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CÂNCER DE MAMA P R O F . A L E X A N D R E M E L I T T O Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Estratégia MED Prof. Alexandre Melitto|Câncer de Mama 2GINECOLOGIA PROF. ALEXANDRE MELITTO APRESENTAÇÃO: @prof.alexandremelitto @estrategiamed /estrategiamed Estratégia MED t.me/estrategiamed @estrategiamed Olá, Estrategista!!! O câncer de mama é um dos principais temas da Ginecologia nas provas de Residência e alguns tópicos são os preferidos das bancas, como os fatores de risco, sua classificação e seu tratamento. Este resumo traz muitas dicas daquilo que você precisa saber para acertar as questões, mas, se quiser se aprofundar, confira nosso livro digital completo. Vamos lá! Medicina livre, venda proibida. 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Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 4 GINECOLOGIA Câncer de Mama 1.0 EPIDEMIOLOGIA Estrategista, o câncer de mama é o câncer mais frequente nas mulheres (excluindo o câncer de pele não melanoma) e é o que mais mata mulheres em todo o mundo (e no Brasil). CAPÍTULO 2.0 FATORES DE RISCO CAPÍTULO Como dissemos, o câncer de mama é o câncer que mais mata mulheres em todo o mundo. Por isso, é importantíssimo saber quais são os fatores de risco para desenvolver esse câncer! As questões sobre este tópico “despencam” nas provas (tema quente!!!). FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER DE MAMA Fatores pessoais, ambientais e comportamentais Fatores da história reprodutiva e hormonal Fatores genéticos e hereditários Idade > 50 anos Primeira menstruação antes dos 12 anos de idade História familiar de câncer de ovário Obesidade e sobrepeso após a menopausa Nuliparidade Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos Sedentarismo Primeira gravidez após os 30 anos História familiar de câncer de mama em homens Consumo de bebidas alcoólicas Menopausa após os 55 anos Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA 2 Exposição frequente a radiações ionizantes (raio-X), radioterapia prévia Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio, progesterona) ----- Biópsia previa com resultado de atipia Terapia de reposição hormonal pós- menopausa por mais de 5 anos Densidade mamária ≥ 75% - (Fonte Ministério da Saúde, INCA, 2020). Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 5 GINECOLOGIA Câncer de Mama 3.0 PACIENTES DE ALTO RISCO CAPÍTULO É muito importante saber quais são as mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama, porque essas pacientes precisam de uma atenção especial e devem ser avaliadas semestralmente por especialista (mastologista), realizar rastreamento específico e receber uma conduta que possa ajudar a prevenir o câncer. Pacientes de alto risco para desenvolver o câncer de mama Fatores Risco Relativo Chance maior que 20% de acordo com os cálculos matemáticos (Tyrer-Cuzick) RR > 1,67 (Gail) Parente de 1º grau com câncer de mama ou ovário antes da menopausa (≤ 50 anos) RR = 3,5 História familiar de câncer de mama masculino RR = 3,0 a 5,0 Biópsia prévia com atipia ou carcinoma lobular in situ RR = 3,5 a 4,0 Radioterapia torácica antes dos 30 anos RR = 2,0 a 8,0 Mutação genética confirmada (BRCA 1 ou 2, etc.) RR = 4,0 a 8,0 Tabela: Pacientes de alto risco para desenvolver o câncer de mama (Fonte: Tratado de Ginecologia FEBRASGO, 2019) Estrategista, a maioria das questões sobre este tópico pergunta sobre as pacientes com parente de 1º grau com diagnóstico de câncer de mama antes da menopausa. Essas pacientes são de alto risco e devem começar seu rastreamento com mamografia anual a partir dos 30 anos ou 10 anos antes da idade do diagnóstico da parente mais jovem. Para os casos com risco muito alto (mostradas no próximo quadro), está indicada a quimioprevenção (com uso de tamoxifeno ou inibidores da aromatase) ou a cirurgia profilática nos casos de pacientes com mutação genética comprovada (câncer de mama hereditário) ou que foram submetidas à radioterapia torácica antes dos 30 anos. O tamoxifeno e os inibidores da aromatase são medicamentos utilizados para o tratamento do câncer de mama. O tamoxifeno é um agonista parcial do estrogênio que atua como antagonista do estrogênio na mama, inibindo a ação desse hormônio no tecido mamário, evitando, assim, o estímulo de proliferação celular. Os inibidores da aromatase agem inibindo a conversão de androgênios em estrógeno na gordura periférica. Sendo assim, esses medicamentos agem diminuindo o risco de desenvolvimento de câncer nas pacientes de alto risco. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 6 GINECOLOGIA Câncer de Mama 3.1 CÂNCER DE MAMA HEREDITÁRIO Estrategista, apenas uma pequena parcela das pacientes com câncer de mama tem origem hereditária, cerca de 10% dos casos. Ainda assim, é muito importante lembrar da possibilidade de ser um caso “herdado”. Sempre devemos pensar na hipótese de câncer hereditário quando se tratar de uma paciente jovem, ou com antecedente pessoal de mais de um câncer ou com uma história familiar com muitos casos de câncer. Cerca da metade dos casos de câncer de mama hereditário ocorrem devido à mutação do gene BRCA 1 ou 2, que é herdada de maneira autossômica dominante. Os genes BRCA 1 e BRCA 2 são genes supressores tumorais, que têm a função de detectar células tumorais e induzir sua morte (apoptose) antes que se forme um câncer. A mutação nesse gene causa a perda de sua função, com aumento do risco para o desenvolvimento de câncer de mama, ovário, trompas, mama masculina, próstata e até mesmo pâncreas. Considerando uma expectativa de vida de 80 anos, o risco de uma mulher com a mutação do BRCA1 desenvolver câncer de mama é de 72%, e de uma mulher com mutação do BRCA 2 é de 69%. O risco de desenvolver o câncer de ovário, considerando uma expectativa de vida de 80 anos, é de 44% para mutações do BRCA1 e 17% para portadoras de mutações de BRCA2. Como vimos, pacientes com mutação do BRCA 1 ou 2 são de altíssimo risco para o desenvolvimento do câncer de mama. Por isso, precisamos tomar alguma conduta para impedir que elas desenvolvam a doença. Temos duas opções: a quimioprevenção e a cirurgia redutora de risco (mastectomia profilática). MUTAÇÃO DO BRCA 1 OU BRCA 2 Indicações de quimioprevenção do câncer de mama - Antecedente de radioterapia torácica prévia antes dos 30 anos de idade (caso a paciente não concorde com a mastectomia profilática) - Biópsia prévia com resultado de hiperplasia ductal ou lobular atípica ou carcinoma lobular in situ - Risco > 1,7% de desenvolver o câncer de mama em cinco anos - Mutação do gene BRCA 1 ou BRCA 2 (caso a paciente não concorde com a mastectomia profilática) Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicinaProf. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 7 GINECOLOGIA Câncer de Mama Os homens com mutação do BRCA 1 ou 2 também têm um risco maior de desenvolver o câncer de mama e o risco é ainda maior com as mutações do BRCA 2. Nos homens, a mutação no gene BRCA2 confere o risco de câncer de mama ao longo da vida de aproximadamente 8%, enquanto uma mutação no BRCA1 confere o risco de aproximadamente 1%. 4.0 TIPOS HISTOLÓGICOS CAPÍTULO Estrategista, existem vários subtipos histológicos de carcinomas invasivos da mama, e as bancas gostam de perguntar qual é o tipo mais frequente. Guarde bem: o subtipo histológico mais frequente do câncer de mama é o carcinoma ductal invasivo. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 8 GINECOLOGIA Câncer de Mama TIPOS HISTOLÓGICOS DO CÂNCER DE MAMA Tipo histológico Característica Carcinoma ductal invasivo (CDI) ou tipo não especial É o mais frequente (cerca de 80% dos casos). Manifesta-se, geralmente, através de nódulo mamário único endurecido. Carcinoma lobular invasivo (CLI) É o segundo tipo mais frequente (cerca de 10% dos casos). Geralmente, apresenta receptores hormonais positivos. Pode ser maior que a área palpável. Pode ser multifocal, multicêntrico ou bilateral. Carcinoma tubular Cerca de 1% a 2% dos casos. Apresenta bom prognóstico. Cerca de ¾ dos casos estão associados ao carcinoma ductal in situ. Carcinoma mucinoso Cerca de 1% a 2% dos casos. Apresenta bom prognóstico. Predominante em pacientes idosas. Aspecto “gelatinoso”. Carcinoma medular Cerca de 1% dos casos. Prognóstico um pouco melhor que o do CDI. Carcinoma micropapilar Menos de 1% dos casos. Tumor agressivo, acomete linfonodos em estádios iniciais. Carcinoma metaplásico Combinação de adenocarcinoma, sarcoma e outros componentes epiteliais. Tumor raro. Prognóstico pior que o CDI. Carcinoma inflamatório (*) Cerca de 1% dos casos. Péssimo prognóstico. Não é um subtipo histológico. É uma variação do ductal. Pele em casca de laranja (peau d’orange). Doença de Paget Cerca de 1% a 3% dos casos. Ulceração e destruição do mamilo. Carcinoma adenoide cístico Igual o carcinoma das glândulas salivares. Muito raro. Bom prognóstico. Carcinoma secretório Extremamente raro. Excelente prognóstico. Tumor “pediátrico”. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 9 GINECOLOGIA Câncer de Mama CARCINOMA INFLAMATÓRIO O carcinoma inflamatório é uma forma muito grave do câncer de mama. Não é um subtipo histológico específico de câncer de mama, mas uma variante clínica, muito mais agressiva, do tipo ductal. O quadro clínico do carcinoma inflamatório é caracterizado por uma mama edemaciada, aumentada, avermelhada e quente, com a pele espessada e uma aparência de casca de laranja (peau d'orange). O carcinoma inflamatório tem uma evolução rápida, com sinais e sintomas que surgem geralmente dentro de poucas semanas a seis meses. A maioria das mulheres com carcinoma inflamatório já apresenta os linfonodos axilares comprometidos no momento do diagnóstico e cerca de um terço dessas pacientes já apresenta também metástases à distância nesse momento. Estrategista, preste atenção no quadro clínico do carcinoma inflamatório! As questões sobre esse assunto sempre mostram um quadro de aumento do volume mamário, com edema, eritema e peau d’orange. O principal diagnóstico diferencial do carcinoma inflamatório deve ser feito com as mastites. A principal diferença entre o carcinoma inflamatório e as mastites é a dor. O carcinoma inflamatório em geral não apresenta dor importante e as mastites costumam cursar com bastante dor. Além disso, quadros inflamatórios que não melhoram com antibioticoterapia são sugestivos de carcinoma inflamatório. Figura: Carcinoma inflamatório da mama. Pele com aspecto de peau d’orange. O carcinoma inflamatório de mama é muito temido! Trata-se de um tumor muito agressivo, geralmente diagnosticado em estádios avançados e com péssimo prognóstico. Por isso, tem uma abordagem diferenciada dos outros tipos histológicos, com tratamento quimioterápico neoadjuvante (antes da cirurgia) e adjuvante (após a cirurgia) para aumentar a resposta terapêutica, bem como as chances de sobrevida da paciente. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 10 GINECOLOGIA Câncer de Mama DOENÇA DE PAGET O quadro clínico da doença de Paget é caracterizado por dor e prurido crônico que evolui para ulceração e destruição do mamilo, atingindo todo o complexo aréolo- papilar. Devido à ulceração, pode ocorrer uma descarga papilar sanguinolenta. Figura: Doença de Paget com ulceração e destruição do mamilo. Estrategista, o principal diagnóstico diferencial da doença de Paget é o eczema (ou dermatite de contato). A maioria das questões sobre esse assunto aborda esse ponto. Ou seja, sempre que houver um quadro de prurido mamilar persistente, com lesão eritemato- descamativa, rash cutâneo ou ulceração, de longa duração e que não melhora com uso de corticoide, devemos nos lembrar da doença de Paget e prosseguir com a investigação diagnóstica, realizando uma biópsia do mamilo. Em casos de doença de Paget “isolada”, o tratamento preconizado é a quadrantectomia central, ou seja, retirada do mamilo e do tecido mamário localizado abaixo dele. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 11 GINECOLOGIA Câncer de Mama 5.0 QUADRO CLÍNICO CAPÍTULO O câncer de mama pode manifestar-se clinicamente através de vários sinais. O sinal clássico é o nódulo mamário endurecido e indolor. Outros possíveis sinais são o aumento do volume da mama com edema, eritema e outras alterações da pele como a peau d’orange ou ulceração, a descarga papilar sanguinolenta ou em água de rocha, abaulamentos ou retrações e a inversão do mamilo. Figura: Sinais do Câncer de Mama O diagnóstico do câncer de mama é confirmado através da biópsia da lesão suspeita e estudo anatomopatológico. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 12 GINECOLOGIA Câncer de Mama 6.0 CLASSIFICAÇÃO CAPÍTULO Estrategista, observamos que os diversos casos de câncer de mama apresentam um comportamento biológico muito diferente entre si, com casos lentos e de bom prognóstico e casos de crescimento rápido, muito agressivos, com desenvolvimento precoce de metástases à distância e mal prognóstico. Ao levarmos em consideração somente o tipo histológico do tumor, percebemos que ainda assim existe uma diferença de comportamento biológico dentre os tumores do mesmo tipo. Por exemplo, entre os casos de carcinoma ductal invasivo, alguns são mais agressivos que outros. Faltava alguma peça no quebra cabeças... Devem existir mais algumas características que expliquem por que um tumor de um tipo e grau histológico é pior do que outro tumor do mesmo tipo e grau histológico. Então, vamos ver quais são as peças que estão faltando e descrever quais são estas características. RECEPTORES DE ESTRÓGENO E PROGESTERONA As células do tecido mamário normal apresentam receptores de estrógeno e progesterona. Uma prova simples disso é o aumento da sensibilidade mamária que as mulheres referem quando estão próximas de menstruar. As variações dos níveis de estrógeno e progesterona durante o ciclo menstrual afetam o tecido mamário. Pense da seguinte maneira: quanto mais parecido com o tecido mamário normal, mais diferenciado é o tumor e melhor é seu prognóstico. Alguns cânceres de mama também apresentam receptores de estrógeno e progesterona, como o tecido mamário normal. Por isso, esses tumores são mais diferenciados, menos agressivos e apresentam um prognósticomelhor, com sobrevida maior. Além disso, a presença de receptores hormonais no câncer mostra-nos que o estrogênio e a progesterona têm a capacidade de estimular a proliferação desses tumores. Sendo assim, uma das opções de tratamento para esses tipos de tumor é a hormonioterapia, em que usamos medicações que agem inibindo a produção hormonal ou a ação desses hormônios nos receptores. Figura: Funcionamento dos receptores de estrógeno e progesterona Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 13 GINECOLOGIA Câncer de Mama HER 2 O gene HER2 sintetiza a proteína HER2, que é uma proteína que possui um receptor localizado na membrana celular. A expressão de "alguns" receptores HER2 nas células é normal, mas a superexpressão (3+) ocorre devido a uma mutação no gene HER2, que leva ao aumento do número de receptores HER2 na membrana celular e confere maior capacidade de proliferação. Os tumores que apresentam superexpressão do HER2 são mais agressivos, crescem mais rápido e têm um prognóstico pior. Figura: HER 2 normal e superexpressão do HER2 Ki-67 O Ki-67 é um marcador de proliferação celular. Ou seja, os tumores que apresentam valores altos de Ki-67 estão se proliferando mais e, portanto, são mais agressivos. Por outro lado, os tumores com valores baixos de Ki-67 apresentam baixa proliferação celular, sendo menos agressivos. 6.1 SUBTIPOS MOLECULARES Estrategista, você se lembra de que eu falei que o comportamento biológico dos cânceres de mama era muito diferente entre si e que o tipo e grau histológico não explicavam essa diversidade? Pois bem, o perfil imuno-histoquímico, com estudo dos receptores de estrógeno, progesterona, HER 2 e Ki-67 é uma das peças que faltavam neste quebra-cabeça. Com o perfil imuno-histoquímico podemos classificar os subtipos moleculares. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 14 GINECOLOGIA Câncer de Mama Classificação molecular segundo o perfil imuno-histoquímico Luminal A Receptor de Estrógeno (RE) e Progesterona (RP) positivo(s); HER 2 negativo (Escore 0 ou 1+); Ki-67 < 20%. Luminal B Receptor de Estrógeno positivo; HER 2 positivo ou negativo, RP < 20% e/ou Ki-67 > 20%. HER 2 (puro) HER 2 positivo (Superexpressão=Escore 3+), RE e RP negativos Triplo negativo Receptores de Estrógeno e Progesterona negativos e HER 2 negativo Prognóstico Estrategista, a classificação em subtipos moleculares mudou a mastologia e mostrou o caminho para entendermos as diferenças de comportamento e agressividade dos diversos casos de câncer de mama. O estudo imuno-histoquímico para pesquisa dos receptores hormonais, do HER 2 e do Ki-67 é fundamental para a prática clínica hoje em dia. Sem ele, não podemos classificar o tumor e não conseguimos iniciar o tratamento da paciente, porque o tratamento de cada subtipo molecular é diferente. 6.2 TESTES GENÉTICOS Podemos entender que quanto mais características pudermos investigar de cada caso de câncer, mais saberemos sobre o comportamento biológico, possíveis tratamentos e prognóstico daquele tumor. Os testes genéticos nada mais são do que isso. O objetivo desses testes é investigar a maior quantidade de características possíveis de um tumor. Existem vários “modelos” de testes genéticos e o mais utilizado atualmente é o Oncotype DX®, que estuda 21 genes do tumor. O estudo da atividade desses 21 genes é feito com um fragmento do tumor e, após uma análise matemática dos resultados, chegamos a um número chamado de Recurrence Score® (RS) de 0 a 100. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 15 GINECOLOGIA Câncer de Mama Categoria RS (0-100) Baixo risco RS < 18 Risco intermediário RS ≥ 18 e < 31 Alto risco RS ≥ 31 Tabela: Oncotype DX Recurrence Score. Os testes genéticos foram originalmente criados para decidir a respeito do tratamento adjuvante (após a cirurgia) das mulheres com câncer de mama estádio T1 ou T2, N0, HER2 negativo e RE positivo, mas, atualmente, esses testes têm sido utilizados para pacientes com o estadiamento IIA (T1N1) ou inferior e também para decidir sobre o tratamento neoadjuvante (antes da cirurgia). Estrategista, os testes genéticos têm o objetivo de determinar o maior número possível de características daquele tumor. Com isso, podemos “personalizar” o tratamento de cada paciente, sabendo exatamente se aquele tumor responderá melhor ao tratamento com quimioterapia, hormonioterapia, drogas-alvo ou o conjunto dessas modalidades terapêuticas. Expressão gênica por RT-PCR Expressão gênica no tecido tumoral de 21 genes Quantitativo (escala contínua) Proliferação Ki-67 STK 15 Survivin CCNB1 (cyclin B1) MYBL2 Invasão MMP11(stromolysin 3) CTSL2 (cathepsin L2) HER 2 GRB7 HER 2 GSTM1 CD68 BAG1 Estrogen ER PGR BCL2 SCUBE2 Reference ACTB (b-actin) GAPDH RPLPO GUS TFRC Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 16 GINECOLOGIA Câncer de Mama 7.0 ESTADIAMENTO CAPÍTULO Estrategista, sei o que você está pensando! Estudar estadiamento é difícil. Mas, preste atenção! Questões sobre o estadiamento do câncer de mama são frequentes e saber o estadiamento é essencial para decidir o tratamento da doença. Vamos juntos! Facilitarei as coisas para você decorar esse assunto. Falaremos primeiro do estadiamento anatômico do câncer de mama. Esse estadiamento é feito no momento do diagnóstico da paciente através do exame físico e exames de imagem, como a mamografia, o ultrassom e a ressonância magnética. Figura: Estadiamento do câncer de mama Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 17 GINECOLOGIA Câncer de Mama Falamos do estadiamento anatômico do câncer de mama, mas a oitava edição do sistema de estadiamento TNM inclui o estadiamento anatômico e o estadiamento prognóstico, que engloba a classificação imuno-histoquímica e os testes genéticos. Ou seja, o estadiamento prognóstico é muito mais completo e leva em consideração a biologia do tumor. Figura: Estadiamento anatômico e prognóstico T N M G HER2 RE RP ONCOTYPE TESTE GENÔMICO Estadiamento Anatômico Estadiamento Prognóstico Consideramos como estádio inicial os casos de câncer de mama estádio I até IIB (T2N1). Consideramos como câncer de mama localmente avançado os casos estádio IIB (T3N0) ou maiores. Essa definição é muito importante para decidirmos o tratamento da paciente. Em geral, os casos de estádio inicial vão primeiro para o tratamento cirúrgico, para ressecar o tumor “antes que o câncer se espalhe”, ou seja, antes que haja progressão e metástases. Seguindo esse raciocínio, os casos localmente avançados têm indicação de tratamento neoadjuvante, ou seja, quimioterapia ou hormonioterapia antes da cirurgia, porque consideramos que o tumor “já se espalhou pelo corpo” e a paciente tem maior benefício se iniciarmos pelo tratamento sistêmico. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 18 GINECOLOGIA Câncer de Mama 8.0 TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA CAPÍTULO Estrategista, as bancas também gostam bastante de perguntar sobre o tratamento do câncer de mama que é feito através de diversas “modalidades”: • Cirurgia • Radioterapia • Hormonioterapia • Quimioterapia • Imunoterapia (drogas-alvo) Para o câncer de mama, a cirurgia e a radioterapia constituem o tratamento locorregional, enquanto a hormonioterapia, a quimioterapia e a imunoterapia constituem o tratamento sistêmico. 8.1 CIRURGIA O tratamento cirúrgico do câncer de mama pode ser feito através da mastectomia ou da quadrantectomia (tratamento conservador). A mastectomia é a remoção completa do tecidomamário. Antigamente, todas as pacientes com câncer de mama eram submetidas à mastectomia. Figura: Mastectomia – cirurgia e pós-operatório Hoje em dia, com a descoberta de que a quadrantectomia associada à radioterapia apresenta o mesmo benefício para a paciente e com a quimioterapia, exprimindo resultados cada vez melhores, damos preferência à cirurgia conservadora da mama (a não ser que exista alguma contraindicação). O planejamento do tratamento cirúrgico e a decisão quanto à realização da mastectomia ou quadrantectomia é feito baseando-se principalmente no exame físico e na mamografia. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 19 GINECOLOGIA Câncer de Mama A indicação de uma quadrantectomia depende, basicamente, da relação entre o tamanho do tumor e o tamanho da mama. A princípio, pela lógica, não é possível fazer uma quadrantectomia se o tumor ocupar mais que um quarto da mama. Mas, existe a possibilidade de a paciente ser submetida ao tratamento neoadjuvante que pode promover a diminuição (ou desaparecimento completo) do tumor e, com isso, possibilitar a realização do tratamento cirúrgico conservador. Figura: Quadrantectomia: cirurgia e pós operatório Sendo assim, é importante sabermos quais são as contraindicações do tratamento conservador, para saber quais pacientes não podem ser tratadas dessa forma e que terão que ser submetidas à mastectomia. Veja a tabela abaixo: Contraindicações para o tratamento conservador do câncer de mama (quadrantectomia) Tumores muito grandes em relação ao volume da mama Microcalcificações extensas Impossibilidade de margens livres Radioterapia torácica prévia Desejo da paciente Tumores multicêntricos (em diferentes quadrantes da mama) Doenças vasculares do colágeno em atividade - exceto artrite reumatoide (porque impedem a realização de radioterapia complementar) Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 20 GINECOLOGIA Câncer de Mama 8.1.1 LINFONODO SENTINELA A biópsia do linfonodo sentinela substituiu a dissecção axilar (esvaziamento axilar) na avaliação do comprometimento linfonodal em pacientes com câncer de mama inicial. Isso facilitou e diminuiu o tempo cirúrgico e o risco de linfedema do membro superior. O risco de desenvolver linfedema é quatro vezes menor quando realizamos a exérese do linfonodo sentinela (cerca de 5%) em comparação com as pacientes que foram submetidas ao esvaziamento axilar (cerca de 20%). O linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo a receber a drenagem linfática da mama, de tal maneira que, se o linfonodo sentinela estiver livre de doença, não há necessidade de prosseguir com o esvaziamento axilar, já que os linfonodos que vêm "em sequência" também estarão livres de neoplasia. Figura: Linfonodo sentinela Podemos comparar o linfonodo sentinela ao tronco de uma árvore. Se o câncer estiver na raiz da árvore e analisarmos o linfonodo sentinela no tronco da árvore e não houver comprometimento pelo câncer, podemos entender que os frutos (linfonodos axilares) também não estarão comprometidos pelo câncer, não havendo necessidade de proceder com o esvaziamento axilar, com a retirada de todos os linfonodos da axila (retirada da "árvore linfonodal"). Se seguirmos o mesmo raciocínio, podemos entender que toda paciente com linfonodo sentinela positivo para o câncer deve ser submetida à dissecção axilar, para que sejam retirados todos os linfonodos comprometidos pela neoplasia que vem na "sequência" do linfonodo sentinela. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 21 GINECOLOGIA Câncer de Mama Como dissemos, seguindo a lógica, se o linfonodo sentinela estiver comprometido pelo câncer, deveríamos retirar toda a "árvore linfonodal" e fazer o esvaziamento axilar. Essa era a conduta preconizada, mas mudou após o estudo ACOSOG Z0011, de 2010. Esse estudo mostrou que não houve diferença na sobrevida das pacientes com até dois linfonodos sentinelas comprometidos que realizaram a dissecção axilar e das que não realizaram. Ou seja, se a paciente tem até dois linfonodos sentinelas comprometidos, não há necessidade de proceder com o esvaziamento axilar, pois a sobrevida da paciente é a mesma. É necessário dizer que o estudo foi feito com pacientes submetidas à quadrantectomia (tratamento conservador) e que todas as pacientes complementaram o tratamento local com radioterapia. Dessa forma, podemos extrapolar a conduta do ACOSOG Z0011 para as pacientes submetidas à mastectomia, desde que elas completem o tratamento local com a radioterapia. Sendo assim, atualmente, não é recomendado retirar linfonodos adicionais (além dos linfonodos sentinela) em pacientes com os seguintes critérios: ● axila clinicamente negativa; ● tumor T1 ou T2 (≤ 5 cm); ● até dois linfonodos sentinela comprometidos pela neoplasia; ● pacientes submetidas à cirurgia conservadora seguida de radioterapia. A dissecção axilar (esvaziamento axilar) é indicada nos seguintes casos: - três ou mais linfonodos sentinela comprometidos; - axila clinicamente comprometida (com confirmação ao USG ou biópsia) - paciente não deseja (ou tem contraindicação) para a radioterapia. 8.2 RADIOTERAPIA A radioterapia é o complemento do tratamento local do câncer de mama. Tem o objetivo de reduzir a chance de recidiva local da doença e, com isso, aumentar a sobrevida geral. Em linhas gerais, as indicações de radioterapia são: - cirurgia conservadora da mama (quadrantectomia); - mastectomia com tumores T3 ou T4 ou ≥ 4 linfonodos axilares comprometidos. O estudo PRIME-2 mostrou uma possível exceção, em que pode ser considerado não fazer a radioterapia nos casos de quadrantectomia em paciente com mais de 65 anos de idade, com tumor < 3 cm, linfonodo sentinela livre de neoplasia e receptores hormonais positivos e HER 2 negativo. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 22 GINECOLOGIA Câncer de Mama 8.3 HORMONIOTERAPIA A hormonioterapia é indicada para o tratamento do câncer de mama que apresenta receptores hormonais positivos (estrógeno e/ou progesterona), e as bancas gostam bastante de perguntar sobre esse assunto. O medicamento indicado para a hormonioterapia das mulheres com câncer de mama que apresenta receptores hormonais positivos na pré-menopausa é o tamoxifeno. O tamoxifeno é um agonista parcial do estrogênio (SERM), que age antagonizando a ação do estrogênio no tecido mamário. Ou seja, ocupa o receptor de estrogênio e impede o estímulo proliferativo do estrogênio sobre as células tumorais. Repare que o tamoxifeno (SERM), na pré-menopausa, é indicado para o tratamento das mulheres com câncer de mama, com o objetivo de antagonizar os efeitos do estrogênio produzido, principalmente, pelos ovários. Mas, os ovários param de produzir estrógenos após a menopausa e nessas mulheres o estrógeno é produzido perifericamente na gordura, através da conversão de andrógenos em estrona, pela ação da enzima aromatase. Por isso, após a menopausa, usamos os inibidores da aromatase na hormonioterapia das pacientes com câncer de mama com receptores hormonais positivos. Os inibidores de aromatase são os medicamentos de primeira opção para a hormonioterapia dessas pacientes, inibindo a conversão de andrógenos em estrógenos (estrona) e com isso impedindo o estímulo proliferativo desse hormônio sobre as células tumorais. Os inibidores da aromatase mais comumente utilizados são o Anastrozol e o Letrozol. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 23 GINECOLOGIA Câncer de Mama 8.4 QUIMIOTERAPIA Este tópico costuma ser pouco cobrado nas provas de Residência (tema frio!). O maisimportante que você precisa saber sobre este assunto é quando está indicada a quimioterapia: antes da cirurgia (neoadjuvante) ou depois da cirurgia (adjuvante). Como dissemos anteriormente, consideramos como estádio inicial os casos de câncer de mama estádio I até IIB (T2N1) e como câncer de mama localmente avançado, os casos estádio IIB (T3N0) ou maiores. Em geral, os casos de estádio inicial vão primeiro para o tratamento cirúrgico, para ressecar o tumor “antes que o câncer se espalhe”, ou seja, antes que haja progressão e metástases, enquanto os casos localmente avançados têm indicação de tratamento neoadjuvante, porque consideramos que o tumor provavelmente “já se espalhou pelo corpo” e a paciente tem maior benefício se iniciarmos pelo tratamento sistêmico quimioterápico. 8.5 IMUNOTERAPIA (DROGAS ALVO) A imunoterapia do câncer de mama representa o futuro do tratamento dessa doença. Drogas novas têm surgido para melhorar o prognóstico dessas pacientes. A primeira droga que surgiu foi o trastuzumabe (Herceptin®). Essa substância age inibindo a proliferação de células tumorais que apresentam superexpressão do HER2 (HER2 +++). Figura: Mecanismo de ação do trastuzumabe Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 24 GINECOLOGIA Câncer de Mama 9.0 CÂNCER DE MAMA NO HOMEM CAPÍTULO Estrategista, cerca de 1% dos casos de câncer de mama ocorrem nos homens. Esses casos são mais frequentes em pacientes com idade mais avançada. Os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama no homem são: FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA NO HOMEM História Familiar Mutação no BRCA 1 ou 2, PTEN (Sd. Cowden), P53 (Sd. Li Fraumeni), PALB2 e Sd. Lynch) Uso de esteroide exógeno (testosterona) Alteração no metabolismo do estrogênio/androgênio (disfunção hepática, tireoidopatia, uso de maconha, obesidade) Sd. de Klinefelter (46 XXY) Patologia testicular (orquite, criptorquidia) Existe um risco maior de desenvolvimento de câncer de mama no homem com a mutação do BRCA 2 do que com a mutação do BRCA 1. O câncer de mama no homem manifesta-se clinicamente principalmente pelo nódulo endurecido, irregular, de limites mal definidos, podendo ser aderido profundamente em alguns casos. Pode manifestar-se também com descarga papilar unilateral, uniductal, sanguinolenta ou em água de rocha. O tratamento cirúrgico do câncer de mama no homem é geralmente realizado através da mastectomia, devido ao pequeno volume da mama, mas o tratamento conservador com a quadrantectomia também pode ser considerado em casos de tumores pequenos e glândulas mamárias maiores. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 25 GINECOLOGIA Câncer de Mama CAPÍTULO 10.0 CÂNCER DE MAMA NA GESTAÇÃO Consideramos câncer de mama na gestação quando a neoplasia é diagnosticada durante a gravidez, no primeiro ano após o parto ou a qualquer momento durante a amamentação. O câncer de mama na gravidez é geralmente diagnosticado em estádios avançados devido a um atraso em seu diagnóstico. Isso acontece porque as modificações gravídicas, tais como o ingurgitamento e a hipertrofia dificultam o exame físico e diminuem a sensibilidade da mamografia devido ao aumento da densidade mamária. Estrategista, encontramos muitas questões afirmando que o prognóstico do câncer de mama é pior devido à gestação. Essa é uma pegadinha!!! Não caia nela!!! O prognóstico do câncer de mama na gravidez não é pior! O prognóstico é igual para as pacientes grávidas e não grávidas. O que acontece é que, na maioria das vezes, ele é diagnosticado em estádios avançados e é por causa disso que apresenta um prognóstico pior. TRATAMENTO O tratamento do câncer de mama na gravidez obedece a alguns preceitos básicos: • Cirurgia: a paciente pode ser submetida ao tratamento cirúrgico durante toda a gravidez. Pode ser realizada a mastectomia e a quadrantectomia (tratamento conservador), desde que seja complementada pela radioterapia após a gravidez. • Linfonodo sentinela: a exérese do linfonodo sentinela pode ser realizada, mas é recomendada sua localização apenas com radiofármaco (tecnécio), pois o uso de corante (azul de metileno ou isosulfan) pode ser teratogênico. • Quimioterapia: pode ser iniciada após o primeiro trimestre da gravidez. Não se deve fazer quimioterapia durante o primeiro trimestre devido ao risco de malformação fetal ou aborto durante o período de organogênese. • Radioterapia: é absolutamente proibida durante toda a gravidez!!! • Hormonioterapia: o tamoxifeno é contraindicado durante a gravidez. • Trastuzumabe: também é contraindicado durante a gravidez. A paciente não deve amamentar se estiver em tratamento com quimioterapia, tamoxifeno ou trastuzumabe. Pode amamentar após o término do tratamento. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 26 GINECOLOGIA Câncer de Mama 11.0 DISSEMINAÇÃO CAPÍTULO A principal forma de disseminação do câncer de mama é a linfática, mas o câncer pode se disseminar também pela via sanguínea. O câncer de mama pode apresentar metástases à distância em qualquer lugar do corpo, mas os locais mais frequentes, em ordem decrescente de acometimento, são os ossos (coluna, costelas e bacia), pulmão, fígado e cérebro. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 27 GINECOLOGIA Câncer de Mama CAPÍTULO 12.0 FATORES PROGNÓSTICOS Os fatores prognósticos do câncer de mama são: Fatores Prognósticos do Câncer de Mama Idade da paciente Pacientes jovens têm pior prognóstico Raça Mulheres negras têm pior prognóstico Tamanho do tumor/grau histológico Quanto maior o tamanho e o grau histológico, pior é o prognóstico Status linfonodal (comprometimento dos linfonodos) O comprometimento linfonodal caracteriza um pior prognóstico Presença de receptores hormonais de estrógeno/ progesterona (RE / RP) A presença de receptores confere um prognóstico melhor Superexpressão do HER 2 Caracteriza um prognóstico pior Ki67 (marcador de proliferação celular) Quanto maior o Ki 67 pior é o prognóstico Presença de metástases Caracteriza pior prognóstico Estrategista, o principal fator prognóstico isolado do câncer de mama é o comprometimento dos linfonodos axilares. As bancas gostam muito de perguntar sobre isso. A presença de receptores hormonais mostra que o tumor é mais diferenciado e mais parecido com o tecido mamário normal, apresentando um melhor prognóstico. Por outro lado, a superexpressão do HER 2 confere ao tumor uma capacidade maior de proliferação e por isso está relacionada a um pior prognóstico. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 28 GINECOLOGIA Câncer de Mama Baixe na Google Play Baixe na App Store Aponte a câmera do seu celular para o QR Code ou busque na sua loja de apps. Baixe o app Estratégia MED Preparei uma lista exclusiva de questões com os temas dessa aula! Acesse nosso banco de questões e resolva uma lista elaborada por mim, pensada para a sua aprovação. Lembrando que você pode estudar online ou imprimir as listas sempre que quiser. Resolva questões pelo computador Copie o link abaixo e cole no seu navegador para acessar o site Resolva questões pelo app Aponte a câmera do seu celular para o QR Code abaixo e acesse o app https://estr.at/WXrD Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina https://estr.at/WXrD Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 29 GINECOLOGIA Câncer de Mama 14.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Tratado de Ginecologia - FEBRASGO - 2019. 2. Ginecologia de Williams, 2014. 3. Berek & Novak’s, Gynecology 16th Edition, 2020. 4. NCCN Breast Cancer Guidelines,2023. 15.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro Estrategista, aqui termina nosso resumo! Abordamos um tema muito importante em Ginecologia e tenho certeza de que você encontrará questões sobre este assunto nas provas. Procurei focar nos conceitos mais importantes que costumam ser cobrados, mas, se quiser estudar o assunto completo, é só acessar nosso livro digital. Fico à disposição para tirar suas dúvidas. Estamos juntos!!! Voe, Coruja!!!!! CAPÍTULO CAPÍTULO Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Prof. Alexandre Melitto | Resumo Estratégico | 2024 Estratégia MED 30 GINECOLOGIA Câncer de Mama Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina https://med.estrategia.com