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Técnicas de reabilitação respiratória 
Prof. Jefferson Bassi 
Objetivos: Apresentar as principais técnicas de fisioterapia respiratória desde a 
higiene pulmonar até o condicionamento respiratório em paciente com injúrias 
pulmonares 
 
1. Manobras de higiene brônquica e aspiração traqueal 
Uma das abordagens mais usadas em pacientes com doenças pulmonares, 
tanto no âmbito hospitalar como ambulatorial, são as técnicas que facilitam e 
promovem a higiene brônquica, pois tem o objetivo de auxiliar na remoção de 
secreção pulmonar, desobstruir as vias aéreas, aliviar desconforto respiratório e 
facilitar as trocas gasosas, sendo sua aplicação baseada em uma avaliação 
prévia do paciente para a adoção da melhor técnica a ser usada. 
As técnicas de fisioterapia respiratória para higiene brônquica são baseadas em 
princípios físicos e mecânicos, que podem variar desde o posicionamento do 
paciente até a aplicação de manobras manuais do terapeuta. Podemos dividir as 
técnicas de forma didática, como demonstrado no quadro 1. 
Quadro 1. Princípio físico e técnica de higiene brônquica 
Fonte: Elaborado pelo autor (Jefferson Bassi) 
 
O clearance normal das vias aéreas acontece por dois mecanismos: 
Limpeza mucociliar e tosse eficaz. Quando algum destes mecanismos estão 
alterados, ocorre o aumento excessivo de secreção na parede dos pulmões, 
Ação da gravidade Aceleração de fluxo Choque vibratório 
- Drenagem postural 
 
- Compressão e descompressão 
- Tosse 
- Aceleração do fluxo expiratório 
- Oscilação de alta frequência 
- Expiração lenta com a glote aberta 
em decúbito infralateral 
- Técnica de expiração forçada (TEF) 
- Vibração torácica 
- Percussões 
torácicas manuais 
- Tapotagem 
prejudicando a passagem do ar (Scanlan e Myslinski, 2000), por onde deveria 
passar um ar em fluxo laminar, torna-se turbulento, dificultando sua passagem, 
como podemos observar na figura 1. O fluxo expiratório satisfatório também é 
um mecanismo importante no clearance mucociliar, pois auxiliar no carreamento 
das secreções das vias aéreas inferiores para as superiores. 
Figura 1. Diferença entre o fluxo laminar e turbulento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A escolha da melhor técnica para ser aplicada ao paciente, deve ser feita 
baseada no diagnóstico pneumo-funcional, porém devemos levar em 
consideração também: 
- Impacto da quantidade de secreção na função pulmonar do paciente; 
- Habilidade de manusear a secreção e efetividade da tosse; 
- Nível de cooperação e desempenho pulmonar do paciente; 
- Relação de custo/benefício da técnica, custo operacional e 
preferência/tolerância do paciente. 
 
Vejamos agora a indicação e descrição das técnicas, direcionadas pelos 
princípios físicos: 
 
AÇÃO DA GRAVIDADE 
a) Drenagem postural (DP) 
O princípio desta técnica é posicionar o paciente de modo que a ação da 
gravidade auxilie no deslocamento da secreção pulmonar de regiões mais 
periféricas para as regiões mais centrais, favorecendo a expectoração ou até 
mesmo a associação de outra técnica para remover a secreção. 
Alguns estudos mostraram que para tornar a técnica eficaz, é necessário 
a alternar as posições de acordo com a ausculta pulmonar ou conforme as 
necessidades do paciente (pode variar até 12 posturas), tendo também 
variações de inclinação entre 15 e 30º em decúbito ventral (Wong et al. 1977). 
Figura 2. Posição de drenagem postural do pulmão esquerdo 
 
 
 
Embora a DP seja uma técnica amplamente utilizada pelos 
fisioterapeutas, ainda é bastante discutível e questionável o tempo necessário 
na manutenção das posturas para uma melhor depuração das secreções, porém 
estima-se que sua aplicação efetiva pode durar em torno de 10 a 20 minutos e 
para aumentar a eficiência terapêutica, recomenda-se a associação de outras 
técnicas durante as posturas. 
 
Figura 3. Relação das posições com as áreas pulmonares de drenagem de 
secreções 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACELERAÇÃO DE FLUXO 
a) Compressão e descompressão 
Técnica bastante utilizada para auxiliar no desprendimento das secreções da 
parede pulmonar, que consiste em realizar uma compressão manual na caixa 
torácica durante a expiração e ao final da própria expiração liberar a compressão 
abruptamente. O objetivo da liberação da compressão abrupta após a 
compressão é gerar um fluxo de ar expiratório maior, que ocasiona uma maior 
interação ar-líquido, fazendo a liberação e mobilização da secreção (Jerre GS, 
2007). 
 É importante que o fisioterapeuta realize as compressões em sincronia 
com o ritmo respiratório do paciente, facilitando a desinsuflação total do 
pulmão para gerar mais fluxo durante a inspiração. 
A facilidade de usar esta técnica é que ela pode ser aplicada ao paciente em 
várias posições (decúbito dorsal, laterais, ventral e até sentado), desde que 
haja facilidade no acesso ao tórax. 
Figura 4. Manobra de compressão torácica em decúbito lateral 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO: Cuidado com a intensidade das manobras em pacientes idosos ou 
raquíticos, pois podem causar fraturas ou luxações torácicas. Existem algumas 
situações em que é contraindicado a aplicação das manobras de compressão, 
são elas (Costa, 1991): 
 Pneumotórax não drenado 
 Derrame pleural 
 Edema Agudo de Pulmão 
 Fratura de tórax 
 Cardiopatias valvulares 
Nos pacientes em ventilação mecânica, as manobras de compressão 
auxiliam acelerar o fluxo inspiratório, que resulta no aumento da ventilação 
alveolar e facilitação da remoção de secreção, como foi descrito pelo estudo de 
Naue WS (2014) que avaliou os efeitos da manobra de compressão torácica 
associada à incremento da pressão inspiratória versus aspiração traqueal 
isolada sobre a quantidade de secreção removida e o resultado foi que a técnica 
combinada com incremento pressórico promoveu melhor higiene brônquica pela 
maior quantidade de secreção aspirada, além de outros benefícios como 
aumento do volume corrente e da complacência dinâmica pulmonar. 
Figura 5. Manobra de compressão manual bilateral 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Tosse 
 REFLEXA (Pode ser voluntária 
 
 TOSSE 
 CENTRO TUSSÍGENO (Bulbo) 
 
A eficiência em eliminar secreções depende da quantidade de pico de 
fluxo gerado durante a tosse, que é dividida em fases. Inicia-se com uma 
inspiração profunda e aumentando a pressão intrapulmonar, a glote se fecha e 
a musculatura abdominal contrai para auxiliar a fase expiratória da tosse, onde 
a glote se abre e o alto fluxo transfere a energia cinética do ar para a secreção 
ou corpo estranho, removendo-os da parede brônquica para a faringe e boca, 
onde podem ser eliminados (Sivasothy P, 2001) 
Figura 6. Fases da tosse 
 
Segundo a American Association for Respiratory Care, a tosse é dependente da 
cooperação do paciente, porém existem situações que devemos ficar atentos, 
pois podem reduzir sua efetividade, tornado a tosse ineficaz, fazendo com que 
adotemos outras técnicas para remover as secreções. As situações comuns que 
podem reduzir a capacidade da tosse são: 
 Dor 
 Incapacidade de gerar fluxos inspiratórios e expiratórios por limitação do 
fluxo aéreo 
 Fraqueza muscular inspiratória e expiratória 
 Fraqueza dos músculos abdominais 
 Disfagia 
 Disfunção bulbar que dificulta a habilidade de abrir e fechar a glote 
rapidamente 
 
Podemos classificar a tosse quanto a presença ou não de secreções e quanto a 
capacidade de eliminá-las, como apresentadas no quadro 2. 
Quadro 2. Classificação da tosse 
 
Fonte: Elaborada pelo autor 
 
Como fisioterapeutas, podemos auxiliar 
a tosse na fase de expulsão, chamamos 
de tosse assistida, onde realizamos 
compressão torácica e/ou abdominal, 
facilitando a aceleração do fluxo 
expiratório. 
 
 Figura 7. Tosse assistida manualmente 
 
c) Aceleração do fluxoexpiratório (AFE) 
É uma técnica que consiste no aumento do fluxo expiratório através de um 
movimento sincronizado entre a respiração do paciente e a mão do terapeuta, 
podendo acontecer de forma passiva (sem a colaboração do paciente) ou ativa 
(o paciente auxilia na aceleração do fluxo). 
PRODUTIVA 
 
Quando há 
presença de 
secreções 
audíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SECA 
 
Quando não há 
ruído ou 
presença de 
secreção na via 
aérea 
EFICAZ 
 
Quando é capaz 
de deslocar a 
secreção das 
vias aéreas 
inferiores para a 
faringe. Atinge 
pico de fluxo 
expiratório maior 
que 270 L/min 
INEFICAZ 
 
Quando o 
paciente não é 
capaz de 
deslocar as 
secreções da via 
aérea inferior. 
Não ultrapassa 
pico de fluxo 
expiratório maior 
que 160 L/min 
O terapeuta posiciona uma mão no tórax do paciente e a outra no abdome, 
acompanha o ritmo respiratório 
e ao chegar no platô inspiratório 
máximo, auxilia a fase 
expiratória com a mão, tanto na 
posição torácica quanto 
abdominal, acelerando o fluxo 
de ar que sai dos pulmões, 
trazendo junto as secreções. 
 Figura 8. Manobra de aceleração do fluxo expiratório 
(AFE) 
 
ATENÇÃO: Usa-se o AFE acelerando o fluxo para deslocar secreções em 
regiões proximais em brônquios de maiores calibres, em contrapartida, para 
secreções em brônquios de pequenos calibres em regiões mais distais, 
recomenda-se realizar a manobra em baixas velocidades (AFE lento). 
 
d) Oscilação de alta frequência (OAF) 
Consiste na utilização de um recurso que produz uma resistência ao fluxo 
expiratório curto e sucessivo em que a repercussão 
oscilatória de alta frequência é transmitida para as 
vias aéreas e essa energia mecânica altera a 
reologia do muco, fazendo com que ele se 
desprenda da parede brônquica. Essas oscilações 
variam em torno de 12 a 25 Hz e atuam estimulando 
a tosse e eliminação de secreções (SCALAN et al. 
2000). 
Figura 9. Mecanismo fisiológico do oscilador de alta frequência 
 
A recomendação da realização da técnica é com o paciente mais verticalizado 
possível (Maior que 30º, se possível), com duração em torno de 10 a 15 minutos 
e associar com terapia inalatória prévia para auxiliar na fluidificação da secreção. 
Figura 10. Realização do exercício com oscilador oral de alta frequência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A terapia com AOF pode ser indicada em várias situações, como por exemplo 
pacientes hipersecretivos de difícil expectoração, doenças pulmonares 
supurativas, doenças que apresentam obstrução do fluxo aéreo que são 
beneficiados pela desinsuflação pulmonar que a terapia ocasiona e outra 
indicação são os casos onde as manobras de compressão torácicas são 
contraindicadas por algum motivo. 
Aparelhos de OAF 
 Shaker/Flutter Acapella 
 
 
 
 
 
e) Expiração lenta com a glote aberta em decúbito infralateral (ELTGOL) 
 
A ELTGOL é uma técnica que consiste em realizar expirações lentas com apoio 
manual em decúbito lateral, partindo da capacidade residual funcional (CRF) até 
o volume residual com a glote aberta. É indicada para pacientes cooperativos ou 
para pacientes que não possam realizar manobras bruscas por risco de gerar 
colapsos proximais, impedindo a eliminação de secreções (Postiaux G, 2004) 
 
Para realizar a técnica, o 
fisioterapeuta se posiciona atrás do 
paciente, apoiando uma das mãos 
na região do gradil-costal e a outra 
na região do abdome contralateral, 
onde irá auxiliar a expiração lenta 
dirigida de baixo para cima em 
direção ao ombro contralateral até 
obter a desinsuflação total do 
pulmão, seguida de tosse. 
 
Figura 11. Realização da técnica ELTGOL 
*ATENÇÃO: Recomenda-se a associação do uso de oscilador de alta frequência 
oral para aumentar a eficiência da técnica e facilitar o deslocamento da secreção. 
 
Figura 11. Associação da técnica ELTGOL com oscilador oral de alta 
frequência 
 
 
 
 
 
 
 
 
f) Técnica de expiração forçada (TEF) 
O TEF também pode ser descrito como Huffing é uma técnica em que o 
paciente realiza uma simulação da tosse, primeiro realiza-se uma inspiração 
máxima seguida de uma expiração forçada com a glote aberta, pode se realizar 
2 ou 3 vezes consecutivas. O fluxo expiratório gerado na expiração forçada induz 
a secreção para as regiões mais proximais ou até a faringe, que pode ser 
deglutida ou expectorada (Hasani A et al 1994). 
*ATENÇÃO: É recomendado que o paciente esteja o mais verticalizado possível, 
para facilitar o manejo da secreção e realizar outras técnicas prévias com 
objetivo de alterar a reologia do muco, facilitando seu deslocamento. 
A utilização da TEF ou Huffing é bem utilizado quando o paciente 
hipersecretivo tem dificuldade em tossir de forma espontânea e o princípio desta 
técnica é que durante a expiração forçada o paciente consiga deslocar as 
secreções alterando o ponto de igual pressão pulmonar (Santos ICCS et al. 
2009). 
*ATENÇÃO: Não é indicado realizar técnicas de expiração forçadas em 
pacientes com descompensação respiratória e em crises de broncoespasmo. 
Figura 12. Técnica de expiração forçada com a glote aberta 
 
 
 
g) Hiperinsuflação manual (HM) 
É a insuflação pulmonar feita de forma manual com a bolsa máscara válvula 
(Ambu) que aumenta o volume e fluxo expiratório, auxiliando o deslocamento 
das secreções para áreas mais proximais. Alguns autores falam que a manobra 
além de promover higiene brônquica, aumenta a complacência estática e 
reexpansão pulmonar. 
 NA PRÁTICA: Recomenda-se realizar a HM após outras técnicas de 
higiene brônquica antes de remover as secreções. Também é indicada 
nos casos em que não se pode aplicar as manobras de compressão 
manual. 
Figura 13. Hiperinsuflação manual com bolsa máscara-válvula 
 
 
 
 
 
 
 
 
h) Bag Squeezing 
É a insuflação manual (semelhante à técnica anterior) através de uma bolsa 
válvula-máscara no intuito de atingir um volume pulmonar próximo da 
capacidade pulmonar total que é seguido de uma expiração rápida e 
acompanhada de uma vibrocompressão torácica em toda fase exalatória. 
 A vibrocompressão na fase exalatória irá auxiliar gerar um fluxo turbulento 
que se assemelha ao mecanismo da tosse. Esse fluxo turbulento na fase 
expiratória irá auxiliar deslocar as secreções da periferia pulmonar para 
as vias centrais. 
Figura 14. Manobra de Bag Squeezing (Hiperinsuflação manual com bolsa máscara-
válvula associado à vibrocompressão na fase expiratória) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CHOQUE VIBRATÓRIO 
a) Vibração torácica 
Fisiologicamente, o muco apresenta uma frequência de deformação que é 
atingida pelo movimento dos cílios pulmonares. Quando aplicamos vibrações na 
parede torácica e essa vibração é transmitida para a mucosa da via aérea, 
podemos alterar a reologia do muco e facilitar sua remoção. Portanto, a base da 
terapia por vibração é transmiti-la de forma manual pelo fisioterapeuta para o 
interior do pulmão do paciente. 
*ATENÇÃO: É necessário atingir uma frequência de vibração ideal, que exige 
coordenação motora precisa do terapeuta. 
 
Figura 15. Vibração torácica manual em decúbito lateral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A recomendação para o terapeuta é acompanhar o movimento respiratório do 
paciente, aplicando as vibrações na fase expiratória após uma inspiração 
máxima. Pode-se associar compressões torácicas com as vibrações, desde que 
não haja contraindicação. 
 
b) Percussão torácica manual e Tapotagem 
São manobras rítmicas aplicadas na superfície torácica que gera vibrações 
mecânicas que são transmitidas para a parede brônquica e auxiliam no 
desprendimento das secreções em regiões mais proximais e auxilia estimular a 
tosse. 
 Devemoster os mesmos cuidados que as compressões torácicas manuais, por 
exemplo, não aplicar em pacientes com fratura de costela, edema agudo de pulmão, 
crises de broncoespasmo, idosos com osteoporose etc. 
O que diferencia a percussão torácica da tapotagem é a forma de utilizar as mãos 
para aplicar a técnica. Na percussão, usa-se as mãos fechadas e os punhos para 
realizar a manobra, enquanto na tapotagem usamos a mão em formato de 
concha. 
 
A eficiência da percussão torácica é dependente da energia e frequência 
aplicada. A melhor frequência descrita para o transporte de secreção é em torno 
de 25 a 35 Hz, porém a capacidade humana em gerar frequência de percussão 
varia de 1 a 8 Hz (Sarmento, 2009). 
*ATENÇÃO: Recomenda-se realizar a percussão torácica associada à outras 
técnicas, diferentes decúbitos e posicionamentos para favorecer o deslocamento 
das secreções. 
Figura 16. Percussão torácica manual (punho percussão) 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17. Tapotagem (Mãos em formato de concha) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*ATENÇÃO: É recomendado que o paciente esteja com o tórax desnudo e protegido por 
uma toalha. Devemos tomar cuidado com proeminências ósseas, curativos e mamas. 
 
 
ASPIRAÇÃO TRAQUEAL 
Baseado no guia prático para aspiração traqueal disponibilizado pela American 
Association for Respiratory Care em 2010, a aspiração traqueal é um 
procedimento utilizado para remover mecanicamente as secreções das vias 
aéreas inferiores e superiores através de uma sonda de sucção, podendo o 
paciente estar em ventilação mecânica ou não. 
As indicações para realizar a aspiração traqueal são: 
 Pacientes incapazes de tossir ou expelir secreções; 
 Delirium ou confusão 
 Incapazes de proteger as VAS 
 Pacientes em Ventilação Mecânica 
 Traqueostomizados 
*ATENÇÃO: Avaliar possível risco de vômito e broncoaspiração antes de realizar 
a aspiração. Recomenda-se aguardar em torno de 1 a 2 horas após as refeições 
para realizar o procedimento. 
o Materiais necessários: 
Luva estéril – Sonda de aspiração (número proporcional ao tamanho do 
paciente) – Soro fisiológico 0,9% (opcional) - óculos de proteção e máscara. 
o Riscos do procedimento 
- Hipoxemia 
- Sangramento 
- Descompensação da FC e FR 
- Broncoespasmo 
- Náuseas e vômitos 
Etapas do procedimento: 
- Explicar e orientar o paciente sobre a técnica, riscos e benefícios 
- Preparar material (Caso o paciente precise de Oxigênio, deixar próximo) 
- Posicionar o paciente mais vertical (Aumenta a efetividade da tosse e minimiza 
risco de broncoaspiração) 
- Garantir que a aspiração seja realizada com técnica asséptica 
- Caso o paciente esteja em uso de via aérea artificial (Tubo orotraqueal ou 
traqueostomia), inicie a aspiração por estas vias, depois siga a sequência nariz 
e boca (Do meio menos contaminado para o mais contaminado, tendo em vista 
a grande quantidade de bactéria que temos na cavidade oral) 
- Não ultrapassar 15 a 20 segundos de sucção (Deixar o paciente descansar e 
retornar para níveis adequados de oxigenação antes de inserir a sonda 
novamente) 
- Ao término, avalie se o paciente precisa de suplementação de O2. 
Figura 18. Percurso da sonda de aspiração na via aérea do paciente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*ATENÇÃO: Devemos ser cautelosos em pacientes com aumento da pressão 
intracraniana (PIC), pois durante a aspiração a tosse é estimulada, que faz 
aumentar ainda mais a PIC. 
 Outro cuidado é com o paciente que realizou procedimentos via 
transesfenoidais (Via base do crânio), pois há risco de fístula liquórica e devemos 
consultar liberação médica antes, assim como pacientes com sangramento ativo 
da mucosa nasal. 
 
 SISTEMA ABERTO SISTEMA FECHADO 
 
 
2. TÉCNICAS DE EXPANSÃO PULMONAR 
É bastante comum em pacientes hospitalizados com redução dos níveis de 
mobilidade terem seus volumes pulmonares reduzidos, que podem ser ainda 
mais diminuídos quando a restrição de mobilidade vem acompanhado de 
doenças pulmonares. 
A Fisioterapia respiratória além de auxiliar na higiene brônquica pode 
também auxiliar na reexpansão pulmonar através de exercícios respiratórios, 
técnicas manuais e a utilização de equipamentos terapêuticos, minimizando e/ou 
revertendo áreas pulmonares colapsadas. 
a) Exercícios respiratórios 
- Inspiração fracionada: Inspirações curtas e sucessivas até atingir a capacidade 
pulmonar total (Pode-se adicionar períodos de apneia após atingir a inspiração 
máxima); 
- Cinesioterapia Respiratória: Inspirações em tempos, dividida em 1, 2 ou 3 
tempos, podendo adicionar movimentos associados com os MMSS em elevação 
durante a inspiração (Elevar os MMSS em flexão de ombro aumenta o 
movimento de alça de balde do tórax, dando mais espaço para expansão do 
pulmão) e retornando os MMSS para a posição inicial durante a expiração. 
 
Figura 19. Cinesioterapia respiratória associada aos MMSS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Inspirometria de incentivo 
São equipamentos em que exigem inspiração do paciente e oferecem feedback 
visual do volume ou fluxo de ar inspirado. 
 Volume - Voldyne Fluxo - Respiron 
 
 
 
 
 
 
 
c) Aparelhos de pressão positiva 
São dispositivos que geram pressão positiva na via aérea do paciente, 
aumentando volume pulmonar, oferecem PEEP (Pressão positiva no final da 
expiração) que recrutam unidades alveolares colapsadas. 
- RPPI (Respiração por pressão positiva intermitente): Ofertamos através de uma 
máscara 2 pressões, IPAP (Pressão inspiratória) que ajuda gerar volume de ar 
no pulmão e o EPAP (Pressão expiratória = PEEP) que mantém os alvéolos 
abertos durante sua aplicação. Como o próprio nome diz, a aplicação é feita de 
forma intermitente, contando alguns ciclos respiratórios 
Figura 20. Aplicação de pressão positiva intermitente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Máscara de EPAP 
É uma máscara com um resistor de carga que oferece resistência à expiração 
(PEEP). A definição do EPAP é pressão positiva na fase expiratória do paciente 
que gera em torno de 5 a 20 cmH2O. A PEEP gerada auxilia na reexpansão 
pulmonar, favorecendo o recrutamento de áreas pulmonares colapsadas, 
melhora a oxigenação e é indicado para remoção de secreções. 
Figura 21. Máscara de EPAP com válvula de PEEP 
 
 
 
 
 
 
 
 
- CPAP e BIPAP 
CPAP: Pressão positiva contínua nas vias aéreas. O aparelho oferta um fluxo de 
ar inspiratório e uma pressão que é a PEEP, com o objetivo de manter os 
alvéolos abertos. 
 
Figura 21. Pressão positiva contínua na via aérea 
 
 
 
 
 
 
 É possível realizar CPAP usando um gerador de fluxo conectado à um 
fluxômetro e uma máscara com válvula de PEEP acoplada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIPAP: Pressão positiva em dois níveis na via aérea. O aparelho oferta duas 
pressões: IPAP (Pressão inspiratória, para gerar volume de ar pulmonar) e o 
EPAP (PEEP, para manter os alvéolos abertos). 
 
Figura 22. Pressão positiva nas vias aéreas em dois níveis 
 
d) Técnicas manuais de reexpansão pulmonar 
- Compressão e descompressão abrupta: O terapeuta seleciona a região do 
pulmão a ser tratada, realiza uma compressão manual na fase expiratória até o 
volume residual e retira a mão de forma abrupta ( Se o paciente for colaborativo, 
pode-se solicitar uma inspiração profunda), fazendo com que o fluxo inspiratório 
seja direcionado para região da compressão. 
* Pacientes em VM, podemos usar os gráficos de fluxo e volume para 
sincronizar a manobra com a ventilação do paciente. 
 
- Direcionamento de fluxo ou Bloqueio torácico: Consiste em comprimir um lado 
do tórax durante alguns ciclos ventilatórios (4 ou 5) durante 10 a 15 minutos, no 
intuito de direcionar o fluxo inspiratório para o outro lado do pulmão que está 
comprometido.

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