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EnfErmagEm
Prof.ª Ana Gabriela Silva 
Prof.ª Lucia Aba Youssef Haboba
fundamEntos dE
Indaial – 2021
2a Edição
Impresso por:
S586f
Silva, Ana Gabriela
Fundamentos de enfermagem. / Ana Gabriela Silva; Lucia 
Aba Youssef Haboba – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
139 p.; il.
ISBN 978-65-5663-827-0
ISBN Digital 978-65-5663-823-2
1. Enfermagem. - Brasil. I. Haboba, Lucia Aba Youssef. II. Centro 
Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 610
Elaboração:
Prof.ª Ana Gabriela Silva 
Prof.ª Lucia Aba Youssef Haboba
Copyright © UNIASSELVI 2021
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Fundamentos de Enferma-
gem. Nós abordaremos os fundamentos teóricos e práticos de enfermagem, isto é, prin-
cípios que ajudam a desenvolver conhecimentos e atitudes específicas, habilitando o 
profissional para que ele forneça a assistência de enfermagem em todas as fases do 
ciclo vital do indivíduo, seja em situações de menor ou de alta complexidade. A cons-
trução de tais conhecimentos abarca a aplicação de semiologia e semiotécnica com 
base nos aspectos ético e científicos, no raciocínio clínico e na sistematização da as-
sistência. Além disso, conheceremos também as noções e técnicas de enfermagem em 
campo de estágio, assim como a relação profissional de enfermagem com o paciente.
Na Unidade 1, estudaremos o conhecimento crítico na prática da enferma-
gem, destacando a coleta de dados, o diagnóstico de enfermagem, o planejamento e 
a implantação dos cuidados.
Em seguida, na Unidade 2, conheceremos os princípios para a prática de 
enfermagem, como a segurança do paciente, os sinais vitais e o exame físico, 
preparando o futuro profissional para uma prática responsável, consciente e ética.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos prevenção e controle de infecções. 
Desse modo, discorreremos acerca das características da infecção, higienização das 
mãos e preparo de ambiente estéril. Portanto, é um assunto de extrema relevância para 
uma prática de cuidados.
Assim, espera-se que possa construir os seus conhecimentos, através dos 
materiais selecionados, que estimulem sua leitura e agucem sua curiosidade, por 
uma prática de cuidados de saúde com responsabilidade e ética promovendo uma 
aprendizagem eficaz, colaborando com uma formação profissional de excelência.
Bons estudos!
Prof.ª Ana Gabriela Silva
Prof.ª Lucia Aba Youssef Haboba
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a 
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo 
interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, 
acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa 
facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Você lembra dos UNIs?
Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas 
vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como 
um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará você 
a entender melhor o que são essas informações adicionais 
e o porquê você poderá se beneficiar ao fazer a leitura 
dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará 
informações adicionais e outras fontes de conhecimento que 
complementam o assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os 
acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir 
de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual 
– com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a 
leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que 
você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados 
através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo 
continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada 
com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo 
o espaço da página – o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por 
exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto 
de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este 
livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a 
possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, 
tablet ou computador. 
Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo 
layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual 
adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de 
relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os 
materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, 
possa continuar os seus estudos com um material atualizado 
e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, 
construímos, além do livro que está em suas 
mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por 
meio dela você terá contato com o vídeo da 
disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é uma 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - CONHECIMENTO CRÍTICO NA PRÁTICA DE ENFERMAGEM ..............................1
TÓPICO 1 - COLETA DE DADOS DA ENFERMAGEM ..............................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 ABORDAGEM AO PACIENTE ...............................................................................................6
2.1 ROTEIRO DE INFORMAÇÕES RELEVANTES .................................................................................... 9
2.2 ESCUTA ATIVA AO PACIENTE ............................................................................................................ 11
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................14
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 15
TÓPICO 2 - DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM .................................................................... 17
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 17
2 PENSAMENTO CRÍTICO E ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM ..........18
2.1 PRINCIPAIS FONTES DE ERROS NO DIAGNÓSTICO E ENFERMAGEM ....................................22
2.2 APLICAÇÃO DO DIAGNÓSTICO AO PLANO DE CUIDADO DE ENFERMAGEM .......................23
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 25
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 26
TÓPICO 3 - PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DOS CUIDADOS ................................ 29
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 29
2 ESTABELECER PRIORIDADES DE CUIDADOS ................................................................ 30
2.1 PENSAMENTO CRÍTICO DURANTE A IMPLEMENTAÇÃO ..............................................................33tenha uma avaliação coerente, sem grandes intercorrências, é fundamental praticar a 
monitorização, questão que envolve a constante coleta de dados selecionados para 
analisar se as condições do paciente melhoraram, pioraram ou permanecem dentro de 
um limite normal.
Cabe ressaltar que a monitorização não melhora o estado de saúde do paciente 
ou evita problemas. Ela proporciona informações necessárias para determinar o tipo de 
intervenção. No diagnóstico real, monitora condições de melhora; no de alto risco, mo-
Ao treinar a equipe, é fundamental ter clareza, linguagem adequada e 
estabelecer as principais metas que deverão ser seguidas, fazendo com 
que a comunicação seja compreendida, pois o enfermeiro, enquanto 
líder, deve estar preparado para um trabalho a ser delegado e cumprido 
de forma objetiva, profissional e com êxito. 
IMPORTANTE
33
nitora sinais de aparecimento do problema; no de bem-estar, monitora a participação do 
paciente nas mudanças do estilo de vida; e nos problemas colaborativos, o surgimento 
de um problema ou a mudança em um problema já existente. 
2.1 PENSAMENTO CRÍTICO DURANTE A IMPLEMENTAÇÃO
O objetivo da implementação é a ação do enfermeiro, na qual ele executa as 
atividades prescritas na etapa de planejamento da assistência. Essa etapa é dividida em 
duas partes interdependentes: a prescrição de enfermagem (realizada pelo enfermeiro) 
e execução da prescrição (realizada pela equipe de enfermagem).
As duas ações são extremamente complexas e envolvem toda a equipe de enfer-
magem, exigindo do enfermeiro o desenvolvimento do pensamento crítico, para que pos-
sa, a partir da resolução dos diagnósticos apresentados, ter clareza e resultados positivos 
sobre suas ações. O fato de o enfermeiro fazer uma prescrição, prevendo os resultados, 
não garante que ela será executada, pois depende totalmente da colaboração e da con-
creta visão sobre o cuidar por parte da equipe. 
Então, o enfermeiro formula as atividades de enfermagem para monitorar, 
prevenir, reduzir ou eliminar os diagnósticos de enfermagem estabelecidos, sendo a 
fase do processo de enfermagem que envolve o início do plano de cuidados. Essa 
ação se dá a partir da prescrição de enfermagem. A maneira pela qual o enfermeiro é 
capaz de auxiliar o paciente a alcançar resultados, envolve tais ações:
• Dependentes: implementam as recomendações médicas e indicam a maneira pela 
qual a recomendação pode ser executada.
• Interdependentes: descrevem as atividades que o enfermeiro realiza em 
colaboração com outros membros da equipe de saúde.
• Independentes: atividades executadas pelo enfermeiro sem recomendação médica 
direta ou dos demais profissionais de saúde. O enfermeiro tem licença para recomendar 
algumas ações em virtude sua formação e experiência, focando em atividades 
necessárias para a promoção, manutenção ou restauração da saúde, auxiliando o cliente 
a chegar aos resultados desejados, oferecendo um ambiente seguro e terapêutico.
Para cada resultado esperado, o enfermeiro é responsável por propor 
intervenções de enfermagem e prescrever ações que visem reduzir ou 
eliminar os fatores que contribuem para o diagnóstico, assim como 
proporcionar níveis mais elevados de saúde, prevenir problemas e 
monitorar o estado de saúde atual ou o surgimento de problemas 
(BARROS et al., 2015)
IMPORTANTE
34
Além disso, as ações podem ser de cuidado direto (realizadas diretamente) 
ou de cuidado indireto (realizadas sem a presença da pessoa e intervenções de 
coordenação e controle do ambiente em que o cuidado é oferecido). Ambas devem ser 
prescritas pelo enfermeiro logo após o diagnóstico da enfermagem ter sido realizado.
Com isso, a prescrição de enfermagem é o roteiro que coordena a ação da 
equipe de enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento do pa-
ciente. A elaboração e execução da prescrição de enfermagem exige conhecimento 
técnico, cientifico, tomada de decisões e busca de conhecimentos específicos quando 
necessário. Os itens devem ser enumerados e checados, assim como deve ser feita a 
utilização de verbos (comandos de ação) no infinitivo (fazer, ajudar, orientar, supervisio-
nar e observar, por exemplo) e indicativos da dependência do paciente.
Para Murta e Garcia (2006), no plano assistencial constam:
• Prescrição de enfermagem: conjunto de medidas que direcionam e coordenam 
a assistência de enfermagem ao paciente de forma individualizada, tendo como 
objetivo a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde.
• Relatório de enfermagem: toda e qualquer anotação feita pela equipe de 
enfermagem (auxiliar, técnico e enfermeiro) no prontuário do paciente, assim como 
as intercorrências que não tenham sido previstas pelo enfermeiro na prescrição 
de enfermagem. Tudo o que é prescrito pelo enfermeiro deve ser checado pelo 
profissional que executou as ações.
Toda a equipe deve realizar anotações relacionadas às intervenções 
prescritas, pois elas contribuem significativamente na reavaliação da 
pessoa cuidada.
ATENÇÃO
A anotação de enfermagem, de acordo com Murta e Garcia (2006), tem como 
foco registrar todas as informações sobre a assistência prestada pela equipe de 
enfermagem, a fim de estabelecer um processo de comunicação entre todos os mem-
bros da equipe. Devem constituir a base da SAE, subsidiando a conduta diagnóstica e 
terapêutica, além de constituir documento legal e em auditorias. 
Dentro desse contexto, ocorrem as anotações e a evolução de 
enfermagem. Para tanto, as informações devem ser claras, objetivas, 
com letra legível, sem rasuras, com datas, horários, identificação do 
profissional e terminologias corretas.
IMPORTANTE
35
Os dados precisam se apresentar objetivos e evidentes, sem análise, com a 
descrição feita por todos e quando ocorre o fato. Cabe destacar que as anotações são 
feitas sobre o que foi observado ou realizado, sem interpretações ou julgamento. 
Outros detalhes também são importantes, como o nome do paciente e todas 
as outras informações, iniciar sempre a anotação com data, horário e terminar com o 
nome e COREN. Além disso, utilizar termos científicos, abreviaturas conhecidas, horário 
preciso, sem espaço em branco ou rasuras, e não deixar espaço entre a anotação e a 
assinatura. As anotações devem, então, conter: 
• condições gerais do paciente no início do plantão;
• dados referentes às necessidades básicas, a saber: nutrição, hidratação, sono e repouso, 
locomoção, motilidade, eliminação, sinais vitais, comunicação e tratamentos realizados;
• sinais (o que é observado) e sintomas (o que é relatado pelo paciente);
• acidentes e intercorrências, se houverem;
• condições gerais do paciente ao término do plantão;
• não repetir anotações checadas na prescrição de enfermagem;
• todas as anotações devem ser feitas logo após a verificação da ocorrência do 
cuidado prestado;
• evitar expressões como “hábitos fisiológicos normais”, “sem anormalidades”, “sem 
intercorrência”, “sem queixas” e outras que materializam julgamentos de quem anotou.
A evolução de enfermagem refere-se à uma criteriosa análise das 24 horas, 
sobre todas as ações que ocorreram dentro do processo de implementação e interven-
ções ocorridas. Na evolução de enfermagem cabe uma atenção especial às intercor-
rências apontadas, as quais não fariam parte do plano de cuidados. Nesse momento, 
já se estabelece a avaliação, ou seja, a última etapa da SAE, podendo levar a novos 
planejamentos e novas prescrições.
O enfermeiro, em seu cotidiano, utiliza processos mentais que muitas 
vezes não se restringem a raciocínios lógicos. Do inconsciente surgem os 
meios, a partir dos quais se tiram as conclusões a respeito do paciente, 
ainda que sem uma conexão direta com fatos relatados ou observados 
(BARROS, 2010).
ATENÇÃO
36
QUADRO 3 – DIFERENÇA ENTRE ANOTAÇÃO E EVOLUÇÃO 
FONTE: A autora
2.2 AVALIAÇÃO DOS CUIDADOS PRESTADOS E DOS OBJETIVOS 
A SEREM ALCANÇADOS
Na etapa de avaliação, chegaremos ao processo final do PE, em que o objetivo 
éavaliar as consequências dos cuidados prestados a partir da prescrição e das 
intervenções praticadas, como já mencionamos. 
A partir da evolução, o enfermeiro é capaz de decidir pela manutenção, mu-
dança de conduta ou alta dos cuidados prescritos. Portanto, é responsável por avaliar o 
estado do paciente, o progresso em relação ao alcance da meta e a avaliação do estado 
e da atualidade do plano de cuidados, assim como deverá medir a resposta do paciente 
em relação às ações da enfermagem, aos objetivos do tratamento, à qualidade da as-
sistência prestada. 
Considerando a evolução de enfermagem, sabemos que o enfermeiro realiza 
a entrevista e o exame físico do paciente, considerando todas as anotações feitas pela 
equipe, desde a última avaliação até aquele momento. Quanto mais dados houver 
sobre fatos relevantes do período analisado, mais modificações poderão ocorrer no 
planejamento da assistência, garantindo o cuidado adequado. Para Barros et al. (2015), 
a avaliação é um procedimento deliberado, sistemático e contínuo, podendo ser de:
Devemos observar que existe uma diferença entre avaliar os diag-
nósticos de enfermagem e avaliar os problemas colaborativos. 
No primeiro caso, o enfermeiro deve se atentar ao estado do pacien-
te, comparando suas respostas aos critérios de resultados e con-
cluindo se o paciente está ou não progredindo em relação ao estado 
esperado. Já os problemas colaborativos dizem respeito à coleta 
de dados selecionados, comparação de dados com as normas es-
tabelecidas e julgamento, para analisar se os dados estão dentro de 
uma variação aceitável.
IMPORTANTE
37
• Estrutura: refere-se aos recursos materiais humanos e financeiros, garantindo um 
mínimo de qualidade à assistência.
• Processo: inclui o julgamento do cuidado prestado. 
• De resultado: diz respeito à satisfação do paciente durante e após o cuidado.
Podemos concluir, então, que a avaliação de enfermagem determina se os re-
sultados desejados foram atingidos, se as intervenções foram efetivas e se são ne-
cessárias modificações, desse modo, deve-se realizar a mudança ou concluir o plano, 
conforme indicado. Nesse processo, são analisados os seguintes aspectos: a resposta 
do paciente, as ações de enfermagem, o progresso do paciente em relação aos obje-
tivos do tratamento, a qualidade de assistência de enfermagem prestada e o nível de 
assistência individualizada. 
Algumas questões devem ser levantadas na avaliação: se os resultados 
esperados foram alcançados e se houve modificação nos indicadores, se 
não, qual é a razão.
ATENÇÃO
38
RACIOCÍNIO CLÍNICO, O PENSAMENTO CRÍTICO E O DIAGNÓSTICO DE 
ENFERMAGEM
Alba Lucia Bottura Leite de Barros
As respostas do homem frente a problemas de saúde e processos da vida são 
identificadas constantemente pelos profissionais de saúde. Porém, a Enfermagem 
foi quem assumiu legalmente a responsabilidade pelo diagnóstico e tratamento das 
respostas humanas. Nesse contexto, a acurácia do diagnóstico deve ser preocupação 
constante, pois diagnósticos são avaliações clínicas probabilísticas e sempre possuem 
risco de imprecisão. As respostas humanas apresentam-se de forma holística, complexa 
e única, e conclusões incorretas podem gerar diagnósticos incorretos.
O enfermeiro trabalha com um número reduzido de manifestações para afirmar 
um diagnóstico, porque frequentemente não são apresentadas pelo paciente todas as 
manifestações indicadas na classificação diagnóstica. Além disso, vários diagnósticos 
compartilham suas características definidoras. Estes fatores acabam elevando o risco 
da identificação de diagnósticos pouco acurados.
Identificar diagnósticos de enfermagem é atividade complexa, pois trata-se da 
interpretação do comportamento humano relacionado à saúde e a escolha adequada 
de intervenções depende da interpretação acurada das respostas humanas. Assim, o 
pensamento crítico deve ser empregado no raciocínio diagnóstico, objetivando uma 
interpretação altamente acurada das respostas humanas aos problemas de saúde. 
Uma das maneiras de atingir elevados índices de acurácia é melhorando o uso 
do pensamento crítico no raciocínio do processo diagnóstico. 
O pensamento crítico, aplicado aos pressupostos que geram as ações e a 
interpretação da informação, aumenta as chances de o enfermeiro identificar um 
diagnóstico acurado. 
Segundo Lunney (2004), desenvolver habilidades de pensamento crítico para 
aumentar a acurácia diagnóstica é importante, porque a interpretação precisa dos dados 
do paciente é um desafio que exige elevados níveis de capacidade de pensamento 
e inteligência; a capacidade de pensamento dos enfermeiros é variável e pode ser 
melhorada, e aperfeiçoar a utilização das capacidades do pensamento crítico apoia a 
validade dos diagnósticos.
LEITURA
COMPLEMENTAR
39
Na prática do enfermeiro, o pensamento crítico é uma dimensão da inteligência, 
essencial para que se realize o processo diagnóstico. Os enfermeiros e estudantes 
podem melhorar sua prática de enfermagem se aplicarem processos de pensamento, 
principalmente o pensamento crítico. Foi a partir do uso das linguagens padronizadas, 
mais especificamente com o uso dos diagnósticos de enfermagem, que foram levantadas 
as questões relativas aos processos mentais envolvidos na interpretação dos dados. 
Lunney (2004) relaciona a teoria da inteligência de Sternberg ao pensamento 
crítico. Sternberg sugere a inteligência como parte do cotidiano, sendo uma autogestão 
mental. São apresentados três componentes (mundo interno, mundo externo, 
experiência), inter-relacionados que, segundo Lunney (2004), podem melhorar o padrão 
intelectual do enfermeiro, assim como o seu pensamento crítico. 
O primeiro deles, o mundo interno do indivíduo, é constituído por 
metacomponentes, componentes de aquisição de conhecimento e componentes de 
desempenho. Estes componentes são interativos no mundo interno do enfermeiro 
e melhoram a inteligência para a prática. Os metacomponentes são utilizados para 
pensar no papel do enfermeiro em relação à situação clínica; este ativa os outros dois 
componentes; o processo é usado para planejar, monitorar e avaliar a resolução de 
problemas. Os componentes de aquisição de conhecimento são utilizados para selecionar 
o conhecimento relacionado, como a aquisição de conhecimento por meio da leitura; 
são utilizados para a aprendizagem de como resolver problemas. Nos componentes 
de desempenho, o diagnóstico é selecionado quando os dados estiverem disponíveis 
para a identificação de um diagnóstico preciso; estes implementam os comandos dos 
metacomponentes; referem-se ao desempenho da mente da pessoa. 
O segundo, o mundo externo do indivíduo, consiste nos ambientes em que o 
enfermeiro pode se encontrar, de forma que a inteligência é usada para que ele seja bem-
sucedido nesses ambientes. No processo diagnóstico, o enfermeiro usa a inteligência 
para ser bem-sucedido em uma variedade de ambientes ou contextos, como em casos 
onde há limitação de tempo ou situações de extrema complexidade. Os enfermeiros 
podem usar suas habilidades na diversidade e complexidade de ambientes, assim como 
trabalhar em conjunto com outros enfermeiros, diagnosticando ou validando suas 
impressões diagnósticas com eles e também com o paciente.
Por fim, a experiência do indivíduo, relaciona-se ao fato de que ao se executar 
uma tarefa várias vezes, ela tende a tornar-se automática. Ser capaz de lidar com o 
novo é considerado um aspecto da inteligência. Na primeira vez que um diagnóstico é 
identificado, a ênfase pode ser maior nos componentes de aquisição de conhecimento, 
e menor nos metacomponentes. 
Os componentes de desempenho não serão tão competentes como no caso em 
que há familiaridade no contexto em que foi realizado o diagnóstico. Com a exposição 
repetida, os três processos mentais de inteligência melhorarão. Lunney (2004), com 
40
base no estudo de Scheffer e Rubenfeld, apresenta sete habilidades cognitivas e dez 
hábitos da mente como processos mentais queocorrem no mundo interno do enfer-
meiro. Segundo Lunney (2004), as habilidades cognitivas são o contexto no qual os há-
bitos da mente são úteis. O enfermeiro pode desenvolver ambos os aspectos à medida 
que aprende a diagnosticar. São eles:
Habilidades cognitivas:
• Análise (Analyzing): separar ou quebrar o todo em partes.
• Aplicação de padrões (Applying Standards): julgar de acordo com regras ou 
critérios pessoais, profissionais ou sociais estabelecidos.
• Discriminação (Discriminating): reconhecer diferenças e semelhanças entre coisas 
ou situações, e distinguir cuidadosamente se é categoria ou posição (intensidade).
• Busca de informação (Information Seeking): buscar evidências, fatos ou 
conhecimentos por meio da identificação de fontes relevantes e da obtenção de 
dados nessas fontes.
• Raciocínio lógico (Logical Reasoning): delinear as inferências ou as conclusões 
fundamentadas ou justificadas por evidências.
• Predição (Predicting): imaginar um plano e suas consequências.
• Transformação do conhecimento (Transforming Knowledge): mudar ou 
converter a natureza, a forma ou a função dos conceitos presentes na condição 
segundo o contexto em questão.
Hábitos da mente:
• Confiança: confiança na própria capacidade de raciocínio.
• Perspectiva contextual: consideração da situação como um todo, incluindo as 
relações pré-existentes e o ambiente relevantes para algum acontecimento.
• Criatividade: capacidade intelectual de inventar usada para gerar, descobrir ou 
reestruturar ideias; imaginação de alternativas.
• Flexibilidade: capacidade para adaptar, acomodar, modificar ou mudar pensamentos, 
ideias e comportamentos.
• Curiosidade: avidez para conhecer pela busca de conhecimento e pela 
compreensão por meio da observação e questionamento cuidadosos a fim de 
explorar possibilidades e alternativas.
• Integridade intelectual: busca da verdade por processos honestos e sinceros, 
mesmo se os resultados forem contrários às próprias crenças e valores.
• Intuição: senso perspicaz (insightful sense) para conhecer sem o uso consciente 
do raciocínio.
• Mente aberta: ponto de vista caracterizado pela receptividade às opiniões 
divergentes e pela sensibilidade aos próprios vieses.
• Perseverança: persistência num caminho com determinação para superar obstáculos.
• Reflexão: contemplação de um assunto, especialmente os próprios pressupostos e 
pensamentos com o objetivo de aprofundar o entendimento e a autoavaliação.
41
 As habilidades cognitivas relacionadas aos hábitos da mente são característi-
cas da inteligência aplicadas na interpretação de casos clínicos e formulação de diag-
nósticos. Ambos podem ser desenvolvidos por meio da metacognição. É por meio da 
metacognição que a inteligência e o pensamento crítico são aperfeiçoados. Na meta-
cognição, ocorre o pensar sobre o pensamento. É um método de auto aperfeiçoamento 
e serve de base para o crescimento profissional. Pelas habilidades cognitivas e hábitos 
da mente, o enfermeiro possui a linguagem, significado e estrutura para analisar o pró-
prio pensamento. As habilidades, os processos de cognição e metacognição devem ser 
estimulados como um compromisso individual do enfermeiro, assim como realizar aná-
lise, intervenção e avaliação acuradas. Desta maneira, os preceitos éticos da profissão 
serão cumpridos.
Linguagem padronizada em enfermagem e o raciocínio clínico
O uso de uma linguagem uniforme, padronizada, além de facilitar a comuni-
cação e o uso de sistemas informatizados, permite a representação do conhecimento 
clínico de enfermagem. Por outro lado, a falta de uma linguagem comum, que seja am-
plamente usada pelos enfermeiros, dificulta a comunicação porque não permite definir 
precisamente o que os enfermeiros fazem, que tipo de problemas ou condições do pa-
ciente requerem intervenções de enfermagem e quais são os resultados que decorrem 
desta prática. Sem uma linguagem comum para expressar os conceitos, não se sabe se 
a compreensão dos seus significados é a mesma para as outras pessoas; assim, não se 
pode comunicá-los com precisão.
 
O uso da linguagem padronizada pode dar suporte ao raciocínio clínico porque 
ajuda a direcionar o olhar para a identificação dos problemas de enfermagem, a escolher 
resultados esperados e intervenções mais adequadas a cada caso e contexto, tendo 
como base o conhecimento em enfermagem. Evita-se, assim, que o enfermeiro analise 
o caso visando apenas a identificação de diagnósticos médicos, para os quais sua 
atuação será apenas colaborativa. [...]
FONTE: Adaptado de BARROS, A. L. B. L. de. Raciocínio clínico, o pensamento crítico e o diagnóstico de 
enfermagem. In: BARROS, A. L. B. L. de et al. Processo de enfermagem: guia para a prática / Conselho 
Regional de Enfermagem de São Paulo. São Paulo: COREN-SP, 2015. p. 27-30. Disponível em: . Acesso em: 23 set. 2021.
42
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• Após o processo de investigação e diagnóstico de enfermagem, o enfermeiro 
deve planejar as próximas etapas buscando determinar os resultados desejados, 
identificando as intervenções necessárias.
• Para estabelecer as prioridades de cuidados, é essencial planejar as ações de 
intervenção aplicáveis ao diagnóstico, utilizando conhecimentos práticos, científicos, 
assim como a experiência e o pensamento clínico.
• É preciso determinar as prioridades imediatas a partir da identificação dos objetivos.
• É imprescindível analisar quais problemas necessitam de atenção imediata e quais 
podem esperar, quais serão delegadas ou encaminhados para outros profissionais e 
quais exigirão uma abordagem multidisciplinar.
• A implementação tem por objetivo a ação do enfermeiro, na qual ele executa as 
atividades prescritas na etapa de planejamento da assistência. 
• Existe diferença entre anotação e evolução de enfermagem.
• A avaliação de enfermagem determina se os resultados desejados foram atingidos, 
se as intervenções foram efetivas e se são necessárias modificações, só assim será 
possível modificar ou concluir o plano conforme indicado.
43
1 O enfermeiro realiza a entrevista e o exame físico do paciente, levando em consi-
deração todas as anotações feitas pela equipe, desde a última avaliação até aquele 
momento. Quanto mais dados houver, mais modificações poderão ocorrer no pla-
nejamento da assistência. Sobre os tipos de avaliação, associe os itens utilizando o 
código a seguir:
I- Estrutura.
II- Processo. 
III- De resultado.
( ) Diz respeito à satisfação do paciente durante e após o cuidado.
( ) Refere-se aos recursos materiais humanos e financeiros, garantindo o mínimo de 
qualidade à assistência.
( ) Inclui o julgamento do cuidado prestado.
Assinale a alternativa que possui a sequência CORRETA:
a) ( ) III – I – II.
b) ( ) I – II – III.
c) ( ) II – III – I.
d) ( ) III – II – I.
2 As intervenções de enfermagem são determinadas por ações que visam monitorar 
o estado de saúde do paciente, reduzir os riscos, resolver, prevenir ou controlar um 
problema, assim como facilitar a independência ou auxiliar nas atividades de vida 
diária e promover uma otimização do sentimento de bem-estar físico, psicológico e 
espiritual do paciente. Sobre as ações a serem tomadas, associe os itens utilizando 
o código a seguir:
I- Dependentes. 
II- Interdependentes.
III- Independentes. 
( ) Descrevem as atividades que o enfermeiro realiza em colaboração com outros 
membros da equipe de saúde.
( ) Atividades executadas pelo enfermeiro sem recomendação médica direta ou dos 
demais profissionais de saúde, ou seja, ações que o enfermeiro tem licença para 
tratar em virtude sua formação e experiência.
( ) Implementam as recomendações médicas e indicam a maneira pela qual a 
recomendação pode ser executada.
AUTOATIVIDADE
44
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I – II – III.
b) ( ) II – I – III. 
c) ( ) III – II – I.
d) ( ) II – III – I.3 Sabemos que a avaliação de enfermagem, entre outros aspectos, determina se os 
resultados desejados foram atingidos, assim como verifica a avaliação do estado do 
cliente, do progresso em relação ao alcance da meta e do estado e atualidade do 
plano de cuidados. A respeito do que é avaliado nesse processo, analise as sentenças 
e classifique V para as verdadeiras e F para falsas: 
( ) A resposta do paciente às ações de enfermagem.
( ) Os dados coletados na investigação inicial.
( ) A qualidade de assistência de enfermagem prestada.
( ) O nível de assistência de enfermagem a um paciente.
( ) O progresso do paciente em relação aos objetivos do tratamento.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) F – V – V – F – V.
b) ( ) V – V – V – F – F. 
c) ( ) F – F – V – V – V. 
d) ( ) V – F – V – V – V. 
4 A evolução de enfermagem constitui uma criteriosa análise sobre todas as ações 
que ocorrem dentro de 24 horas no processo de implementação e intervenções. Na 
evolução de enfermagem, cabe uma atenção especial às intercorrências que são 
apontadas. Nesse ponto, se estabelece a avaliação, última etapa da SAE, que poderá 
levar a novos planejamentos e novas prescrições. A partir do referencial teórico 
apresentado, defina a diferença entre anotação e evolução de enfermagem.
5 Para que o enfermeiro possa estabelecer as prioridades de cuidados, é essencial 
efetuar o planejamento de ações aplicáveis ao diagnóstico, utilizando conhecimentos 
práticos, científicos, assim como a experiência e o pensamento crítico. A partir do que 
foi estudado, indique algumas características necessárias para que o planejamento 
possa ser implementado.
45
REFERÊNCIAS
BARROS, A. L. B. L. et al. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de 
enfermagem no adulto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
BARROS, A. L. B. L. et al. Processo de enfermagem: guia para a prática. São Paulo: 
COREN-SP, 2015. Disponível em:https://bit.ly/3F4guPC. Acesso em: 21 set. 2021.
CARPENITO, L. J. Cuidados de enfermagem e documentação: diagnósticos e 
problemas colaborativos. 2. ed. Porto Alegre: Artes Medicas Sul, 1999.
CARPENITO, L. J. Diagnósticos de enfermagem: aplicação à prática clínica. 10. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2005.
CARPENITO, L. J. Manual de diagnósticos de enfermagem. 10. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2006.
COFEN – CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução COFEN nº 272, de 27 
de agosto de 2002. Brasília, DF: COFEN, [2002]. Disponível em: https://bit.ly/30g5LTA. 
Acesso em: 21 set. 2021.
COFEN – CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução COFEN nº 358, de 15 
de outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem 
e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, 
em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. 
Brasília, DF: COFEN, [2009]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-
cofen-3582009_4384.html. Acesso em: 21 set. 2021.
 
MARTINS, P. A. P. C. Escuta ativa nos cuidados de enfermagem: uma intervenção 
confortadora. 2014, 173f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Instituto de 
Ciências da Saúde, Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, 2014. Disponível em: 
https://bit.ly/3kvhjt0. Acesso em: 23 set. 2021.
MURTA, G. F.; GARCIA, J. N. R. Procedimentos básicos de enfermagem no cuidar. 
São Paulo: Difusão, 2006. 
NANDA International. Diagnósticos de enfermagem: definições e classificação 
2009-2011. Porto Alegre: Artmed, 2010.
POSSO, M. B. S. Semiologia e semiotécnica de enfermagem. São Paulo: Atheneu, 
2006.
46
SILVA, E. G. et al. O conhecimento do enfermeiro sobre a Sistematização da Assistência de 
Enfermagem: da teoria à prática. Rev. Esc. Enferm, São Paulo, 2011; v. 45, n. 6, p. 1380-
1386. Disponível em: https://bit.ly/3n8x6PS. Acesso em: 23 set. 2021.
47
PRINCÍPIOS PARA A 
PRÁTICA DE ENFERMAGEM
UNIDADE 2 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer os princípios de segurança do paciente e do ambiente em que ele está 
inserido;
•	 realizar	a	avaliação	dos	sinais	vitais,	identificando	as	possíveis	alterações;	
• aprender a maneira correta de preparar o ambiente para o exame físico;
• dominar as técnicas de avaliação física.
 A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – SEGURANÇA DO PACIENTE
TÓPICO 2 – SINAIS VITAIS 
TÓPICO 3 – EXAME FÍSICO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
48
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 2!
Acesse o 
QR Code abaixo:
49
TÓPICO 1 — 
SEGURANÇA DO PACIENTE
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A segurança do paciente, embora seja essencial para o atendimento de 
enfermagem, ainda é recente, pois foi criada pelo Ministério da Saúde em 2013, dentro do 
Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). 
A sua criação partiu de modelos de protocolos elaborados pela Organização 
Mundial	de	Saúde	(OMS).	Compreender	a	importância	da	segurança	do	paciente	reflete	
diretamente na qualidade	da	assistência	de	enfermagem	prestada	pelos	profissionais.	
Do	mesmo	modo,	os	fatores	que	influenciam	o	ambiente	inferem	na	segurança,	
portanto	 a	 sua	 identificação	é	 fundamental	 para	que	o	 ambiente	possa	 ser	 adaptado,	
reduzindo	os	fatores	de	risco	para	os	profissionais	e	para	o	paciente.	Em	alguns	casos,	
o próprio paciente pode apresentar risco a ele mesmo e à equipe de saúde, devido a 
alterações	que	afetam	seu	sistema neurológico e sua percepção. Nessa situação, é 
importante conversar com o paciente e tentar acalmá-lo, buscando sua colaboração. 
Quando não é possível alcançar os objetivos seguros do paciente, é necessário 
recorrer à contenção, no entanto, ela visa a proteção temporária, sendo removida o 
mais breve possível.
2 A SEGURANÇA DO PACIENTE 
A OMS coloca a segurança do paciente com seis atributos de assistência de 
qualidade, junto com a efetividade da assistência, o cuidado prestado, tendo o paciente 
como	centro	do	atendimento,	a	oportunidade,	a	eficiência	e	a	equidade.	A	partir	disso,	
a segurança do paciente passa a ser subdivida em seis protocolos básicos, sendo eles: 
identificação	 correta	 do	 paciente;	 higiene	 das	mãos	 dos	 profissionais;	 cirurgia	 segura;	
prescrição e administração de medicamentos seguros; prevenção de quedas do paciente 
e prevenção do desenvolvimento de úlcera por pressão (BRASIL, 2014). 
 
No entanto, antes de nos aprofundarmos sobre os seis protocolos básicos, 
precisamos conhecer alguns conceitos fundamentais para o contexto de segurança do 
paciente. Vamos lá?
50
• Dano: qualquer comprometimento da estrutura ou da função do corpo decorrente 
de uma doença, lesão, incapacidade ou até mesmo uma conduta ou procedimento 
equivocado que pode gerar uma perda ou agravamento à saúde. Esse dano pode ser 
físico, social ou psicológico.
• Risco: todos os fatores que possam propiciar o risco de um incidente ocorrer de fato. 
• Incidente: fato ou situação que pode gerar ou que gerou um dano dispensável ao 
paciente. 
• Incidente sem lesão: fato ou situação indesejável que ocorreu, porém, sem nenhum 
dano ao paciente. 
• Evento adverso: incidente que afeta o paciente, resultando em um dano para ele. 
• Near Miss: ocorrência de um incidente, porém sem danos ao paciente. 
Desse modo, podemos observar que todo incidente tem um potencial de causar 
algum risco à segurança do paciente, podendo afetar diretamente ou não o indivíduo 
que recebe os cuidados. Contudo, sabemos também que na prática ocorrem diversos 
incidentes, por isso é necessário aplicar maior atenção em alguns, pois são mais comuns e 
resultam em danos que podem ser desde temporários até permanentes, podem também 
ser incapacitantes ou custar, inclusive, a vida do paciente (BRASIL, 2014). 
A troca de pacientes com nomes parecidos, por exemplo, durante a realizaçãode 
um procedimento, pode causar danos. Então, quando o paciente está com uma pulseira 
de identificação, essa troca é evitável, portanto, previne a ocorrência de erros e danos 
aos	pacientes.	Lembrando	que	o	uso	de	pulseiras	de	 identificação	é	bem	aceito	pelos	
pacientes e tem reduzido os erros (BRASIL, 2014). 
FIGURA 1 – PULSEIRA DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
FONTE: . Acesso em: 28 set. 2021.
O protocolo de identificação do paciente visa garantir que todos os 
procedimentos e cuidados sejam realizados corretamente, evitando a 
troca de pacientes. 
NOTA
51
Outro protocolo diz respeito à higienização das mãos. Sabe-se que as mãos 
dos	profissionais	de	saúde	podem	transmitir	microrganismos	de	um	paciente	para	o	outro,	
ou	 até	mesmo	do	profissional	 de	 saúde	para	 o	 paciente	durante	um	procedimento	 ou	
um cuidado. Essas são consideradas infecções relacionadas à saúde, podendo gerar 
danos à saúde e a ameaçar, ainda, a vida do paciente. Diante disso, é possível prevenir a 
infecção cruzada a partir da higienização antes da assistência, ou seja, antes do contato 
com o paciente e da realização do procedimento. Além disso, a higienização das mãos dos 
profissionais	precisa	ser	feita	depois	da	exposição	com	fluídos	corporais,	do	contato	com	o	
paciente e do contato com áreas próximas ao paciente, como cama, mesa de cabeceira e 
cadeira de repouso, por exemplo (BELELA-ANACLETO; PETERLINI; PEDREIRA, 2017).
A higienização deve ser realizada com sabonete líquido e água, sempre que 
houver	presença	de	sujidade	visível	ou	o	profissional	achar	necessário.	Sem	a	presença	
de	sujidade	visível,	a	higiene	pode	ser	feita	com	soluções	alcoólicas	(70%).	Lembrando	
que	as	soluções	alcoólicas,	apesar	de	mais	fáceis,	não substituem a necessidade de 
lavagem das mãos com água e sabão (BELELA-ANACLETO; PETERLINI; PEDREIRA, 2017). 
FIGURA 2 – PASSO A PASSO DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS COM ÁGUA E SABÃO
FONTE: . Acesso em: 28 set. 2021.
52
Temos ainda o protocolo da cirurgia segura, no qual o objetivo é minimizar 
os riscos de possíveis eventos adversos durante o procedimento cirúrgico. Esse 
protocolo	visa	identificar	o	paciente	certo,	a	realização	do	procedimento	certo	e	o	local	
do procedimento certo, ou seja, busca reduzir possíveis erros, danos e eventos adversos 
ao	paciente.	Ele	é	fundamental,	pois,	à	medida	que	as	cirurgias	ficam	mais	complexas,	
existe também um aumento das chances de dados que podem ser temporários, 
permanentes ou até mesmo levar à morte do paciente (SILVA et al., 2017). 
O protocolo de cirurgia segura, portanto, é baseado em três momentos: antes 
de realizar a sedação e anestesia do paciente; antes de realizar a incisão cirúrgica; antes 
da saída do paciente da sala de cirurgia. 
Por	fim,	para	encerrar	o	procedimento,	deve-se	avaliar	se	todos	os	instrumentais	
usados estão em ordem, assim como compressas e gazes, evitando que o paciente 
saia da sala cirúrgica com algum objeto dentro dele, por exemplo. Dessa forma, o 
procedimento cirúrgico pode ser realizado com sucesso, prevenindo possíveis erros e, 
consequentemente, danos ao paciente (SILVA et al., 2017). 
A administração de medicamento é a aplicação de fármacos no organismo por 
meio de uma das várias vias possíveis, de acordo com a proposta terapêutica e prescrição 
medicamentosa. 
Antes de realizar a administração dos medicamentos, a enfermagem precisa se 
certificar	de	que	está	realizando	de	forma	correta,	utilizando	os	nove certos, sendo eles: 
• Paciente certo: pode ser feito pela conferência do nome e data de nascimento, isto é, 
perguntar	o	nome	do	paciente,	verificar	se	o	nome	corresponde	ao	nome	identificado	
no	leito,	nome	identificado	no	prontuário	e	nome	identificado	na	pulseira.
• Medicamento certo: conferir se o nome do medicamento a ser administrado é o 
mesmo que foi prescrito, averiguar alergias com o paciente e no prontuário. 
• Via certa:	 verificar	 a	 prescrição,	 confirmar	 se	 é	 a	via	 recomendada	 e	 avaliar	 se	 o	
medicamente tem compatibilidade com a via prescrita. 
Antes de realizar a sedação e a anestesia, é importante conversar com 
o paciente, verificar seu nome, confirmar o nome presente na pulseira 
e no prontuário. Além disso, é preciso verificar se o procedimento 
relatado pelo paciente, o qual ele irá realizar, é o mesmo presente no 
prontuário e o que a equipe está pronta a para realizar. Em seguida, 
antes de realizar a incisão cirúrgica, a equipe deve novamente confirmar 
qual procedimento será realizado.
IMPORTANTE
53
• Hora certa: a medicação deve ser preparada na hora da administração, de preferência 
à beira do leito. Se for o caso, a antecipação ou o atraso da administração em relação 
ao	horário	predefinido,	somente	poderá	ser	feito	com	o	consentimento	do	enfermeiro	
e do prescritor.
• Dose certa: conferir se a dose prescrita é a que foi preparada. 
• Registro certo da administração: checar a prescrição e registrar qualquer 
intercorrência durante a administração. 
• Orientação correta: orientar o paciente sobre a medicação administrada, sua 
finalidade,	o	tempo	que	irão	fazer	uso	dela,	a	frequência	de	administração	e	os	horários.	
• Forma certa: checar se a forma farmacêutica e a via de administração prescritas estão 
apropriadas à condição clínica do paciente (por exemplo, se o nível de consciência 
permite administração de medicação por via oral).
• Resposta certa:	 observar	 cuidadosamente	 o	 paciente	 para	 identificar	 se	 o	
medicamento teve o efeito desejado. Registrar no prontuário e informar ao prescritor 
todos os efeitos diferentes (em intensidade e forma) do esperado para o medicamento. 
Já o protocolo de prevenção de quedas busca minimizar a ocorrência das 
quedas dos pacientes e, consequentemente, os danos que elas podem causar. 
Diante	disso,	 é	 importante	que	o	profissional	da	 saúde	verifique	os	possíveis	
riscos,	buscando	identificar	os	fatores	que	podem	acarretar	uma	queda,	por	exemplo	a	
umidade no piso, o ambiente escuro ou grade de proteção do leito abaixada. 
Por	fim,	temos	o	protocolo de prevenção de úlcera por pressão, que tem 
como objetivo prevenir o surgimento de úlceras por pressão durante os cuidados em 
pacientes acamados ou hospitalizados. 
Lembrando que alguns fatores, como a idade, a capacidade de mobilidade e a pró-
pria restrição ao leito favorecem o surgimento de úlceras por pressão, por isso esses pacien-
tes precisam de mais cuidados, para evitar o aparecimento delas (STUQUE et al., 2017). 
É importante observar quais são as patologias que o paciente apresenta, 
pois, a osteoporose e a demência, por exemplo, predispõem ao risco de 
queda. Outro fator é o medicamento, como o caso de anti-hipertensivos, 
que podem causar tonturas quando o paciente levanta do leito ou da 
cadeira de descanso (CUNHA; BAIXINHO; HENRIQUES, 2019).
ATENÇÃO
54
FIGURA 3 – POSIÇÕES DO CORPO E SEUS POSSÍVEIS PONTOS DE DESENVOLVIMENTO DE ÚLCERAS 
POR PRESSÃO
FONTE: . Acesso em: 13 set. 2021.
A prevenção de úlceras por pressão é fundamental não só para o bem-estar do 
paciente, mas porque o seu aparecimento pode retardar o seu processo de recuperação, 
aumentando o seu tempo de internação, além disso, é um ambiente propício para o 
surgimento	de	 infecções,	que	podem	evoluir	para	uma	sepse,	por	exemplo.	Por	 isso,	
os pacientes que apresentam algum fator de risco devem ser avaliados diariamente 
com um cuidado maior. A avaliação deve ser feita em todas as proeminências ósseas, 
observando se há alguma alteração na pele já. 
Essa prevenção precisa ser realizada por meio de uma alimentação balanceada, 
pois o estado nutricional ruim propicia o surgimento de úlceras. Além disso, a pele deve 
estar	 sempre	hidratada,	 o	paciente	com	 restrição	ao	 leito	ou	com	dificuldade	em	se	
movimentar	deve	ser	trocado	a	cada	duas	horas	de	posição	e,	por	fim,	redistribuir	o	peso	
com	apoios,	por	exemplo,	para	evitar	que	o	peso	fique	em	apenas	um	ponto	do	corpo.	
2.1 SEGURANÇA DO AMBIENTEA	segurança	do	paciente	é	algo	que	nós,	profissionais	da	saúde,	temos	como	
principal preocupação, por isso devemos pensar sempre no ambiente em que ele 
está inserido e como melhorar tal ambiente para que ele não ofereça risco. No entanto, 
além	do	paciente,	 precisamos	 lembrar	 dos	profissionais	 de	 saúde,	 pois	 é	 importante	
avaliar os riscos e evitar, assim, danos à sua saúde do trabalhador. 
55
Em relação à segurança do ambiente, temos que considerar:
• Risco físico: como choque elétrico, temperatura elevada ou baixa, radiação, iluminação 
e umidade.
• Risco químico: como incêndio, gases ou vapores. 
• Risco mecânico: como o risco de queda.
• Risco biológico: como a contaminação por um vírus ou bactéria em um ambiente 
hospitalar. 
Sabendo, então, a natureza dos riscos, é possível realizar o controle deles por 
meio	do	reconhecimento	das	situações	propícias.	Para	tanto,	é	necessário	dar	atenção	à	
tomada de decisão, a qual possui três pontos essenciais: o primeiro é reconhecer os riscos, 
ou	seja,	identificá-los;	o	segundo	é	avaliar	os	riscos	para	compreender	sua	magnitude	e	
a proporção de pessoas que podem ser afetadas por ele; o terceiro é adotar medidas de 
controle que visem minimizar, ou se possível, eliminar o risco (POTTER; PERRY, 2013). 
A iluminação do ambiente também é um fator importante para reduzir o risco 
de acidentes,	como	quedas,	tanto	dos	profissionais	como	dos	pacientes.	Portanto,	é	
preciso que haja uma iluminação adequada. 
Um exemplo em relação ao paciente é o risco de queda devido à iluminação 
inadequada,	 levando-o	 a	 tropeçar.	 Para	 os	 profissionais,	 vai	 desde	 o	 cansaço	 por	
iluminação fraca e até mesmo erros grosseiros durante a preparação de uma medicação, 
por exemplo, ou seja, preparar medicação errada ou em doses erradas, por falta de luz 
adequada no ambiente. 
Considerando os riscos físicos do ambiente hospitalar, ao pensarmos no 
calor, devemos lembrar que este pode ser transmitido de um corpo para 
outro, seja por radiação, condução ou convecção. Porém, o importante 
é a quantidade dessa energia entregue ou recebida, pois se receber 
muito calor, irá causar desidratação no paciente, podendo propiciar o 
aparecimento de úlcera por pressão, por exemplo. O mesmo ocorre 
se houver perda intensa de calor, isso pode alterar sinais vitais, como 
desaceleração dos batimentos cardíacos, dificuldade para respirar e 
lentidão para responder estímulos (POTTER; PERRY, 2013). 
IMPORTANTE
Sobre as quedas, podemos dizer que elas são um problema de 
saúde pública, pois além de aumentarem o tempo de hospitalização 
do paciente, é uma das principais causas de morte não intencional de 
idosos acima de 64 anos. 
ATENÇÃO
56
Vários são os fatores que aumentam as chances de quedas, como visão 
reduzida, distúrbios locomotores, uso de medicamentos (analgésicos, sedativos e anti-
hipertensivos), uso de andadores ou bengalas. Além disso, o ambiente com tapetes, 
redução de barreiras, como mesas de centro ou vários móveis muito próximos, falta de 
dispositivos, como barras de apoio no banheiro, e brinquedos de crianças espalhados 
pela casa (quando morar ou receber os netos com frequência), são fatores que aumentam 
as chances de queda (POTTER; PERRY, 2013). 
 
FIGURA 4 – QUEDA EM AMBIENTE COM TAPETE
FONTE: . Acesso em: 13 set. 2021.
Ademais, a segurança do ambiente não diz respeito apenas ao meio físico, 
mas também abrange o meio psicossocial, estando diretamente relacionada com a 
qualidade de vida do paciente. 
Apesar	de	ampla,	essa	definição	aborda	um	cenário	de	cuidados	da	enfermagem	
com o paciente que vai desde a sua hospitalização até locais comunitários, como 
escolas, creches, asilos e o próprio domicílio do paciente. Lembrando que o ambiente 
seguro	 não	 é	 bom	apenas	 para	 o	 paciente,	mas	 sim	para	 o	 profissional	 que	 precisa	
assisti-lo (POTTER; PERRY, 2013). 
Diante disso, precisamos estar atentos aos grupos vulneráveis, como crian-
ças, idosos, doentes metais e classes de baixa renda, pois o ambiente seguro precisa de 
estrutura física adequada, além de conhecimento e discernimento do que pode causar 
riscos, para que o paciente possa receber atendimento adequado. 
2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM A SEGURANÇA DO PACIENTE
 
Precisamos notar que a segurança do paciente não está relacionada apenas a 
fatores ambientais (domiciliar ou hospitalar), mas também com o desenvolvimento 
biológico do	 indivíduo,	 ou	 seja,	 a	 sua	mobilidade	 física,	 suas	 condições	 sensitivas,	
condições	cognitivas	e	estilo	de	vida.	O	desenvolvimento	físico	pode	criar	barreiras	que	
ameaçam a segurança do paciente, variando de acordo com os grupos etários. 
57
As crianças lactentes, infantes e pré-escolares estão sujeitas a diversos 
tipos de acidentes. 
O envenenamento por chumbo, por exemplo, é mais comum em crianças 
lactentes e infantes, pois nessas duas fases do desenvolvimento, a criança tem interesse 
em colocar todos os objetos e resíduos na boca. 
Outro risco diz respeito à queimadura, devido à curiosidade de brincar com 
isqueiros e velas, por exemplo. Existe também o risco de queda, pois nessa fase ainda 
não há uma boa coordenação motora, além disso, há o risco de queda de bicicletas e 
brinquedos em parquinhos. 
Nessas faixas etárias, os acidentes são ainda evitáveis, pois, os pais, tendo 
informações	 sobre	 os	 riscos,	 podem	atuar	 de	maneira	preventiva, não deixando, por 
exemplo, escadas livres, piscina sem grade de proteção e produtos de limpeza ao alcance 
das crianças (POTTER; PERRY, 2013). 
 
Já as crianças em idade escolar têm um ambiente mais amplo de possibilida-
des de risco, pois saem de casa para um ambiente novo. 
A partir do momento que a criança vai para a escola, ela passa todos os dias por 
algum meio de transporte, começa a conviver com outras crianças e precisa lidar com 
um	novo	ambiente,	tornando	necessário	que	os	pais	fiquem	atentos	na	hora	de	escolher	
a escola e até mesmo o meio de transporte. Lembrando que crianças não tem noção de 
velocidade de veículos, por exemplo.
 
Na fase da adolescência os riscos mudam, pois é a fase das novas descobertas, 
início da independência dos pais. Com isso, o adolescente também passa a ter 
oportunidade de experimentar álcool, cigarros e drogas. 
Além disso, a chegada dos 18 anos vem acompanhada da experiência 
automobilística para muitos adolescentes, e a associação disso com álcool ou drogas 
é algo perigoso e traz diversos riscos para a vida do adolescente. 
Outro risco, ainda, é a iniciação sexual, que pode ocorrer de maneira indevida, 
como o não uso de preservativos, podendo acarretar uma doença sexualmente trans-
missível e consequências graves para a vida do adolescente. Além disso, a gravidez in-
desejada pode vir acompanhada de um despreparo dos pais, podendo, inclusive, haver 
uma tentativa despreparada de aborto, o que coloca a vida da adolescente em risco 
(POTTER; PERRY, 2013). 
58
FIGURA 5 – CONSUMO ABUSIVO DE ÁLCOOL POR ADOLESCENTES
 FONTE: . 
Acesso em: 13 set. 2021.
No caso dos adultos, embora corram diversos riscos, estes estão associados 
principalmente ao estilo de vida, uma vez que o adulto apresenta maior discernimento. 
Mas quando ingere álcool e dirige, por exemplo, acaba colocando a sua vida e a vida de 
outras pessoas em risco. O mesmo ocorre com o uso de cigarro, no primeiro momento 
não causa nenhum dano, mas ao longo da vida pode gerar problemas respiratórios 
e até mesmo um câncer.
Por	 fim,	 os	 idosos apresentam mudanças fisiológicas, que associadas a 
medicamentos e doenças, podem aumentar as chances de riscos para a saúde. Um dos 
principais riscos são as quedas, conforme mencionamos, pois são comuns e frequentes 
aos idosos. 
A segurança do paciente também é importante nas instituições de saúde, 
pois,	além	das	condições	relacionadas	à	idade	e	ao	estilo	de	vida	do	paciente,	precisamos	
estar atentos em hospitais, por exemplo, emque há risco de quedas do leito ou até 
mesmo da maca de transporte ou cadeira de rodas, como já mencionamos.
Sobre	os	 leitos,	os	profissionais	de	saúde	devem	abaixar	a	grade	da	cama	ou	
da maca para realizar algum procedimento, como a administração de uma medicação, 
mas, ao mesmo tempo, precisar cuidar para que o paciente, acidentalmente, não caia. 
Por	 isso,	sempre	que	for	necessário	abaixar	a	grade,	o	profissional	não	deve	deixar	o	
As fraturas em idosos são mais graves, afinal, o processo de cicatrização é 
mais lento. Com isso, as chances de complicações são maiores. Além disso, 
a presença de doenças, como exemplo a diabetes, pode prolongar ainda 
mais o tempo de recuperação (POTTER; PERRY, 2013). 
IMPORTANTE
59
paciente sem supervisão até que a grade esteja levantada novamente. O mesmo ocorre 
com a cadeira de rodas, sempre que for necessário, deve-se travar as rodas, pois, caso 
o	paciente	tente	levantar-se,	a	cadeira	fica	firme.
 
Existem também o risco de acidentes relacionados aos procedimentos, como 
a administração equivocada de um medicamento ou uma punção errada com um 
cateter contaminado, por exemplo. Esses procedimentos podem não causar nenhum 
dano, mas aumentam os riscos, em alguns casos chegam a ter consequências que 
podem colocar a vida do paciente em risco. 
2.3 CONTENÇÃO DO PACIENTE
 
A contenção do paciente só deve ser realizada quando não for possível 
nenhuma outra inversão, como a verbal e a medicamentosa (quando recomenda pelo 
médico), podendo ser empregado, então, o isolamento, a contenção física ou a 
contenção mecânica (MANTOVANI et al., 2010). 
Entretanto, devemos lembrar que, a Resolução COFEN nº 427/2012, que nor-
matiza os procedimentos da enfermagem no emprego de contenção mecânica de pa-
cientes,	permite	o	enfermeiro	empregar	a	contenção	mecânica	em	situações	de	urgência	
e emergência, e, preferencialmente, em conformidade com protocolos estabelecidos pe-
las	instituições	de	saúde,	públicas	ou	privadas,	a	que	estejam	vinculados.	
Desse modo, a equipe de enfermagem só poderá executar tal procedimento sob 
supervisão direta do enfermeiro. Vale ressaltar que quando for necessário realizar 
a contenção mecânica, o paciente deve permanecer em monitoramento constante 
pela	enfermagem,	a	fim	de	evitar	a	ocorrência	de	eventos	adversos,	e	caso	eles	ocorram,	
possam ser identificados precocemente, evitando danos ao paciente (BRASIL, 2014).
 
A respeito das técnicas de contenção física, é necessário, pelo menos, uma 
equipe com cinco pessoas, sendo que uma delas irá assumir a coordenação, ou seja, 
irá observar o comportamento do paciente e iniciar a abordagem. É importante que 
durante o processo de contenção física, a equipe sempre tente se comunicar com o 
paciente, pois isso poderá facilitar o processo. 
O isolamento é a remoção do paciente para um local em que ele possa se 
movimentar livremente, porém, com acesso restrito a outros ambientes, 
inibindo, assim, uma possível fuga. Já a contenção física é a imobilização 
do paciente utilizando várias pessoas da equipe. E a contenção mecânica 
imobiliza o paciente no leito, fazendo uso de faixas, por exemplo. 
NOTA
60
O posicionamento da equipe deve ser em semicírculo,	 evitando	 ficar	 nas	
costas do paciente durante a abordagem. Quando for iniciar o processo, é importante 
que comecem pelos ombros, pulso, quadril e joelho, para evitar que o paciente lute, 
podendo se machucar ou até mesmo machucar a equipe.
FIGURA 6 – CONTENÇÃO FÍSICA DO PACIENTE
FONTE: Silva et al. (2015, p. 8)
Já a contenção mecânica precisa de alguns materiais, como uma maca ou 
leito com uma altura mais baixa, ambiente privativo, atadura de crepe, algodão, gazes, 
compressas	cirúrgicas,	 lençóis,	talas,	fita	adesiva	e	também	braçadeira	de	contenção	
(RIBEIRÃO PRETO, 2018). 
Após o preparo dos materiais, é importante colocar o paciente em posição 
anatômica, membros inferiores um pouco afastados e os membros superiores com 
as mãos voltadas para cima. É importante que a abordagem seja feita por pelo menos 
cinco profissionais, para evitar que o paciente se mova bruscamente, como no caso 
anterior.	 	Os	profissionais	devem	ficar	um	em	cada	membro	e	um	no	tórax	durante	o	
processo de contenção física. 
 
Cabe ressaltar que nunca devemos realizar uma contenção física por conve-
niência	 dos	profissionais	de	 saúde,	nem	como	forma	de	punição ou disciplina do 
paciente. Sempre que for necessário, é fundamental explicar para a família o motivo do 
processo, como será realizado e deixar claro que não tem nenhum caráter punitivo. 
61
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• A segurança do paciente é essencial durante o atendimento de enfermagem, 
prevenindo agravos, reduzindo riscos e melhorando a qualidade do atendimento. 
• Existem cinco protocolos para garantir a segurança do paciente e auxiliar os 
profissionais	da	saúde.
• O ambiente seguro também é importante para o paciente, seja este ambiente a sua 
casa ou uma unidade hospitalar.
• A segurança do paciente não tem relação apenas com o ambiente físico, mas também 
com	a	idade,	condições	fisiológicas,	patologias	presentes,	hábitos	e	estilo	de	vida.
• A contenção de pacientes não é algo ruim, do ponto de vista de prevenção de 
agravos, sendo necessário, às vezes, a imobilização para evitar que o próprio 
paciente se machuque. Mas a contenção nunca deverá ser usada como forma de 
punição ou correção do paciente, pois trata-se de um mecanismo extremo.
62
1 A segurança do paciente é um assunto recente, embora fundamental. O Ministério da 
Saúde, em 2013, criou o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Com 
isso, foram estabelecidos cinco protocolos essenciais para evitar erros e danos. Sobre 
eles,	analise	as	sentenças	a	seguir	e	classifique	V	paras	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
 
(			)	 As	 mãos	 dos	 profissionais	 de	 saúde	 podem	 transmitir	 microrganismos	 de	 um	
paciente	 para	 o	 outro,	 ou	 até	mesmo	do	 profissional	 de	 saúde	 para	 o	 paciente	
durante um procedimento ou um cuidado, por isso a higienização delas é um 
protocolo de segurança para o paciente. 
( ) A cirurgia segura não é um protocolo de segurança, pois todo procedimento 
cirúrgico já é seguro, não sendo necessária nenhuma checagem para garantir a 
segurança do procedimento. 
( ) A administração de medicamento é a aplicação de fármacos no organismo por meio 
de uma das várias vias possíveis, conforme a proposta terapêutica e prescrição 
medicamentosa, sendo necessário realizar a checagem dos nove certos.
( ) O protocolo de prevenção de úlceras por pressão é fundamental para o bem-
estar do paciente, além disso, o seu aparecimento pode retardar o processo de 
recuperação do paciente, aumentando o seu tempo de internação.
Assinale a alterna tiva que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) F – V – V – F.
b) ( ) V – F – V – V.
c) ( ) F – F – V – F.
d) ( ) V – V – F – V.
2	 A	segurança	do	paciente	é	a	principal	preocupação	dos	profissionais	da	área	da	saú-
de, por isso é preciso sempre pensar na segurança do ambiente. Sobre a segurança 
do ambiente, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O ambiente só oferece risco físico, portanto, se todas as barreiras forem 
removidas, por exemplo, o risco no ambiente é nulo. 
b) ( ) Pesando nos riscos de um ambiente hospitalar, temos apenas o calor e o ruído 
como fatores importantes. 
c) ( ) A iluminação é um fator importante para evitar riscos, como quedas do paciente 
e	dos	profissionais	de	saúde,	assim	como	é	importante	para	que	os	profissionais	
possam realizar os cuidados diretos com o paciente de maneira segura. 
d) ( ) As quedas não caracterizam um problema de saúde pública, mas aumentarem 
o tempo de hospitalização do paciente.
AUTOATIVIDADE
63
3 A segurança do paciente, além de estar relacionada a fatores ambientais, também 
envolve a questão do desenvolvimento biológico do indivíduo. O desenvolvimento 
físico, portanto, pode criar barreiras e ameaçar a segurança do paciente. Sobreos 
fatores	que	influenciam	a	segurança	do	paciente,	podemos	afirmar:
a) ( ) O envenenamento por chumbo é mais comum em crianças e adolescentes. 
b) ( ) Na fase da adolescência os riscos mudam, pois é a fase das novas descobertas, 
início da independência dos pais, pois nessa fase, sair com os amigos é algo 
novo, porém, junto com isso vem a possibilidade de uso de álcool e drogas, que 
trazem riscos para a saúde do adolescente. 
c) ( ) Os riscos na fase adulta são os mesmo que os da adolescência, pois tudo que é 
vivido é novo e o indivíduo ainda não tem maturidade para julgar os riscos que 
as	suas	ações	podem	trazer	para	sua	vida.	
d)	(			)	 Em	 relação	 ao	 fator	 idade,	 os	 idosos	 não	 apresentam	mudanças	 fisiológicas,	
mas os medicamentos podem aumentar as chances de riscos para a saúde. 
4 A administração de medicamentos conta com a ajuda do protocolo dos nove certos, 
visando evitar erros na administração de medicamentos. Descreva cada um dos nove 
certos. 
5 A contenção do paciente só deve ser realizada quando nenhuma outra inversão 
for possível, como a verbal e a medicamentosa (quando recomenda pelo médico). 
Nesse caso, pode ser empregado o isolamento, a contenção física ou a contenção 
mecânica. Sobre a contenção mecânica, quais são os materiais necessários?
64
65
SINAIS VITAIS
1 INTRODUÇÃO
O corpo humano apresenta parâmetros fisiológicos, ou seja, dados expressos 
dentro da normalidade, sendo chamados de sinais vitais.	Diariamente,	o	profissional	
de	saúde	precisa	avaliar	as	condições	do	paciente,	de	forma	que	a	normalidade	desses	
dados é algo importante, uma vez que indica a melhora de um quadro patológico ou o 
efeito de uma medicação. 
 
Os sinais vitais foram, por muitos anos, mensurados apenas em quatro 
parâmetros: pressão arterial, pulso, respiração e temperatura. Porém, observou-se 
que	a	dor,	mesmo	sendo	indicativo	de	uma	anormalidade,	tem	capacidade	de	influenciar	
diretamente nesses parâmetros vitais. A partir do ano 2000, incluiu-se a dor como 
avaliação, passando a ser, então, cinco sinais vitais. 
2 OS SINAIS VITAIS
Podemos	 afirmar	 que	 os	 sinais	 vitais	 são	 informações fisiológicas que 
refletem	 a	 condição do paciente, orientando, muitas vezes, a tomada de decisão 
sobre o tratamento de uma patologia, assim como a respeito da resposta ao tratamento. 
Além	disso,	os	sinais	vitais	possibilitam	identificar	as	necessidades	básicas	do	paciente,	
portanto,	a	verificação	desses	sinais	caracteriza	uma	maneira	rápida	e	eficiente.	
Cotidianamente, a equipe de enfermagem faz a monitorização dos sinais 
vitais, realizando essa aferição sempre que necessário. Conforme mencionado, ao todo 
são cinco sinais importantes: temperatura corporal, pulso, respiração, pressão arterial e 
dor. A seguir, estudaremos cada um deles.
2.1 TEMPERATURA CORPORAL 
A temperatura corporal é a diferença entre a quantidade de calor que o corpo 
produz e a quantidade de calor que ele perde para o ambiente externo. 
Sabemos	que	existem	variações	de	temperatura	no	ambiente,	porém	o	corpo	
consegue	manter	 uma	 temperatura	 ideal	 que	 garante	 as	 condições	 fisiológicas	 e	 o	
bom funcionamento do corpo (POTTER; PERRY, 2013). De qualquer forma, o valor de 
temperatura corporal pode variar conforme podemos observar no Quadro 1:
UNIDADE 2 TÓPICO 2 - 
66
QUADRO 1 – VALORES DE TEMPERATURA CORPORAL DO CORPO
FONTE: A autora
 
Veremos que alguns fatores interferem na variação da temperatura corporal, 
como é o caso da idade. Os recém-nascidos apresentam um controle de temperatura 
imaturo, enquanto os idosos apresentam uma regulação eficiente, porém com uma 
faixa mais estreita, isto é, os idosos, em dias frios, por exemplo, mantêm a temperatura 
corporal de 36 °C devido ao seu mecanismo de controle de temperatura se encontrar em 
processo de deterioração fisiológica. Outro fator diz respeito aos exercícios físicos, 
uma vez que eles aumentam o metabolismo corporal, podendo a temperatura 
corporal chegar em até 41 °C e ainda ser considerado normal. Apesar da elevação da 
temperatura, ela é temporária, voltando ao normal algum tempo após a atividade física. 
 
A variação hormonal	 também	 pode	 influenciar	 a	 variação	 de	 temperatura	
corporal, como acontece durante o ciclo menstrual. Nesse caso, quando a concentração 
da	progesterona	está	baixa,	a	temperatura	corporal	também	fica	mais	baixa,	aumentando	
quando ocorre o aumento desse hormônio e, consequentemente, a ovulação. Essa 
variação de temperatura também pode ocorrer durante a menopausa, provocando as 
ondas de calor comuns nesse período. Já o estresse físico também pode causar variação 
na temperatura, pois ele tem variação tanto hormonal quanto neural, apresentando um 
aumento do metabolismo. 
A febre é um aumento anormal da temperatura corporal. Ela é um meca-
nismo de defesa importante, ou seja, é ativada pelo sistema imune, que leva à redução 
da concentração de ferro no plasma do sangue, inibindo o crescimento bacteriano. Po-
rém, se a infecção não for resolvida rapidamente, a febre aumenta a frequência cardíaca 
e a frequência respiratória. 
O ambiente é outro fator importante, pois os dias frios ou muito quentes 
afetam, principalmente, os lactantes e idosos, devido ao mecanismo de 
regulação menos eficiente (POTTER; PERRY, 2013). 
ATENÇÃO
67
Quando falamos em temperatura, devemos considerar, ainda, dois conceitos: 
a hipotermia (redução da temperatura corporal abaixo de 35 °C) e a hipertermia (acima 
de 37,2 °C), lembrando que esse valor é para a temperatura corporal aferida nas axilas 
(POTTER; PERRY, 2013). Em relação aos locais de aferição de temperatura, temos:
• Aferição oral: é a aferição da temperatura na boca. Tem como desvantagem a 
leitura lenta da temperatura (cerca de sete minutos), além do risco de contaminação 
do	termômetro	devido	ao	contato	com	fluidos.	Não	é	indicada	para	crianças	nem	
pacientes inconscientes. 
• Aferição retal: é a aferição de maior precisão, porém é um método desagradável, 
devido ao local de aferição. Esse local é indicado em pacientes com grandes 
queimaduras, por exemplo, sendo contraindicado em crianças recém-nascidas e 
pacientes com doenças intestinais. 
• Aferição axilar: é a menos precisa, porém a mais usada devido à facilidade de 
acesso. Mas é importante lembrar que a sudorese intensa pode prejudicar a aferição 
da temperatura, sendo necessário fazer a secagem das axilas antes de iniciar o 
procedimento. 
• Aferição timpânica: é um método rápido, porém tem um custo elevado, pois o 
termômetro	 utilizado	 é	 específico.	Normalmente	 é	 precisa,	mas	 a	 quantidade	de	
cerume presente no canal auditivo pode interferir na aferição da temperatura. 
A técnica de aferição da temperatura é simples e fácil, mas precisa de cuidados 
para evitar a contaminação cruzada, por exemplo. Antes de iniciar o procedimento, é 
importante realizar a higiene das mãos. 
Em seguida, separar os materiais (algodão embebido em álcool, termômetro, 
caneta e papel para anotação), depois ir até o paciente e explicar o procedimento a 
ser	realizado.	Ao	finalizar	a	aferição,	deve-se	limpar	o	limpar	o	termômetro	com	álcool	
(haste	para	bulbo)	e	guardar	o	termômetro.	Nesse	momento,	o	profissional	deve	realizar	
a	higienização	das	mãos	e,	por	fim,	registrar	o	local	em	que	foi	aferida	a	temperatura,	
assim como o valor encontrado (POTTER; PERRY, 2013). 
2.2 PULSO 
Primeiramente, devemos considerar que o sistema circulatório do nosso cor-
po apresenta duas bombas, e juntas elas formam o coração. A bomba direita faz o 
bombeamento	do	sangue	para	os	pulmões,	enquanto	a	esquerda faz para todos os 
órgãos periféricos do corpo. Esse bombeamento possui dois momentos, isto é, a sís-
tole (quando os ventrículos do coração contraem bombeando o sangue) e a diástole 
(quando os ventrículos relaxam, se enchendo de sangue). 
O pulso é palpável, sendo percebido em vários pontos do corpo. A sua frequên-
cia	é	mensurada	a	partir	do	número	de	pulsações	por	minutos.	
68
QUADRO 2 – FREQUÊNCIACARDÍACA
FONTE: A autora
Os locais de aferição do pulso podem ser: radial, femoral, carotídeo e temporal. 
Além da frequência, é importante avaliar a sua amplitude, ou seja, o grau de enchimento 
(cheio	ou	filiforme),	o	qual	irá	indicar	se	o	coração	tem	um	batimento	forte.	
FIGURA 7 – LOCAIS DE AFERIÇÃO DE PULSO 
FONTE: Brasil (2003, p. 80)
A regularidade dos batimentos também é importante, indicando se o pulso 
é rítmico ou arrítmico. Resumidamente, temos o Quadro 3, detalhando a variação do 
pulso quanto à frequência e ao ritmo:
QUADRO 3 – VARIAÇÕES DE RITMO DO PULSO
FONTE: A autora
69
O pulso sofre variações com a idade, apresentando um número maior de 
batidas por minutos no lactente e reduzindo até a chegada da idade adulta. Existe uma 
variação aceitável para cada idade, conforme o Quadro 4:
QUADRO 4 – PARÂMETROS DE PULSO POR MINUTO DE ACORDO COM A IDADE 
FONTE: A autora
Os valores encontrados na avaliação do pulso pode ser normocardia, ou seja, 
quando a frequência de batimentos por minutos está dentro do padrão esperado para a 
idade; bradicardia, quando a frequência está abaixo do normal; e taquicardia, quando a 
frequência está acima do normal. 
Embora o pulso possa variar, existem alguns fatores que podem aumentar a sua 
frequência, portanto devem ser considerados durante a avaliação. 
O aumento do pulso,	 por	 exemplo,	 é	 influenciado	 por	 atividades	 físicas	 de	
curta duração, temperaturas ambientais elevadas, estado febril, dor aguda, crise de 
ansiedade,	hemorragia,	mudanças	posturais	bruscas	e	uma	oxigenação	ineficiente.	
Já a redução da frequência do pulso está relacionada com atividade física 
em atleta já condicionado, hipotermia, dores intensas, medicamentos digitálicos e o 
repouso prolongado, principalmente se o paciente permanecer deitado. Além disso, o 
horário de aferição	 também	 influencia,	 pois,	 nosso	corpo	está	em	sua	capacidade	
máxima por volta das quatro horas da tarde, e em sua atividade basal por volta das 
quatro horas da manhã, sendo necessário, então, sempre registrar o horário da aferição 
(POTTER; PERRY, 2013). 
Lembrando que a bradisfigmia se dá quando o pulso está fino e com 
frequência menor do que o esperado para a idade, enquanto a taquisfigmia 
ocorre quando o pulso fino está acima do número esperado por minuto. 
NOTA
70
A técnica de aferição do pulso é simples e rápida, porém necessita de cuidados 
e	de	uma	sequência.	Primeiramente,	o	profissional	deve	realizar	o	preparo dos mate-
riais, como relógio de pulso, caneta e papel para o registro. Em seguida, deve higienizar 
as mãos e explicar para o paciente o procedimento, e, depois, posicionar o paciente de 
maneira	confortável,	encontrar	o	pulso	no	local	de	escolha	e	fazer	a	contagem.	Ao	final,	
recoloque o paciente na posição que ele preferir, faça a higiene das mãos e registre o 
valor encontrado, o local aferido e o horário da aferição (POTTER; PERRY, 2013). 
2.3 RESPIRAÇÃO 
 
Sabe-se que os seres humanos precisam absorver oxigênio e liberar dióxido 
de carbono do organismo para sobreviver. Isto é, a respiração, mecanismo que permite 
essa troca gasosa entre a atmosfera e o sangue, e o sangue e as células. Na respiração, 
avaliamos a ventilação,	ou	seja,	o	movimento	de	gases	dentro	dos	pulmões,	e	também	
a difusão, o movimento de oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e as hemá-
cias. Temos, ainda, a perfusão, a distribuição das hemácias para os capilares pulmo-
nares. A difusão e a perfusão podem ser avaliadas pelo nível de saturação de oxigênio. 
A	eficiência	da	respiração	deve	ser	avaliada	em	três	processos:	a	ventilação,	a	
profundidade e o ritmo. A ventilação é a frequência de movimentos respiratórios por 
minuto, sendo que uma inspiração e uma expiração é um movimento. No segundo 
caso,	a	profundidade	pode	ser	normal,	profunda	ou	superficial,	isso	depende	da	força	
que o indivíduo faz durante a respiração. Por último, o ritmo pode ser regular ou irregular 
(SANTOS; PASSOS, 2015).
O tipo de respiração pode variar em respiração torácica (mais comum em 
mulheres), são movimentos respiratórios apenas torácicos; em respiração abdominal 
ou diafragmática, quando os movimentos respiratórios são abdominais, mais comum 
em homens. E a respiração mista ou tóraco-abdominal, mais frequente em crianças. 
Em relação ao ritmo respiratório, temos:
• Taquipneia:	respiração	rápida,	superficial.	Normalmente	ocorre	em	pacientes	com	
febre, ansiedade ou alguma síndrome restritiva como derrame pleural, doença 
intersticial ou edema pulmonar. 
• Hiperpneia: aumento da frequência respiratória acompanhada de aumento da 
amplitude dos movimentos respiratórios. Ela pode ocorrer em quadro de febre, 
ansiedade e acidose metabólica. 
• Bradipneia: redução do número de movimentos respiratório, ocorrendo um número 
bem	baixo	de	incursões	respiratória	por	minuto.	Ela	pode	ocorrer	devido	a	inúmeras	
situações	como	lesões	neurológicas,	depressão	do	centro	respiratório	decorrente	
do uso de drogas e pode inclusive culminar em uma parada respiratória. 
71
• Apneia: ausência dos movimentos respiratórios por um período prolongado. 
Ela pode ocorrer em indivíduos que têm apneia do sono, em que durante o sono 
ficam	alguns	minutos	sem	respirar,	causando	hipoxemia	e	podendo,	ainda,	ocorrer	
arritmias cardíacas e até a morte.
• Respiração suspirosa: ocorre quando os movimentos respiratórios são interca-
lados de suspiros, causando desconforto e fadiga. Normalmente esse quadro está 
relacionado	a	conflitos	emocionais.	
A frequência respiratória está relacionada com a idade, como apresenta a 
descrição do Quadro 5: 
QUADRO 5 – VALORES RELATIVOS AOS CICLOS RESPIRATÓRIOS (UMA INSPIRAÇÃO E UMA EXPIRAÇÃO) 
POR IDADE
FONTE: A autora
 
Sendo	 assim,	 alguns	 fatores	 podem	 influenciar	 diretamente	 na	 frequência	
respiratória, portanto, devemos observá-los. 
A realização de alguma atividade física ou até mesmo o banho, antes de realizar 
a aferição da frequência cardíaca, podem falsear o resultado para mais, assim como a 
ansiedade	e	o	uso	de	algumas	medicações.	Enquanto	o	tabagismo,	a	dor	e	a	presença	
de alguma lesão neurológica podem causar a redução da frequência respiratória (SAN-
TOS; PASSOS, 2015). 
 
A técnica para a avaliação da frequência cardíaca consiste em preparar os 
materiais adequados: relógio com ponteiro de segundos, papel e caneta para o registro 
do resultado obtido. 
É recomendando que a avaliação dos sinais vitais seja realizada após a 
avaliação do pulso, porque desse modo o paciente não precisa ser reposicionado 
novamente. É importante que o paciente esteja em uma posição confortável e capaz de 
permitir	que	o	profissional	visualize	seu	tórax	para	realizar	a	contagem.	
Durante	 um	minuto,	 o	 profissional	 irá	 realizar	 a	 contagem	 e	 em	 seguida	 irá	
registrar o valor encontrado de frequência respiratória, as características da respiração 
e a posição do paciente durante a avaliação (SANTOS; PASSOS, 2015). 
72
2.4 PRESSÃO ARTERIAL 
A pressão arterial é a força exercida sobre as paredes de uma artéria pelo 
sangue que pulsa sob pressão do coração. 
O	 sangue	flui	 por	meio	 do	sistema circulatório por causa da mudança de 
pressão. Ele se move de uma área de alta pressão para uma área de baixa pressão. 
Assim, a pressão máxima é quando ocorre a ejeção de sangue para aorta (sístole), e 
a pressão mínima ocorre quando os ventrículos relaxam e o sangue que permanece 
nas artérias (diástole).
 
Para medir a pressão arterial, é recomendado que o paciente esteja sentado. 
Porém, em alguns casos, a pressão arterial deve ser realizada na posição ortostática, 
principalmente quando é a primeira avaliação de pacientes idosos, diabéticos, alcoóla-
tras e pacientes em uso de medicação anti-hipertensiva. 
Apesar da técnica ser simples, é importante ter alguns cuidados, como a utiliza-
ção de aparelhos devidamente calibrados e no tamanho ideal para o tamanho do braço 
do paciente (POTTER; PERRY, 2013). 
FIGURA 8 – POSIÇÃO SENTADA PARA A AFERIÇÃO DA PRESSÃOARTERIAL
FONTE: . Acesso em: 14 set. 2021.
73
Antes de iniciar o procedimento, é importante explicar como ele será realizado 
e orientar o paciente para que ele permaneça de cinco a dez minutos sentado em um 
local com temperatura agradável e ambiente calmo. 
É imprescindível também que o paciente não tenha realizado nenhuma ativi-
dade física na última hora, não esteja com bexiga cheia e, nos últimos 30 minutos, não 
tenha ingerido algum alimento, café, bebida alcoólica ou fumado. Além disso, o paciente 
deve estar com os pés apoiados e não pode cruzar as pernas
É preciso, ainda, escolher o manguito de tamanho correto, de acordo com a 
circunferência	do	braço	do	paciente,	considerando	que	ele	deve	ter	a	largura	de	40%	
da	circunferência	do	braço	e	envolver	pelo	menos	80%	do	braço	do	paciente.	O	passo	a	
passo para realizar a aferição da pressão é:
• Passo 1: o manguito deve ser posicionado de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, 
colocando a bolsa de borracha centralizada em cima da artéria braquial. 
• Passo 2:	 o	 braço	do	 paciente	 deve	ficar	 posicionado	na	 altura	 do	 coração,	 com	
o	 manguito	 direto	 na	 pele	 e	 a	 palma	 voltada	 para	 cima	 com	 o	 cotovelo	 fletido	
ligeiramente. 
• Passo 3: em seguida, deve-se realizar a manobra de Osler, que consiste em palpar 
o	pulso	radial	em	que	o	manguito	foi	colocado	e	inflar	o	manguito	até	que	o	pulso	
desapareça,	desinflando	em	seguida	rapidamente.	
• Passo 4: colocar a campânula do estetoscópio sobre a artéria braquial, na fossa 
antecubital, segurando com o indicador (evitar usar o dedo polegar para segurar a 
campânula, pois isso poderá confundir quanto aos sons das batidas do coração). 
• Passo 5:	 inflar	 o	 manguito	 rapidamente,	 até	 ultrapassar	 o	 valor	 estimado	
anteriormente no terceiro passo, ultrapassando 20 a 30 mmHg, em seguida, a 
deflação,	mantendo	uma	velocidade	constante	de	2	a	4	mmHg	por	segundo	até	
identificar	a	pressão	sistólica,	depois,	aumentar	a	velocidade	para	5	a	6	mmHg,	para	
evitar congestão venosa e desconforto para o paciente.
• Passo 6: a pressão sistólica deverá ser determinada no momento do aparecimento 
do	primeiro	som	(Fase	I	de	Korotkoff),	sendo	ele	seguido	de	batidas	regulares	que	se	
intensificam	com	o	aumento	da	velocidade	de	deflação.
• Passo 7: a pressão diastólica será determinada no desaparecimento do som (Fase 
V	de	Korotkoff).	Porém,	deve-se	auscultar	cerca	de	20	a	30	mmHg	abaixo	do	último	
som	para	 confirmar	 seu	desaparecimento	 e	 depois	 proceder	 à	 deflação	 rápida	 e	
completa. 
• Passo 8:	 por	 fim,	 registrar	 os	valores	 encontrados	 e	 também	o	membro	 que	 foi	
aferido, assim como a posição do paciente e o tamanho do manguito.
Se for necessário realizar uma nova aferição, é importante aguardar de 1 a 2 
minutos antes de realizar a nova aferição. 
74
O tamanho do manguito é importante ser respeitado, pois ele é fundamental 
para que seja realizada uma aferição correta (Quadro 6). 
QUADRO 6 – DIMENSÕES DA BOLSA DE BORRACHA PARA BRAÇOS DE DIFERENTES CIRCUNFERÊNCIAS
FONTE: Adaptado de Pickering et al. (2005)
Existem	algumas	situações	que	são	especiais,	como	é	o	caso	da	largura	da	bol-
sa	de	borracha	do	manguito	para	atender	crianças,	devendo	ser	no	máximo	40%	da	cir-
cunferência	do	braço,	e	o	comprimento	deve	envolver	de	80	a	100%	da	circunferência.	A	
pressão	diastólica	deve	ser	determinada	na	Fase	V	de	Korotkoff	(POTTER;	PERRY,	2013).	
Já em idosos, é importante observar dois aspectos, primeiro que há um número 
maior de hiato auscultatório, ou seja, ocorre o desaparecimento dos sons na ausculta 
entre	a	Fase	I	e	a	II	dos	sons	de	Korotkoff.	Esse	achado	é	importante	para	não	subesti-
mar a pressão real sistólica e nem superestimar a pressão diastólica. 
Outro aspecto é a pseudo-hipertensão que pode ocorrer devido ao 
enrijecimento da parede da artéria, causando o aumento falso da pressão arterial. 
Essa situação pode ser detectada ao realizar a manobra de Osler, o passo três, descrito 
anteriormente, na técnica de aferição da pressão arterial (POTTER; PERRY, 2013). 
2.5 DOR 
 
Em primeiro lugar, é fundamental compreender que a dor é sentida de maneira 
diferente por cada paciente, podendo ocorrer em várias intensidades. A avaliação da dor 
busca	identificar	a	sua	etiologia	e	também	a	sensação	do	paciente,	pois	ela	é	individual.	
A	 identificação	da	 intensidade	é	 importante,	uma	vez	que	a	dor	afeta	outros	
sinais	 vitais.	 Desse	 modo,	 quando	 identificada	 a	 presença	 da	 dor,	 o	 paciente	 pode	
apresentar	alterações	nos	sinais	vitais	decorrentes	do	momento	de	dor,	voltando	aos	
parâmetros normais após seu controle (POTTER; PERRY, 2013). 
 
Com	isso,	a	avaliação	da	dor	deve	ser	feita	com	instrumentos	específicos	que	
considerem a condição clínica do paciente, a faixa etária e o nível de consciência. 
Existem, ainda, diversos modelos de escalas, a seguir, observaremos as mais utilizadas:
75
• Escala Verbal Numérica: é um instrumento que realiza a avaliação da dor 
mensurando a sua intensidade em uma escala de zero a dez, sendo que zero é 
ausência completa de dor e dez corresponde a intensidade máxima de dor. Essa 
escala pode ser utilizada em crianças a partir de seis anos de idade. 
FIGURA 9 – ESCALA NUMÉRICA DE DOR
FONTE: A autora
• Pain Assessment in Advanced Dementia (PAINAD): esta escala avalia a dor em 
pacientes que apresentam alteração no estado cognitivo. Ela utiliza cinco pontos de 
comportando do paciente, como a respiração, vocalização negativa, expressão facial 
de linguagem corporal e consolabilidade. Na respiração, é pontuado zero quando 
a	respiração	está	normal,	um	quando	apresenta	alguma	dificuldade	de	respirar	ou	
apresenta período curto de hiperventilação, dois quando já apresenta respiração 
ruidosa, períodos prologados de hiperventilação ou respiração de Cheyne-stokes. 
Na vocalização, negativa zero quando não tem nenhuma resposta, um quando 
tem algum resmungo ou alguma fala de desaprovação, dois quando ocorrem 
choro ou gemidos altos. A expressão fácil recebe zero quando é inexpressiva ou 
tem sorrido, um quando apresenta tristeza, linhas de expressão franzidas e dois 
quando apresenta caretas. A linguagem corporal recebe zero quando se apresenta 
relaxada, um quando tem expressão tensa, andar angustiado ou inquietação, 
dois quando o corpo permanece rígido, joelhos encolhidos, punho cerrados. Em 
relação à consolabilidade, recebe zero quando não tem necessidade de consolar o 
paciente, um distraído e dois quando o paciente não é consolado ao toque. A soma 
da pontuação de 1-3 é considerada dor leve, 4-6 dor moderada e 7-10 dor intensa. 
• Escala Behavior Pain Scale (BPS): é uma escala utilizada para realizar a avaliação 
comportamental de dor em adultos sedados e intubados, ela considera a expressão 
facial, movimentos corporais e tolerância à ventilação mecânica.
A escala pode ser tanto numérica como em desenhos de carinha que mos-
tram a variação da intensidade da dor. A escala que utiliza desenhos é amplamente 
recorrente na pediatria.
76
FIGURA 10 – ESCALA MISTA COM DESENHOS E NÚMEROS PARA AVALIAÇÃO DA ESCALA DE DOR
FONTE: . Acesso em: 13 set. 2021.
É	importante	que	o	profissional,	durante	a	avaliação	da	dor,	sempre	se	atente	
ao relato do paciente, pois sabemos que cada pessoa irá sentir a dor de uma maneira 
diferente. Além disso, é preciso escolher a escala de acordo com as condições do 
paciente,	 afinal,	não	adianta	escolher	uma	escala	de	número	para	uma	criança	que	
ainda nem os conhece, por exemplo (POTTER; PERRY, 2013). 
77
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
•	 Os	sinais	vitais	são	dados	fisiológicos	sobre	a	condição	do	paciente	naquele	dado	
momento, podendo estar ou não alterados. 
• A temperatura corporal tem um limiar normal de 36 °C a 37,2 °C, e quando está 
acima deste valor é um estado febril, e abaixo é hipotermia. Porém, é importante 
observar	algumas	variáveis,	como	atividade2.2 AVALIAÇÃO DOS CUIDADOS PRESTADOS E DOS OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS ......36
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 38
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 42
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 43
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45
UNIDADE 2 — PRINCÍPIOS PARA A PRÁTICA DE ENFERMAGEM ......................................47
TÓPICO 1 — SEGURANÇA DO PACIENTE ............................................................................ 49
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 49
2 A SEGURANÇA DO PACIENTE ......................................................................................... 49
2.1 SEGURANÇA DO AMBIENTE .............................................................................................................54
2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM A SEGURANÇA DO PACIENTE ..................................................56
2.3 CONTENÇÃO DO PACIENTE .............................................................................................................59
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 62
TÓPICO 2 - SINAIS VITAIS .................................................................................................. 65
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 65
2 OS SINAIS VITAIS ............................................................................................................. 65
2.1 TEMPERATURA CORPORAL .............................................................................................................65
2.2 PULSO .................................................................................................................................................. 67
2.3 RESPIRAÇÃO ......................................................................................................................................70
2.4 PRESSÃO ARTERIAL ......................................................................................................................... 72
2.5 DOR ....................................................................................................................................................... 74
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................... 77
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................78
TÓPICO 3 - EXAME FÍSICO ..................................................................................................79
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................79
2 O EXAME FÍSICO ...............................................................................................................79
2.1 PREPARO DO AMBIENTE PARA O EXAME FÍSICO........................................................................ 79
2.2 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO FÍSICA ................................................................................................ 80
2.3 INSPEÇÃO GERAL DOS SISTEMAS E ÓRGÃOS ............................................................................82
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 89
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 93
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 94
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................97
UNIDADE 3 — PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES ................................................99
TÓPICO 1 — CARÁTER DA INFECÇÃO ................................................................................ 101
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 101
2 O CARÁTER DA INFECÇÃO ............................................................................................. 101
2.1 CADEIA DE INFECÇÃO ....................................................................................................................102
2.2 PROCESSO INFECCIOSO .................................................................................................................103
2.3 FATORES QUE INTERFEREM NO CONTROLE E NA PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES ............104
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................106
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................107
TÓPICO 2 - HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .............................................................................109
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................109
2 A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .......................................................................................... 110
2.1 HIGIENIZAÇÃO SIMPLES ...................................................................................................................110
2.2 ASSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS .................................................................................................116
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 118
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 119
TÓPICO 3 - PREPARO DE AMBIENTE ESTÉRIL ................................................................ 121
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 121
2 O PREPARO DO AMBIENTE ESTÉRIL ............................................................................. 121
2.1 PREPARAÇÃO DE CAMPO ESTÉRIL .............................................................................................. 122
2.2 PREPARO E PARAMENTAÇÃO DE AVENTAL E LUVAS ESTÉREIS ......................................... 124
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 127
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................136
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 137
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................139
1
UNIDADE 1 - 
CONHECIMENTO CRÍTICO NA 
PRÁTICA DE ENFERMAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• elaborar e realizar a coleta de dados, abordando todas as necessidades 
biopsicossociais dos pacientes;
• realizar os diagnósticos de enfermagem com base nas necessidades de cuidados 
do paciente;
• aplicar os diagnósticos de enfermagem com base nos cuidados necessários;
• estabelecer prioridades e avaliar os cuidados prestados, com base nas prioridades 
do indivíduo.física,	temperatura	ambiente	e	variações	
hormonais.
•	 O	pulso	reflete	as	condições	de	funcionamento	do	coração,	sendo	que	cada	idade	
apresenta uma faixa de batimentos por minutos considerada normal. 
•	 A	frequência	 respiratória	 reflete	a	quantidade	de	vezes	por	minuto	que	a	pessoa	
inspira/expira, sendo que essa frequência pode variar com a idade. 
• A pressão arterial é a força do sangue nas paredes arteriais, sendo a sistólica a 
maior, e a diastólica a menor. 
•	 A	 dor	 é	 considerada	 um	 sinal	 vital	 e	 quando	 está	 presente	 pode	 influenciar	 em	
outros sinais vitais. É importante considerar a dor conforme o relato do paciente, 
pois a sensibilidade é individual. 
78
1	 Sobre	 os	 sinais	 vitais,	 sabemos	 que	 são	 informações	 fisiológicas	 que	 refletem	 a	
condição do paciente. Por muitos anos, eram apenas quatro sinais vitais avaliados, 
porém, foi observado um quinto sinal, que quando presente tinha a capacidade de 
influenciar	os	outros	sinais.	Sobre	os	cinco	sinais	vitais,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a) ( ) Temperatura corporal, pulso, respiração, pressão arterial e dor. 
b)	(			)	 Temperatura	corporal,	frequência	de	evacuações,	pulso,	pressão	arterial	e	dor.	
c)	 (			)	 Frequência	respiratória,	frequência	cardíaca,	dor,	pressão	arterial	e	palpitações.
d) ( ) Pulso, respiração, dor, temperatura corporal e ictus cordis. 
2 A temperatura corporal é a diferença entre a quantidade de calor que o corpo produz e 
a quantidade de calor que ele perde para o ambiente externo. Ela pode variar dentro de 
um	padrão	fisiológico	considerado	normal.	Porém,	alguns	fatores	interferem	na	variação	
da temperatura corporal. A respeito de tais fatores, assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) Ambiente, ar-condicionado, febre, horário de aferição da temperatura.
b) ( ) Idade, exercícios físicos, variação hormonal e ambiente. 
c) ( ) Local de aferição da temperatura, idade, estação do ano, repouso.
d)	(			)	 Variação	hormonal,	exame	físico,	frequência	respiratória	e	inflamação.	
3 O sistema circulatório do nosso corpo possui duas bombas que formam o coração. 
Essas bombas exercem uma pressão na parede dos vasos sanguíneos, fazendo com 
que seja possível sentir o pulso em alguns pontos do corpo. Porém, o pulso pode 
sofrer	variação	de	ritmo.	Sabendo	dessas	variações,	podemos	afirmar	que:
a) ( ) Forte e regular é quando os batimentos são regulares e fracos. 
b) ( ) Fraco e regular é quando os batimentos são fortes e regulares.
c) ( ) Arrítmico é quando os batimentos são irregulares, podendo ser forte ou fraco. 
d) ( ) Arrítmico é quando os batimentos são regulares e fortes.
4	 A	 respiração	 pode	 sofrer	 variações	 quanto	 à	 frequência,	 ritmo	 e	 profundidade,	
sendo	classificada	de	acordo	com	essas	variações.	Descreva	os	ritmos	respiratório	e	
exemplifique	situações	em	que	eles	podem	ocorrer	taquipneia,	hiperpneia,	bradipneia,	
apneia e respiração suspirosa. 
5	 A	aferição	da	pressão	arterial	é	importante	para	verificar	o	funcionamento	do	coração.	
Pode	sofrer	alterações	devido	a	distúrbios	patológicos,	mas	a	aferição	errônea,	ou	
seja,	 feita	 com	a	 técnica	 errada,	 também	pode	 influenciar.	 Diante	 disso,	 descreva	
detalhadamente o passo a passo da aferição da pressão arterial. 
AUTOATIVIDADE
79
TÓPICO 3 - 
EXAME FÍSICO
1 INTRODUÇÃO
O exame físico é	um	procedimento	simples,	mas	necessita	de	um	profissional	
que conheça as técnicas de avaliação corretamente, usando-as de maneira adequada. 
Quando pesamos no exame físico, imaginamos exames de imagem ou 
laboratoriais. No entanto, muitas vezes, observar, auscultar e palpar pode indicar o que 
há de errado, evitando realizar exames desnecessários. 
A execução do exame físico demanda, sobretudo, conhecimento anatômico, 
pois, a partir dele, será possível avaliar os sistemas e órgãos do corpo. 
2 O EXAME FÍSICO
O exame físico é um conjunto de técnicas para realizar a avaliação física de 
um	paciente.	Essas	técnicas	são	padronizadas	e	podem	ser	utilizadas	por	profissionais	da	
saúde que visam diagnosticar algum mau funcionamento do organismo, por exemplo, 
afinal,	diversos	distúrbios	podem	ser	diagnosticados	por	meio	do	exame	físico.	
A	partir	do	momento	em	que	o	profissional	avista	o	paciente,	o	início	do	exame	
já	iniciou,	pois,	o	profissional	irá	observar	o	paciente	como	um	todo,	ou	seja,	o	jeito	de	
andar, observando se já tem alguma alteração presente, seja na pele, deformidades 
corporais, obesidade e movimentos involuntários, por exemplo. 
Em	seguida,	começa	a	abordagem	ao	paciente,	de	modo	que	o	profissional	deve	
sempre	se	apresentar	e	se	referir	ao	paciente	pelo	nome.	A	confiança	do	paciente	pelo	
profissional	começar	a	ser	estabelecida	desde	o	primeiro	contato,	e	esse	fator	colabora	
para uma boa condução do exame físico. 
2.1 PREPARO DO AMBIENTE PARA O EXAME FÍSICO 
O ambiente para a realização do exame físico deve ser preparado antes de iniciar 
a abordagem. É fundamental a presença de uma boa iluminação, se possível iluminação 
natural, ambiente fresco e com odor agradável, sem barulhos ou ruídos. Se o 
ambiente tiver janelas, é importante que elas não tenham acesso por outras pessoas.
UNIDADE 2
80
Quanto aos equipamentos necessários, temos o prontuário, folha de registro, 
caneta,	 fita	 métrica,	 esfigmomanômetro,	 estetoscópio,	 luvas,	 termómetros,	 álcool	 e	
todos	os	demais,	os	quais	devem	estar	dentro	da	sala,	evitando	que	o	profissional	se	
ausente para buscar algum deles durante o exame físico. É importante, ainda, orientar a 
equipe que, enquanto a porta estiver fechada, ninguém deve interromper o atendimento, 
exceto se for um caso de urgência (POTTER; PERRY, 2013). 
2.2 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO FÍSICA 
 
As quatro técnicas utilizadas para a avaliação física são:
• inspeção; 
• palpação; 
• percussão; 
• ausculta.
Sobre a primeira (inspeção), trata-se de olhar, ouvir e cheirar cuidadosamente 
para distinguir se existe alguma anormalidade. Ela deve já ser iniciada no momento de 
contato	com	o	paciente,	portanto,	é	fundamental	que	o	profissional	de	saúde	não	tenha	
nenhum distúrbio na visão, no olfato e na audição. 
A palpação envolve um toque em busca de informações de anormalidades, 
por exemplo, a palpação da pele é importante para averiguar se há alguma diferença 
de temperatura, alguma massa palpável e a própria sensibilidade da pele do paciente. 
Durante esse momento, é importante explicar ao paciente antes de iniciar o processo 
e	também	verificar	se	as	mãos	do	profissional	apresentam	uma	temperatura	agradável,	
pois	a	mão	fria	do	profissional	causa	um	desconforto.	
Outra observação importante é o tamanho das unhas, o comprimento longo de uma 
unha pode causar danos à pele do paciente durante a palpação (POTTER; PERRY, 2013). 
De maneira geral, a inspeção acontece no momento de contato com o 
paciente, sendo realizada uma avaliação não verbal e sem contato físico. 
ATENÇÃO
81
FIGURA 11 – TÉCNICA DE PALPAÇÃO UTILIZANDO AS DUAS MÃOS
FONTE: Lobo (2018, p. 4)
Em relação à palpação, existem duas técnicas, a palpação leve	(ou	superficial)	e	
a palpação profunda. A primeira tem como objetivo identificar áreas de sensibilida-
de, enquanto a profunda examina órgãos e tem como objetivo encontrar alterações 
mais internas. 
Durante a palpação leve, pode ser utilizada somente uma mão, enquanto na palpa-
ção profunda é realizada a palpação bimanual,	ficando	a	mão	mais	sensitiva	do	profissio-
nal em contato com a pele do paciente e a outra sobreposta, para auxiliar a palpação. 
 
A	 técnica	 da	 percussão	 envolve	 batidas	 com	as	 pontas	 dos	 dedos,	 a	 fim	de	
identificar	as	vibrações	dos	tecidos	e	órgãos.	Os	tecidos mais densos apresentam um 
som mais silencioso, enquanto os tecidos menos densos apresentam um som oco. 
Essa variação de som é importante para avaliar se há presença de massa ou líquido em 
locais que não deveriam ter, por exemplo. 
FIGURA 12 – POSIÇÃO DAS MÃOS PARA REALIZAR A TÉCNICA DE PERCUSSÃO
FONTE: .Acesso em: 14 set. 2021.
Já a ausculta consiste em ouvir sons e ruídos do corpo utilizando o estetos-
cópio. Esse momento é importante porque qualquer som anormal em algum órgão, 
como	o	coração	ou	pulmão,	pode	ser	identificado	nessa	etapa.	
82
2.3 INSPEÇÃO GERAL DOS SISTEMAS E ÓRGÃOS
A inspeção geral, como já mencionamos, começa antes da primeira troca de 
palavras com o paciente. Com isso, alguns aspectos precisam ser considerados, como 
a idade, o jeito de andar, a postura e a agilidade. 
O comportamento do paciente também é importante, isto é, se ele tem uma 
postura calma ou apresenta inquietação. Além disso, a postura pode indicar se o 
paciente está com dor, quando ele apresenta uma postura mais curvada ou segurando 
uma parte do corpo, por exemplo. 
A inspeção inicial, então, consiste em observar o paciente como um todo, mas não 
com o olhar de julgamento, e sim em busca de alguma alteração (POTTER; PERRY, 2013). 
 
Em seguida, é fundamental conversar com paciente, perguntar seu nome, idade 
e qual a queixa principal, pois as vezes o paciente está ali para um exame de rotina 
ou porque já apresenta algum problema de saúde e quer fazer o acompanhamento. 
Portanto, nessa abordagem, é preciso ter um tom de empatia, pois, nesse momento, o 
profissional	começará	seu	vínculo	com	o	paciente.	Dentro	do	consultório,	após	a	primeira	
conversa, é preciso fazer a avaliação dos sinais vitais, lembrando sempre de registrá-
los de maneira completa. Realizado essa etapa, começa a avaliação do paciente como 
um todo, iniciando sempre pela cabeça. 
Devemos lembrar que é importante manter o estetoscópio higienizado, para 
que não leve nenhum microrganismo ao paciente, assim como friccioná-lo 
durante o período de ausculta no jaleco, evitando que ele seja colocado frio 
sobre na pele do paciente (POTTER; PERRY, 2013). 
ATENÇÃO
O exame físico completo é importante quando o paciente está realizando 
sua primeira consulta ou já se faz tempo que não é realizado o exame. 
Porém, se for um exame direcionado à queixa, o profissional pode verificar 
somente a queixa (POTTER; PERRY, 2013). 
IMPORTANTE
83
Na inspeção completa o início ocorre pela pele, cabelo e unhas, avaliando a 
coloração da pele (se ela é uniforme ou não) do paciente e observando a sua simetria. 
Pode ocorrer alteração de cor devido a exposição solar, mas se houver perda de 
pigmentação, precisa ser investigado, pois pode ser o início de um quadro de vitiligo, por 
exemplo.	A	coloração	também	é	importante	para	identificar	cianose,	icterícia	e	eritema,	
alterações	que	são	encontradas	frequentemente	(POTTER;	PERRY,	2013).	
FIGURA 13 – INSPEÇÃO DA PELE COM LUPA
FONTE: SBD (2019, p. 7)
A hidratação da pele é essencial, principalmente em períodos de calor, pois a 
perda de água pode levar desde uma desidratação leve até uma mais severa, colocando 
a vida do paciente em risco. 
A	 temperatura	 também	precisa	 ser	verificada,	 pois	 o	 quadro	 febril	 irá	 indicar	
que há algo anormal, podendo ser uma reação local ou sistêmica. Já textura da pele 
normalmente	é	lisa,	macia	e	flexível,	mas	não	é	uniforme,	nas	mãos	e	pés	ela	é	mais	fina,	
já com o envelhecimento ocorrem mudanças devido à perda de colágeno. 
A busca por irregularidades e mudanças	na	pele	é	importante	para	identifi-
cação	de	lesões	que	possam	estar	ainda	no	início.
 
O turgor refere-se à elasticidade da pele, sendo maior em crianças, e com 
o	avançar	da	idade,	vai	reduzindo	de	maneira	fisiológica.	Quando	o	turgor	é	mais	fraco	
ao pinçar a pele, ela permanece pinçada por um tempo, antes de voltar ao seu estado 
normal. Essa perda de turgor aumenta as chances de danos na pele do paciente. 
84
FIGURA 14 – TURGOR DA PELE REPRESENTADA EM UM IDOSO
FONTE: . Acesso em: 14 set. 2021.
Na	pele	ainda	podem	ser	encontradas	alterações	de	vascularização, como a 
presença de petéquias, ou seja, pontos avermelhados na pele, edema (presença de 
líquido),	lesões	que	podem	ser	em	decorrência	de	algum	corte	acidental,	ou	até	mesmo	
uma lesão inicial maligna, como um tumor de pele. 
A inspeção do couro cabeludo buscar ver a higiene, os aspectos do cabelo, a 
presença	de	lesões	e	se	existe	algum	parasita	instalado,	como	o	piolho.	Não	é	incomum	
avaliarmos	e	identificarmos	a	alopecia, isto é, queda de cabelo. Ela pode ocorrer devido 
a fatores emocionais, como a ansiedade, ou pela falta de alguma vitamina, sendo impor-
tante investigar a causa (POTTER; PERRY, 2013). 
 
As	 unhas	 são	 fontes	 importantes	 de	 informação,	 pois	 refletem	 o	 estado	 de	
nutrição, a ocupação do paciente e seus hábitos de higiene. Apenas com uma olhada nas 
mãos	do	paciente	conseguimos	coletar	diversas	informações,	lembrando	que	a	higiene	
não é estar com as unhas esmaltadas, mas limpas e cortadas. Em seguida, passamos 
para a avaliação da cabeça e do pescoço. Na cabeça, iremos realizar a inspeção e a 
palpação em busca de alguma alteração que possa estar visível ou palpável. 
O cabelo e o couro cabeludo são outros pontos de inspeção. No corpo 
existem dois tipos de cabelos: a penugem, mais fina e macia, e o cabelo, 
mais espesso e grosso. A penugem recobre o corpo como um todo e 
o cabelo é encontrado no couro cabeludo, axilas, região pubiana e na 
barba dos homens. 
NOTA
85
No exame dos olhos é importante avaliar a acuidade visual, não com a intenção 
de	substituir	o	exame	oftalmológico,	mas	sim	tentando	identificar	alguma	alteração	para	
que possa ser encaminhado para uma avaliação especializada. Nessa etapa, se houver 
condições,	pode	ser	 realizado	o	teste	utilizando	o	quadro	de	Snellen,	padronização	e	
aceito para a avaliação de acuidade visual. 
Deve-se, ainda, realizar a avaliação da estrutura externa dos olhos, como a 
posição e o seu alinhamento; a posição das sobrancelhas e a sua distribuição de pelos; 
a cor das pálpebras, direção dos cílios e sua elasticidade; e observar o sistema lacrimal, 
pois	ele	é	um	local	propenso	a	infecções	(POTTER;	PERRY,	2013).	
FIGURA 15 – QUADRO DE SNELLEN
FONTE: . Acesso em: 14 set. 2021.
A avaliação dos ouvidos busca determinar a sua integridade auditiva e sua 
acuidade. É importante avaliar inspecionando e palpando o ouvido externo. Já a parte 
interna necessita de um otoscópio	para	avaliar	a	presença	de	 lesões,	transparência	
timpânica	e	a	presença	ou	não	de	cerume.	Lembrando	que	a	presença	de	 infecções	
ou o próprio cerume pode prejudicar a audição do paciente, por isso a sua inspeção é 
importante. 
Lembrando que a palpação deve ser sempre indolor, caso o paciente 
relate dor, pode ser que tenha alguma anormalidade. 
ATENÇÃO
86
O nariz e os seios paranasais	precisam	ser	avaliados,	buscando	identificar	a	
forma,	tamanho,	coloração	da	pele,	presença	de	inflamação	ou	deformidades.	Normal-
mente, o nariz apresenta a mesma coloração da face. A avaliação dos seis paranasais 
será	por	meio	da	palpação,	sendo	ela	normal	quando	é	indolor,	pois	a	dor	indica	infla-
mação. 
 
No caso dos lábios, serão avaliados quanto à sua cor, textura, hidratação, con-
torno	 e	 a	 presença	 de	 lesões.	 Lembrando	 que	 os	 lábios	 apresentam	uma	 coloração	
diferente	da	pele,	sendo	uma	pele	mais	fina.	A	presença	de	rachaduras	é	um	indício	de	
desidratação.	Avaliar	a	parte	interna	da	boca	também	é	importante,	verificando	a	denti-
ção do paciente, a mucosa e a sua coloração. Além disso, deve-se avaliar a mobilidade 
da língua	e	realizar	a	palpação,	a	fim	de	identificar	qualquer	massa	palpável.	
 
A avaliação do pescoço inclui analisar os músculos, os linfonodos e as artérias 
carótidas, as veias jugulares, glândula tireoide e traqueia. A palpação deve ser realizada 
no pescoço como um todo, em busca de alguma anormalidade. Na avaliação da tireoi-
de, após a palpação, peça que o paciente ingira um pouco de água, isso irá permitir que 
você visualize se há algum aumento da tireoide (POTTER; PERRY, 2013). 
 
O tórax e os pulmões precisam de uma avaliação detalhada em suas fun-
ções	ventilatórias,	e	para	isso	é	precisorealizar	a	inspeção,	palpação	e	ausculta.	Durante	
a avaliação do tórax, é importante aproveitar para realizar a avaliação das mamas, além 
de ensinar a fazer o autoexame. 
FIGURA 16 – AUTOEXAME DAS MAMAS
FONTE: . 
Acesso em: 14 set. 2021.
Ainda no tórax, temos o coração,	 que	 fica	 posicionado	 do	 lado	 esquerdo	 e	
apresenta um ciclo de batidas em sístole e diástole, como já estudamos. 
87
No abdômen, o exame físico é um pouco mais complexo devido ao maior nú-
mero de órgãos no local. É importante realizar a inspeção e a ausculta antes da palpa-
ção, pois ela poderá aumentar os ruídos intestinais com a estimulação do peristaltismo. 
Durante a inspeção abdominal, deve-se observar a pele, a forma do abdômen 
(globoso ou plano), celulite, cicatrizes de cirurgias anteriores ou traumas antigos. 
Observar, ainda, a posição do umbigo, a cor, presença de drenagem e também se ele é 
plano ou côncavo. E realizar a palpação dos órgãos em busca de massas presentes ou 
órgãos aumentados (POTTER; PERRY, 2013). 
 
Na ausculta abdominal é importante analisar a motilidade intestinal por 
meio da avaliação do peristaltismo. Os sons intestinais são escassos, normalmente 
ocorrem a cada cinco minutos ou em intervalos maiores de 20 minutos. A ausência de 
som intestinal, portanto, só pode ser determinada se for auscultado por cinco minutos 
e não houver nenhum burburinho.
O exame ginecológico deve ser realizado periodicamente (uma vez ao ano. 
Normalmente, a mulher vai ao consultório com horário marcado para esse exame, porém, 
se ela chegar e apresentar alguma queixa, é possível realizar o exame para averiguar. Esse 
exame	se	baseia	na	avaliação	da	genitália	externa,	observando	se	há	presença	de	lesões	
ou sinais de infecção. Em seguida, é realiza a avaliação interna, utilizado um espéculo, 
além disso, realiza-se a coleta de material para análise laboratorial (POTTER; PERRY, 2013).
FIGURA 17 – EXAME GINECOLÓGICO, COLETA DE AMOSTRA
 FONTE: . 
Acesso em: 14 set. 2021.
88
O sistema musculoesquelético também deve ser avaliado, observando a 
postura corporal, a amplitude dos movimentos articulares, o tônus e a resistência mus-
cular.	Ao	final,	deve-se	avaliar	o	estado neurológico e emocional. 
Lembrando que pacientes que apresentam alterações neurológicas, não 
permitindo	que	ele	relate	adequadamente	suas	queixas	ou	compreenda	as	explicações	
da enfermagem, são pacientes que precisam de um acompanhante. 
Durante o exame físico devemos manter a privacidade, contudo, quando for 
necessário,	um	outro	profissional	da	saúde	pode	permanecer	durante	a	realização	do	
exame	físico	e	depois	 repassar	as	 informações	dos	achados	para	um	familiar.	 Isso	é	
importante para garantir a privacidade e a assistência adequada ao paciente. 
89
DESAFIOS PARA ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO A OS PACIENTES IDOSOS 
COM DELIRIUM E COVID-19 EM UNIDADES DE CUIDADOS CRÍTICOS
Margarita Ana Rubin Unicovsky 
Michelle Santarem 
Desde dezembro de 2019, a China relatou casos de pneumonias graves asso-
ciadas ao novo vírus chamado de coronavírus ou SARS-CoV2, desde lá esse vírus vem 
devastando os mais diversos sistemas de saúde da China, Europa e Estados Unidos, 
entre outros países, tornando-se um problema de saúde pública global, este vírus vem 
atingindo	principalmente	a	população	de	risco	e	os	idosos	estão	entre	eles.	No	final	de	
janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde emitiu um alerta sobre o surgimento 
de uma nova epidemia viral relacionado ao SARS-CoV2.
Indicadores ainda estão sendo estabelecidos, mas sabidamente pelos casos 
confirmados,	a	taxa	de	mortalidade	geral	vem	crescendo	substancialmente,	com	de-
zenas de casos a cada dia em inúmeros lugares do mundo, e principalmente entre os 
idosos. O aumento gradual da expectativa de vida, a queda das taxas de natalidade e 
mortalidade, impulsionou o envelhecimento acelerado da população brasileira. Estes fa-
tores contribuíram para a busca de usuários aos Serviços de Saúde por descompensa-
ção	e	deterioração	clínica	devido	ao	aumento	substancial	de	complicações	decorrentes	
de doenças crônicas não transmissíveis, contribuindo para o aumento de processos de 
atendimento	nas	mais	diversas	instituições	de	saúde	de	uma	forma	geral.	
A população idosa utiliza os recursos da saúde de forma aumentada em re-
lação as demais faixas etárias, necessitando de uma abordagem multidimensional e 
multiprofissional	com	o	intuito	de	atingir	um	objetivo	de	vida	funcional,	independente	e	
acima de tudo com qualidade. A internação hospitalar pela COVID-19 pode favorecer o 
surgimento	de	complicações	e	incapacidades	nessa	população	como	o	delirium.	Polí-
ticas	institucionais	voltadas	para	o	diagnóstico,	tratamento	e	prevenção	de	condições	
de saúde-doença prevalentes na população idosa contribuem substancialmente para 
atingir	objetivos	terapêuticos	e	minimizar	as	complicações	e	sequelas	de	natureza	ia-
trogênica.	 Deve-se	 ressaltar	 que,	 em	 até	 30%	dos	 pacientes	 idosos	 que	 chegam	às	
unidades de tratamento intensivo, o delirium é um sintoma que anuncia a presença de 
uma condição subjacente que acarreta risco à vida deste paciente.
LEITURA
COMPLEMENTAR
90
FATORES DE RISCO PARA DELIRIUM
Existem elementos intrínsecos ou extrínsecos que aumentam a possibilidade de o 
paciente desenvolver delirium. Deve-se ter cuidado para não os confundir com as causas do 
distúrbio. O delirium pode se apresentar em cenários distintos, sendo de origem multifatorial. 
Podemos	classificar	esses	fatores	em	dois	grupos:	predisponentes	e	precipitantes.	
Os fatores de risco predisponentes são inerentes aos próprios pacientes e suas 
enfermidades	 e	 são	 raramente	 ou	 nunca	 modificáveis.	 São	 também,	 chamados	 de	
fatores de vulnerabilidade, alguns exemplos desses fatores: doença orgânica crônica e 
grave, síndrome demencial de qualquer etiologia, doença cerebral difusa, desnutrição, 
sono e audição, depressão. Os fatores precipitantes estão relacionados à intensidade da 
doença, à terapêutica empregada e ao ambiente onde o paciente está situado, podendo 
ser	modificáveis.	
Estatisticamente os fatores de risco para o COVID-19 estão relacionados a 
pessoas com 60 anos ou mais, portadores de doenças crônicas: hipertensão, diabetes, 
doenças cardíacas e/ou respiratórias, histórico de câncer e de transplantes, uso de 
imunossupressores. O papel do enfermeiro é preponderante na avaliação do risco de 
Delirium na unidade de cuidados críticos, para tal dispomos, de instrumentos com o 
propósito	 de	 detectar	 alterações	 comportamentais	 e/ou	 de	 consciência,	 os	 mais	
utilizados são Intensive Care Delirium Screening Scale Checklist (ICDSC) e o Confusion 
Assessment Method for Intensive Care Units CAM-UCI. Esse último, encontra-se 
traduzido e validado para o Brasil, instrumento com sensibilidade e pode ser aplicado 
pelos enfermeiros na prática clínica. 
A avaliação cognitiva como os dados do Miniexame do Estado Mental (MEEM) 
auxiliam	na	tomada	de	decisão	do	enfermeiro,	no	entanto	se	houver	limitações	de	sua	
aplicação no ambiente de cuidados críticos pode se buscar dados anteriores.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
A equipe de Enfermagem tem papel fundamental perante o cuidado ao 
paciente idoso em Delirium e na Pandemia do COVID-19. O pessoal atuante na linha de 
frente	desses	desafios	deve	estar	treinado	para	o	reconhecimento	precoce	dos	sinais	
e	sintomas	e	munidos	de	conhecimento	científico,	baseado	em	evidências	juntamente	
com outras habilidades como a destreza no atendimento, isso desenvolverá uma 
assistência segura, com qualidade, observando os princípios da ciência humanizada. 
Implementar um plano de cuidados de enfermagem ao paciente idoso com 
delirium	acometidos	da	COVID-19.	Ações	de	enfermagem	que	visem	o	favorecimento	da	
manutenção do equilíbrio sensorial são uteis no controle do delirium. Como iluminação,91
controle do ruído, orientação no tempo e espaço. Nesse sentido, o enfermeiro necessita 
promover	 um	 espaço	 de	 cuidado	minimizador	 de	 défices	 sensoriais,	 como	 estimular	
sempre que possível, o uso dos óculos e órteses auditivas.
Promover um sono adequado também colabora na minimização do delirium, 
ocorrem	taxas	de	61%de	privação	de	sono	nas	UTI,	muito	em	consequência	do	ruído	e	da	
luminosidade	intensa,	aspectos	fisiológicos	e	medicamentos.	Atividades	como	permitir	
períodos de sono contínuo durante a noite, evitar a inversão do ciclo de sono, reduzir o 
ruído e organizar horários de procedimentos de enfermagem podem facilitar o equilíbrio 
sensorial	e	a	manutenção	de	um	ambiente	seguro.	 Intervenções	não	farmacológicas	
como musicoterapia, a massagem, o relaxamento e a avaliação do controle da dor são 
benéficas	para	diminuir	o	risco	de	delirium.	
Outra ação de enfermagem importante é a mobilização precoce do idoso deve 
ser fomentada a atividade o mais precoce possível, isso melhora o sono e a dor reduzindo 
assim o risco de confusão mental, como também outros agravos como o risco de lesão 
por	 pressão.	 As	 técnicas	 válidas	 de	 enfermagem	 neste	 âmbito	 que	 identificamos,	
remetem-se a estimular e ensinar movimentos no leito, a alternância de decúbitos ou 
conforme tolerado, a encorajar a deambulação.
Um	estudo	estimou	que	a	chance	de	um	paciente	da	UTI	ficar	contido	é	23,4	
vezes maior que a chance de um paciente que não está na UTI, e em pacientes contido 
a chance de desencadear o delirium é 2,82 vezes. Portanto, a contenção mecânica 
utilizada em sua maioria para evitar quedas e prevenir a retirada de dispositivos invasivos 
(sondas, cateteres e tubos) pode quando utilizada de forma contínua sem avaliação do 
delirium ser a causa da agitação e agressividade dos pacientes idosos e conferir em 
um descuidado. Portanto, a contenção mecânica deve ser evitada pois pode ser fator 
desencadeante além de promover desconforto ao paciente. Em suma, as medidas não 
farmacológicas para a prevenção e controle do delirium devem ser a primeira etapa 
do cuidado dos enfermeiros, manter a mobilidade, uma alimentação adequada, uso 
das próteses dentárias, manter a higiene/hidratação oral, avaliar sinais de constipação 
ou retenção urinária. Como também, controlar a aceitação a medicação sedativa, e de 
controle da dor colaborando no ajuste da dose ideal.
Sabemos	que	nesse	momento	da	Pandemia	da	COVID-19	há	restrições	quanto	a	
presença	dos	familiares/	pessoas	significativas,	no	entanto	medidas	que	possibilite	um	
canal	de	comunicação	entre	idoso	e	familiar	pode	beneficiar	a	orientação	dos	pacien-
tes idosos, e suporte e apoio aos familiares, proporcionando sensação de bem-estar e 
qualidade do cuidado.
Portanto, ao analisar um ambiente gerador de estressores, como a Unidade de 
Tratamento Intensivo e as emergências, deve-se ter em mente a grande demanda de 
trabalho e sobrecarga dos trabalhadores que se encontra neste cenário. Vale ressaltar 
92
que é de extrema relevância repensar o atendimento prestado pela equipe ao paciente, 
durante	 a	 internação	nestas	 unidades	 e	 definir	 que	 é	 imprescindível	 a	 humanização	
no cuidado, a comunicação com os familiares, a educação permanente, bem como 
a	 importância	do	papel	da	enfermagem	para	a	 identificação	precoce	do	delirium	e	a	
utilização	 de	 medidas	 de	 comunicação	 entre	 profissionais	 e	 pacientes	 que	 estão	
também	em	situações	críticas	como	o	COVID-19.
Essas condutas, que podem ser protocolos, com o intuito de sistematizar às 
boas práticas, com destaque para a escuta do paciente e a preservação da sua au-
tonomia.	Nesses	casos,	muitas	vezes,	 a	comunicação	entre	profissionais	de	saúde	e	
pacientes é falha e que, além disso, gera danos como o desenvolvimento de depressão 
e ansiedade causada pelo isolamento. Cabe à equipe de enfermagem estar atenta às 
alterações	clinicas	e	também	aos	seus	fatores	de	risco,	podendo	intervir	de	forma	ágil	
por meio de medidas com vistas a prevenção desse desfecho.
FONTE: Adaptada de . Acesso em: 27 set. 2021.
93
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
•	 O	exame	físico	é	um	conjunto	de	técnicas	para	avaliar	as	condições	fisiológicas	do	
paciente	e	identificar	alguma	alteração	em	seu	sistema.	
• O ambiente para o exame físico precisa ser preparado antes do início do exame, 
considerando uma boa iluminação e todos os equipamentos necessários. 
• As técnicas utilizadas para a avaliação física são: inspeção, palpação, percussão e 
ausculta. 
• A inspeção do paciente começa desde o momento antes do primeiro contato com o 
paciente. 
• Durante a inspeção, é importante fazer o exame no sentido céfalocaudal, observan-
do os achados anormais. 
• O exame físico pode ser completo ou direcionado à queixa, lembrando que o 
completo deve ser realizado periodicamente. 
94
1 O exame físico não pode ser realizado em qualquer lugar, sendo necessário realizar 
em	 um	 ambiente	 específico.	 Sobre	 o	 ambiente	 físico	 a	 ser	 preparado,	 assinale	 a	
alternativa CORRETA:
a) ( ) Uma boa iluminação e temperatura agradável é fundamental para o ambiente 
em que será realizado o exame físico.
b)	(			)	 Durante	o	exame	físico,	o	profissional	deve	buscar	os	equipamentos	necessários	
enquanto o paciente aguarda na sala de exames. 
c) ( ) É fundamental ter janelas abertas na sala de exame físico, com acesso pelo lado 
de fora. 
d)	(			)	 Durante	o	exame	físico,	pode	haver	interrupções	externas	por	outras	pessoas.	
2	 A	avaliação	física	necessita	de	técnicas	especificas	que	serão	utilizadas	para	avaliar	
os órgãos e as estruturas físicas. O corpo apresenta sons, texturas e formatos 
específicos	que	podem	ser	avaliados.	Sobre	as	técnicas	de	avaliação	física,	assinale	
a alternativa CORRETA:
a) ( ) Auscultar, palpar, percutir e inspecionar. 
b) ( ) Ouvir, cheirar, inspecionar, palpar. 
c) ( ) Auscultar, palpar, cheirar, percutir.
d) ( ) Percutir, auscultar, palpar, ouvir. 
3 O exame físico utiliza as técnicas de inspeção, palpação, percussão e ausculta. Sobre 
tais técnicas, assinale a alternativa CORRETA:
a)	 (			)	 A	percussão	envolve	o	toque	em	busca	de	informações	de	anormalidades,	a	pal-
pação da pele é importante para averiguar se há alguma diferença de temperatura, 
se há alguma massa palpável e a própria sensibilidade da pele do paciente.
b) ( ) A inspeção consiste em você olhar, ouvir e cheirar cuidadosamente para 
distinguir se existe alguma anormalidade.
c)	 (			)	 A	 inspeção	envolve	batidas	com	as	pontas	dos	dedos,	 a	fim	de	 identificar	 as	
vibrações	dos	tecidos	e	órgãos.
d) ( ) A palpação é ouvir sons e ruídos do corpo que são normais, utilizando o 
estetoscópio.
AUTOATIVIDADE
95
4 A inspeção geral começa antes da primeira troca de palavras com o paciente, ou seja, 
desde o momento em que o paciente é visto. Elabore um modelo de coleta de dados 
para o exame físico de cabeça e pescoço.
5 A pele pertence ao sistema tegumentar, o maior sistema do nosso corpo. Ela é 
responsável pela termorregulação e também pela proteção do corpo. Ela deve ser 
avaliada no exame físico, observando diversos aspectos e características individuais. 
Descreva sobre a inspeção completa da pele.
96
97
REFERÊNCIAS
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das	mãos	como	prática	do	cuidar:	reflexão	acerca	da	responsabilidade	profissional.	
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doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0189. Acesso em: 28 set. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na 
Saúde.	Departamento	de	Gestão	da	Educação	na	Saúde.	Projeto	de	Profissionalização	
dos Trabalhadores da Área de Enfermagem. Profissionalização de auxiliares de 
enfermagem: cadernos do aluno: fundamentos de enfermagem. 2. ed. rev., 1. reimpr. 
Brasília, DF: Ministérioda Saúde; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. Disponível em: https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/profae/pae_cad3.pdf. Acesso em: 28 set. 2021.
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www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-4272012_9146.html. Acesso em: 28 set. 2021.
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LOBO, C. SAE. Brasília, DF: EnfConcursos, 2018. (Apresentação de 
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Research. Circulation, [s. l.], n. 111, p. 697-716, 2015.
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RIBEIRÃO PRETO. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal da Saúde. Departamento 
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RODRIGUES, S. C. D. et al. A perspectiva da enfermagem para evitar erros de 
administração de medicação dentro do ambiente hospitalar: um problema na saúde 
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STUQUE, A. G. et al. Protocolo para prevenção de úlcera por pressão. Rev. Rene, 
Fortaleza, v. 18, n. 2, p. 272-282, 2017. Disponível em: http://periodicos.ufc.br/rene/
article/view/19271. Acesso em: 28 set. 2021. 
99
PREVENÇÃO E CONTROLE 
DE INFECÇÕES
UNIDADE 3 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer a cadeia de infecção;
• aprender o processo infeccioso;
• identificar os fatores que interferem no controle e na prevenção das infecções;
• entender o processo de higienização correta das mãos;
• compreender o preparo de ambiente estéril.
 A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CARÁTER DA INFECÇÃO
TÓPICO 2 – HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
TÓPICO 3 – PREPARO DE AMBIENTE ESTÉRIL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
100
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 3!
Acesse o 
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101
TÓPICO 1 — 
CARÁTER DA INFECÇÃO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Uma infecção é caracterizada pela invasão de um patógeno no corpo de um hos-
pedeiro, resultando em uma patologia. Porém, antes de entendermos o que é uma infec-
ção, precisamos diferenciar infecção de colonização. A colonização é a presença de 
um microrganismo no corpo e a sua proliferação, sem invadir tecidos e nem causar da-
nos ao corpo do hospedeiro. Enquanto a infecção é a invasão de um microrganismo no 
corpo do hospedeiro, causando danos ao corpo e invadindo tecidos. Algumas infecções 
apresentam baixo risco de transmissão, porém causam danos no corpo hospedado. 
As infecções podem ser transmitidas diretamente de um hospedeiro para outro, 
sendo chamada de doença transmissível. Os patógenos podem provocar reações no 
organismo. E essas reações podem ser sintomáticas ou assintomáticas. No caso dos 
sintomáticos, há a presença de sintomas relacionados à infecção, enquanto indivíduos 
assintomáticos apresentam a infecção, podem transmiti-la, mas não tem nenhum 
sintoma que mostre que ele está infeccionado. 
 
O conhecimento, portanto, da infecção, da sua cadeia de transmissão e do 
processo infeccioso é importante, pois ele irá determinar as condutas para a prevenção 
de infecções e, consequentemente, de doenças. A infecção apresenta um ciclo, e o 
conhecimento desse ciclo possibilita interromper a cadeia de transmissão. 
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos como ocorre a cadeia de transmissão de 
microrganismos, como é o processo infeccioso e quais são os possíveis fatores que 
interferem no controle e na prevenção das infecções. 
2 O CARÁTER DA INFECÇÃO
A infecção pode ocorrer de um hospedeiro saudável para um hospedeiro sus-
ceptível, ou até mesmo de indivíduo saudável para indivíduo saudável, pois alguns mi-
crorganismos podem causar doenças em um indivíduo que anteriormente não teve 
contato com ele ou não foi imunizado por exemplo. 
Sabendo que isso é possível e conhecendo o ciclo de transmissão de uma 
infecção e o que pode influenciar na infecção, é possível prevenir as infecções, 
principalmente, as que acontecem em serviços de saúde. 
102
2.1 CADEIA DE INFECÇÃO 
A presença de um agente patogênico não indica, necessariamente, a presença 
de uma infeção. A infecção ela precisa completar um ciclo de seis elementos para 
que ocorra. Este ciclo é formado por um agente infeccioso, um reservatório ou 
fonte de infecção, uma porta de saída do reservatória do microrganismo, um 
mecanismo de infecção, uma porta de entrada no hospedeiro e um hospedeiro 
suscetível. Se um desses seis pontos não existir, a infecção não conseguirá completar 
o seu ciclo (POTTER, 2013). 
FIGURA 1 – INFECÇÃO
FONTE: . Acesso em: 1º out. 2021.
O agente infeccioso é o microrganismo capaz de causar a infecção, podendo 
ser uma bactéria, um fungo, um vírus ou um protozoário. A nossa pele é colonizada por 
diversos microrganismos, sendo eles comuns ao nosso corpo. Esses microrganismos 
são divididos em transitórios e residentes. Os residentes são os que convivemos com 
ele diariamente, não causando nenhum mal ao nosso corpo. Já os transitórios, podemos 
ter contatos com eles durante o dia a dia, porém, quando higienizamos as mãos ou 
tomamos um banho, por exemplo, os eliminamos. Contudo, indivíduos saudáveis que 
apresentam uma infecção transitória não terão uma infecção, mas se esse indivíduo 
estiver imunocomprometido, pode ocorrer um processo infeccioso, pois o seu corpo 
pode não conseguirbarrar esse agente infeccioso. 
Quando pensamos em microrganismos, devemos lembrar dos reservatórios deles, 
pois alguns locais podem contê-los. Mas os microrganismos necessitam de condições 
mínimas para que eles possam sobreviver. Essas condições estão relacionadas, por 
exemplo, com a disponibilidade de nutrientes para os microrganismos, pois eles não 
sobrevivem na ausência de nutrientes. Além disso, a presença de oxigênio, pois algumas 
bactérias são anaeróbicas, mas essas são mais difíceis de infectar os humanos, enquanto 
as bactérias aeróbicas são mais comuns. 
103
A temperatura também é importante, pois diversos microrganismos sobrevivem 
em temperatura de 25 °C a 42 °C, como a temperatura corporal dos humanos está entre 36 
°C e 37 °C, a temperatura é ideal para a proliferação desses microrganismos (POTTER, 2013). 
Diversas são as portas de saída dos microrganismos do corpo humano. Dentre 
elas, temos a pele, o trato respiratório, o trato gastrointestinal ou o trato respiratório. Isso 
interfere no modo de transmissão, pois cada doença apresenta uma forma de infecção 
diferente, e o local de origem e a porta de saída também são importantes para que o 
microrganismo consiga sair do seu reservatório e infectar um novo hospedeiro. 
Os modos de transmissão podem ser pelo contato direto, através das mãos, pelo 
beijo ou pelo contato sexual, ou, ainda, pode ser indireto, por meio de objetos de uso 
comum ou do meio ambiente. A transmissão também pode ocorrer atrás de aerossol, 
quando as partículas percorrem cerca de um metro durante a tosse ou a fala. 
Outra forma é pelo ar, através de gotículas suspensas. A infecção também pode 
ocorrer a partir de um veículo, como os itens contaminados ou até mesmo os alimentos. 
Os vetores também são importantes, como os mosquitos que picam um indivíduo 
infectado, e levam para outro indivíduo (POTTER, 2013). 
A porta de entrada será o local onde o agente infeccioso irá penetrar. Ela pode 
ser um corte na pele, pela via oral, através de alimentos contaminados, ou até mesmo 
através de seringa contaminada, durante a administração de um medicamento. Mas a 
infecção só ocorrerá se o indivíduo for susceptível, apresentando alguma deficiência 
nutricional ou imunológica; caso contrário, a infecção não ocorrerá.
 
2.2 PROCESSO INFECCIOSO
O processo infeccioso precisa de um curso progressivo, que é o período de 
incubação, o estágio prodrômico, o estágio de enfermidade e a convalescença. 
O estágio de incubação é o período em que o hospedeiro entrou em contato 
com o microrganismo até o surgimento dos primeiros sintomas de infecção. Já o estágio 
prodrômico é quando os sintomas aparecem, porém, ainda inespecíficos, como um mal-
estar ou febre, não sendo possível caracterizar qual é a infecção que está ocorrendo. 
Já a enfermidade é indicada pelos sintomas que caracterizam aquela infecção. Por fim, 
o período de convalescença é o tempo que o hospedeiro levará para recuperar o seu 
estado fisiológico, sem a doença, podendo ele ser de dias ou até meses (POTTER, 2013). 
O corpo humano apresenta um sistema de defesa contra esses microrganismos 
invasores que podem causar infecções. A flora normal do nosso corpo está relacionada 
com o combate de outros microrganismos. Quando a nossa flora corporal sofre algum 
desequilibro, pode ocorrer a proliferação de outro microrganismo oportunista. Um 
104
exemplo é quando fazemos uso de antibióticos por tempo prolongado, e as bactérias 
da flora intestinal podem ser afetadas. Com isso, pode ocorrer a proliferação de outras 
bactérias no trato gastrointestinal, causando diarreias e gases. 
A nossa pele é outro mecanismo de defesa que impede que os microrganismos 
penetrem no nosso corpo. Ela é uma barreira mecânica, que propicia proteção ao nosso 
corpo. Assim como a boca apresenta a saliva, que, ao deglutirmos, vai para o estômago, 
onde o pH é ácido e, com isso, a maioria dos microrganismos morrem. 
Um outro processo, é a inflação, que é uma reposta do corpo a um microrga-
nismo. O nosso corpo aumenta a permeabilidade vascular, permitindo que leucócitos 
migrem para o local de infecção e, com isso, ocorra o combate local. Além disso, temos 
também a resposta celular que fagocita corpos estranhos que possam estar causando 
a infecção, rompendo o ciclo do microrganismo (POTTER, 2013). 
2.3 FATORES QUE INTERFEREM NO CONTROLE E NA 
PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES
 
Diversos fatores, como a idade, interferem no controle e na prevenção de infec-
ções. As crianças recém-nascidas apresentam mais suscetibilidade a infecções, pois 
apresentam um sistema imunológico ainda imaturo. Enquanto os adultos apresentam 
um sistema imune maduro e também já foram imunizados ao longo do seu desenvol-
vimento contra diversas patologias. Já na velhice, o sistema imunológico começa a 
regredir, ficando o corpo mais propicio a infecções. 
Um outro fator é o estado nutricional, que interfere diretamente nas condições 
de saúde do indivíduo. O processo de infecção requer gastos de energia do corpo para 
que o indivíduo consiga combater a infecção. No caso dos indivíduos em estado nutri-
cional deficiente já existe, consequentemente, um déficit de energia (POTTER, 2013). 
O estresse também é um fator importante na infecção. O nosso 
corpo, durante o período de alarme, apresenta um aumento 
do hormônio adrenocorticotrófico, que leva ao aumento dos 
níveis de glicose sérico e reduz as respostas anti-inflamatórias 
desnecessárias. Quando há a presença de estresse contínuo, 
ocorre a depleção do corpo e, consequentemente, a depleção 
energética e a redução de defesa do corpo. 
IMPORTANTE
105
Os indivíduos que apresentam o sistema imunológico comprometido também 
têm mais chances de desenvolvimento de infecções. Pode ser devido a doenças 
autoimunes, transplantes ou até mesmo à baixa no sistema de defesa em função de 
uma mudança drástica de rotina. Com isso, é importante que o cuidado para evitar 
uma infecção seja redobrado, pois, como o sistema está falho, a infecção pode ser mais 
grave e até fatal para esses indivíduos (POTTER, 2013). 
106
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• Uma infecção é caracterizada pela invasão de um patógeno no corpo de um hospe-
deiro, resultando em uma patologia. A infecção é a invasão de um microrganismo no 
corpo do hospedeiro, causando danos ao corpo e invadindo tecidos.
• A colonização é a presença de um microrganismo no corpo e a sua proliferação, sem 
invadir tecidos e nem causar danos ao corpo do hospedeiro. 
• O estresse é um fator importante na infecção. O corpo, durante o período de alarme, 
apresenta um aumento do hormônio adrenocorticotrófico, que leva ao aumento dos 
níveis de glicose sérico e reduz as respostas anti-inflamatórias desnecessárias.
• Diversos fatores, como a idade, interferem no controle e na prevenção de infecções. 
As crianças recém-nascidas, por exemplo, apresentam mais suscetibilidade a in-
fecções, pois apresentam um sistema imunológico ainda imaturo.
107
RESUMO DO TÓPICO 1
1 A infecção ocorre devido à invasão de um patógeno no corpo de um hospedeiro. 
resultando em uma patologia infecciosa. Mas antes de entendermos o que é uma 
infecção, precisamos diferenciar infecção de colonização. Sobre o conceito de 
colonização, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A colonização é a presença de um microrganismo no corpo e a sua proliferação, 
sem invadir tecidos e nem causar danos ao corpo do hospedeiro. 
b) ( ) A colonização é a ausência de um microrganismo no corpo e a sua proliferação, 
sem invadir tecidos e nem causar danos ao corpo do hospedeiro. 
c) ( ) A colonização é a presença de um microrganismo no corpo e a sua proliferação, 
invadindo os tecidos e sem causar danos ao corpo do hospedeiro.
d) ( ) A colonização é a presença de um microrganismo no corpo e a sua proliferação, 
invadindo os tecidos e causando danos ao corpo do hospedeiro. 
2 A infecção pode ocorrer de um hospedeiro saudável para um hospedeiro susceptível, 
ou até mesmode indivíduo saudável para indivíduo saudável, pois alguns microrga-
nismos podem causar doenças em um indivíduo que anteriormente não teve contato 
com ele ou não foi imunizado, por exemplo. Mas para que ocorra a infecção, é neces-
sário que ocorra a cadeia infecciosa. Sobre infecção, analise as sentenças a seguir:
I- Um reservatório ou fonte de infecção é o local onde o agente infeccioso fica 
armazenado e se multiplica. 
II- A porta de saída do reservatória do microrganismo é o local onde o microrganismo 
entra no hospedeiro. 
III- O agente infeccioso precisa de uma porta de entrada no hospedeiro e um hospedei-
ro suscetível para completar a infecção. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 O processo infeccioso precisa de um curso progressivo para que a doença ocorra. 
Sobre esse curso, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
AUTOATIVIDADE
108
( ) O estágio de incubação é o período em que o hospedeiro entrou em contato com o 
microrganismo até o surgimento dos primeiros sintomas de infecção.
( ) A enfermidade caracteriza-se pelos sintomas iniciais que não caracterizam aquela 
infecção.
( ) O período de convalescença é o tempo que o hospedeiro levará para recuperar o 
seu estado fisiológico, sem a doença, podendo ele ser de dias ou até meses
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 O processo infeccioso precisa de um curso progressivo que é o estágio de incubação, 
o estágio prodrômico, o estágio de enfermidade e a convalescença. Descreva esses 
quadros de estágios.
5 Diversos fatores interferem no controle e prevenção de infecções como a idade, o 
estado nutricional, o estresse e o sistema imunológico de cada indivíduo. Sobre esses 
fatores, descreva cada um deles e como eles interferem no processo de infecção.
109
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
1 INTRODUÇÃO
A higienização das mãos é uma medida primária importante no controle de 
infecções relacionadas à assistência à saúde, sendo reconhecida mundialmente. Ela 
é considerada como um dos pilares da prevenção e de controle de infecções dentro 
dos serviços de saúde, inclusive as infecções decorrentes da transmissão cruzada de 
microrganismos multirresistentes.
As infecções decorrentes da assistência à saúde são um problema grave e 
um grande desafio para os serviços de saúde, pois essas infecções ameaçam tanto 
os pacientes quanto os profissionais e podem acarretar sofrimentos desnecessários 
ao indivíduo e gastos excessivos para o sistema de saúde. Além disso, podem ocorrer, 
ainda, processos e indenizações judiciais, quando comprovado negligência durante a 
assistência prestada.
Diante desse cenário, foi elaborada a Portaria do Ministério da Saúde nº 2.616, 
de 12 de maio de 1998, que estabelece as ações mínimas a serem desenvolvidas 
sistematicamente, com vistas à redução da incidência e da gravidade das infecções 
relacionadas aos serviços de saúde (BRASIL, 1998). A Resolução da Diretoria Colegiada 
nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 
dispõe sobre Normas e Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, 
definindo, dentre outras, a necessidade de lavatórios/pias para a higienização das mãos. 
Esses instrumentos normativos reforçam o papel da higienização das mãos como ação 
mais importante na prevenção e no controle das infecções relacionadas à assistência à 
saúde (BRASIL, 2002).
A partir disso, podemos entender que o controle de infecções nos serviços de 
saúde, incluindo as práticas da higienização das mãos, além de atender às exigências 
legais e éticas, concorre também para a melhoria da qualidade no atendimento e 
assistência ao paciente. Neste tópico, iremos aprender a realizar a higienização simples 
das mãos e a higienização cirúrgica. 
UNIDADE 3 TÓPICO 2 - 
110
2 A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
A precursora da Enfermagem Moderna, Florence Nightingale (1820-1910), jovem 
culta e de família rica, foi uma precursora na higienização das mãos como prevenção 
de infecções. Em 1854, foi convidada para ir à Guerra da Criméia, com o objetivo de 
reformular a assistência aos doentes.
A enfermaria da guerra encontrava-se em situação precária, não tendo nenhum 
conforto nem medicamentos. Prestava uma assistência insuficiente devido à falta de 
acesso e de transporte aos doentes, com vários casos de infecção pós-operatória. Flo-
rence então iniciou uma série de critérios para organizar a enfermaria, com medidas 
de higiene simples, como individualizar os utensílios dos pacientes, realizar preparo de 
dieta ideal para cada paciente e realizar a higienização das mãos. A partir dessas medi-
das básicas, ela conseguiu reduzir sensivelmente a taxa de mortalidade da instituição. 
2.1 HIGIENIZAÇÃO SIMPLES
A pele faz o revestimento do corpo, sendo indispensável à vida, pois isola os 
sistemas orgânicos do meio exterior, impedindo a ação de agentes externos de qualquer 
natureza. Além disso, a pele tem a capacidade de evitar a perda de água, de eletrólitos 
e outras substâncias para o meio externo, oferecendo também proteção imunológica e 
realizando a termorregulação corporal (HERCEG; PETERSON, 1997). 
A pele é formada pela camada externa para a mais interna: estrato córneo, epi-
derme, derme e hipoderme. Ela é um órgão dinâmico, pois a sua formação e integridade 
estão sob controle homeostático, e qualquer alteração resulta em aumento da prolife-
ração de suas células. 
FIGURA 2 – ESTRUTURA DA PELE
FONTE: . Acesso em: 1º out. 2021.
111
A pele humana é colonizada naturalmente por bactérias e fungos, sendo que 
diferentes áreas do corpo têm concentração de bactérias variáveis. 
A nossa pele é colonizada pelas microbiotas transitórias e residentes. A microbiota 
transitória coloniza a camada superficial da pele, sobrevive por um curto período, sendo 
passível de remoção pela higienização simples das mãos. Esse tipo de microbiota é 
comum ser adquirida através do contato direto com o paciente colonizado, com o meio 
ambiente, com superfícies próximas ao paciente e com equipamentos contaminados. 
As mãos dos profissionais de saúde podem ser persistentemente colonizadas 
por microrganismos patogênicos, que oferecem riscos aos pacientes de áreas críticas, 
como unidades com pacientes imunocomprometidos, pacientes cirúrgicos e Unidade 
de Terapia Intensiva, por exemplo. Isso ocorre, pois as mãos podem servir como re-
servatório de microrganismos, que podem ser transmitidos por contato direto com o 
paciente, sem a higienização prévia. 
Pensando na transmissão de microrganismos multirresistentes, as mãos são 
o principal elo entre o paciente colonizado e a contaminação do próximo paciente. 
Não é incomum vermos estudos que identificam as mãos dos profissionais de saúde 
como fonte de surtos de infecção em serviços de saúde com bactérias gram-negativas 
multirresistentes. 
As mãos de um profissional de saúde com onicomicose, infecção nas unhas, 
foram identificadas como fonte de um surto de infecção causada por K. pneumoniae em 
uma unidade de neonatologia. 
A partir da tipagem molecular, comprovou-se que a cepa identificada nas mãos 
dos profissionais era semelhante àquela isolada dos recém-natos (BOSZCZOWSKI, 2005). 
A higienização das mãos em unidades com pacientes colonizados/infectados 
com microrganismos multirresistentes é indispensável. 
A microbiota transitória é formada por microrganismos não 
patogênicos ou potencialmente patogênicos, como bactérias, fungos 
e vírus, sendo que raramente eles se multiplicam na pele, mas, podem 
provocar infecções relacionadas à assistência à saúde. Já a microbiota 
residente, que está aderida às camadas mais profundas da pele, é 
mais resistente à remoção apenas por água e sabonete. As bactériasque fazem parte dessa microbiota são as que menos causam infecções 
veiculadas por contato (KAMPF; KRAMER, 2004). 
IMPORTANTE
112
É importante o uso de higienização, utilizando a técnica adequada e também o 
uso de produtos corretos para evitar que ocorra a disseminação desses microrganismos. 
Porém, os produtos também precisam ser utilizados de maneira correta, pois, quando 
são utilizados de forma inapropriada, podem ser fontes de bactérias multirresistentes. 
O uso de sabonete comum para a higienização das mãos é uma prática 
comum. Eles normalmente não apresentam nenhum agente antimicrobiano e, quando 
apresentam, são em baixas concentrações, servindo apenas como conservantes dos 
produtos. Os sabonetes podem ser encontrados em diversas formas como em barra, 
preparações líquidas e em espumas. 
O sabão é utilizado, principalmente, para a remoção de sujeiras, substâncias 
orgânicas e da microbiota transitória das mãos pela ação mecânica, removendo apenas 
a microbiota transitória, tornando as mãos limpas. Essa higiene é suficiente para os 
contatos sociais em geral e para a maioria das atividades práticas nos serviços de saúde. 
Mas, para que a higienização ocorra de maneira adequada, não é apenas o produto, a 
técnica também precisa ser realizada de maneira correta, como veremos adiante. 
Também é preciso lembrar de um ponto importante: o sabão em barra e os 
dispensers são fontes de contaminação, principalmente, se for realizada a higiene das 
mãos com muita sujidade, pois podem ficar resíduos que serão transmitidos para o 
próximo que for utilizar a barra ou o dispenser. 
Normalmente, são utilizados os sabonetes líquidos, uma vez que se sabe que 
existe o risco de contaminação do sabão em barra. Porém, é importante estar atento, 
também, à contaminação dos recipientes de armazenamento. 
A rotina demanda que eles sejam limpos sempre que apresentarem sujidade 
visível e toda vez que for trocar o refil de sabão. Além disso, é importante ficar atento às 
datas de vencimento do refil, pois, se for um ambiente de saúde que tem algum ponto que 
não é utilizado com frequência para a higienização das mãos, pode ocorrer o vencimento 
do produto, perdendo, então, a eficiência e podendo estar contaminado (LARSON, 1996). 
A higienização das mãos, sem presença de sujidade visível ou suor excessivo, 
pode ser realizada com solução alcoólica. 
O etanol é reconhecido como agente antimicrobiano, sendo recomendado para 
a higienização rápida das mãos. 
O modo de ação predominante dos álcoois consiste na desnaturação e coa-
gulação das proteínas. Outros mecanismos associados têm sido reportados, como a 
ruptura da integridade citoplasmática, a lise celular e a interferência no metabolismo 
celular. A coagulação das proteínas, induzida pelo álcool, ocorre na parede celular, na 
membrana citoplasmática e entre várias proteínas plasmáticas (MCLEOD; EMBIL, 2002).
113
De uma forma geral, os álcoois apresentam rápida ação e excelente atividade 
bactericida e fungicida entre todos os agentes utilizados na higienização das mãos. As 
soluções alcoólicas entre 60 e 80% são mais efetivas, e concentrações mais altas são 
menos potentes, pois as proteínas não se desnaturam com facilidade na ausência de água. 
Os álcoois têm uma atividade germicida contra bactérias vegetativas gram-
positivas e gram-negativas, incluindo patógenos multirresistentes. Porém, eles têm pouca 
atividade contra os esporos e oocistos de protozoários (GRAZIANO; SILVA; BIANCHI, 2000). 
Os álcoois apresentam uma rápida ação microbicida quando aplicados à pele, 
mas não têm atividade residual apreciável. 
A recolonização bacteriana ocorre lentamente, por isso é importante a 
combinação de solução alcoólica com outros componentes, como a clorexidina, a 
octenidina, ou o triclosan para obter uma atividade residual. Nos serviços de saúde, 
os produtos alcoólicos são usados para higienização das mãos e estão disponíveis nas 
formas solução (líquida), gel e espuma. 
Uma outra solução utilizada para a higienização das mãos é o gluconato de clo-
rexidina, conhecido como clorexidina, que foi desenvolvida nos anos de 1950 na Inglaterra. 
A atividade antimicrobiana da clorexidina é atribuída à ligação e subsequente 
ruptura da membrana citoplasmática, resultando em precipitação ou coagulação de 
proteínas e ácidos nucleicos. 
A atividade antimicrobiana imediata ocorre mais lentamente quando compara-
da aos álcoois, por isso é considerada de nível intermediário, mas seu efeito residual de 
seis horas, pela forte afinidade com os tecidos, torna-o o melhor entre os antissépticos 
disponíveis (DENTON, 2001).
A clorexidina tem atividade considerada contra bactérias gram-positivas, 
menor atividade contra bactérias gram-negativas e fungos, mínima atividade contra 
microbactérias e não é esporicida. Outra vantagem é que a sua atividade antimicrobiana 
é pouco afetada na presença de matéria orgânica, incluindo o sangue.
Em relação à segurança para o uso de clorexidina para a higienização das 
mãos, ela oferece riscos mínimos. A ocorrência de irritação na pele é concentração-
dependente, com probabilidade maior para produtos que contêm 4% de clorexidina, 
quando utilizados com frequência para a higienização das mãos, sendo que reações 
alérgicas são raras (GRAZIANO; SILVA; BIANCHI, 2000). 
Outro produto utilizado na higienização das mãos é o iodo, que é um antissép-
tico, sendo ele reconhecido pela sua efetividade desde 1821. Porém, devido às proprie-
dades de causar irritação e de manchar a pele, foi substituído por PVPI ou iodóforos, nos 
anos 1960 (GRAZIANO; SILVA; BIANCHI, 2000).
114
Os iodóforos são moléculas complexas, compostas de iodo e de um polímero 
carreador chamado “polivinilpirrolidona”, cuja combinação aumenta a solubilidade 
do iodo e provê um reservatório de iodo, liberando-o ao ser utilizado e reduzindo o 
ressecamento da pele. 
A quantidade de iodo molecular presente (iodo livre) é que determina o nível de 
atividade antimicrobiana do iodo, sendo que as soluções de PVPI a 10%, contendo 1% 
de iodo disponível, liberam iodo livre. A atividade antimicrobiana do iodo ocorre devido à 
penetração do micronutriente na parede celular, ocorrendo a inativação das células pela 
formação de complexos com aminoácidos e ácidos graxos insaturados, prejudicando a 
síntese proteica e alterando as membranas celulares. 
O iodóforo tem atividade ampla contra bactérias gram-positivas e gram-ne-
gativas, bacilo da tuberculose, fungos e vírus (exceto enterovírus), possuindo também 
alguma atividade contra esporos. Entretanto, em concentrações utilizadas para a an-
tissepsia, usualmente, os iodóforos não têm ação esporicida. Uma desvantagem é que 
o iodóforo é rapidamente inativado na presença de matéria orgânica, como sangue e 
escarro, e sua atividade antimicrobiana também pode ser afetada pelo pH, temperatura 
e tempo de exposição. 
O triclosan é um derivado fenólico, introduzido em 1965 para a higienização das 
mãos. É incolor, pouco solúvel em água, mas solúvel em álcool e detergentes aniônicos. 
A sua ação antimicrobiana de triclosan ocorre devido à difusão na parede bacteriana, 
inibindo a síntese da membrana citoplasmática, ácido ribonucléico, lipídeos e proteínas, 
resultando na inibição ou na morte bacteriana. A atividade antimicrobiana é decorrente 
da sua ligação ao sítio ativo da redutase proteica enoil-acil, bloqueando a síntese lipí-
dica. O triclosan tem amplo espectro de atividade antimicrobiana, sendo bactericida 
contra bactérias gram-positivas. 
As mãos são as principais vias de disseminação de infecções relacionadas à 
assistência à saúde. A higienização eficaz das mãos é uma medida importante que evita 
infecções. Apesar de simples, a técnica de higienização das mãos necessita de alguns 
componentes com lavatórios/pias, sabonetes, soluções alcoólicas, papel toalha e lixeiras. 
Os lavatórios devem estar sempre limpos e livres de objetos que possam dificultar 
o ato de lavar as mãos. Eles precisam apresentar uma profundidadeadequada, viabilizan-
do a higiene das mãos, sem que o profissional encoste nas paredes ou bordas próximas 
da pia. Além disso, é preciso de uma torneira com fechamento automático para que, após 
a higienização, o profissional não necessite colocar as mãos na torneira para fechá-la. 
A pia deve ser uma a cada quatro quartos ou duas enfermarias para que o 
profissional tenha acesso rápido e possa realizar a higiene sempre que tocar no paciente 
ou em algum objeto potencialmente contaminado. Nas unidades de terapia intensiva, 
é recomendando um lavatório a cada cinco leitos, lembrando que, em ambiente de 
isolamento, é um para cada leito. No berçário, é recomendado um a cada quatro berços. 
115
Em relação aos dispensadores de sabonete e antissépticos, eles devem estar 
próximos às pias, em boas condições de funcionamento e com a solução a ser dispensada 
dentro do prazo de validade. É importante que esses dispositivos apresentem facilidade 
para serem trocados os refis do sabão ou do antisséptico. Além disso, os recipientes nunca 
devem ficar sem produtos. A sua troca deve ser sempre realizada antes que o produto 
acabe, evitando, assim, a falta de quantidade ideal para a higienização das mãos.
Outro ponto importante é evitar recipientes que entrem em contato com as 
mãos e depois a solução ficar armazenada, pois isso pode contaminá-la. O ideal é que 
seja dispensada a quantidade necessária de solução e sem retorno dela para dentro do 
recipiente, evitando possíveis contaminações. 
O papel toalha deve ser colocado em um porta-papel que não favoreça o contato 
das mãos com as folhas armazenadas. É importante que o papel seja de qualidade 
adequada, realizando a secagem das mãos, sem deixar resíduos, por exemplo. Além 
disso, que ele consiga absorver adequadamente a água das mãos. 
A higienização simples das mãos tem como finalidade remover os microrganis-
mos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade 
e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de 
microrganismos. O tempo desse procedimento é de 40 a 60 segundos. Veja na Figura 3 
a descrição da técnica em etapas. 
FIGURA 3 – HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS
Devemos lembrar que o secador elétrico não é recomendado para a 
higienização das mãos, pois ele pode carrear microrganismos, con-
taminando as mãos dos profissionais. 
ATENÇÃO
116
FONTE: Adaptada de Brasil (2020, p. 60-61)
A higienização das mãos com solução alcoólica segue as Etapas 2 a 10 da 
higienização com água e sabão. O tempo de duração é de 20 a 30 segundos. Tendo 
como vantagem a rapidez, não necessita de uma pia, papel toalha e lixeira para realizar 
a higienização das mãos do profissional de saúde. 
2.2 ASSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS
A assepsia cirúrgica tem como objetivo reduzir a microbiota residente e eliminar 
a transitória. As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos apresentam cerdas 
macias e descartáveis, impregnadas ou não com antisséptico, e de uso exclusivo em leito 
ungueal e subungueal. O tempo de procedimento é de três a cinco minutos. Na Figura 4 
está descrito o passo a passo para a realização desse tipo de higienização das mãos. 
117
FIGURA 4 – ANTISSEPSIA CIRÚRGICA OU PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO DAS MÃOS
FONTE: Adaptada de Brasil (2020, p. 64-65)
A higienização cirúrgica das mãos necessita de uma pia especial, funda e com 
pedaleira que abre e fecha a água a partir da pressão dos pés do profissional. Ela não 
pode ser acionada em nenhum momento pelas mãos dos profissionais, a fim de evitar 
contaminações. Além disso, a escova para a lavagem é individual e descartável, ou seja, 
não pode ser reutilizada nem mesmo pelo próprio profissional de saúde que fez uso dela. 
E a secagem das mãos é realiza com compressa estéril, sempre da ponta dos dedos 
para o cotovelo, ou seja, da área mais limpa para a área mais contaminada. Por fim, o 
profissional deve calçar as luvas cirúrgicas utilizando técnica estéril. 
118
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• A higienização das mãos é uma medida primária importante no controle de infec-
ções relacionadas à assistência à saúde, sendo reconhecida mundialmente.
• A higienização pode ser realizada com água e sabão ou só com solução alcoólica, 
porém, esta última só pode ser realizada se a mão do profissional não tiver com 
nenhuma sujidade. 
• A higienização das mãos é uma técnica fácil, mas que demanda cuidados 
desde a técnica até a escolha do produto utilizado, pois ele não elimina todos os 
microrganismos, e o tempo residual é variável após a higienização. 
• A higienização cirúrgica das mãos requer um tempo maior de preparo e necessita 
manter a técnica asséptica para ser eficaz e evitar contaminação do paciente. 
119
1 As infecções decorrentes da assistência à saúde são um problema grave e um grande 
desafio para os serviços de saúde, pois essas infecções ameaçam tanto os pacientes 
quanto os profissionais e podem acarretar sofrimentos desnecessários ao indivíduo e 
gastos excessivos para o sistema de saúde. Sobre a higienização das mãos, assinale 
a alternativa CORRETA:
a) ( ) A higienização das mãos é uma medida primária importante no controle de 
infecções relacionadas à assistência à saúde, sendo reconhecida mundialmente.
b) ( ) A higienização das mãos é a medida menos primária importante no controle de 
infecções relacionadas à assistência à saúde, sendo reconhecida mundialmente. 
c) ( ) A higienização das mãos é uma medida primária pouco eficaz no controle de 
infecções relacionadas à assistência à saúde, sendo reconhecida mundialmente.
d) ( ) A higienização das mãos é uma medida primária importante no controle de 
infecções relacionadas à assistência à saúde, sendo reconhecida apenas no 
Brasil.
2 As infecções decorrentes da assistência à saúde são um problema grave e um gran-
de desafio para os serviços de saúde, pois essas infecções ameaçam tanto os pa-
cientes quanto os profissionais e podem acarretar sofrimentos desnecessários ao 
indivíduo e gastos excessivos para o sistema de saúde. Com base na prevenção de 
infecções pela higienização das mãos, analise as sentenças a seguir:
I- A microbiota transitória das mãos é formada por microrganismos não patogênicos 
ou potencialmente patogênicos, como bactérias, fungos e vírus, sendo que rara-
mente eles se multiplicam na pele. 
II- Pensando na transmissão de microrganismos multirresistentes, as mãos não são o 
principal elo entre o paciente colonizado e a contaminação do próximo paciente.
III- A microbiota residente, que está aderida às camadas mais profundas da pele, é mais 
resistente à remoção apenas por água e sabonete.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 A higienização das mãos, sem presença de sujidade visível ou suor excessivo, pode 
ser realizada com solução alcoólica. Sobre a higienização das mãos com solução 
alcoólica, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
AUTOATIVIDADE
120
( ) O etanol é reconhecido como agente antimicrobiano, sendo recomendado para a 
higienização rápida das mãos. 
( ) De uma forma geral, os álcoois apresentam rápida, lenta e excelente atividade 
bactericida e fungicida entre todos os agentes utilizados na higienização das mãos. 
( ) A coagulação das proteínas, induzida pelo álcool, ocorre na parede celular, na 
membrana citoplasmática e entre várias proteínas plasmáticas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 As mãos são as principais vias de disseminação de infecções relacionadas à 
assistência à saúde. A higienização eficaz das mãos é uma medida importante, que 
evita infecções. Apesar de simples, a técnica de higienização das mãos necessita 
de alguns componentes como lavatórios/pias,sabonetes, soluções alcoólicas, papel 
toalha e lixeiras. Descreva a importância desses componentes. 
5 A higienização simples das mãos tem como finalidade remover os microrganismos 
que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e 
as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de 
microrganismos. O tempo desse procedimento é de 40 a 60 segundos. Descreva as 
etapas da higienização simples das mãos:
121
TÓPICO 3 - 
PREPARO DE AMBIENTE ESTÉRIL 
1 INTRODUÇÃO
O ambiente estéril é livre de microrganismos. Esse ambiente pode ser luvas, 
instrumentos ou qualquer objeto que seja passível de eliminação de microrganismos. 
Lembrando que o conceito de antissepsia não é deixar o ambiente estéril, mas sim livre 
de microrganismos, como, por exemplo, as mãos do cirurgião. Enquanto a assepsia visa 
à eliminação de todos os microrganismos. 
O preparo do ambiente estéril pode ser em qualquer setor de saúde. O que 
determina a utilização da técnica é a necessidade de realizar um procedimento livre de 
microrganismos, como, por exemplo, a passagem de uma sonda vesical de alívio ou um 
curativo em uma incisão cirúrgica. 
Não é incomum usarmos materiais estéreis durante a aplicação de uma 
vacina ou no decorrer de uma administração de uma medicação intramuscular ou 
subcutânea. Todos os procedimentos que podem acarretar algum risco de entrada de 
um microrganismo estranho no corpo de indivíduo devem ser realizados a partir do 
preparo do ambiente estéril.
Neste tópico, iremos abordar o preparo do campo estéril e também o preparo e 
a paramentação cirúrgica. Iremos descrever as técnicas corretas e como o enfermeiro 
as realiza, desde a preparação até o momento da execução.
2 O PREPARO DO AMBIENTE ESTÉRIL
 
O preparo do ambiente estéril inicia a partir da desinfecção dos utensílios, 
sendo este o primeiro passo para a descontaminação inicial do utensílio. Neste primeiro 
momento, deve ser realizada a lavagem; se for material que teve contato com sangue 
ou de algum material biológico, pode ser necessário o uso de detergentes enzimáticos 
(POTTER, 2013). 
A limpeza é o processo de retirada da sujidade visível, sendo utilizadas escovas 
de cerdas macias, que permitem a limpeza sem agredir o equipamento ou instrumento. 
Após a escovação, é importante realizar o enxágue para eliminar qualquer resíduo e 
verificar se ainda há sujidade que necessite ser removida. 
UNIDADE 3
122
FIGURA 5 – AMBIENTE ESTÉRIL
FONTE: . Acesso em: 1º out. 2021.
Em seguida, deve-se realizar a secagem, seguindo para a revisão do material 
seco para confirmar que não há nenhuma sujidade e então preparar para autoclavar. 
O processo de embalar também é um processo lento e que demanda uma 
técnica correta, pois, ao abrir um instrumental que foi autoclavado, é importante não 
encostar na embalagem e no instrumental, porque, se aberto erroneamente, poderá 
gerar contaminação durante a sua abertura e essa contaminação poderá passar para o 
paciente (POTTER, 2013). 
2.1 PREPARAÇÃO DE CAMPO ESTÉRIL
 
A preparação do campo estéril inicia pela antissepsia da pele ou do local onde 
será realizado o procedimento. 
A antissepsia da pele, por exemplo, visa eliminar microrganismos residentes 
e transitórios, reduzindo os níveis microbianos e inibindo o seu crescimento por um 
período de tempo para que se possa realizar o procedimento necessário.
A escolha da solução antisséptica deve ser realizada a partir das condições da 
pele do paciente, observando se ele apresenta alguma hipersensibilidade à solução que 
se planeja usar. Um exemplo, quando vamos preparar locais para procedimentos estéreis, 
como mucosa ou feridas abertas, devemos evitar o uso de soluções alcoólicas, pois elas 
podem irritar o local e causar dor. 
O uso de antissépticos com base alcoólica apresentam alguns riscos para os 
pacientes, pois são inflamáveis, e o vapor pode pegar fogo na presença de uma fagulha 
(bisturi elétrico), podendo ocorrer queimaduras químicas se a solução ficar acumulada sob o 
paciente, além de reações alérgicas nos casos dos pacientes sensíveis a essas substâncias. 
123
O ideal do uso de soluções antissépticas é que elas sejam fracionadas em do-
ses de aplicação única, para evitar o reuso e a possível contaminação. Quando não é 
possível usar doses fracionadas, pode-se utilizar frascos de múltiplas aplicações, porém 
precisa ser datado o dia de abertura, o tempo de validade e as medidas de cuidados 
para evitar a contaminação. Algumas medidas de cuidados para evitar a contaminação 
são simples, como não encostar o frasco no paciente, manter ele tampado sempre que 
finalizar o uso e nunca retornar resto de solução para o frasco, caso sobre um pouco. 
O preparo do campo cirúrgico deve seguir os princípios da preparação antissép-
tica da pele, sendo necessário o treinamento do profissional para que ele possa desen-
volver a habilidade para realizar o procedimento. 
A agilidade é fundamental, pois é necessário rapidez durante o procedimento 
e também a técnica correta para que não ocorra contaminação. É recomendando que 
se inicie pelo local da incisão, utilizando materiais estéreis e técnica sem toque para 
evitar a contaminação das luvas estéreis de quem está realizando o procedimento. A 
solução deve ser passada de dentro para fora, em direção à periferia. O processo deve 
ser repetido, no mínimo, duas vezes, trocando a esponja todas as vezes, para evitar que 
seja levado novamente microrganismos para o local. 
O campo cirúrgico pode ser dividido em duas categorias: o reutilizável e 
o descartável. O campo reutilizável deve ser de tecidos com trama pesada, com o 
isolamento tradicional de algodão ou linho com tratamento químico, para fornecer uma 
barreira contra a passagem de microrganismos e fluidos, ou feito de microfibra. Ele pode 
ser lavado e depois autoclavado para novo uso. Mas existe um limite de usos, pois a 
cada lavagem ocorre um desgaste no tecido e as tramas vão se afrouxando. O campo 
cirúrgico deve ser usado como uma barreira de microrganismos. Hoje temos diversos 
tecidos que são preparados para serem antimicrobianos, aumentando a segurança e a 
prevenção de infecção durante um procedimento estéril. 
O isolamento do campo cirúrgico é feito colocando o campo em cima da pele do 
paciente após ela ter sido preparada com solução antisséptica. O isolamento deve ser 
realizado por alguém da equipe que saiba os princípios da assepsia e que tenha domínio 
da técnica. 
Devemos lembrar que nem sempre o paciente sabe se é ou não alérgico, 
pois nunca entrou em contato com esse tipo de solução, podendo, durante 
o procedimento, descobrir que ele é alérgico, sendo necessário interromper 
imediatamente o uso da solução utilizada para antissepsia (POTTER, 2013). 
ATENÇÃO
124
É importante colocar o campo sob a pele seca e fixá-lo para que ele não se mova 
durante o procedimento, causando contaminação da região preparada. Em relação ao 
tamanho e formatos dos campos cirúrgicos, eles são diversos e serão determinados de 
acordo com o procedimento a ser realizado e a necessidade do paciente (POTTER, 2013). 
Os campos descartáveis são de único uso e apresentam uma grande varie-
dade de tipos especiais que foram projetados para atender exigências de isolamento 
específicas. O campo plástico, por exemplo, ele é usado para isolar o paciente na mesa 
de tração.
2.2 PREPARO E PARAMENTAÇÃO DE AVENTAL E LUVAS 
ESTÉREIS 
A paramentação é um procedimento específico, que deve ser executado em 
passos padronizados e com observação rigorosa dos princípios de biossegurança. 
Devemos ressaltar que o uso da paramentação cirúrgica objetiva, principalmente, a 
proteção dos pacientes contra contaminação do sítio cirúrgico por microrganismos 
liberados pelo ambiente, pessoas, materiais e equipamentos em sala de operações. 
FIGURA 6 – LUVAS ESTÉREIS
FONTE: .A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – COLETA DE DADOS DA ENFERMAGEM
TÓPICO 2 – DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
TÓPICO 3 – PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DOS CUIDADOS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
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COLETA DE DADOS DA ENFERMAGEM
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, conheceremos a importância e os cuidados de uma 
prática de enfermagem ética, responsável e humanizada. Para isso, precisamos 
desenvolver a compreensão sobre o pensamento crítico no que diz respeito ao 
processo do cuidar, nos atentando ao fato de que tal processo envolve o paciente, os 
familiares, a equipe de cuidados, uma boa comunicação e uma busca ativa e curiosa no 
processo investigativo dos agravos à saúde do paciente. 
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
Segundo Murta e Garcia (2006), as atitudes ideais para desenvolver 
um raciocínio critico são: confiança; pensar de maneira independente; 
imparcialidade; responsabilidade e obrigação; assumir riscos; disciplina; 
perseverança e criatividade; curiosidade; integridade e humildade. 
IMPORTANTE
O enfermeiro é um ser humano que, a partir de estudos científicos e raciocí-
nio critico, se propõe obter habilidades que envolvam a prática do cuidar. No entanto, 
também é um ser humano com sentimentos, emoções, uma história de vida e valores 
próprios, os quais deverão ser observados para que não causem interferências em seus 
julgamentos. 
Naturalmente, não há conhecimento sobre as outras pessoas e suas implica-
ções, principalmente em relação aos pacientes que estarão sob seus cuidados. 
Ao desenvolvermos um raciocínio lógico e crítico, devemos ter como parâmetro 
os fatores objetivos e subjetivos, inclusive aqueles ligados a nós mesmos e nossa 
cultura. Precisamos compreender que toda e qualquer experiência a ser adquirida dará 
subsídios para uma prática segura e de qualidade, mas, essencialmente, a um processo 
de empatia e alteridade.
Cabe observarmos que o desenvolvimento do pensamento crítico é também 
um processo reflexivo. Portanto, relacionar significados exige reflexão, pois envolve 
discriminar o que é relevante, as influências culturais e fazer conexões dentro de 
determinado contexto. De acordo com Barros et al. (2015), existem quatro principais 
atributos do pensamento: 
4
• Reflexão: como um processo crítico, discrimina o que é relevante e determina a 
razão das ações.
• Contexto: inclui cultura, fatos, conceitos, regras, princípios e pressupostos que 
moldam o modo de construção do conhecimento. É atributo para a compreensão.
• Diálogo: por meio do diálogo a situação é moldada de forma reflexiva para gerar o 
entendimento.
• Tempo: a noção de tempo indica que a aplicação prévia da aprendizagem tem 
impacto sobre a ação futura.
A enfermagem é determinada por uma série de condutas sistematizadas, 
garantindo a qualidade e o cuidado eficaz ao paciente. Os cuidados de enfermagem 
são pautados por diversas ações que envolvem a assistência ao ser humano em suas 
necessidades básicas, buscando o processo de promoção, recuperação, prevenção e 
manutenção da saúde. Para tanto, é necessário praticar o reconhecimento dos direitos 
do paciente em suas necessidades biopsicossociais, estabelecendo prioridades. 
O cuidado tem sido estudado na enfermagem a partir do desenvolvimento 
de teorias e práticas para uma atuação profissional de qualidade. O enfermeiro deve 
aprender a respeitar a sensibilidade do outro, a diversidade cultural e as práticas de 
vida diária de cada um, para que ele possa ser e se sentir humano, conseguindo, a partir 
disso, promover o processo da cura. 
Cuidar, em enfermagem, também é ajudar o paciente a lidar com seus proble-
mas de saúde. Assim, o profissional de enfermagem precisa adquirir conhecimentos 
técnicos e habilidades para cuidar do outro e, também, com sensibilidade e empatia, 
responder a todas as necessidades do paciente, de forma humanizada, integral e 
sistematizada. Essa padronização das práticas de enfermagem vem de encontro ao 
processo de aprendizado sobre os conhecimentos científicos implícitos nas práticas de 
assistência.
O ser humano é, em essência, um ser social, de modo que cria vínculos, 
laços afetivos e se sente responsável e comprometido com aqueles que 
ama, portanto, é sensível e vive no cuidar e ser cuidado. Desse modo, 
a prática da enfermagem tem como origem o processo do cuidar nas 
bases cientificas de atuação, além das necessidades humanas básicas 
quando a pessoa está fragilizada, por isso também tem compromisso 
com o cuidado existencial, ou seja, o autocuidado, a autoestima, 
autovalorização e cidadania, afinal, cuidar não é apenas um ato, é uma 
atitude (MURTA; GARCIA, 2006).
ATENÇÃO
5
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) foi institucionalizada em 
2002, a partir da Resolução do COFEN Nº 272/2002, sendo que o Conselho Federal 
de Enfermagem (COFEN) é o órgão federal responsável por normatizar e fiscalizar o 
exercício da profissão de enfermagem, zelando pelo cumprimento das leis do exercício 
profissional. O principal objetivo da SAE é estabelecer uma melhora na qualidade da 
assistência, ou seja, na prática de um processo de trabalho adequado às necessidades 
humanas. É uma atividade exclusiva do enfermeiro, que, a partir do método e da estra-
tégia de trabalho científico, busca identificar situações de saúde ou doença que sirvam 
como parâmetro para a assistência de enfermagem.
Em 2009, foi publicada a Resolução do COFEN nº 358/2009, que dispõe 
sobre a SAE e a implementação do Plano de Enfermagem (PE) em todos os ambientes 
em que ocorrem os cuidados do profissional de enfermagem (COFEN, 2009). O PE é 
iniciado quando o paciente entra no sistema de saúde, e consiste nas cinco etapas: 
• coleta de dados de enfermagem ou histórico de enfermagem; 
• diagnóstico de enfermagem; 
• planejamento da assistência de enfermagem; 
• implementação;
• avaliação de enfermagem. 
Assim, o objetivo da equipe de enfermagem, composta por auxiliar de 
enfermagem, técnico e enfermeiro é garantir informações precisas, de qualidade e com 
o máximo de informações. Esse processo ocorre a partir do que determina a abordagem 
sistemática da prática de enfermagem, conforme citado anteriormente: 
• Investigação: levantamento de dados.
• Diagnóstico: fornece as bases para as intervenções de enfermagem. 
• Planejamento: define o plano de cuidados.
• Implementação: execução do plano.
• Avaliação: avalia as consequências da intervenção dos cuidados prestados.
Historicamente, o processo de enfermagem coincide com o que 
Florence Nightingale (1820-1910), considerada precursora da 
enfermagem moderna, enfatiza: o profissional da enfermagem deveria 
ser ensinado a observar e ter um julgamento sobre suas práticas. 
Segundo Barros et al. (2015), no Brasil, o processo de enfermagem 
foi introduzido por Wanda de Aguiar Horta (1926-1981), na década 
de 1970, que o definiu como a dinâmica das ações sistematizadas e 
interrelacionadas visando a assistência ao ser humano. 
INTERESSANTE
6
O processo de enfermagem começa quando o paciente é admitido na unidade 
de saúde e continua até sua alta. A coleta de dados ou investigação é a primeira fase 
do atendimento. O histórico de dados do paciente tem como objetivo principal, como o 
próprio nome indica, uma coleta de informações sobre a situação de saúde, procurando 
evidências de funcionamento anormal ou de fatores de risco.
Portanto, a atuação desses profissionais deve ser efetiva, visando as informações 
de maior importância na abordagem, observação e na escuta ativa, ou seja, total atenção 
ao que está sendo dito, buscando informações com base na queixa e no exame físico 
do paciente. Cabe lembrar que a enfermagem é formada por uma equipe com uma 
linguagem unificada, humanizada e focada naAcesso em: 1º out. 2021.
Devemos lembrar da proteção dos profissionais contra a exposição ao sangue 
e a outros fluidos. Essas barreiras ganharam nova dimensão, sendo objeto de inúmeras 
investigações para a sua melhor qualificação. 
A paramentação é um conjunto de barreiras contra a invasão de microrganismos 
nos sítios cirúrgicos dos clientes/pacientes e para a proteção de exposição dos profissio-
nais a sangue e a outros fluidos orgânicos de clientes. Constituem-se de: uniforme priva-
tivo (jaleco e calça), gorro, máscara, capote, luvas estéreis e protetor ocular.
125
O uso adequado da paramentação inicia-se pela sequência de sua colocação, 
sendo colocada, primeiramente, a touca, seguida do pijama cirúrgico (blusa e calça 
comprida); todos colocados no vestiário. 
A máscara deve ser transportada no bolso do uniforme e usada somente na 
área restrita da sala de operações. 
Os óculos devem ser usados em toda a cirurgia por cirurgiões e instrumentado-
res; em alguns momentos, por anestesistas e circulantes (em procedimentos com risco 
de respingos de substâncias orgânicas como indução anestésica, aspiração). 
O avental (ou capote cirúrgico) é vestido pelos cirurgiões e instrumentadores na 
SO, após a degermação e secagem das mãos, permanecendo até o final das cirurgias. 
As luvas são calçadas pelos cirurgiões e instrumentadores, em seguida aos 
aventais. Já os anestesistas e os circulantes calçam luvas em situações como a 
realização de procedimentos assépticos ou em que há riscos de exposição ocupacional 
com substâncias orgânicas dos pacientes (POTTER, 2013). 
A touca é uma barreira de proteção contra microrganismos do cabelo e couro, 
devendo ela cobrir totalmente o cabelo. Além disso, não pode apresentar nenhuma 
solução de continuidade como furos ou rasgos. 
O uniforme deve ser usado somente dentro do bloco cirúrgico e trocado sempre 
que necessário, como nos casos de sujidade por secreções biológicas. 
FIGURA 7 – VESTIMENTA
FONTE: . Acesso em: 1º out. 2021.
A vestimenta do avental cirúrgico precisa ser realizada com cuidado e com a 
ajuda de outro profissional. O profissional que for vestir, deve pegar o avental com a ponta 
dos dedos pelo seu lado interno e, depois, elevá-lo, trazendo-o para fora da mesa (local 
que o avental fica dobrado, após ser aberto o pacote em que ele estava embrulhado). 
126
A maneira correta de pegar o capote é só tocar a parte interna do capote e 
nunca a parte externa; abrir o capote com movimentos delicados e firmes, tendo o 
cuidado de não tocar a sua face externa e nem encostar em nenhum local próximo 
que possa contaminá-lo. Em seguida, segurar o capote afastado do corpo e introduzir, 
ao mesmo tempo, os dois braços nas mangas, com um movimento para cima. Virar de 
costas para o circulante de sala para que as tiras da parte posterior e da cintura (lateral) 
sejam amarradas por ele, afastando-as da cintura para facilitar a ação. Em seguida, o 
profissional irá calçar as luvas cirúrgicas. 
FIGURA 8 – LUVAS CIRÚRGICAS
FONTE: . Acesso em: 1º out. 2021.
A técnica para calçar as luvas cirúrgicas é iniciada pela abertura do pacote 
de luvas estéreis pelo circulante de sala, e o profissional que está se paramentando 
pega o conteúdo ou o circulante de sala já deixa preparado sob um campo cirúrgico. 
Em seguida, retirar a luva esquerda do envelope, segurando-a pelo punho com a 
mão direita; calçar a luva esquerda com o auxílio da mão direita, tocando-a apenas 
pelo lado de dentro e mantendo a dobra do punho; retirar a luva direita do envelope, 
colocando a mão esquerda em sua abertura e introduzindo os quatro dedos sob a dobra 
do punho; calçar essa luva com o auxílio da mão esquerda, mantendo os dedos desta 
mão introduzidos na dobra e puxando até cobrir o punho da manga do capote; manter 
as mãos enluvadas para o alto (acima da cintura) e, quando não ocupadas, protegê-las 
com compressa estéril ou campo estéril. Lembrando, que antes de realizar o calço das 
luvas, deve ser realizada a antissepsia cirúrgica (POTTER, 2013). 
127
BIOSSEGURANÇA NO CENTRO DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO: DÚVIDAS DOS 
PROFISSIONAIS
Solinei Paulo Borgheti
Karin Viegas
Rita Catalina Aquino Caregnato
[...]
RESULTADOS
Identificaram-se nos e-mails os seguintes profissionais de nível superior: 30 
enfermeiros (E), 5 médicos (M), 5 engenheiros clínicos (EC), 5 farmacêuticos (F), 2 
veterinários (V), 1 engenheiro de segurança trabalho (EST). Além desses, também foram 
identificados profissionais de nível técnico: três técnicos de segurança do trabalho (TST) 
e dois técnicos em higienização hospitalar (THH). Profissionais não identificados (NI) 
totalizaram 19. 
[...]
Evidenciou-se uma relação existente forte entre CME e o Controle de Infecção 
Hospitalar (CIH), tanto nos questionamentos quanto nas respostas. 
SOLUÇÕES
Nesta categoria emergiram três subcategorias: nomes comerciais; 
concentrações, diluições e validade; e custos. Na subcategoria “nomes comerciais”, os 
profissionais expressaram suas dúvidas a respeito de quais produtos são mais adequados 
para realizar desinfecção química tanto de baixo quanto de alto nível, dos mais variados 
materiais utilizados na área hospitalar, tais como: nebulizadores, umidificadores, ambus, 
extensores de oxigênio, aparelhos utilizados para endoscopia e instrumentais cirúrgicos, 
conforme expresso na UR a seguir:
Gostaria de saber o que está sendo usado para a desinfecção de 
endoscópio [referiu-se ao nome comercial do glutaraldeído] ou ácido 
paracético? (NI1).
Alguém tem alguma informação baseado em legislação sobre a 
desinfecção de alto nível do ácido peracético em 10 minutos? Alguém 
utiliza ou conhece o [...]? (E11).
LEITURA
COMPLEMENTAR
128
Em relação às dúvidas, um farmacêutico respondeu: 
Os produtos seguem uma legislação. No caso referido, para 
desinfetantes, é a RDC 35/10, onde especifica os laudos microbiológicos 
exigidos para registro, em que o tempo máximo de imersão é o do 
microrganismo que leva mais tempo para ser eliminado. (F1).
Na subcategoria “concentrações, diluições e validade”, a principal dúvida 
encontrada foi sobre a forma correta de diluir várias soluções existentes, mantendo a 
concentração adequada para garantir processos de limpeza, desinfecção e esterilização 
seguros, sem causar danos aos usuários, conforme UR a seguir: 
Quais são atualmente as concentrações x necessidade de enxágue 
para o hipoclorito de sódio das máscaras utilizadas para nebulização/
ambu [...]? (NI14).
Tenho lido sobre desinfecção [referindo-se ao hipoclorito] [...], mas 
existem controvérsias referentes a diluição e concentração para tal 
prática. Gostaria de saber o que é preconizado pela Anvisa: 0,02%,1%, 
0,5%? (E26). 
Como resposta aos questionamentos sobre o hipoclorito, um enfermeiro 
respondeu: 
Exceto para artigos utilizados em casos de tuberculose pulmonar 
ativa, recomendo hipoclorito a 0,02% por 30 minutos. A solução 
deverá ser trocada todos os dias. (E27).
Na subcategoria “custos”, apareceram dúvidas em relação a soluções mais 
caras; formas de reduzir os custos de aquisição das soluções; como utilizar as soluções 
de maneira segura sem causar aumento de custos para as instituições, por danos e mau 
uso; e forma correta de armazenamento. 
Estou tendo dificuldade em padronizar a compra do hipoclorito no 
almoxarifado [...], mas o almoxarifado tá reclamando que custa caro, 
comprar um com uma concentração maior e depois diluir sugeriu. (NI16). 
As respostas tentam esclarecer e passam recomendações, como esta: 
[...] substitua por ácido peracético 5%, o custo será menor e a 
qualidade da desinfecção melhor (NI17). 
E todo esse processo fica mais barato que o descarte? (EC5).
Recomendo utilizar ácido peracético. [...]. A solução pode ser 
utilizada por vários dias, perfeitamente monitorada, e, se a questão 
é custo, você vai se surpreender. Você tem várias opçõese preços 
no mercado, pó, líquidos, pronto-uso, concentrados, com ou sem 
inibidores de corrosão [...]. (EC2).
Também nesta subcategoria se discute o melhor preço para aquisição de 
equipamentos, como lavadoras ultrassônicas e autoclaves mais modernas, como 
alternativas para substituir as soluções como sugere. 
129
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
Na categoria “equipamentos e materiais”, surgiram seis subcategorias denomi-
nadas: métodos de esterilização/ desinfecção; instrumentos; reprocessamento; emba-
lagens; biofilme; e manutenção. 
Sobre métodos de esterilização/desinfecção, as dúvidas foram relacionadas a 
qual o método utilizado para realizar esse processo ou qual solução é empregada e qual 
escolha tem melhor eficácia, como aparece no recorte: 
Qual material vocês utilizam para desinfecção dos materiais 
respiratórios [...]? (E25).
Outra enfermeira respondeu: 
Exceto para artigos utilizados em casos de tuberculose pulmonar 
ativa, recomendo hipoclorito a 0,02% por 30 minutos. A solução 
deverá ser trocada todos os dias. (E27). 
Surgiu uma questão específica sobre a desinfecção do endoscópio: 
Gostaria de saber o que está sendo usado para desinfecção de 
endoscópio [...]? (NI10). 
Englobando também outras dúvidas que apareceram em relação a esse tipo de 
equipamento, seguiu-se a seguinte resposta: 
[...] nós, controladores de infecção hospitalar, recomendamos que seja 
utilizado para desinfecção de endoscópio o ácido peracético, porém, 
esse produto diminui a vida útil de alguns aparelhos, principalmente 
quando não se é retirada a película formada em sua lente que 
anteriormente recebia ação do glutaraldeído. Existe, atualmente, no 
mercado, ácido peracético com pH mais alcalino, o que favorece a 
conservação dos aparelhos. Quanto ao [...] [nome comercial citado], 
é também um excelente produto que não compromete a vida útil do 
aparelho, porém possui um custo mais elevado e necessita que seja 
inativado para descarte. (NI8).
Ao discutirem esse tópico, os profissionais apresentaram mais de uma forma de 
métodos de desinfecção/esterilização que podem ser usados para o mesmo material, 
dependendo de vários fatores para sua escolha, como a instituição, a modernidade dos 
equipamentos usados no CME, a indicação do fabricante e o que é preconizado pelo 
CIH, como aparece no recorte a seguir: 
Alguém sabe com que produto faço a desinfecção de termômetro 
esofágico [...]?. A resposta foi: Desinfecção química de alto nível, já 
que o termômetro esofágico é sensível a altas temperaturas e não 
suportaria a desinfecção térmica. (F2).
130
Na subcategoria “instrumentos”, as dúvidas identificadas foram em relação 
à marcação de instrumentais cirúrgicos tais como pinças, furadeiras pneumáticas, 
bandejas, pinças e outros, além do possível surgimento de biofilme ao se utilizar alguns 
tipos de materiais para realizar essa marcação, como aparece no recorte: 
[...] existe legislação referente a marcação de materialcirúrgico? (E8). 
Discute-se a utilização de fitas para marcação dos instrumentais, mas 
novamente surge a questão do biofilme: 
O realmente não penetra a camada de fita com adesivo e ela ainda 
mancha o instrumental e, com o ressecamento do adesivo, com 
certeza formam biofilme. Não há nada definitivo em relação à 
marcação de instrumentais a não ser a marcação a laser. (NI7).
Na subcategoria “reprocessamento”, discute-se sobre o reprocessamento 
de alguns materiais que deveriam ser de uso único; no entanto, pelos mais diversos 
motivos, algumas vezes acabam sendo reprocessados seguindo uma série de regras. 
Tenho uma dúvida com relação ao reprocessamento de um material. 
(E28). 
Se o fabricante diz que o produto é de uso único, ele não deve ser 
reprocessado. (E29). 
Na subcategoria “embalagens”, as dúvidas foram voltadas para qual tipo de 
material é o mais seguro para embalar caixas e outros instrumentais cirúrgicos que irão 
passar pelo processo de esterilização, ou qual o melhor tipo de embalagem para artigos 
que vão sofrer apenas o processo de desinfecção. As dúvidas estavam associadas a qual 
tipo de embalagem é mais adequado para cada material, levando-se em consideração 
os custos de cada uma, associado à segurança do processo em questão e às normas 
que envolvem esses processos. 
Estou iniciando as atividades num centro cirúrgico e neste há adoção 
de papel crepado para embalagem de caixas cirúrgicas. Gostaria de 
saber se há alguma norma que proíbe o uso deste insumo [...]. (E1).
Ainda não há normas que proíbam esse tipo de sistema de barreira 
estéril, mas o papel deve apresentar especificações técnicas 
apropriadas e ter registro na Anvisa. (N1). 
Na subcategoria denominada “manutenção”, aparecem questionamentos 
sobre vida útil do equipamento/material; danos; preservação e conservação; soluções 
utilizadas para fazer limpeza, desinfecção e esterilização; e substituição de algum 
produto por outro, mantendo a conservação e prolongando a vida útil dos equipamentos 
garantindo segurança para quem vai utilizar esses produtos. 
[...] os instrumentais de laparoscopia todos devem ser esterilizados, 
mas aqui na minha instituição nem todos os materiais de cirurgias por 
vídeo podem ser autoclavados. Como é feito nos outros hospitais? 
(E11). 
131
Essa pergunta ficou sem resposta, pois são discutidas nas respostas a troca dos 
métodos de desinfecção e esterilização e a troca de equipamento (termorresistentes) 
mais modernos. 
[...] a troca do método de desinfecção do glutaraldeído para o ácido 
peracético pode danificar os equipamentos [...] Alto risco de perda 
dos equipamentos. (M2).
LEGISLAÇÃO
Na categoria legislação, surgiram três subcategorias, denominadas: “Normas/
Portarias”; “Lei/ Legal” e “Anvisa”. Na subcategoria “Normas/Portarias”, os profissionais 
expressaram suas dúvidas em relação a em qual norma ou portaria deveriam se basear 
para a tomada de decisão a respeito do produto a ser utilizado ou como utilizar e, 
concomitantemente, surgiram também dúvidas sobre os aspectos legais e as leis que 
regulamentam o uso de produtos, embalagens, substâncias e equipamentos, fazendo 
com que essas subcategorias apareçam em vários momentos.
Alguém tem alguma informação baseado em legislação sobre a 
desinfecção de alto nível do ácido peracético? (E11). 
A Legislação vigente para registro de Desinfetante de Alto nível 
(Peracético) é a RDC 33/2010. (EC4).
Na subcategoria “Anvisa”, as principais dúvidas foram voltadas para o 
reprocessamento de materiais e sobre quais materiais estão presentes na lista que não 
devem ser reprocessados. 
Eu tinha essa dúvida, porém com ajuda a consegui definir. Pois 
precisa verificar como o fabricante registrou o produto na Anvisa, o 
produto que utilizo da marca [...] tem o registro como de uso único, 
portanto as Cânulas de Guedel não são reutilizáveis. (E23).
VALIDAÇÃO DO PROCESSO
Na categoria “validação do processo”, surgiram duas subcategorias: “tempo” e 
“testes”. 
A subcategoria “tempo” está relacionada às dúvidas dos profissionais em relação 
ao tempo que deve ficar imerso um produto para que a limpeza ou desinfecção ocorra 
de forma eficiente e segura. 
[...] desinfecção de alto nível do ácido peracético em 10 minutos? 
(E11). 
Conforme metodologia do INCQS utilizada para ensaio de eficácia 
micobactericida o tempo de contato é de no mínimo 30 minutos. (F1). 
132
Na subcategoria “testes”, as principais dúvidas foram em relação aos testes 
que devem ser realizados para validar as cargas de esterilização das autoclaves, qual a 
quantidade destes que deve ser usado em cada carga, qual melhor localização com a 
finalidade de garantir um processo de esterilização seguro. 
[....] Quatro ampolas ou pode ser utilizada somente uma dentro da 
autoclave e a outra como controle? (E20). 
O que é indicador biológico? (EC1). 
Como resposta aparece: 
A RDC 15, de 15 de março de 2014, da Anvisa, está muito boa, ela 
explica sobre os testes que você deve utilizar e a frequência. (E21).
DISCUSSÃO
Na categoria denominada“soluções”, muitas dúvidas eram referentes aos 
nomes comerciais das soluções utilizadas em todas as etapas do processo de preparo 
do material (limpeza, desinfecção ou esterilização). Os profissionais queriam saber qual 
era a solução mais eficaz, segura e de menor custo para ser usada na instituição. 
Um estudo12 aponta a dificuldade encontrada pelos profissionais em fazer a 
escolha de soluções enzimáticas para a limpeza dos materiais devido à diversidade 
de marcas surgidas no mercado ultimamente, cada uma com suas características. 
Importante destacar que a maioria dos profissionais demonstrou saber quais são as 
soluções mais comumente usadas para realizar a limpeza, desinfecção ou esterilização; 
entretanto, para 20% (UR=34) as dúvidas foram sobre qual tipo de solução e qual 
concentração deverá ser usada para cada tipo de material específico.
A desinfecção química deve ser a última opção para processamento de 
materiais termossensíveis devido à complexidade do processo, aos riscos oferecidos aos 
trabalhadores que manuseiam o produto e para o meio ambiente, quando desprezados 
em local inadequado. 
Os germicidas usados para desinfecção de alto nível são os aldeídos (glutaraldeído, 
ortoformadeído, formaldeído), o ácido peracético, o peróxido de hidrogênio e a água 
eletrolisada; para desinfecção nos níveis intermediário e baixo, as soluções cloradas, 
álcool, quaternário de amônia, fenois e soluções iodadas.
A concentração das soluções permanece a mesma recomendada pelo 
fabricante para imersão do material, o que varia é o tempo de exposição a ela para 
ocorrer a desinfecção de alto, médio ou baixo níveis. A RDC 814 proíbe a esterilização 
por imersão em agentes químicos de instrumentais cirúrgicos e produtos para saúde 
considerados críticos. A Anvisa reforçou essa medida com a publicação da RDC 3315, em 
2010, proibindo o registro de novos agentes saneantes na categoria de “esterilizantes” 
sob a forma líquida, estabelecendo prazo para adequação dos produtos esterilizantes e 
desinfetantes hospitalares para artigos semicríticos.
133
Na categoria “equipamentos e materiais”, emergiram dúvidas sobre métodos 
de esterilização/desinfecção diretamente relacionadas à primeira categoria, na qual os 
profissionais perguntavam quais as soluções desinfetantes mais indicadas e como usá-
-las para a desinfecção dos materiais. Nessa categoria, a subcategoria “instrumentos” 
foi a segunda mais citada, com dúvidas em relação a todas as etapas do processo de 
preparo do material (limpeza, condicionamento e esterilização) de instrumentais es-
pecíficos, tais como: equipamentos de endoscopia, instrumentais cirúrgicos, nebuliza-
dores, ambus, entre outros. De acordo com a NR 156, todos os produtos para a saúde 
passíveis de processamento devem passar obrigatoriamente pela limpeza por meio de 
ação mecânica (manual ou automatizada), atuando em superfícies internas (lúmen) e 
externas, de forma que tornem o produto seguro para manuseio e preparado para de-
sinfecção ou esterilização. Após limpeza, os materiais devem passar pelos processos 
conforme sua classificação como produtos críticos, semicríticos ou não críticos.
Alguns devem receber uma desinfecção simples, outros, uma desinfecção de 
alto nível, ou proceder a esterilização, dependendo do tipo de material de que são cons-
tituídos. Alguns profissionais relataram suas dúvidas em relação ao reprocessamento 
de materiais de uso único. Um estudo abordou a classificação dos produtos para saúde 
como de uso único ou reutilizáveis. Os primeiros deveriam ser utilizados uma única vez, 
porém, a prática de reuso desses materiais tem se tornado uma realidade, envolvendo 
uma série de questões – técnicas, econômicas, ambientais, éticas e jurídicas, visto que 
pode acarretar risco para a saúde dos usuários desses produtos. Os produtos reutilizá-
veis são considerados bens duráveis e requerem para o reprocessamento avaliação de 
desempenho, limpeza, desinfecção ou esterilização e controle de qualidade em todas as 
etapas para garantir sua reutilização. Em 2006, a Anvisa publicou a Resolução nº 2.605 
com lista de produtos hospitalares proibidos de serem reutilizados.
No caso de surgir alguma dúvida, deve-se recorrer ao comitê de reprocessamentos 
de produtos da instituição, mas se este comitê não estiver implantado, quem decidirá 
é o responsável técnico pelo CME, que deve avaliar as condições do produto, os custos 
para o reprocessamento e, se após reprocessado, não irá apresentar risco para o usuário. 
Outra dúvida ainda em relação à categoria “equipamentos e materiais” foi 
sobre o tipo de embalagem mais segura para garantir a esterilidade do material por 
mais tempo. As funções primordiais da embalagem deveriam permitir a esterilização do 
material, mantendo sua esterilidade até o momento da utilização, e a retirada asséptica 
do material da embalagem, protegendo-os de possíveis eventos adversos.
É grande a variedade de produtos utilizados para embalar os materiais que 
irão ser esterilizados; portanto, para escolher qual será o invólucro mais adequado, 
é necessário levar em conta uma série de fatores, como custo-benefício, condição 
financeira da instituição, geração de resíduos, treinamento da equipe de funcionários 
do CME, entre outros. Deste modo, a embalagem confere ao material a proteção 
necessária para manutenção da esterilização, estando diretamente ligada às condições 
134
de manuseio, transporte e armazenamento, por isso, o material deve ser estocado em 
local seco, arejado, protegido de sujidade e grandes variações de temperatura — essas 
condições devem sempre ser monitoradas, assim como eventos que possam colocar a 
esterilização do material em risco.
A dúvida menos expressiva foi em relação à formação de biofilme, quando 
por algum motivo limpeza dos equipamentos não é eficiente ou quando as soluções 
empregadas não estão de acordo com a diluição. Estudo sobre remoção de biofilme, 
em aparelhos utilizados para endoscopia, apontou um alto risco de desenvolver o 
biofilme nesse tipo de equipamento, por serem complexos, não desmontáveis e nem 
transparentes, o que dificulta sua visualização interna e pode comprometer o processo 
de limpeza; portanto, se a limpeza não for eficiente, o processo de desinfecção e/ou 
esterilização ficará todo comprometido.
Na categoria “legislação”, a maioria das dúvidas foram em relação às “Normas/
Portarias” e sobre as leis. No que diz respeito a esta categoria, pode-se citar a RDC 
156, documento fundamental para quem trabalha em CME, a qual dispõe sobre 
requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras 
providências, visando à segurança do paciente e dos profissionais envolvidos. Além 
desta, existem outras Resoluções, Notas Técnicas e Portarias, publicadas pela Anvisa, 
que complementam as recomendações para boas práticas no CME abordando aspectos 
não discutidos pela RDC 15.
Na categoria “validação do processo”, a maioria das dúvidas direcionava-se ao 
tempo em que os materiais devem ser expostos em cada etapa de limpeza, desinfecção 
ou esterilização e quais os testes devem ser realizados para garantir uma esterilização 
efetiva no fim do processo. Sabe-se que usuários de saúde estão expostos a riscos 
inerentes a um processamento inadequado; quando o tempo for inadequado, o potencial 
de transmissão de microrganismos se mantém e a toxicidade causada por resíduos das 
soluções utilizadas poderá atingir o paciente.
Conforme indicação da RDC 156, a cada carga de produtos esterilizados deve-se 
realizar o monitoramento com pacotes teste desafio com integradores químicos classe 5 
ou 6. Quanto ao monitoramento com testes físicos, há necessidade de um registro para 
cada ciclo de esterilização.
O monitoramento com indicador biológico deve ser realizado diariamente, 
colocando o pacote desafio no ponto de maior dificuldade para ocorrer a esterilização 
na câmera interna da autoclave. Os resultados desses testes devem ser armazenados 
na unidade e estar disponíveispara consulta sempre que solicitados.
Observando as dúvidas enviadas à lista de discussão e avaliando as respostas 
emitidas, constatou-se que a maioria estava correta — aquelas que foram respondidas 
inadequadamente, imediatamente outro profissional apresentava a solução correta. As 
respostas sempre se fundamentavam em referência legal existente, com indicações de 
135
capítulos de normas e legislação disponíveis principalmente nos sites do Ministério da 
Saúde, da Anvisa, e no próprio site. Embora diferentes categorias profissionais tenham 
manifestado suas dúvidas, constatou-se que estas eram semelhantes \e direcionadas a 
garantir biossegurança aos usuários dos produtos para a saúde. As dúvidas existentes, 
se não esclarecidas, representariam risco para a qualidade do processamento dos 
produtos para a saúde e consequentemente da assistência à saúde. [...]
FONTE: . Acesso em: 22 set. 2021. 
136
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• O preparo do ambiente estéril inicia a partir da desinfecção dos utensílios, sendo 
esse o primeiro passo para a descontaminação inicial do utensílio.
• A preparação do campo estéril inicia pela antissepsia da pele ou local onde será 
realizado o procedimento. 
• A paramentação é um procedimento específico, que deve ser executado em passos 
padronizados e com observação rigorosa dos princípios de biossegurança. 
• A biossegurança constitui-se em um desafio para os profissionais da saúde, 
principalmente no campo prático de um setor pouco conhecido como o Centro de 
Materiais e Esterilização. 
137
1 O ambiente estéril é livre de microrganismo. Esse ambiente pode ser luvas, 
instrumentos ou qualquer objeto que seja passível de eliminação de microrganismos. 
Sobre o preparo do ambiente estéril, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O preparo do ambiente estéril pode ser em qualquer setor de saúde, o que 
determina a utilização da técnica é a necessidade de realizar um procedimento 
livre de microrganismos.
b) ( ) O preparo do ambiente estéril não pode ser em qualquer setor de saúde, o que 
determina a utilização da técnica é a necessidade de realizar um procedimento 
livre de microrganismos.
c) ( ) O preparo do ambiente estéril pode ser somente no bloco cirúrgico, pois o que 
determina a utilização da técnica é a necessidade de realizar um procedimento 
livre de microrganismos.
d) ( ) O preparo do ambiente estéril pode ser em qualquer setor de saúde, o que 
determina a utilização da técnica é o profissional que irá realizar um procedimento. 
2 O preparo do ambiente estéril inicia a partir da desinfecção dos utensílios, sendo este 
o primeiro passo para a descontaminação inicial do utensílio. Com base no preparo 
do ambiente estéril, analise as sentenças a seguir:
I- A limpeza é o processo de retirada da sujidade visível, sendo utilizadas escovas de 
cerdas macias, que permitem a limpeza sem agredir o equipamento ou instrumento.
II- O processo de embalar é um procedimento rápido e que não demanda uma técnica 
correta, pois, ao abrir um instrumental que foi autoclavado, é importante não 
encostar na embalagem e no instrumental.
III- A preparação do campo estéril inicia pela antissepsia da pele ou do local onde será 
realizado o procedimento. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 A antissepsia da pele visa eliminar microrganismos residentes e transitórios, reduzindo 
os níveis microbianos e inibindo o seu crescimento por um período de tempo para que 
se possa realizar o procedimento necessário. Sobre a escolha da solução antisséptica, 
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
AUTOATIVIDADE
138
( ) A escolha da solução antisséptica deve ser realizada a partir das condições da pele 
do paciente, observando se ele apresenta alguma hipersensibilidade à solução que 
se planeja usar. 
( ) O uso de antissépticos com base alcoólica não apresentam riscos para os pacientes. 
( ) O ideal do uso de soluções antissépticas é elas serem fracionadas em doses de 
aplicação única, para evitar o reuso e a possível contaminação dela.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 A paramentação é um procedimento específico, que deve ser executado em passos 
padronizados e com observação rigorosa dos princípios de biossegurança. Devemos 
ressaltar que o uso da paramentação cirúrgica objetiva, principalmente, a proteção 
dos pacientes contra contaminação do sítio cirúrgico por microrganismos liberados 
pelo ambiente, pessoas, materiais e por equipamentos em sala de operações. 
Descreva como é o procedimento de vestimenta do avental cirúrgico.
 
5 A antissepsia das mãos é importante para que possa ser realizada a limpeza da 
microbiota transitória e reduzir a microbiota residente, evitando a contaminação do 
paciente. Após essa antissepsia, pode-se colocar as luvas cirúrgicas. Nesse contexto, 
disserte sobre a técnica de calçar as luvas cirúrgicas.
139
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e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília, 
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Journal of CME, [s. l.], p. 177-185, 2002.
POTTER, P. A. Fundamentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2013.recuperação do paciente a partir 
de cuidados necessários, promovendo uma melhora na qualidade de vida do paciente. 
2 ABORDAGEM AO PACIENTE
A abordagem direcionada ao paciente implica compreensão do processo do 
cuidar, uma vez que ele envolve todas as questões pertinentes ao paciente, ou seja, na 
visão biopsicossocial do indivíduo, nas instâncias mais profundas que envolvem sua 
vida, suas crenças, seu emocional, os aspectos materiais, morais e éticos, enfim, sua 
forma de viver. 
Desse modo, o enfermeiro precisa trabalhar no contexto da prática da empatia, 
da ocupação, da preocupação do envolvimento com o outro, da compaixão e do 
processo de amorosidade com o ser humano fragilizado em seu corpo e sua essência. 
Além disso, deve ter como base os aspectos éticos e legais que envolvem o processo 
do cuidar na enfermagem.
Naturalmente, o paciente procura um atendimento em decorrência de suas 
necessidades ou de seus familiares, o que significa uma interrupção do curso normal 
de sua vida, além da convivência com pessoas estranhas e em ambiente não familiar 
(quando se trata de internações). O processo de humanização é muito importante para 
minimizar o sofrimento do paciente e de sua família, tornando menos agressiva a 
própria condição do doente. A equipe de enfermagem precisa estar disponível para 
responder todas as perguntas feitas pelo paciente, sobre informações, exames e 
procedimentos a serem realizados.
Enfermagem é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento 
de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência 
por meio da educação. Além de recuperar, manter e promover sua saúde, 
contando com a colaboração de outros grupos profissionais.
NOTA
7
Ao receber o paciente no sistema de saúde, é necessário providenciar os 
cuidados necessários, com gentileza, cordialidade e compreensão, despertando a 
confiança e segurança no paciente. Mesmo o paciente estando doente, é importante 
preservar os seus direitos, como: respeito ao ser chamado pelo nome; decidir junto com 
os profissionais sobre os seus direitos, cuidados; ser informado sobre os procedimentos 
e tratamentos que lhe serão dispensados, além da manutenção de sua privacidade 
física; sobre o sigilo a respeito de informações sobre a sua vida e seu estado de saúde.
Para tanto, a coleta de dados deve ser realizada em ambiente calmo, 
iluminado e sem interrupções e pautada nos princípios éticos que 
norteiam a profissão. Ao examinar, o enfermeiro deve demonstrar 
interesse genuíno pela pessoa que está sendo examinada, e demais 
atributos referidos na arte do cuidado, como o desvelo e a compaixão. 
Deve realizar o seu julgamento clínico sem juízo de valor, respeitando 
a cultura, a condição social, a orientação sexual, o gênero, a idade e o 
momento enfrentado pela pessoa (BARROS et al., 2015, p. 45).
QUADRO 1 – CONDUTAS PARA UMA ABORDAGEM ADEQUADA AO PACIENTE 
FONTE: Adaptado de Murta e Garcia (2006)
Outro fator relevante é a comunicação, ou seja, a forma como o 
paciente consegue exteriorizar o que se passa em seu mundo interior, 
trazendo informações ao profissional de enfermagem. O intuito do 
profissional deve ser esclarecer, perceber o que é necessário sem 
adotar uma postura de julgamentos prévios, muitas vezes tendo que 
respeitar o silêncio do outro. 
IMPORTANTE
8
A coleta de dados, segundo Barros et al. (2015), pode ser de quatro tipos:
• Avaliação inicial: com o propósito de avaliar o estado de saúde da pessoa, 
identificar problemas e estabelecer um relacionamento terapêutico.
• Avaliação focalizada: tem como finalidade verificar a presença ou ausência de um 
diagnóstico em particular.
• Avaliação de emergência: utilizada em situações em que há ameaça à vida. 
• Avaliação de acompanhamento: realizada em determinado período após uma 
avaliação prévia. 
Independentemente do tipo de coleta, é fundamental que o profissional da 
enfermagem possa ter como referência as necessidades humanas básicas, em 
uma abordagem humanizada e integral, ou seja, biopsicossocial. A entrevista deve 
ser pautada em um processo de escuta ativa, sem julgamentos, com disponibilidade 
absoluta do enfermeiro, pois se trata de um momento crítico da vida do paciente, já 
bastante fragilizado em função da doença.
 Na consulta de enfermagem, a entrevista é uma das ferramentas utilizadas 
para a coleta de dados, sendo descrita como a primeira etapa do processo de enfer-
magem, porém, ocorre continuamente, pois é essencial para todo o desenvolvimento do 
processo, para que todas as próximas etapas possam ser realizadas adequadamente. 
Alguns pontos são essenciais para que a entrevista estabeleça a qualidade 
da relação entre enfermeiro e paciente: conforto do paciente; permitir que ele se 
expresse plenamente; linguagem compatível com o nível cultural do paciente; a forma 
de comunicação. 
Mesmo existindo um roteiro para a entrevista, é importante deixar o paciente falar 
livremente sobre sua visão a respeito da doença que o acometeu, além do levantamento 
de dados obtidos pelo familiar que acompanha o paciente, pois a família poderá colaborar 
com informações que o doente possa ter omitido ou não consegue verbalizar. Envolvida 
a família, as próximas etapas poderão ter resultados mais consistentes, uma vez que 
em um processo de humanização, o cuidar envolve atenção aos afetos do paciente. 
A entrevista tem como objetivo o levantamento de dados referentes ao 
estado físico e emocional do paciente, permitindo a reunião de infor-
mações que irão direcionar o profissional sobre o que especificamente 
deve ser investigado no exame físico.
NOTA
9
Como aponta Murta e Garcia (2006), respeitar a fala livre do paciente já é um 
ato terapêutico, pois pode se tratar de um desabafo, reduzindo, assim, a ansiedade. 
Conforme o paciente relata acerca da sua condição, a enfermeira precisa estruturar 
a história, e caso apareçam dúvidas, o papel da profissional é fazer perguntas para 
levantar pontos importantes. 
O exame físico (cujo assunto será desenvolvido na Unidade 3), tendo como 
base as informações da entrevista, irá realizar a coleta de dados que validarão a entre-
vista, levantando os dados sobre a saúde do paciente e suas respectivas anormalidades 
apontadas no histórico em relação a suas queixas. 
Deverá fazer uma investigação de sinais e sintomas apresentados pelo 
paciente, a semiologia e a semiotécnica, que consiste em estudar a metodologia 
das ações a serem implementadas após o exame físico. 
Para a etapa do exame físico é de grande relevância o sigilo, a privacidade, um 
ambiente adequado, instrumentos e aparelhos necessários, como esfigmomanôme-
tro, estetoscópio, termômetro, fita métrica, lanterna, algodão, abaixador de língua, entre 
outros. Também serão utilizados processos da inspeção, ausculta, palpação e percepção 
de cheiros. Assim, a partir da entrevista e do exame físico, é possível estabelecer o proce-
dimento da coleta de dados, a primeira das cinco fases sequenciais e interrelacionadas: 
investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação.
2.1 ROTEIRO DE INFORMAÇÕES RELEVANTES
Tendo ocorrido a primeira abordagem ao paciente, isto é, o levantamento de da-
dos a partir da entrevista (conhecer hábitos individuais e biopsicossociais e espirituais) e 
do exame físico (estado de saúde do paciente), é necessário, então, ter um roteiro com 
as informações relevantes para colocar em prática os cuidados adequados. 
Na área da saúde, o objetivo não é a cura somente, mas sim produzir o 
cuidado, pois ele é o caminho para tal, ou seja, é a essência dos serviços de 
saúde (MURTA; GARCIA, 2006). 
IMPORTANTE
10
O profissional de enfermagem precisa apresentar uma postura cordial, atitude 
acolhedora, compreensiva e atenciosa, gerando confiança e tranquilidade. Deve, 
portanto, se inteirar da enfermidade relatada pelo paciente, percebendo a linguagem 
verbal e não verbal, assim como as angústias e a relação com sua história. 
Devemos observar que o levantamento dedados de enfermagem, em qualquer 
nível de análise (indivíduos, famílias e comunidades), consiste em informações 
subjetivas, oferecidas pelas pessoas, e em dados objetivos obtidos por meio de 
exames e diagnósticos, por exemplo (NANDA, 2010).
Para Barros et al. (2015), devido à natureza dos dados coletados, podemos 
considerar que eles não são indicadores perfeitos ou exatos do estado de saúde ou do 
problema apresentado pela pessoa. Nesse contexto, a qualidade da informação, mais 
do que a quantidade, é importante para o julgamento do diagnóstico. 
Na entrevista esquematizada, facilitando a compreensão das próximas eta-
pas a serem cumpridas na assistência de enfermagem, é preciso abordar os seguintes 
aspectos: identificação, queixa principal, histórico da doença atual, antecedentes pessoais 
e antecedentes familiares (POSSO, 2006). Conforme mencionamos, essas informações 
devem ser coletadas com escuta ativa e raciocínio critico, assegurando que a próxima 
etapa, o diagnóstico de enfermagem, assim como a implementação das intervenções 
adequadas, pode ser realizado com o máximo de segurança e assertividade.
A seguir, iremos analisar o roteiro com as informações relevantes para construir 
um instrumento de coleta de dados que padronize o processo da entrevista inicial:
 
• Identificação: nome; idade (relaciona-se a problemas que incidem em determina-
das faixas etárias); sexo (certos problemas são mais frequentes em determinados 
sexos); etnia (algumas doenças são mais comuns em etnias especificas); estado 
civil (avaliação de estados emocionais decorrentes de problemas familiares, sexu-
ais, de relacionamento etc.); grau de instrução; profissão (problemas decorrentes da 
ocupação); naturalidade (avaliação de alterações relacionadas a costumes, alimen-
tação ou doenças características de determinadas regiões).
• Queixa principal: o que motivou a procura pelo serviço de saúde. Quando a queixa 
for dor, deve-se determinar suas características quanto a localização, duração e 
intensidade (em uma escala de 0 a 10). A observação de alguns sinais emitidos pelo 
A coleta de dados pode ser ampla, com dados predeterminados em um 
contato inicial, ou pode ser focalizada, quando realizada com dados 
específicos de acordo com a situação apresentada.
ATENÇÃO
11
paciente, também é importante na determinação e avaliação da dor: sinais vitais, 
náuseas, coloração da pele, tensão muscular, postura, expressão facial e verbal, 
ansiedade e depressão, fatores estes de ordem fisiológica, comportamental e afetiva.
• Histórico da doença atual: sintomas relacionados com a doença devem ser 
investigados de forma minuciosa, como horário de aparecimento e duração.
• Antecedentes pessoais: como alergias, medicações em uso, vícios, hábitos, 
hidratação, sono, higiene e eliminação e religião.
• Antecedentes familiares: pesquisando doenças congênitas, hereditárias e 
contagiosas.
Após a realização da entrevista, o paciente deve ser informado de seu final e 
que o próximo momento será o exame físico, para verificação dos sinais vitais, estatura, 
peso e queixas apresentadas, pedindo que ele colabore para uma melhor avaliação dos 
aspectos informados na entrevista, além do esclarecimento de dúvidas apresentadas, 
se ainda houver. 
No exame físico, como já estudamos, o objetivo é confirmar os dados informados 
na entrevista, além de acrescentar outros, se necessário. Buscar informações que 
possam ser úteis para a aplicação de intervenções da enfermagem, além de favorecer 
o diagnóstico.
2.2 ESCUTA ATIVA AO PACIENTE
Durante todo o processo de coleta de dados, desde a entrada do paciente ao 
sistema de saúde, além das características já citadas sobre o enfermeiro, a escuta 
ativa é a principal característica a ser aplicada durante a entrevista, a partir da prática 
da alteridade, ou seja, colocar-se no lugar do outro, sem julgamentos, compreendendo 
a realidade do cliente a partir do seu ponto de vista. A compreensão do processo da 
escuta ativa se dá na percepção da humanização, enquanto peça-chave para ver o 
paciente em sua integralidade.
As observações do enfermeiro devem seguir um plano lógico e ordenado. 
Essas informações são obtidas por meio da utilização dos sentidos: 
visão (inspeção), audição (ausculta), olfato (percepção de cheiros) e tato 
(palpação) (MURTA; GARCIA, 2006).
ATENÇÃO
12
Estabelecido esse entendimento, aplica-se a comunicação (ou a forma de 
comunicação), com o intuito de estar e ser a escuta necessária para a prática do “ouvir”. 
Sendo que ouvir é um processo mecânico que ocorre a partir do estímulo ao aparelho 
auditivo, ao passo que, escutar implica diretamente em prestar atenção ao que está 
sendo dito, refletir e assimilar o conteúdo, e no caso do enfermeiro, sem julgamentos. 
Segundo Martins (2014), o profissional de enfermagem deve estar receptivo e 
disponível, portanto, precisa expressar o desejo de ouvir, de conversar, não interrompendo 
o paciente, de modo a ser verdadeiro, compartilhando esperanças e sentimentos.
A comunicação ocorre conforme o profissional de enfermagem utiliza uma 
linguagem, e o paciente passa a se sentir à vontade em responder, uma vez que o 
enfermeiro deixa evidente sua disposição para escutar. A percepção do profissional o 
fará utilizar uma linguagem compreensível, e em caso de dúvidas por parte do paciente, 
deve refazer as perguntas com outras palavras, portanto, precisa estar atento às 
manifestações corporais também. 
Desse modo, a comunicação pode não ser efetiva por diversos motivos, 
tais como: limitações presentes no emissor ou no receptor; falta de capacidade de 
concentração da atenção; pressuposição da compreensão da mensagem; imposição 
de valores; influência de mecanismos inconscientes (MURTA; GARCIA, 2006).
De acordo com Martins (2014), a escuta ativa estabelece dois atributos, o 
da compreensão e o da ajuda. Também estabelece uma relação de ajuda entre o 
e enfermeiro e seu paciente, promove a compreensão, o conforto e a segurança do 
paciente, assim como a busca de informação e planejamento dos cuidados, uma gestão 
eficaz da doença por meio da adesão terapêutica e do autocuidado, uma redução de 
fatores de risco e complicações, além de uma melhoria dos resultados em saúde. 
A estruturação de técnicas para uma escuta ativa equivale ao comprometimento 
com a pessoa (MARTINS, 2014). Por outro lado, existem algumas barreiras para a 
realização de uma escuta ativa: interromper o doente, demonstrar impaciência e tirar 
conclusões precipitadas.
Embora pareça simples, a prática da escuta é uma das questões mais 
desafiadoras. Saber ouvir o paciente implica considerar informações para 
além do que o paciente fala, além das possibilidades do indivíduo em 
verbalizar aquilo que está acontecendo. No entanto, cabe destacar que 
não é um dom natural, mas sim uma prática constante. A escuta ativa 
pode acelerar o processo de busca de intervenções positivas no cuidado 
da enfermagem.
IMPORTANTE
13
Escutar não é sinônimo de ouvir. Derivado do verbo “escutar”, do latim 
“auscultare”, significa tornar-se ou estar atento para ouvir, aplicar o 
ouvido com atenção para perceber (MARTINS, 2014).
NOTA
14
Neste tópico, você aprendeu:
• O processo de enfermagem abrange cinco fases: investigação ou levantamento 
de dados; diagnóstico; planejamento; implementação e avaliação.
• A coleta de dados da enfermagem envolve ações que fornecem subsídios para 
a prática dos cuidados, a partir de uma visão integral e humanizada do paciente, 
focando nas informações de maior importância na abordagem, observação e na 
escuta ativa, ou seja, buscando informações tendo como base a queixa e o exame 
físico do paciente.
• A abordagem ao paciente ocorre a partir da percepção de suas necessidades 
básicas.
• Na consulta de enfermagem, ocorre a entrevista com questões referentes à 
identificação do paciente, sua queixa principal e fatores pertinentes ao seu estado 
em geral.
• O exame físico é feito com o intuito de confirmar os dados fornecidos naentrevista, 
além de outros aspectos necessários para as próximas etapas do processo de 
sistematização. 
• Sobre a importância da escuta ativa, trata-se da prática da empatia, alteridade, 
comunicação e da disposição do profissional de enfermagem em ouvir o paciente.
RESUMO DO TÓPICO 1
15
1 O enfermeiro é um ser humano que, a partir de pesquisas científicas e raciocínio 
crítico, está disposto a obter habilidades da prática do cuidar. No entanto, também 
é um ser humano com sentimentos, emoções e valores próprios, porém, esses 
aspectos não podem interferir em seus julgamentos. Assim, o cuidado tem sido 
estudado na enfermagem, a partir de teorias e práticas para uma atuação profissional 
de qualidade. Desse modo, surgiu a Sistematização da Assistência a Enfermagem 
(SAE), na qual podemos notar que o processo de enfermagem ocorre em cinco 
etapas interrelacionadas: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação 
e avaliação. Sobre as etapas, analise as sentenças a seguir e classifique V paras 
verdadeiras e F para as falsas:
( ) No diagnóstico, ocorre o levantamento de dados com entrevista e exame físico.
( ) A entrevista deve se pautar em um processo de escuta ativa, sem julgamentos, 
além de disponibilidade absoluta por parte do enfermeiro.
( ) São informações relevantes na coleta de dados: identificação, queixa principal, 
histórico da doença atual, antecedentes pessoais e antecedentes familiares.
( ) Na abordagem ao paciente, é necessário apenas que ele responda o que está sendo 
perguntado, sem que haja nenhuma preocupação com as necessidades básicas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) F – F – V – F.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – V – F – V.
2 De maneira geral, a prática da escuta é uma das habilidades mais difíceis de 
desenvolver, mas possui extrema importância para o profissional de enfermagem. 
Saber ouvir o paciente é atentar para além do que o paciente fala, é se observar 
além das possibilidades do indivíduo em verbalizar aquilo que está acontecendo. Ao 
escutar o paciente, é possível acelerar o processo de busca de intervenções positivas 
no cuidado da enfermagem. A respeito da escuta ativa, analise as sentenças a seguir:
I- A escuta ativa estabelece dois atributos, o da compreensão e o da ajuda.
II- É interessante interromper o paciente, demonstrar impaciência e tirar conclusões 
precipitadas.
III- Uma escuta ativa estabelece uma relação de ajuda entre o e enfermeiro e seu 
paciente, promove a compreensão, o conforto e a segurança do paciente.
IV- Sem a escuta ativa, há uma redução de fatores de risco e complicações, além de 
melhoria nos resultados em saúde. 
AUTOATIVIDADE
16
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença IV está correta.
c) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
3 Na consulta de enfermagem, a entrevista é uma das ferramentas utilizadas para a 
coleta de dados, sendo a primeira etapa do processo de enfermagem, mas ela ocorre 
continuamente, pois é essencial para todo o desenvolvimento do processo, ou seja, 
para que todas as próximas etapas possam ser realizadas adequadamente. A respeito 
da entrevista, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Tem como propósito o levantamento de dados sobre o estado físico e emocional 
do paciente. 
b) ( ) Tem como objetivo o estabelecimento de normas para um atendimento rápido, para 
que o paciente seja recebido e encaminhado imediatamente para tratamentos.
c) ( ) Tem como propósito reunir informações que irão direcionar o profissional de 
enfermagem sobre o que especificamente investigar no exame físico.
d) ( ) Tem como objetivo o conforto do paciente, permitindo que ele se expresse 
plenamente.
4 O paciente deve ser recebido no sistema de saúde com os cuidados necessários, ou 
seja, com gentileza, respeito e compreensão, despertando a confiança e segurança 
dele. Em todos os casos, é importante preservar os direitos do paciente. Indique 
cinco condutas para uma abordagem correta ao paciente.
5 Para elaborar um instrumento de coleta adequado a partir da entrevista, existe um 
roteiro básico a ser seguido: identificação, queixa principal, histórico da doença atual, 
antecedentes pessoais e antecedentes familiares. Indique o que é relevante coletar 
sobre antecedentes pessoais e antecedentes familiares.
17
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos os seguintes temas: a elaboração do 
pensamento crítico e do diagnóstico de enfermagem, as principais fontes de erros no 
diagnóstico e, por fim, a aplicação do diagnóstico ao plano de cuidado da enfermagem. 
Para que o profissional de enfermagem possa elaborar um diagnóstico a partir da 
investigação inicial, é de suma importância que ele desenvolva um raciocínio crítico e 
investigativo, organizando da melhor forma este processo, garantindo que o planeja-
mento alcance resultados efetivos. O desenvolvimento do raciocínio crítico demanda 
atenção a questões relevantes, como conhecimento cientifico, empenho, curiosidade, ca-
pacidade de resoluções de problemas e disponibilidade para a escuta ativa, tendo em vista 
a quantidade de pessoas e de processos envolvidos nos cuidados ao paciente. 
O diagnóstico de enfermagem tem por objetivo identificar as necessidades do 
indivíduo que precisa de atendimento, buscando oferecer uma base adequada para 
as intervenções de enfermagem, alcançando, assim, os resultados necessários ao 
processo do cuidar. A respeito das necessidades do ser humano, elas são classificadas 
em: psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
Para a aplicação do diagnóstico no plano de cuidados, devemos ter a percepção 
do grau de dependência do paciente, fazendo o julgamento clínico sobre as respostas 
obtidas, os problemas apresentados e seus processos de vida. 
Alguns fatores podem determinar os erros no diagnóstico de enfermagem, 
a começar por uma coleta de dados incorreta, com pouca atenção, sem 
conhecimento científico sobre patologias, sinais e sintomas, estresse e 
falta de atenção na escuta. Portanto, a falta de capacitação profissional e as 
dificuldades de interpretação por deficiência na construção do raciocínio 
crítico são determinantes para o impedimento de uma boa elaboração do 
diagnóstico de enfermagem.
IMPORTANTE
18
O uso do diagnóstico de enfermagem permite que o profissional repense seu 
papel e sua proposta de trabalho, pois promove maior aproximação com o paciente, 
uma vez que é aplicado o processo de humanização. Além disso, facilita a priorização de 
cuidados e a transmissão de informações para a equipe, estimula o desenvolvimento de 
uma visão crítica, contribui para o desenvolvimento do conhecimento científico e para 
o desenvolvimento pessoal. 
Assim, na construção da excelência na aplicação dos cuidados da enfermagem, 
devemos observar os referenciais que sustentam o diagnóstico enfermagem, como téc-
nica, habilidade interpessoal, raciocínio clínico e pensamento crítico (BARROS et al., 2015). 
Uma intervenção de enfermagem é uma ação autônoma, baseada em justificativa 
científica executada para beneficiar o paciente de forma previsível em relação ao 
diagnóstico e à meta da enfermagem. 
O raciocínio clínico está presente ao identificar o diagnóstico de 
enfermagem, definir metas, escolher as intervenções e avaliar os 
resultados obtidos. 
NOTA
2 PENSAMENTO CRÍTICO E ELABORAÇÃO DO 
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Para a elaboração do diagnóstico de enfermagem, é de grande importância 
desenvolver o pensamento crítico e científico, com base nos parâmetros estabelecidos 
adequadamente ao ser humano no processo de saúde. Desse modo, a contextualização 
da doença terá sido pautada já construção de um raciocínio investigativo e assertivo, 
levando a aplicação do diagnóstico ao plano de cuidados da enfermagem.
Os enfermeiros podem e sentir desconfortáveisao estabelecer diagnósticos 
de enfermagem em decorrência de uma lacuna entre o levantamento de 
dados e os diagnósticos, causada por falhas nos instrumentos da coleta 
(BARROS, 2010).
ATENÇÃO
19
Considerando que o profissional de enfermagem precisa ter conhecimento 
sobre os diagnósticos (como definições e características), é necessário que ele recorra 
aos processos lógicos do pensamento, e não somente a informações de outras pessoas, 
ou seja, o profissional deve aprender e raciocinar acerca dos conceitos, portanto, não se 
trata de um processo de memorização. Além disso, é importante procurar apoio, a fim de 
adquirir confiança no raciocínio (NANDA, 2010). 
O processo diagnóstico determina o processo ativo do pensamento, em 
que o enfermeiro investiga na memória os conhecimentos para possíveis explicações 
dos dados. 
Identificar diagnósticos é uma atividade complexa, pois trata-se da interpretação 
do comportamento humano relacionado à saúde, além da escolha adequada de 
intervenções. Assim, o pensamento crítico deve ser empregado no raciocínio diagnóstico, 
objetivando uma interpretação altamente precisa das respostas humanas aos 
problemas de saúde.
De acordo com Murta e Garcia (2006), as características a serem desenvolvidas são: 
• confiança; 
• pensar de maneira independente; 
• imparcialidade; 
• responsabilidade e obrigação;
• assumir riscos;
• disciplina; 
• perseverança;
• criatividade e curiosidade;
• integridade e humildade;
• observação, comunicação e ouvir reflexivamente;
• usar terapeuticamente o silêncio e verbalizar a aceitação e o interesse;
• usar frases com sentido aberto;
• repetir comentários ou última palavras ditas pelo cliente;
• fazer pergunta e devolver a pergunta feita;
• usar frases descritivas;
• permitir que o paciente escolha o assunto;
Para raciocinar sobre o diagnóstico junto à investigação de enfermagem, 
é preciso, inicialmente, ter a hipótese diagnóstica, analisada ao longo 
do processo investigativo, além da investigação completa, evidentemente 
(BARROS et al., 2015). 
ATENÇÃO
20
• verbalizar dúvidas;
• dizer não; 
• usar terapeuticamente o humor;
• resumir o conteúdo da conversa.
Tendo compreendido a importância do raciocínio critico no desenvolvimento de 
um diagnóstico de enfermagem, a próxima ação é a elaboração do diagnóstico, a partir 
dos dados coletados, para a execução dos cuidados adequados ao atendimento das 
necessidades especificas do ser humano
 A estrutura do diagnóstico de enfermagem é composta por:
 
• Problema: título ou diagnóstico.
• Caracterização: evidenciado por sinais e sintomas, parte do diagnóstico que dá a 
primeira indicação da aplicabilidade ou não de um diagnóstico.
• Características definidoras: características das pessoas e família, ou seja, 
características que o cliente apresenta e que dão subsídio ao diagnóstico de 
enfermagem.
• Origem: fatores relacionados ou fatores de risco, de alguma forma contribuem para 
o diagnóstico. 
Para Carpenito (2006), após a fase da coleta de dados, é preciso analisar e 
comparar os dados obtidos, com o objetivo de estabelecer o diagnóstico de enfermagem. 
Para fazer um diagnóstico de enfermagem preciso, é necessário coletar dados válidos 
e pertinentes; agrupar os dados; diferenciar diagnósticos de enfermagem (diagnósticos 
clínicos sobre as informações do paciente), de problemas colaborativos (complicações 
fisiológicas que podem vir a ocorrer); formular corretamente os diagnósticos de 
enfermagem e selecionar os diagnósticos prioritários. 
Preparando, assim, a próxima etapa, isto é, a implementação da intervenção 
de enfermagem, que consiste na determinação global da assistência de enfermagem 
a partir dos diagnósticos estabelecidos.
Os tipos de diagnósticos de enfermagem podem ser: 
• Real: descreve um julgamento clínico que o enfermeiro validou devido à presença 
de características definidoras maiores. 
• De risco: descreve um julgamento clínico em que o indivíduo está mais vulnerável 
ao desenvolvimento de um problema.
• De promoção da saúde: é preciso aumentar o bem-estar e concretizar o potencial 
de saúde humana.
• De bem-estar: julgamento clínico sobre o paciente em transição, de um nível 
específico de saúde para um outro mais elevado.
• De síndrome: conjunto de diagnósticos reais ou de risco previsíveis devido a um 
certo evento ou situação.
21
O processo de desenvolvimento de um enunciado do diagnóstico de enferma-
gem se dá a partir de sete eixos: 
• o conceito diagnóstico é o componente central;
• o sujeito do diagnóstico, o paciente;
• o julgamento, que especifica o sentido do diagnóstico;
• a localização, parte do corpo ou função relacionada;
• a idade, ou seja, feto, neonato, bebê, criança que começa a andar, criança pré-
escolar, criança em idade escolar, adolescente, adulto e idoso;
• o tempo, como agudo, crônico, intermitente, contínuo;
• situação do diagnóstico: real, promoção da saúde, de risco ou bem-estar.
 As prioridades são estabelecidas com base nas necessidades do paciente, 
em relação a seus aspectos biopsicossociais, e são denominados pela Classificação da 
Nanda como domínios. Portanto, temos: promoção à saúde, nutrição, eliminação e tro-
ca, atividade/repouso, percepção e cognição, autopercepção, papeis e relacionamen-
tos, sexualidade, enfrentamento e tolerância ao estresse, princípios da vida, segurança/
proteção. Assim, para um diagnóstico de enfermagem eficaz e com padrões seguros 
para a implementação das intervenções de enfermagem, a partir da coleta de dados, é 
preciso respeitar seguinte roteiro:
 
• a estrutura do diagnóstico;
• o tipo de diagnóstico;
• os sete eixos de diagnóstico;
• as prioridades nas necessidades do paciente.
O roteiro produzido pela NANDA (North American Nursing Diagnosis 
Association), fundada em 1982, tem por objetivo padronizar os termos 
para enfermagem. Foi aprovada, em 1986, a Classificação de Diagnósticos 
da Enfermagem – Taxonomia, com mais de 200 termos e definições para 
respostas humanas: trocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher, 
mover, perceber, conhecer e sentir. Os dados são validados por meio 
de instrumentos representativos das propriedades da resposta humana 
que está sendo avaliada. Trata-se de um sistema que possibilita a 
colocação de diagnósticos em uma estrutura de organização que 
inclui intervenções e resultados da Classificação das Intervenções de 
Enfermagem (NIC) e Classificação de Resultados de Enfermagem (NOC), 
criando um sistema de linguagem capaz de documentar o atendimento 
de enfermagem de forma padronizada.
INTERESSANTE
22
2.1 PRINCIPAIS FONTES DE ERROS NO DIAGNÓSTICO E 
ENFERMAGEM
 O diagnóstico de enfermagem, como estudamos anteriormente, deve ter como 
componentes básicos o conhecimento cientifico, o pensamento crítico, conhecimento 
dos parâmetros das necessidades humanas básicas relacionadas à saúde, uma coleta 
de dados eficaz, um raciocínio clínico adequado, uma boa comunicação, curiosidade 
investigativa, enfim, uma série de requisitos necessários para a elaboração de um diag-
nóstico, sem causar inferências nas etapas seguintes da SAE.
No que diz respeito à linguagem utilizada, tanto na padronização das infor-
mações quanto no processo da entrevista, os dados coletados devem ser os mais 
fidedignos possíveis, e no exame físico, a avaliação deve ser feita com todas as fer-
ramentas pertinentes, com as informações de maior relevância em linguagem clara e 
precisa. De acordo com Barros (2015), uma linguagem uniforme e padronizada facilita a 
comunicação e o uso de sistemas informatizados, além disso, promove a representação 
do conhecimento clínico de enfermagem.
As habilidades cognitivas de análise, o raciocínio lógico e a aplicação de 
padrões são apenas três dos processos de pensamentos necessários 
para um diagnóstico preciso de enfermagem (NANDA, 2010).
ATENÇÃO
 A partir dos estudos de Silva et al. (2011), foi constatado que o diagnóstico de 
enfermagem é considerado como uma das etapas mais complexas na sistematização deassistência, gerando muitos problemas em sua realização. O profissional de enfermagem 
encontra grandes dificuldades para sua implantação, além de a julgar como uma prática 
desnecessária. 
Segundo a pesquisa, apesar de os enfermeiros pesquisados acreditarem na 
importância da SAE e na melhoria da qualidade da assistência, promovendo autonomia 
e unificação da linguagem, verificou-se que grande parte dos profissionais demonstrou 
A falta de evidências para uma decisão diagnóstica, ou seja, sem envolvi-
mento absoluto por parte do profissional e sem responsabilidade na sua 
discussão com a equipe de enfermagem, pode ocasionar erros graves.
ATENÇÃO
23
falta de conhecimento sobre a sistematização, inclusive, não puderam citar nenhum 
diagnóstico de enfermagem e não a utilizavam, nem mesmo executavam as etapas 
de investigação, diagnóstico, planejamento implementação e avaliação. Também se 
verificou a ausência de formulários, além de condições inadequadas de trabalho.
Portanto, podemos perceber uma falta de capacitação, um desconhecimento 
das teorias e práticas aplicadas no processo de ensino e aprendizagem do profissional 
de enfermagem, ainda em sua formação, assim como em uma educação continuada 
em ambiente de trabalho, o que acarreta erros na elaboração do diagnóstico de 
enfermagem. Além da falta de responsabilidade, ética e conhecimento pertinentes ao 
plano de aprendizado das práticas de enfermagem.
2.2 APLICAÇÃO DO DIAGNÓSTICO AO PLANO DE CUIDADO 
DE ENFERMAGEM
Ao finalizar o processo em que se estabelece o diagnóstico de enfermagem, é 
necessário planejar a implementação dos cuidados e das intervenções da enfermagem, 
conforme já mencionamos. Para tanto, são elaborados os planos de cuidados. 
Os planos de cuidados têm a função de representar o conjunto prioritário 
de diagnóstico: proporcionar um roteiro para orientar o registro; comunicar a equipe 
de enfermagem sobre o que ensinar, o que observar e o que implementar; proporcionar 
resultados para a revisão e a avaliação do atendimento; orientar as intervenções que a 
equipe de enfermagem precisa implementar.
Para orientar e avaliar o atendimento de enfermagem, o plano de cuidados 
deve incluir: relatórios diagnósticos, resultados esperados, ordens ou intervenções, 
além de estado do diagnóstico e evolução do paciente. Os planos de cuidados 
eficazes utilizam informações escritas, não confiando apenas na comunicação verbal, 
desse modo, ajudam a dar continuidade ao tratamento ao paciente, proporcionando 
possibilidades para a revisão e reavaliação dos atendimentos. 
QUADRO 2 – TIPOS DE DIAGNÓSTICOS
24
FONTE: Adaptado de Carpenito (1999)
A partir da elaboração adequada do diagnóstico de enfermagem, é preciso 
realizar sua aplicação no plano de cuidado. Identificadas as necessidades do paciente, 
o qual é atendido de acordo com o grau de dependência e a natureza da extensão, 
o profissional determina a assistência de enfermagem que o paciente deve receber 
conforme o diagnóstico estabelecido. 
Dessa forma, notemos que é fundamental planejar os cuidados e procedimen-
tos mais adequados, com a intenção de minimizar ou solucionar os problemas reais 
ou potenciais do paciente. As prioridades devem ser estabelecidas de acordo com a 
situação e a percepção do paciente e da família, assim como o grau de ameaça a seu 
bem-estar, garantindo a individualização do processo. Na escolha de cada ação de cui-
dado, devemos sempre considerar o conjunto de consequências positivas ou negativas 
que terá como resultado.
25
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• Para a elaboração do diagnóstico de enfermagem, é imprescindível desenvolver o 
pensamento crítico e científico, com base nos parâmetros estabelecidos.
• Após a fase da coleta de dados, deve-se analisar e comparar os dados obtidos, com 
o objetivo de estabelecer o diagnóstico de enfermagem. 
• Para fazer um diagnóstico de enfermagem preciso, é necessário coletar dados 
válidos e pertinentes, assim como agrupar os dados, diferenciar diagnósticos de 
enfermagem, de problemas colaborativo, entre outros aspectos. 
• O diagnóstico de enfermagem possui um roteiro a ser respeitado, o que evita erros.
• A partir da elaboração adequada do diagnóstico de enfermagem, é feita sua 
aplicação no plano de cuidado de enfermagem.
26
1 De acordo com nossos estudos, o roteiro produzido pela NANDA (North American 
Nursing Diagnosis Association) objetiva a padronização dos termos para enfermagem. 
Em 1986, então, foi formalizada a Classificação de Diagnósticos da Enfermagem, 
com mais de 200 termos. As prioridades, em relação às necessidades humanas, são 
denominadas como domínios. Sobre os domínios, assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) Vem de encontro a promoção a saúde, nutrição e eliminação, entre outros.
b) ( ) São determinados pela estrutura do diagnóstico.
c) ( ) São padrões inseguros de aplicação.
d) ( ) Vem de encontro ao padrão diagnóstico.
2 Sabemos que para fazer um diagnóstico de enfermagem com precisão é necessário 
coletar dados válidos e pertinentes, agrupar tais dados, diferenciar diagnósticos de 
enfermagem de problemas colaborativos, formular corretamente os diagnósticos de 
enfermagem e selecionar os diagnósticos prioritários. Sobre os tipos de diagnósticos, 
associe os itens utilizando os códigos a seguir:
I- Real.
II- De risco.
III- De promoção da saúde.
IV- De bem-estar.
V- De síndrome.
( ) Julgamento clínico sobre o paciente em transição. 
( ) Descreve um julgamento clínico que o enfermeiro validou em decorrência da 
presença de características definidoras maiores.
( ) Aumentar o bem-estar e concretizar o potencial de saúde humana.
( ) Conjunto de diagnósticos reais ou de risco previsíveis devido a um evento ou 
situação.
( ) Descreve um julgamento clínico em que um indivíduo está mais vulnerável ao 
desenvolvimento de um problema.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) III – IV – II – V – I.
b) ( ) II – V – III – I – IV.
c) ( ) IV – I – III – V – II.
d) ( ) I – III – IV – V – II.
AUTOATIVIDADE
27
3 Pudemos compreender que o diagnóstico de enfermagem apresenta como elemen-
tos básicos o conhecimento científico, o pensamento crítico, conhecimento sobre os 
parâmetros das necessidades humanas básicas relacionadas a saúde, uma coleta 
de dados eficaz, um raciocínio clínico adequado, uma boa comunicação, curiosidade 
investigativa, enfim, uma série de requisitos necessários. No entanto, algumas ques-
tões podem ser uma fonte de erros no diagnóstico de enfermagem. Quanto ao que 
pode gerar erros no diagnóstico, assinale alternativa CORRETA:
a) ( ) Falta de capacitação, desconhecimento das teorias e práticas aplicadas no 
processo de ensino e aprendizagem do profissional de enfermagem.
b) ( ) A linguagem utilizada na padronização das informações e no processo da 
entrevista.
c) ( ) O diagnóstico de enfermagem é uma etapa muito complexa do processo de 
enfermagem.
d) ( ) No exame físico, a avaliação deve ser feita com todas as ferramentas pertinentes.
4 Para a elaboração do diagnóstico de enfermagem, é essencial se basear nos 
parâmetros estabelecidos no processo de saúde, para que ao contextualizar a doença, 
haja um raciocínio investigativo e assertivo, levando a aplicação do diagnóstico ao 
plano de cuidados da enfermagem. Descreva como ocorre o desenvolvimento do 
raciocínio crítico na enfermagem.
5 O diagnóstico de enfermagem tem por objetivo a identificação das necessidades do 
paciente, oferecendo uma base adequada para as intervenções de enfermagem. 
Assim, é possível alcançar os resultados necessários. Porém, alguns fatores podem 
determinar erros no diagnóstico de enfermagem. Indique três desses fatores.
28
29
TÓPICO 3 - 
PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO 
DOS CUIDADOS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, conheceremos o processo de planejamento e imple-
mentação de cuidados, tendo em vista a forma de estabelecer prioridade nos cuidados 
e outros aspectos. Após o processode investigação e diagnóstico de enfermagem, o 
enfermeiro deve planejar as próximas etapas, pensando em como serão determinados 
os resultados desejados e identificando as intervenções para alcançá-los.
O planejamento, nessa etapa do PE, tem por objetivo planejar a implementa-
ção das intervenções de enfermagem. Toda ação de planejamento exige uma visão 
crítica e que priorize as ações da equipe de enfermagem, afinal, para planejar é neces-
sário coletar todas as informações acerca dos objetivos e das metas deverão individu-
alizadas (para cada paciente).
Para isso, as ações são priorizadas com base nas necessidades do paciente, na 
prevenção, promoção, recuperação e manutenção de sua saúde. O planejamento exige 
uma visão sobre os recursos humanos envolvidos, as perspectivas do paciente e os 
fatores de risco. O planejamento, então, é o plano de cuidados. 
O enfermeiro deverá delegar à sua equipe de enfermagem os cuidados de 
determinada tarefa, esperando resultados com responsabilidade, conhecimento crítico 
e ética. Porém, não deverá delegar quando é exigido uma investigação, pensamento e 
julgamento complexos, pois o resultado da intervenção poderá ser imprevisível, com um 
grande risco e necessidade de solução de problemas e criatividade.
Sendo assim, para a implementação das intervenções, veremos que deve 
ser utilizado o roteiro a partir das anotações de enfermagem. Com essa aplicação, 
poderemos estudar a última etapa do PE, a avaliação, que tem a intenção de recolher 
todos os dados que foram trabalhados em prol da saúde do paciente, verificando se 
houve eficácia, se os objetivos foram alcançados, se houve mudanças positivas ou 
negativas no estado de saúde do paciente, e por meio da evolução da enfermagem, 
proceder com avaliação e reavaliação a partir dos resultados obtidos, gerando, então, o 
relatório de enfermagem. 
UNIDADE 1
30
As anotações da enfermagem serão avaliadas com base em uma coerência de 
informações, por isso é tão importante que a cada troca de turno haja o processo de 
comunicação e escuta ativa, pois não é só o paciente que deve ser ouvido, mas a própria 
liderança e os demais membros da equipe.
Os erros de anotação, a falta de orientação e responsabilidade da equipe pode 
levar a erros que, em um processo mais crítico, pode ocasionar uma piora ao paciente, 
portanto, algumas determinações devem ser feitas apenas pelo enfermeiro. Erros como 
medicações equivocadas, estresse, falta de raciocínio e de curiosidade investigativa, 
de conhecimento, de capacitação e treinamento podem fazer com que no momento 
das anotações, a equipe tenha dificuldades na clareza das informações, inferindo 
diretamente na responsabilidade do enfermeiro, no desequilíbrio da equipe e no prejuízo 
como um todo.
 A partir disso, podemos concluir que, as etapas do PE, em suas fases interrela-
cionadas, devem aderir ao processo do raciocínio critico, garantindo um planejamento, 
implementação da prescrição da enfermagem, uma avaliação de qualidade, levando ao 
principal objetivo da equipe da enfermagem no processo de cuidar, ou seja, promoção, 
prevenção, recuperação e manutenção da saúde do paciente em um atendimento 
biopsicossocial. 
Na implementação, a capacitação da equipe irá determinar se o 
planejamento esteve adequado às necessidades do paciente. Na 
prescrição da enfermagem, cumprida pela equipe, além de estabelecer 
critérios para uma conduta individualizada ao paciente, deve ser usada 
uma linguagem coesa, clara, objetiva, fundamentando todo o processo 
de sistematização.
ATENÇÃO
Os cinco certos de delegar em enfermagem são: a tarefa certa, a pes-
soa certa, na situação certa, comunicação certa e avaliação certa.
NOTA
2 ESTABELECER PRIORIDADES DE CUIDADOS
Para que o enfermeiro estabeleça as prioridades em relação aos cuidados, é 
essencial planejar as ações de intervenção aplicáveis ao diagnóstico, utilizando seus 
conhecimentos práticos, científicos, a sua experiência e seu pensamento crítico e clínico. 
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Visando, assim, a garantia de um prognóstico que possa atender às necessi-
dades básicas do paciente, alteradas após a implementação do plano assistencial a 
partir dos dados fornecidos pela evolução de enfermagem. 
Em seguida, é o momento de: 
• determinar as prioridades imediatas a partir da identificação do objetivo;
• observar quais problemas necessitam de atenção imediata e quais podem esperar, ou 
seja, quais serão o enfoque da enfermagem, quais serão delegadas ou encaminhadas 
para outros profissionais e quais deles exigirão uma abordagem multidisciplinar;
• fixar metas, ou seja, estabelecer resultados esperados e a maneira de beneficiar o 
paciente com os cuidados de enfermagem;
• determinar as intervenções e planejar a assistência levando em consideração os 
recursos humanos e tecnológicos disponíveis, a aplicabilidade da intervenção e 
a rentabilidade dela, assim como a necessidade de reavaliação ainda na fase de 
planejamento, mantendo o foco na evolução do diagnóstico. Nesse contexto, 
também fazem parte a família, a equipe de saúde e enfermagem; 
• fazer o registro individualizado do plano de cuidados, redigindo um plano padroni-
zado, para tratar da situação específica do paciente.
Para Barros (2015), o planejamento pode ser compreendido a partir do 
estabelecimento de diagnósticos, metas ou resultados esperados, além da prescrição 
das ações de enfermagem, as quais serão executados na fase de implementação. 
A priorização dos diagnósticos pode ser realizada segundo sua importância 
vital: aqueles que não podem esperar e demandam atenção imediata; problemas que 
devem ser controlados; problemas que podem ser adiados sem comprometer a saúde 
dos pacientes que estão sob cuidados do enfermeiro.
Sendo assim, o planejamento é a etapa em que o enfermeiro efetivamente 
prepara um plano de ação para ter eficácia e assertividade em seus próximos passos 
no processo de cuidar. Ao planejar, é preciso ter em mente quais informações serão 
relevantes ou não. 
Precisamos considerar também o conhecimento científico, as habili-
dades do enfermeiro e de sua equipe, a aceitação do paciente e os 
materiais disponíveis no ambiente em que o cuidado será aplicado. O 
resultado esperado pode ser atingido se houver tempo suficiente e se 
o paciente concordar com as condições para atingi-lo. 
ATENÇÃO
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O processo de saúde-doença, além de seus padrões estabelecidos por um 
conhecimento científico, tem seus padrões subjetivos e emocionais que devem ser 
percebidos pelo enfermeiro, e no qual a equipe deve ser capacitada para seguir o que 
for proposto. 
É importante salientar que, ao informar o outro, a qualidade da informação 
está muito ligada ao próprio aspecto biopsicossocial e da equipe em ação. O ser 
humano, em seus aspectos éticos e legais, faz julgamentos próprios, e muitas vezes 
tais julgamentos não condizem com a realidade profissional estabelecida. Por isso, o 
Conselho Regional de Enfermagem (COREN), que regulamenta e fiscaliza a profissão, 
trata de ações ligadas aos direitos e deveres do enfermeiro, em relação à sua prática 
no ambiente profissional. Tratar da saúde do paciente do mesmo modo como gostaria 
que sua saúde ou de seu familiar fosse tratada, isso se chama alteridade.
 O enfermeiro ter tais informações para adequar a linguagem, para que o êxito 
das equipes seja real, é exatamente na fase da implementação e da avaliação que 
surge a possibilidade de recorrer a novas estratégias, caso sejam necessárias. Porém, 
as estratégias só poderão ser reavaliadas se os agravos não levarem o paciente a 
uma situação de maior gravidade. Portanto, cabe ao enfermeiro estar em constante 
reavaliação de suas próprias práticas.
Ao estabelecer as prioridades, o enfermeiro passa a ter segurança de que 
suas ações deverão estar em concordância com o diagnóstico de enfermagem, e que 
a prescrição acontecerá com uma comunicação ativa, para que ao efetuarem as 
anotações de enfermagem, os resultados sejam assertivos e coerente. Caso o planejamento

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