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Técnicas de reabilitação respiratória Prof. Jefferson Bassi Objetivos: Apresentar as principais técnicas de fisioterapia respiratória desde a higiene pulmonar até o condicionamento respiratório em paciente com injúrias pulmonares 1. Manobras de higiene brônquica e aspiração traqueal Uma das abordagens mais usadas em pacientes com doenças pulmonares, tanto no âmbito hospitalar como ambulatorial, são as técnicas que facilitam e promovem a higiene brônquica, pois tem o objetivo de auxiliar na remoção de secreção pulmonar, desobstruir as vias aéreas, aliviar desconforto respiratório e facilitar as trocas gasosas, sendo sua aplicação baseada em uma avaliação prévia do paciente para a adoção da melhor técnica a ser usada. As técnicas de fisioterapia respiratória para higiene brônquica são baseadas em princípios físicos e mecânicos, que podem variar desde o posicionamento do paciente até a aplicação de manobras manuais do terapeuta. Podemos dividir as técnicas de forma didática, como demonstrado no quadro 1. Quadro 1. Princípio físico e técnica de higiene brônquica Fonte: Elaborado pelo autor (Jefferson Bassi) O clearance normal das vias aéreas acontece por dois mecanismos: Limpeza mucociliar e tosse eficaz. Quando algum destes mecanismos estão alterados, ocorre o aumento excessivo de secreção na parede dos pulmões, Ação da gravidade Aceleração de fluxo Choque vibratório - Drenagem postural - Compressão e descompressão - Tosse - Aceleração do fluxo expiratório - Oscilação de alta frequência - Expiração lenta com a glote aberta em decúbito infralateral - Técnica de expiração forçada (TEF) - Vibração torácica - Percussões torácicas manuais - Tapotagem prejudicando a passagem do ar (Scanlan e Myslinski, 2000), por onde deveria passar um ar em fluxo laminar, torna-se turbulento, dificultando sua passagem, como podemos observar na figura 1. O fluxo expiratório satisfatório também é um mecanismo importante no clearance mucociliar, pois auxiliar no carreamento das secreções das vias aéreas inferiores para as superiores. Figura 1. Diferença entre o fluxo laminar e turbulento A escolha da melhor técnica para ser aplicada ao paciente, deve ser feita baseada no diagnóstico pneumo-funcional, porém devemos levar em consideração também: - Impacto da quantidade de secreção na função pulmonar do paciente; - Habilidade de manusear a secreção e efetividade da tosse; - Nível de cooperação e desempenho pulmonar do paciente; - Relação de custo/benefício da técnica, custo operacional e preferência/tolerância do paciente. Vejamos agora a indicação e descrição das técnicas, direcionadas pelos princípios físicos: AÇÃO DA GRAVIDADE a) Drenagem postural (DP) O princípio desta técnica é posicionar o paciente de modo que a ação da gravidade auxilie no deslocamento da secreção pulmonar de regiões mais periféricas para as regiões mais centrais, favorecendo a expectoração ou até mesmo a associação de outra técnica para remover a secreção. Alguns estudos mostraram que para tornar a técnica eficaz, é necessário a alternar as posições de acordo com a ausculta pulmonar ou conforme as necessidades do paciente (pode variar até 12 posturas), tendo também variações de inclinação entre 15 e 30º em decúbito ventral (Wong et al. 1977). Figura 2. Posição de drenagem postural do pulmão esquerdo Embora a DP seja uma técnica amplamente utilizada pelos fisioterapeutas, ainda é bastante discutível e questionável o tempo necessário na manutenção das posturas para uma melhor depuração das secreções, porém estima-se que sua aplicação efetiva pode durar em torno de 10 a 20 minutos e para aumentar a eficiência terapêutica, recomenda-se a associação de outras técnicas durante as posturas. Figura 3. Relação das posições com as áreas pulmonares de drenagem de secreções ACELERAÇÃO DE FLUXO a) Compressão e descompressão Técnica bastante utilizada para auxiliar no desprendimento das secreções da parede pulmonar, que consiste em realizar uma compressão manual na caixa torácica durante a expiração e ao final da própria expiração liberar a compressão abruptamente. O objetivo da liberação da compressão abrupta após a compressão é gerar um fluxo de ar expiratório maior, que ocasiona uma maior interação ar-líquido, fazendo a liberação e mobilização da secreção (Jerre GS, 2007). É importante que o fisioterapeuta realize as compressões em sincronia com o ritmo respiratório do paciente, facilitando a desinsuflação total do pulmão para gerar mais fluxo durante a inspiração. A facilidade de usar esta técnica é que ela pode ser aplicada ao paciente em várias posições (decúbito dorsal, laterais, ventral e até sentado), desde que haja facilidade no acesso ao tórax. Figura 4. Manobra de compressão torácica em decúbito lateral ATENÇÃO: Cuidado com a intensidade das manobras em pacientes idosos ou raquíticos, pois podem causar fraturas ou luxações torácicas. Existem algumas situações em que é contraindicado a aplicação das manobras de compressão, são elas (Costa, 1991): Pneumotórax não drenado Derrame pleural Edema Agudo de Pulmão Fratura de tórax Cardiopatias valvulares Nos pacientes em ventilação mecânica, as manobras de compressão auxiliam acelerar o fluxo inspiratório, que resulta no aumento da ventilação alveolar e facilitação da remoção de secreção, como foi descrito pelo estudo de Naue WS (2014) que avaliou os efeitos da manobra de compressão torácica associada à incremento da pressão inspiratória versus aspiração traqueal isolada sobre a quantidade de secreção removida e o resultado foi que a técnica combinada com incremento pressórico promoveu melhor higiene brônquica pela maior quantidade de secreção aspirada, além de outros benefícios como aumento do volume corrente e da complacência dinâmica pulmonar. Figura 5. Manobra de compressão manual bilateral b) Tosse REFLEXA (Pode ser voluntária TOSSE CENTRO TUSSÍGENO (Bulbo) A eficiência em eliminar secreções depende da quantidade de pico de fluxo gerado durante a tosse, que é dividida em fases. Inicia-se com uma inspiração profunda e aumentando a pressão intrapulmonar, a glote se fecha e a musculatura abdominal contrai para auxiliar a fase expiratória da tosse, onde a glote se abre e o alto fluxo transfere a energia cinética do ar para a secreção ou corpo estranho, removendo-os da parede brônquica para a faringe e boca, onde podem ser eliminados (Sivasothy P, 2001) Figura 6. Fases da tosse Segundo a American Association for Respiratory Care, a tosse é dependente da cooperação do paciente, porém existem situações que devemos ficar atentos, pois podem reduzir sua efetividade, tornado a tosse ineficaz, fazendo com que adotemos outras técnicas para remover as secreções. As situações comuns que podem reduzir a capacidade da tosse são: Dor Incapacidade de gerar fluxos inspiratórios e expiratórios por limitação do fluxo aéreo Fraqueza muscular inspiratória e expiratória Fraqueza dos músculos abdominais Disfagia Disfunção bulbar que dificulta a habilidade de abrir e fechar a glote rapidamente Podemos classificar a tosse quanto a presença ou não de secreções e quanto a capacidade de eliminá-las, como apresentadas no quadro 2. Quadro 2. Classificação da tosse Fonte: Elaborada pelo autor Como fisioterapeutas, podemos auxiliar a tosse na fase de expulsão, chamamos de tosse assistida, onde realizamos compressão torácica e/ou abdominal, facilitando a aceleração do fluxo expiratório. Figura 7. Tosse assistida manualmente c) Aceleração do fluxoexpiratório (AFE) É uma técnica que consiste no aumento do fluxo expiratório através de um movimento sincronizado entre a respiração do paciente e a mão do terapeuta, podendo acontecer de forma passiva (sem a colaboração do paciente) ou ativa (o paciente auxilia na aceleração do fluxo). PRODUTIVA Quando há presença de secreções audíveis. SECA Quando não há ruído ou presença de secreção na via aérea EFICAZ Quando é capaz de deslocar a secreção das vias aéreas inferiores para a faringe. Atinge pico de fluxo expiratório maior que 270 L/min INEFICAZ Quando o paciente não é capaz de deslocar as secreções da via aérea inferior. Não ultrapassa pico de fluxo expiratório maior que 160 L/min O terapeuta posiciona uma mão no tórax do paciente e a outra no abdome, acompanha o ritmo respiratório e ao chegar no platô inspiratório máximo, auxilia a fase expiratória com a mão, tanto na posição torácica quanto abdominal, acelerando o fluxo de ar que sai dos pulmões, trazendo junto as secreções. Figura 8. Manobra de aceleração do fluxo expiratório (AFE) ATENÇÃO: Usa-se o AFE acelerando o fluxo para deslocar secreções em regiões proximais em brônquios de maiores calibres, em contrapartida, para secreções em brônquios de pequenos calibres em regiões mais distais, recomenda-se realizar a manobra em baixas velocidades (AFE lento). d) Oscilação de alta frequência (OAF) Consiste na utilização de um recurso que produz uma resistência ao fluxo expiratório curto e sucessivo em que a repercussão oscilatória de alta frequência é transmitida para as vias aéreas e essa energia mecânica altera a reologia do muco, fazendo com que ele se desprenda da parede brônquica. Essas oscilações variam em torno de 12 a 25 Hz e atuam estimulando a tosse e eliminação de secreções (SCALAN et al. 2000). Figura 9. Mecanismo fisiológico do oscilador de alta frequência A recomendação da realização da técnica é com o paciente mais verticalizado possível (Maior que 30º, se possível), com duração em torno de 10 a 15 minutos e associar com terapia inalatória prévia para auxiliar na fluidificação da secreção. Figura 10. Realização do exercício com oscilador oral de alta frequência A terapia com AOF pode ser indicada em várias situações, como por exemplo pacientes hipersecretivos de difícil expectoração, doenças pulmonares supurativas, doenças que apresentam obstrução do fluxo aéreo que são beneficiados pela desinsuflação pulmonar que a terapia ocasiona e outra indicação são os casos onde as manobras de compressão torácicas são contraindicadas por algum motivo. Aparelhos de OAF Shaker/Flutter Acapella e) Expiração lenta com a glote aberta em decúbito infralateral (ELTGOL) A ELTGOL é uma técnica que consiste em realizar expirações lentas com apoio manual em decúbito lateral, partindo da capacidade residual funcional (CRF) até o volume residual com a glote aberta. É indicada para pacientes cooperativos ou para pacientes que não possam realizar manobras bruscas por risco de gerar colapsos proximais, impedindo a eliminação de secreções (Postiaux G, 2004) Para realizar a técnica, o fisioterapeuta se posiciona atrás do paciente, apoiando uma das mãos na região do gradil-costal e a outra na região do abdome contralateral, onde irá auxiliar a expiração lenta dirigida de baixo para cima em direção ao ombro contralateral até obter a desinsuflação total do pulmão, seguida de tosse. Figura 11. Realização da técnica ELTGOL *ATENÇÃO: Recomenda-se a associação do uso de oscilador de alta frequência oral para aumentar a eficiência da técnica e facilitar o deslocamento da secreção. Figura 11. Associação da técnica ELTGOL com oscilador oral de alta frequência f) Técnica de expiração forçada (TEF) O TEF também pode ser descrito como Huffing é uma técnica em que o paciente realiza uma simulação da tosse, primeiro realiza-se uma inspiração máxima seguida de uma expiração forçada com a glote aberta, pode se realizar 2 ou 3 vezes consecutivas. O fluxo expiratório gerado na expiração forçada induz a secreção para as regiões mais proximais ou até a faringe, que pode ser deglutida ou expectorada (Hasani A et al 1994). *ATENÇÃO: É recomendado que o paciente esteja o mais verticalizado possível, para facilitar o manejo da secreção e realizar outras técnicas prévias com objetivo de alterar a reologia do muco, facilitando seu deslocamento. A utilização da TEF ou Huffing é bem utilizado quando o paciente hipersecretivo tem dificuldade em tossir de forma espontânea e o princípio desta técnica é que durante a expiração forçada o paciente consiga deslocar as secreções alterando o ponto de igual pressão pulmonar (Santos ICCS et al. 2009). *ATENÇÃO: Não é indicado realizar técnicas de expiração forçadas em pacientes com descompensação respiratória e em crises de broncoespasmo. Figura 12. Técnica de expiração forçada com a glote aberta g) Hiperinsuflação manual (HM) É a insuflação pulmonar feita de forma manual com a bolsa máscara válvula (Ambu) que aumenta o volume e fluxo expiratório, auxiliando o deslocamento das secreções para áreas mais proximais. Alguns autores falam que a manobra além de promover higiene brônquica, aumenta a complacência estática e reexpansão pulmonar. NA PRÁTICA: Recomenda-se realizar a HM após outras técnicas de higiene brônquica antes de remover as secreções. Também é indicada nos casos em que não se pode aplicar as manobras de compressão manual. Figura 13. Hiperinsuflação manual com bolsa máscara-válvula h) Bag Squeezing É a insuflação manual (semelhante à técnica anterior) através de uma bolsa válvula-máscara no intuito de atingir um volume pulmonar próximo da capacidade pulmonar total que é seguido de uma expiração rápida e acompanhada de uma vibrocompressão torácica em toda fase exalatória. A vibrocompressão na fase exalatória irá auxiliar gerar um fluxo turbulento que se assemelha ao mecanismo da tosse. Esse fluxo turbulento na fase expiratória irá auxiliar deslocar as secreções da periferia pulmonar para as vias centrais. Figura 14. Manobra de Bag Squeezing (Hiperinsuflação manual com bolsa máscara- válvula associado à vibrocompressão na fase expiratória) CHOQUE VIBRATÓRIO a) Vibração torácica Fisiologicamente, o muco apresenta uma frequência de deformação que é atingida pelo movimento dos cílios pulmonares. Quando aplicamos vibrações na parede torácica e essa vibração é transmitida para a mucosa da via aérea, podemos alterar a reologia do muco e facilitar sua remoção. Portanto, a base da terapia por vibração é transmiti-la de forma manual pelo fisioterapeuta para o interior do pulmão do paciente. *ATENÇÃO: É necessário atingir uma frequência de vibração ideal, que exige coordenação motora precisa do terapeuta. Figura 15. Vibração torácica manual em decúbito lateral A recomendação para o terapeuta é acompanhar o movimento respiratório do paciente, aplicando as vibrações na fase expiratória após uma inspiração máxima. Pode-se associar compressões torácicas com as vibrações, desde que não haja contraindicação. b) Percussão torácica manual e Tapotagem São manobras rítmicas aplicadas na superfície torácica que gera vibrações mecânicas que são transmitidas para a parede brônquica e auxiliam no desprendimento das secreções em regiões mais proximais e auxilia estimular a tosse. Devemoster os mesmos cuidados que as compressões torácicas manuais, por exemplo, não aplicar em pacientes com fratura de costela, edema agudo de pulmão, crises de broncoespasmo, idosos com osteoporose etc. O que diferencia a percussão torácica da tapotagem é a forma de utilizar as mãos para aplicar a técnica. Na percussão, usa-se as mãos fechadas e os punhos para realizar a manobra, enquanto na tapotagem usamos a mão em formato de concha. A eficiência da percussão torácica é dependente da energia e frequência aplicada. A melhor frequência descrita para o transporte de secreção é em torno de 25 a 35 Hz, porém a capacidade humana em gerar frequência de percussão varia de 1 a 8 Hz (Sarmento, 2009). *ATENÇÃO: Recomenda-se realizar a percussão torácica associada à outras técnicas, diferentes decúbitos e posicionamentos para favorecer o deslocamento das secreções. Figura 16. Percussão torácica manual (punho percussão) Figura 17. Tapotagem (Mãos em formato de concha) *ATENÇÃO: É recomendado que o paciente esteja com o tórax desnudo e protegido por uma toalha. Devemos tomar cuidado com proeminências ósseas, curativos e mamas. ASPIRAÇÃO TRAQUEAL Baseado no guia prático para aspiração traqueal disponibilizado pela American Association for Respiratory Care em 2010, a aspiração traqueal é um procedimento utilizado para remover mecanicamente as secreções das vias aéreas inferiores e superiores através de uma sonda de sucção, podendo o paciente estar em ventilação mecânica ou não. As indicações para realizar a aspiração traqueal são: Pacientes incapazes de tossir ou expelir secreções; Delirium ou confusão Incapazes de proteger as VAS Pacientes em Ventilação Mecânica Traqueostomizados *ATENÇÃO: Avaliar possível risco de vômito e broncoaspiração antes de realizar a aspiração. Recomenda-se aguardar em torno de 1 a 2 horas após as refeições para realizar o procedimento. o Materiais necessários: Luva estéril – Sonda de aspiração (número proporcional ao tamanho do paciente) – Soro fisiológico 0,9% (opcional) - óculos de proteção e máscara. o Riscos do procedimento - Hipoxemia - Sangramento - Descompensação da FC e FR - Broncoespasmo - Náuseas e vômitos Etapas do procedimento: - Explicar e orientar o paciente sobre a técnica, riscos e benefícios - Preparar material (Caso o paciente precise de Oxigênio, deixar próximo) - Posicionar o paciente mais vertical (Aumenta a efetividade da tosse e minimiza risco de broncoaspiração) - Garantir que a aspiração seja realizada com técnica asséptica - Caso o paciente esteja em uso de via aérea artificial (Tubo orotraqueal ou traqueostomia), inicie a aspiração por estas vias, depois siga a sequência nariz e boca (Do meio menos contaminado para o mais contaminado, tendo em vista a grande quantidade de bactéria que temos na cavidade oral) - Não ultrapassar 15 a 20 segundos de sucção (Deixar o paciente descansar e retornar para níveis adequados de oxigenação antes de inserir a sonda novamente) - Ao término, avalie se o paciente precisa de suplementação de O2. Figura 18. Percurso da sonda de aspiração na via aérea do paciente *ATENÇÃO: Devemos ser cautelosos em pacientes com aumento da pressão intracraniana (PIC), pois durante a aspiração a tosse é estimulada, que faz aumentar ainda mais a PIC. Outro cuidado é com o paciente que realizou procedimentos via transesfenoidais (Via base do crânio), pois há risco de fístula liquórica e devemos consultar liberação médica antes, assim como pacientes com sangramento ativo da mucosa nasal. SISTEMA ABERTO SISTEMA FECHADO 2. TÉCNICAS DE EXPANSÃO PULMONAR É bastante comum em pacientes hospitalizados com redução dos níveis de mobilidade terem seus volumes pulmonares reduzidos, que podem ser ainda mais diminuídos quando a restrição de mobilidade vem acompanhado de doenças pulmonares. A Fisioterapia respiratória além de auxiliar na higiene brônquica pode também auxiliar na reexpansão pulmonar através de exercícios respiratórios, técnicas manuais e a utilização de equipamentos terapêuticos, minimizando e/ou revertendo áreas pulmonares colapsadas. a) Exercícios respiratórios - Inspiração fracionada: Inspirações curtas e sucessivas até atingir a capacidade pulmonar total (Pode-se adicionar períodos de apneia após atingir a inspiração máxima); - Cinesioterapia Respiratória: Inspirações em tempos, dividida em 1, 2 ou 3 tempos, podendo adicionar movimentos associados com os MMSS em elevação durante a inspiração (Elevar os MMSS em flexão de ombro aumenta o movimento de alça de balde do tórax, dando mais espaço para expansão do pulmão) e retornando os MMSS para a posição inicial durante a expiração. Figura 19. Cinesioterapia respiratória associada aos MMSS b) Inspirometria de incentivo São equipamentos em que exigem inspiração do paciente e oferecem feedback visual do volume ou fluxo de ar inspirado. Volume - Voldyne Fluxo - Respiron c) Aparelhos de pressão positiva São dispositivos que geram pressão positiva na via aérea do paciente, aumentando volume pulmonar, oferecem PEEP (Pressão positiva no final da expiração) que recrutam unidades alveolares colapsadas. - RPPI (Respiração por pressão positiva intermitente): Ofertamos através de uma máscara 2 pressões, IPAP (Pressão inspiratória) que ajuda gerar volume de ar no pulmão e o EPAP (Pressão expiratória = PEEP) que mantém os alvéolos abertos durante sua aplicação. Como o próprio nome diz, a aplicação é feita de forma intermitente, contando alguns ciclos respiratórios Figura 20. Aplicação de pressão positiva intermitente - Máscara de EPAP É uma máscara com um resistor de carga que oferece resistência à expiração (PEEP). A definição do EPAP é pressão positiva na fase expiratória do paciente que gera em torno de 5 a 20 cmH2O. A PEEP gerada auxilia na reexpansão pulmonar, favorecendo o recrutamento de áreas pulmonares colapsadas, melhora a oxigenação e é indicado para remoção de secreções. Figura 21. Máscara de EPAP com válvula de PEEP - CPAP e BIPAP CPAP: Pressão positiva contínua nas vias aéreas. O aparelho oferta um fluxo de ar inspiratório e uma pressão que é a PEEP, com o objetivo de manter os alvéolos abertos. Figura 21. Pressão positiva contínua na via aérea É possível realizar CPAP usando um gerador de fluxo conectado à um fluxômetro e uma máscara com válvula de PEEP acoplada BIPAP: Pressão positiva em dois níveis na via aérea. O aparelho oferta duas pressões: IPAP (Pressão inspiratória, para gerar volume de ar pulmonar) e o EPAP (PEEP, para manter os alvéolos abertos). Figura 22. Pressão positiva nas vias aéreas em dois níveis d) Técnicas manuais de reexpansão pulmonar - Compressão e descompressão abrupta: O terapeuta seleciona a região do pulmão a ser tratada, realiza uma compressão manual na fase expiratória até o volume residual e retira a mão de forma abrupta ( Se o paciente for colaborativo, pode-se solicitar uma inspiração profunda), fazendo com que o fluxo inspiratório seja direcionado para região da compressão. * Pacientes em VM, podemos usar os gráficos de fluxo e volume para sincronizar a manobra com a ventilação do paciente. - Direcionamento de fluxo ou Bloqueio torácico: Consiste em comprimir um lado do tórax durante alguns ciclos ventilatórios (4 ou 5) durante 10 a 15 minutos, no intuito de direcionar o fluxo inspiratório para o outro lado do pulmão que está comprometido.