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Ifpb – Instituto Federal da Paraíba
Disciplina Teoria Literária III
Professor: VIRNA LUCIA CUNHA DE FARIAS [PR20182]
Aluna:  VANESSA SHEILA RAMOS DE ASSIS [ALLETJP20182]
 O Alienista
A obra inaugura a fase realista de Machado de Assis, e toda a história é voltada em torno de Dr. Simão Bacamarte, médico de Itaguaí que estudou na Europa. “Simão Bacamarte aparece como símbolo de um saber duvidoso, pois não se revela senão em estado de pânico em que põe o universo, quando ele procura determinar uma norma geral de conduta para o comportamento humano, igualando, rasteiramente, todos os indivíduos”. “É a deformação do “cientista” que toma como verdade absoluta os pressupostos da ciência e comete, em seu nome, equívocos sucessivos sem dar pelo absurdo de suas pretensões”. Ele volta ao Brasil e casa-se com Dona Evarista. D. Evarista – é a eleita do Dr. Bacamarte para consorte de suas glórias científicas. Embora não fosse “bonita nem simpática”, o doutor a escolheu para esposa porque ela “reuni condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem”, estando apta para dar-lhes filhos robustos, são e inteligentes”. Chegou a ser recolhida à Casa Verde, certa vez, por manifestar algum desequilíbrio mental.
Abre um manicômio na cidade que recebera o nome de Casa Verde. O conto (O Alienista) de Machado de Assis apresenta características da humanidade fazendo uma análise psicológica, e também uma crítica e social.
Os personagens se apresentam de forma superficiais. Machado apresenta o narrador em terceira pessoa e de forma onisciente. O tema central da obra é um debate sobre a sanidade e a normalidade humanas e até que ponto estamos aptos a afirmar o que é ou não é ‘normal ‘explorando o comportamento humano e exibindo de forma irônica a vaidade do homem. Percebe-se que ele aborda o que seria “normal “e “anormal” na sociedade, ou seja, para ele a personalidade é influenciada por forças sociais; por sua vez, a sociedade é influenciada por razões psicológicas. 
Assim podemos verificar uma semelhança entre o autor e o protagonista, Simão Bacamarte, pois, como alienista vimos o médico que se especializava em cuidar de problemas ligados à mente humana, algo como hoje seria o serviço de um psiquiatra), e assim ele se preocupava em analisar o comportamento das pessoas da cidade, desta forma ele começa a traçar uma linha de investigação do seu fazer profissional, Bacamarte aparece de forma simbológica, onde a ciência é vista de forma fria , fundamentada apenas na razão.
Verifica- se na obra que o autor a desenvolve sempre com tom ríspido cheio de ironia para retratar a história de Bacamarte como uma pessoa dedicada aos livros e a ciência, mas também embaraçando tudo na sua própria ciência é assim que Machado desenvolve a história. “As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas.”. A imagem viva do Alienista. Simão Bacamarte surge como um médico atualizado da ciência. Pioneiro, sua vida é feita de rupturas e separações que fariam o vulgo sofrer - mas dela as lágrimas e saudades foram banidas. Nada o comove exceto a ciência. Goza apenas das alegrias reservadas a um sábio e sobrevive num mundo dividido. O presente e o futuro. A besta e o gênio. O sábio e o vulgo. A razão e o sentimento. Assim ele se afastou das missões e passa apenas a ver na ciência seu único meio de sobrevivência e a cidade de Itaguaí o seu lugar para viver. Ele atribui em não ter tido filhos a sua esposa e não a ele e assim passa apenas a se ocupar com os estudos da ciência humana. Não conseguindo ter filhos com Dona Evarista, sua obsessão começa a se concentrar apenas nos estudos da psicologia humana, o que o faz dar de presente uma viagem para que ela conheça o Rio de Janeiro, passando a se dedicar exclusivamente aos estudos da mente humana.
 Na obra O Alienista, Machado de Assis aparece com uma visão satírica e irônica da mentalidade cientificista que marca o século XIX – O Naturalismo. O Realismo aproveita, também, nos seus romances, algumas características filosófico-científicas da época. Porém, condena os excessos do Naturalismo.
No decorrer da história aparecem personagens como: Crispim Soares – que era o boticário. Muito amigo do Dr. Bacamarte e grande admirador de sua obra humanitária. Também passou pela Casa Verde, pois não soube “ser prudente em tempos de revolução”, aderindo, momentaneamente, à causa do barbeiro. Padre Lopes – vigário da localidade. Criatura de muitas qualidades, foi recolhido também à Casa Verde por isso mesmo. Em seguida foi posto em liberdade porque sua reverendíssima se saiu muito bem numa tradução de grego e hebraico, embora não soubesse nada dessas línguas. Foi considerado normal apesar da aureola de santo. Porfírio, o barbeiro – no conto não aparece com muita importância, pois representa a figura política na satírica obra machadiana, exibindo a cobiça de poder, quando lidera a rebelião que depôs o governo legal. Foi preso na Casa Verde duas vezes; a primeira vez, por ter comandado a rebelião; segunda, porque se negou a participar de uma Segunda revolução: “preso por Ter cão, preso por não Ter cão”. Outros personagens aparecem no conto, mas não com muita importância. Representam anormalidades e possíveis virtudes do ser humano. Existe diversos loucos de todos os tipos na história do livro. Por isso a presença de tanta gente.
“Simão Bacamarte aparece como símbolo de um saber duvidoso, pois não se revela senão em estado de pânico em que põe o universo, quando ele procura determinar uma norma geral de conduta para o comportamento humano, igualando, rasteiramente, todos os indivíduos”. “É a deformação do “cientista” que toma como verdade absoluta os pressupostos da ciência e comete, em seu nome, equívocos sucessivos sem dar pelo absurdo de suas pretensões”. Machado de Assis chama a atenção para a relatividade da ciência. Nota-se que, a cada teoria que ele cria, ele pensa estar diante de uma verdade absoluta para, em seguida, entender que isso não é verdade. Em muitas de suas teorias afirmava que são loucos os que apresentavam um comportamento anormal como a grande maioria; em outra aumentou o território da loucura: “A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades, fora daí, insânia, insânia e só insânia.” Em outra teoria os loucos são os leais, os justos, os honestos e imparciais. Dizia que se devia admitir como normal o desequilíbrio das faculdades e como patológico, o seu equilíbrio e por último a teoria de que o único ser humano perfeito da cidade de Itaguaí era ele mesmo o próprio Simão de Bacamarte, então somente ele poderia ir a Casa Verde.
	Devido as atitudes do Dr. Bacamarte de achar que todos eram loucos os cidadãos da cidade começam a ficar apreensivos, o que acaba gerando o movimento liderado pelo barbeiro Porfírio. Movimento esse que ficou conhecido como “Revolta do Canjica”, tinha sido batizado dessa forma pois Canjica ser o apelido do barbeiro. Ante aos protestos na frente da sua casa, o médico recebe a massa com indiferença e retorna aos seus afazeres. No entanto, Porfírio tinha o intuito de seguir carreira política e, ao chamar Simão para uma reunião, assim acaba se aliando a ele. As internações continuam na cidade.
	Apesar da população da cidade tentava lutar para acabar com a Casa Verde, o local ganhava cada vez mais força. É notório na obra que até a própria Dona Evarista, mulher do Alienista, é internada, só porquê havia tido uma noite de sono ruim. E, vendo que mais de 75% da cidade estava internada, ele resolve mudar de opinião e solta os que se encontravam internados. Conclui então que o louco era ele. Assim, o alienista resolve se trancar na Casa Verde, onde viera a morrer dezessete meses depois.
	Como vimos, a obra faz uma crítica social e analisa psicologicamente os personagens enredados na trama realista de Machado de Assis. Assim são retratados comportamentos humanos, as atitudes, os interesses,o egoísmo e principalmente as relações sociais, essas bem descritas no decorrer da obra. A loucura e a sanidade das pessoas são vistas como uma linha de dedicação na visibilidade do autor que trouxe um pouco de suas características. Assim a obra foi composta por frases curtas, linguagem apropriada, diálogo com o leitor e análise psicológica das personagens.
Referências
https://www.todamateria.com.br/o-alienista/ acesso em 28/08/2020.
GOMES, Roberto. O Alienista: loucura, poder e ciência. Tempo social, São Paulo, v.5, n. 1-2, p. 145-160, dez. de 1993. Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid+S0103-20701993000100145&lng=en&nrm=iso> Acesso em: 31 de agosto de 2020.

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