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Ascensão do Totalitarismo na Alemanha

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CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DO ESTADO TOTALITÁRIO
Estado Totalitário Alemão
O Totalitarismo, na Alemanha, entra em ascensão com o Partido Trabalhista Alemão Nacional-Socialista (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei). A ideologia nazista surgiu por volta da década de 20 do século XX, mas só obteve importância na década seguinte devido a dois fatores principais:
Tratado de Versalhes
A Primeira Guerra Mundial, ocorrida na segunda década do século XX, foi causada principalmente por conflitos de ordem imperialista em regiões europeias. A rivalidade existente entre a Inglaterra e a Alemanha esteve situada em âmbitos industriais e comerciais. A Alemanha tornou-se uma grande potência industrial, em apenas trinta anos após sua unificação. Desta maneira, seus produtos tornaram-se mundialmente conhecidos, até mesmo pelo mercado inglês. Fortalecida pela sua economia, a Alemanha começou a pressionar para que houvesse uma nova repartição do mundo colonial que lhe trouxesse benefícios. Porém, a Inglaterra pretendia manter suas conquistas em qualquer hipótese. No desenrolar da Guerra, foram estabelecidas duas frentes: Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Austro-Hungria) e Tríplice Entente (Inglaterra, França e Russia). A frente composta pela Alemanha, porém, não obteve vitória.
Após a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, além das crises econômicas e o do orgulho ferido por causa da derrota, tal país foi submetido a uma série de imposições consideradas injustas por seus cidadãos. O Tratado de Versalhes, que continha tais imposições, foi assinado sob a liderança dos Estados Unidos, França e Inglaterra no dia 28 de junho de 1919 e dentre suas determinações, estipulava as seguintes obrigações à Alemanha:
- Restituir a região da Alsácia-Lorena à França;
- Pagar uma indenização aos países vencedores;
- Reduzir o poder bélico de seus exércitos, sendo vedada a constituição de aviação militar;
- Entregar a maior parte de seus navios mercantes à França, Inglaterra e Bélgica;
- Renunciar a todos os direitos sobre as colônias ultramarinas em favor das potências aliadas;
- Comprometer-se a reparar todos os danos causados à população civil das potências aliadas e seus bens.
Assim, os alemães consideravam o Tratado de Versalhes humilhante, injusto e vingativo. Como o país já passava por diversas crises agravadas desde o período em que ocorria a Guerra, tal Tratado agravou ainda mais a situação conflituosa em que se encontrava a nação alemã. 
Crise de 1929
Durante a Primeira Guerra, a Alemanha foi atingida pela fome, alimentos como batatas e leite eram encontrados somente no “mercado negro” e apenas os mais abastados tinham condições de compra-los. O roubo passou a ser tido como uma prática comum e os principais alvos eram alimentos, roupas e outros artifícios que garantissem a sobrevivência. Ao término da guerra a situação da Alemanha também não progrediu, pois este país enfrentou uma forte crise socioeconômica além de um grande saldo de mortos. 
No início do Século XX a economia norte-americana estava em pleno desenvolvimento; as indústrias americanas produziam e realizavam grandes exportações para países europeus. Após a guerra, os países europeus continuaram importando, porém, no final da década de 1920, quando tais países já estavam reconstruídos, diminuíram drasticamente o ritmo de importações. Assim, grandes estoques de produtos começaram a surgir, já que não conseguiam mais vender como antes. As ações de muitas empresas começaram a perder seus valores, resultando na quebra da Bolsa de Valores de Nova York. Muitas pessoas perderam tudo o que tinham. Tal crise ficou conhecida como “A Grade Depressão”. 
Com a crise instalada, a Alemanha viu-se privada dos créditos estrangeiros e foi duramente atingida. As falências e o desemprego tomaram proporções ainda maiores, provocando ondas de desordem e violência por todo o país. Essa crise gerou conflitos entre as classes sociais, fazendo com que inúmeros membros da elite fossem favoráveis a instauração de um regime autoritário e forte que recompusesse a ordem capitalista. Desta maneira, frente a tantas instabilidades, o governo republicano vigente na época começou a sucumbir. 
Nesta situação de instabilidades e incertezas políticas, as democracias liberais passaram a perder credibilidade. O partido Nacional-socialista entra em ascensão neste dado momento e divulga seu programa de governo, que tem como pontos principais: aspiração de unidade com a Áustria, rechaço ao Tratado de Versalhes, governo central forte e a aspiração de reservar a Alemanha apenas para os “verdadeiros alemães”. Adolf Hitler é uma figura central de tal partido, pois sua ótima oratória e personalidade idealista contribuíram para que desde 1921 ele se tornasse líder do partido. 
Após a crise de 1929, surgiu um grande número de militantes favoráveis ao partido Nacional-socialista. Hitler consegue então ser chamado por setores conservadores e é eleito Chanceler pelo então presidente Hindenburg. Assim, aproveitando-se do cargo, Hitler decretou que novas eleições fossem abertas, ao mesmo passo em que a propaganda de ideologia nazista se propagava a todo vapor. 
Depois que ocorreram as eleições, o controle do Parlamento foi outorgado a Hitler. Pouco tempo depois, foi aprovada a Lei Habilitante que estabelecia uma ditadura. Assim, foram garantidos uma série de artifícios ao Chanceler para que este pudesse praticar todo e qualquer ato sem precisar se ater aos limites legais. Tinha início assim o Terceiro Reich. Com a morte do presidente Hindenburg, Hitler centralizou todo o poder em torno de si. É instaurado então o regime Totalitário alemão. 
Estado Totalitário Russo
Em 1905, a Revolução Russa já estava anunciada. Várias forças aos poucos minavam o regime czarista, como o crescimento de partidos socialistas, oposição política da nobreza liberal e da burguesia, manifestações camponesas e operárias. A Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial devido a uma aliança com a Sérvia, a qual teve seu interesse contrariado quando a Áustria anexou a Bósnia-Herzegovina. Assim, a Rússia entrou para uma guerra moderna e de longa duração sem ter o devido preparo. Mesmo possuindo o exército de maior contingente, ela estava em desvantagem por ter um comando ineficiente, não ter apoio logístico, nem armas e táticas de guerra atualizadas. Não havia linhas ferroviárias suficientes em relação a grande extensão territorial para abastecer as tropas, as estradas também eram insuficientes e estavam em péssimo estado. Além disso, o czar era místico, acatando assim indicações militares e políticas de videntes incompetentes e estelionatários. Da mesma forma, a alta nobreza acatava as ordens do czar sem qualquer questionamento. Havia também uma alta taxa de tributação, o que gerava fome, greves e levantes nas cidades e nos campos. 
No final de 1916, o exército russo estava prestes a quebrar. Milhões de soldados foram mortos, feridos e presos. Foram então convocados jovens camponeses para dar suporte ao exército, gerando descontentamento no campo e preocupações na linha de batalha. Assim, em princípios de 1917, o exército russo estava composto por um contingente de soldados cansados, maltrapilhos, desarmados, famintos, enraivecidos e revoltados com o imperador. É estabelecido então um cenário favorável à Revolução Russa e consequentemente estabelecimento do Estado Totalitário Russo. 
Assim como Hitler assumiu um importante papel de figura centralizadora no nazismo alemão, Josef Stalin tornou-se a figura central do comunismo soviético. 
Em síntese, podemos afirmar que num Estado Totalitário todas as instâncias da vida do indivíduo, sejam de cunho ideológico, político, econômico, social, religioso, cultural, intelectual, ficam submetidas aos interesses do governo em vigor. Os direitos ditos intrínsecos ao homem são descartados, uma vez que podem vir a conflitar com os propósitos do líder. Qualquer tipo de oposição é logo reprimida e considerada como traição. Desta maneira, as atitudes do líder não são passíveis a contestações.O cidadão não goza de nenhuma liberdade, e isto é o que diferencia o totalitarismo de ditaduras e tiranias, já que nestes, pagando o preço de abster-se da vida política, geralmente é possível trabalhar e viver com certa autonomia. A sociedade torna-se sujeita a uma hierarquia na qual todos se submetem a vontade do soberano. 
Noções Básicas
 Os regimes totalitários surgem no mundo contemporâneo em um período conturbado devido a crise do capitalismo em algumas regiões da Europa. O totalitarismo refere-se a um governo no qual um único indivíduo ou partido passa a controlar as diversas instâncias do Estado. Levando em consideração a divisão clássica dos três poderes, em um governo totalitário, o poder executivo fica exaltado em relação aos demais e por isso, o governo tem grande poder de intervenção na vida de seus cidadãos. Vários países passaram por regimes totalitários e possuem algumas características em comum: foram comandados por partidos únicos, tiveram a exaltação da imagem de um governante, sofreram uma burocratização do aparelho estatal, repressão política e ideológica, seguiram ideais patrióticos e ufanistas exacerbados, conviveram com a grandiosa propagada estatal e a censura e, na metade inicial do século XX, testemunharam a militarização e o expansionismo. 
3.1.Divisão: Totalitarismo de esquerda X Totalitarismo de direita
Os regimes totalitários podem ser classificados em dois grandes grupos: Totalitarismo de Esquerda e Totalitarismo de Direita.
a) Totalitarismo de Esquerda:
Marcado pela abolição da propriedade privada, coletivização dos meios de produção e supressão da religião. São as características implementadas em regimes socialistas. Exemplos: Regime socialista estabelecido por Stálin na antiga União Soviética (Stanlinismo). 
b) Totalitarismo de Direita: 
É fruto de uma ideologia conservadora que deu forte apoio à burguesia, se fundamentou em valores tradicionais, apoiou a religião e estabeleceu tutela sobre organizações sindicais. Essas características foram implementadas em regimes totalitários capitalistas. Exemplos: Fascismo e Nazismo.
Peculiaridades do Estado Totalitário
Algumas outras características também podem ser elencadas como fatores diferenciais deste determinado tipo de Estado: culto à personalidade; uso massivo da propaganda; unipartidarismo e massificação; polícia estatal. 
Culto à personalidade
A veneração da figura dos entes políticos centrais é uma marca forte. A população passa a ter uma visão messiânica do líder. “Tudo o que vocês são, o são através de mim; tudo o que eu sou, sou somente através de vocês” (Adolf Hitler).
Uso massivo da propaganda
O controle de todos os meios de comunicação é fundamental para instalação de um regime político de tal ordem. Quando há sinais de revolta contra o sistema, os meios de comunicação são utilizados para amedrontar os revoltosos. No nazismo a propaganda foi bastante utilizada contra o povo judeu, visando à limpeza étnica que apregoavam. Já na Rússia, a propaganda totalitária não denegria um grupo com base em questões étnicas, mas sim com base nas lutas sociais. As propagandas tinham argumentos com caráter cientificista, dotadas de pragmatismos e utilitarismos. 
Unipartidarismo e massificação
Ao entrar em vigência, o totalitarismo extingue qualquer forma de oposição, havendo apenas um partido político. O partido acaba sendo confundido com o próprio povo, ocorrendo assim a massificação das ideias do partido.
Polícia estatal
As forças policiais deixam de lado sua neutralidade política e passam a convergir para os interesses político-estatais. 
TOTALITARISMO RUSSO
A Rússia do Século XIX
A Rússia, por ter passado muito tempo sob um regime czarista absolutista, apresentava-se muito atrasada. Em pleno século XIX, a Rússia ainda se encontrava na Idade Média – política, econômica e socialmente, o país era semifeudal.
Economicamente, a Rússia era essencialmente rural, predominando a grande propriedade, com uma agricultura extensiva de resultados medíocres. Quanto à indústria, ainda se encontrava em estado embrionário.
Socialmente, os aristocratas predominavam como proprietários das terras, submetendo os camponeses com impostos e corvéia. A mão-de-obra industrial era pouco numerosa, medíocre e miserável, inexistindo praticamente a burguesia.
Politicamente, toda a autoridade concentrava-se nas mãos dos czares, que impunham um regime de opressão em todos os sentidos.
A Rússia territorialmente compreendia um vasto Império, com 67 milhões de habitantes, unidos pela língua eslava e pela religião ortodoxa. Entretanto, tal união não se verificava na Polônia, Lituânia e Bessarábia, chamadas províncias exteriores, que conservavam suas línguas e suas religiões, perante a submissão russa ou sob a russificação.
Após a morte de Nicolau I, ascende Alexandre II (1855/81), que, introduziu reformas como:
● abolição da servidão, livrando os mujiques dos endividamentos, dando direitos de justiça;
● reformulação da justiça, inspirando-se nos tribunais ocidentais; ainda reformou o exército, construiu estradas de ferro, criou numerosas manufaturas que, por sua vez, geraram uma massa incalculável de míseros proletários. Enfim, procurou liberalizar o regime.
O retorno à política de repressão foi determinado pela revolta liberal polonesa de 1863, que foi violentamente reprimida. Essa repressão refletiu-se no interior, principalmente contra os judeus e contra aqueles que resistiam à russificação na Ásia Central e no Cáucaso. Essa razão czarista fez com que elementos liberais revolucionários perpetrassem um atentado frustrado à vida do czar.
À medida que Alexandre II se tornava mais absolutista, mais a oposição se multiplicava.
Dessa forma, surgiu um grupo político clandestino, chamado de Narodniki ou Narodnaia Volia (Liberdade do Povo), que defendia a revolução dos camponeses russos por meio do terrorismo. Em 1881, num atentado, esse grupo assassinou o czar Alexandre II.
Na oposição a esse governo estava o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), de orientação marxista, dirigido por um dissidente dos Narodnikis, George Plekanov.
O crescimento desse partido se realizava, mesmo vivendo na clandestinidade e com vários membros perseguidos pela polícia, com a participação de intelectuais como Vladimir Ilitch Ulianóv (Lenin) e da pequena, mas atuante, classe operária russa.
No interior do Partido existia um debate, a respeito da implantação do socialismo, proporcionado por estas duas teses:
● a implantação do socialismo passaria por uma lenta evolução natural;
● ou o socialismo seria alcançado por uma insurreição revolucionária do proletariado.
Essa segunda tese, apresentada por Lenin, conquistou a maioria do Partido, tornando-se vitoriosa. Desse modo, o grupo liderado por Lenin passou a ser chamado de bolchevique (a maioria), e outro grupo liderado por Martov Dan e Tsereteli, de menchevique.
Após a queda da tentativa liberal sob Alexandre II, uma repressão violenta se abateu na Rússia.
Alexandre III (1881/94) de início reprimiu o terrorismo e censurou os jornais, as bibliotecas e as Universidades.
Contra os judeus sua opressão foi mais radical (oposição à russificação). Os judeus eram vítimas de medidas vexatórias e discrimináveis, principalmente nas Universidades, e tornaram-se inimigos violentos do regime, desempenhando um papel importante no movimento revolucionário.
Da mesma forma, contra os lituanos e sobretudo contra os poloneses católicos, que eram nacionalistas, impôs a língua russa e a religião ortodoxa, utilizando-se de métodos brutais (deportação de crianças).
Paralelamente, a expansão russa se fazia no Cáucaso, no Turquestão e na Manchúria (1845).
Enquanto isso, o êxodo rural se sentia nas indústrias, conseqüência da abolição da servidão. Os capitais estrangeiros, principalmente franceses, buscavam a Rússia, no fim do século XIX ( a fim de compensar com a mão-de-obra barata e anular qualquer crescimento alemão). As siderúrgicas surgiram junto às indústrias têxteis e também se explorava petróleo, razão pela qual, junto a essespólos, foram construídas estradas de ferro como a Transcaspiana – 1888 – e a Transiberiana.
Em conseqüência desse avanço industrial, aumentava o proletariado, miseravelmente maltra- tado, e apareciam os kulaks, camponeses ricos com o comércio de cereais.
Essas transformações, no entanto, minavam as estruturas tradicionais, isso porque persistia uma enorme população de mujiques;  predominava  ainda a grande propriedade, manuseada pelos kulaks, em detrimento de camponeses, que sofriam uma carga de violentos impostos; e, nas cidades, os operários, miseráveis e famintos, eram maltratados pela cólera em 1892, e outras epidemias. Tudo isso minou as estruturas tradicionais.
 Antecedentes da Revolução
O clima revolucionário intensifica-se, a partir de 1901, com as greves suscitadas pelos bolcheviques e pelo terrorismo dos Narodnikis.
A derrota contra o Japão, em 1905, resultado imprevisto de uma "pequena guerra vitoriosa", abalava o prestígio do regime com a reação da oposição.
Em 1905, explodiu violenta manifestação em San Petersburgo, que foi massacrada: foi o "Domingo Vermelho". Em conseqüência disso, os moderados e os revolucionários se uniram. Ondas de atentados se seguiram, culminando com o motim do encouraçado Potemkim, em julho de 1905. Greves gerais foram organizadas pelos sovietes (trabalhadores), em outubro de 1905.
O regime foi obrigado a conceder o manifesto de 30 de outubro. Firmou liberdades e uma Assembléia Legislativa (Duma), eleita por sufrágio restrito.
Embora o regime fosse moderado, Nicolau II, percebendo que os conflitos cessavam, iniciou a reconquista, dissolvendo as Dumas Liberais e favorecendo as Dumas Senhoriais, buscando sustentáculo para o regime. A queda do regime iniciou-se com a dissolução de uma Duma de Esquerda, em 1912, que conseqüentemente determinou a reaparição de ondas revolucionárias com greves encorajadas por Lenin.
Em 1914, o regime desacreditado foi profundamente abalado pela agitação revolucionária e só seria destruído com uma nova crise, a Guerra de 1914.
Nessa guerra, a Rússia lutava ao lado da França e da Inglaterra.
Entretanto, suas derrotas sucessivas nas Batalhas Tannemberg e Kouno, em 1916, diante da Alemanha, desencadearam o processo revolucio- nário. As perdas de imensos territórios e a morte da metade dos efetivos militares formaram o quadro que se estava apresentando na Rússia.
Internamente, a guerra proporcionara crises na alimentação (queda da produção e aumento dos preços), nos transportes e na indústria (paralisações).
Os efeitos da guerra determinavam greves operárias e minavam o regime, dando condições às massas de uma ação revolucionária. Em Petrogrado, nas primeiras semanas de 1917, as greves eclodiram diante das condições calamitosas.
Ao czar Nicolau II, senhor de toda a Rússia, não restava outra alternativa senão a abdicação. No final de fevereiro de 1917, a Monarquia terminava.
As Etapas e o Processo da Revolução
Em fevereiro de 1917, a situação da Rússia era insustentável: derrotas na guerra (I Guerra Mundial), motins militares contra os oficiais em comando, deserções, greves nas indústrias, falta de alimentos e combustíveis nos principais centros urbanos, queda da produção, baixos salários, incapacidade do governo e a crescente miséria e fome da população criaram uma conjuntura propícia e irreversível para a eclosão do movimento revolucionário. 
Esse quadro conduziu à primeira etapa do movimento, conhecida como a "Revolução de Fevereiro", em que a marca maior foi a ação das massas populares por meio de greves nas principais cidades (Petrogrado) e a adesão das forças encarregadas da repressão. Ao final de fevereiro, o governo já havia perdido o controle da situação.
Entre os meses de fevereiro e outubro de 1917, o país estava, na prática, dividido por dois poderes. Por um lado, a burguesia liberal, buscando garantir seus interesses e participação  no processo  revolucionário, organizou  um  "Governo  Provisório", formado por representantes da Duma. Por outro lado, as massas proletárias estruturaram-se em sovietes. O mesmo ocorreu com os soldados, e, no interior do país, os camponeses também estabeleceram sua mobilização. Enquanto no Governo Provisório, prevalecia o partido Kadete, a influência nos sovietes era dos socialistas revolucionários (mencheviques e bolcheviques).
Durante o Governo Provisório, foram tomadas algumas medidas de caráter liberal e reformista, de acordo com os princípios do Partido Constitucional Democrata ou Kadete:
● Proclamação das liberdades civis.
● Anistia aos presos políticos e permissão para o retorno dos exilados.
● Planos para a eleição de uma Assembléia Constituinte, que, contudo, foram constantemente adiados.
● A manutenção da Rússia no conflito mundial.
Nesse mesmo contexto, com a queda do regime czarista, observou-se o retorno do exílio de Lenin e de vários líderes bolcheviques, que se opunham ao caráter moderado e reformista do "Governo Provisório".
O Partido Bolchevique foi reorganizado e Lenin publicou as "Teses de Abril", que, em linhas gerais, reivindicavam todo o poder para os sovietes. Propunham, ainda, o controle operário nas fábricas, a imediata distribuição das terras da aristocracia e da Igreja Ortodoxa aos trabalhadores rurais e o estabelecimento de um governo liderado pelo proletariado.
A partir da segunda metade do ano de 1917, frente ao desgaste progressivo do Governo Provisório, gerado pelas derrotas no conflito mundial, a crise econômica crescente e a inércia do Reformismo, os bolcheviques organizaram a derrubada do Governo Provisório, que tinha no general Kerensky seu principal líder.
No mês de setembro, Trotsky, importante teórico e líder bolchevique, foi eleito presidente do soviete de Petrogrado.   Nessa   mesma   época,   formou-se  a "Guarda Vermelha", braço armado do Partido Bolchevique e importante instrumento na tomada do poder. Se a "Revolução de Fevereiro" foi marcada pela eclosão espontânea do processo revolucionário diante da crise, a etapa conhecida como "Revolução de Outubro" resultou da organização e da cuidadosa preparação dos bolcheviques. Entre 24 e 25 de outubro de 1917, os bolcheviques tomaram o poder e elegeram para presidente do "Conselho dos Comissários do Povo" seu líder maior: Lênin.
 O Governo de Lênin
O governo dirigido por Lênin tomou imediatamente diversas medidas destinadas a modificar totalmente a sociedade russa, visando conduzi-la para o caminho do socialismo.
Entre as principais medidas, destacaram-se:
reforma agrária e fim da propriedade privada da terra;
extinção de todos os títulos de nobreza;
desapropriação de indústrias, bancos e grandes estabelecimentos comerciais, que passaram para as mãos do Estado;
nacionalização dos bancos e investimentos estrangeiros;
proposta de paz imediata e saída da Rússia da I Guerra Mundial (Tratado Brest-Litovsky).
criação do Exército Vermelho, com a finalidade de garantir a Revolução;
criação do Partido Comunista, como passou a chamar-se o Partido Bolchevique, como único partido do país; o sistema de partido único instituiu na Rússia a chamada "ditadura do proletariado", ou seja, o governo dirigido pelos trabalhadores.
Todos esses itens constaram da Constituição Provisória de 1918. O governo dirigido por Lênin enfrentou logo forte oposição dos setores ligados ao antigo regime czarista. Militares, nobres, elementos da burguesia (industriais, banqueiros, comerciantes), além de forças vindas de outros países, começaram a atacar o novo regime. Teve lugar então uma prolongada guerra civil, que causou milhões de mortos, tanto em conseqüência da guerra quanto, principalmente, em conseqüência da fome, pois a produção agrícola caiu assustadoramente e o sistema de abastecimento ficou totalmente desorganizado. A guerra civil só terminou em 1921, quando o Exército Vermelho, comandado por Trotski, derrotou os últimos contingentes contra-revolucionários. A partir desse momento, as potências capitalistas adotaram, em relação à URSS (1922), uma política de isolamento, marcada pela criação de um "Cordão Sanitário" anti-revolucionárioe anti-socialista. 
Em fevereiro deste mesmo ano o governo criou a Comissão Estatal de Planejamento Econômico (Gosplan), cujo objetivo era centralizar o planejamento e a execução da política econômica. Como a guerra civil tinha devastado o país e a fome atingia grande parte da população, o governo decidiu abandonar momentaneamente os rígidos princípios do socialismo, que deveriam demorar um certo tempo para dar seus frutos, e voltar a utilizar algumas das formas de produção capitalistas, que vigoravam antes da Revolução. Assim, foram autorizadas certas atividades particulares no campo e na cidade. Os agricultores podiam comercializar seus produtos; comerciantes podiam abrir pequenos estabelecimentos; pequenas fábricas podiam ser dirigidas por particulares; eram admitidas diferenças de salários; o capital estrangeiro podia investir no país. Estas medidas receberam o nome de Nova Política Econômica (NEP); graças a elas, a produção se normalizou em parte e a fome diminuiu.
Em dezembro de 1922, o nome do país foi mudado para União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Tratava-se de uma federação englobando sete repúblicas: Rússia, Transcaucásia, Ucrânia, Rússia Branca, Uzbequistão, Turquemenistão e Tadiquistão.
Em julho de 1923 foi promulgada uma nova Constituição, que estabeleceu como órgão mais importante o Soviete Supremo, composto por delegados de todas as repúblicas, encarregados da escolha do Conselho Executivo.
Um espectro ronda o legado de Lênin - o fantasma do totalitarismo. O principal líder da Revolução Russa teria sido, antes de tudo, um totalitário? Vladimir Ilitch Ulianov, revolucionariamente conhecido somente como Lênin, criou um modelo de Estado que foi o alicerce do futuro regime stalinista? Essas são algumas das questões suscitadas pelo livro A guerra particular de Lênin, da jornalista inglesa Lesley Chamberlain. A tese central da obra é que o governo de Josef Stálin (1879-1953) não foi uma anomalia, mas o resultado natural do modo como se organizou a então nascente burocracia da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
O Governo Totalitário de Stálin
Com a morte de Lenin (1924), houve uma disputa interna pelo poder no nascente Estado socialista. De um lado, Trotsky, favorável à internacionalização da Revolução Proletária, adepto da tese do "Comunismo Internacional"; e, de outro, Stalin, comissário para as nacionalidades, favorável ao comunismo num só país. Com maior apoio do partido a suas teses, Stalin saiu vitorioso, dando início a um período marcado pelo personalismo e autoritarismo, conhecido como Era Stalinista (1927/1953). 
Stalin (governou de 1924/53) assume após a morte de Lenin e torna permanentes as medidas de repressão adotadas no governo anterior, implantando o terror como método de dizimação da oposição comunista (entre 1928 e 1933 milhares de camponeses foram mortos durante a coletivização forçada das terras). O Estado stalinista mostrava que enquanto o poder público exercia funções simbólicas era engolido para dentro do Partido, pois este significava a autoridade real. 
A essa altura, Trotsky e seus seguidores enxergavam na revolução proletária europeia a única oportunidade para a consolidação do socialismo na União Soviética. A ideia de Stalin do “socialismo num só país” destinava-se ao combate da dissidência trotskista que,  quando derrotada, tornou o Komintern completamente submisso à vontade de Stalin. No stalinismo, o Komintern foi desfigurado até se tornar um instrumento dócil da geopolítica de Moscou, e os partidos comunistas, no mundo inteiro, transfiguraram-se em tentáculos da política externa soviética. Com isso, a Internacional Comunista abandonou sua ideia de revolução internacional, pois seus partidos estavam comandados pelo Estado soviético.
A convicção de Lenin e Trotsky era que a revolução após a tomada da Rússia iria se espraiar pela Europa, pois as esperanças revolucionárias estavam concentradas na Europa. O socialismo durante a Guerra Fria (1947/1991) se expandiu no máximo para as sociedades agrárias do Oriente e antigas colônias africanas e asiáticas. Na Europa industrializada, a força comunista cada vez mais enfraquecia, pois a classe operária em massa se voltava para os partidos socialdemocratas da Segunda Internacional.
Como exemplo do perfil ditatorial de Stalin, podemos citar a perseguição a Trotsky e seus partidários, expulsos da URSS em 1927. 
No plano político, Stálin implanta um regime de terror indiscriminado, de 1936 até 1939, expulsando do partido e do exército os suspeitos inimigos e os declarados. Dá-se início ao processo que marcou, farsas judiciais em que antigos dirigentes do partido Bolchevique, são obrigados a confessar crimes de traição. Milhões de pessoas são presas, interrogadas, exiladas para campos de trabalho e até mortas.
Em 1939, Stálin assina um tratado de não agressão com a alemanha-nazista, que previa a anexação à URSS dos Estados Bálticos, do leste da Polônia e de parte da Finlândia.
Com o fim da 2 Guerra Mundial, Stálin estreita a ligação com a nova República Socialista da Europa Ocidental, criando aliança militar e econômica.
Em 1956 durante o 20 Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) foram denunciados oficialmente e se inicia o processo de desestalinização do regime.
Para obter a autossuficiência industrial, a produção de bens de consumo foi restringida; a erradicação do analfabetismo e a expansão do ensino técnico também contribuíram para que a União Soviética alcançasse rapidamente um elevado nível de desenvolvimento industrial.
Uma nova Constituição, outorgada por Stalin em 1936, confirmou seu poder totalitário, ao mesmo tempo em que uma política de expurgos maciços, instalando o terror permanente, promoveu o afastamento e a eliminação dos opositores do regime.
Com essa extrema centralização e com o aumento do controle burocrático e policialesco sobre a população soviética, Stalin instaurou o culto de sua personalidade, transformando a ditadura do proletariado em ditadura pessoal.
Algumas características do Stalinismo são:
Radicalização da ditadura do proletariado e do regime de partido único
Centralização dos processos de tomada de decisão do núcleo dirigente do partido
Burocratização do aparelho estatal
Intensa repressão a dissidentes políticos e ideológicos
Culto à personalidade do(s) líder(s) do partido e do estado
Intensa presença de propagandas estatal e incentiva ao patriotismo como forma de comunicação e expressão
Coletivização obrigatória dos meios de produção agrícola e industrial
Militarização da sociedade e dos quadros dos partidos
06. Desestalinização
A morte de Stalin, em 1953, desencadeou uma acirrada disputa pelo poder. Venceu Nikita Kruschev, identificado com a burocracia dirigente do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Em 1955, sob essa nova liderança, a União Soviética passou por um processo de liberalização do regime. Uma das prioridades foi o aumento da produtividade agrícola, obtida pela descentralização de áreas econômicas, gerenciadas por conselhos locais.
Outro avanço notável ocorreu no âmbito da tecnologia espacial: no dia 4 de outubro de 1957, a União Soviética surpreendeu o mundo com a notícia de que tinha colocado em órbita da Terra um satélite artificial, o Sputnik. Era uma façanha sem precedentes. Menos de quatro anos depois, no dia 12 de abril de 1961, o mundo tomou conhecimento de outro feito espetacular: pela primeira vez, um homem se deslocava em órbita da Terra, livre da atração gravitacional. O nome do astronauta correu mundo: lúri Gagarin. 
Mas a realização mais importante de Kruschev ocorreu no campo político. Internamente, ele deu início a um processo de abertura, amenizando o rigor da censura, reduzindo o poder da polícia política, reabilitando presos políticos e fechando diversos campos de trabalhos forçados. Esse processo recebeu os nomes de degelo e desestalinização, ou seja, eliminação dos traços deixados por Stalin na vida da União Soviética. 
O marco decisivo da desestalinização foi o XX Congresso do PartidoComunista da União Soviética, em fevereiro de 1956, no qual Kruschev revelou e denunciou os abusos e crimes cometidos por ordem de Stalin.
Com as acusações de Khruschov, que também criticou o “culto a personalidade” dos líderes socialistas, militares e partidos comunistas de vários países, optaram por reavaliar o alinhamento às diretrizes de Moscou e adoração a Stálin; tal processo denominou-se desestalinização e representou um forte declínio na expansão do comunismo.
Princípios de Socialização da URSS
De um modo geral, do ponto de vista da implantação dos princípios de socialização da economia na história da Rússia Soviética, podemos destacar três etapas:
1) Comunismo de Guerra (1918/21) – Em que se implantou uma economia totalmente centralizada e planificada pelo Estado. Nessa etapa podemos observar a equiparação salarial, o confisco da produção agrícola e o intervencionismo estatal em todos os setores da economia.
2) A N.E.P. (1921/27) – Etapa em que foi mantida a economia dirigida e planificada pelo Estado, contudo, permitiu-se a existência de uma economia de mercado e a livre iniciativa em alguns setores.
3) Os Planos Qüinqüenais e a Coletivização dos Campos (1928) – Essa etapa foi marcada pelo confisco dos Kulaks (médias propriedades) e a formação dos Kolkhozes (fazendas coletivas) e dos Sovkhozes (fazendas estatais). Concomitan- temente, o Estado promoveu um grande incentivo à indústria de base, em prejuízo da indústria de bens de consumo. Toda a economia foi dirigida e planificada pelo Estado stalinista.
08. Influências no Brasil
O principal da repercussão da Revolução de Outubro no movimento operário estava no tremendo impulso produzido no movimento – aqui e em todos os países – pela vitória da Revolução Socialista.
Todo o período de 1917 a 1920 caracterizou-se, entre nós, por uma onda irresistível de greves que, em muitos lugares, assumiram proporções grandiosas.Em primeiro lugar, a greve geral de São Paulo, em agosto de 1917: esta eclodiu antes de 7 de novembro, mas já sob o signo da revolução operária e camponesa que se processava na Rússia desde março e culminou com a tomada do poder naqueles dias que abalaram o mundo. A greve geral de 1917 em São Paulo abriu uma série de grandes greves de massa que se multiplicaram pelo país até 1920. Eram movimentos por aumento de salários e por melhores condições de trabalho, mas uma coisa se mostrava evidente – a influência da Revolução Russa para a combatividade e para as esperanças da classe operária. 
O fato é que a Revolução Russa abriu o mundo para uma era de reconstrução social, em que as grandes massas populares representam o fator decisivo. Por outras palavras: depois de 1917 abriu-se para o mundo a era do socialismo, de democracia, da liberdade e da paz. E hoje, a bem dizer, nada se faz no mundo que não tenha o seu ponto de referência na União Soviética. A favor ou contra, mas sempre a União Soviética.
No Brasil, foi criado um partido político exclusivamente devido às influências de Stálin, o Partido Comunista Brasileiro, também conhecido como "O Partidão". É um partido político brasileiro de esquerda, ideologicamente baseado em Marx e Engels; e de organização baseada nas teorias de Lênin. Criado com sede no Rio de Janeiro e em Niterói, em 1922, por nove delegados de diferentes estados representantes do comunismo e mais 73 militantes. O partido ainda existe, porém, em 1962 foram expulsos do partido os últimos Adeptos à teoria stalinista, (como Diógenes de Arruda Câmara), acabando assim, com a influência de Stálin no Brasil, mas ainda com a ideologia do comunismo.
TOTALITARISMO ALEMÃO
Contexto histórico
As sanções impostas pelo Tratado de Versalhes após o término da Primeira Guerra Mundial deixaram a Alemanha arrasada em todos os setores. A perda de suas colônias para os vencedores do conflito e dos territórios de Alsácia e Lorena para a França somadas a enorme indenização de 132 milhões de marcos, além dos gastos durante a guerra arruinaram a economia alemã que padecia de uma desvalorização acentuadíssima da moeda, por exemplo, um dólar valia mil marcos: em setembro do ano seguinte, era equivalente a 350 milhões de marcos e uma acentuadíssima inflação. A instável República de Weimar, instalada no final da guerra, não conseguia resolver a crise, pela qual passava o país, principalmente após o Crack de 1929 que provocou o desemprego de milhões de trabalhadores alemães. A crise econômica global fez os alemães perderem a pouca confiança que tinham na democracia. Os partidos extremistas, os comunistas na esquerda, e dois partidos de direita, os nacionalistas e o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido nazista), que visavam à derrubada da República, ganharam forças.
Caminhada até o poder
Em novembro de 1923, inspirado na marcha sobre Roma de Mussolini, Hitler tentou dar um golpe de Estado na cidade de Munique. A tentativa – ou putsch de Munique, como ficou conhecida – fracassou e Hitler foi preso. Na cadeia, onde ficou preso por um ano, escreveu o livro Mein Kampf ( Minha luta), no qual sistematizou a ideologia nazista.
No livro, Hitler defendia a superioridade dos povos arianos – considerados puros pelos nazistas e dos quais descenderiam os alemães – sobre os judeus, eslavos, ciganos, negros e outros grupos humanos. Para Hitler, os judeus seriam, juntamente com os comunistas, culpados por quase todos os males do mundo. O livro defendia ainda o direito dos alemães a um “espaço vital”, ou seja, um território na Europa que reunisse os povos germânicos num só império.
A crise aumentou ainda mais o sentimento de humilhação que atingia a população alemã desde 1918. Muitas pessoas passaram a ansiar pelo aparecimento de um líder carismático capaz de resgatar a “honra nacional” e de colocar a Alemanha outra vez entre as grandes potências. Com sua exaltação da “raça ariana”, Hitler parecia a muitos ser esse líder predestinado. O Partido Nazista passou, então, a crescer vertiginosamente. 
Na eleição de 31 de julho de 1932, os nazistas receberam 37,3% dos votos e conquistaram 230 cadeiras no Parlamento. Muito mais que qualquer outro partido, mas não a maioria. Pressionado o presidente Paul Von Hindenburg (1847-1943) nomeou Hitler como Chanceler.
Sem jamais ter pretendido governar de acordo com a constituição, Hitler agiu rapidamente para conseguir poderes ditatoriais. Aproveitando-se de um incêndio no Reichstag, em fevereiro de 1933, pressionou Hindenburg a assinar um decreto de emergência suspendendo os direitos civis, sob pretexto de que o Estado estava ameaçado pela subversão interna. Depois usou desses poderes de emergência para prender, sem processo, os deputados comunistas e socialdemocratas. E forçou o Parlamento a aprovar, em março de 1933, uma lei que permitia ao chanceler legislar independentemente do Parlamento. A ditadura nazista estava começando.
A ditadura nazista
Todas as instituições políticas e econômicas e toda a cultura foram paulatinamente submetidas à vontade do partido. Não podia haver separação entre a vida privada e a política; a ideologia devia estar presente em todas as fases da vida cotidiana; todas as organizações deviam ficar sob o controle do partido. Era o totalitarismo: fidelidade total e submissão total. No terceiro Heich, Hitler, o fuhrer (líder), representaria e expressaria a vontade do povo alemão. Senhor absoluto do poder, Hitler anulou a Constituição de 1919, instituiu a censura e suspendeu os direitos e as garantias civis. Membros da Gestapo, a polícia secreta alemã e das SS, tropa de elite nazista, passaram a perseguir, prender e torturar líderes religiosos, ciganos, homossexuais, judeus, líderes sindicais, comunistas e opositores em geral. Alcoólatras, doentes mentais e deficientes físicos eram internados à força e submetidos a cirurgias de esterilização.
O Ministério do Esclarecimento Popular, dirigido por Joseph Goebbels (1897-1945) controlava a imprensa, a publicação de livros, o rádio, o tetro e o cinema.Goebbels, um mestre da arte da propaganda, mantinha as emoções em permanente mobilização. Muitos intelectuais, cientistas e artistas contrários ao nazismo viram-se obrigados a exilar-se no exterior, como o físico Albert Einstein (1879-1955). Os que decidiam permanecer corriam o risco de irem para os campos de concentração. Em 1933 havia nesses campos 40 mil presos políticos.
 A partir de 1934, antissemitismo tornou-se política oficial do Estado. Os judeus não podiam mais trabalhar em órgãos públicos, seus bens foram confiscados e eles proibidos de casar com pessoas arianas. Paulatinamente os judeus foram marginalizados da sociedade. Casamentos ou relações sexuais entre alemães e judeus foram proibidos. Universidades, restaurantes, hospitais, teatros e campos de atletismo foram gradualmente proibidos aos judeus. Tomando como pretexto o assassinato de um diplomata alemão por um jovem judeu, grupos de nazistas assassinaram dezenas de judeus e incendiaram milhares de residências e sinagogas, enquanto o Reich impunha uma multa de 1 bilhão de marcos à comunidade judaica. 
Essa doutrina envolvia também as crianças na sala de aula. Desde pequenas, elas aprendiam a ter orgulho de pertencer à raça ariana e a venerar e prestar obediência ao Fuhrer. As escolas passaram a ensinar a ideologia nazista. Os nazistas explicavam aos professores como ensinar certas matérias e, para assegurar a obediência, os membros da juventude Hitlerista tinham de denunciar os mestres que lhes parecessem suspeitos. Retratos de Hitler e bandeiras nazistas ornamentavam as salas de aula. Os currículos davam maior importância ao treinamento físico e aos esportes, e muitos cursos sobre a ciência racial foram introduzidos.
Além do terror, a propaganda, teve papel fundamental para a consolidação do nazismo. A ideologia nazista era transmitida por meio de documentários cinematográficos, programas de rádio, cartazes e pôsteres. Os comícios de Hitler reuniam milhares de pessoas, eram minuciosamente preparados para demonstrar a grandeza do Fuhrer e do povo alemão. As tropas SA ( tropas de choque ) e SS ( elite militar e polícia) desfilavam constantemente pelas ruas; bandeiras nazistas decoravam os edifícios públicos; alto falantes instalados em escritórios e fábricas gritavam mensagens nazistas; e periodicamente o trabalho era paralisado para que fossem ouvidas as emissões importantes. Os cidadãos tinham de saudar-se com um “ Hei Hitler! “ ( viva Hitler! ), prova de reverência e submissão.
Com a recuperação econômica do país, a popularidade do regime cresceu. Essa recuperação foi obtida pela intervenção do Estado, que promoveu a realização de obras públicas, impulsionou a indústria de armamentos e estabeleceu formas de planejamento econômico. Grandes capitalistas internacionais e nacionais também ajudaram financeiramente o governo nazista.
Entusiasmado com o crescimento econômico, Hitler passou a violar as determinações do Tratado de Versalhes e remilitarizou a Alemanha e colocou em prática uma política expansionista. Abria caminho, assim, para a Segunda Guerra Mundial.
O nazismo na Segunda Guerra Mundial e a derrocada de Hitler
 O ressentimento nacional provocado pelo humilhante Tratado de Versalhes alimentava o desejo de revanche nos alemães que uniram-se com a ressentida Itália, formando o Eixo Roma-Berlim, através de um tratado firmado em 1936. A partir do momento da recuperação econômica, Hitler passou conquistar e anexar diversos territórios à Alemanha, violando o Tratado de Versalhes, contudo os governos da França, da Inglaterra e dos Estados Unidos nada fizeram visando evitar uma outra guerra. O estopim da guerra foi a invasão da Polônia pelos alemães, em resposta os governos da França, da Inglaterra e dos Estados Unidos declararam guerra ao governo alemão. Começava, assim, a segunda Guerra Mundial.
 No primeiro momento, a Alemanha não ter adversário à altura de seu poderio bélico. Utilizando uma poderosa força aérea e empregando a estratégia de ataques-surpresa – em poucos meses as tropas alemãs conquistaram diversos países do continente: Noruega, Dinamarca, Luxemburgo, Bélgica e Holanda.
Em meados de 1940 os alemães ocuparam a França, que foi dividida em duas partes: o norte, incluindo Paris, sob controle alemão; e o sul, com capital na cidade de Vichy, governado por franceses pró-franceses, os chamados colaboracionistas.
Disposto a dominar a Europa, Hitler lançou-se contra a Inglaterra. A partir de agosto de 1940, os alemães bombardearam de forma sistemática o território britânico. Os ingleses não capitularam. Valendo-se do radar, aparelho desconhecido dos alemães, eles conseguiram barrar a ofensiva nazista. Diante disso, Hitler se voltou para outras regiões, como o Mediterrâneo.
Em junho de 1941 Hitler rompeu o pacto de não agressão firmado com Stalin e pôs em prática a operação barbarosa: mais de 1 milhão de soldados alemães deram início à invasão da União Soviética. Em setembro, os alemães estavam às portas de Moscou, capital do país. Stalin mobilizou a população contra os invasores, em pouco tempo, milhares de civis passaram a lutar ao lado das tropas regulares, que ajudados pelas baixíssimas temperaturas, conseguiram fazer com que os alemães se afastassem de Moscou em dezembro de 1941.
A entrada das tropas norte-americanas e soviéticas no conflito desestabilizou as forças dos países que formavam o Eixo. Em outubro de 1942, no norte da África, tropas alemãs foram derrotadas por focas anglo-americanas. Em fevereiro de 1943 os soviéticos conseguiram expulsar os alemães de Stalingrado. Em seguida, deram início a seu avanço em direção a Berlim. A caminho da Alemanha, libertaram diversos territórios sob o domínio alemão: Polônia, Romênia, Bulgária, Noruega, Hungria e parte da Tchecoslováquia. No dia 6 de julho de 1944 – Dia D, conforme o código secreto dos militares -, cerca de 3 milhões de soldados anglo-americanos, contando com o apoio de 5 mil aviões e 6.400 navios, desembarcaram nas praias da Normandia, no litoral norte da França. No dia 26 de agosto, as tropas aliadas entraram em Paris. Em abril de 1945 Berlim caiu em mãos soviéticos. Hitler, sua mulher e vários generais nazistas se suicidaram. A rendição dos alemães não significou o fim do conflito. Na frente do Pacífico, norte-americanos e japoneses ainda continuavam lutando. Para selar sua vitória, nos dias 6 e 8 de agosto de 1945 aviões norte-americanos lançaram sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki a maior e mais letal arma até então desenvolvida: a bomba atômica, pondo fim à guerra.
Holocausto
Quando, em primeiro de setembro de 1939, Adolf Hitler invadiu a Polônia, tinha início também uma das mais nefastas experiências humanas de todos os tempos: o holocausto, ou seja, o extermínio sistemático de judeus.
Após a invasão, os nazistas passaram a confinar essas pessoas em guetos – Bairros de grandes cidades, policiados e cercados. O Gueto da Varsóvia, capital da Polônia, era o maior deles, com quase meio milhão de pessoas. Nesses lugares os judeus eram obrigados a usar um distintivo especial de identificação e submetidos a trabalhos forçados, recebiam alimentação insuficiente e não tinham condições de manter padrões mínimos de higiene e saúde. Além disso, eram alvo constante da violência dos soldados nazistas. 
No dia 20 de janeiro de 1942, o Departamento de segurança Alemão decidiu pelo extermínio em massa dos judeus, que seriam transferidos para campos de concentração e posteriormente executados em câmaras de gás. Ao todo, foram construídos seis campos de extermínio em território polonês: Auschwitz, Chelmno, Treblinka, Madjanek, Sobibor e Belzec.
Nos campos de Auschwitz e Madjanek, erguia-se um gigantesco complexo fabril formado por empresas alemãs – indústrias químicas, eletrônicas e de armamentos – que empregavam os presos como mão de obra escrava.
Os prisioneiros alimentavam-se apenas de pão e sopa. Muitos morreram de fome, doença ou simples exaustão; outros suicidaram-se, atirando-se contra as cercas eletrificadas que circundavam os campos; outros, ainda,foram transformados em cobaias humanas para supostas pesquisas científicas dos médicos nazistas, Em Auschwitz, por exemplo, esses médicos injetavam diversos líquidos em adultos e crianças na tentativa de mudar-lhes a cor dos olhos. Em geral, tais experimentos provocavam efeitos colaterais como paralisia, epilepsia, perda voz, chagas pelo corpo, cegueira, convulsão, levando muitos à morte.
Quando o exército soviético libertou os campos de concentração poloneses, entre 1944 e 1945, foram encontrados milhões de cadáveres e apenas 500 mil sobreviventes. 
 
OUTROS REGIMES TOTALITÁRIOS
 Além dos exemplos claros de totalitarismo, Stalinismo e Nazi-Fascismo, existiram diversos outros em Portugal, na Espanha, na Argentina, na Bolívia, no Brasil, no Peru, entre outros.
Fascismo italiano
Após o fim da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), a Itália foi ignorada nos tratados que marcaram o fim do conflito. A situação social e econômica era caótica e por isso mobilizou diferentes grupos políticos engajados na resolução dos problemas da nação italiana. No ano de 1920, uma greve geral de mais de dois milhões de trabalhadores demonstrava a situação caótica vivida no país. No campo, os grupos camponeses sulistas exigiam a realização de uma reforma agrária. A mobilização dos grupos trabalhadores trouxe pânico aos setores médios, da burguesia industrial e dos conservadores em geral. A possibilidade revolucionária em solo italiano refletiu-se na ascensão dos partidos socialista e comunista. De um lado, os socialistas eram favoráveis a um processo reformador que traria a mudança por vias estritamente partidárias. Do outro, os integrantes das facções comunistas entendiam que reformas profundas deviam ser estimuladas.
A divisão ideológica das esquerdas acontecia enquanto os setores conservadores e da alta burguesia pleitearam apoio ao Partido Nacional Fascista. Os fascistas liderados por Benito Mussolini louvavam uma ação de combate contra os focos de articulação comunista e socialista. Assim, o fascismo de combate passou a realizar ataques contra jornais, sindicatos e comícios da esquerda italiana. Os fascistas criaram uma força miliciana que ficou conhecida como "camisas negras" e ganharam bastante popularidade em meio às contendas da economia nacional. O marco que demonstrou o poder do movimento se deu quando, em 27 de outubro de 1922, os fascistas realizaram a Marcha sobre Roma. A manifestação, que tomou as ruas da capital italiana, exigia que o rei Vitor Emanuel III passasse o poder para as mãos do Partido Nacional Fascista. Pressionado, a autoridade real chamou Benito Mussolini para compor o governo.
Ao adentrar nas esferas do poder político central, os fascistas teriam a oportunidade de impor seu projeto político autoritário e centralizador. Nas eleições de 1924, os representantes políticos fascistas ganharam a maioria no parlamento. Os socialistas, inconformados com as fraudes do processo eleitoral, denunciaram a estratégia antidemocrática fascista. Em resposta, o socialista Giacomo Matteotti foi brutalmente assassinado por partidários fascistas. 
Mussolini já tomava ações que minariam as instituições representativas. O poder legislativo foi completamente enfraquecido e o novo governo publicou a Carta de Lavoro, que declarava as intenções da nova facção instalada no poder. Tal documento explicava os princípios fascistas, defendia um Estado corporativo onde a liderança soberana de Mussolini resolveria os problemas da Itália. No ano de 1926, um atentado sofrido por Mussolini foi a brecha utilizada para a fortificação do estado fascista.
Os órgãos de imprensa foram fechados, os partidos políticos foram colocados na ilegalidade, à exceção do Partido Fascista, os camisas negras incorporaram as forças de repressão oficial e a pena de morte foi legalizada. O Estado fascista aniquilou grande parte das vias de oposição política. Entre os anos de 1927 e 1934, milhares de civis foram mortos, presos ou deportados. 
O apelo aos jovens e à família instigou grande apoio popular ao regime do “Duce”. Em 1929, os acordos firmados com a Igreja no Tratado de Latrão aproximaram a população católica italiana ao regime totalitário. Ao mesmo tempo, o crescimento demográfico e o incentivo às obras públicas começaram a reverter os sinais da profunda crise que tomava conta da Itália. O setor agrícola e industrial passou a ganhar considerável incremento, interrompendo o processo inflacionário da economia. 
A crise representou uma ameaça ao auge econômico atingido pelo Fascismo em seus primeiros anos. A fim de contornar a recessão econômica, Benito Mussolini passou a entrar na corrida imperialista. No ano de 1935, os exércitos italianos realizaram a ocupação da Etiópia. A pressão das demais potências capitalistas resultaria nas tensões que desaguaram na deflagração da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), momento em que Mussolini se aproxima do regime nazista alemão.
Características do Fascismo: Ultra nacionalismo, anticomunismo, desprezo pelos direitos do homem, culto ao chefe, imperialismo, recusa do parlamentarismo e do pluripartidarismo, corporativismo, culto da força e da violência.
 Salasarismo: O totalitarismo em Portugal
No início do século XX, Portugal vivenciou uma reforma política que instituiu um governo de caráter republicano. A nova forma de organização política foi incapaz de resistir a todos os problemas sofridos no continente europeu devido a Primeira Guerra Mundial e a crise de 1929. A situação caótica da população trabalhadora acabou instaurando um cenário politicamente instável aproveitado pelos militares, que realizaram um golpe de Estado em 1926. 
 
O governo ditatorial, oriundo do golpe, impunha suas ações e realizava clara oposição os movimentos socialista e comunista do país, pois tinha uma orientação de extrema direita. Esse processo de dominação política atingiu seu auge quando o general Antonio Carmona assumiu o poder do governo lusitano. Era influenciado pelo ideário nazifascista e elaborou a constituição de um Estado forte aclamado pelas elites nacionais. 
 
Ao ocupar o cargo de primeiro-ministro em Portugal, Carmona convocou Antônio de Oliveira Salazar para que ocupasse a pasta do Ministério da Fazenda. Salazar, por sua vez, promoveu um conjunto de ações econômicas que favorecia a grande burguesia lusitana. Tal apoio concedido ao setor burguês lhe conduziu ao governo português em 1932. 
 Na posição de chefe de governo, Antonio Salazar impôs uma nova carta constitucional com traços explicitamente inspirados nos ditames do fascismo italiano. O novo documento tinha como características a censura dos meios de comunicação, a proibição dos movimentos grevistas e a criação de um sistema político unipartidário. Além dessa tinha também A exaltação do líder, que está sempre certo nas tomadas de decisão; A existência de um só partido, a União Nacional, partido do governo; A Repressão através da política da Polícia Internacional de Defesa do Estado; A Censura aos meios de comunicação social; O Nacionalismo exacerbado; Criação da Mocidade Portuguesa: organização juvenil criada em 1936 com o intuito de orientar a juventude para os valores patrióticos e nacionalistas do Estado Novo. Observando que a inscrição era obrigatória entre os sete e os quatorzes anos; O Resguardo dos valores morais e tradicionais; Retirada de todo caráter reivindicatório dos trabalhadores através da politica corporativista; Publicação do Ato Colonial, no qual as Colônias Portuguesas existentes faziam parte integrante da Nação Portuguesa e por isso deveriam ser defendidas, civilizadas e colonizadas. Política econômica protecionista que tinha por fim a redução das importações e aumento da produção do país e no investimento da construção de obras públicas. A partir desse momento, se instalava uma das mais duradouras ditaduras criadas na Europa. 
 
Somente com a morte de Salazar queaconteceu em 1970, um movimento revolucionário de caráter liberal tomou conta do cenário português. Em 25 de abril de 1974, o movimento de transformação política atingiu seu auge com a deflagração da chamada Revolução dos Cravos. Somente após essa Revolução, Portugal conseguiu vencer um dos momentos mais repressores vivenciados na Europa.
Franquismo: O totalitarismo na Espanha
Assim como Portugal, a Espanha sofreu com os resquícios da crise de 1929. A Espanha vivenciou um agitado cenário político marcado pela atuação de setores de esquerda e direita. No ano de 1931, um governo republicano foi instalado a fim de renovar as práticas políticas espanholas e prover uma solução aos problemas econômicos do país. Nessa situação, os conservadores e socialistas se alternavam no poder demonstrando, assim, a ausência de um grupo político que mantivesse a hegemonia. 
Os comunistas dominaram o governo espanhol até 1934, quando os setores de direita conseguiram chegar ao poder. Dois anos mais tarde, os liberais, republicanos, socialistas e comunistas formaram uma grande frente de coalizão chamada de Frente Popular. A Frente Popular tinha como objetivo a garantia da democracia e também de atender aos anseios dos trabalhadores e assim conseguiu chegar ao poder. Imediatamente, os conservadores de extrema direta instalaram uma ditadura. 
 
 Em 1936, membros do exército espanhol como Gonzalo Queipo, Emilia Mola, José Sanjuro e Francisco Franco lideraram uma tentativa de golpe. Buscaram o apoio de um grupo de ultradireita composto por conservadores chamado Falange. Contudo, a tentativa de tomada do poder foi impedida pela ação de milícias de trabalhadores que não aceitavam o surgimento de uma ditadura em território espanhol. 
 
Em contrapartida, o domínio dos militares sobre as forças armadas do país estabeleceu uma polarização política que deu início à chamada Guerra Civil Espanhola. Enquanto os militares tinham o apoio de monarquistas e fascistas na tentativa de instalação da Ditadura; os grupos republicanos contaram com a participação de socialistas, trabalhadores e tropas internacionais vindas de países como a União Soviética e a França. 
 
Observando a possibilidade de ascensão de mais um regime totalitário, chefes de outros regimes conservadores, como Adolf Hitler, Benito Mussolini e Antonio Salazar cederam tropas em favor dos militares golpistas. Além disso, governantes como Hitler e Mussolini aproveitaram do conflito para testar o potencial destrutivo do grande arsenal militar que haviam formado. Em 1937, por exemplo, as forças alemãs comandaram um bombardeio aéreo que destruiu a cidade espanhola de Guernica. 
 
No início de 1939, os militares conseguiram vencer a guerra civil e estabelecer um governo totalitário comandado por Francisco Franco. O seu regime teve longa duração, sendo destituído somente no ano de 1975. A partir de então, o chamado “franquismo” demonstrou caráter autoritário e personalista do governo do general-ditador que dominou a Espanha por várias décadas.
 
O franquismo foi um regime de ditadores que surgiu na Espanha depois do término da guerra civil. O franquismo foi comandado pelo general Francisco Franco que teve seu nome associado ao período. Nos primeiros anos, esse regime findou a repressão brutal contra adversários e praticou uma política econômica que tinha poder sobre si mesmo, e isso fez com que o desenvolvimento do país parasse. 
 
As bases do franquismo foram definidas pelo catolicismo e pelo anticomunismo. Eram impostos à sociedade por meios bastante violentos que erradicava a tradição e a cultura dos liberais. Era apoiado pela Igreja Católica e pelo Exército e exercia os poderes Executivo, Legislativo e controlava o Judiciário. Para alguns o franquismo é considerado como democracia, mas comparado à democracias parlamentaristas pode ser definido somente como um período de ditadura. Após a morte de Francisco Franco, o rei Juan Carlos I assumiu o trono da Espanha e redemocratizou o país findando assim o período franquista. Ainda hoje há pessoas que lutam pelo franquismo na Espanha.
Estado Novo: O totalitarismo no Brasil
 O Brasil teve um regime totalitário na primeira metade do século XX, representado pelo governo de Getúlio Vargas, principalmente na fase que se conhece como Estado Novo (1937 e 1945). Alguns fatos marcantes podem ser enunciados que representam a orientação totalitária desse governo: o fechamento do Congresso, a grande concentração de poder nas mãos de Getúlio Vargas, que por sua vez, assumia características do fascismo italiano. Entretanto, seu regime foi quebrado quando entrou na Segunda Guerra Mundial para combater outros regimes totalitários, promovendo uma incoerência que minaria seu governo. 
Com o propósito de compreender o estágio totalitário vivido pelo Brasil é necessário avaliar o governo de Getúlio Vargas partindo da Revolução de 1930. 
 
Após a revolução citada anteriormente, houve uma sucessão de fatos que em conjunto levariam ao estabelecimento do Estado Novo. Primeiro foi o fechamento do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas estaduais e municipais, Getúlio Vargas passou a governar por meio de decretos-leis. Limitou-se o poder dos Estados e executivo federal tornou-se o ponto central de poder. Uma ditadura foi instalada no país. A economia permaneceu voltada basicamente para a agricultura, mas havia uma preocupação em acelerar a industrialização do país. A questão social passou a ser vista como uma questão política. Ao mesmo tempo em que adotava uma legislação que atendia antigas reivindicações dos trabalhadores, o governo passou a interferir na atividade sindical. Os sindicatos ficavam vinculados diretamente ao Ministério do Trabalho. Adotou-se o principio da unidade sindical, ou seja, legalmente, só era possível à existência de um sindicato por categoria profissional.
 Em julho de 1932, houve um conflito armado em São Paulo. Os paulistas sentiam-se preteridos pelo governo federal. Exigia-se o fim da ditadura e também maior autonomia estadual. São Paulo, o Estado mais poderoso estava perdendo forças.
 A chamada Revolução Constitucionalista de 1932 mobilizou os mais variados setores da sociedade: cafeicultores, classe media, industriais. São Paulo foi derrotado militarmente, mas conseguiu importantes ganhos políticos. Em maio de 1933 ocorreram as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, instalada no dia 15 de novembro. A nova Constituição, aprovada em julho do ano seguinte, foi orientada por princípios liberais-democráticos. Amplio os direitos políticos da população, estabeleceram eleições diretas para todos os níveis. Pela primeira vez na história do Brasil, as mulheres podiam votar. A constituição também retomou o principio da liberdade e da autonomia sindical, existente no país antes de 1930. Adotavam-se algumas medidas nacionalistas: as jazidas minerais e quedas d’ água, julgadas para a defesa econômica ou militar do país, deveriam ser nacionalizadas progressivamente.  
A Constituição liberal de 1934 teve uma vida curta, pois com o fim da primeira guerra mundial, ideias autoritárias proliferaram em todo o mundo e a democracia liberal entrou em crise. O nazismo, o fascismo e o comunismo surgiam como alternativas ao modelo liberal-democrático. No Brasil, com o fim do regime ditatorial e a implantação de um regime constitucional, o processo político radicalizou-se. A vida sindical renasceu. Dois importantes movimentos mobilizaram as classes médias. De um lado, a Ação Integralista Brasileira (AIB), criada em 1932 com um caráter profundamente nacionalista e antiliberal e era dirigido por Plínio Salgado, era “Deus, Pátria e Família”. De outro lado estava a Aliança Nacional Libertadora (ANL), criada em março de 1935. Era inspirada na proposta das frentes populares da Europa, que tinham o objetivo de deter o avanço do nazi-fascismo em escala mundial. Compostapor socialistas, comunistas, católicos e liberais, a ANL combatia o governo Vargas e se propunha defender os interesses ameaçados das classes populares por meio da luta contra o imperialismo e o latifúndio. Tendo como líder comunista Luis Carlos Prestes. Como resposta o governo acenou com uma série de medidas repressivas, entre elas a lei de Segurança Nacional. Em julho de 1935, quatro meses após a sua fundação, a ANL foi colocada na ilegalidade. 
 A proposta de derrubar Vargas por meio de uma insurreição armada pelo Partido Comunista foi ganhando força. A proposta recebeu adesão de alguns militares remanescentes do tenentismo. Em novembro de 1935, eclodiu a revolta liderada pelos comunistas. O comunismo passou a ser o inimigo numero 1 do governo. Milhares de pessoas foram presas em todo o país. O Congresso passou a aprovar todas as medidas pelo o executivo. O legislativo foi recuando e cedendo espaço para o fortalecimento de Vargas. 
Em setembro de 1936 foi criado o Tribunal de Segurança Nacional, para julgar os crimes das pessoas acusadas de envolvimento com o levante comunista. Vargas consolidou sua aliança com os militares, com os empresários, com a igreja e com os integralistas. 
O clima golpista voltou a se acender em setembro de 1937, quando foi apresentado a nação um documento, sobre nova revolta que supostamente eclodiria em breve no país. Esse documento falso ficou conhecido como Plano Cohen. 
 
No dia 10 de novembro, tropas militares cercaram o Congresso. Vargas apresentou a nação uma nova Constituição. Por meio de um golpe, tinha inicio o Estado Novo.
O estado novo teve início no dia 10 de novembro de 1937, com um golpe liderado por Getúlio Vargas. O Congresso Nacional, as assembleias legislativas e as câmaras municipais foram fechadas; os governadores foram substituídos por interventores nomeados por Vargas, e foi imposta uma Nona Constituição.
 
Em sua “Proclamação ao povo brasileiro”, Vargas definiu o golpe como a única atitude possível, diante da situação em que se encontrava o país. Era uma situação de perigo, uma situação em que o Estado, fraco, ameaçado, se encontrava impedido de prover medidas necessárias ao bem-estar e ao desenvolvimento da nação. Entre os perigos estava o comunismo. 
Além do comunismo, haveria razões de ordem política e institucional pesando para que a situação do Brasil se tornasse caótica. De acordo com Vargas a Constituição liberal de 1934 impunha sérios limites ao poder executivo, conferindo grande força ao legislativo e aos partidos políticos. Os partidos eram controlados por as oligarquias estaduais, o Congresso havia se tornado um lugar onde se expressavam não aos interesses gerais das nações. 
No Brasil, com Vargas, se observou a instalação de regimes de força, ainda que não totalitários. Esses regimes suprimiram os direitos políticos e o sistema representativo. Já a democracia era vista como obstáculos, e não como condição básica para o desenvolvimento e a modernização. 
Com o Estado novo, os poderes executivos estaduais passaram a ser ocupados por interventores em vez das assembleias foram criados departamentos administrativos.  
Aos departamentos administrativos cabia aprovar os decretos-leis dos interventores, aprovar e fiscalizar os orçamentos dos Estados e avaliar o desempenho e a eficácia dos órgãos estaduais.
 Alguns desses órgãos foram o Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda, o Conselho Nacional do Petróleo, o Conselho de Águas e energia e a Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional. Na visão das forças armadas, o estado brasileiro devia investir em atividades estratégicas. Entre essas atividades estava o desenvolvimento de indústrias de base, como a siderúrgica, e o suprimento de recursos energéticos, como o petróleo. 
Juntamente com a interrupção do jogo político representativo, a centralização administrativa promovida por Vargas era apresentada como requisito básico para o aumento da eficiência e da racionalidade do Estado. 
Foram instituídos concursos para o acesso a cargos públicos. Foi inclusive criado, em 1938, um órgão especialmente voltado para a reforma e a modernização da administração pública: o Dasp, Departamento Administrativo do Serviço Público.
Apesar de terem sido feitas mudanças importantes é preciso destacar que o Estado Novo, além de autoritário, tinha característica fortemente tradicional. Não se deve esquecer que as oligarquias regionais continuavam bastante poderosas e que Vargas, era originário da oligarquia gaúcha. 
Ainda que não houvesse, desde o inicio, uma sintonia efetiva entre Estado e nação, ela foi sendo construída aos poucos. O Ministério da Educação e saúde, chefiado por Gustavo Capanema, teve um papel de destaque no projeto político desenvolvido pelo Estado Novo. A propaganda política foi muito utilizada no período do Estado Novo. Falava-se muito na criação de um “homem novo” para um “Estado Novo” de uma “Nova Nação”. A propaganda ficou a cargo do DIP, o poderoso Departamento de Imprensa e Propaganda criado em 1939. O DIP não apenas se encarregava da censura, como também produzia seus próprios materiais de divulgação e propagandas. Entre as produções, gerou a visão de Vargas como pai dos pobres, foi a legislação trabalhista.
 
Foi sob o Estado Novo, que se organizou a Justiça do Trabalho, que se criou o salário mínimo regional, também estabeleceu o imposto sindical, a Consolidação das Leis do Trabalho. Ficavam proibidos greves e o locaute, que eram considerados nocivos aos interesses da nação. Os próprios interventores acabaram constituindo vínculos estreitos com as oligarquias regionais, vários deles criaram fortes bases políticas nos Estados, afirmando-se como grandes lideranças. 
Outro ponto de extrema importância ao trabalhar com o totalitarismo no Brasil é a queda de Getúlio Vargas. A população brasileira foi se aproximando da causa aliada contra os regimes autoritários do eixo. Pois bem ao declarar guerra à Alemanha e a Itália, Vargas criou pra si mesmo um grave problema, pois por todo território nacional começaram as manifestações pelo fim do regime do Estado Novo. Para tentar melhorar essa situação, Vargas providenciou algumas medidas política. Em fevereiro de 1945, convocou eleições presidências e legislativas. Em abril, concedeu anistia a todos os presos políticos. Depois marcou as eleições para o mês de dezembro. Com isso iniciou-se o processo de constituição dos partidos políticos. Também iniciou o movimento queremista. As massas populares ligadas ao trabalhismo e os comunistas anistiados apoiavam o movimento queremista. Mas, para os comunistas, as eleições de um novo presidente eram vista com vigor. As elites que ainda apoiavam Vargas viram na aliança do presidente com os comunistas, e nas supostas intenções de Vargas de permanecer no poder. Mas em 29 de outubro de 1945 Vargas foi destituído.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
CIÊNCIA POLÍTICA
TURMA 2012.1 – MANHÃ
ESTADO TOTALITÁRIO
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29/10/2012
BIBIOGRAFIA
http://regisper.blogspot.com.br/2011/05/regimes-totalitarios-e-revolucao-russa.html
http://pt.scribd.com/doc/55584385/3/Totalitarismo-na-Alemanha-de-Hitler
http://www.infoescola.com/formas-de-governo/totalitarismo/
http://aprovadonovestibular.com/primeira-guerra-mundial-resumo-consequncias-tratado.html
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/totalitarismo.htm
http://www.ohistoriador.com.br/historia-contemporanea/totalitarismo/
http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/totalitarismo.htm
Arendt,Hanna. A Origem do Totalitarismo. Cia das Letras

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