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SHEILA MARA DIAS CASTRO - 8146405 Licenciatura em Pedagogia PORTFÓLIO 1 Práticas de Violência Contra Crianças VOLTA REDONDA 2023 Trabalho apresentado ao Centro Universitário Claretiano para a disciplina de Práticas de Violência Contra Crianças, ministrada pela profª responsável/Tutora Lilian Paula Degobbi Bergamo 2 TIPOS DE MAUS-TRATOS CONTRA CRIANÇAS Mau-trato Físico ou Abuso Físico São atos violentos contra uma criança, nos quais se fez uso da força física de forma intencional, não-acidental, com o objetivo de ferir, lesar, provocar dor e sofrimento ou destruir a pessoa, assim deixando prejuízo para a sua saúde, sua sobrevivência, desenvolvimento e dignidade. Muitos dos episódios de violência física contra a criança envolvem o uso de objetos para punir. Resultando, ou não, em marcas evidentes no seu corpo, através de tapas, socos, chacoalhões, chutes, mordidas, estrangulamento, sufocação, afogamentos, queimaduras, entre outros. Além das agressões, também se enquadra na categoria mau-trato físico as situações de Trabalho Infantil, onde os adultos responsáveis impõe obrigações às crianças com o objetivo de obter um benefício econômico ou de outra ordem, para si ou para a estrutura familiar, de realizar continuamente trabalhos domésticos ou de outra natureza, excedendo o limite do habitual, sendo que as atividades envolvidas, em geral, deveriam ser assumidas pelos adultos, pois interferem nas atividades e necessidades sociais e escolares das crianças. Negligência A negligência caracteriza-se por uma carência significativa ou mesmo uma ausência de respostas às necessidades de uma criança, reconhecidas como fundamentais sobre a base de conhecimentos científicos atuais ou, na ausência destes, de consenso, pautado em valores sociais adotados pela coletividade da qual faz parte a família. Assim, a negligência resulta no fracasso dos cuidadores em responder às diversas necessidades de seus filhos e se define mais pela falta de comportamentos que sejam benéficos à criança, e menos pela presença de condutas parentais nefastas. É quando o adulto deixa de tomar uma atitude ou deixa de apresentar uma conduta esperada para determinada situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não adotando as devidas precauções. Mau-trato Emocional ou Abuso Psicológico Se caracteriza por interações entre os cuidadores e a crianças em que se verifica a presença de hostilidade verbal crônica, insultos, depreciação/desvalorização, crítica e ameaça de abandono, intimidação, condutas ambivalentes e imprevisíveis, situações ambíguas na comunicação, isolamento, proibição de participar em atividades com os pares, bloqueio das iniciativas de autonomia infantil, rechaço das iniciativas infantis de apego/aproximação e/ou exclusão das atividades familiares, por qualquer membro adulto do grupo familiar. Cobranças e punições exageradas também são formas de maus-tratos psicológicos, que podem trazer graves danos ao desenvolvimento psicológico, físico, sexual e social da criança. No Abuso Psicológico, muitas vezes, a criança também é utilizada como objeto para atender a necessidades psicológicas de adultos. Pela sutileza do ato, e pela falta de evidências imediatas, este tipo de violência é um dos mais difíceis de conceituar, caracterizar e detectar, apesar de extremamente frequente. Abuso Sexual O abuso sexual implica no envolvimento de crianças/adolescentes dependentes, e com o desenvolvimento ainda imaturo e, portanto, não aptas em consentir em sua participação em atividades sexuais, que violam tabus da sociedade. Assim, o abuso 3 é qualquer forma de ato sexual praticado por parte de alguém que esteja em posição de poder usando uma criança, menor de 18 anos, para satisfazer seu desejo sexual. Isto inclui: Incesto, nos casos que tratem de parentes com consanguinidade ou adultos que desempenhem o papel de figura parental; Violação realizada por pessoas adultas não citadas anteriormente; Vexação sexual, manuseio, toques na criança ou provocar toques da criança no adulto; Abuso sexual sem contato físico, como o exibicionismo que implica em expor à realização do ato sexual, exposição a revistas ou vídeos. Ou qualquer ação de natureza erótica, destinada a buscar o prazer sexual com uma criança ou adolescente. Indicadores de maus-tratos INDICADORES DOS ABUSOS FÍSICOS - Os indicadores são os sinais presentes para uma criança, no seu corpo ou na sua forma de funcionar, ou ainda no modo como vemos os responsáveis relacionarem-se com ela, que podem significar que a criança sofra maus-tratos físicos. INDICADORES DO ABUSO EMOCIONAL / PSICOLÓGICO - Os indicadores são os sinais presentes para uma criança, no seu corpo ou na sua forma de funcionar, ou ainda no modo como vemos os responsáveis relacionarem-se com ela, que podem significar que a criança seja submetida a abusos psicológicos. INDICADORES DA NEGLIGÊNCIA - Os indicadores são os sinais presentes para uma criança, no seu corpo ou na sua forma de funcionar, ou ainda no modo como vemos os responsáveis relacionarem-se com ela, que podem significar que a criança esteja sendo negligenciada. INDICADORES DE ABUSO SEXUAL - Os indicadores são os sinais presentes para uma criança, no seu corpo ou na sua forma de funcionar, ou ainda no modo como vemos os responsáveis relacionarem-se com ela, que podem significar que a criança sofra abuso sexual. Os educadores a partir da observação dos indicadores comportamentais, emocionais e físicos em uma criança (e até mesmo do modo dos adultos se relacionarem com a criança) pode-se suspeitar que algo não está indo bem na vida desta, e que ela pode estar vivendo uma situação difícil dentro de sua própria casa. E dentro do seu papel profissional encaminhar o caso para averiguação. O quanto antes casos de maus-tratos forem identificados, maiores são as chances de a criança e a família receberem uma ajuda que seja efetiva para que a família volte a se desenvolver satisfatoriamente, sem que a criança tenha seu desenvolvimento normal prejudicado. Mesmo com tanto avanço tecnológico, estes não estão sendo utilizados com eficiência para demonstrar o quanto os casos ocorrem, com diversos meios de comunicação, hoje ainda se tem poucos dados sobre as práticas e resultados dos maus-tratos, não tem um canal específico para registro dos casos onde pode ser retirado dados reais. Acredito que deveria haver um banco de dados nacional, assim podendo mapear onde ocorrem mais casos e quais os tipos, podendo assim fazer um trabalho preventivo melhor direcionado. 4 REFERÊNCIA: Bazon, M. R. (2004). Relatório de pesquisa: o Panorama dos Maus-tratos domésticos em Ribeirão Preto – SP / identificação de casos e intervenções vigentes. Faculdade de Filosófica, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Depto de Psicologia e Educação, Universidade de São Paulo. Briere, J. N. (1992). Child Abuse Trauma; Theory and treatment of lasting effects. NewBury Park , CA: Sage. Bringiotti, M. I. (1999). Maltrato Infantil. Madri: Minõ Dávila editores. Bringiotti, M. I. (2000). La escuela ante los niños maltratados. Buenos Aires: Editorial Paidós. Department of Health (1998). Statistics on children and young people on child protection registers, year ending 31 March 1998: England. Disponível em: . Acesso em: maio / 2004. Department of Health (2002). 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