reflexos no direito de punir, é IRRETROATIVA. 
Ao longo do tempo, esses tipos penais já foram processados por ações privadas, condicionadas à representação. 
Atualmente, como dito acima, as ações penais são públicas incondicionadas. 
• 1º momento: redação original do CP → ação penal PRIVADA 
CP, Art. 225 - Nos crimes definidos nos capítulos anteriores, somente se procede mediante queixa. 
§ 1º - Procede-se, entretanto, mediante ação pública: 
I - se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privar-se de recursos indispensáveis à manutenção 
própria ou da família; 
II - se o crime é cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador. 
§ 2º - No caso do nº I do parágrafo anterior, a ação do Ministério Público depende de representação. 
Em regra, a ação penal era privada. No entanto, havia exceções. 
(a) 1ª exceção: vítima pobre (art. 225, §1º, I, CP) → ação penal pública CONDICIONADA à representação. 
(b) 2ª exceção: abuso de poder familiar (à época, chamado de ‘pátrio poder’) → ação penal pública INCONDICIONADA 
(c) 3ª exceção: Crime sexual + lesão grave ou morte → ação penal pública INCONDICIONADA. 
(d) 4ª exceção: Violência real (= aplicação de força física contra a vítima) → ação penal pública INCONDICIONADA. 
Súmula 608 do STF 
No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada. 
 
Pergunta-se: e se o crime fosse praticado, não com violência, mas com a grave ameaça? Ex.: o criminoso, com uma arma 
de fogo, ameaça a vítima, obrigando-a a manter relações sexuais com ele. Nesse caso, se não estivesse presente qualquer outra 
exceção narrada acima, a ação penal seria privada. 
• 2º momento: Lei 12.015/2009 → ação penal CONDICIONADA à representação 
Em regra, a ação penal era pública condicionada à representação. No entanto, havia exceções. 
(a) 1ª exceção: vítima menor de 18 anos → ação penal pública INCONDICIONADA. 
(b) 2ª exceção: vítima vulnerável → ação penal pública INCONDICIONADA. 
(c) 3ª exceção: Crime sexual + lesão grave ou morte → apesar do silêncio legal, a melhor posição da doutrina entendia que 
era ação penal pública INCONDICIONADA. 
CP, Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à 
representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou 
pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
• 3º momento: Lei 13.718/2018→ ação penal INCONDICIONADA 
Momento atual: TODOS são de ação penal pública incondicionada. 
- Estupro (art. 213 do CP); 
- Violação sexual mediante fraude (art. 215 do CP); 
- Importunação sexual (art. 215-A do CP); 
- Assédio sexual (art. 216-A do CP); 
- Estupro de vulnerável (art. 217-A do CP); 
- Corrupção de menores (art. 218 do CP); 
- Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 218-A do CP); 
- Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou vulnerável 
(art. 218-B do CP); 
- Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia (art. 218-
C do CP). 
 
8. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 
2003) 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº 
10.741, de 2003)I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; 
II - ao estranho que participa do crime. 
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos 
 
9. PEÇA ACUSATÓRIA 
* Nomenclatura: Ação penal pública: denúncia; Ação penal privada: queixa-crime. 
* Requisitos: art. 41 do CPP. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art95
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art95
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art95
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art95
10 
CPP, Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do 
acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. 
c/c 
CPP, Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a 
ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execução da sentença, 
se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes. 
 
* Procuração para propositura de queixa-crime: precisa haver ‘poderes especiais’ para tanto. 
CPP, Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato (= 
procuração) o nome do querelante (na verdade, o legislador quis dizer “querelado”) e a menção do fato criminoso, salvo quando tais 
esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. 
* Prazo para oferecimento de denúncia: 
CPP, Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do 
Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver 
devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber 
novamente os autos. 
 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
 
10. CONCEITO 
Segundo Renato Brasileiro, “o acordo de não persecução penal é um negócio jurídico de natureza extrajudicial, 
necessariamente homologado pelo juiz competente, celebrado pelo MP e o autor do delito, necessariamente assistido por um 
defensor, que confessa formal e circunstanciadamente a prática de um delito, sujeitando-se ao cumprimento de certas condições 
não privativas de liberdade, em troca do compromisso do Parquet de não oferecer denúncia, declarando-se ao final a extinção da 
punibilidade, se o acordo for cumprido”. 
Obs.: é obrigatória a leitura do art. 28-A do CPP. 
 
10.1 REQUISITOS 
REQUISITOS POSITIVOS REQUISITOS NEGATIVOS (VEDAÇÕES À CELEBRAÇÃO DO ANPP) 
Viabilidade da persecução penal Quando for cabível a transação penal (art. 76, Lei 9099/95) 
Infração penal cometida sem violência ou grave ameaça 
** Nos crimes culposos cabe ANPP, ainda que haja violência 
(ex.: morte em acidente de trânsito) 
Agente criminoso habitual (≠ crime habitual), reiterado ou 
profissional, salvo quando as infrações anteriores forem 
insignificantes 
Confissão Reincidência do agente 
Infração penal com pena mínima INFERIOR a 4 anos 
** Levam-se em consideração as causas de aumento (ex.: art. 
302, §1º, I, CTB) 
Agente beneficiado com acordo de não persecução penal, 
transação (art. 76, Lei 9099/95) ou suspensão condicional (art. 
76, Lei 9099/95) nos últimos 5 anos; 
 Cimes praticados no âmbito de violência doméstica ou 
familiar, seja a vítima HOMEM ou MULHER 
 Crimes praticados contra a mulher por razões da condição de 
sexo feminino 
 
Enquanto o acordo estiver sendo cumprido, NÃO corre o prazo prescricional (art. 116, IV, CP). 
 
10.2 CONDIÇÕES 
(i) reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; 
(ii) renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou 
proveito do crime; 
Ex.: arma de fogo apreendida com o agente. 
(iii) prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao 
delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução; 
(iv) pagar prestação pecuniária, a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que 
tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; 
Ex.: agente polui um pequeno córrego ao jogar entulhos de obra, respondendo, assim, pelo crime do art. 54 da Lei 9.605. 
Daí, o MP firma um ANPP com esse indivíduo, que terá de pagar uma multa a uma associação que atua em defesa do meio 
ambiente. 
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível 
com a infração penal imputada. 
 
10.3 CONTROLE JURISDICIONAL | DESCUMPRIMENTO | RECURSO 
O acordo é celebrado entre o MP e o autor do delito; porém, deverá, necessariamente, ser homologado pelo Poder 
Judiciário, ao qual competirá aferir a VOLUNTARIEDADE e a LEGALIDADE do trato. O descumprimento do acordo enseja sua 
rescisão e posterior oferecimento de denúncia pelo Ministério Público. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art16
11 
Contra a decisão que recusar a homologação da proposta de acordo de não persecução penal cabe recurso em sentido 
estrito (art. 581, XXV, CPP). 
Havendo cumprimento integral do ANPP, opera-se a extinção da punibilidade. 
 
10.4 DIREITO INTERTEMPORAL 
A retroatividade penal benéfica incide para permitir que o ANPP seja viabilizado a fatos anteriores à Lei nº 13.964/2019, 
desde que não recebida a denúncia (STJ). 
 
11. QUESTÕES DE CONCURSOS 
11.1 FGV 
1) (PCRN/2021) Ao sair de sua casa, em 17/05/2020, Miriam foi surpreendida por faixa anônima estendida na via pública 
com diversas ofensas à sua honra. Diante da humilhação sofrida, Miriam deixou o país e foi morar no exterior sem se interessar 
em descobrir o responsável pelos fatos. Em 03/01/2021, Miriam recebeu mensagem de Sandra, sua antiga vizinha, confessando 
ser ela a autora das ofensas, bem como esclarecendo que informou os fatos ao delegado de polícia, em razão de seu 
arrependimento. Miriam entrou em contato com seu advogado, em 25/01/2021, para esclarecimentos jurídicos, informando que 
permanece no exterior. O advogado deverá esclarecer naquela data que o crime praticado seria de injúria, de ação penal privada, 
logo: 
A a abertura do inquérito policial poderá ser determinada pela autoridade policial, diretamente, mas a ação penal 
depende da iniciativa da vítima; 
B a abertura do inquérito policial não poderá ser determinada pela autoridade policial nem requerida por Miriam, 
pois operou-se o prazo prescricional para representação; 
C a queixa-crime poderá ser oferecida por Miriam, mas, se através de procurador, exigem-se poderes especiais; 
D a inicial acusatória não poderá ser oferecida por Miriam, pois operou-se o prazo decadencial; 
E a queixa-crime poderá ser oferecida por Miriam, pessoalmente ou por procurador sem poderes especiais. 
 
2) (PCRN/2021) Concluídas investigações de inquérito policial, a autoridade policial indiciou Francisco, sem envolvimento 
anterior com o aparato policial ou judicial pela prática de crimes, como incurso nas sanções penais do delito de lesão corporal de 
natureza gravíssima (Art. 129, §2º, CP –pena: reclusãode 2 a 8 anos). Tendo Francisco confessado formal e circunstancialmente 
a prática da infração penal na delegacia, o acordo de não persecução penal, no caso em tela: 
A poderá ser proposto pelo delegado, considerando a confissão e a pena mínima cominada ao delito; 
B não poderá ser proposto, diante da natureza do delito imputado; 
C não poderá ser proposto,pois a pena máxima cominada é superior a quatro anos; 
D poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não pelo delegado, considerando a pena cominada e a confissão 
em sede policial; 
E poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não pelo delegado, e, havendo concordância do indiciado e de sua defesa 
técnica, independerá de homologação judicial. 
 
3) (IMBEL/2021) Relativamente à ação penal, assinale a alternativa correta. 
A Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação penal 
privada, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção 
B Nos crimes que se processa por ação penal pública condicionada, a representação será retratável, depois de oferecida 
a denúncia, exclusivamente por declaração escrita da vítima ou por procurador com poderes especiais. 
C Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação privada, 
determinarão a extração de cópias e a intimação da vítima para que exerça o direito de queixa. 
D O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. 
E No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou 
prosseguir na ação passará às pessoas mencionadas no art. 31, do Código de Processo Penal (ascendente, descendente, cônjuge 
ou irmão), tendo preferência dentre eles o ascendente (art. 36, Código de Processo Penal). 
 
4. (MPRJ/2019) Através do oferecimento de denúncia, o Ministério Público inicia um processo em que se imputa a 
determinada pessoa um crime de ação penal pública. Com base nas previsões do Código de Processo Penal, existem formalidades 
legais que devem ser observadas pelo Promotor de Justiça no momento de apresentar a inicial acusatória. A denúncia deverá 
conter: 
A a classificação do crime, a qual não vincula o magistrado, que poderá dar nova classificação jurídica no momento da 
sentença com base em novos fatos descobertos durante a instrução, ainda que sem qualquer alteração da inicial acusatória; 
B a qualificação do acusado, mas, caso sua identificação através do nome seja desconhecida, poderão constar 
esclarecimentos pelos quais possa ser identificado, tornando certa a identidade física; 
C a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias, não podendo a agravante da reincidência ser 
reconhecida se não imputada na inicial acusatória; 
D a classificação do crime, que vinculará o magistrado no momento da sentença, ainda que não haja necessidade de 
alteração dos fatos narrados; 
E o rol de testemunhas, computando-se no limite máximo as testemunhas referidas. 
 
5. (MPRJ/2019) João ofereceu queixa-crime em face de José, imputando-lhe a prática do crime de calúnia majorada. No 
curso da instrução, após recebimento da queixa-crime, João não compareceu para dar prosseguimento ao feito, sendo certificado 
12 
pelo oficial de justiça que não foi possível intimar João pelo fato de a área de sua residência ser de risco. O Ministério Público, na 
qualidade de custos legis, através de seus próprios servidores, auxiliou o Oficial de Justiça e foi realizada a intimação do querelante 
para dar prosseguimento ao feito e informando sobre a data da audiência designada. Passados 30 (trinta) dias, João manteve-se 
inerte e não compareceu à audiência de instrução e julgamento. Considerando apenas os fatos narrados, é correto afirmar que: 
A o reconhecimento da extinção da punibilidade em razão do perdão do ofendido ocorrido depende de requerimento do 
Ministério Público, não podendo ser declarada de ofício pelo magistrado; 
B a perempção restou configurada, gerando a extinção da punibilidade do agente, aplicando-se o princípio da 
disponibilidade das ações penais privadas; 
C a renúncia restou configurada, gerando a extinção da punibilidade do querelado, em respeito ao princípio da oportunidade 
das ações penais privadas; 
D o perdão do ofendido restou configurado, gerando a extinção da punibilidade do querelado, independentemente de sua 
concordância; 
E o procedimento deve prosseguir, cabendo ao Ministério Público assumir o polo ativo diante da omissão do querelante. 
 
6. (TJCE/2019) Hugo foi vítima de crime de dano simples, tendo ele identificado que a autora do fato seria sua ex-namorada 
Joana. Acreditando que a ex-namorada adotou o comportamento em um momento de raiva, demonstra seu desinteresse em vê-la 
processada criminalmente. Ocorre que os fatos chegaram ao conhecimento da autoridade policial e do Ministério Público. 
Considerando que o crime de dano simples é de ação penal privada, se aplica, ao caso, o princípio da: 
A indivisibilidade, de modo que Hugo tem obrigação de apresentar queixa-crime em desfavor de todos os autores do fato, 
a partir da identificação da autoria; 
B disponibilidade, podendo, porém, o Ministério Público oferecer denúncia em caso de omissão do ofendido pelo prazo de 
06 (seis) meses; 
C obrigatoriedade, devendo Hugo apresentar queixa-crime em desfavor de Joana, sob pena de intervenção do Ministério 
Público; 
D disponibilidade, de modo que deve ser reconhecido que houve, na hipótese, perempção; 
E oportunidade, de modo que cabe a Hugo decidir por apresentar ou não queixa-crime em desfavor de Joana. 
 
7. (TJCE/2019) Gabriel, funcionário público do Tribunal de Justiça do Ceará, foi vítima de um crime de injúria, sendo a 
ofensa relacionada ao exercício de sua função pública. Optou, porém, por nada fazer em desfavor do autor da ofensa. Ocorre que 
a chefia imediata de Gabriel, informada sobre o ocorrido, e revoltada com o desrespeito, compareceu à delegacia e narrou o fato 
para autoridade policial, que instaurou procedimento e fixou prazo inicial de 20 dias para investigações. Após 19 dias, concluídas as 
investigações, o Delegado se prepara para apresentar relatório final. Ao tomar conhecimento dos fatos, Gabriel procura seu 
advogado para assistência jurídica. Considerando as informações narradas e o Enunciado 704 da Súmula de Jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal (É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à 
representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções), 
o advogado de Gabriel deverá esclarecer que: 
A a denúncia por parte do Ministério Público depende de representação do ofendido, a ser oferecida no prazo de 06 (seis) 
meses a contar do conhecimento da autoria, ainda que o inquérito policial possa ser instaurado independentemente da manifestação 
de vontade de Gabriel; 
B as investigações em inquérito policial não poderiam ocorrer pelo prazo inicial de 20 (vinte) dias, considerando a previsão 
legislativa de que o inquérito deve ter prazo máximo de 10 (dez) dias, apenas podendo ser prorrogado por igual prazo; 
C o inquérito policial não poderia ter sido instaurado pela autoridade policial sem a concordância do ofendido, considerando 
a natureza da ação penal do crime investigado; 
D a queixa, caso Gabriel opte por apresentá-la, deverá ser oferecida no prazo máximo de 06 (seis) meses a contar da data 
do fato, ainda que outra data seja a do conhecimento da autoria; 
E a autoridade policial poderá, entendendo pela ausência de materialidade delitiva, arquivar diretamente o inquérito policial. 
 
8. (MPRJ2018) São aplicáveis às ações penais de iniciativa privada os princípios da: 
A oportunidade, disponibilidade e indivisibilidade; 
B obrigatoriedade, disponibilidade e indivisibilidade; 
C conveniência, disponibilidade e divisibilidade;D oportunidade, indisponibilidade e intranscendência; 
E conveniência, divisibilidade e intranscendência. 
 
9. (TJSC/2018) O Código de Processo Penal prevê uma série de institutos aplicáveis às ações penais de natureza privada. 
Sobre tais institutos, é correto afirmar que: 
A a renúncia ao exercício do direito de queixa ocorre antes do oferecimento da inicial acusatória, mas deverá ser expressa, 
seja através de declaração do ofendido seja por procurador com poderes especiais; 
B o perdão do ofendido oferecido a um dos querelados poderá a todos aproveitar, podendo, porém, ser recusado pelo 
beneficiário, ocasião em que não produzirá efeitos em relação a quem recusou; 
C a renúncia ao exercício do direito de queixa ocorre após o oferecimento da inicial acusatória, gerando extinção da 
punibilidade em relação a todos os querelados; 
D a decadência ocorrerá se o ofendido não oferecer queixa no prazo de 06 meses a contar da data dos fatos, sendo 
irrelevante a data da descoberta da autoria; 
E a perempção ocorre quando o querelante deixa de comparecer a atos processuais para os quais foi intimado, ainda que 
de maneira justificada. 
 
13 
10. (TJSC/2018) Cinco meses após ser vítima de crime de calúnia majorada, Juliana, 65 anos, apresentou queixa em 
desfavor de Tereza, suposta autora do fato, perante Vara Criminal, que era o juízo competente. Recebida a queixa, no curso da 
ação, Juliana, solteira, veio a falecer, deixando como único familiar sua filha Maria, de 30 anos de idade, já que não tinha irmãos e 
seus pais eram previamente falecidos. Após a juntada da certidão de óbito, o serventuário certificou tal fato na ação penal. Diante 
da certidão e da natureza da ação, é correto afirmar que: 
A deverá a ação penal, diante da apresentação de queixa pela vítima antes de falecer, ter regular prosseguimento, 
intimando-se Maria dos atos, em razão do princípio da indisponibilidade das ações privadas; 
B deverá o juiz, diante da natureza da ação penal de natureza privada, extinguir o processo sem julgamento do mérito, não 
podendo terceiro prosseguir na posição de querelante; 
C deverá ser reconhecida a decadência caso Maria não compareça em juízo no prazo legal para dar prosseguimento à 
ação penal; 
D deverá ser reconhecida a perempção caso Maria não compareça em juízo no prazo legal para dar prosseguimento à 
ação penal; 
E poderá Maria, diante do falecimento de Juliana, prosseguir na ação penal, que passará a ser classificada como privada 
subsidiária da pública. 
 
11. (MPE-AL/2018) Paulo foi vítima de um crime de difamação, crime esse de ação penal privada, no dia 01 de dezembro 
de 2017, ocasião em que recebeu uma carta com o conteúdo criminoso. Diante disso, compareceu, no mesmo dia, em sede policial, 
narrou o ocorrido e demonstrou interesse na investigação da autoria delitiva. No dia 14 de dezembro de 2017, foi elaborado relatório 
conclusivo, indicando que Mariana e Marta agiram em comunhão de ações e desígnios e eram as autoras do delito. Paulo procura 
Mariana, que era sua ex-companheira, para esclarecimentos sobre o ocorrido, ocasião em que os dois se entendem e retomam o 
relacionamento. Em relação à Marta, porém, Paulo ofereceu queixa-crime, em 13 de junho de 2018, imputando-lhe a prática do 
crime do Art. 139 do CP. Com base apenas nas informações narradas, ao analisar o procedimento em 15 de junho de 2018, o 
Promotor de Justiça deverá opinar pelo 
A não recebimento da queixa em face de Marta, tendo em vista que houve decadência no exercício do direito de queixa. 
B recebimento da queixa em face de Marta, uma vez que a mesma foi oferecida dentro do prazo legal, nada mais podendo 
ser feito em relação à Mariana, já que houve renúncia ao exercício do direito de queixa em relação a esta. 
C não recebimento da queixa em face de Marta, diante da renúncia ao exercício do direito de queixa em favor de Mariana. 
D não recebimento da queixa em face de Marta, uma vez que houve perdão do ofendido. 
E recebimento da queixa em face de Marta, bem como intimação do querelante para imediato aditamento da queixa, 
incluindo Mariana no polo passivo. 
 
12. (TJ-AL/2018) Guilherme Nucci define ação penal como “o direito do Estado-acusação ou da vítima de ingressar em 
juízo, solicitando a prestação jurisdicional, representada pela aplicação das normas de direito penal ao caso concreto”. 
Tradicionalmente, a doutrina classifica as ações penais como públicas e privadas, que possuem diferentes tratamentos a partir de 
sua natureza. Assim, de acordo com as previsões do Código de Processo Penal e da doutrina, são aplicáveis às ações penais de 
natureza privada os princípios da: 
A conveniência, indisponibilidade e indivisibilidade; 
B conveniência, indisponibilidade e divisibilidade; 
C oportunidade, disponibilidade e indivisibilidade; 
D oportunidade, disponibilidade e divisibilidade; 
E obrigatoriedade, disponibilidade e divisibilidade. 
 
13. (ALERJ/2017) Paulo praticou determinada conduta prevista como crime, prevendo a legislação então vigente que a 
ação respectiva ostenta a natureza privada. Três meses depois do ocorrido, em razão de mudança legislativa, o crime praticado por 
Paulo passou a ser de ação penal pública incondicionada. Um ano após os fatos criminosos, o Ministério Público ofereceu denúncia 
contra Paulo em razão daquele comportamento, tendo em vista que o ofendido não havia proposto queixa em momento anterior. 
De acordo com a situação acima exposta, é correto afirmar que o juiz deve: 
A receber a denúncia, sendo o Ministério Público parte legítima, eis que a nova lei deve ser imediatamente aplicada; 
B rejeitar a denúncia, eis que o Ministério Público não deflagrou a ação penal no prazo de seis meses; 
C rejeitar a denúncia, porque especificamente o delito praticado por Paulo, apesar da alteração legislativa, continua sendo 
de ação penal privada, reconhecendo a prescrição; 
D rejeitar a denúncia, porque especificamente o delito praticado por Paulo, apesar da alteração legislativa, continua sendo 
de ação penal privada, reconhecendo a decadência; 
E receber a denúncia, porquanto, com a mudança legislativa, tanto o ofendido como o Ministério Público poderiam deflagrar 
a ação penal respectiva. 
 
14. (MPRJ/2016) Quando em discussão, ocorrida entre o casal Luciano e Vanessa, casados há muitos anos, o cônjuge-
varão vem a agredir sua esposa, causando-lhe lesões corporais leves. Levados à delegacia de polícia local, Luciano é preso em 
flagrante delito. Vanessa, por seu turno, se revela arrependida de ter acionado o aparato policial, razão pela qual afirma ao delegado 
de polícia seu desejo de “retirar a queixa”, tendo a autoridade policial esclarecido, à ocasião, que sua manifestação de vontade seria 
fator absolutamente irrelevante para o prosseguimento dos atos de investigação penal. No caso, a hipótese é de: 
A lesão corporal qualificada pela violência doméstica, que se persegue pela via da ação penal pública condicionada, sendo, 
portanto, indispensável expressa autorização da vítima; 
B lesão corporal qualificada pela violência doméstica, que se persegue pela via da ação penal pública incondicionada, 
conforme orientação já pacificada no âmbito do Supremo Tribunal Federal; 
C ação de iniciativa privada, cabendo à vítima, ou a qualquer interessado, a deflagração da ação penal; 
D ação penal pública incondicionada, que pode ser deflagrada pela própria autoridade policial ou por terceiro interessado; 
14 
E arquivamento, a critério da autoridade policial, que deverá recorrer, de ofício, ao chefe de polícia. 
 
15. (MPRJ/2016) Determinada vítima de um crime de injúria, ou seja, delito de ação penal privada, comparece ao Ministério 
Público e solicita reunião com o promotor de justiça para esclarecimentos. Na ocasião, narra que identificou serem duas as autoras 
do crime, Joana e Carla, que confessaram. Entretanto, como Joana é amiga de sua filha, a vítima não tem interesse em oferecer 
queixa em face da mesma, mas somente contra Carla.Considerando os princípios aplicáveis às ações penais privadas e a situação 
exposta, deverá o promotor esclarecer que: 
A aplica-se o princípio da obrigatoriedade às ações penais privadas, de modo que a queixa deverá ser formulada em face 
das duas autoras; 
B aplica-se o princípio da oportunidade às ações penais privadas, razão pela qual poderá a vítima formular queixa apenas 
em face de uma das autoras do crime; 
C o princípio da indivisibilidade é exclusivo das ações penais públicas, já que o promotor está sujeito ao princípio da 
obrigatoriedade; 
D aplica-se o princípio da disponibilidade às ações penais privadas, razão pela qual poderá a vítima formular queixa apenas 
em face de uma das autoras do crime; 
E aplica-se o princípio da oportunidade às ações penais privadas, mas a renúncia em relação a um dos autores do crime 
se estende aos demais. 
 
GABARITO 
 
1. ‘C’. Art. 44, CPP. 
2. ‘B’. Art. 28-A, CPP. 
3. ‘D’. Art. 42, CPP. 
4. ‘B’. Art. 259, CPP. 
5. ‘B’. Art. 60, CPP. 
6. ‘E’. 
7. ‘C’. Arts. 140, 141, II e 145, todos do CP. 
8. ‘A’. Lembre-se: (i) oportunidade: cabe ao ofendido a opção de acionar ou não; (ii) disponibilidade: o ofendido pode desistir 
da ação; (iii) indivisibilidade: optando por ajuizar, o ofendido deverá fazê-lo contra todos. 
9. ‘B’. Art. 51, CPP. 
10. ‘D’. Art. 60, II, CPP. 
11. ‘C’. Arts. 48 e 49, CPP. 
12. ‘C’. 
13. ‘D’. Art. 38, CPP. 
14. ‘B’. Súmula 542, STJ. 
15. ‘E’. Arts. 48 e 49, CPP. 
 
11.2 OUTRAS BANCAS 
1. (PC-TO/2014 | Aroeira) É de ação penal de iniciativa privada personalíssima do ofendido, o crime de: 
A) conhecimento prévio de impedimento. 
B) simulação de autoridade para celebração de casamento 
C) simulação de casamento. 
D) induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento. 
 
2. (PC-ES/2009 | CESPE) No que tange ao Direito Penal, cada um do item apresenta uma situação hipotética, seguida de 
uma assertiva a ser julgada. Um cidadão foi vítima de crime que se apura mediante ação penal privada. Oferecida queixa-crime 
perante a autoridade judiciária competente e iniciada a ação penal, o querelante deixou de promover o andamento do processo por 
mais de 30 dias seguidos. Nessa situação, o querelante, em decorrência de sua inércia, perderá o seu direito de continuar no 
processo, extinguindo-se, por consequência, a punibilidade do agente. 
 
3. (PC-BA/2018 | VUNESP) Acácio, no dia 19 de fevereiro de 2018 (segunda-feira), foi vítima do crime de difamação. O 
ofensor foi seu vizinho Firmino. Trata-se de crime de ação privada, cujo prazo decadencial (penal) para o oferecimento da petição 
inicial é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria do crime. Sobre a contagem do prazo, qual seria o último dia para o 
oferecimento da queixa-crime? 
A) 17 de agosto de 2018 (sexta-feira). 
B) 18 de agosto de 2018 (sábado). 
C) 19 de agosto de 2018 (domingo). 
D) 20 de agosto de 2018 (segunda-feira). 
E) 21 de agosto de 2018 (terça-feira). 
 
Gab: 1. ‘D’. 2. Correto. 3. ‘A’. A bem da verdade, o prazo finaliza no sábado, 18.08.2018, dia no qual não há expediente 
forense. Por tal motivo, e considerando que o prazo não se prorroga para o primeiro dia útil seguinte, Acácio deverá se antecipar e 
ajuizar a ação penal na sexta, dia 17.08.2018. 
 
1 
 
 
 
Disciplina: Direito Processual Penal 
Assunto: Inquérito policial 
 
 
Aluno: 
 
Data: __/___/____ 
 
 
Professor: Alan Ferreira Rodrigues (Instagram: @alfero_alan) 
 
 
Bibliografia utilizada: Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro de Lima; Novo Curso de Direito Processual Penal, 
Nestor Távora. 
 
INQUÉRITO POLICIAL 
1. CONCEITO 
De acordo com o professor Renato Brasileiro, é procedimento administrativo inquisitório e preparatório, presidido pelo 
Delegado de Polícia, o inquérito policial consiste em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa objetivando a 
identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração penal, a fim 
de possibilitar que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 
Dissequemos rapidamente o conceito: 
(i) Procedimento administrativo: não é processo judicial, nem processo administrativo, já que dele não resulta (pelo 
menos, diretamente), uma sanção. 
(ii) Inquisitório: significa a inexistência de contraditório e ampla defesa nessa fase da persecução criminal. O tema é 
polêmico; há doutrina minoritária sustentando posição em sentido contrário com base, por exemplo, na Lei 13.245/2016, que alterou 
o Estatuto da OAB e passou a prever a assistência de advogado no curso do IP. 
Lei 8.906/94, XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do 
respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele 
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, 
de 2016) 
a) apresentar razões e quesitos; 
Obs.: para Renato Brasileiro, não se trata de nulidade (sanção aplicada a atos processuais defeituosos), mas sim uma 
ilegalidade. Por fim, ainda que o direito não tenha sido observado, para o reconhecimento da suposta “nulidade” é necessário 
comprovar o prejuízo, conforme entende o STF. 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NA PETIÇÃO. INQUÉRITO POLICIAL. PARTICIPAÇÃO DA DEFESA DO INVESTIGADO NA 
PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL. LEI 13.245/2016. MITIGAÇÃO DO CARÁTER INQUISITÓRIO. NÃO OCORRÊNCIA. 
INTIMAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO PRÉVIA DE QUESITOS. IMPOSSIBILIDADE. INSURGÊNCIA DESPROVIDA. 1. As 
alterações promovidas pela Lei 13.245/2016 no art. 7º, XXI, do Estatuto da Ordem dos Advogados representam reforço das 
prerrogativas da defesa técnica no curso do inquérito policial, sem comprometer, de modo algum, o caráter inquisitório da fase 
investigativa preliminar. 2. Desse modo, a possibilidade de assistência mediante a apresentação de razões e quesitos não se 
confunde com o direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva da defesa técnica acerca do calendário de inquirições a 
ser definido pela autoridade judicial. 3. Agravo regimental desprovido. (Pet 7612, Relator(a): EDSON FACHIN, Segunda Turma, 
julgado em 12/03/2019, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-037 DIVULG 19-02-2020 PUBLIC 20-02-2020) 
 
(iii) Preparatório: visa a fornecer elementos necessários à deflagração da ação penal. 
(iv) Presidido pela autoridade policial: leia-se, delegado de polícia. 
Lei 12.830/2013, Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de 
natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. 
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de 
inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e 
da autoria das infrações penais. 
(v) Identificar fontes de prova: fontes de prova, de acordo com Nestor Távora, são as pessoas ou coisas das quais 
emana a prova. Ex.: imagens de câmeras de monitoramento que gravam o momento de um furto; pessoas que presenciaram um 
assalto (o testemunho delas, colhido durante depoimento em juízo, transmuta-se em meio de prova). 
Atenção! Segundo Renato Brasileiro: 
- Fontes de prova: “derivam do fato delituoso em si, independentemente da existência do processo, sendo que sua 
introdução no feito se dá através dos meios de prova”. 
- Meios de prova: “dizem respeito a uma atividade endoprocessual que se desenvolve perante o juiz, com a 
participação dialética das partes, cujo objetivo precípuo é a fixação de dados probatórios no processo”. Ex.: prova testemunhal. 
- Meios de obtenção de prova: “referem-se a certos procedimentos, em regra, extraprocessuais, que têm como 
objetivo precípuo a identificação de fontes de prova”. Ex.: busca domiciliar; técnicas especiais de investigação. 
(vi) Colher elementos de informação: considerandoque o vocábulo ‘prova’ é utilizado para tudo o que é produzido 
perante a autoridade judicial, mediante observância de contraditório e ampla defesa, no curso do inquérito, de regra, temos apenas 
elementos informativos. 
Pergunta: se o advogado acompanhar as declarações de uma testemunha, podemos falar em ‘prova’? Não, porquanto 
prova é amealhada sob o contraditório em sede judicial. 
CPP, Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, 
não repetíveis e antecipadas. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13245.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13245.htm#art1
2 
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. 
 
PROVAS ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO 
Elementos de informação produzidos, em regra, no curso do 
processo judicial, com participação dialética das partes 
** Provas cautelares, não repetíveis e antecipadas poderão 
ser produzidas ainda na fase investigatória 
Colhidos na fase investigatória 
Auxiliam na convicção do juiz, podendo fundamentar decisão 
condenatória 
Fundamentam decisão de absolvição sumária (art. 397, CPP) 
ou mesmo de decretação de medidas cautelares. 
Isoladamente, JAMAIS basearão uma decisão condenatória 
Contraditório e ampla defesa: atendimento obrigatório Contraditório e ampla defesa: não incidem nessa fase (há 
polêmicas aqui) 
Produção probatória do juiz no processo: natureza 
complementar à das partes para esclarecer pontos relevantes 
(art. 156, II, CPP) 
Produção probatória do juiz no inquérito: o art. 156, I, CPP, 
confere iniciativa ao magistrado (atuar de ofício) para provas 
urgentes e relevantes → doutrina fala que é inconstitucional 
por violar o sistema acusatório 
O art. 3º-A, CPP, vedou expressamente a inicativa probatória 
do juiz na fase de inquérito ** dispositivo com eficácia 
suspensa em razão de decisão proferida na ADI 6298/DF-MC 
Juiz intervém somente quando é provocado 
Pode-se concluir, pois, que o inquérito policial tem por finalidade: a) identificar fontes de provas; b) colher elementos de 
informação. 
 O art. 3º-C, §3º, do CPP1 
CPP, Art. 3º-C, § 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria 
desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da 
instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de 
antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Duas correntes se formaram em torno do dispositivo: 1ªc) juiz da instrução não poderá ter contato com os elementos 
informativos do IP (ex.: declarações prestadas por PMs responsáveis pela prisão em flagrante do acusado); 2ªc) o juiz da instrução 
continua acessando o IP. 
 Provas cautelares x provas não repetíveis (Renato Brasileiro) 
PROVAS CAUTELARES PROVAS NÃO REPETÍVEIS PROVAS ANTECIPADAS 
Aquelas em que há um risco de 
desaparecimento do objeto da prova em 
razão do decurso do tempo. 
Aquelas que, uma vez produzidas, não o 
serão novamente, em razão do 
desaparecimento da fonte probatória. 
Produzidas em momento 
processual distinto daquele 
legalmente previsto 
Podem ser produzidas na fase investigativa 
e na fase judicial. 
Podem ser produzidas na fase investigativa 
e na fase judicial. 
Podem ser produzidas na fase 
investigativa e na fase judicial. 
Dependem de autorização judicial; 
contraditório será diferido 
NÃO dependem de autorização judicial; 
contraditório diferido 
Dependem de autorização 
judicial; contraditório será 
diferido 
Ex.: interceptação telefônica Ex.: exame de corpo de delito em caso de 
lesões corporais leves 
Ex.: oitiva de testemunha 
gravemente enferma (art. 225 do 
CP); oitiva de um policial (STJ). 
 
É justificável a antecipação da colheita da prova testemunhal com arrimo no art. 366 do CPP nas hipóteses em que as 
testemunhas são policiais. O atuar constante no combate à criminalidade expõe o agente da segurança pública a inúmeras 
situações conflituosas com o ordenamento jurídico, sendo certo que as peculiaridades de cada uma acabam se perdendo em sua 
memória, seja pela frequência com que ocorrem, ou pela própria similitude dos fatos, sem que isso configure violação à garantia da 
ampla defesa do acusado. STJ. 3ª Seção. RHC 64086-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Rogério Schietti Cruz, 
julgado em 23/11/2016 (Info 595). 
 
CPP, Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos 
direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o 
contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Renato Brasileiro narra que a interpretação do artigo em questão é restritiva. É dizer: somente haverá decisão judicial a 
respeito das provas antecipadas e, obviamente, das provas cautelares. As provas não repetíveis continuam com a possibilidade de 
realização sem autorização judicial. 
 Depoimento especial (“depoimento sem dano”) 
Lei 13.431/2017, Art. 8º Depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança ou adolescente vítima ou testemunha de violência 
perante autoridade policial ou judiciária. 
 
1 Dispositivo com eficácia suspensa em razão de decisão proferida na ADI 6298/DF-MC. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
3 
Lei 13.431/2017, Art. 11. O depoimento especial reger-se-á por protocolos e, sempre que possível, será realizado uma única vez, 
em sede de produção antecipada de prova judicial, garantida a ampla defesa do investigado. 
§ 1º O depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de prova: 
I - quando a criança ou o adolescente tiver menos de 7 (sete) anos; 
II - em caso de violência sexual. 
§ 2º Não será admitida a tomada de novo depoimento especial, salvo quando justificada a sua imprescindibilidade pela autoridade 
competente e houver a concordância da vítima ou da testemunha, ou de seu representante legal. 
 
(vii) Permitir ao titular da ação penal o ingresso em juízo: finalidade precípua do IP é reunir justa causa (suporte 
probatório mínimo), a qual, diga-se, funciona como condição da ação penal. 
CPP, Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal 
 
2. FUNÇÃO 
Preservadora: impede-se, ou, minimamente, inibe-se um processo penal temerário, débil, capenga. 
Preparatória: fornecer elementos informativos para o titular da ação penal. 
 
3. NATUREZA JURÍDICA 
Procedimento de natureza administrativa, regendo-se pelas regras do ato administrativo em geral. Dado o caráter 
meramente informativo, eventuais vícios do inquérito não têm o poder para contaminar a ação penal dele decorrente2. 
Obs.: se for reconhecida a ilicitude de uma prova no curso do IP, será ela desentranhada dos autos juntamente como todas 
as demais provas que com ela guardem certo nexo causal (teoria dos frutos da árvore envenenada). 
Ex.: confissão obtida mediante tortura. 
Todavia, não significa dizer que todo o inquérito será considerado nulo. Afinal, é possível que constem da investigação 
policial elementos de informação que não foram contaminados pela ilicitude originária (teoria da fonte independente). 
“(...) os vícios existentes no inquérito policial não repercutem na ação penal, que tem instrução probatória própria. Decisão fundada 
em outras provasconstantes dos autos, e não somente na prova que se alega obtida por meio ilícito”. (STF, HC 85.286). 
 
4. PRESIDÊNCIA DO INQUÉRITO POLICIAL 
Fica a cargo da autoridade policial (= delegado de polícia), no exercício da polícia judiciária, de caráter repressivo, cujo 
objetivo é auxiliar a justiça. 
Lei 12.830/2013, Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de 
natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. 
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito 
policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria 
das infrações penais. 
 
5. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL 
5.1 ESCRITO 
Em regra, é escrito (art. 9º, CPP), mas não se impede a utilização de sistema audiovisual (art. 405, §1º, CPP). 
 
5.2 DISPENSÁVEL 
O IP não é imprescindível à propositura da ação penal, que pode ocorrer com lastro noutros elementos (arts. 27 e 39, CPP). 
 
5.3 SIGILOSO 
Em regra, o IP deve tramitar de forma sigilosa (art. 20, CPP). Todavia, a divulgação de atos pontuais (ex.: retrato falado) 
não suprime tal característica. 
Acesso aos autos do IP: juiz, promotor e advogado (vide súmula vinculante 14). Havendo negativa de acesso do advogado 
ao IP por parte da autoridade policial, o advogado poderá impetrar mandado de segurança (em nome próprio) ou habeas corpus 
(em nome do cliente). Tal conduta do delegado poderá configurar crime de abuso de autoridade (art. 32, Lei 13.869/2019). 
* O advogado não precisa apresentar procuração para acessar os autos do IP, salvo nos casos sigilosos (art. 7º, §10, Lei 
8906). Ex.: art. 234-B, CP. 
* Em regra, não há necessidade de autorização judicial para ter acesso ao IP. Exceção: art. 23, Lei 12.850/2013. 
 
Lei 12.850/2013, Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial competente, para garantia da 
celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso 
aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, 
ressalvados os referentes às diligências em andamento. 
Parágrafo único. Determinado o depoimento do investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que 
classificados como sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a critério da autoridade 
responsável pela investigação. 
 
2 Aury Lopes Jr., em posição minoritária, reconhece a possibilidade de contaminação do processo judicial por vícios ocorridos no curso do 
inquérito policial. 
4 
 
5.4 INQUISITORIAL 
A investigação preliminar não é processo judicial, nem é processo administrativo. Não resultando a imposição de nenhuma 
sanção. Trata-se de procedimento preparatório, por isso dispensa o contraditório e a ampla defesa. Essa é a posição do professor 
Renato Brasileiro, que classificamos como a mais adequada a ser adotada em provas de concurso. O tema é polêmico, pois há 
quem entenda que o contraditório e a ampla defesa são de observância obrigatória nessa fase. 
Obs.: a presença do advogado no interrogatório no inquérito policial é facultativa. No entanto, caso o interrogando faça a 
opção de ser assistido por advogado, sua presença é obrigatória, sob pena de configurar abuso de autoridade, nos termos do art. 
15, parágrafo único, Lei 13.869/2019. 
 
5.5 DISCRICIONÁRIO 
Dentro dos limites legais, a autoridade policial goza de discricionariedade para conduzir a investigação mediante critérios 
de conveniência e oportunidade (arts. 6º, 7º e 14, CPP). 
 
5.6 INDISPONÍVEL 
Uma vez instaurado o IP, o delegado não poderá arquivá-lo. Somente o Ministério Público (art. 17, CPP). 
 
5.7 TEMPORÁRIO 
PRESO → 10 DIAS para a conclusão, podendo ser prorrogado por mais 15 dias, nos termos do art. 3º-B, §2º do CPP 
(eficácia suspensa). Atualmente, considerando que o dispositivo encontra-se com a eficácia suspensa, o prazo é de 10 dias 
sem possibilidade de prorrogação. 
CPP, Art. 3º-B § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e 
ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a 
investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
SOLTO → 30 DIAS, pode ser sucessivamente prorrogado por 30 dias. 
CPP, Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso 
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, 
quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
A prorrogação injustificada do prazo de conclusão do inquérito pode caracterizar crime de abuso de autoridade (art. 31, Lei 
13.869/2019). 
 
6. FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
6.1 AÇÃO PENAL PRIVADA 
Necessária provocação do ofendido/representante legal. 
Obs.: não precisa de formalidade. 
 
6.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO 
Depende de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. 
Obs.: não precisa de formalidade. 
 
6.3 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
Temos aqui as seguintes possibilidades: 
(i) Instauração de ofício (portaria): a autoridade policial toma conhecimento direto e pessoal da infração, até mesmo 
diante de notícia vinculada pela imprensa. 
(ii) Requisição do juiz ou do MP: considerando a adoção do sistema acusatório pela CF, a maioria da doutrina entende 
que o juiz não deve requerer a instauração de inquérito, porque viola sua imparcialidade. Quando o promotor requisita, o delegado 
é obrigado a atender? 1ªC) Sim, pois requisição é sinônimo de ordem; 2ªC) Não, uma vez que inexiste hierarquia entre Delegado e 
MP. 
(iii) Requerimento do ofendido/representante legal: a autoridade policial não é obrigada a instaurar o IP. Contra o 
indeferimento, cabe recurso para o chefe de polícia (art. 5º, § 2º, CPP). 
(iv) Auto de prisão em flagrante delito (APF): o próprio APF vai ser a peça inaugural do inquérito. 
(v) Notícia oferecida por qualquer do povo (“delatio criminis”): alerte-se que a notícia crime anônima (ou inqualificada) 
NÃO permite a instauração, de pronto, do inquérito policial. É necessário fazer a verificação da procedência das informações antes. 
 
7. INCOMUNICABILIDADE DO PRESO 
A maioria da doutrina entende que a incomunicabilidade, prevista no art. 21 do CPP, não foi recepcionada pela Constituição 
Federal. 
Art. 21: A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse 
da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. 
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Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a 
requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, 
inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Obs.: o regime disciplinar diferenciado (RDD), previsto no art. 52, LEP, NÃO caracteriza incomunicabilidade. 
 
8. IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL (LEI 12.037/2009) 
Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nos casos previstos nesta Lei. 
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: 
I – carteira de identidade; 
II – carteira de trabalho; 
III – carteira profissional; 
IV – passaporte; 
V – carteira de identificação funcional; 
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado. 
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os documentos de identificação 
militares.Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: 
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; 
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; 
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; 
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que 
decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; 
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; 
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a 
completa identificação dos caracteres essenciais. 
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de 
investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado. 
Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará as providências necessárias para 
evitar o constrangimento do identificado. 
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos da comunicação da 
prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação. 
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal poderá incluir a coleta de material biológico para a 
obtenção do perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
Art. 5o-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em banco de dados de perfis genéticos, 
gerenciado por unidade oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
§ 1o As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão revelar traços somáticos ou 
comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas constitucionais e internacionais sobre 
direitos humanos, genoma humano e dados genéticos. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
§ 2o Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão caráter sigiloso, respondendo civil, penal e 
administrativamente aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão 
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
§ 3o As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos deverão ser consignadas em laudo pericial firmado por 
perito oficial devidamente habilitado. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes ou em informações não destinadas 
ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. 
Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, após o 
arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da identificação fotográfica do inquérito 
ou processo, desde que apresente provas de sua identificação civil. 
Art. 7o-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição 
do delito. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
I - no caso de absolvição do acusado; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
II - no caso de condenação do acusado, mediante requerimento, após decorridos 20 (vinte) anos do cumprimento da 
pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 7o-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido 
pelo Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
Art. 7º-C. Fica autorizada a criação, no Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Banco Nacional Multibiométrico e de 
Impressões Digitais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais serão regulamentados em ato do 
Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais tem como objetivo armazenar dados de registros biométricos, de 
impressões digitais e, quando possível, de íris, face e voz, para subsidiar investigações criminais federais, estaduais ou 
distritais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 3º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais será integrado pelos registros biométricos, de impressões digitais, 
de íris, face e voz colhidos em investigações criminais ou por ocasião da identificação criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
§ 4º Poderão ser colhidos os registros biométricos, de impressões digitais, de íris, face e voz dos presos provisórios ou definitivos 
quando não tiverem sido extraídos por ocasião da identificação criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 5º Poderão integrar o Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais, ou com ele interoperar, os dados de registros 
constantes em quaisquer bancos de dados geridos por órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário das esferas federal, 
estadual e distrital, inclusive pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelos Institutos de Identificação Civil. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
§ 6º No caso de bancos de dados de identificação de natureza civil, administrativa ou eleitoral, a integração ou o compartilhamento 
dos registros do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais será limitado às impressões digitais e às informações 
necessárias para identificação do seu titular. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 7º A integração ou a interoperação dos dados de registros multibiométricos constantes de outros bancos de dados com o Banco 
Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais ocorrerá por meio de acordo ou convênio com a unidade gestora. (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 8º Os dados constantes do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais terão caráter sigiloso, e aquele que permitir 
ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal e 
administrativamente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12654.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12654.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12654.htm#art2
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§ 9º As informações obtidas a partir da coincidência de registros biométricos relacionados a crimes deverão ser consignadas em 
laudo pericial firmado por perito oficial habilitado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 10. É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões 
Digitais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 11. A autoridade policial e o Ministério Público poderão requerer ao juiz competente, no caso de inquérito ou ação penal 
instaurados, o acesso ao Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
9. INDICIAMENTO 
Significar atribuir a alguém a PROVÁVEL autoria ou participação em determinada infração penal. Exclusivo da fase 
investigatória, é ato privativo da autoridade policial. 
Lei 12.830/2013, Art. 2º, § 6º. O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise 
técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. 
Qualquer pessoa pode ser indiciada. Exceção: membros do Ministério Público e membros da magistratura. 
Quanto a autoridades com prerrogativa de foro, o STF entende necessária a autorização judicial para que ocorra o 
indiciamento. 
 
10. CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
10.1 PRAZOS 
 PRESO SOLTO 
CPP 10 dias improrrogáveis 
* Com o pacote anticrime, esse prazo poderá ser prorrogado por 
15 dias. Todavia, o dispositivo com tal previsão encontra-se com 
eficácia suspensa. 
30 dias (+30) 
Obs.: não há limite legal para essa 
prorrogação 
CPPM 20 dias 40 dias (+20) 
Justiça Federal 15 dias (+15) 30 dias (+30) 
Obs.: aplica-se analogicamente o prazo 
do CPP 
Lei 1.521/51 10 dias 10 dias 
Lei 11.343/06 
(Lei de Drogas) 
30 dias (+30) 90 dias (+90) 
 
Macete para os prazos do CPP: a palavra ‘preso’ tem cinco letras. Cinco dias é o prazo que o MP tem para oferecer a 
denúncia de réu preso (art. 46, CPP). O delegado tem o dobro desse prazo (ou seja, 10 dias) para concluir o inquérito. Em se 
tratando de réu solto, nós triplicamos os prazos. 
 
10.2 RELATÓRIO 
Por se tratar de peça essencialmente descritiva, em regra, não se faz qualquer juízo de valor. Exceção: no caso do art. 52, 
I, Lei de drogas, a autoridade policial deve explicar as razões que levaram a classificação do delito, quantidade e indícios que 
classifiquem como usuário ou como traficante. 
 
10.3 REMESSA DO INQUÉRITO 
De acordo com o art. 10, §1º, CPP, os autos serão remetidos ao juízo competente. Autores mais modernos dizem que o 
dispositivo não foi recepecionado pela CRFB, de maneira que o IP, por força do sistema acusatório, deve tramitar apenas entre 
Delegacia e MP. De qualquer forma, sendo enviados os autos ao juízo, ele: (i) remeterá ao MP, caso seja ação penal pública; (ii) 
manterá em cartório aguardando o oferecimento de queixa-crime, se se tratar de ação penal privada. 
Quando os autos chegam ao MP, podem-se adotar as seguintes medidas: 
a) ação penal privada: solicita a permanência dos autos em cartório até que o ofendido dê andamento à ação penal. 
b) ação penal pública: (i) oferecer denúncia; (ii) requerer novas diligências investigatórias imprescindíveis ao 
ajuizamento da ação penal; (iii) promover o arquivamento; (iv) declinar de atribuição (ou de competência, caso os autos já estejam 
distribuídos a um juiz); (v) oferecer acordo de não persecução penal. 
 
11. ARQUIVAMENTO 
Inicialmente, cumpre destacar que, com as mudanças promovidas pelo pacote anticrime (Lei 13.964/2019), o controle do 
arquivamento caberá, exclusivamente, ao Ministério Público. Portanto, a decisão de arquivamento não está mais sujeita ao controle 
jurisdicional. Todavia, o dispositivo legal contendo tal previsão encontra-se com a eficácia suspensa. Por tal motivo, far-se-á menção, 
adiante, à sistemática vigente. 
Assim, caso o juiz discordasse do pedido de arquivamento feito pelo MP, se valeria do art. 28 do CPP, para mandar os 
autos ao PGJ, o qual teria três alternativas: 1ª) oferecer a denúncia; 2ª) designar outro membro da instituição para oferece-la; 3ª) 
insistir no arquivamento, hipótese em que o magistrado estaria obrigado a aceitar. 
CPP, Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou 
de quaisquer peças de informação (qualquer peça de investigação distinta do IP), o juiz, no caso de considerar improcedentes as 
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razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará 
outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a 
atender”. 
A mesma sistemática acima aplicava-se (e, por enquanto, ainda se aplica) às situações em que o MP se recusasse a propor 
a suspensão condicional do processo e a transação penal. 
Súmula nº 696, STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o 
Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador- Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do 
CPP. 
 
11.1 COISA JULGADA NA DECISÃO DE ARQUIVAMENTO 
A coisa julgada se manifesta diante de uma decisão judicial que não comporta mais recurso, tornando-se imutável. 
- Coisa Julgada Formal: é a imutabilidade da decisão no processo em que foi proferida. Permite a instauração de 
um novo processo 
- Coisa Julgada Material: pressupõe a formal, é a imutabilidade da decisão fora do processo no qual aquela foi 
proferida. Não permite um novo processo para rediscutir os fatos. 
A depender do fundamento utilizado, a decisão de arquivamento fará coisa julgada formal ou material. 
FUNDAMENTO ESPÉCIE DE COISA JULGADA 
Ausência de pressupostos processuais ou de condições da 
ação 
Formal 
Falta de justa causa Formal 
Atipicidade Material 
Excludente de ilicitude Formal (STF) x Material (doutrina) 
Excludente de culpabilidade Material 
Excludente da punibilidade Material 
Nota: em regra, a decisão de arquivamento é irrecorrível. Entretanto, antes do PAC, havia três exceções: a) Art. 7º da Lei 
1.521/51 (crime contra a economia popular ou contra a saúde, a decisão estava sujeita a reexame necessário); b) Art. 6º da Lei 
1.521/51 (o autor da representação poderia interpor RESE se o arquivamento fosse determinado); c) Arquivamento nas hipóteses 
de atribuição originária do PGJ. 
Com o Pacote Anticrime, considerando que não mais haverá controle judicial acerca do arquivamento pelo MP, não mais 
caberá recurso, salvo no caso de determinação de arquivamento pelo PGJ em relação às hipóteses de competência originária (art. 
12, XI, da Lei 8.625/93). 
 
11.2 DESARQUIVAMENTO 
Para desarquivar, basta que haja notícias de prova nova (art. 18, CPP; súmula 524, STF). 
Súmula 524, STF 
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem 
novas provas. 
 
Prova nova é aquela essencialmente inovadora, capaz de produzir uma alteração no contexto probatório. Divide-se em: (i) 
substancialmente nova: não existia ou estava oculta quando do arquivamento do IP (ex.: arma do crime localizada; uma gravação 
cuja existência todos desconheciam, etc.); (ii) formalmente nova: já era conhecida e talvez tenha sido até utilizada, porém ganhou 
uma nova versão (ex.: depoimento de uma ex-esposa, que, à época, era esposa). 
A doutrina diverge quanto à autoridadecompetente para promover o desarquivamento: 1ªC) autoridade policial, que 
representa junto ao MP para que seja feito o desarquivamento (fundamento: art. 18, CPP); 2ªC) Ministério Público, 
 
11.3 ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO 
Ocorre o arquivamento implícito quando o titular da ação penal deixa de incluir na denúncia algum fato investigado 
(arquivamento implícito objetivo) ou algum dos indiciados ou algum corréu (arquivamento implícito subjetivo), sem expressa 
manifestação ou justificação desse procedimento. NÃO É ADMITIDO pela doutrina e nem pela jurisprudência. 
 
11.4 ARQUIVAMENTO INDIRETO 
O MP deixa de oferecer denuncia por acreditar que o crime não é de competência daquele juízo e, ainda, pede o declínio 
de competência. Nesse caso, o magistrado deve tratar tal manifestação como um pedido de arquivamento, aplicando o antigo art. 
28 (ainda em vigor), remetendo os autos ao PGJ, caso discorde do MP. 
 
11.5 TRANCAMENTO ANÔMALO DO INQUÉRITO POLICIAL 
Segundo Renato Brasileiro, trata-se de medida de força que acarreta a extinção prematura das investigações quando a 
mera tramitação do inquérito configurar constrangimento ilegal. O instrumento utilizado para tanto será o habeas corpus (casos em 
que há risco à liberdade de locomoção) ou o mandado de segurança (nos casos de pessoa jurídica ou de pessoa física quando não 
prevista pena privativa de liberdade) 
 
8 
12. QUESTÕES DE CONCURSOS 
12.1 FGV 
1) (PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto/2021) No curso de inquérito policial, a autoridade policial indiciou Napoleão 
pela prática do crime de homicídio quali cado, em que pese os elementos de informação colhidos demonstrassem de maneira clara 
que o investigado agiu em legítima defesa. Visando combater tal decisão e buscar o “trancamento” do inquérito policial, o advogado 
de Napoleão poderá: 
A interpor recurso para o chefe de polícia; 
B impetrar habeas corpus, sendo competente para julgamento um juiz de 1º grau; 
C impetrar habeas corpus, sendo competente para julgamento o Tribunal de Justiça respectivo; 
D interpor recurso em sentido estrito, sendo competente para julgamento um juiz de 1º grau; 
E impetrar habeas corpus para análise pelo chefe de polícia. 
 
2) (2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto) No curso de investigação criminal para apurar a prática de crime 
sexual por parte de Adonis, a autoridade policial notou que o investigado apresentava sinais de insanidade mental. Nesse sentido, 
havendo dúvida sobre a integridade mental de Adonis, a instauração de incidente de insanidade mental: 
A não poderá ser determinada na fase de inquérito, pois incabível nesse momento; 
B poderá ser determinada na fase de inquérito diretamente pelo delegado de polícia, de ofício; 
C poderá ser determinada na fase de inquérito pelo juiz, mediante representação do delegado de polícia; 
D poderá ser determinada na fase de inquérito diretamente pelo delegado de polícia, mediante requerimento da parte; 
E poderá ser determinada na fase de inquérito pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte ou representação do delegado 
de polícia, devendo a autoridade policial nomear curador ao investigado. 
 
3) (2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto) No curso de inquérito, a autoridade policial intimou Pedro a, na 
qualidade de testemunha, prestar informações sobre determinado fato delituoso. Na condição de testemunha, Pedro: 
A estará obrigado a comparecer à delegacia para prestar informações, tendo em vista a ausência de poder da autoridade 
policial para tal intimação; 
B estará obrigado a comparecer à delegacia e prestar informações com o dever legal de dizer a verdade, ainda que possua 
relação de parentesco em linha reta com o investigado; 
C não estará obrigado a comparecer à delegacia, podendo se valer do direito ao silêncio, ainda que não tenha relação com 
os fatos; 
D estará obrigado a comparecer à delegacia, mas, independentemente da relação com o investigado, não terá a obrigação 
legal de dizer a verdade,por ainda não haver denúncia; 
E estará obrigado a comparecer à delegacia, mas não precisará responder às perguntas formuladas que puderem resultar 
em autoincriminação. 
 
4) (2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto) A autoridade policial recebeu denúncia anônima sobre a existência 
de um grupo que se destinava a praticar roubos a agências bancárias. Diante da notícia recebida, com base no entendimento dos 
Tribunais Superiores, a autoridade policial: 
A terá discricionariedade para instauração ou não do inquérito policial; 
B não poderá adotar qualquer medida, por tratar-se de denúncia anônima; 
C deverá realizar diligências preliminares para averiguação, antes de instaurar o inquérito policial; 
D deverá instaurar imediatamente inquérito policial para apurar o fato; 
E poderá dispensar o inquérito policial e encaminhar as informações recebidas ao órgão ministerial para o oferecimento 
imediato de denúncia. 
 
5) (2021 - PC-RN - Agente e Escrivão) O inquérito policial é procedimento administrativo que possui características próprias 
destacadas pela doutrina e pela jurisprudência. Com relação ao tema, analise as afirmativas a seguir. I. Pode ser instaurado de 
ofício ou a requerimento, tanto nos crimes de ação pública quanto nos de ação privada, mas o oferecimento da ação penal dependerá 
da vontade da vítima nesse último caso. II. Contra a decisão que indefere o seu requerimento de abertura, cabe recurso ao Poder 
Judiciário. III. Pode ser requerida sua abertura, ainda que não seja possível identificar o autor do fato naquele momento. Está correto 
somente o que se afirma em: 
A II; 
B III; 
C I e II; 
D I e III; 
E II e III. 
 
6) (DPE-RJ Prova: DPE-RJ - 2021 - DPE-RJ - Residência Jurídica) Dentre as assertivas sobre o inquérito policial, assinale 
a INCORRETA: 
A Nada obstante a lei vulgarmente conhecida como Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019), o inquérito policial é arquivado 
por decisão judicial, que não pode ser proferida de ofício. 
B O Ministério Público proporá acordo de não persecução penal, quando suficiente para a reprovação e prevenção do 
crime, sempre que o inquérito policial não lograr êxito em colher os indícios da autoria da infração penal. 
C Os elementos de informação colhidos no curso de inquérito policial arquivado não permitem o regular oferecimento de 
denúncia, salvo se acrescidos de prova nova. 
9 
D O inquérito policial é dispensável, razão pela qual pode ser exercido o direito de ação sem que tenha havido anterior 
instauração do inquérito. 
E O desarquivamento do inquérito policial exige notícia de prova nova. 
 
7) (2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Judiciária) Lauro figura como indiciado em inquérito policial em que se investiga 
a prática do crime de concussão. Intimado a comparecer na Delegacia para prestar declarações, fica preocupado com as medidas 
que poderiam ser determinadas pela autoridade policial, razão pela qual procura seu advogado. Com base nas informações 
expostas, a defesa técnica de Lauro deverá esclarecer que: 
A a reprodução simulada dos fatos poderá ser determinada pela autoridade policial, não podendo, contudo, ser Lauro 
obrigado a participar contra sua vontade; 
B a defesa técnica do indiciado não poderá ter acesso às peças de informação constantes do inquérito, ainda que já 
documentadas, em razão do caráter sigiloso do procedimento; 
C o indiciado e o eventual ofendido, diante do caráter inquisitivo do inquérito policial, não poderão requerer a realização de 
diligências durante a fase de investigações; 
D o procedimento investigatório, caso venha a ser arquivado com base na falta de justa causa, não poderá vir a ser 
desarquivado, ainda que surjam novas provas; 
E a autoridade policial, em sendo de interesse das investigações, poderá determinar a incomunicabilidade do indiciado pelo 
prazo de 10 (dez) dias. 
 
8) (2018 - TJ-AL - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) Gustavo, Delegado de Polícia, é a autoridadeVIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas características 
biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por 
perito; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para 
realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente; (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante 
autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário 
para a central de custódia, mesmo quando for necessária a realização de exames complementares. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão 
central de perícia oficial de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por 
parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do material. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a 
idoneidade do vestígio durante o transporte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir contaminação e vazamento, ter grau de 
resistência adequado e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa autorizada. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do 
responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e 
sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para conferência, recepção, devolução de materiais 
e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar 
condições ambientais que não interfiram nas características do vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se informações sobre a 
ocorrência no inquérito que a eles se relacionam. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a 
hora do acesso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser registradas, consignando-se a identificação do 
responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da ação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia, devendo nela permanecer. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar determinado material, deverá a 
autoridade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do referido material em local diverso, mediante requerimento 
do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
2. PROVAS EM ESPÉCIE 
2.1 EXAME DE CORPO DE DELITO E OUTRAS PERÍCIAS 
CPP, Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo 
supri-lo a confissão do acusado. 
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: (Incluído dada 
pela Lei nº 13.721, de 2018) 
I - violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018) 
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018) 
 
* Conceito: segundo Renato Brasileiro, trata-se do “conjunto de vestígios materiais deixados pela infração penal. A 
expressão “corpo de delito” não necessariamente significa o corpo de uma pessoa, mas sim os vestígios deixados pelo crime, ou 
seja, diz respeito à materialidade da infração penal.” 
* Exame de corpo de delito: consiste na análise feita por expertos (peritos) sobre os vestígios deixados pela infração penal, 
seja para fins de comprovação da materialidade do crime, seja para fins de comprovação da autoria (ex.: voz). 
* Sistema do convencimento motivado: o exame de corpo de delito não é uma prova com valor probatório absoluto ou 
superior às demais. 
* Competência para determinação: juiz, delegado ou MP. 
Obs.: o incidente de insanidade mental é da competência EXCLUSIVA do juiz (art. 149, CPP). 
* Juntada do laudo pericial: durante a fase de investigação ou a fase processual. Todavia, nos crimes da lei de drogas e 
nos crimes contra a propriedade imaterial, o laudo DEVE ser juntado na fase investigatória e, sem ele, a denúncia não poderá ser 
oferecida. 
* Peritos: podem ser oficiais (funcionário público com atribuição para realizar perícias) ou não oficiais (pessoa que possui 
conhecimento da área, devendo ser portadora de diploma de curso superior). 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3policial 
que preside duas investigações autônomas em que se apura a suposta prática de crimes de homicídio contra Joana e Maria. Após 
realizar diversas diligências, não verificando a existência de justa causa nos dois casos, elabora relatórios finais conclusivos e o 
Ministério Público promove pelos arquivamentos, havendo homologação judicial. Depois do arquivamento, chega a Gustavo a 
informação de que foi localizado um gravador no local onde ocorreu a morte de Maria, que não havia sido apreendido, em que 
encontrava-se registrada a voz do autor do delito. A autoridade policial, ademais, recebe a informação de que a família de Joana 
obteve um novo documento que indicava as chamadas telefônicas recebidas pela vítima no dia dos fatos, em que constam 25 
ligações do ex-namorado de Joana em menos de uma hora. Considerando as novas informações recebidas pela autoridade policial, 
é correto afirmar que: 
A não poderá haver desarquivamento do inquérito que investigava a morte de Joana, mas poderá ser desarquivado o que 
investigava a morte de Maria, tendo em vista que o documento obtido pela família de Joana não existia quando do arquivamento; 
B poderá haver desarquivamento dos inquéritos diretamente pela autoridade policial, mas não poderá o Ministério Público 
oferecer imediatamente denúncia, ainda que haja justa causa, diante dos arquivamentos anteriores; 
C poderá haver desarquivamento dos inquéritos que investigavam as mortes de Joana e Maria, pois em ambos os casos 
houve prova nova, ainda que o gravador já existisse antes do arquivamento; 
D poderá haver desarquivamento do inquérito que investigava a morte de Joana, mas não do de Maria, tendo em vista que 
apenas no primeiro caso houve prova nova; 
E não poderá haver prosseguimento das investigações, tendo em vista que houve decisão de arquivamento que fez coisa 
julgada. 
 
9) (2016 - MPE-RJ - Estágio Forense) Sobre o inquérito policial, é correto afirmar que: 
A consiste em procedimento de natureza inquisitorial, que se destina à busca de elementos que indiquem a existência da 
infração penal e de indícios de autoria; 
B está regido pelos princípios do contraditório e da ampla defesa, devendo a autoridade policial sempre deferir as diligências 
requeridas pelo advogado do indiciado; 
C pode a autoridade policial promover seu arquivamento, tão logo entenda desnecessária a investigação; 
D cabe recurso para o Chefe do Ministério Público do despacho que indeferir sua abertura; 
E deve sempre acompanhar a denúncia ou a queixa, com o que se revela sua indispensabilidade para a de agração da 
ação penal. 
 
10) (2016 - MPE-RJ - Analista do Ministério Público – Processual) Foi instaurado inquérito policial, no Rio de Janeiro, para 
apurar as condições da morte de Maria, que foi encontrada já falecida em seu apartamento, onde residia sozinha, vítima de morte 
violenta. As investigações se estenderam por cerca de três anos, sem que fosse identficada a autoria delitiva, apesar de ouvidos os 
familiares, o namorado e os vizinhos da vítima. Em razão disso, o inquérito policial foi arquivado, nos termos da lei, por ausência de 
justa causa. Seis meses após o arquivamento, superando a dor da perda da lha, a mãe de Maria resolve comparecer ao seu 
apartamento para pegar as roupas da vítima para doação. Encontra, então, escondida no armário uma câmera de lmagem e verifica 
que havia sido gravada uma briga entre a filha e um amigo do seu namorado dois dias antes do crime, ocasião em que este afirmou 
que sempre a amou e que se Maria não terminasse o namoro “sofreria as consequências”. Considerando a situação narrada, é 
correto afirmar que a lmagem: 
A é considerada prova nova ou notícia de prova nova, mas não poderá haver desarquivamento, já que a decisão de 
arquivamento fez coisa julgada; 
B não é considerada prova nova ou notícia de prova nova, tendo em vista que já existia antes do arquivamento, de modo 
que não cabe desarquivamento com esse fundamento; 
C é considerada prova nova ou notícia de prova nova, podendo haver desarquivamento do inquérito pela autoridade 
competente; 
D considerada ou não prova nova ou notícia de prova nova, poderá gerar o desarquivamento direto pela autoridade policial 
para prosseguimento das investigações; 
E não é considerada prova nova, logo impede o desarquivamento, mas não é óbice ao oferecimento direto de denúncia. 
 
10 
11) (2015 - PGE-RO - Técnico da Procuradoria - Sem Especialidade) Foi instaurado inquérito policial para apurar a conduta 
de Ronaldo, indiciado como autor do crime de homicídio praticado em face de Jorge. Ao longo das investigações, a autoridade 
policial ouviu diversas testemunhas, juntando os termos de oitiva nos autos do procedimento. Concluídas as investigações, os autos 
foram encaminhados para a autoridade policial. Sobre o inquérito policial, é correto afirmar que: 
A não é permitido à autoridade policial, em regra, solicitar a realização de perícias e exame de corpo de delito, dependendo 
para tanto de autorização da autoridade judicial; 
B como instrumento de obtenção de justa causa, é absolutamente indispensável à propositura da ação penal; 
C é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso aos elementos de prova que, já documentados em 
procedimento investigatório, digam respeito ao exercício do direito de defesa; 
D constatado, após a instauração do inquérito e conclusão das investigações, que a conduta do indiciado foi amparada 
pela legítima defesa, poderá a autoridade policial determinar diretamente o arquivamento do procedimento; 
E uma vez determinado seu arquivamento pela autoridade competente, independente do fundamento, não poderá ser 
desarquivado, ainda que surjam novas provas. 
 
12) (2015 - TJ-RO - Oficial de Justiça) No dia 30 de março de 2014, Marta foi vítima de um crime de homicídio, razão pela 
qual foi instaurado inquérito policial para identificação do autor do delito. Após diversas diligências, não foi possível identificar a 
autoria, razão pela qual foi realizado o arquivamento do procedimento, pela falta de justa causa, de acordo com as exigências legais. 
Ocorre que, em abril de 2015, a filha de Marta localizou o aparelho celular de Marta e descobriu que seu irmão, Lúcio, havia enviado 
uma mensagem de texto para sua mãe, no dia 29 de março de 2014, a rmando para a vítima “se você não me emprestar dinheiro 
novamente, arcará com as consequências”. Diante disso, a fiha de Marta apresentou o celular de sua mãe para a autoridade policial. 
Considerando a situação narrada, é correto a rmar que o arquivamento do inquérito policial: 
A fez coisa julgada material, de modo que não mais é possível seu desarquivamento; 
B não fez coisa julgada, mas não é possível o desarquivamento porque a mensagem de texto não pode ser considerada 
prova nova, já que existia antes mesmo da instauração do inquérito policial; 
C foi realizado diretamente pela autoridade policial, de modo que não faz coisa julgada material; 
D não fez coisa julgada material, podendo o inquérito ser desarquivado, tendo em vista que a mensagem de texto pode ser 
considerada prova nova; 
E não fez coisa julgada material, mas não mais caberá desarquivamento, pois passados mais de 06 meses desde a decisão. 
 
13) (2015 - DPE-RO - Técnico da Defensoria Publica) O inquérito policial é tradicionalmente conceituado como 
procedimento administrativo prévio que visa à apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal 
possa ingressar em juízo. Sobre suas principais características, é correto afirmar que: 
A a prova da materialidade e indícios de autoria são necessários para propositura de ação penal, logo uma das 
características do inquérito é sua indispensabilidade; 
B o inquérito policial é instrumento sigiloso, logo não poderá ser acessado em momento algum pelo advogado do indiciado; 
C o contraditório pleno e a ampla defesa são indispensáveis no inquérito policial; 
D o inquérito policial é um procedimento significativamentemarcado pela oralidade; 
E o inquérito pode ser considerado indisponível para a autoridade policial, já que, uma vez instaurado, não poderá ser por 
ela diretamente arquivado. 
 
14) (2015 - TJ-BA - Técnico Judiciário) As formas de instauração do inquérito policial variam de acordo com a natureza do 
delito. Nos casos de ação penal pública incondicionada, a instauração do inquérito policial pode se dar: 
A de ofício pela autoridade policial; mediante requisição do Ministério Público; mediante requerimento do ofendido; e por 
auto de prisão em agrante; 
B de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial; mediante requerimento do ofendido; e por 
auto de prisão em agrante; 
C de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministério Público; mediante requisição do ofendido; e por 
auto de resistência; 
D de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial; mediante requerimento do ofendido; e por 
auto de resistência; 
E de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministro da Justiça; mediante requisição do ofendido; e por 
auto de resistência. 
 
15) (2014 - TJ-RJ - Analista Judiciário - Especialidade Execução de Mandados) Foi instaurado inquérito policial para 
investigar a prática de um crime de homicídio que teve como vítima Ana. Apesar de Wagner, seu marido, ter sido indiciado, não foi 
reunida justa causa su ciente para oferecimento da denúncia, razão pela qual foi o procedimento arquivado na forma prevista em 
lei. Três meses após o arquivamento, a mãe de Ana descobriu que a filha havia lhe deixado uma mensagem de voz no celular uma 
hora antes do crime, a rmando que temia por sua integridade física, pois estava sozinha com seu marido em casa e prestes a contar 
que teria uma relação extraconjugal. Diante desses fatos, de acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, é 
correto afirmar que: 
A nada poderá ser feito, tendo em vista que o arquivamento do inquérito policial fez coisa julgada material; 
B poderá ser oferecida denúncia, apesar de o inquérito não poder ser desarquivado em virtude da coisa julgada material 
que fez seu arquivamento; 
C caberá desarquivamento do inquérito policial pela autoridade competente diante do surgimento de provas novas; 
D nada poderá ser feito, pois a gravação de voz existia antes do arquivamento do inquérito, logo não pode ser incluída no 
conceito de prova nova; 
E poderá a autoridade policial realizar o desarquivamento a qualquer momento, assim como pode por ato próprio determinar 
o arquivamento do inquérito. 
11 
 
16) (2014 - TJ-RJ - Analista Judiciário - Especialidade Execução de Mandados) Brenda, empregada doméstica, foi presa 
em flagrante pela prática de um crime de furto qualificado contra Joana, sua empregadora. O magistrado, após requerimento do 
Ministério Público, converteu a prisão em flagrante em preventiva. Nessa hipótese, de acordo com o Código de Processo Penal, o 
prazo para conclusão do inquérito policial será de: 
A 05 (cinco) dias; 
B 10 (dez) dias; 
C 15 (quinze) dias, improrrogáveis; 
D15 (quinze) dias, prorrogáveis por decisão judicial; 
E 30 (trinta) dias. 
 
17) (2014 - TJ-RJ - Técnico de Atividade Judiciária) Tradicionalmente, o inquérito policial é conceituado como um 
procedimento investigatório, cuja principal finalidade é a obtenção de justa causa para a propositura da ação penal. Sobre o inquérito 
policial é correto afirmar que: 
A é procedimento prévio imprescindível; 
B poderá ser arquivado diretamente pela autoridade policial; 
C é sigiloso, razão pela qual o defensor do indiciado não poderá ter acesso a elemento de prova algum, ainda que 
documentado no procedimento investigatório; 
D dependerá de representação, caso a investigação trate de crime em que a ação penal seja pública condicionada; 
E é prescindível, logo é uma faculdade da autoridade policial instaurá-lo ou não, ainda que haja requisição do Ministério 
Público. 
 
18) (2014 - MPE-RJ - Estágio Forense) Em relação ao inquérito policial, é correto afirmar que: 
A constitui-se em um procedimento administrativo sigiloso; possui como justa causa a existência de uma infração penal, 
em tese, não alcançada por qualquer causa extintiva da punibilidade, sendo unilateral, dispensável e escriturado, cujo destinatário 
é o legitimado para o exercício da ação penal. Permite o direito de defesa; dependendo do tipo de infração penal a ser apurada, a 
sua instauração é precedida de representação ou requerimento do ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo; tem 
previsão legal de prazo para ser concluído e relatado. Algumas provas nele produzidas não têm necessidade de renovação em 
juízo; 
B constitui-se em um procedimento administrativo sigiloso; possui como justa causa os indícios de autoria e a existência 
de uma infração penal, em tese, não alcançada por qualquer causa extintiva da punibilidade, sendo unilateral, dispensável e informal, 
cujo destinatário é o Ministério Público. Não permite o exercício do direito de defesa; qualquer que seja a infração penal a ser 
apurada a sua instauração não está condicionada à prévia manifestação do ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-
lo; tem previsão legal de prazo para ser concluído e relatado. Quaisquer provas nele produzidas têm necessidade de renovação em 
juízo; 
C constitui-se em um processo administrativo sigiloso; possui como justa causa os indícios de autoria e a existência de 
uma infração penal, em tese, não alcançada por qualquer causa extintiva da punibilidade, sendo unilateral, indispensável e 
escriturado, cujo destinatário é o Ministério Público. Não permite o direito de defesa; dependendo do tipo de infração penal a ser 
apurada a sua instauração é precedida de representação ou requerimento do ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-
lo; tem previsão legal de prazo para ser concluído e relatado. Algumas provas nele produzidas não têm necessidade de renovação 
em juízo; 
D constitui-se em um processo administrativo sigiloso; possui como justa causa a existência de uma infração penal, em 
tese, não alcançada por qualquer causa extintiva da punibilidade, sendo bilateral, dispensável e informal, cujo destinatário é o 
legitimado para o exercício da ação penal. Permite o direito de defesa; qualquer que seja a infração penal que necessita de apuração 
a sua instauração não está condicionada à prévia manifestação do ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo; tem 
previsão legal de prazo para ser concluído e relatado. Quaisquer provas nele produzidas têm necessidade de renovação em juízo; 
E constitui-se em um procedimento administrativo sigiloso; possui como justa causa os indícios de autoria e a existência 
de uma infração penal, em tese, não alcançada por qualquer causa extintiva da punibilidade, sendo unilateral, indispensável e 
escriturado, cujo destinatário é o legitimado para o exercício da ação penal. Não permite o direito de defesa; dependendo do tipo de 
infração penal a ser apurada, a sua instauração é precedida de representação ou requerimento do ofendido ou a quem tenha 
qualidade para representá-lo; tem previsão legal de prazo para ser concluído e relatado. Algumas provas nele produzidas não têm 
necessidade de renovação em juízo. 
 
19) (2013 - SEGEP-MA - Agente Penitenciário) Com relação ao inquérito, assinale a afirmativa incorreta. 
A O inquérito é um procedimento investigatório prévio, no qual diversas diligências são realizadas na busca da obtenção 
de indícios que permitam o titular da ação propô-la contra o autor da infração penal. 
B O inquérito policial é inquisitivo, não vigorando o princípio do contraditório pleno, apesar de a autoridade que o presidir 
ter a obrigação de agir dentro dos termos da lei. 
C Apesar de o inquérito ser sigiloso, é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos 
de prova que, já documentados, digam respeito ao exercício do direito dedefesa. 
D O inquérito, que é obrigatório, pode ser iniciado de ofício, por requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, 
ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo 
E O inquérito, nos crimes em que a ação pública depende de representação, não poderá ser iniciado sem ela. 
 
20) (2012 - Senado Federal - Policial Legislativo Federal) Quanto ao inquérito policial, assinale a alternativa correta. 
A Uma vez formalizado o relatório final do inquérito policial pelo Delegado de Polícia, o Ministério Público não poderá 
determinar o retorno dos autos à delegacia de polícia. 
B Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de polícia. 
12 
C Nos crimes persequíveis por ação penal pública incondicionada, o indiciamento formal do acusado é condição de 
procedibilidade para a instauração de processo criminal. 
D Nos crimes persequíveis por ação penal privada, não caberá instauração de inquérito policial. 
E Nos crimes hediondos persequíveis por ação penal pública incondicionada, o inquérito policial será indispensável para o 
oferecimento de denúncia. 
 
 
GABARITO 
 
 
1. B 
2. C. Art. 149, §1º, CPP. 
3. E. Princípio da proibição de autoincriminação. 
4. C. HC 106152/MS, STF. 
5. B. Assertiva I: art. 5º, §5º, CPP; assertiva II: art. 5º, §2º, CPP. 
6. B. Art. 28-A, CPP. Se não há indícios de autoria, é caso de arquivamento, não de propositura de ANPP. 
7. A. Princípio da proibição de autoincriminação. 
8. C. Súmula 524 do STF. 
9. A. 
10. C. Súmula 524 do STF. 
11. C. Súmula Vinculante 14 do STF. 
12. D. Lembre-se: arquivamento por falta de justa causa (art. 395, III, CPP) NÃO faz coisa julgada material. 
13. E. Art. 17, CPP. 
14. A. Art. 5º, CPP. 
15. C. Art. 18, CPP e Súmula 524 do STF. 
16. B. Art. 10, CPP. 
17. D. Art. 5º, II, CPP. 
18. A. 
19. D. Art. 5º, CPP. 
20. B. Art. 5º, §2º, CPP. 
 
12.2 OUTRAS BANCAS 
1) (PC-RR/2003) Vícios formais verificados no inquérito policial ensejam a nulidade da respectiva ação penal. 
Gab.: Errado. 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
Disciplina: Direito Processual Penal 
Assunto: Princípios 
 
 
 
 
Aluno: 
 
Data: __/__/___ 
 
 
Professor: Alan Ferreira Rodrigues (Instagram: @alfero_alan) 
 
 
Bibliografia utilizada: Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro de Lima; Curso de Direito Constitucional, Marcelo 
Novelino; Novo Curso de Direito Processual Penal, Nestor Távora. 
CONCEITO DE PROCESSO PENAL 
Conceito (Frederico Marques): direito processual penal é o conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação 
jurisdicional do direito penal, bem como as atividades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos da função 
jurisdicional e respectivos auxiliares. 
Nota: tanto princípios (mandamentos de otimização. Ex.: dignidade da pessoa humana) como regras (mandamentos 
definitivos. Ex.: art. 121 do CP) são espécies de normas jurídicas. 
 
1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIONAIS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
1.1 PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU DE NÃO CULPABILIDADE 
Até o advento da CRFB/88, tal princípio só existia de forma implícita, como decorrência da cláusula do devido processo 
legal. 
CRFB, Art. 5º, LVII: “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. 
 
Do princípio em comento derivam algumas regras fundamentais: 
(i) regra probatória ou regra de juízo (in dubio pro reo): a parte acusadora tem o ônus de demonstrar a 
culpabilidade do acusado. Não havendo certeza, mas dúvida sobre os fatos em discussão em juízo, absolve-se (art. 386, VI, CPP). 
Em tempo, alerte-se que o princípio in dubio pro reo não incide na revisão criminal (art. 621, CPP), fase em que a 
comprovação das hipóteses autorizadoras recairá sobre o postulante. 
Observação: cresce na doutrina (ex.: Renato Brasileiro, Fauzi Hassan, etc.) posição no sentido de que a decisão de 
pronúncia (art. 413 do CPP) não se baseia no brocardo in dubio pro societate. 
 
CPP, Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de 
indícios suficientes de autoria ou de participação. 
 
• O ônus da prova no processo penal1 
Duas correntes: 1ªC (majoritária): há distribuição do ônus da prova entre a acusação e a defesa no processo penal (art. 
156 do CPP2); 2ªC (minoritária): o ônus da prova é exclusivo da acusação, em razão da estrutura acusatória do processo penal e, 
ainda, por força do princípio in dubio pro reo. 
 
(TJPA/2019 – CESPE) Acerca de princípios processuais constitucionais, julgue os itens (adaptada). 
Em razão do princípio da inocência, caso o crime seja um fato típico, antijurídico e culpável, caberá à acusação provar a inexistência 
da causa de exclusão da antijuridicidade alegada pelo réu; 
R.: Errado. De acordo com a doutrina majoritária, há ônus probatórios recaindo sobre a defesa nalguns casos. Doutrinadores como 
Nestor Távora e Renato Brasileiro discordam dessa posição. 
 
Em razão do princípio in dubio pro reo, a qualificadora do crime de roubo pelo uso de arma será excluída se o réu alegar ter utilizado 
um simulacro de arma de fogo que tenha sido confundido pela vítima; 
R.: Errado. 
 
(Delegado/RJ-2012 | FUNCAB_adaptada): A presunção de inocência possui axiologia tridimensional, atuando como regra de 
tratamento, regra de julgamento e regra de garantia. 
R.: Correto. 
 
(PEFOCE/2011 | CESPE) O indivíduo que for preso em flagrante devido à prática de crime inafiançável não terá direito à concessão 
de liberdade provisória, devendo permanecer preso durante o inquérito e a ação penal. Tal vedação não caracteriza violação do 
princípio da inocência, visto que o flagrante por si só tem força coativa. 
R.: Errado. 
 
(PGE-BA/2013 | CESPE) Acerca das provas, das sentenças e dos princípios do direito processual penal, julgue o item a seguir. Em 
razão do princípio constitucional da presunção de inocência, é vedado à autoridade policial mencionar anotações referentes à 
instauração de inquérito nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados. 
R.: Errado. 
 
(PC-PA/2016 | FUNCAB) Leia as frases a seguir e a partir dos respectivos conteúdos responda. 
1. “Esse princípio fundamental de civilidade representa o fruto de uma opção garantista a favor da tutela da imunidade dos inocentes” 
(Luigi Ferrajoli). 
 
1 O tema será aprofundado quando tratarmos de ‘Teoria da Prova’. 
2 CPP, Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: 
2 
2. “Basta ao corpo social que os culpados sejam geralmente punidos, pois é seu maior interesse que todos os inocentes sem exceção 
sejam protegidos" (Lauzé di Peret). 
3. “A metafísica do direito penal propriamente dita é destinada a proteger os culpados dos excessos da autoridade social; a metafísica 
do direito processual tem por missão proteger dos abusos e dos erros da autoridade todos os cidadãos inocentes e honestos" 
(Francesco Carrara). 
Qual princípio a seguir melhor sintetiza o conteúdo, as idéias e as preocupações acima expostas? 
A) Princípio da verdade real 
B) Devido processo penal 
C) Ampla defesa contraditório 
D) Nemo tenetur se detegere 
E) Presunção de inocência 
Gab.: ‘E’. 
 
(ii) regra de tratamento: significa a impossibilidade de o Poder Público comportar-se, em relação ao suspeito, como 
se condenado fosse, antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória (ex.: não pode prisão ex lege). 
 
(PC-BA/2013 | CESPE) Julgue os itens seguintes, considerando os dispositivos constitucionais e o processo penal. A presunção de 
inocência da pessoa presa em flagrante delito, ainda que pela prática de crime inafiançável e hediondo, é razão, em regra, para que 
ela permaneça em liberdade. 
Gab.: correto. 
 
Dimensões de tratamento: (1) interna: o ônus da prova recai integralmente sobre a parte acusadora (há divergências, como 
visto); prisões cautelares devem ser utilizadas de modo excepcional;(2) externa: proteção contra a publicidade abusiva e a 
estigmatização do acusado, algo que deve ser protegido pelo juiz das garantias (art. 3º-F, CPP, cuja eficácia encontra-se suspensa 
por força de decisão proferida nas ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305 pelo STF) 
Obs.: art. 13, I e II, da Lei de Abuso de Autoridade. 
 
Lei 13.689/2019, Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de 
resistência, a: 
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública; 
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei; 
 
• Execução provisória da pena3 
- Posição anterior: possibilidade 
Entre fevereiro de 2016 e novembro de 2019, prevaleceu, no Supremo Tribunal Federal, por força do HC 126.292, o 
entendimento de que não havia necessidade de se aguardar o trânsito em julgado, justificando-se, assim, a denominada execução 
provisória da pena. 
Argumentos: (i) equilíbrio entre o princípio da presunção de inocência e a efetividade da jurisdição penal; (ii) exaurimento 
do exame fático e probatório nas instâncias ordinárias; (iii) ante a insuscetibilidade de reexame probatório pelas instâncias 
extraordinárias, é justificável relativizar o princípio da presunção de inocência; (iv) não há antinomia entre o que dispõe o art. 283 
do CPP e a regra que confere eficácia imediata aos acórdãos proferidos por tribunais de apelação; (v) em nenhum país do mundo, 
depois de observado o duplo grau de jurisdição, a execução de uma condenação fica suspensa, aguardando referendo da Corte 
Suprema; (vi) incentivo à infindável interposição de recursos protelatórios acabaria reforçando a própria seletividade do sistema, 
pois a Defensoria Pública não litiga dessa forma e as pessoas pobres não têm recursos financeiros para pagar recursos judiciais 
indefinidamente; (vii) eventuais equívocos das instâncias ordinárias podem ser combatidos por mecanismos próprios (ex.: habeas 
corpus). 
- Posição atual: impossibilidade 
Atualmente (ADCs 43, 44 e 54), é possível que o réu seja preso antes do trânsito em julgado contanto que seja proferida 
uma decisão judicial individualmente fundamentada (art. 312 do CPP). 
Argumentos4: (i) o art. 283 do CPP, com redação dada pela Lei nº 12.403/2011, é plenamente compatível com a 
Constituição em vigor; (ii) o inciso LVII do art. 5º da CF/88 não deixa margem a dúvidas ou a controvérsias de interpretação; (iii) é 
infundada a interpretação de que a defesa do princípio da presunção de inocência pode obstruir as atividades investigatórias e 
persecutórias do Estado; (iv) a Constituição não pode se submeter à vontade dos poderes constituídos nem o Poder Judiciário 
embasar suas decisões no clamor público. 
A conclusão acima foi reforçada pela nova redação do art. 283 do CPP, dada pela Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime). 
 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária 
competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em julgado. (Redação dada pela 
Lei nº 13.964, de 2019) 
 
• Execução provisória e tribunal do júri 
Nos termos do art. 492, I, ‘e’, CPP, com redação dada pela Lei 13.964/2019, havendo condenação a uma pena igual ou 
superior a 15 anos (entendimento já anteriormente abraçado pela 1ª turma do STF), é possível a execução provisória da pena. 
 
CPP, Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que: 
I – no caso de condenação: 
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, 
ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, determinará a execução provisória das 
penas, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos; 
 
Trata-se de dispositivo de duvidosa constitucionalidade. 
 
(iii) regra de garantia (Luiz Flávio Gomes): para o autor, com base no art. 8º, ‘2’, da Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos, pode-se falar numa regra de garantia, segundo a qual a única forma de se afastar a presunção de inocência do 
 
3 Assunto com grande probabilidade de cobrança em provas subjetivas. 
4 Ver: https://www.dizerodireito.com.br/2019/11/stf-decide-que-o-cumprimento-da-pena.html 
3 
acusado seria comprovando-se legalmente sua culpabilidade. Renato Brasileiro discorda, afirmando que tal regra já está inserida 
na regra probatória. 
 
1.2 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO 
Consubstancia-se na ciência bilateral dos atos/termos do processo e a possibilidade de contrariá-los. Possui dois 
elementos: (i) direito à informação (comunicação dos atos processuais); (ii) direito de participação (possibilidade de reagir à 
pretensão da parte contrária). 
 
CRFB, Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório 
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
 
Súmula 707 do STF 
Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, 
não a suprindo a nomeação de defensor dativo. 
 
Obs.1: essa participação não deve ser meramente formal. Precisa ser efetiva, densificando a igualdade material no 
processo. Ex.: não basta ao acusado ter um defensor (art. 261, CPP); a defesa técnica deve ser eficaz, sendo viável ao juiz nomear 
defensor ao acusado quando considera-lo indefeso (art. 497, V, CPP). 
Obs.2: prevalece na doutrina e na jurisprudência (STF, 2ª Turma, HC 99.936/CE) que a observância do contraditório 
não é obrigatória na fase investigatória, já que o inquérito é procedimento administrativo de caráter informativo. 
 
(PC-BA/2013 | CESPE) Julgue o item seguinte, considerando os dispositivos constitucionais e o processo penal. Tanto o 
acompanhamento do inquérito policial por advogado quanto seus requerimentos ao delegado caracterizam a observância do direito 
ao contraditório e à ampla defesa, obrigatórios na fase inquisitorial e durante a ação penal. 
Gab.: errado. 
 
Obs.3: tratando-se de fatos letais envolvendo atividade policial, deve-se notificar o investigado quando da instauração do 
procedimento investigatório (art. 14-A, CPP, c/c art. 16-A, CPPM). 
• Contraditório para a prova e contraditório sobre a prova 
(i) contraditório para a prova ou contraditório real: a produção da prova ocorre na presença do órgão julgador e das 
partes (ex.: prova testemunhal colhida em juízo); 
(ii) contraditório sobre a prova ou contraditório diferido/postergado: reconhecimento da atuação do contraditório após 
a formação da prova. Ou seja, ciência das partes posteriormente à produção da prova. Ex.: interceptação telefônica. 
 
(STM/2018 | CESPE) A garantia, aos acusados em geral, de contraditar atos e documentos com os meios e recursos previstos 
atende aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. 
Gab.: Correto. 
 
(PC-SC/2017 | FEPESE) É correto afirmar sobre o princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa. 
A) O contraditório é de observância obrigatória durante a investigação criminal. 
B) O contraditório obriga o magistrado a sempre ouvir o Ministério Público antes de proferir decisões contrárias ao acusado. 
C) Nos crimes dolosos contra a vida, é dispensada a observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa. 
D) O princípio do contraditório é exclusivo da acusação, ao passo que o princípio da ampla defesa deve beneficiar a defesa do 
acusado. 
E) A ampla defesa assegura ao acusado a utilização dos meios e recursos inerentes durante o curso da ação penal. 
Gab.: ‘E’. 
 
1.3 PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA 
Ligada ao contraditório (art. 5º, LV, CRFB). Visando à igualdade material, permite-se que o réu possua privilégios em 
detrimento da acusação (revisão criminal pro reo, in dubio pro reo, etc.). 
 
(TRE-BA/2017 | CESPE) Indiciado em determinado inquérito policial,Pedro requereu, por meio de seu advogado, acesso aos autos 
da investigação. O requerimento foi negado pelo delegado de polícia. Nessa situação hipotética, a decisão da autoridade policial 
está 
A) correta, pois, sendo procedimento inquisitório, não há de se falar em assistência de advogado no curso do inquérito policial. 
B) incorreta, pois o exercício do direito de defesa e contraditório são plenamente aplicáveis ao inquérito policial. 
C) incorreta, pois afronta o princípio da publicidade, igualmente aplicável às ações penais em curso e aos inquéritos policiais. 
D) correta, pois o inquérito policial, sendo procedimento inquisitório, deve ser mantido em sigilo até o ajuizamento da ação penal. 
E) incorreta, pois o acesso do indiciado, por meio de seu advogado, aos autos do procedimento investigatório é garantia de seu 
direito de defesa. 
Gab.: ‘E’. Ver súmula vinculante 14 do STF. 
 
(PC-DF/2013 | CESPE) Considerando, por hipótese, que, devido ao fato de estar sendo investigado pela prática de latrocínio, José 
tenha contratado um advogado para acompanhar as investigações, julgue os itens a seguir. Embora o inquérito policial seja um 
procedimento sigiloso, será assegurado ao advogado de José o acesso aos autos. 
Gab.: correto. 
 
(PC-AL/2012) Apesar do sigilo do inquérito policial, é assegurado o seu amplo acesso ao investigado e a seu advogado, em qualquer 
circunstância, ainda que haja diligências em curso. 
Gab.: errado. 
 
Súmula Vinculante 14 do STF 
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em 
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de 
defesa. 
 
4 
1.3.1 DEFESA TÉCNICA (DEFESA PROCESSUAL OU ESPECÍFICA) 
Deve ser efetuada por profissional habilitado, seja um defensor público (NÃO precisa estar inscrito na OAB; STJ. 2ª Turma. 
REsp 1.710.155-CE), seja advogado (regularmente inscrito; estagiário, advogado suspenso não pode). 
• Defesa técnica exercida pelo próprio réu 
Juízes e promotores, a despeito do conhecimento jurídico, NÃO podem exercer a própria defesa, diferentemente de um 
advogado regularmente inscrito na OAB. 
• Características 
É OBRIGATÓRIA (art. 261, CPP), INDISPONÍVEL e IRRENUNCIÁVEL (mesmo nos procedimentos do Juizado Especial 
Criminal – cuidado com o art. 10 da Lei 10.529/01 [ADI 3168]), sob pena de configuração de nulidade absoluta (art. 564, III, ‘c’, CPP). 
Tal defesa técnica precisa ser plena e efetiva. Para tanto, deve haver um tempo razoável entre a comunicação do ato em 
relação ao qual deverá ser exercida a defesa e o prazo final para tal exercício. 
 
Súmula 523 STF - No processo penal, a falta da defesa TÉCNICA constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se 
houver prova de prejuízo para o réu. 
 
(PC-RJ/2008 | FGV) Analise as afirmativas a seguir: 
I. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor e a lei determina que a defesa técnica, 
quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. 
II. A intimação do defensor constituído, do defensor nomeado, do advogado do querelante e do assistente far- se-á por publicação 
no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado 
III. A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer 
A) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
Gab.: ‘C’. 
 
• Direito de escolha 
O réu tem direito de escolher seu defensor: 
 
Súmula 708, STF 
É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente 
intimado para constituir outro. 
 
• Autodefesa 
É aquela exercida pelo próprio acusado em momentos cruciais do processo. É DISPONÍVEL (ainda que não seja 
desprezível). Necessária a citação/intimação pessoal em regra5. 
Visualiza-se a autodefesa de várias formas: 
(a) direito de audiência: direito de apresentar-se pessoalmente ao juiz da causa. Materializa-se por meio do 
interrogatório (natureza de meio de defesa). 
(b) direito de presença: acompanhamento dos atos da instrução pelo réu. Necessidade intimação obrigatória de todos 
os atos processuais. Todavia, o réu NÃO é obrigado a comparecer; o defensor, sim. O direito de presença é relativizado pelo art. 
217 do CPP. 
Obs.: ver art. 20 da Lei de Abuso de Autoridade. 
 
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e 
reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com 
ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência. 
 
Atos processuais em outras comarcas (ex.: oitiva de testemunhas)? Em julgados mais recentes, STF tem entendido que a 
alegação de necessidade da presença do réu em audiências deprecadas, estando ele preso, configura nulidade relativa, devendo-
se comprovar a oportuna requisição e também a presença de efetivo prejuízo à defesa (RE 602.543). 
(c) capacidade postulatória autônoma: o acusado pode interpor recursos (CPP, art. 577, caput), impetrar habeas 
corpus (CPP, art. 654, caput), ajuizar revisão criminal (CPP, art. 623), assim como formular pedidos relativos à execução da pena 
(LEP, art. 195, caput). 
 
(DPE-RO/2015 | FGV) A Constituição da República prevê os princípios da ampla defesa e do contraditório como fundamentais. O 
Código de Processo Penal, por sua vez, traz previsões para o tratamento do acusado e de seu defensor, algumas vezes em 
consonância com as ideias desses princípios e outras não. De acordo com o Código, é correto afirmar que: 
A) a audiência não poderá ser adiada pela ausência do defensor, ainda que justificada; 
B) para constituição do defensor é sempre indispensável o instrumento de mandato; 
C) a intimação do réu não revel para o ato de seu interrogatório é facultativa; 
D) o acusado revel será julgado independente da presença de defensor ou advogado; 
E) a intimação do defensor público nomeado será pessoal. 
Gab.: ‘E’. 
 
(PC-GO/2013 | UEG) Sobre o direito de defesa, tem-se que 
A) a defesa técnica é indispensável, na medida em que, mais do que garantia do acusado, é condição de paridade de armas, 
imprescindível à concreta atuação do contraditório. 
B) constitui nulidade relativa, violadora do princípio da ampla defesa, a nomeação de defensor dativo sem intimação do réu para 
constituir novo defensor, em virtude da renúncia do advogado. 
 
5 Súmula 351 do STF. É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição. 
5 
C) na investigação criminal, a defesa é imprescindível, uma vez que, nessa fase, são assegurados o contraditório, a ampla defesa e 
a assistência do advogado ao preso em flagrante. 
D) a autodefesa, composta pelo direito de audiência e pelo direito de presença, é dispensável pelo juiz, mas dela o acusado não 
poderá renunciar, devendo a ele ser imposta. 
Gab.: ‘A’. 
 
1.3.2 PROCESSO ADMINISTRATIVO E DISCIPLINAR E EXECUÇÃO PENAL 
A Súmula Vinculante nº 5 não se aplica à execução penal. Cinge-se a procedimentos não penais (fiscais, administrativos, 
etc.). 
Súmula Vinculante nº 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.” 
 
Até o início de 2020, o STJ entendia que, nos procedimentos administrativos destinados à apuração de falta grave do preso,era imprescindível a instautração de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD). Inclusive, chegou a editar uma súmula a esse 
respeito. 
Súmula nº 533 do STJ: “Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a 
instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado 
por advogado constituído ou defensor público nomeado”. 
 
Todavia, o STF fixou a seguinte tese a respeito do tema: 
 
A oitiva do condenado pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação realizada na presença do defensor e do Ministério 
Público, afasta a necessidade de prévio Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), assim como supre eventual ausência ou 
insuficiência de defesa técnica no PAD instaurado para apurar a prática de falta grave durante o cumprimento da pena. STF. Plenário. 
RE 972598, Rel. Roberto Barroso, julgado em 04/05/2020 (Repercussão Geral – Tema 941) (Info 985 – clipping). 
 
Logo, a súmula 533 do STJ encontra-se superada, ainda que não tenha sido formalmente cancelada. 
Ademais, a ampla defesa incide, inclusive (em regra), na transferência e inclusão de presos em estabelecimentos penais 
federais de segurança máxima (art. 5º, §2º, Lei 11.671/08). Em casos urgentes (ex.: rebelião), essa transferência não necessita de 
oitiva prévia da defesa (art. 5º, §6º, Lei 11.671). 
 
Súmula n. 639 do STJ: “Não fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ouvida prévia da defesa, determine 
transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciário federal”. 
 
1.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
A regra é a publicidade ampla no processo penal, estando ressalvadas as hipóteses em que se justifica a restrição da 
publicidade: defesa da intimidade, interesse social no sigilo e imprescindibilidade à segurança da sociedade e do Estado (CRFB, 
art. 5º, incisos XXXIII e LX, c/c art. 93, IX); escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem (CPP, art. 792, § 1º). 
- Publicidade ampla: os atos processuais são praticados perante as partes, e, ainda, abertos a todo o público. Direito 
de acompanhar, direito de narrar/reproduzir e direito de consultar. 
- Publicidade restrita ou interna: caracteriza-se quando houver limitação à publicidade dos atos do processo. Ex.: 
crimes contra a dignidade sexual (art. 234-B, CP). 
Obs.: CPI NÃO pode suspender o sigilo do processo (STF, MS 27483). 
(STM/2018 | CESPE) A lei não poderá restringir a divulgação de nenhum ato processual penal, sob pena de ferir o princípio da 
publicidade. 
Gab.: errado. 
 
(TJSP/2016 | VUNESP) Dos princípios constitucionais do processo penal a seguir enumerados, assinale o que admite que a 
legislação infraconstitucional estabeleça exceções. 
A) Princípio do contraditório. 
B) Princípio da publicidade. 
C) Princípio da presunção da inocência. 
D) Princípio da imunidade à autoacusação. 
Gab.: ‘B’. 
 
(TJMS/2015 | VUNESP) Com relação ao Princípio Constitucional da Publicidade, com correspondência no Código de Processo 
Penal, é correto afirmar que 
A) a publicidade ampla e a publicidade restrita não constituem regras de maior ou menor valor no processo penal, cabendo ao poder 
discricionário do juiz a preservação da intimidade dos sujeitos processuais. 
B) a publicidade restrita tem regramento pela legislação infraconstitucional e não foi recepcionada pela Constituição Federal, que 
normatiza a publicidade ampla dos atos processuais como garantia absoluta do indivíduo. 
C) de acordo com o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, com nova redação dada pela EC 45/2004, os atos processuais 
serão públicos, sob pena de nulidade, cabendo ao juiz limitar a presença, nas audiências, de partes e advogados. 
D) a publicidade restrita é regra geral dos atos processuais, ao passo que a publicidade ampla é exceção e ocorre nas situações 
expressas em lei, dependendo de decisão judicial no caso concreto. 
E) a publicidade ampla é regra geral dos atos processuais, ao passo que a publicidade restrita é exceção e ocorre nas situações 
expressas em lei, dependendo de decisão judicial no caso concreto. 
Gab.: ‘E’ 
 
1.5 PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE 
Durante anos prevaleceu a ideia de que, no processo civil, vigorava, em se tratando de direitos disponíveis, o princípio da 
verdade formal, haja vista a postura passiva do juiz na produção de provas (as partes levam as provas ao juiz; princípio dispositivo). 
Já no processo penal, porque lidava com liberdade de locomoção, vigia a o princípio da verdade material, podendo o juiz determinar 
a produção de provas de ofício. 
Crítica: atualmente, essa distinção não existe mais. A uma, porque no âmbito cível tem sido aceita a determinação de 
provas, de ofício, pelo magistrado. A duas, porque a verdade é algo intangível. 
6 
Obs.1: no processo penal, a busca da verdade sujeita-se a restrições: vedação de provas ilícitas (art. 5º, LVI, CRFB); 
limitações de depoimentos (art. 207, CPP); impossibilidade de revisão criminal contra sentença absolutória (art. 621, CPP). 
Obs.2: no procedimento dos juizados especiais, fala-se em verdade consensuada. 
 
(PC/MT – 2014| FUNCAB) São princípios constitucionais do processo penal 
A) presunção de inocência, contraditório e verdade real. 
B) devido processo, ampla defesa, verdade real e dispositivo. 
C) juiz natural, presunção de inocência, ampla defesa e contraditório. 
D) devido processo, presunção de inocência, ampla defesa, contraditório e verdade real. 
E) devido processo, presunção de inocência, ampla defesa, contraditório e dispositivo. 
Gab.: ‘C’. 
 
(PC/SP – 2014 | VUNESP) São princípios constitucionais explícitos do processo penal: 
A) ampla defesa e intervenção mínima. 
B) presunção de inocência e lesividade. 
C) intervenção mínima e duplo grau de jurisdição. 
D) presunção de inocência e ampla defesa. 
E) lesividade e intervenção mínima. 
Gab.: ‘D’. 
 
1.6 PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS 
CRFB, Art. 5º, LVI. São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. 
 
Referido princípio será abordado com mais propriedade na parte relativa às provas. 
 
1.7 PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL 
Liga-se à imparcialidade. Impede a criação casuística de tribunais após o fato (ex.: tribunal de Nuremberg). Vide art. 5º, LIII 
e XXXVII, CRFB. 
• Tribunal de exceção 
É criado após o fato criminoso. 
Obs.: juizados especiais e foro por prerrogativa de função NÃO são tribunais de exceção. 
(MPE-PE/2018 | FCC) O princípio do Direito Processual Penal que impede a criação de tribunais de exceção refere-se ao princípio 
A) do contraditório. 
B) da verdade real. 
C) da oficiosidade. 
D) do juiz natural. 
E) da indisponibilidade. 
Gab.: ‘D’. 
 
• Normas protetivas 
(i) A jurisdição é exercida por órgãos instituídos pela CRFB; (ii) o órgão julgador deve existir antes do fato; (iii) a competência 
deve ser definida de modo objetivo. 
• Descontaminação do julgado 
CPP, Art. 157, § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Eficácia Suspensa 
Deve-se ter cuidado para, com má-fé, as partes juntem aos autos provas ilícitas simplesmente para afastar o juiz. 
• Lei modificadora de competência 
Os processos em andamento, de acordo com a doutrina, não podem ser deslocados, sob pena de violação do princípio do 
juiz natural, que deve ser analisado quando o crime é praticado. A jurisprudência, contudo, entende que lei que altera competência 
deve ser aplicada imediatamente, salvo se já houver sentença de mérito. 
• Juízes de 1º grau substituindo desembargadores 
Desde que observada diretrizes legais, não há ofensa ao princípio do juiz natural (STJ). Ainda que o órgão julgador seja 
composto majoritariamente por juízes convocados (STF). 
• Varas especializadas 
NÃO viola o juiz natural. Ex.: vara especializada em crimes contra a ordem econômica. 
 
1.7.1PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL 
Impede designações arbitrárias, pela chefia institucional, de promotor para patrocínio de determinado caso. STJ e STF já 
reconheceram a existência do princípio. 
Obs.: limita-se ao processo criminal. Ou seja, na fase de inquérito é possível a designação de membros para 
atuarem/requisitarem diligências (ex.: MPF designando procuradores para acompanharem a oitiva de Sergio Moro na PF). 
 
1.7.2 PRINCÍPIO DO DEFENSOR NATURAL 
Defendido na doutrina; ainda não há manifestação do STF. 
 
1.7.3 PRINCÍPIO DO DELEGADO NATURAL 
Com base na imposição de limites à remoção da autoridade policial, que só poderá ocorrer por ato fundamentado (art. 2º, 
§5º, Lei 12.830/2013), há quem sustente a existência do princípio em comento. 
 
7 
1.8 PRINCÍPIO DO “NEMO TENETUR SE DETEGERE” OU PROIBIÇÃO DE AUTOINCRIMINAÇÃO 
Consubstancia-se na ideia de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Previsão: CADH (art. 8º, 2, g) e 
na CRFB/88 (art. 5º, LXIII). 
 
CRFB/88, Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada 
a assistência da família e de advogado; 
 
Apesar de a CRFB mencionar apenas o ‘preso’, a doutrina entende que a proteção abrange qualquer pessoa a quem seja 
imputada a prática de um ilícito criminal. 
 
• Testemunha 
Apesar do dever de dizer a verdade, a testemunha sob pena de cometer crime de falso testemunho (art. 342, Código Penal), 
não está obrigada a responder perguntas sobre fato que, em tese, possa incriminá-la. 
 
Se o indivíduo é convocado para depor como testemunha em uma investigação e, durante o seu depoimento, acaba confessando 
um crime, essa confissão não é válida se a autoridade que presidia o ato não o advertiu previamente de que ele não era obrigado a 
produzir prova contra si mesmo, tendo o direito de permanecer calado. STF. 2ª Turma. RHC 122279/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgado em 12/8/2014 (Info 754). 
 
(Prefeitura de Marcação/PB – 2016 | FACET) Sobre o princípio de vedação de autoincriminação, passemos a analisar as seguintes 
assertivas: 
I. O direito ao silêncio se aplica a testemunha, ante a indagação de autoridade pública de cuja resposta possa advir imputação da 
prática de crime ao declarante. 
II. O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal pode ser compelido pela autoridade a fornecer padrões vocais 
para a realização de perícia sob pena de responder por crime de desobediência. 
III. O acusado em processo criminal tem o direito de permanecer em silêncio, sendo certo que o silêncio não importará em confissão, 
mas poderá ser valorado pelo juiz de forma desfavorável ao réu. 
IV. O STF já pacificou entendimento de que é lícito ao juiz aumentar a pena do condenado, utilizando como justificativa o fato do réu 
ter mentido em juízo, dada a reprovabilidade de sua conduta. 
Assinale: 
A) Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
B) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
C) Se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas. 
D) Se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas. 
E) Se apenas a afirmativa I estiver correta. 
Gab.: ‘E’. 
 
• Aviso quanto ao direito de não produzir provas contra si mesmo 
É obrigatório um aviso, prévio e formal (Aviso de Miranda, EUA), quanto ao direito de permanecer calado, sob pena de 
ilicitude da prova direta e das derivadas (teoria dos frutos da árvore envenenada - art. 157, §1º, CPP). 
 
Houve violação do direito ao silêncio e à não autoincriminação na realização desse “interrogatório travestido de entrevista”. Não se 
assegurou ao investigado o direito à prévia consulta a seu advogado. Além disso, ele não foi comunicado sobre seu direito ao silêncio 
e de não produzir provas contra si mesmo. STF. 2ª Turma. Rcl 33711/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/6/2019 (Info 944). 
 
(PC-BA/2013 | CESPE) Julgue o item seguinte, considerando os dispositivos constitucionais e o processo penal. O direito ao silêncio 
consiste na garantia de o indiciado permanecer calado e de tal conduta não ser considerada confissão, cabendo ao delegado informá-
lo desse direito durante sua oitiva no inquérito policial. 
Gab.: Correto. 
 
Obs.: a falta de comunicação ao acusado sobre o direito de permanecer em silêncio é causa de nulidade relativa, cujo 
reconhecimento depende de comprovação do prejuízo (Tese - STJ, edição 69). 
 
(TRF1/2017 | CESPE) A não comunicação ao acusado de seu direito de permanecer em silêncio é causa de nulidade relativa, cujo 
reconhecimento depende da comprovação do prejuízo. 
Gab.: Correto. 
 
(PC-DF/2013 | CESPE) Com base no que dispõe o Código de Processo Penal, julgue o item que se segue. A falta de advertência 
sobre o direito ao silêncio não conduz à anulação automática do interrogatório ou depoimento, devendo ser analisadas as demais 
circunstâncias do caso concreto para se verificar se houve ou não o constrangimento ilegal. 
Gab.: Correto. 
 
- Entrevistas concedidas pelos presos, sem que antes seja alertado sobre o direito de ficar calado, são provas 
válidas? 1ªC) Não, em razão da eficácia horizontal dos direitos fundamentais, os particulares também deveriam fazer o ‘aviso de 
Miranda’; 2) Sim, pois o ‘aviso de Miranda’ circunscreve-se aos agentes públicos (STF, HC 99558). 
 
• Desdobramentos do princípio do nemo tenetur se detegere 
(1) o direito ao silêncio ou direito de ficar calado: o silêncio NÃO importa prejuízo ao acusado (ex.: art. 478, II, 
CPP). 
Ver art. 15, pú, inciso I, da Lei de Abuso de Autoridade. 
 
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar 
segredo ou resguardar sigilo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. (VETADO). 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório: (Promulgação partes vetadas) 
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou 
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a presença de seu patrono. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13869.htm#derrubadaveto
8 
O direito à não autoincriminação NÃO abrange os dados qualificativos (art. 186, CPP) do interrogando (ex.: nome, profissão, 
etc.). 
(DPF/2013 | CESPE) É apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada em relação ao inquérito policial 
e suas peculiaridades, às atribuições da Polícia Federal e ao sistema probatório no processo penal brasileiro. 
José foi indiciado em inquérito policial por crime de contrabando e, devidamente intimado, compareceu perante a autoridade policial 
para interrogatório. Ao ser indagado a respeito de seus dados qualificativos para o preenchimento da primeira parte do interrogatório, 
José arguiu o direito ao silêncio, nada respondendo. Nessa situação hipotética, cabe à autoridade policial alertar José de que a sua 
recusa em prestar as informações solicitadas acarreta responsabilidade penal, porque a lei é taxativa quanto à obrigatoriedade da 
qualificação do acusado. 
Gab.: Correto. 
 
(2) direito de não ser constrangido a confessar a prática de ilícito penal: acusado não é obrigado a confessar a 
prática do delito. 
(3) inexigibilidade de dizer a verdade: apenas se tolera6 que o acusado minta (não há uma sanção para sua 
mentira). Ex.: negar falsamente a prática de infração penal (STF, 1ª Turma, HC 68.929/SP). 
É crime: (a) formular falsas acusações (mentiras agressivas) contra terceiros inocentes; (b) acusar-se, perante a autoridade, 
de crime inexistente ou praticado por outrem (art. 341, CP); (c) identificar-se com nome falso (art. 307 do CP) perante autoridade 
policial para obter alguma vantagem (RE 640.139). 
 
Súmula nº 522 do STJ 
A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa. 
 
(PCRN/2021 | FGV) O direito processual penal é regido por diversos princípios,dentre os quais o do nemo tenetur se detegere, pelo 
qual ninguém será obrigado a produzir prova contra si mesmo. Com base no princípio em questão e na jurisprudência dos Tribunais 
Superiores: 
A) a atribuição de falsa identidade pelo suspeito ou investigado, ainda que em situação de autodefesa, configura fato típico; 
B) a recusa do investigado em prestar informações quando intimado em sede policial poderá justificar, por si só,o seu indiciamento 
pela autoridade policial; 
C) as provas que exijam comportamento passivo do investigado não poderão ser produzidas sem sua concordância; 
D) a alteração de cena do crime pelo agente não configura fraude processual; 
E) apenas o preso poderá valer-se do direito ao silêncio, não se estendendo tal proteção aos investigados. 
Gab.: ‘A’. 
 
(4) direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa incriminá-lo: é necessário consentimento 
para tanto. Ex.: acareação, reconstituição do crime, exame grafotécnico, padrões vocais, etc. Logo, a recusa não configura crime. 
Cooperação passiva (mera tolerância) não precisa de consentimento. Ex.: reconhecimento pessoal. 
- E o bafômetro? O indivíduo não é obrigado a ‘soprar’ o bafômetro ou submeter-se a exame de sangue para 
constatação de álcool em seu organismo. Admite-se, no entanto, a utilização de etilômetro que, ao não exigir qualquer participação 
ativa do indivíduo, limita-se a absorver o ar em seu entorno para verificação da presença de álcool. 
 
(TJ/AL-2018 | FGV) Carlos conduzia seu veículo automotor de maneira tranquila, quando foi parado em uma operação que verificava 
a condução de veículo automotor em via pública sob a influência de álcool. Apesar de estar totalmente consciente de seus atos, 
Carlos havia ingerido 07 (sete) latas de cerveja, razão pela qual temia que o teste do “bafômetro” identificasse percentual acima do 
permitido em lei. De acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, Carlos: 
A) não é obrigado a realizar o exame, que exige um comportamento positivo seu, respeitando-se a regra de que ninguém é obrigado 
a produzir prova contra si, diferentemente do que ocorreria se fosse necessária apenas cooperação passiva; 
B) é obrigado a realizar o exame, tendo em vista que esse é indispensável para a configuração do tipo, sempre podendo o resultado 
ser utilizado como meio de prova; 
C) não é obrigado a realizar o exame, pois ninguém é obrigado a produzir prova contra si, seja através de cooperação ativa seja 
com cooperação passiva, como no caso de ato de reconhecimento de pessoa; 
D) é obrigado a realizar o exame, ainda que este seja desnecessário para a configuração do tipo, que pode ser demonstrado por 
outros meios de prova; 
E) é obrigado a realizar o exame, mas seu resultado poderá ou não ser utilizado como meio de prova de acordo com a vontade de 
Carlos, já que ninguém é obrigado a produzir prova contra si. 
Gab.: ‘A’. 
 
(AL-RO/2018 | FGV) )Analise as assertivas a seguir, que tratam sobre os princípios aplicáveis ao Direito Processual Penal. 
I. Com base no princípio da presunção de inocência, a prisão preventiva deve ser decretada apenas quando as medidas cautelares 
alternativas não forem suficientes, não mais havendo prisão automática em razão de sentença condenatória de primeira instância; 
II. Inspirado no princípio de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si, o agente pode se recusar a realizar exame de 
etilômetro (bafômetro), podendo, porém, o crime ser demonstrado por outros meios de prova; III. Com base no princípio da 
irretroatividade da lei processual penal, uma lei de conteúdo exclusivamente processual penal, em sendo mais gravosa ao réu, não 
poderá retroagir para atingir fatos anteriores a sua entrada em vigor. 
Com base na jurisprudência dos Tribunais Superiores, está(ão) correta(s), apenas, as assertivas previstas nos itens 
A) I, II e III. 
B) I e II. 
C) I e III. 
D) II e III. 
E) I 
Gab.: ‘B’. 
 
(5) direito de não produzir nenhuma prova incriminadora invasiva: provas invasivas são as intervenções 
corporais que pressupõem penetração no organismo humano. Ex.: exame de sangue. Provas não invasivas consistem numa 
inspeção ou verificação corporal. Ex.: exame de DNA com saliva encontrada num copo; raio-X (STJ, HC 149.146). 
 
6 Para alguns, porém, o acusado tem o DIREITO DE MENTIR, porque no Brasil não existe crime de perjúrio. 
9 
Nota: prova não invasiva NÃO PRECISA de consentimento. Prova invasiva, mesmo no cível, precisa (ex.: DNA para saber 
se é pai)7. 
 
(PF/2012 | CESPE) Como o sistema processual penal brasileiro assegura ao investigado o direito de não produzir provas contra si 
mesmo, a ele é conferida a faculdade de não participar de alguns atos investigativos, como, por exemplo, da reprodução simulada 
dos fatos e do procedimento de identificação datiloscópica e de reconhecimento, além do direito de não fornecer material para 
comparação em exame pericial. 
Gab.: errado. O acusado NÃO pode recusar-se a participar da identificação datiloscópica (art. 4º, Lei 12.037/2009), nem do 
reconhecimento, já que este não exige qualquer postura ativa dele (art. 226, II, CPP). 
 
• Fuga do local do acidente de trânsito 
O crime do 305 do CTB é constitucional. 
 
CTB, art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser 
atribuída: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. 
 
STF: “(...) “A regra que prevê o crime do art. 305 do CTB é constitucional posto não infirmar o princípio da não incriminação, garantido 
o direito ao silêncio e as hipóteses de exclusão de tipicidade e de antijuridicidade”. À semelhança do que já fora decidido pelo 
Supremo no julgamento do RE 640.139, quando se afirmou que o princípio constitucional da autoincriminação não alcança aquele 
que atribui falsa identidade perante autoridade policial com o intuito de ocultar maus antecedentes, prevaleceu o entendimento de 
que não há direitos absolutos e que, no sistema de ponderação de valores, há de ser admitida certa mitigação, até mesmo do 
princípio da não autoincriminação. Na visão da Corte, a exigência de permanência no local do acidente e de identificação perante a 
autoridade de trânsito não obriga o condutor a assumir expressamente sua responsabilidade civil ou penal e tampouco enseja que 
seja aplicada contra ele qualquer penalidade caso assim não o proceda. Na verdade, a depender do caso concreto, a sua 
permanência no local pode até constituir um meio de autodefesa, na medida em que terá a oportunidade de esclarecer, de imediato, 
eventuais circunstâncias do acidente que lhe sejam favoráveis”. (STF, Pleno, RE 971.959/RS, Rel. Min. Luiz Fux, j. 14/11/2018). 
 
1.9 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
Embora não esteja expressamente previsto na CRFB, representa o aspecto substantivo/material do devido processo legal 
(art. 5º, LIV, CRFB). Subdivide-se em: 
(i) adequação/idoneidade/conformidade: a medida é adequada se atinge o fim almejado. Ex: decretar prisão de quem 
ameaça testemunhas; 
(ii) necessidade: entre as várias medidas existentes, deve-se adotar a menos gravosa, a mais eficaz na tutela dos direitos 
fundamentais. Ex.: interceptação telefônica como medida última; art. 2º, inciso II, Lei 9.296/96, 
(iii) proporcionalidade em sentido estrito: ônus deve superar o bônus; no processo penal: interesse individual x interesse 
estatal. 
 
1.10 OUTROS PRINCÍPIOS 
1.10.1 PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ 
O juiz não pode ter vínculos com o processo, a fim de que possa conduzi-lo com isenção. Ex.: juiz das garantias (art. 3º-B 
do CPP) atua na fase investigatória, mas não na fase processual. 
Obs.: impedimento (art. 252 do CPP) e suspeição (art. 254 do CPP) devem ser reconhecidos de ofício pelo juiz. 
 
1.10.2 PRINCÍPIO DA IGUALDADE PROCESSUAL & PARIDADE DE ARMAS 
Decorre do art. 5º, caput, CRFB, bem como do devido processo legal 
As partes devem ser tratadas isonomicamente no decurso do processo. Tanto formal, quanto materialmente.Nestor Távora pontua que a paridade de armas é mais rica que a igualdade. Significa o direito de a defesa desempenhar 
um papel proativo, sobretudo na produção da prova. Ex.: a defesa poderia requerer interceptações telefônicas, busca e apreensão, 
etc. 
(TJSP/2018 | VUNESP) São princípios constitucionais processuais penais explícitos e implícitos, respectivamente: 
A) intranscendência das penas e motivação das decisões; e intervenção mínima (ou ultima ratio) e duplo grau de jurisdição. 
B) contraditório e impulso oficial; e adequação social e favor rei (ou in dubio pro reo). 
C) dignidade da pessoa humana e juiz natural; e insignificância e identidade física do juiz. 
D) não culpabilidade (ou presunção de inocência) e duração razoável do processo; e não autoacusação (ou nemo tenetur se 
detegere) e paridade de armas. 
Gab.: ‘D’. O direito à não autoincriminação deriva do direito ao silêncio e da presunção de inocência. 
 
1.10.3 PRINCÍPIO DA AÇÃO/DEMANDA/INICIATIVA DAS PARTES 
Cabe às partes a provocação do Judiciário, razão por que o art. 26 do CPP não foi recepcionado pela CRFB. 
Obs.: permite-se a concessão de habeas corpus de ofício (art. 654, §2º, CPP). 
 
1.10.4 PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE 
Os órgãos incumbidos da persecução penal (inquérito + processo) são oficiais. 
 
 
7 O tratamento, todavia, não é o mesmo daquele conferido no âmbito penal, em que vigora o princípio da vedação à não autoincriminação 
e, também, o da presunção de inocência. Vide o art. 232 do Código Civil. 
10 
1.10.5 PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE 
A atuação oficial da persecução criminal, em regra, ocorre sem necessidade de autorização. Exceções: ação penal 
condicionada à representação ou à requisição do Ministro da Justiça (art. 24, CPP). 
 
1.10.6 PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE 
A persecução criminal é de ordem pública, não cabendo juízo de conveniência e oportunidade. Delegado de polícia e 
promotor de justiça, em regra, estão obrigados a agir. 
Princípio da obrigatoriedade limitada: diante de previsão legal, é possível deixar de ajuizar ação penal, ofertando a 
transação penal (art. 76, Lei 9.099/95) ou o acordo de não persecução penal (art. 28-A, CPP). 
Princípio da oportunidade: incide nas ações penais privadas. A vítima escolhe se prossegue ou não. 
 
(PC-SC/2017 | FEPESE) Assinale a alternativa que indica corretamente o princípio processual penal, em que a autoridade policial 
tem o dever legal de instaurar o inquérito policial quando da ciência da prática de um crime que se apure mediante ação penal pública 
incondicionada. 
A) princípio da oficialidade 
B) princípio da obrigatoriedade 
C) princípio do delegado natural 
D) princípio da indisponibilidade 
E) princípio do impulso oficial 
Gab.: ‘B’. 
 
1.10.7 PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE 
Decorrência lógica do princípio da obrigatoriedade, aponta que, iniciado o inquérito ou processo, não podem as autoridades 
deles disporem (arts. 17, 42 e 576, CPP). 
Indisponibilidade mitigada: o instituto da suspensão condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95) mitigou o princípio em 
questão. 
Disponibilidade: iniciada a ação penal privada, poderá a vítima dela dispor (art. 60, CPP). 
 
1.10.8 PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL 
Iniciado o processo, o magistrado o impulsiona. 
 
1.10.9 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES 
Art. 93, IX, CRFB. 
O juiz é livre para decidir, contanto que motivadamente, sob pena de nulidade insanável. 
A motivação per relationem (decisão cujas razões extraem-se dos requerimentos do MP ou de representação do delegado) 
é admitida pela jurisprudência (STJ, HC 432.468; STF). A doutrina (ex.: Nestor Távora) critica, afirmando restar superada por força 
do art. 315, §2º, CPP. 
 
CPP, Art. 315, § 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, 
que: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão 
decidida; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) (Vigência) 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo 
julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que 
o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de 
distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
1.10.10 PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
Possibilidade de revisão das decisões judiciais, por intermédio de um sistema recursal, pelos tribunais. Entende-se que é 
uma decorrência da estrutura do Judiciário. NÃO TEM PREVISÃO NA CONSTITUIÇÃO8, haja vista a própria CRFB ter previsto 
hipóteses em que os processos são de competência originária do STF. 
A doutrina narra que o art. 8º, ‘2’, ‘h’, CADH, que prevê o direito de recorrer das decisões judiciais, tem status de lei ord inária, 
porquanto o direito ao recurso não é expressão de um direito fundamental. 
 
1.10.11 PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO PENAL 
Art. 5º, LVIII, CRFB. Almeja-se evitar a perpetuação indeterminada da persecução criminal. 
Atenção: o excesso de prazo leva à ilegalidade da prisão. Tanto assim que o art. 316 do CPP previu a necessidade de o 
juiz, a cada 90 dias, revisar a necessidade de manutenção das prisões preventivas. 
 
8 O devido processo legal não implica o reconhecimento da existência do duplo grau em nível constitucional. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
11 
No Brasil, adotou-se a teoria do não prazo9. Resulta daí que o controle acerca da razoabilidade da duração do processo 
será feito conforme o caso concreto. 
 
(TJSC/2018 | VUNESP) A respeito dos princípios e garantias processuais penais, é correto dizer que 
A) encerrada a instrução criminal, não há que se reconhecer excesso de prazo da prisão, restando superada eventual ofensa ao 
princípio da duração razoável. 
B) a ampla defesa, princípio constitucional implícito, abrange tanto a defesa técnica quanto a autodefesa. 
C) a criação de justiça especializada é vedada, em nosso sistema jurídico, já que viola o princípio do juiz natural, por ensejar um 
“tribunal de exceção”. 
D) o princípio do duplo grau de jurisdição é princípio constitucional explícito, aplicando-se, inclusive, aos feitos de competência 
originária. 
E) no que diz respeitoao princípio da publicidade, o interesse público à informação, segundo a Constituição, não se sobrepõe à 
proteção da intimidade. 
Gab.: ‘A’. Entendimento sumulado nº 52 do STJ: “encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por 
excesso de prazo”. 
 
• Esse princípio incide na fase de inquérito? 
Para doutrinadores como Renato Brasileiro, Gustavo Badaró e Aury Lopes Jr., sim. Ou seja, Art. 5º, LVIII, CRFB, incide 
desde a fase pré-processual. Ao falar em ‘processo’, quis o Constituinte referir-se ao processo como um todo, incluindo, aí, as fases 
de investigação e judicial. Há um precedente do STJ endossando essa tese (HC 96.666/MA). Já autores como Nestor Távora e 
Eugênio Pacelli defendem que não. Isto é, o inquérito policial pode ser prorrogado sucessivas vezes, de modo que somente a 
prescrição tem o poder de encerrar a persecução penal. 
 
 
9 Apesar disso, a legislação prevê alguns prazos que funcionariam como parâmetro: art. 400, CPP (60 dias procedimento comum ordinário); 
art. 412, CPP (90 dias, primeira fase do júri); art. 22, PÚ, Lei 12.850 (120 dias, se réu preso, prorrogáveis por mais 120 dias). 
1 
 
 
Disciplina: Processo Penal 
 
 
Professor: Alan Ferreira Rodrigues 
 
 
Bibliografia utilizada: Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro de Lima; Novo Curso de Direito Processual Penal, 
Nestor Távora. 
 
PRISÃO 
 
1. CONCEITO 
De acordo com o professor Renato Brasileiro, prisão consiste privação da liberdade de locomoção, com o recolhimento da 
pessoa humana ao cárcere, seja em virtude de flagrante delito, ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, 
seja em face de transgressão militar ou por força de crime propriamente militar, definidos em lei. 
 
CRFB, art. 5º, LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. 
 
2. ESPÉCIES DE PRISÃO 
Há essencialmente três espécies de prisão em nosso ordenamento: (i) prisão extrapenal: civil (ex.: pensão alimentícia), 
administrativa (decretada na vigência de estado de defesa ou de sítio) e militar (casos de transgressão militar ou crime propriamente 
militar); (ii) prisão penal: decorre de sentença condenatória transitada em julgado (STF, ADC’s 43, 44 e 54); (iii) prisão 
cautelar/provisória/processual/sem pena: compreende a prisão em flagrante (há controvérsias acerca de sua natureza jurídica), a 
prisão preventiva e a prisão temporária. 
 
3. PRISÃO EM FLAGRANTE 
Com base nas lições do professor Renato Brasileiro, pode-se definir a prisão em flagrante como uma medida de autodefesa 
da sociedade, consubstanciada na privação da liberdade de locomoção daquele que é surpreendido em situação de flagrância, a 
ser executada independentemente de prévia autorização judicial (CF, art. 5º, LXI). 
 
CRFB, Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em 
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
 
Atenção! Caso haja flagrância, a prisão poderá ser efetuada dentro da casa, INDEPENDENTE de autorização judicial ou 
do consentimento do morador! 
 
A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, 
devidamente justificadas “a posteriori”, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados (STF, INFO 806) 
 
3.1 NATUREZA JURÍDICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
Há duas correntes: 1ª) prisão cautelar (doutrina majoritária); 2ª) medida pré-cautelar (doutrina minoritária). 
 
3.2 ESPÉCIES 
3.2.1 FLAGRANTE FACULTATIVO 
Feito por qualquer pessoa do povo. Não há obrigação de execução da prisão. Encontra-se no art. 301 do CPP. 
 
CPP, art. 301: Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado 
em flagrante delito. 
 
3.2.2 FLAGRANTE OBRIGATÓRIO, COMPULSÓRIO OU COERCITIVO 
Realizado pela autoridade policial e seus agentes. Há OBRIGATORIEDADE, sob pena de responsabilização penal do 
policial pelo crime de prevaricação (art. 319, CP) ou até mesmo pelo delito praticado pelo criminoso, se podia agir para evitar a 
produção do resultado, mas se omitiu (art. 13, §2º, CP). Também se encontra no art. 301 do CPP. 
 
CPP, art. 301: Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes DEVERÃO prender quem quer que seja 
encontrado em flagrante delito. 
 
3.2.3 FLAGRANTE PRÓPRIO/PERFEITO/REAL/VERDADEIRO 
CPP, Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
 
2 
Dá-se quando o agente está COMETENDO (consumando=atos executórios) a infração ou ACABOU DE COMETÊ-LA 
(delito consumado). 
 
3.2.4 FLAGRANTE IMPRÓPRIO/IRREAL/IMPERFEITO/QUASE FLAGRANTE 
CPP, Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
III - é perseguido, LOGO APÓS, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da 
infração; 
 
Ocorre nos casos em que o agente, tendo consumado o crime ou sendo surpreendido em meio a atos executórios, foge e 
é perseguido. A perseguição deve ser ininterrupta. NÃO IMPORTA O TEMPO DE DURAÇÃO e NÃO SE EXIGE CONTATO VISUAL 
com o fugitivo. 
CPP, Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a 
prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de 
flagrante, providenciará para a remoção do preso. 
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando: 
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista; 
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar 
em que o procure, for no seu encalço. 
§ 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade 
do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida. 
 
3.2.5 FLAGRANTE PRESUMIDO/FICTO/ASSIMILADO 
CPP, Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
IV - é encontrado, LOGO DEPOIS, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 
 
Não há necessidade de perseguição. 
 
3.2.6 FLAGRANTE PREPARADO/PROVOCADO/CRIME DE ENSAIO/DELITO PUTATIVO POR OBRA DO AGENTE PROVOCADOR 
Aqui, o agente provocador INDUZ OUTREM A PRÁTICA DO CRIME, porém, TOMA AS PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS PARA 
QUE SEJA IMPOSSÍVEL A CONSUMAÇÃO do delito. 
Ex.: grupo de justiceiros do bairro induz dois indivíduos a assaltarem uma pessoa que estava no ponto de ônibus com um 
telefone celular. No momento em que tais pessoas anunciam o assalto à vítima, os policiais prendem-nos em flagrante. 
Por esse motivo, trata-se de crime impossível, já que o comportamento do suposto criminoso não tem condições de 
produzir o resultado delitivo. Se, ainda assim, houver prisão, esta será considerada ilegal. 
 
Súmula 145 do STF 
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. 
 
3.2.7 FLAGRANTE ESPERADO 
A autoridade policial espera até o início da execução do crime para prender o agente. Ex.: policiais recebem notícia anônima 
dando conta da prática de tráfico na Rua das Flores. Ao chegar ao local de modo furtivo, notam movimentação estranha e intenso 
fluxo de pessoas. Aguardam por algum tempo, até que traficantes começam a oferecer drogas às pessoas. Nesse momento, os 
policiais efetuam a prisão desses narcotraficantes. 
 
3.2.8 FLAGRANTE RETARDADO/DIFERIDO/AÇÃO CONTROLADA 
Trata-se da postergação dahttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
5 
CPP, Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso 
superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior 
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 
Obs.: atenção ao laudo produzido no contexto da Lei 11.343/2006! 
Lei 11.343/06, Art. 50, § 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é 
suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa 
idônea. 
§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da elaboração do laudo 
definitivo. 
* Assistente técnico: é um auxiliar das partes, que tem conhecimento técnico sobre determinada área do conhecimento 
humano. Atua na fase processual (art. 159, §5º, CPP). 
 
2.2 INTERROGATÓRIO 
CPP, Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos. 
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar 
onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo 
do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais. 
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: 
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; 
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva 
ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela; 
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta; 
IV - as provas já apuradas; 
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra elas; 
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; 
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da infração; 
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa. 
 
* Conceito: ato processual pelo qual o juiz ouve o acusado sobre sua pessoa e sobre a imputação que lhe é feita. 
* Natureza jurídica: 1ªc) meio de prova; 2ªc) meio de defesa (corrente majoritária); 3ªc) meio de defesa e fonte de prova. 
* Momento de realização: último ato da audiência de instrução e julgamento, mesmo nos procedimentos especiais que 
tenham previsão diversa (posição do STF). 
* Condução coercitiva: para o interrogatório, é inconstitucional, porquanto, se o indivíduo tem o direito de não se 
autoincriminar, também tem o direito de não ser conduzido coercitivamente para ser interrogado (STF). 
* Características: personalíssimo, contraditório, assistido tecnicamente (obrigatória a presença de advogado), público, oral, 
individual. 
* É possível a realização por vídeo conferência. 
 
Art. 185, § 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o 
interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em 
tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: 
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por 
outra razão, possa fugir durante o deslocamento; 
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, 
por enfermidade ou outra circunstância pessoal; 
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por 
videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; 
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. 
§ 3o Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias 
de antecedência. 
§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de 
todos os atos da audiência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código. 
§ 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; 
se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o 
defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. 
 
2.3 CONFISSÃO 
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz 
deverá confrontála com as demais provas do processo, verificando se entre ela e esta existe compatibilidade ou concordância. 
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz. 
(trecho não recepcionado pela CRFB) 
Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada por termo nos autos, observado o disposto no art. 195. 
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em 
conjunto. 
* Conceito: ocorre a confissão quando o próprio acusado admite a veracidade acerca da imputação, quer perante a 
autoridade policial quer perante a autoridade judiciária. 
* Valor probatório: relativo, porquanto não existe prova de valor absoluto. Doutrina e jurisprudência afirmam ser 
IMPOSSÍVEL condenação baseada unicamente em confissão. 
 
Súmula 545, STJ 
Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, 
do Código Penal 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm#art217.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm#art400.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm#art411
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm#art531.
6 
* Espécies: judicial, extrajudicial; explícita, implícita; simples, qualificada (confessa-se, mas se invoca tese defensiva; ex.: 
súmula 630, STJ); ficta/presumida (não existe no processo penal); delatória. 
 
Súmula 630, STJ 
A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância 
pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio. (SÚMULA 630, TERCEIRA SEÇÃO, 
julgado em 24/04/2019, DJe 29/04/2019) 
 
* Características: personalíssima, livre/espontânea; retratável; divisível. 
 
2.4 PROVA TESTEMUNHAL 
Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha. 
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe forintervenção estatal numa empreitada criminosa com a finalidade de realizar colheita de provas. 
Encontra-se espalhada pela legislação brasileira. 
 
 
AÇÃO CONTROLADA 
 
Previsão legal Finalidade Necessidade de autorização judicial 
prévia? 
Art. 4º-B, Lei de Lavagem de Capitais Suspender: prisão de pessoas ou 
adoção de medidas assecuratórias 
Sim 
Art. 53, Lei 11.343/06 Identificar e responsabilizar maior 
número de integrantes 
Sim 
Art. 8º, Lei 12.850/2013 Obtenção de provas/informações Não! Apenas comunicação prévia ao 
juiz, que poderá estabelecer limites 
(temporais/materiais) caso necessário 
 
Atenção! A doutrina aponta que o magistrado poderá impor limites temporais e materiais à ação controlada. 
 
3.2.9 FLAGRANTE FORJADO/FABRICADO/URDIDO/MAQUINADO 
Ocorre quando o agente policial simula a prática de um delito por outrem com a finalidade de incriminá-lo. Trata-se de 
prisão absolutamente ilegal que enseja responsabilização cível, administração e criminal (arts. 9º e 30, Lei 13.869/2019; art. 339 do 
CP) daquele que a realiza. 
Ex.: colocar um revólver com numeração raspada no carro de um suspeito. 
 
3 
3.3 FLAGRANTE E APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DO AGENTE 
CPP, Art. 317. A apresentação espontânea do acusado à autoridade não impedirá a decretação da prisão preventiva nos casos em 
que a lei a autoriza. 
Por força da antiga redação do art. 317, CPP, doutrina e jurisprudência eram uníssonas em afirmar que se o agente se 
apresentasse espontaneamente à autoridade policial, que não o perseguia, não era possível sua prisão em flagrante, o que, todavia, 
não impedia a decretação de sua prisão preventiva, caso presentes seus pressupostos. 
Tal dispositivo teve sua redação profundamente modificada pela Lei 12.403/2011, tratando, agora, de prisão domiciliar. 
Ainda assim, o professor Renato Brasileiro entende que a apresentação espontânea continua figurando como causa impeditiva da 
prisão em flagrante. 
 
3.4 FASES DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
1) Captura 
Verifica-se a situação de flagrância. Havendo resistência, pode ser empregada força moderada para contenção do agente 
criminoso. Prioriza-se a utilização de instrumentos de menor potencial ofensivo. 
 
CPP, Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade 
competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a 
resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas. 
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares preparatórios para a 
realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de puerpério imediato. (Redação 
dada pela Lei nº 13.434, de 2017) 
 
Lei n. 13.060/14, art. 4º. Para os efeitos desta Lei, consideram-se instrumentos de menor potencial ofensivo aqueles projetados 
especificamente para, com baixa probabilidade de causar mortes ou lesões permanentes, conter, debilitar ou incapacitar 
temporariamente pessoas. 
 
Quanto ao uso de algemas, vide a súmula vinculante 11 do STF, de extrema relevância para os concursos. 
 
Súmula vinculante n. 11 do STF 
Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, 
por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito (auto de utilização de algemas), sob pena de 
responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, 
sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
 
2) Condução coercitiva 
Realizada a prisão-captura, a pessoa é conduzida de forma coercitiva até a unidade de polícia judiciária. Saliente-se que 
há crimes para os quais não se imporá a prisão em flagrante. Nada obstante, haverá a condução do suposto autor até a unidade 
policial para adoção das providências cabíveis. 
 
CTB, art. 301: Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em 
flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. 
 
Lei n. 9.099/95, art. 69, parágrafo único: Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado 
ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência 
doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. 
 
Lei n. 11.343/06, art. 48, § 2º: Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo 
o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, 
lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. 
 
3) Lavratura do auto de prisão em flagrante (APF) 
Efetuada a lavratura do APF, é possível que, presentes os requisitos legais, o delegado arbitre fiança. 
CPP, Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima 
não seja superior a 4 (quatro) anos. 
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. 
 
Exceção: art. 24-A da Lei Maria da Penha. 
 
Lei n. 11.340/06, art. 24-A: Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei: 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. 
§ 2º: Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança. 
 
4) Recolhimento à prisão 
Para os casos em que não haja recolhimento do valor da fiança. 
 
5) Comunicado ao juiz, ao MP e à defensoria 
 
CPP, Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao 
Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante 
e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. 
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa [mais apropriado falar em ‘nota de ciência das 
garantias constitucionais’], assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. 
 
Atualmente, essa comunicação ocorre na própria audiência de custódia. 
Obs.: cuidado para não confundir com o art. 5º, inciso LXII, CRFB, que não exige a comunicação ao MP. 
 
4 
CRFB, Art. 5º, LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente 
e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
 
Ressalte-se que, caso o agente responsável pela prisão não se identifique ou se identifique falsamente, poderá responder 
pelo crime previsto no art. 16 da Lei 13.869/2019 (Lei de Abuso de Autoridade): 
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante 
sua detenção ou prisão: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
CRFB, Art. 5º, LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
 
3.5 AUTORIDADE JUDICIAL E O FLAGRANTE 
CPP, Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da 
prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da 
Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada 
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403,de 2011). 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se 
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer das condições constantes 
dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, 
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos 
processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de 
fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) (Vigência) 
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no prazo estabelecido 
no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) (Vigência) 
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de 
audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, 
sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) → 
dispositivo está com eficácia suspensa! 
 
3.5.1 RELAXAMENTO DA PRISÃO ILEGAL (ART. 310, I) 
Situações que tornam a prisão ilegal: (i) inexistência de situação de flagrância (art. 302 do CPP); (ii) inobservância das 
formalidades constitucionais e/ou legais. 
Saliente-se que a prisão ilegal só pode ser relaxada pela autoridade judiciária (ex.: o delegado de polícia ou o MP não 
pode). Ademais, o relaxamento não impede a decretação de medidas cautelares nem a decretação da prisão preventiva. 
 
CRFB, art. 5º, LXV: a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária. 
 
3.5.2 CONVERSÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE EM PRISÃO PREVENTIVA (ART. 310, II) 
Conquanto o dispositivo fale apenas em ‘prisão preventiva’, a doutrina diz que abrange também a prisão temporária. Alerte-
se que, para a doutrina majoritária, é preciso conjugar o art. 310, II, tanto com o art. 312, quanto com o art. 313, todos do CPP. 
 
CPP, Art. 310, II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, 
e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; 
c/c 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da 
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de 
autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força 
de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de 
fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
Obs.: o juiz NÃO PODERÁ converter a prisão em flagrante em prisão preventiva DE OFÍCIO. 
 
Após o advento da Lei nº 13.964/2019, não é mais possível a conversão da prisão em flagrante em preventiva sem provocação por 
parte ou da autoridade policial, do querelante, do assistente, ou do Ministério Público, mesmo nas situações em que não ocorre 
audiência de custódia. STJ. 3ª Seção. RHC 131.263, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/02/2021 (Info 686). STF. 2ª 
Turma. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/10/2020 (Info 994). 
 
Caso o tenha feito, a prisão será ilegal. Mas, atenção: se, após a decretação, a autoridade policial ou o Ministério Público 
requererem a manutenção da prisão, o vício de ilegalidade que maculava a custódia é suprido (convalidado) e a prisão não será 
relaxada. 
 
O posterior requerimento da autoridade policial pela segregação cautelar ou manifestação do Ministério Público favorável à prisão 
preventiva suprem o vício da inobservância da formalidade de prévio requerimento. STJ. 5ª Turma. AgRg RHC 136.708/MS, Rel. 
Min. Felix Fisher, julgado em 11/03/2021 (Info 691). 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art312...
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art312...
5 
3.5.3 CONCESSÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA COM OU SEM FIANÇA 
A liberdade provisória pode ser concedida com ou sem fiança, bem como aplicada com ou sem as cautelares diversas da 
prisão. 
Aqui, vamos fazer uma breve distinção entre cassação, quebra, reforço e perda da fiança. 
 
 
CASSAÇÃO 
 
QUEBRA (ART. 341, CPP) 
 
 
REFORÇO (ART. 340, CPP) 
 
PERDA DA FIANÇA (ART. 344, 
CPP) 
Quando a fiança é concedida 
por equívoco (art. 338, CPP); 
 
Quando ocorrer uma 
inovação na tipificação do 
delito, reconhecendo-se a 
existência de infração 
inafiançável (art. 339, CPP) 
 
* Contra a decisão que cassa 
a fiança, cabe RESE (art. 
581, V, CPP) 
Julgar-se-á quebrada a fiança 
quando o acusado: 
I - regularmente intimado 
para ato do processo, deixar 
de comparecer, sem motivo 
justo; 
II - deliberadamente praticar 
ato de obstrução ao 
andamento do processo; 
III - descumprir medida 
cautelar imposta 
cumulativamente com a 
fiança; 
IV - resistir injustificadamente 
a ordem judicial; 
V - praticar nova infração 
penal dolosa. 
* Na quebra, perde-se 
METADE do valor da fiança 
(art. 343, CPP) 
 
* Contra a decisão que julga 
quebrada a fiança, cabe 
RESE (art. 581, VII, CPP) 
 
Será exigido o reforço da 
fiança: 
I - quando a autoridade 
tomar, por engano, fiança 
insuficiente; 
II - quando houver 
depreciação material ou 
perecimento dos bens 
hipotecados ou caucionados, 
ou depreciação dos metais 
ou pedras preciosas; 
III - quando for inovada a 
classificação do delito. 
Entender-se-á perdido, na 
TOTALIDADE, o valor da 
fiança, se, condenado, o 
acusado não se apresentar 
para o início do cumprimento 
da pena definitivamente 
imposta. 
 
 
* O valor da fiança varia de 1 a100 salários mínimos para infrações com pena máxima não superior a 4 anos (art. 325, I, 
CPP) e de 10 a 200 salários mínimos para infrações com pena máxima superior a 4 anos (art. 325, II, CPP). 
* A fiança poderá ser dispensada, reduzida em até 2/3 ou aumentada 1.000 vezes (Art. 326, CPP). 
 
3.6 AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA 
* Fundamento: arts. 287 e 310 do CPP; art. 7º, §5º da CADH e ADI 5240, regulamentada pela Resolução 213 do CNJ 
(continua válida, naquilo que não houver incompatibilidade). 
* Casos em que será realizada: prisão em flagrante, prisão preventiva e/ou prisão temporária (art. 287 c/c art. 310, CPP). 
* Finalidades: (i) aferir possíveis maus-tratos; (ii) fornecer ao juiz mais elementos para manifestar-se acerca da conversão 
do flagrante, ou não, em preventiva. 
* Presidência: juiz (delegado ou membro do MP não presidem a audiência de custódia). 
* Vedação à concessão de liberdade provisória: vide art. 310, §2º, CPP. 
* Não realização da audiência de custódia: art. 310, §3º, CPP. É crime de abuso de autoridade? 1ªC) Não; 2ªC) Sim, mas 
o crime residiria na manutenção da prisão ilegal, e não na omissão em realizar a audiência. 
 
3.7 PRISÃO EM FLAGRANTE NAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CRIMES 
ESPÉCIE DE CRIME CABE PRISÃO EM FLAGRANTE? 
Crime permanente Sim, enquanto não cessar a permanência (art. 303, CPP) 
Crimes habituais Não (doutrina majoritária) 
Crimes de ação penal privada ou pública condicionada à 
representação 
Sim. A lavratura do APF fica condicionada à manifestação da 
vítima ou de seu representante legal (prazo de 24 horas) 
Crimes formais Sim. No momento da consumação (ex.: funcionário público 
solicita vantagem indevida), e não do exaurimento do crime 
(ex.: recebimento da vantagem) 
Crime continuado Sim. Inclusive, para cada ato isolado (chama-se ‘flagrante 
fracionado’). 
 
4. PRISÃO TEMPORÁRIA E PRISÃO PREVENTIVA 
4.1 CONCEITO 
Ambas são espécies do gênero prisão cautelar. 
 
4.2 FUNDAMENTO LEGAL 
PRISÃO TEMPORÁRIA PRISÃO PREVENTIVA 
6 
Lei 7.960/89, instituída pela conversão da Medida Provisória 
111/89 
Arts. 311 a 316 do CPP 
* Há outros diplomas legais que também tratam da prisão 
preventiva (ex.: Lei Maria da Penha) 
 
4.3 MOMENTO DE DECRETAÇÃO 
PRISÃO TEMPORÁRIA PRISÃO PREVENTIVA 
Fase de investigação 
NÃO se admite na fase processual 
Fase investigatória ou processual, até o trânsito em julgado 
 
Obs.: doutrina minoritária entende que a prisão preventiva seria cabível na fase investigatória apenas em relação aos crimes 
que não admitem prisão temporária. 
 
4.4 DECRETAÇÃO DE OFÍCIO? 
PRISÃO TEMPORÁRIA PRISÃO PREVENTIVA 
Não Não 
* Antes do Pacote Anticrime, na fase processual, podia ser 
decretada de ofício 
4.5 HIPÓTESES DE CABIMENTO 
PRISÃO TEMPORÁRIA PRISÃO PREVENTIVA 
Lei 7.960/89, art. 3º, III - quando houver fundadas razões, de 
acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de 
autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: 
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); 
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° 
e 2°); 
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 
2° e 3°); 
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, 
caput, e parágrafo único); 
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua 
combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); 
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 
caput, e parágrafo único); 
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); 
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia 
ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, 
combinado com art. 285); 
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; 
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de 
outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; 
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro 
de 1976); 
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de 
junho de 1986). 
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo 
CPP, art. 313: Nos termos do art. 312 deste Código, será 
admitida a decretação da prisão preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de 
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em 
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no 
inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a 
mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com 
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas 
de urgência; 
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva [refere-se à 
condução coercitiva1] quando houver dúvida sobre a 
identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer 
elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser 
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, 
salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com 
a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como 
decorrência imediata de investigação criminal ou da 
apresentação ou recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
Lei 8.072/90, Art. 1º São considerados hediondos os 
seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 
7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou 
tentados: 
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade 
típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só 
agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, 
IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima 
(art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 
3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito 
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do 
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, 
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu 
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro 
grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei nº 
13.142, de 2015) 
 
1 Nota: o STF proibiu a condução coercitiva para fins de interrogatório. A condução coercitiva com outras finalidades continua válida. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13142.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13142.htm#art3
7 
II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da 
vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 
157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso 
proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou 
morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da 
vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 
3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma 
qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso 
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
V - estupro (art. 213,caput e §§ 1o e 
2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 
2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 
1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela 
Lei nº 9.695, de 1998) 
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou 
alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a 
redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 
1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) 
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma 
de exploração sexual de criança ou adolescente ou de 
vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei 
nº 12.978, de 2014) 
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de 
artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-
A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, 
tentados ou consumados: (Redação dada pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º 
da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo 
de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de 
dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, 
previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 
2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, 
acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 
22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
V - o crime de organização criminosa, quando 
direcionado à prática de crime hediondo ou 
equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 
4.6 REQUISITOS 
PRISÃO TEMPORÁRIA PRISÃO PREVENTIVA 
* Fumus comissi delicti (art. 1º, III) → sempre presente c/c 
inciso I OU inciso II 
* Periculum libertatis (art. 1º, I e II) 
* Fumus comissi delicti (prova da existência do crime + 
indícios de autoria) 
* Periculum libertatis (garantia da ordem pública ou 
econômica, garantia da aplicação da lei penal ou conveniência 
da instrução criminal) 
 
4.7 PRAZO DE DURAÇÃO 
PRISÃO TEMPORÁRIA PRISÃO PREVENTIVA 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8930.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8930.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8930.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9695.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9695.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9677.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9677.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9695.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12978.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12978.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm#art17
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm#art17
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm#art18
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.826.htm#art18
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art5
8 
* 5 dias prorrogáveis por mais 5 dias 
* 30 dias + 30 dias, se for crime hediondo (art. 2º, §4º, Lei 
8.072/90) 
Obs.: findo o prazo, o indivíduo será posto imediatamente em 
liberdade, SEM necessidade de expedição de alvará de 
soltura 
* Não há prazo, mas, a cada 90 dias, o juiz deve avaliar a 
necessidade de sua manutenção (art. 316, parágrafo único, 
CPP) 
* Exceção: Renato Brasileiro aponta o art. 22, Lei 12.850/2013 
→ 120 dias prorrogáveis por igual período 
 
Por fim, em relação à prisão temporária, recentemente, o STF decidiu o seguinte: 
 
A decretação de prisão temporária somente é cabível quando 
(i) for imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
(ii) houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado; 
(iii) for justificada em fatos novos ou contemporâneos; 
(iv) for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato e às condições pessoais do indiciado; e 
(v) não for suficiente a imposição de medidas cautelares diversas. 
STF. Plenário. ADI 4109/DF e ADI 3360/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, redator para o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 
11/2/2022 (Info 1043). 
 
5. PRISÃO DOMICILIAR 
Possui previsão legal tanto no CPP (natureza cautelar), quanto na LEP (natureza de prisão penal). 
 
PRISÃO DOMICILIAR DO CPP PRISÃO DOMICILIAR DA LEP 
Arts. 317, 318 e 318-A do CPP. Art. 117 da LEP. 
O CPP, ao tratar da prisão domiciliar, está se referindo 
à possibilidade de o réu, em vez de ficar em prisão preventiva, 
permanecer recolhido em sua residência. 
A LEP, ao tratar da prisão domiciliar, está se referindo 
à possibilidade de a pessoa já condenada cumprir a sua pena 
privativa de liberdade na própria residência. 
Trata-se de uma medida cautelar por meio da qual o 
réu, em vez de ficar preso na unidade prisional, permanece 
recolhido em sua própria residência. Continua tendo natureza 
de prisão, mas uma prisão “em casa”. 
Trata-se, portanto, da execução penal (cumprimento 
da pena) na própria residência. 
Hipóteses (importante): 
O juiz poderá substituir a prisão preventiva pela 
domiciliar quando o agente for: 
I — maior de 80 anos; 
II — extremamente debilitado por motivo de doença 
grave [doutrina a jurisprudência afirmam que se deve 
analisar se o tratamento pode ser ministrado dentro do 
presídio]; 
III — imprescindível aos cuidados especiais de pessoa 
menor de 6 anos de idade ou com deficiência; 
IV — gestante; 
V — mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade 
incompletos; 
VI — homem, caso seja o único responsável pelos 
cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos. 
Hipóteses (importante): 
O preso que estiver cumprindo pena no regime aberto 
poderá ficar em prisão domiciliar quando se tratar de 
condenado(a): 
I — maior de 70 anos; 
II — acometido de doença grave [doutrina a 
jurisprudênciaafirmam que se deve analisar se o 
tratamento pode ser ministrado dentro do presídio]; 
III — com filho menor ou deficiente físico ou mental; 
IV — gestante. 
Os magistrados, membros do MP, da Defensoria e da 
advocacia têm direito à prisão cautelar em sala de Estado-
Maior. Caso não exista, devem ficar em prisão domiciliar. 
 
O juiz pode determinar que a pessoa fique usando uma monitoração eletrônica. 
 
Atenção: em regra, deve ser concedida prisão domiciliar para todas as mulheres presas que sejam: (i) gestantes; (ii) 
puérperas (que deram à luz há pouco tempo); (iii) mães de crianças (isto é, mães de menores até 12 anos incompletos) ou (iv) mães 
de pessoas com deficiência. Exceção: Não deve ser autorizada a prisão domiciliar se: 1) a mulher tiver praticado crime mediante 
violência ou grave ameaça; 2) a mulher tiver praticado crime contra seus descendentes (filhos e/ou netos); 3) em outras 
situações excepcionalíssimas, as quais deverão ser devidamente fundamentadas pelos juízes que denegarem o benefício. (INFO 
891, STF) 
 
MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS 
 
9 
6. TUTELA CAUTELAR NO PROCESSO PENAL 
6.1 CONCEITO 
De acordo com Calamandrei, citado pelo professor Renato Brasileiro, os provimentos cautelares “representam uma 
conciliação entre duas exigências geralmente contrastantes na Justiça: a da celeridade e a da ponderação. Entre fazer logo porém 
mal e fazer bem, mas tardiamente, os provimentos cautelares visam, sobretudo, a fazer logo, permitindo que o problema do bem e 
do mal, isto é, da justiça intrínseca da decisão seja resolvido posteriormente, de forma ponderada, nos trâmites vagarosos do 
processo ordinário”. 
 
6.2 ESPÉCIES 
a) Medidas cautelares de natureza patrimonial 
São aquelas relacionadas à reparação do dano e ao perdimento de bens como efeito da condenação. Ex.: sequestro, 
arresto e hipoteca legal (arts. 125 e 144 do CPP). 
b) Medidas cautelares relativas à prova 
Visam à obtenção de uma prova para o processo, com a finalidade de assegurar a utilização no processo dos elementos 
probatórios por ela revelados ou evitar o seu perecimento. 
Ex.: busca domiciliar (art. 240, CPP) e produção antecipada de prova testemunhal (art. 225, CPP). 
c) Medidas cautelares de natureza pessoal 
São aquelas medidas restritivas ou privativas da liberdade de locomoção adotadas contra o imputado durante as 
investigações ou no curso do processo, com o objetivo de assegurar a eficácia do processo. 
Ex.: prisão, medidas cautelares diversas da prisão (art. 319, CPP). 
 
6.3 NOVIDADES TRAZIDAS PELA LEI 12.403/2011 → O FIM DA BIPOLARIDADE 
Se, antigamente, o acusado solto ameaçasse uma testemunha, a única alternativa era a decretação da prisão. Atualmente, 
considerando que a Lei 12.403/2011, introduziu cerca de 10 medidas cautelares diversas da prisão, é possível, por exemplo, aplicar 
a medida cautelar de proibição de manter contato com a testemunha. 
 
6.4 PODER GERAL DE CAUTELA NO PROCESSO PENAL 
Poder geral de cautela consiste na adoção de medidas cautelares inominadas, quando as previstas em Lei se revelarem 
insuficientes. No âmbito do processo civil, encontra-se no art. 297 do CPC. 
- É possível sua aplicação ao processo penal? 
R. 1ªc) Não, porque viola do devido processo legal; 2ªc) Sim, desde que para adoção de medidas menos gravosas 
do que as previstas no CPP. 
 
6.5 PRESSUPOSTOS E PROCEDIMENTO PARA APLICAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para 
evitar a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por 
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, 
determinará a intimação da parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do requerimento 
e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e 
fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que justifiquem essa medida excepcional. (Redação dada 
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de seu 
assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, 
nos termos do parágrafo único do art. 312 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para 
que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 
2019) (Vigência) 
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado 
o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada 
nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
CPP, Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar 
atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado 
ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou 
acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou 
instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho 
fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
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VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio 
de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos 
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração [note-se que é um 
pressuposto a mais em relação a outras cautelares]; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu 
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas 
cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do 
território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) 
horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
* Macete para decorar as cautelares: Proibir 3 CRISFM 
 
PROIBIÇÃO De acesso ou frequência a determinados lugares 
PROIBIÇÃO De ausentar-se da Comarca 
PROIBIÇÃO De manter contato com pessoa determinada 
C Comparecimento periódico em juízo 
R Recolhimento domiciliar 
I Internação provisória 
S Suspensão do exercício de função pública ou atividade econômica 
F Fiança 
M Monitoração eletrônica 
 
• Requisitos ou pressupostos 
1º) Fumus comissi delicit: evidencia-se pela presença de prova do crime e indícios de autoria (art. 312 do CPP). 
2º) Periculum libertatis: cuida-se do perigo que a permanência em liberdade do acusado representa (art. 312 e art. 
282 ambos do CPP) 
3º) Prima ratio: sempre que possível, a fim de se evitar o encarceramento desnecessário, aplicar-se-á medida cautelar 
diversa da prisão. 
4º) Infração penal à qual seja cominada pena privativa de liberdade, isolada, cumulativa ou alternativamente (art. 283, 
§1º). Ex.: art. 28 da Lei 11.343/06 não comporta medida cautelar. 
• Procedimento para aplicação 
* Aplicação isolada ou cumulativa (art. 282, §1º); 
* Apenas o magistrado pode decretá-las. Mas, atenção: a autoridade policial (Delegado) pode conceder liberdade provisória 
em alguns casos. 
* Decretação de medida cautelar de ofício: NÃO é possível (art. 282, §2º). Todavia, após ser provocado pela parte 
(normalmente o MP), poderá decretar a medida que entender mais adequada ao caso concreto. 
2 
* Revogação/substituição da medida cautelar de ofício: é POSSÍVEL (art. 282, §5º). Não há prazo para tanto. Renato 
Brasileiro sustenta aplicação analógica do prazo de 90 dias para avaliação da manutenção da prisão. 
 
* Legitimidade para requerimento da cautelar: varia conforme a fase da persecução penal. 
 
FASE INVESTIGATÓRIA FASE PROCESSUAL 
Autoridade policial --/-- 
MP MP 
Ofendido (crimes de ação penal privada) Querelante (crimes de ação penal privada) 
 
2 Extraído do site ‘Dizer o Direito’. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art26
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
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11 
--/-- Assistente de acusação 
Defensor (do acusado). Ex.: substituir a prisão preventiva por 
proibição de aproximação e contato 
Defensor (do acusado) 
 
* Descumprimento da cautelar (art. 282, §4º): sanções estabelecidas pelo CPP, cuja aplicação depende de requerimento 
da parte: substituição a medida por outra mais gravosa; imposição de outra medida em cumulação; decretação da prisão preventiva. 
A depender do caso, o magistrado pode decretar a prisão diretamente (STJ). 
 
7. QUESTÕES DE CONCURSOS 
 
1) (TJRO/2021 | FGV) A implementação ou execução da captura em flagrante deve: 
A) ser feita no horário de emanação de luz solar; 
B) ser feita entre 5h e 21h; 
C) ser feita entre 6h e 20h; 
D) ser feita a qualquer momento; 
E) respeitar o período de repouso noturno. 
 
2) (TJRO/2021 | FGV) Roberto, preso pela suposta prática de crime, foi apresentado ao juiz de direito que, analisando o 
caso concreto, decretou uma das medidas cautelares diversas da prisão previstas no Art. 319 do Código de Processo Penal. O 
Manual de Gestão para as Alternativas Penais, ao abordar esse tema, reproduz o Art. 319. Assinale a alternativa abaixo que 
corresponde a uma dessas medidas: 
A) perda de bens e valores; 
B) prestação de serviço à entidade pública credenciada; 
C) comparecimento periódico em juízo; 
D) prisão domiciliar; 
E) prestação de serviços à comunidade. 
 
3) (FUNSAÚDE-CE/2021 | FGV) Manuel, aluno do 3º período do curso de direito, foi preso em flagrante delito, às 17h do 
dia 13 de agosto de 2021, por policiais civis disfarçados, que, investigando o comércio de drogas em local próximo à faculdade, 
passam-se por traficantes para abordar o estudante e lhe oferecer 200g de maconha. Manuel aceitou a oferta e, ao entregar o 
dinheiro pela compra da substância, foi preso e posteriormente conduzido à delegacia de polícia, onde lavrou-se auto de prisão em 
flagrante pela prática do crime de tráfico de drogas, previsto no Art. 33, § 1º, inciso IV, da Lei nº 11.343/06. Feitas as comunicações 
devidas, Manuel foi apresentado em audiência de custódia às 10h do dia 14 de agosto de 2021. Considerando as informações 
apresentadas, sobre o caso concreto, indique a afirmativa correta. 
A) Em sede de audiência de custódia, Manuel deve ter sua prisão em flagrante homologada, por se tratar de hipótese de 
flagrante próprio, ainda que o agente que efetuou a prisão estivesse disfarçado, por tratar-se de crime permanente. 
B) Manuel deve ter sua prisão em flagrante relaxada, pois, embora houvesse situação flagrancial, foi desrespeitado o prazo 
legal para a realização da audiência de custódia. 
C) Manuel deve ter sua prisão em flagrante relaxada, pois trata-se de hipótese de flagrante preparado, que é ilegal, na 
esteira de entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal. 
D) Em sede de audiência de custódia, Manuel deve ter sua prisão em flagrante relaxada, pois trata-se de hipótese de 
flagrante esperado, que é considerado ilegal. 
E) A prisão em flagrante de Manuel deve ser homologada, já que a hipótese narrada é de flagrante esperado, que é 
legalmente admitido. 
 
4) (PCRN/2021 | FGV) Aberto inquérito para apurar a prática do crime de roubo majorado pela restrição da liberdade da 
vítima, na forma do Art. 157, §2º, V, do Código Penal, praticado em 05/01/2021, a autoridade policial, presentes fundados indíciosde autoria, entendeu ser imprescindível às investigações a decretação da prisão temporária do indiciado Henrique, ainda que esse 
possua residência fixa. Diante da situação apresentada, a prisão temporária do agente: 
A poderá ser decretada pelo juiz, ainda que de ofício, pelo prazo inicial máximo de cinco dias; 
B poderá ser decretada pelo juiz, mediante representação, pelo prazo inicial de trinta dias; 
C não poderá ser decretada, por não se tratar de crime hediondo ou previsto no rol da legislação aplicável; 
D não poderá ser decretada pelo juiz, pois o acusado possui residência fixa; 
E poderá ser decretada pelo juiz, por representação do delegado, dispensada a manifestação do Ministério Público. 
 
5) (PCRN/2021 | FGV) Giovani foi preso em flagrante pela prática do crime de homicídio qualificado, sendo lavrado o auto 
de prisão respectivo em 18/12/2020. Considerando que até o dia 22/12/2020 o preso, sem qualquer motivação idônea, ainda não 
havia sido apresentado ao juiz para realização de audiência de custódia, a prisão: 
A será mantida, pois a realização da audiência de custódia é facultativa; 
B tornou-se ilegal, devendo ser relaxada pelo delegado de polícia; 
C será mantida, pois a audiência de custódia será dispensável quando tratar-se de crime hediondo ou inafiançável; 
D tornou-se ilegal, devendo ser relaxada pela autoridade judiciária competente; 
E será mantida, pois a legislação vigente não prevê a realização de audiência de custódia. 
 
6) (PCRN/2021 | FGV) Policiais militares obtiveram a informação de que uma oficina mecânica agiria como desmanche de 
carros roubados e que, naquela noite, receberia um determinado veículo que fora roubado no dia anterior. Com essa informação, 
os policiais se dirigiram até o local de funcionamento da oficina e aguardaram a chegada do referido veículo. Após o carro adentrar 
a oficina, os policiais invadiram o local e prenderam em flagrante os donos da oficina pelo crime de receptação qualificada. A situação 
apresentada trata da hipótese de: 
A flagrante preparado, sendo legal; 
B flagrante forjado, sendo ilegal; 
C flagrante esperado, sendo legal; 
12 
D flagrante preparado, sendo ilegal; 
E flagrante esperado, sendo ilegal. 
 
7) (PCRN/2021 | FGV) Mendel foi preso em flagrante pela prática do crime de furto, punível com pena de reclusão de 1 a 
4 anos e multa, constando de sua folha de antecedentes criminais diversos outros processos pela prática de delitos da mesma 
natureza. Após Mendel ser apresentado à autoridade policial, o delegado de polícia: 
A poderá conceder liberdade provisória com ou sem fiança; 
B poderá arbitrar fiança, cumulada com outras medidas cautelares alternativas; 
C poderá arbitrar fiança e deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante, diante da pena máxima em abstrato do delito; 
D poderá deixar de arbitrar fiança, caso presentes requisitos que autorizem a decretação da prisão preventiva; 
E não poderá arbitrar fiança, em razão da pena máxima cominada ao delito. 
 
8) (PCRN/2021 | FGV) Kevin foi preso pela prática do crime de lesão corporal grave (Art. 129, §1º, inciso I, do CP), com 
pena de reclusão de 1 a 5 anos. Considerando o crime praticado por Kevin, a fiança: 
A não poderá ser fixada pela autoridade policial, mas tão só pelo magistrado, pois relevante para tal definição a pena 
máxima prevista em abstrato e não a mínima; 
B poderá ser fixada pela autoridade policial, em razão da pena mínima cominada ao delito praticado; 
C não poderá ser concedida em nenhuma espécie, considerando a pena em abstrato do delito, ainda que não tenha 
natureza de crime hediondo; 
D não poderá ser substituída, uma vez fixada, por liberdade provisória ou dispensada pelo magistrado, ainda que se trate 
de acusado economicamente pobre; 
E não poderá ser concedida na delegacia nem em juízo, por tratar-se de crime equiparado a hediondo. 
 
9) (PCRN/2021 | FGV) Ao avistar policiais caminhando em sua direção, Alberto começou a correr no sentido oposto. 
Suspeitando da atitude de Alberto, os policiais iniciaram perseguição e acabaram por capturá-lo, encontrando com ele um aparelho 
celular, que o agente confessou haver furtado de um transeunte momentos atrás. A vítima chegou ao local e reconheceu Alberto 
como autor do fato praticado vinte minutos antes. Considerando os fatos narrados, Alberto: 
A poderá ser preso em flagrante, desde que tenha havido prévia representação da vítima à autoridade policial, tendo direito 
a ser informado sobre o nome dos responsáveis por sua prisão; 
B deverá ser preso pelos policiais ou poderá ser preso em flagrante por qualquer um do povo, sendo encaminhado à 
autoridade policial para lavratura do auto de prisão em flagrante; 
C poderá ser preso, sendo desnecessária a apresentação de nota de culpa com o motivo da prisão diante da situação de 
flagrante; 
D poderá ser preso, sendo desnecessária a comunicação aos seus familiares ou pessoa por ele indicada, por estar em 
flagrante delito; 
E não poderá ser preso em flagrante, pois não estava cometendo o crime nem havia acabado de cometê-lo. 
 
10) (PCRN/2021 | FGV) No curso de investigação policial, após a colheita dos elementos de informação, foi apurado que 
Robson praticou o crime de homicídio contra Marcelo e que o agente planejava fugir do país para evitar responder pelo crime. 
Considerando o fato narrado, Robson poderá ser preso: 
A em flagrante exclusivamente pela autoridade policial; 
B em flagrante pela autoridade policial ou por qualquer do povo; 
C preventivamente, por ordem da autoridade judiciária competente, que, contudo, não poderá decidir de ofício; 
D temporariamente, de ofício ou após requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade policial; 
E preventivamente, por ordem da autoridade policial responsável pelo inquérito ou por decisão judicial, de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público. 
 
11) (PCRN/2021 | FGV) Nervosos após serem encaminhados à delegacia em razão de uma briga de rua, Kayke e Pedro, 
ambos com 18 anos, em comunhão de ações e desígnios, mediante ameaça ao funcionário Arthur, quebraram duas cadeiras que 
eram bens do patrimônio público. Após os ânimos se acalmarem, Arthur prestou declarações sobre o ocorrido. Afirmou ter interesse 
em ver Pedro responsabilizado criminalmente pelos seus atos, mas não Kayke, pois o reconheceu como jovem e promissor jogador 
das categorias de base do time de futebol para o qual torcia. Considerando apenas as informações expostas, a autoridade policial, 
ao reconhecer a prática do crime de dano qualificado: 
A não poderia lavrar auto de prisão em flagrante em relação aos dois jovens, pois houve renúncia ao direito de 
representação em relação a Kayke e esse se estende a todos os autores do fato; 
B não poderia lavrar auto de prisão em flagrante em relação aos dois jovens, pois houve perdão do ofendido em relação a 
Kayke e esse se estende a todos os autores do fato, desde que aceito; 
C não poderia lavrar auto de prisão em flagrante em relação a Kayke, pois houve renúncia ao direito de representação, 
mas poderia lavrar em relação a Pedro; 
D poderia lavrar auto de prisão em flagrante em relação a Pedro, mas não em relação a Kayke, considerando que houve 
perdão do ofendido; 
E poderia lavrar auto de prisão em flagrante em relação aos dois autores do fato, considerando que a vontade de Arthur 
não é relevante para tal fim. 
 
12) (DPE-RJ/2021 | FGV) No dia 15 de janeiro do corrente ano, Célia Regina foi presa em flagrante em seu domicílio. Na 
ocasião, policiais militares, em verificação na Rua do Trabalhador, após receberem informações de que haveria traficância de drogas 
ilícitas no local, perceberam que um homem estava parado e no aguardo de Célia Regina em frente à sua residência. Com a 
aproximação dos policiais, o referido homem saiu do local, não sendo mais encontrado. Em ato contínuo, adentraram a residência 
de Célia Regina e constataram a existência de dois quilos de Cannabis Sativa tipo L (conhecida como maconha). Por esse motivo,Célia Regina foi presa em flagrante delito e indiciada pelo crime de tráfico de drogas ilícitas. Observando os fatos narrados, é correto 
afirmar que: 
13 
A a presunção de que haja entorpecentes em residência próxima ao local da venda de drogas autoriza a polícia ostensiva 
a adentrar o domicílio da suspeita, sem que haja autorização judicial, para buscar e apreender materiais que tenham relação com o 
fato; 
B caso os policiais adentrem a casa de qualquer pessoa, ainda que não tenha relação direta com o fato (venda de drogas) 
e encontre material proveniente de crime, a prova será considerada válida, haja vista tratar-se de crimes permanentes; 
C em havendo indicação da existência de venda de drogas, por meio de informações anônimas, será lícita a entrada na 
residência de todas as pessoas que estejam no local de venda de drogas; 
D é ilícita a entrada no domicílio da indiciada sem mandado judicial e os atos praticados serão considerados nulos quando 
não estiver amparada em fundadas razões devidamente justificadas, que indiquem a existência no interior da residência de drogas 
configuradoras de flagrante delito; 
E quando a abordagem é motivada por atitude suspeita, bem como demonstração de nervosismo, entende a jurisprudência 
dos Tribunais Superiores que é autorizada a entrada na casa da indiciada, tornando a busca e apreensão lícita. 
 
13) (IMBEL/2021 | FGV) Francisco é investigado juntamente com outras duas pessoas pelo crime de homicídio em um 
inquérito policial. Intimado por três vezes para prestar depoimento na delegacia, deixa de comparecer sem oferecer nenhuma 
justificativa, tendo sua prisão preventiva decretada, ao argumento de que Francisco se recusa a colaborar com as investigações. 
Posteriormente, é oferecida e recebida denúncia em face dos três investigados. Na audiência de instrução e julgamento, os dois 
corréus prestam depoimento e confessam, ao passo que Francisco nega falsamente as acusações, arrolando inclusive testemunhas 
que também mentiram em juízo. Todos são condenados, sendo certo que Francisco é mantido preso “por conveniência da instrução 
criminal, já que continua se recusando a colaborar com a justiça”, ao passo que os corréus têm reconhecido o direito de apelar em 
liberdade. A pena de Francisco é agravada devido ao fato de ter mentido em juízo e indicado testemunhas que também mentiram, 
o que indica que sua personalidade é desviada dos valores morais da sociedade. A partir do episódio narrado acima, analise as 
afirmativas a seguir. 
I. A prisão preventiva decretada na fase policial e sua manutenção na fase judicial, pelos motivos apresentados, são 
corretas. 
II. João não pode ser responsabilizado por mentir em juízo, mas pode ser responsabilizado em razão do comportamento 
das testemunhas. 
III. O aumento de pena pelos motivos apresentados é correto. 
Está incorreto o que se afirma em 
A I, somente. 
B I e II, somente. 
C I e III, somente. 
D II e III, somente. 
E I, II e III. 
 
14) (MPE-RJ/2020 | FGV) André, 22 anos, figura como indiciado em procedimento onde se investiga a prática do crime de 
furto simples (Pena: 1 a 4 anos de reclusão e multa). Durante as investigações, restou constatado que André possuía sete 
condenações pela prática de crimes contra o patrimônio, com trânsito em julgado, e que ele seria autor de diversos outros crimes 
de furto, mas que estaria em local incerto. Considerando apenas as informações narradas, no tocante ao tema prisão, durante o 
inquérito: 
A não poderá ser requerida a prisão temporária de André, mas poderá ser decretada sua prisão preventiva, em razão da 
reincidência, independentemente de requerimento do Ministério Público ou de representação da autoridade policial; 
B poderá ser decretada a prisão preventiva de André, em razão da reincidência, bem como a prisão temporária, diante do 
momento processual, desde que haja requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade policial; 
C poderá ser decretada a prisão preventiva de André, em razão da reincidência, desde que haja requerimento do Ministério 
Público ou representação da autoridade policial, mas não a prisão temporária; 
D poderá o Ministério Público requerer que seja decretada a prisão temporária de André, tendo em vista que não houve 
oferecimento de denúncia, mas não a prisão preventiva; 
E não poderá o Ministério Público requerer a prisão preventiva de André, pois a pena máxima do crime imputado não é 
superior a quatro anos, nem a prisão temporária. 
 
15) (MPE-RJ/2019 | FGV) Bernardo foi preso em flagrante e indiciado pela prática do crime do art. 24-A da Lei nº 11.340/06 
(Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei: pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 
(dois) anos). O auto de prisão em flagrante foi encaminhado para os órgãos competentes, sendo determinada a realização, de 
imediato, da audiência de custódia. Foi acostada a Folha de Antecedentes Criminais, indicando que Bernardo, de fato, havia sido 
intimado da aplicação de medidas protetivas de urgência em favor de sua ex-companheira, mas que não possuía condenação 
definitiva em seu desfavor. Considerando as informações narradas, a prisão em flagrante a ser analisada em audiência de custódia 
é: 
A legal, cabendo conversão da prisão em flagrante em preventiva para garantia das medidas protetivas de urgência 
aplicadas, mesmo diante da pena em abstrato inferior a 4 (quatro) anos e da primariedade do custodiado; 
B legal, mas considerando a pena em abstrato prevista e a primariedade técnica do indiciado, não será possível a conversão 
da prisão em flagrante em preventiva por ausência dos pressupostos legais; 
C legal, mas diante da pena em abstrato prevista, poderia a autoridade policial ter arbitrado fiança; 
D ilegal, porque a pena máxima é inferior a 4 (quatro) anos e Bernardo é primário, devendo a prisão ser relaxada; 
E ilegal, porque a pena máxima é inferior a 4 (quatro) anos e Bernardo é primário, devendo a prisão ser revogada. 
 
16) (MPE-RJ/2019 | FGV) Agentes da área de segurança pública ingressaram na casa de João, sem autorização judicial, 
durante a madrugada e contra a sua expressa manifestação de vontade. No local, apreenderam um tablete com 1 kg (um quilograma) 
de cocaína. À luz dos direitos e garantias fundamentais assegurados pela ordem constitucional e o entendimento prevalecente no 
âmbito do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que a referida apreensão foi: 
A ilícita, pois, apesar da apreensão das substâncias entorpecentes, foi realizada durante a madrugada; 
B lícita, pelo só fato de terem sido apreendidas substâncias entorpecentes no local; 
C ilícita, pois o ingresso no domicílio, contra a vontade do morador, deve ser realizado de dia e com mandado judicial; 
14 
D lícita, desde que a entrada forçada tenha sido amparada em fundadas razões, justificadas em momento posterior; 
E ilícita, pois, apesar da apreensão das substâncias entorpecentes, foi realizada sem mandado judicial. 
 
17) (MPE-RJ/2019 | FGV) Buscando concretizar a ideia de que a prisão preventiva somente deve ser decretada em 
situações excepcionais, o legislador previu uma série de medidas cautelares alternativas à prisão, que devem ser analisadas no 
momento de se apreciar a necessidade ou não da imposição da medida cautelar extrema. Sobre o tema, de acordo com as previsões 
do Código de Processo Penal, é correto afirmar que: 
A a suspensão do exercício da função pública poderá ser aplicada como cautelar alternativa diante de justo receio de sua 
utilização na prática de crimes, mas não da atividade de natureza econômica, sob pena de violação da livre concorrência; 
B a internação provisória poderá ser aplicada se constatado o risco de reiteração e a inimputabilidade do agente, mas 
somente nos crimes praticados com violência ou grave ameaça à pessoa; 
C a monitoração eletrônica poderá ser aplicada como condição para concessão de prisão albergue domiciliar na execução 
penal, mas não como medida cautelaralternativa; 
D o descumprimento das medidas cautelares alternativas e medidas protetivas de urgência não é fundamento para justificar 
a necessidade da prisão preventiva; 
E a proibição de se ausentar da comarca sem informar ao juízo poderá ser aplicada pelo magistrado, mas não poderá haver 
retenção do passaporte do denunciado. 
 
18) (MPE-RJ/2019 | FGV) Lucas, oficial do Ministério Público, enquanto cumpria sua função em via pública, por volta de 
15h, depara-se com Antônio conduzindo uma motocicleta com simulacro de arma de fogo na cintura e se surpreende com aquela 
situação, tendo em vista que identificou, pela placa, que aquela moto era de propriedade de seu colega de trabalho. Diante disso, 
Lucas entra em contato com seu colega, que confirma que fora vítima de um crime de roubo que teria sido praticado 30 minutos 
antes, descrevendo as características do autor do fato, que coincidiam com as de Antônio. Considerando as informações expostas, 
em sendo confirmada a autoria, é correto afirmar que Lucas: 
A não poderá realizar a prisão captura de Antônio, tendo em vista que, apesar da situação de flagrante, o ato somente pode 
ser realizado por agentes de segurança pública; 
B não poderá realizar a prisão captura de Antônio, uma vez que inexiste situação de flagrante prevista em lei, apesar da 
identificação da autoria; 
C poderá realizar a prisão captura de Antônio, pois constatada a situação de flagrante próprio prevista em lei; 
D poderá realizar a prisão captura de Antônio, uma vez constatada a situação de flagrante presumido; 
E poderá realizar a prisão captura de Antônio, já que há situação de flagrante esperado. 
 
19) (TJ-CE/2019 | FGV) Com base em ofício recebido no cartório da Vara Criminal onde exercia suas funções, Luiz deveria 
separar todos os processos de pessoas presas que possivelmente teriam direito à substituição da prisão preventiva pela prisão 
domiciliar. Diante disso, separou quatro procedimentos para análise de prisões preventivas: no primeiro, Clara encontrava-se presa 
pelo crime de roubo com emprego de arma de fogo e violência real, possuindo filho de 12 anos de idade; no segundo, o preso era 
Antônio, senhor de 81 anos de idade respondendo à ação penal em que se imputava a prática de três crimes de estelionato; no 
terceiro, João estava preso pelo crime de corrupção, sendo o único responsável pelos cuidados de seu filho de 11 anos; no quarto, 
Larissa estava presa como acusada dos crimes de uso de documento falso e moeda falsa, possuindo filha de 5 anos, mas não era 
a única responsável pela criança, que também morava com o pai. Com base nas previsões do Código de Processo Penal, em 
especial dos artigos 318 e 318-A, Luiz deveria separar, pela possibilidade, em tese, de ser admitida prisão domiciliar, os processos 
em que figuram como acusados(as): 
A Clara, Antônio, João e Larissa; 
B Antônio, João e Larissa, apenas; 
C Clara e Larissa, apenas; 
D Antônio e Larissa, apenas; 
E Antônio, apenas. 
 
20) (TJ-CE/2019 | FGV) Mariana, tecnicamente primária e com endereço fixo, foi identificada, a partir de câmeras de 
segurança, como autora de um crime de furto simples (Pena: 01 a 04 anos de reclusão e multa) em um estabelecimento comercial. 
O inquérito policial com relatório conclusivo, acompanhado da Folha de Antecedentes Criminais com apenas uma outra anotação 
referente à ação penal em curso, sem decisão definitiva, foi encaminhado ao Poder Judiciário e, posteriormente, ao Ministério 
Público. Entendendo que existe risco de reiteração delitiva, já que testemunhas indicavam que Mariana, que se encontrava solta, já 
teria praticado delitos semelhantes, no mesmo local, em outras ocasiões, poderá o Promotor de Justiça com atribuição requerer que 
seja: 
A fixada cautelar alternativa de comparecimento mensal em juízo, proibição de contato com as testemunhas, mas não o 
recolhimento domiciliar no período noturno por ausência de previsão legal; 
B fixada cautelar alternativa de proibição de frequentar, por determinado período, o estabelecimento lesado, mas não a 
decretação da prisão preventiva ou temporária; 
C fixada a cautelar alternativa de internação provisória, que gera detração da pena, mas não a prisão preventiva ou 
temporária; 
D decretada a prisão temporária da indiciada; 
E decretada a prisão preventiva da indiciada. 
 
 
GABARITO 
 
 
1) D. Art. 5º, XI, CRFB. 
2) C. Art. 319, I, CPP. 
3) C. Súmula 145 do STF. 
4) B. Art. 1º, II, ‘a’, Lei 8.072/90. 
5) D. Art. 310, CPP. 
6) C. 
15 
7) D. Art. 324, IV, CPP. 
8) A. Art. 322, CPP. 
9) B. Arts. 301, 302, II, e 304, CPP. 
10) C. Art. 311, CPP. 
11) E. Art. 163, III, CP. O crime de dano contra o patrimônio público é de ação penal pública incondicionada. 
12) D. (STJ, REsp 1574681-RS). 
13) E. 
14) C. Art. 313, II, CPP. 
15) A. Art. 313, III, CPP, c/c art. 12-C, §2º, Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). 
16) D. (STF, RE 603.616). 
17) B. Art. 319, VII, CPP. 
18) D. Art. 302, IV, CPP. 
19) B. Art. 318, I (Antônio), III (Larissa), VI (João), CPP. 
20) B. Arts. 319, II, e 313, I, CPP.perguntado, devendo 
declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que 
grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de 
sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade. 
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito. 
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos. 
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz procederá à verificação pelos meios ao seu alcance, podendo, 
entretanto, tomar-lhe o depoimento desde logo. 
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou 
descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo 
quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. 
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo 
se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. 
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) 
anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206. 
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. 
§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem. 
§ 2o Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão da causa. 
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das 
outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão reservados espaços separados para a garantia da 
incomunicabilidade das testemunhas. 
 
* Conceito: toda pessoa humana capaz de depor e estranha ao processo, chamada a se manifestar sobre fato percebido 
por seus sentidos e relativos à causa. Qualquer pessoa poderá ser testemunha (art. 202, CPP). 
Obs.: corréu não pode ser testemunha. 
* Deveres da testemunha: dever de depor (exceções: arts. 206 e 207, CPP); dever de comparecer; dever de prestar 
compromisso de dizer a verdade (exceções: arts. 206 c/c 208, CPP); dever de comunicar alterações de endereço. 
* Espécies: numerárias, extranumerárias; direta e indireta (testemunha de ouvir dizer); própria, imprópria/instrumentária 
(presta declarações sobre a regularidade de um ato do processo ou do inquérito policial) 
* Informante: pessoas que não prestam o compromisso legal de dizer a verdade. 
 
2.5 BUSCA E APREENSÃO 
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. 
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para: 
a) prender criminosos; 
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; 
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; 
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; 
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; 
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu 
conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; 
g) apreender pessoas vítimas de crimes; 
h) colher qualquer elemento de convicção. 
§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos 
mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior. 
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da 
expedição de mandado. 
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes. 
Art. 243. O mandado de busca deverá: 
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; 
ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem; 
II - mencionar o motivo e os fins da diligência; 
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir. 
§ 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca. 
§ 2o Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo 
de delito. 
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja 
na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso 
de busca domiciliar. 
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de 
penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a 
abrir a porta. 
§ 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o objeto da diligência. 
§ 2o Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm#art203
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm#art206
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1
7 
§ 3o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento 
do que se procura. 
§ 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à 
diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente. 
§ 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será intimado a mostrá-la. 
§ 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus 
agentes. 
§ 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo 
do disposto no § 4o. 
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se tiver de proceder a busca em compartimento habitado ou em 
aposento ocupado de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou atividade. 
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da diligência serão comunicados a quem tiver sofrido a 
busca, se o requerer. 
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os moradores mais do que o indispensável para o êxito 
da diligência. 
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. 
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para 
o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, antes da 
diligência ou após, conforme a urgência desta. 
§ 1o Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento da pessoa ou coisa, quando: 
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem sem interrupção, embora depois a percam de vista; 
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, que está sendo 
removida ou transportada em determinada direção, forem ao seu encalço. 
§ 2o Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências,entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exigir as provas dessa legitimidade, mas 
de modo que não se frustre a diligência. 
* Conceito: busca: diligência com o escopo de encontrar coisas/pessoas; apreensão: medida constritiva por meio da qual 
a coisa/pessoa será colocada sob custódia. 
Obs.: é constitucional a apreensão de cartas dos presos pela autoridade do presídio (STF). 
* Espécies: 
(i) busca pessoal: a) razoes de segurança (ex.: estádios, festas); b) fundada suspeita. 
(ii) busca domiciliar: as observações atinentes à inviolabilidade domiciliar devem ser observadas. 
 
3. QUESTÕES DE CONCURSOS 
1) (TJRO/2021 | FGV) Constitui delito de abuso de autoridade cumprir mandado de busca e apreensão domiciliar: 
A fora do período de luminosidade solar; 
B após as 18h ou antes das 6h; 
C após as 20h ou antes das 8h; 
D após as 21h ou antes das 5h; 
E fora do horário de expediente forense.. 
 
2) (PCRN/2021 | FGV) No curso da instrução processual penal, verifica-se que uma das provas colhidas fora obtida de 
forma ilegal. Essa ilegalidade é alegada pela defesa, e o Ministério Público manifesta-se concordando com a ilegalidade apontada. 
O juízo reconhece a ilegalidade da prova em decisão fundamentada. Com base no exposto, é correto afirmar que o juízo: 
A deverá determinar o desentranhamento da prova ilícita, assim como aquelas direta e exclusivamente decorrentes dela e, 
uma vez preclusa a decisão, determinar a destruição das provas, prosseguindo nos demais atos processuais; 
B deverá determinar o desentranhamento da prova ilícita, assim como aquelas direta e exclusivamente decorrentes dela e, 
uma vez preclusa a decisão, determinar seu desentranhamento dos autos principais a fim de serem autuadas em apartado; 
C não deverá desentranhar a prova inadmissível do processo, mas apenas indicar quais são exatamente as páginas que 
deverão ser desconsideradas para efeito de elaboração da posterior sentença. Deverá ainda determinar a redistribuição do processo 
em razão de seu impedimento, eis que a lei determina que o juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não 
poderá proferir a sentença; 
D não deverá desentranhar a prova inadmissível do processo, mas apenas indicar quais são exatamente as páginas que 
deverão ser desconsideradas para efeito de elaboração da posterior sentençae, uma vez preclusa a decisão, prosseguirnos demais 
atos processuais; 
E deverá determinar o desentranhamento da prova ilícita, assim como aquelas direta e exclusivamente decorrentes dela,e, 
uma vez preclusa a decisão, determinar a destruição das provas e determinar a redistribuição do processo em razão de seu 
impedimento, eis que a lei determina que o juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a 
sentença. 
 
3) (PCRN/2021 | FGV) Relativamente à prova testemunhal, é correto afirmar que: 
A as perguntas à testemunha serão formuladas pelo juiz, não sendo admitida a inquirição pelas partes; 
B as testemunhas serão inquiridas individualmente, embora possam presenciar os depoimentos umas das outras; 
C são proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, 
mesmo que queiram dar o seu testemunho e tenham sido desobrigadas pela parte interessada; 
D o depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito, não existindo nenhuma 
exceção prevista na legislação que permita a uma autoridade optar pela prestação de depoimento por escrito; 
E as testemunhas que, regularmente intimadas, deixarem de comparecer sem motivo justificado, poderão ser conduzidas 
por oficial de justiça, salvo se impossibilitadas de comparecer, por enfermidade ou por velhice, caso em que serão inquiridas onde 
estiverem 
 
8 
4) (PCRN/2021 | FGV) Relativamente às regras sobre a prova confessional, é correto afirmar que: 
A a confissão é divisível e retratável; 
B o silêncio do acusado implicará a confissão das condutas que lhe são imputadas; 
C o silêncio do acusado não importará em confissão das condutas que lhe são imputadas, mas poderá ser interpretado em 
prejuízo da defesa; 
D durante o interrogatório judicial de réu preso, não há obrigação de que a autoridade judicial informe o acusado de seu 
direito de permanecer calado e de não responder às perguntas que lhe forem formuladas; 
E a confissão do acusado possui valor intrínseco superior às demais provas documentais, periciais ou testemunhais, 
devendo ser aferida pelo magistrado por critérios diferenciados em relação ao restante do conjunto probatório. 
 
5) (PCRN/2021 | FGV) Considerando as regras sobre o conceito de corpo de delito, é correto afirmar que: 
A o exame de corpo de delito é medida dispensável no caso das infrações que deixam vestígios; 
B o exame de corpo de delito pode ser direto ou indireto e pode ser suprido, nas infrações que deixam vestígios, pela 
confissão do acusado; 
C na falta de perito oficial, o exame poderá ser realizado por qualquer pessoa idônea que demonstre possuir conhecimento 
sobre a matéria, assim avaliado pela autoridade policial; 
D será dada prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva violência doméstica 
e familiar contra mulher e violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência; 
E o exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior, 
não sendo facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de 
quesitos nem a indicação de assistente técnico. 
 
6) (PCRN/2021 | FGV) Relativamente à prova pericial, é correto afirmar que: 
A O juiz ficará vinculado às conclusões do laudo pericial; 
B o exame de corpo de delito será feito exclusivamente em dias úteis; 
C se houver divergência entre os peritos, prevalecerá a opinião do perito mais antigo na carreira, descartando-se as 
declarações e respostas do perito mais novona carreira; 
D não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova pericial estará 
irremediavelmente prejudicada e nenhuma outra modalidade de prova poderá suprir-lhe a falta; 
E em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar 
por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, 
ou de seu defensor. 
 
7) (PCRN/2021 | FGV) Tramita no âmbito interno da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Norte processo administrativo 
disciplinar (PAD) que apura eventual falta funcional praticada por certo delegado de polícia. Durante a instrução do PAD, foi 
verificada pela autoridade competente que o conduz a necessidade de obtenção de prova emprestada, consistente em interceptação 
telefônica realizada no bojo de processo criminal. De acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o compartilhamento de 
prova pretendido é: 
A inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas; 
B inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que a interceptação telefônica somente pode ser utilizada para 
fins de investigação criminal ou instrução processual penal; 
C viável, desde que devidamente autorizada pelo juízo criminal competente e respeitados os princípios do contraditório e 
da ampla defesa; 
D viável, independentemente de prévia autorização pelo juízo criminal, porque, uma vez produzida, a prova pertence ao 
Estado que é uno; 
E inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que a interceptação telefônica somente pode ser produzida no 
âmbito de investigação e processo criminal ou ação de improbidade administrativa. 
 
8) (PCRN/2021 | FGV) Após a expedição de mandado de busca e apreensãoem determinado endereço, policiais 
compareceram à residência de Antônio para apreender documentos referentes à investigação da prática do crime de lavagem de 
dinheiro. Os policiais nada encontraram na diligência, mas acharam uma conta de luz de outro endereço em nome do investigado. 
Os policiais, então, se dirigiram imediatamente ao novo endereço, e, após tocarem a campainha e não serem atendidos, arrombaram 
a porta do apartamento, na presença de um vizinho. No local, foram encontrados diversos documentos que demonstravam a prática 
do crime objeto da investigação. Considerando a legislação vigente, a prova obtida será: 
A válida, por tratar-se de encontro fortuito de provas; 
B nula, pois a busca e apreensão sempre exige a presença física do morador; 
C nula, pois, diante da ausência do morador, era indispensável para a validade a presença de duas testemunhas para o 
arrombamento do local; 
D nula, pois realizada em local distinto daquele constante do mandado de busca e apreensão; 
E válida, pois obtida em outro domicílio que comprovadamente também seria do investigado contra o qual deferida a medida 
original. 
 
9) (PCRN/2021 | FGV) No curso de inquérito policial para investigar a prática de crime sexual, a autoridade policial entendeu 
necessária a realização de exame de DNA de Leonardo, suspeito do delito, para colher informações sobre a sua autoria. Nesse 
sentido, a prova em questão: 
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A não poderá ser recusada por Leonardo, diante da sua condição de indiciado, independentemente de exigir 
comportamento ativo ou passivo; 
B poderá ser realizada, independentemente da concordância de Leonardo, ainda que invasiva, mas exige decisão judicial 
prévia; 
C poderá ser recusada por Leonardo no curso do inquérito policial, mas não no curso de processo judicial; 
D poderá ser realizada sobre material descartado por Leonardo, independentemente de sua concordância; 
E poderá ser realizada independentemente da concordância de Leonardo, ainda que exija comportamento ativo do agente, 
desde que sujeita ao contraditório e ampla defesa. 
 
10) (PCRN/2021 | FGV) De acordo com a doutrina, em que pese prevaleça no direito processual penal brasileiro o sistema 
acusatório, algumas características típicas do sistema inquisitório ainda são encontradas disciplinadas no Código de Processo 
Penal, em especial sobre o tema prova. Em relação a tais aspectos, acerca do exame de corpo de delito, é correto afirmar que: 
A o laudo deverá ser produzido por dois peritos oficiais ou, caso não disponíveis, três pessoas idôneas com curso superior, 
de preferência na área relacionada; 
B a sua realização poderá ser suprida pela confissão do acusado, ainda que o crime deixe vestígio; 
C a prova testemunhal poderá suprir a falta do exame, caso este não seja possível por haverem desaparecido os vestígios; 
D o laudo deve ser produzido por perito isento, não admitindo a formulação de quesitos pelas partes; 
E o juiz, diante da natureza de prova pericial, ficará adstrito ao laudo, não podendo rejeitá-lo 
 
11) (PCRN/2021 | FGV) Após instauração de inquérito policial para apurar a prática de crime de homicídio, foi obtida a 
informação de que o veículo identificado por testemunhas como tendo sido utilizado pelo autor do delito encontrava-se estacionado 
na garagem de determinada residência. Sobre a busca e apreensão domiciliar do veículo, é correto afirmar que: 
A exige prévia deflagração de ação penal; 
B a presença física do morador é indispensável, ainda que exista ordem judicial; 
C a medida poderá ser realizada no período noturno, caso haja consentimento do morador; 
D a coisa apreendida ficará sob custódia do seu dono, que deverá apresentá-la à autoridade policial quando solicitada; 
E o mandado, que é indispensável diante da ausência de flagrante, deverá mencionar o local da diligência, não sendo 
necessária a indicação do seu motivo. 
 
12) (MPE-RJ/2020 | FGV) De maneira geral, a doutrina conceitua prova como todo elemento através do qual se pretende 
influenciar o convencimento do julgador, demonstrando-se a existência ou realidade de um fato. Em que pese o Código de Processo 
Penal seja primordialmente marcado pelo sistema acusatório, alguns resquícios sobre características do sistema inquisitivo 
permanecem em relação ao tema. Com base nas previsões do Código de Processo Penal, em relação ao tema “prova”, é correto 
afirmar que: 
A a prova da qualificadora do crime de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo depende da realização de exame de 
corpo de delito, podendo esse ser suprido apenas pela confissão do acusado; 
B as provas ilícitas deverão ser desentranhadas do processo, assim como aquelas que dela derivarem, ainda que as 
derivadas pudessem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras; 
C o crime de lesão corporal de natureza grave exige a realização de exame de corpo de delito, que poderá ser, porém, 
indireto, caso os vestígios desapareçam; 
D a busca e apreensão pessoal, havendo prova da materialidade e indícios de autoria de flagrante delito e posse de 
instrumentos do crime, depende da prévia existência de mandado; 
E o exame pericial deverá ser realizado por dois peritos oficiais, ou, em sua falta, duas pessoas idôneas, portadoras de 
diploma de curso superior. 
 
13) (MPE-RJ/2019 | FGV) Em matéria Penal, através das provas, as partes pretendem influenciar o convencimento do 
julgador, além de demonstrar a veracidade de determinado fato. O Código de Processo Penal disciplina o tema, trazendo previsões 
gerais e regras próprias para as provas em espécie. Sobre o tema, de acordo com as previsões do Código de Processo Penal, é 
correto afirmar que: 
A em razão do livre convencimento motivado, ao Ministério Público, assim como ao acusado, é facultado apresentar 
quesitos e indicar assistente técnico por ocasião da prova pericial, mas o laudo elaborado não vincula o juiz, que poderá aceitá-lo 
ou rejeitá-lo, no todo ou em parte; 
B em razão do direito de presença do acusado, o Código de Processo Penal não admite o interrogatório por 
videoconferência com fundamento no risco para segurança pública com fundada suspeita de fuga do preso durante o deslocamento 
para audiência; 
C no procedimento do Tribunal do Júri, durante o interrogatório do réu em sessão plenária, as perguntas deverão ser feitas 
diretamente pelas partes e pelos jurados, cabendo ao juiz apenas complementá-las; 
D com base no princípio da inércia, o sistema a ser observado quando da oitiva das testemunhas é o cross examination, 
não podendo o magistrado complementar as perguntas das partes; 
E diante do caráter inquisitório do inquérito policial, os elementos informativos não poderão ser mencionados na sentença, 
nem mesmo para corroborar a decisão do juiz fundamentada em provas. 
 
14) (TJSC/2018 | FGV) Luciano foi denunciado pela prática de crime de extorsão em desfavor de José. A defesa técnica 
do réu arrolou como testemunha Lara, filha de Luciano, de apenas 10 anos de idade, pois alega que ela, assim como outros 
familiares, estaria com o pai no suposto momento do crime. De acordo com as previsões do Código de Processo Penal, Lara: 
A poderá ser ouvida, mas, na condição de testemunha, prestará compromisso legal de dizer a verdade e deverá estar 
sozinha, não podendo ser acompanhada por representante legal algum; 
10 
B poderá ser ouvida na condição de testemunha, prestando compromisso legal de dizer a verdade, devendo as perguntas 
serem realizadas diretamente pelas partes; 
C poderá ser ouvida se arrolada como testemunha ou informante, mas não prestará compromisso legal de dizer a verdade; 
D estará proibida de ser ouvida na condição de testemunha ou informante, por ser descendente do réu; 
E estará proibida de depor como testemunha ou informante, por ser criança. 
 
15) (TJSC/2018 | FGV) Funcionário público com atribuição compareceu, munido de mandado de busca e apreensão, a 
determinada residência para realizar busca e apreensão de cadernos de controle de valores relacionadosà investigação do crime 
de favorecimento à prostituição de adolescentes. Ao comparecer ao local, verifica que naquele exato momento estava ligado um 
computador que transmitia vídeo com cena de sexo explícito envolvendo criança, que é crime diverso daquele que era investigado. 
Ao verificar tal situação, o funcionário público deverá: 
A apreender, de imediato, o computador, tendo em vista que o mandado de busca e apreensão não precisa especificar os 
bens a serem apreendidos e o local onde deve ser realizada a diligência; 
B requerer a expedição de novo mandado de busca e apreensão, que somente poderá ser deferido se for instaurada 
investigação para apurar a prática do novo delito; 
C apreender, de imediato, o computador, tendo em vista que houve flagrante delito e um encontro fortuito de provas de 
outra infração penal; 
D apreender, de imediato, o computador, pois a diligência em questão é considerada busca e apreensão pessoal, que 
prescinde de mandado; 
E requerer, de imediato, expedição de novo mandado de busca e apreensão, já que os objetos a serem apreendidos 
deverão estar devidamente especificados. 
 
GABARITO 
 
1) ‘D’. Art. 22, III, Lei 13.869/2019. 
2) ‘A’. Art. 157, caput e §3º, CPP. 
3) ‘E’. Arts. 218 c/c 220, CPP. 
4) ‘A’. Art. 200, CPP. 
5) ‘D’. Art. 158, parágrafo único, CPP. 
6) ‘E’. Art. 168, CPP. 
7) ‘C’. Súmula 521 do STJ. 
8) ‘D’. Art. 243, I, CPP. 
9) ‘D’. Vide tópico referente ao direito à não autoincriminação. 
10) ‘C’. Art. 167, CPP. 
11) ‘C’. Art. 245, CPP. 
12) ‘C’. Art. 167, CPP. 
13) ‘A’. Art. 182, CPP. 
14) ‘C’. Art. 208, CPP. 
15) ‘C’. O encontro fortuito de provas é admitido pela jurisprudência do STJ. 
 
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Disciplina: Direito Processual Penal 
Assunto: Ação Penal 
 
 
Aluno: 
 
Data: __/___/____ 
 
 
Professor: Alan Ferreira Rodrigues (Instagram: @alfero_alan) 
 
 
Bibliografia utilizada: Manual de Processo Penal, Renato Brasileiro de Lima; Novo Curso de Direito Processual Penal, 
Nestor Távora. 
 
AÇÃO PENAL 
 
1. CONCEITO 
De acordo com Renato Brasileiro, direito de ação penal é o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a 
aplicação do direito penal objetivo a um caso concreto. Encontra fundamento constitucional no art. 5º, XXXV; suas principais 
características são: (i) direito público: a atividade jurisdicional é pública; (ii) direito subjetivo: exercido por alguém; (iii) direito 
autônomo: não se confunde com o direito material; (iv) direito abstrato exercido mesmo nos casos de improcedência do pedido; (v) 
direito determinado: liga-se a um caso concreto; (vi) direito específico: é o fato delituoso cuja prática imputa-se ao acusado. 
 
2. CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL 
Trata-se de condições cuja presença é necessária para que o juiz receba a petição inicial acusatória (denúncia ou queixa-
crime). 
CPP, Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
I - for manifestamente inepta; 
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
Parágrafo único. (Revogado). 
No processo penal, dividem-se em genéricas e específicas. 
 
2.1 CONDIÇÕES GENÉRICAS 
Estarão presentes em QUALQUER ação penal. 
 
2.1.1 POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO 
No processo penal, compreende a imputação de um fato típico, ilícito e culpável, cuja punibilidade não esteja extinta. 
Ex.: se o acusado, à época do crime, possuía menos de 18 anos, o pedido é juridicamente impossível. 
Obs.: no âmbito do processo civil, entende-se que o Código de Processo Civil de 2015 extinguiu essa categoria. Seguindo 
essa linha, o professor Renato Brasileiro sustenta que a possibilidade jurídica do pedido deve ser enfrentada como mérito, e não 
como condição da ação. 
 
2.1.2 LEGITIMIDADE 
Trata-se de quem pode propor (legitimidade ativa) e contra quem se pode propor (legitimidade passiva) a ação penal. Para 
definir legitimidade, costuma-se utilizar-se a expressão ‘pertinência subjetiva da ação’. 
(a) Legitimidade ativa 
(i) Ação penal pública 
Ministério Público (art. 129, I, CRFB). Contudo, se o Ministério Público permanecer inerte, a própria Constituição prevê que 
o ofendido poderá ingressar em juízo (ação penal privada subsidiária da pública). 
(ii) Ação penal privada 
Ofendido ou representante legal nos termos do art. 30 do CPP. 
Alerte-se que, em se tratando de ofensa praticada contra funcionário público em razão de suas funções, haverá legitimidade 
concorrente para a propositura da ação penal. 
Súmula 714 do STF 
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para 
a ação penal por crime contra a honra de servidor público praticado em razão do exercício de suas funções. 
(b) Legitimidade passiva 
Recai sobre o provável autor da infração penal. Necessário que possua 18 anos no mínimo. 
Obs.1: a ilegitimidade passiva, que não se confunde com a negativa de autoria, é de difícil visualização prática. Exemplo de 
caso de ilegitimidade passiva: homônimo. 
(c) Legitimidade da pessoa jurídica 
2 
Possui legitimidade ativa nos crimes de ação penal privada (ex.: difamação) como nos de ação pública (MP inerte; PJ ajuíza 
ação privada subsidiária da pública). 
* Legitimidade passiva: nos crimes ambientais, há expressa previsão constitucional. 
CRFB, art. 225, § 3º: As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
 
* Teoria da dupla imputação: para essa teoria, somente seria possível o oferecimento de denúncia contra pessoa jurídica 
se se oferecesse denúncia contra a pessoa física que atuasse em seu nome ou benefício. Atualmente, os tribunais superiores 
NÃO adotam mais a teoria da dupla imputação. 
 
STJ: “(...) Conforme orientação da 1ª Turma do STF, ‘O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização 
penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da 
empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação.’ (RE 548181). Tem-se, assim, que é possível a 
responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa 
física que agia em seu nome. Precedentes desta Corte. 3. A personalidade fictícia atribuída à pessoa jurídica não pode servir de 
artifício para a prática de condutas espúrias por parte das pessoas naturais responsáveis pela sua condução. 4. Recurso ordinário 
a que se nega provimento”. (STJ, 5ª Turma, RMS 39.173/BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 06/08/2015, Dje 13/08/2015). 
 
2.1.3 INTERESSE DE AGIR 
Divide-se em: 
(i) necessidade: no processo penal, é presumida, porquanto não há crime nem pena sem o devido processo legal; 
(ii) adequação: não se discute no processo penal no que diz respeito a ações penais condenatórias. Tem relevância nas 
ações penais não condenatórias. Ex.: só se deve impetrar habeas corpus quando estiver em risco a liberdade de locomoção; do 
contrário, não haverá adequação. 
Súmula 693 STF 
Não cabe "habeas corpus" contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que 
a pena pecuniária seja a única cominada. 
 
(iii) utilidade: diz respeito à eficácia da atividade jurisdicional para a satisfação do interesse do autor da ação. Noutras 
palavras, só haverá interesse de agir se, no caso concreto, a atividade jurisdicional mostrar-se útil à satisfação do interesse do autor. 
Obs.: embora parte da doutrina admita o arquivamento do inquérito com base na prescrição virtual, na medida em que 
faltaria interesse de agir (=utilidade) na deflagração da ação penal, os tribunais superiores não endossam essa tese, eis que tal 
modalidade de prescrição implicaria violação do princípio da presunção de inocência.Súmula 438 do STJ 
É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, 
independentemente da existência ou sorte do processo penal. 
 
2.1.4 JUSTA CAUSA 
* Conceito: não há um consenso sobre o conceito de justa causa. 1ª corrente: suporte probatório mínimo para instauração 
do processo penal; 2ª corrente: compreende a tipicidade, a punibilidade e a viabilidade (tal ideia encontra-se em alguns precedentes 
do STF). 
STF: “(...) A justa causa é exigência legal para o recebimento da denúncia, instauração e processamento da ação penal, nos termos 
do artigo 395, III, do Código de Processo Penal, e consubstancia-se pela somatória de três componentes essenciais: (a) TIPICIDADE 
(adequação de uma conduta fática a um tipo penal); (b) PUNIBILIDADE (além de típica, a conduta precisa ser punível, ou seja, não 
existir quaisquer das causas extintivas da punibilidade); e (c) VIABILIDADE (existência de fundados indícios de autoria). 3. Esses 
três componentes estão presentes na denúncia ofertada pelo Ministério Público, que, nos termos do artigo 41 do CPP, apontou a 
exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e a classificação do crime. 4. Habeas 
corpus denegado”. (STF, 1ª Turma, HC 129.678/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 13/06/2017, DJe 182 17/08/2017). 
 
* Natureza jurídica: igualmente, há divergências. 1ªC) é elemento integrante do interesse de agir; 2ªC) é uma condição 
autônoma da ação penal; 3ªC) é fenômeno distinto das condições da ação penal (posição que ganhou força com a reforma do CPP 
em 2008). 
* Justa causa duplicada: diz respeito se refere à condição para que seja iniciada uma ação penal para julgar um crime de 
lavagem de capitais, previsto na Lei nº. 9.613/98. 
Lei n. 9.613/98, art. 2º, § 1º: A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente, sendo 
puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal 
antecedente. 
 
2.2 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS 
Cuida-se das condições que estarão presentes apenas em algumas situações, nos termos exigidos por lei, variando 
conforme: (i) a natureza do delito; (ii) a pessoa do acusado; (iii) o procedimento em questão. Vejamos alguns exemplos: 
a) Representação do ofendido, nos crimes de ação penal pública condicionada à representação; 
b) Requisição do Ministro da Justiça, nos crimes de ação penal pública condicionada à requisição; 
c) Provas novas, quando o inquérito policial tiver sido arquivado com base na ausência de elementos probatórios (Súmula 
524 do STF); 
d) Provas novas, após a preclusão da decisão de impronúncia, em se tratando de crimes dolosos contra a vida (art. 414, 
CPP); 
e) Laudo pericial nos crimes contra a propriedade imaterial (art. 525, CPP); 
3 
f) autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros, para a instauração de processo contra o 
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado (CF, art. 51, I). 
 
2.3 CONDIÇÕES DE PROCEDIBILIDADE X CONDIÇÕES DE PROSSEGUIBILIDADE X CONDIÇÕES OBJETIVAS DE PUNIBILIDADE 
Condições de procedibilidade Condições de prosseguibilidade Condições objetivas de punibilidade 
Implementada para que o processo 
tenha início. 
Implementada para que a ação penal, já 
deglagrada, continue 
Necessárias ao exercício do direito de 
punir do Estado. 
Ex.: representação no crime do art. 147 
do CP 
Ex.: art. 91, Lei 9.099/95 Ex.: art. 180 da Lei 11.101/2005 
 
2.4 AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES DA AÇÃO 
- Qual a consequência da ausência de alguma das condições da ação penal? 
R. Depende do momento processual em que isso ocorre. 
(a) Início do processo 
O juiz rejeitará a denúncia/queixa. 
CPP, art. 395: A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; 
(b) No curso do processo 
Verificada a ausência das condições da ação no curso do processo, há duas correntes divergindo sobre a solução a ser 
dada: 
(1ª corrente) Decreta-se a nulidade absoluta do processo por força do art. 564, II, CPP. Ora, se a ilegitimidade é causa de 
nulidade, as demais condições da ação também são. 
CPP, Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
II - por ilegitimidade de parte 
(2ª corrente) Extingue-se o processo sem apreciação do mérito. Aplicação analógica do art. 485, VI, CPC. 
CPC, Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; (...) 
§ 3º: O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto 
não ocorrer o trânsito em julgado. 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS 
3.1 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
Não depende de qualquer condição para ser deflagrada (ex.: representação do ofendido). É a regra do nosso ordenamento 
jurídico. 
CP, Art. 100 - A ação penal é PÚBLICA, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. 
A peça acusatória é chamada de ‘denúncia’. 
 
3.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
Necessário que ocorra o implemento de uma condição para o ajuizamento da ação penal, qual seja, a representação do 
ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça. 
CP, Art. 100, § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do 
ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. 
Ex.: art. 147 do CP. 
CP, Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
 
3.2.1 REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO 
Trata-se da manifestação do ofendido, ou do representante legal, dizendo que deseja a instauração da persecução penal. 
Não precisa de qualquer formalidade. O simples ato de ir até a delegacia e registrar ocorrência caracteriza a representação (STJ). 
* Natureza jurídica: em regra, condição de procedibilidade; excepcionalmente, condição de prosseguibilidade (ex.: art. 91, 
Lei 9.099/95). 
* Retratação da representação: possível até o OFERECIMENTO da denúncia. 
CPP, Art. 25. A representação será irretratável, DEPOIS DE OFERECIDA a denúncia. 
 
Obs.: na Lei Maria da Penha, admite-se a retratação até o RECEBIMENTO da denúncia. 
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia 
(retratação) à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, ANTES DO RECEBIMENTO 
da denúncia e ouvido o Ministério Público. 
 
* Retratação da retratação da representação: mesmo após se retratar de representação anteriormente oferecida, poderá o 
ofendido oferecer nova representação, desde que o faça dentro do prazo decadencial de 6 (seis) meses, contado do conhecimento 
da autoria. 
4 
* Eficácia: a representação autoriza que o MP ofereça denúncia contra todos os autores daquele crime. Todavia, não 
permite ao órgão ministerial agir em relação ao crime para o qual não houve representação. 
* Prazo: 6 meses do dia em que vier a saber quem é o autor do crime. Como se trata de prazo de natureza material, conta-
se na forma do art. 10 do CP, ou seja, inclui-se o dia do começo, exclui-se o dia do final. Não há interrupção nem suspensão do 
prazo. 
CPP, Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, 
no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
c/c 
CP, Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
 
Exemplo extraído do livro do professor Renato

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