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71. língUA PORtUgUeSA 1 Trabalho demais, agenda cheia, Internet, celular e carros que chegam a mais de 200 km/h transformam o homem moderno numa espécie de Coelho Branco de Alice 4 no País das Maravilhas. Sempre apressado, eternamente atrasado. E doente. Literalmente. A velocidade, símbolo do desenvolvimento tecnológico e de um modo de produção e 7 consumo cada vez mais vorazes, criou um sentimento de urgência que poucos conseguem administrar. Se é que conseguem mesmo. O resultado é um novo mal que é a cara 10 do nosso tempo: a doença da correria, uma espécie de superestresse que foi descrito pelo médico americano Larry Dossey como uma resposta ao fato de o nosso relógio interno 13 ter virado o relógio de pulso e o despertador. In ic ia t ivas que pr iv i leg iam o bem-estar, a s impl i - cidade, a tradição local, o resgate da histór ia e a 16 hospitalidade começam a pipocar pelo globo. Esse é o começo de uma revolução cultural, uma mudança radical na forma como vemos o tempo e como l idamos com a 19 velocidade e a lentidão. In: Galileu, out./2005, p.43 (com adaptações). (Técnico Judiciário – TST – 2008 – CESPE) Com relação ao texto acima, julgue o item a seguir. (1) Pela organização das ideias do texto, a frase nominal “Sempre apressado, eternamente atrasado” (l.4-5) qualifica o compor- tamento do “Coelho Branco” (l.3) e do “homem moderno” (l.3). 1: o texto apresenta paralelismo de ideias entre as qualidades do “Coelho Branco” e do “homem moderno”. Gabarito 1C (Técnico Judiciário – TST – 2008 – CESPE) Com relação ao texto acima, julgue os itens a seguir. (1) Conclui-se do desenvolvimento das ideias do texto que, nos tempos atuais, “o relógio de pulso e o despertador” (l.13) foram substituídos pelo “nosso relógio interno” (l.12). (2) A expressão “Esse é o começo” (l.16-17) refere-se à ideia inicial do texto, expressa por “Trabalho demais, agenda cheia” (l.1). 1: pelo contrário, de acordo com o texto, o “nosso relógio interno” foi substituído pelo “relógio de pulso e o despertador”: “O resultado é um novo mal que é a cara do nosso tempo: a doença da correria, uma espécie de superestresse (...) uma resposta ao fato de o nosso relógio interno ter virado o relógio de pulso e o despertador.”; 2: o sintagma “Esse é o começo” refere-se à ideia expressa no período anterior: “Iniciativas que privilegiam o bem-estar, a simplicidade, a tradição local, o resgate da his- tória e a hospitalidade começam a pipocar pelo globo. Esse é o começo”. Gabarito 1E, 2E 1 Podem ser fios demais caídos no travesseiro. Ou fios de menos percebidos na cabeça ao se olhar no espelho. No fim das contas, o resultado é o mesmo: você está perdendo 4 cabelo. E não está sozinho. “A calvície atinge 50% da popu- lação masculina”, diz o dermatologista Ademir Carvalho 7 Leite Jr. Se tanta companhia não vale como consolo, a vantagem de ter muita gente sofrendo com o problema é que isso 10 estimula as pesquisas científicas. “Há equipes estudando o uso de células-tronco para tratamento da calvície”, conta Leite Jr. Também já foi descoberto que são oito os pares de 13 genes envolvidos no crescimento dos cabelos, segundo ele, o que abre possibilidades à pesquisa genética. “Entre as perspectivas, está o desenvolvimento de testes 16 genéticos para diagnóstico da alopecia androgenética, ou seja, a ausência de cabelos provocada pela interação entre os genes herdados e os hormônios masculinos. O teste pode 19 determinar o risco e os graus de calvície antes de sua manifestação, permitindo o tratamento precoce”, diz Arthur Tykocinski, dermatologista da Santa Casa de São Paulo, que 22 aponta ainda, entre as novidades na área, os estudos para uso de robôs no processo de transplante de cabelos. Iara Biderman. Folha de S.Paulo, 29/8/2008 (com adaptações). (Técnico Judiciário – TRT/17ª – 2009 – CESPE) Com relação às ideias, à organização e à tipologia do texto, julgue o item que se segue. (1) A linguagem empregada no texto permite caracterizá-lo como predominantemente informativo. 1: trata-se de um texto informativo, publicado em jornal, com o objetivo de prestar informações objetivas. Gabarito 1C Texto para a questão a seguir: 1 Uma decisão singular de um juiz da Vara de Execu- ções Criminais de Tupã, pequena cidade a 534 km da cidade de São Paulo, impondo critérios bastante rígidos para 4 que os estabelecimentos penais da região possam receber novos presos, confirma a dramática dimensão da crise do sistema prisional. A sentença determina, entre outras 7 medidas, que as penitenciárias somente acolham presos que residam em um raio de 200 km. Segundo o juiz, as medidas que tomou são previstas 10 pela Lei de Execução Penal e objetivam acabar com a violação dos direitos humanos da população carcerária e “abrir o debate a respeito da regionalização dos presídios”. 13 Ele alega que muitos presos das penitenciárias da região são de famílias pobres da Grande São Paulo, que não dispõem de condições financeiras para visitá-los semanalmente, o que 16 prejudica o trabalho de reeducação e de ressocialização. Sua sentença foi muito elogiada. Contudo, o governo estadual anunciou que irá recorrer ao Tribunal de Justiça, sob 19 a alegação de que, se os estabelecimentos penais não puderem receber mais presos, os juízes das varas de execuções não poderão julgar réus acusados de crimes 22 violentos, como homicídio, latrocínio, sequestro ou estupro. Além disso, as autoridades carcerárias alegam que a decisão impede a distribuição de integrantes de uma quadrilha por 25 diversos estabelecimentos penais, seja para evitar que continuem comandando seus “negócios”, seja para coibir a formação de facções criminosas. 28 Com um deficit de mais de 40 mil vagas e várias unida- des comportando o triplo de sua capacidade de lotação, a já dramática crise do sistema prisional de São Paulo se 31 agrava todos os dias. O mérito da sentença do juiz de Tupã, que dificilmente será confirmada em instância superior, é o de refrescar a memória do governo sobre a urgência de uma 34 solução para o problema. In: Estado de S. Paulo, 13/1/2008, p. A3. (com adaptações). (Fiscal de Tributos/V. Velha-ES – 2008 – CESPE) Com referência às ideias do texto, julgue os itens de 1 a 7. (1) De acordo com o texto, não ocorrem crimes violentos, como homicídio, latrocínio, sequestro e estupro, na cidade de Tupã. (2) Depreende-se do texto que a crise do sistema prisional de São Paulo pode ser resolvida com a adoção de medidas que restrinjam o deslocamento dos presos e dos seus familiares. (3) Infere-se do texto que o juiz mencionado, ao proferir sua sentença, preocupou-se com a reabilitação dos presos. (4) Subentende-se da leitura do terceiro parágrafo que o governo de São Paulo considera inviável cumprir a sentença e recorrerá à instância superior. (5) De acordo com o terceiro parágrafo do texto, o encarcera- mento de criminosos em diferentes penitenciárias possibilita a desmobilização de quadrilhas. (6) Segundo o autor do texto, a sentença salienta a necessidade de uma solução para a grave situação do sistema prisional de São Paulo. (7) O texto caracteriza-se como texto descritivo devido à sua complexidade e à apresentação de fatos que ocorreram com personagens reais. DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 8 1: De acordo com o texto, “se os estabelecimentos penais não puderem receber mais presos, os juízes das varas de execuções não poderão julgar réus acusados de crimes violentos, como homicídio, latrocínio, sequestro ou estupro.” (linhas 19 a 22); 2: De acordo com o texto, restringir o deslocamento dos familiares dos presos “prejudica o trabalho de reeducação e ressocialização” (linha 16); 3: O juiz alega “que muitos presos das penitenciárias da região são de famílias pobres da Grande São Paulo, que não dispõem de condições financeiras para visitá-los semanalmente, o que prejudica o trabalho de reeducaçãoe de ressocialização.” (linhas 13 a 16); 4: O governo do Estado de São Paulo “anunciou que irá recorrer ao Tribunal de Justiça, sob a alegação de que, se os estabelecimentos penais não puderem receber mais presos, os juízes das varas de execuções não poderão julgar réus acusados de crimes violentos, como homicídio, latrocínio, sequestro ou estupro.” (linhas 17 a 22); 5: De acordo com o texto, “as autoridades carcerárias alegam que a decisão impede a distribuição de integrantes de uma quadrilha por diversos estabelecimentos penais, seja para evitar que continuem seus ‘negócios’, seja para coibir a formação de facções criminosas.” (linhas 23 a 27); 6: “O mérito da sentença (...) é o de refrescar a memória do governo sobre a urgência de uma solução para o problema.” (linhas 31 a 34); 7: O texto é dissertativo com inserções descritivas que confirmam os argumentos do autor. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C, 5C, 6C, 7E 1 Via jando pelas bocas dos r ios Juruá e Purus no início do século XIX, os naturalistas alemães Spix e Martius anotaram, em seus diários, a presença de “índios selvagens” 4 e a falta de “civi l ização”, que, segundo os autores, caracterizavam a região. Além da exploração da região e de suas riquezas naturais, as primeiras expedições oficiais ao 7 Purus e ao Juruá, lideradas, respectivamente, por João Rodrigues Cametá e Romão José de Oliveira, em meados do século XIX, tinham como objetivo a atração e a pacificação 10 dos índios. Essas entradas permaneceram limitadas, subindo os rios apenas parcialmente, mas inauguraram uma série de 13 explorações da região durante as décadas de 50 e 60 do século XIX. Entre essas expedições, destaca-se a viagem, a mando da Royal Geographical Society de Londres, do 16 geógrafo inglês William Chandless, que subiu o Purus em 1864/65 e o Juruá em 1867. Todavia, a historiografia regional consagrou os nomes de Manoel Urbano, explorador 19 do Purus em 1858, e de João da Cunha Corrêa, que percorreu o Juruá em 1861, como os primeiros “desbravadores” e “descobridores” das terras acreanas. Idem, ibidem (com adaptações). (Fiscal de Tributos/Rio Branco-AC – 2007 – CESPE) Considerando o texto acima, julgue os itens a seguir. (1) De acordo com o texto, os alemães Spix e Martius integraram as primeiras expedições oficiais aos rios Juruá e Purus. (2) Os objetivos das expedições lideradas por João Rodrigues Cametá e Romão José de Oliveira, de acordo com o texto, circunscreviam-se à pacificação dos índios da região. (3) O emprego de itálico em “entradas” (l.11) indica que essa expressão está sendo utilizada com sentido adaptado ao contexto, pois seu sentido original não abrange expedições da região Norte. (4) O uso de vírgula após “Chandless” (l.16) justifica-se por isolar oração subordinada adjetiva explicativa. (5) O termo “Todavia” (l.17) pode, sem prejuízo para a correção gramatical e para as informações originais do período, ser substituído por qualquer um dos seguintes: Porém, Contudo, Entretanto, No entanto, Porquanto, Conquanto. 1: As primeiras expedições oficiais ao Purus e ao Juruá foram lideradas por “João Rodrigues Cametá e Romão José de Oliveira” (linhas 6 a 8); 2: As primeiras expedições oficiais “tinham como objetivo a atração e a pacificação dos índios” (linhas 9 e 10); 3: A utilização de destaques no texto como itálico ou as aspas indica que o termo não está sendo usado no seu sentido literal ou usual; 4: A oração “que subiu o Purus em 1864/65 e o Juruá em 1867” é subordinada adjetiva explicativa. O pronome relativo que retoma o termo anterior “William Chandless” com o objetivo de explicá-lo; 5: A conjunção todavia pode ser substituída por outra adversativa (porém, contudo, entretanto, no entanto) que transmitem a ideia de contraste. Não pode, porém, ser substituída pela conjunção causal porquanto ou pela concessiva conquanto. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C, 5E 1 Os heróis existem em todas as culturas e em todas as épocas. Cada povo tem seus heróis, que vão de fundadores de cidades ou civilizações a mártires de causas voltadas ao bem 4 coletivo. Os t ipos de heróis são muitos. Há o herói social , aquele que luta pelas necessidades de um grupo ou de um 7 povo; há o herói velho, experiente, que tem a missão de ensinar; há o herói jovem, intrépido, que enfrenta desafios por impulso; há o herói cotidiano, que enfrenta o trânsito e 10 luta para sustentar com dignidade a sua família; há o herói de ocasião, que, diante do perigo ou de uma situação limite, reúne forças tiradas não se sabe de onde; há o herói 13 equivocado, que luta por causas enganosas; há o herói justiceiro; o vingativo; o de dupla personalidade, que é metade homem-comum, metade super-homem etc. Moacyr Scliar. Um país chamado infância. Português: linguagens. 2002, p. 57 (com adaptações). (Fiscal de Tributos Estaduais/AC – 2006 – CESPE) Assinale a opção correta de acordo com as ideias do texto. (A) Para ser um herói é preciso enfrentar perigos, lutar por uma causa injusta e escapar de muitas armadilhas. (B) Muitas vezes, o jovem quer ser um verdadeiro super-herói, o que consiste em participar de grandes aventuras e fazer o bem. (C) Os heróis vivem em mundos hipotéticos, às vezes paradi- síacos, construídos basicamente pela linguagem. (D) O fato de haver heróis em todas as culturas e épocas faz que a tipologia desses personagens tenha contornos variados. A: de acordo com o texto existem vários tipos de heróis; B: dentre os diversos tipos de heróis, “há o herói jovem, intrépido, que enfrenta desafios por impulso”; C: os heróis são homens comuns, do cotidiano: “Os heróis existem em todas as culturas e em todas as épocas.”; D: é a assertiva correta. Gabarito "D" Texto para as duas questões seguintes 1 Em dezembro de 2000, quando tomou posse no Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Ellen Gracie Northfleet obrigou a corte a uma reforma insólita: a 4 construção de um banheiro feminino ao lado do plenário. Até então, em 172 anos de história, tal peça não tinha sido necessária. Ellen foi a primeira mulher a integrar a Suprema 7 Corte do país. Na quarta-feira, dia 15 de março, a juíza quebrou mais um tabu. Pelo sistema de rodízio dos ministros, foi escolhida para a presidência do Supremo. Todos os seus 10 40 antecessores no cargo foram homens. A chegada de uma mulher ao cargo mais alto da justiça brasileira não é um fato isolado. Uma pesquisa da Associação 13 dos Magistrados Brasileiros mostra que a presença feminina na Justiça cresceu muito. Até o final dos anos 60, apenas 2,3% dos magistrados eram mulheres. Hoje são 22,4%. 16 Elas estão principalmente nos juizados especiais, a área mais moderna do Poder Judiciário brasileiro. Ocupam 37,1% dessas cortes. 19 Segundo a pesquisa, as juízas são mais críticas em relação à atuação da Ordem dos Advogados do Brasil e da justiça. São mais éticas e preocupadas com as questões 22 humanas, tendendo à individuação das sentenças. Os juízes seguiriam a lei, de forma prática. As juízas seriam mais preocupadas com as questões sociais e econômicas que 25 cercam os casos. 91. língUA PORtUgUeSA Como presidente do Supremo, Ellen Gracie passa a ser a quarta pessoa na linha de sucessão presidencial, atrás do 28 vice-presidente e dos presidentes da Câmara e do Senado. A expectativa é de que ela assuma interinamente o Palácio do Planalto durante uma das viagens internacionais do presidente 31 Luiz Inácio Lula da Silva. A primeira oportunidade poderá ser no dia 12 de maio, quando o presidente Lula estará em Viena, para o encontro de 34 cúpula entre União Europeia e América Latina. Se, na mesma data, estiverem viajando Alencar, Renan e Aldo, Ellen Gracie poderá ser a primeira mulher a ocupar a presidência da 37 República do Brasil. Época, n.º 409, 20/3/2006, p. 22 (com adaptações). (Fiscal de Tributos Estaduais/AC – 2006 – CESPE) Com base nas ideias desenvolvidas nos parágrafos do texto, assinale a opção incorreta. (A) O primeiro parágrafo apresenta uma visão retrospectiva dahistória da Suprema Corte, a partir da distribuição sexista dos membros titulares do STF, praxe quebrada pela juíza, que mandou construir um sanitário novo, para seu uso exclusivo. (B) O segundo e o terceiro parágrafos abordam, respectiva- mente, o significativo aumento da presença feminina entre os magistrados e a diferença da atuação das mulheres em relação aos homens, na esfera judicial. (C) O quarto parágrafo situa a presença da juíza, doutora Ellen Gracie, como presidente do STF, no quarto lugar na linha hierárquica da substituição presidencial. (D) O último parágrafo antevê a possibilidade de, em maio, pela primeira vez na história, o Brasil ficar sob a presi- dência de uma mulher, desde que os três homens que a antecedem na linha de sucessão presidencial estejam ausentes do país. A distribuição dos membros titulares do STF não é sexista: “Pelo sistema de rodízio dos ministros foi escolhida para a presidência do Supremo.” (linhas 8 e 9). Gabarito "A" (Fiscal de Tributos Estaduais/AC – 2006 – CESPE) De acordo com o texto, assinale a opção correta. (A) O texto faz um percurso tipológico singular: partindo de uma sequência narrativa, no início, passa para o predomínio da estrutura dissertativa, ao meio, até chegar ao predomínio da descrição, no último parágrafo. (B) A palavra “peça” (l.5) está empregada no sentido de docu- mento incorporado aos autos para instruir um processo. (C) Uma mulher ocupar o cargo mais elevado do Poder Judici- ário brasileiro é um fato singular, apesar de a percentagem de pessoas do sexo feminino no STF ter aumentado muito no último sesquicentenário. (D) Ao afirmar que as juízas são “mais éticas e preocupadas com as questões humanas, tendendo à individuação das sentenças” (l. 21-22), o texto deixa implícita uma compa- ração com os juízes, que refletem menos a respeito da essência dos valores e das normas humanas. A: trata-se de um texto informativo em que predomina a estrutura dissertativa; B: “tal peça” refere-se a banheiro feminino; C: o fato de uma mulher ocupar o cargo mais elevado do Poder Judiciário brasileiro é realmente um fato singular. Ellen Gracie foi a primeira mulher a ser nomeada nos últimos 150 anos (sesquicentenário), ou melhor, nos últimos 172 anos. De zero o STF passou a ter uma ministra. D: é a assertiva correta. Gabarito "D" Texto I – O retrato do Brasil em 10 anos 1 O censo demográfico é a mais importante fonte de informa- ções sobre as condições de vida da população brasileira. A parte divulgada agora refere-se ao questionário básico que foi 4 respondido em todos os domicílios visitados. Por ser a única pesquisa que abrange os 5.507 municípios do país, é um instrumento precioso para o planejamento de todas as políticas 7 voltadas para o bem-estar social. A conclusão desse calha- maço — são 500 páginas de informações colhidas por 200.000 recenseadores entre agosto e novembro do ano 2000 — é que o 10 país avançou. Os 169 milhões de brasileiros registrados no Censo 2000 vivem, em linhas gerais, melhor do que se vivia em 1991. A questão é que é preciso avançar mais e mais rápido 13 para pôr fim à injustiça social. “É como um copo com água pela metade. Alguns dirão que está meio cheio e outros dirão que está meio vazio”, resume o presidente do IBGE. De qualquer 16 maneira, há meio copo a ser preenchido. Trata-se de um desafio para uma década, ou duas, ou mais ainda do que isso. Mas é bom lembrar que, se dez anos é prazo curto para eliminar 19 problemas estruturais, é também tempo mais que suficiente para agravá-los de forma drástica. Aí está a Argentina a servir de exemplo. Em 1991, apostou todas as fichas no plano econômico 22 que prometeu vida de Primeiro Mundo à população. Dez anos depois, o resultado é pobreza e caos em um país que sempre se orgulhou, com motivo, de suas conquistas sociais. Lucila Soares. Veja, 26/12/2001, p. 33 (com adaptações). (Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE) Analisando as ideias explícitas e implícitas do texto I, julgue os seguintes itens. (1) O censo demográfico pode ser considerado a mais importante fonte de informações sobre as condições de vida da população brasileira, já que a parte divulgada refere-se ao questionário respondido em todos os domi- cílios visitados. (2) A parte divulgada do censo pode ser considerada um calha- maço, uma vez que compreende meio milhão de páginas de informações colhidas por duas centenas de milhar de recenseadores que laboraram, por quatro meses, para provar que o país avançou. (3) O Censo 2000 demonstrou, a partir da análise dos dados coletados, que a totalidade dos brasileiros registrados vive, em linhas gerais, melhor do que vivia há uma década. (4) Segundo a análise feita pela autora do texto, realizar um recenseamento periodicamente é necessário mas insufi- ciente, porque é preciso avançar muito mais, e rapidamente, para se pôr fim à injustiça social. (5) De acordo com a analogia com o copo com água pela metade, feita pelo presidente do IBGE, os resultados do Censo 2000 podem ser alvo de um julgamento favorável ou desfavorável, conforme o ponto de vista adotado. 1: O fato de a parte divulgada referir-se a questionário respondido em todos os domicílios brasileiros não é indicado explicitamente como a razão pela qual o censo é a mais importante fonte de informação sobre as condições de vida da população brasileira. Segundo o texto, esse fato é a razão pela qual o censo é um instrumento precioso para o planejamento de todas as políticas voltadas para o bem-estar social; 2: O trabalho dos censores não foi feito para provar que o país avançou, embora essa tenha sido a conclusão a que a autora chegou, com base na análise dos dados coletados; 3: Ver o trecho que se inicia com “Os 169 milhões de brasileiros...”; 4: A autora não afirma que o recenseamento periódico é necessário ou insuficiente em relação ao avanço social; 5: Esse é o significado da conhecida figura do “copo pela metade”. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E, 5C DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 10 (Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE) No texto I, cor- responde à circunstância de (1) superioridade o termo “sobre” (l.2), que pode ser substituído por a respeito de. (2) causa o termo “Por” (l.4), que pode ser substituído por Devido a. (3) finalidade o termo “para” (l.6), que pode ser substituído por a fim de que. (4) adversidade o termo “Mas” (l.17), que pode ser substituído por Todavia. (5) tempo a expressão “Em 1991” (l.21), que pode ser substi- tuída por Há pouco mais de uma década. 1: O termo sobre em “informações sobre as condições” significa em relação a, acerca de, e não tem sentido de superioridade; 2, 4 e 5: As assertivas são corretas; 3: “Para” em “instrumento precioso para o planejamento” não pode ser substituído por a fim de que, sem alteração sintático-semântica. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C, 5C 1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes. Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 10 constituem indicadores de modernidade. Modernidade seria assegurar a todos os habitantes do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício 13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo, 16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões econômicas.Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). (Agente de Polícia Federal – 2009 – CESPE) Considerando a argu- mentação do texto acima bem como as estruturas linguísticas nele utilizadas, julgue o item a seguir. (1) Infere-se da leitura do texto que o futuro de um país seria “obra do acaso” (l.3) se a modernidade não assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos. 1: incorreta, porque o texto não passa essa mensagem. O autor afirmar taxativamente que o futuro de um país nunca será “obra do acaso”, sendo sempre construído. A divergência ocorre apenas na forma de construção da modernidade. Gabarito "E" 1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não necessar iamente de mercado. De modo gera l , a 4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem para a fixação de uma tradição democrática. Penso que temos 7 de refletir um pouco a respeito do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com características fixas, mas de um processo que, apesar de constituir formas 10 institucionais, não se esgota nelas. É tempo de voltar ao filósofo Espinosa e imaginar a democracia como uma potencialidade do social, que, se de um lado exige a criação 13 de formas e de configurações legais e institucionais, por outro não permite parar. A democratização no século XX não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema 16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as chamadas sociedades ocidentais. Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). (Agente de Polícia Federal – 2009 – CESPE) Com base nas estrutu- ras linguísticas e nas relações argumentativas do texto acima, julgue o item a seguir. (1) Depreende-se da argumentação do texto que o autor con- sidera as instituições como as únicas “características fixas” (l.8-9) aceitáveis de “democracia” (l.1 e 7). 1: incorreta, pois o autor é categórico ao afirmar que a democracia não pode ser reduzida a “características fixas”. Pretende, com sua argumentação, demonstrar que o conceito de democracia não prescinde das instituições, mas vai além delas. Gabarito "E" O valor da vida é de tal magnitude que, até mesmo nos momentos mais graves, quando tudo parece perdido dadas as condições mais excepcionais e precárias — como nos conflitos internacionais, na hora em que o direito da força se instala negando o próprio Direito, e quando tudo é paradoxal e inconcebível —, ainda assim a intuição humana tenta protegê-lo contra a insânia coletiva, criando regras que impeçam a prática de crueldades inúteis. Quando a paz passa a ser apenas um instante entre dois tumultos, o homem tenta encontrar nos céus do amanhã uma aurora de salvação. A ciência, de forma desesperada, convoca os cientistas a se debruçarem sobre as mesas de seus laboratórios, na procura de meios salvadores da vida. Nas salas de conversação internacionais, mesmo entre intrigas e astúcias, os líderes do mundo inteiro tentam se reencontrar com a mais irrecusável de suas normas: o res- peito pela vida humana. Assim, no âmago de todos os valores, está o mais indeclinável de todos eles: a vida humana. Sem ela, não existe a pessoa humana, não existe a base de sua identidade. Mesmo diante da proletária tragédia de cada homem e de cada mulher, quase naufragados na luta desesperada pela sobrevivência do dia a dia, ninguém abre mão do seu direito de viver. Essa consciência é que faz a vida mais que um bem: um valor. A partir dessa concepção, hoje, mais ainda, a vida passa a ser respeitada e protegida não só como um bem afetivo ou patrimonial, mas pelo valor ético de que ela se reveste. Não se constitui apenas de um meio de continuidade biológica, mas de uma qualidade e de uma dignidade que faz com que cada um realize seu destino de criatura humana. Internet: . Acesso em ago./2004 (com adaptações). (Agente de Polícia Federal – 2004 – CESPE) Com base no texto acima, julgue os itens a seguir. (1) O texto estrutura-se de forma argumentativa em torno de uma ideia fundamental e constante: a vida humana como um bem indeclinável. (2) O primeiro parágrafo discorre acerca da valorização da existência e da necessidade de proteção da vida contra a insânia coletiva, por intermédio de normas de convivência que impeçam a prática de crueldades inúteis, principal- mente em épocas de graves conflitos internacionais, quando o direito da força contrapõe-se à força do Direito e quando a situação se apresenta paradoxal e inconcebível. (3) No segundo parágrafo, estão presentes as ideias de que a paz é ilusória, não passando de um instante apenas de trégua entre dois tumultos, e de que, para mantê-la, os cientistas se desdobram à procura de fórmulas salvadoras da humanidade e os líderes mundiais se encontram para preservar o respeito recíproco. (4) No penúltimo parágrafo, encontra-se uma redundância: a afirmação de que o soberano dos valores é a vida humana, sem a qual não existe a pessoa humana, sequer a sua identidade. 111. língUA PORtUgUeSA (5) O comprometimento ético para com a humanidade é defen- dido no último parágrafo do texto, que discorre acerca da vida não só como um meio de continuidade biológica, mas como a responsável pelo destino da criatura humana. 1: correta. A estrutura argumentativa, própria dos textos dissertativos, é aquela que pretende convencer o leitor através de argumentos, científicos ou emotivos, de que o autor tem razão. No caso, busca-se sacramentar que a vida humana, ainda que diante das arbitrariedades e crueldades dos conflitos, é um bem maior e deve ser sempre pro- tegido; 2: correta. A assertiva parafraseia, sem perda de conteúdo, o que consta do primeiro parágrafo; 3: incorreta. Na verdade, o parágrafo expõe que, apesar da paz ser transitória durante os períodos de conflito, ainda assim o ser humano, espontaneamente ou contrariado, não deixa de buscar formas de salvar vidas ou evitar mais perdas humanas; 4: correta. Ocorre redundância (ou pleonasmo) quando verificamos que a conclusão ou o objeto da frase é uma obviedade. Naturalmente, sem a vida humana, não se pode falar em pessoa humana; 5: incorreta. Não se conclui no texto que a vida é a responsável pelo destino da criatura humana, mas sim que a ética que ela reveste o é. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C, 5E Os novos sherlocks 1 D i v i d i d a b a s i c a m e n t e e m d o i s c a m p o s , criminalística e medicina legal, a área de perícia nunca esteve tão na moda. Seus especialistas volta e meia estão no 4 noticiário, levados pela profusão de casos que requerem algum tipo de tecnologia na investigação. Também viraram heróis de seriados policiais campeões de audiência. 7 Nos EUA, maior produtor de programas desse tipo, o sucesso é tão grande que o horário nobre, chamado de prime time, ganhou o apelido de crime time. Seis das dez séries de 10 maior audiência na TV norte-americana fazem parte desse filão. Pena que a v ida de per i to não se ja tão fác i l e 13 glamorosa como se vê na TV. Nem todos utilizam aquelas lanternas com raios ultravioleta para rastrear fluidos do corpo humano nem as canetas com raio laser que traçam a 16 trajetória da bala. “Com o avanço tecnológico, as provas técnicas vêm ampliando seu espaço no direito brasileiro, principalmente na área criminal”, declara o presidente da 19 OAB/SP, mas, antes disso, já havia peritos que recorriam às mais diversas ciências para tentar solucionar um crime. Na divisão da polícia brasileira, o pontapé inicial da 22 investigação é dado pelo perito, sem a companhia de legistas, como ocorre nos seriados norte-americanos. Cabe a ele examinar o local do crime, fazer o exame externo da vítima, 25 coletar qualquer tipo de vestígio,inclusive impressões digitais, pegadas e objetos do cenário, e levar as evidências para análise nos laboratórios forenses. Pedro Azevedo. Folha Imagem, ago./2004 (com adaptações). (Agente de Polícia Federal – 2004 – CESPE) A respeito do texto acima, julgue os itens subsequentes. (1) De acordo com o presidente da OAB/SP, as provas técnicas têm sido ampliadas, principalmente na área criminal, com o avanço tecnológico no espaço do direito brasileiro. (2) Está explícita no último parágrafo do texto a seguinte rela- ção de causa e consequência: o perito examina o local do crime, faz o exame externo da vítima e coleta qualquer tipo de vestígio porque precisa levar as evidências para análise nos laboratórios forenses. 1: incorreta. A paráfrase não equivale ao trecho original. A assertiva dá a entender que foi o avanço tecnológico que ganhou espaço no direito brasileiro, sendo que o entrevistado afirma que a prova técnica ganhou espaço, por conta do avanço tecnológico; 2: incorreta, porque a relação está implícita. O texto, puramente, não trata como uma relação de causa e consequência, porque “levar as evidências para análise” também é uma de suas atribuições e não o objetivo delas. A relação causal é uma dedução possível, resultado do exercício de interpretação. Gabarito 1E, 2E Texto 1 A maior ia dos comentár ios sobre c r imes ou se limitam a pedir de volta o autoritarismo ou a culpar a violência do cinema e da televisão, por exci tar a 4 imaginação criminosa dos jovens. Poucos pensam que vivemos em uma sociedade que estimula, de forma sistemática, a passividade, o rancor, a impotência, a 7 inveja e o sentimento de nulidade nas pessoas. Não podemos interferir na política, porque nos ensinaram a perder o gosto pelo bem comum; não podemos tentar 10 mudar nossas relações afetivas, porque isso é assunto de cientistas; não podemos, enfim, imaginar modos de viver mais dignos, mais cooperativos e solidários, porque isso 13 é coisa de “obscurantista, idealista, perdedor ou ideólogo fanático”, e o mundo é dos fazedores de dinheiro. S o m o s u m a e s p é c i e q u e p o s s u i o p o d e r d a 16 imag inação, da c r ia t i v idade, da a f i rmação e da agressividade. Se isso não pode aparecer, surge, no lugar, a reação cega ao que nos impede de criar, de colocar no 19 mundo algo de nossa marca, de nosso desejo, de nossa vontade de poder. Quem sabe e pode usar — com firmeza, agressividade, criatividade e afirmatividade — 22 a sua capacidade de doar e transformar a vida, raramente precisa matar inocentes, de maneira bruta. Existem mil outras maneiras de nos sentirmos potentes, de nos 25 sentirmos capazes de imprimir um curso à vida que não seja pela força das armas, da violência física ou da evasão pelas drogas, legais ou ilegais, pouco importa. Jurandir Freire Costa. In: Quatro autores em busca do Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 43 (com adaptações). (Escrivão de Polícia Federal – 2002 – CESPE) Acerca das ideias do texto acima , julgue os seguintes itens. (1) Muitos acreditam que a censura aos meios de comunica- ção seria uma forma de reduzir a violência entre jovens. (2) A argumentação do texto põe em confronto atitudes possí- veis: uma que se caracteriza por passividade e impotência, outra, por resistência criativa. (3) O trecho “Não podemos (...) dinheiro” ( .7-14) apresenta exemplificações que funcionam como argumentos para a afirmação do período que o antecede. (4) Infere-se do texto que o autor culpa a violência do cinema e da televisão pela disseminação da violência nos dias atuais. (5) De acordo com as ideias defendidas no texto, as formas positivas de dar sentido à vida e experimentar a sensação de poder vinculam-se à maneira como se usa a capacidade de doação e de transformação. 1: correta. É o que se pode deduzir, em interpretação a contrario sensu, dos fatos expostos no primeiro parágrafo; 2: correta. A passividade é exposta nos primeiros parágrafos, resumindo o ideal da maioria de que não podemos interferir nos grandes temas sociais. A “resistência cria- tiva” é descrita a partir da linha 20, ao dizer que podemos usar nossas características humanas como armas para nos sentirmos potentes, sem precisar da violência gratuita; 3: correta. Os exemplos esclarecem o argumento do autor sobre a razão da passividade da maioria das pes- soas; 4: incorreta. Ao contrário, os argumentos expostos evidenciam que, para o autor, culpar o cinema e a televisão é evitar olhar sobre o real problema: a passividade das pessoas; 5: correta. Para o autor, apenas através do uso daquilo que nos faz humanos é que podemos lutar, positivamente, contra a passividade e dar sentido à vida. Gabarito 1C, 2C ,3C, 4E, 5C Um desafio cotidiano Recentemente me pediram para discutir os desafios políticos que o Brasil tem pela frente. Minha primeira dúvida foi se eles seriam diferentes dos de ontem. Os problemas talvez sejam os mesmos, o país é que mudou e reúne hoje mais condições para enfrentá-los que no passado. A síntese de minhas conclusões é que precisamos prosseguir no processo de democratização do país.