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SOLOS
Formação do Solo
Classificações
Propriedades Físicas 
AGRONOMIA
Cenário típico em Ribeirão Preto
Pedreira de basalto com cobertura de camada de solo
FOTO AUGUSTO FILHO (2002)
SOLO: Interpretações diversas
� Engenharia Civil – material escavável , que perde sua 
resistência em contato com a água
� Arqueologia: material no qual se encontram registros de 
civilizações e organismos fósseis
� Geologia – produto do intemperismo físico e químico 
das rochas
� Agronomia – camada superficial de terra arável, 
possuidora de vida microbiana
� Pedologia ou Edafologia – Dukuchaiev (Rússia, 1880) –
camada viva que recobre a superfície da Terra, em 
evolução permanente, por meio da alteração das rochas 
e de processos pedogenéticos, comandados por 
agentes físicos, químicos e biológicos.
Atenção para alguns termos
� Processos pedogenéticos; pedogênese
� Substrato pedogenético; Materiais inconsolidados
� Solo superficial; Solo maduro
� Solo residual jovem; Solo de alteração; Solo 
saprolítico ou saprolito; Horizonte C
� Perfil de solo; Perfil de intemperismo
� Material parental; Rocha mãe; rocha fonte 
� Rocha sã; rocha inalterada
� Rocha decomposta; rocha intemperizada
� Manto de intemperismo
Fatores de formação do Solo
�Rocha
�Clima
�Relevo
�Biosfera (organismos)
�Tempo
CLIMA
� Tendências de evolução pedológica condicionadas 
pelo Clima
� PODZOLIZAÇÃO: fenômeno característico de regiões 
de clima temperado, condicionado por acúmulo de 
matéria orgânica, produção de ácidos húmicos, 
dispersão de sesquióxidos de ferro e alumínio e 
enriquecimento em sílica que, em certos casos, 
constitui mais de 80% da fração mineral dos horizontes 
superiores
� LATERIZAÇÃO: fenômeno característico de regiões de 
clima tropical e intertropical (quente e úmido), 
condicionado pela lixiviação de bases e sílica 
produzidos por hidrólise, acumulação de sesquióxidos 
de ferro e alumínio e produção de argilominerais do 
grupo caolinítico
CLIMA
� Tendências de evolução pedológica condicionadas 
pelo Clima (continuação)
� SALINIZAÇÃO: fenômeno característico de regiões de 
clima árido ou semi-árido, condicionado pela 
concentração de bases na forma de sais, que se 
precipitam nos horizontes superiores
� GLEIZAÇÃO: fenômeno também conhecido por 
hidromorfia, característico de locais saturados em 
água (microclima úmido e/ou terrenos mal-drenados), 
onde cátions metálicos, especialmente o ferro, se 
mantêm na forma reduzida, favorecendo sua lixiviação, 
normalmente acompanhada pela remoção de 
argilominerais
OS GRANDES GRUPOS DE 
ROCHAS E SOLOS
ROCHAS ÍGNEAS
� O resfriamento e a solidificação do magma formam as 
rochas ígneas. 
� Se, por exemplo, elas têm todos os minerais bem 
cristalizados, do mesmo tamanho, isto indica que o 
magma se consolidou no interior da Terra, dando tempo 
para os minerais crescerem de modo uniforme.
� Quando os minerais encontrados na rocha são muito 
pequenos - nem chegam a formar cristais – significa que 
o magma se resfriou subitamente. Isto acontece, por 
exemplo, quando o magma extravasa em superfície ou 
no fundo do mar. Ele resfria tão rapidamente que os 
cristais não têm tempo de crescer.
ROCHAS ÍGNEAS
As rochas ígneas que se consolidam no interior da Terra 
chamam-se intrusivas ou plutônicas. Os granitos fazem parte 
deste grupo. 
O magma pode extravasar na 
superfície e formar as rochas 
extrusivas ou vulcânicas como os 
basaltos.
A medida que os sedimentos erodidos vão se acumulando nas
depressões, chamadas de bacias sedimentares, eles vão se 
compactando, transformando-se em rochas sedimentares.
ARENITOS
CONGLOMERADOS
FOLHELHOS
CALCÁRIOS
� As rochas metamórficas são formadas a partir de modificações de rochas
ígneas, sedimentares ou de outras rochas metamórficas, pelo aumento da
temperatura e da pressão, porém sem chegarem a se fundir.
� Isso ocorre, por exemplo, em regiões de choque de placas, onde as rochas são
comprimidas ou em regiões em que massas de magma entram em contato com 
outras rochas, transformando-as por aquecimento.
As rochas metamórficas mais comuns são os xistos, 
os gnaisses e os quartzitos.
Xisto
Gnaisse
QUARTZITOS
Classificação Genética
QUANTO À ORIGEM
Podem ser classificados em duas grandes 
categorias:
� Solo residual ou autóctone: formado no local (in 
situ), diretamente da desagregação e 
decomposição da rocha subjacente ao perfil do 
solo. Também chamado de solo eluvionar.
� Solo transportado ou alóctone: os materiais 
resultantes do intemperismo das rochas são 
transportados e depositados em outro local.
Solo Residual
� São solos que permanecem no local de decomposição 
da rocha
� Ocorrência depende da maior velocidade de 
decomposição da rocha em relação a remoção do solo 
por agentes externos
� As condições existentes nas regiões tropicais são 
favoráveis ao rápido intemperismo da rocha 
(LATERIZAÇÃO) - maior ocorrência de solos residuais 
nestas regiões - Brasil
� Características relacionadas com a rocha fonte:
� mineralogia
Horizonte C
Solo Residual
� Quanto a rocha fonte
� Solos residuais de basalto são 
predominantemente argilosos e ricos em 
oxi-hidróxidos de Fe
� Solos residuais de gnaisse são 
geralmente siltosos
� Solos residuais de granitos apresentam 
teores aproximadamente iguais de areia 
média, silte e argila
Solo Residual
ETAPAS DE FORMAÇÃO
� Processo inicial – intemperismo físico e químico
� Juntas/ Diáclases/ Fraturas – formação de 
blocos
� Blocos arredondados (matacões) + formação 
saprólito
� Gradativo desaparecimento de matacões e 
consequente aumento de saprolito
� Pedogênese: formação dos horizontes A - B. 
� Laterização – solos lateríticos como por 
exemplo Latossolos
Solo Residual - evolução
Rocha recém
exposta
Solo jovem
(litossolo ou 
neossolo))
Solo raso
(cambissolo)
Solo maduro
(latossolo)
F
O
T
O
 
A
U
G
U
S
T
O
 
F
I
L
H
O
 
(
2
0
0
2
)
ROCHA: BASALTO ROCHA: BASALTO 
SOLO DE ALTERASOLO DE ALTERAÇÇÃO ÃO 
OU RESIDUAL JOVEM OU RESIDUAL JOVEM 
SOLO SUPERFICIAL OU SOLO SUPERFICIAL OU 
RESIDUAL MADURO RESIDUAL MADURO 
Como exemplo 
podemos citar o 
LATOSSOLO 
VERMELHO-
ROXO, um tipo de 
solo muito comum na 
região de Ribeirão 
Preto
LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Parque Nacional do Caparaó (MG)
Solo Transportado
� Solos transportados, alóctones ou 
sedimentares são aqueles “carregados” e 
depositados por algum agente de transporte.
� As características desses solos dependem do 
agente de transporte.
� Cada um dos agentes seleciona os grãos 
minerais e/ou rochosos de maneira diferente, 
de acordo com sua capacidade de transporte.
� Em função do agente transportador o solo 
recebe seu nome.
Solo Transportado
TIPOS de solos transportados em ordem 
decrescente de seleção
� Ventos (Solos Eólicos)
� Águas (Solos Aluvionares)
– Água dos Oceanos e Mares (Solos 
Marinhos)
– Água dos Rios (Solos Fluviais)
– Água de Chuvas (Solos Pluviais)
� Geleiras (Solos Glaciais)
� Gravidade (Solos Coluvionares)
Grau de seleção e arredondamento dos sedimentos
Grau de Arredondamento
Grau de Seleção
Mal 
selecionados
Moderadamente 
selecionados
Bem 
selecionados
Angulosos Sub
arredondados
Muito bem 
arredondados
Transporte pelo vento
• O formato dos grãos são arrendondados, 
devido o atrito entre as partículas
• O vento tem grande poder de transporte, ao 
contrário do que podemos imaginar
• Exemplos de cidades soterradas parcial ou 
totalmente pela ação do vento – Itaúnas-ES e 
Tutóia-MA
• Sedimentos (mais finos) do deserto do Saara 
chegam na Inglaterra (3000 km !!!!!!)
• O vento é o transporte mais seletivo (areias 
finas e silte)
Transporte pela água
• Solos aluvionares: textura depende da 
velocidade da água no momento da deposição; 
ocorrência de camadas de granulometrias
distintas devido as diferentes épocas de 
deposição
• Características importantes
– Viscosidade
– Velocidade e direção
– Dimensão das Partículas
– Eliminaçãoda coesão
Transporte pela água
Tipos: Pluviais, Fluviais e Marinhos
• Pluviais
A água da chuva se infiltra e pode carrear grãos finos 
através dos poros existentes nos solos grossos, mas 
este transporte é raro e pouco volumoso, portanto de 
pouca relevância em relação à erosão superficial. De 
maior importância é o material que as águas das 
chuvas levam ao escoar de pontos mais elevados no 
relevo aos vales. Os vales contém rios ou riachos que 
serão alimentados não só da água que escoa das 
escarpas, como também de matéria sólida.
Transporte pela água
Fluviais
Os rios desgastam o relevo em sua parte mais elevada 
e levam os solos para sua parte mais baixa, existindo 
com o tempo uma tendência a planificação do leito. 
Rios mais velhos têm portanto menor velocidade e 
transportam menos
Cada tamanho de grão será depositado em um 
determinado ponto do rio, correspondente a uma 
determinada velocidade, o que leva os solos fluviais 
a terem uma certa uniformidade granulométrica. 
Solos muito finos, como as argilas, permanecerão 
em suspensão até decantar em mares ou lagos com 
água em repouso.
Transporte pela gravidade
Solos Coluvionares
• Dentre os solos transportados os mais 
heterogêneos granulometricamente, pois a 
gravidade transporta indiscriminadamente 
desde grandes blocos de rocha até as 
partículas mais finas de argila.
• Exemplo: escorregamentos das escarpas da 
Serra do Mar formando os Tálus nos pés do 
talude, massas de materiais muito diversas e 
sujeitas a movimentações de rastejo
Depósitos de Tálus
• Depósitos formados pela ação da água e da 
gravidade, compostos predominantemente 
por blocos de rocha de variados tamanhos, 
geralmente arredondados, envolvidos ou não 
por uma matriz areno-silto-argilosa.
• Ocorrem de forma localizada, ocupando os 
sopés das encostas de relevos acidentados –
serras e escarpas.
Depósitos coluvionares
(tálus)
Chapada Diamantina (BA)
Propriedades Físicas
Além da classificação genética as propriedades 
físicas dos solos também podem ser 
utilizadas como parâmetro para classificação
Propriedades Físicas do Solo
� Cor: indica constituintes presentes no solo. Na 
agronomia é um parâmetro importante utilizado 
na classificação do solo.
� Textura: tamanho relativo das diferentes 
partículas que compõem o solo (granulometria). 
Usada na classificação dos solos.
� Estrutura: agrupamento e organização das 
partículas do solo em agregados estruturais. Ex. 
granular, laminar, colunar etc.
Propriedades Físicas do Solo
� Consistência: Manifestação das forças de 
coesão (atração entre as partículas sólidas) e 
adesão (atração entre as partículas sólidas e a 
água) sob diferentes condições de umidade 
� Porosidade: volume do solo ocupado pela água 
e pelo ar
� Permeabilidade: é a maior ou menor facilidade 
com que a percolação da água ocorre através 
de um solo 
Propriedades Físicas do Solo
QUANTO A COR
� Escuro: indica presença de matéria orgânica 
com grande importância para atividades 
agrícolas
� Avermelhados e Amarelados: forte 
presença de óxido de ferro
� Claros: baixa presença de material orgânico
Estrutura - prismática
Estrutura granular
Propriedades Físicas do Solo
Textura: proporção relativa entre as frações 
granulométricas (p.ex. areia, silte e argila) de um 
solo.
Existem diferentes normas para os limites 
granulométricos convencionais
TRIÂNGULO TEXTURAL de FERET:
A classificação granulométrica de um solo é auxiliada 
por esse diagrama e utilizada na Agronomia
Em Geologia usa-se com finalidades específicas.
FRAÇÃO
GRANULOMÉTRICA
DIÂMETRO 
(mm)
Matacão > 200
Calhau 200 –20
Cascalho 20 - 2
Areia 2 – 0,06
Silte 0,06 – 0,002
Argila < 0,002
Triângulo Textural de FERET de uso 
na Agronomia
Classificação dos Solos
CLASSIFICAÇÃO PEDOLÓGICA
� A Pedologia foi desenvolvida por agrônomos 
e tem como objeto de estudo a camada 
superficial do solo até 2 m de profundidade. 
Assim, de maneira simplificada, pode-se 
dizer que a Pedologia define classes e 
categorias de solos dentro do grupo dos 
solos lateríticos, que são os solos 
superficiais. 
Classificação de Solos no Brasil
EMBRAPA - 1999
EMBRAPA - 1999
� A classificação de solos no Brasil iniciou-
se em 1947 e baseava-se nos conceitos 
americanos sintetizados em publicações 
de 1938 e revisadas em 1949. Nestes 50 
anos ininterruptos de estudos de solos, 
várias mudanças ocorreram quanto aos 
conceitos originais, nomenclatura e 
definições de classes.
Classificação de Solos no Brasil
� A edição atual inova completamente a 
estrutura do sistema, tendo-se chegado ao 
tipo desejável de classificação hierárquica, 
multicategórica, descendente e aberta 
para inclusão de novas classes à medida 
que o país vai sendo melhor conhecido.
�O novo sistema é estruturado com base 
em características de gênese do solo e 
propriedades pedogenéticas que 
imprimem marcas distintas em cada tipo 
de solo conhecido.
Classificação de Solos no Brasil
� Uma visão geral do sistema mostra 14* classes no 
nível de Ordem (1º nível categórico), 44 classes no 
nível de Subordem (2º nível), 150 classes no nível de 
Grande Grupo (3º nível) e 580 classes no nível de 
Subgrupo (4º nível). No 5º e 6º níveis, Família e Série, 
respectivamente, o número de classes é imprevisível 
no momento, dependendo da intensidade de 
levantamentos semidetalhados e detalhados que 
venham a ser executados nos anos futuros.
* Atualmente são 13 classes. Em 2001 a classe Alissolo foi excluída.
LATOSSOLO ROXO
� Textura: muito argilosa
� Origem: rochas básicas
(basaltos ou diabásios)
� A classe LATOSSOLO se manteve
ARGISSOLO
� Textura: argilosa
� Origem: hornblenda gnaisses e 
anfibolitos
� Antigo PODZÓLICO VERMELHO 
ESCURO
ALISSOLO
� Textura: argilosa
� Origem: sedimentos pelíticos
� Antigo PODZÓLICO VERMELHO 
AMARELO
A CATEGORIA ALISSOLO 
FOI EXTINTA EM 2001
GLEISSOLO
� Textura: muito argilosa
� Origem: sedimentos palustres argilosos 
costeiros
� Antigo Glei Húmico
NEOSSOLO
� Textura: textura franco arenosa 
� Origem: cobertura Sedimentar 
psamítica
� Antigo REGOSSOLO
NEOSSOLO Litólico
� Textura: média com cascalho
� Origem: rochas básicas
� Antigo LITOSSOLO (Solo Litólico)
Fontes utilizadas na apresentação
OLIVEIRA, A. M. S. & BRITO, S. N. A. (Ed.). 1998. Geologia de 
Engenharia. São Paulo, ABGE, 586p.
TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M. de; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, 
F. (Orgs.) 2000. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de 
Textos. 568p. 
Apresentação – Bloco 2: Solos. Prof. Dr. Heraldo Campos. 
Poluição dos solos e das águas. Remediação e biorremediação
de solos e de aqüíferos. Curso de Pós Graduação em 
Engenharia Ambiental – Centro Universitário Moura Lacerda. 
Módulo Controle da Qualidade Ambiental
Soil Survey Division Staff. 1993. Soil survey manual. Soil
Conservation Service. U.S. Department of Agriculture Handbook
18.
A nova versão do sistema brasileiro de classificação de solos. 
Paulo Klinger Tito Jacomine – UFRPE – Recife. URL: 
http://www.cnps.embrapa.br/sibcs/download/ata10.pdf

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