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PROCESSO ADM NO PROCON


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 DA ATUAÇÃO DO PROCON COMO ÓRGÃO DE DEFESA E PROTEÇÂO DO CONSUMIDOR - PROCESSO ADMINISTRATIVO
	LEGISLAÇÃO BÁSICA: Decreto 2181/97 e Lei 8078/90
	O processo administrativo para apuração das práticas infrativas às normas de proteção e defesa do consumidor está disciplinado no Capítulo V do Decreto 2181/97. Tal processo terá início com o ato, por escrito, de autoridade competente, lavratura do auto de infração ou reclamação (art.33, do Decreto 2181/97), com tramitação nos órgãos de proteção e defesa do consumidor, criados pelos Estados, Distrito Federal e Municípios. No âmbito federal, o processo administrativo tem curso perante o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor – DPDC e Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça - SDE, integrando o Sistema Nacional de Direito do Consumidor – SNDC.
 
	No Estado da Bahia, o órgão criado para a proteção e Defesa do Consumidor é o PROCON/BA, órgão da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. È um órgão despersonalizado, não obstante dotado de personalidade judiciária, podendo atuar em juízo na defesa coletiva dos consumidores, ao lado de Associações e do Ministério Público, conforme prescreve o art. 81 do CDC
	As reclamações oferecidas junto ao PROCON geram um processo administrativo visando a composição amigável do litígio. Este processo administrativo apresenta as seguintes fases:
INSTAURAÇÂO: 
por ato escrito da autoridade competente através de investigação preliminar;
por auto de infração
por reclamação do consumidor junto a um Posto do PROCON
A RECLAMAÇÂO pode ser apresentada pessoalmente(reduzida a termo), por telegrama, carta, fax ou qualquer outro meio de comunicação (e-mails) a quaisquer dos órgãos oficiais de proteção e defesa do consumidor (art. 34). No ato da reclamação o consumidor é cientificado da data da conciliação.
NOTIFICAÇÂO: consiste em cientificar o fornecedor que existe um processo administrativo instaurado. A notificação, acompanhada da cópia da inicial(reclamação) é feita por carta registrada ao fornecedor, seu mandatário ou preposto, com Aviso de Recebimento(AR). Não podendo ser notificado pessoalmente, ou por via postal, será feita notificação por edital, afixado nas dependências do órgão respectivo, pelo prazo de dez dias, ou divulgado, pelo menos uma vez, na imprensa oficial ou em jornal de circulação local (art.42). 
CONCILIAÇÂO: Não obstante inexista previsão legal de conciliação no Decreto 2181/97, no âmbito do PROCON/BA, há sempre a oportunidade de conciliação, ocasião em que as partes poderão fazer concessões recíprocas, não raro culminando com um acordo e solução do conflito. O fornecedor não está obrigado a comparecer à conciliação. Tanto assim que poderá protocolar a sua defesa sem que participe da mesma, desde que no prazo de 10(dez) dias, contados da sua notificação.
 
DEFESA FORMAL – o impugnante deverá indicar a autoridade julgadora a quem é dirigida, sua qualificação, as razões de fato e de direito que fundamentam a impugnação e as provas que lhe dão suporte (art 44). Não incide a inversão do ônus da prova no processo administrativo. Tal benefício, próprio do processo judicial, pode ser utilizado pelo juiz, se presente a hipossuficiência ou verossimilhança da alegação. Tal decisão administrativa, contudo, estará sujeita a recurso do fornecedor irresignado.
 
DILIGÊNCIAS – decorrido o prazo de impugnação (10 dias), a autoridade julgadora poderá determinar diligências cabíveis, informações, documentos ou esclarecimentos, a serem apresentados no prazo de 10 dias(art.45).
DECISÃO ADMINISTRATIVA: tem natureza jurídica de ato administrativo, devendo conter relatório dos fatos, o respectivo enquadramento legal e, se condenatória, a natureza e gradação da pena. (art 46 )
NULIDADES – a inobservância da forma não acarretará a nulidade do ato, se não houver prejuízo (princípio da instrumentalidade das formas) - artigo 48 .
 RECLAMAÇÃO PROCEDENTE: julgado o processo e fixada a multa, será o infrator notificado para efetuar o seu recolhimento no prazo de dez dias ou apresentar recurso.
RECURSO –das decisões proferidas pela autoridade competente caberá recurso, sem efeito suspensivo, no prazo de dez dias, contados da data da intimação da decisão. Terá, todavia, efeito suspensivo quando for aplicada multa ( art. 49). 
 RECURSO DE OFÍCIO: em caso de infração insubsistente (art. 52).
DÍVIDA ATIVA: não sendo o valor da multa recolhido em 30 dias, será o débito inscrito na dívida ativa para subseqüente cobrança executiva (Art. 56). As multas arrecadadas serão destinadas ao financiamento de projetos relacionados com os objetivos da Política Nacional de Relações de consumo, com a defesa de direitos básicos do consumidor e com a modernização administrativa dos órgãos públicos de defesa do consumidor, após aprovação do Conselho Gestor em cada unidade federativa. (art 30 )