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FACULDADE DE SÃO VICENTE-UNIBR
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA MARINHA DO BRASIL
LEANDRA CONCEIÇÃO ALMEIDA
SÃO PAULO
2023
AGRADECIMENTOS
O trabalho de conclusão de curso (TCC) submetido a faculdade de São
Vicente como requisito à obtenção do título de licenciatura em pedagogia.
Orientador: Dr. Hélio Rodrigues Júnior Dedico este trabalho, em primeiro lugar
a Deus,pela força e coragem durante toda caminhada sem ele nada somos e
podemos fazer, Gratidão por tudo.
Agradeço a Faculdade de São Vicente e seu corpo docente assim
como um todo, em especial ao meu orientador professor Hélio Rodrigues
Júnior pela orientação, apoio e confiança. Agradeço aos meus familiares pelo
apoio desde o início do curso (Tios). A minha eterna gratidão a minha maior
incentivadora aos estudos que assumiu o papel de matriarca em minha
vida,Luiza Mariana Vieira de Almeida minha querida vozinha que estará para
sempre em meu coração e mesmo não estando mais entre nós será sempre
minha maior inspiração, uma mulher guerreira que apesar das dificuldades
sempre nos ensinou a importância dos estudos e sempre acreditou que a
Educação transforma vidas Amo para sempre.
Agradeço aos colegas de curso da turma do 8 período do curso de
pedagogia por toda trajetória acadêmica até aqui. Por fim agradeço a todos
aqueles que contribuíram diretamente e indiretamente com o desenvolvimento
deste trabalho, seja por meio do incentivo, informações e todo apoio logístico e
emocional e que participaram do meu processo de aprendizagem no decorrer
de todo o curso.
Ninguém ignora tudo, ninguém sabe
tudo, todos nós ignoramos alguma
coisa. Por isso aprendemos sempre.
(Paulo freire).
RESUMO
O Pedagogo é o profissional que tem a educação como objeto de estudo e em
sua prática atua para a formação dos sujeitos, seja na escola ou em ambientes
não formais onde as práticas educativas são essenciais para formação dos
sujeitos. O Pedagogo na Marinha do Brasil atua com as diversas atribuições
que podem ser de responsabilidade do profissional, porém, de acordo com a
cultura da instituição militar, com uma formação pautada na hierarquia e
disciplina. Dessa maneira, esse estudo tem como objetivo apresentar a
atuação do Pedagogo na Marinha do Brasil. Para isso, foi utilizado como
método a pesquisa bibliográfica, com base em autores que puderam contribuir
para fundamentar teoricamente esse trabalho. Compreende-se que a atuação
do Pedagogo na Marinha segue as normas institucionais previstas na cultura
do comando militar naval, com atuação principalmente na orientação
educacional e orientação pedagógica.
Palavras-chave: Pedagogo. Marinha. Pedagogia Militar.
ABSTRACT
The Pedagogue is the professional who has education as an object of study
and in his practice acts for the formation of subjects, either at school or in non-
formal environments where educational practices are essential for the formation
of subjects. The Pedagogue in the Brazilian Navy works with the various
attributions that may be the responsibility of the professional, however, in
accordance with the culture of the military institution, with a training based on
hierarchy and discipline. In this way, this study aims to present the performance
of the Pedagogue in the Brazilian Navy. For this, bibliographical research was
used as a method, based on authors who could contribute to theoretically
support this work. It is understood that the performance of the Pedagogue in the
Navy follows the institutional norms foreseen in the culture of the naval military
command, acting mainly in educational guidance and pedagogical guidance.
Keywords: Pedagogue. Navy. Military Pedagogy.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................6
2 FORMAÇÃO DO PEDAGOGO....................................................................... 8
2.1 O CONCEITO DE PEDAGOGIA ............................................................. 13
2.2 O PEDAGOGO E A FUNÇÃO DE COORDENADOR PEDAGÓGICO....19
2.3 PEDAGOGIA MILITAR............................................................................ 22
3 O ENSINO NA MARINHA DO BRASIL .....................................................24
3.1 A MARINHA DO BRASIL .........................................................................24
3.2 O ENSINO NA MARINHA ........................................................................28
4 O PAPEL DO PEDAGOGO NA MARINHA DO BRASIL ..............................32
5. ANÁLISE DE RESULTADOS.......................................................................37
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................44
7.REFERÊNCIAS ............................................................................................. 45
ANEXO 1 ENTREVISTA...................................................................................47
1 INTRODUÇÃO
A formação do Pedagogo possibilita a sua atuação em diversos espaços,
não apenas na escola, entre esses espaços estão as Forças Armadas do Brasil:
Exército, marinha e Aeronáutica, onde o ensino militar forma oficiais para o
exercício de suas funções e é organizado por uma equipe de pedagogos,
professores das mais diversas áreas e especialistas. Nesse sentido, esse
estudo se deve a importância de abordar essa temática e apresentar
possibilidades de atuação do pedagogo, que vão além do ambiente escolar na
educação básica.
O Pedagogo pode atuar em ambientes escolares e não escolares, pode
atuar em empresas, organizações, públicas ou privadas e um desses espaços
diversos de atuação do pedagogo é nas escolas/colégios de formação de
oficiais para as Forças Armadas do Brasil: Marinha, Aeronáutica e Exército.
Para Fagundes (2016) o Pedagogo não deve ter sua atuação restrita à
instituições escolares, o profissional começou a desenvolver novos perfis de
atuação no mundo do trabalho, assumindo novos campos de conhecimentos e
experiências.
A pedagogia é um conjunto de métodos e técnicas utilizados para
preparação metodológica do professor em sua prática de ensino, auxilia o
docente no desenvolvimento de habilidades de ensino (LIBÂNEO, 2010).
A pedagogia militar possui princípios, valores e normas próprias das
instituições militares (VEIGA; SOUZA, 2019). A educação e a atuação do
pedagogo em ambiente militar apresenta características próprias dessa
formação, com organização e doutrina própria do ambiente militar. “Por esse
caráter dogmático, entendemos que para além de uma organização hierárquica,
de gestão burocrática, centralizada e hierarquizada, há uma filosofia que
ancora tal organicidade” (VEIGA; SOUZA, 2019, p. 11).
Diante desse exposto essa pesquisa se debruça na seguinte
problemática: Quais as Atribuições do Pedagogo no ensino ensino militar na
Marinha do Brasil?
Na Marinha do Brasil o Pedagogo pode atuar nas mais diversas funções,
como no ambiente escolar comum, porém, destaca-se a sua atuação enquanto
orientador pedagógico e orientador educacional.
A realização dessa pesquisa se deve à necessidade de compreender os
diversos campos de atuação do Pedagogo, bem como realizar um estudo que
pouco se encontra sobre a temática nas pesquisas científicas, de forma a abrir
espaço para que novos estudos sobre a temática sejam estimulados.
Essa pesquisa tem como objetivo apresentar a atuação do Pedagogo na
Marinha do Brasil, bem como conceituar a buscar referências teóricas que
permitem compreender mais sobre as atribuições do Pedagogo no ambiente
militar.
Para isso, será utilizado o método de pesquisa bibliográfica, que serve
como base para todo trabalho científico (SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009).
Portanto essa pesquisa inicia-se com a apresentação do capítulo 1
formação do pedagogo, no capítulo 2 apresentou-se o ensino na marinha do
Brasil, capítulo 3. O Papel do Pedagogo na Marinha do Brasil, e por fim, o
capítulo 4 se debruça na análise dos resultados.
2 FORMAÇÃO DO PEDAGOGO
A história do curso de Pedagogiado
autores, sobre as perguntas abertas Sudman e Braudburn (1982) explica
sobre as vantagens das perguntas abertas.
As três grandes vantagens relativas às primeiras: (1) permitem
ao respondente dar uma opinião completa, com todas as
mudanças possíveis; (2) permitem fazer distinções que geralmente
não são possfveis em perguntas fechadas; e (3) permitem que o
respon-dente se expresse em suas próprias palavras, portanto,
estando mais à vontade.
Ainda na percepção dos autores, o entrevistado precisa estar à vontade para
responder as perguntas, pois além das respostas serem mais clara sobre o
assunto que a pessoa domina, ou seja, para o pesquisador se torna mais viável
explorar um tema com mais profundidade.
A pesquisa apresenta um método qualitativo ou seja, é um método que
buscou análise sobre os pressupostos teóricos bem como: Paulo Freire (199)
Libâneo (2010), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica 9394\96,
Conselho Nacional da Educação (2010), Carlos e Lodi (2012), e entrevista
realizada realizada com a pedagoga da Marinha entrevista feita pelo google
forms, que apresentou as respostas das perguntas abertas fornecidos pela
professora pedagoga participante dos resultados dessa pesquisa.
As perguntas apresentadas a pedagoga as seguintes perguntas para
pedagoga Shirlei Cristiane Nascimento Tavares.
1)O que te levou a escolher essa carreira?
R: Estabilidade financeira
A pedagoga entrevistada que escolheu essa área pelo fato haver a
estabilidade financeira e que em muitos outros campos de atuação não teria o
mesmo retorno financeiro.
2) Qual a sua formação?
R: Licenciatura em pedagogia
De acordo com o Conselho Nacional de Educação, o curso de pedagogia tem a
duração de 4 anos, organizados entre conteúdos teóricos e práticos.
3) O art.17 da lei de 1999 dispõe de algumas atribuições a Marinha do Brasil.
O pedagogo participa da execução e elaboração dessas atividades?
R: Não foi citada o número da lei, desta forma não consegui verificar as
atribuições as quais são referenciadas. Entretanto, os pedagogos são o corpo
técnico e em termos de legislação, assessoram ativamente nas atividades de
ensino e também política de ensino da MB. As diretrizes são emanadas pela
Diretoria de Ensino da MB.
Diante da percepção da pedagoga, pedagogo militar deve atentar-se
para um modelo de orientação educacional onde, em alguns momentos esse
trabalho pode ser destinado a um grupo de alunos ou estagiários para orientá-
los e em outros momentos a orientação pode ser feita individualmente.
4) Existe uma relação de parceria do seu trabalho com a comunidade
semelhante ao papel da escola ou o trabalho do Pedagogo militar.
R: O Sistema de Ensino Naval destina-se a capacitar o pessoal militar e civil
para o desempenho, na paz e na guerra, dos cargos e funções previstos na
organização da MB, de acordo com os níveis e modalidade de ensino definidos
nas diretrizes e bases da educação nacional, dispondo de cursos e estágios de
finalidades específicas, conduzidos por estabelecimentos de ensino.
Considerando que o sistema Naval, tem como objetivo atender especificamente
as modalidades de ensino, que estão ligados a base de educação nacional, e
destina-se especificamente para o pessoal militar e civil.
5-Quais são as metas e objetivos que o pedagogo precisa estabelecer ou
almeja alcançar com seu trabalho desenvolvido cotidianamente nesse campo.
R O pedagogo é um profissional que atua em campos que exijam
conhecimentos pedagógicos na formação e capacitação de indivíduo, sejam
espaços escolares ou não, visando ao apoio e à execução desses
conhecimentos em diferentes atividades ou funções. Desta forma, as metas e
objetivos consistem em promover a melhoria constante do processo ensino-
aprendizagem, por meio das ações integradas de planejamento, coordenação,
execução e avaliação com o propósito de atender as necessidades e
aspiraçõ9es dos discentes e docentes, bem como outras demandas
educacionais.No militarismo há um dogma que não deve ser contestado, a
cultura militar é própria pautada em hierarquia e disciplina envolve
características como: obediência, submissão, belicismo, dominação, força etc.
(VEIGA, SOUZA , 20 A) p11.
6-Como se dá à intervenção pedagógica dentro da Marinha nos cursos de
formação ministrados pelo pedagogo na Marinha, há atribuições de notas,
feedbacks constantes reformulação das propostas, métodos de ensino
utilizados como ocorre esse processo?
R O processo de ensino na MB ocorre exatamente da mesma forma que ocorre
nas outras instituições de ensino.
7-Sabemos que o campo de atuação da pedagogia na Marinha diversificado,
onde o pedagogo pode estar desenvolvendo seu trabalho e aplicando seus
conhecimentos em diferentes funções e áreas. Descreva algumas dessas
áreas que o pedagogo pode atuar lá dentro e suas funções?
R A atuação do pedagogo é bem diversificada e pode exercer suas atividades
em diferentes funções, entre elas administração escolar, planejamento,
inspeção, orientação pedagógica e educacional, assessoria de ensino técnico-
pedagógica e em funções departamentais. Como Oficial o pedagogo
normalmente ocupa funções de chefia.
8-O CNE de 2006 dispõe sobre as diretrizes e organização curricular para o
curso de pedagogia nas instituições de ensino superior?
R Não houve dificuldade alguma. O pedagogo que atua em espaços não
escolares deve possuir, além dos conhecimentos técnicos, habilidades e
atitudes expressas por competências, destacam-se domínio dos princípios e
fundamentos da educação, gestão de pessoas, busca de soluções para os
desafios advindo da realidade escolar e institucional, comprometimento e
envolvimento com o trabalho desenvolvido, dentre outras competências.
9-Não houve dificuldade alguma. O pedagogo que atua em espaços não
escolares deve possuir, além dos conhecimentos técnicos, habilidades e
atitudes expressas por competências, destacam-se domínio dos princípios e
fundamentos da educação, gestão de pessoas, busca de soluções para os
desafios advindo da realidade escolar e institucional, comprometimento e
envolvimento com o trabalho desenvolvido, dentre outras competências
R Não houve dificuldade alguma. O pedagogo que atua em espaços não
escolares deve possuir, além dos conhecimentos técnicos, habilidades e
atitudes expressas por competências, destacam-se domínio dos princípios e
fundamentos da educação, gestão de pessoas, busca de soluções para os
desafios advindo da realidade escolar e institucional, comprometimento e
envolvimento com o trabalho desenvolvido, dentre outras competências.
10-Quais as habilidades e competências que o pedagogo necessita ter para
exercer seu trabalho com excelência dentro das forças armadas?
R-Destacam-se as características mais relevantes para a atuação do pedagogo
na MB, a capacidade em planejar, iniciativa, expressão de ideias, expressão
escrita, relacionamento interpessoal, raciocínio, adaptabilidade, trabalho em
equipe, capacidade para supervisão, empatia, liderança, equilíbrio emocional,
organização, discrição, proatividade, criatividade, dentre outras.
11-Mendonça e Amorim (2021,p.56.57) explicam que especialmente na
Marinha brasileira, o pedagogo se destaca em duas áreas bem definidas:
R-A orientação educacional é uma atividade que contribui para promover o
desenvolvimento integral e a formação do discente, em um processo
sistemático e continuo. Esse processo se dá por meio e métodos e técnicas
pedagógicas que levem o discente ao conhecimento de suas características
pessoais, tomando consciência de seus potenciais e dificuldades de
aprendizagem e das características do ambiente sociocultural, a fim de que
possa tomas decisões apropriadas para seu bom desempenho escolar.
12-De que forma ocorre o processo de avaliação realizada pelo pedagogo na
marinha observando as características ela é classificada como formativa,
diagnóstica, comparativa ou somativa ?
R- O processo de avaliação vai depender da organização de ensino e o
propósito, porémde modo geral são utilizadas formativa, diagnóstica, e
somativa, tendo em vista que a avaliação engloba vários atributos além dos
conteúdos. O ensino militar abrange na sua formação os requisitos morais,
militares (liderança, aptidão para o serviço, apresentação pessoal, senso de
disciplina, iniciativa, capacidade de decisão, dentre outras) , psicológicos
(atributos intelectivo/sensório motor ( memória, atenção, raciocínio verbal,
expressão escrita, dentre outros) , atributos persanológicos (segurança, espírito
de equipe, tato, adaptabilidade, controle emocional, dentre outros.) Desta forma,
o processo de avaliação é bem amplo
Importa destacar aqui, nesta seção, sobre as possibilidades que existem
em relação as oportunidades de trabalho, e que já foram mencionados parte da
formação e das atribuições do pedagogo em capítulos anteriores, em pesquisa,
feita, no portal de entrada para atuação do pedagogo na área da marinha,
podemos afirmar que existem poucas vagas em espaços de tempo muito
longos, não dando a oportunidade de outros profissionais da área atuar dentro
desta Organização Militar, outrora, a atuação também não é tão conhecida
para quem não está dentro deste ambiente.
No entanto são inúmeras oportunidades de atuação que o pedagogo tem,
ou seja, a área de atuação do pedagogo consiste em uma variedade funções, e
o pedagogo na marinha possui uma valorização maior no que se refere a
remuneração salarial, em virtude, de o concurso público estar inserido em um
plano de carreira próprio da marinha.
O pedagogo é o profissional formado no curso de Pedagogia, de acordo
com Libâneo (2010), o pedagogo é qualificado para atender a todas as
dimensões da prática educativa, de forma direta e indireta relacionadas à
organização e aos processos de conquista de saberes, com uma prática que
contribua para modificá-la o ser humano, concebendo uma nova forma de agir
individual e em grupos.
É importante destacar aqui, algumas funções do pedagogo da marinha,
que este pode exercer a função de coordenação, supervisão, gestão, atuando
em sala como formador de docentes e doutrinador visando dotar os
profissionais das diversas áreas da educação.
Por isso, que o pedagogo militar deve atentar para um modelo de
orientação educacional onde, em alguns momentos se faz necessário juntar o
grupo de alunos ou estagiários para orientá-los e em outros momentos a
orientação pode ser feita individualmente.
Em uma das perguntas feitas para a pedagoga atuante na marinha, foi a
participação do trabalho executado na marinha ser vinculado com a
comunidade local, de acordo com a resposta da pedagogo, podemos perceber
uma atuação mais formal, na educação básica, pois o principal objetivo do No
entanto, a principal, a orientação educacional voltada para o quartel possui
algumas peculiaridades, visto que o quartel e a escola são instituições com
características próprias, intrínsecas.
A pedagoga entrevistada, destacou sobre a atuação da pedagogia na
Marinha diversificado, onde o pedagogo pode estar desenvolvendo seu
trabalho e aplicando seus conhecimentos em diferentes funções na área
administração escolar, planejamento, inspeção, orientação pedagógica e
educacional, assessoria de ensino técnico-pedagógica e em funções
departamentais. Como Oficial o pedagogo normalmente ocupa funções de chef
A pedagoga entrevistada destacou sobre as metas os objetivos que o
pedagogo tem quando atua na área da marinha, em retomada sobre o capítulo
2, o pedagogo militar perpassa por um treinamento militar, para conhecer as
metas e os objetivos que deverão ser cumpridos, durante o percurso de sua
carreira.
Diante da reposta obtida, o pedagogo é um profissional que atua em
campos que exijam conhecimentos pedagógicos na formação e capacitação de
indivíduo, sejam espaços escolares ou não, visando ao apoio e à execução
desses conhecimentos em diferentes atividades ou funções. Desta forma, as
metas e objetivos consistem em promover a melhoria constante do processo
ensino-aprendizagem, por meio das ações integradas de planejamento,
coordenação, execução e avaliação com o propósito de atender as
necessidades e aspirações dos discentes e docentes, bem como outras
demandas educacionais.
Assim como já foi destacado no capítulo 2, para se tornar pedagogo na
marinha, é preciso se aliançar aos valores próprios, pautados em hierarquia e
disciplina, é uma filosofia das organizações militares. Desse modo a atuação
do pedagogo nesse espaço não se assemelha a atuação do pedagogo em
escolas da educação básica, que é um ambiente social, diversificado e
democrático.
Na pergunta feita para a pedagoga sobre o processo exercer o seu
trabalho de pedagoga e militar dentro das características da própria Marinha,
em reposta a pedagoga afirmou que tem buscado se aperfeiçoar e seguir as
diretrizes de trabalho, mas como o trabalho já tem sido feito sobre a base de
orientadora e coordenadora de projetos que envolve alunos estagiários a
pedagoga afirma não ter tido dificuldades em articular a formação de pedagoga
a com as características de trabalho da marinha.
Segundo Grinspun (2011, p. 37), “o principal papel do Orientador será
ajudar o aluno na formação de uma cidadania crítica, e a escola, na
organização e realização de seu projeto pedagógico.
O orientador da marinha, segue os princípios apresentados pela Lei
11.279, no art. 2 o ensino da marinha de baseia nos princípios;
O ensino na Marinha baseia-se nos seguintes princípios:
I - integração à educação nacional;
II - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
III - garantia de padrão de qualidade;
IV - profissionalização contínua e progressiva;
V - preservação da ética, dos valores militares e das tradições
navais;
VI - avaliação integral e contínua;
VII - titulações próprias ou equivalentes às de outros sistemas
de ensino; e
VIII - efetivo aproveitamento da qualificação adquirida, em
prol da Instituição.
A pedagoga entrevistada, atua nos princípios de educação da marinha, e
que esses princípios também são princípios norteadores da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional LDB 9394\96, para a formação do cidadão
qualificado para atuar em sociedade.
Na pergunta seguinte, a pergunta apresentada para a pedagoga, foi
direcionada as formas de intervenção na marinha nos cursos ministrados pelo
própria, assim como foi já foi apresentado os princípios de educação na
marinha, a pedagoga destacou que a intervenção nos processos educativos na
marinha, que este ocorre igual os sistemas de educação normal.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB9394\96,
apresenta os princípios de educação básica que valoriza a pluralidade de
ideias aproveitamento de estudos, ou seja, quando um aluno ingressa na
educação básica da marinha, o mesmo receberá a educação baseada na área
da marinha, mas os princípios básicos são praticamente os mesmos da LDB
939496.
Na pergunta feita pela pedagoga sobre o Conselho Nacional de
Educação (2006), que atribui sobre a função do pedagogo na área de
coordenação, a pedagogo explicou que o pedagogo marinho pode atuar em
espaços não escolares deve possuir, além dos conhecimentos técnicos,
habilidades e atitudes expressas por competências, destacam-se domínio dos
princípios e fundamentos da educação, gestão de pessoas, busca de soluções
para os desafios advindo da realidade escolar e institucional, comprometimento
e envolvimento com o trabalho desenvolvido, dentre outras competências.
Em continuidade da entrevista com a pedagoga da marinha, foi
apresentado a pergunta, sobre as habilidades e competências que o pedagogo
necessita ter para exercer seu trabalho com excelência dentro das forças
armadas, na percepção da pedagoga, as principais características mais
relevantes para a atuação do pedagogo na MB, a capacidade em planejar,
iniciativa, expressão de ideias, expressão escrita, relacionamento interpessoal,
raciocínio, adaptabilidade, trabalho em equipe, capacidade para supervisão,
empatia,liderança, equilíbrio emocional, organização, discrição, proatividade,
criatividade, dentre outras.
Em consonância com a capítulo 3 dessa pesquisa e a percepção da
pedagoga entrevistada, o pedagogo trabalha de forma ativa e direta nas
relações com o outro, assim sendo, está qualificado para atuar em diferentes
espaços que possuem estruturas organizacionais, tais como empresas
privadas, hospitais, órgãos públicos ou empresas não governamentais e
qualquer outro meio que necessite de um trabalho educativo.
De acordo com Freire (1996), a formação da docência não pode reduzir-
se em puros processos técnicos e mecânico de transferir conhecimentos,
enfatiza a exigência ético-democrática do respeito ao pensamento, aos gostos,
aos receios, aos desejos, à curiosidade dos educandos.
No entanto, as atividades pedagógicas desenvolvidas pelo pedagogo na
marinha, consiste em recursos educacionais que esteja vinculada para a
formação do militar dentro aérea militar, pois a organização oferece diversos
cursos que os militares necessitam fazer para a sua atualização técnica dentro
da organização militar.
Para a conclusão da entrevista foi realizada a pergunta sobre avaliação
de desempenho dos alunos ao final das atividades pedagógicas, em resposta
da pedagoga, o processo de avaliação vai depender da organização de ensino
e o propósito, porém de modo geral são utilizadas formativa, diagnóstica, e
somativa, tendo em vista que a avaliação engloba vários atributos além dos
conteúdos. O ensino militar abrange na sua formação os requisitos morais,
militares (liderança, aptidão para o serviço, apresentação pessoal, senso de
disciplina, iniciativa, capacidade de decisão, dentre outras), psicológicos
(atributos motores (memória, atenção, raciocínio verbal, expressão escrita,
dentre outros), atributos persanológicos (segurança, espírito de equipe, tato,
adaptabilidade, controle emocional, dentre outros.) Desta forma, o processo de
avaliação é bem amplo
De acordo com os princípios norteadores da marinha, aos alunos que
não obtiverem aproveitamento necessário nos cursos será emitido apenas um
relatório de frequência e um certificado de participação. Essa documentação
será encaminhada a central da marinha.
Em relação as perguntas elaboradas na entrevista com a uma única
pedagoga atuante na área de marinha, podemos perceber a importância do
pedagogo nesta área, pois todo o direcionamento dos cursos de capacitação
necessita de uma organização pedagógica, que siga os princípios norteadores
da marinha, outrora, não se pode comparar as atividades de orientação,
supervisão e gestão do pedagogo da marinha, com as atividades de gestão,
orientação e supervisão de um pedagogo atuante no ambiente escolar.
Na área de militar os alunos seguem princípios que são específicos para
aprendizagem da marinha, ou seja, avaliação é um dos pontos que
contabilizam para a emissão do certificado do curso, pois o não aproveitamento,
o aluno não consegue concluir a etapa do curso.
De acordo com a análise feita sobre a lei nº 12.464, de quatro de agosto
de 2011que dispõe sobre o ensino na Aeronáutica, pode-se afirmar que o
ensino militar é garantido e regulamentado por lei, desde que possua as
seguintes finalidades.
Art. 2o O ensino na Aeronáutica obedecerá a processo contínuo e
progressivo de educação integral, constantemente atualizado e
aprimorado, executado de forma sistêmica, que se desenvolve
mediante fases de qualificação profissional, com exigências sempre
crescentes, desde os fundamentos até os padrões mais apurados de
cultura geral e profissional.
Ainda sobre a percepção da Lei 12.464, as normas são estabelecidas
para o desenvolvimento das atividades pedagógicas fazem parte de normas
internas que devem ser cumpridas dentro do destacamento.
Entretanto, qualquer atividade fornecida dentro das Forças Armadas é
elaborada em conjunto o que possibilita a melhora do desempenho das
funções individuais, sendo assim, cada um possui conhecimento e consciência
sobre todas as atividades que estão sendo ministradas para o aluno.
Após finalizar todas as perguntas do roteiro da entrevista, foi
questionado se havia mais alguma coisa a ser dita em relação ao tema
proposto com o intuito de acrescentar possíveis relatos esquecidos.
A pedagoga entrevistada destacou sobre a sua importância de atuação
dentro de ambientes grandes como a Marinha, assim como em ONGs e
empresas, mencionou a importância de expor essa nova possibilidade de
atuação para todos os futuros estudantes da área de pedagogia.
6.CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atuação do Pedagogo como demonstra a pesquisa pode ocorrer nos
mais diversos espaços, não é porque o ambiente militar tem cunho hierárquico
e disciplinar que não seja necessário o profissional da Pedagogia, ao contrário,
o Pedagogo poderá dar suporte aos alunos e promover um melhor
desempenho tanto em relação a formação acadêmica, quanto em sua
formação profissional como militar.
No que se refere a entrevista realizada com a pedagoga da Marinha,
podemos concluir que o pedagogo na área militar exerce funções específicas
de acordo com diretrizes da Marinha, mas os princípios norteadores da
educação básica, são os mesmos, valorização da pluralidade de ideias,
coexistência de cursos extracurriculares.
É importante ressaltar que para a realização dessa pesquisa não foram
encontrados estudos científicos que apresentem a atuação do Pedagogo e
suas atribuições na Marinha do Brasil, porém, foi possível observar que suas
funções nas forças armadas se assemelham ao desenvolvido na escola
comum da educação básica, porém com características e com a cultura própria
da formação militar, que muitas vezes é pautada na rigidez, devendo seguir os
princípios da corporação.
Diante disso, é importante ressaltar que o Pedagogo poderá orientar
diretamente os alunos, principalmente, na formação de praças, pois garantir a
disciplina do grupo é fundamental para o sucesso na carreira militar. Portanto,
o Pedagogo dará todo suporte necessário para que o aluno alcance seus
objetivos profissionais na carreira militar.
Posto isso, esse trabalho conclusão de curso pretendeu sanar possíveis
dúvidas que surgem durante o percurso que caminhamos dentro da graduação
de pedagogia, e a partir dessa pesquisa, incentivar outros profissionais da
área de pedagogia, a buscar conhecimentos sobre a atuação em outros
campos de atuação oportunizando contribuições para o aprofundamento sobre
a temática que aqui foi abordada.
Portanto, podemos concluir com essa pesquisa, que todos os
profissionais acabam por desenvolver as mesmas atribuições, porém não
possuem as mesmas obrigações e responsabilidades, o que acaba por separar
algumas funções que não estão previstas internamente.
7.REFERÊNCIAS
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ANEXO 1
	1 INTRODUÇÃO 
	Portanto essa pesquisa inicia-se com a apresentaçã
	2 FORMAÇÃO DO PEDAGOGO 
	2.1 O CONCEITO DE PEDAGOGIA 
	2.2 O PEDAGOGO E A FUNÇÃO DE COORDENADOR PEDAGÓGIC
	2.3 PEDAGOGIA MILITAR 
	3O ENSINO NA MARINHA DO BRASIL 
	3.1 A MARINHA DO BRASIL 
	3.2 O ENSINO NA MARINHA 
	4. O PAPEL DO PEDAGOGO NA MARINHA DO BRASIL 
	7.REFERÊNCIASno Brasil tem início na década de 1930,
um período de mudanças políticas, econômicas e sociais, o mercado tornou-se
mais exigente, impôs a necessidade de escolarização o que levou as classes
trabalhadoras a reivindicarem por mais escolas. Grupos de intelectuais
passaram a lutar por mudanças educacionais no país, em 1932 publicaram o
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, defendendo a universalização do
ensino (SOKOLOWSKI, 2013).
Para que houvesse a criação de novas escolas era necessário a criação
de Universidades para a formação de professores e de técnicos em educação,
por isso, o Manifesto dos Pioneiros reivindicavam pela criação de uma
Universidade do Brasil, o que resultou na criação da Universidade de São
Paulo, em 1934 e na Universidade do Distrito Federal em 1935. “Foi com a
fundação dessas universidades que se organizaram e se implantaram as
licenciaturas e o curso de pedagogia, estendidos para todo o país pelo
Decreto-Lei nº 1.190 de 4 de abril de 1939” (SOKOLOWSKI, 2013, p. 84).
O curso de Pedagogia estava associado ao nascimento da Faculdade
Nacional de Filosofia, conforme o Decreto-Lei nº 1.190 de 1939, em sua
estrutura apresentava quatro seções principais e uma específica para a
formação de professores. A quarta seção integrou o curso de Pedagogia e
como anexo a seção especial de Didática (MEDEIROS; ARAÚJO; SANTOS,
2021).
O decreto criou o paradigma adotado em todo o país o modelo
“esquema 3+1” para os cursos e licenciatura e Pedagogia, que dispunha de
três anos de conteúdos cognitivos e disciplinas específicas, bacharelado, e um
ano de didática, chamado curso de didática. O curso de Pedagogia foi criado,
segundo o Decreto-Lei nº 1.190, com o objetivo de preencher cargos técnicos
de educação do Ministério da Educação (SOKOLOWSKI, 2013).
Em resumo, o Curso de Pedagogia tinha como objeto central, quando
criado, a formação de técnicos em Educação e, após sua conclusão,
na seção especial de Didática, formavam-se os professores para
lecionar nas disciplinas concebidas como pedagógicas nas escolas
normais, espaços responsáveis, à época, pela formação de docentes
para o Ensino Primário (atualmente, anos iniciais do Ensino
Fundamental). No que toca a sua proposta curricular de formação,
abrangia diferentes áreas correspondentes à Sociologia, à Biologia, à
Matemática, à Estatística, à Administração, à Psicologia, à História,
entre outras, associadas à Educação (MEDEIROS; ARAÚJO;
SANTOS, 2021, p. 565).
Inicialmente o curso de Pedagogia propunha para os três primeiros anos
uma formação mais geral, e o último ano uma formação com ênfase na
docência, na seção de Didática. A prática do “esquema 3+1”, curso de
graduação mais a formação didática foi considerado ilegal em 1941 no
Decreto-Lei nº 3.454, além disso, inúmeras críticas ao curso de Pedagogia
foram feitas ao longo de quase trinta anos, pois, argumentavam que não havia
campo de atuação para os profissionais formados, já que outros cursos
formavam professores para atuais nas Escolas Normais e para as demais
áreas da administração bastava uma especialização lato sensu ou um curso de
aperfeiçoamento, muitos intelectuais pediam a extinção do curso (MEDEIROS;
ARAÚJO; SANTOS, 2021). Na década de 1960 para não extinguir o curso
houveram mudanças no currículo de Pedagogia com a promulgação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Em 1962, logo após a promulgação da primeira Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional–Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de
1961–, para se alinhar às recomendações desse marco legal, houve
a promulgação, pelo Conselho Federal de Educação (CFE), do
Parecer nº 251a respeito do Curso de Pedagogia. O documento,
entre outros pontos, estabeleceu um novo currículo mínimo para o
Bacharelado em Pedagogia. Além disso, buscou suavizar a
possibilidade de extinção da graduação, com a defesa de que seria
possível repensar a formação do professor do ensino primário
(atualmente, anos iniciais do Ensino Fundamental), até então
desenvolvida nas Escolas Normais, para o Curso de Pedagogia
(MEDEIROS; ARAÚJO; SANTOS, 2021, p. 567-568).
Para o curso de bacharelado em pedagogia era composto de sete
disciplinas e mais duas a escolha da instituição. O Parecer CFE nº 292/62
legislando sobre a formação pedagógica compunha três disciplinas indicados
pelo CFE. “Mantinha-se, portanto a dualidade bacharelado versus licenciatura
na formação em pedagogia” (SOKOLOWSKI, 2013, p. 86). Já em 1969:
Como decorrência da reforma universitária, o Conselho Federal de
Educação aprovou o Parecer CFE nº 252/69 fixando mínimos de
conteúdo e duração dos cursos de pedagogia. O Parecer do CFE
aboliu a distinção entre bacharelado e licenciatura, determinando que
além da formação dos especialistas em administração escolar,
inspeção escolar, orientação educacional e supervisão pedagógica, o
curso de pedagogia habilitaria para a docência nas disciplinas
pedagógicas dos cursos de formação de professores. Ou seja, em
qualquer uma das habilitações, os especialistas também seriam
licenciados (SOKOLOWSKI, 2013, p. 89).
O curso de Pedagogia passou por muitas críticas quanto a formação na
graduação e a consequente especialização, as habilitações, se configuravam
numa tendência tecnicista que levava a precarização do trabalho do
profissional da educação. Tais críticas levaram ao movimento de reformulação
do curso na década de 1980 (MEDEIROS; ARAÚJO; SANTOS, 2021).
A década de 1980 foi importante para busca e definição de uma
identidade para o curso de Pedagogia.
Nesse período várias entidades foram formadas com o objetivo de
determinar o estatuto epistemológico do curso de pedagogia,
especialmente a CONARCFE (Comissão Nacional de Reformulação
dos Cursos de Formação de Educadores – 1983) que deu origem, em
1994, à ANFOPE (Associação Nacional de Formação dos
Profissionais da Educação). Esta Associação promoveu estudos e
discussões que se operacionalizaram em pareceres do Conselho
Nacional de Educação sobre as diretrizes do curso de pedagogia,
instituídas em 2006 (SOKOLOWSKI, 2013, p. 87).
Muitos encontros para discutirem o conceito de Pedagogia, a área de
atuação dos pedagogos e suas atribuições, foram organizados pela
CONARCFE. As discussões perduraram até a década de 1990, quando novos
fatores influenciaram os rumos da educação no Brasil, contando com o apoio
de organismos internacionais, mudanças no sistema educacional foram
realizados para atender às novas demandas políticas e econômicas
(SOKOLOWSKI, 2013).
O governo brasileiro na década de 1990 assumia novas demandas para
estar em conformidade com as exigências de organismos internacionais. “O
objetivo dessas reformas foi adaptar os sistemas de ensino às regras das
políticas econômicas da nova ordem mundial, substituindo o conceito de
formação humana básica pelo de competências individuais para o mercado”
(SOKOLOWSKI, 2013, p. 88).
Com a promulgação da LDB em 1996, Lei nº 9.394 de 20 de dezembro
de 1996, admitiu que os professores da Educação Infantil e dos anos iniciais do
Ensino Fundamental tivessem formação em Nível Superior, o que poderia ser
tanto no curso de Licenciatura em Pedagogia, que também formaria para a
área de gestão dos processos educacionais escolares e não escolares e com o
Curso de Normal Superior (MEDEIROS; ARAÚJO; SANTOS, 2021).
Entendemos que esse acontecimento implicou de tal maneira no
Curso de Pedagogia que, em 1997, um ano após a publicação da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, houve o encaminhamento, pelo Conselho
Nacional de Educação (CNE), para a criação das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação
Básica, de forma geral, como também das diretrizes curriculares
específicas para cada licenciatura. Enquanto nos demais cursos
existiu, com frequência, a publicação dessas normativas–para as
Licenciaturas em Ciências Biológicas, por exemplo, Matemática,
Letras, entre outras–, bem como das Diretrizes Curriculares Nacionaispara a Formação Inicial de Professores da Educação Básica, por
intermédio da Resolução CNE/CP nº 1, de 18 de fevereiro de 2002 e
Resolução CNE/CP nº 2, de 19 de fevereiro de 2002, somente em
2006 tivemos a promulgação das Diretrizes Curriculares Nacionais
referentes à Licenciatura em Pedagogia (CRUZ, 2008 apud
MEDEIROS; ARAÚJO; SANTOS, 2021, p. 575).
O curso de Normal Superior, previsto na LDB de 1996, dava aos
professores a mesma habilitação que o curso de Pedagogia e outras
licenciaturas, porém de forma mais rápida e mais barata, de curta duração.
Porém, em 2009 a formação dos profissionais da educação básica deixaram de
ser exclusividade dos institutos superiores de educação, esses profissionais
passaram a ser formados apenas no curso de Pedagogia, conforme a
promulgação da Lei nº 12.014 de 2009, que alterou o art. 61 da LDB de 1996.
Conforme a seguinte redação:
Art. 61 Consideram-se profissionais da educação escolar básica os
que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em
cursos reconhecidos, são:
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a
docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio;
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia,
com habilitação em administração, planejamento, supervisão,
inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de
mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso
técnico ou superior em área pedagógica ou afim (Redação dada pela
Lei nº 12.014, de 2009). (BRASIL, 1996).
O art. 64 da LDB de 1996 dispõe ainda que: “A formação de
profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção,
supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em
cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação (...)”
(BRASIL, 1996).
O Conselho Nacional de Educação, Conselho Pleno, através da
Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006, dispõe sobre as diretrizes
curriculares para o curso de Pedagogia. O art. 2º dispõe que as diretrizes
aplicam-se à formação inicial para a docência na Educação Infantil, Ensino
Fundamental, anos iniciais, Ensino Médio na modalidade Normal, cursos de
educação profissional e outras áreas que exigem conhecimentos pedagógicos.
Os incisos 1º e 2º do art. 2º apresenta:
§ 1º Compreende-se a docência como ação educativa e processo
pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais,
étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princípios
e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na articulação entre
conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos
inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e de
construção do conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes
visões de mundo.
§ 2º O curso de Pedagogia, por meio de estudos teórico-práticos,
investigação e reflexão crítica, propiciará:
I - o planejamento, execução e avaliação de atividades educativas;
II - a aplicação ao campo da educação, de contribuições, entre outras,
de conhecimentos como o filosófico, o histórico, o antropológico, o
ambiental-ecológico, o psicológico, o linguístico, o sociológico, o
político, o econômico, o cultural (CNE/CP, 2006).
O art. 3º da Resolução dispõe que o pedagogo trabalhará com um
repertório de informações e habilidades, com pluralidade de conhecimentos
teóricos e práticos, consolidados no exercício da profissão, “(...)
fundamentando-se em princípios de interdisciplinaridade, contextualização,
democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e
estética” (CNE/CP, 2006). O documento trata também da organização
curricular para os cursos de Pedagogia nas instituições de ensino superior.
2.1 O CONCEITO DE PEDAGOGIA
O Livro Pedagogia e Pedagogos contém escritos na década de 1990 por
José Carlos Libâneo. Ao longo dos capítulos o autor justifica a existência da
pedagogia como sendo a ciência da educação colocando-se em favor de
caracterizar a atuação profissional pedagogo e formulando propostas para a
sua formação.
Mateus (2012, p. 12) define a Pedagogia como: (...) “a ciência cujo
objetivo é a reflexão, a sistematização, ordenação, a crítica do processo
educativo e reúne diferentes disciplinas, que podem ser agrupadas em três
grupos: filosóficas, científicas e técnico-pedagógicas”.
Segundo Libâneo (2010) a Pedagogia é um campo do conhecimento
que se ocupa do estudo sistemático da educação, do ato, da prática educativa
concreta, em que um dos ingredientes é a configuração da atividade humana.
Libâneo (2010) apresenta a pedagogia aos leitores considerando a
formação e as áreas de atuação do profissional, apontando as diferenças de
pedagogia em sala de aula e em espaços não-escolares, ou não formal. Para
ele a educação é uma área de estudo da pedagogia.
A Pedagogia não é, certamente, a única área cientifica que tem a
educação como objeto de estudo. Também a Sociologia, a Psicologia,
a Economia, a Linguística, podem ocupar-se de problemas
educativos, para além de seus próprios objetos de investigação e,
nessa medida, os resultados de seus estudos são imprescindíveis
para a compreensão do Educativo. Entretanto, cada uma dessas
ciências aborda o fenômeno educativo sob a perspectiva de seus
próprios conceitos e métodos de investigação (LIBÂNEO, 2010, p. 37).
Entretanto, a Pedagogia se distingue das outras por estudar a educação
em sua total globalidade, ela pode ser postulada como ciência integradora das
demais áreas, ou seja, ela ocupa um lugar diferenciado perante a educação. A
mesma é um campo de identidades e problemáticas próprias. A pedagogia é,
portanto, um ato educativo, da prática educativa que se realizam na sociedade
é como um ingrediente necessário da organização humana.
Franco (2008, apud ROVARIS; WALKER, 2012, p. 4), afirma que “no
percurso histórico da Pedagogia ela é tratada ora como arte, ora como
metodologia, ora ciência da arte educativa e recentemente a grande ênfase na
atuação docente e não no estudo do fenômeno educativo na sua
complexidade”.
A indefinição da pedagogia na atualidade, para Rovaris e Walker (2012),
tem feito com que práticas educativas conservadoras e descontextualizadas
permaneçam na atuação docente.
Para Libâneo (2010) a Pedagogia e a ciência que tem a educação como
objeto de estudo. A educação é a junção das ações, processos e estruturas
que influenciam no desenvolvimento da sociedade, do ser humano em suas
relações com o meio social, em classes socais compreendendo a realidade
vivida por aqueles que buscam realizações em meio a sociedade. Libâneo
defende que as práticas educativas não podem ser realizadas de forma isolada
das relações sociais, culturais ou políticas.
A Educação associa-se, pois, a processos de comunicação e
interação pelos quais os membros de uma sociedade assimilam
saberes, habilidades, técnicas, atitudes, valores existentes no meio
culturalmente organizado e, com isso, ganham o patamar necessário
para produzir outros saberes, técnicas, valores, etc. É intrínseco ao
ato educativo seu caractere de mediação que favorece o
desenvolvimento dos indivíduos na dinâmica sociocultural de seu
grupo, sendo que o conteúdo dessa mediação são os saberes e
modos de ação (LIBÂNEO, 2010, p. 32).
A educação pode ser considerada como algo que reflete, que se
reproduz, idêntico, com função de inserir os indivíduos no sistema social, ou
seja, a educação é voltada para sociedade que sempre será a mesma. Nesse
sentido, pode se considerar que a mesma é ligada a uma produção de vida
social, com condição para que a população se forme para dar continuidade da
vida social. Gerações adultas tem como missão cuidar de gerações mais novas,
propiciando conhecimentos, experiências.
O ato educativo diz respeito as ações que a humanidade vai
acumulando e os resultados dos processos de formações dos sujeitos ao longo
do tempo, para adquirirem capacidades e qualidades para a confrontação das
exigências impostas pelo contexto social.De acordo com Rovaris e Walker
(2012, p. 4),
A educação é prática humana e social, que transforma os seres
humanos nos seus estados físicos, mentais, espirituais, culturais,
dando a configuração a nossa existência humana individual e coletiva.
E são essas transformações que constituem o objeto de estudo da
Pedagogia.
Saviani (2001, p. 102 apud ROVARIS; WALKER, 2012, p. 5) define a
Pedagogia da seguinte forma:
Na verdade o conceito de Pedagogia se reporta a uma teoria que se
estrutura a partir e em função da prática educativa. A pedagogia,
como teoria da educação, busca equacionar, de alguma maneira, o
problema da relação educador-educando, de modo geral, ou, no caso
específico da escola, a relação professor-aluno, orientando o
processo de ensino e aprendizagem.
A relação professor-aluno é o que possibilita o ato educativo. O
Pedagogo deve ser formado para atuar em várias áreas e campos que são
decorrentes de novas realidades, das ampliações, mudanças em ritmos de vida,
tecnologias, não se restringe a gestão, supervisão e coordenação pedagógica,
dessa forma aumentando seu leque de opções em relação a sua atuação.
Tendo em vista que o Pedagogo pode ser o macro intermediário ou micro de
ensino, podendo ser: gestores, supervisores, administradores, planejadores de
políticas educacionais, pesquisadores, professores etc.
Dessa forma, pode-se enxergar claramente a atuação profissional do
educador, que traz uma forma distintiva, de ensino, no trabalho profissional do
pedagogo deve ser haver uma amplitude com relação ao leque de opções e
áreas de trabalho. Por isso, Libâneo salienta que a formação do pedagogo e
professor não deve ser aplicada mediante a um único curso. Tal como assim é
representado pela Associação Nacional pela formação dos profissionais em
educação.
Como podemos ver de fato há na história uma tradição de achar que
pedagogos unicamente ensinam, são pessoas formadas para ensinar crianças,
porém esse conceito se torna muito reducionista a real profissão do pedagogo,
ao decorrer do livro Libâneo (2010) discorre sobre a educação de pedagogos,
sua formação e atuação, trazendo algumas questões quando falamos na
pedagogia como profissão. A pedagogia de fato se ocupa com formação
escolar, com métodos e processos educativos porem é muito mais do que isso,
antes disso ela tem um sentido bem mais amplo e globalizante. Como Libâneo
cita:
O pedagógico refere-se a finalidades da ação educativa, implicando
objetivos sócio educativos, sócio políticos a partir dos quais se
estabelecem formas organizativas e metodológicas da ação educativa.
Nesse entendimento o fenômeno educativo apresenta-se como
expressão de interesses sociais em conflito na sociedade. É por isso
que a pedagogia, expressa finalidades sociopolíticas, ou seja, uma
direção explicita da ação educativa. É devido a esse caráter sócio
histórico que o pedagogo polonês Suchodolski, considera a
pedagogia uma ciência sobre a atividade transformadora da realidade
educativa (LIBÂNEO, 2010, p. 30).
Libâneo (2010) ressalta a finalidade da pedagogia, apontando suas
finalidades sociopolíticas, onde também expressa os interesses sociais em
desacordos, como diz o alemão Schmeid-Kowarzik se refere a pedagogia como
ciência da e para a educação, teoria e prática da educação.
Pedagogia é então o campo do conhecimento que se ocupa do
conhecimento sistemático da educação, isto é, do ato educativo, da
pratica educativa concreta que se realiza na sociedade como um dos
ingredientes básicos da configuração da atividade humana. Nesse
sentido a educação é o conjunto das ações, processos, influencias,
estruturas, que intervém no desenvolvimento, humano de indivíduos e
grupos, na sua relação ativa com o meio natural e social, num
determinado contexto de relações, entre grupos e classes sociais. É
uma pratica social que atua na configuração da existência humana,
individual e grupal, para realizar nos sujeitos humanos as
características de “ser-humano” (LIBÂNEO, 2010, p. 30).
Dito isso, podemos dizer que a pedagogia é a ciência da educação em
sua amplitude, é muito mais do que um curso de licenciatura ela envolve todas
as áreas possíveis da educação ela envolve todos os ensinos e aprendizagens,
todas as práticas educativas sendo elas formais ou não formais e até mesmo,
como cita Libâneo, informal. Nessa perspectiva, analisamos que o campo da
pedagogia é bastante vasto, pois, a educação pode ocorrer com a família, no
trabalho, na fábrica, nas ruas, nos meios de trabalhos e na política. Com isso,
vale diferenciar as diversas representações, da prática educativa, em suas
mais diversas modalidades. Como diz Libâneo:
A pedagogia não é, certamente, a única área cientifica que tem a
educação como objeto de estudo. Também a sociologia, a psicologia,
a economia, a linguísticas, podem ocupar-se de problemas
educativos, para além de seus próprios objetos de investigação e,
nessa medida, os resultados de seus estudos são imprescindíveis
para a compreensão do educativo. Entretanto, cada uma dessas
ciência aborda o fenômeno educativo sob a perspectiva de seus
próprios conceitos e métodos de investigação. É a pedagogia que
pode postular o educativo propriamente dito e ser ciência integradora
dos aportes da demais áreas. Isso significa que, embora não ocupe
lugar hierarquicamente superior as outras ciências da educação tem
um lugar diferenciado (LIBÂNEO, 2010, p. 37).
Conforme o autor afirma que a pedagogia não é a única ciência que
estuda a educação, porém, é a única que tem por objeto de estudo a educação
em sua pluralidade, com sua própria identidade e problemática, não havendo
uma perspectiva do próprio conceito como ocorre em sociologia, psicologia,
linguística, e economia.
Não é difícil constatar que nenhuma das chamadas ciências da
educação trata especificamente desta problemática. Quando um
psicólogo investiga ou atua no campo educacional, ele aplica ai os
conceitos e métodos da psicologia, e os resultados que obtém são de
ordem psicológicas o mesmo ocorre com a sociologia (LIBÂNEO,
2010, p. 38).
Já a pedagogia engloba parcialmente as outras ciências como uma
proximidade, intencional voltada para as situações educativas, desta forma a
pedagogia carrega a importância de estudar algo que envolve toda as demais
áreas.
Mesmo que as práticas pedagógicas de ensino para uma educação em
espaços não escolares não estejam ainda sendo divulgadas ou ensinadas nos
cursos de licenciatura e não havendo práticas supervisionadas nesses
ambientes, essa possibilidade já está prevista nos parâmetros curriculares, faz
parte do currículo do curso de Pedagogia e está cada vez mais comum em
instituições sócio educativas, empresas, instituições públicas, etc.
Quanto a formação deste pedagogo deve ser em geral preparado para
atuar nos mais diversos espaços englobando todas as áreas de atuação, para
cumprir as exigências sócio educativas, sendo elas formais, não formais e
informais, se inteirando de novas realidades, tecnologias, mudanças nos ritmos
de vida sendo cada vez mais presente as mudanças nos meios de
comunicação informação e profissionais, essa formação pode ser chamado de
pedagogo stricto sensu.
A caracterização de pedagogo stricto sensu é necessária para
distingui-lo do profissional docente, já que todos os professores
poderiam considerar se, como já mencionado, pedagogos lato sensu.
Por isso mesmo, importa formalizar uma distinção entre trabalho
pedagógico (atuação profissional em um amplo leque de práticas
educativas) de trabalho docente (forma peculiar que o trabalho
pedagógico assume na sala de aula), separando portanto, curso de
pedagogia (de estudos pedagógicos) e cursos de licenciatura (para
formar professores do ensino fundamental e médio). Caberia,
também, entender que todo trabalho docente é trabalho pedagógico,
mais nem todo trabalho pedagógico é trabalho docente (LIBÂNEO,
2010, p. 39).
De acordo com a citação acima podemos perceber a posição do autor
favorável em relação a divisão do curso de pedagogiatendo então de um lado
o curso de pedagogia (como intuito de ir mais a fundo no estudo pedagógico) e
de outro o curso de licenciatura (com o intuito de formar professores). Questão
essa que traz diversos embates nas instituições que oferecem cursos de
pedagogia.
Contudo, o profissional fora de seu âmbito escolar pode atuar de forma
investigativa buscando conhecer realidades em que acontecem os processos
de ensino – aprendizagem, a prática pedagógica acontecerá de acordo com o
espaço e a existência ao qual o pedagogo estará inserido. O professor deverá
buscar de técnicas e sempre inovar seus métodos para renovar o seu ambiente
educativo.
A sociedade vigente pede por campos de atuações pedagógicas que
nos permite a entender que a atuação do pedagogo se faz necessária em
espaços escolar e não escolar sabendo-se que no seu campo de atuação
escolar o pedagogo pode atuar como exemplo planejador, gestor, supervisor, já
em espaços não escolares pode atuar como formador, técnico, educador social
animador. O profissional se faz necessário em espaços da saúde empresas,
instituições entre outros, o que o leva a abranger várias possibilidades em sua
caminhada (LIBÂNEO, 2010).
Hoje se faz imenso os campos de atividades não escolares em que o
pedagogo pode contribuir, se faz necessário que ao atuar nesses espaços que
o mesmo esteja inteiramente antenado a sociedade e sua realidade
sociocultural econômica onde atuará e participara dos processos educativos.
No cenário atual já encontramos professores em diferentes atividades nas
diversas partes da sociedade e em todas as áreas ele atua de forma
multidisciplinar planejando, coordenando projetos, desenvolvendo atividades
educativas e recreação com diferentes faixas etárias. Em virtude a isso o
pedagogo vem sendo buscado a contribuir para os processos de ensino-
aprendizagem em vários e diferentes contextos sociais a fim de contribuir para
desempenho e desenvolvimento humano.
2.2 O PEDAGOGO E A FUNÇÃO DE COORDENADOR PEDAGÓGICO
É importante apresentar também a função de coordenador pedagógico
exercida pelo Pedagogo, também chamado de supervisor, devido à antiga
nomenclatura, pois são funções comuns do cotidiano do pedagogo no
ambiente escolar.
O coordenador pedagógico exerce diversas funções no ambiente escolar,
a principal delas é auxiliar os professores na elaboração de atividades para que
possam transmitir aos alunos os conteúdos exigidos para o decorrer do ano
letivo, o coordenador atua para que os mais diversos conteúdos sejam
trabalhados e os professores estejam atendendo as exigências da secretaria
de educação e as necessidades dos alunos.
O coordenador precisa ser experiente e dedicado, pois, exerce diversas
funções no ambiente educacional. Pois, além de orientar os docentes ainda
pode encontrar diversas situações inesperadas, como situações de indisciplina.
Observa-se muitas vezes, que este profissional exerce apenas a
função de cuidar da escola, seja no aspecto organizacional,
administrativo ou gerencial, mas, além destas citadas anteriormente,
a ação do supervisor não se limita à tarefa de ser um “gerente”, mas
também requer uma liderança pedagógica. Assim, é imprescindível
que o supervisor saiba articular o administrativo com o pedagógico.
Para que esta função seja efetiva, o especialista da área da
supervisão deve ter pleno conhecimento da didática, para poder dar
apoio aos professores. (CARLOS; LODI, 2012, p. 61).
A prática pedagógica e o trabalho do coordenador deve ser um elo para
melhorar a qualidade do que está sendo ensinado e alcançar os objetivos
educacionais da escola, essa prática não deve ser apenas trabalho do
professor em sala de aula, mas o supervisor tem papel fundamental para a
realização de ações e práticas criativas, eficazes, que atendam todos os seus
alunos.
O profissional coordenador pedagógico, em alguns lugares supervisor,
constantemente se depara com diversos e distintos desafios no
cotidiano escolar. Pode-se dizer que o papel do supervisor vai além
da sua função, este realiza serviços de ouvidoria dos alunos,
professores e pais, serviços administrativos e/ou executivos, dentre
outros. Diante das diversas ações emergentes da vida escolar, a
relação entre o supervisor e o professor acaba sendo debilitada,
fazendo com que o tempo para ambos repensar e analisar as práticas
pedagógicas acabe sendo insuficiente para alcançar a qualidade de
aprendizagem desejada. (CARLOS; LODI, 2012, p. 63).
A relação entre o professor e o coordenador precisa ser saudável,
muitas vezes na correria do dia-a-dia acabam nem dialogando ou trocando
ideiais sobre as atividades, o comportamento dos alunos, os objetivos
alcançados, desafios, enfim, fazendo com que essa conexão seja interrompida,
mas uma educação de qualidade depende da relação coordenador e professor,
da comunicação e destreza de ambos ao realizar a tarefa de educar.
A comunhão entre os envolvidos no processo educacional faz toda a
diferença, tanto para o trabalho do coordenador, como do professor, é preciso
trabalhar em equipe na escola para alcançar os objetivos esperados e
transmitir para os alunos conhecimentos que vão além da ciência, mas que
envolve os valores morais que eles devem aprender para tornar-se bons
cidadãos. De acordo com Mercado (2010, p. 3),
O cotidiano do coordenador pedagógico é marcado por experiências
e situações que levam a uma atuação desordenada, ansiosa,
imediatista e desfocada da sua real função. Nesse contexto, é praxe
concebermos o coordenador como a pessoa designada para apagar
incêndios, fiscalizar o professor, ser garoto de recado do diretor, tapa
buraco e quebra-galhos, “caçador de alunos” pelos corredores da
escola e outros. O coordenador é aquele agente de transformação no
cotidiano escolar, responsável pela construção e reconstrução da
ação pedagógica, com vistas a construção e articulação coletiva do
Projeto Político Pedagógico.
A principal função do coordenador no ambiente escolar é mediar a ação
do professor para que o aluno chegue ao aprendizado, mas sabemos que suas
funções ultrapassam a orientação dos professores. O pedagogo precisa
transformar a prática pedagógica do professor, orientá-lo nas mais diversas
ocorrências que acontecem no espaço escolar.
Os coordenadores também trabalham juntamente com os pais na
educação dos alunos, pensando em proporcionar para as crianças um
ambiente familiar saudável e acolhedor, muitas vezes os coordenadores são
também conselheiros familiar, auxiliam os pais para que saibam orientar seus
filhos na elaboração de atividades, tarefa de casa, relacionamento com os
colegas, relacionamento com professores, enfim, a escola e a família precisam
se unir por uma educação de qualidade.
Além dessas atividades, o coordenador pedagógico propõe estudos,
discussões e revisão do Projeto Político Pedagógico da unidade
escolar, estimula a interrelação entre projetos didáticos e assegura a
unidade da ação pedagógica, acompanha o processo avaliativo
escolar e institucional e cuida dos aspectos organizacionais do ensino:
coordenação de reuniões pedagógicas; elaboração do horário escolar;
organização das turmas; distribuição de professores; organização e
conservação de material e equipamentos didáticos; planejamento e
coordenação do Conselho de Classe. Também é assegurado no
âmbito da coordenação pedagógica a articulação entre gestão e
organização da escola, mediante o exercício de gestão democrática
(participativa, descentralizadora e autônoma). (MERCADO, 2010, p.
4).
O coordenador atende os alunos individualmente para saber como estão
desenvolvendo, considerando suas necessidades, suas habilidades e
interagindo com o corpo docente para melhor atender os alunos. A experiência
do coordenador pode auxiliar tanto os professores a lidar com seus alunos e as
dificuldades de cada um, quanto ao auxílio dos professores diante de situações
que não sabem resolver.
Cabe aos coordenadores planejar, coordenar, gerir, acompanhar,
intervir e avaliar todas as atividadespedagógicas e curriculares da
escola. Ele é agente responsável pelo direcionamento de suas ações
para a transformação da pratica pedagógica, isto é, precisa estar
consciente da importância do trabalho coletivo, mediante a
articulação dos diversos atores escolares. Essa é uma forma de
garantir aos professores, gestores, pais, funcionários e alunos a
participação e o envolvimento nos novos rumos da escola.
(MERCADO, 2010, p. 6).
Os coordenadores pedagógicos precisam estimular diálogos no
ambiente escolar, entre professores, professores e alunos, professores e
familiares, visando um ensino de qualidade dentro do espaço escolar, pois,
com diálogos podemos resolver problemas, inventar novas práticas,
compartilhar ideias, aceitar diferenças, etc.
Segundo Libâneo; Oliveira; Toshi (2012, p. 342),
O coordenador pedagógico ou professor coordenador coordena,
acompanha, assessora, apoia e avalia as atividades pedagógico-
curriculares. Sua atribuição prioritária é prestar assistência
pedagógico-didática aos professores em suas respectivas disciplinas,
no que diz respeito ao trabalho interativo com os alunos. Há lugares
onde a coordenação se restringe à disciplina em que o coordenador é
especialista; em outros, a coordenação atende a todas as disciplinas.
Outra atribuição do coordenador pedagógico é o relacionamento com
os pais e com a comunidade, especialmente no que se refere ao
funcionamento pedagógico-curricular e didático da escola, à
comunicação das avaliações dos alunos e à interpretação deita delas.
Esse relacionamento entre coordenação e comunidade é fundamental
no espaço escolar, os alunos precisam que tanto a escola saiba de sua
situação afetiva familiar quanto que sua família conheça seu desempenho no
espaço escolar e orientem seus filhos para uma educação de qualidade.
É desafiador para a coordenação da escola lidar com todas as situações
que podem ocorrem nela em seu dia-a-dia, é importante que em relação as
práticas pedagógicas de ensino ele esteja pronto para auxiliar seu corpo
docente a desenvolver atividades que atinjam os objetivos escolares e atendem
as necessidades do aluno.
O coordenador pode colaborar com a ação dos professores de diversas
formas: elaborando atividades diversificadas, trazendo inovações para a escola,
realizando trabalhos interdisciplinares e entre toda a escola, incentivando
aqueles alunos que possuem alguma dificuldade com atividades objetivas e
práticas, colaborando para que o professor se sinta seguro ao iniciar um novo
conteúdo e elaborar seus planos de ensino para aplica-los, enfim, são
inúmeras as formas de auxiliar o corpo docente no desafiante cotidiano escolar.
2.3 PEDAGOGIA MILITAR
O termo pedagogia militar é utilizado para caracterizar a atuação do
pedagogo em escolas de formação de militares. Utilizar o termo militar como
adjetivo da pedagogia é para que se utilize uma práxis que é fundamentada em
valores, normas e princípios próprios do militarismo e de suas peculiaridades
(VEIGA; SOUZA, 2019).
O termo militar é originário da palavra latina miles que quer dizer soldado,
do verbo milito que quer dizer combater, ser soldado. O militarismo traz um
conceito de organicidade entre o militar a doutrina (SILVA, 2014 apud VEIGA;
SOUZA, 2019).
Nesse sentido, militarismo é uma representação orgânica carregada
de valores, de cultura e de uma identidade própria. Por esse caráter
dogmático, entendemos que para além de uma organização
hierárquica, de gestão burocrática, centralizada e hierarquizada, há
uma filosofia que ancora tal organicidade. Essa filosofia, por sua vez,
se orienta por uma finalidade essencial, qual seja: o domínio político
pelo uso da força. As sim, ações militares se desenvolvem por meio
de estratégias de domínio pela aniquilação de inimigos, seja por meio
da morte, seja por meio do subjugo (VEIGA; SOUZA, 2019, p. 11).
No militarismo há um dogma que não deve ser contestado, a cultura
militar é própria, pautados em hierarquia e disciplina, envolvem características
como (...) “obediência, submissão, belicismo, dominação, força, etc”. (VEIGA;
SOUZA, 2019, p. 11).
O militarismo é uma ideologia institucional, uma visão de mundo,
fundamentada numa possibilidade de guerra, combate, domínio, que deve ser
pautada no autocontrole, no autosacrifício para derrotar o inimigo e na
obediência aos superiores (VEIGA; SOUZA, 2019).
A educação nessa perspectiva está fundamentada no uso de
instrumentos pedagógicos próprios: em linguagens, regulamentos,
símbolos e ritos organizados formalmente; e em coerção, violência
(física e psicológica) e medo discricionariamente fomentado por quem
educa. Esse processo de socialização busca romper com quaisquer
identidades individuais e promover o desenvolvimento identitário
próprio do ethos militar homem máquina, que se diz superior às
intempéries, que mortifica sua própria subjetividade, pois seu
propósito é cumprir fielmente seu dever de servir e defender o Estado,
mesmo com o sacrifício de sua própria vida (VEIGA; SOUZA, 2019, p.
12).
Na educação militar o sujeito passa por um processo de treinamento
para tornar-se militar. “Podemos afirmar, portanto, que a pedagogia militar é a
ciência e filosofia da práxis educativa fundamentada no militarismo cujo
objetivo é a conformação psicofísica, ética e moral dos sujeitos, a fim de que
sejam úteis à reprodução de um determinado” (VEIGA; SOUZA, 2019, p. 12).
No ambiente militar há valores próprios, pautados em hierarquia e
disciplina, é uma filosofia das organizações militares. Desse modo a atuação
do pedagogo nesse espaço não se assemelha a atuação do pedagogo em
escolas da educação básica, que é um ambiente social, diversificado e
democrático.
3 O ENSINO NA MARINHA DO BRASIL
3.1 A MARINHA DO BRASIL
A Marinha faz parte das forças armadas do Brasil, juntamente com a
Aeronáutica e o Exército, de acordo com a Lei nº 97 de 9 de junho de 1999,
que dispõe sobre as normas gerais para organização, o preparo e o emprego
das forças armadas, em seu Art. 1º as Forças Armadas são definidas como
instituições nacionais permanentes e regulares, que possuem uma organização
baseada na hierarquia e disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República e destinam-se à defesa da Pátria, garantia dos poderes
constitucionais (BRASIL, 1999). O Art. 17 da referida Lei dispõe que:
Art. 17. Cabe à Marinha, como atribuições subsidiárias particulares:
I - orientar e controlar a Marinha Mercante e suas atividades
correlatas, no que interessa à defesa nacional;
II - prover a segurança da navegação aquaviária;
III - contribuir para a formulação e condução de políticas nacionais
que digam respeito ao mar;
IV - implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos,
no mar e nas águas interiores, em coordenação com outros órgãos
do Poder Executivo, federal ou estadual, quando se fizer necessária,
em razão de competências específicas.
V – cooperar com os órgãos federais, quando se fizer necessário, na
repressão aos delitos de repercussão nacional ou internacional,
quanto ao uso do mar, águas interiores e de áreas portuárias, na
forma de apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de
instrução (BRASIL, 1999) (Incluído pela Lei Complementar nº 117, de
2004).
As Forças Armadas do Brasil são subordinadas do Ministério da Defesa,
dispondo de estruturas próprias, conforme Art. 3º da Lei nº 97 de 1999.
No site oficial da Marinha que trata da forma de ingresso, a mesma é
dividida para o sexo masculino e para o sexo feminino nas seguintes etapas,
mediante concursos com provas teóricas e práticas:
SEXO MASCULINO
Colégio Naval –
Ensino
Fundamental
O Colégio Naval
é uma instituição
militar de nível
médio que
prepara os
jovens, visando
ao ingresso no
Corpo de
Aspirantes da
Escola Naval. No
Colégio Naval,
busca-se incutir o
gosto pelo mar e
pelas coisas
marinheiras, além
de proporcionar
uma sólida
formação
intelectual, moral
e militar-naval.
Escola Naval –
Ensino Médio
A Escola Naval é a
instituição de ensinosuperior mais antiga
do país, cujo objetivo
é formar oficiais para
os postos iniciais das
carreiras dos Corpos
da Armada (CA),
Fuzileiros Navais
(CFN) e Intendentes
da Marinha (CIM).
Corpo Auxiliar de
Praças – Ensino
Médio (Técnico)
As Praças de carreira
são organizadas
também em Corpos. O
Corpo Auxiliar de
Praças (CAP) destina-
se a executar e apoiar,
no nível técnico, as
gestões
Administrativa,
Operativa e de Saúde
da Marinha.
Quadro Complementar
de Fuzileiros Navais –
Ensino Superior
O Corpo de Fuzileiros
Navais (CFN) é uma
força de pronto-
emprego de caráter
expedicionário por
excelência,
exclusivamente
composta por militares
voluntários,
submetidos a rigoroso
processo de seleção e
treinamento no
combate em terra, mar
e ar, com a tarefa de
garantir a projeção do
Poder Naval em terra,
por meio de
desembarques
realizados em
conjunto com navios e
efetivos da Marinha do
Brasil.
SEXO FEMININO
Escola Naval –
Ensino Médio
A Escola Naval é a
instituição de ensino
superior mais antiga
do país, cujo objetivo
é formar oficiais para
os postos iniciais das
carreiras dos Corpos
da Armada (CA),
Corpo Auxiliar de
Praças – Ensino
Médio (Técnico)
As Praças de carreira
são organizadas
também em Corpos. O
Corpo Auxiliar de
Praças (CAP) destina-
se a executar e apoiar,
no nível técnico, as
gestões
Quadro Complementar
de Intendentes –
Ensino Superior
É o Corpo de Oficiais
que gerenciam e
conduzem as
atividades de
Administração,
abastecimento e
Finanças nas
Organizações Militares
Fuzileiros Navais
(CFN) e Intendentes
da Marinha (CIM).
Administrativa,
Operativa e de Saúde
da Marinha.
da Marinha.
Atualmente, os oficiais
do Corpo de
Intendentes são
formados pela Escola
Naval ou admitidos
com graduação em
Economia,
Administração ou
Ciências Contábeis no
Quadro Complementar
de Oficiais Intendentes
da Marinha (QC-IM).
Fonte: Site Oficial da Marinha1
Ainda de acordo com a Marinha os militares encontram-se nas seguintes
situações:
a) na ativa:
I – os de carreira;
II – os temporários, incorporados às Forças Armadas para prestação
de serviço militar, obrigatório ou voluntário, durante os prazos
previstos na legislação que trata do serviço militar ou durante as
prorrogações desses prazos;
III – os componentes da reserva das Forças Armadas quando
convocados, reincluídos, designados ou mobilizados;
IV – os alunos de órgão de formação de militares da ativa e da
reserva; e
V – em tempo de guerra, todo cidadão brasileiro mobilizado para o
serviço ativo nas Forças Armadas;
b) na inatividade:
I – os da reserva remunerada, quando pertençam à reserva das
Forças Armadas e percebam remuneração da União, porém sujeitos,
ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação ou
mobilização;
II – os reformados, quando, tendo passado por uma das situações
anteriores estejam dispensados, definitivamente, da prestação de
serviço na ativa, mas continuem a perceber remuneração da União; e
III – os da reserva remunerada e, excepcionalmente, os reformados,
que estejam executando tarefa por tempo certo, segundo
regulamentação para cada Força Armada2.
A Marinha apresenta ainda a importância e essência da hierarquia para
o comando. “A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças
1 Disponível em: acesso em: 10 de maio de 2023.
2 Site Oficial da Marinha. Disponível em: acesso em: 10 de maio
de 2023.
Armadas. A autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico”3.
E ressalta ainda que a disciplina é a rigorosa forma de acatar integralmente as
leis, regulamentos, normas, disposições, que fundamentam a instituição militar,
para o bom funcionamento e cumprimento do dever.
São manifestações essenciais do valor militar:
I – o patriotismo, traduzido pela vontade inabalável de cumprir o
dever militar e pelo solene juramento de fidelidade à Pátria até com o
sacrifício da própria vida;
II – o civismo e o culto das tradições históricas;
III – a fé na missão elevada das Forças Armadas;
IV – o espírito de corpo, orgulho do militar pela organização onde
serve;
V – o amor à profissão das armas e o entusiasmo com que é exercida;
e
VI – o aprimoramento técnico-profissional4.
Além disso, a Marinha apresenta em sua página oficial os direitos e
deveres dos militares, as prerrogativas militares, conforme a Lei, deixando
evidente aos que quiserem ingressar quais são requisitos e exigências que a
instituições requer de seus militares. Entre as prerrogativas está: “a) uso de
títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas militares das Forças
Armadas, correspondentes ao posto ou graduação, Corpo, Quadro, Arma,
Serviço ou Cargo”. O uso dos uniformes são essenciais para caracterizar os
militares, para facilitar a identificação e o exercício da autoridade5. O
organograma abaixo representa a estrutura da Marinha do Brasil:
3 Idem.
4 Ibidem.
5 Disponível em: , acesso em: 10 de maio de 2023.
Figura 1: Organograma da Marinha do Brasil
Fonte: Site Oficial da Marinha
3.2 O ENSINO NA MARINHA
O Ensino Naval na Marinha do Brasil teve início no século XVIII, ainda
no período de colonização, pois a Academia Real da Marinha, que buscava
bases acadêmicas para as forças armadas. No século IXX, as Companhias de
Aprendizes de Marinheiros tornaram-se Escolas de Aprendizes-Marinheiros.
Segundo Chagas (2021, p. 6),
No século XX, com a modernização da Esquadra, foi imperioso
intensificar a qualificação marinheira. Assim, a Administração Naval
não apenas instituiu novos cursos técnico-profissionais, mas também
criou escolas, como, por exemplo, a Escola de Especialistas, em
Angra dos Reis, que posteriormente, destinou-se a instalar a Escola
Naval, entre os anos de 1914 a 1921.
Buscando o aprimoramento do ensino naval, em 1931, foi nomeada a
Diretoria do Ensino Naval, órgão da Administração Naval, que auxiliaria o
Ministro da Marinha em assuntos relacionados à orientação, direção,
fiscalização e regulamentação do ensino elementar, técnico e profissional e as
aulas de Educação Física dos integrantes da Marinha de Guerra. Na época o
indicado foi o Contra-Almirante Tancredo de Gemensoro.
Em 4 de agosto de 1952, dada a nova organização administrativa do
Ministério da Marinha, extinguiu-se a Diretoria do Ensino Naval,
quando suas atividades novamente passaram à responsabilidade da
Diretoria do Pessoal da Marinha. Em 18 de junho de 1968, entretanto,
obedecendo à reconfiguração na organização do Ministério da
Marinha, a Diretoria de Ensino foi recriada, já com a denominação
atual (CHAGAS, 2021, p. 7).
Na década de 1970 o Decreto nº 66.069 trouxe uma inovação à Missão
da Diretoria de Ensino da Marinha (DEnsM) além de suas atribuições
estabelecidas ficou responsável pelo treinamento e aperfeiçoamento não só do
pessoal militar, mas também do pessoal civil, seguindo a legislação e os
princípios da Marinha.
A partir dos anos 80, suas atividades e organização administrativa
foram regidas por diversos regulamentos, sendo o atual aprovado
pela Portaria nº 104, de 17 de outubro de 2017, da Diretoria Geral do
Pessoal da Marinha, que estabelece como missão da DEnsM:
superintender a capacitação e supervisionar o recrutamento e a
seleção do pessoal da MB para o desempenho, na paz e na guerra,
dos cargos e funções previstos na estrutura organizacional da
Marinha do Brasil (CHAGAS, 2021, p. 7-8).
A Diretoria de Ensino da Marinha orienta as organizações militares do
Ensino Naval, responsável também pelos processos seletivos para ingresso na
Força e condução das avaliações psicológicas para a carreira. A DEnsM já
possui mais de 90 de história, com a capacitação de seu maior patrimônio, os
homens e mulheres que se dedicam a carreira militar marítima.
A Lei nº 11.279, de 9 de fevereiro de 2006, dispõe sobre o ensino na
Marinha:
Art. 1º O ensino na Marinha obedece a processo contínuo e
progressivo de educação, com característicaspróprias,
constantemente atualizado e aprimorado, desde a formação inicial até
os níveis mais elevados de qualificação, visando a prover ao pessoal
da Marinha o conhecimento básico, profissional e militar-naval
necessário ao cumprimento de sua missão constitucional.
Entre os princípios do ensino na Marinha, está a integração à educação
nacional, pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, qualidade,
profissionalização, preservação da ética, valores militares e tradições navais,
avaliação contínua e atua nas modalidades de educação básica (ensino médio),
educação profissionalizante e educação superior (BRASIL, 2006). O Art. 6º
dispõe:
Art. 6º O SEN, por intermédio de cursos e estágios de diferentes
finalidades, proverá os seguintes tipos de ensino: I - ensino básico -
destinado a assegurar a base humanística e científica necessária ao
preparo militar e ao desenvolvimento da cultura em geral; II - ensino
profissional - destinado a proporcionar a habilitação para o exercício
de funções operativas e técnicas e para a realização de atividades
especializadas; e III - ensino militar-naval - destinado a desenvolver
as qualidades morais, cívicas e físicas, assim como para transmitir
conhecimentos essencialmente militares e navais (BRASIL, 2006).
O Art. 7º dispõe que são contemplados os seguintes cursos:
7º Para atender ao seu propósito, o SEN é constituído pelos
seguintes cursos:
I - para o pessoal militar:
a) preparação de aspirantes - visa ao preparo e seleção de alunos
para acesso aos cursos de graduação de oficiais;
b) formação de oficiais - visa ao preparo para o desempenho dos
cargos e o exercício das funções peculiares aos graus hierárquicos
iniciais de quadros e corpos específicos e para a prestação do serviço
militar inicial;
c) formação de praças - visa ao preparo para o exercício das funções
peculiares aos graus hierárquicos iniciais dos círculos a que se
destinam e para a prestação do serviço militar inicial;
d) graduação de oficiais - visa ao preparo para o desempenho dos
cargos e o exercício das funções peculiares aos graus hierárquicos
iniciais de quadros e corpos específicos (BRASIL, 2006).
Ainda são ofertados cursos de aperfeiçoamento, qualificação técnica
especial para praças, pós-graduação, aperfeiçoamento avançado para oficiais
(BRASIL, 2006). Sobre o ingresso na Marinha:
Art. 11-A. A matrícula nos cursos que permitem o ingresso nas
Carreiras da Marinha depende de aprovação prévia em concurso
público, atendidos os seguintes requisitos, dentre outros
estabelecidos, decorrentes da estrutura e dos princípios próprios dos
militares: (Incluído pela Lei nº 12.704, de 2012)
I - ser brasileiro nato para o ingresso nos cursos de formação de
oficiais e brasileiro nato ou naturalizado para o ingresso nos cursos
de formação de praças; (Incluído pela Lei nº 12.704, de 2012)
II - ser aprovado em exame de conhecimentos gerais e, quando for o
caso, de conhecimentos específicos, constituído por provas, ou por
provas e títulos, compatíveis com o nível de escolaridade ou
habilitação profissional exigida; (Incluído pela Lei nº 12.704, de 2012)
III - comprovar escolaridade e, quando for o caso, habilitação
profissional, compatíveis com o Corpo ou Quadro a que se destina,
em instituições de ensino oficialmente reconhecidas, até a data da
matrícula; (Incluído pela Lei nº 12.704, de 2012)
IV - ser aprovado em inspeção de saúde, realizada por Agentes
Médico-Periciais da Marinha, segundo critérios e padrões definidos
pelo Comando da Marinha; (Incluído pela Lei nº 12.704, de 2012)
V - ser aprovado em teste de aptidão física, de acordo com os
critérios e índices mínimos, estabelecidos pelo Comando da Marinha
para cada Corpo ou Quadro; (Incluído pela Lei nº 12.704, de 2012)
VI - ser aprovado em avaliação psicológica, realizada com o emprego
de procedimentos científicos destinados a aferir a compatibilidade das
características psicológicas do candidato com a carreira militar;
VII - estar em dia com as obrigações do Serviço Militar e da Justiça
Eleitoral, quando aplicável; (Incluído pela Lei nº 12.704, de 2012)
VIII - possuir idoneidade moral, a ser apurada por meio de
averiguação da vida pregressa do candidato, na forma expressa no
edital do concurso público (BRASIL, 2006).
Há ainda inúmeros outros requisitos para adentrar à carreira militar na
Marinha, incluindo limites mínimos de idade previstos para cada admissão na
formação de oficiais ou ingresso em quadros complementares (BRASIL, 2006).
4. O PAPEL DO PEDAGOGO NA MARINHA DO BRASIL
O Pedagogo tem como objeto de estudo a educação, a formação
profissional permite que o Pedagogo possa atuar em ambientes formais, não
formais ou informais de educação, atuar em empresas, hospitais e inúmeros
outros espaços a que lhe couber sua atuação. Nas Forças Armadas o trabalho
do Pedagogo se diferencia da escola comum por ser um ambiente com
ideologia, princípios, normas, linguagens e finalidade muito específica para
aquele espaço de formação do sujeito. Mas o trabalho desenvolvido pelo
Pedagogo no ensino na Marinha corresponde a funções semelhantes às
desenvolvidas no ambiente escolar comum.
Diante da dificuldade em encontrar dados sobre a atuação do pedagogo
no ensino na Marinha, é importante ressaltar que o profissional é selecionado
através de Concurso Público para Ingresso no Quadro Técnico do Corpo
Auxiliar (CP-T), com cargo de Primeiro-Tenente, o candidato passa pelas
seguintes etapas do processo de seleção: Prova Escrita Objetiva; Redação;
Eventos Complementares; Verificação de Dados Biográficos; Inspeção de
Saúde; Teste de Aptidão Física de Ingresso; Prova de Títulos; Verificação de
Documentos e Avaliação Psicológica. Depois disso, o candidato ainda passa
pelo Curso de Formação de Oficiais, devendo ser aprovado em todas as fases
do curso.
Segundo Mendonça e Amorim (2021) o pedagogo na Marinha
desenvolve um trabalho diversificado em relação ao processo de ensino e
aprendizagem, que influencia diretamente na formação do sujeito.
Atualmente, considerando o cenário educacional, o pedagogo tem um
amplo campo de atuação e atividades, que abrange o
acompanhamento pedagógico do trabalho dos docentes; a orientação
educacional aos discentes; a gestão escolar, a coordenação
pedagógica de cursos presenciais, híbridos ou na modalidade
totalmente a distância; a pedagogia empresarial e corporativa, por
meio do desenvolvimento e criação de projetos educacionais para
empresas e coordenação de treinamentos para colaboradores. Essas
foram apenas algumas entre as diversas possibilidades de atuação e
atividades desenvolvidas pelo pedagogo, o que revela o caráter
versátil desse profissional (MENDONÇA; AMORIM, 2021, p. 56).
O Pedagogo é formado para atuar em várias áreas e campos que são
decorrentes de novas realidades, das ampliações, mudanças em ritmos de vida,
tecnologias, e não se restringe a gestão, supervisão e coordenação
pedagógica, dessa forma aumentando seu leque oportunidade de ação, como
pedagogia social ou empresarial. Mendonça e Amorim (2021, p. 56-57)
explicam ainda que,
Especialmente na MB, o pedagogo se destaca em duas áreas bem
definidas: a orientação pedagógica e a orientação educacional, cujas
atividades e formas de atuação profissional encontram-se
preconizadas no Manual de Fundamentos e Práticas Pedagógicas do
Sistema de Ensino Naval, elaborado e aprovado pela DEnsM. O
profissional que atua nessas áreas busca promover articulações que
gerem situações favoráveis à aprendizagem, a partir do trabalho
integrado com os docentes e discentes. Dessa forma, suas
orientações técnicas seguras, impactam diretamente o processo
formativo, sendo necessário que esse profissional tenha agregadas
em suas ações, além de conhecimentos teóricos e práticos,
características como: clara expressão de ideias, bom relacionamento
interpessoal, adaptabilidade e empatia, que são fundamentais para
um trabalho em equipe e para um envolvimento dos agentes
escolares com o pro cesso de ensino.
O Pedagogo atua na MB com orientação aos alunos, quepodem ser em
grupo ou de forma individual, sempre em busca do sujeito que se quer formar,
pois deve atender as características próprias da instituição.
Pela necessidade de organizar e sistematizar práticas educativas, o
pedagogo atua como um técnico que coordena e acompanha o
trabalho escolar e pedagógico. Num esforço coletivo e integra do com
os agentes de ensino, provoca reflexões sobre a prática, causando
um incômodo profissional que conduz a novas posturas e buscas por
respostas para questões acerca de “como” fazer ou “para que” adotar
determinados procedimentos, visando à melhoria contínua do pro
cesso de ensino e aprendizagem (MENDONÇA; AMORIM, 2021, p.
57-58).
Observa-se que o Pedagogo, assim como na escola comum, atua como
organizador, orientador do trabalho pedagógico. Além de orientar os alunos,
dar suporte para que possam prosseguir com êxito o curso. “Nos momentos em
que as questões necessárias da intervenção pedagógica são de cunho
educacional, por exemplo, notas baixas e problemas específicos com adapta
conversa com cada aluno ou estagiário individualmente” (SILVA; FERNANDEZ,
2019, p. 307).
Sobre a orientação pedagógica, o Pedagogo na MB:
No que se refere especialmente ao trabalho de orientação
pedagógica, esse profissional atua de forma mais direta com os
docentes, orientando e acompanhando as atividades escolares. O
objetivo é de fomentar possibilidades para provisão de meios
necessários ao incremento da ação docente e, sobretudo, abordar a
importância do processo educativo desenvolvido de forma integrada
no ambiente escolar. Para tanto, é fundamental que apresente, além
dos conhecimentos técnicos inerentes à sua atividade rotineira,
competências como escuta ativa, fornecimento de feedbacks,
relacionamento interpessoal e liderança, de maneira que sua prática
ultrapasse o “simples fazer” para um “fazer consciente”, a partir de
uma visão mais abrangente, mas não distanciada, do processo
escolar (MENDONÇA; AMORIM, 2021, p. 58).
Sobre a atuação do Pedagogo na orientação educacional:
Em relação à função específica de orientação educacional, o
pedagogo tem um compromisso com o desenvolvimento integral do
aluno, e sua atuação deve ser cuidadosamente planejada e
sistematizada, de maneira a acompanhar os discentes na sua
trajetória escolar ao longo do processo educativo. Dessa forma, as
atividades desempenhadas pelo orienta dor educacional são de
extrema importância, no sentindo de conhecer o perfil do aluno,
identificar características e de mandas que possibilitem uma
assistência mais direcionada aos discentes, não só apoiando nas
dificuldades que surjam ao longo do processo de aprendizagem, mas
também contribuindo para o desenvolvimento das suas
potencialidades. A realização de um trabalho planejado, de acordo
com demandas mapeadas, contribui para a formação ou capacitação
de profissionais motivados e que tenham uma visão prospectiva da
sua carreira na Força. Nesse contexto, ganha o discente, por se
desenvolver e superar suas dificuldades e ganha a Marinha do Brasil,
por ter, em suas fileiras, profissionais bem formados e prontos para o
cumprimento da missão (MENDONÇA; AMORIM, 2021, p. 58-59).
O Pedagogo ao observar e orientar os alunos busca identificar aspectos
que necessitam de atenção ou intervenção mais direta, para que eles tenham
suporte necessário para atender às demandas institucionais, as regras e
disciplinas que devem ser seguidas e o aprendizado dos mais diversos
conhecimentos.
Nesse sentido, a função desses profissionais tem papel relevante
para o cumprimento da missão da instituição de ensino, tendo em
vista que o desempenho de seu trabalho, de forma integrada com os
demais profissionais, contribui para o desenvolvimento de ações
técnico-pedagógicas compartilhadas ou agregadas à prática docente
que promovam a adequada formação ou capacitação. Sendo assim, o
resultado esperado de um trabalho efetivo, consciente e integrado
nas atividades de orientação pedagógica e educacional é um corpo
docente motivado, com sentimento de pertencimento ao processo de
formação e alinhado aos objetivos da instituição e de um corpo
discente comprometido com sua própria formação e
autodesenvolvimento (MENDONÇA; AMORIM, 2021, p. 59).
O Pedagogo cumpre um papel de provocar, subsidiar, orientar, buscar
respostas e construir possibilidades de aprendizagens.
Assim, o pedagogo é um profissional que, no processo educativo,
longe de ser um elemento isolado, tem um papel de provocar,
subsidiar, orientar, buscar respostas e construir novas possibilidades,
atuando de forma integrada e integradora num movimento persistente.
Isso, porque em cada turma e em cada processo de formação
existem novas possibilidades e oportunidades de aprender e
compartilhar experiências (MENDONÇA; AMORIM, 2021, p. 59).
O Pedagogo é um profissional que dará suporte em todo o processo de
ensino e aprendizagem. O pedagogo é aquele que vai investigar a realidade, e
decidir dentro de sua bagagem teórico-prática qual é o melhor ferramenta para
promover a educação/emancipação.
É importante ressaltar que:
A pedagogia, enquanto ciência da prática da educação, é, ao mes mo
tempo, constituída pelo fenômeno que estuda e o constitui, o que
aponta para uma inversão epistemológica, pois até então a
pedagogia tem sido considerada um campo aplicado de discursos
alheios à educação enquanto prática social. A ressignificação
epistemológica da pedagogia se dá à medida em que se toma a
prática dos educado res como referência e para a qual significa. O
objeto da pedagogia é a educação enquanto prática social. Daí seu
caráter específico que a diferencia das demais: o de uma ciência da
prática que parte da prática e a ela se dirige (PIMENTA apud
FRANCO 2008, 14).
As funções do Pedagogo na Marinha se assemelham a atuação do
pedagogo na escola comum da educação básica, porém o que diferencia é a
prática a que a pedagogia no espaço militar se dirige, o ambiente exige do
profissional atendimento às exigências da academia militar, seguindo as regras
de ordem, disciplina e linguagem própria do ambiente em que se insere.
O Pedagogo na Marinha orienta alunos, orienta os docentes quanto às
práticas pedagógicas, exerce a função de coordenação, funciona como
doutrinador para a formação dos profissionais das diversas áreas, atua como
docente na formação continuada de professores, sempre seguindo os padrões
da Marinha, conforme a legislação.
O Pedagogo orientador dá suporte ao aluno no processo educativo e na
profissionalização, no caso da Marinha, para sua formação na carreira militar,
atuando não só na orientação quanto aos estudos, mas também em relação ao
seu comportamento, evitando situações de indisciplina que podem afetar o
indivíduo ou o grupo. Dessa forma, o pedagogo orientador deve ter sua:
atuação comprometida com a formação integral do discente exige
que o profissional adote estratégias que contemplem um
planejamento organizado e sistemático, com o objetivo de contribuir
com o discente em aspectos que dificultam o seu sucesso escolar,
visando o desenvolvimento de habilidades voltadas à construção de
um cidadão mais comprometido com a sua realidade e seu tempo
(SANTOS; ANDRADE; BUENO, 2020, p. 756).
É importante considerar que o Pedagogo na Marinha também passará
por formação, para que sua atuação profissional atenda à cultura das forças
armadas na formação militar. Considerando a importância da hierarquia e da
disciplina, valores que devem ser ensinados aos alunos durante a formação
para início da carreira e dos militares em aperfeiçoamento.
5.ANÁLISE DE RESULTADOS
Esse capítulo apresenta o método de pesquisa, qualitativo, pesquisa
realizada com a pedagoga atuante na marinha, por meio do Google Forms,
trata-se de uma ferramenta que permite pesquisar e coletar informações entre
pessoas.
Na realização das perguntas para a entrevista, foram elaboradas
perguntas abertas, as perguntas abertas permitem o entrevistado responder as
perguntas de acordo com o seu conhecimento. De acordo com percepção

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