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Conteúdo web 2 - Gestão do Conhecimento 
Aula 1 - Criação do Conhecimento Organizacional 
Todas as empresas detêm um conhecimento construído e institucionalizado ao longo do tempo. A 
questão é: elas sabem qual conhecimento é esse e como melhor gerenciá-lo e desenvolvê-lo? 
Aqui, é importante relembrarmos e ressaltarmos dois aspectos importantes: o conhecimento é um 
grande diferencial para as organizações, pois é uma vantagem competitiva que difere as organizações 
umas das outras e apresenta um caráter bastante estratégico; e o conhecimento é algo particular do 
sujeito, visto que é construído e desenvolvido a partir de processos mentais. Logo, podemos concluir 
que o ponto principal dessa questão diz respeito à interação dos sujeitos uns com os outros e com o 
ambiente externo, pois são esses os elementos que fazem parte da composição do conhecimento. 
Para que uma organização possa colocar em prática a criação do conhecimento, é necessário o 
estabelecimento de um ambiente organizacional favorável à colaboração e ao engajamento dos 
trabalhadores, viabilizando, assim, a troca de saberes e a construção de conhecimento de maneira 
ampliada. 
De maneira geral, o conhecimento depende do encontro, da interação. A produção, ainda que 
individual, só é enriquecida e amplificada quando se transpõe nos outros. De acordo com Carvalho 
(2012, p. 36), a criação do conhecimento é viabilizada por um contexto que apresenta as dimensões: 
“confiança mútua, empatia ativa, acesso à ajuda, leniência no julgamento e coragem”. É nesse sentido 
que o ambiente faz total diferença na produção e na disseminação dos saberes. 
Em outras palavras, assim como afirmam Takeushi e Nonaka (2008), o conhecimento não se constrói 
de maneira completamente abstrata, mas a partir de um lugar no qual a informação ganha significado 
por meio da interpretação, tornando-se, assim, conhecimento. Daí o surgimento do conceito de “Ba”, 
o qual, no campo da gestão do conhecimento, diz respeito ao “lugar”, ao espaço no qual a construção 
do conhecimento acontece. 
Esses lugares podem se apresentar de diferentes formas, desde salas de reuniões a ambientes não 
tão formais, pois a ideia é a geração de contextos nos quais o conhecimento é partilhado, criado e 
utilizado. De maneira geral, ele é criado ou atualizado o tempo todo – um novo conhecimento, por 
exemplo, sempre surge de algum já existente, mas que passa por uma mudança de significados e 
contexto. 
Portanto, quando pensamos na criação do conhecimento, precisamos nos atentar aos espaços, ao 
tempo e aos locais específicos que viabilizem essa troca. Considerando que o conhecimento emerge 
dos indivíduos, são as pessoas interagindo a partir de algum viabilizador que fazem com que novos 
significados sejam construídos e compartilhados. 
− Empresas e conhecimento: processos e práticas 
Com base nos nossos estudos até o momento, é possível inferirmos que conhecimento é mais do que 
uma vantagem competitiva: é algo vital para as empresas. Diante disso, valorizá-lo em todos os 
aspectos de suas operações é uma característica essencial às organizações contemporâneas. 
O conhecimento é o combustível que impulsiona a inovação, a tomada de decisões e o 
desenvolvimento de soluções efetivas para os desafios complexos que as empresas enfrentam. 
Empresas inteligentes investem não apenas em recursos tangíveis, mas também no capital intelectual 
de seus funcionários e parceiros. 
A criação de conhecimento nas empresas envolve, essencialmente, a transformação do conhecimento 
individual em coletivo, que pode ser aplicado para alcançar os objetivos organizacionais. Assim, é 
preciso nos apropriarmos de algumas práticas que podem ser adotadas para facilitar a criação do 
conhecimento no ambiente corporativo: 
▪ Fomentar uma cultura de aprendizagem: estimular a curiosidade, a experimentação e a busca 
pelo conhecimento dentro da organização. 
▪ Promover a colaboração: criar espaços e oportunidades para que os membros da equipe 
compartilhem suas ideias e experiências uns com os outros. 
▪ Investir em tecnologias de gestão do conhecimento: utilizar ferramentas como sistemas de 
gestão de documentos, plataformas de colaboração on-line e bases de conhecimento para 
facilitar o armazenamento, o acesso e o compartilhamento de informações. 
▪ Incentivar a inovação: encorajar a experimentação e o pensamento criativo, recompensando 
e reconhecendo as contribuições dos membros da equipe para a geração de novas ideias e 
soluções. 
▪ Aprender com os erros: estabelecer uma cultura que valorize o aprendizado com os fracassos 
e os desafios enfrentados, transformando essas experiências em oportunidades de 
crescimento e melhoria contínua. 
Em síntese, a criação do conhecimento organizacional requer um esforço contínuo e coordenado que 
envolve processos específicos e a adoção de práticas que promovam a colaboração, a 
aprendizagem e a inovação dentro da empresa. Ao investir nesses aspectos, as organizações podem 
se tornar mais ágeis, adaptáveis e competitivas em um ambiente complexo e em constante evolução. 
− Vamos Exercitar! 
A fim de exemplificar, de maneira contextualizada, os conteúdos discutidos em nossa aula, 
analisemos o case fictício apresentado na sequência: 
− Criação de conhecimento organizacional na empresa Alfa 
Alfa é uma empresa de tecnologia de médio porte, que, a fim de potencializar a capacidade inovadora 
e criativa de seus colaboradores, reconheceu a necessidade de promover uma cultura de 
aprendizagem para se manter competitiva em um mercado em constante mudança. No entanto, ela 
vem enfrentando desafios na criação e no compartilhamento de conhecimento entre seus 
colaboradores. 
Para solucionar essa questão, a empresa decidiu implementar um programa abrangente de criação de 
conhecimento organizacional e contratou você como consultor para auxiliá-los nessa missão. Partindo 
do exposto, quais ações você proporia para esse programa de criação e gestão do conhecimento? 
A seguir, há algumas proposições: 
▪ Avaliação das necessidades: seria importante que a empresa realizasse uma análise 
detalhada das necessidades de conhecimento em toda a organização, identificando lacunas 
de competências, áreas de oportunidade para inovação e desafios específicos enfrentados 
pelos funcionários. 
▪ Criação de uma cultura de aprendizagem: a promoção de uma cultura de aprendizagem 
também é uma ação importante para que os colaboradores se sintam mais abertos e 
confortáveis para lidar com os erros na forma de oportunidades de aprendizagem. 
▪ Facilitação do compartilhamento de conhecimento: poderiam ser propostos também a adesão 
e o uso de plataformas e ferramentas colaborativas, como fóruns on-line, grupos de discussão, 
wikis e redes sociais corporativas, para facilitar o compartilhamento de conhecimento entre os 
funcionários. 
▪ Estímulo à inovação e à criatividade: promoção de uma cultura de incentivo de ideias e 
soluções criativas para os desafios enfrentados pela empresa. 
▪ Criação de espaços físicos e virtuais dedicados à colaboração e à geração de ideias: neles 
os funcionários podem se reunir para realizar brainstormings e trocas de conhecimento. 
▪ Investimento em desenvolvimento profissional: investimentos em programas de treinamento 
e desenvolvimento para capacitar os funcionários com as habilidades e conhecimentos 
necessários para enfrentar os desafios atuais e futuros. Isso inclui treinamentos técnicos, 
workshops de liderança, cursos on-line e oportunidades de mentoria. 
A implementação efetiva de um programa de criação de conhecimento organizacional pode resultar 
em uma série de benefícios tangíveis e intangíveis, que vão desde o engajamento dos colaboradores 
e a potencialização da criatividade e da inovação, até um aumento de produtividade e qualidade. 
Além disso, a empresa pode identificar – em especial, no médio e no longo prazo – uma melhoria 
significativa na retençãode talentos.

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