Prévia do material em texto
213 857. (FGV/2015) É a América Latina, as regiões das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos dias, tudo se transformou em capital estrangeiro e como tal acumula-se até hoje. A causa nacional latino-americana é, antes de tudo, uma causa social. (Eduardo Galeano, As veias abertas da América Latina, 1978, p. 14 e 281. Adaptado) A partir do texto, é correto afirmar que a) a luta na América pela ruptura do domínio espanhol man- teve o poder econômico dos criollos, somado ao poder po- lítico que preservou a estrutura colonial, inclusive a escravi- dão, e garantiu o livre comércio aos britânicos, enquanto a maioria desapropriada, que lutou pela terra, continuou po- bre e excluída, submetida à elite, dominante internamente e dominada externamente. b) o processo de independência da América Latina transfor- mou a estrutura colonial, na medida em que a elite criolla aboliu a escravidão e promoveu a reforma agrária, dimi- nuindo as distâncias sociais, ou seja, elaborou um projeto social próprio, o que afastou os interesses britânicos, esti- mulou os investimentos nacionais e fez o Estado assumir sua própria identidade latino-americana. c) o movimento de emancipação latino-americano restrin- giu- se aos aspectos culturais, ou seja, não ocorreu a des- colonização, pois a estrutura colonial permaneceu, exceção à escravidão, obstáculo ao avanço do liberalismo, abolida pelos criollos para garantir o consumo dos produtos france- ses, já que o projeto político dos proprietários estava em sintonia com os interesses externos capitalistas. d) a ruptura latino-americana com a metrópole espanhola foi revolucionária, na medida em que as classes dominan- tes locais, os criollos, perderam o poder que tinham na es- trutura colonial, graças à luta social dos não-proprietários que promoveram a descolonização e implantaram um pro- jeto político identificado com os interesses populares, como o fim da escravidão, a reforma agrária e o voto universal. e) o movimento de quebra dos laços coloniais ocorreu de forma violenta, no qual a maioria não-proprietária teve papel decisivo, transformando a luta em uma causa social, des- truindo a estrutura colonial e construindo um projeto político que atendeu tanto aos interesses dos criollos como aos dos ingleses, isto é, fornecer produtos para o mercado externo e consumir os produtos industrializados. 858. (ESPM RS/2019) Em 1863, forças francesas invaso- ras derrotaram os liberais mexicanos, forçaram Juárez a retirar-se e ocuparam a capital. No ano seguinte, Ma- ximiliano de Habsburgo, irmão do imperador da Áus- tria, tomou posse do governo no México, com o bene- plácito do Papado. (Rubim Santo Leão de Aquino. História das Sociedades Americanas) O governo do imperador Maximiliano no México: a) foi marcado pela resistência da população mexicana e pela ação de grupos guerrilheiros. b) recebeu amplo apoio dos Estados Unidos. c) objetivava propagar as ideias liberais. d) enfrentou a resistência dos conservadores mexicanos, pró-republicanos. e) foi longo e só chegou ao fim com a Revolução Mexicana de 1910. 859. (FUVEST/2016) Somos produto de 500 anos de luta: primeiro, contra a escravidão, na Guerra de Inde- pendência contra a Espanha, encabeçada pelos insur- gentes; depois, para evitar sermos absorvidos pelo ex- pansionismo norte-americano; em seguida, para pro- mulgar nossa Constituição e expulsar o Império Fran- cês de nosso solo; depois, a ditadura porfirista nos ne- gou a aplicação justa das leis de Reforma e o povo se rebelou criando seus próprios líderes; assim surgiram Villa e Zapata, homens pobres como nós, a quem se ne- gou a preparação mais elementar, para assim utilizar- nos como bucha de canhão e saquear as riquezas de nossa pátria, sem importar que estejamos morrendo de fome e enfermidades curáveis, sem importar que não tenhamos nada, absolutamente nada, nem um teto digno, nem terra, nem trabalho, nem saúde, nem ali- mentação, nem educação, sem ter direito a eleger livre e democraticamente nossas autoridades, sem indepen- dência dos estrangeiros, sem paz nem justiça para nós e nossos filhos. “Primeira declaração da Selva Lacandona” (janeiro de 1994), in Massimo di Felice e Cristoval Muñoz (orgs.). A revolução invencível. Subcomandante Marcos e Exército Zapatista de Libertação Nacio- nal. Cartas e comunicados. São Paulo: Boitempo, 1998. Adaptado. O documento, divulgado no início de 1994 pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional, refere_se, entre ou- tros processos históricos, à a) luta de independência contra a Espanha, no início do sé- culo XIX, que erradicou o trabalho livre indígena e fundou a primeira república na América. b) colonização francesa do território mexicano, entre os sé- culos XVI e XIX, que implantou o trabalho escravo indígena na mineração. c) reforma liberal, na metade do século XX, quando a Igreja Católica passou a controlar quase todo o território mexi- cano. d) guerra entre Estados Unidos e México, em meados do século XIX, em que o México perdeu quase metade de seu território. e) ditadura militar, no final do século XIX, que devolveu às comunidades indígenas do México as terras expropriadas e rompeu com o capitalismo internacional. 860. (UFRGS/2016) Considere as afirmações abaixo, so- bre a história do Haiti nos séculos XIX e XX. I. A Guerra de Independência do Haiti iniciou como uma ampla rebelião de escravos cujas consequências foram a abolição da servidão e a emancipação do país do do- mínio colonial francês. II. A França exigiu uma compensação financeira em ra- zão da abolição da escravidão e da independência, que só terminou de ser paga em meados do século XX. III. O país enfrentou, em janeiro de 2010, um terremoto devastador que custou a vida de mais de cem mil haiti- anos e forçou outros milhares à emigração, inclusive para o Brasil. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. 214 861. (UNIMONTES MG/2015) A Guerra do Pacífico, con- flito ocorrido na América do Sul, entre Chile, Bolívia e Peru, no último quartel do século XIX, tornou: a) a Bolívia um país sem acesso ao mar. b) o Peru um país marítimo ao norte. c) o Chile um país dependente dos portos bolivianos. d) o Peru e a Bolívia países hegemônicos no continente. 862. (UFRGS/2014) Leia o texto abaixo. O gaúcho arranca o couro e o estica, preso a estacas, ao sol. Do resto, o que não quiser, fica para os corvos. (...) Do povoado de Goya, os couros seguirão em via- gem para o porto de Buenos Aires e atravessarão o mar até os curtumes de Liverpool. O preço terá sido multi- plicado muitas vezes quando os couros regressarem ao rio da Prata, tempos depois, transformados em botas, sapatos e rebenques de manufatura britânica. GALEANO, Eduardo. Memórias do fogo. v. 2. Porto Alegre: LP & M, 2004. p. 160-161. O trecho faz referência ao contexto histórico da Amé- rica Platina, do século XIX, e à a) importação de matérias-primas européias essenciais ao processo de industrialização da região, iniciado ainda no século XIX e consolidado no século XX. b) ampla dependência dos curtumes de Liverpool em rela- ção aos produtos manufaturados de Buenos Aires. c) formação de economias pecuaristas de exportação na América Platina. d) importância do couro inglês para a economia latino-ame- ricana do período. e) retração generalizada da atividade pecuária em toda a América Platina, durante aquele século. 863. (UFTM MG/2012) Os homens ilustrados da nossa época não podem deixar de aqui enxergar o fator histó- rico predominante da revolução de independência sul- americana, inspirada e movida, de maneira assaz evi- dente, pelos interesses da população crioula [descen- dentes de espanhóis nascidos na América] e, ainda, da espanhola, muito mais do que pelos interesses da po- pulação indígena. Analisada, no contexto da história mundial, a independência sul-americana apresenta-se ditada pelas necessidadesdo desenvolvimento da civi- lização ocidental ou, mais exatamente, capitalista. (José Carlos Mariátegui. Sete ensaio s de interpretação da realidade peruana, 1975.) A partir do texto, infere-se que a) o movimento de independência da América do Sul foi re- sultado das lutas internas que opuseram indígenas e bran- cos. b) a independência abalou o domínio da população crioula, que não mais contava com a proteção da metrópole euro- peia. c) os interesses dos índios da América só foram respeitados após a independência, quando foram reconhecidos como civilizados. d) a noção de igualdade entre nações e povos levou ao re- conhecimento do direito à independência das áreas coloni- ais. e) o fim dos domínios espanhol e português na América do Sul estava em consonância com as necessidades do capital industrial. 864. (UFPR/2009) Vários movimentos contrários à opressão colonial ocorreram nas Américas, sobretudo no século XIX, visando independência em relação às metrópoles. Sobre eles, é correto afirmar: a) A maioria fracassou, permanecendo os países submeti- dos às suas metrópoles, como colônias, até o século XX. b) San Martín e Simón Bolívar foram líderes de movimentos de independência ocorridos na América Latina. c) A Guerra dos Farrapos foi o principal movimento pela in- dependência do Brasil em relação a Portugal. d) Os movimentos de independência foram inspirados no exemplo das colônias africanas, que estavam tornando-se países independentes no século XIX. e) Os movimentos de independência da América Latina fo- ram determinantes na independência das colônias nortea- mericanas. 865. (UNICID SP/2009) No contexto da Revolução Mexi- cana, as lideranças de Emiliano Zapata e Pancho Villa representavam os interesses a) da classe média urbana, que reivindicava melhores con- dições de trabalho nas fábricas. b) da elite agrária, que combatia a penetração dos Estados Unidos em território mexicano. c) da Igreja Católica, preocupada em perder as suas propri- edades com a expansão do comunismo. d) nacionalistas, que se opunham à cessão da exploração das reservas de petróleo às empresas européias. e) dos camponeses empobrecidos que, entre outras reivin- dicações, lutavam pela reforma agrária. 866. (PUCCamp SP/2020) O peronismo buscou promo- ver uma ampla identificação nacional com seu projeto político, mediante um discurso que enfatizava a) o anti-imperialismo, defendendo o nacionalismo argen- tino no plano político-econômico, com a declaração de mo- ratória e o rompimento de relações comerciais com os EUA. b) a justiça social por meio da concessão governamental de benefícios aos trabalhadores, principalmente os operários sindicalizados de todo o país, sua base eleitoral. c) a substituição da doutrina cristã pela justicialista, uma vez que Perón, desde seu primeiro governo, rompeu com a Igreja Católica, que não o apoiava, e se declarou líder espi- ritual do povo argentino. d) a neutralidade na II Guerra Mundial, argumentando que os argentinos eram um povo pacífico, uma vez que não pos- suía experiência anterior de envolvimento em conflitos béli- cos nacionais e internacionais. e) a distribuição de riquezas na Argentina, então muito con- centradas na capital, por meio de reformas trabalhistas, agrária e tributárias, de caráter populista, que contribuiriam para a homogeneização do país. 867. (UFRGS/2019) Considere as afirmações abaixo, so- bre a história da América Latina no século XX. I. Nas duas primeiras décadas do século XX, o Uruguai transformou-se em um dos primeiros países latino- americanos a possuir uma extensiva legislação social. II. Entre junho e setembro de 1932, o Chile teve um go- verno socialista, liderado por militares progressistas, que buscou implementar uma série de reformas sociais profundas no país, mas que acabou sendo derrotado por um golpe militar. 215 III. Na Argentina, em 1955, o governo reformista de Juan Domingos Perón foi deposto por um golpe militar libe- ral-conservador, que acabou inaugurando um longo pe- ríodo de proscrição do peronismo no país. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 868. (FMABC SP/2018) As Revoluções Mexicana e Cu- bana possuem alguns aspectos em comum, dentre os quais pode-se citar a a) vigência de um período inicial de forte instabilidade polí- tica e violentos conflitos com movimentos de oposição, e a existência de um governante carismático que permaneceu por mais de uma década no exercício do poder. b) adoção de um forte discurso nacionalista, calcado na ce- lebração da história pré-colonial e no culto aos heróis naci- onais, e forte tensão com a Igreja católica, acompanhada de intensa repressão às práticas religiosas tradicionais da população. c) realização de uma ampla reforma agrária, em seus anos iniciais, e o impacto nos países vizinhos, latino-americanos, que adotaram medidas de retaliação e provocaram a expul- são dessas nações da Organização dos Estados America- nos. d) adoção de medidas de política cultural vigentes em paí- ses socialistas, tais como a arte muralista, no caso mexi- cano, e o estímulo ao cinema como veículo de propaganda política, no caso de Cuba, bem como a centralização polí- tica, em seus primeiros anos, mediante a imposição de um partido único e de nova constituição. e) participação popular intensa no processo revolucionário, principalmente nas regiões rurais, e o poder de atração exercido sobre artistas e intelectuais estrangeiros, que de- sejaram conhecer esses processos político-sociais de perto, produzindo obras que registraram tais experiências. 869. (Mackenzie SP/2018) O excerto abaixo aponta para uma dimensão de análise a respeito das ditaduras im- plantadas na América Latina. Leia-o. “Esse plano [de análise], por mais difuso, é de mais di- fícil apreensão. Ficou patente nos boicotes que indus- triais e comerciantes realizaram no Chile para desgas- tar a presidência de Salvador Allende; na conhecida ‘Marcha da Família com Deus pela Liberdade’, realizada em São Paulo em protesto contra João Goulart pouco antes de sua deposição; na lealdade de parte das cama- das médias e altas chilenas para com a figura incen- sada do general Augusto Pinochet; nas redes de cum- plicidade com o sistema repressivo durante o regime militar na Argentina”. Maria Lígia Prado e Gabriela Pellegrino. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2016, p.168 No contexto considerado, o texto aponta para uma cul- tura política autoritária que, nas sociedades em ques- tão, a) se limitava à atuação repressiva das autoridades milita- res, em consonância com setores populares, em busca de melhores perspectivas políticas e econômicas. b) ultrapassava o domínio das Forças Armadas e do Estado e se disseminava por meio de posturas autoritárias de ex- tensos setores sociais que apoiaram os golpes. c) ultrapassava a articulação política interna e criava condi- ções para uma aliança de amplos setores sociais com gran- des potências imperialistas do continente europeu. d) criava condições para o surgimento de grupos sociais opositores, com destacada atuação parlamentar e guerri- lheira contra os regimes de exceção no continente. e) impossibilitava qualquer organização de grupos civis, pois concentrava todo e qualquer poder em grupos das For- ças Armadas articulados com os governos nacionais. 870. (PUCCamp SP/2018) Ao final da II Guerra, a Amé- rica Latina passou por um rápido processo de cresci- mento econômico que a) teve como base de sustentação a substituição de impor- tações; no entanto, a partir da década de 1970, um dos fa- tores que levaram a reduzir o ritmo de crescimento do con- tinente foi o surgimento dos Tigres Asiáticos. b) foi favorecido pelo Plano Marshall, que financiou a infra- estrutura necessária à industrialização; no entanto, a partir da década de 1990, teve início a estagnação econômica porque o continente ficou à margem da globalização.c) foi sustentado pelos Estados Unidos no contexto da Guerra Fria; no entanto, a partir da década de 1990, a Eu- ropa central, formada por países em transição do socia- lismo para o capitalismo, passou a ser priorizada. d) destacou o continente como foco de investimentos das multinacionais; no entanto, a partir dos anos 2000, vieram à tona as desigualdades socioeconômicas que passaram a li- mitar o interesse do capital econômico. e) impulsionou as transformações socioeconômicas no con- tinente; no entanto, a partir dos anos de 1980, inúmeras cri- ses políticas e de energia reduziram a perspectiva de o con- tinente tornar-se desenvolvido como a Europa. 871. (FGV/2018) Em fevereiro do ano seguinte [1946], Perón foi eleito presidente, com mais de 52% dos votos, e assumiu no dia 4 de junho. Começava assim um ciclo de dez anos nos quais se sucederiam as duas primeiras presidências do já general Perón (1946-1952 e 1952- 1955), marcado pelas três bandeiras do peronismo – justiça social, soberania política e independência eco- nômica – mas também por alguns traços que irritaram a oposição, como a concentração de poder, a exaltação de sua figura e da de Eva e a perseguição de opositores. SADER, E. e JINKINGS, I. e outros (coord.) Latinoamerica. Enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe. Rio de Jane iro/São Paulo, LPP-UERJ/Boitempo Editorial, 2006, p. 940. A respeito do peronismo, é correto afirmar: a) Constituiu-se como um movimento de esquerda que de- fendia o estabelecimento de uma república socialista na Ar- gentina inspirado no exemplo da União Soviética. b) Foi uma forma de populismo que estabeleceu intensa re- lação com o movimento sindical argentino, caracterizando- se também pelo personalismo centrado nas figuras de Pe- rón e de Evita.