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Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação GESTÃO FINANCEIRA: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Professor (a) : Me. Julyerme Tonin Objetivos de aprendizagem • Definir os conceitos de função financeira, gestão financeira e análise financeira, destacando a importância do gestor financeiro para a empresa. • Mostrar os principais riscos existentes decorrentes do ambiente econômico e financeiro no qual a empresa está inserida. • Evidenciar que o fluxo internacional de capitais e a volatilidade presente nos diferentes mercados bem como alterações na taxa de câmbio, na taxa de juros e inflação são fontes de risco para as empresas. https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Importância e Principais Funções da Gestão Financeira • Análise dos Riscos: Contexto Histórico • Análise dos Riscos no Ambiente Externo da Empresa Introdução Caro(a) aluno(a), iniciamos nosso estudo sobre Conceitos de Gestão Financeira, destacando a relevância do termo “Gestão”, sempre presente no dia a dia dos stakeholders, e a atualidade do termo“financeiro”. Em suma, os aspectos financeiros permeiam todas as instâncias da vida moderna, sendo que terminologias, como administração financeira, crise financeira, gestão financeira, mercado financeiro, entre outras, já são corriqueiras. Desse modo, nesta unidade, buscamos introduzir o conceito de gestão financeira e demais conceitos correlatos a esse tema. A atuação em um mercado financeiro em franca expansão, a tomada de decisões em grandes corporações, ou mesmo em uma empresa de base familiar, requer o conhecimento de aspectos ligados à Gestão Financeira. Um bom gestor financeiro não é afetado pelo “achismo”, ele se baseia em indicadores, ele não é conduzido pelo viés retrospectivo (Eu avisei! Se tivesse feito isso!) ou pelos alarmistas de plantão. O gestor toma decisões com base em uma análise fundamentada, preocupando-se com o planejamento financeiro, a captação e gestão dos recursos existentes na empresa, o fluxo de caixa, os estoques, fica de olho nas mudanças econômicas que podem influenciar a sua companhia. Em suma, é exigida desse profissional certa versatilidade. Com isso, espera-se que o conteúdo apresentado desperte seu interesse para a multiplicidade de aspectos que circundam o conceito de gestão financeira. Ou seja, não temos a intenção de encerrar o debate sobre esse vasto tema, a ideia aqui é apresentar conceitos introdutórios, que somados a outros conceitos vão solidificar a base para o entendimento da importância da gestão financeira. Como o gestor financeiro atua em várias frentes dentro de uma empresa, o presente material constitui-se em um subsídio para que o aluno seja apresentado a vários dos temas correlatos à gestão financeira, sem a pretensão de grande aprofundamento nessas questões. Enfim, seja bem-vindo(a) e aproveite essa interessante temática, que é a gestão financeira. Avançar https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial/unidade-1 DOWNLOAD PDF UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://drive.google.com/file/d/1gPilWtR2VIlTC0Rsnaoh7D2tUKGwkP7N/view?usp=sharing Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação IMPORTÂNCIA E PRINCIPAIS FUNÇÕES DA GESTÃO FINANCEIRA Dentro da vasta área das finanças, Weston e Brigham (2000) destacam que existem três áreas correlacionadas: mercado monetário e de capitais, investimentos e administração financeira. O mercado monetário é composto por bancos, companhias de seguro, de poupança e de empréstimo; associações de crédito coexistem, no qual os agentes se preocupam com aspectos relacionados à taxa de câmbio, taxa de juros, regulamentação das instituições financeiras. O mercado de investimentos é composto por bancos, fundos mútuos ou companhias de seguros que administram carteiras de investimentos. Por fim, tem-se a administração financeira , a mais ampla das três áreas segundo o autor, que envolve decisões desde a expansão de uma fábrica, estoques, capital de giro até a distribuição de dividendos (WESTON; BRIGHAM, 2000). Para Gitman (2004), a administração financeira compreende as mais diversas tarefas financeiras, avaliação de projetos, planejamento financeiro, captação de recursos, concessão de crédito a clientes, entre outras. Para Ansoff (1977), as empresas têm que tomar decisões estratégicas, administrativas e operacionais. As decisões estratégicas referem-se às relações entre a empresa e seu ambiente, e são decisões da alta administração que geram atos com efeito duradouro. O procedimento natural de uma pequena empresa é esquivar-se do planejamento. Sendo que o planejamento financeiro nas pequenas empresas é caracterizado pela informalidade, com uma tendência de que os objetivos e procedimentos sejam focados no futuro próximo. Como as pequenas empresas não têm a prática de contratar um gestor financeiro, qual seria o caminho para a implantação de um planejamento financeiro “formal” que atenda às necessidades dessas empresas? Por sua vez, as decisões administrativas ou tácitas ocorrem no nível gerencial, produzem efeitos a médio prazo e estão relacionadas com a estruturação dos recursos da empresa visando ao melhor resultado possível. As decisões operacionais estão ligadas ao dia a dia da empresa, e são tomadas para alcançar padrões de funcionamento preestabelecidos, com o intuito de criar as https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial condições adequadas para a realização do trabalho diário da organização (ANSOFF, 1977). Esse tipo de decisão permite a geração de um nível detalhado de informação de tarefas ou atividades possibilitando a criação de indicadores plausíveis sobre a situação da empresa. Essas decisões são inerentes ao gestor financeiro, destacando, assim, a importância desse profissional para a empresa e como a gestão financeira está intrinsecamente ligada às demais atividades da empresa. O painel “Os desafios dos grandes empreendimentos e importância da engenharia de projetos no Brasil”, apresentado na edição 2012 da Rio Oil e Gas, no Rio de Janeiro, destaca que o foco em ferramentas de gestão é um dos destaques do Plano de Negócios e Gestão 2012-2016. Nessa ocasião, após sete anos da primeira descoberta de petróleo na camada pré-sal, ocorrida em 2006, a Petrobras atingiu a marca de 300 mil barris por dia. Na porção americana do Golfo do México, por exemplo, foram necessários 17 anos, depois da primeira descoberta, para se alcançar a produção de 300 mil barris de petróleo por dia. Nesse contexto, o equilíbrio entre os Ciclos Operacional Econômico e Financeiro é de fundamental importância para essa empresa. Leia o artigo na íntegra em: http://www.conselhos.org.br/ site.aspx/Detalhe-de-Destaque- COG?codNoticia=uPVzULtLj70= . No âmbito dessa área das finanças, denominada por Weston e Brigham (2000) como administração financeira, é necessário definir alguns conceitos: função financeira, gestão financeira e análise financeira. Para Ferreira e Esperto (2007), a função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos valores movimentados por todas as áreas da empresa, e engloba a preparação, execução e controle das decisões financeiras da empresa. Ou seja, trata dos meios para que a empresa compre, produza, venda ou simplesmente troque recursos financeiros. Encontrada em diferentes tipose possibilita ao gestor vislumbrar o montante de obrigações assumidas, quais os valores a receber e o saldo disponível. As principais funções da caixa de diálogo são o banco mínimo de caixa que pode ser utilizado imediatamente. Nesse sentido, Hoji (2009) destaca que a empresa deve levar em conta as seguintes obrigações para manter o saldo mínimo de recursos no caixa: pagamentos e compromissos financeiros decorrentes da compra de matérias- primas e contratação de serviços; amortização de empréstimos e financiamentos, desembolso para investimentos permanentes e pagamentos de eventos não previstos. Cabe destacar também que a manutenção do saldo mínimo de caixa está focada no curto prazo da empresa. Porém, a boa gestão do caixa também permite conhecer a capacidade de obtenção de caixa a longo prazo, ou seja, sabendo o montante que a empresa poderá tomar emprestado, é possível planejar um crescimento sustentável da empresa. Em termos contábeis, seguindo uma tendência internacional, a Lei 11.638/07 modificou o artigo 176 da Lei 6.404/76, determinando a elaboração e publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) para as companhias abertas e companhias fechadas de grande porte (BRASIL, 2007). De forma simplificada, a Demonstração dos Fluxos de Caixa indica a origem de todo o dinheiro que entrou em caixa (e equivalentes a caixa) bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu do caixa em determinado período e, ainda, o resultado do fluxo financeiro. Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor (Resolução CFC 1.125/08, item 7). No Brasil, as aplicações financeiras no mercado primário em títulos de renda fixa, públicos ou privados, por um prazo de até 90 dias contados da data da aquisição do título, podem ser enquadradas na categoria de equivalentes de caixa (IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 567). https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Para Iudícibus et al. (2010), a função da DFC é prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos em dinheiro, de uma empresa, ocorridos durante certo período, auxiliando na análise da capacidade da entidade de gerar e de suas necessidades de utilizar caixa e equivalentes de caixa. De acordo com o autor, a DFC é chamada de demonstração dos fluxos de caixa (no plural) porque engloba os fluxos de três atividades distintas: • Operacionais: envolvem todas as atividades relacionadas com a produção e entrega de bens e serviços e os eventos que não sejam definidos como atividades de investimento e financiamento (CPC 03, item 06). Normalmente, relacionam-se com as transações que aparecem na Demonstração de Resultados. Exemplos: recebimentos pela venda de produtos e serviços à vista e pagamento à vista de fornecedores. • Investimentos: atividades de investimento são as referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa (CPC 03, item 06). As aquisições de Ativos não Circulante – Imobilizado, Investimentos e Intangível bem como a venda destes itens e a participação em outras empresas devem ser destacadas nesta atividade. • Financiamentos : atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no capital de terceiros da entidade (CPC 03, item 06). Exemplos: financiamentos e aporte de capitais, como também o pagamento de dividendos e amortização de financiamentos. Existem duas formas de evidenciação da DFC, a elaborada pelo método direto e a elaborada pelo método indireto. Tanto o método Direto como o Indireto devem destacar os fluxos das atividades: operacionais, de investimento e de financiamento. A principal diferença entre os métodos que pode ser destacada refere-se à apresentação das atividades operacionais. O método direto explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais componentes das atividades operacionais, como os recebimentos pelas vendas de produtos e serviços e os pagamentos a fornecedores e empregados. O saldo final das operações expressa o volume líquido de caixa provido ou consumido pelas operações durante um período. O método indireto faz“conciliation between the late graphic”ou o mecanismo de operações organizacionais, por isso também é chamado de método da conciliação. Para fazer a conciliação entre o lucro líquido com o caixa gerado nas operações, é necessário: remover do lucro líquido os diferimentos de transações que foram caixa no passado e todas as alocações no resultado de eventos que podem ser caixa no futuro, e remover do lucro líquido as alocações ao período do consumo de ativos não circulantes e aqueles itens cujos efeitos no caixa sejam classificados como atividades de investimento ou financiamento (IUDÍCIBUS et al., 2010). O acirramento da concorrência exige das empresas maior eficiência na gestão dos seus recursos. A busca pela eficiência induz os responsáveis pela gestão empresarial a avaliarem suas decisões embasadas em informações consistentes, sendo que o fluxo de caixa é uma importante ferramenta de gestão. Nesse contexto, o que é mais prejudicial à empresa, a insuficiência ou o excesso de recursos em caixa? Fonte: o autor Enfim, a movimentação das disponibilidades do caixa da empresa, em um dado período, deve ser estruturada na DFC, conforme as atividades: operacionais, de investimentos e de financiamento. A soma algébrica dos resultados líquidos de cada um desses grupamentos totaliza a variação no caixa do período, que deve ser conciliada com a diferença entre os saldos respectivos das disponibilidades, entre o início e o fim do período considerado. Stickney e Weil (2001) apresentam de uma forma simplificada como é elaborada a DFC (Figura 2). https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Figura 2: Etapas de Elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Fonte: adaptada de Stickney e Weil (2001, p. 173). POLÍTICA DE CRÉDITO E GESTÃO DE ESTOQUES https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Para Hoji (2009, p. 509), “o planejamento financeiro consiste em adequar o volume de recursos exigidos para executar as atividades operacionais e de investimento da empresa, com as fontes de recursos”. Nesse contexto, é necessário avaliar tanto a estrutura de capital quanto a capacidade de obtenção de financiamento de uma determinada empresa. Nesse contexto, planejar, controlar e analisar adequadamente a alocação de recursos na empresa é uma importante tarefa do gestor financeiro. Desse modo, segundo o autor, o planejamento e controle das operações financeiras devem avaliar o comportamento das despesas e das receitas financeiras. A formulação de orçamentos, o acompanhamento do fluxo de caixa e capital de giro são ferramentas úteis nesse processo. Primando por uma adequada alocação de recursos da empresa, o gestor, juntamente com a alta administração, deve formular um política de crédito ou de cobrança e uma adequada gestão de estoques. Para Weston e Brigham (2000), o volume de vendas e a média de deslocamento entre as vendas e as carreiras são características dos responsáveis pelo acúmulo de renda. Ou seja, ao conceder o crédito, a empresa aumenta suas vendas, reduz os seus estoques e aumenta a sua conta. Porém o autor ressalta que essas posições em recebíveis têm custos diretos e indiretos, então, cabe ao gestor monitorar os recebíveis da empresa, elaborando uma política de crédito e um nível ótimo de contas a receber. Para Schrickel (2000, p. 25), crédito pode ser descrito como “ato de cessão temporária de parte do patrimônio a um terceiro com a expectativa de que esta parcela volte à sua posse integralmente, após decorrido o tempo estipulado”. A gestãode crédito e cobrança é uma ação coordenada pela área comercial da empresa e envolve riscos decorrentes da inadimplência dos clientes. Então, o risco de crédito figura juntamente com os riscos operacionais e financeiros, dentre os principais riscos da empresa. Sendo que um desses riscos pode potencializar os demais riscos. Para J. P. Morgan (2013), o risco de crédito pode ser definido como a possibilidade de perdas resultantes pelo não recebimento de valores contratados junto a clientes em decorrência da incapacidade econômico-financeira desses mesmos clientes. Para Sousa e Chaia (2000), a venda a prazo consiste na troca de um ativo real (bem) por um direito a realizar-se no futuro (crédito), assim a avaliação da relação risco- retorno também deve ser aplicada para vendas a prazo. As vendas a prazo geram, para a empresa, indicadores, como o prazo médio de cobrança e o cronograma de vencimentos. É interessante destacar que a avaliação do risco de crédito está relacionada com o ciclo econômico. Podemos verificar que em momentos distintos de um determinado ciclo econômico, as taxas de juros oscilarão, fato que pode contribuir com uma maior ou menor inadimplência. Essa relação entre ciclo econômico e probabilidade foi fundamental para a elaboração de uma matriz de risco da Standard & Poor´s para avaliar diferentes categorias de clientes (rating). Nesse contexto, desenvolveu-se a avaliação de risco de investimento, ou seja, um sistema de nota desenvolvido por agências de análise de riscos para alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado que eles escolhem para aplicar seu dinheiro. A partir da nota de risco recebida por determinado país, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com maiores) compensa o risco de perder o capital investido por causa da instabilidade do país em questão. Segue abaixo um exemplo da atuação das agências de rating: O Prazo Médio de Cobrança é parte integrante dos ciclos operacional e financeiro da empresa e pode ser descrito como o tempo decorrido, em média, entre a venda de seus produtos e o efetivo ingresso dos recursos. Enquanto que, para Weston e Brigham (2000), o cronograma de vencimentos é um relatório que mostra o comportamento dos recebíveis, com informações sobre o tempo até ser pago, a percentagem dos recebíveis atualmente vencidos ou a vencer em um determinado período de tempo. Outro ponto importante na análise do crédito são os parâmetros adotados pela política de crédito. Segundo Sousa e Chaia (2000), deve- se definir um padrão de concessão , que expressa os requisitos mínimos a serem atendidos pelos clientes para a venda a prazo. É necessário definir uma política de cobrança , ou seja, definir os procedimentos adotados pela empresa para cobrar seus devedores, podendo ser desde uma simples carta até recursos judiciais, se for o caso. De acordo com os autores, uma decisão correlata é quanto ao desconto financeiro , ou seja, definição de uma redução do valor do produto quando o pagamento é realizado à vista. A política de cobrança elaborada pela empresa deve ser executada cumprindo as normas do Código de Defesa ao Consumidor, que postula, entre outros aspectos: Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. [...] Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre: I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com III - acréscimos legalmente previstos; IV - número e periodicidade das prestações; V - soma total a pagar, com e sem financiamento. Fonte: BRASIL (2014) Na literatura sobre gestão de crédito, é comum representar a capacidade de pagamento dos clientes em cinco dimensões, conhecidas como os 5 C´s do Crédito. Conforme o exposto por Weston e Brigham (2000, p. 441), Sousa e Chaia (2000, p. 19) e Schrickel (2000, p. 51), os 5 C´s do Crédito podem ser descritos como: • Caráter - probabilidade de que os clientes honrarão suas obrigações, com base no histórico de pagamento dos compromissos financeiros e contratuais do cliente. Geralmente, os relatórios de créditos são usados para medir essa dimensão do crédito, funcionando como uma proxy da idoneidade do tomador do crédito. • Capacidade - representa o potencial financeiro para honrar os compromissos, geralmente realizada uma análise subjetiva baseada no histórico do tomador de crédito, na renda auferida ou índices de liquidez, e endividamento no caso de pessoa jurídica. Os analistas de crédito obtêm informação para julgamento desse fator de uma série de fontes. • Capital - representa a solidez patrimonial, ou seja, a condição patrimonial ou a solidez de uma determinada empresa é levada em conta para determinação da concessão de crédito. • Colateral - é representado pelos ativos que os clientes podem oferecer como garantia a fim de obter o crédito. Devem ser aplicados nos colaterais os mesmos procedimentos de avaliação de crédito. • Condição - representa as condições econômicas vigentes e as características do indivíduo, sendo que mudanças nessas condições poderiam surtir efeito sobre a capacidade dos clientes de atender às suas obrigações. Santos (2003, p. 68) destaca que o processo de análise de crédito tem uma série de etapas, que são: análise cadastral - preenchimento de uma ficha cadastral com elementos de identificação do cliente; análise de idoneidade - utilização de informações sobre protestos, registro de cheques sem fundos, assim como qualquer problema de natureza jurídica; análise econômico-financeira - análise da solidez patrimonial do cliente ou da situação financeira da empresa, com base em informações disponíveis. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) elaborou em seu Instrumento de Apoio Gerencial n. 54 uma cartilha com orientações ao empresariado sobre a concessão de crédito. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2014. Por fim, Weston e Brigham (2000, p. 445) destacam os principais instrumentos utilizados em uma operação de crédito: • Conta Aberta - é um acordo de crédito pelo qual uma fatura é assinada pelo comprador ao receber os produtos. Depois disso, tanto o comprador quanto o vendedor registram a transação em seus livros; • Nota Promissória - é um documento especificando quantia, taxa de juros, cronograma de pagamento e outros termos e condições de um empréstimo; • Saque Comercial - é um instrumento emitido pelo e a favor do vendedor que deve ser assinado pelo comprador antes de tomar posse da mercadoria; • Saque à Vista - é um instrumento que determinada o pagamento mediante a aceitação das mercadorias pelo comprador; https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fbis.sebrae.com.br%2FGestorRepositorio%2FARQUIVOS_&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw0uHm9nCNYeMAfzrKtj526Y http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fbis.sebrae.com.br%2FGestorRepositorio%2FARQUIVOS_&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw0uHm9nCNYeMAfzrKtj526Y • Saque à Prazo - é uma letra pagável em data futura especificada. Nesse grupo tem-se o aceite bancário que é uma letra a prazo garantida por um banco; • Contrato Condicional de Vendas - nessa modalidade, o vendedor detém a propriedade legal dos produtos até que o comprador tenha completado o pagamento. Na tarefa de alocar de maneira eficiente os recursos,seguimos para o nosso segundo item de análise, a gestão de estoques. Na maioria das empresas, a tarefa de gerir os estoques é delegada para um departamento específico. Para Assaf Neto (2007), os estoques podem ser classificados em quatro grupos: mercadorias e produtos acabados; produtos em elaboração, matérias-primas e embalagens, e por fim, materiais de consumo e almoxarifado. Os estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras, desviam fundos de outros usos potenciais e têm o mesmo custo de capital que qualquer outro projeto de investimento da empresa. Por isso a gestão de estoque preocupa-se, entre outras coisas, com a supervisão dos pedidos, do armazenamento e das vendas dos itens que uma empresa compra e vende. Para Martins e Alt (2004), a gestão de estoques constitui uma série de ações que permitem ao Administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados, bem manuseados e bem controlados. Ou seja, nesse processo, define- se: O que comprar? Quando comprar? Quanto comprar? Como armazenar? Como controlar o estoque (elaboração de inventários periódicos)? Por sua vez, Assaf Neto (2007) enumera os fatores que influenciam os níveis de estoque em uma determinada empresa (Quadro 1). Quadro 1: Fatores que influenciam o nível de estoque nas empresas. Fonte: Assaf Neto (2007, p.588) Para Pozo (2007), os principais objetivos do controle e planejamento de estoque são: • assegurar o suprimento de insumos adequados ao processo de fabricação; • manter o estoque compatível com as necessidades; • identificar itens obsoletos e defeituosos e prover sua substituição e/ou eliminação; • evitar atrasos no fornecimento de matérias-primas e componentes; • evitar a obsolescência e desvios de produtos e materiais; • prevenir eventuais perdas, extravios ou mau uso; • fornecer informações para o planejamento, apresentando as necessidades de estoque, e minimizar os custos. Até aqui vimos que os estoques são uma importante ferramenta para o planejamento e controle do gestor financeiro. Problemas provenientes da má gestão do estoque, como dilatação dos prazos de entrega e cancelamento de pedidos, interrupções na produção, entre outros, afetam todo o empreendimento produtivo. Mas como avaliar se a gestão de estoque está sendo realizada corretamente? Silva (2005) destaca que algumas medidas são úteis, como: nível de atendimento, giro de estoque e cobertura de estoque. O nível de atendimento demonstra a eficiência da empresa para atender às requisições/solicitações dos clientes. O giro de estoque mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se renovou. E a cobertura de estoque indica o número de dias em que o estoque médio é capaz de cobrir a demanda média. https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com As técnicas comuns de administração de estoque, segundo Gitmam (2004), são o sistema ABC e o modelo de lote (EQQ). O modelo ABC consiste na classificação do estoque pelo seu valor. Um grupo A compreende os itens de maior valor, o grupo B, os itens de valor médio, e o grupo C, os itens de menor valor, direcionando assim um monitoramento mais intenso aos itens de maior valor. Para Silva (2005), a filosofia ABC de controle de estoques foi empregada pela primeira vez na General Eletric, sendo que a ideia dessa metodologia é propiciar uma redução das imobilizações de estoque sem comprometer a segurança. Martins e Alt (2004) sugerem como alternativa a abordagem ABC, uma separação dos produtos pelos seus níveis de criticidade , pois mesmo produtos de baixo preço unitário, se não geridos corretamente, podem afetar todo o empreendimento. A separação proposta pelo autor seria a seguinte: um primeiro nível englobaria os materiais cuja falta ocasiona custos não recuperáveis; no nível subsequente estariam relacionados os materiais cuja falta pode ocasionar custos adicionais compensáveis; e, por fim, um grupo com materiais cuja falta não implica em custos adicionais significativos. O modelo de Lote Econômico de Compra (LEC) ou Economic Order Quantity (EOO) é uma técnica utilizada para determinar a quantidade ótima dos itens estocados. Para Gitman (2004), nessa técnica são levados em conta os custos de pedido e custos de carregamento. Os custos de pedido incluem as despesas administrativas de emissão e recebimento de pedidos, enquanto que os custos de carregamento compreendem as despesas variáveis por unidade para manter um item em estoque por certo período (custos de armazenamento, de seguro, depreciação, deterioração e obsolescência). Weston e Brigham (2000) destacam que os custos do pedido caem e os custos de carregamento sobem com o aumento do tamanho do pedido (Figura 3). Figura 3: Determinação do lote econômico de compra Fonte: adaptada de Weston e Brigham (2000, p. 463). Enfim, esse modelo analisa a compensação entre os custos de pedido e custos de carregamento, para determinar a quantidade a ser pedida, que minimiza o custo total de estoque. Gitman (2004, p. 518) define por meio de fórmulas a relação entre esses diferentes custos. https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Em que S representa o consumo em unidades por período; O é o custo por pedido; C o custo de carregamento por unidade por período e Q a quantidade de pedidos, em unidades. Como o lote econômico é definido com base na minimização da função de custo total, tem-se: No exemplo abaixo, reflita sobre: como é determinado o lote econômico de compra de uma determinada empresa? E como mudanças na demanda podem influenciar a determinação desse lote econômico? Fonte: o autor Gitman (2004, p. 518) exemplifica a aplicação da metodologia de determinação de lote econômico de Compra. Uma empresa (Max Company) utiliza e precisa estocar o item x que custa $ 1.500,00 e a empresa utiliza 1.100 unidades por ano. Sabendo que o custo por pedido é de $150,00 e o custo de carregamento por unidade por ano é de $200,00, qual é o lote econômico ótimo? O lote econômico dá uma ideia da quantidade ótima, mas será que a empresa conseguiria adquirir exatamente 41 unidades desse produto? Esse modelo leva em conta o estoque médio, mas mudanças na demanda podem influenciar essa variável. Outros modelos comuns para a determinação dos estoques são o just-in-time e o KANBAN. Para Silva (2005), o modelo just-in-time é o sistema em que os fornecedores devem mandar os suprimentos à medida que eles vão sendo necessários à produção, ou seja, os materiais só devem chegar à empresa no momento em que são necessários para a produção, assim, a gestão de estoque estaria resumida ao estoque de produção. Por sua vez, KANBAN é uma tecnologia de controle de fábrica pela qual as necessidades de entregas determinam os níveis de estoque no decorrer do processo, sendo que esse processo propicia fluxos de produção mais uniformes e a oportunidade de fazer melhoramentos. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial/atividades Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação ATIVIDADES 1. O Orçamento nada mais é do que um instrumento contendo a definição quantitativa dos objetivos da empresa e dos recursos necessários para que sejam atingidos esses objetivos. Nesse contexto, a alternativa correta é: a) O orçamento é o elo inicial do planejamento da empresa. b) O orçamento expressa em termos monetários o planejamento tácito da empresa. c) O orçamento pode indicar a existência de problemas potenciais e servir como ferramenta para encontrar as respectivas soluções. d) O orçamento configura-se apenas como um instrumento limitador e controlador de gastos. e) O orçamento reflete as condições qualitativas da empresa. 2. A capacidade de pagamentodos clientes é representada em cinco dimensões, conhecidas como os 5 C´s do Crédito. Essas dimensões são: a) caráter, capacidade, capital, cobrança e condição. b) caráter, capacidade, concessão, colateral e condição. c) caráter, cadastro, capital, colateral e condição. d) cronograma de vencimentos, capacidade, capital, colateral e condição. e) caráter, capacidade, capital, colateral e condição. 3. Na DFC, podem-se obter informações sobre as transações ocorridas no período que provocaram: a) Acréscimos ou Reduções no Lucro. b) Acréscimos ou Reduções no Ativo Circulante. c) Acréscimos ou Reduções no Caixa. d) Acréscimos ou Reduções no Caixa ou Equivalente Caixa. e) Acréscimos ou Reduções no Ativo Circulante. Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial/resumo Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação RESUMO Um importante instrumento analisado nesta unidade foi o orçamento, que contém a definição quantitativa dos objetivos da empresa e os recursos necessários para atingi-los. O orçamento é um importante processo dentro das decisões financeiras da empresa e pode ser dividido em orçamento operacional, orçamento de caixa e orçamento de capital, sendo que cada um desses grupos admite outras subdivisões. O Orçamento Operacional fornece uma visão geral dos custos e das despesas do dia a dia da empresa, por estar focado nas atividades geradoras de renda, e possibilita a realização de estimativas do volume de negócios de uma determinada empresa. Por sua vez, o orçamento de Caixa apresenta os recursos necessários para a execução do plano geral de operações e também da realização das transações monetárias da empresa. Por fim, o orçamento de capital engloba as despesas necessárias para aquisição, modificação, substituição, construção e transformações que tenham o caráter de melhoria ou reposição da capacidade produtiva ou prestação de serviços. Na sequência, avaliamos o capital de giro ou circulante da empresa e o fluxo de caixa. O capital de giro pode ser interpretado contabilmente pela ótica de capital de giro líquido e capital de giro próprio. Por sua vez, o fluxo de caixa é avaliado por meio da Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC), conforme o preconizado pela Lei 11.638/07, que engloba os fluxos operacionais, de investimento e de financiamento da empresa. A DFC pode ser evidenciada pelos métodos direto e indireto. Para uma adequada alocação de recursos da empresa, o gestor, juntamente com a alta administração, deve formular uma política de crédito ou de cobrança e uma adequada gestão de estoques. A política de crédito é importante porque quando a empresa troca um ativo real (bem) por um direito, um recebível (crédito), está assumindo mais um risco em sua operação, o risco de crédito. Por fim, abordamos a importância da gestão de estoque e apresentamos algumas técnicas, como abordagem ABC e modelo de lote. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação REFERÊNCIAS Inserir texto REFERÊNCIAS ON-LINE ASSAF NETO, A. Finanças coorporativas e valor . 9. ed. São Paulo: Atlas, 2007. BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2014. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 03 (R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa. Disponível em: . Acesso em: 19 jan. 2014. FREZATTI, F. Orçamento Empresarial: planejamento e controle gerencial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. GITMAN, J. L. Princípios da Administração Financeira . 9. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. GITMAN, J. L.; MADURA, Jeff. Administração financeira : uma abordagem gerencial. 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Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.unicesumar.edu.br%2Fepcc2009%2Fanais%2Fana_karina_santos_&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1HN0MToXU7fSWn0se6KwJ5 http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.carogestor.com.br%2Fmultimidia%2Finfograficos%2Fveja_a_nota_da_divida_dos_eua_pelas_&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1wJY6sQnz-RXnXiWoMOOeX http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.carogestor.com.br%2Fmultimidia%2Finfograficos%2Fveja_a_nota_da_divida_dos_eua_pelas_&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1wJY6sQnz-RXnXiWoMOOeXhttps://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação APROFUNDANDO No trabalho de Oliveira et al. (2009), foi realizado um estudo de caso sobre a gestão de estoque em um salão de beleza. Segundo os autores, em empresas prestadoras de serviços, a gestão de estoques é um fator primordial para que o cliente fique satisfeito e receba o serviço que procura. Afinal, tais empresas devem sempre manter os produtos, utilizados na prestação do serviço, em estoque para evitar que o serviço não seja adequadamente realizado, em virtude de uma má gestão de seu estoque. Uma vez mal atendido ou, em outros casos, não atendido, o cliente certamente procurará outra empresa, concorrente daquela que não foi capaz de prestar o serviço requerido, e passará a utilizar os serviços desta empresa que, no caso, conseguiu, no momento adequado, atender às necessidades do cliente. Em um salão de beleza isto é bastante observado, principalmente em períodos de alta demanda. Se o cliente deseja ser atendido e a empresa não o atende satisfatoriamente ou não consegue atender a suas necessidades, em virtude da falta de material, esse cliente dificilmente voltará, pois irá procurar um salão que possa atendê- lo no momento em que ele precisa e com os produtos por ele desejados ou requeridos. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fsites.google.com%2Fview%2Fexpedienteunicesumar%2Fp%25C3%25A1gina-inicial&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw086V6F5xmP9H59FzTAbq6f Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; JESUS, Lilian Gavioli de; LIMA, Viviane Rodrigues de. Educação Ambiental na Escola e a Interdisciplinaridade . Lilian Gavioli de Jesus; Viviane Rodrigues de Lima. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 42 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Educação. 2. Ambiental. 3. Interdisciplinaridade. https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial CDD - 22 ed. 372 CIP - NBR 12899 - AACR/2 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; TONIN, Julyerme. Conceitos de Gestão Financeira. Julyerme Tonin. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 34 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Gestão 2. Financeira 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0014-6 CDD - 22 ed. 352.4 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação DECISÕES DE INVESTIMENTO Professor (a) : Me. Julyerme Tonin Objetivos de aprendizagem • Definir os conceitos pertinentes à composição do Sistema Financeiro Nacional e apresentar as principais instituições do Sistema Financeiro Nacional. • Apresentar os principais cálculos financeiros e a sua aplicação na Análise de Investimentos. • Apresentar os conceitos de Governança Corporativa e Relação com Investidores. https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Ambiente Institucional: o Mercado e as Instituições • Cálculos Financeiros e Análise de Investimento • Governança Corporativa e Relação com Investidores Introdução A gestão financeira é um vasto campo de estudo teórico e prático, apresentando estreita relação com outras ciências, como a Contabilidade, Economia, Direito, Matemática, Informática e Estatística. De uma maneira simplista, a gestão financeira visa assegurar um eficiente processo empresarial de captação e alocação de recursos. Nesse contexto, podemos destacar, por exemplo, o papel da Contabilidade, cujos demonstrativos e relatórios elaborados pelos profissionais da área contábil subsidiam as decisões financeiras do gestor; temos também a Matemática Financeira, que traduz em números as finanças das empresas; papel importante também é atribuído à Estatística, que auxilia o gestor na análise de previsões e projeções; o Direito, com o regramento dos procedimentos administrativos e financeiros; a Informática, com a sua contribuição no ordenamento dos dados e elaboração de relatórios. E, por fim, temos a Economia, que estuda as leis que regem o mercado e o comportamento dos agentes econômicos. Nesse ponto da nossa análise, você irá conhecer algumas contribuições teóricas das Ciências Econômicas a respeito dos conflitos de interesse entre os agentes e do funcionamento do mercado como um todo. Até aqui você estudou as variáveis internas, procedimentos e métodos característicos das decisões operacionais, tácitas e estratégicas no âmbito da empresa. Porém, existe uma série de variáveis exógenas (externas) à empresa que não podem ser controladas. Veremos um pouco do ambiente institucional e organizacional, ou seja, as “regras dos jogos”. Avançar https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial/unidade-3 UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial https://getfireshot.com Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação AMBIENTE INSTITUCIONAL: O MERCADO E AS INSTITUIÇÕES Uma primeira definição é quanto ao mercado, que de uma forma simplista, é o local onde os agentes se relacionam trocando fluxos de bens econômicos e haveres monetários. Vasconcellos e Garcia (2012) destacam que o mercado pode ser subdividido em: • Mercado Monetário - nesse segmento, são realizadas operações de curto e curtíssimo prazos. Esse mercado caracteriza-se pelas políticas monetárias do Governo, como o controle da oferta de moeda e taxa de juros. • Mercado Cambial - nesse mercado, são transacionadas moedas internacionais com operações de compra e venda de moeda estrangeira, sendo a taxa de câmbio uma importante variável desse mercado. Participam desse mercado todos os agentes econômicos que realizam transações com o exterior. • Mercado de Crédito - mercado em que os tomadores de recursos relacionam- se com as instituições financeiras, suprindo suas necessidades de crédito de curto e médio prazos. Como exemplo, podem-se citar o capital de giro para empresas e recursos para consumo para as famílias. • Mercado de Capitais - supre as necessidades de financiamento de longo prazo, por exemplo, investimentos para as empresas e aquisição de bens duráveis para as famílias. Nesse mercado, pode-se destacar a presença das Bolsas de Valores. Para o bom funcionamento desses mercados, é necessárioo estabelecimento de um conjunto de regras. Nesse contexto, cabe ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) - composto por um conjunto de instituições - o papel de controlar e fiscalizar a circulação de moeda, crédito, atuação das instituições financeiras etc. Para facilitar nossa análise, o SFN pode ser dividido em subsistema normativo e subsistema de intermediação. O subsistema normativo é responsável pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições, fiscalizando e regulamentando suas atividades, enquanto o subsistema de intermediação, também conhecido como subsistema operativo, é composto das instituições (bancárias e não bancárias) que atuam em operações de intermediação financeira. Atualmente, no Brasil, funcionam três órgãos normativos: Conselho Monetário Nacional (CMN) - órgão superior do sistema financeiro nacional; Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) - responsável pelas diretrizes dos segmentos de seguros, capitalização e previdência privada; e Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) - para definição das políticas dos https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial fundos de previdência fechados. As entidades supervisoras do Sistema Financeiro Nacional são: Banco Central do Brasil (BCB ou BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) (CVM, 2013). Figura 2: Segmentos do Mercado Financeiro . Fonte: CVM (2013, p.15) . Assim como o gestor financeiro lida com uma diversidade de“processos”para garantir o bom funcionamento da empresa, o Sistema Financeiro Nacional é composto por um conjunto de instituições, as quais são responsáveis pelo bom funcionamento do monetário, creditício e financeiro. Nesse contexto, reflita sobre a afirmação: “Os avanços obtidos com a reformulação do SFN na década de 1960 foram tão importantes quanto às mudanças teóricas que ocorreram nesse mesmo período”. Fonte: o autor Em nosso estudo, vamos focar nossa análise nas principais autoridades monetárias. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Instituído pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN (HOJI, 2009). O CMN faz parte do subsistema normativo, e entre suas funções, cabe destacar: orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; regular o valor interno e externo da moeda; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa (BCB, 2013). O Banco Central do Brasil (BCB) é o principal executivo do CMN, atuando principalmente como um organismo fiscalizador do mercado financeiro, gestor do sistema financeiro e executador da política monetária do governo (ASSAF NETO, 2007). Os principais objetivos do BCB são: zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas internacionais em nível adequado; estimular a formação de poupança; zelar pela estabilidade; e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro (BCB, 2013). No âmbito do BCB, em 1996, foi criado o Comitê de Política Monetária (COPOM), que é responsável, desde 1999, pelo acompanhamento e cumprimento das metas de inflação (HOJI, 2009). https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Entre as várias competências do Banco Central do Brasil, cabe destacar: • Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional e da solidez do Sistema Financeiro Nacional; • Executar a política monetária mediante utilização de títulos do Tesouro Nacional; • Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas de um dia, conhecida como taxa SELIC; • Controlar as operações de crédito das instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional; • Formular, executar e acompanhar a política cambial e de relações financeiras com o exterior; • Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings (câmaras de compensação); • Emitir papel-moeda; • Executar os serviços do meio circulante para atender à demanda de dinheiro necessária às atividades econômicas; • Manter o nível de preços (inflação) sob controle; • Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e a taxa de juros; • Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de redesconto; • Executar o sistema de metas para a inflação; • Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional; • Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação nos mercados de câmbio; • Administrar as reservas internacionais brasileiras; • Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras nacionais; • Conceder autorização para o funcionamento das instituições financeiras. Fonte: PORTAL DO INVESTIDOR (2014) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, criada por meio da Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976, é responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país. Para este fim, exerce as funções de: assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários; evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado, entre outras (CVM, 2013). O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi criado por meio da lei n° 1.628, de 20 de junho de 1952, como Autarquia Federal, com a finalidade de substituir a dependência total do país por recursos externos e atuar em projetos da infraestrutura rodoviária, energética, de portos, e, dessa forma, ter condições melhores de competição no mercado internacional, buscando assim superar o subdesenvolvimento do Brasil (CARIO; REDIVO, 2013). Em linhas gerais, o BNDES é responsável pela política de investimentos a longo prazo do Governo Federal (BCB, 2013). A intervenção do Estado no sistema financeiro brasileiro já faz parte do contexto histórico da economia brasileira. Podemos citar duas importantes participações do Estado, como a criação do Banco do Brasil (BB), em 1808, e a Caixa Econômica Federal (CEF), em 1861. Neste contexto, o BB constitui a principal instituição provedora do crédito rural e apoio às exportações, enquanto a CEF é caracterizada como a instituição predominante no crédito imobiliário. https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Segue abaixo um cronograma das principais normas que possibilitaram a criação das principais instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional: • Em 12 de outubro de 1808, é criado pelo príncipe regente D. João o mais antigo banco comercial do Brasil - o Banco do Brasil; • Em 12 de janeiro de 1861, por Dom Pedro II, é criada a Caixa Econômica Federal; • A Lei 1628 de 20/06/1952 cria o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, que depois ganharia o termo social no nome - BNDES. • A Lei 4595 de 31/12/1964, conhecida como a Lei da Reforma Bancária, cria o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil; • O Decreto-Lei 73/1966 cria a Superintendência de Seguros Privados; • A Lei 6385 de 07/12/1976 cria a Comissão de Valores Mobiliários. Fonte: COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (2013) O financiamento da infraestrutura e da indústria – máquinas e equipamentos – é provido principalmente pelo BNDES, embora o BB e a CEF também possuam linhas de crédito para atender a esses setores. Por fim, não obstante, em eventuais momentos de desconcentração do crédito para as regiões mais pobres do país – notadamente o Norte e o Nordeste –, o Banco da Amazônia (BASA), criado em 1966, e o Banco do Nordeste (BNB), criado em 1952, atuam como as principais instituições de fomento regional (ARAUJO; CINTRA,2011). Até praticamente a primeira metade do século XX, o Banco do Brasil desempenhou várias das funções típicas de um banco central (banco dos bancos, banco do governo). Muitas foram as tentativas de criação de um Banco Central, concretizando-se na criação da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), criada pelo Decreto-Lei nº 7.293, de 2 de fevereiro de 1945. A Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, foi responsável pela reestruturação do Sistema Financeiro Nacional, dando os contornos do que é hoje. A SUMOC deu lugar ao Banco Central, o Conselho Superior da SUMOC deu lugar ao Conselho Monetário Nacional, e o Tesouro Nacional, que já existia, sofreu algumas alterações na sua forma de atuação. Fonte: ESTRELA, M. A. et al. (2006). No subsistema de intermediação, cabe destacar a presença de instituições financeiras bancárias (basicamente bancos comerciais), responsáveis pelas operações de crédito e outras operações de natureza financeira (HOJI, 2009). E as instituições financeiras não bancárias, as quais não têm capacidade de emitir moeda ou meios de pagamento, como os bancos comerciais, são: Sociedades de Crédito Financeiro e Investimentos (financeiras), Sociedades de Arrendamento Mercantil (leasing), banco de investimento, cooperativas de crédito etc. Dentre as instituições auxiliares , podemos destacar as bolsas de valores, de derivativos e as sociedades corretoras e os agentes autônomos de investimento. Por fim, como instituições não financeiras , temos as sociedades de fomento comercial (factoring), as sociedades de capitalização, administradoras de cartão etc. https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com CÁLCULOS FINANCEIROS E ANÁLISE DE INVESTIMENTO O conceito de juros é comumente utilizado em operações financeiras de curtíssimo e curto prazos, desconto de duplicatas e títulos, cobrança de juros de moras, entre outros (HOJI, 2009). Segundo o enfoque da economia, o conceito de juros decorre da preferência temporal dos agentes de consumir determinado bem ou serviço. Se o agente postergar seus consumos, o mesmo exigirá uma recompensa pelo sacrifício de poupar, que é definido como juro (ASSAF NETO, 2007). Nesse contexto, muitas decisões dos gestores financeiros envolvem a gestão de recursos no tempo e, consequentemente, irão se defrontar com essa variável em suas análises. Com isso, pretende-se apresentar os pressupostos básicos do cálculo financeiro, que são largamente aplicados em várias operações empresariais. Os cálculos financeiros fazem parte da matemática financeira que, segundo Bauer (2003), tem por objetivo estudar as diversas formas de evolução do valor do dinheiro no tempo bem como as formas de análise e comparação de alternativas para aplicação/obtenção de recursos financeiros. O autor diferencia dois conceitos importantes: • Capital: é qualquer valor expresso em moeda (dinheiro ou bens comercializáveis) disponível em determinada época. Referido montante de dinheiro também é denominado de capital inicial ou principal. • Juros: é o aluguel que deve ser pago ou recebido pela utilização de um valor em dinheiro durante um certo tempo; é o rendimento em dinheiro, proporcionado pela utilização de uma quantia monetária, por um certo período de tempo. Como a taxa de juros sobre o capital inicial denomina-se regime de capitalização. Para Hoji (2009), existem basicamente duas formas de capitalização: • Capitalização simples: os juros são devidos ou calculados exclusivamente sobre o principal ao longo dos períodos de capitalização; é um critério linear de cálculo dos juros. J = C x I x n • Capitalização composta: os juros produzidos ao final de um período são somados ao montante do início do período seguinte e essa soma passa a render juros no período seguinte e assim sucessivamente; é um critério exponencial de cálculo dos juros https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com em que, J é o juros; C é o Capital Inicial (ou principal), i a taxa de juros e n o número de períodos. Calculadoras Financeiras têm aplicativos que permitem que por meio de alguns cliques seja possível capitalizar e descontar valores facilmente. Porém, para quem não quer investir em uma calculadora financeira, é possível implementar facilmente uma fórmula de cálculo dos juros em uma planilha eletrônica. Assim, conforme exemplo de Hoji (2009, p. 65-67), se um investidor aplicar $100.000,00 durante 6 meses à taxa de juros de 2% a.m., seu resultado será Para Assaf Neto (2007, p. 57), o sistema de juros compostos é o que tem maior aplicação prática, sendo que nos cálculos financeiros, é muito comum encontrar o valor gerado após um período de capitalização, conforme a fórmula: em que, FV representa o valor futuro e PV o valor presente. Como exemplo proposto por Assaf Neto (2007), suponha que uma empresa deseja obter $ 200.000,00 dentro de um ano, quanto deverá aplicar hoje em um fundo que rende 7% a.t. (ao trimestre)? A partir dessa concepção simples, há uma série de desdobramentos dos cálculos financeiros que podem ser aplicados no cotidiano das empresas. A ideia aqui não é explorar todo o vasto campo de análise da matemática financeira, mas dar uma ideia de que os cálculos financeiros são uma ferramenta útil aos gestores. Seguem abaixo alguns exemplos: • Taxas Equivalentes: são as taxas que geram montantes idênticos quando capitalizadas sobre um mesmo capital e prazo https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com em que q representa o número de partes do intervalo de tempo considerado. Exemplo de aplicação em Assaf Neto (2007, p. 58). • Taxas Efetivas para períodos não inteiros: é possível calcular a taxa de juros para uma fração de um período mediante a seguinte fórmula: em que n representa um período completo de capitalização enquanto p/q representa uma fração desse período. Exemplo de aplicação em Hoji (2009, p. 70). • Séries de pagamento ou recebimento uniformes: são utilizadas para analisar a determinação do custo e vários empréstimos ou financiamentos, para séries de mesmo valor e periodicidade: em que PMT representa o valor de cada pagamento ou recebimento. Exemplo de aplicação em Assaf Neto (2007, p. 62). Essas são algumas das métricas disponíveis dentre os cálculos financeiros existentes: descontos, amortização, depreciação etc. Escolhemos uma variável específica à taxa de juros, pois em última instância, reflete a remuneração exigida por um agente econômico ao decidir postergar seu consumo e transferir seus recursos para outro agente (ASSAF NETO, 2007). Em decisões de gestão de estoque, de realizar uma compra à vista ou a prazo, onde o saldo será mantido em caixa, a política de concessão de crédito, o adiantamento a fornecedores e a política de cobrança da empresa estão relacionados com a taxa de juros (HOJI, 2009). De um lado o gestor avalia o montante de juros que ele está deixando de receber, de outro lado, a avaliação é a de qual taxa de juros cobrar. A taxa de juros é uma variável importante nas decisões de investimento do gestor. Os termos Valor Presente e Valor Futuro da fórmula de cálculo dos juros compostos já nos mostram a ideia do valor do dinheiro no tempo. Para Weston e Brigham (2000), a capitalização é o processo aplicado para descobrir o valor futuro, enquanto que o desconto é o processo para descobrir o valor presente de um fluxo de caixa futuro. Para Assaf Neto (2007), as decisões de investimento a longo prazo consistem na utilização de métodos quantitativos de avaliação da viabilidade econômica das alternativas de investimento. Hoji (2009, p. 170) sintetiza no Quadro 1 as principais técnicas de avaliação de investimento. Eid (1996) analisou as técnicas de análise de investimento utilizadas pelas empresas brasileiras e concluiu que 52% das empresas pesquisadas fazem uso da Taxa Interna de Retorno (TIR), 51% utilizaramo payback (PB) e 41%, o Valor Presente Líquido. Fonte: EID JUNIOR (1996). https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Quadro 1: Métodos de avaliação de investimento Os métodos de análise de investimento apresentados consistem em descontar um fluxo de valores esperados, tendo assim uma ideia dos resultados do empreendimento em termos de valores correntes. Para tal fim, utiliza-se uma Taxa Mínima de Atratividade (TMA), sendo que a definição dessa taxa não é trivial e é fundamental para o sucesso de um projeto de investimento. Nesse contexto, quais as variáveis endógenas e exógenas devem ser incluídas na análise do gestor para que o mesmo faça um projeto de investimento adequado? Assaf Neto (2007) apresenta a formulação do Conceito de TIR. I e I são o montante do investimento no momento t e nos períodos t subsequentes, respectivamente; 0 t 0 K - taxa de retorno do projeto, representada pela rentabilidade mínima requerida; FC - fluxo de caixa de cada período. t Segundo exemplo apresentado por Assaf Neto (2007, p. 348), suponha que de um investimento de $300 (realizado em duas parcelas $100 no ato e $200 no ano seguinte), sejam esperados benefícios de caixa de $ 100, $150, $180 e $120 nos próximos quatro anos, respectivamente. Calcula-se a TIR: https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com E o fluxo de caixa gerado por esse investimento pode ser expresso da seguinte forma: Cabe destacar que nesse método pressupõe que os fluxos de caixa previstos são reinvestidos. Outro ponto é que esses fluxos são variáveis previstas ao longo de determinado período futuro de tempo. Então os conceitos de risco e incerteza que já analisamos também devem ser levados em conta nessa análise. Nesse ponto, a análise de sensibilidade mensura os resultados líquidos de caixa projetando modificações possíveis nesses fluxos, permitindo ao gestor incorporar o risco em suas análises. GOVERNANÇA CORPORATIVA E RELAÇÃO COM INVESTIDORES Na aula anterior, vimos que as decisões de investimentos podem ser compartilhadas, ou seja, quando a empresa opta pela abertura de capital, seus acionistas, esperando participar do lucro da companhia (dividendos e bonificações), ganhar com o direito de subscrição (emissão de novas ações) ou ganhar com a possível valorização das ações, também têm direito a voto (dependendo do tipo de ação). Nessas empresas, a gestão financeira incorpora temáticas como governança corporativa e relação com investidores. https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com No Brasil, a busca por boas práticas de governança acentuou-se com a abertura comercial, estabilização da economia e privatizações (década de 1990), sendo que em 1995 ocorreu a criação do Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA) que, a partir de 1999, passou a ser intitulado Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). As discussões internacionais foram fortalecidas pelas iniciativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que criaram um fórum para tratar especificamente sobre o tema, o Business Sector Advisory Group on Corporate Governance. O tema Governança Corporativa tornou-se ainda mais relevante, a partir de escândalos corporativos (Enron, WorldCom) e a promulgação da lei Sarbanes-Oxley, nos Estados Unidos. Fonte: IBGC (2014) O objetivo principal desta aula é explorar os modernos conceitos de governança corporativa e relação com investidores, sabendo que nas grandes empresas que negociam ações na bolsa é comum observar departamentos especializados em cada uma dessas áreas. Aqui apresentaremos alguns conceitos preliminares, porém uma análise mais completa sobre o tema pode ser obtida em: No Brasil, a estabilização da inflação, a melhora no perfil de endividamento público, criou um ambiente propício a evolução das empresas, surgindo assim a necessidade de crédito e de uma estrutura de capital para aumentar a escala produtiva. Com isso as empresas começaram o processo de abertura de capital. Para o Instituto Brasileiro de Relação com Investidores (IBRI), a profissionalização da gestão das empresas levou os proprietários a se ausentarem do cotidiano das companhias, passando a exercer influência decisória nas reuniões dos Conselhos de Administração (IBRI, 2012). Como as empresas cresceram, o empreendedor já não toma todas as decisões, a gestão ficou mais complexa, sendo necessário também atender aos interesses dos acionistas; ao longo do tempo as boas práticas de governança corporativas foram sendo implementadas. Para CVM (2013), governança é um sistema de administração e exercício do poder em organizações. Para o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a governança corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle (IBGC, 2009). A vida corporativa no Brasil e no mundo tem passado por inúmeros percalços pautados na falta de transparência, na ausência de participação efetiva dos acionistas nos conselhos das empresas e na construção de acordos de acionistas inadequados às partes, dentre outros fatores. A prática de boa governança nas instituições aparece como um mecanismo capaz de proporcionar maior transparência a todos os agentes envolvidos com a empresa, minimizar a assimetria de informação existente entre administradores e proprietários e fazer com que os acionistas que não pertencem ao bloco de controle possam reduzir suas perdas no caso de uma eventual venda da companhia. Crises mundiais como a asiática, em que inúmeros escândalos bancários despontaram na região, e recentemente os casos Enron, World Com e Parmalat, ressaltaram a importância de práticas institucionais que enfatizem a transparência, a ética e a segregação de funções nas empresas. Com a globalização e o forte fluxo de capital externo para o Brasil, tanto direto como indireto, fica evidente a necessidade da adequação de nossa legislação. Nas práticas de boa governança estabelecidas pela Bovespa, a passagem para um patamar superior de governança aumenta o grau de segurança oferecido aos acionistas bem como melhora a qualidade das informações prestadas pelas empresas. O resultado esperado seria a menor volatilidade das ações e os retornos acima da média do mercado. Ao estabelecer níveis de governança, a Bovespa pretende que os critérios determinados para os diferentes níveis guardem uma forte correlação com a valorização e a menor volatilidade das ações. https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Fonte: VIERA, MENDES (2014) Em termos teóricos, a governança corporativa está relacionada com o problema da relação agente-principal . Para Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 562), o agente representa a pessoa atuante e o principal, a parte que é afetada pela ação do agente, sendo assim, o problema de relação agente-principal surge quando os agentes perseguem seus próprios objetivos, e não os do principal. Ou seja, os executivos e conselheiros contratados pelos acionistas tenderiam a agir em interesse próprio, e não segundo os interesses da empresa e de todos os acionistas e demais partes interessadas. Para minimizar o problema, os autores sugeriram que as empresas e seus acionistas devem adotar uma série de medidas para alinhar interesses dos envolvidos (CVM, 2013). No Brasil, existe o código das Melhores Práticas da Governança Corporativa do IBGC, que se baseia em quatro princípios: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Conforme IBGC (2009, p. 19), esses princípios podem ser descritos como: • Transparência (disclosure) : esse princípio pretende garantir que sejam prestadas aos stakeholders as informações de seu interesse,além das que são obrigatórias por lei ou regulamento, tão logo estejam disponíveis; • Equidade : preza pelo tratamento justo, equânime entre todos os cotistas; não deve haver o uso de informação privilegiada (insider information) para benefício próprio ou de terceiro, bem como atitudes ou políticas discriminatórias são inaceitáveis; • Prestação de Contas (Accountability) : os agentes de governança (sócios, administradores, conselheiros, auditores) devem prestar contas de sua atuação, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões. • Responsabilidade Corporativa: os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando à sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações. Figura 1: O sistema de governança corporativa. Fonte: IBGC (2013) Para Roth et al. (2012), cabe ao sistema de governança constituir normas, regras, autonomia e limites de funcionamento da rede, e à gestão, a prática de atos gerencias. Dessa forma, o papel da governança não é gerir, mas delimitar a gestão, tarefa que incumbe aos gestores da rede. Para CVM (2013), na estrutura de governança, os sócios ou a assembleia de acionistas são a instância máxima de decisão, pois escolhem e destituem os membros do conselho de administração. Segundo IBGC (2009), o conselho de administração é considerado o principal componente do sistema de governança, sendo assessorado pelo comitê de auditoria ou outros comitês, quando necessário. Por sua vez, CVM (2013) destaca que os diretores operacionalizam e executam as diretrizes estratégicas traçadas pelo conselho, a quem devem prestar contas de sua atuação, configurando-se como um elemento do sistema de gestão. Para Roth et al. (2009), cabe ao sistema de gestão o planejamento e execução de estratégias, a organização das atividades, entre outras atividades, sendo desempenhados principalmente pelos administradores da empresa. https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Para IBGC (2009, p. 43), comitês são órgãos acessórios ao Conselho de Administração. Sua existência não implica a delegação de responsabilidades que competem ao Conselho de Administração como um todo. Várias atividades do Conselho de Administração, que demandam muito tempo – nem sempre disponível nas reuniões –, podem ser exercidas com mais profundidade por comitês específicos, entre os quais podemos citar: Comitê de Auditoria, de Recursos Humanos, de Governança, de Finanças, de Sustentabilidade, entre outros. Fonte: IBGC (2009) Enfim, a gestão financeira e a governança corporativa são indissociáveis, sendo que a gestão de risco, a estratégia da empresa, a gestão de pessoas e a estrutura de capital fazem parte do processo de gestão da empresa, bem como são contempladas no código de boas práticas de governança do IBGC. Cabe destacar também que as recomendações de boas práticas de governança estão alinhadas com o princípio de sustentabilidade , ou seja, satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras suprirem suas próprias necessidades. Outro conceito importante é a relação com investidores. As Relações com Investidores (RI) podem ser definidas como parte da administração estratégica de uma companhia, uma vez que envolvem atividades em que a comunicação irá contribuir positivamente para a justa avaliação da companhia. Muitas empresas mantêm um departamento de RI, e, segundo CVM (2013), uma área de RI bem estruturada contribui para integrar as diversas áreas de atividade da companhia, uma vez que precisa promover uma cultura específica de difusão da informação para todos os públicos estratégicos, inclusive o interno. É a partir do despertar para a responsabilidade corporativa, via estratégias, para o desenvolvimento de longo prazo, levando em conta os rigorosos padrões de governança corporativa, no que tange demonstrações contábeis e transparência nas informações das organizações, que as práticas de sustentabilidade poderão garantir as expectativas dos sócios e demais stakeholders (CVM, 2013). As principais funções da área de Relação com Investidores estão sistematizadas no Quadro 1. Quadro 1: Principais Atribuições da Área de Relação com Investidores https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com Enfim, a área de RI tem responsabilidade crescente na estrutura de governança das companhias e no desenvolvimento da nova cultura de capital aberto. No tocante à relação com investidores, em 05 de junho de 1997, foi fundado o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), o qual tem como princípios: transparência, equidade, franqueza, independência, integridade e responsabilidade (IBRI, 2012). A representação institucional da relação com investidores é justificada dado que o profissional de RI é um gestor qualificado responsável por prover “inteligência de mercado” à alta administração. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/unidade-3 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial/atividades Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação ATIVIDADES 1. A instituição responsável por orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; regular o valor interno e externo da moeda; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa é o: a) BCB. b) CMN. c) CVM. d) BNDES. e) COPOM. 2. Um investidor quer aplicar a quantia de $ 800 por 3 meses, a uma taxa de 8,00% a.m., para retirar no final deste período. Qual o valor que o investidor irá retirar da aplicação considerando que a mesma foi realizada pelo método de juros composto a) $992,00. b) $ 997,77. c) $1002,24. d) $1007,77. e) $1012,77. 3. A governança é um sistema de administração e exercício do poder em organizações. Como princípios norteadores das Melhores Práticas de Governança, podemos citar: a) Disclosure, Transparência e Accountability. b) Equidade, Accountability e Independência. c) Disclosure, Equidade e Accountability. d) Accountability, Equidade e Integridade. e) Equidade, Disclosure e Responsabilidade. Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial/resumo Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação RESUMO O mercado financeiro composto por mercado monetário, cambial, de crédito e de capitais tem seu funcionamento resguardado por um amplo conjunto de regras do Sistema Financeiro Nacional. O Sistema Financeiro Nacional é composto por um subsistema normativo, o qual estabelece normas e diretrizes para o bom funcionamento do mercado financeiro e um subsistema de intermediação ou operativo, composto por instituições bancárias e não bancárias que atuam na intermediação financeira. As decisões dos gestores financeiros também envolvem a gestão de recursos no tempo, com isso, o cálculo financeiro é amplamente aplicado em várias operações empresariais. Nesse contexto, as decisões de investimento a longo prazo consistem na utilização de métodos quantitativos de avaliação da viabilidade econômica das alternativas de investimento. Por fim, exploramos os modernos conceitos de governança corporativa e relação com investidores. A governança é um sistema de administração e exercício do poder em organizações, pautada no disclosure, equidade, accountability e responsabilidade corporativa. O princípio de transparência (disclosure) pretende garantir que sejam prestadas aos stakeholders as informaçõesde seu interesse, além das que são obrigatórias por lei ou regulamento, tão logo estejam disponíveis. O conceito de equidade preza pelo tratamento justo, equânime entre todos os cotistas, não deve haver o uso de informação privilegiada (insider information) para benefício próprio ou de terceiro, bem como atitudes ou políticas discriminatórias são inaceitáveis. Enquanto que na prestação de contas (Accountability), os agentes de governança (sócios, administradores, conselheiros, auditores) devem prestar contas de sua atuação, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões. Por fim, na responsabilidade corporativa, os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando à sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações. Por fim, a relação com investidores é parte integrante da administração estratégica de uma companhia, uma vez que envolve atividades em que a comunicação irá contribuir positivamente para a justa avaliação da companhia. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação Material Complementar Na Web As entidades que compõem o Sistema Financeiro Nacional têm em seus portais informações sobre a composição, organização e funcionamento do SFN. Abaixo seguem alguns exemplos: Comissão dos Valores Mobiliários - Portal do Investidor Banco Central do Brasil Acesse Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fwww.investidor.gov.br%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw0FozCLIb7hS4lBFtDVzJvB http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2F%3FSFNCOMP&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1j004FQQUWpZZCUMPm2sjm https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação REFERÊNCIAS ARAUJO, V. L.; CINTRA, M. A. M. O papel dos bancos públicos federais na economia brasileira . Texto para discussão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, Brasília, abr. 2011. ASSAF NETO, A. 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Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação APROFUNDANDO O Instituto Brasileiro de Relações com Investidores - IBRI (2012) destaca que o mercado é muito ágil e também cíclico. Análise de perspectivas futuras, fatores exógenos e riscos que independem da atuação direta da empresa estão cada vez mais presentes na atuação dos gestores financeiros. Quando um analista avalia uma empresa ele avalia um valor e um desconto. Ou seja, se a empresa não informa adequadamente conceitos relacionados à sustentabilidade, à governança corporativa, transparência, ética, isso gerará um desconto, na concepção dos investidores. Nessa publicação, o IBRI (2012) apresenta um contexto histórico da sua atuação citando exemplos de atuação do profissional da relação com investidores. Em um investimento qualquer, após identificação de seu perfil e respectivo grau de aceitação ou aversão ao risco, o investidor, com base em fundamentos apresentados pelo analista de investimento, poderá decidir com mais segurança em qual(is) empresa(s) irá investir seu capital. O segundo momento antes e durante a realização do investimento é manter contato com um profissional da organização escolhida para discutir, analisar e elucidar questões inerentes ao negócio do qual você passará a ser parte interessada. Esse profissional, que será o elo entre você e a empresa, é o chamado “Relações com Investidores”. Atualmente, nas grandes companhias abertas brasileiras, verifica- se que os gerentes de RI são, em geral, profissionais com 10 anos de casa em média, oriundos de áreas técnicas mais abrangentes, como Controladoria, por exemplo. Em outras palavras, áreas que forneçam a esse profissional uma visão abrangente da empresa, proporcionando-lhe o arcabouço necessário para que possa cumprir sua função. No contexto brasileiro, no qual verificamosde empresa, a função financeira tem um papel importante no desenvolvimento das atividades operacionais, assegurando que a soma dos resultados obtidos nessas atividades contribua para o sucesso do empreendimento. Ferreira e Esperto (2007) destacam que a função financeira conduz os responsáveis da organização e outras entidades no processo de tomada de decisão. Dentre os objetivos da função financeira, podem-se destacar: assegurar os fluxos econômicos e financeiros da empresa, maximizando o resultado obtido; adequar as fontes de financiamento minimizando os riscos; elaborar estudos avaliativos sobre a situação econômico-financeiro da empresa, e disponibilizar informações para todos os envolvidos no processo decisório. Ademais, a gestão financeira consiste em um conjunto de rotinas, centralizadas hierarquicamente ou não, que preocupam-se com a mobilidade funcional do capital, tanto no ambiente interno quanto no ambiente externo da empresa. Para Ferreira e Esperto (2007), a gestão financeira envolve aspectos relacionados ao passado (registro e monitoramento), ao presente (controle financeiro) e ao futuro (planejamento financeiro) da instituição. Dentre os objetivos da gestão financeira, podem-se citar: assegurar a estrutura financeira mais adequada; manter a integridade do capital e promover o seu reforço sempre que possível; assegurar a rentabilidade e solvabilidade da empresa. Na gestão financeira de uma empresa, é possível identificar qual é o montante de recursos disponíveis; o que se pode fazer com os recursos disponíveis perante as alternativas de investimento; qual o recurso necessário para um determinado empreendimento, no qual é possível obter os recursos necessários. Hoji (2009) divide as decisões do gestor financeiro em três etapas. A primeira etapa seria a de Análise, Planejamento e Controle Financeiro , que consiste na coordenação, monitoramento e avaliação de todas as atividades da empresa, por meio de relatórios financeiros. A segunda etapa compreende as Decisões de Investimento , as quais se referem à destinação dos recursos financeiros, considerando uma adequada relação de risco e retorno entre os capitais investidos. Por fim, têm-se as Decisões de Financiamento , a qual compreende as decisões tomadas para captação de recursos financeiros, considerando a estrutura de capital adequada, composta por capitais de curto e longo prazo. https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.conselhos.org.br%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw2eH7u_Fa1zC9tunDKtZEeE http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.conselhos.org.br%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw2eH7u_Fa1zC9tunDKtZEeE Para Hoji (2009, p. 415), o planejamento de modo geral deve atender aos seguintes princípios: contribuição aos objetivos, precedência, abrangência, maior eficiência, eficácia e efetividade. Para Zdanowicz (2003), o planejamento financeiro deve levar em conta alguns princípios básicos, tais como: ser exequível, a meta proposta deve ser viável, possível de ser realizada; ser quantificável, dados concretos passíveis de análise estatística; ser flexível, permitir adequações a situações imprevistas, e ser único, integrado em um plano geral. Como uma terceira etapa da administração financeira, tem-se a Análise Financeira. A Análise financeira engloba um conjunto de instrumentos, técnicas e métodos que permitem conhecer, avaliar e interpretar (realizar diagnósticos) a situação financeira e econômica da empresa. Dentre os objetivos da análise financeira, pode-se destacar: diagnosticar, propor medidas e detectar tendências futuras; informar todos os interessados sobre o desempenho da empresa; e colaborar na definição da estratégia de expansão da empresa. Para Helfert (2000), pode ser usada para interpretar o desempenho do sistema empresarial, sendo agrupada de acordo com os seguintes pontos de vista analíticos: contabilidade financeira, análise do investidor e engenharia econômica. Enfim, ao falar sobre função, gestão ou análise financeira, estamos descrevendo o processo decisório da empresa. Sendo que o sucesso da operação, do desempenho e da viabilidade, a longo prazo, de qualquer negócio depende de uma sequência contínua de decisões. Essas decisões financeiras envolvem o diagnóstico, monitoramento, a tomada de decisões e prognósticos quanto ao futuro do empreendimento, sendo que essas decisões impactam os recursos financeiros existentes. No tocante às decisões financeiras, as mesmas podem ser divididas em decisões de curto e de longo prazo. Para Ferreira e Esperto (2007), as decisões financeiras de curto prazo englobam colocação de disponibilidades, cessão de créditos, endividamento e recursos bancários. Por sua vez, as decisões de longo prazo englobam aquisição de ativos corpóreos (edifícios, equipamentos etc.), ativos incorpóreos (alvarás) e ativos financeiros. Em última instância, falamos de informação financeira, sendo a informação que as empresas preparam com base e regras em princípios contábeis, e devem, entre outros aspectos, ser apresentados de forma clara e compreensível, sendo factíveis e confiáveis, permitindo comparabilidade quando necessário e, sempre que possível, serem tempestivas, ou seja, apresentadas no momento apropriado. Silva (2002), em seus estudos sobre pequenas e médias indústrias de confecção no Paraná, concluiu que os instrumentos de gestão mais utilizados são: administração de caixa, de contas a receber, de estoques, de contas a pagar e de custos de produção. Segundo o pesquisador, os gestores financeiros responsáveis pela tomada de decisão nessas empresas classificam como informações importantes: o ciclo financeiro, o prazo médio de recebimento, o prazo médio de pagamento, a necessidade de capital de giro. Enquanto que informações sobre prazo médio de estocagem, ciclo econômico etc. são variáveis menos valorizadas, com base nos resultados do estudo. Fonte: SILVA, A. A. (2002). Até aqui foram apresentadas várias terminologias (função financeira, gestão financeira, análise financeira, decisões financeiras e informação financeira). Conhecendo essas terminologias, destacando que as mesmas são indissociáveis, doravante, trataremos do termo Gestão Financeira. O próximo passo da análise é apresentar os diferentes ciclos da empresa e sua relação com o processo de gestão. Para Hoji (2009), o Ciclo Operaciona l de uma empresa compreende o período que se inicia na aquisição da matéria-prima para produção (empresas industriais) ou na aquisição de mercadoria (empresas comerciais), ou na prestação de serviços (empresas de serviços), e se finaliza no recebimento pelo produto ou serviço final. Para o autor, o ciclo operacional é a soma do prazo de rotação dos estoques e prazo de recebimento da venda. Por sua vez, Assaf Neto e Silva (1997) dizem que o Ciclo Financeiro mede exclusivamente as movimentações de caixa, abrangendo o período compreendido entre o desembolso inicial de caixa e o recebimento da venda do produto. Ou seja, representa o intervalo de tempo de que a empresa irá necessitar efetivamente ao financiamento para suas atividades. https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Por fim, Hoji (2009) destaca que o Ciclo Econômico inicia-se com os desembolsos ou gastos na compra da matéria-prima (esses gastos podem ser feitos antes da efetiva obtenção da matéria-prima) e encerra-se com a venda do produto fabricado.Para Assaf Neto e Silva (1997), o ciclo econômico não leva em conta os reflexos de caixa verificados em cada fase operacional, ou seja, os prazos de recebimentos das vendas e os pagamentos dos gastos incorridos. A Figura 1 apresenta a relação entre os ciclos econômico, financeiro e operacional da empresa. Figura 1: Ciclos Econômico, Financeiro e Operacional para uma empresa industrial Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2007, p. 521) Nota: PME - Prazo médioa necessidade premente de desenvolvimento do mercado de capitais como fonte de investimentos produtivos na economia, e sob um ambiente sócio-político favorável a esta ótica, existe a convicção de que o profissional de RI será cada vez mais instado a exercer seu papel fomentador e disseminador da cultura do mercado de capitais. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fsites.google.com%2Fview%2Fexpedienteunicesumar%2Fp%25C3%25A1gina-inicial&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw086V6F5xmP9H59FzTAbq6f Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; TONIN, Julyerme. Conceitos de Gestão Financeira . Julyerme Tonin. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpr. 2021. 32 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Gestão 2. Financeira 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0014-6 https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial CDD - 22 ed. 352.4 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf3/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf3/p%C3%A1gina-inicial Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação DECISÕES DE FINANCIAMENTO DA EMPRESA Professor (a) : Me. Julyerme Tonin Objetivos de aprendizagem • Definir os conceitos de estrutura de capital, custo de capital próprio, custo de capital de terceiro, custo médio ponderado de capital e custo marginal de capital. • Apresentar o conceito de empréstimo a prazo, títulos e valores mobiliários, bem como apresentar as alternativas de financiamento disponíveis no mercado de valores mobiliários. • Apresentar as formas de distribuição de dividendos e as principais alternativas para distribuição de lucros das empresas. https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Estrutura e Custo de Capital • Valores Mobiliários: Títulos Emitidos por Companhias • Política de Dividendos Introdução Vimos alguns conceitos relacionados com as decisões de investimento da empresa, como as técnicas de análise de investimento e a adoção de políticas de governança corporativa e relação com investidores. Pretendemos analisar as decisões de financiamento da empresa. O modo como uma empresa se financia tem um impacto direto no retorno que ela oferece aos seus colaboradores e acionistas. Normalmente, quando se pensa em elaborar um projeto de investimento empresarial, verifica-se inicialmente a disponibilidade de capitais próprios. No entanto, é necessário ter em conta que o capital de terceiros permite a “alavancagem” dos capitais próprios, isto é, aumenta o seu risco e também o seu retorno potencial. Então, mesmo antes de avaliar quais as ferramentas ou instrumentos disponíveis para o financiamento da empresa, é necessário avaliar a combinação adequada de capital próprio e capital de terceiro. Desse modo, vamos avaliar a estrutura de capital da empresa, ou seja, a forma pela qual a empresa se financia e a maneira pela qual ela pode combinar diferentes fontes de recursos. O objetivo é que você seja capaz de responder a perguntas como: Qual o montante de recursos que deve ser captado? Quais os tipos de títulos e valores mobiliários serão utilizados? Qual o mix adequado? Quais os custos envolvidos? Inicialmente você irá conhecer os fatores determinantes na escolha da estrutura de capital, a saber: condições gerais da economia, condições do mercado, decisões operacionais e financeiras, e volume de recursos a serem financiados. Em seguida, estudaremos a questão do custo de capital, que é um parâmetro que representa a taxa mínima de retorno que novos investimentos devem proporcionar, considerando os custos incorridos nesses investimentos. Por fim, apresentaremos os principais títulos que podem ser emitidos por companhias e os impactos da abertura de capital e a política de dividendos da empresa. Avançar https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial/unidade-4 UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial https://getfireshot.com Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação ESTRUTURA E CUSTO DE CAPITAL A estrutura de capital é uma área complexa na tomada de decisões financeiras. Apesar da teoria de Modigliani-Miller ressaltar que o valor de mercado de uma empresa é independente da maneira como ela se financia, a forma com que as empresas captam recursos é amplamente debatida. Muitos analistas primam pela prudência na alavancagem e endividamento das empresas. Outros analistas afirmam que a dívida constitui a fonte mais barata de capital e que o aumento da competitividade está associado à captação de recursos financeiros. Para Megliorini e Vallim (2009), a estrutura de capital de uma empresa corresponde aos fundos de longo prazo oriundos de fontes de capitais próprios e de terceiros. No Balanço Patrimonial, esses fundos integram as contas que compõem o exigível a longo prazo e o Patrimônio Líquido (Figura 1). Figura 1: Balanço Patrimonial: fundos de longo prazo Fonte: Migliorini e Vallim (2009, p. 91) A estrutura de capital da empresa resulta da política financeira que descreve o mix de instrumentos financeiros que serão utilizados pela empresa. As alternativas de captação de recursos são capital interno, em que as empresas retêm seus lucros, e capital externo, com dívidas ou ações. Para Damodaran (2004), dívida é definida como qualquer instrumento de financiamento que https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial possui um direito contratual sobre os fluxos de caixa e ativos da empresa, tanto em períodos operacionais quanto na falência. Por sua vez, ação é definida como qualquer instrumento de financiamento que possui um direito residual sobre a empresa, não cria vantagens tributárias a partir dos seus pagamentos, e tem uma vida infinita. A busca por capital externo envolve a decisão de aceitar um endividamento maior (dívida) e os riscos associados ou a abertura de capital (ações). Mesmo se o gestor optar pelas ações há riscos, sendo que o principal deles é a perda do controle administrativo. Damodaran (2004, p. 429) utiliza como exemplo o caso da Apple Computers, em que os dois fundadores, Steve Jobs e Steve Wozniak, foram destituídos das suas posições de administração, em grande parte por consequência dadesaprovação dos acionistas em relação às suas iniciativas. Para Weston e Brigham (2004), a utilização de mais dívida eleva o risco, porém um índice mais elevado de endividamento geralmente leva a uma taxa de retorno esperada mais alta, logo, a definição da estrutura de capital é um trade off entre risco e retorno. Para Damodaran (2004), a busca por fundos de recursos ocorre em diferentes estágios de desenvolvimento de uma empresa. Inicialmente a empresa prospecta o capital de risco inicial , para desenvolver um produto, testar um novo conceito. Na sequência, vem o capital de risco de desenvolvimento , no qual as empresas já têm produtos e conceitos estabelecidos e o capital vem para possibilitar o desenvolvimento de novos produtos ou de atuar em novos mercados. Weston e Brigham (2004) destacam que há quatro principais fatores que influenciam as decisões sobre estrutura de capital. Esses quatro aspectos são importantes para definir a estrutura alvo de capital, porém, também é necessário levar em conta condições operacionais e mercadológicas. Do conceito de estrutura de capital, partimos para o conceito de custo de capital . Segundo Megliorini e Vallim (2009), o custo de capital é um parâmetro que representa a taxa mínima de retorno que novos investimentos devem proporcionar, considerando os custos incorridos nesses investimentos. Para os autores, o custo de capital de terceiro é formado por empréstimos e financiamentos contraídos em instituições financeiras e pelas obrigações emitidas pelas empresas. Para Megliorini e Vallim (2009, p. 92) “os juros pagos às fontes de capital de terceiros são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda, o que torna o custo dessas fontes menor que os juros contratuais correspondentes”. Por sua vez, o custo de capital próprio corresponde aos recursos investidos pelos proprietários da empresa e de lucros retidos. Ou seja, o custo de capital próprio deve corresponder à remuneração da menor alternativa de investimento disponível, a qual os investidores abriram mão para realizar o investimento na empresa. Enfim, a empresa deve analisar tanto os participantes do mercado quanto os instrumentos disponíveis para definir uma estrutura- alvo ou estrutura ótima de capital. Para Weston e Brigham (2004), para dimensionar a estrutura de capital de uma maneira adequada, os gestores devem levar em conta fatores, como: estabilidade das vendas, estrutura de ativos, alavancagem operacional, taxa de crescimento, lucratividade, atitudes do administrador, atitudes do emprestador e da agência de classificação de risco (quando houver), condições de mercado, condições internas da empresa e flexibilidade financeira. Em seu estudo, Genz, Bagetti e Oro (2011) avaliaram qual a relação entre a estrutura de capital e o Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) das empresas do setor de Siderurgia e Metalurgia de capital aberto que integram a lista das 500 maiores empresas do Brasil, conforme estudo divulgado pela Revista Exame – Maiores e Melhores de 2009, ano base 2008. Com base nos resultados apontados pelos autores, é possível avaliar o custo médio ponderado do capital, conforme segue: https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Fonte: GENZ, BAGETTI, ORO (2014). Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), a busca por uma estrutura ótima de capital é contínua, pois o mercado é dinâmico e as condições de negócio mudam constantemente. Desse modo, os autores sintetizam no Quadro 1 os principais fatores que influenciam essa busca pela estrutura ótima de capital Condições Gerais da Economia Condições de Oferta e Demanda, Crescimento do Produto Interno Bruto, Política Fiscal, Política Cambial, Nível de Desemprego, Saldo da Balança Comercial, Inflação. Quadro 1: Fatores determinantes na escolha da estrutura de capital Fonte: baseado em Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010, p. 221-222) Constantes tomadas de recursos podem sinalizar ao mercado dificuldades financeiras, ao invés de sinalizar que a empresa está aproveitando eventuais oportunidades de negócio. Além da forma, a quantidade de vezes que a empresa capta recursos é um importante indicativo da situação financeira da empresa. Nesse https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com contexto, como a Relação com Investidores e as boas práticas da governança corporativa podem ser úteis para que a empresa possa se financiar sem passar a impressão de que está com problemas de endividamento? O endividamento acrescenta a avaliação de novos riscos na tomada de decisão do gestor financeiro. Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), além do risco de negócio - risco de não gerar receitas suficientes para pagar os custos operacionais, há o risco financeiro - risco de não gerar recursos para pagar compromissos financeiros. Enfim, para tomar decisões financeiras de longo prazo, é preciso conhecer o custo de capital, sendo que geralmente esse cálculo requer informações sobre as diferentes fontes de financiamento utilizadas. Para Megliorini e Vallim (2009, p. 101), o custo médio ponderado de capital (CMPC), ou Weighted Average Cost of Capital (WACC), como também é conhecido, representa o custo dos financiamentos a longo prazo da empresa, isto é, corresponde à média dos custos das fontes de capital - próprio e de terceiros - ponderados pela participação relativa de cada uma delas na estrutura de capital da empresa, podendo ser representado por: em que, W e K são a proporção e o custo das debêntures, respectivamente; d d W e K são a proporção e o custo dos empréstimos, respectivamente; e e W e K são a proporção e o custo das ações ordinárias, respectivamente; W e K são a proporção e o custo das ações ao ao ap ap preferenciais, respectivamente; W e K são a proporção e o custo dos lucros retidos, respectivamente. lr lr No Quadro 2, Megliorini e Vallim (2009) apresentam um exemplo de cálculo do CMPC. Quadro 2: Estrutura de Capital da empresa Rio Pequeno S.A. Fonte: Megliorini e Vallim (2009, p.102) Logo, temos: https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Temos também o conceito de custo marginal de capital quem, segundo Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), é o custo médio ponderado de capital associado à próxima unidade monetária do novo financiamento da empresa. É importante estudar o custo marginal de capital, porque à medida que se capta mais recursos no mercado, os agentes tendem a exigir taxas crescentes de juros. VALORES MOBILIÁRIOS: TÍTULOS EMITIDOS POR COMPANHIAS Avaliamos aspectos relacionados com o custo de capital e a estrutura de capital. Vamos agora discorrer sobre as principais fontes de financiamento de longo prazo disponíveis no Brasil. A ideia é discorrer sobre o mercado de crédito de longo prazo no Brasil bem como apresentar os títulos que são reconhecidos como valores mobiliários, ou seja, sujeitos às regras e fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), a dificuldade dos bancos em captar recursos de longo prazo dos aplicadores e a possibilidade de praticar elevadas taxas de juros no curto prazo desestimula a destinação de recursos para longo prazo. Ou seja, a elevada taxa de juros presente na economia brasileira afeta os investimento e financiamento de longo prazo. Uma exceção à regra é o BNDES, o qual surgiu como um banco de fomento, possibilitando investimentos de longo prazo do Brasil. Por que então o BNDES consegue cobrar taxas de juros diferenciadas? Porque obtém recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Segundo Araujo e Cintra (2011), o FAT consolidou as contribuições provenientes do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), alterando o propósito das referidas contribuições sociais. Passou a constituir um fundo especial, de natureza contábil-financeira,vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), destinado ao custeio do Programa do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e, pelo menos, 40% ao financiamento de programas de desenvolvimento econômico a cargo do BNDES. Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), o BNDES apoia os projetos que tenham como objetivos: implantação, expansão, modernização, capacitação tecnológica, exportação de máquinas e equipamentos, melhoria da qualidade e aumento da produtividade, reestruturação e racionalização empresarial, conservação do meio ambiente, energia e gastos com infraestrutura econômica e social. Apesar da expansão da atuação do BNDES, a maior parte do financiamento das empresas no Brasil origina- se do crédito bancário (bancos múltiplos, bancos financeiros). Caso a empresa não tenha como depender da retenção de seus resultados (reinvestimento de lucros) ou não esteja em um estágio que possa emitir ações, o caminho é o endividamento por capital de terceiros. Nesse contexto, Assaf Neto (2007) destaca que as principais modalidades são: empréstimos e financiamentos diretos, repasses de recursos internos, repasses de recursos externos, https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com subscrição de debêntures e arrendamento mercantil. Para Weston e Brigham (2004), os empréstimos e financiamentos são operações de captação de recursos, na qual firma-se um contrato sob o qual o tomador concorda em fazer uma série de pagamentos de juros e do principal em datas específicas ao tomador. A rapidez, a flexibilidade e os baixos custos de emissão são descritos como vantagem dessa modalidade de captação de recursos, as elevadas taxas de juros podem ser descritas como uma desvantagem. Os empréstimos a prazo são geralmente negociados diretamente entre a empresa demandante e uma instituição financeira. Como exemplo, podemos utilizar o caso do financiamento do capital de giro . Para Assaf Neto (2007), essa modalidade de financiamento é praticada por bancos de investimentos e bancos comerciais/múltiplos, sendo lastreada em recursos próprios. O critério de pagamento costuma ser pós-fixado, sendo seus encargos financeiros calculados sobre o saldo devedor corrigido. Os repasses de recursos internos identificam os recursos oficiais alocados para o financiamento de atividades consideradas de interesse econômico e social. Um exemplo seria o FINAME. Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), a Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME) tem o objetivo de promover o desenvolvimento e a consolidação do parque nacional, por meio do financiamento para aquisição de máquinas e equipamentos para esse fim. Outros exemplos seriam o crédito rural, o crédito habitacional, a atuação dos bancos de desenvolvimento e demais agências de fomento. Os repasses de recursos externos, segundo Assaf Neto (2007), são poupanças captadas no exterior, por instituições financeiras nacionais, e, posteriormente, repassadas ao mercado interno para as várias empresas domésticas interessadas. As debêntures e o arrendamento mercantil serão analisados com mais detalhes mais adiante. Mas antes, é necessário analisar alguns conceitos, como é o caso dos títulos. Para Weston e Brigham (2004), os títulos são semelhantes a empréstimos a prazo, mas uma emissão de títulos é geralmente anunciada, oferecida ao público e efetivamente vendida a muitos investidores diferentes. Nesse ínterim, entramos na análise dos valores mobiliários. Segundo CVM (2013), valores mobiliários são títulos ou contratos de investimento coletivo ofertados publicamente que gerem direito de participação, de parceira ou remuneração, inclusive, resultante da prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. Segundo o artigo 2o da lei 10.303, de 31 de outubro de 2001, são valores mobiliários: I. As ações, debêntures e bônus de subscrição; II. Os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores mobiliários referidos no inciso II; III. Os certificados de depósito de valores mobiliários; IV. As cédulas de debêntures; V. As cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; VI. As notas comerciais; VII. Os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; VIII. Outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e Quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. § 1o Excluem-se do regime desta Lei: I - os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com II - os títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira, exceto as debêntures. Fonte: BRASIL (2001) De modo geral, a Lei 10.303, de 31 de outubro de 2001, altera diversos artigos da lei societária brasileira. E ao definir o conceito de Valores Mobiliários, elenca uma série de títulos que podem ser emitidos por companhias. Ou seja, as empresas que utilizavam empréstimos a prazo, negociando diretamente com as instituições financeiras, agora também podem negociar títulos, valores mobiliários que são títulos ofertados publicamente. Para CVM (2013), as ações são um dos valores mobiliários que podem ser emitidos pelas empresas para captação de recursos. Nesse contexto, ação é a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades por ações. É, portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio, no limite das ações possuídas. Os acionistas ganham com a participação no lucro da empresa (dividendos), com a valorização do preço da ação no mercado ou quando a companhia emite novas ações no mercado (direito à subscrição). Uma ação é um valor mobiliário, porém somente as ações das“companhias abertas”, as quais são registradas na CVM, podem ser negociadas publicamente no mercado de valores mobiliários (CVM, 2013). As empresas podem captar recursos pela subscrição de debêntures . Para Assaf Neto (2007), debêntures são títulos privados de créditos de renda fixa, emitidos exclusivamente por companhias de capital aberto e colocados no mercado à disposição de investidores interessados. Os debenturistas são credores e esperam receber juros periódicos e o pagamento do principal no vencimento. Existem as debêntures simples (não conversíveis) e as conversíveis, as quais, na ocasião do resgate, podem ter o seu valor convertido em ações da empresa. Para Weston e Brigham (2004), as debêntures diferentes de um título hipotecário não precisam ser garantidas por uma hipoteca sobre uma propriedade específica. Os autores também citam os títulos conhecidos como warrants , que são semelhantes aos títulos conversíveis. Warrants são opções que permitem ao seu detentor adquirir ações a um preço declarado. Por sua vez, bônus de subscrição são títulos negociáveis emitidos mediante sociedades por ações que conferem aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, o direito de subscrever ações do capital social da companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto. Enquanto que a nota promissória, ou commercialpaper , é um título de crédito de curto prazo que representa uma promessa de pagamento, do emissor (devedor), a determinado favorecido ou beneficiário (credor), de certo valor, em certa data. É um documento negociável, representativo de uma dívida ou direito a receber. Podem ser emitidas como simples promessas de pagamento de uma dívida, ou como garantia de contratos de empréstimos, mas são também utilizadas para captação de recursos financeirospelas empresas (CVM, 2013). A Letra Financeira é um título de crédito, de emissão exclusiva de instituições financeiras, “que consiste em promessa de pagamento em dinheiro, nominativo, transferível e de livre negociação”, como definido na Lei nº 12.249/2010. Para CVM (2013, p. 63),“a Letra Financeira apresenta também atributos jurídicos que permitem o seu uso como instrumento de captação especial, em que poderá ser utilizada para fins de composição do capital do emissor”. Devido às suas características, a Letra Financeira apresenta contornos semelhantes aos das debêntures, razão pela qual é informalmente chamada de “debênture dos bancos”, já que essas instituições financeiras não podem emitir tais títulos. Por sua vez, Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010) destacam que o arrendamento mercantil ( leasing) constitui-se como um contrato pelo qual uma empresa cede à outra, por um determinado período, o direito de usar e obter rendimentos com bens de capital de sua propriedade. Para Assaf Neto (2007), ao final do contrato, o cliente (arrendatário) pode comprar o bem por um valor previamente contratado, denominado Valor Residual Garantido, não exercer a opção de compra ou renovar o contrato de arrendamento por um novo prazo. Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), a ideia do leasing é fundamentada na concepção econômica de que o fator propulsor de rendimentos da empresa é a utilização, e não a propriedade, de um bem. https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Segundo Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010, p.270), o leasing foi introduzido nos Estados Unidos por volta de 1700, pelos colonos ingleses, porém, sua real expansão ocorreu a partir de 1941, com a promulgação de legislação sobre a atividade. No Brasil, as primeiras operações de leasing, referentes ao arrendamento de máquinas de escrever, foram realizadas em 1967. No cenário internacional, as empresas também podem contar com financiamentos externos. Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010) destacam a importância do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial. Nesse contexto, as operações de financiamento no exterior são realizadas a partir de taxas básicas de juros internacionais como a London Interbank Offered Rate (LIBOR), na Europa, e a Prime Rate, nos Estados Unidos. Outra alternativa são os Brazilian Depositary Receipts (BDR) que, segundo CVM (2013), são certificados de depósito de valores mobiliários, um valor mobiliário emitido no Brasil que representa outro valor mobiliário emitido por companhias abertas (ou assemelhadas) com sede no exterior. Por fim, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) são títulos de crédito nominativos, escriturais e transferíveis, lastreados em créditos imobiliários, e estão previstos na Lei 9.514/97, que disciplina o Sistema de Financiamento Imobiliário (CVM, 2013). Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), securitização de recebíveis é uma operação financeira que consiste na antecipação de fluxos de caixa futuros provenientes de contas a receber de uma empresa, sem comprometer seu limite de crédito e sem prejudicar seu índice de endividamento. O Conselho Monetário Nacional, pela resolução CMN 2517/98, expressamente considerou os CRIs como valores mobiliários e, portanto, sujeitos à regulamentação e fiscalização da CVM. Por fim, dependendo do porte da empresa, a captação de recursos de longo prazo pode ocorrer junto a fundos de pensão ou fundos de capital de risco, também conhecidos como private equity. Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), fundos de pensão são uma forma de previdência por regime de capitalização de contribuições coletivas, organizado sob a forma de entidade civil sem fins lucrativos. Enquanto que os private equity são fundo de capital de risco constituídos em acordo contratual privado entre investidores e gestores, não sendo oferecidos abertamente no mercado e sim por meio de colocação privado. A combinação dessas diferentes fontes, fontes de captação de recursos, a engenharia econômica e financeira, e a proporção que alguns fundos de investimentos alcançaram ao invés de contribuir para reduzir os riscos aumentou os riscos (risco sistêmico). Nesse contexto, como mitigar os riscos presentes na prática de captação de recursos? Até aqui vimos que as empresas contam com uma vasta gama de alternativas de captação de recursos. No Brasil, as altas taxas de juros limitam as operações de longo prazo e o BNDES atua em vários segmentos importantes da economia. E com a atuação da CVM na fiscalização e registro dos contratos, há uma redução do risco na utilização de instrumentos como ações, debêntures, warrants, bônus de subscrição, commercial paper ou letras financeiras. As empresas também podem contar com o leasing, BDRs, recebíveis etc. Desse modo, cabe ao gestor determinar o mix de recursos adequados à sua empresa. https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com POLÍTICA DE DIVIDENDOS Vimos que a definição do mix de instrumentos financeiros que serão utilizados no financiamento da empresa é uma importante política financeira. Inicialmente a empresa pode se financiar via capital interno, reinvestindo seus lucros, porém, dependendo do plano de expansão da empresa, essa fonte de capital torna-se insuficiente. Desse modo, o caminho é utilizar o capital externo e suas implicações para o futuro da empresa. Também é necessário definir qual tipo de capital externo: dívida ou ações. Já elencamos uma série de valores mobiliários que podem ser úteis para as empresas diversificarem suas dívidas de maneira a gerirem da melhor forma possível seu endividamento. Além dos conceitos de estrutura de capital, custo de capital, fontes de financiamento, vimos também os conceitos sobre governança corporativa e relação com investidores. Nesta unidade, vamos analisar as empresas que optam por ações e, como resultado, a necessidade de delinear uma política de dividendos. Como vimos anteriormente, ação é um título patrimonial que representa a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades por ações. Porém não existe somente um tipo de ação. Segundo CVM (2013), existem as Ações Ordinárias (ON), em que sua principal característica é a de conferir ao seu titular direito a voto nas Assembleias de acionistas. Existem também as Ações Preferenciais (PN), as quais têm prioridade na distribuição de dividendos ou no reembolso de capital, podendo ainda possuir prioridades específicas, se admitidas à negociação no mercado, porém não têm direito a voto. Então, em algum momento, a empresa de capital aberto terá que pensar acerca dos dividendos. Mas o que são dividendos? Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), dividendo é a distribuição em dinheiro de parte de todo o lucro auferido pela empresa em um exercício social, ou de saldos de lucros acumulados, aos seus acionistas. Para Megliorini e Vallim (2009, p.116), uma política de dividendos é influenciada por diversos fatores que dependem das características das empresas e dos mercados em que elas atuam. Os autores elencam os principais fatores: • Oportunidades de investimento da empresa : setores em fase de crescimento acelerado ou períodos de expansão econômica fazem com que as empresas encontrem boas oportunidades de investimento, o que faz com que adotem uma política de dividendos restritiva. • Situação de liquidez e acesso a fontes de recursos: baixa disponibilidade de caixa, acesso a recursos externos e grau de endividamento são fatores que afetam a distribuição de dividendos. • Controle : os acionistas controladores podem afetar a condução da política de dividendos. • Política de dividendos de empresas similares : se as empresas do mesmo setor estão adotando uma determinada política de dividendos, essa informação é levada em conta na estratégia adotada pelaempresa. https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com A política de dividendos não é uma coisa totalmente nova para as empresas. Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010) destacam que, na teoria de Modigliani e Miller (MM), aceitando os pressupostos de um mercado livre de risco, sem impostos e sem custos de transação, a política de dividendos não afetaria o valor da empresa. O valor da empresa seria determinado em última instancia pela sua capacidade de geração de lucros e pelo risco de seus ativos. Porém as suposições de Modigliani e Miller simplificam a realidade, na medida em que risco, impostos e custos de transações são importantes na análise do gestor público. Porém, ao longo dos anos, desenvolveram-se novas abordagens para analisar a teoria dos dividendos. Weston e Brigham (2004) citam a teoria do “pássaro na mão” , desenvolvida por Gordon e Litner. O velho ditado popular já postulava “melhor um pássaro na mão do que dois voando”. Então, o pássaro na mão seria os dividendos que o acionista receberia, em detrimento dos possíveis ganhos de capital decorrentes do reinvestimento desses recursos. Assim, para esses autores, há uma relação entre a política de dividendos e o valor da empresa, na medida em que quanto mais dividendos são distribuídos, menores são as incertezas dos investidores, com menos incertezas, os investidores planejam reinvestir seus dividendos nas ações das mesmas empresas, criando assim um ciclo virtuoso que é benéfico para a empresa. Para Weston e Brigham (2004), a partir dessas considerações, os dividendos carregam um conteúdo informacional, conhecido também como hipótese de sinalização . Nessa teoria, um aumento dos dividendos acima do esperado pelos investidores dá um sinal de que a administração prevê lucros futuros maiores, o que contribui para o aumento do preço das ações. A recíproca é verdade, de modo que muitas empresas relutam em reduzir os dividendos para evitar um efeito negativo sobre o preço das ações. Weston e Brigham (2004) também citam a teoria da preferência tributária , a qual postula que em virtude de os ganhos de capital de longo prazo estarem sujeitos a impostos menos onerosos do que os dividendos, os investidores preferem que as empresas retenham lucros em lugar de distribuí-los como dividendos. Assaf Neto (2007) ressalta que existe um efeito clientela , no qual as empresas sempre procuram ajustar uma política de dividendos visando atender às preferências de seus acionistas. De acordo com Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), testes empíricos sugerem que: ainda não é possível encontrar um conjunto de empresas que difiram apenas em suas políticas de dividendos; não é possível obter estimativas sobre o custo de capital próprio; e ainda não se sabe de que modo a política de dividendos afeta os preços das ações e o custo de capital. Todos esses fatos fazem da política de dividendos um ponto ainda controverso da gestão financeira. Então, não há de fato um consenso na literatura, porém é importante ressaltar que essas contribuições teóricas mostraram que a política de dividendos afeta as expectativas dos agentes, bem como está relacionada com aspectos tributários. Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010) também destacam que além do conteúdo informacional dos dividendos, dos impostos pagos pelo investidor, uma política de dividendos deve levar em conta os custos de lançamento, os custos de transação, as possíveis restrições institucionais, a liquidez da empresa, as perspectivas de crescimento, as avaliações de mercado, entre outros aspectos. Nesse ínterim, Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010, p. 347) destacam que a política de dividendos é uma importante decisão do gestor financeiro, sendo uma decisão basicamente sobre “reter ou distribuir lucros”. Uma das mais controversas decisões financeiras diz respeito ao destino dos lucros gerados. Eles podem ser distribuídos, no todo ou em parte, na forma de dividendos, reinvestidos na empresa, ou utilizados para recompra de ações pela empresa. Como essas decisões (distribuição de dividendos ou recompra de ações) podem impactar o preço das ações e a expectativa dos investidores? As decisões quanto ao destino do lucro gerado terão impacto sobre o preço da ação, sendo que tal efeito pode ser analisado por meio da fórmula: https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com em que, K representa o custo da ação ordinária ao D é o dividendo esperado no ano 1 1 P é o preço atual da ação 0 c é uma taxa de crescimento esperado dos dividendos Essa fórmula evidencia um importante dilema na política de dividendos das empresas. Se a empresa adotar uma política de pagar mais dividendos (D1 se elevará), tudo o mais terá um efeito positivo sobre o preço da ação. Por outro lado, com essa política, haverá menos recursos para novos investimentos, fato que pode reduzir as expectativas de maiores dividendos do futuro (c deve cair), fato que terá um efeito negativo sobre o preço das ações. Esta nossa última aula apresenta uma certa complexidade. Até então o gestor já tem noção dos riscos existentes em seu empreendimento, tem um noção sobre os instrumentos de planejamento e controle financeiro, bem como sabe quais os aspectos institucionais relevantes para realizar seus investimentos. Porém em uma empresa que chegou ao estágio de transacionar ações, a política de dividendos envolve lidar com as expectativas dos agentes. Qualquer decisão na atualidade envolve rever projeções de investimento e de novos dividendos no futuro. Então, o que aprendemos sobre cálculos financeiros (juros, TIR, VPL) também pode ser empregado aqui, porque o valor do dinheiro no tempo também é importante nessa análise. Levando em conta esses aspectos, Megliorini e Vallim (2008) destacam que as empresas podem estabelecer diferentes políticas de dividendos. Nesse contexto, a política de dividendos de valor estável baseia-se na distribuição de dividendos fixos em moeda, independente do lucro apurado em cada período. Enquanto que a política de dividendos de taxa estável baseia-se na distribuição de dividendos em uma porcentagem constante dos lucros. E, por fim, dividendos regulares mais dividendos extraordinários combinam as duas políticas anteriores. A ideia aqui é definir, a priori, um montante ou uma taxa tentando assim minorar os efeitos da política de dividendos sobre as expectativas dos agentes. Segundo Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010, p.352), a Lei das Sociedades Anônimas determina que pelo menos 25% do lucro líquido seja distribuído a título de dividendos aos detentores de ações tanto ordinárias quanto preferenciais, depois de realizados os seguintes ajustes: a. Parcela destinada à formação de reserva legal; b. Parcela destinada à formação de reservas para contingências e reversão das mesmas, quando formadas em exercícios anteriores; e c. Lucros a realizar, transferidos para a respectiva reserva e lucros anteriormente registrados nessa reserva que tenham sido realizados no exercício findo. Megliorini e Vallim (2008) destacam que as empresas também podem distribuir dividendos em ações . Nesse caso, ao invés de distribuir os valores em dinheiro, são distribuídas frações de capital, ou seja, o equivalente em ações da empresa, como também a recompra de ações pela própria empresa pode ser considerada parte de uma política de dividendos. https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Siemens inicia programa de recompra de ações de até € 4 bi A alemã Siemens disse nesta segunda-feira que está iniciando um programa de recompra de ações de até 4 bilhões de euros (5,5 bilhões de dólares). A recompra de ações foi anunciada em novembro do ano passado, mas foi colocada em espera enquanto a gigante de engenharia desenvolvia um programa de reestruturação para alcançar rivais mais rentáveis. A Siemens irá recomprar até47,8 milhões de ações até 31 de outubro de 2015, disse a empresa.“A recompra tem o único objetivo de cancelamento e redução do capital acionário, emitindo ações para funcionários, membros do Conselho de empresas afiliadas e membros da diretoria da Siemens AG assim como para a conversão de bônus e garantia de bônus”, disse o grupo em comunicado. Fonte: VILLAGRAN (2014) Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010, p. 347) destacam também a prática de desdobramento de ações ( splits ) , nesse caso, as empresas “aumentaram o bolo”, ou seja, houve o aumento do número de ações, agora com um menor preço. Assim, com preços mais baixos e mais liquidez (quantidade maior de ações), pode haver um estímulo psicológico para que os investidores adquiram essas ações. O oposto também é possível, o agrupamento de ações pode elevar o preço a um patamar considerado adequado pelos gestores da empresa, é o chamado de inplit . Segue abaixo um exemplo de divulgação de Fato Relevante por parte de uma empresa de capital aberto. Esse fato relevante versa sobre o desdobramento de ações, e serve também como exemplo de como é desempenhada a “Relação com Investidores”. A Cia. Hering (“Companhia”), em cumprimento às disposições da Instrução CVM nº 358/2002, comunica aos Senhores Acionistas e ao mercado, que, em Assembleia Geral Extraordinária realizada em 29/10/2010, foi aprovado o desdobramento das ações representativas do capital social da Companhia, mediante a emissão de 02 (duas) novas ações ordinárias nominativas escriturais, sem valor nominal, para cada ação existente, passando o capital social a ser representado por 162.722.079 (cento e sessenta e dois milhões, setecentas e vinte e duas mil e setenta e nove) ações ordinárias, sem valor nominal. Terão direito ao recebimento das ações advindas do desdobramento, os acionistas detentores de ações no dia 29/10/2010. A partir do dia 01/11/2010, as ações da Companhia serão negociadas “ex-desdobramento”. O crédito das ações provenientes do desdobramento será efetuado em 05/11/2010. As ações advindas do desdobramento participarão em igualdade de condições a todos os benefícios, inclusive a dividendos e eventuais remunerações de capital, que vierem a ser distribuídos por essa Companhia, a partir do dia 01/11/2010. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2014. Essa prática, assim como as diferentes formas de distribuição de dividendo, busca também afetar as expectativas dos agentes. Segundo Weston e Brigham (2004), a ideia é levar o preço das ações para uma “faixa ótima” de preços das ações. Porém, ao mudar a quantidade e preço das ações, essa prática tem um efeito tanto sobre o balanço da empresa quanto aos dividendos futuros que serão distribuídos por ela. Avançar https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.pefran.com.br%2Fempresas2012%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw3gnlBM25kbaKc52WpXlbaJ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.pefran.com.br%2Fempresas2012%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw3gnlBM25kbaKc52WpXlbaJ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.pefran.com.br%2Fempresas2012%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw3gnlBM25kbaKc52WpXlbaJ https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial/atividades UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/unidade-4 https://getfireshot.com Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação ATIVIDADES 1. Um aumento dos dividendos acima do esperado pelos investidores dá um sinal de que a administração prevê lucros futuros maiores, o que contribui para o aumento do preço das ações. Tal afirmação condiz com a teoria: a) Teoria da Preferência Tributária. b) Efeito Clientela. c) Teorema Modigliani-Miller. d) Teoria Residual. e) Hipótese da Sinalização. 2. O instrumento de financiamento que possui um direito contratual sobre os fluxos de caixa e ativos da empresa, tanto em períodos operacionais quanto na falência, é conhecido como: a) Capital Próprio. b) Capital de Terceiro. c) Ação. d) Dívida. e) Reserva de Lucro. 3. A teoria que postula que, em virtude de os ganhos de capital de longo prazo estarem sujeitos a impostos menos onerosos do que os dividendos, os investidores preferem que as empresas retenham lucros em lugar de distribuí-los como dividendos, é conhecida como: a) Teoria da Preferência Tributária. b) Efeito Clientela. c) Teorema Modigliani-Miller. https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial d) Teoria Residual. e) Hipótese da Sinalização. 4. Os títulos privados de créditos de renda fixa, conversíveis ou não em ações, emitidos exclusivamente por companhias de capital aberto e colocados no mercado à disposição de investidores interessados, são conhecidos como: a) Debêntures. b) Warrants . c) Bônus de Subscrição. d) Commercial Paper . e) Private Equity . Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial/resumo Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação RESUMO A estrutura de capital de uma empresa corresponde aos fundos de longo prazo oriundos de fontes de capitais próprios e de terceiros. As alternativas de captação de recursos são capital interno, em que as empresas retêm seus lucros, e capital externo, com dívidas ou ações. O custo de capital é um parâmetro que representa a taxa mínima de retorno que novos investimentos devem proporcionar, considerando os custos incorridos nesses investimentos. O custo médio ponderado de capital representa o custo dos financiamentos a longo prazo da empresa, isto é, corresponde à média dos custos das fontes de capital - próprio e de terceiros - ponderados pela participação relativa de cada uma delas na estrutura de capital da empresa. Os empréstimos e financiamentos são operações de captação de recursos nas quais firma-se um contrato sob o qual o tomador concorda em fazer uma série de pagamentos de juros e do principal em datas específicas ao tomador. Os títulos são semelhantes a empréstimos a prazo, mas uma emissão de títulos é geralmente anunciada, oferecida ao público e efetivamente vendida a muitos investidores diferentes. São exemplos de títulos ou valores mobiliários (sob a supervisão da CVM): ações, debêntures, BDRs, warrants , bônus de subscrição, letras financeira, recebíveis etc. Outras alternativas de financiamento são o arrendamento mercantil e a busca de recursos em fundos de pensão e/ou private equity . Uma empresa aberta que negocia ações no mercado de capitais tem como preocupação adicional a política de dividendos. Uma política de dividendos deve levar em conta as oportunidades de investimento, a liquidez, a manutenção do controle, a política de dividendos adotada em outras empresas. A forma com que é feita essa política pode afetar a expectativa dos agentes e influenciar o preço das ações, por isso geralmente as empresas distribuem dividendos determinando um valor estável ou uma taxa estável. Outras alternativas são a distribuição de dividendos em ações, a recompra das ações e o split de ações. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial/eu-indicoConceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação Material Complementar Na Web A Associação Brasileira das Empresas de Leasing desenvolveu um guia prático de arrendamento mercantil, disponível em: Acesse Filme Inside Job / Trabalho Interno Ano: 2010 Diretor: Charles Ferguson Sinopse: Trabalho interno é um documentário de 2010 acerca da crise financeira global de 2007-2012, dirigido por Charles H. Ferguson. O filme é descrito por Ferguson como sendo sobre “a corrupção sistêmica dos Estados Unidos pela indústria de serviços financeiros e as consequências da corrupção sistêmica. O documentário está dividido em cinco partes. Ele começa examinando como a Islândia estava altamente desregulada em 2000 e a privatização de seus bancos. Quando o Lehman Brothers foi à bancarrota e o AIG entrou em colapso, a Islândia e o resto do mundo entraram em uma recessão global. Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.leasingabel.org.br%2Fsite%2FAdm%2Fuserfiles%2Fguiapratico.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw19MdTk4yexjlc7rY5mqL2N https://www.youtube.com/watch?v=T2IaJwkqgPk https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação REFERÊNCIAS ARAUJO, V. L.; CINTRA, M. A. M. O papel dos bancos públicos federais na economia brasileira . Texto para discussão Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, Brasília, abr. 2011. ASSAF NETO, A. Finanças coorporativas e valor . 9. ed. São Paulo: Atlas, 2007. BRASIL. Lei nº 10.303, de 31 de outubro de 2001. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2014. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM. O Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro. Rio de Janeiro: CVM, 2013. DAMODARAN, A. Finanças Corporativas : teoria e prática. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. GENZ, Dariz; BAGETTI, Fábio Luiz; ORO, Ieda Margarete. Análise da relação entre a estrutura de capital e o custo médio ponderado de capital (CMPC): um estudo no setor de siderurgia e metalurgia. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2014. LEMOS JUNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras . 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. MEGLIORINI, E.; VALLIM, M. A. Administração Financeira : uma abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. SOUZA CRUZ: relatório anual 2011. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2014. VILLAGRAN, Miguel. Siemens inicia programa de recompra de ações de até € 4 bi. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2014. WESTON. J. F.; BRIGHAM, E. F. Fundamentos da Administração Financeira . São Paulo: Pearson Makron Books, 2000. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação APROFUNDANDO A Souza Cruz é uma companhia centenária, fundada em 1903, líder no mercado brasileiro de cigarros e uma das principais empresas integrantes do Grupo British American Tobacco (BAT), o mais internacional dos grupos que atuam no negócio de tabaco, presente em 180 países. Sua atuação se dá em toda a cadeia produtiva: desde o plantio e o processamento de fumo até a fabricação e distribuição direta de cigarros em 300 mil pontos de venda em todo o país. A Souza Cruz conta com cerca de 7.400 colaboradores diretos, 30 mil famílias de produtores integrados e gera mais de 240 mil postos de trabalho em toda a cadeia produtiva. A Companhia exporta fumo para os cinco continentes, gerando divisas para o país, e está entre as dez empresas brasileiras que mais recolhem tributos aos cofres públicos. Em 2011, a Souza Cruz gerou R$ 7,6 bilhões de tributos sobre vendas. No ano de 2011, a Souza Cruz comercializou cerca de 70,9 bilhões de unidades de cigarros, detendo 61% de participação no mercado brasileiro. No ano, a Souza Cruz exportou 96,6 mil toneladas de fumo. O lucro líquido no exercício foi de R$ 1,6 bilhão, 11% superior ao verificado no ano anterior. Com sede no Rio de Janeiro (RJ), a Souza Cruz possui duas fábricas de cigarros, uma em Uberlândia (MG), a maior da América Latina e campeã em volume de produção em todo o Grupo BAT, e outra em Cachoeirinha (RS), inaugurada em 2003, com capacidade de produção de até 30 bilhões de cigarros por ano. A Unidade de Cachoeirinha constitui um moderno complexo industrial que abriga também o RPC (Regional Product Center), centro de referência em inteligência de pesquisa e desenvolvimento em tabaco, o Parque Gráfico, responsável pela produção de embalagens de cigarros com alto padrão de qualidade, além do GSD (Group Service Delivery), serviço global de tecnologia da informação da BAT. A Souza Cruz também participa há 17 anos de um empreendimento internacional, a Brascuba, uma associação com o Governo de Cuba para a produção e exportação de cigarros. Além disso, detém participação na Agrega, empresa voltada para a otimização de compra de materiais e serviços, com sede em São Paulo. Em 2009, a iniciativa foi ampliada para uma expansão internacional, uma joint venture entre BAT e a ABI, o Agrega Global. SOUZA CRUZ: relatório anual 2011. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2014. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.souzacruz.com.br%2Fbr%2Far%2F2011%2Fdownload%2Fsouza_cruz_2011.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1zd9TCsIkXW48UH6Veve_j https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fsites.google.com%2Fview%2Fexpedienteunicesumar%2Fp%25C3%25A1gina-inicial&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw086V6F5xmP9H59FzTAbq6f Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; TONIN, Julyerme. Conceitos de Gestão Financeira. Julyerme Tonin. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpr. 2021. 35 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Gestão 2. Financeira 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0014-6 CDD - 22 ed. 352.4 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf4/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicialhttps://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf4/p%C3%A1gina-inicialde estocagem da matéria-prima MP PMF - Prazo Médio de Fabricação PMV - Prazo Médio de Venda PMC - Prazo Médio de Cobrança (ou de recebimento) PMPF - Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores Para Assaf Neto (2007), a diferença entre os ciclos operacional, econômico e financeiro pode ser explicitada por meio das seguintes fórmulas: Ciclo Operacional = PME + PMF + PMV + PMC MP Ciclo Econômico = PME + PMF + PMV MP Ciclo Financeiro = ( PME + PMF + PMV + PMC) – PMPF MP O gestor financeiro pode avaliar a dinâmica desses três ciclos por meio do cálculo de alguns indicadores de prazo médio. O prazo médio de estocagem da matéria- prima é dimensionado levando em conta o custo de capital, custo das instalações, custo dos serviços e risco de estocagem (BRAGA, 1995). O prazo médio de fabricação depende do ramo de atividade da empresa, e o prazo de venda depende das características do mercado em que a empresa atua, sendo variáveis exógenas ao gestor, ou seja, na maioria das vezes, o gestor não tem como promover alterações nesse prazo. O prazo médio de cobrança ou recebimento indica o tempo decorrido, em média, entre a venda de seus produtos e o efetivo ingresso dos recursos. Esse prazo é afetado pela política de crédito da empresa. https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com O prazo médio de pagamentos representa o tempo decorrido, em média, o prazo que a empresa vem obtendo de seus fornecedores para quitar suas obrigações advindas da compra de matérias-primas ou serviços (BRAGA, 1995). Esses prazos são indicadores muito importantes, sendo utilizados pelo gestor para aumentar a eficiência da gestão dos recursos da empresa. Enfim, esses distintos ciclos são utilizados para mensurar o tempo em que cada atividade da empresa é desenvolvida. São úteis na medida em que refletem a cultura organizacional da empresa, sendo que o entendimento desses ciclos é um ponto primordial na elaboração do orçamento, para projetar as necessidades de capital de giro e entender o fluxo de caixa da empresa, elementos que serão analisados nas próximas aulas. Quando temos problemas de saúde, procuramos um médico, relatamos os sintomas da doença que nos atinge. Em seguida, esse médico irá fazer uma série de perguntas, tais como: idade, hábitos alimentares, prática esportiva, aspectos laborais etc. Essas informações, juntamente com exames laboratoriais, ajudam no diagnóstico para que o médico recomende um tratamento. Após algum tempo, retornamos ao médico para avaliação, se o tratamento foi adequado, ficaremos curados e felizes. No campo empresarial, a situação é quase idêntica, você sabia? Quando uma empresa está com alguma dificuldade ou“doença empresarial”, procura ajuda de um consultor ou um profissional qualificado, selecionado normalmente por intermédio de boas referências e experiências na resolução de problemas empresariais. No primeiro contato, o gestor da empresa expõe o problema, e o consultor, por meio de técnicas e procedimentos adequados, avalia a situação apresentada, efetua um diagnóstico e propõe um plano de ação visando solucionar os problemas empresariais apresentados. A decisão é do gestor da empresa de aceitar ou não o plano de ação proposto. Caso concorde, o passo seguinte é a implantação do plano de ação e avaliação dos resultados. Com essa abordagem ilustrativa, o SEBRAE lançou a série Guia do Empreendedor , composta por cinco fascículos, que traz informações para a gestão de micro e pequenas empresas, sendo que um desses fascículos trata de uma maneira simples e direta a Gestão Financeira. Fonte: SEBRAE (2014) ANÁLISE DOS RISCOS: CONTEXTO HISTÓRICO https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com As finanças das empresas já são elementos de estudo da Ciência Econômica desde os primórdios. Para Assaf Neto (2007), a Grande Depressão da década de 1930, a influência de diferentes vertentes teóricas, a crescente complexidade dos negócios possibilitaram a criação e a expansão da teoria das finanças. Nesse contexto, as décadas de 1950 e 1960 foram prodigiosas para o ramo das finanças, sendo que os gestores financeiros da atualidade se beneficiam das inovações de autores, como Harry Markowitz, William Sharpe, Franco Modigliani, Merton Miller, Eugene Fama, entre outros. Os cientistas já citados receberam o Prêmio Nobel de Economia. Franco Modigliani, em 1985; Harry Markowitz, William Sharpe e Merton Miller, em 1990; Myron Scholes, em 1997; e Eugene Fama, em 2013. Para saber a lista completa, acesse:. Na década de 1950, surgem duas correntes com forte influência sobre as finanças modernas: Markowitz, em 1952, e Modigliani e Miller, em 1958. Harry Markowitz lança as bases da teoria do portfólio, avaliando a relação risco e retorno, sendo seguido por autores como Tobin (1952) e Sharpe (1964), mas a importância dos seus estudos só foi reconhecida a partir da década de 1970. Por sua vez, no teorema Modigliani-Miller, esses autores desenvolveram a concepção de que o valor da empresa independe de sua estrutura de capital (SAITO; SAVOIA; FAMÁ, 2006). Nesse sentido, a moderna gestão do risco, especificamente o risco financeiro, ganhou ímpeto com a teoria do portfólio de Markowitz (1952). A contribuição desse autor, com a teoria do portfólio, se baseia na redução do risco por meio da diversificação de ativos, rejeitando a hipótese de que os investidores devem formar o seu portfólio embasado somente no maior retorno esperado. A partir de então, a relação risco e retorno foi avaliada por outro prisma; deixou-se de avaliar unicamente o risco isolado de cada ativo para avaliar os resultados de risco e retorno inerentes a uma carteira de ativos. De uma forma simplista, seria o equivalente ao ditado popular“não coloque todos os ovos em uma cesta só”. Entretanto, o autor alertou que somente a quantidade de ativos não mitiga o risco, é necessário escolher ativos pouco relacionados. O ponto aqui é que com a sistematização matemática da teoria do portfólio, a escolha dos ativos que compõem essa“cesta”ou portfólio passou a ser um passo importante para a gestão de qualquer patrimônio. Bernstein (1997, p. 257) destaca a importância da contribuição de Markowitz: O artigo Portfolio Selection revolucionou a atividade de gerência de investimentos, ao elevar o risco à mesma importância do retorno esperado. O artigo, junto com o livro de mesmo nome que Markowitz escreveu em 1959, foi a base de quase todos os trabalhos teóricos de finanças que se seguiram. Cabe destacar que tal teoria leva em conta o retorno esperado, a correlação, a volatilidade e as covariâncias entre os ativos que compõem a carteira, e toda uma construção matemática que não será abordada neste livro. Fonte: o autor Com base no exposto, Tobin (1952) contribui com essa vertente teórica, demonstrando que o investidor toma suas decisões combinando um ativo livre de risco com o portfólio situado na Fronteira Eficiente. Em outras palavras, esse autor criou a Teoria da Separação , demonstrando que o investidor primeiro determina o portfólio de ativos mais eficientes, e depois determina a https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.nobelprize.org%2Fnobel_prizes%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw0KzIsqwLsbQ7HX5lZtbx7B http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.nobelprize.org%2Fnobel_prizes%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw0KzIsqwLsbQ7HX5lZtbx7B proporção de recursos a ser alocados nos ativos livres de risco e nos ativos de risco. Em última instância, para o autor, o grau de diferenciação vai depender da maior ou menor tolerância ao risco (SAITO; SAVOIA; FAMÁ, 2006). Por sua vez, William Sharpe (1964), aprofundando os conceitos da teoria do portfólio, criou um índice para avaliar a eficiência dos investimentos,para então classificar diferentes ativos levando em conta a relação entre o retorno esperado e a volatilidade do ativo (RENNER, 2010). Esse autor, de certo modo, simplificou a teoria do portfólio ao demonstrar que o risco total é composto do risco sistêmico e do risco não-sistêmico (ou diversificável). Figura 2: Tipo de risco existente na composição de uma carteira de ativos Fonte: adaptada de Assaf Neto (2007, p. 236) • Risco diversificável é o risco que pode ser total ou parcialmente diluído pela diversificação de carteira. • Risco sistemático é o risco que está sempre presente na estrutura do portfólio, é o risco decorrente das mudanças do sistema econômico como um todo (ASSAF NETO, 2007, p. 236). William Sharpe também ficou conhecido por suas contribuições no modelo de avaliação de ativos de capital ou CAPM. Nesse modelo, o autor introduziu o conceito de beta que mensura a relação existente entre o retorno de um ativo e o mercado. Essa variável beta pode ser explicada por meio da fórmula: r − r = β ( r − r ) f m f em que, r é a taxa de retorno do investimento, ou taxa mínima de atratividade; r é a taxa de retorno de um investimento livre de risco; e f r é a taxa média de retorno do mercado m ß é o beta https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Como já disse Albert Einstein, “para descrever a verdade, deixe a elegância para os alfaiates”. Então, essa fórmula aparentemente simples nos leva a uma importante conclusão: o prêmio de risco esperado de um determinado investimento (r - r ) é igual ao beta f multiplicado pelo prêmio de risco esperado no mercado (r - r ). Por exemplo, um prêmio de risco esperado por um investidor com m um beta de 0,5 é metade do prêmio de risco esperado pelo mercado (BREALEY et al., 2008). Já os investidores Modigliani-Miller seguiram outra linha. De acordo com Oga (2007, p. 13), em 1958, Franco Modigliani e Merton Miller demonstraram que, sob certas condições, as decisões reais são separadas das decisões financeiras. Nesse sentido, esse teorema demonstra que as empresas não têm que ajustar suas decisões às preferências de risco dos diversos investidores e que a política de dividendos das firmas não afeta o seu valor de mercado. Na década de 1970, Eugene Fama define a Hipótese de Mercado Eficiente (HME), alvo de muitos trabalhos empíricos até os dias atuais, onde postula que o preço de mercado de uma ação ou de um outro título deve corresponder ao seu “preço justo”. Nesse sentido, o que determina, em curto prazo, o preço do ativo é o seu risco, definido pela volatilidade dos retornos esperados, segundo o modelo CAPM. Sem entrar no detalhamento desse modelo, a década de 1970 incorporou um novo segmento de estudo na teoria das finanças: a gestão de risco. O arcabouço teórico das finanças ganhou mais um capítulo, a teoria de avaliação das opções de Fisher Black e Myers Scholes. Enfim, em um espaço de pouco mais de duas décadas, a teoria das finanças havia se diversificado, assumindo diversas facetas que vão desde a teoria de carteiras de Markowitz, a teoria de avaliação de risco de Modigliani-Miller, o modelo CAPM de Sharpe, a teoria de eficiência dos mercados financeiros de Fama e o Modelo de apreçamento de ativos de Black-Scholes. A ideia aqui é demostrar o amplo arcabouço teórico sobre o tema de que estamos tratando e que foram muitos os desdobramentos teóricos ao longo dos últimos 50 ou 60 anos para chegarmos à concepção atual de gestão financeira. Não há a possibilidade de eliminar, mas sim de reduzir o risco. O grande problema não é conviver com o risco, e sim não percebê-lo. Por isso, quanto maior o risco percebido, maior será o retorno potencial. Fonte: o autor Caro(a) aluno(a), findamos a primeira etapa dessa aula apresentando uma concepção histórica da análise do binômio risco X retorno, mostrando um pouco da metodologia existente para a avaliação do risco existente. Seguindo em nossa análise, é necessário definir adequadamente o termo risco e identificar as principais fontes de risco. Até aqui, utilizou-se o termo risco, mas para um gestor financeiro, é de fundamental importância que ele entenda a diferença entre risco e incerteza. Para clarificar essa questão, abaixo seguem algumas definições. Para Knight (1972), risco é uma contingência desfavorável e pode ser medido em termos de probabilidade objetiva, e a incerteza refere-se a situações singulares, em que não há a possibilidade do cálculo, a priori, de algo acontecer. Para Crouhy, Galai e Mark (2004), riscos são fenômenos que se podem identificar e medir, avaliar e minimizar por meio de uma gestão técnica, enquanto que incerteza é todo evento derivado do desconhecido, de uma fonte sem controle. Para Gastineau e Kritzman (1999), a terminologia risco expressa, de uma maneira geral, um fenômeno que expõe o agente econômico a mudanças por conta da adversidade que ocorre em um mercado ou até mesmo um país. Também, para Garofalo Filho (2004), o risco indica perigo, sobretudo, possibilidade de perda financeira ou econômica. Portanto, existe uma percepção do risco por parte dos agentes, em que se pode antecipar uma série de decisões, podendo até se tirar proveito desse processo. Enquanto que a incerteza está ligada a fatos futuros desconhecidos, não passíveis de perfeita mensuração e quantificação, por força da sua própria particularidade. Desse modo, risco e retorno são variáveis financeiras indissociáveis. Dessa análise, criou-se o jargão “quanto maior o risco, maior o retorno”. Então, a essa altura, você já deve ter percebido que estamos abordando dois pontos distintos: risco e incerteza. Na existência de incerteza, vamos corrigir essa máxima para “quanto maior o risco percebido maior será o retorno potencial” . Embora as incertezas possam ser ainda não conhecidas, no entanto, podem ser minimizadas, tornando-se, assim, um grande desafio dos gestores, diretores, investidores etc. Então, caro(a) aluno(a), saber que existe incerteza já é um primeiro passo, pois assim a atuação profissional será realizada buscando“aparar as arestas”, para evitar surpresas, derivadas do desconhecido, e para https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com antecipar decisões minorando os riscos conhecidos e até tirar proveitos de certas situações. A classificação dos riscos é conhecida na literatura como tipologia de exposição ao risco. Utilizando as definições de Gitman (2004, p. 185), os riscos podem ser caracterizados conforme o Quadro 1. Quadro 1: Fontes populares de risco para administradores financeiros e acionistas Dada a diferença entre riscos e incertezas, diante do reconhecimento de que diversos ambientes afetam ou determinam os riscos existentes, com isso, há uma vasta gama de riscos existentes, assim, pode-se assumir que não existe uma possibilidade definitiva de eliminar os riscos e as incertezas. Assim o gestor toma decisões influenciado pelas preferências (aversão ou aceitação dos riscos), com informações incompletas, e há o desconhecimento das reais consequências dessas decisões. https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com ANÁLISE DOS RISCOS NO AMBIENTE EXTERNO DA EMPRESA Para administrar financeiramente uma empresa, tem que se ter em mente um conjunto de decisões. Partindo da análise, planejamento e controle financeiro, onde o orçamento, o fluxo de capital e a identificação da necessidade de capital de giro são variáveis importantes, o gestor se defronta com duas decisões importantes: decisão de financiamento (captação de recursos) e decisão de investimento (aplicação de recursos). O gestor sabe que além do ciclo financeiro, deve levar em conta os ciclos econômico e operacional da empresa, que a percepção do risco e a precaução são condutas adequadas em suas decisões. Além disso, seu grau de aversão ao risco e à informação incompleta sobre todasas variáveis que afetam sua empresa vão afetar os resultados das suas decisões. Aqui temos um ponto importante em nossa análise, o gestor não tem uma informação completa, o pleno conhecimento de todas as variáveis que afetam a sua empresa ou empreendimento. Até aqui falamos dos principais aspectos do ambiente interno que afetam a tomada de decisão. Mas há uma série de variáveis relacionadas ao ambiente externo da empresa, que serão avaliadas nesta aula. Os negócios estão se tornando cada vez mais competitivos, a lucratividade da empresa depende da estratégia operacional da empresa, porém, com a globalização, o capital especulativo percorre o mundo atrás de rentabilidade e retorno, fato que afeta as economias de diversos países e, com isso, também influencia o dia de dia das empresas. Primeiramente, as empresas realizam seu planejamento financeiro que, segundo Weston e Brigham (2000, p.343), envolve a realização de projeções de vendas, renda e ativos baseada em estratégias alternativas de produção e marketing, seguidas pela decisão de como atender às necessidades financeiras previstas. Por sua vez, o controle financeiro situa-se na fase de implementação dos planos, caracterizando-se como um processo de ajustamento. Dessa definição, vamos avaliar tanto as projeções quanto os fluxos de mercadorias e os fluxos financeiros. Quanto às projeções de vendas, para que as empresas atinjam suas metas, uma série de variáveis externas à empresa deve ser considerada: mudanças na renda da população, mudanças nos preços das empresas concorrentes, novos bens substitutos etc. Em uma escala mais ampla, um determinado mercado pode ser afetado pela atuação de uma empresa multinacional. Para Hoji (2009), as multinacionais são empresas que distribuem sua produção em mais de um país, buscando redução do custo e economia de escala. Para Weston e Brigham (2000), as empresas estão buscando o caminho internacional devido a cinco principais motivos: buscar novos mercados, novas matérias-primas, novas tecnologias, aumentar a eficiência na produção e evitar problemas políticos e regulatórios. https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Um caminho encontrado pelas empresas para atuar em mercados globais é o das fusões e aquisições . Para Weston e Brigham (2000), a busca por sinergias é um dos motivos das fusões, sendo que dentre as principais sinergias, pode-se citar: economias de escala, maior eficiência administrativa e maior poder de mercado. Outros motivos estariam relacionados a questões tributárias, à compra de ativos abaixo do seu custo de substituição e à diversificação, entre outros. A ordem liberal das finanças internacionais caracteriza-se pela expansão do capital financeiro nos mercados globais e pelo enfraquecimento do poder regulatório estatal. Desse modo, as crises financeiras recorrentes e cada vez mais intensas na economia global devem-se ao processo natural de expansão dos mercados financeiros ou devem-se à falta de regulação? Fonte: BELLUZZO, L. G. M.; COUTINHO, L. (1996) Logo, uma determinada empresa, ao fazer suas projeções de vendas e receitas, tem que levar em conta que o ambiente competitivo está em constante mudança. Nesse ponto, pode-se distinguir a gestão financeira doméstica da gestão financeira multinacional. Weston e Brigham (2000) destacam que a tarefa de um gestor de uma empresa multinacional é mais complexa, pois envolve o conhecimento de: diferentes denominações monetárias, das ramificações econômicas e legais de uma determinada operação, diferentes idiomas, diferenças culturais, diferente papel e atuação dos governos e o risco político. Para Hoji (2009), em uma operação comercial internacional, surgem dois outros tipos de risco, o risco de cambial e o risco político. O risco cambial pode ser definido como a variação inesperada e não quantificável da moeda estrangeira em relação à moeda local. Para Gitman (2004), como muitas empresas atuam também em mercados estrangeiros, parte das suas receitas e de seus custos está atrelada à moeda estrangeira, desse modo, o risco cambial é causado pela oscilação da taxa de câmbio entre as moedas doméstica e estrangeira, causando assim oscilações na receita e nos custos da empresa. Para reduzir o risco de câmbio, são adquiridas divisas no mercado a termo ou é realizado hedging no mercado futuro (HOJI, 2009). Na gestão internacional de caixa, uma empresa multinacional pode reagir aos riscos de câmbio existentes protegendo (fazendo hedge) suas exposições indesejáveis em termos de caixa ou realizando certos ajustes em suas posições (GITMAN, 2004, p. 661). O Quadro 2 apresenta uma lista de ferramentas para redução do risco de câmbio. Quadro 2 : Ferramentas utilizadas para redução do risco de câmbio https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Por sua vez, o risco político existe quando o governo do país devedor não permite a remessa de divisas para o exterior, em determinadas circunstâncias. Hoji (2009) destaca que para reduzir o risco político, são exigidas cartas de crédito, seguro de crédito para exportação, fianças bancárias internacionais e garantias de agências oficiais de fomento. No Quadro 2, é apresentada uma lista de medidas para mitigar o risco político: Quadro 3: Enfoques para lidar com riscos políticos Outro ponto importante para a empresa é a decisão de como atender às necessidades financeiras previstas, uma decisão de investimento. Entretanto, o crescente fluxo de capital especulativo entre os países aumenta a volatilidade no preço de diversos ativos financeiros, os quais exercem influência nos ativos reais da economia. Em 1944, celebrou-se o Acordo de Bretton Woods, que deu vida ao que muitos consideram o mais bem- sucedido arranjo institucional das finanças internacionais dos últimos 150 anos. Dele emergiu uma nova ordem financeira internacional, que procurava combinar a estabilidade propiciada pelo regime de câmbio fixo do antigo padrão ouro com a flexibilidade necessária no período pós-guerra. A partir de 1973, findou-se https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com esse acordo e as moedas dos diferentes países passaram a oscilar livremente, sendo a taxa de câmbio uma importante variável nas análises econômicas, a partir de então. Fonte: CUNHA, A. M., 2006, p. 483-501. De acordo com Hull (2006), a volatilidade de um ativo é a medida de incerteza quanto aos retornos por ele proporcionados. Essa característica implica em maior instabilidade na realização dos negócios, devido ao elevado grau de risco presente na comercialização do produto. Segundo Purcell e Koontz (1999), o cálculo da volatilidade é realizado a partir de uma série temporal histórica dos preços diários de um determinado ativo, por meio da fórmula: Em que, s é a volatilidade histórica; n é o número de variações nos preços (logo, n+1 é o número de observações de preços); sendo s o preço do ativo que está sendo analisado, com média r . i Enfim, incorporamos novas variáveis relacionadas à decisão de planejamento e controle financeiro do gestor público. Em um ambiente cada vez mais competitivo, o gestor público se defronta com variáveis que estão fora do seu controle e uma dessas variáveis é a concorrência. Como o ambiente competitivo está em constante mudança, o gestor deve considerar esse ponto em sua análise. Em uma estratégia de longo prazo, esse ambiente competitivo conduz à busca de economias de escala, maior eficiência administrativa, novos insumos, diversificação etc., fato que faz com que o gestor cogite a possibilidade de atuar em novos mercados, especialmente em mercados internacionais. Nessa esfera, identificamos novos riscos, o risco cambial e o risco político e os instrumentos utilizados para reduzir esses riscos, demonstrando que o simples crescimento do mercado financeiro propicia um maior movimentoespeculativo dos ativos e, consequentemente, atribui uma maior volatilidade do mercado. Saber calcular e interpretar essa volatilidade é uma ferramenta importante na gestão financeira de uma empresa. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial/atividades Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação ATIVIDADES 1. O sucesso da operação, do desempenho e da viabilidade a longo prazo, de qualquer negócio, depende de uma sequência contínua de decisões. Dentre as decisões presentes no planejamento de uma empresa, é correto afirmar: a) As decisões estratégicas estão ligadas ao dia a dia da empresa, tomadas para alcançar padrões de funcionamento preestabelecidos. b) As decisões administrativas permitem a geração de um nível detalhado de informação de tarefas ou atividades possibilitando a criação de indicadores plausíveis sobre a situação da empresa. c) As decisões operacionais ocorrem no nível gerencial e produzem efeitos a médio prazo; estão relacionadas com a estruturação dos recursos da empresa visando ao melhor resultado possível. d) As decisões financeiras envolvem tanto o diagnóstico, monitoramento, a tomada de decisões e prognósticos quanto ao futuro do empreendimento, sendo que essas decisões impactam sobre os recursos financeiros existentes. e) As decisões financeiras de longo prazo englobam colocação de disponibilidades, cessão de créditos, endividamento e recursos bancários. 2. A atuação profissional de um gestor financeiro é a de “aparar as arestas”, ou seja, se precaver de surpresas derivadas do desconhecido e antecipar decisões minorando os riscos conhecidos. Em última instância, esse gestor está lidando com o risco e a incerteza. Nesse contexto, classifica as opções abaixo em risco e incerteza: I) Contingência desfavorável e pode ser medido em termos de probabilidade objetiva. II) Todo evento derivado do desconhecido. III) Situações singulares, em que não há a possibilidade do cálculo, a priori, de algo acontecer. IV) São fenômenos que se pode identificar e medir, avaliar e minimizar por meio de uma gestão técnica. A classificação correta é: a) I- incerteza; II - risco; III - risco; IV - incerteza. b) I- risco; II - incerteza; III - incerteza; IV - risco. c) I- risco; II - risco; III - incerteza; IV - risco. https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial d) I- incerteza; II - incerteza; III - risco; IV - incerteza. e) I- risco; II - risco; III - incerteza; IV - incerteza. 3. O risco pode ser classificado de acordo com as suas fontes e os agentes que são afetados por esse risco. Quanto à tipologia dos riscos, é correto afirmar: a) O risco operacional está associado à capacidade da empresa de saldar suas operações. b) O risco financeiro está associado à capacidade da empresa de cobrir seus custos de produção. c) O risco de liquidez está relacionado com a possibilidade de que um ativo não possa ser liquidado com facilidade a um preço concebível. d) O risco de mercado está atrelado à volatilidade da taxa de câmbio. e) O risco de evento está atrelado a mudanças adversas na legislação tributária. Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial/resumo Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação RESUMO No campo das finanças, a administração financeira é uma ampla área que envolve decisões estratégicas, tácitas e operacionais da empresa. Nessa área, podemos ilustrar os conceitos de função financeira, gestão financeira e análise financeira. A função financeira engloba a preparação, execução e controle das decisões financeiras da empresa. Por sua vez, a gestão financeira é um conjunto de rotinas relacionadas a aspectos do passado (registro e monitoramento), do presente (controle financeiro) e do futuro (planejamento financeiro) da instituição. E a análise financeira engloba um conjunto de instrumentos, técnicas e métodos necessários para gerar informações úteis à gestão financeira. As decisões são tomadas levando em conta três ciclos que coexistem dentro da empresa: ciclo operacional, ciclo econômico e financeiro. Esses ciclos refletem a cultura organizacional da empresa e afetam decisões, como a estocagem e a política de crédito, além de influenciar aspectos relacionados ao fluxo de caixa e capital de giro da empresa. Para entender o estado da arte da gestão financeira, apresentamos alguns fatos históricos e teorias que foram responsáveis pelo arcabouço institucional da gestão financeira moderna. Porém, como ponto de partida, focamos na década de 1950, período em que foram formadas as bases das finanças modernas. O passo seguinte é mostrar os riscos decorrentes do ambiente econômico no qual a empresa está inserida. Com a análise do binômio risco-retorno, reescrevemos um conhecido ditado popular para“quanto maior o risco percebido maior será o retorno potencial”, identificando assim a importante diferença de risco e incerteza. Posteriormente, classificamos os diferentes riscos existentes: financeiro, operacional, liquidez, mercado etc. Posteriormente, vamos realizar uma análise do ambiente institucional, apresentando os conceitos de Sistema Financeiro Nacional, Mercado Financeiro e Mercado de Capitais. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação REFERÊNCIAS Inserir texto REFERÊNCIAS ON-LINE 1 Inserir texto 2 Inseri texto Avançar ANSOFF, H. Estratégia Empresarial . São Paulo: MC Graw-Hill, 1977. ASSAF NETO, A. Finanças coorporativas e valor . 9. ed. São Paulo: Atlas, 2007. ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. BELLUZZO, L. G. M.; COUTINHO, L. Desenvolvimento e estabilização sob finanças globalizadas. Economia e Sociedade , Campinas, n. 7. Instituto de Economia/Unicamp, 1996. BERNSTEIN, P. L. Desafio aos deuses: a fascinante história do risco . 10. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração financeira . 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Nesse sentido, o ciclo operacional é composto de quatro fases: Fase preventiva ou normativa: nessa fase, busca-se evitar a ocorrência do sinistro, analisar os riscos, estudar, revisar e elaborar normas de segurança. O objeto da fase preventiva ou normativa constitui-se das normas de segurança consagradas nacionalmente e internacionalmente. Os recursos humanos da fase preventiva ou normativa constituem-se dos militares especializados nas atividades de segurança contra incêndio e pânico e de elaboração de textos normativos. Os recursos materiais constituem-se de um acervo bibliográfico de normas e catálogos técnicos sobre equipamentos, sistemas, processos e métodos de segurança. Fase passiva ou estrutural: nessa fase, busca-se restringir ou minimizar, com prontidão, as consequências e os danos de um sinistro, que não pode ser evitado, instalando, inspecionando, fazendo manutenção e operando sistemas e dispositivos de segurança contra incêndio e pânico. O objeto da fase passiva ou estrutural constitui-se dos projetos, dos sistemas e dos dispositivos de segurança, alocados nas instalações prediais, industriais ou comerciais. Os recursos humanos da fase passiva ou estrutural constituem-se de pessoal habilitado, ou seja, com formação ou especialização nas atividades de elaboração de https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial projetos, instalação, manutenção e operação de sistemas e dispositivos de segurança (proteção física de estabelecimentos). Os recursos materiais constituem-se de sistemas, equipamentos e dispositivos de segurança que fazem parte ou que estão alocados na área de edificação do próprio usuário. Fase ativa ou de combate: constitui-se do socorro ou da prestação de serviço quando há participação do poder operacional da corporação, no atendimento a qualquer caso real de sinistro, para extinguir o incêndio, prestar atendimento pré–hospitalar, resgatar ou salvar vidas e bens. O objeto da fase ativa ou de combate é formado pelo poder operacional da corporação, das técnicas, táticas e estratégias das operações de bombeiro militares. Os recursos humanos da fase ativa ou de combate constituem- se do próprio efetivo da corporação em suas diversas áreas de atuação específicas. Os recursos materiais da fase ativa ou de combate são as viaturas e equipamentos empregados nas missões institucionais. Fase investigativa ou pericial: a finalidade da fase investigativa ou pericial é elucidar a causa de surgimento de caso real de sinistro, ocorrência de propagação, surgimento de vítimas e respectivos prejuízos, e, principalmente, para retroalimentação das demais fases do ciclo operacional. O objeto da fase investigativa ou pericial é o próprio local ou caso real de sinistro, seus indícios e vestígios relativos e absolutos. Os recursos humanos da fase investigativa ou pericial são os peritos, os auxiliares de perícia e os técnicos de laboratório. A fase investigativa ou pericial é imprescindível para que se tenha o ciclo operacional de bombeiro completo, pois esta funciona como retroalimentação do ciclo operacional de bombeiro. Enfim, esse relato de caso nos mostra que cada atividade tem suas peculiaridades, sendo necessário entender o funcionamento de cada ciclo presente nessas atividades. Para saber mais sobre o assunto, acesse: . Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.pergamum.udesc.br%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw3kKJfsRX8mY3sVhYZLYsQb Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; TONIN, Julyerme. Conceitos de Gestão Financeira. Julyerme Tonin. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 35 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Gestão 2. Financeira 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0014-6 CDD - 22 ed. 352.4 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf1/p%C3%A1gina-inicial Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTOE CONTROLE FINANCEIRO Professor (a) : Me. Julyerme Tonin Objetivos de aprendizagem • Apresentar o conceito introdutório de orçamento empresarial. • Definir os conceitos de orçamento operacional, de caixa e de capital. • Apresentar os conceitos de política de crédito e de cobrança e gestão de estoque. https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Conceito de Orçamento • Planejamento do Capital de Giro e Fluxo de Caixa • Política de Crédito e Gestão de Estoque Introdução Os conceitos predominantes da função financeira na atualidade, apresentados na unidade I, são frutos do conhecimento acumulado ao longo do tempo. Nesse contexto, as atribuições do gestor financeiro tornaram-se cada vez mais complexas e pluralistas. Por exemplo, sabemos que o gestor financeiro toma decisões com base em dados e indicadores provenientes de uma constelação de processos desenvolvidos no interior da empresa. No entanto, essas decisões financeiras não ocorrem em um ambiente de total certeza em relação a seus resultados. Assim, por estarem focadas no futuro da empresa, essas decisões envolvem certo grau de risco e incerteza. Como forma de minimizar os riscos e incertezas na tomada de decisões, é fundamental que o gestor financeiro domine os instrumentos de planejamento e controle financeiro. Assim, você irá conhecer alguns instrumentos úteis ao planejamento e controle financeiro, como: orçamento, capital de giro, fluxo de caixa, política que crédito e gestão de estoque. Antes de abordar cada um desses temas, é necessário enfatizar também que o Planejamento e Controle Financeiro (PCF) são instrumentos úteis para a racionalização dos gastos, segurança e qualidade dos projetos e otimização dos investimentos. O processo de planejamento deve incorporar os fatores de perturbação (riscos) suscetíveis de ocorrer e, consequentemente, afetar os resultados da empresa. Por sua vez, o controle tem o papel de acompanhar custos e confrontar os resultados obtidos com as estimativas realizadas. É na etapa de controle que são revistas as estimativas, ocorrendo, assim, um feedback entre controle e planejamento e vice-versa. Avançar https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial/unidade-2 UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial https://getfireshot.com Conceitos de Gestão Financeira Página inicial Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação CONCEITO DE ORÇAMENTO Uma das etapas no processo de decisão do gestor financeiro é a etapa de Análise, Planejamento e Controle Financeiro. Weston e Brigham (2000) destacam que o Planejamento Financeiro envolve a realização de projeções de vendas, renda e ativos baseada em estratégias alternativas de produção e marketing, seguidas pela decisão de como atender às necessidades financeiras previstas. Enquanto que o Controle Financeiro situa-se na fase de implementação dos planos, caracterizando-se como um processo de ajustamento em feedback para assegurar que os planos sejam seguidos e modificar os planos existentes em resposta a mudanças no ambiente operacional. Nessa fase de planejamento e controle, uma importante ferramenta é o orçamento. O Orçamento nada mais é do que um instrumento contendo a definição quantitativa dos objetivos da empresa e dos recursos necessários para que sejam atingidos esses objetivos. Enquanto que no planejamento persegue-se o futuro da empresa, o orçamento é o elo final desse planejamento, pois o mesmo expressa em termos monetários o planejamento operacional da empresa. “Uma crítica que se faz ao processo orçamentário é que o mesmo demanda muito tempo, é muito dispendioso e adiciona pouco valor aos seus usuários, além de estar desconectado do ambiente competitivo e econômico da empresa”. Essas foram algumas das críticas apontadas no estudo de Hope e Fraser (2003). Com base no que estudamos até aqui, reflita sobre as potenciais desvantagens apresentadas pelos autores. Fonte: o autor Para Gonçalves (2000), as empresas são grandes coleções de processos, como: administração geral, manufatura, marketing, processos educacionais, desenvolvimento de tecnologia, financeiro, organizacionais, legais, comerciais, de suporte aos clientes, entre outros. Baseado nas considerações de Peter Keen (1997), o autor destaca que o grupo financeiro, pode ser subdividido em: gestão do orçamento empresarial, planejamento de investimentos, acompanhamento do desempenho, gestão de créditos aos https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cdegf2/p%C3%A1gina-inicial clientes, gestão de caixa, entre outros. Então, caro(a) aluno(a), até aqui já vimos que uma das etapas da gestão financeira compreende a análise, planejamento e controle. No tocante ao planejamento, podemos selecionar uma parcela importante referente à gestão do orçamento empresarial. Desse modo, estamos saindo do foco abrangente da gestão financeira, para o foco mais específico da gestão do orçamento. Para Leite et al. (2008), o orçamento empresarial não deve ser entendido como instrumento limitador e controlador de gastos, mas como forma de focalizar a atenção nas operações e finanças da empresa, antecipando os problemas, sinalizando metas e objetivos que necessitem de cuidado por parte dos gestores, contribuindo para a tomada de decisões com vistas ao atendimento da missão e do cumprimento das estratégias das empresas. Para Atkinson et al. (2000 apud LEITE et al., 2008), o orçamento reflete as condições quantitativas de como alocar recursos para consecução dos objetivos, bem como é o instrumento de divulgação das metas de curto prazo da empresa. Para Frezzatti (2006), o orçamento é mais do que uma estimativa, pois evidencia o compromisso dos gestores em termos de objetivos e metas a serem alcançados. Para Leite (2008), outra finalidade do orçamento é indicar a existência de problemas potenciais e servir como ferramenta para encontrar as respectivas soluções. Ademais, o orçamento disponibiliza informações de quanto recurso será necessário para financiar os estoques de um determinado ciclo produtivo, antevendo potenciais problemas, funcionando, assim, como uma ferramenta para encontrar as possíveis soluções. Cabe destacar que o processo orçamentário refere-se ao conjunto das atividades de planejamento, coordenação, preparação, controle e reprogramação das operações empresariais. Para Frezatti (2006), o processo orçamentário da empresa pode ser dividido em planos que englobam aspectos relacionados ao orçamento operacional, de caixa e de capital, os quais são: plano de marketing, plano de produção, plano de investimento, plano de recursos humanos, plano de custos e despesas e plano financeiro. Dependendo da atividade de planejamento também é possível particionar o orçamento em diferentes extratos. Leite (2008), em sua dissertação de mestrado, divide o orçamento levando em conta a sua estrutura e finalidade. Para a autora, o orçamento pode ser dividido em: • Orçamento Operacional - focado nas atividades geradoras de renda de uma determinada empresa, o qual pode ser subdividido em: Orçamento de Vendas; Orçamento de Produção; Orçamento de Despesas Administrativas Financeiras; Orçamento de Marketing, e Outras Receitas e Despesas Operacionais (LEITE, 2008, p. 125). • Orçamento de Caixa - apresenta os recursos necessários para a execução do plano geral de operações e também da realização das transações monetárias da empresa (LEITE, 2008). Uma das conclusões a partir da observação desse orçamento é o caixamínimo operacional, ou seja, o saldo de caixa que uma empresa planeja ter no início do mês a fim de conduzir suas atividades no período (WESTON; BRIGHAM, 2000). • Orçamento de Capital - ou orçamento de investimentos - engloba as despesas necessárias para aquisição, modificação, substituição, construção e transformações que tenham o caráter de melhoria ou reposição da capacidade produtiva ou prestação de serviços (LEITE, 2008). Constitui- se em um programa de aplicação de capital de longo prazo vinculado ao plano estratégico da empresa (HOJI, 2009). Orçamento de capital faz parte do plano estratégico da empresa e pode englobar diferentes projetos: substituição de equipamentos com o intuito de manutenção dos negócios; substituição de equipamentos visando à redução do custo; expansão dos produtos ou mercados existentes; expansão em novos produtos ou mercados e projetos de segurança e ou ambientais para atender à legislação, acordos trabalhistas etc. (WESTON; BRIGHAM, 2000). O processo de orçamento de capital consiste em cinco fases distintas e inter- relacionadas que, segundo Gitman e Madura (2003), são: • Geração de propostas: feitas em todos os níveis da empresa, devendo ser revisadas em nível superior, principalmente as que são mais dispendiosas. • Revisão e análise: permite analisar a adequação das propostas e sua viabilidade econômica. Nessa fase, rejeitam-se ou não se rejeitam os projetos. • Tomada de decisão: com base em informações das etapas anteriores e no recurso disponível (próprio ou financiado), a empresa decide sobre o que e onde investir. https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com • Implementação: após a aprovação, os gastos são feitos e os projetos, implementados. Normalmente, os gastos de um grande projeto ocorrem em fases. • Acompanhamento: os resultados são monitorados e os custos e benefícios são comparados com a previsão. O horizonte do planejamento do orçamento depende das incertezas presentes no mercado e dos objetivos do próprio orçamento. Os orçamentos a longo prazo, chamados orçamentos de capital, são quase sempre preparados para determinados projetos, como compras de equipamentos, localização de fábricas e introdução de linhas de produtos, geralmente compreendem um maior período de tempo. Existem diferentes metodologias de elaboração do orçamento. Além da clássica classificação quanto à sua estrutura e finalidade (Orçamentos Operacional, de Caixa e de Capital), o orçamento pode ser classificado quanto ao nível de Atividade (Orçamento Estático ou flexível), ao período de tempo (Orçamento Periódico ou contínuo) e à Projeção de Valores (Orçamento Incremental, Base Zero ou por Atividades). Fonte: LEITE, R. M. (2008). Os orçamentos gerais, que consolidam os planos globais de uma organização em um prazo mais curto, são geralmente preparados anualmente. Para Hoji (2009), o orçamento geral de uma empresa é formado por um conjunto de orçamentos específicos: orçamento de vendas, de produção, de matérias-primas, de custos indiretos de fabricação, de custo de produção, de despesas gerais, de investimento de aplicação financeiro de caixa e de resultado. Na literatura internacional, Hansen e Mowen (2003) apresentam um fluxograma do processo orçamentário ou um orçamento mestre que permite relacionar os diferentes extratos do processo orçamentário (Figura 1). https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Figura 1: Modelo de Fluxograma do processo Orçamentário Fonte: Leite (2008, p.147) Enfim, o orçamento compõe-se em um elemento primordial, na medida em que se constitui na formalização do plano estratégico, em um instrumento ativo de controle e acompanhamento das metas estabelecidas pela empresa. PLANEJAMENTO DO CAPITAL DE GIRO E FLUXO DE CAIXA Até então, falamos sobre vários aspectos do planejamento da empresa. Destacamos que após a etapa de registro e monitoramento, tem-se a etapa de controle financeiro e, posteriormente, de planejamento financeiro. Assim, o planejamento financeiro em si está vislumbrando o futuro da empresa. Vimos também que o planejamento antecede as decisões de investimento da empresa. Quanto ao termo capital, até então, só mencionamos o orçamento de capital, que constitui-se em um programa de aplicação de recursos vislumbrando o longo prazo. Nessa etapa, partimos para duas variáveis importantes para qualquer gestor financeiro, o capital de giro e o fluxo de caixa. Para Hoji (2009), o estudo do capital de giro é fundamental para a gestão financeira, dado que a empresa precisa recuperar os custos realizados em um ciclo operacional e obter o lucro desejado. Assaf Neto (2007) salienta que a importância do planejamento do capital de giro para as empresas tem aumentado nos últimos anos, em decorrência das elevadas taxas de juros praticadas no mercado, do acirramento da concorrência determinado pela abertura de mercado e dos planos de expansão das empresas. Para Hoji (2009), o capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde aos recursos aplicadas em ativos circulantes, que se transformam constantemente dentro do ciclo operacional da empresa. Para Assaf Neto (2007), a gestão do capital de giro (circulante) envolve basicamente as decisões de compra e venda tomadas pela empresa, assim como suas mais diversas atividades operacionais e financeiras. A expressão “capital de giro” originou-se com o velho mascate ianque que lotava sua carroça com mercadorias e então se punha a caminho para vender seus artigos. Chamava-se capital de giro porque era o que ele na verdade vendia ou“girava” para produzir seus lucros. A carroça e o cavalo eram seus ativos permanentes. O consumo de capital para comprar as mercadorias, foram os empréstimos de capital de giro https://sites.google.com/view/cdegf2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com (WESTON; BRIGHAM, 2000, p. 379). Enfim, qualquer que seja a noção adotada, o conceito de capital de giro (circular de capital circulante) identifica os recursos que giram (circulam). Em outras palavras, corresponde a uma parcela de capital imposta ao negócio em seu ciclo operacional, caracteristicamente de curto prazo, que assume várias formas ao longo do seu ciclo produtivo e de vendas (ASSAF NETO, 2007). Em termos contábeis, tem-se a definição de Capital de Giro Líquido (CGL), exibindo o valor líquido das aplicações, ou seja, processado no ativo (capital) circulante da empresa, ou seja, é calculado pela diferença entre o Ativo e o Passivo Circulante. Entretanto, na utilização do termo Capital de Giro Próprio (CGP), o mesmo pode ser feito por meio da simples diferença entre o Patrimônio Líquido e o Ativo Permanente, demonstrando assim o volume de capital próprio da empresa que está financiando o ativo circulante e o realizável a. longo prazo (ASSAF NETO, 2007). Para Hoji (2009), os passivos circulantes representam as fontes de financiamento do capital de giro na empresa, no curto prazo, sendo que algumas fontes são geradas pelas próprias operações da empresa (duplicatas a pagar, salários e encargos a pagar etc.), enquanto outras fontes são provenientes de atividades financeiras (financiamento e empréstimos bancários). Em termos econômicos, o capital de giro é afetado por uma importante variável, a inflação. As variações nos preços por si só não são apenas o problema, o problema ocorre quando há variações desproporcionais nos fatores de produção e nos preços das mercadorias. Também é necessário corrigir o capital de giro, exigindo uma maior margem de precaução de recursos. Juntamente com o conceito de capital de giro, tem-se o conceito de fluxo de caixa. O fluxo de caixa nada mais é do que uma ferramenta que controla a movimentação financeira em um determinado período de tempo. O fluxo de caixa é um recurso fundamental para os gestores saberem com precisão qual a situação financeira da empresa,