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corretivas, e de que tipo devem ser, somente após esta análise. Dada a realidade brasileira, é provável que essas tendam a ser muito mais relativas à natureza da política econômica do que da política industrial. Esta última ainda precisa ser muito melhor embasada. (Adaptado de Cláudio Haddad) a) Todas as ocorrências de “se” admitem mudança de colocação. b) Em “se justifique”, a próclise do “se” está em desacordo com a norma culta. c) Em “se prove”, a norma culta admite a ênclise do “se”. d) Em “se pondere”, a próclise do “se” é facultativa. e) Em “Pode-se”, a ênclise do “se” justifica-se por ser início de oração. Gabarito: E Comentário. Os erros das demais opções são: a) há ocorrências em que a colocação apresentada não admite mudanças – próclise em “que se prove” (atração pela conjunção); ênclise em “Pode-se concluir” (início do período). b) a próclise de “se justifique” se deve à oração subordinada a qual integra (“para que a intervenção governamental se justifique...” – oração subordinada adverbial final). c) a próclise é obrigatória em “se prove” por força da conjunção integrante que (“É preciso ISSO” – “que se prove a existência...”). Para relembrar a diferença entre pronome relativo e conjunção, leia a aula 5, comentário à questão 2. 22 - (Oficial de Chancelaria/2002) Marque o item sublinhado que corresponda a erro gramatical ou de grafia ou configure uma incoerência por impropriedade vocabular. No Brasil, os intelectuais formaram-se e desenvolveram-se à sombra(A) do Estado. São uma elite que reafirma-se(B) como classe média. Estiveram em evidência como pensadores do social nos anos 30, como ideólogos(C) do desenvolvimento na década de 60, como atores(D) políticos sob(E) a ditadura. (Baseado em Ana Maria Fernandes) a) A 28 b) B c) C d) D e) E Gabarito: B Comentário. O pronome relativo que (substitui “elite”), por ser uma palavra invariável, provoca a atração do pronome oblíquo “se” – que se reafirma. Leia o texto abaixo para responder à questão 23. Uma das grandes ilusões da década dos 90 é que houve tal mudança na economia americana que precisamos de uma “nova teoria econômica” para explicá-la. É verdade que no período 1995/1999 houve uma aceleração do crescimento da economia acompanhada (o que parece paradoxal) por uma redução da taxa de inflação. É um paradoxo apenas na aparência. Não existe nenhuma razão para pensar que a simples e pura aceleração do crescimento deve, necessariamente, levar a um aumento da taxa de inflação. Isso só deveria ocorrer se a demanda global estivesse tentando crescer mais depressa do que a oferta global e a economia estivesse em pleno emprego. Há muitas razões pelas quais não se deve aceitar tal relação de causalidade. Por exemplo, se a participação da massa salarial na renda global estiver diminuindo e a produtividade do trabalho estiver crescendo, o custo do trabalho por unidade de produto diminuirá e haverá um aumento de lucro. Isso estimulará o investimento e a incorporação de novas tecnologias, aumentando a oferta global. Outra possibilidade é a combinação de uma redução dos preços das importações com uma valorização externa da moeda. Mas em que a década dos 90 é diferente da dos 80 na economia americana? A tabela abaixo compara as duas, usando a média trimestral das variáveis. Verificamos que as diferenças residem no aumento da produtividade do trabalho, na redução da taxa de desemprego e na queda da taxa de inflação. Esta última é notável quando levamos em conta que uma taxa anual de 5,6% produz, em dez anos, uma inflação acumulada de 72%, enquanto uma taxa anual de 3% produz uma inflação acumulada, na década, de 34%. (Antonio Delfim Netto, com adaptações) 29