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Código da disciplina: GMV007 Integração metabólica Profª Kelly Aparecida Geraldo Yoneyama Tudini Integração metabólica Cada tecido exerce uma função, integrando entre si para manter a homeostase do corpo. O metabolismo é diferenciado de acordo com o tecido. Metabolismo no fígado : No geral a função do fígado é processar e distribuir os nutrientes adquiridos da alimentação . Proteínas carboidratos e lipídeos precisam ser hidrolisados e absorvidos, o primeiro órgão a entrar em contato com as moléculas quebradas é o fígado, que gerencia o destinos destas moléculas menores . Ele recebe aminoácidos , monossacarídeos , lipídeos (TAG lipoproteínas) mas este precisa ser hidrolisado para passar pela membrana. No fígado os açúcares tem transportador de glicose, GLUT 2 presente na membrana plasmática ,não depende da insulina, esse açúcar segue o gradiente de concentração. A glicose ao chegar no hepatócito é transformada em glicose – 6 P ,fosforilada, fazendo com que a concentração da glicose caia ,no hepatócito, ou seja a concentração de glicose no sangue sempre será maior do que no fígado. A hexoquinase hepática irá fosforilar a glicose. Destinos possíveis da glicose 6P 1. A glicose 6P perde um fosfato se tornando livre e volta para o sangue , repondo a glicemia nutrir outros tecidos e etc. 2. Pode ser armazenada, quando o animal está bem alimentado a glicose 6P é armazenada na forma de glicogênio. 3. O hepatócito pode usar a glicose para obter energia , a partir do glicogênio 4. A glicose pode virar ácido graxo numa situação de boa nutrição , com excesso de carboidrato ,este é armazenado em forma de gordura , a partir da biossíntese de acetil CoA. Então é produzido triacilglicerol que vai para o tecido adiposo na forma de lipoproteína VLDL . Pois fígado não armazena TAG . 5. Uma via alternativa , a via das pentoses , onde ocorre produção de NADPH importante nas reações de biossíntese redutoras . Destinos do aminoácido 1. pode ser usado na síntese de proteínas hepáticas, produção de proteínas plasmáticas 2. Podem sair do hepatócito ir para o sangue serem distribuídos e usados para síntese de proteínas em outros tecidos que não o hepatócito 3. Utilização de aminoácidos para síntese de nucleotídeos de hormônios e de porfirinas 4. Aa que não é necessário para síntese de nenhum proteína é usado para produção de energia : 1º passo , precisa ser degradado , perdendo grupamento amino , formando amônia que vai para o ciclo da uréia , após a perda ocorre a produção do alfa cetoácido , que podem entrar no CK podendo ser usados para geração de energia .Ou seja seria uma rota produtora de energia 5. O piruvato pode formar glicose por gliconeogênese no jejum , podendo ser distribuída para diferentes tecidos , ou para os músculos para seguir o ciclo da glicose – alanina 6-7-8 utilização de alfa cetoácidos para produção de energia. 9. Aa transformado em lipídeos, em estado nutricional de boa nutrição com excesso de aminoácido. Aa são precursores de glicose por gliconeogenese 10. aa para gliconeogenese para formar glicose que vai para o sangue.Se o acido graxo que produz somente acetil coa, não contribui para a formação de glicose pois não contribui com o numero de carbonos 11. Aa que vieram do músculo quando ocorre proteólise muscular , são transportados para o hepatócito na forma de alanina que viram piruvato após perder grupamento amino. Destinos do lipídeo 1. Aa pode ser usado na síntese de lipídeos hepáticos (*fosfolipídeos ) 2-3-4 – Ac graxo usado para obtenção de energia , situação de jejum, fígado prioriza essa via .Oxidação completa dos ácidos graxos 5. Ac graxo fazem beta oxidação , produto final acetil coa pode formar corpos cetônicos que são lançados para o sangue 6. Acetil coa vindo do acido graxo, pode entrar na biossíntese de colesterol que é usado para formar sais biliares que emulssificam gorduras vindas da alimentação , ou eles podem ser mandados para tecidos como precursor de hormônios 7. Ácido graxo usados para formação de lipoproteínas plasmáticas (ex: VLDL ). 8. Ac graxos exportados para o sangue , se ligam pela albumina para serem distribuídos. Metabolismo do tecido adiposo A função geral do tecido adiposo é armazenar triacilglicerol , proteínas ou aminoácidos em excesso , que são metabolizados no sentido de formar acetil coa para formar TAG e forma VDLD que vai para o tecido adiposo , sendo armazenado em vacúolo lipídico . A molécula que pode ser armazenada sem muita dificuldade é o triacilglicerol , pelo fato de que ele não precisa de água para ser estocado. A utilização dessa molécula armazenadas ocorre a partir da ação da enzima LIPASE que realiza a quebra do TAG , no estado de jejum , formando ácidos graxos livres que vão para os diferentes tecidos. A glicose e os ácidos graxos também podem ser utilizados se estiverem disponíveis. METABOLISMO NO MÚSCULO Para ocorrer a contração muscular é preciso que aconteça a hidrólise de um ATP em ADP + Pi . O ATP que vai sofrer a hidrólise vem de ácidos graxos, corpos cetônicos e glicose sanguínea, variando qual vai ser usado de acordo com estado de alimentação do animal. Bem alimentado : glicose jejum inicial : ac graxo jejum : corpos cetônicos Se o músculo está exercendo atividade pesada o combustível é glicogênio muscular, porque ocorre o metabolismo anaeróbico , que é feito pela glicose produto final é lactato . Para atividades leves usa a glicose sanguínea , metabolismo aeróbico. Fosfocreatina composto de alta energia , presente no músculo , em atividade pesada , ela libera o seu fosfato e energia para ser usada para fazer ATP que vai ser usado na contração muscular num surto de atividade pesada. CICLO DE CORI Envolve fígado e músculo e sangue como tecido comunicante.Importante no surto de atividade pesada , que realiza metabolismo anaeróbico formando lactato que vai ser usado na gliconeogêmese para formar glicose . Esta glicose vai para o sangue e deste para o músculo que pode ser armazenada em forma de glicogênio . Em caso de atividade contínua a glicose vai para o músculo e vai para a glicogenólise formando ATP. MÚSCULO CARDÍCADO Tem a característica de estar o tempo todo em processo de contração e relaxamento , não tendo surto de atividade. Por isso ele não tem metabolismo anaeróbico ,não podendo ficar sem suprimento de oxigênio. Combustíveis são : glicose corpos cetônicos ac graxos. Dependendo do estado nutricional , combustíveis são oxidados no ciclo do acido cítrico . METABOLISMO NO CÉREBRO Assim como o coração , o cérebro é constituído por células que precisam estar constantemente polarizadas ,para que isso seja possível a atividade de uma enzima é importante, essa enzima recebe o nome de ATPase sódio potássio , responsável pelo transporte desses íons , o que significa uma demanda considerável de ATP. O combustível preferencial desse tecido nervoso é a glicose , mas também pode utiliza corpos cetônicos, que são produzidos a partir de ácidos graxos , dependendo do estado nutricional do animal . Em estado não alimentado os corpos cetônicos são recrutados , no caso de estado alimentado a glicose é mobilizada para produção de energia. Os ácidos graxos não podem ser usados como combustíveis pelo cérebro , por eles não atravessam a barreira hematoencefálica. CICLO DE JEJUM-ALIMENTAÇÃO O que acontece com carboidratos proteínas obtidas na alimentação em diferentes estados nutricionais ? Estado bem nutrido : glicose Depois de uma refeição rica em proteínas carboidratos lipídeos, as moléculas vão ser quebradas absorvidas e alguma parte vai para o fígado . Neste estado as biomoléculas o hormônio que marca essa situação é a insulina , produzidapelo pâncreas. A glicose chega vinda da alimentação: 1ª possibilidade é formar glicogênio (glicogênese) 2ª possibilidade é produção de energia (ATP) . 3ª possibilidade é a glicose formar tracilglicerol que forma VLDL que vai para o tecido adiposo, ou ir para o tecido muscular , mas é para produção de ATP e não armazenamento . 4ª possibilidade é exportação da glicose para outros tecidos , como cérebro, adipócito e para o músculo, e boa parte vai para o músculo e tecido adiposo, quando estes tecidos não absorvem a glicose caracteriza a hiperglicemia. Aminoácidos : Usados na síntese de proteína no fígado e em outros tecidos, depois disso ainda tem aminiacidos ,estes são degradados para produção de energia. Lipídeos : Deixa acido graxo no musculo estriado esquelético, no tecido adiposo, e o restante vai para o fígado como ácido graxo ,e é transformado em TAG e forma VLDL que vai para outros tecidos ou para o fígado. Fígado lipogênico é quando ele está bem nutrido , carboidrato em excesso forma TAG no fígado e deste forma VLDL. Estado de jejum inicial Glicemia começa a cair, e o pâncreas responde produzindo glucagon , que sinaliza a quebra de glicogênio hepático iciando a gliconeogênese, pouco intensa, que gera glicose para repor no sangue . Neste momento inicia a proteólise muscular , marcado pela presença de alanina no sangue, ela vai para o fígado , assim como o lactato (metabolismo anaeróbico ocorre nas hemácias) , precursores de gliconeogenese . Tendo inicio a glicogenólise Jejum estabelecido. Quadro de hipoglicemia, o glucagon continua ser produzido pelo pâncreas , e quem marca o fígado neste momento é a gliconeogênese . Com a queda da glicemia o fígado trabalha no sentido de repor esta glicemia ,ele quebra glicogênio, mas está baixa a quantidade de glicogênio , não sendo tão importante. A gliconeogenese é feita a partir de piruvato que veio da quebra de aminoácidos que veio da quebra de proteínas . A partir da quebra de aminoácidos podem produzir intermediários do CK. Pode ocorrer gliconeogenese a partir do glicerol que veio da mobilização de TAG Pode ser usado também lactato Lipólise ocorre no jejum estabelecido . Com isso glicose – 6p é produzida retirada um fosfato tornando a glicose livre para ir para os diferentes tecidos. Mesmo no jejum em situação de luta ou fuga o glicogênio é usado pelo músculo, depois ocorre a reposição deste glicogênio no musculo. Síntese de corpos cetônicos , relacionado com a mobilização de lipídeos do tecido adiposo. Fígado está gliconeogênico Estado de realimentação Fígado permanece gliconeogênico por um tempo . Para depois entrar no estado bem nutrido. Para isso a glicose obtida da alimentação vai para o músculo que faz metabolismo anaeróbico e tem como produto o lactato, que vai para o fígado e aproveita a via de gliconeogenese . Passado um tempo ele entra no estado bem nutrido.(Livro : Manual de bioquímica...) PATOLOGIAS Obesidade e diabetes mellitus Obesidade : Quando um animal se mantem no estado bem nutrido por um período muito prolongado , acaba por desencadear um problema no hormônio leptina , que é o responsável pela saciedade , ou seja este animal vai começar a se sentir menos satisfeito ao se alimentar . Com isso essa glicose em excesso entra no organismo chegando ao fígado , iniciando então a produção de insulina que indicará a produção de glicogênio, como já existe glicogênio armazenado no hepatócito ele será então transformado em gordura , e esta em VLDL sendo armazenada no tecido adiposo. Com a glicose constantemente alta a insulina estará o tempo todo sinalizando atividade isso acaba causando uma dessensibilização, que é a retirada de receptores deste hormônio ,que estão localizados na membrana principalmente do M. esquelético e tecido adiposo, na tentativa de manter a homeostase do organismo. Neste caso uma outra patologia pode ser desencadeada a chamada DIABETES MELLITUS . DIABETES MELLITUS TIPO II : Indivíduo produz insulina, e alguns tecidos deixam de responder à insulina (tecido adiposo e muscular). Glicose chega no fígado , que ainda responde à insulina , ainda ocorre a síntese de glicogênio. Mas boa parte da glicose deveria ser deixada no tecido adiposo e musculo esquelético , quando eles não captam mais a glicose começa a se acumular no sangue , pois o glut 4 não está sendo exposto, não ocorrendo a via de sinalização de insulina, ocorrendo a hiperglicemia , mas essa glicose precisa ser armazenada , então ela é convertida em gordura , insulina sinaliza a conversão de glicose em gordura, aumentando a quantidade de gordura que forma VLDL aumentando a quantidade de tracilglicerol (hipertriacilglicerolemia) Hiperglicemia e hipertriacilglicerolemia marcam a diabetes mellitus tipo 2 DIABETES MELLITUS TIPO I Pâncreas falha em produzir insulina . No diabetes tipo 1 não tratado, é como se o indivíduo estivesse no jejum crônico, e o pâncreas produz glucagon Glicose chega no fígado e deveria ser formado o glicogênio , mas o armazenamento depende do estímulo de insulina . O glicogênio que já estava armazenado é quebrado. A glicose deveria ser deixada no tecido adiposo e m esquelético , mas estes tecidos não vão capitar a glicose pois não tem insulina que é responsável por expor o glut 4 , então a glicose não é deixada em nenhum dos tecidos , aumentando a concentração de glicose (hiperglicemia) . Mesmo no estado bem alimentado o estímulo é dado pelo glucagon , que sinaliza a quebra do glicogênio e a gliconeogênese . Ocorrendo síntese de glicose a partir do lactato. A proteólise intensa também ocorre , a lipólise , gliconeogênese glicogenôlise todos intensos,pois como não tem a sinalização da insulina a glicose não é detectada nem mandada para seus possíveis destinos desencadeando assim no seu aumento acarretando um grave quadro de hiperglicemia (glicemia da alimentação + glicemia produzida pelos processos metabólicos) As gorduras que vem da alimentação formam quilomicron que deveriam ser distribuídos pelo sistema linfático, músculos e tecido adiposo, mas isso não ocorre , pois para o TAG entrar no tecido adiposo, é preciso a participação de uma enzima lipase, que é produzida a partir da sinalização da insulina . No tecido adiposo ocorre lipólise intensa libera muito ácido graxo , este vai ser usado por vários tecidos. Mas mesmo assim ocorre a sobra deste ácido, e acaba indo para o fígado com 2 destinos possíveis, voltar a ser TAG formando VLDL que fica no sangue circulando, que deveria deixar o TAG no tecido adiposo, mas isso não ocorre por causa da enzima que não é produzida por falta de insulina, acumulando o TAG .Começa a acumular tanto TAG como quilomícron . Lipólise intensa ,o que não ocorre na tiabetes tipo 2 . Tem muito ácido graxo vindo da lipólise e consequentemente tem muitos corpos cetônicos, que são ácidos, o que prejudica o sistema tampão do organismo. ( Cetoacidose metabólica ). Tipo 2 hiperglicemia hipertriacilglicerolemia fígado responde à glicose não tem gliconeogênese Tipo 1 hiperglicemia hipertriacilglicerolemia + acúmulo de corpos cetônicos (cetogênese diferencia tipo 1 do tipo 2) .Fígado não responde à glicose.
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